Vous êtes sur la page 1sur 36

SEMINÁRIO DE GEOGRAFIA DA POPULAÇÃO

Alunos (as): Cíntia Magda Pessin dos Reis

Flávia Lichoth Sampaio Perrin Pacheco

Lucas Tavares Honorato

Mariana Silva Figueiredo

Raquel Conceição Carvalho

0
Niterói, 2009

UFF – Universidade Federal Fluminense

Trabalho de Pesquisa de Geografia da população

Professor: José Carlos Milléo

Período: 2º

Alunos (as): Cíntia Magda Pessin dos Reis

Flávia Lichoth Sampaio Perrin Pacheco

Lucas Tavares Honorato

Mariana Silva Figueiredo

Raquel Conceição Carvalho

Tema:

A Geografia do Espiritismo

1
Sumário:

 Introdução ________________________________________________página 3
 1- História do espiritismo _____________________________________página 4
 2- O espiritismo no Brasil ____________________________________ página 8

 3- Abrangência sócio espacial do espiritismo _____________________página 15


 Conclusão ________________________________________________página 22
 Bibliografia _______________________________________________ página 23

 Fontes ___________________________________________________página 25

 Anexos __________________________________________________ página 27

2
Introdução

O objetivo deste trabalho é demonstrar a origem da doutrina espírita, bem


como sua chegada ao Brasil e sua propagação às diferentes classes sociais e
espaços geográficos.

Para um estudo mais aprofundado e específico, foi escolhido o Grupo Espírita


Messe de Amor (G.E.M.A.), que insere-se na comunidade carente da Martins Torres,
oferecendo assistências como creche, oficinas de arte, cursos.

Como metodologia de estudo, além das fontes bibliográficas, fez-se o uso de


entrevistas com os médiuns do grupo – a partir do trabalho de campo realizado –, no
intuito de melhor compreender e evidenciar sua espacialidade.

No primeiro capítulo, abordaremos a história geral do espiritismo, desde a


publicidade dos primeiros fenômenos mediunicos, até sua chegada ao Brasil.

No segundo capítulo, procuramos expor toda a historicidade da Doutrina no


país, através da analise de sua chegada, estruturação e propagação no território do
brasileiro.

No terceiro capítulo diagnosticamos o quadro da sociedade moderna – pós


revoluções industriais – e sua relação com as mudanças adaptativas da doutrina.

Procuramos também discorrer de maneira analítica uma relação entre o principio de


mercado da Teoria dos lugares centrais, de Walter Christaller, buscando uma
possível explicação geográfica para o fenômeno de propagação da doutrina espírita
às comunidades carentes.

Enfim, concluímos fazendo uma breve análise sobre o dinamismo da doutrina.

3
1- História do espiritismo

A primeira manifestação de grande repercussão relacionada à espiritualidade


se deu no ano de 1847 nos Estados Unidos, especificamente no vilarejo de
Hydesville, estado de Nova York, quando uma família de fazendeiros, os Fox, se
mudou para uma casa que tinha a fama de ser “mal assobrada”. Porém, e
justamente por isso, seu valor era mais acessível àquela família. A partir daí as irmãs
Lia, Margareth e Kate Fox, começam a fazer contato com o espírito Charles B.
Rosma, através de pancadas (tiptologia) ouvidas nas paredes. O espírito deu provas
da sobrevivência após a morte, provas essas que foram constatadas como
verdadeiras após algum tempo de observações. A imprensa noticiou o fato; as irmãs
começaram a fazer demonstrações públicas de mediunidade de efeitos físicos e
várias comissões de análise atestaram a veracidade dos fenômenos. Desde então
outros médiuns começaram a se destacar e os fenômenos de efeitos físicos se
multiplicaram.

Paralelamente aos fatos ocorridos na casa da família de fazendeiros, a


Europa como um todo apresentava um ritmo acelerado de urbanização e esse fator
influenciou no setor da comunicação e gerou novas questões sociais que refletiam
na forma de organização das cidades. No caso da França, havia um lugar onde as
pessoas se encontravam e consequentemente onde as novas idéias e doutrinas
tinham espaço para serem discutidas e divulgadas: os famosos “salões”.

Por volta do ano de 1853, médiuns estadunidenses, ingleses e até médiuns


locais, levam para os salões parisienses as chamadas “sessões de mesas volantes,
girantes ou dançantes”. Essas reuniões consistiam em um certo número de pessoas
em volta de uma mesa redonda, que depois de um tempo parecia que ganhava vida
e “dançava” no ar sem suporte algum. Com o passar do tempo, esse fenômeno
começou a ser interrogado e a resposta seria a mesma da família Fox: espíritos de
pessoas mortas movimentavam as mesas na tentativa de se comunicar com os
vivos, fato que chamou atenção de pesquisadores da época.
4
Com o desenvolvimento do Humanismo, o homem passou a ser o objeto de
estudo da Filosofia e o filósofo francês René Descartes estabelece a
supervalorização da razão em detrimento do conhecimento sensível. Todo esse
panorama favorece a evolução da ciência com a eclosão das especializações em
busca de ampliar os horizontes do conhecimento. É necessário ressaltar que as
diversas ciências são importantes para o Espiritismo, que se relacionou com as
diferentes formas do saber.

Em 1855, Hippolite Léon Denizard Rivail – que mais tarde seria conhecido
como Allan Kardec – foi convidado para assistir uma reunião. A princípio não aceitou
o fato das mesas girarem, mas após quase dois anos de estudo, concluiu que as
mesas eram instrumentos, ferramentas de comunicação de um espírito de um ser
humano morto.

