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INSS

Direito Previdenciário
Seguridade Social – Parte II

Livro Eletrônico
CASSIUS GARCIA

Bacharel em Direito pela Universidade Federal


de Pelotas – UFPel. Professor de Direito Previ-
denciário para concursos desde 2013. Auditor-
-Fiscal da Receita Federal do Brasil.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUCIANA DE AQUINO DAMASCENO - 01311822429, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Seguridade Social – Parte II
Prof. Cassius Garcia

SUMÁRIO
1. Origem da Seguridade Social.....................................................................7

2. Evolução Legislativa da Seguridade Social no Brasil.................................... 18

3. Organização da Seguridade Social............................................................ 32

4. Legislação Previdenciária: Conteúdo, Fontes, Autonomia............................. 45

5. Aplicação das Normas Previdenciárias....................................................... 51

6. Legislação Previdenciária: Vigência, Hierarquia, Interpretação e Integração.......53

6.1. Vigência............................................................................................ 53

6.2. Hierarquia.......................................................................................... 59

6.3. Interpretação..................................................................................... 61

6.4. Integração......................................................................................... 62

7. Segurados e Dependentes – Conceito e Disposições Gerais.......................... 65

8. Segurados Obrigatórios – Disposições Específicas....................................... 72

8.1. Empregado........................................................................................ 72

8.2. Empregado Doméstico......................................................................... 86

8.3. Contribuinte Individual........................................................................ 90

8.4. Trabalhador Avulso............................................................................ 103

8.5. Segurado Especial............................................................................. 108

9. Segurado Facultativo – Disposições Específicas........................................ 122

10. Filiação e Inscrição............................................................................. 134

10.1. Filiação.......................................................................................... 134

10.2. Inscrição........................................................................................ 137

11. Trabalhadores Excluídos do Regime Geral.............................................. 140

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12. Empresa e Empregador Doméstico – Conceito Previdenciário................... 143

13. Dependentes..................................................................................... 146

Resumo.................................................................................................. 156

Questões Comentadas em Aula................................................................. 174

Questões de Concurso.............................................................................. 184

Gabarito................................................................................................. 196

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Seguridade Social – Parte II
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Olá, aluno(a)!

Bom dia/boa tarde/boa noite/boa madrugada.

Retomamos aqui nosso Curso de Direito Previdenciário para o INSS.

Como foram esses últimos dias? Você conseguiu vencer todo o conteúdo da nos-

sa primeira aula?? Se ainda ficou alguma dúvida – qualquer uma – pergunte ANTES

de prosseguir. A compreensão plena daquele conteúdo introdutório é fundamental

para prosseguirmos na matéria.

Pronto? Todas as dúvidas esclarecidas? Então vamos ao trabalho. Temos tem-

po de sobra, mas a matéria não tem fim. E quem quer chegar ao tão sonhado

cargo público tem que ralar muito!!

Nesta aula, trataremos do seguinte:

TÓPICO
1. ORIGEM DA SEGURIDADE SOCIAL
2. EVOLUÇÃO LEGISLATIVA DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL
3. ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL
4. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA: CONTEÚDO, FONTES, AUTONOMIA
5. APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS
6. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA: VIGÊNCIA, HIERARQUIA, INTERPRETAÇÃO E
INTEGRAÇÃO
6.1. Vigência
6.2. Hierarquia
6.3. Interpretação
6.4. Integração
7. SEGURADOS E DEPENDENTES – CONCEITO E DISPOSIÇÕES GERAIS
8. SEGURADOS OBRIGATÓRIOS – DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS
8.1. Empregado
8.2. Empregado Doméstico
8.3. Contribuinte Individual

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8.4. Trabalhador Avulso


8.5. Segurado Especial
9. SEGURADO FACULTATIVO – DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS
10. FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO
10.1. Filiação
10.2. Inscrição
11. TRABALHADORES EXCLUÍDOS DO REGIME GERAL
12. EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO – CONCEITO PREVIDENCIÁRIO
13. DEPENDENTES
14. RESUMO DA AULA
15. QUESTÕES COMENTADAS NA AULA
16. QUESTÕES PROPOSTAS
17. GABARITO

Preparado(a)???? Então vamos em frente!

Um grande abraço. Bons estudos.

Que Deus permaneça conosco.

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1. Origem da Seguridade Social

Tá falando sério, professor? Por que eu preciso estudar isso?

O principal motivo é o mais óbvio: CAI NA PROVA. Não há um volume muito

grande de questões sobre o tema – sendo mais exato, encontrei pouquíssimas –

mas, ainda assim, considero relevante que o estudemos, basicamente por 2 razões:

(1) meu objetivo é que você acerte 100% da prova de Previdenciário.

Ah não, professor! 100% é impossível!

Opa! Peraí!! Autoconfiança (não confundir com excesso de confiança) é indis-

pensável nessa vida de concurseiro(a). Claro que é possível, ora! Sabemos que

os examinadores são seres maléficos, que procuram as mais variadas maneiras de

complicar a vida dos candidatos. Mas isso só torna o desafio mais prazeroso. Vou

cobrir todo o edital e você terá total condição de gabaritar a prova; e

(2) a compreensão da evolução histórica e legislativa nos ajuda a entender e

assimilar o sistema de seguridade social atual.

Ao trabalho, aluno(a)!

No decorrer do curso você perceberá que tudo no Direito Previdenciário é um

pouco confuso. A legislação é extremamente ampla, com frequentes alterações em

temas relevantes, posicionamentos variados da doutrina... Sequer na história e

evolução há consenso doutrinário. Por isso, trarei para você as linhas gerais, aque-

les pontos em relação aos quais há pouca ou nenhuma divergência, pois é isso que

realmente importa para as provas de concurso. As bancas não costumam mexer

nos vespeiros, não cobram nada que não seja consenso ou, ao menos, entendi-

mento majoritário.

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A evolução da seguridade social se deu, até a atualidade, em três etapas:

Assistência Seguro Seguridade


Pública Social Social

a) Assistência Pública: desde sempre, o homem se preocupou em garantir a

satisfação de suas necessidades e a proteção contra os infortúnios da vida (carên-

cia econômica, doença, velhice...). A gênese da proteção social se deu, de fato, na

família. Aos mais jovens, cabia o cuidado e o sustento dos idosos e dos incapaci-

tados.

Havia, no entanto, pessoas para as quais essa proteção familiar não existia

ou era insuficiente. Com quem contar então? A única salvação era receber auxílio

externo (não... FMI e ONU não existiam na época, não é desse tipo de auxílio ex-

terno que estou falando). Inexistia, originalmente, qualquer estrutura estatal de

proteção, o auxílio era voluntário, incentivado e conduzido, em grande parte, pela

Igreja. A assistência aos desamparados era, então, obra de caridade.

É óbvio que, para a realização da caridade, era necessário haver recursos dis-

poníveis – doações voluntárias. Portanto, fica nítido o caráter extremamente pre-

cário da proteção. Se a Igreja recebesse doações, auxiliaria os necessitados; caso

contrário, não teria possibilidade.

Portanto, não havia direito subjetivo do necessitado à proteção social. A

situação de necessidade lhe dava a expectativa de receber um auxílio, mas, no

caso de insuficiência de recursos, ele não receberia tal suporte e não havia maneira

de reclamar.

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Então, no ano de 1601, essa história começou a mudar. Foi editada, na Ingla-

terra, a Lei dos Pobres (Act for the Relief of the Poor), reconhecendo que cabia

ao Estado amparar os comprovadamente necessitados. Na origem, a execução da

proteção continuou com a Igreja, mas ela administrava um fundo formado por

uma taxa obrigatória arrecadada da sociedade pelo Estado. Daí o necessitado

passou a ter direito, professor? Ainda não! O que mudou com a Lei dos Pobres foi

o caráter da contribuição, que passou de voluntário para obrigatório. Começou a se

criar – na marra – a noção de solidariedade.

A Lei dos Pobres é considerada o primeiro ato relativo à assistência social pro-

priamente dita, ou seja, seu MARCO INICIAL.

b) Seguro Social: você percebeu que o modelo de Assistência Pública era im-

perfeito?

Não, professor, eu não percebi... me pareceu tudo muito lindo.

Então volte e leia de novo, especialmente a parte referente à inexistência de

direito subjetivo à proteção. Os necessitados dependiam da suficiência de re-

cursos para receberem auxílio. Aí está o calcanhar de Aquiles daquele modelo.

Mesmo com o recolhimento de taxas compulsórias, podia ocorrer – e certamen-

te ocorria, caso contrário não haveria necessidade de evolução – falta de recursos,

deixando inúmeros desamparados. Logicamente, o indutor da mudança não foi o

Estado... ou você já viu o Estado se antecipar em alguma coisa?

A fim de criar novos mecanismos de proteção que não dependessem da gene-

rosidade de terceiros, surgiram as empresas seguradoras, com fins lucrativos.

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Mas professor, por que “generosidade” se havia uma taxa compulsória?

Boa pergunta! A assistência pública era voltada apenas aos desamparados.

Quem tinha melhores condições recolhia a taxa compulsória para auxiliar no supor-

te aos carentes. Mas quem apoiaria esse contribuinte quando chegasse à velhice,

já que não poderia ser considerado um necessitado? Novamente, o encargo cairia

sobre a família, voltando à era anterior à assistência pública.

Com isso, como funcionava o seguro privado? De forma muito semelhante à

hoje vigente. Havia uma contribuição – dessa vez facultativa – e a assinatura de

um contrato. A proteção securitária era devida exclusivamente a quem contri-

buísse.

O Estado, então, viu a necessidade de prestar um serviço semelhante, de aces-

so mais amplo, favorecendo principalmente aqueles fragilizados economicamente.

O primeiro ato nesse sentido foi o projeto de seguro de doença, apresentado

em 1883 pelo Chanceler Bismarck, na Alemanha, e aprovado pelo Parlamento.

Este é o primeiro plano de previdência social de que se tem notícia.

1. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Acerca da

seguridade social, julgue o item que se segue.

Entre os principais marcos legislativos referentes à seguridade social incluem-se a

edição do Poor Relief Act (Lei dos Pobres), em 1601, na Inglaterra, e a criação do

seguro-doença, em 1883, na Alemanha.

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Certo.

O chato das questões relativas à história e evolução legislativa da seguridade social

é que não há muito como “provar” o gabarito. Não há um dispositivo legislativo ou

decisão judicial. Você deve se contentar em confiar na palavra deste professor.

E sim, o enunciado está CORRETÍSSIMO. Esses dois mencionados no enunciado fo-

ram os primeiros marcos legislativos relacionados à seguridade social no mundo,

como acabamos de ver.

A Lei dos Pobres significou o reconhecimento de que cabia ao Estado ampa-

rar os comprovadamente necessitados. Na origem a execução da proteção social

era realizada pela Igreja, que administrava um fundo formado por uma taxa

obrigatória arrecadada da sociedade pelo Estado. O caráter da contribuição,

outrora voluntário, se tornou compulsório. Foi criada – na marra – a noção de

solidariedade.

O seguro de doença foi criado em 1883 por meio de um projeto apresentado

pelo Chanceler Bismarck, na Alemanha, e aprovado pelo Parlamento. Esse é o pri-

meiro plano de previdência social de que se tem notícia.

Em 1884, criou-se o seguro de acidentes de trabalho e, em 1889, o seguro de

invalidez e velhice. A proteção era garantida pelo Estado, mediante contribuições

compulsórias (em contraposição à facultatividade do seguro privado) de todos os

participantes do plano.

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Portanto, Bismarck criou um sistema de caráter contributivo e de participa-

ção compulsória. Qualquer semelhança com a previdência social atual não é mera

coincidência. A organização e administração do seguro social era competência do

Estado, mas o custeio era exclusivo dos empregados e empregadores. O Estado

não botava a mão no bolso.

Medindo a sua atenção, pergunto: qual era mesmo a falha do sistema de Assis-

tência Pública?

Bah, prof., não lembro!

Tá bem, eu ajudo: AUSÊNCIA DE DIREITO SUBJETIVO AO ATENDIMENTO.

Hum... lembrei. :D

Pois a notícia interessante é que o sistema Bismarckiano fez nascer o direito

público subjetivo do segurado à prestação previdenciária. Quem contribui tem

direito à contraprestação. Simples assim.

Mas essa foi apenas a gênese. Com o passar dos anos, ampliou-se o rol de co-

berturas. Depois de doença, acidente, invalidez e velhice ainda vieram o desem-

prego e a morte.

Então aconteceu a Primeira Guerra Mundial. Pense em um problemão! Ima-

gine quantos inválidos, órfãos, viúvas, surgiram dessa infeliz marca de nossa his-

tória. Os sistemas de seguro social, logicamente, não conseguiram suportar o ônus

financeiro. E houve um agravante: o seguro social era a gênese da previdência

social. Você sabe que a Previdência é para quem Paga. E o que fazer com aqueles

incontáveis “não segurados” que foram à guerra e retornaram inválidos? O que

fazer com as viúvas e órfãos dos não segurados que pereceram na guerra? Che-

gou-se a um novo impasse, era indispensável ampliar a cobertura.

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Então, em 1919, o Tratado de Versalhes trouxe o compromisso de implanta-

ção de um regime universal de justiça social. Também fundou a Organização

Internacional do Trabalho que, por meio da realização das Conferências Inter-

nacionais do Trabalho, apresentava recomendações referentes à ampliação da pro-

teção do seguro social. A partir delas, foi criado o seguro-desemprego e foi, lenta

e gradualmente, ampliado o rol de segurados.

Um pouco antes, em 1917, tivemos a primeira manifestação constitucional

relacionada à Previdência Social. Ela ocorreu na Constituição Mexicana, promul-

gada em 31 de janeiro de 1917. A segunda? A Constituição Soviética, de 1918.

E a terceira? A Constituição Alemã (Constituição de Weimar), de 1919.

2. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Com relação

à evolução histórica e à organização institucional da previdência social, julgue o

item a seguir.

A Constituição de Weimar, de 1919, foi o primeiro diploma legal de magnitude cons-

titucional em que se tratou de tema previdenciário.

Errado.

Quase isso, meu(minha) amigo(a). A Constituição de Weimar foi a terceira no

mundo, superada em dois anos pela Constituição do México de 1917, esta sim a

pioneira a assegurar direitos previdenciários.

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E o Cespe gosta bastante da Constituição de Weimar, como podemos ver na


questão a seguir:

3. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) A respeito do surgimento e


da evolução da seguridade social, julgue o item a seguir.
A Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919, ao cons-
titucionalizar um conjunto de direitos sociais, colocando-os no mesmo plano dos
direitos civis, marcaram o início da fase de consolidação da seguridade social.

Certo.
Eis o tipo de questão que só se resolve com decoreba. Não há raciocínio lógico,
não há interpretação, nada disso é suficiente para matar a charada. Só responde
adequadamente à questão se decorou algumas datas e fatos da história da segu-
ridade social.
Não há muito o que acrescentar aqui. De fato, a primeira Constituição a expressa-
mente prever ampla gama de direitos sociais foi a Mexicana, de 1917, seguida logo
após pela Constituição de Weimar, de 1919. Nas palavras de Renato Hallen Arantes1:

Nessa esteira, houve o início da constitucionalização dos direitos sociais, destacando-se


as Constituições do México de 1917 e a Alemã de 1919 – Constituição de Weimar – que
alçaram os direitos sociais ao nível constitucional, consagrando-os como normas pro-
gramáticas. A partir desse ponto, a seguridade social passou a ser entendida como
um conjunto de medidas que deveriam agregar, no mínimo, os seguros sociais
e a assistência social, que deveriam ser organizadas e coordenadas publica-
mente, visando atender o desenvolvimento de toda a população, e não só os
trabalhadores, haveria o compromisso do Estado democrático com um nível de
vida minimamente digno aos seus cidadãos.

1
Disponível em: http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-origem-e-a-evolucao-historica-da-segurida-
de-social-brasileira,52731.html

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Se você tiver tempo disponível e quiser ler uma análise profunda do texto de ambos

os diplomas constitucionais, recomendo outra leitura2.

De resto, meu(minha) amigo(a), nada mais posso acrescentar. História é história,

não admite – ao menos não deveria admitir – interpretações distintas. Fatos são

fatos. E a afirmação do enunciado vai perfeitamente ao encontro dos fatos históri-

cos ocorridos.

c) Seguridade Social: e a paulatina (significa “vagarosa”, “feita pouco a pouco”)

evolução no seguro social, decorrente principalmente das recomendações da OIT,

foi bruscamente interrompida. Iniciou-se a Segunda Grande Guerra.

Digo novamente: PENSE EM UM PROBLEMÃO! Miséria, gente mutilada, órfãos,

viúvas... Depois de passada a Primeira Grande Guerra, já era nítida a certeza de

que o seguro social – criado para proteger os trabalhadores EMPREGADOS, que

contribuíam – era insuficiente para as demandas da sociedade. Era indispensável

e urgente a criação de um sistema protetivo mais abrangente (se lembra da UCA –

Universalidade da Cobertura e do Atendimento?).

Esse novo sistema começou a ser delineado em 1941, na Inglaterra. O Gover-

no inglês formou uma comissão para estudar os planos de seguro social existen-

tes e propor melhorias. Essa comissão foi presidida por Sir William Beveridge; a

conclusão dos trabalhos e a apresentação do relatório – denominado Plano Be-

veridge – se deu em 1942.

2
http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/92449/Pinheiro%20Maria.pdf?sequence=2

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O Plano Beveridge é considerado o marco inicial da Seguridade Social, pois


atribui ao Estado a responsabilidade não só pelo seguro social, mas também pela
saúde e assistência. Você se lembra do tripé? Previdência (equivalente ao que na
época se chamava seguro social), Assistência e Saúde: PAS.

Uma das constatações do relatório foi a óbvia insuficiência do seguro social para
atender às necessidades. Ele era limitado apenas aos trabalhadores empregados.
Aqueles que trabalhavam por conta própria – em sua maioria trabalhadores ma-
nuais, integrantes das camadas mais necessitadas da população – permaneciam
alijados do sistema protetivo.
Além da necessidade de ampliar a proteção às demais categorias de traba-
lhadores, era urgente que fossem atendidos os carentes e desempregados. Isso
também foi previsto no Plano Beveridge. A Previdência Social (ou seja, o estágio
mais evoluído do seguro social), portanto, seria complementada, naquilo que não
se encontrasse em seu âmbito de atuação, pela assistência social.
Principais conclusões do Plano Beveridge:
• participação compulsória – todos devem participar do sistema protetivo. Aos
necessitados, é garantido o mínimo essencial para a sobrevivência;
• tríplice fonte de custeio – o Estado começa a contribuir, somando-se aos em-
pregados e empregadores;
• unificação das contribuições – acredite se quiser: antes existiam contribuições
diferentes para benefícios diferentes. Imagine a confusão! Desde Beveridge,
a contribuição é destinada ao sistema, e habilita o contribuinte a receber, em

regra, qualquer benefício;

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• extensão do seguro a todos os trabalhadores – dispensa explicações. Todo

trabalhador deve contribuir e tem direito subjetivo à contraprestação;

• incentivo de permanência em atividade – veja bem: em 1942, já se falava

em mecanismos para “obrigar” o trabalhador a permanecer o máximo possí-

vel em atividade. Tal medida é importantíssima para a saúde financeira dos

planos previdenciários fundados na repartição, como o nosso. A ideia era

simples: quanto mais tarde se aposenta o trabalhador, maior o valor da apo-

sentadoria.

Espero que tenha conseguido perceber a mudança assombrosa que se deu na

evolução do Seguro Social para a Seguridade Social. O Seguro Social era, gros-

so modo, um sistema previdenciário extremamente restrito. A Seguridade Social,

apresentada pelo Plano Beveridge, já continha o tripé PAS. O Seguro Social cobria

riscos, podia ser considerado indenizatório. A Seguridade Social trabalha com

contingências, ou seja, situações – indesejadas (riscos) ou não – que geram ne-

cessidades.

Um exemplo claríssimo seria o salário-maternidade. O nascimento não é – ou

ao menos não deveria ser – uma ocorrência indesejada; não pode, em hipótese

alguma, ser considerado um “risco” passível de cobertura indenizatória. Mas é ine-

gável que gera uma necessidade: a mãe necessita de afastamento do trabalho

para tratar do bebê. Durante esse afastamento, não pode ficar desamparada. Por

isso, há o salário-maternidade.

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Professor, então qualquer necessidade é atendida pela seguridade?

NÃO!!!!! Essa era, acredite, uma das conclusões de Beveridge: ele queria a uni-

versalidade plena. Nem mencionei isso antes para não gerar mais confusão. Como

sabemos, o princípio da Universalidade da Cobertura e do Atendimento é mitiga-

do/minimizado/suavizado/ relativizado pela Seletividade. As necessidades cobertas

são, portanto, aquelas consideradas realmente relevantes.

Por quem, prof.?

Pela sociedade. Em última análise, é a sociedade, por intermédio de seus

representantes no Congresso, que dá aplicabilidade ao princípio da Seleti-

vidade e Distributividade.

Encerramos aqui o longo processo evolutivo da Seguridade Social no mundo.

Parece confuso, né? E É MESMO! Os pontos principais foram abordados nesta se-

ção. Não deixe passar nada. Leia, releia, e se surgir qualquer dúvida, por mais

simples que possa parecer, PERGUNTE. Na preparação para concursos, não

existe dúvida boba, absolutamente nada é desprezível.

2. Evolução Legislativa da Seguridade Social no Brasil

Agora, adivinhe se vai ser fácil falar disso!

Claro que vai, prof.! História é história, não deve ser muito confusa.

QUEM ME DERA, aluno(a). Até nisso a doutrina jurídica consegue encontrar di-

vergências. A seguir, apresento os principais fatos históricos. Leia tudo, mas não

precisa se preocupar em memorizar cada data. Vou destacar para você aquilo que

considero com mais chances de ser cobrado. Não sei ler a mente do examina-

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dor; aliás, ninguém sabe. Mas, a partir da análise de questões anteriores, é possí-

vel entender o que eles consideram relevante. Além disso, as bancas não podem –

ou ao menos não deveriam, e se o fizerem vamos recorrer – exigir nada que reflita

posicionamento isolado de um doutrinador.

• A proteção social brasileira iniciou-se em 1543, com a criação das Santas

Casas de Misericórdia, que atuavam no segmento de assistência, ou seja,

eram o “braço brasileiro” do sistema precedente à assistência pública. Depen-

diam da caridade e auxiliavam apenas os carentes e desamparados.

• Muitos anos depois, em 1795, foi criado o Plano de Benefícios dos Ór-

fãos e Viúvas dos Oficiais da Marinha, que é considerada a mais anti-

ga experiência brasileira na área previdenciária.

4. (CESPE/TC-DF/ANALISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/2014) Com relação à

origem, à evolução legislativa, aos princípios constitucionais e à organização da

seguridade social no Brasil, julgue o item.

O plano de benefícios dos órfãos e viúvas dos oficiais da Marinha consubstancia

exemplo histórico da proteção social brasileira.

Certo.

Quer um exemplo histórico mais importante que esse? Acabei de dizer que o Plano

de Benefícios foi o primeiro passo do Brasil na proteção previdenciária. Por sua

abrangência restrita, não detém o título de marco inicial da Previdência Social no

Brasil (logo veremos a qual iniciativa foi concedida tal honra), mas sua importância

na evolução da proteção social no Brasil é inegável.

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Prosseguindo nossa linha do tempo...

• A seguir, no ano de 1808, foi criado o Montepio para a Guarda Pessoal de D.

João VI. Um montepio é uma espécie de ‘seguro’ sem participação ou inter-

venção estatal, no qual o segurado verte contribuições com o objetivo de, em

caso de óbito, deixar uma pensão aos dependentes por ele designados.

• A Constituição de 1824 garantiu, em seu art. 179, inciso XXXI, os socorros

públicos.

XXXI. A Constituição tambem garante os soccorros publicos.

5. (CESPE/DPE-CE/DEFENSOR PÚBLICO ESTADUAL/2008) Julgue o item a seguir,

relacionado à seguridade social.

No ordenamento jurídico brasileiro, a primeira referência a instituições que promo-

vessem ações relacionadas ao que hoje se denomina seguridade social foi feita pela

Constituição de 1824, que criou as casas de socorros, consideradas embriões das

santas casas de misericórdia.

Certo.

Apresentei aqui a questão por abordar justamente o assunto tratado, mas adianto

que o gabarito oficial é altamente discutível, em minha humilde opinião.

Acabamos de ver os primeiros passos do nascimento da Seguridade Social no Bra-

sil, iniciando em 1543 e chegando até o ano de 1824, ano em que a Constituição

garantiu os socorros públicos.

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Portanto, a primeira parte do enunciado está certa, sem sombra de dúvida. A parte

final, no entanto, é que me deixa em dúvida. Eu, ao menos, quando digo que uma

coisa “é embrião” da outra, tenho intenção de dizer que PRECEDE a outra. E não

estou sozinho nesse entendimento: no dicionário Aurélio, “embrião” é “Princípio,

começo, origem”. Rápida pesquisa no Google com a expressão “é embrião” aponta

inúmeras ocorrências em que o uso ocorre no sentido de antecedente, realmente:

Violência escolar é embrião de crime.

Mostra é embrião de futuro museu.

Biometria é embrião do voto pela internet

Portanto, para mim, é indiscutível que o Cespe, ao dizer que a casa de socorros é

embrião das Santas Casas, está dizendo que elas vieram ANTES.

Mas NÃO FOI essa a interpretação dada ao termo “embrião” pelo Cespe. Em vez do

reconhecido sentido figurado que se encontra registrado no Aurélio, aparentemente

fizeram analogia com a biologia para considerar que o embrião é algo “gerado a

partir de”, assim como o embrião humano vem depois dos pais, gerado pelos pais,

as Casas de Socorros vieram depois das Santas Casas. É ESDRÚXULA essa inter-

pretação, mas como o gabarito aponta que o enunciado está CORRETO, é a única

possibilidade de não ver erro na assertiva.

Portanto, meu(minha) caro(a), o que recomendo é MUITA TORCIDA para não se

deparar com a palavra “embrião” em uma prova do Cespe. E vamos prosseguir,

porque o tempo é curto, e a matéria é LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOONGA.

• Em 1835, foi criado o primeiro plano previdenciário de abrangência am-

pla. O MONGERAL – Montepio Geral dos Servidores do Estado.

• Pulando para 1888, temos o Decreto n. 9.912, que previu o direito à apo-

sentadoria dos empregados dos Correios.

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• Três anos depois, em 1891, foi editada a primeira Constituição a conter


a palavra aposentadoria. Nela, foi garantido o direito à aposentadoria por
invalidez dos funcionários públicos. E só. Tal benefício era custeado exclusi-
vamente pelo Estado.
• Em 1919, o Decreto-Lei n. 3.724, criou o Seguro de Acidentes de Traba-
lho, sob responsabilidade do empregador. No caso de acidente de trabalho,
o empregador deveria indenizar o empregado ou sua família. Não havia o pa-
gamento de prestação mensal, mas indenização única. Há quem entenda ser
essa a pedra fundamental da Previdência Social no Brasil.
• E eis que em 1923 é editada a Lei Eloy Chaves – Decreto-Lei n. 4.682 – que
determinou a criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões – CAP –
para os ferroviários.

ESSA É A LEI CONSIDERADA MARCO INICIAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL


BRASILEIRA. Ao Estado, cabia a regulação do sistema, mas a manutenção
e administração cabiam aos empregadores (as empresas ferroviárias). Eram
previstas apenas a aposentadoria por invalidez e a “ordinária”, semelhante à que
hoje conhecemos por Aposentadoria por Tempo de Contribuição.
Esse acontecimento é muito cobrado nas provas. Fique atento(a)!

6. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) No que se refere à segurida-


de social no Brasil, julgue o item seguinte.
A Lei Eloy Chaves, que criou em cada uma das empresas de estradas de ferro exis-
tentes no país uma caixa de aposentadoria e pensões para os respectivos empre-

gados, foi o primeiro ato normativo a tratar de seguridade social no Brasil.

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Errado.

Embora a doutrina reconheça com unanimidade a Lei Eloy Chaves como o marco

inicial da Previdência Social no Brasil, ela não é, nem de longe, o primeiro ato nor-

mativo a tratar de Seguridade Social. Antes dela, já havia decretos estabelecendo

direitos de aposentadoria e até mesmo uma Constituição – a de 1891 –, contendo

a palavra aposentadoria.

Vale destacar, ainda, que a Seguridade Social, como conjunto de ações, só foi

assim sistematizada a partir de 1988, com a Constituição atualmente vigente. Mas

previdência, assistência e saúde já existiam, de forma individualizada.

E vamos em frente...

• A partir daí, surgiram outras Caixas de Pensão. Após a Revolução de 30, com

o início do Governo Vargas, a estrutura previdenciária nacional sofreu uma

reestruturação, organizando-se por categorias profissionais, reunidas nos

IAP (Instituto de Aposentadoria e Pensões). O controle público na área previ-

denciária foi consolidado, pois os IAP tinham natureza autárquica e eram

subordinados à União.

