Adolescência – dicas para pais

A fase de desnevolvimento da adolescência é um momento de transformações físicas

onde o corpo se começa a desenvolver e também é acompanhada de mudanças
psicológicas onde os sentimentos são mais fortes e as emoções mais intensas em
diferentes momentos. Há revolta e ausência de responsabilidades, há egocentrismo, o
humor pode parecer imprevisível e neste sentido, os “altos e baixos” emocionais podem
conduzir ao aumento de conflitos. A autoestima é fortemente influenciada pelas mudanças
físicas (pela aparência ou pela forma como o jovem se perceciona a si próprio). Há maior
impulsividade em que o jovem pensa e age como se não existissem consequências para
os seus atos. A capacidade de tomada de decisão ainda está em desenvolvimento e
portanto, o adolescente ainda está a aprender a pensar sobre as consequências dos atos.

Nesta fase de adolescência em que o vosso filho se encontra (dos 10 aos 14 anos) fazem
parte as seguintes características:

 Maior distância dos pais;

 Menor interesse por assuntos familiares;
 Maior vínculo com o grupo de pares do mesmo sexo;
 Necessidade de privacidade e de adaptação às alterações corporais;
 Insegurança em relação às questões de saúde/doença.

A comunicação entre pais e filhos nesta fase de desenvolvimento nem sempre é fácil de
estabelecer, no entanto é importante a família estar sempre presente, ora veja:

 A família é o primeiro agente de socialização da criança e do adolescente;

 As características da família têm influência direta nas características do
adolescente quer a nível interno, quer na relação com o meio;
 A família vai transmitindo culturas, valores e regras que vão influenciar a
personalidade no adolescente;
 É crucial a família estar presente nesta fase de desenvolvimento e mostrar que está
disponível a acolher o adolescente e as suas crises, demonstrando compreensão e
afeto que são essenciais para a construção de uma identidade saudável e
equilibrada. Nunca esquecer que agressividade gera sempre agressividade!
 Como melhorar a comunicação com o seu filho adolescente?

- Aprenda a escutar: ao sentir que está a ser ouvido, a reação do seu filho tende a mudar
diante as suas respostas;

- Se os ânimos ficarem exaltados, evite piorar a situação elevando a voz ou zangar-se com
o seu filho, pois as discussões, geralmente, não trazem bons resultados. “Agressividade
gera agressividade”. Deixe que o adolescente se acalme e retome a conversa noutro
momento oportuno;

- Procure ter conversas sérias longe de familiares e amigos, assim ninguém dará palpite e
o seu filho não ficará constrangido;

- Evite sermões e diálogos em tons de cobrança;

- Tente não impor as suas próprias verdades: faça com que o adolescente reflita, mesmo
que ele chegue à conclusão que você deseja. Sentir que ele tomou a decisão, deixa-o mais
aberto ao diálogo. Tentar impor ordens garganta abaixo do adolescente não funciona;

- Não tente parecer adolescente: é importante para você e para o seu filho que essa
diferença de idades e funções esteja clara, assim a oportunidade de um invadir o espaço
do outro é menor;

- Procure conversar sobre tudo com seu filho: falar sobre você, sobre ele e temas diversos
enriquece o diálogo;

- Não invada em demasia a privacidade do seu filho: é importante que ele confie em si.

Nota: É importante ajudá-lo a desenvolver o sentido de repsondabilidade e a passar para

ele aquilo que faz parte das suas responsabilidades como por exemplo, saber as datas dos
exames, as reuniões da escola com os pais, saber quando tem que entregar trabalhos, os
horários do transporte, datas de tarefas importantes, etc. Para isso, é crucial uma agenda
e incentivá-lo a escrever todas as tarefas e datas que ao jovem dizem respeito, quer seja a
nível escolar ou outras atividades externas. Em casa também devem ser dadas orientações
no sentido de ele ir colaborando em algumas tarefas, por exemplo, no final das refeições
cada um (pai, mãe, irmã e o adolescente), levantam o prato, copo e talheres da mesa, ou
por exemplo, fazer a sua cama e arrumar os livros. Tem que ser sempre o jovem a
organizar a mochila para a escola. São pequenas tarefas que vão despertando o sentido de
responsabilidade e autonomia e que o farão sentir-se útil e permitir para uma maturação
mais saudável e positiva.

Pequena citação de Freud:

“É normal que o adolescente se comporte de maneira inconsciente e imprevisível. Lutar

contra os seus impulsos e aceitá-los; amar os seus pais e odiá-los; ter vergonha de os
assumir perante outros e querer conversar com eles; identificar-se e imitar os outros
enquanto procura uma identidade própria. O adolescente é idealista, artístico, generoso
e altruísta, como jamais o será novamente, mas também é o oposto: egoísta, calculista,
egocêntrico.”