Uma das grandes contribuições da ciência para o Espiritismo seria a questão


do magnetismo que é abordado como base teórico-científica de grande parte dos
fenômenos. Com base nos estudos de Franz Anton Mesmer (1734 – 1815), que
definiu magnetismo animal como sendo a capacidade de um indivíduo em causar
efeitos similares ao magnetismo mineral em outra pessoa, Allan Kardec afirma que é
um meio de cura já que através do passe é possível ocorrer uma transmutação do
fluido magnético da pessoa que o recebe promovendo a sua melhora.

Sua pesquisa culminou, em 1857, no lançamento da obra O Livro dos


Espíritos que introduziu os princípios fundamentais da Doutrina Espírita. O professor
assinou sua obra com o pseudônimo Allan Kardec (o espírito Z lhe diz que o tinha
conhecido em uma encarnação anterior, na Gália, ao tempo de Júlio César, quando
ele era um sacerdote druida chamado “Allan Kardec”), nome pelo qual passou a ser
conhecido. Kardec atuou como pesquisador em vários ramos da ciência como a
Pedagogia, a Gramática Francesa e até mesmo as áreas de Matemática, Química,
Física e Anatomia.

Em 1858, Allan Kardec publicou o primeiro número da Revista Espírita,


instrumento auxiliar para a divulgação da doutrina espírita. No mesmo ano criou a
Sociedade Espírita de Paris, sendo considerado o codificador da filosofia espírita. Na

5
seqüência publica: O Que é o Espiritismo? (1859), a segunda edição de O Livro dos
Espíritos (1860) e O Livro dos Médiuns (1861).

Ainda neste ano – 1861 – o bispo de Barcelona determina a queima de livros


de Kardec. O ato, conhecido como “o auto-de-fé de Barcelona”, tem efeito contrário
ao desejado pela autoridade católica e marca a nova fase de expansão do
espiritismo. Assim Kardec lança, em 1864, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O
Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868) onde promove a união da ciência e da
religião.

A doutrina espírita é caracterizada pelo ideal de compreensão da realidade


mediante ao tripé do conhecimento:

∙Ciência, pois estuda, à luz da razão os fenômenos mediúnicos (todos os fenômenos


tem explicação científica; são de ordem natural);

∙Filosofia, pois a partir dos fenômenos espíritas, se tem uma interpretação da vida e
se responde diversas indagações como “de onde viemos?”, “para aonde vamos?”;

∙Religião, porque o espiritismo tem por fim a transformação moral do homem,


retomando os ensinamentos de Jesus Cristo, para que sejam aplicados na vida
diária de cada pessoa.

“Em Espiritismo a Ciência indaga, a Filosofia conclui e o Evangelho ilumina.”


(Espírito Emmanuel à Francisco Cândido Xavier).

Os princípios fundamentais desta doutrina são: a crença em Deus, como


princípio criativo; a caridade, que é “o amor em movimento” – Allan Kardec: “Qual o
verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entende Jesus? Benevolência para
com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas” –; a
existência do Espírito e sua sobrevivência após a morte; a reencarnação; a lei de
causa e efeito; a influência do mundo invisível sobre o visível; a comunicação entre
esses dois mundos e a evolução moral e intelectual progressivas.

"Pelo Espiritismo, o homem sabe de onde vem e para onde vai, porque sofre
temporariamente e vê por toda a parte a justiça de Deus. Sabe que a alma progride

6
sem cessar, através de uma série de existências sucessivas, até atingir o grau de
perfeição que pode aproximá-la de Deus.” – (Allan Kardec – A Gênese, cap. I, item
30)

Em 1869, após um aneurisma da aorta, Allan Kardec morre deixando um


vasto número de seguidores e um acervo que é suporte para esta doutrina até hoje.

Desde as primeiras manifestações de mediunidade, o espiritismo sofreu um


processo de difusão espacial e se instalou, através dos meios de comunicação ao
longo das épocas, em vários países como: Angola, Argentina, Bélgica, Bolívia,
Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Espanha, Guatemala, Itália, Japão, México,
Noruega, Paraguai, Peru, Portugal, Reino Unido, Suécia, Suíça e Uruguai.

“O processo de difusão espacial origina-se num foco inicial (hearth), que apresenta
condições propicias para inovações. Essas condições foram historicamente
construídas a partir de necessidades locais ou regionais, quando referentes ao
passado remoto”.(Corrêa, 2008).

7
2- O espiritismo no Brasil

Entre 1853 e 1854 surgiram no Brasil notícias sobre os fenômenos das


"mesas girantes" que ocorriam principalmente nos Estados Unidos da América e na
Europa, publicadas no Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, do Diário de
Pernambuco, de Recife, e em O Cearense, de Fortaleza.

Com a difusão espacial (França-Brasil), a doutrina sofreu uma mudança


significativa na sua ênfase. Enquanto na França era notado o predomínio na
doutrina enquanto ciência, no Brasil a ênfase passa a ser a feição mística, religiosa,
de caridade. Tal fato pode ser explicado pelo misticismo da cultura brasileira que já
possuía elementos que serviram pra interpretação da crença, fundamentando-se em
espaços míticos, que “... é também uma resposta do sentimento e da imaginação às
necessidades humanas fundamentais. Difere dos espaços concebidos pragmática e
cientificamente no sentido que ignora a lógica da exclusão e da contradição” (Tuan,
1983).

