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Unidade 3

Métodos e Técnicas de
Pesquisa

Na Unidade 3 entraremos em contato com os métodos e técnicas


que o pesquisador utiliza para elaborar conhecimentos. Por essa razão,
os objetivos da Unidade são:

• Definir o que é pesquisa.


• Mostrar as formas clássicas de classificação das
pesquisas.
• Compreender que para cada tipo de pesquisa existe
um conjunto específico de procedimentos.

Métodos e Técnicas de Estudo e Pesquisa


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3.1
A pesquisa e sua tipologia

A ciência ocupa-se exclusivamente com o ato de conhecer os fenômenos naturais,


humanos e sociais; propondo-se a compreender os acontecimentos e suas causas. Para tanto,
faz uso de práticas metodológicas e procedimentos técnicos que, como vimos, dá à ciência o
seu aspecto lógico e racional. A ciência constitui-se no resultado de um processo de estudo, que
implica em questionamentos, proposições, hipóteses, observação, experimentação, resultando
em interpretação, descrição, explicação e verificação de modo a estabelecer uma teoria.
Denominamos de pesquisa, a ação de conhecer aplicando um método ou um conjunto
de procedimentos metodológicos, que buscam respostas aos questionamentos, demonstrando
intenção de comprovar uma ou mais hipóteses.
Nesta Unidade, estaremos nos aprofundando o conceito de pesquisa e nos meios para
sua concretização.

3.1.1
Definindo pesquisa

O termo “pesquisa” do latim perquisitus, parte do verbo perquirere, que significa


indagar, constitui-se no “ato ou efeito de pesquisar, indagação, busca, inquirição” (LELLO,
1968, p. 906). Segundo o Dicionário Aurélio (2008, p. 381), trata-se de “investigação e estudo,
minuciosos e sistemáticos, com o fim de descobrir fatos relativos a um campo de
conhecimento”, enquanto “pesquisar” significa “buscar com diligência; inquirir; informar-se a
respeito de” algo.
No mundo acadêmico, a pesquisa é compreendida como o processo pelo qual a ciência
procura respostas aos seus questionamentos e problemas. Busca indagar sistematicamente um
objeto ou matéria de modo a colher todas as informações possíveis, com vistas a organizá-las.
Nesse processo, aplica-se um método de investigação, por meio de técnicas e procedimentos,
reunindo um conjunto de dados e argumentos que darão conta de comprovar hipóteses e
fundamentar juízos, visando a elaboração de um conhecimento. A pesquisa é, portanto, uma
prática de investigação.
Severino assinala que existem alguns elementos que são gerais em todos os processos
de aquisição de conhecimentos e que marcam as atividades de pesquisa e ressalta:

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[...] além da possível divisão entre Ciências Naturais e Ciências
Humanas, ocorrem diferenças significativas no modo de se
praticar a investigação científica, em decorrência da diversidade
de perspectivas epistemológicas que se podem adotar e de
enfoques diferenciados que se podem assumir no trato com os
objetos pesquisados e eventuais aspectos que se queira destacar.
Por essa razão, várias são as modalidades de pesquisa que se
podem praticar, o que implica coerência epistemológica,
metodológica e técnica, para o seu adequado desenvolvimento.
(SEVERINO, 2007, p. 118)

Assim, as várias áreas da ciência utilizam-se de diferentes métodos, técnicas e


procedimentos de investigação, em conformidade com seus propósitos e de acordo com seu
objeto de estudo. É por esse motivo, que há distintos tipos de pesquisa.
A pesquisa é a maneira pela qual se pretende descobrir novos conhecimentos, de modo
a possibilitar o desenvolvimento da ciência. A pesquisa contribui para a solução de um
problema por meio de estudos conceituais ou experimentais, utilizando-se fontes que se
traduzem em dados e informações.
Em nosso estudo, conheceremos os tipos de pesquisa mais utilizados em nível de
Graduação e Especialização (lato sensu).

3.1.2
A pesquisa quanto as suas finalidades

De acordo com sua utilidade e/ou finalidade, podemos diferenciar uma pesquisa por sua
função básica ou aplicada.

3.1.2.1
Pesquisa Básica

A pesquisa básica é também conhecida como pesquisa pura ou pesquisa fundamental.