Dessa forma, nasceram:

a) IAPM (1933) – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos;

b) IAPC (1934) – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários;

c) IAPB (1934) – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários;

d) IAPI (1936) – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários;

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e) IPASE (1938) – Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do

Estado;

f) IAPETC (1938) – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em

Transportes e Cargas.

• Em 1934, foi inserida na Constituição, pela primeira vez, a forma tripartite

de custeio da Previdência (trabalhadores, empregadores e Poder Público).

• Em 1945, surgiu a primeira tentativa de criação de um sistema nacional de

Previdência Social, o ISSB – Instituto de Serviços Sociais do Brasil, com o

Decreto-Lei n. 7.526. Não chegou a ser implementado.

• A Constituição de 1946 teve como principal mérito na área a utilização, pela

primeira vez, da expressão “Previdência Social”, em vez da até então vi-

gente “Seguro Social”.

• Em 1949, foi dado um passo mais efetivo em direção à unificação dos IAPs,

por meio do Regulamento Geral das Caixas de Aposentadorias e Pensões –

Decreto n. 26.778 – que padronizou as regras de concessão de benefí-

cios. Foi dado um importante passo em direção à unificação, mas não foi,

ainda, dessa vez realizada a unificação.

• Em 1960, há a criação do Ministério do Trabalho e Previdência Social e a pro-

mulgação da LOPS – Lei Orgânica da Previdência Social. Ainda não unificou

os diversos organismos previdenciários, mas criou normas uniformes

para o amparo a segurados e dependentes dos vários institutos. Todavia,

ainda permaneceram excluídos da proteção previdenciária os trabalhadores

rurais e os domésticos.

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7. (CESPE/DETRAN-ES/ADVOGADO/2010) A respeito da evolução legislativa, da

organização e dos princípios constitucionais da seguridade social, julgue o item

seguinte.

A Lei n. 3.807/1960, conhecida como Lei Orgânica da Previdência Social, notabili-

zou-se por ter uniformizado a legislação previdenciária dos diversos institutos de

aposentadoria e pensão.

Certo.

Leia o parágrafo que está antes do enunciado da questão. Nada mais a acrescentar.

• Em 1963, foi criado o Funrural – Fundo de Assistência e Previdência do Traba-

lhador Rural, pela Lei n. 4.214. O fundo era constituído por 1% do valor dos

produtos comercializados e era recolhido pelo produtor ao IAPI.

• Finalmente, o Decreto-Lei n. 72, de 1966, unificou os IAPs e criou o

INPS – Instituto Nacional de Previdência Social.

• No ano seguinte, a nova Constituição – de 1967 – foi a primeira a prever o

seguro-desemprego.

• Nesse mesmo ano de 1967, a Lei n. 5.316/1967 integrou o seguro de aci-

dentes de trabalho à Previdência Social. Ele deixou de ser responsabilidade

da empresa e passou para o Estado. Tal alteração era necessária, pois os

trabalhadores, ou seus herdeiros, tinham imensa dificuldade em receber as

indenizações previstas.

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• Em 1969, o Decreto-Lei n. 564, que instituiu o Plano Básico da área rural,


estendeu a proteção aos trabalhadores da agroindústria canavieira e das
empresas de outras atividades. Portanto, o Funrural deixou de ser exclusivo
dos produtores. No mesmo ano, o Decreto-Lei n. 704 incluiu os empregados
das empresas fornecedoras de produtos agrários in natura, além dos empre-
gados de empreiteiros ou outras organizações não empresariais produtoras
de produtos agrários in natura.
• No ano de 1971, a Lei Complementar n. 11 criou o Prorural – Programa de
Assistência ao Trabalhador Rural. Tinha o nobre objetivo de auxiliar aquele
trabalhador rural que não se enquadrasse no Funrural e tinha como principais
benefícios a aposentadoria por velhice aos 65 anos e a aposentadoria por
invalidez, ambas equivalentes a 50% do salário-mínimo e concedidas ape-
nas ao arrimo de família. A mesma lei deu natureza autárquica ao Funrural
e extinguiu o Plano Básico.
• Posteriormente, foi editado o Decreto n. 77.077/1976, que agrupou as nor-
mas previdenciárias esparsas. Foi a primeira CLPS (Consolidação das Leis
da Previdência Social).
• Em 1977, a Lei n. 6.439 instituiu o Sinpas – Sistema Nacional de Previdência
e Assistência Social, composto pelas seguintes entidades:
(1) INPS – Instituto Nacional de Previdência Social;
(2) Inamps – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social;
(3) LBA – Fundação Legião Brasileira de Assistência;
(4) Funabem – Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor;
(5) Dataprev – Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social;
(6) Iapas – Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistên-
cia Social;

(7) Ceme – Central de Medicamentos.

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• A segunda CLPS foi editada por meio do Decreto n. 89.312/1984, mais abran-

gente que o anterior, que vigorou até 1991.

• A Constituição de 1988 alçou a Previdência Social à categoria de direito

fundamental e dedicou um capítulo inteiro à Seguridade Social.

A SEGURIDADE SOCIAL, COMO CONJUNTO INTEGRADO DE AÇÕES DE PREVI-

DÊNCIA, ASSISTÊNCIA E SAÚDE, SÓ SURGIU EFETIVAMENTE NO BRASIL COM

A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988.

• Em 1990 foi criado, pela Lei n. 8.029, o INSS – Instituto Nacional do Seguro

Social, extinguindo o Sinpas e fundindo INPS e IAPAS. Reuniu-se, em um

único órgão, o custeio e o benefício. A mesma lei extinguiu a Funabem.

O Inamps foi extinto apenas em 1993; a LBA, em 1995; o Ceme, em 1997.

• No mesmo ano de 1990, foi editada a LEI DO SUS – Lei n. 8.080/1990, que

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a orga-


nização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

• No ano de 1991, foram editadas as Leis n. 8.212 (Lei de Custeio) e Lei

n. 8.213 (Lei de Benefícios), que vigoram até hoje e regulam o Siste-

ma Previdenciário nacional. Ambas são regulamentadas pelo Decreto n.

3.048/1999.

• Em 1993, foi criada a LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social, Lei n. 8.742,

tratando principalmente do amparo assistencial ao idoso e ao deficiente em

situação de miserabilidade. É regulamentada pelo Decreto n. 6.124/2007.

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Depois, foram editados vários outros estatutos, alterando as regras de custeio

e contribuição, algumas para o bem, outras para o mal. A Constituição também

recebeu algumas emendas com repercussão na nossa matéria. Várias dessas nor-

mas contribuíram para o enrijecimento dos critérios de concessão de benefícios

e sistemáticas de cálculo, com o claro objetivo de reduzir o propalado “deficit da

previdência”, não importando a que custo. Logicamente, não vou falar de cada uma

das leis, decretos e emendas constitucionais, pois isso só serviria para tornar nossa

aula mais extensa, sem resultados práticos na prova. Trago apenas as normas mais

relevantes – e justifico a escolha. Fixem-se nas mudanças impostas pelas leis e

emendas constitucionais, sem se preocupar com a data.

• Lei n. 9.032/1995 – fez profundas mudanças nas Leis n. 8.212 e n. 8.213,

destacando-se a fixação do valor da renda mensal da aposentadoria por

invalidez, aposentadoria especial e pensão por morte em 100% do salário de

benefício, e do auxílio-acidente em 50% do salário de benefício. Não se pre-

ocupe com esses conceitos, serão estudados posteriormente.

• Lei n. 9.528/1997 – também alterou diversos artigos das duas leis previdenci-

árias. O destaque fica com a supressão da vitaliciedade do auxílio-acidente.

• Emenda Constitucional n. 20/1998 – fez uma verdadeira revolução no RGPS.

A partir dela, a aposentadoria por tempo de serviço foi extinta, dando lugar

à aposentadoria por tempo de contribuição; acabou também com a aposen-

tadoria proporcional a quem ingressou no RGPS após a vigência da referida

emenda (para os que já eram filiados foi criada uma regra de transição); a

aposentadoria do professor, com um bônus de cinco anos, passou a valer

apenas para os docentes do ensino fundamental e médio; salário-família

e auxílio-reclusão se tornaram benefícios acessíveis apenas aos segurados de

baixa renda.

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• Lei n. 9.876/1999 – provavelmente, a Lei de maior impacto sobre o RGPS

desde 1991. Alterou diversas disposições das duas leis previdenciárias, com

destaque inegável para a mudança da denominação do segurado autôno-

mo para contribuinte individual e, mais ainda, para a instituição da sis-

temática de cálculo atualmente vigente para os benefícios previdenciários

(com a criação do famigerado fator previdenciário).

• Lei n. 10.666/2003 – estendeu o direito à aposentadoria especial ao segurado

contribuinte individual filiado a cooperativa de trabalho; dispensou o preen-

chimento concomitante dos requisitos (idade e carência) para a concessão da

aposentadoria por idade.

• Lei n. 10.741/2003 – Estatuto do Idoso. Ele reduziu a idade mínima para

a concessão do benefício assistencial ao idoso, previsto na LOAS – Lei n.

8.742/1993, de 70 para 65 anos.

• Emenda Constitucional n. 41/2003 – fez mudanças radicais no Regime Próprio

dos Servidores Públicos; no RGPS fez uma única alteração, importantíssima:

previu a criação do sistema especial de inclusão previdenciária, destinado a

abranger os trabalhadores de baixa renda. Em 2005, a EC n. 47 alterou o

dispositivo, incluindo na determinação os(as) donos(as) de casa integrantes

de família de baixa renda.

• Lei n. 11.457/2007 – extingue a Secretaria da Receita Previdenciária e trans-

fere para a Receita Federal – doravante denominada Receita Federal do

Brasil – a atribuição de fiscalizar e arrecadar as contribuições previdenciárias.

• Lei Complementar n. 123/2006 – atende à inovação constitucional trazida

pela EC n. 41, com a criação do Microempreendedor Individual – MEI e a

instituição de alíquota diferenciada de contribuição para os segurados de bai-

xa renda que abdiquem do direito à aposentadoria por tempo de contribuição.

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• Lei n. 12.470/2011 – conclui o serviço começado pela LC n. 123, ao criar alí-

quota diferenciada de contribuição para o MEI e para o(a) dono(a) de casa de

baixa renda.

• Lei Complementar n. 142/2013 – com alguns anos de atraso (8, para ser bem

exato) estabeleceu os critérios diferenciados a serem observados para a

concessão da aposentadoria da pessoa com deficiência, cumprindo, fi-

nalmente, uma previsão inserida na Constituição em 2005.

• Decretos n. 8.424 e n. 8.499/2015 – alteraram o RPS (Decreto n. 3.048/1999),

para melhor descrever o pescador artesanal e para criar a figura do asse-

melhado ao pescador artesanal.

• Lei Complementar n. 150/2015 – regulamentou a famosa PEC das Domés-

ticas (Emenda Constitucional n. 72/2013), que ampliou consideravelmente

os direitos previdenciários dos empregados domésticos. Os segurados per-

tencentes a essa classe passaram a ter direito a salário-família, auxílio-aci-

dente, auxílio-doença e aposentadoria por invalidez decorrentes de acidente

do trabalho. Foi substancialmente modificado o formato de contribuição do

empregador doméstico, com a instituição do que se denominou simples

doméstico.

• Lei n. 13.135/2015 – resultado da conversão da Medida Provisória n. 664/2014,

realizou diversas alterações na LBPS, atingindo, principalmente, o auxílio-do-

ença e a pensão por morte.

• Lei n. 13.183/2015 – oriunda da conversão da MP n. 676/2015, teve como

principal objetivo tornar facultativa a incidência do fator previdenciário no

cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição. Trouxe, ainda, pequenas

alterações na pensão por morte, na classificação dos segurados especiais,

entre outras.

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• Lei n. 13.457/2017 – oriunda da conversão da MP n. 767/2017, dispôs prin-

cipalmente sobre as perícias médicas previdenciárias, mas também trouxe

mudança importante nas regras de carência.

• Lei n. 13.467/2017 – Reforma Trabalhista. No âmbito previdenciário, operou

pequenas alterações na Lei n. 8.212, especificamente em relação às parcelas

não integrantes do salário de contribuição.

• Lei n. 13.606/2018 – alterou a alíquota de contribuição do produtor rural

pessoa física.

Pronto, aluno(a). Com isso, encerramos o estudo da evolução legislativa da

Seguridade Social no Brasil. Antes de prosseguir, se ainda estiver inseguro(a), re-

tome o conteúdo e não hesite em enviar suas dúvidas. Não siga para o próximo

ponto enquanto não estiver firme nessa matéria.

8. (CESPE/SEMAD-ARACAJU/PROCURADOR MUNICIPAL/2008) Julgue o item sub-

sequente, relacionado à seguridade social e a seu custeio.

A positivação do modelo de seguridade social na ordem jurídica nacional ocorreu a

partir da Constituição de 1937, seguindo o modelo do bem-estar social, em voga na

Europa naquele momento. No caso brasileiro, as áreas representativas dessa forma

de atuação são saúde, assistência e previdência social.

Errado.

CUIDADO COM A PEGADINHA! A Constituição de 1937 trouxe pela primeira vez

o uso da expressão Seguro Social. A Seguridade Social surgiu no mundo apenas

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em 1942, com o Plano Beveridge. Você acredita que o Brasil estaria cinco anos à

frente da Inglaterra na proteção social? Se você acha que sim, trago uma triste no-

tícia: a Seguridade Social só ingressou na ordem constitucional brasileira em 1988.

Agora vamos continuar. O tempo é curto e a matéria é longa. MUITO longa.

3. Organização da Seguridade Social

Você certamente já conhece a Lei n. 8.212/1991, também chamada LOCSS –

Lei da Organização e Custeio da Seguridade Social.

Se ela tem esse nome, adivinhe de onde extrairemos as regras relacionadas à

organização da Seguridade Social?

Antes de entrar nas regras de custeio, que compõem seu tema principal, a LO-

CSS tem nove artigos, que são importantes por um único motivo: caem na prova.

Como as bancas cobram, nesse caso, simples decoreba legislativa, só o que me

resta é trazer o texto legal para você, com alguns comentários que eu considero

pertinentes. BOA LEITURA, meu(minha) amigo(a).

Comecemos pelo princípio, ou melhor, pelos princípios do art. 1º da LOCSS. Ele

é cópia quase literal do art. 194 da Constituição, nosso velho conhecido. Por essa

razão, vou transcrever o único ponto divergente.

Art. 1º A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa


dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à
previdência e à assistência social.
Parágrafo único. A Seguridade Social obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:
(...)
g) caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa com a participação
da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados.

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Sentiu falta de alguma coisa nesse princípio? Percebeu que não há menção à

participação do Governo nos órgãos colegiados? Isso porque esse artigo repete a

redação original do art. 194 da Constituição. Em 1998 é que foi alterada a alínea

ora divergente, passando a constar o texto que estudamos. Então, o importante

é que você, embora tenha a obrigação de estudar a legislação, não se esqueça

de que o último princípio é o CDDGQ – Caráter Democrático e Descentralizado da

administração, mediante Gestão Quadripartite. E essa “quadripartição” é o GATE –

Governo, Aposentados, Trabalhadores e Empregadores. Simples assim.

A seguir, a LOCSS traz disposições gerais relacionadas à saúde. Muito do que

ali consta também está nos artigos 196 a 200 da Constituição – o que garantirá a

você, profundo(a) conhecedor(a) das disposições constitucionais da Seguridade,

certa sensação de déjà vu – mas redigido de forma diferente. Quem estudar só

pela CF pode se confundir quando o examinador colar o artigo da LOCSS. Como

minha meta é que você gabarite a prova, tenho que apresentar todo o conteúdo

necessário, não é? Lá vai...

Art. 2º A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas so-
ciais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recu-
peração.
Parágrafo único. As atividades de saúde são de relevância pública e sua organização
obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:
a) acesso universal e igualitário;
b) provimento das ações e serviços através de rede regionalizada e hierarquizada, inte-
grados em sistema único;
c) descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
d) atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas;
e) participação da comunidade na gestão, fiscalização e acompanhamento das
ações e serviços de saúde;

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Seguridade Social – Parte II
Prof. Cassius Garcia

Não sei se você lembra, mas a CF (art. 198, III) prevê, simplesmente, a “parti-

cipação da comunidade”. A LOCSS vai mais longe, deixando claro em que consiste

essa participação.

f) participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obedecidos os preceitos


constitucionais.

Logo a seguir, a LOCSS nos traz regras relacionadas à Previdência Social. No-

vamente, tudo muito parecido com a Constituição – e não pense que o erro está

no fato de a lei repetir a Constituição. A falha, em minha humilde opinião, está

no legislador constitucional, que elaborou uma Constituição hipertrofiada, re-

pleta de regras e normas que poderiam perfeitamente caber em leis e decretos.

Vejamos:

Art. 3º A Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indis-
pensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo
de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte
daqueles de quem dependiam economicamente.

Disposição bem semelhante também está no art. 1º da LBPS – Lei n. 8.213/1991.

E acredite, JÁ VI CAIR EM PROVA. Portanto – preciso dizer? – DECORE!!

Parágrafo único. A organização da Previdência Social obedecerá aos seguintes princípios


e diretrizes:
a) universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante contribuição;

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Seguridade Social – Parte II
Prof. Cassius Garcia

NÃO CONFUNDA com o princípio da Seguridade Social apelidado de UCA – Uni-

versalidade da Cobertura e do Atendimento. Embora conste o termo “universalida-

de”, não se pode entender que todo mundo é atendido pela Previdência. As duas

últimas palavrinhas fazem toda a diferença. A participação nos planos previdenciá-

rios é garantida a todos QUE CONTRIBUÍREM!

b) valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário de contribuição ou do


rendimento do trabalho do segurado, não inferior ao do salário-mínimo;

Encontramos essa mesma regra no art. 201, § 2º da CF. O salário-mínimo na-

cional é o limite mínimo de boa parte dos benefícios previdenciários. Mas existem

dois benefícios que podem ser inferiores ao mínimo: o salário-família e o auxí-

lio-acidente.

Mas, professor! Aí a lei está sendo descumprida!

Não está, meu(minha) caro(a). Esses dois benefícios não são “substitutos do

salário de contribuição ou do rendimento do trabalho”. O salário-família COMPLE-

MENTA os rendimentos; o auxílio-acidente tem natureza INDENIZATÓRIA.

c) cálculo dos benefícios considerando-se os salários de contribuição, corrigidos mone-


tariamente;
d) preservação do valor real dos benefícios;

As alíneas c e d reproduzem disposições constitucionais – art. 201, parágrafos

3º e 4º. Creio que são de fácil compreensão, dispensando maiores explicações.

e) previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional.

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Seguridade Social – Parte II
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Você sabe que o art. 202 da CF trata do regime de previdência privada, de ca-
ráter COMPLEMENTAR e FACULTATIVO. Essa alínea simplesmente reitera o que a
Constituição já diz, em outras palavras.
Prosseguindo na leitura da LOCSS, chegamos ao art. 4º, que trata – adivinhe? –
do 3º pilar da Seguridade Social. Já falamos de Previdência e de Saúde... O que falta?
A ASSISTÊNCIA SOCIAL:

Art. 4º A Assistência Social é a política social que provê o atendimento das necessi-
dades básicas – memorizem isso –, traduzidas em proteção à família, à materni-
dade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência,
independentemente de contribuição à Seguridade Social.

Sublinhada está a principal distinção em relação à Previdência: a desnecessi-


dade de contribuição.

Parágrafo único. A organização da Assistência Social obedecerá às seguintes diretrizes:


a) descentralização político-administrativa;
b) participação da população na formulação e controle das ações em todos os níveis.

Temos aí mais um artigo de fácil interpretação. Chamo a atenção, no entanto,


para as situações protegidas pela Assistência Social. Tome cuidado para NÃO
CONFUNDIR com os objetos de proteção da Previdência ou Saúde, ok??
Depois – calma, aluno(a), já está quase acabando – temos três artigos que tra-
tam, aí sim, especificamente, da ORGANIZAÇÃO da Seguridade Social, comple-
mentando as disposições constitucionais acerca do tema (artigos 194 a 204 da CF,
que, espero, você já sabe de cor):

Art. 5º As ações nas áreas de Saúde, Previdência Social e Assistência Social, conforme
o disposto no Capítulo II do Título VIII da Constituição Federal, serão organizadas
em Sistema Nacional de Seguridade Social, na forma desta Lei.
Art. 6º (Revogado pela Medida Provisória n. 2.216-37, de 2001).
Art. 7º (Revogado pela Medida Provisória n. 2.216-37, de 2001).

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Seguridade Social – Parte II
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Esses dois artigos revogados tratavam da composição e das atribuições do Con-

selho Nacional de Seguridade Social. De fato, não havia motivo para a existência

desse Conselho, pois as três áreas da Seguridade já possuíam seus próprios

órgãos colegiados.

Art. 8º As propostas orçamentárias anuais ou plurianuais da Seguridade Social


serão elaboradas por Comissão integrada por 3 (três) representantes, sendo 1
(um) da área da saúde, 1 (um) da área da previdência social e 1 (um) da área
de assistência social.

Esse artigo é, sem sombra de dúvida, o MAIS COBRADO sobre organiza-

ção da Seguridade Social.

Ele vai cair na minha prova, professor?

Bem... se eu tivesse a capacidade de prever algo assim, seria o professor mais

disputado pelos cursos no Brasil. O que faço é ANÁLISE HISTÓRICA (para ver o que

foi mais cobrado em provas anteriores) e ACOMPANHAMENTO LEGISLATIVO (pois

as bancas têm tara por cobrar alterações recentes nas leis). O que afirmo, com

convicção, é que é importante DECORAR esse artigo 8º porque, SE CAIR alguma

questão relativa a essa parte inicial da LOCSS, é ALTÍSSIMA a probabilidade de ser

relacionada a ele.

Art. 9º As áreas de Saúde, Previdência Social e Assistência Social são objeto de leis
específicas, que regulamentarão sua organização e funcionamento.

Apenas a título de CURIOSIDADE, esclareço que essas leis específicas já exis-

tem. São a Lei n. 8.080/1990, que trata do SUS; a Lei n. 8.213/1991, que cuida

dos Benefícios Previdenciários; e a Lei n. 8.742/1993, relativa à Assistência Social.

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Seguridade Social – Parte II
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E como as diversas áreas da Seguridade Social (PAS) cumprem o princípio da


CDDGQ? De que forma se respeita o Caráter Democrático e Descentralizado da
Administração? Cadê o GATE?
Relembre o inciso VII do parágrafo único do art. 194 da CF:

Art. 194. (...) Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar
a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: (...)
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadri-
partite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do
Governo nos órgãos colegiados.

Quais são os órgãos colegiados responsáveis pela gestão da Seguridade Social?


• CNPS – Conselho Nacional da Previdência Social;
• CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social;
• CNS – Conselho Nacional de Saúde.

No âmbito da Previdência Social, ainda temos...


• CPS – Conselho de Previdência Social;
• CRPS – Conselho de Recursos da Previdência Social.

Vamos ver, rapidamente, as atribuições e características de cada um desses


Conselhos?

CNPS
É um órgão superior de deliberação colegiada. Foi criado pela LBPS – Lei n.
8.213/1991, em seu art. 3º. Suas atribuições básicas estão no art. 4º da LBPS:

Art. 4º Compete ao Conselho Nacional de Previdência Social–CNPS:


I – estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à Previ-
dência Social;
II – participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestão previdenciária;

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Seguridade Social – Parte II
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III – apreciar e aprovar os planos e programas da Previdência Social;


IV – apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da Previdência Social, an-
tes de sua consolidação na proposta orçamentária da Seguridade Social;
V – acompanhar e apreciar, através de relatórios gerenciais por ele definidos, a execu-
ção dos planos, programas e orçamentos no âmbito da Previdência Social;
VI – acompanhar a aplicação da legislação pertinente à Previdência Social;
VII – apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao Tribunal de Contas da
União, podendo, se for necessário, contratar auditoria externa;
VIII – estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será exigida a anuên-
cia prévia do Procurador-Geral ou do Presidente do INSS para formalização de desistên-
cia ou transigência judiciais, conforme o disposto no art. 132;
IX – elaborar e aprovar seu regimento interno.
Parágrafo único. As decisões proferidas pelo CNPS deverão ser publicadas no Diário
Oficial da União.

O CNPS possui quinze representantes: seis do Governo Federal e nove da So-

ciedade Civil (três aposentados/pensionistas + três trabalhadores + três empre-

gadores). Todos são nomeados pelo Presidente da República, tendo os repre-

sentantes da Sociedade Civil mandato de dois anos, podendo ser reconduzidos, de

imediato, uma única vez.

Os representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, dos em-

pregadores e seus respectivos suplentes serão indicados pelas centrais sindicais e

confederações nacionais. A eles (titulares e suplentes) é assegurada a estabili-

dade no emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de

representação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regular-

mente comprovada por meio de processo judicial.

O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, por convocação de

seu Presidente, não podendo ser adiada a reunião por mais de 15 (quinze) dias se

houver requerimento nesse sentido da maioria dos conselheiros.

Poderá ser convocada reunião extraordinária por seu Presidente ou a re-

querimento de um terço de seus membros, conforme dispuser o regimento in-

terno do CNPS.

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As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores em atividade,

decorrentes das atividades do Conselho, serão abonadas, computando-se como

jornada efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais.

9. (CESPE/CPRM/ANALISTA EM GEOCIÊNCIAS/2013) Com base nas normas que

regem a seguridade social, julgue o item subsequente.

O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), órgão superior de deliberação

colegiada, é composto por representantes do governo e da sociedade civil (aposen-

tados e pensionistas, trabalhadores em atividade e empregadores), sendo correto

afirmar que a composição do CNPS representa uma forma de concretização do ca-

ráter democrático e descentralizado da administração da previdência social.

Certo.

O CNPS foi instituído pelo art. 3º da LBPS:

Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de Previdência Social–CNPS, órgão superior


de deliberação colegiada, que terá como membros:
I – seis representantes do Governo Federal;
II – nove representantes da sociedade civil, sendo:
a) três representantes dos aposentados e pensionistas;
b) três representantes dos trabalhadores em atividade;
c) três representantes dos empregadores.

Você tem dúvida de que isso decorre do princípio do CDDGQ? Art. 194, parágrafo

único, inciso VII da VF:

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa


dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saú-
de, à previdência e à assistência social.

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Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade
social, com base nos seguintes objetivos: (...)
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão qua-
dripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposenta-
dos e do Governo nos órgãos colegiados.

O CNS e o CNAS integram a legislação específica da saúde e da assistência so-

cial, que não constam no edital. Por essa razão, não precisaremos nos debruçar

sobre eles. O que nos resta para encerrar de vez o tema organização da Seguri-

dade Social é:

CPS

Os Conselhos de Previdência Social, instituídos pelo art. 296-A do Regulamento

da Previdência Social (RPS) – Decreto n. 3.048/1999, são unidades descentra-

lizadas do CNPS, com caráter consultivo e de assessoramento. Funcionam

junto às Gerências Executivas do INSS. Seu regimento interno é estipulado por

resolução do CNPS.

Os CPS são compostos por dez conselheiros e respectivos suplentes, designa-

dos pelo titular da Gerência Executiva na qual for instalado: quatro representantes

do Governo Federal e seis representantes da Sociedade Civil (dois empregadores

+ dois trabalhadores + dois aposentados/pensionistas).

Os representantes da sociedade civil, a exemplo da regra já estudada quanto

ao CNPS, serão indicados pelas respectivas entidades sindicais ou associações

representativas.

As reuniões serão mensais ou bimensais, a critério do respectivo CPS, e

abertas ao público, cabendo a sua organização e funcionamento ao titular da Ge-

rência-Executiva na qual for instalado o colegiado.

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CRPS

O Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS, colegiado integrante da

estrutura do Ministério da Previdência Social, é órgão de controle jurisdicional

das decisões do INSS, nos processos referentes a benefícios a cargo dessa au-

tarquia.

O CRPS é formado por 29 (vinte e nove) Juntas de Recursos – JRPS, com

a competência para julgar, em primeira instância, os recursos interpostos contra

as decisões prolatadas pelos órgãos regionais do INSS, em matéria de interesse de

seus beneficiários, e por quatro Câmaras de Julgamento, com sede em Brasília,

com a competência para julgar, em segunda instância, os recursos interpostos

contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem lei, regu-

lamento, enunciado ou ato normativo ministerial. Há ainda um Conselho Pleno,

com a competência para uniformizar a jurisprudência previdenciária mediante

enunciados.

10. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) Mateus requereu ao órgão

regional do INSS a conversão de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. O

INSS indeferiu o pedido de Mateus por considerar que a doença que o acometera

era curável, e que, por isso, ele era suscetível de reabilitação.

Acerca dessa situação hipotética e dos recursos nos processos administrativos de

competência do INSS, julgue o item que segue.

Contra a decisão do INSS pelo indeferimento, Mateus poderá interpor recurso ad-

ministrativo, que será julgado, em primeira instância, pela Câmara de Julgamento

da Previdência Social.

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Seguridade Social – Parte II
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Errado.