Os primeiros experimentadores da mediunidade, no Brasil, saíram dos


cultores da Homeopatia, com os médicos Bento Mure – francês – e João Vicente
Martins – português – aqui chegados em 1840 (Império), que aplicavam passes em
seus clientes e falavam em Deus, Cristo e Caridade, quando os curavam. José
Bonifácio, o “patriarca da Independência”, cultor da homeopatia, é também um dos
primeiros experimentadores do fenômeno espírita.

A relação existente entre o espiritismo e a homeopatia se dá devido à ambos


trabalharem com energia espiritual. A base da homeopatia é a de extrair uma
energia espiritual através da maceração e sucussão de plantas e outras substâncias,
enquanto o espiritismo trabalha a energia interior do individuo. Caracterizando tal
relação que tem como base a energia, o magnetismo.

Desde sua chegada ao Brasil o Espiritismo sofreu preconceitos. Não era


aceito como uma nova doutrina e foi muito comparado às religiões afro, ameríndias
e pagãs, fortemente perseguidas pelo catolicismo.

8
Porém, a caridade e a política assistencialista foram pontos de fundamental
importância para a aceitação do espiritismo no Brasil. Criou-se uma visão positiva
sobre essa fé aproximada da razão, sendo esses pontos de essencial importância
para uma maior aceitação da Doutrina perante a sociedade, já que os praticantes
eram pessoas idôneas, de classe média (professores, militares, funcionários
públicos) que não cobravam pelos serviços prestados a populações que viviam em
áreas insalubres. Observa-se nesse processo a idéia de rede, como interações entre
diferentes atores sociais (Warren, 1993).

Em 1863 o Espiritismo já era comentado com seriedade e o "Jornal do


Comércio", maior órgão da imprensa da Capital do Império, que em setembro
publicava artigo favorável à nova Doutrina.

A formação dos centros espíritas no Brasil

Os primeiros centros espíritas, nos moldes preconizados por Kardec, surgem


na Bahia em 1865. O Grupo Familiar do Espiritismo, criado por Luís Olímpio Teles de
Menezes – localizado na cidade de Salvador – foi o primeiro Centro Espírita do
Brasil, e seu fundador foi o primeiro a presidir uma sessão mediúnica no Brasil, onde
se concebeu a primeira página psicografada e assinada pelo "Anjo Brasil".

O fato de a Bahia ter sido o primeiro lugar a acolher o espiritismo no Brasil se


deve a grande espiritualidade desse estado que já abrigava religiões que cultuavam
espíritos e utilizavam a mediunidade em suas práticas. É observada uma certa
facilidade de aceitação quando já se conhece o mínimo do novo, com isso torna-se
mais fácil à aproximação com a Doutrina e evidente à busca pelo entendimento dos
fenômenos que fogem a compreensão humana. Antes da chegada do espiritismo no
Brasil, as pessoas que diziam ter contato com forças sobrenaturais eram ditas
loucas e essas manifestações eram ignoradas pela Igreja Católica. Observa-se a
importância do espaço sagrado para a aceitação de uma nova doutrina. Espaço
sagrado que pode entendido como “um campo de forças e de valores que eleva o
homem religioso acima de si, transpondo-o para um lugar distinto daquele no qual
transcorre seu cotidiano” (Rosendhal, 2008).

9
Em 1866, Luís Olímpio Teles de Menezes publicou o opúsculo, pequena obra
escrita, O Espiritismo: Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, contendo páginas
extraídas e traduzidas de O Livro dos Espíritos.

Diante dos ataques expressos da Pastoral de D. Manuel Joaquim da Silveira,


Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil, Luís Olímpio escreveu uma carta aberta em
defesa do Espiritismo, em que, conforme consta na obra Espiritismo Básico de
Pedro Franco Barbosa, afirma: "O Espiritismo tem de passar por provas rudes, e
nelas Deus reconhecerá sua coragem, sua firmeza e sua perseverança. Os que se
ausentam por um simples temor, ou por uma decepção, assemelham-se a soldados
que somente são corajosos em tempo de paz, mas que, ao primeiro tiro, abandonam
as armas".

Em julho de 1869, para melhor defender e propagar o Espiritismo, duramente


atacado pelo clero e imprensa de Salvador, Luís Olímpio Teles de Menezes publica
"O Echo D’Além-Tumulo" — Monitor do Espiritismo no Brasil, o primeiro jornal
espírita do Brasil. (Barbosa, 1987).

Mais tarde, em 1873, a Doutrina começa a se instalar no Rio de Janeiro, que


foi se aproximando mais com os ensinamentos e moldes da doutrina kardecista. A
propagação pra o Rio de janeiro se deve ao fato de, na época, o estado ser capital
do país. Devido a este status, houve a tendência de concentração dos grandes
intelectuais e pessoas de maior grau de alfabetização nesta área. Fato que ajudou a
disseminar e propagar o estudo da ciência que junto à filosofia e a religião, formando
o tripé básico da doutrina.

Neste mesmo ano foi criado o primeiro centro espírita do Rio de Janeiro -
"Sociedade de Estudos Espiríticos – Grupo Confúcio", sendo realizados, em nome
do centro: a primeira tradução das obras de Kardec para o português, em 1875, por
Joaquim Carlos Travassos, com pseudônimo de Fortúnio; a primeira assistência
gratuita homeopata; a primeira revelação do Espírito Guia do Brasil, o anjo Ismael.
Compunham o centro os elementos da alta sociedade da Corte, entre eles Joaquim
Carlos Travassos e Bittencourt Sampaio. O Grupo se extinguiu em 1879.