Sua finalidade é promover o avanço do conhecimento teórico em determinada área sem,
portanto, preocupar-se com sua aplicabilidade imediata. Envolve interesses universais e
costuma investigar novos fenômenos físicos, químicos, biológicos e sociais para conhecê-los e
compreendê-los. Como exemplo, podemos citar uma pesquisa que busca compreender o modo
de vida dos indígenas que viviam no litoral do Rio de Janeiro nos primeiros anos de colonização
do Brasil.

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3.1.2.2
Pesquisa Aplicada

A pesquisa Aplicada, ao contrário da pesquisa básica, tem por objetivo resolver um


problema concreto, sendo necessária a aplicação imediata em benefício de uma comunidade
específica. Envolve, portanto, interesses locais e tem caráter prático. A pesquisa aplicada faz
uso de conhecimentos elaborados pela pesquisa básica para resolver os problemas relacionados
às aplicações concretas. Como exemplo de pesquisa aplicada poderíamos citar o estudo
realizado para relacionar a microcefalia e/ou malformações do Sistema Nervoso Central (SNC)
com a infecção pelo vírus Zika durante a gestação.

3.1.3
A pesquisa quanto as suas abordagens

Quando pensamos em realizar uma pesquisa, procuramos em primeiro lugar definir qual
é a sua finalidade, ou seja, para que ela servirá, conforme vimos no item 2.2. Em seguida,
precisamos ter clareza do modo como o problema proposto será tratado, isto é, qual a
abordagem que devemos dar ao nosso estudo. Precisamos então ter clareza se nossa pesquisa
será quantitativa ou qualitativa.
As primeiras pesquisas realizadas foram de caráter quantitativo e por esse motivo,
segundo Severino (2007, p. 118), “toda lei científica revestia-se de uma formulação matemática.
Daí a característica original do método científico ser sua configuração experimental-
matemática”. Entretanto, esse tipo de pesquisa não dava conta de produzir conhecimentos
quando se tratava de assuntos ligados aos seres humanos e seus aspectos não biológicos.

3.1.3.1
Pesquisa quantitativa

Na pesquisa quantitativa, as variáveis possuem características que podem ser medidas


em uma escala quantitativa, ou seja, apresentam valores numéricos, que mensurados, fazem
sentido. Os dados são objetivos e analisados com base em métodos quantitativos, como por
exemplo, a estatística, enfatizando a comparação de resultados. Esses resultados subordinam-
se aos elementos da amostra ou população pesquisada.

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Um exemplo de pesquisa quantitativa é a pesquisa por amostragem. Esse tipo de
pesquisa exige que os dados sejam coletados por meio de solicitação verbal na qual as pessoas
respondem a um questionário, a respeito delas mesmas. O objetivo desse tipo de pesquisa é
permitir ao pesquisador generalizar as informações a respeito de uma população, estudando
uma parte menor da mesma.
Para que a amostra seja de fato a representação do todo (generalização), é necessário
que se apliquem procedimentos metodológicos e sistemáticos, com rigor científico, de modo a
gerar resultados confiáveis.
A pesquisa por amostragem é bastante utilizada por sociólogos, cientistas políticos,
administradores públicos e privados, entre outros cientistas sociais. Psicólogos e pedagogos
também podem utilizar esse tipo de pesquisa desde que seus objetivos pretendam suscitar
generalizações.

3.1.3.2
Pesquisa qualitativa

A pesquisa qualitativa baseia-se na observação cuidadosa do fenômeno. A análise dos


dados é resultante da aplicação de técnicas interpretativas e subjetivas, nas quais o pesquisador
está em contato direto com o objeto de estudo. A pesquisa qualitativa, ao interagir diretamente
com o fenômeno, prevê̂ e promove a análise hermenêutica dos dados coletados, explicitando a
complexidade da realidade.
Esse tipo de pesquisa pretende identificar e analisar os dados que não podem ser
mensurados porque envolvem a subjetividade, os sentimentos, as sensações e as motivações do
grupo verificado. Podem determinar comportamentos e explicitar significados adquiridos, de
modo geral, por meio de entrevistas com os indivíduos pesquisados, que são estimulados a
pensar livremente sobre o tema ou o objeto da pesquisa.
A pesquisa qualitativa pode ser realizada com indivíduos e grupos, mas é bastante
utilizada, também, em pesquisas que utilizam fontes documentais e históricas. Os
procedimentos mais utilizados neste tipo de pesquisa são as entrevistas, a observação e os
grupos focais.

