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FACULDADE DE ENGENHARIA
DISCENTE: DOCENTE:
Translação ................................................................................................................................ 4
Conclusão...................................................................................................................................... 23
A nossa análise se limitará ao movimento plano de corpos rígidos, cinemática do corpo sólido,
dinâmica do ponto material livre e ligado, Teoremas gerais da dinâmica, dinâmica de movimento
do sólido rígido isto é, a um movimento em que cada partícula permanece a uma distância
constante de um plano de referência fixo, e assumiremos que os corpos rígidos considerados
consistem somente em placas planas e corpos que são simétricos em relação a esse plano de
referência. Movimento plano de corpos rígidos e, nesta primeira lição, consideramos corpos
rígidos que estão livres para se movimentar sob a acção de forças aplicadas.
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Cinemática do corpo rígido
Neste capítulo vamos falar das entre o tempo, as posições, as velocidades e as acelerações de
várias partículas que constituem um corpo rígido.
Como veremos, os diversos tipos de movimento de corpos rígidos podem ser convenientemente
agrupados da seguinte maneira: translação, rotação em torno de um eixo fixo, movimento em
plano geral, movimento em torno de um ponto fixo e movimento geral.
Translação
Um movimento é denominado uma translação se qualquer linha recta dentro do corpo mantiver a
mesma direcção durante o movimento. Pode-se observar também que em uma translação todas as
partículas que constituem o corpo movem-se ao longo de trajectórias paralelas. Se essas
trajectórias são linhas rectas, o movimento é denominado translação rectilínea, se as trajectórias
são linhas curvas, o movimento é uma translação curvilínea.
𝒓𝑩=𝒓𝑨+ 𝒓𝑨/𝑩
Vamos, então, diferenciar essa expressão em relação a t. Notamos que a partir primeira definição
de uma translação, o vector rB/A deve manter uma direcção constante, sua intensidade também
deve ser constante, pois A e B pertencem ao mesmo corpo rígido. Logo, a derivada de rB/A é nula
e temos:
𝑉𝐵 = 𝑉𝐴
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Diferenciando uma vez mais, obtemos
𝑎𝐵 = 𝑎𝐴
Logo, quando um corpo rígido esta em translação, todos os pontos de corpo tem a mesma
velocidade e aceleração em qualquer ponto instante dado (fig:2.b e c). No caso de translação
curvilínea, a velocidade e a aceleração variam tanto em direcção como em intensidade a todo
instante.
Fig:2. Demonstração.
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Fig:4.
Considerando esse um corpo rígido que gira em torno de um eixo fixo AA’. Seja P um ponto de
corpo e r seu vector de posição em relação a um sistema de referencia fixo. Podemos assumir que
o sistema esta centrado no ponto O sobre AA’. Também nota-se que o ponto P faz um círculo ao
longo do centro B, e de rsin 𝜙, onde o 𝜙 representa o ângulo formado entre r e AA’.
A posição de P e de todo o corpo fica totalmente definida pelo ângulo 𝜃 que a linha BP forma
com o plano zx. O ângulo é de nominado coordenada angular do corpo e é definido como
positivo quando visto no sentido anti-horário a partir de A’. A coordenada angular será expressa
em radianos (rad) ou, ocasionalmente, em graus (o) ou revoluções (rev).
Portanto
𝑑𝑠
𝑣 = 𝑑𝑡 = 𝑟𝜃 sin 𝜙
𝑑𝑟
𝑣= = 𝜔𝑟
𝑑𝑡
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O vector orientado ao longo do eixo de rotação, é denominando velocidade angular de corpo.
𝜔 = 𝜔𝑘 = 𝜃𝑘
Fig:5.
𝑎 = 𝛼 × 𝑟 + 𝜔 × (𝜔 × 𝑟)
𝛼 = 𝛼𝑘 = 𝜔′𝑘 = 𝜃′′𝑘
Logo, a aceleração de um corpo que gira em torno de um eixo fixo é um vector orientado ao
longo do eixo de rotação de intensidade igual à taxa 𝜔′de variação de velocidade angular.