Acabei de apresentar as instâncias de julgamento do Conselho de Recursos da Pre-

vidência Social (CRPS). A leitura do parágrafo em que trato disso é suficiente para

a resolução da questão.

No entanto, vou apresentar a você a base normativa da minha afirmação. O RPS –

Decreto n. 3.048/1999 – inicia o regramento do CRPS – Conselho de Recursos da

Previdência Social no seu art. 303. É ele que diz a quem compete julgar os recursos

em primeira e segunda instância.

Art. 303. O Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS, colegiado integrante


da estrutura do Ministério da Previdência Social, é órgão de controle jurisdicional das
decisões do INSS, nos processos referentes a benefícios a cargo desta Autarquia.
§ 1º O Conselho de Recursos da Previdência Social compreende os seguintes órgãos:
I – vinte e nove Juntas de Recursos, com a competência para julgar, em primeira
instância, os recursos interpostos contra as decisões prolatadas pelos órgãos regionais
do INSS, em matéria de interesse de seus beneficiários;
II – quatro Câmaras de Julgamento, com sede em Brasília, com a competência para
julgar, em segunda instância, os recursos interpostos contra as decisões proferidas
pelas Juntas de Recursos que infringirem lei, regulamento, enunciado ou ato normativo
ministerial;
III – (Revogado pelo Decreto n. 3.668, de 2000)
IV – Conselho Pleno, com a competência para uniformizar a jurisprudência previ-
denciária mediante enunciados, podendo ter outras competências definidas no Regi-
mento Interno do Conselho de Recursos da Previdência Social.

Transcrevi do art. 303 apenas a parte que interessa para a solução da questão.

Recomendo veementemente a leitura integral, pois ela trata da composição dos ór-

gãos, da forma de provimento das vagas, da duração dos mandatos, das sessões...

Esse artigo, sozinho, é um prato cheio para examinadores sádicos.

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O CRPS é presidido por representante do Governo, com notório conhecimento

da legislação previdenciária, nomeado pelo Ministro de Estado da Previdência So-

cial, cabendo-lhe dirigir os serviços administrativos do órgão.

As Juntas e as Câmaras, presididas por representante do Governo, são com-

postas por quatro membros, denominados conselheiros, nomeados pelo Minis-

tro da Previdência, sendo dois representantes do Governo, um das empresas

e um dos trabalhadores.

O mandato dos membros do Conselho de Recursos da Previdência Social é de

dois anos, permitida a recondução, atendidas às seguintes condições:

I – os representantes do Governo são escolhidos entre servidores federais, pre-

ferencialmente do Ministério da Previdência Social ou do INSS, com curso superior

em nível de graduação concluído e notório conhecimento da legislação previden-

ciária, que prestarão serviços exclusivos ao Conselho de Recursos da Pre-

vidência Social, sem prejuízo dos direitos e vantagens do respectivo cargo de

origem;

II – os representantes classistas, que deverão ter escolaridade de nível su-

perior, exceto representantes dos trabalhadores rurais, que deverão ter nível mé-

dio, são escolhidos dentre os indicados, em lista tríplice, pelas entidades de

classe ou sindicais das respectivas jurisdições, e manterão a condição de segu-

rados do Regime Geral de Previdência Social; e

III – o afastamento do representante dos trabalhadores da empresa emprega-

dora não constitui motivo para alteração ou rescisão contratual.

O Presidente do Conselho definirá o número de sessões mensais, que não po-

derá ser inferior a dez, de acordo com o volume de processos em andamento.

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O conselheiro afastado por qualquer das razões elencadas no Regimento Inter-

no do Conselho de Recursos da Previdência Social, exceto quando decorrente de

renúncia voluntária, não poderá ser novamente designado para o exercício

desta função antes do transcurso de cinco anos, contados do efetivo afasta-

mento.

Compete ao Ministro de Estado da Previdência Social aprovar o Regimento In-

terno do CRPS.

4. Legislação Previdenciária: Conteúdo, Fontes, Autonomia

O que é legislação previdenciária?

Bah, prof! Essa é fácil... são as leis que tratam da previdência, certo?

EM PARTE, aluno(a). A resposta está certa, mas incompleta. Bem incomple-

ta. Para ser preciso, MUITO incompleta. Na verdade, entendemos por legislação

previdenciária o conjunto de leis (em sua concepção ampla, que compreende a

constituição, leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, decretos) e

atos administrativos (instruções normativas, resoluções, portarias) referentes

à seguridade social.

À SEGURIDADE, professor? Então por que chamam legislação PREVIDENCIÁ-

RIA?

Simplesmente porque quando o Direito Previdenciário começou a surgir como

ramo autônomo, não existia essa integração de previdência, assistência e saúde.

Quando foi realmente organizada a Seguridade Social no Brasil, com a Constitui-

ção de 1988, o Direito Previdenciário já existia. O nome pegou. Só se ampliou sua

abrangência.

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Seguridade Social – Parte II
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É muito comum, em qualquer ramo do Direito, usar-se a expressão “lei” para

designar realmente a “lei” em sentido estrito, e o termo “legislação” para caracte-

rizar o conjunto de leis e demais atos normativos.

Mas professor, as leis não bastam?

Não. Não bastam e nem deveriam bastar. Não é papel das leis regular toda e

qualquer ocorrência. Logicamente devem tratar dos temas de sua competência

com muito mais detalhes que a Constituição, mas, ainda assim, seu papel é regu-

lamentar de forma mais geral esses temas. Situações pontuais devem ser tratadas

por regulamentos internos dos órgãos executivos, sempre respeitando as linhas

gerais estabelecidas em lei.

As fontes do Direito Previdenciário, portanto, considerando o que falamos, são

diversas. A constituição, as leis, os demais atos normativos e até mesmo a juris-

prudência.

Hein?? A jurisprudência? Como assim?

Ora, aluno(a)... como eu já disse, as leis não vão (ou ao menos não deveriam

ir) às minúcias dos pontos de que tratam. Cabe à normatização infralegal (nome

pomposo para “tudo que estiver abaixo da lei”: decretos, portarias, instruções nor-

mativas...) esmiuçar, detalhar, a previsão legal.

É frequente que decisões judiciais contrariem o entendimento administrativo,

expresso em portarias, resoluções e instruções normativas. E é muito comum que,

após sucessivas derrotas nos tribunais, os órgãos administrativos alterem suas

normas internas, adequando-as à jurisprudência dominante. Nesse caso, a juris-

prudência, nitidamente, serviu como fonte do Direito Previdenciário.

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Até mesmo alterações nas leis decorreram de sucessivas decisões judiciais.

A Lei n. 10.666/2003 determinou que a perda da qualidade de segurado não deveria


ser considerada para a concessão da aposentadoria por idade, desde que a carên-
cia estivesse cumprida, porque essa já era posição consolidada nos tribunais.
Não havia sentido em manter uma disposição legal que gerava derrotas e mais der-
rotas judiciais, com todos os custos daí decorrentes.

Como no Direito sempre há gente disposta a fazer classificações, divisões, sub-


divisões, o assunto que ora tratamos não poderia fugir à regra. As fontes do Direito
Previdenciário são divididas em primárias e secundárias.
Em uma subdivisão simples assim não há divergência, né, prof.?
Aí é que você se engana, meu(minha) caro(a) aluno(a). Até nisso os doutrina-
dores conseguem se distanciar. O Direito não é ciência exata, para felicidade de
quem trabalha na área, e tristeza de quem estuda para concursos.
Para alguns deles, as fontes primárias são aquelas que bastam para gerar
a regra jurídica. Aí se enquadram exclusivamente a Constituição, as leis (ordiná-
rias, complementares, delegadas), demais atos com força de lei (decreto legislativo
e medida provisória) e os costumes. Essa é a nossa opção, pois as bancas ten-
dem a adotar essa linha, mais tradicional.

Observo apenas que, no âmbito do Direito Previdenciário, os costumes não


têm relevância jurídica. É que no direito privado é permitido fazer tudo o que a lei
não proíba; já no direito público – ramo ao qual o Direito Previdenciário pertence – é
proibido fazer o que a lei não autorizar expressamente. Isso significa que, em-
bora o costume seja universalmente reconhecido como criador de normas, ele não

possui tal efeito na seara previdenciária.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Seguridade Social – Parte II
Prof. Cassius Garcia

Exemplo bobo, para ilustrar: não é porque hoje em dia os filhos têm saído da casa
dos pais cada vez mais tarde que a pensão por morte será estendida para além dos
21 anos.

Outras correntes atribuem caráter de fonte primária às normas infralegais e


mesmo à doutrina jurídica. Tal posição, no entanto, não é majoritária e não é aco-
lhida pelas bancas, em princípio.
E as fontes secundárias, professor?
A partir do conceito de fontes primárias podemos deduzir o conceito de fontes
secundárias. Aqui se enquadram as fontes que não geram a regra jurídica, mas
a interpretam/aplicam. Enquadram-se aqui as normas infralegais (decretos,
portarias, instruções normativas) e a jurisprudência.

Sobre a jurisprudência, há outra discussão da mais absoluta relevância: onde se


enquadram as súmulas vinculantes, que podem ser emitidas pelo Supremo Tri-
bunal Federal (STF), com base no art. 103-A da Constituição? São, sem dúvida,
representativas da jurisprudência. Seriam, então, fontes secundárias? Há quem
diga que sim, justificando sua escolha pela ORIGEM do ato (o Judiciário). Há, no
entanto, quem afirme o contrário, amparado nos efeitos de uma súmula vinculan-
te. Ela, sem dúvida, basta para gerar a regra jurídica. Uma súmula vinculante
emitida pelo STF é de observância obrigatória pelos demais órgãos do Poder
Judiciário e administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal. A mim, parece mais simpática a tese do segundo grupo. Eu, portanto,
enquadraria a súmula vinculante entre as fontes primárias do Direito Previden-
ciário, permanecendo, contudo, como fontes secundárias os demais atos judiciais

(súmulas comuns, acórdãos, sentenças...).

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E a doutrina jurídica, onde se enquadra? Sem dúvida, a importância dos juristas na

construção da interpretação normativa é imensa. No entanto, no âmbito do Direito

Previdenciário, há grande resistência em enquadrar a doutrina como fonte, devido

a sua falta de poder de coerção. Revejo, portanto, meu entendimento original – eu

havia incluído a doutrina no rol das fontes secundárias, visto que sua função é “in-

terpretar” a norma – após aprofundada revisão da bibliografia previdenciária atual.

A doutrina é um auxiliar da aplicação da norma, mas não é reconhecida como

fonte do Direito Previdenciário.

As principais fontes do Direito Previdenciário atualmente vigentes são:

• a Constituição de 1988 (fonte primária);

• a Lei n. 8.212/1991 – trata da organização e do custeio da seguridade so-

cial. É a Lei Orgânica da Seguridade Social (fonte primária);

• a Lei n. 8.213/1991 – trata dos planos de benefícios da previdência so-

cial (fonte primária);

• o Decreto n. 3.048/1999 – é o RPS – Regulamento da Previdência Social atu-

almente em vigor (fonte secundária).

No âmbito administrativo, há duas instruções normativas que complementam

as normas que acabamos de ver (fontes secundárias). Não podem contrariar,

reduzir ou ampliar sua abrangência, mas detalham entendimentos e procedimen-

tos administrativos na área do custeio e benefícios. São elas a Instrução Normativa

RFB n. 971, de 13 de novembro de 2009 (dispõe sobre a arrecadação previdenciá-

ria) e a Instrução Normativa INSS/PRES n. 77, de 21 de janeiro de 2015 (trata ba-

sicamente dos benefícios e da disciplina do processo administrativo previdenciário

no âmbito do INSS).

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Há ainda dezenas de dispositivos esparsos (leis, decretos, portarias e instruções

normativas) que alteram ou complementam os atos normativos citados (como a

LC n. 142, de 8 de maio de 2013, que regulamentou a concessão de aposentadoria

da pessoa com deficiência, prevista há anos no art. 201, § 1º da Constituição, ou a

LC n. 150, de 1º de junho de 2015, que regulamentou a PEC das Domésticas, am-

pliando sensivelmente os direitos previdenciários dessa categoria de segurados).

Não há motivo para citar todos aqui. Fiquemos com esses já mencionados, que são

os principais e mais abrangentes.

Nossas aulas certamente abrangerão todo o conteúdo do edital. No entanto, é

prudente dedicar um tempo à leitura da lei seca (ou seja, o texto das leis, artigo

por artigo). Isso porque é muito comum que as bancas simplesmente reproduzam

artigos da Constituição, das leis, do Decreto n. 3.048, nas provas. Se você tiver

algum contato com o texto legal, certamente terá mais facilidade para solucionar a

questão. Portanto, leia, sempre que puder os artigos 194 a 204 da CF, a Lei n.

8.212/1991; a Lei n. 8.213/1991 e o Decreto n. 3.048/1999.

Já sobre a autonomia, não há muito o que dizer. Informo apenas que há na

doutrina quem advogue a tese de ter o Direito Previdenciário surgido a partir do

Direito do Trabalho (em comum, ambos tratam de relações entre patrões e empre-

gados). Outros dizem que ele seria uma segmentação do Direito Administrativo,

pois a proteção social é competência do Estado. Há ainda quem creia que o Direito

Previdenciário é autônomo desde sua origem.

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Se depois do concurso você estiver perdidamente apaixonado(a) pelo Direito

Previdenciário e quiser estudá-lo mais a fundo, fale comigo que recomendo alguns

livros para aprofundarem todo e qualquer assunto que interesse. Nesse momento,

mirando na prova, o que nos interessa saber é:

O Direito Previdenciário é um ramo autônomo do Direito, uma vez que pos-

sui princípios jurídicos específicos e um complexo normativo próprio. Compreende,

ainda, conceitos jurídicos exclusivos como, por exemplo, salário de benefício e

salário de contribuição, que não são aplicáveis em nenhum outro ramo do Direito.

5. Aplicação das Normas Previdenciárias

As regras para a aplicação das normas previdenciárias são as mesmas vigen-

tes em relação a qualquer norma do ordenamento jurídico brasileiro. Aplicar a lei

significa – no jargão jurídico – realizar a subsunção, ou seja, enquadrar o

fato ocorrido à norma existente.

No direito, estudamos a aplicação da lei (1) no tempo e (2) no espaço. Isso, no

Brasil, é disciplinado pela Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – De-

creto-Lei n. 4.657/1942.

A aplicação das leis previdenciárias no tempo rege-se pelo princípio tempus

regit actum.

Tá falando grego, professor...

Não, aluno(a)... grego não. Latim. No direito ainda é muito comum o uso dessa

língua. Mas não se assuste, no Previdenciário não aparece muito. E as poucas ocor-

rências serão por mim esclarecidas.

Tempus regit actum significa, simplesmente, que se aplica a lei vigente na

data da ocorrência do fato.

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Você já sabe que o direito a alguns benefícios previdenciários é adquirido somente


após o decurso de prazos longuíssimos. Aposentadoria por tempo de contribuição pre-
cisa, em regra, de 30 ou 35 anos de contribuição; aposentadoria por idade, no mínimo
15 anos. É muito comum que, enquanto passa esse tempo, a legislação mude.
Imaginemos uma situação concreta, para bem compreendermos a aplicação da
lei previdenciária no tempo.

Um trabalhador iniciou suas contribuições em 1980. Se em 1990, 1997 e 2005


(datas aleatórias, sem relevância para nosso estudo) fossem realizadas modifica-
ções relevantes na legislação previdenciária, a qual norma deveria se sujeitar o
segurado quando, completando 35 anos de contribuição em 2015, fosse requerer
o benefício?
a) A lei vigente quando começou a contribuir.
b) a de 1990.
c) a de 1997.
d) a de 2005.
e) a que for mais benéfica para o segurado.
A resposta certa é a letra d.

Professor, e se um mês antes do pedido da aposentadoria surgisse uma nova lei


mudando o tempo de contribuição mínimo para 37 anos?
Lamentavelmente, se a lei não criasse expressamente uma regra de tran-
sição para aqueles que já vinham contribuindo, nosso segurado precisaria
continuar recolhendo suas contribuições por mais 2 anos antes de pleitear sua apo-
sentadoria. O STF reconhece expressamente que os benefícios previdenciários
são concedidos e calculados de acordo com as normas vigentes na data em
que foram cumpridos TODOS os requisitos para a sua concessão.

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E a aplicação da lei no espaço? A legislação previdenciária brasileira vale ape-

nas em nosso território ou também tem validade no estrangeiro? Bem... a regra

é a vigência no território nacional, com aplicabilidade a todos os que aqui vivem.

Há, contudo, situações em que pessoas residentes no exterior estão protegi-

das pela lei previdenciária brasileira.

Um exemplo é o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em orga-

nismos oficiais brasileiros. Ele está residindo no exterior e, mesmo assim, é alcan-

çado pelo manto protetor da seguridade social. É um dos casos excepcionais de

extraterritorialidade da Lei Previdenciária.

6. Legislação Previdenciária: Vigência, Hierarquia, Interpreta-


ção e Integração

6.1. Vigência

Quando uma lei começa a produzir efeitos?

A Lei Complementar n. 95, de 26 de fevereiro de 1998, que trata das regras a

observar na elaboração das leis, diz em seu art. 8º que “a vigência da lei será in-

dicada de forma expressa”. Portanto, em regra, a lei começa a produzir efeitos no

prazo por ela indicado.

E se ela não indicar prazo?

Ué, professor... se ela não indicar prazo, estará descumprindo a Lei Comple-

mentar n. 95! Não pode!!!

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Não se iluda, meu(minha) amigo(a). Realmente, não é recomendada a omis-

são da data de vigência, mas às vezes isso acontece sim. A Lei Complementar

n. 95 não estabelece sanção nenhuma para essa omissão. Então, ela acaba sendo

apenas mais uma entre centenas, talvez milhares, de leis desrespeitadas no Bra-

sil. Na verdade, é rara a edição de uma lei que não traga em seu texto o início da

vigência, mas nada impede que isso ocorra. Nessa hipótese, valerá a disposição

contida na LINDB – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – Decreto-Lei

n. 4.657/1942, que diz que, salvo disposição em contrário, a lei começa a vi-

gorar 45 dias depois de publicada.

Então vamos nos aprofundar um pouquinho – bem pouquinho – nessa LINDB,

pois é dela que saem as regras gerais de vigência, interpretação e integração.

Mas prof., isso aí não tem nada a ver com Direito Previdenciário!

Calma, aluno(a)! Não tem relação direta com o Direito Previdenciário, mas são

normas gerais que valem sim para nós. Esse assunto está no edital (vigência,

hierarquia, interpretação e integração). Não encontrei praticamente nenhuma

questão de Direito Previdenciário tratando disso, mas se está previsto, pode cair.

E se pode cair, você precisa saber. E se você precisa saber, VOU FALAR! Ponto

final! Aliás, devido à absoluta escassez de questões do assunto em provas de Pre-

videnciário peguei emprestadas algumas de provas de Direito Civil. Isso porque a

resolução de questões é fundamental para a fixação do conteúdo. Tudo para que

você saia muito bem preparado(a).

Buenas... vamos retomar.

Com o início da vigência a lei já começa a produzir efeitos, né?

Sim. Em quase todos os casos.

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O quê? Aqui também tem exceção, professor?

Mas é claro! No Direito, nada é tão simples. Recorda do princípio da anteriori-

dade nonagesimal, também chamado de noventena? Ele está lá no art. 195, § 6º

da Constituição.

Lá diz, literalmente:

Art. 195, § 6º – As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigi-
das após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído
ou modificado (...).

Então, vamos supor que seja editada uma lei que, entre outras disposições,

modifique a alíquota de uma contribuição social. Nesses casos, em regra, o pra-

zo de início da vigência já é fixado corretamente na lei. Mas mesmo que em seu

texto conste expressamente “esta lei entra em vigor na data de sua publicação”, a

alteração na contribuição social só valerá 90 dias depois da publicação. Qualquer

outra disposição da lei poderá ter vigência imediata, mas a cobrança da

contribuição se sujeitará à regra da noventena.

INFORMAÇÕES RELEVANTES sobre vigência das normas, extraídas da LINDB:

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.

Já tratamos desse dispositivo. Acrescento, apenas, que o prazo decorrido en-

tre a publicação da lei e o início de sua vigência é denominado, no jargão

jurídico, vacatio legis.

Art. 1º (...) § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu
texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará
a correr da nova publicação.

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Traduzindo: publicaram uma lei com vacatio legis de 45 dias. Perceberam que

continha alguns erros de redação, um artigo indevidamente acrescentado... publi-

caram a versão corrigida. O prazo de vacatio legis reinicia a partir da republicação.

Art. 1º (...) § 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

Se, no mesmo exemplo, a lei já estiver em vigor – ou seja, já transcorridos os

45 dias de vacatio legis – no momento da republicação, considera-se essa lei cor-

rigida como lei nova, revogando a anterior.

Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modi-
fique ou revogue.

E existe lei com vigência temporária, professor?

Existe. É rara e usada normalmente em casos de calamidade pública. O Governo

edita leis que flexibilizam os critérios de concessão de financiamento público, ou

concede desonerações tributárias, por um período definido, enquanto a comunida-

de atingida por algum desastre se recupera. O importante é saber que a regra é

a vigência permanente da lei. Uma lei tende à perpetuidade. Ela só terá sua

vigência interrompida se modificada ou revogada por lei posterior.

Como funciona essa revogação, professor? BOA PERGUNTA! A revogação não

precisa ser expressa, embora seja o mais comum. O § 1º do art. 2º da LINDB

dispõe:

Art. 2º. (...) § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,


quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de
que tratava a lei anterior.

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Ainda sobre revogação, uma coisa que parece óbvia, mas não custa deixar aqui

expressa. A partir do que diz o § 1º do art. 2º transcrito, uma lei especial tratando

de assunto já existente em uma lei geral anterior a revogará? NÃO!!!! Ela declara

expressamente a revogação? Não. É incompatível? Se ela só traz disposições es-

peciais, se ela só esmiúça, detalha, as regras gerais presentes na lei anterior, não.

Ela regula inteiramente a matéria? Nesse exemplo, não. Ela trata de questões es-

pecíficas, enquanto a lei geral regula questões – perdoe a redundância – gerais.

E o contrário? Lei geral editada após lei especial? Se não houver incompatibilidade

entre seus dispositivos, a lei especial já vigente permanecerá intocada. As normas

se complementam. Isso parece óbvio, mas muita gente se confunde. E é isso que

o art. 2º, § 2º da LINDB quer dizer:

Art. 2º. (...) § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das
já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

Veja bem. “A par das já existentes” deixa clara a ausência de conflito, de incom-

patibilidade.

Art. 2º (...) § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter
a lei revogadora perdido a vigência.

Explicando: em 2010, foi editada a Lei A. Em 2011, surgiu a Lei B, que revogou

a lei A. Em 2012, a Lei C revogou a Lei B. O que acontece com a Lei A? A resposta

é NADA. Ela não volta a vigorar. A restauração da lei revogada em razão da perda

da vigência da lei revogadora também tem uma expressão típica no Direito, é cha-

mada repristinação. No Direito brasileiro, a repristinação é exceção! Ela só

ocorre se expressamente prevista na lei “que revogou a revogadora”.

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Encerrando o tema “vigência”, trataremos do art. 6º da LINDB:

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.

Uma vez em vigor, a lei vale para todos e abrange todos os casos. Há apenas

três ressalvas, tão importantes que o legislador optou por deixá-las expressas tam-

bém na Constituição (art. 5º, XXXVI):

• ato jurídico perfeito: é aquele que, na vigência de determinada lei, com a

verificação de todos os requisitos que lhe são indispensáveis, produziu os

efeitos previstos. Um exemplo absurdo, mas claro:

Vamos supor que uma nova lei proíba o casamento a menores de 25 anos. Todos

os casamentos de menores de 25 já celebrados nos termos da legislação ante-

riormente vigente permanecem válidos, estão protegidos da influência da nova lei.

A lei nova não retroage para invalidar atos anteriores à sua vigência.

• direito adquirido: é aquele que a lei considera definitivamente integra-

do ao patrimônio do seu titular. Um exemplo relacionado à nossa disci-

plina seria:

Caso do segurado que já cumpriu todos os requisitos legais para a obtenção da

aposentadoria, mas optou por não exercer ainda esse direito. Eventual mudança

legislativa não pode atingi-lo, ele deve ter preservado o direito à concessão do

benefício pelas regras vigentes no momento em que adquiriu o direito.

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• coisa julgada: é a decisão judicial imutável, da qual não cabe mais re-

curso (no jargão jurídico, decisão transitada em julgado). Esse instituto ga-

rante ao cidadão que uma conquista obtida judicialmente não será posterior-

mente revogada por alterações legislativas. A consequência dessa garantia é

a denominada segurança jurídica.

6.2. Hierarquia

O que vem a ser hierarquia das normas? Nada mais do que a relação de su-

bordinação existente entre as diversas espécies normativas. A Constituição figura

no topo da pirâmide, cumprindo a função de orientadora geral do ordenamento

jurídico pátrio. Logo abaixo, encontram-se as leis e medidas provisórias, seguidas

dos atos infralegais (decretos) e, ainda mais abaixo, estão as regulamentações ad-

ministrativas (instruções normativas, portarias, resoluções etc.).

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Essa é a regra vigente em todas as situações. A lei jamais será superior à

Constituição; a medida provisória jamais será superior à lei. O decreto nunca po-

derá revogar uma lei e nem alterar disposições constitucionais. Os atos administra-

tivos estão sempre subordinados aos decretos, leis e, logicamente, à Constituição.

Opa, professor... então encontramos algo que não tem discussão, não tem ex-

ceção?

Caaaaaaaaaalma! Para variar, há uma divergenciazinha na doutrina sim. Há

quem entenda – e não são poucos – que as leis complementares são superiores,

hierarquicamente, às leis ordinárias.

Explicando de forma bem rápida: leis ordinárias (ordinária no bom sentido, ok?

Significa “comum”, “habitual”) precisam de maioria simples (maioria dos presentes

à sessão) para sua aprovação (art. 47 da Constituição). Leis complementares, de

maioria absoluta (maioria dos integrantes da casa legislativa) para serem aprova-

das (art. 69).

Daí as criaturas usam a lógica numérica e pensam assim: “uma lei que precisa

de mais votos para ser aprovada só pode ser superior às demais”. Mas não é esse

o raciocínio mais correto.

O legislador constitucional (ser abstrato formado por todos aqueles congres-

sistas que elaboraram a Constituição e pelos que redigiram as emendas constitu-

cionais posteriores) criou a figura da lei complementar, com exigência de quórum

qualificado (expressão pomposa para dizer que precisa de mais votos) simples-

mente para dizer que determinados assuntos, em razão de sua importância,

precisavam de uma análise mais detalhada, de mais deliberação. E a Consti-

tuição lista, de forma exaustiva, taxativa, os assuntos que devem ser regulados

por Lei Complementar (exemplos – art. 43, § 1º; art. 59, parágrafo único; art. 121,

art. 202).

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Então a diferença entre uma LO (Lei Ordinária) e uma LC (Lei Complementar)


não é de hierarquia, mas de competência. Uma lei ordinária não pode regular
temas reservados à lei complementar. Uma lei complementar pode regular temas
de lei ordinária (afinal, para ser criada precisa de MAIS votos do que a lei ordiná-
ria; quem pode o mais, pode o menos) mas, nesses temas, poderá ser alterada
por outra lei ordinária. Nunca vi ocorrer uma situação dessas (LO alterando LC),
mas, no plano teórico, é perfeitamente possível.
Sobre hierarquia creio que não há muito mais a comentar. Esse assunto é do
ramo do Direito Constitucional, a mim cabe apenas dar rápidas pinceladas para
te situar. Só a matéria específica de Direito Previdenciário já é gigantesca, então
preciso controlar meus impulsos e ser o mais econômico possível nas explicações,
senão este curso passa fácil das 1000 páginas. DÚVIDAS?? PERGUNTE!!

6.3. Interpretação

O que é “interpretar” uma lei? É extrair dela seu sentido. É compreender o que
o legislador quis dizer quando redigiu aquelas linhas. Para a perfeita aplicação da
lei (subsunção), é fundamental que conheçamos a mens legis, – mais latim, pro-
fessor?? – ou seja, o espírito da lei. E, para conseguirmos fazer isso da melhor
maneira, a doutrina jurídica desenvolveu, com o passar do tempo, variados méto-
dos. Esquematizando, para facilitar...

Método Características
No popular, podemos dizer que é a interpretação “ao pé da letra”. Busca-se o
Gramatical ou significado das palavras, simplesmente. Método primitivo, muito restrito,
literal que hoje não deve ser utilizado isoladamente na busca da correta inter-
pretação.
Teleologia quer dizer “finalidade”. Portanto, nesse método, o intérprete busca
Finalístico ou
o fim almejado pelo legislador. Tenta entender qual resultado o legislador
teleológico
queria atingir com aquele dispositivo a ser interpretado.