3.1.4
Relação entre a pesquisa quantitativa e a pesquisa
qualitativa

Na tradição acadêmica, a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa são consideradas


antitéticas, ou seja, estão sempre em oposição porque a primeira busca dados subjetivos,
enquanto a segunda, dispõe de informações objetivas.

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Em razão disso, as metodologias adotadas por uma e outra são diferenciadas e estão
subordinadas às necessidades de cada tipo de pesquisa.
Observe o que assinala Demo:

Todo fenômeno qualitativo é dotado também e naturalmente de


faces quantitativas e vice-versa. Parto do ponto de vista de que
entre quantidade e qualidade não existe dicotomia, pois são faces
diferenciadas do mesmo fenômeno. Métodos quantitativos e
qualitativos precisam ser tomados como complementares e como
regra. Dependendo do objeto e dos propósitos da pesquisa pode-
se preferir um procedimento mais qualitativo, mas seria
equivocado não perceber que “dados” qualitativos também são,
de alguma forma, “dados”, ou seja, possuem referências como
tamanho, frequência, escala, extensão. É preciso distinguir
acuradamente entre pesquisa empírica e empirista. A primeira
busca ressaltar na realidade suas faces empíricas, ao passo que
a segunda reduz a realidade de suas faces empíricas. Assim, toda
pesquisa qualitativa só tem a ganhar se cuidar também de suas
ilações quantitativas, ou melhor dizendo, se souber aliar-se
favoravelmente a métodos quantitativos [grifos nossos].
(DEMO, 2001, p. 8-9)

De acordo com Demo, esses dois tipos de pesquisa não são excludentes, ao contrário,
podem ser complementares. Quando possível, a utilização de métodos adotados por essas duas
abordagens traz um aprofundamento do conhecimento que dará mais cientificidade e
credibilidade à pesquisa.

3.2
A pesquisa e suas classificações

Para classificar as pesquisas, é necessário que sejam estabelecidos alguns critérios de


diferenciação, criando categorias conforme seus aspectos e características. Desse modo,
pretendemos classificar as pesquisas segundo os objetivos, a origem das fontes e aos
procedimentos técnicos.
É imperativo destacar que conforme os objetivos e as etapas do estudo, mais de um tipo
de pesquisa pode ser utilizado.

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3.2.1
Classificação segundo os objetivos da pesquisa

Considerando os objetivos da pesquisa, podemos classificá-las em exploratórias,


descritivas e explicativas.

3.2.1.1
Pesquisa Exploratória

A pesquisa exploratória tem o propósito de levantar informações acerca de um


determinado tema de modo a familiarizar o pesquisador com seu objeto, favorecendo a
elaboração de hipóteses, a delimitação do universo da pesquisa e do campo, de modo a
explicitar o objeto. Seu objetivo principal é analisar o fenômeno estudado, aprimorando uma
ideia previamente construída pela intuição.
Nesse tipo de pesquisa podem ser realizados levantamentos bibliográficos, aplicação de
questionários, análises estatísticas e estudos de caso.
A pesquisa exploratória pode servir como instrumento inicial de outro tipo de pesquisa,
quando empregada para se estabelecer o estado do conhecimento, ou seja, uma verificação
bibliográfica das produções acadêmica sobre determinada área do conhecimento, tema ou
objeto de estudo.

3.2.1.2
Pesquisa descritiva

A pesquisa descritiva caracteriza-se por delinear as características de um fenômeno, fato


ou de um grupo. Nessa pesquisa, são realizados estudos e análises sem a intervenção do
pesquisador, que registra e interpreta os fatos e fenômenos conforme estes se mostram.
Diferentes estudos podem ser classificados como pesquisa descritiva, pois uma de suas
principais características está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais
como o questionário e a observação sistemática.
Observe o que Gil assinala:

São incluídas neste grupo as pesquisas que têm por objetivo


levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população.
Também são pesquisas descritivas aquelas que visam descobrir a

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existência de associações entre variáveis, como, por exemplo, as
pesquisas eleitorais que indicam a relação entre preferência
político-partidária e nível de rendimentos ou de escolaridade.
Algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação
da existência de relações entre variáveis, e pretendem determinar
a natureza dessa relação. Nesse caso, tem-se uma pesquisa
descritiva que se aproxima da explicativa. (GIL, 2002, p. 42)

Assim, podemos afirmar que a pesquisa descritiva pode ser empregada tanto em
pesquisas quantitativas quanto em pesquisas qualitativas, o que favorece a sua utilização,
principalmente quando se trata de pesquisa no âmbito das ciências sociais e humanas, como por
exemplo, em pesquisas históricas e em pesquisas no campo educacional, que se preocupam em
demonstrar comportamentos, acontecimentos e atuações práticas de indivíduos e grupos.

