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AULA 03
ARTE COLONIALISTA
DO QUINHENTISMO E AO ROMANTISMO
A
Olá, galera! Vamos começar bem animados mais uma aula de Literatura.
Dessa vez, vamos falar sobre o período que vai do Quinhentismo ao Barroco.
Sobre o Romantismo vou falar na próxima aula, aguardem!!!
SUMÁRIO
QUINHENTISMO....................................................................................02
LITERATURA INFORMATIVA....................................................................03
LITERATURA JESUÍTICA.........................................................................07
BARROCO.............................................................................................12
ARCADISMO.........................................................................................31
HORA DE PRATICAR...............................................................................44
LISTA DE QUESTÕES QUE FORAM COMENTADAS NESTA AULA....................68
GABARITO............................................................................................87
O MEU ATÉ BREVE.................................................................................88
QUINHENTISMO
LITERATURA INFORMATIVA
E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até terça-feira
d’ oitavas de Páscoa, que foram 21 dias d’Abril, que topamos alguns sinais de
terra (...) E à quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves, a que chamam
fura-buchos. Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra,
isto é, primeiramente d’um grande monte, mui alto e redondo, e d’outras
serras mais baixas ao sul dele e de terra chã com grandes arvoredos, ao qual
monte alto o capitão pôs o nome o Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera
Cruz. (...)
E dali houvemos vista d’homens, que andavam pela praia, de 7 ou 8,
segundo os navios pequenos disseram, por chegaram primeiro. (...) A feição
deles é serem pardos, maneira d'avermelhados, de bons rostos e bons narizes,
bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma
cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta
inocência como têm em mostrar o rosto. (...)
Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis,
com cabelos muito pretos, compridos, pelas espáduas; e suas vergonhas tão
altas e tão çarradinhas e tão limpas das cabeleiras que de as nós muito bem
olharmos não tínhamos nenhuma vergonha. (...)
E uma daquelas moças era toda tinta, de fundo a cima, daquela tintura, a
qual, certo, era tão bem feita e tão redonda e sua vergonha, que ela não tinha,
tão graciosa, que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhes tais feições,
fizera vergonha, por não terem a sua como ela. (...)
O capitão, quando eles vieram, estava assentado em uma cadeira e uma
alcatifa aos pés por estrado, e bem vestido, com um colar d'ouro mui grande
ao pescoço. (...) Um deles, porém, pôs olho no colar do capitão e começou
d'acenar com a mão para a terra e despois para o colar, como que nos dizia
que havia em terra ouro. E também viu um castiçal de prata e assim mesmo
acenava para a terra e então para o castiçal, como que havia também prata.
(...)
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de
metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares
frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo
d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal
maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa
das águas que tem! Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me
que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa
Alteza em ela deve lançar. (...)
A carta escrita por Pero Vaz de Caminha, que é hoje a mais famosa do
período, não foi publicada logo que chegou às mãos do rei de Portugal. Por
conter grande valor e detalhar a riqueza do Brasil, o monarca escondeu o
documento que só veia a público em 1817, quase três séculos depois!!!
LITERATURA JESUÍTICA
A Santa Inês
Lhe dá lume novo.
Cordeirinha linda,
Como folga¹ o povo,
Porque vossa vinda
Lhe dá lume² novo! Virginal cabeça,
Cordeirinha santa, Pela fé cortada,
De Jesus querida, Com vossa chegada
Vossa santa vida
Já ninguém pereça;
O Diabo espanta. Vinde mui depressa
Por isso vos canta Ajudar o povo,
Com prazer o povo, Pois com vossa vinda
Porque vossa vinda Lhe dais lume novo.
¹folga: se alegra
²lume: luz
ENEM/2009
Eckhout
BARROCO
Contexto Histórico
Cultismo e conceptismo
Arte Barroca
Basílica de Nossa Senhora do Carmo em Recife (PE), uma das glórias do barroco brasileiro.
Afresco da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (MG), por Manuel da Costa
Athayde
Aleijadinho
Barroco no Brasil
Autores
O poeta religioso
O poeta satírico
Triste Bahia
Triste Bahia!
ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante.
O poeta lírico
À mesma d. Ângela
Os sermões
Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que "saiu o pregador
evangélico a semear" a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de
Deus ão só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque
no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os
passos. (...) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há
outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à
Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam
com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que
têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara
tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah
Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá,
com mais passos: Exiit seminare. (...) Ora, suposto que a conversão das almas
por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e
do ouvinte, por qual deles devemos entender a falta? Por parte do ouvinte, ou
por parte do pregador, ou por parte de Deus? (...)
repareis bem, Senhor, no que vos pode suceder depois, e que o consulteis com
vosso coração enquanto é tempo, porque melhor será arrepender agora, que
quando o mal passado não tenha remédio. Bem estais na intenção e alusão
com que digo isto, e na razão, fundada em vós mesmo, que tenho para o
dizer. Também antes do dilúvio estáveis vós mui colérico e irado contra os
homens, e por mais que Noé orava em todos aqueles cem anos, nunca houve
remédio para que se aplacasse vossa ira. Romperam-se enfim as cataratas do
céu, cresceu o mar até os cumes dos montes, alagou-se o mundo todo: já
estaria satisfeita vossa justiça, senão quando ao terceiro dia começaram a
boiar os corpos mortos, e a surgir e aparecer em multidão infinita aquelas
figuras pálidas, e então se representou sobre as ondas a mais triste e funesta
tragédia que nunca viram os anjos, que homens que a vissem, não os havia.
