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Tendo a boca como zona erógena, essa fase é o primeiro contato da criança
com o mundo. Tal fase é responsável pelo desenvolvimento de trejeitos e
comportamentos, que são acentuados durante a fase adulta (SIES, 2015). De fato, a
forma ainda precoce como a criança lida com os primeiros estímulos externos acaba
por moldar a maneira como ela analisa e absolve as informações dadas pelo mundo.
Ainda segundo a autora, Freud acreditava que o maior nível de dependência é quando
se é desejado a volta para o útero da mãe. (SIES, 2015). Tendo seu primeiro vislumbre
de consciência dentro de uma atmosfera completamente diferente da qual encontra
fora do corpo materno, a criança tende à desenvolver uma dependência da mesma,
que não se restringe ao campo psicológico, mas se expande ao nível biológico.
Fase anal (18 meses a 3 anos)
Segundo Freud, “Tal como a zona oral, a zona anal está apta, por sua posição,
a mediar um apoio da sexualidade em outras funções corporais” (FREUD, 1901).
Como meio de prazer, a criança busca, no ato de reter as fezes e a urina, o prazer
antes proporcionado pela boca. Segundo Taquette (2008) “muitas [crianças] revelam
o prazer que sentem na região anal retardando o ato de defecar até a hora em que o
bolo fecal acumulado produz violentas contrações musculares e sua passagem pelo
esfíncter anal causa grande excitação das mucosas.”. Com a aprendizagem desse
processo, é natural que a criança crie expectativas diante da reação que seus pais
demonstram com a independência da criança. Contudo, tais expectativas podem se
demonstrar danosas, se não cumpridas.
FASE FÁLICA (3 A 6 ANOS)
Tendo o falus genital como zona erógena, essa fase é responsável pelo início
da vida sexual da criança. De forma sucinta, Freud aborda tal período por três etapas,
2Para maior aprofundamento, ler HALL, Calvin Springer; LINDZEY, Garnder. Teorias da personalidade.
São Paulo, E.P.U., 1984.
término das adequações culturais e sociais pelas quais a criança passa, que culminam
no adulto pronto para enfrentar as realidades do cotidiano não parental. Pois, como
diz Fiori (2003, p.45), “alcançar a fase genital constitui, para a psicanálise, atingir o
pleno desenvolvimento do adulto normal”.
ID
Antes de realizar a definição sucinta do que é o Id, devemos nos atentar a Freud
(1923), que afirma a existência de diversas dificuldades ao se embasar totalmente na
ideia espacial ou topográfica da vida mental. Em outras palavras, a interpretação
topográfica da vida mental deve se valer apenas como analogia, para evitar
discussões acerca da demarcação das estruturas pessoais.
Com isso dito, temos o Id como uma parte do inconsciente que abrange as
percepções externas, sem tornar-se consciente por si só. De fato, o Id atua como uma
reserva de impulsos e sentimentos, muitas vezes não processados totalmente pela
consciência. Um exemplo da abrangência do Id seriam os sonhos que, segundo Freud
(1923), apenas tem como consciente o tema geral concreto do pensamento, e que as
revelações entre os diversos elementos desse tema geral não podem receber
expressão visual. Apenas através de uma construção sobre algo já inconsciente e
uma vinculação com representações verbais (mnêmicas ou não) é que uma ideia, por
exemplo, pode migrar para o consciente.
Contudo, diante de tal possível movimentação entre as estruturas, é necessário
ressaltar a seguinte percepção: “o inconsciente não coincide com o reprimido; é ainda
verdade que tudo que é reprimido é inconsciente, mas nem tudo que é inconsciente é
reprimido.” (FREUD, 1923). Claramente, não se é possível determinar os limites da
consciência do ego, contudo, é indubitável que uma parte dele seja inconsciente. Tal
parte se encontra na gradação interna da estrutura, tendendo à estar mais próxima do
consciente, e não do inconsciente.
Tais pensamentos que migram, através da representação verbal, são resíduos
de lembranças, antes percepções conscientes, e agora, resíduos mnêmicos. Contudo,
ainda são inconscientes no sentido dinâmico, podendo se tornar conscientes à
qualquer momento. A diferenciação entre um pensamento consciente e um
inconsciente se dá pela vinculação que o mesmo realiza com uma percepção externa,
podendo ou não migrar para o pré-consciente. Nem todas as percepções vinculadas
com um pensamentos são por si mesmas externas; podem ser um intermediário,
utilizado pela consciência, para torna-los conscientes.