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O intérprete busca a interpretação compatível com o sistema jurídico


Sistemático vigente, ou seja, tenta compatibilizar a norma com outros diplomas legais,
a Constituição, os princípios...
No exercício interpretativo, o intérprete analisa o momento histórico da
Histórico aprovação da lei: os motivos que levaram à sua elaboração, os debates
realizados, as regras anteriormente vigentes – caso haja.
Busca adaptar a norma à realidade social. O método histórico investiga o
passado; o método sociológico analisa o presente. É difícil separar o método
Sociológico sociológico do teleológico. Arrisco dizer que ambos devem andar juntos, pois,
para que a norma atinja o fim almejado pelo legislador, o intérprete deve
conhecer a realidade social.
Chama-se interpretação autêntica aquela realizada pelo próprio legisla-
Autêntico dor. Ocorre quando o Legislativo edita uma lei para esclarecer o conte-
údo de outra lei já existente.

Não creio que precisemos de mais do que isso para prova. DÚVIDAS?? PER-

GUNTE!!

6.4. Integração

O objetivo da interpretação é, como vimos, descobrir o sentido da norma, a in-

tenção do legislador, o espírito da lei. Na integração, o que queremos é preencher

uma lacuna.

LACUNA? Quer dizer que, apesar da quantidade absurda de leis publicadas todo

ano no Brasil, ainda há situações que não estão reguladas?

Bah! Você não imagina o quanto!!! Mas a ausência de lei não impede a busca

do direito por um interessado. E o aplicador da lei não pode usar como desculpa

a falta de previsão legal para escusar-se de resolver a questão. A LINDB dispõe:

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.

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Havendo previsão legal, ela deve ser aplicada. Não cabe ao intérprete que, por

exemplo, discorde das determinações da lei, aplicar outra por analogia.

Se com a analogia (norma existente para situação semelhante) não for possível

preencher a lacuna – por resultar, por exemplo, em situação de injustiça – deve-

-se avaliar os costumes da sociedade e buscar-se, a partir daí, a solução ideal. Se

tampouco os costumes bastarem, então chega-se ao máximo da generalização: os

princípios gerais do Direito. Com base neles, o intérprete formulará sua decisão.

CUIDADO! Em várias questões, o examinador inclui a equidade como método de

integração. De fato, há alguns doutrinadores que a inserem como método interpreta-

tivo. O que seria a equidade? Funciona, na prática, como um “guia” ao intérprete,

pois esse não pode, ao preencher uma lacuna, chegar a situações de extrema injusti-

ça. Usando como fundamento a equidade, faz-se a adaptação da regra, em busca da

justiça e igualdade. Embora, de fato, o intérprete faça uso da equidade no exercício da

aplicação das normas, na prova ela não será considerada método de integração,

ok? Ela é uma espécie de auxiliar para a aplicação dos métodos de integração.

ANALOGIA – na ausência de disposição legal específica, o aplicador


do Direito deve fazer uso de previsões análogas, ou seja, normas
dirigidas a regular fatos SEMELHANTES.

COSTUMES – práticas reiteradas pela sociedade e aceitas como


corretas. Resultam em certa convicção de obrigatoriedade (“as
coisas sempre foram assim”) e, se não forem contrárias à lei, têm
força normativa.

PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO – o nome é autoexplicativo.


São as linhas mestras do ordenamento jurídico. Qualquer decisão
do intérprete, seja fundada na analogia, equidade ou costumes, não
pode, em hipótese alguma, contrariar essas diretrizes.

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O intérprete não é livre para escolher qualquer método de integração. Pode ver
que esses três métodos listados seguem do mais específico para o genérico. Então,
a integração deve ser buscada nessa ordem.

Questões que acrescentem a equidade ao trio analogia/costumes/princípios es-


tão erradas. É o que ocorre, por exemplo, na questão a seguir:

11. (COM. EXAM. PGE-RO/PGE-RO/PROCURADOR ESTADUAL/2011) Quando a lei


for omissa, o juiz decidirá o caso com o emprego da
a) analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito.
b) equidade em quaisquer casos, dos costumes e dos princípios gerais do direito.
c) analogia, da equidade e dos costumes, apenas.
d) interpretação, dos costumes, da equidade e dos princípios gerais do direito.
e) interpretação, da analogia e dos princípios gerais do direito.

Letra a.
Como podem ver, a equidade aparece várias vezes nas alternativas. Só por saber
que ela não é um método de integração, já eliminamos as alternativas b, c e d.
A alternativa e cai por terra ao se referir à interpretação. A interpretação é, como
vimos, a extração do sentido de uma lei ou ato normativo. Não podemos confundir
com a integração, que é o preenchimento das lacunas.
Nos sobra, portanto, a alternativa que traz as três ferramentas de integração pre-
sentes no art. 4º da LINDB.

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7. Segurados e Dependentes – Conceito e Disposições Gerais

A legislação previdenciária divide os beneficiários (ou seja, os destinatários

dos benefícios previdenciários) em duas classes: segurados e dependentes.

Segurado é todo aquele que, seja em razão do exercício de atividade de vin-

culação obrigatória (não se assuste, eu explico em seguida), seja por opção, é di-

retamente vinculado ao RGPS. Em um conceito beeeeeeem generalista, podemos

dizer que segurado é toda pessoa física – brasileira ou estrangeira, ainda que

aposentada – que contribui (ou quem teria a obrigação de contribuir, embora não

o faça) para o INSS.

Professor, se sou empregado(a) doméstico(a) e quem contribui é meu patrão,

o segurado é ele?

NÃO! Ele realiza o recolhimento da contribuição previdenciária, mas a pessoa

identificada na guia de pagamento é o(a) DOMÉSTICO(a). Portanto, para todos os

efeitos, é o(a) doméstico(a) que contribui, então, nesse seu caso, VOCÊ É O(A)

SEGURADO(A).

A legislação previdenciária subdivide os segurados em obrigatórios e faculta-

tivos.

Dependente é a pessoa física que não possui vínculo direto, mas indireto

com o RGPS, em razão de sua dependência econômica de um segurado. A esposa

é beneficiária do RGPS como dependente do marido; o marido é beneficiário do

RGPS como dependente da esposa; os filhos menores são beneficiários como de-

pendentes dos pais.

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ALERTA!! É perfeitamente possível que uma pessoa seja, ao mesmo tempo,

segurada e dependente. É o caso do marido que é empregado em uma fábrica

(por essa atividade, é segurado) e é dependente previdenciário de sua esposa;

ela, por sua vez, é secretária (por essa atividade, ela é segurada) e, concomitan-

temente, dependente previdenciária de seu marido.

Ao estudar para a RFB, nos interessam apenas os segurados. Nesse momento,

mais especificamente, os segurados obrigatórios. Sabe o que é segurado obri-

gatório? É só pensar um pouquinho. Como é fácil conceituar algo quando o nome

já nos auxilia!

Segurado obrigatório é aquele que tem a obrigação de se filiar ao RGPS. Essa

filiação obrigatória atende à regra do caput do art. 201 da Constituição (regime

geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória). Se enquadram nesse

conceito todos os trabalhadores que exercem alguma das atividades listadas no art.

11 da LBPS.

Repito: A FILIAÇÃO É OBRIGATÓRIA. Isso significa que um trabalhador que

exerça alguma das atividades do art. 11 e não contribua para o INSS está em

débito com o RGPS. Contribuir não é uma opção, mas uma imposição consti-

tucional.

Buenas, como eu já disse, a LBPS, em seu art. 11, apresenta os segurados

obrigatórios. O Decreto n. 3.048/1999 também o faz em seu art. 9º. Esses artigos

são IMEEEEEEEEEEENSOS, mas você precisa conhecê-los. Leia, releia, leia nova-

mente... CHOVEM questões sobre esse tema em provas. Antes da leitura, contudo,

permita que eu apresente a você cada um dos cinco tipos de segurado obrigatório

atualmente existentes. Depois de aprender TUDO comigo, aí sim é necessário ler

o texto legal para tentar memorizar (decoreba MESMO) onde a lei enquadra cada

trabalhador.

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São bastante comuns questões que nos pedem apenas para dizer a que classe de

segurado pertencem este ou aquele trabalhador. Nessa hora, meu(minha) caro(a),

um pouco de raciocínio lógico auxilia, mas a única forma 100% garantida de acerto

é por meio da DECOREBA pura e simples. Triste, mas verdadeiro.

Retomando o fio da meada... a legislação previdenciária divide os segurados em

CADES F. Olha o professor aí auxiliando você na decoreba. Esse CADES F é um me-

morex clássico – aprendi na minha fase concurseira – que nos ajuda a lembrar das

cinco espécies de segurado obrigatório (CADES – art. 11 da LBPS) e traz, à parte,

o “F” de Facultativo, que está no art. 13 da mesma Lei.

Contribuinte Individual – Art. 11, V, LBPS;

Avulso – art. 11, VI, LBPS;

Doméstico – art. 11, II, LBPS;

Empregado – art. 11, I, LBPS;

Segurado Especial – art. 11, VII, LBPS;

Facultativo – art. 13, LBPS.

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Em instantes, nos debruçaremos com atenção sobre cada uma dessas classes

de segurado. Antes, contudo, vamos passar para o final do art. 11 da LBPS. Ali há

algumas disposições gerais sobre os segurados que, por razões didáticas, é me-

lhor estudar neste momento.

Comecemos pelo § 2º, que traz disposição interessantíssima. Vale a pena trans-

crevê-lo:

Art. 11. (...) § 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade
remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado
em relação a cada uma delas.

Se pensarmos bem, é uma obviedade absoluta o que esse dispositivo diz.

Se o RGPS é um sistema de filiação obrigatória e se a filiação ocorre pelo mero

exercício de atividade remunerada, é ÓBVIO que um segurado que exerça duas ou

mais atividades de vinculação obrigatória será filiado em relação a todas elas. Por

exemplo:

Um advogado que à noite leciona em universidade privada será filiado como contri-

buinte individual em razão da advocacia e como empregado pela função de magis-

tério. O mesmo vale para o professor que leciona em duas escolas; para a enfer-

meira que trabalha em mais de uma clínica/hospital... qualquer situação de duplo

(ou triplo, ou quádruplo...) exercício de atividade remunerada – desde que a refe-

rida atividade seja sujeita ao RGPS – implica na filiação automática do segurado.

Ficou claro?

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12. (CESPE/DP-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2013) Acerca do RGPS, julgue o item a

seguir.

Aquele que exerça, concomitantemente, duas atividades remuneradas sujeitas ao

RGPS é obrigatoriamente filiado ao referido regime em relação a cada uma delas.

Certo.

Não preciso transcrever de novo o § 2º do art. 11 da LBPS, preciso? O enunciado

em análise é cópia quase literal do referido dispositivo, não deixando dúvidas acer-

ca da resposta da questão.

Vamos ao § 3º:

Art. 11. (...) § 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social – RGPS que
estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é se-
gurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições
de que trata a Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade
Social.

Já deve ter percebido que esse dispositivo também carrega uma obviedade. Se,

para nós, é certo que todo mundo que exerce atividade remunerada – e não par-

ticipa de um regime próprio de previdência – é obrigatoriamente filiado ao RGPS,

por que razão estaria o aposentado excluído?

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Ora essa, professor... ele já contribuiu o suficiente para se aposentar, por que

precisaria continuar contribuindo?

Pois é, meu(minha) amigo(a). Esse argumento é o mais usado para defender a

isenção do aposentado. Mas o Regime Geral de Previdência Social funciona funda-

do na solidariedade e no pacto de gerações. A geração economicamente ativa

contribui para o pagamento dos benefícios dos aposentados de hoje; no futuro, ao

aposentar-se, terão seus benefícios custeados por aquela que então será a geração

economicamente ativa.

Mas professor, então por que o aposentado contribui?

Ora essa, meu(minha) caro(a), é só prestar atenção ao que estou dizendo.

Aqueles economicamente ativos contribuem para pagar as aposentadorias. O apo-

sentado que ainda permanece trabalhando pode ser considerado economicamente

ativo, não é? Ele não contribui sobre os seus proventos de aposentadoria,

mas é sim obrigado a contribuir sobre os rendimentos da atividade profissional que

permanece exercendo. Entendido?

Depois do § 3º vem, se não me falha a memória, o § 4º, que estabelece que

o dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo, o mesmo

enquadramento no RGPS de antes da investidura. Ora, não há necessidade

de grande esforço interpretativo. O dirigente sindical pode se licenciar de suas ati-

vidades profissionais durante o exercício do mandato eletivo. Isso poderia gerar

dúvidas a respeito do seu enquadramento como segurado. A lei elimina qualquer

dúvida. Era empregado? Permanece como empregado. Era doméstico? Doméstico

continua. Era contribuinte individual? Se mantém no mesmo enquadramento. Sim-

ples, não?

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Sim, simples. Muito simples. E mesmo assim cai em prova:

13. (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ESPECIALISTA EM PREVIDÊNCIA SOCIAL/2014)

Nos termos da lei federal que regula as prestações previdenciárias do regime geral

de previdência, o dirigente sindical, durante o exercício do mandato eletivo, man-

tém enquadramento no Regime Geral de Previdência Social-RGPS na qualidade de

contribuinte:

a) autônomo, por não possuir vínculo formal

b) avulso, por falta de previsibilidade legal

c) empregador, diante da situação de líder associativo

d) do mesmo tipo de antes da investidura

e) associativo, por força do sindicato

Letra d.

A condição do dirigente sindical perante a Previdência Social é objeto de disposição

específica na LBPS, LOCSS e RPS. Veja o que diz o § 4º do art. 11 da LBPS, também

presente no art. 12, § 5º da LOCSS e no art. 9º, §10 do RPS:

Art. 11. (...) § 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo,


o mesmo enquadramento no Regime Geral de Previdência Social-RGPS de antes da
investidura.

Era empregado? Continua empregado. Era CI? CI permanece. Era trabalhador avul-

so? Se mantém como trabalhador avulso.

Nada mais a acrescentar.

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De LBPS era só o que precisávamos ver... por enquanto. Os parágrafos 5º a

12 trazem regras relacionadas às classes de segurado e serão, portanto, estudadas

no momento oportuno.

Mas temos ainda o RPS – Decreto n. 3.048/1999 – que costuma ser um tanti-

nho mais detalhado que a lei. No artigo que trata das classes de segurado, ele tem

não 12, mas vinte e cinco parágrafos. A maioria trata de questões atinentes às

classes de segurado, mas há mais UMA disposição geral, não tratada na LBPS, que

o professor aqui precisa apresentar a você. Ela estabelece que a mesma regra ex-

posta, relativa ao dirigente sindical, vale para o magistrado da Justiça Eleitoral

nomeado por meio da lista sêxtupla prevista no art. 119, II (para o TSE) ou 120, §

1º, III (para os TREs) da Constituição. E onde está isso? No RPS, art. 9º, §11.

8. Segurados Obrigatórios – Disposições Específicas

8.1. Empregado

É, sem sombra de dúvida, o maior grupo de segurados do Regime Geral. Abran-

ge todos os trabalhadores urbanos e rurais que tenham relação de emprego. Te-

mos, ao todo, DEZESSEIS hipóteses de enquadramento de um segurado como

empregado; 9 delas, na LBPS; outras 7 foram inseridas no Decreto n. 3.048/1999.

Comecemos pela LBPS:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


I – como empregado:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não
eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor em-
pregado;

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Essa alínea a dispensa explicações, pois ela descreve, me parece, exatamen-

te o que é, para o senso comum, o empregado. É o trabalhador urbano ou rural

(IMPORTANTE – os trabalhadores rurais foram incluídos no RGPS apenas com a

Constituição de 1988; antes, possuíam um sistema previdenciário à parte, bastante

precário e com escassa cobertura) que presta serviço não eventual (ou seja, exige

habitualidade, presença constante) à empresa (isso diferencia o “empregado” do

“doméstico”). Simples assim.

Mas professor, o que seria “diretor empregado”? Existe algum diretor que não

seja empregado?

Bem, dessa vez, pelo menos, o RPS – Decreto n. 3.048/1999 cumpriu direi-

tinho seu papel de explicar, detalhar, pormenorizar a LEI que regulamenta: nos

parágrafos 2º e 3º do art. 9º ele dispõe que diretor empregado é aquele que,

participando ou não do risco econômico do empreendimento, seja contratado ou

promovido – aqui está a grande distinção – para cargo de direção das socieda-

des anônimas, mantendo as características inerentes à relação de emprego.

Se ele foi contratado para ser diretor, então é diretor empregado. Agora

fica fácil deduzir o que estabelece o RPS logo a seguir: diretor não empregado é

aquele que, participando ou não do risco econômico do empreendimento, seja elei-

to, por assembleia geral dos acionistas, para cargo de direção das sociedades

anônimas, não mantendo as características inerentes à relação de emprego.

O diretor não empregado, embora não seja segurado empregado, também é

segurado obrigatório do RGPS, na categoria CONTRIBUINTE INDIVIDUAL, que

estudaremos daqui a pouco.

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Excelente, professor. Entendi tudo. Mas agora me surgiu outra dúvida. Um pe-
dreiro contratado para reformar a empresa, dependendo da dimensão da obra,
pode trabalhar durante vários meses. Ele é um “trabalhador urbano prestando ser-
viço não eventual a uma empresa”. Será considerado empregado??
QUE EXCELENTE PERGUNTA, meu(minha) amigo(a). Você acabou de antecipar o
que seria meu próximo ponto a tratar aqui. A resposta para a sua pergunta é NÃO!
Embora APARENTEMENTE ele preencha os requisitos da alínea a, veja o que dispõe
o § 4º do art. 9º do RPS:

Art. 9º. (...) § 4º Entende-se por serviço prestado em caráter não eventual aquele re-
lacionado direta ou indiretamente com as atividades normais da empresa.

Mesmo que o tal pedreiro passe um ano laborando diariamente na empresa, ele
não será empregado, por não se encaixar nessa exigência do decreto. Compreen-
deu? Então vamos em frente.

b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação


específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pes-
soal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas;

A tal “lei específica” mencionada no artigo é a de n. 6.019/1974. Não vejo mo-


tivo para me alongar nesse tema, pois não encontrei nenhuma questão que tenha
tratado em detalhes do trabalho temporário. A nós importa apenas saber que o
cidadão contratado por empresa de trabalho temporário será segurado do
RGPS como empregado e que a duração máxima desse contrato temporário é,
conforme prevê o art. 10 da referida lei, de três meses. Há, contudo, permissão
legal para prorrogação desse prazo.

c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como


empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;

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O estrangeiro pode ser segurado do RGPS? CLARO QUE SIM! A legislação não o

exclui em momento algum. Embora não esteja explícito, é perfeitamente possível

que o estrangeiro seja enquadrado nas hipóteses das alíneas a ou b já estudadas.

Na alínea c pela primeira vez, há referência expressa a ele.

E estamos também diante de um caso de extraterritorialidade da lei previ-

denciária. Em regra, a lei previdenciária brasileira só abrange os trabalhadores e

as empresas situadas no território nacional; excepcionalmente, porém, ela amplia

seu escopo, como no caso ora em estudo.

Se (a) a empresa for nacional; (b) o trabalhador brasileiro ou estrangeiro for

domiciliado no Brasil; e (c) contratado no Brasil, então, embora exerça suas ati-

vidades profissionais no exterior, estará coberto pelo RGPS, vertendo para o INSS

suas contribuições previdenciárias.

14. (CESPE/DP-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2013) Acerca do RGPS, julgue o item a

seguir.

É segurado obrigatório da previdência social o estrangeiro domiciliado e contrata-

do no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal de empresa nacional no

exterior

Certo.

Eu creio que a essa altura você já sabe DE COR que os segurados obrigatórios estão

no art. 11 da LBPS, 12 da LOCSS ou 9º do RPS.

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Só precisamos ver se o segurado descrito no enunciado está mencionado em qual-

quer um desses três artigos:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


I – como empregado: (...)
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar
como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;

Dando continuidade à leitura do art. 11 da LBPS:

d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular


de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões
e repartições, excluídos o não brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasi-
leiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática
ou repartição consular;

Nessa extensa alínea, a única intenção do legislador foi proteger os cidadãos re-

sidentes e domiciliados no Brasil. O segurado estará prestando serviços a um tercei-

ro país, mas, mesmo assim, será segurado empregado, devendo contribuir para

o RGPS e possuindo direito aos benefícios previdenciários a ele inerentes. Isso só

não ocorrerá para: (a) o não brasileiro sem residência permanente no Bra-

sil – por exemplo: um motorista de Embaixada estrangeira, que resida no prédio da

embaixada não formule requerimento de residência permanente, estará excluído do

RGPS; ou (b) o brasileiro que, contratado pela missão diplomática ou repartição

consular, seja amparado pela legislação previdenciária do respectivo país.

e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais bra-
sileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domici-
liado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do
domicílio;

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A alínea é autoexplicativa. Um brasileiro que trabalhe em embaixadas ou consu-

lados brasileiros no exterior ou que trabalhe para a União junto à ONU, ou junto à

OMC ou a qualquer outro organismo internacional será segurado do RGPS como

empregado, salvo se estiver amparado por regime de previdência daquele país.

f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como em-


pregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a
empresa brasileira de capital nacional;

O legislador poderia muito bem ter juntado essa previsão com a da alínea c.

Você se lembra dos três requisitos que listei ao explicar o c? Se não, é só voltar um

pouquinho no texto para relembrar. No caso em análise, apenas o primeiro requi-

sito se altera.

Se (a) a empresa for estrangeira, mas a maioria do capital votante perten-

cer a empresa brasileira de capital nacional; (b) o trabalhador brasileiro ou

estrangeiro for domiciliado no Brasil; e (c) contratado no Brasil, então, embora

exerça suas atividades profissionais no exterior, estará coberto pelo RGPS, verten-

do para o INSS suas contribuições previdenciárias.

g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União,
Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais.

Certamente você sabe que os servidores públicos federais possuem um regime

próprio de previdência, instituído pelo art. 40 da Constituição. Esse regime próprio

abrange os servidores titulares de cargo efetivo. Conforme prescreve o art. 37,

II, da Constituição, a investidura no cargo depende

Art. 37, II – (...) de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e


títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego. Já os cargos
em comissão são declarados de livre nomeação e exoneração.

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A nomeação para um cargo em comissão não estabelece um vínculo efetivo com

o ente federativo e, por esse motivo, não dá ao nomeado o direito de ingressar no

Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos do respectivo ente. Para não

deixar esse cidadão desprotegido, foi ele incluído no RGPS.

Vale destacar que o RPS foi um tantinho mais claro quando abordou a mesma

regra. Ele dispõe (art. 9º, I, i) que é segurado obrigatório, como empregado, o

servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias

e fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei

de livre nomeação e exoneração. O mais comum é que servidores públicos exerçam

cargos em comissão. A esses não se aplica o RGPS. A palavrinha grifada serve,

exatamente, para deixar isso bem claro.

São abrangidos por essa disposição, por expressa previsão legal (LBPS, art.

11, § 5º), o ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretário Estadual, Dis-

trital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a União, Estados, Distrito Federal e

Municípios, suas autarquias, ainda que em regime especial, e fundações.

h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vincu-
lado a regime próprio de previdência social; (Incluída pela Lei n. 9.506, de 1997)
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vin-
culado a regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei n. 10.887, de 2004)

Juntei essas duas alíneas porque, como pode perceber, são IDÊNTICAS.

Bah, professor, não tinha notado. Que falha absurda do legislador, né?

Mais ou menos, meu(minha) amigo(a). Dessa vez, não podemos jogar a culpa

só nele. Não vou me aprofundar no assunto por ser irrelevante para nosso estudo.

Apenas para não te deixar inquieto(a) com esse aparente “mico”, esclareço que a

alínea h foi incluída nesse artigo no ano de 1997, pela mesma lei que incluiu a alí-

nea h no art. 12, inciso I, da Lei n. 8.212/1991, com redação idêntica.

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O STF, ao julgar o Recurso Extraordinário n. 351717/PR, declarou inconstitu-

cional essa disposição da Lei n. 8.212, com inegáveis reflexos na regra “gêmea”

incluída na LBPS. Se quiser entender o porquê, pergunte por meio do fórum da

aula. Não vou encher a sua cabeça com isso. O fato é que, em 1998, uma alteração

constitucional tornou possível a inclusão dos agentes políticos no rol de segurados

obrigatórios. Então, em 2004, quando foi inserida a alínea j, o entrave reconhecido

pelo STF já não mais existia.

Professor, por que ninguém nunca revogou a alínea h, se ela não vale?

QUE ÓTIMA PERGUNTA, meu(minha) amigo(a)! Ótima e impossível de respon-

der com certeza. Pode ter sido distração do legislador ou então alguém maldoso

que deliberadamente optou por deixar ali essa duplicidade, só para enlouquecer os

concurseiros(as). Jamais saberemos a verdade.

15. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) Acerca do regime

geral e dos regimes especiais de previdência social, julgue o item seguinte.

O prefeito municipal que não esteja vinculado a regime próprio de previdência so-

cial é segurado obrigatório do regime geral de previdência social.

Certo.

O enunciado afirma que o prefeito municipal que não esteja vinculado a regime

próprio de Previdência Social é segurado obrigatório do RGPS. Como podemos con-

ferir se isso é verdade? Simples, meu(minha) amigo(a): leia atentamente o art. 11

da LBPS e veja se encontra ali algo que confirme a afirmação da questão.

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Veja o que eu achei!

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


I – como empregado: (...)
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não
vinculado a regime próprio de previdência social;

Simples assim.

i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no


Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;

Situação muito semelhante à regulada pela alínea d. E mais uma vez vemos o ca-

ráter “residual” do RGPS; primeiro deve-se ver se o trabalhador é coberto por

outro regime de previdência. Caso não seja, então será considerado segurado

empregado, integrante do RGPS.

Aqui terminamos os segurados obrigatórios presentes nas Leis n. 8.212 (art.

12, I) e n. 8.213 (art. 11, I).

Você me acompanha para ver as hipóteses criadas pelo decreto? Ressalto que

vou transcrever também os casos que já estudamos, presentes na LBPS, que foram

um pouco alterados no decreto (normalmente, trazendo mais especificações para

permitir o enquadramento). Nesses casos, vou apenas grifar o que se diferencia,

ok? Dúvidas, como sempre, podem ser tiradas no fórum da aula.

Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas:


I – como empregado: (...)
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, por prazo não supe-
rior a três meses, prorrogável, presta serviço para atender à necessidade transitória
de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de ser-
viço de outras empresas, na forma da legislação própria;

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c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como


empregado no exterior, em sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis
brasileiras e que tenha sede e administração no País;
d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como
empregado em empresa domiciliada no exterior com maioria do capital votante perten-
cente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração
no País e cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade
direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de
entidade de direito público interno; (...)
g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamen-
tais brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam
os arts. 56 e 57 da Lei n. 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que,
em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário local;
h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a Lei
n. 11.788, de 25 de setembro de 2008;

O diploma legal citado na alínea h é a denominada Lei do Estágio. Bolsistas e

estagiários que prestam serviços nos estritos termos estabelecidos nessa lei

são, com perdão da redundância, bolsistas e estagiários. Mas se o empregador de-

sejar se valer dos bolsistas e estagiários como mão de obra barata – o que é muito

comum, diga-se de passagem – atribuindo-lhes tarefas sem qualquer relação com

suas áreas de formação, resultará no enquadramento deles como empregados,

por força dessa disposição do decreto. Daí derivarão todas as obrigações correlatas

(registro em CTPS, férias, FGTS, 13º, contribuições previdenciárias etc.).

i) (...)
j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas
autarquias e fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não
esteja amparado por regime próprio de previdência social;

Essa previsão nada mais faz que destacar o que já defini como caráter “residual”

do RGPS. Em princípio os Estados, o DF e os Municípios devem criar regimes pró-

prios de previdência para seus servidores, em cumprimento à exigência do art. 40

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da Constituição. Quando não o fazem, seus servidores integram o RGPS, como

segurados empregados. Convenhamos que é inviável a municípios minúsculos (o

Chuí, onde trabalho, tem pouco mais de 5 mil habitantes – o número de servidores

municipais é irrisório) criar regimes próprios de previdência. O sistema já nasceria

condenado à falência, não é mesmo?

l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como
pelas respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender à ne-
cessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art.
37 da Constituição Federal;

Ao incluir essa disposição no decreto, o legislador tinha a intenção de evitar o

oportunismo de pessoas que, exercendo por curto período atividades essencial-

mente públicas, desejassem o reconhecimento do vínculo efetivo com a União. Os

casos mais comuns de “trabalho temporário” por excepcional interesse público (re-

gulados pela Lei n. 8.745/1993) são o professor substituto e o recenseador. Esses,

durante o período do contrato, terão registro em CTPS e integrarão o RGPS.

m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias


e fundações, ocupante de emprego público;

Previsão desnecessária, pois trata somente de repetir uma disposição constitu-

cional. Veja o que diz o art. 40, § 13 da Constituição:

Art. 40, § 13 – Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão de-


clarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou
de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.