10
O primeiro registro de perseguição oficial ao Espiritismo acontece em 1881,
nos periódicos O Cruzeiro e Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro. Foi anunciada a
ordem policial proibindo a fundação da "Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e
Caridade” e dos Centros filiados. Em 6 (seis) de setembro desse mesmo ano uma
comissão de espíritas foi recebida pelo Imperador D.Pedro II, que promete que não
haverá mais perseguição aos espíritas, porém nada mudou. Em um intervalo de
cerca de semanas a mesma comissão volta ao Imperador que lhes faz a mesma
promessa, mais uma vez sem sucesso.

Em 28 de agosto de 1882 é realizada a Primeira Exposição Espírita do Brasil,


na sede da Sociedade Acadêmica Espírita Deus, Cristo e Caridade. A data, aliás,
recordava o início da perseguição policial ao Espiritismo.

Em paralelo ao processo de repressão, foi notável – após a extinção do grupo


– a grande dissidência do movimento espírita, pois cada dirigente queria dar ênfase
a um único aspecto da Doutrina Espírita. Uns defendiam exclusivamente o estudo do
Evangelho; outros priorizavam a cientificidade enquanto um terceiro grupo pregava a
religiosidade como prioridade. Como conseqüência houve a separação, a desunião,
e os embates.

Foi justamente em meio a essa situação que surgiu Bezerra de Menezes, a


fim de equilibrar o movimento espírita, tornando-o forte, coeso e seguro, no sentido
de criar condições para que o Brasil pudesse cumprir a sua missão de “fornecedor
do Evangelho ao mundo”, já que, segundo a visão espírita, o Brasil se transformaria
no “berço” do cristianismo no mundo.

Após a proclamação da República, em 1889, entra em vigor um novo código


penal, no qual o espiritismo era enquadrado como transgressão a lei, em algumas
de suas práticas relacionadas a contatos mediúnicos. Finalmente, em 24 de
fevereiro de 1891, a Constituição Republicana, constituiu o Estado laico – liberdade
de crença –.

Mesmo após a declaração de Estado laico a repressão continuou. Em 27 de


outubro de 1937 a FEB (Federação Espírita Brasileira) foi fechada pela Polícia,

11
sendo reaberta três dias depois por ordem do Dr. Macedo Soares, então Ministro da
Justiça.

A Federação Espírita Brasileira (F.E.B.).

No dia 2 de janeiro de 1884 foi fundada a FEDERAÇÃO ESPÍRITA


BRASILEIRA (F.E.B.), na Rua da Carioca nº. 120 sobrado no Rio de Janeiro. A
iniciativa coube a Augusto Elias da Silva, que recebeu o apoio de Ewerton Quadros
– o primeiro presidente da FEB –, Xavier Pinheiro, Fernandes Figueira, Silveira Pinto
e outros intelectuais. Apesar de ser denominada Federação, a instituição não
contava com qualquer filiação de outras entidades. Evidente que seus objetivos
projetavam-se no futuro, sendo seus fundadores os instrumentos de uma
planificação maior da Espiritualidade.

A revista O Reformador, fundada também pelo Sr. Elias da Silva, considerada


um “órgão evolucionista” para época, fora criada pra disseminar a doutrina e com
isso amenizar as discordâncias, mesmo assim não foi fácil o trabalho de unificação
dos espíritas.

A adesão do Dr. Adolfo Bezerra de Menezes; político, médico e católico que


veio a presidir a FEB nos anos de 1888-89 e 1985, foi um fato de muita expressão
para o Espiritismo, pois ele pregava a união dos espíritas, que era extremamente
prejudicada pela vigência entre “místicos” e “científicos”.

Em 1897 são transferidos para a FEB os direitos autorais, para língua


portuguesa, de todas as obras de Allan Kardec, fato de suma importância para a
difusão da Doutrina Espírita no Brasil. O período de 1905 a 1930 é de grande
expansão do Movimento Espírita.

A partir de 1939, a FEB começou a montagem de uma oficina gráfica própria


para a edição das obras espíritas. Francisco Cândido Xavier, mais conhecido como
Chico Xavier, psicografou sua primeira obra, lançada pela FEB - "Parnaso de Além-
Túmulo".

Ao longo do tempo, o espiritismo foi ganhando maior prestígio junto às


classes e instituições, a FEB foi um importante mecanismo para combater a

12
perseguição sofrida em momentos passados. Em contrapartida, muitos dos cultos
afro-brasileiros ainda sofreriam bastante com a perseguição de órgãos de polícia.

Porém, as divergências existentes, devido ao personalismo e interpretações


da Doutrina, dificultavam a expansão do movimento espírita. Surge em 1949 à
oportunidade de entendimento entre as diversas correntes. A oportunidade ocorreu
em outubro do ano acima citado e recebeu o nome de Congresso da Confederação
Espírita Pan-Americana.

Responsáveis por diversos segmentos do Movimento Espírita dos mais


variados estados brasileiros reúnem-se na sede da FEB no Rio de Janeiro. Esse
encontro foi posteriormente denominado “Pacto Áureo” devido aos impactos,
benéficos, causados sob os diversos seguimentos e alem de sua grande importância
para o meio espírita.

O espiritismo no Brasil nos últimos anos

Nas últimas décadas, o papel do Brasil frente aos rumos tomados pela
doutrina espírita foi notório. Um fato interessante a ser observado é que adeptos de
outras denominações religiosas são simpatizantes ao espiritismo. Afirmação essa
que foi constatada por uma pesquisa realizada pelo Vox Populi (VARELLA 200:78-
82), segundo a qual 59% da população brasileira acredita que já teve outras vidas,
apesar de somente 3% se declararem espíritas.