EGO
“A entidade que tem início no sistema preceptor e começa por ser Pcs (Pré-
consciente)” (FREUD, 1923) é a descrição dada por Freud para denominar o Ego.
Baseado na descrição de Geor Groddeck (et. FREUD, 1923), de que somos vividos
por forças desconhecidas e incontroláveis, ele vê a entidade como a primeira camada
das percepções do mundo externo. Em outras palavras, a primeira parte da
consciência que é atingida por toda e qualquer percepção do ambiente.
Da necessidade de definir o ego como Cs (Consciente) ou Ics (Inconsciente) é
que surgem as dificuldades apontadas em relação ao id. A presença do Ego, em
grande parte, na consciência ativa da pessoa demonstra a extrema importância que
ele desempenha no sistema psíquico por completo, agindo como líder de todas as
ações psíquicas e sendo o processador principal dos pensamentos. Contudo, da
inconsciência do ego que surge o seu ideal, ou o superego.
A inconsciência do ego existe pelo mesmo abranger todo o sistema preceptor
e atingir o pré-consciente. Como descrito em seu trabalho, “o ego não envolve
completamente o id, mas apenas até o ponto em que o sistema preceptor forma a sua
superfície”. Logo, é correto afirmar que o id é uma parte do ego, agindo como a
inconsciência do mesmo, como a base de pensamentos que estão armazenados na
memória.
O ego atua como uma extensão do limite corporal com o ambiente externo,
sendo responsável pelas abordagens à motilidade. Sendo a parte que “vai dormir
durante a noite, porém continua exercendo censura sobre a mente”, o ego é primeira
instância à ser observada durante uma análise. De fato, quando um pensamento
migra para a consciência, ele acaba por realizar uma vinculação com uma
representação verbal. Contudo, tal vinculação também pode ser realizada com as
representações visuais.
Segundo Freud (1923), pensar em figurar é apenas uma forma muito
incompleta de tornar-se consciente. O resíduos mnêmicos, como explorados em Além
do Princípio do Prazer e A interpretação dos sonhos, tem profunda influência na
atuação do indivíduo no cotidiano. Durante uma análise, portanto, o ego torna visíveis
os resíduos mnêmicos que, extraídos do Ics e vinculados com uma representação,
desenvolvem papel fundamental na neurose vivida pelo paciente.
CONSCIÊNCIA/CONSCIENTE
PRÉ-CONSCIENTE/SUBCONSCIENTE
ANTÍTESE:
COGNIÇÃO:
COMPLEXO DE ÉDIPO
Termo pelo qual os gregos designavam o amor e o deus Amor. Freud utiliza-o
na sua última teoria das pulsões para designar o conjunto das pulsões de vida em
oposição às pulsões de morte. (LAPLANCHE; PONTALIS, 2000)
IMPULSO
Expressão utilizada por Freud para designar a pulsão sob o seu aspecto
dinâmico, ou seja, na medida em que se atualiza e se especifica num estímulo interno
determinado. (LAPLANCHE; PONTALIS, 2000)
INATO
INDIVIDUAÇÃO
INTUITIVO
LIBIDO
MUNDO SOCIAL
NEGAÇÃO
PERSONALIDADE
PRODUÇÃO HISTÓRICA
PRODUÇÃO SOCIAL
PROFANO
PROJEÇÃO
REPRESSÃO
SENSO COMUM
SENSO CRÍTICO
SÍNTESE
SUBALTERNO
SUBJETIVIDADE
SUBLIMAÇÃO
Processo postulado por Freud para explicar atividades humanas sem qualquer
relação aparente com a sexualidade, mas que encontrariam o seu elemento propulsor
na força da pui são sexual. Freud descreveu como atividades de sublimação
principalmente a atividade artística e a investigação intelectual. Diz-se que a pulsão é
sublimada na medida em que é derivada para um novo objetivo não sexual e em que
visa objetos socialmente valorizados. (LAPLANCHE; PONTALIS, 2000)
SUJEITO
TANATOS
FREUD, Dr. Sigmund Schlomo. O Ego o Id e Outros Trabalhos: 1923 - 1925. Rio
de Janeiro: Imago Editora, 2006, 9 v. (Edição Standard Brasileira das Obras
Psicológicas Completas de Sigmund Freud).