Vamos escolher o plano xy como plano de referência e admitir que ele coincide com o plano da
figura, com o eixo z apontando para fora do papel (Fig.6). Relembrando que 𝜔 = 𝜔𝑘,
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Fig.6
Verificamos que um valor positivo d escalar w corresponde a uma rotação anti-horária da placa
representativa e um valor negativo a uma rotação horária. Substituindo 𝜔𝑘 por 𝜔, expressamos a
velocidade de qualquer ponto de P da placa como:
𝑉 = 𝜔𝑘 × 𝑟
𝑣 = 𝑟𝜔
e seu sentido pode ser obtido girando r 90° no sentido de rotação da placa.
𝑎 = 𝛼𝑘 × 𝑟 − 𝜔2 𝑟
𝑎𝑡 = 𝛼𝑘 × 𝑟 ; 𝑎𝑡 = 𝑟𝛼
𝑎𝑛 = −𝜔2 𝑟 ; 𝑎𝑛 = 𝑟𝜔2
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Fi.7
O movimento de um corpo rígido que gira em torno de um eixo fixo AA’ é considerado
conhecido quando sua coordenada angular 𝜃 pode ser expressa como uma função conhecida de t.
Na pratica, porem, a rotação de um corpo rígido raramente é definida por uma relação entre 𝜃 e t.
𝑑𝜃
𝜔=
𝑑𝑡
𝑑𝜔 𝑑 2 𝜃
𝛼= = 2
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝜔
𝛼=𝜔
𝑑𝜃
Rotação Uniforme. Este caso é caracterizado pelo fato de que a aceleração angular é nula.
Logo, a velocidade angular é constante e a coordenada angular é dada pela equação.
𝜃 = 𝜃0 + 𝜔𝑡
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Rotação Uniformemente Acelerada. Neste caso, a aceleração angular é constante. Fica
claro a similaridade entre as fórmulas deduzidas aqui e aquelas obtidas para o movimento
rectilíneo uniformemente acelerado.
𝜔 = 𝜔0 + 𝛼𝑡
1
𝜃 = 𝜃0 + 𝜔0 𝑡 + 𝛼𝑡 2
2
𝜔2 = 𝜔2 0 + 2𝛼(𝜃 − 𝜃0 )
Uma vez que cada partícula move-se em um dado plano, a rotação de um corpo em torno de um
eixo fixo é denominada um movimento plano.
Fig.8
E entendemos por movimento plano geral um movimento plano que não é uma translação nem
uma rotação. Todavia, como você verá a seguir, um movimento plano geral pode ser sempre
considerado como a soma de uma translação e de uma rotação. Vejamos os exemplos seguintes.
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Fig.9
Fig.10
Vimos na secção precedente que qualquer movimento plano de uma placa pode ser substituído
por uma translação definida pelo movimento de um ponto de referência arbitrário A e por uma
rotação simultânea em torno de A. A velocidade absoluta vB de uma partícula B da placa é obtida
a partir da fórmula de velocidade relativa deduzida da seguinte forma:
𝑉𝐵 = 𝑉𝐴 + 𝑉𝐵
𝐴
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Fig.11
𝑉𝐵 = 𝑉𝐴 + 𝜔𝑘 × 𝑟𝐵/𝐴
𝑉𝐵 = 𝑉𝐴 + 𝑉𝐵/𝐴
𝑉𝐵/𝐴 𝑉𝐴
𝑉𝐵 = 𝑉𝐴 tan 𝜃 ; 𝜔= =
𝑙 𝑙 cos 𝜃
Fig.12
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O mesmo resultado pode ser obtido usando-se B como ponto de referência. Decompondo o
movimento dado em uma translação junto com B e em uma rotação simultânea em torno de B
(Fig.13), escrevemos a equação:
𝑉𝐴 = 𝑉𝐵 + 𝑉𝐴/𝐵
que está representada graficamente na Fig.13. Notamos que vA/B e vB/A têm a mesma intensidade
lw, mas sentidos opostos. Logo, o sentido da velocidade relativa depende do ponto de referência
que tenha sido seleccionado e deve ser cuidadosamente determinado a partir do diagrama
apropriado (Fig.12 ou 13).
Fig.14
A maioria dos mecanismos consiste não só de uma, mas de muitas partes móveis. Quando as
diversas partes de um mecanismo estão conectadas por pinos, a análise do mecanismo pode ser
efectuada considerando-se cada parte como um corpo rígido, atentando para o fato de que os
pontos onde duas partes estão conectadas devem ter a mesma velocidade absoluta. Uma análise
similar pode ser usada quando engrenagens estiverem envolvidas, pois os dentes em contacto
também devem ter a mesma velocidade absoluta. Entretanto, quando um mecanismo contém
partes que deslizam umas sobre as outras, a velocidade relativa das partes em contacto deve ser
levada em consideração.