3.2.1.3
Pesquisa Explicativa

A pesquisa explicativa preocupa-se em identificar os fatores e as causas que determinam


a ocorrência do fenômeno, buscando explicações em um nível mais aprofundado do estudo de
modo a aproximar, o máximo possível, da realidade. Utiliza procedimentos experimentais e,
em geral, tem aplicação prática quando é utilizada nas Ciências Naturais, entretanto, não é fácil
utilizá-la nas Ciências Sociais.
As pesquisas exploratória e descritiva quando se constituem em etapas anteriores, dão
contribuições à pesquisa explicativa, “posto que a identificação dos fatores que determinam um
fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e detalhado” (GIL, 2002, p. 43).

3.2.2
Classificação segundo a origem das fontes da pesquisa

As pesquisas podem ser classificadas de acordo com a origem das fontes, isto é, em que
espaços e instrumentos os dados podem ser encontrados. Sobre os espaços, os dados podem
estar no campo ou no laboratório. Chamamos de campo o local onde ocorrem os fenômenos ou
o espaço no qual estão os elementos que explicam os fenômenos.
No campo não é possível isolar e controlar as variáveis, somente percebê-las e estudá-
las. Diferente do campo, o laboratório é um local fechado, preparado e equipado
especificamente para a realização de experiências e pesquisas científicas. No laboratório, as
variáveis podem ser isoladas e controladas pelo pesquisador.

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Quanto aos instrumentos, a pesquisa pode ser bibliográfica, documental, telematizada.
As fontes bibliográficas compreendem as publicações em papel, tais como livros e periódicos
da atualidade (revistas científicas e acadêmicas, jornais etc.). As fontes documentais referem-
se a documentos tais como legislação, certidões, cartas, periódicos antigos etc. As fontes
telematizadas são aquelas encontradas em formato digital, sob as formas de mídia (CD-ROM,
DVD-ROM), online (Internet e bases de dados). Atualmente é comum encontrarmos fontes
bibliográficas e documentais em base de dados e arquivos públicos disponíveis online.

3.2.2.1
Pesquisa Bibliográfica

A pesquisa bibliográfica é relevante porque reconstrói o conhecimento científico


acumulado sobre um problema ou fenômeno. Utiliza-se das fontes bibliográficas para buscar o
conhecimento do fenômeno, como livros e artigos científicos.
É comum que as pesquisas bibliográficas sejam utilizadas como parte inicial de outros
tipos de pesquisa. Existem, no entanto, outras pesquisas que fazem uso exclusivo de material,
como é o caso de pesquisas exploratórias, como por exemplo o “estado da arte” (também
conhecida como estado do conhecimento).
De acordo com Gil (2002, p. 44) “As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que
se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema, também costumam ser
desenvolvidas quase exclusivamente mediante fontes bibliográficas”. Gil também ressalta que
a pesquisa bibliográfica utiliza “fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre
determinado assunto” e isso é que a difere da pesquisa documental.

3.2.2.2
Pesquisa Documental

A pesquisa documental utiliza-se de documentos conservados em órgãos públicos e


privados, mas também podem ser encontrados em arquivos pessoais. Tratam-se de registros,
regulamentos, leis, anais de eventos, correspondências oficiais e pessoais (ofícios, circulares,
memorandos, cartas etc.), balancetes, filmes, gravações, fotografias, vídeo-tape, disquetes,
diários, cadernos de alunos, e tantos outros documentos atuais ou antigos. Os periódicos antigos
encontrados em acervos de bibliotecas, museus, igrejas, sindicatos, partidos políticos e centros
de documentação e memória.
Esse tipo de pesquisa vale-se de materiais que ainda não receberam tratamento analítico
por parte dos pesquisadores ou que se constituem como objeto de pesquisa. Em relação à
diferenciação entre pesquisa bibliográfica e pesquisa documental, observe o que assinala Gil:

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Nem sempre fica clara a distinção entre a pesquisa bibliográfica
e a documental, já que, a rigor, as fontes bibliográficas nada mais
são do que documentos impressos para determinado público.
Além do mais, boa parte das fontes usualmente consultada nas
pesquisas documentais, tais como jornais, boletins e folhetos,
pode ser tratada como fontes bibliográficas. Nesse sentido, é
possível até mesmo tratar a pesquisa bibliográfica como um tipo
de pesquisa documental, que se vale especialmente de material
impresso fundamentalmente para fins de leitura. (GIL, 2002, p.
46)