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Mas o que é um “emprego público”? É o exercício de função pública por meio

de um contrato regido pela CLT. Simplificando, seria um empregado comum,

que tem como patrão um Ente Público. Como exemplo, temos os empregados

da Caixa Econômica Federal. A Caixa é uma empresa pública que tem o contrato

de trabalho de seus funcionários regidos pela CLT. Todos os funcionários da CEF

são, portanto, empregados públicos. Todos eles são, por conseguinte, segu-

rados do RGPS.

n) (Revogada pelo Decreto n. 3.265, de 1999)


o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro
a partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral
de Previdência Social, em conformidade com a Lei n. 8.935, de 18 de novembro de
1994;

Até 1994, os serviços notariais e de registro (tabelionatos e cartórios em geral)

eram atividades públicas exercidas por funcionários públicos. Com a Lei n. 8.935,

alterou-se esse conceito. O tabelião/registrador passou a ser considerado agente

privado, atuando por delegação do poder público. Como consequência, os funcio-

nários por ele contratados também estariam sujeitos às mesmas regras aplicáveis

aos demais trabalhadores da iniciativa privada, ou seja, a CLT. E quem trabalha

sujeito à CLT integra, sem exceções, o RGPS.

p) (...)
r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A
da Lei n. 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza tem-
porária por prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano.

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FINALIZAMOS os segurados empregados. Transcrevo, para que nada fique pen-

dente, o dispositivo legal que essa alínea r menciona:

Art. 14-A. O produtor rural pessoa física poderá realizar contratação de trabalhador


rural por pequeno prazo para o exercício de atividades de natureza temporária.
§ 1º A contratação de trabalhador rural por pequeno prazo que, dentro do período de
1 (um) ano, superar 2 (dois) meses fica convertida em contrato de trabalho por prazo
indeterminado, observando-se os termos da legislação aplicável. (...)

Lembra quando conceituamos o “empregado”? Era necessário o exercício

de atividade rural ou urbana em caráter não eventual. Eu arrisco dizer que o

trabalho durante um ou no máximo dois meses em um período de um ano po-

deria ser considerado eventual. Você discorda? Por essa razão, poderia alguém

sustentar que esse trabalhador temporário não seria empregado. Por isso, o

decreto tratou de registrar a regra que ora estamos estudando. Mesmo que

possamos entender como eventual o exercício desse labor, o trabalhador ru-

ral temporário contratado nos termos do art. 14-A da Lei n. 5.889 será

empregado. Ponto final.

UFAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!! Até que enfim se foi o primeiro e mais ex-

tenso grupo de segurados obrigatórios. Antes de seguir adiante, retorne ao come-

ço do tópico, releia cada item, anote suas dúvidas e me repasse, ok?

Revise também a legislação correlata (art. 11, I da LBPS e art. 9º, I do decreto).

Por que tudo isso? Porque cai na prova. Simples assim.

DUVIDA? Então veja!

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16. (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2015) Acerca do RGPS, julgue o item sub-

sequente.

Situação hipotética: Howard, cidadão norte-americano, domiciliado no Brasil, foi

aqui contratado pela empresa brasileira X, para trabalhar, por tempo indetermina-

do, em sua filial situada no Canadá. A maior parte do capital votante dessa filial

canadense é da empresa X, constituída sob as leis brasileiras e com sede e admi-

nistração no Brasil.

Assertiva: Nessa situação, Howard deverá estar, necessariamente, vinculado ao

RGPS como segurado empregado.

Certo.

Precisamos saber se o Howard é um segurado obrigatório do RGPS. Mais que isso,

precisamos saber se ele é segurado obrigatório da categoria empregado. Sabe

onde conferir isso?

Para ver se, como afirma o enunciado, Howard é um segurado empregado, va-

mos ao art. 11, I da LBPS. Veja o que encontrei em uma rápida leitura:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


I – como empregado: (...)
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como em-
pregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a
empresa brasileira de capital nacional;

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Não parece ser exatamente o caso do enunciado? Vamos fazer uma leitura bem

detalhada do enunciado, comparando-o com o dispositivo legal:

1) Howard, cidadão norte-americano – “o brasileiro ou estrangeiro”;

2) domiciliado no Brasil, foi aqui contratado pela empresa brasileira x – “domicilia-

do e contratado no Brasil”

3) para trabalhar, por tempo indeterminado, em sua filial situada no Canadá –

“como empregado em empresa domiciliada no exterior”

4) a maior parte do capital votante dessa filial canadense é da empresa X, consti-

tuída sob as leis brasileiras e com sede e administração no Brasil – “cuja maioria do

capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional”.

O que mais posso dizer?

Agora vamos em frente, meu(minha) amigo(a), porque o tempo é curto, e a

matéria é LOOOOOOOOOOOOOOOOONGA.

8.2. Empregado Doméstico

Depois de um estudo trabalhoso do segurado empregado, chegamos a uma

classe bem mais simples. O doméstico não tem aquelas duzentas subdivisões. O

conceito legal contém apenas uma descrição. Conheça, meu(minha) amigo(a), o

art. 11, inciso II, da LBPS:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


(...)
II – como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a
pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos;

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É um conceito simples, mas abrange diversos requisitos. Vou destacá-los aqui


para você:
• serviço de natureza contínua – preciso explicar? É necessário que o tra-
balho seja habitual, rotineiro, frequente. Uma faxineira contratada esporadi-
camente não é empregada doméstica; um jardineiro que corte a grama uma
vez por mês, idem.

E a diarista, professor?
Puxa vida, que perguntinha danada! Nesse assunto, a coisa complica bastante.
Nosso primeiro impulso é, sem dúvida, excluir a diarista do conceito de empregada
doméstica. Mas o judiciário (sempre ele) firmou o entendimento de que o serviço
de diarista, prestado com habitualidade a partir de três dias por semana confi-
gura vínculo de emprego. Nessa hipótese, teríamos sim uma empregada domésti-
ca. Então a regra é: diarista até 2 dias por semana NÃO É doméstica; a partir de 3
dias, É DOMÉSTICA.
• trabalho no âmbito residencial – infelizmente, no Brasil, as leis precisam,
muitas vezes, dizer o óbvio. Como o doméstico, até pouco tempo atrás, não
tinha regras fixadas quanto à jornada de trabalho, horas extras, adicional
noturno e tudo o mais, seria um prato cheio para a malandragem contratar
empregados domésticos para auxiliar em seus mercadinhos, lanchonetes etc.
Por isso, a lei veio dizer que o empregado doméstico é o que trabalha – ob-
viamente – na residência;
• atividade sem fins lucrativos – reforça e complementa o que eu acabei de
dizer. O trabalho deve se dar na residência do empregador e em atividade
sem fins lucrativos. Se o empregador tem um delivery de lanches em sua
residência, o empregado que lhe auxilia nessa atividade não é doméstico.

Para ser doméstico, deve exercer atividade sem fins lucrativos. Entendido??

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Como nem tudo pode ser tão simples assim, a Lei Complementar n. 150, que

(finalmente) regulamentou a famosa PEC das Domésticas, trouxe, em seu art.

1º, uma definição um tantinho mais detalhada dessa figura. Como de bolsa de mu-

lher, bumbum de nenê e cabeça de examinador de concurso nunca se sabe o que

pode vir, considero prudente apresentar a você o texto do artigo:

Art. 1º Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de


forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa
à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por
semana, aplica-se o disposto nesta Lei.
Parágrafo único. É vedada a contratação de menor de 18 (dezoito)anos para desempe-
nho de trabalho doméstico, de acordo com a Convenção no 182, de 1999, da Organiza-
ção Internacional do Trabalho (OIT) e com o Decreto no 6.481, de 12 de junho de 2008.

Vemos que no art. 1º estão presentes os requisitos de praxe (serviço contínuo, sem

finalidade lucrativa, no âmbito residencial de pessoa ou família). O legislador comple-

mentar acrescentou, para maior clareza, a necessidade de subordinação (é necessá-

rio que exista uma relação patrão/empregado; a simples prestação de favor, espontâ-

nea, não configura o vínculo doméstico) e onerosidade (uma contraprestação pelos

serviços prestados). Se um casal divide as tarefas domésticas, por exemplo, não há

como enquadrar o marido ou a esposa como “empregado doméstico” do cônjuge.

Esse é o conceito novo, da LC n. 150, mas permanecem plenamente vigentes

os dispositivos da LBPS, LOCSS ou RPS que definem essa categoria de segurados.

Se uma questão de prova trouxer a literalidade de algum desses atos normativos,

estará correta, mesmo omitindo os novos requisitos (subordinação e onerosida-

de). Preenchidos todos esses requisitos, podem ser empregados domésticos os

cozinheiros, motoristas, jardineiros, faxineiras, caseiros...

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17. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) Com base no disposto no

Decreto n. 3.048/1999, que aprovou o regulamento da previdência social, julgue o

item subsecutivo.

Aquele que presta serviço de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa

ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos, é consi-

derado contribuinte individual, segurado obrigatório da previdência social.

Errado.

A banca afirma que a figura descrita no enunciado é um contribuinte individual.

Mas observe no texto em análise a presença de algumas palavrinhas que são chave

para a resolução da questão: âmbito residencial; ausência de finalidade lucrativa;

serviço de natureza contínua (o serviço no âmbito residencial, de natureza não

contínua, caracteriza a DIARISTA, essa sim enquadrada como contribuinte indivi-

dual). A figura descrita no enunciado se enquadra onde?

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


(...)
II – como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a
pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos;

Tudo entendido??

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8.3. Contribuinte Individual

Seguindo nossa análise do art. 11 da LBPS, temos o contribuinte individual.

É o segurado que antigamente conhecíamos por trabalhador autônomo. Prepa-

re-se, porque aqui vem outra lista grandinha de segurados. Novamente, vamos

estudar primeiramente as hipóteses da LBPS; a seguir, complementamos com as

disposições do decreto, ok?

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


(...)
V – como contribuinte individual:
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer
título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos
fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade
pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas
hipóteses dos §§ 9º e 10 deste artigo;

Lembra quando estudamos o empregado, que a primeira alínea do inciso I já

trazia aquele que seria o conceito de empregado por excelência? Isso não acon-

tece com o contribuinte individual. Essa primeira alínea tem por função diferen-

ciar o contribuinte individual do segurado especial. Com base na redação desse

dispositivo, podemos ver que são critérios relevantes para a classificação como

contribuinte individual o tamanho da propriedade rural, bem como o auxílio de

empregados/prepostos.

Módulo fiscal é uma medida agrária, em hectares, variável e fixada por município.

Logicamente, ao analisar o enquadramento de um segurado, o servidor do INSS

deverá observar a medida do módulo fiscal do município de residência do segurado.

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Você percebeu que, no finalzinho da alínea, há menção às hipóteses dos parágrafos

9º e 10º do mesmo artigo 11. Eles tratam de casos de exclusão da qualidade de se-

gurado especial. Por essa razão, trataremos desses casos mais adiante, ao es-

tudarmos os segurados especiais, ok? Não me deixe esquecer disso, pode cobrar!!

Jamais se esqueça de que o trabalhador rural que for excluído da condição de

segurado especial, por incidir nas hipóteses dos §§9º e 10 se transforma, auto-

maticamente, em contribuinte individual.

Um último comentário sobre essa alínea. O cônjuge ou companheiro do produtor

rural ali mencionado também é segurado obrigatório como contribuinte individual,

desde que participe da atividade rural. É isso que nos diz o §11 do art. 11 da LBPS.

b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral – ga-
rimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de pre-
postos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de
forma não contínua;

Esse item não exige mais do que sua leitura para entender. Garimpeiro é con-

tribuinte individual. E só.

Mas o que seria a exploração “por intermédio de prepostos”? Eis que vem o RPS

tirar todas nossas dúvidas – às vezes ele faz isso; outras, só se encarrega de nos

deixar ainda mais confusos.

O § 9º do art. 9º estabelece que a pessoa física, proprietária ou não, explora

atividade por meio de prepostos quando, na condição de parceiro outorgante,

desenvolve atividade agropecuária, pesqueira ou de extração de minerais por in-

termédio de parceiros ou meeiros. Esse conceito vale tanto para o garimpeiro

quanto para o produtor rural, da alínea a, ok?

c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de


congregação ou de ordem religiosa;

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Não preciso entrar em minúcias e conceituar cada um desses institutos relacio-

nados aí. Importa é que saibamos que nesse grupo entram os padres, os pastores,

bispos, cardeais, irmãos, freiras, frades, monges... MUITA ATENÇÃO AQUI! Esse

é um dos campeões de presença nas provas de concurso.

d) (Revogado pela Lei n. 9.876, de 26/11/1999)


e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional
do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando
coberto por regime próprio de previdência social;

 Obs.: Sabemos que os examinadores são, de fato, seres maléficos, que ocupam

boa parte de seu tempo pensando nas melhores maneiras de enlouquecer

os(as) concurseiros(as). E essa alínea e que vamos estudar agora é um

prato cheio para esses sádicos. Onde fica a malandragem? Relembre uma

das hipóteses de enquadramento como segurado empregado:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


I – como empregado: (...)
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais
brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá
domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do
domicílio;

Conseguiu perceber a sutileza?

Se trabalha para o organismo oficial internacional, será contribuinte in-

dividual. Se trabalha para a União em organismo oficial internacional, será

empregado.

Podemos concluir que existe, no tocante às classes de segurado, uma regra

geral: aquele que trabalha para a União e não é amparado por regime próprio de

previdência é segurado do RGPS como empregado.

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Ô, professor! Eu não consigo acreditar que alguma banca seja cruel a ponto de

cobrar um detalhezinho desses.

Não acredita, meu(minha) amigo(a)? Então veja a seguir a sacanagem que o

Cespe aprontou certa vez. O que impediria, então, qualquer outra banca de fazer

o mesmo?

Em prova para o cargo de Juiz Federal Substituto do TRF da 2ª Região, realizada

em 2009, uma das assertivas tinha o seguinte conteúdo:

c) Na qualidade de empregado, é segurado obrigatório da Previdência Social o

brasileiro civil que trabalhe no exterior para organismo oficial internacional do qual

o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando

coberto por regime próprio de previdência social.

Como vimos, a assertiva estava ERRADA, pois o segurado ali descrito não é em-

pregado, mas contribuinte individual. Agora acredita que a maldade das bancas

não tem limite, meu(minha) amigo(a)?

Tudo entendido?? Posso seguir em frente?? Retornemos, então, à LBPS:

f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o mem-


bro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de
indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de
seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção
em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como
o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde
que recebam remuneração;

Dessa extensa alínea, merece destaque apenas a necessidade da percepção

de remuneração para o enquadramento como segurados obrigatórios. Essa exi-

gência permeia todas as atividades ali relacionadas.

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Preste atenção também na situação do síndico de condomínio, pois ele pode

ser remunerado ou isento da taxa de condomínio. Nessas duas hipóteses, será

segurado obrigatório.

Professor, o senhor está lendo a mesma legislação que eu? Porque na minha

LOCSS e no meu RPS não fala NADA sobre a isenção de condomínio.

Boa pergunta, meu(minha) amigo(a). E sim, estou acessando a mesma legis-

lação que você. Essa questão já é ponto pacífico na jurisprudência, e a Receita Fe-

deral acolhe esse entendimento na arrecadação de contribuições previdenciárias.

Vejamos:

TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA INCIDENTE SOBREREMUNERAÇÃO DE


SÍNDICO. TAXA CONDOMINIAL. LC N. 84/1996. INSTRUÇÃO NORMATIVA N. 6/1996.
CONDOMÍNIO. PESSOAJURÍDICA. LEI N. 9.876/1999. LEGITIMIDADE DA COBRANÇA.
PRECEDENTE. 1. A hipótese de incidência da contribuição instituída pela LC n. 84/1996 é
o total das remunerações ou retribuições pagas ou creditadas pelas empresas e pessoas
jurídicas, no decorrer do mês, pelos serviços que lhes prestem, sem vínculo emprega-
tício, os segurados empresários, trabalhadores autônomos e demais pessoas físicas. Os
casos de incidência são bastante amplos, levando em conta a remuneração ou retribui-
ção da prestação de serviço, independentemente de vínculo empregatício ou da natu-
reza da atividade exercida. A IN n. 6/1996 não inovou o ordenamento jurídico, apenas
reproduziu o texto legal. Não se instituiu exação não compreendida na hipótese descrita
no art. 1º da LC n. 84/1996,visto que, diante da abrangência dos casos de incidência do
citado artigo, poderá ser cobrada a contribuição dos condôminos tanto sobre a
remuneração dos síndicos como do valor que estes deixam de pagar a título de
“taxa condominial”, pois este valor estaria compreendido como “retribuição”
prevista na aludida LC. 2. “É devida a contribuição social sobre o pagamento do
pró-labore aos síndicos de condomínios imobiliários, assim como sobre a isen-
ção da taxa condominial devida a eles, na vigência da Lei Complementar n. 84/1996,
porquanto a Instrução Normativa do INSS n. 6/1996 não ampliou os seus conceitos,
caracterizando-se o condomínio como pessoa jurídica, à semelhança das cooperativas,
mormente não objetivar o lucro e não realizar exploração de atividade econômica. A
partir da promulgação da Lei n. 9.876/1999, a qual alterou a redação do art. 12, inciso
V, alínea ‘f’, da Lei n. 8.212/1991, com as posteriores modificações advindas da MP n.
83/2002, transformada na Lei n. 10.666/2003, previu-se expressamente tal exação,
confirmando a legalidade da cobrança da contribuição previdenciária” (REsp411.832/
RS, Rel. Min. Francisco Falcão, DJU de 19/12/2005). 3.Recurso especial provido.
(STJ – RESP 1064455 – Relator Ministro CASTRO MEIRA – Segunda Turma – Julgamento
em 19/08/2008 – Publicação em 11/09/2008)

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E na Instrução Normativa n. 971/2009, da Secretaria da Receita Federal do

Brasil, temos:

Art. 55. (...) § 6º No caso do síndico ou do administrador eleito para exercer atividade


de administração condominial, estar isento de pagamento da taxa de condomínio, o
valor da referida taxa integra a sua remuneração para os efeitos do inciso III do caput.

Acho pouco provável que entrem em uma minúcia dessas na prova. Atos norma-

tivos internos (como essa IN da RFB) só são cobrados se expressamente previstos no

edital. Mas o conhecimento DA JURISPRUDÊNCIA é algo que tem se feito cada vez mais

presente nos concursos. Por prudência, portanto, preferi mencionar aqui esse tema.

Vamos nos divertir um pouquinho e respirar? Questãozinha para você.

18. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) Com base no disposto na

Lei n. 8.213/1991, julgue o item a seguir, acerca dos segurados do RGPS.

Síndica do condomínio predial em que resida e que receba como pró-labore a

quantia equivalente a um salário-mínimo será considerada segurada obrigatória do

RGPS na qualidade de empregada.

Errado.

Sabendo onde estão os segurados, resta fazer o cara-crachá, ou seja, a difícil e

complexa tarefa de comparar o enunciado com os incisos e alíneas do art. 11 da

LBPS. Veja só o que encontramos ali:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


(...)
V – como contribuinte individual: (...)

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f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de


conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria,
o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho
em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa,
associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou
administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que
recebam remuneração;

Logo, a personagem da questão não é empregada, mas CI.

Mas vamos logo voltar à teoria, pois ainda temos muito conteúdo para vencer

aqui!

g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou


mais empresas, sem relação de emprego;
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza ur-
bana, com fins lucrativos ou não;

Finalmente, chegamos ao que seria o conceito por excelência de contribuinte

individual. Se pedíssemos a qualquer pessoa na rua para nos dizer o que seria um

trabalhador autônomo, certamente ouviríamos algo semelhante ao texto dessa

alínea g ou à alínea h. Mas não se iluda. Sob a aparente singeleza dessas duas

alíneas, a legislação previdenciária esconde inúmeras cascas de banana. O § 15

do art. 9º do decreto nos traz uma lista enoooooooooooooorme de situações que

se enquadrariam nelas. A seguir, estão TODAS elas transcritas, com comentários

meus nos itens que considero mais importantes.

Art. 9º. (...) § 15. (...)


I – o condutor autônomo de veículo rodoviário, assim considerado aquele que exerce
atividade profissional sem vínculo empregatício, quando proprietário, coproprietário ou
promitente comprador de um só veículo; (...)

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Esse é o caminhoneiro que não tenha vínculo empregatício com empresa

transportadora; trabalha por conta própria ou com prestação de serviços.

II – aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviá-


rio, em automóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei n. 6.094, de 30
de agosto de 1974;
III – aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exerce pequena ativi-
dade comercial em via pública ou de porta em porta, como comerciante ambulante, nos
termos da Lei n. 6.586, de 6 de novembro de 1978;
IV – o trabalhador associado a cooperativa que, nessa qualidade, presta serviços a
terceiros;
V – o membro de conselho fiscal de sociedade por ações;
VI – aquele que presta serviço de natureza não contínua, por conta própria, a pessoa
ou família, no âmbito residencial desta, sem fins lucrativos; (...)

No item VI está, meu(minha) amigo(a), a diarista, ou aquele jardineiro que

aparece de 15 em 15 dias, ou a faxineira eventual.

VII – o notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, que


detêm a delegação do exercício da atividade notarial e de registro, não remunerados
pelos cofres públicos, admitidos a partir de 21 de novembro de 1994; (...)

O notário/tabelião era, antigamente, FUNCIONÁRIO PÚBLICO. A partir de 1994,

foi alterado o regime jurídico dos cartórios, e esses cidadãos passaram a receber DE-

LEGAÇÃO do poder público para o exercício da função. Como não há a investidura em

cargo público, eles não pertencem ao regime próprio dos servidores públicos. E um

trabalhador que não esteja vinculado a regime próprio de previdência sempre será se-

gurado do RGPS. Nessa hipótese dos notários, como CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS.

VIII – aquele que, na condição de pequeno feirante, compara para revenda produtos
hortifrutigranjeiros ou assemelhados;
IX – a pessoa física que edifica obra de construção civil;

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Um pedreiro que trabalhe por conta própria, sem vínculo com uma construtora,
é CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. E a pessoa física que resolve construir sua própria
casa? Bem... essa NÃO será CI, porque não aufere remuneração decorrente do
exercício desta atividade. E sabemos que só é segurado obrigatório o exercente de
atividade remunerada. Fácil, não?

X – o médico residente de que trata a Lei n. 6.932, de 7 de julho de 1981.

Eu deixei esse item aqui porque, acredite se quiser, já foi cobrado em prova.
É provável que caia de novo?? NÃO. Mas sua presença neste material é importante
para que você perceba a que ponto pode chegar uma banca examinadora.

XI – o pescador que trabalha em regime de parceria, meação ou arrendamento, em


embarcação de médio ou grande porte, nos termos da Lei n. 11.959, de 2009;

Esse inciso foi alterado em março de 2015. A redação anterior definia como CI
o pescador em regime de parceria, meação ou arrendamento em embarcação com
Arqueação Bruta (AB) superior a seis. Havia, ainda, uma exceção expressa, que
mantinha como segurado especial quem, na condição de parceiro outorgado, uti-
lizasse embarcação com AB de até dez.
Arqueação Bruta é a expressão da capacidade total da embarcação cons-
tante da respectiva certificação fornecida pelo órgão competente.
Com a publicação do Decreto n. 8.424/2015 não existe mais exceção. Quem se
enquadrar nesse inciso XI será CI e ponto final. Mas vale destacar que o limite de
carga do barco foi um tantinho ampliado. Antes, havia expressa menção ao limite
de Arqueação Bruta de 6; agora se fala em médio ou grande porte. Nos termos da
Lei 11.959, embarcação de médio porte é a que possui arqueação bruta maior que
20 e menor que 100; obviamente, embarcação de grande porte é a que possui

arqueação bruta maior que 100.

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E se a embarcação for de pequeno porte (arqueação bruta menor que 20)? Aí

devemos observar o seguinte:

• trabalha individualmente ou em regime de economia familiar? Então é segu-

rado especial;

• se não cumpre o item anterior, é Contribuinte Individual.

Portanto, assim como para o trabalhador rural o tamanho da propriedade é

determinante de seu enquadramento como segurado especial, para o pescador,

vigora dispositivo equivalente. Um pescador que trabalhe em embarcação pequena

poderá ser segurado especial; em embarcações maiores, será enquadrado como

contribuinte individual.

XII – o incorporador de que trata o art. 29 da Lei n. 4.591, de 16 de dezembro de 1964.


XIII – o bolsista da Fundação Habitacional do Exército contratado em conformidade
com a Lei n. 6.855, de 18 de novembro de 1980;
XIV – o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com a Lei n. 9.615, de
24 de março de 1998.

Mais um item que preferi deixar expresso neste curso porque já foi cobrado em

prova. Sério!!!!

Reitero: LEIA A LEI SECA!!!! Não, meu(minha) amigo(a)... não é aquela lei

da tolerância zero ao álcool. Por “lei seca” entendemos a leitura do texto da lei,

puro e simples, e não de livros ou comentários. Pegue as leis previdenciárias e as

devore do começo ao fim.

XV – o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei n. 8.069, de 13 de


julho de 1990, quando remunerado;

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Mais uma vez a remuneração surge como critério determinante do enquadra-

mento como segurado obrigatório. Se o conselheiro tutelar não é remunerado, ele

não será segurado obrigatório. Ao receber remuneração, enquadra-se como

CONTRIBUINTE INDIVIDUAL, ok?

XVI – o interventor, o liquidante, o administrador especial e o diretor fiscal de institui-


ção financeira de que trata o § 6º do art. 201.

O tal § 6º mencionado no inciso ora em estudo nos traz uma pequena listinha

de instituições financeiras (tome fôlego aí... lá vai!): banco comercial, banco de in-

vestimento, banco de desenvolvimento, caixa econômica, sociedade de crédito, fi-

nanciamento e investimento, sociedade de crédito imobiliário, inclusive associação

de poupança e empréstimo, sociedade corretora, distribuidora de títulos e valores

mobiliários, inclusive bolsa de mercadorias e de valores, empresa de arrendamento

mercantil, cooperativa de crédito, empresa de seguros privados e de capitalização,

agente autônomo de seguros privados e de crédito e entidade de previdência pri-

vada, aberta e fechada.

Terminamos agora as disposições da LBPS sobre o contribuinte individual. Va-

mos ver se o RPS traz mais algumas hipóteses de enquadramento como CI?

O art. 9º, inciso V do decreto reproduz quase literalmente as alíneas a a h que

acabamos de estudar, redistribuindo-as em alíneas a a l. Depois acrescenta alguns

itens interessantes. Vamos ver?

Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas:


(...)
V – como contribuinte individual: (...)
n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à socie-
dade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado; e

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O cooperado será contribuinte individual porque não há vínculo de emprego

entre ele e a cooperativa. É importante se atentar para esse fato. Uma cooperativa

é, em um conceito absolutamente raso, a “união de diversos microempresários”,

cada um dos cooperados é um pouco “dono” do negócio. Por isso, os cooperados se

enquadram como segurados contribuintes individuais.

o) (Revogado pelo Decreto n. 7.054, de 2009)


p) o Microempreendedor Individual – MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei
Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos
impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais.

Me permite uma pequena interrupção no estudo, para melhor conceituar essa

figura que apareceu agora? O MEI foi uma figura criada no ano de 2008 pela Lei

Complementar n. 128, com o declarado objetivo de promover a inclusão previ-

denciária, ou seja, a formalização daqueles milhares – talvez milhões – de bra-

sileiros que exerciam suas atividades profissionais sem qualquer proteção do RGPS.

Os requisitos para enquadramento como MEI estão no art. 18-A da Lei Complemen-

tar n. 123/2006. Embora essa lei complementar não conste no edital, é importante

que você saiba conceituar o MEI. Então, mãos à obra:

Art. 18-A. O Microempreendedor Individual – MEI poderá optar pelo recolhimento dos


impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais,
independentemente da receita bruta por ele auferida no mês, na forma prevista neste
artigo.
§ 1º Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o empresário indi-
vidual a que se refere o art. 966 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil), que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$
60.000,00 (sessenta mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impe-
dido de optar pela sistemática prevista neste artigo.

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Em síntese, o MEI:

• é o empresário Individual;

• é optante pelo Simples Nacional;

• é quem auferiu receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 60.000,00.

Para finalizar, encontramos as características do MEI na Resolução CGSN (Con-

selho Gestor do Simples Nacional) n. 94/2011. O artigo 91 é autoexplicativo, dis-

pensando comentários adicionais:

Art. 91. Considera-se Microempreendedor Individual – MEI o empresário a que se re-


fere o art. 966 da Lei n. 10.406, de 2002, optante pelo Simples Nacional, que tenha
auferido receita bruta acumulada nos anos-calendário anterior e em curso de até R$
60.000,00 (sessenta mil reais) e que:
I – exerça tão-somente as atividades constantes do Anexo XIII desta Resolução;
II – possua um único estabelecimento;
III – não participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador;
IV – não contrate mais de um empregado, observado o disposto no art. 96.
§ 1º No caso de início de atividade, o limite de que trata o caput será de R$ 5.000,00
(cinco mil reais) multiplicados pelo número de meses compreendidos entre o mês de
início de atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de
meses como um mês inteiro.
§ 2º Observadas as demais condições deste artigo, e para efeito do disposto no inciso I
do caput, poderá enquadrar-se como MEI o empresário individual que exerça atividade
de comercialização e processamento de produtos de natureza extrativista.
§ 3º Para fins deste Título, o tratamento diferenciado e favorecido previsto para o MEI
aplica-se exclusivamente na vigência do período de enquadramento no sistema de re-
colhimento de que trata o art. 92, exceto na hipótese do inciso II do parágrafo único do
art. 103.