Talvez por isso, possamos compreender o porquê o Brasil em um aspecto


global se consolida como o país que mais tem adeptos à doutrina, e ao mesmo
tempo, tem o maior contingente de praticantes de denominações contrárias a essa
mesma crença, em termos regionais.

O médium Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, deu um novo fôlego ao


crescimento da doutrina espírita no país, tornou-se uma figura emblemática e de
suma importância para consolidação do espiritismo. Por ser um médium de
nacionalidade brasileira e de grande expressão, o contato com a doutrina foi
aguçado ajudando assim, a difundir ainda mais o espiritismo. Suas obras
psicografadas também tiveram um papel importante na propagação dos ideais

13
espíritas. Entre suas obras, podemos destacar “Brasil, Coração do Mundo Pátria do
Evangelho”, onde ele narra à intervenção dos espíritos em diferentes
acontecimentos da história nacional.

Atualmente, o Brasil possui 1,3 milhões de espíritas, de acordo com o Censo


2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Terceiro
maior grupo religioso do País – vide anexo 1 –. Os espíritas fazem parte do
segmento social que têm maior renda e escolaridade, segundo os dados do mesmo
Censo.

14
3- Abrangência sócio espacial do espiritismo

Para legitimar o atual processo de abrangência sócio espacial da doutrina


espírita procuramos analisar a difusão dos grupos espíritas às comunidades
carentes. Fato este que contradiz o antagônico processo de alocação dos grupos e
centros espíritas, que, em geral, localizavam-se no entorno das ditas comunidades
carentes.

A estruturação classista histórica da doutrina espírita

Pode-se dizer que o espiritismo estruturou-se e propagou-se entre as classes


sociais mais favorecidas devido a inúmeros fatores as quais os fundamentos da
doutrina impuseram aos médiuns.

Por esta fundamentar-se em um tripé indissociável, ciência/filosofia/religião –


como já foi abordado no capitulo 1 –, é de fundamental relevância para o trabalho
como médium em um grupo espírita (sendo médium trabalhador de um grupo
espírita entendido como: ser capaz de exercer contatos mediúnicos, interpretar a
filosofia da doutrina e desenvolver estudos científicos), um grau de escolaridade
elevado.

Tendo em vista a historicidade da fundamentação espírita, vemos-nos em


uma realidade onde o acesso à escolaridade das camadas inferiores era totalmente
negado pela sociedade patriarcal, sendo exclusivo a nobres e, em menor escala, a
burguesia em desenvolvimento, no século XIX.

Frente a isso, é de total compreensão o porquê da estruturação e propagação


dar-se entre as classes mais elevadas, em detrimento as menos favorecidas. Fato
que vigorou até o “advento” do mundo moderno – pós revoluções industriais – e que
gerou diversas novas problemáticas, sendo papel da doutrina adaptar-se às
mudanças sociais globais.

Espiritismo e a era moderna

No mundo moderno, têm sido notáveis as diferenciações da dinâmica da


doutrina frente à crise atual que vigora na sociedade globalizada, onde o modo de
15
vida cartesiano e individualista tem sido posto em “cheque” em prol de uma visão
mais humanista.

A globalização impôs uma grande aceleração do processo de transformação


do espaço, criando uma nova relação espaço-tempo, no qual o tempo – cada vez
mais efêmero – revela um espaço amnésico nas cidades, onde “o aumento da
velocidade das comunicações – ligando lugares e pessoas, em rede, e permitindo
um acesso mais rápido [quase instantâneo] à informação – produz
contraditoriamente o espaço do isolamento” (Carlos, 2004), ou seja, produz o
espaço amnésico, que é caracterizado “... pelo distanciamento do indivíduo em
relação aos lugares de realização da vida...” (Idem, 2004).

Outro fator importante para análise da condição moderna da sociedade são


as relações de propriedade que criam limites do uso, ressignificando-o, e tendendo à
destruição do espaço público em prol das possibilidades do uso. É a “... passagem
do processo de consumo no espaço ao consumo do espaço...” (Idem, 2004),
havendo uma tendência à destruição das condições de sociabilidade pela eliminação
do encontro, submetido cada vez mais à mercadoria.

Tais análises – dentre outras, que não caberiam neste trabalho –, somado ao
ideal individualista, têm revelado contradições sociais, como a desintegração da vida
cotidiana pelo empobrecimento das relações sociais e, com isso, uma crise de
identidade e persistência (Idem, 2004).

Estas contradições têm favorecido a expansão – e o surgimento – de diversas


religiões como forma de abstrair-se do modo de vida já dito, do qual todos somos
vitimas e ao mesmo tempo agentes desta visão contemporânea de mundo.

Na doutrina espírita a expansão tem sido notada através do grande aumento


da alocação de grupos espíritas em comunidades carentes nas ultimas décadas.
Localização que diverge da tradicional, caracterizando o atual processo de
redistribuição espacial e aprofundamento da doutrina às camadas economicamente
menos favorecidas da sociedade.

16
Estudo sobre o Grupo Espírita Messe de Amor

Com base nas explanações anteriores, procuramos demonstrar como se tem


configurado o fenômeno da propagação desta doutrina, através da análise da
população dos médiuns do Grupo Espírita Messe de Amor (G.E.M.A). Localizado na
comunidade carente da Martins Torres – podendo ser entendido como comunidade
carente um subconjunto da sociedade que a integra em um espaço restrito por
dimensões bem definidas, este caracterizado por marcas de insalubridade e pobreza
(Cruzeiro, 2009) – que engloba o Morro da Paulada e o Morro da Beltrão (como
forma de influência devido à comunidade dar acesso ao mesmo) – sendo “morro”
sinônimo de “favela”, logo, uma estratégia de sobrevivência de grupos
marginalizados, onde predominam-se as auto-construções. (Rodrigues, 1988) –, no
bairro de Santa Rosa, Niterói/RJ. Segue, no anexo 2, o mapeamento da área da
comunidade, produzido através da utilização do programa Google Earth e
programas de edição gráfica.