Também conhecido como "O Sermão dos Peixes", pois nele o padre usa a
imagem dos peixes como símbolo para fazer uma crítica aos vícios dos colonos
portugueses que se aproveitavam da condição dos índios para escravizá-los e
sujeitá-los ao seu poder. Leia um trecho do sermão:
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da
terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o
sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão
corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual
será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? (...) Enfim, que havemos de
pregar hoje aos peixes? Nunca pior auditório. Ao menos têm os peixes duas
boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam. Uma só cousa pudera
desconsolar o Pregador, que é serem gente os peixes que se não há-de
converter. Mas esta dor é tão ordinária, que já pelo costume quase se não
sente (...) Suposto isto, para que procedamos com clareza, dividirei, peixes, o
vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no
segundo repreender-vos-ei os vossos vícios. (...)
DAMASCENO, D.(Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: Globo, 2006.
ENEM/2014
Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que
apresentam princípios barrocos, o soneto de Gregório de Matos apresenta
temática expressa por
a) visão cética sobre as relações sociais.
b) preocupação com a identidade brasileira.
c) crítica velada à forma de governo vigente.
d) reflexão sobre os dogmas do cristianismo.
e) questionamento das práticas pagãs na Bahia.
ARCADISMO
O nome faz referência à Arcádia, região do sul da Grécia que, por sua
vez, foi nomeada em referência ao semideus Arcas (filho de Zeus e Calisto).
Arcádia é também a morada dos deuses. Viram como a mitologia grega
perpassa o movimento?
Lemas árcades
O Arcadismo no Brasil
Vamos ver o que o grande crítico literário Alfredo Bosi disse em seu livro
História Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: editora Cultrix, 2006)
sobre os dois momentos do Arcadismo no Brasil:
Arcádia Ultramarina
Principais características
Principais Autores
Sonetos X
Vila Rica
Canto VI
Lira I
Lira XIX
Um pouco meditemos
Na regular beleza,
Que em tudo quanto vive, nos descobre
A sábia natureza.
Lira XV
(...)
01. (ENEM/2013)
TEXTO I
TEXTO II
02. (UEL) O estilo barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores,
sobretudo portugueses. Desenvolve-se no século XVIII, 100 anos após o
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 88
Literatura p/ ENEM
Teoria e Questões Comentadas
Profª Rafaela Freitas Aula 03
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala]
Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110)
BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.
(Foto: Reprodução/Enem)
GABARITO: B
AS COUSAS DO MUNDO
16. (FATEC) Fica claro, no poema acima, que a principal crítica do autor à
sociedade de sua época é feita por meio da
a) denúncia da proteção que o mundo de então dava àqueles que agiam
de modo condenável, embora sob a capa das leis da Igreja.
b) enumeração de certos tipos que, por seus comportamentos, revelam
um roteiro que identifica e recomenda a ascensão social.
c) elaboração de uma lista de atitudes que deviam ser evitadas, por não
condizerem com as práticas morais encontradas na alta sociedade.
d) comparação de valores e comportamentos da faixa mais humilde
daquela sociedade com os da faixa mais nobre e aristocrática.
e) caracterização de comportamentos que, embora sejam moralmente
condenáveis, são dissimulados em seus opostos.
GONZAGA, Tomás Antônio. A poesia dos inconfidentes. Org. Domício Proença Filho. Rio
de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1996. 5ª, 6ª e 7ª estrofes da Lira XXVII. pp. 616/617.
19. (PUC-SP)
01. (ENEM/2013)
TEXTO I
TEXTO II
02. (UEL) O estilo barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores,
sobretudo portugueses. Desenvolve-se no século XVIII, 100 anos após o
surgimento do Barroco na Europa, – recebe influências tanto portuguesas
quanto francesas, italianas e espanholas. Em Minas Gerais, a expressão
estética tanto deverá corresponder às solicitações dos elementos transpostos,
como dos elementos locais espontâneos. Isso vai se verificar tanto em relação
aos fatores estruturais, como no que diz respeito às ideias, aos conhecimentos
e valores.
(Adaptado: MACHADO, L. R. Barroco Mineiro. São Paulo: Perspectiva, 1983. p. 167-169.)
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala]
Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110)
BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.
(Foto: Reprodução/Enem)
AS COUSAS DO MUNDO
16. (FATEC) Fica claro, no poema acima, que a principal crítica do autor à
sociedade de sua época é feita por meio da
a) denúncia da proteção que o mundo de então dava àqueles que agiam
de modo condenável, embora sob a capa das leis da Igreja.
b) enumeração de certos tipos que, por seus comportamentos, revelam
um roteiro que identifica e recomenda a ascensão social.
c) elaboração de uma lista de atitudes que deviam ser evitadas, por não
condizerem com as práticas morais encontradas na alta sociedade.
d) comparação de valores e comportamentos da faixa mais humilde
daquela sociedade com os da faixa mais nobre e aristocrática.
e) caracterização de comportamentos que, embora sejam moralmente
condenáveis, são dissimulados em seus opostos.
19. (PUC-SP)
1. C 11. C
2. B 12. B
3. A 13. E
4. C 14. E
5. D 15. C
6. B 16. E
7. A 17. C
8. E 18. B
9. C 19. A
10. C 20. C
Caros alunos, chegamos ao final mais uma aula! Espero que tenham
gostado! No caso de qualquer dúvida, já sabem, entrem em contato comigo!
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