A pesquisa documental é relevante pela riqueza de suas fontes e representa uma maneira
inovadora de elaboração de conhecimentos, tendo em vista que os dados coletados podem servir
para a interpretação de uma realidade passada ou presente, além de se constituir como uma
prova sobre a existência de um fenômeno. A pesquisa documental é a principal maneira de se
reconstruir o passado, portanto, as pesquisas de natureza histórica têm nela a sua principal
aliada.

3.2.2.3
Pesquisa Telematizada

A pesquisa telematizada é aquela que faz uso de fontes em formato digital,


principalmente, da utilização de serviços informáticos em uma rede de telecomunicação
associados a instrumentos computacionais e midiáticos, tais como CD-ROM, DVD-ROM e
online (Internet e bases de dados).

3.2.3
Classificação segundo os procedimentos técnicos da
pesquisa

Uma pesquisa, ao ser desenvolvida, dá ênfase a um determinado conjunto de


procedimentos técnicos de coleta, análise e interpretação de dados que expressam sua natureza
e suas características. Neste critério, os tipos de pesquisa mais comuns podem ser organizados
em: levantamento, pesquisa de campo, pesquisa experimental, estudo de caso e pesquisa
histórica.

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3.2.3.1
Levantamento

O levantamento é também conhecido como pesquisa survey e seu caráter é quantitativo.


Deve ser utilizado quando o pesquisador pretende investigar a respeito de um dado diretamente
com uma população-alvo ou grupo, envolvendo opiniões e/ou características desses grupos. O
levantamento é realizado com respondentes que não precisam ser identificados, o que garante
o sigilo para que participa. De acordo com Gil (2002, p. 141) nesta pesquisa, “o analista tem a
sua frente somente os dados obtidos por meio do formulário, e sabe que não pode captar as
experiências dos vários entrevistadores que o aplicaram”, é necessário, portanto, que o
pesquisador elabore um quadro teórico inicial, que sirva como referência para se evitar
especulações no momento da análise.
Freitas (et al., 2000, p.105) explica que as principais características do survey são o
interesse em produção de descrições quantitativas e o uso de um instrumento predefinido. Em
geral, esse tipo de levantamento é feito por meio de questionários com questões que podem ser
fechadas ou abertas. Nas primeiras, o entrevistado responde às questões com opções restritas e
nas segundas, não há restrições, respostas são livres.
Quando um pesquisador utiliza a survey, as informações obtidas passam por um
tratamento estatístico para que esses dados sejam validados, de modo a garantir que as variáveis
sejam analisadas e compreendidas.
O estudo dessas variáveis, de acordo com Freitas (2000, p. 109), podem ser qualitativas
ou quantitativas. Neste sentido, é possível inferir que o tipo de abordagem realizada pelo
pesquisador dependerá tanto do tratamento dado às informações quanto dos objetivos expressos
na pesquisa.

3.2.3.2
Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo é um modelo clássico de investigação que faz uso de entrevistas


com informantes de modo a captar suas explicações, ideias e interpretações sobre o que ocorre
na realidade estudada. Trata-se de um estudo que pode ser qualitativa ou quantitativa, conforme
o tipo de coleta e análise dos dados, e de acordo com o tratamento da informação. Também é
possível a aplicação de questionários, testes e observação participante ou não.
O pesquisador buscar as informações diretamente com a população pesquisada por meio
da observação controlada e técnicas de amostragem específicas para coletar dados. Para isso,
precisa ir ao local no qual o fenômeno está ocorrendo ou já ocorreu anteriormente. Suas
conclusões decorrem de análise das variáveis que são percebidas no comportamento do
fenômeno que está sendo estudado.

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De acordo com Gil (2002, p. 53), a pesquisa de campo conjuga as entrevistas com a
análise outras fontes, tais como documentos, filmes e fotografias. O “campo” pode ser uma
comunidade, seja de trabalho, de estudo, de lazer, enfim, em qualquer instituição em que haja
atividade humana.