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Centro instantâneo de rotação no movimento plano
Seja uma placa num movimento plano geral. Pode ser mostrado que, em qualquer instante, as
velocidades das partículas da placa são as mesmas que se obteriam pela rotação da placa em
torno de um eixo perpendicular ao plano da placa, designado por eixo instantâneo de rotação. A
intersecção entre este eixo e o plano da placa chama-se centro instantâneo de rotação - C.I.R. da
placa.
Fig.15
𝑣𝐴
𝐴𝐶 =
𝜔
2. Conhecendo as direcções das velocidades de duas partículas A e B da placa;
-Se as direcções forem diferentes, o centro instantâneo C obtém-se pela intersecção das rectas
perpendiculares a VA e VB, passando por A e B, respectivamente;
Fig.16
-Se as duas velocidades forem perpendiculares à recta AB, o centro instantâneo C obtém-se pela
intersecção da recta AB com a recta que une as extremidades das velocidades V A e VB. Nota-se
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que, no caso limite em que as duas velocidades tiverem a mesma intensidade, o centro
instantâneo C estará situado a infinito. Neste caso, a velocidade angular é nula e o corpo sofre
um movimento de translação (curvilínea).
Fig.17
Tomando em conta que o centro instantâneo de rotação tem a velocidade nula, qualquer ponto do
corpo cuja velocidade é nula no instante considerado é o centro instantâneo de rotação do corpo.
Por exemplo, no caso de um corpo que roda sem escorregar numa superfície fixa, o ponto de
contacto entre o corpo e a superfície é o centro instantâneo de rotação do corpo.
Fig.18
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O conteúdo físico da primeira lei de Newton é o seguinte: num referencial em que uma partícula
livre está em repouso, qualquer outra partícula livre do Universo só pode estar em repouso ou em
MRU.
Fig.19
Vamos discutir outra situação. Um corpo, ligado a um ponto fixo por um fio, descreve um
movimento circular uniforme sobre um plano horizontal sem atrito (Fig.19). No movimento
circular uniforme, a velocidade do corpo vária continuamente por efeito da aceleração centrípeta.
No momento em que o corpo está passando pelo ponto A, com velocidade v A, o fio se rompe. A
partir desse instante, a aceleração centrípeta passa a ser nula e a velocidade do corpo não pode
mais mudar. Assim, a partir do instante em que o fio se rompe, o corpo passa a se mover com
velocidade vA constante, ou seja, num MRU com velocidade vA. Por isso, a primeira lei de
Newton permite afirmar que, se é nula a resultante das forças que actuam sobre um corpo, ele
tende a permanecer parado ou em MRU.
Forças Inerciais
Para discutir o conceito de força inercial vamos considerar, como primeiro exemplo, um veículo
que se desloca, com velocidade de módulo constante, num trecho rectilíneo e, depois, num trecho
em curva de uma estrada horizontal (Fig.20).
Fig.20
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Na curva, o passageiro que viaja ao lado do motorista é jogado contra a lateral do veículo.
Em primeiro lugar, vamos tomar um referencial fixo na estrada. Nesse referencial, que pode ser
considerado inercial, o veículo percorre o traçado da curva por efeito das forças de atrito da
estrada sobre os pneus, mas o passageiro tende a continuar em linha recta, desde que seja
pequena a intensidade da força associada ao atrito com o assento. Portanto, no referencial
inercial considerado, a propriedade de inércia do passageiro explica porque ele é jogado contra a
lateral do veículo. Agora vamos tomar um referencial fixo no veículo. Nesse referencial, que não
é inercial, o veículo está sempre em repouso. O passageiro, antes da curva, está em repouso e, ao
entrar na curva, passa a se mover na direcção da lateral do veículo. A mudança de velocidade do
passageiro deve ser atribuída a uma força. Essa força, chamada força centrífuga, não pode ser
associada a qualquer interacção fundamental e só existe porque o referencial escolhido não é
inercial.