Agora que sabemos o suficiente sobre o MEI, vamos adiante.

O RPS ainda estabelece, no § 19 do art. 9º, que “os segurados de que trata o

art. 199-A terão identificação específica nos registros da Previdência Social”. O art.

199-A do RPS é o que trata dos segurados contribuinte individual e facultativo com

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direito à contribuição reduzida (abrem mão do direito à aposentadoria por tempo

de contribuição e efetuam seus recolhimentos mensais com alíquota inferior), entre

eles o MEI.

A cautela de identificá-los separadamente dos demais CI e facultativos, obvia-

mente, decorre dessa distinção, visa facilitar o controle das contribuições e evitar a

concessão indevida de benefícios. Mas como de bolsa de mulher, bumbum de nenê

e cabeça de examinador de concurso nunca se sabe o que pode sair, preferi apre-

sentá-los ao § 19. Vai que a banca exige a literalidade do dispositivo.

Buenas. Chega de CI, por enquanto. Desnecessário deixar aqui mais questões,

já que você já conseguiu perceber o modus operandi das bancas. Elas exigem nada

mais, nada menos, que a boa e velha DECOREBA. Podemos prosseguir??

8.4. Trabalhador Avulso

Aqui temos, de início, um pequeno probleminha. Veja quão genérica é a redação

do inciso VI do art. 11 da LBPS:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


(...)
VI – como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empre-
gatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento;

A leitura isolada desse dispositivo poderia causar uma imensa confusão entre

os conceitos de trabalhador avulso e contribuinte individual – e as bancas sabem

disso e exploram esse ponto, eventualmente – não é mesmo? Prestação de serviços

sem vínculo empregatício é, em princípio, atividade que identifica o contribuinte

individual.

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Ainda bem que o legislador concluiu o inciso com o trecho “definidos no Regula-

mento”. Eis que vem o decreto nos ajudar:

Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas:


(...)
VI – como trabalhador avulso – aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de
natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a in-
termediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos da Lei n.
8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do sindicato da categoria, assim considerados:
a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e con-
serto de carga, vigilância de embarcação e bloco;

 Obs.: Não se assuste com esses nomes estranhos. A seguir eu apresento os con-

ceitos para você.

b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e mi-


nério;
c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios);
d) o amarrador de embarcação;
e) o ensacador de café, cacau, sal e similares;
f) o trabalhador na indústria de extração de sal;
g) o carregador de bagagem em porto;
h) o prático de barra em porto;
i) o guindasteiro; e
j) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos;

Agora ficou clara a distinção entre CI e avulso? Ela reside na necessidade de

intermediação do órgão gestor de mão de obra (OGMO) ou do sindicato da ca-

tegoria. Inexistente essa intermediação, teríamos um contribuinte individual. A

inexistência de vínculo empregatício também se faz indispensável pois, por óbvio,

caso haja contrato de trabalho, teremos um empregado.

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19. (CESPE/DPE-RR/DEFENSOR PÚBLICO/2013) É considerado segurado obrigató-

rio da previdência social como

a) contribuinte individual o brasileiro civil que trabalhe no exterior para organismo

oficial internacional de que o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado

e contratado e coberto por regime próprio de previdência social.

b) trabalhador avulso quem preste, a diversas empresas, com vínculo empregatí-

cio, serviço de natureza urbana ou rural definidos em regulamento.

c) empregado aquele que preste serviço de natureza urbana ou rural à empresa,

em caráter eventual ou não, sob sua subordinação e mediante remuneração.

d) empregado o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no exterior

para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no

exterior.

e) empregado doméstico aquele que preste serviço de natureza contínua a pessoa

ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos.

Letra e.

Certa. A banca só fez o clássico Ctrl+C/Ctrl+V do conceito legal de empregado

doméstico.

Art. 11. (...) II – como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza
contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lu-
crativos;

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a) Errada. Há na LBPS uma previsão beeeeeeem parecida com a descrita na pro-

posição. Vejamos:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


(...)
V – como contribuinte individual: (...)
e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual
o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto
por regime próprio de previdência social;

Como a pessoa mencionada na assertiva é coberta por regime próprio de previ-

dência, então não é segurado obrigatório. É importante, nesse ponto, destacar que

integrante de regime próprio de previdência é excluído do Regime Geral, por força

do art. 12 da LBPS.

b) Errada. E dá-lhe decoreba! Veja o conceito legal de trabalhador avulso, presen-

te no inciso VI do art. 11 da LBPS:

Art. 11. (...) VI – como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem
vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento;

Vínculo empregatício é característica de duas classes de segurado: o empregado

e o doméstico. Só.

c) Errada. Mais uma vez, o conceito legal do segurado foi corrompido com uma al-

teraçãozinha discreta. A intenção da banca na questão era, exclusivamente, pegar

os(as) distraídos(as). Questões assim não servem, em hipótese nenhuma, como

avaliação de conhecimento.

Art. 11. (...) I – como empregado:


a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não
eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor em-
pregado;

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d) Errada. Só é segurado empregado aquele que, domiciliado e contratado no

Brasil trabalha como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no

exterior. Duvida?

Art. 11. (...)
I – como empregado: (...)
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como
empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;

Está bem, professor! Legal essa questão! Mas vamos voltar logo à aula antes

que o senhor esqueça de nos dar a definição daquelas atividades presentes no art.

9º, VI, alínea a do RPS.

Sem chance de esquecer, meu(minha) amigo(a)! Vamos ver o que nos diz o

próprio RPS, no art. 9º, §7º:

I – capatazia – a atividade de movimentação de mercadorias nas instalações de uso


público, compreendendo o recebimento, conferência, transporte interno, abertura de
volumes para conferência aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como o
carregamento e descarga de embarcações, quando efetuados por aparelhamento por-
tuário;
II – estiva – a atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos porões
das embarcações principais ou auxiliares, incluindo transbordo, arrumação, peação e
despeação, bem como o carregamento e a descarga das mesmas, quando realizados
com equipamentos de bordo;
III – conferência de carga – a contagem de volumes, anotação de suas caracte-
rísticas, procedência ou destino, verificação do estado das mercadorias, assistência à
pesagem, conferência do manifesto e demais serviços correlatos, nas operações de car-
regamento e descarga de embarcações;
IV – conserto de carga – o reparo e a restauração das embalagens de mercadoria,
nas operações de carregamento e descarga de embarcações, reembalagem, marcação,
remarcação, carimbagem, etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e posterior
recomposição;

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V – vigilância de embarcações – a atividade de fiscalização da entrada e saída de


pessoas a bordo das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, bem como da mo-
vimentação de mercadorias nos portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e em
outros locais da embarcação; e
VI – bloco – a atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes e de
seus tanques, incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparo de pequena monta e
serviços correlatos.

E vamos em frente. 60% da aula concluída. And loading...

8.5. Segurado Especial

Eis uma categoria que surgiu no ano de 1988, com a promulgação da Consti-

tuição. Antes dessa data, os trabalhadores rurais integravam um sistema previ-

denciário à parte, com características assistenciais e escassa cobertura. Apenas o

arrimo de família (expressão antiga que designa aquele responsável pelo sustento

do grupo familiar) teria direito a benefícios como a aposentadoria por invalidez ou

por velhice; se viesse a falecer, seus dependentes receberiam a pensão; mas se

o chefe da família perdesse a esposa, não teria direito a benefício nenhum; a ela

também não era devido benefício por invalidez ou idade (o termo correto na época

era “velhice”, mas falar em “velhice” para uma mulher é quase um crime). Esses

benefícios podiam ser inferiores ao salário-mínimo, acredita?

No ano de 1988, a Constituição trouxe para o RGPS todos os trabalhadores ru-

rais; parte como empregados; parte como contribuintes individuais; e uma imensa

maioria como segurados especiais. Assegurou a esses, por meio do princípio da

UE (lembra dele?), o mesmo manto protetivo que antes abrangia apenas os traba-

lhadores urbanos.

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Professor, o senhor poderia ir direto ao assunto?

Mas meu(minha) amigo(a), ESTOU indo direto ao assunto. Acredite, essa pe-

quena introdução é importantíssima para situá-lo(a) na matéria.

Em apertadíssima síntese, podemos conceituar o segurado especial como o

pescador artesanal e o pequeno produtor rural. Este é o conceito básico, que

nossa legislação esmiúça da seguinte forma:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


(...)
VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglome-
rado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de econo-
mia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de:
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro
outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais;
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do
inciso XII do caput do art. 2º da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas
atividades o principal meio de vida;
b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou
principal meio de vida; e
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou
a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, com-
provadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo.

Grifei no inciso VII e respectivas alíneas os principais termos que nos auxiliam

a identificar o segurado especial:

• o pequeno produtor rural deve residir no imóvel rural em que trabalha,

ou próximo a ele. Nesse ponto, a legislação é bem generosa. O RPS dispõe

que se considera que o segurado especial reside em aglomerado urbano ou

rural próximo ao imóvel rural onde desenvolve a atividade quando resida no

mesmo município de situação do imóvel onde desenvolve a atividade

rural, ou em município contíguo ao em que desenvolve a atividade rural;

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• ele também deve laborar individualmente ou em regime de economia fa-

miliar;

• NÃO SE ADMITE o auxílio permanente de terceiros, mas o auxílio eventual

não descaracteriza o segurado especial;

• a área explorada deve ser de, no máximo, quatro módulos fiscais (lembra

do contribuinte individual, que explora propriedade MAIOR de quatro módu-

los?);

• a família (cônjuge e filhos maiores de 16 anos) do segurado especial,

desde que com ele trabalhe, também se enquadra nessa categoria.

Professor, até dá para deduzir pelo nome, mas o senhor poderia dizer o que é

REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR?

Claro que sim, meu(minha) amigo(a). Estou aqui para tirar TODAS as suas

dúvidas. Vou usar o conceito legal, presente no art. 11, § 1º da LBPS: regime de

economia familiar é a atividade em que o trabalho dos membros da família é

indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do

núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração,

sem a utilização de empregados permanentes.

Como eu disse, um auxílio eventual de terceiros é permitido.

De acordo com o RPS, auxílio eventual de terceiros é aquele exercido ocasional-

mente, em condições de mútua colaboração, não existindo subordinação nem re-

muneração.

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Me reservo o direito de DISCORDAR desse conceito exposto no RPS. A LBPS, ao

descrever o segurado especial e tratar do auxílio eventual, não impõe restrição de

ordem remuneratória. Mais que isso, a LBPS autoriza a contratação temporária de

mão de obra pelo segurado especial, como veremos a seguir – e, para a coisa ficar

ainda mais doida, o RPS também autoriza. Nosso regulamento faz, fica claro,

uma distinção entre o auxílio eventual de terceiros – que seria, em última análise,

uma “troca de favores” entre vizinhos – e a contratação eventual de mão de obra.

Não vejo razão para essa distinção, a menos que haja intenção deliberada do legis-

lador de enlouquecer os(as) concurseiros(as).

Então, para ficar claro: o auxílio eventual de terceiros não pode ser remu-

nerado e não pode haver subordinação. Mas essa exigência NÃO é impeditiva

da contratação eventual de mão de obra pelo segurado especial, desde que respei-

tados os limites impostos pela legislação, que veremos logo mais.

Voltando... E o pescador artesanal, que aparece ali na alínea b do inciso VII?

Todos sabem o que vem a ser um pescador artesanal? Vou poupá-lo(a) do suspen-

se, pois concurseiro(a) sempre tem pressa.

De acordo com o § 14 do art. 9º do RPS, pescador artesanal é aquele que, in-

dividualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua profissão

habitual ou meio principal de vida, desde que (preste atenção aqui! Novas de-

finições, trazidas em março de 2015 pelo Decreto n. 8.424):

(1) não utilize embarcação; ou

(2) utilize embarcação de pequeno porte, nos termos da Lei n. 11.959, de 29

de junho de 2009.

Embarcação de pequeno porte é aquela que tem até 20 de arqueação bruta. Ar-

queação Bruta é a expressão da capacidade total da embarcação constante

da respectiva certificação fornecida pelo órgão competente.

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Em agosto de 2015, surgiu mais uma novidade na legislação. Foi incluído no

art. 9º do RPS o § 14-A, especificando que certas pessoas, embora não passem

seu tempo em embarcações de pequeno porte, são assemelhadas aos pescadores

artesanais. Veja só:

Art. 9º. (...) § 14-A. Considera-se assemelhado ao pescador artesanal aquele que


realiza atividade de apoio à pesca artesanal, exercendo trabalhos de confecção e de
reparos de artes e petrechos de pesca e de reparos em embarcações de pequeno
porte ou atuando no processamento do produto da pesca artesanal.

20. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) Com base no disposto na

Lei n. 8.213/1991, julgue o item a seguir, acerca dos segurados do RGPS.

O pescador que exerça essa atividade como principal meio de vida é considerado

segurado especial mesmo que tenha empregados permanentes.

Errado.

O enunciado afirma que o pescador ali mencionado é segurado especial. Será???

Veja como a LBPS define essa figura:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


(...)
VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglo-
merado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de eco-
nomia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: (...)
b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou
principal meio de vida; (...)
§ 1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos
membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento so-
cioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e
colaboração, sem a utilização de empregados permanentes.

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A utilização de empregados permanentes descaracteriza a condição de segurado

especial e transforma o pescador em contribuinte individual. A mesma LBPS diz...

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


(...)
V – como contribuinte individual:
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer
título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos
fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade
pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda
nas hipóteses dos §§ 9º e 10 deste artigo;

Simples assim.

Pois bem, senhor(a)... com isso, encerramos...

OPA, PROF!!! ENCERRAMOS O QUÊ? O senhor pediu para lembrar de estudar-

mos os parágrafos 9º e 10 do art. 11, lembra???

Claro que lembro, meu(minha) amigo(a). Não me deixou concluir. Encerramos

as noções gerais relativas aos segurados especiais.

Aí, prof., se saiu bem dessa!

Vamos agora tratar de alguns assuntos especiais, presentes nos parágrafos do

art. 11 da LBPS e do art. 9º do decreto, ok? Entre esses assuntos especiais, encon-

traremos o que você mencionou.

O § 7º do art. 11 da LBPS trata da já mencionada possibilidade de contar o se-

gurado especial com o auxílio de terceiros, mesmo que remunerados. Veja:

Art. 11. (...) § 7º O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por


prazo determinado ou de trabalhador de que trata a alínea g do inciso V do caput, à ra-
zão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas por dia no ano civil, em períodos
corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, não
sendo computado nesse prazo o período de afastamento em decorrência da percepção
de auxílio-doença.

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Cuméquié, professor? O segurado especial pode contar com o auxílio de até

120 pessoas??? Eu queria ser um “pequeno produtor” desses.

Bem, meu(minha) amigo(a). Sou obrigado a admitir que aqui o legislador, nova-

mente, se atrapalhou um pouco. Na verdade, se atrapalhou bastante. Certamente,

havia maneiras mais claras de expor sua intenção. Ao falar que o segurado especial

poderá contratar empregados à razão de 120 pessoas/dia, o legislador quis dizer

que é possível contratar um empregado por até 120 dias, ou dois empregados por

até 60 dias, ou três por até 40 dias... ou sessenta por até 2 dias, ou, exagerando

ao máximo, 120 pessoas por UM dia. É estranho, né? Sim, é MUITO estranho. Mas

a nós só resta nos conformar e aceitar a incompetência redacional do legislador.

Prosseguindo nossa análise, chegamos ao § 8º. Ele traz hipóteses que não

excluem a condição de segurado especial. Sabemos que, para ser considerado se-

gurado especial, o trabalhador rural deve praticar a agricultura (ou pesca) de

subsistência, ou seja, deve trabalhar para produzir o próprio alimento, sendo-lhe

permitida a venda do excedente da produção. Mas e se esse segurado se filiar a

uma cooperativa? E se ele quiser aproveitar a beleza de sua propriedade e explorar

o turismo rural, que está na moda? Veremos que, cumprindo algumas regrinhas,

ele permanecerá como segurado especial. Aqui vai para você, na íntegra, o

§8º, com alguns comentários meus:

Art. 11. (...) § 8º Não descaracteriza a condição de segurado especial:


I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até
50% (cinquenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro)
módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva
atividade, individualmente ou em regime de economia familiar;
II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hos-
pedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano;

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Preste atenção aqui, pois essa hipótese já foi cobrada diversas vezes em pro-

vas de concurso.

21. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2010) Com base no direito previ-

denciário, julgue o item.

Considere que Pedro explore, individualmente, em sua propriedade rural, atividade

de produtor agropecuário em área contínua equivalente a 3 módulos fiscais, em

região do Pantanal matogrossense, e que, durante os meses de dezembro, janeiro

e fevereiro de cada ano, explore atividade turística na mesma propriedade, forne-

cendo hospedagem rústica. Nessa situação, Pedro é considerado segurado especial.

Certo.

A questão trata do conceito de segurado especial.

O segurado especial é (Decreto n. 3.048/1999, art. 9º, VII):

Art. 9º. São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas:


(...)
VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglo-
merado urbano ou rural próximo que, individualmente ou em regime de economia
familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de:
a) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou me-
eiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:
1. agropecuária em área contínua ou não de até quatro módulos fiscais; ou
2. de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e extração, de modo sustentável, de
recursos naturais renováveis, e faça dessas atividades o principal meio de vida;
b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou
principal meio de vida; e
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de dezesseis anos de idade ou a este
equiparado, do segurado de que tratam as alíneas “a” e “b” deste inciso, que, compro-
vadamente, tenham participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar.

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O Pedro, sem dúvida, se enquadra neste grupo, como podemos ver com base nas

palavras grifadas. Mas será que o “desvio de finalidade” da propriedade, com a ex-

ploração de atividade turística durante três meses, não impede o enquadramento?

NÃO. Estamos falando justamente desse ponto na aula. Logo, me abstenho de

comentar.

Vamos em frente, pois ainda temos muita coisa para ver por aqui.

III – a participação em plano de previdência complementar instituído por entidade clas-


sista a que seja associado em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor
rural em regime de economia familiar; e
IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componen-
te que seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo;

Está recebendo bolsa-família? NÃO TEM PROBLEMA, pode continuar trabalhan-

do na lavoura e será segurado especial do RGPS.

V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo


de beneficiamento ou industrialização artesanal, na forma do § 11 do art. 25 da Lei n.
8.212, de 24 de julho de 1991;

Considera-se processo de beneficiamento ou industrialização artesanal aquele

realizado diretamente pelo próprio produtor rural pessoa física, desde que não

esteja sujeito à incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI.

VI – a associação em cooperativa agropecuária ou de crédito rural;

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Até novembro de 2015, esse dispositivo só abrangia a associação em coo-

perativa agropecuária como hipótese que não descaracterizaria a condição de se-

gurado especial. Agora, cooperativas de crédito rural também podem contar com

a associação de agricultores, sem que estes percam sua condição de segurado

especial.

VII – a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI sobre o produto das
atividades desenvolvidas nos termos do § 12.

Logo depois temos os §§ 9º e 10º, que tratam, em suma, das hipóteses de

exclusão da condição de segurado especial. O § 9º deixa totalmente claro que o

membro da família que tiver outra fonte de rendimento, em regra não será segu-

rado especial.

Um caso muito comum é o de mulheres que vivem no campo e trabalham como

professoras, faxineiras ou merendeiras em escolas rurais. Nessas hipóteses, não

se pode dizer que elas têm participação ativa nas atividades rurais do grupo

familiar. Mesmo que vivam com a família em pequenas propriedades rurais e, em

suas horas de folga, auxiliem a família nas lidas campesinas, não serão seguradas

especiais.

IMPORTANTE! Nesse exemplo, deixam de ser seguradas especiais ape-

nas as pessoas que trabalham fora; não se descaracteriza a condição de segu-

rado especial dos demais membros da família, ok?

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Sei que a mera transcrição de dispositivos legais se torna enfadonha. Sei tam-

bém que repetidas vezes eu aconselhei você a se dedicar à leitura da legislação.

Por essa razão, não conte comigo para fazer um simples copiar/colar, ok? Mas,

em alguns momentos, como agora, não há maneira de evitar. Aqui vão, para você,

os §§ 9º e 10, na íntegra, com comentários meus sobre os pontos que considero

mais relevantes:

§ 9º Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de
rendimento, exceto se decorrente de:
I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não
supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social;

SE RECEBE BENEFÍCIO DE UM SALÁRIO-MÍNIMO NACIONAL (esse é o valor do

menor benefício de prestação continuada da Previdência Social), continua sendo

segurado especial. Simples assim.

II – benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar


instituído nos termos do inciso IV do § 8º deste artigo;

Você está atento e deve ter notado a falha. O tal plano de previdência com-

plementar não está no inciso IV, mas no inciso III do § 8º. Falhas do legislador

(mais uma???) à parte, o importante é não se esquecer de que esse benefício não

impede o enquadramento como segurado especial.

III – exercício de atividade remunerada em período não superior a 120 (cento e vinte)
dias, corridos ou intercalados, no ano civil, observado o disposto no § 13 do art. 12 da
Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991;

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Mais uma vez, aparece o prazo de 120 dias como referência para o segurado espe-

cial. Ele pode contratar um empregado por até 120 dias; ele pode explorar ativi-

dade turística por até 120 dias; ele pode exercer atividade remunerada por até

120 dias. Muito cuidado com esses prazos, pois as bancas ADORAM exigi-los nas

provas.

IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de


trabalhadores rurais;
V – exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a atividade
rural ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segura-
dos especiais, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei n. 8.212, de 24 de julho
de 1991;
VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do §
8º deste artigo;
VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respecti-
vo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a
renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação
continuada da Previdência Social; e
VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de
prestação continuada da Previdência Social.

Se o segurado quiser ser músico nas horas vagas, tocando uma viola e cantando

um sertanejo no bailão do distrito, não descaracterizará sua condição de segura-

do especial, desde que sua remuneração seja inferior a um salário-mínimo

nacional.

§ 10. O segurado especial fica excluído dessa categoria:


I – a contar do primeiro dia do mês em que:
a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no inciso VII do caput deste artigo,
sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei, ou exceder qualquer dos limites estabe-
lecidos no inciso I do § 8º deste artigo;

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b) enquadrar-se em qualquer outra categoria de segurado obrigatório do Regime


Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII e VIII
do § 9º e no § 12, sem prejuízo do disposto no art. 15;
c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime previdenciário; e
d) participar de sociedade empresária, de sociedade simples, como empresário indivi-
dual ou como titular de empresa individual de responsabilidade limitada em desacordo
com as limitações impostas pelo § 12;

Que limitações são essas? Ele pode participar de sociedade sem perder a con-

dição de segurado especial, desde que, mantido o exercício da sua atividade

rural em regime de economia familiar, a pessoa jurídica componha-se apenas

de segurados de igual natureza e sedie-se no mesmo Município ou em Mu-

nicípio limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas atividades.

II – a contar do primeiro dia do mês subsequente ao da ocorrência, quando o grupo


familiar a que pertence exceder o limite de:
a) utilização de terceiros na exploração da atividade a que se refere o § 7º deste
artigo;
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso III do § 9º deste artigo; e
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 8º deste artigo.

COMO VOCÊ PODE VER, O TÃO FALADO PRAZO DE 120 DIAS É IMPORTANTÍSSIMO.

A partir do 121º dia de hospedagem, de atividade remunerada ou do auxílio de tercei-

ros, o segurado perde o direito ao enquadramento como segurado especial.

Embora NÃO DEIXE de ser segurado especial ao exercer atividade remunerada (art.

11, § 9º, III) ou assumir o mandato de vereador (§ 9º, V), ele tem a obrigação

de recolher as contribuições decorrentes do exercício dessas outras atividades. Isso

é óbvio, mas quando tratamos de legislação, o óbvio precisa ser dito. E o RPS diz

isso, no seu art. 9º, §22.

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22. (FCC/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/PROCURADOR/2014) Considere os seguin-

tes itens:

I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo va-

lor não supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência

Social;

II – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da catego-

ria de trabalhadores rurais;

III – exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a ativi-

dade rural ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente,

por segurados especiais;

IV – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respec-

tivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem,

desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefí-

cio de prestação continuada da Previdência Social.

Não é segurado especial da Previdência Social o membro de grupo familiar que

possuir outra fonte de rendimento, EXCETO se decorrente de:

a) III e IV, apenas.

b) I, II, III e IV.

c) I, II e IV, apenas.

d) I, II e III, apenas.

e) II, III e IV, apenas.

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Letra b.

Quem leu o trecho anterior à questão com atenção matou a charada. De fato, há

diversas fontes alternativas de renda que não são suficientes para descaracterizar

a condição de segurado especial. Essa é a previsão do art. 11, § 9º da LBPS, inte-

gralmente transcrito anteriormente.

I. Correta. Art. 11, § 9º, I.

II. Correta. Art. 11, § 9º, IV.

III. Correta. Art. 11, § 9º, V.

IV. Correta. Art. 11, § 9º, VII.

9. Segurado Facultativo – Disposições Específicas

Em oposição à ideia do segurado obrigatório, que pelo simples exercício da

atividade profissional já é considerado filiado à Previdência, temos o segurado fa-

cultativo. Com raciocínio lógico elementar, você pode deduzir que, se o segurado

obrigatório é aquele obrigatoriamente filiado ao RGPS, o segurado facultativo é

quem, não exercendo atividade de vinculação obrigatória, OPTA por con-

tribuir para o RGPS e, desse modo, adquire direito às prestações previdenciárias

decorrentes.

A filiação como segurado facultativo pode se dar a partir dos 16 anos.

Mas professor, eu li a LBPS e lá diz que a partir dos 14 já dá para ser segurado

facultativo.

Nem me fale nisso, amigo(a). Essa história é confuuuuuuuuuuusa... eu explico.

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As Leis n. 8.212 (art. 14) e n. 8.213 (art. 13) apontam a idade mínima para

filiação em 14 anos, correto? Ambas as leis foram publicadas no ano de 1991. Sete

anos depois, em 1998, por meio da Emenda Constitucional n. 20, foi alterado o art.

7º, inciso XXXIII da Constituição.

REDAÇÃO ORIGINAL (REVOGADA) – XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigo-


so ou insalubre aos menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de quator-
ze anos, salvo na condição de aprendiz;
REDAÇÃO ATUAL – XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

No ano seguinte foi publicado o RPS (Decreto n. 3.048/1999), já refletindo a

nova regra trazida pela Emenda n. 20:

Art. 11. É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar


ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 199,
desde que não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado
obrigatório da previdência social.

QUANTA CONFUSÃO, professor!

É, meu(minha) amigo(a). A legislação previdenciária é assim mesmo. Enrolada,

cheia de modificações... Para piorar, veja que a LBPS continua em pleno vigor, de

modo que há, em tese, um conflito entre ela e o decreto. Decretos são hierarqui-

camente inferiores às leis, então, nessa hipótese, deveria vigorar o texto legal.

Entretanto, não é isso que acontece, em razão da supremacia CONSTITUCIONAL.

Entende-se que o art. 13 da LBPS perdeu sua eficácia nesse ponto da idade mí-

nima, em razão da alteração constitucional posterior.

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Permita-me confessar, no entanto, que não consigo entender por que, a partir

dessa emenda, proibiu-se inclusive a filiação facultativa a partir dos 14 anos. A

filiação facultativa é permitida justamente àqueles que não exercem atividade re-

munerada. O ESTUDANTE, por exemplo, pode ser segurado facultativo (art. 11, §

1º, III do Decreto n. 3.048/1999). Deu-se uma interpretação excessivamente res-

tritiva à expressão “qualquer trabalho”. Embora discorde, só me resta acolher este

entendimento. É essa a posição oficial do INSS, expressa no art. 7º da Instrução

Normativa n. 77/2015:

Art. 7º Observadas às formas de filiação dispostas nos arts. 8º, 13,17, 20 e 39 a 41,
deverão ser consideradas as situações abaixo:(...)
§ 1º O limite mínimo de idade para ingresso no RGPS do segurado obrigatório que exer-
ce atividade urbana ou rural, do facultativo e do segurado especial, é o seguinte:
I – até 14 de março de 1967, véspera da vigência da Constituição Federal de 1967,
quatorze anos;
II – de 15 de março de 1967, data da vigência da Constituição Federal de 1967, a 4 de
outubro de 1988, véspera da promulgação da Constituição Federal de 1988, doze anos;
III – a partir de 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal de
1988 a 15 de dezembro de 1998, véspera da vigência da Emenda Constitucional n. 20,
de 1998, quatorze anos, exceto para menor aprendiz, que conta com o limite de doze
anos, por força do art. 7º, inciso XXXIII, da Constituição Federal de 1988; e
IV – a partir de 16 de dezembro de 1998, data da vigência da Emenda Constitucio-
nal n. 20, de 1998, dezesseis anos, exceto para menor aprendiz, que é de quatorze
anos, por força do art. 1ºda referida Emenda, que alterou o inciso XXXIII do art. 7º da
Constituição Federal de 1988.