3.2.3.3
Pesquisa Experimental

A pesquisa experimental é o estudo realizado sob condições controladas, porque a


natureza do problema de pesquisa assim exige. Trata-se de uma experiência realizada em local
restrito (em geral, laboratório), impossível de ser realizada no campo, no qual o pesquisador
planejou um experimento aplicando um método adequado de comprovação de hipótese, em um
contexto lógico.
Nesse tipo de pesquisa pode-se utilizar um grupo experimental e outro de controle de
modo a manipular as variáveis e coletar os dados. Pode-se também utilizar fórmulas
matemáticas ou estatísticas para estabelecer relações de causa e efeito, assim como simulações
em computador.
Segundo Gil (2002, p. 47), a pesquisa experimental “consiste em determinar um objeto
de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de
controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto”. Por esse motivo, alguns
autores costumam explicitar que este é o melhor exemplo de pesquisa científica.
De acordo com Salomon (2010, p. 166), a hipótese poderá ser comprovada ou não,
dando a possibilidade de generalizações a partir da amostra utilizada e dos “princípios que
regem o comportamento dos elementos da população ou universo em questão”.
Na pesquisa experimental, o pesquisador é um agente ativo porque pode interferir na
experiência e não um observador passivo que apenas estuda o fenômeno ou o objeto a ser
conhecido.
Como exemplo de pesquisa experimental podemos citar um estudo realizado para
conhecer os efeitos, nos animais, de uma substância retirada de uma planta. A substância é
isolada e são utilizadas em cobaias vivas. O pesquisador faz observações rigorosas, registra-as,
analisa e controla as variáveis, interpreta os resultados.
Ressalte-se que para a realização desse tipo de pesquisa é necessária autorização
especial do Comitê de Ética.

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3.2.3.4
Estudo de Caso

O estudo de caso consiste em pesquisar um evento particular, e é muito utilizado nas


ciências humanas e sociais. Possibilita estudar um fenômeno em seu contexto real. “Nas
ciências sociais a distinção entre o fenômeno e seu contexto representa uma das grandes
dificuldades com que se deparam os pesquisadores” (GIL, 2002, p. 54).
De acordo com Severino (2007, p. 121), a “coleta de dados e sua análise se dão da
mesma forma que nas pesquisas de campo, em geral”. Entretanto, a diferença está na escolha
do caso a ser estudado que deve ser “significativamente representativo” em um conjunto de
casos equivalentes.
Podemos citar como exemplo um estudo de caso no campo da educação, em que o
pesquisador estuda o processo de alfabetização de uma criança que apresenta Transtorno do
Espectro Autista – TEA. O pesquisador atuará como observador desse processo, coletando
dados e informações a partir das atividades realizadas pela criança, oferecidas por seus
professores.
Esse tipo de pesquisa exige disponibilidade de tempo e embora “aparentemente” não
demonstre rigor metodológico, exige foco e dedicação do pesquisador, caso contrário corre-se
o risco de acumular dados em excesso, que dificultará sua análise e posterior interpretação,
prejudicando os resultados.

3.2.3.5
Pesquisa Histórica

A Pesquisa Histórica tem o propósito de compreender os fenômenos históricos por meio


de acontecimentos passados, buscando interpretar as evidências históricas baseadas em fontes
documentais seguras e válidas. As fontes documentais compõem o “o repertório de um dado
histórico”, isto é, “o relato de um acontecimento feito por testemunha ocular”
(KERLINGER, 1979, p. 347).
A pesquisa histórica utiliza procedimentos da pesquisa descritiva e analisa os
acontecimentos procurando resguardar o registro dos eventos e realizações do passado, mas
sem perder de vista os seus significados.

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Resumindo

• A pesquisa é o meio pelo qual o cientista elabora um


conhecimento.
• As pesquisas se classificam de acordo com sua
finalidade, sua abordagem, seus objetivos, suas fontes e
seus instrumentos técnicos.

Sugestão de Atividade

Elabore um diagrama com os diferentes tipos de pesquisa,


separando-os segundo as modalidades apresentadas no texto.
Em seguida, poste na Sala Virtual da Disciplina, no ícone
Tarefa.

Registre sua ideia

Agora que você conhece os diferentes tipos de pesquisa,


escolha aquela ou aquelas que você gostaria de executar. Explique
seus motivos.
Em seguida, poste na Sala Virtual da Disciplina, no ícone
Tarefa.

37
Importante!

Todas as atividades postadas no Ambiente Virtual de


Aprendizagem estarão compondo a nota bimestral juntamente com a
avaliação presencial.
Não se esqueça, também, de participar do nosso fórum de
discussões.

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