Para o estudo, houve a aplicação de questionários a 10 médiuns do grupo,


sendo este composto por 15 médiuns, como também o levantamento de dados fruto
de visitas à Federação Espírita Brasileira e sites da internet, que ajudaram a
viabilizar a estruturação do seminário.

Após a metodologia de pesquisa – entrevistas – e análise dos dados, vimos-


nos frente a relações onde: 30% dos médiuns entrevistados inserem-se na classe
A1, 20% na classe B1, 40% na classe B2, e 10% na classe C1, sendo adotado para
análise de classes sociais o CCEB 2008 (Critério de Classificação Econômica
Brasil), elaborado pela ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) com
base no Levantamento Sócio Econômico 2005 (IBOPE) – podendo ser visto os
gráficos e o CCEB 2008 por renda familiar no anexo 3 –. Fato que ratifica o atual
processo de aprofundamento da doutrina às camadas economicamente menos
favorecidas da sociedade.

Outra forma de ratificar a relação entre as classes sociais mais elevadas e as


menos favorecidas, para legitimação do fenômeno explanado, foi o mapeamento das
residências dos médiuns. Como se pode ver no anexo 4 – fruto de trabalhos de
campo para levantamento de dados, através de entrevistas, como foi dito

17
anteriormente, que viabilizou o georeferênciamento daquelas, que também foi feito
através do uso do Google Earth e de ferramentas de edição de imagens –, o mapa
ilustra de maneira fiel o fato discorrido, quando 7 (sete) dos 10 (dez) entrevistados
residem em bairros nobres (Icaraí), 2 (dois) em bairros menos favorecidos (Santa
Rosa) e 1 (um) em comunidade carente.

Podemos também expor a relação entre classes através de uma analise a


respeito do grau de escolaridade, onde – através dos mesmos processos de
levantamento – deparamos-nos com o seguinte fato: 9 (nove), dos 10 (dez)
entrevistados, tem grau superior completo. Fato este que legitima a necessidade de
grau e tempo de escolaridade elevado para o estudo da ciência, um dos pilares da
doutrina – como já explanado anteriormente –.

Frente aos dados, é visível a primazia das classes A e B frente à classe C


(10% - 1 pessoa). Porém foi de total necessidade – e relevância – o levantamento
das origens dos médiuns, sendo dos 10 (dez) entrevistados, 8 (oito) ditos de origem
familiar humilde e com contato com a doutrina desde suas origens.

Com base nos dados, chegamos à conclusão de que aqueles médiuns de


origem humilde compõem uma segunda geração espírita, a qual foi assistida pela
doutrina, quando mais jovens, e que, mesmo após a ascensão socioeconômica,
continuaram praticando essa, e, devido à doutrina fundamentar-se na caridade –
como já foi dito –, invocaria nos médiuns sentimentos de gratidão e necessidade de
prestação de caridade em escalas superiores às quais a localização periférica
antagônica proporcionava. Configurando, com isto, uma conjuntura onde apenas a
interação diária com a comunidade carente saciaria o sentimento de prestação de
caridade – a qual foi assistida em suas origens – e fraternidade, onde os médiuns
proporcionariam a amenização das misérias de pessoas necessitadas de maneira
mais incisiva.

Tal conjuntura é agravada pela mudança da problemática da pobreza. No


início do século XX, a pobreza era vista como a recusa do indivíduo em vender sua
força de trabalho e às dificuldades em respeitar as regras do salariado, sendo uma
responsabilidade individual na qual o indivíduo era pobre em virtude de suas
fraquezas morais (Valladares, 2005). Esta visão foi deslocada do âmbito puramente

18
econômico, ao do espaço social e urbano e da cultura, a partir dos anos 1960. Hoje
a pobreza é caracterizada, segundo Milton Santos (1978), “pelos objetivos que a
sociedade determinou para si própria”, onde suas dimensões – agora e no futuro –
serão definidas pela influência recíproca dos fatores econômicos e sociais peculiares
a cada pais.

A mudança levou os espíritas a rever suas formas de prestação de caridade,


necessitando de uma maior adequação à visão moderna de pobreza. Esta tornou-se
foco de políticas públicas – fruto da mudança da problemática –, e, com isso, levou à
obrigatoriedade de diversas burocracias e oficializações das ações assistencialistas,
de quaisquer entidades, religiosas ou não, frente ao governo.

Christaller e o Espiritismo: uma analogia possível

Com base nos pontos abordados anteriormente, fundamentamos uma relação


analógica entre o principio de mercado da Teoria dos Lugares Centrais (Christaller,
W. 1966) e o processo de propagação da doutrina entre classes.

A Teoria dos Lugares Centrais de Walter Christaller, publicada em 1966, em


seu livro Central Places in Southern Germany tem como objetivo principal “...
explicar a organização espacial das povoações e das áreas de influencia...”
(Bradford, et alli, 1987). Porém, sempre foi muito criticada pelos estudiosos, devido à
sua forma cartesiana de analise da sociedade, que exclui a dinâmica de mercado e
a vontade do consumidor. Também prega como pressupostos, a igual facilidade de
transporte e densidade populacional, um mesmo rendimento mensal e a mesma
procura de bens e serviços pelos consumidores.