Resumindo tudo o que eu disse, a filiação ao RGPS somente é permitida a

partir dos 16 anos, com exceção do aprendiz, que pode se filiar a partir dos

14 anos.

Agora um ALERTA, meu(minha) amigo(a). CUIDADO COM AS CASCAS DE BA-

NANA DAS BANCAS! Se o enunciado da questão disser algo do tipo “Segundo a

LBPS, a idade mínima para filiação será...”, ou “De acordo com a Lei n. 8.212/1991,

um segurado pode filiar-se a partir dos...” devemos considerar O TEXTO DA LEI.

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Como assim, professor? A lei não vale mais!

Concordo com você, meu(minha) amigo(a). De fato, com a alteração da Consti-

tuição, essas leis perderam a validade nesse ponto, mas elas NÃO FORAM EXPRES-

SAMENTE REVOGADAS, o texto desatualizado ainda está nelas presente, embora

não mais seja aplicável.

Se a questão pedir o texto da lei, é o texto da lei que devemos usar. É

ÓBVIO que, se a banca cometer uma insanidade dessas, entraremos com recursos

contra a questão. Mas como não há garantia de provimento de eventuais recursos,

fica aqui meu pedido de atenção. Embora, nesse ponto, as Leis n. 8.212 e n. 8.213

não sejam mais aplicáveis, ainda podem ser cobradas em concurso. Loucura, né?

23. (CESPE/TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) A Lei n. 8.212/1991 prevê que

tem a faculdade, e não a obrigatoriedade, de ser segurado da previdência social

a) o maior de quatorze anos de idade que se filiar ao RGPS mediante contribuição

desde que não incluído em uma das hipóteses de segurado obrigatório.

b) o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado

em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior.

c) o estrangeiro que, com residência permanente no Brasil, preste serviço no Brasil

a missão diplomática estrangeira.

d) o brasileiro civil domiciliado e contratado no exterior que trabalhe para a União,

em organismos oficiais brasileiros localizados no exterior, e que não seja segurado

na forma da legislação vigente do país do domicílio.

e) o empregado doméstico.

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Letra a.

Trouxe a questão para comprovar o que acabei de te apresentar. A idade mínima

para filiação como facultativo é, sem sombra de dúvida, 16 anos. É isso que a

Constituição autoriza; é isso que diz o Regulamento da Previdência Social; é essa a

prática previdenciária, prevista na Instrução Normativa n. 77/2015. Mas a questão

nos força a responder nos termos da LOCSS. E o que diz essa lei?

Art. 14. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze) anos de idade que se filiar


ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 21,
desde que não incluído nas disposições do art. 12.

a) Certa. Aqui está o nosso gabarito. Lembro a você que essa assertiva só está

correta porque o enunciado nos pede a resposta nos termos da Lei n. 8.212.

b) Errada. É um segurado empregado, conforme art. 12, I, c:

Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


I – como empregado: (...)
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como
empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;

c) Errada. Outro segurado empregado, que encontra previsão na alínea d do in-

ciso I do art. 12:

Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


I – como empregado: (...)
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de
carreira estrangeira e a órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas missões e re-
partições, excluídos o não brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro
amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou
repartição consular;

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d) Errada. Aqui, temos mais um segurado empregado, conforme art. 12, I, e:

Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


I – como empregado: (...)
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasi-
leiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado
e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;

e) Errada. Empregado doméstico é empregado doméstico, ora essa. Não é segu-


rado facultativo. Está na lista de segurados obrigatórios do art. 12, mais exata-
mente no inciso II.

Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físi-


cas: (...)
II – como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a pes-
soa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos;

Retomando... O segurado facultativo é identificado quase que por eliminação.


Tem no mínimo 16 anos e NÃO se enquadra em nenhuma hipótese de segurado
obrigatório? Então...
Já sei, professor! Então é segurado facultativo, certo?
NÃO, meu(minha) amigo(a), não se afobe, vai com calma. Um pequeno detalhe aí
faz toda a diferença. Ele pode se tornar um segurado facultativo. Ele precisa QUE-
RER filiar-se nessa condição (Decreto n. 3.048/1999, art. 11, § 3º). Por exemplo:

Uma dona de casa que não contribui para o INSS NÃO É segurada facultativa. Ela
pode vir a ser, caso inicie suas contribuições. É da mesma forma com um estu-
dante que não exerce qualquer atividade de vinculação obrigatória: SE ELE SE
INSCREVER COMO FACULTATIVO E INICIAR SUAS CONTRIBUIÇÕES será segurado
facultativo; caso contrário, será simplesmente um “não segurado”.

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Com base nessa ideia de identificar por eliminação o facultativo, a LBPS não lista

nenhuma atividade que enquadre a pessoa nesse grupo. Traz apenas um conceito

genérico em seu art. 13 (no qual, para nosso desespero, fala em idade mínima de

14 anos – controvérsia já esclarecida).

O Decreto n. 3.048/1999 cumpre seu papel de Regulamento e apresenta uma

lista – extensa, mas não taxativa – no art. 11, § 1º.

Me sinto OBRIGADO a transcrever toda essa lista para você. Sabe por quê? Por-

que cai na prova. Simples assim:

Art. 11. (...) § 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros:


I – a dona de casa;
II – o síndico de condomínio, quando não remunerado;

Lembre-se: quando remunerado, ele é CONTRIBUINTE INDIVIDUAL.

III – o estudante;
IV – o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior;

Lembre-se: quem presta serviços no exterior pode ser EMPREGADO ou CONTRI-

BUINTE INDIVIDUAL, dependendo da situação.

V – aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social;


VI – o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei n. 8.069, de 13 de
julho de 1990, quando não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;

Lembre-se quando remunerado, ele é CONTRIBUINTE INDIVIDUAL.

VII – o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa de acordo com a Lei n.
6.494, de 1977;

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 Obs.: A Lei n. 6.494/1977 foi REVOGADA pela Lei n. 11.788/2008, mas isso não

invalida a presente disposição, ok? Só devemos interpretar que se o servi-

ço for prestado em desacordo com a Lei n. 11.788, eles serão segurados

EMPREGADOS.

VIII – o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização,


pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja
vinculado a qualquer regime de previdência social;
IX – o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qual-
quer regime de previdência social;
X – o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previden-
ciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional; e

Lembre-se: observar se ele não é segurado obrigatório como EMPREGADO ou

CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. Para poder ser segurado facultativo, não pode ser

obrigatório.

XI – o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semiaberto, que, nesta condi-
ção, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou
sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade
artesanal por conta própria.

Não acredita que isso cai em prova??? Então veja.

24. (CESPE/MPOG/CONTADOR/2015) Com base no disposto na IN n. 971/2009, da

Receita Federal do Brasil, julgue o item subsequente, relativo a normas gerais de

tributação previdenciária e de arrecadação das contribuições sociais destinadas à

previdência social e as destinadas a outras entidades ou fundos, administradas pela

Receita Federal.

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O síndico de condomínio ou o administrador que tenha sido eleito em janeiro de

2015 para exercer atividade de administração condominial e que receba remune-

ração está amparado na lei para se inscrever como contribuinte facultativo da pre-

vidência social.

Errado.

Vamos ver, no art. 11, § 1º, do RPS, se é possível enquadrar essa figura do enun-

ciado no grupo dos facultativos.

Art. 11. É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar ao Regi-
me Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 199, desde que
não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório
da previdência social.
§ 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros: (...)
II – o síndico de condomínio, quando não remunerado;

Buenas. Quando não remunerado, o síndico de condomínio é facultativo. Já pode-

mos começar a suspeitar de erro no enunciado. Já que estamos lendo o RPS, vamos

fuçar mais um pouquinho?

Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físi-


cas: (...)
V – como contribuinte individual: (...)
i) o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de
qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para
exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração;

Assim, fechamos a questão. O síndico de condomínio, quando remunerado, é segu-

rado obrigatório, não facultativo.

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Mas o enunciado nos diz para responder com base na IN n. 971/2009. Então vamos
a ela:

Art. 9º Deve contribuir obrigatoriamente na qualidade de contribuinte individual: (...)


XIII – o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, em associação ou em
entidade de qualquer natureza ou finalidade e o síndico ou o administrador eleito para
exercer atividade de administração condominial, desde que recebam remuneração pelo
exercício do cargo, ainda que de forma indireta, observado, para estes últimos, o dis-
posto no inciso III do § 1º do art. 5º;

Para fechar a questão, informação extra e IMPORTANTE: quando o síndico é isento


da taxa condominial, o valor da taxa integra sua remuneração. Ou seja:
• síndico remunerado = contribuinte individual;
• síndico não remunerado isento da taxa condominial = contribuinte individual,
pois a isenção da taxa equivale à remuneração. Esse entendimento é judicial
e foi acolhido na via administrativa, hoje está expresso na IN n. 971;
• síndico não remunerado e não isento da taxa condominial = segurado facultativo.

Tudo entendido?

Para encerrarmos o estudo do segurado facultativo, é importante que saber


mais algumas informaçõezinhas.
(1) O segurado obrigatório não pode se filiar como facultativo.
Mas, professor, minha mãe é professora de manhã e o resto do dia é dona de
casa. Ela não pode contribuir como facultativa pela segunda atividade?
NÃO, meu(minha) caro(a). A legislação veda de forma expressa a filiação como
facultativo de segurado obrigatório. O caput do art. 11 do decreto não deixa dúvidas:

Art. 11. É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar ao Re-
gime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 199, desde
que não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segura-
do obrigatório da previdência social;

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(2) O participante de regime próprio de previdência (em regra funcionários pú-

blicos federais, estaduais, distritais e dos grandes municípios brasileiros) também

não pode ser segurado facultativo. Essa vedação é expressa no art. 11, § 2º do

decreto e na Constituição, art. 201, § 5º.

NADA IMPEDE a filiação como segurado OBRIGATÓRIO, ok? Um professor

de universidade federal que participe do Regime Próprio dos servidores públicos

da União em razão dessa atividade, caso exerça, por exemplo, o magistério em

universidade privada, ou atue por conta própria como médico ou advogado, SERÁ

FILIADO AO RGPS COMO SEGURADO OBRIGATÓRIO. Deverá, nesse caso, contri-

buir para OS DOIS Regimes e, cumpridos todos os requisitos legais, poderá receber

DUAS APOSENTADORIAS, uma em cada regime.

(3) O segurado facultativo pode recolher contribuições em atraso, mas SOMEN-

TE ENQUANTO NÃO OCORRIDA A PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO. A qua-

lidade de segurado é o laço que une segurado e RGPS. o segurado facultativo

PERDE essa qualidade se passar SEIS MESES sem contribuir (LBPS, art. 15, VI).

Um segurado obrigatório tem a possibilidade de recolher contribuições pretéritas

sem limite de prazo, desde que comprove que, no período que deseja recolher,

exerceu atividade de vinculação obrigatória. Já o facultativo só pode recolher con-

tribuições retroativas enquanto ostentar a qualidade de segurado. Se passar

mais de seis meses ininterruptos sem contribuir, já era!!!!

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Vamos explicar?

Mariana, segurada facultativa, vinha recolhendo regularmente suas contribuições

até dezembro de 2014 (pagamento em janeiro/2015). No entanto, a partir de

janeiro começaram a chegar as contas das festas de fim de ano, das férias, IPTU,

IPVA, matrículas escolares etc., e ela deixou de pagar. Até 15 de julho, ela precisa

escolher uma de três opções:

1) recolher apenas a contribuição referente a JUNHO, no prazo. Como ela ficou

apenas CINCO MESES sem contribuir (de janeiro a maio), ela NÃO perde a qualida-

de de segurado e pode prosseguir suas contribuições normalmente;

2) recolher as contribuições em atraso, de janeiro a junho. Como ela NÃO perdeu

a qualidade de segurada, ela tem essa opção;

3) não efetuar nenhum recolhimento. Com isso, ela PERDE a qualidade de segura-

do e NÃO PODE MAIS RECOLHER AS CONTRIBUIÇÕES DE JANEIRO A JUNHO.

Professor, se a Mariana escolher a opção 1, ela não poderá mais recolher as

outras contribuições em atraso?

CLARO QUE PODE, aluno(a)! Se ela, por exemplo, se filiou em 2011 e desde

então SEMPRE manteve a qualidade de segurado (ou seja, em nenhum momento

ficou mais de seis meses sem contribuir) ela pode, a qualquer tempo, pagar retro-

ativamente alguma mensalidade nesse intervalo que tenha ficado para trás. É isso

que nos diz o RPS:

Art. 11. (...) § 4º Após a inscrição, o segurado facultativo somente poderá recolher


contribuições em atraso quando não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado,
conforme o disposto no inciso VI do art. 13.

Entendido?? Como sempre digo, se houver dúvidas, meu e-mail está às ordens.

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Seguridade Social – Parte II
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10. Filiação e Inscrição

10.1. Filiação

Já estamos cansados de saber que o art. 201 da Constituição nos diz que o

Regime Geral de Previdência Social – RGPS é um regime de filiação obrigatória.

Certamente essa informação está permanentemente gravada em nossa mente.

Mas você já se perguntou o que é essa tal de filiação?

EU JÁ ME PERGUNTEI! Mas ainda não consegui descobrir a resposta.

É para isso que estou aqui, meu(minha) amigo(a).

Podemos dizer que filiação é o início da relação jurídica existente entre o

segurado e o RGPS. A filiação é, em regra, decorrência automática do exercício

de atividade remunerada. Ocorre a filiação, por exemplo, no momento em que

o empregador registra na CTPS do empregado o contrato de trabalho entre eles

pactuado. A filiação não depende de manifestação de vontade; ao segurado não é

dado o direito de optar ou não pela filiação. Ela ocorre compulsoriamente, como

determina o caput do art. 201 da Constituição.

Existe, contudo, uma exceção à filiação obrigatória. Você, certamente, já de-

duziu qual é. Se a filiação obrigatória ocorre em relação aos segurados obrigató-

rios, qual seria a filiação não obrigatória? É a filiação do segurado facultativo.

Essa não é decorrente do exercício de atividade remunerada – pois, em regra, o

segurado facultativo não exerce atividade remunerada – mas da manifestação de

vontade do interessado. Veja o que diz o art. 11, § 3º do RPS:

Art. 11. (...) § 3º A filiação na qualidade de segurado facultativo representa ato vo-


litivo, gerando efeito somente a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não
podendo retroagir e não permitindo o pagamento de contribuições relativas a compe-
tências anteriores à data da inscrição, ressalvado o § 3º do art. 28.

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Com a filiação, o cidadão pode ser denominado segurado e passa a ter di-

reitos (à proteção previdenciária) e obrigações (contribuir para o RGPS). Para tan-

to, ele deve ter a idade mínima de:

• 16 (dezesseis) anos, como regra geral;

• 14 (quatorze) anos, desde que na condição de menor aprendiz (Constitui-

ção, art. 7º, XXXII e Decreto n. 3.048/1999, art. 18, § 2º); e

• NOVIDADE DE 2015: 18 (dezoito) anos para filiação como empregado

doméstico. Essa restrição – INDIRETA – foi estabelecida pelo art. 1º, § 1º

da Lei Complementar n. 150, que estabelece:

Art. 1º (...) Parágrafo único. É vedada a contratação de menor de 18 (dezoito)


anos para desempenho de trabalho doméstico, de acordo com a Convenção no 182, de
1999, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e com o Decreto no 6.481, de 12
de junho de 2008.

Ora, se é vedada a contratação de menor de 18 como doméstico, como admitir

a filiação ao RGPS de doméstico menor de 18? Impossível! No entanto, se a banca

perguntar qual a idade mínima para filiação ao RGPS, sem especificar a categoria

de segurado, a resposta correta é 16 anos, salvo como aprendiz. Ficou claro,

meu(minha) amigo(a)?

Lembro novamente que as Leis n. 8.212 e n. 8.213 ainda falam em filiação a

partir dos 14 anos. Se o enunciado de alguma questão no dia da prova determi-

nar que levemos em conta o texto da Lei (n. 8.212 ou n. 8.213), devemos conside-

rar correta a idade de 14. Por outro lado, se o enunciado fizer menção ao Decreto

n. 3.048/1999, ou não referir um ato normativo específico, devemos sustentar que

a idade mínima é de 16 anos.

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25. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) A respeito da inscrição

e da filiação dos segurados obrigatórios e facultativos na forma do Decreto n.

3.048/1999, julgue o item a seguir.

A filiação do segurado obrigatório ao RGPS decorre automaticamente do exercício

da atividade remunerada.

Certo.

Acabei de dizer que a nossa boa e velha Constituição, em seu art. 201, determina

que a Previdência Social seja organizada sob a forma de regime geral, de caráter

contributivo e de filiação obrigatória.

Filiação seria, portanto, o vínculo que liga a previdência social a quem para ela

contribui. A filiação obrigatória se dá em relação aos que exercem atividade re-

munerada e resulta nos segurados obrigatórios.

Mas em razão do princípio da universalidade da cobertura e do atendimento –

observe como todo o conteúdo da matéria se entrelaça – é permitida a filiação

também de quem não exerce atividade remunerada. Para esses, a filiação é uma

opção, não uma obrigação. Esses, a legislação chama de segurados facultativos.

Nessa pequena introdução, eu já afirmei que a filiação do segurado obrigatório

é – perdoe a repetição – obrigatória. Mas será que é automática, como afirma

o enunciado?

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O RPS responde:

Art. 20. Filiação é o vínculo que se estabelece entre pessoas que contribuem para a
previdência social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações.
§ 1º A filiação à previdência social decorre automaticamente do exercício de
atividade remunerada para os segurados obrigatórios, observado o disposto no §
2º, e da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição para o segu-
rado facultativo.

10.2. Inscrição

Já a inscrição é um ato formal por meio do qual o segurado é cadastrado no

RGPS. Geralmente, ocorre após a filiação, EXCETO quanto ao segurado facul-

tativo, para o qual a inscrição é concomitante à filiação. Vejamos, para melhor

compreensão, a disciplina do art. 18 do RPS:

Art. 18. Considera-se inscrição de segurado para os efeitos da previdência social o


ato pelo qual o segurado é cadastrado no Regime Geral de Previdência Social,
mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis a
sua caracterização, observado o disposto no art. 330 e seu parágrafo único, na seguinte
forma:
I – o empregado e trabalhador avulso – pelo preenchimento dos documentos que os
habilitem ao exercício da atividade, formalizado pelo contrato de trabalho, no caso de
empregado, observado o disposto no § 2º do art. 20, e pelo cadastramento e registro
no sindicato ou órgão gestor de mão de obra, no caso de trabalhador avulso;
II – empregado doméstico – pela apresentação de documento que comprove a existên-
cia de contrato de trabalho;
III – contribuinte individual – pela apresentação de documento que caracterize a sua
condição ou o exercício de atividade profissional, liberal ou não;
IV – segurado especial – pela apresentação de documento que comprove o exercício de
atividade rural; e
V – facultativo – pela apresentação de documento de identidade e declaração expressa
de que não exerce atividade que o enquadre na categoria de segurado obrigatório. (...)
§ 3º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada
sujeita ao Regime Geral de Previdência Social será obrigatoriamente inscrito em
relação a cada uma delas. (...)

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§ 5º Presentes os pressupostos da filiação, admite-se a inscrição post mortem do


segurado especial.
§ 6º A comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis à
caracterização do segurado poderá ser exigida quando da concessão do benefício.

NÃO SE DEDIQUE DEMASIADO à leitura desse artigo. Ele é pouquíssimo cobra-

do nas provas, e justamente por isso, fiz transcrição parcial. Trouxe-o a você ape-

nas para bem ilustrar a distinção entre a filiação e a inscrição. Tomemos o exemplo

do segurado empregado doméstico. Eu expliquei aqui que a filiação é automática

a partir do registro do contrato de trabalho na CTPS, lembra? E o que diz o art. 18,

II, sobre a inscrição? Ali fica claro que a inscrição se dá mediante a apresentação

de documento que comprove a existência de contrato. Ou seja, é um ATO

FORMAL que ocorre DEPOIS da filiação. A filiação se deu no ato da assinatura da

CTPS; a inscrição, com a apresentação desta CTPS no INSS. Fica bem clara a dis-

tinção entre esses institutos, não é?

PRESTE ATENÇÃO, ainda, no que diz o § 3º – se o segurado exerce mais de uma

atividade remunerada, ele será inscrito em relação a ambas; deverá, então,

contribuir sobre os rendimentos de ambas. O mesmo vale para a filiação, confor-

me previsão do art. 11, § 2º da LBPS. E sobre o tema filiação/inscrição, esse é

um dos pontos mais cobrados.

O principal destaque do texto legal transcrito vai, sem dúvida, para a exceção

do § 5º: o único segurado que pode ser inscrito post mortem é o segurado espe-

cial. Post mortem, imagino que você já deduziu, significa após o óbito. A família

do segurado, quando vai ao INSS se habilitar ao recebimento da pensão, realiza a

inscrição do segurado. Esse aparente privilégio deriva do fato de que o produtor ru-

ral, muitas vezes, desconhece seus direitos perante a Previdência Social e JAMAIS

procura, em vida, o INSS em busca de benefícios – seria essa a oportunidade para

formalizar sua inscrição.

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26. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) A respeito da inscrição

e da filiação dos segurados obrigatórios e facultativos na forma do Decreto n.

3.048/1999, julgue o item a seguir.

Desde que presentes os demais pressupostos da filiação, admite-se a inscrição post

mortem do segurado especial.

Certo.

ACABEI DE TRANSCREVER o § 5º do art. 18 do RPS. Não creio que você tenha

qualquer dúvida a respeito deste tema. Se alguma dúvida restar, não hesite em me

chamar NA HORA.

Para encerrar o tema temos ainda o § 6º, que estabelece que a compro-

vação dos dados pessoais e de outros elementos (ou seja, a inscrição)

poderá ser exigida quando da concessão do benefício. Isso só vem reforçar

que a inscrição, para os segurados obrigatórios, é ato meramente formal, quase

dispensável. Ela só vem a ser necessária quando o segurado requerer um bene-

fício previdenciário.

Mas professor, o senhor falou que o segurado facultativo se inscreve no mesmo

momento da filiação. Onde diz isso??? Não encontrei no art. 18.

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Bem observado, meu(minha) caro(a). É só correr a tela um pouco mais para

baixo e chegar ao art. 20 do decreto. Veja o que ele dispõe:

Art. 20. Filiação é o vínculo que se estabelece entre pessoas que contribuem para a
previdência social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações.
§ 1º A filiação à previdência social decorre automaticamente do exercício de ativi-
dade remunerada para os segurados obrigatórios, observado o disposto no § 2º, e da
inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição para o segu-
rado facultativo

Fácil de entender, não é? Como eu disse, o segurado obrigatório é automática e

compulsoriamente filiado ao RGPS pelo simples exercício de atividade remunerada.

O segurado facultativo é considerado filiado a partir do momento em que fizer

sua inscrição (como determina o art. 18, V, do decreto) e pagar a primeira con-

tribuição. Simples assim.

Tudo entendido? Nunca é demais repetir que estou sempre à disposição para

qualquer dúvida que surgir. É só correr para o fórum da aula e despejar todas suas

perguntas.

11. Trabalhadores Excluídos do Regime Geral

Nossa disciplina é o Direito Previdenciário, mas vamos aproveitar para ver como

anda a sua interpretação de texto e o seu raciocínio lógico? Agora que já vimos os

segurados obrigatórios e os segurados facultativos, quais seriam os TRABALHADO-

RES EXCLUÍDOS DO RGPS?

Não podemos incluir nesse grupo os não segurados. Aí se enquadram os que

não exercem atividade remunerada que os torne segurados obrigatórios e não que-

rem efetuar recolhimentos como segurados facultativos. Eles não são excluídos do

RGPS, apenas OPTARAM por dele não participar.

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EXCLUÍDOS do RGPS – ou seja, impedidos de nele ingressar – são os servido-

res públicos civis da União, Estados, Distrito Federal e Municípios que participam de

regime próprio de previdência e os militares. É isso que prevê o art. 12 da LBPS:

Art. 12. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias e
fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência Social consubstanciado nesta
Lei, desde que amparados por regime próprio de previdência social.
§ 1º Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomitantemente, uma ou mais
atividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segurados
obrigatórios em relação a essas atividades.
§ 2º Caso o servidor ou o militar, amparados por regime próprio de previdência social,
sejam requisitados para outro órgão ou entidade cujo regime previdenciário não permi-
ta a filiação, nessa condição, permanecerão vinculados ao regime de origem, obedeci-
das as regras que cada ente estabeleça acerca de sua contribuição.

Essa exclusão se dá em relação ao exercício do cargo público civil ou militar.

Se o servidor público civil ou militar exercer OUTRA atividade que o enquadre como

segurado obrigatório, ele PARTICIPARÁ SIM do RGPS por conta desse labor (De-

creto n. 3.048/1999, art. 10, § 2º).

27. (CESPE/FUNPRESP/ESPECIALISTA/2016) Julgue o item a seguir, acerca dos

regimes de previdência.

Servidora pública ocupante de cargo efetivo que exerça simultaneamente cargo

em comissão de chefe de divisão será obrigatoriamente filiada ao regime próprio

de previdência social e, transitoriamente, ao regime geral de previdência social, ou

seja, enquanto exercer o cargo em comissão.

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Errado.

Você não caiu nessa, né?

A LBPS inclui dentre os segurados obrigatórios, como empregado:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


I – como empregado: (...)
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a
União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais.

O que acontece então com a servidora do enunciado, que tem vínculo efetivo

com o ente público? Simples... a LBPS responde:

Art. 12. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias e
fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência Social consubstanciado
nesta Lei, desde que amparados por regime próprio de previdência social.
§ 1º Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomitantemente, uma ou mais
atividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segurados
obrigatórios em relação a essas atividades.
§ 2º Caso o servidor ou o militar, amparados por regime próprio de previdência social,
sejam requisitados para outro órgão ou entidade cujo regime previdenciário não permi-
ta a filiação, nessa condição, permanecerão vinculados ao regime de origem, obedeci-
das as regras que cada ente estabeleça acerca de sua contribuição.

Mas professor... o § 1º não abrange o caso do enunciado? Ali diz que o servidor que

exercer atividade abrangida pelo RGPS é segurado obrigatório em relação a ela...

Não, meu(minha) amigo(a). O § 1º serve, por exemplo, para um cara que é pro-

fessor em escola pública e tem OUTRO emprego em escola particular; para um

professor de universidade pública que atende como médico em seu consultório em

outros horários... O cara que é detentor de cargo efetivo e ocupa cargo em comis-

são não é o alvo dessa disposição legal.

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12. Empresa e Empregador Doméstico – Conceito Previdenciário

Para não perder tempo com o direito comparado, que de pouco ou nada nos

serve para a resolução de provas de concurso, me limito a informá-lo(a) que o Di-

reito Previdenciário tem um conceito de empresa MAIS AMPLO que o da legislação

civil. Para a legislação previdenciária, empresa é, além daquela firma/sociedade

que assume o risco de atividade econômica (esse seria o conceito civilista), tam-

bém OS ÓRGÃOS E ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA direta, indireta e

fundacional.

Já o empregador doméstico tem como característica marcante a ausência de

finalidade lucrativa. Vamos ao conceito legal, extraído do art. 15 da LOCSS – Lei

n. 8.212/1991?

Art. 15. Considera-se:
I – empresa – a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade eco-
nômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entida-
des da administração pública direta, indireta e fundacional;
II – empregador doméstico – a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem fina-
lidade lucrativa, empregado doméstico.

Se a regra parasse por aí estaria ótimo, não é?? Mas infelizmente ainda há a

situação dos equiparados a empresa. São as pessoas físicas ou jurídicas sujeitas

às mesmas obrigações previdenciárias das empresas em geral. O RPS nos apre-

senta uma listinha desses casos em seu art. 12, parágrafo único:

Art. 12. (...) Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os efeitos deste Regula-
mento:
I – o contribuinte individual, em relação a segurado que lhe presta serviço;

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Traduzindo: um advogado que atua por conta própria – contribuinte individual,

portanto – será considerado, para fins previdenciários, EMPRESA em relação à sua

secretária. Os reflexos dessa regra se relacionam com a parte de CUSTEIO previ-

denciário, que não veremos agora. Por ora, cabe-nos apenas saber quais são os

EQUIPARADOS A EMPRESA.

II – a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclu-


sive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras;
III – o operador portuário e o órgão gestor de mão de obra de que trata a Lei n. 8.630,
de 1993; e

Lembram do segurado trabalhador avulso? Sua prestação de serviços é inter-

mediada, em regra, por um ogmo. Para a arrecadação previdenciária, esse OGMO

funciona como EMPRESA. Mas atenção: NÃO HÁ VÍNCULO EMPREGATÍCIO EN-

TRE OGMO E AVULSO, ok? Essa “equiparação a empresa” é restrita às regras de

CUSTEIO previdenciário.