Fig.21
𝐹 𝐹 ′ 𝐹 ′′
= =
𝑎 𝑎′ 𝑎′′
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Como o cociente é independente dos módulos das forças aplicadas e das acelerações resultantes,
ele deve representar uma propriedade do corpo. Essa propriedade é chamada massa do corpo. Em
termos vectoriais escrevemos:
𝐹 = 𝑚. 𝑎
Fig.22
Por outro lado, é importante que fique bem claro o seguinte. A interação entre dois corpos
origina duas forças de mesma natureza. As forças actuam em corpos diferentes (Fig.22) e, por
isso, elas não se cancelam mutuamente. As forças são simultâneas: uma não vem antes nem
depois da outra.
Atrito Cinético
Se existe movimento relativo entre as superfícies em contacto, as forças de atrito são as forças de
atrito cinético, cujos módulos são dados pela expressão:
𝑭𝒆 = 𝝁𝒄 𝑵
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Teorema da Resultante (Lei de Newton)
Para um sistema material de massa total m e baricentro G, a expressão do Teorema da Resultante
𝑑
(𝑚𝑣⃗𝐺 ) = 𝑅⃗⃗𝑒𝑥𝑡
𝑑𝑡
Onde vG é a velocidade do baricentro e Rext é a resultante das forcas externas actuantes no sistema.
(𝑚𝑎⃗𝐺 ) = 𝑅⃗⃗𝑒𝑥𝑡
Fig.23
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Dinâmica de movimento do sólido rígido
Fig.24
Considere um corpo rígido sob a acção de várias forças externas F1, F2, F3, (Fig.24). Podemos
assumir que o corpo é constituído de um grande número n de partículas de massas dm (i =1,
2,…n) para um sistema de partículas (Fig.25). Considerando inicialmente o movimento do centro
de massa G do corpo em relação ao sistema de referência newtoniano Oxyz, recordamos que:
∑ 𝐹 = 𝑚𝑎⃗
Fig.25
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de massa G. As equações anteriores, juntas, expressam que o sistema das forças externas é
equivalente ao sistema constituído do vector m ligado a G e ao binário de momento (Fig.26).
Fig.26
Fig.27
Considere uma placa rígida em movimento plano. Assumindo que a placa é constituída de um
grande número n de partículas P de massas dm e notamos que a quantidade de movimento
angular HG da placa em relação a seu centro de massa G pode ser calculada tomando-se os
momentos em relação a G das quantidades de movimento das partículas da placa em seu
movimento em relação aos referenciais Oxy ou Gxy (Fig.27). Escolhendo o último método,
escrevemos:
𝐻𝐺 = ∑[𝑟𝑖′ × (𝜔 × 𝑟𝑖 ′ )∆𝑚𝑖]
𝑖=1
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𝑛
𝐻𝐺 = ∑(𝑟 ′ 𝑖 × 𝑣 ′ 𝑖 ∆𝑚𝑖 )
𝑖=1
Verificamos facilmente que a expressão obtida representa um vector com a mesma direcção e
sentido que 𝜔 (isto é, perpendicular à placa) e de intensidade igual a 𝜔 ∑ 𝑟′2 𝑖 ∆𝑚𝑖 . Recordando
que a soma, representa o momento de inércia I da placa em relação a um eixo perpendicular à
placa passando pelo centro de massa, concluímos que a quantidade de movimento angular HG da
placa em relação ao seu centro de massa é:
𝐻𝐺 = 𝐼⃗𝜔
Deve-se ter em mente que os resultados obtidos nesta secção foram deduzidos para uma placa
rígida em movimento plano.
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Conclusão
Neste trabalho foi abordado assuntos importantes sobre cinemática e dinâmica, que ao falar de
corpos rígidos fala-se de sólidos fragmentados, abordou-se também sobre movimentos de corpos
rígidos, e as relações entre as leis de Newton, teoremas da dinâmica e se explicou acerca de
movimentos de corpos rígidos em um ponto fixo, e também referir que, se explica que a
velocidade em um movimento circular, o seu vector sempre será perpendicular ao centro
instantâneo. O movimento geral de um corpo rígido pode ser considerado como a soma de uma
translação e de uma rotação.
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Referência bibliográfica
BEER, F. P. and JOHNSTON, JR., E. R. Resistência dos Materiais , São Paulo Mc.Graw-
Hill, 1989
Hill, 2009
Hill, 2009
BEER, F.P. & JOHNSTON Jr., E.R. Mecânica Vetorial para Engenheiros. Vol. II, Dinâmica.
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FRANÇA, L.N.F. & MATSUMURA, A.Z., Mecânica Geral. Edgard Blücher Ltda. 2001, 235 p.
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