Porém, estritamente para análise do fato, alguns conceitos da teoria


comportam uma compatibilidade impar para a explicação do atual processo já
explicitado.

Levando em consideração os pressupostos, podemos correlacionar à busca


de bens e serviços com a busca de um local para prestação de caridade. Tendo em
vista isto, o raio de ação do bem – “Chama-se alcance ou raio de acção de um bem
a distância [máxima] que o consumidor está disposto a percorrer para adquirir um

19
bem. [custo-benefício]” (Idem, 1987) – que pode ser entendido, na analogia, como o
“preço” máximo que o consumidor está disposto a pagar para adquirir um bem.
Sendo aquele raio de ação com tendência extrapolar com o decréscimo de “preço” –
que pode ser compreendido, como: a razão entre o deslocamento somado ao
sentimento de insegurança, pelo sentimento de necessidade de prestação de
caridade – vide anexo 5 –.

A partir da equação do “preço”, podemos estabelecer a relação – que pode


ser vista no anexo 6 – onde: quanto maior o sentimento de necessidade de
prestação de caridade, menor o “preço” a ser pago, tendendo a um aumento do raio
de ação do bem, superando, cada vez mais, o deslocamento e o sentimento de
insegurança.

Tendo o raio de ação do bem definido e, levando em consideração o


apontamento exposto sobre o sentimento de caridade no dia-a-dia da nova geração
espírita, podemos definir como centros de ordem superior os grupos e centros
espíritas que estão inseridos nas comunidades carentes (prestação de caridade
diária), enquanto os demais centros e grupos espíritas de localização periférica às
comunidades corresponderiam aos centros de ordem inferior (prestação de caridade
“mais limitada”).

Dado os devidos conceitos, segundo o pressuposto 7 (sete) de Christaller:


“pressupõe-se que os centros de ordem superior fornecem certas funções (funções
de ordem superior) que não são oferecidas pelos centros de ordem inferior.
Fornecem também todas as funções (funções de ordem inferior) que são fornecidas
pelos centros de ordem mais baixa que a eles.” (Christaller, 1966), podemos, enfim,
legitimar o atual processo de propagação da doutrina.

Ao analisar este pressuposto, os conceitos abordados e a teoria da segunda


geração espírita discorrida aqui, podemos dizer que, a tendência deste novo
processo de propagação é a busca dos centros de ordem superior, que nada mais é
do que um lugar sagrado. Devendo ser entendido por lugar sagrado: “uma unidade
de espaço organizada mental e materialmente para satisfazer as necessidades
biossociais básicas, reais ou percebidas, de um povo e, além disso, suas aspirações
estético-políticas superiores” (Tuan, 1980), que foi reivindicado, formado e operado

20
por uma comunidade religiosa, sendo também detentor de regras e significados com
que a comunidade encontra sentido para suas práticas religiosas .

Logo, por o Espiritismo deter caráter doutrinário (onde o comportamento dos


“consumidores prestadores de caridade” tende à uniformidade) e os ideais de
caridade, fé, filosofia e estudo, convergirem a pontos comuns e, devido ao preço ser
definido em uma equação onde decresce em relação ao acréscimo do sentimento de
prestação de caridade, pode-se definir uma padronização na nova tendência de
redistribuição urbana da doutrina em regiões de interação full time com as
comunidades carentes com a finalidade de uma prestação de caridade mais incisiva.

21
Conclusão

A publicidade dos fenômenos de contato mediúnico, a partir do século XIX,


levou a ciência a buscar explicações para estes. Na França, decorrente dos estudos
e experiências científicas, Allan Kardec codificara a doutrina espírita através da
união da ciência, filosofia e religião – sendo as duas últimas fruto das tentativas de
explicação científica dos fenômenos –, que difundiu-se à demais países.

Chegando ao Brasil a doutrina sofreu preconceitos e perseguições formais,


até a instauração do Estado Laico, com a república.

No Brasil, sofreu um grande morfismo, adaptando-se aos processos históricos


e a sociedade brasileira, que enfatizou na doutrina a questão religião/caridade –
enquanto que nos demais paises europeus o enfoque era muito mais cientificista –.

Com o estudo do Grupo Espírita Messe de Amor, pudemos observar as


mudanças adaptativas da doutrina – já citadas anteriormente –, sendo notório seu
grande dinamismo.

Podemos concluir que as mutações ocorrem sempre em paralelo aos


momentos históricos das regiões onde se pratica a doutrina. Desta forma, os
momentos históricos modelam a sociedade da região que, consecutivamente,
adapta a doutrina, sempre preservando os fundamentos básicos – o tripé –, mesmo
que praticados e interpretados de maneira adaptada.

Frente a isto, observamos que o atual processo de abrangência do


Espiritismo só pode ser explicado através da análise da população praticante em
relação ao espaço, as relações sociais e a historicidade, já que a população
praticante é responsável direta pelos processos de mudança e adaptação da
Doutrina Espírita.

22
Bibliografia

_AGUIAR, S. et. Alli. Personagens que marcaram época – Allan Kardec. Editora
Globo.

_CARLOS, A. F. A., O Espaço Urbano: Novos escritos sobre a cidade. Ed.


Contexto, 2004.

_CORRÊA, L. R. A espacialidade da cultura.

In: Oliveira P. M. [et al.] (Org.). O Brasil, a América Latina e o Mundo: Espacialidades
contemporêneas. Rio de Janeiro: Lamparina: Faperj, Anpege, 2008.

_CRUZEIRO, M. D., A comunidade.

In: http://www.lenderbook.com/comunidade/index.asp (12/06/09).

_GIUMBELLI, E., A presença do religioso no espaço público: modalidades no Brasil.


Rio de Janeiro, 2008.

In:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0034-
77011997000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. (10/06/2009).

_RODRIGUES, A. M., Moradia nas cidades Brasileiras. Ed. Contexto, São Paulo,
1988.

_SANTOS, M. Pobreza Urbana, São Paulo, Hucitec, 1978.

_SCHERER-WARREN, I., Redes de movimentos sociais.São Paulo,Loyola,1993.

In: Geografia: conceitos e temas/ organizado por Iná Elias de Castro,Paulo César da
Costa Gomes, Roberto Lobato Corrêa. 11ª ed. – Rio de Janeiro, Bertrand Brasil,
2008.

_SERGIO, B. G., O Espiritismo no Brasil - Suas Origens.

In: http://www.ceismael.com.br/artigo/artigo002.htm. (09/06/2009).

23
_STOLL, S. J., Religião, ciência ou auto-ajuda? trajetos do Espiritismo no Brasil.
Revista Antropologia. v.45, n.2. São Paulo, 2002._CHRISTALLER, W., Central
Places in Southern Germany.

In: Bradford, M. G., Kent W. A., Geografia Humana: Teorias e suas aplicações. Cap.
1. Ed. Gradativa, 1987.

_TUAN,Y.F., Sacred Space:Explorations of na Idea.1972.

In: Geografia: conceitos e temas/ organizado por Iná Elias de Castro,Paulo César da
Costa Gomes, Roberto Lobato Corrêa. 11ª ed. – Rio de Janeiro, Bertrand Brasil,
2008.

_VALLADARES, L. P., A invenção da favela: do mito de origem a favela.com, Ed.


FGV, Rio de Janeiro, 2005

24
Fontes

_Sites:

http://solascriptura-tt.org/Seitas/Espiritismo-EzioLima.htm

http://www.febnet.org.br/apresentacao/content,0,0,31,0,0.html

http://www.ceallankardec.org.br/espiritismo%20no%20Brasil.htm

http://www.espirito.org.br/portal/doutrina/inicio-espiritismo-brasil.html

http://www.brasilescola.com/religiao/espiritismo-no-brasil.htm

http://www.espacoacademico.com.br/017/17cluiz.htm

http://www.ibge.gov.br/home/

- Fonte das Imagens dos Slides

http://www.espiritismoeluz.org.br/images/allan_kardec.gif

http://www.googlemaps.com

http://www.autoresespiritasclassicos.com/Autores%20Espiritas%20Classicos
%20%20Diversos/Ernesto%20Bozzano/7/1.JPG

http://4.bp.blogspot.com/_QkHykk4dc24/SepxvcreYFI/AAAAAAAAA04/kznllFUwFmY
/s400/mesas-girantes.gif

http://3.bp.blogspot.com/_IHfzSOKPpuo/R157Jxt_OkI/AAAAAAAAASI/72fP8UMxmS
4/s320/LE+frances.jpg

http://www.feparana.com.br/imgs/kardec/artigo_150anos_revista1.jpg

http://4.bp.blogspot.com/_uYO5L1O0Y74/SSrUa_rIkdI/AAAAAAAACzg/KQUuIjx-
6jw/s400/o+que+%C3%A9+o+espiritismo.jpg

http://www.sebodomessias.com.br/loja/imagens/produtos/produtos/60428_889.jpg

25
http://1.bp.blogspot.com/_iC1-
TVCzZSQ/SbYFkP38v8I/AAAAAAAAAG4/ZKY6Z25bm8A/s400/lm.jpg

http://www.ger.org.br/o_evangelho_segundo_o_espiritismo.jpg

http://i.s8.com.br/images/books/cover/img4/202284_4.jpg

http://www.estantevirtual.com.br/imagens/capas/6786621.jpg

http://www.adrianavacanti.eti.br/tati/brasil/mapas/Fotos/mapa_mundi.jpg

http://paganismo-ceara.blogspot.com/

www.saojorge.net/bezerra.htm

www.tvmundomaior.com.br/.../

blog.elianepotiguara.org.br/2006/11/

www.gruposaobentopequeno.com

www.gruposaobentopequeno.com

www.semelhante.org.br

_Trabalho de campo à Federação Espírita Brasileira

_Entrevista dos médiuns do Grupo Espírita Messe de Amor (Anexo 7)

26
Anexos:

27
1- Pesquisa sobre a porcentagem da população por religião:

28
2- Localização Espacial do G.E.M.A (Santa Rosa):

29
3- Classificação social e o CCEB 2008

30
4- Distribuição Espacial Residêncial dos Médiuns

31
5- Equação: Raio de Ação X Preço do bem

32
6- Relação do Raio de Ação do Bem e o Preço

33
7- Modelo do questionário aplicado aos médiuns

Questionário Pessoal

Nome:

Idade:

Endereço:

Escolaridade:

Estado civil:

Quantidade de filhos:

Origem familiar (condição social/contato com a Doutrina):

Ocupação:

Renda mensal familiar média: R$

Questionário sobre o G.E.M.A.

1- Como conheceu o G.E.M.A.?

2- Como você julga o G.E.M.A.?

3- Qual a sua função/relação com G.E.M.A.?

4- Qual a sua freqüência nas práticas do grupo?

5- O que você acha da localização do G.E.M.A.?

34
35

Vous aimerez peut-être aussi