IV – o proprietário ou dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação


a segurado que lhe presta serviço.

É ISSO MESMO, meu(minha) caro(a). Se eu quiser reformar minha casa e con-

tratar, para isso, um pedreiro, me torno, por força da legislação previdenciária,

uma EMPRESA. Que benefícios isso me traz? NENHUM. Que outras consequências

me traz? Cria várias obrigações acessórias, que não precisamos estudar neste

momento.

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28. (CESPE/TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) A Lei n. 8.212/1991, que institui

o plano de custeio da seguridade social, distingue as pessoas que são consideradas

empresas daquelas que se equiparam a empresas. Entre as que se equiparam a

empresa encontram-se as

a) fundações públicas.

b) cooperativas.

c) firmas individuais.

d) sociedades que assumam o risco de atividade econômica rural com fins lucrativos.

e) autarquias.

Letra b.

Será que a alternativa b é uma entidade equiparada a empresa? Com base na

leitura do art. 12, II, do RPS, SIM. Mas a banca nos pede para responder com base

na LOCSS. Obedientes que somos, vamos a ela:

Art. 15. (...) Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os efeitos desta Lei, o
contribuinte individual e a pessoa física na condição de proprietário ou dono de obra de
construção civil, em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa,
a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e
a repartição consular de carreira estrangeiras.

As cooperativas (alternativa b) não se enquadram em nenhum dos conceitos de

empresa presentes no art. 15, I, da Lei n. 8.212. Então não são empresa. Como

sabemos, por outro lado, que é equiparada a empresa? Em razão da previsão ex-

pressa do parágrafo único do mesmo artigo. Viu como é simples??

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Que difícil, né? As alternativas a, c, d e e se enquadram no abrangente conceito de


empresa, presente no inciso I do art. 15 da LOCSS.
Peraí, professor! As firmas individuais e as sociedades que assumem o risco da
atividade econômica rural estão expressas; as fundações públicas eu até consigo
enxergar na administração pública fundacional; mas cadê a autarquia??
Eu juro que está aí, meu(minha) caro(a). Não é um conceito previdenciário, mas
sim da seara do Direito Administrativo. A doutrina apresenta os mais variados con-
ceitos, mas vou me socorrer do texto do Decreto-Lei n. 200/1967, que, em seu art.
5º, I, estabelece ser a autarquia

Art. 5º, I – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimô-
nio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descen-
tralizada.

Concluímos, portanto, que a autarquia também está abrangida pelo conceito de


empresa, uma vez que se trata de entidade da administração pública indireta.

Estamos de acordo?

13. Dependentes

Já foi apresentado anteriormente seu conceito geral. Mas como vamos agora
aprofundar o estudo desses beneficiários, não custa nada repassar.
Os dependentes previdenciários são aqueles que não possuem vínculo direto,
mas indireto com o RGPS, por dependerem economicamente de um segurado. A
esposa é beneficiária do RGPS como dependente do marido; o marido é benefi-
ciário do RGPS como dependente da esposa; os filhos menores são beneficiários
como dependentes dos pais. E assim vai, uma lista relativamente longa.

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NÃO ESQUEÇA!! É perfeitamente possível que uma pessoa seja, ao mesmo

tempo, segurada e dependente.

A LBPS relaciona – de forma taxativa, exaustiva, ou seja, não admite com-

plementação – os dependentes previdenciários no art. 16. Por sua relevância – e

frequência em questões de concurso – me vejo obrigado a transcrevê-lo integral-

mente:

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de de-


pendentes do segurado:
I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual
ou mental ou deficiência grave;
II – os pais;
III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou
inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
IV – (Revogada pela Lei n. 9.032, de 1995)

A simples leitura da lei é mais que suficiente para que compreendamos o concei-

to de dependente previdenciário. Até aqui, destaco apenas a questão da idade do

filho ou do irmão para se considerado dependente. Hoje a maioridade civil ocorre

aos 18 anos, mas a dependência previdenciária se estende até os 21, ok?

Professor, ouvi dizer que se o filho for universitário poderá receber pensão até

os 24 anos. Isso é verdade?

NÃO, meu(minha) caro(a). Aliás, essa é uma pegadinha clássica de concursos.

A legislação do Imposto de Renda autoriza os pais a incluírem seus filhos univer-

sitários como dependentes na Declaração de Ajuste Anual até os 24 anos. Mas a

legislação previdenciária não traz disposição semelhante. FEZ 21 ANOS? PERDEU,

PLAYBOY. Exceto, por óbvio, no caso de invalidez ou deficiência intelectual ou men-

tal ou deficiência grave.

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29. (CESPE/DP-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2013) Acerca do RGPS, julgue o item a

seguir.

De acordo com o disposto na Lei n. 8.213/1991, filho maior de vinte e um anos de

idade não portador de invalidez ou qualquer deficiência mantém a condição de de-

pendente do segurado do RGPS até completar vinte e quatro anos, desde que seja

estudante universitário.

Errado.

Acabei de dar a você a resposta a essa questão. Permita-me apenas, aproveitando

o tema, trazer decisões judiciais a respeito do assunto – para te convencer se você

não se conforma com a simples ausência de previsão legal.

PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. PENSÃO POR MORTE. FILHA NÃO INVÁLIDA.


CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO AOS 21 ANOS DE IDADE. PRORROGAÇÃO ATÉ OS 24 ANOS
POR SER ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. 1. A qualidade de depen-
dente do filho não inválido extingue-se no momento que completar 21 (vinte e um) anos
de idade, nos termos do art. 77, § 2º, inciso II, da Lei n. 8.213/1991. 2. Não havendo
previsão legal para a extensão do pagamento da pensão por morte até os 24
(vinte e quatro) anos, por estar o beneficiário cursando ensino superior, não
cabe ao Poder Judiciário legislar positivamente. Precedentes. 3. Recurso especial
conhecido e provido.
(STJ – RESP 718471/SC – Rel. Ministra LAURITA VAZ – Quinta Turma – Julgamento em
06/12/2005 – Publicação em 01/02/2006)
AGRAVO REGIMENTAL. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. FILHO ESTUDANTE
UNIVERSITÁRIO. PRORROGAÇÃO DO BENEFÍCIO ATÉ A IDADE DE 24 ANOS OU
ATÉ A CONCLUSÃO DO ENSINO SUPERIOR. IMPOSSIBILIDADE. FALTA DE PREVI-
SÃO LEGAL. PRECEDENTES.DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.
1. Não há como abrigar agravo regimental que não logra desconstituir os fundamentos
da decisão atacada. 2. É do próprio texto legal a determinação de que o pagamento

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da pensão por morte extingue-se quando o dependente completa 21 anos de


idade – em se tratando de filho(a) ou pessoa equiparada, e irmão(ã) – salvo quando se
tratar de pessoa inválida. 3. A violação de dispositivos constitucionais, ainda que para
fins de prequestionamento, não pode ser apreciada em sede de recurso especial. 4.
Agravo regimental a que se nega provimento.
(STJ – AgRg no RESP 818640/SC – Rel. Ministro HAROLDO RODRIGUES – Sexta Turma –
Julgamento em 17/06/2010 – Publicação em 16/08/2010)

Portanto, meu(minha) caro(a), a lei não ampara a extensão da pensão até os 24

anos de idade, e o Judiciário tampouco.

Vamos adiante, analisando os parágrafos do art. 16 da LBPS.

§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito


às prestações os das classes seguintes.

Traduzindo, a lei traz três classes de dependentes:

• os dependentes do inciso I – esposo(a), companheiro(a) e filhos – concorrem

em igualdade, eles compõem UMA classe;

• os dependentes de segunda classe são os PAIS (inciso II);

• os de terceira classe os irmãos (inciso III).

Se o segurado tiver qualquer dependente de primeira classe, seus pais e ir-

mãos não terão qualquer direito como dependentes; se não tiver dependentes

de primeira classe, então o direito a eventuais prestações é transmitido aos pais e,

na ausência desses, finalmente ao irmão.

Esse direito é aferido no momento do óbito (para a pensão por morte) ou da

prisão (para o auxílio-reclusão). Se, no momento do óbito, o segurado tinha ape-

nas um filho menor, e seus pais ainda vivos, SÓ O FILHO recebe a pensão.

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E quando o filho atingir a maioridade, os pais passam a receber?

NÃO!!! Por isso eu destaquei o “exclui” no texto legal. No momento do óbito,

verifica-se quem tem direito, e os demais perdem. Simples assim.

Fácil de entender, não é? Não? Vamos ver se desenhando fica mais fácil...

Prosseguindo...

§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segu-


rado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no
Regulamento.

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Destaquei os pontos principais desse parágrafo. O segurado deve, mediante

declaração escrita, afirmar que seu enteado, ou menor sob sua tutela, são seus

dependentes. Já a comprovação da dependência econômica deve se dar apenas no

momento do requerimento do benefício pelos dependentes, com a apresentação de

no mínimo três dos documentos arrolados no art. 22, § 3º do RPS. Veja o tamanho

da lista:

Art. 22. A inscrição do dependente do segurado será promovida quando do requerimen-


to do benefício a que tiver direito, mediante a apresentação dos seguintes documentos:
I – para os dependentes preferenciais:
a) cônjuge e filhos – certidões de casamento e de nascimento;
b) companheira ou companheiro – documento de identidade e certidão de casamento
com averbação da separação judicial ou divórcio, quando um dos companheiros ou am-
bos já tiverem sido casados, ou de óbito, se for o caso; e
c) equiparado a filho – certidão judicial de tutela e, em se tratando de enteado, certidão
de casamento do segurado e de nascimento do dependente, observado o disposto no §
3º do art. 16;
II – pais – certidão de nascimento do segurado e documentos de identidade dos mes-
mos; e
III – irmão – certidão de nascimento.
§ 1º (Revogado pelo Decreto n. 4.079, de 2002)
§ 2º (Revogado pelo Decreto n. 4.079, de 2002)
§ 3º Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso, de-
vem ser apresentados no mínimo três dos seguintes documentos:
I – certidão de nascimento de filho havido em comum;
II – certidão de casamento religioso;
III – declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como
seu dependente;
IV – disposições testamentárias;
V – (Revogado pelo Decreto n. 5.699, de 2006)
VI – declaração especial feita perante tabelião;
VII – prova de mesmo domicílio;
VIII – prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão
nos atos da vida civil;
IX – procuração ou fiança reciprocamente outorgada;
X – conta bancária conjunta;
XI – registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como de-
pendente do segurado;

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XII – anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados;


XIII – apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pes-
soa interessada como sua beneficiária;
XIV – ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segu-
rado como responsável;
XV – escritura de compara e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente;
XVI – declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um anos; ou
XVII – quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.

Voltando à nossa boa e velha LBPS...

§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém


união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da
Constituição Federal.

Esse parágrafo tem como intenção apenas deixar claro que namorado, salvo

prova em contrário, não é companheiro.

Vivemos em um período de pressa e intensidade afetiva. Em poucos dias de

convívio, um dos namorados se muda para a casa do outro. Mas a mera convivência

sob o mesmo teto não é suficiente para a configuração da dependência previdenci-

ária. É preciso que haja união estável.

E o que é união estável? A LBPS não diz, mas o RPS traz, em seu art. 16, §6º,

o conceito:

Art. 16. (...) § 6º Considera-se união estável aquela configurada na convivência pú-


blica, contínua e duradoura entre o homem e a mulher, estabelecida com intenção
de constituição de família, observado o § 1º do art. 1.723 do Código Civil, instituído
pela Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das
demais deve ser comprovada.

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Preciso explicar? Filhos não emancipados, menores de 21 ou inválidos, bem como

cônjuges e companheiros (ou seja, as pessoas indicadas no inciso I) sempre serão

dependentes previdenciários, mesmo que tenham rendimentos milionários. Já

os pais e os irmãos, para que possam ser considerados dependentes – hipótese que

só ocorre com a inexistência de dependentes das classes superiores – devem com-

provar sua dependência econômica, mediante a apresentação de documentos,

como prevê o art. 22, § 3º do RPS.

Embora sejam equiparados a filhos (e, portanto, são dependentes de primeira clas-

se) o enteado e o menor tutelado PRECISAM comprovar sua dependência,

ok? Essa equiparação concedida pela lei tem efeitos apenas quanto à ordem de

preferência na habilitação à pensão/auxílio-reclusão.

30. (CESPE/TC-DF/ANALISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/2014) No que se refe-

re ao regime geral de previdência social, julgue o item a seguir.

É presumida, por força de lei, a dependência econômica dos pais do segurado para

fins de atribuição da qualidade de dependentes.

Errado.

Essa aqui já não engana mais ninguém, né? Os dependentes previdenciários são

divididos em três classes: os de primeira classe (cônjuge/companheiro(a) e filhos)

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são os únicos cuja dependência é presumida; os de segunda classe (pais) ou ter-

ceira (irmãos) precisam comprovar sua dependência. De acordo com a LBPS...

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de de-


pendentes do segurado: (...)
II – os pais; (...)
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das
demais deve ser comprovada.

Para encerrar o tema, meu(minha) querido(a) aluno(a), penso ser fundamental

abordar um ponto que eventualmente surge nas provas. O menor sob guarda.

Até o ano de 1997, o menor sob guarda era equiparado a filho – figurava no §

2º do art. 16, juntamente ao enteado e o menor tutelado.

Naquele ano, a Lei n. 9.528/1997 alterou o referido parágrafo, retirando do

menor sob guarda esse status. Tal alteração, pareceu a alguns, entrava em conflito

com a seguinte disposição do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à


criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, in-
clusive aos pais. (...)
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos
os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.

Justamente com base no ECA teve início uma enxurrada de ações judiciais, após

a alteração da LBPS, buscando assegurar aos menores sob guarda o direito que

havia sido suprimido. Mas o STJ já pacificou o assunto:

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CI-


VIL. LEI N. 8.213/1991 E ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. DIREITO À
PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA JUDICIAL. ÓBITO DO SEGURADO INSTI-

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TUIDOR OCORRIDO APÓS A VIGÊNCIA DA LEI N. 9.528/1997. IMPOSSIBILIDADE. LEI


N. 8.213/1991. REGRA ESPECIAL APLICÁVEL AOS PLANOS DE BENEFÍCIOS DA PREVI-
DÊNCIA SOCIAL. DECISÃO AGRAVADA EM SINTONIA COM A ITERATIVA JURISPRUDÊN-
CIA DESTE TRIBUNAL.
1. Não merece provimento o agravo regimental, porque o agravante limitou seu incon-
formismo a simples alegações, sem trazer aos autos nenhum elemento capaz de modi-
ficar o entendimento adotado na decisão impugnada.
2. A decisão agravada, expressamente, registrou que, após a alteração promovida pela
Lei n. 9.528/1997 no § 2º, art. 16, da Lei n. 8.213/1991, o menor sob guarda judicial
deixou de figurar na condição de dependente do Regime Geral de Previdência Social,
não possuindo, em consequência, direito à pensão resultante da morte do segurado
guardião, não se aplicando à hipótese a regra protetiva do art. 33, § 3º, da Lei
n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), em razão da prevalência do
critério normativo da especialidade, em razão do qual o direito em discussão
deve ser regulado pela Lei n. 8.213/1991.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
(STJ – AgRg no REsp 1004357/RJ – Relator Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE – Quin-
ta Turma – Julgamento em 27/11/2012 – Publicação em 5/12/2012)

O STJ fez o óbvio... disse que se aplica o que está previsto na lei.

O menor sob guarda, portanto, não é mais dependente previdenciário, desde

dezembro de 1997. Simples assim.

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RESUMO

Origem da Seguridade Social

Primórdios Assistência Pública Seguro Social Seguridade Social


1601, na Ingla- 1883, na Prússia
1942, novamente
Tempos terra, com a Lei dos (atual Alemanha),
Origem na Inglaterra, com
remotos Pobres (Act for the com a Lei do Seguro
o Plano Beveridge.
Relief of the Poor). Social, de Bismarck.

Saúde para todos;


Auxílio aos trabalha-
Previdência para
dores empregados,
Auxílio aos necessi- quem contribuía;
na ocorrência de
Auxílio aos tados em situação Assistência Social
Cobertura doenças, acidente,
carentes de desemprego, para os necessita-
invalidez, velhice,
doença ou invalidez. dos que não eram
desemprego, orfan-
protegidos pela
dade e viuvez.
Previdência.

Contribui- Decorria da cari- Contribuições com- Três fontes de cus-


ções volun- dade e de uma taxa pulsórias dos empre- teio: empregados,
Financiamento
tárias – cari- obrigatória criada gados e das empre- empregadores e
dade pelo Estado. sas. Estado.
Previdência, Assis-
Proteção aos traba-
Auxílio em tência e Saúde
lhadores contribuin-
família – os Proteção apenas aos (PAS) integradas.
tes – direito público
mais jovens necessitados. A cobertura deixa
subjetivo à presta-
sustentando A execução das ati- de se referir apenas
ção do serviço.
os mais vidades era encargo a riscos e passa a
Organizado e admi-
velhos. da Igreja, que tratar de contin-
nistrado pelo Estado.
Ações volun- administrava um gências (ocorrên-
Características Foi a gênese da Pre-
tárias de fundo estatal. cias que podem ou
vidência Social como
caridade, Não havia direito não ser indeseja-
conhecemos hoje.
estimuladas subjetivo à prote- das, geradoras de
Os benefícios tinham
e execu- ção. Na ausência de necessidades).
caráter nitidamente
tadas, em recursos, cessava o Os benefícios não
indenizatório, à
regra, pela serviço. são indenizatórios,
semelhança dos
Igreja. visam garantir os
seguros privados.
mínimos vitais.

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Evolução da Seguridade Social

Já apontei, na aula, a evolução legislativa da Seguridade Social no Brasil, de

forma bastante sucinta, sem desviar o tema em detalhamentos e comentários sem

relação direta com as datas e eventos importantes.

Desse modo, o resumo se limitaria a copiar todo o conteúdo desse assunto e

colar aqui. Não é isso que você quer, né? Então, o que vou fazer é trazer aquelas

informações que considero mais importantes e/ou são mais cobradas nas provas,

certo??

• Em 1795, foi criado o Plano de Benefícios dos Órfãos e Viúvas dos Ofi-

ciais da Marinha, que é considerada a mais antiga experiência brasileira

na área previdenciária.

• Em 1835, foi criado o primeiro plano previdenciário de abrangência am-

pla. O Mongeral – Montepio Geral dos Servidores do Estado.

• Em 1891, foi editada a primeira Constituição a conter a palavra apo-

sentadoria. Nela, foi garantido o direito à aposentadoria por invalidez dos

funcionários públicos. E só.

• Em 1919, o Decreto-Lei n. 3.724, criou o Seguro de Acidentes de Traba-

lho, sob responsabilidade do empregador.

• E eis que em 1923 é editada a Lei Eloy Chaves – Decreto-Lei n. 4.682 – que

determinou a criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões – CAP para

os ferroviários. ESSA É, DE FORMA QUASE CONSENSUAL, A LEI CONSI-

DERADA MARCO INICIAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA.

• As CAP eram planos previdenciários separados por empresa. Após, vieram

os IAP, que eram organizados por categoria profissional.

• Em 1934, foi inserida na Constituição, pela primeira vez, a forma tripartite

de custeio da Previdência (trabalhadores, empregadores e Poder Público).

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• Em 1960, há a criação do Ministério do Trabalho e Previdência Social e a pro-

mulgação da LOPS – Lei Orgânica da Previdência Social.

• Finalmente, o Decreto-Lei n. 72, de 1966, unificou os IAPs e criou o

INPS – Instituto Nacional de Previdência Social.

• O Decreto n. 77.077/1976 agrupou as normas previdenciárias esparsas. Foi a

primeira CLPS – Consolidação das Leis da Previdência Social.

• A Constituição de 1988 alçou a Previdência Social à categoria de direito

fundamental e dedicou um capítulo inteiro à Seguridade Social.

• Em 1990 foi criado, pela Lei n. 8.029, o INSS.

• No ano de 1991, foram editadas a LBPS e a LOCSS.

E pronto. Creio que essas são as informações mais importantes para aquela re-

visão de última hora. Se durante a revisão – o quê!?!?!? Achava que não era para

revisar? Mas claro que sim! Leia, releia, re-releia todo o conteúdo –, você encontrar

outras informações que considerar importantes, não se constranja em perguntar

imediatamente.

Organização da Seguridade Social

Assistência Social Previdência Social Saúde


Provê o atendimento das Visa assegurar aos seus benefi- É direito de todos e
necessidades básicas, tradu- ciários meios indispensáveis dever do Estado. Visa
zidas em proteção à família, de manutenção, por motivo à redução do risco de
à maternidade, à infância, de incapacidade, idade avan- doença e de outros agra-
à adolescência, à velhice e çada, tempo de serviço, vos e ao acesso uni-
à pessoa portadora de defi- desemprego involuntário, versal e igualitário às
ciência, independentemente encargos de família e reclu- ações e serviços para
de contribuição à Seguridade são ou morte daqueles de quem sua promoção, prote-
Social. dependiam economicamente. ção e recuperação.

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Essa tabelinha é o mais básico que precisamos saber sobre a divisão da Seguri-
dade Social em “PAS”. Foi montada com base nos artigos 2 a 4 da LOCSS. Depois,
mais relevante é o art. 8º, que cai MUITO nas provas. Então dessa vez não há al-
ternativa, transcrevo na íntegra:

Art. 8º As propostas orçamentárias anuais ou plurianuais da Seguridade Social serão ela-


boradas por Comissão integrada por 3 (três) representantes, sendo 1 (um) da área da
saúde, 1 (um) da área da previdência social e 1 (um) da área de assistência social.

E, para fechar o tema da organização da seguridade, precisamos recordar os

Conselhos Setoriais. Lembra deles??

15 – 6 do governo e 9 da sociedade civil (três aposen-


Representantes tados/ pensionistas, três trabalhadores, três emprega-
dores).

CNPS Nomeação Pelo Presidente da República.


Os representantes da sociedade civil têm mandato de
Mandato
dois anos, permitida uma única recondução de imediato.
Reuniões Ordinariamente, uma vez por mês.
10 – quatro do governo e seis da sociedade civil (dois
Representantes aposentados/ pensionistas, dois trabalhadores, dois
O cumprimento empregadores).
CPS
do princípio do
Nomeação Pelo Titular da Gerência Executiva.
CDDGQ-GATE
Reuniões Mensais ou bimensais.
se dá por meio
dos conselhos Quatro – dois do governo e dois da sociedade civil (um
setoriais: das empresas, um dos trabalhadores).
Representantes
Essa é a composição de cada uma das 29 Juntas de
Recursos e 4 Câmaras de Julgamento.

CRPS Nomeação Pelo Ministro da Previdência.


Dois anos, permitida a recondução, atendidas certas
Mandato
condições.
No mínimo dez sessões mensais, de acordo com o
Sessões
volume de processos em andamento.
CNAS Conselhos regulados em legislação específica da Saúde e da Assistência
e CNS Social, não sendo objeto de estudo neste momento.

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CNPS: órgão superior de deliberação colegiada, criado por meio do art. 3º da


LBPS. Essa mesma lei estabelece, em seu art. 4º, as atribuições básicas do referido
Conselho, entre as quais se destacam: estabelecer diretrizes gerais e apreciar as
decisões de políticas aplicáveis à Previdência Social; apreciar e aprovar as propos-
tas orçamentárias da Previdência Social, antes de sua consolidação na proposta
orçamentária da Seguridade Social.
CPS: unidades descentralizadas do CNPS, com caráter consultivo e de as-
sessoramento. Funcionam junto às Gerências Executivas do INSS.
CRPS: órgão de controle jurisdicional das decisões do INSS, nos processos
referentes a benefícios a cargo dessa autarquia.

Legislação Previdenciária
É o conjunto de leis (em sua concepção ampla, que compreende a constituição,
leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, decretos) e atos admi-
nistrativos (instruções normativas, resoluções, portarias) referentes à seguridade
social.

Conteúdo, Fontes, Autonomia


CONTEÚDO da legislação previdenciária – disposições gerais e específicas rela-
cionadas à SEGURIDADE SOCIAL (PAS – Previdência, Assistência e Saúde).
FONTES do Direito Previdenciário
PRIMÁRIAS – bastam para, por si sós, gerar a regra jurídica:
• Constituição;
• leis ordinárias, complementares e delegadas;
• decreto legislativo;
• medida provisória;
• jurisprudência (súmulas vinculantes).

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Seguridade Social – Parte II
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SECUNDÁRIAS – interpretam/aplicam a regra jurídica:

• decreto;

• portaria;

• instrução normativa;

• jurisprudência (exceto súmulas vinculantes).

AUTONOMIA do Direito Previdenciário

O Direito Previdenciário é um ramo autônomo do Direito, uma vez que possui

princípios jurídicos específicos e um complexo normativo próprio.

Aplicação das Normas Previdenciárias

A aplicação das leis previdenciárias no tempo rege-se pelo princípio tempus

regit actum (aplica-se a lei vigente na data da ocorrência do fato).

Quanto à aplicação das leis previdenciárias no espaço, a regra geral é a vi-

gência da lei no território nacional, mas há previsão de algumas hipóteses em que

pessoas residentes no exterior são cobertas pela Previdência Social. Portanto, se

uma questão afirmar que a lei previdenciária é válida exclusivamente no território

nacional, estará ERRADA. Há casos de extraterritorialidade.

Vigência, Hierarquia, Interpretação e Integração

Vigência – no Brasil, a regra geral é que a lei entre em vigor no prazo por ela

indicado. Se não indicar prazo, a LINDB estabelece que sua vigência inicia 45 dias

após a publicação. Mas normas que criem ou modifiquem contribuições sociais

só podem entrar em vigor após o transcurso de, pelo menos, noventa dias de sua

publicação (essa é a noventena).

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Uma lei em vigor tem efeito imediato e geral, mas respeita o ADC – Ato jurídico

perfeito, Direito adquirido e Coisa julgada.

Hierarquia – relação de subordinação existente entre as espécies normativas.

Constituição ⇒ Leis (complementares e ordinárias) e Medida Provisória ⇒ Decre-

tos ⇒ Resoluções, Portarias, Instruções Normativas

Interpretação – extração do sentido da norma, por meio de algum(ns) dos

métodos desenvolvidos pela doutrina jurídica, dentre os quais figuram:

• gramatical ou literal;

• finalístico ou teleológico;

• sistemático;

• histórico;

• sociológico;

• autêntico.

Integração – técnica utilizada para o preenchimento de lacunas normati-

vas. Quando a lei for omissa, o juiz deve decidir de acordo com a ACP – Analogia,

Costumes e Princípios Gerais do Direito, nessa ordem. Poderá usar como balizador

dessa técnica a equidade, assim considerada a adaptação da regra em busca de

justiça e igualdade, mas essa não é método integrativo, certo?

Segurados

A legislação previdenciária divide os beneficiários (ou seja, os destinatários

dos benefícios previdenciários) em duas classes: segurados e dependentes.

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Segurado é todo aquele que, seja em razão do exercício de atividade de vincu-

lação obrigatória, seja por opção, é diretamente vinculado ao RGPS.

Dependente é a pessoa física que não possui vínculo direto, mas indireto com

o RGPS, em razão de sua dependência econômica de um segurado.

E então, aluno(a), forçando um pouco a memória... Lembra quais são as cate-

gorias de segurado?

Contribuinte Individual – art. 11, V, LBPS;

Avulso – art. 11, VI, LBPS;

Doméstico – art. 11, II, LBPS;

Empregado – art. 11, I, LBPS;

Segurado Especial – art. 11, VII, LBPS;

Facultativo – art. 13, LBPS.

Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remu-

nerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado

em relação a cada uma delas.

Agora, para revisar onde se enquadram os segurados, meu(minha) amigo(a),

não há alternativa: copiar e colar a legislação. Por quê? Porque na aula eu já expli-

quei, detalhei, exemplifiquei. Já fiz tudo o que podia para você entender ao máximo

cada um dos enquadramentos. Aqui é hora de revisar e resumir. Não dá para

ser menos resumido que a legislação... tampouco há razão para pormenorizar, de

novo, essas categorias. Vamos ao Ctrl+C/Ctrl+V.

Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas:


I – como empregado:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não even-
tual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;

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b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, por prazo não supe-
rior a três meses, prorrogável, presta serviço para atender a necessidade transitória
de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de ser-
viço de outras empresas, na forma da legislação própria;
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como
empregado no exterior, em sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis bra-
sileiras e que tenha sede e administração no País;
d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como
empregado em empresa domiciliada no exterior com maioria do capital votante perten-
cente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração no
País e cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou
indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de entidade de direito
público interno;
e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular
de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões
e repartições, excluídos o não brasileiro sem residência permanente no Brasil e
o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplo-
mática ou repartição consular;
f) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais
internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e con-
tratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social;
g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições gover-
namentais brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que
tratam os arts. 56 e 57 da Lei n. 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que,
em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário local;
h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a
Lei n. 11.788, de 25 de setembro de 2008;
i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias
e fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração;
j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas au-
tarquias e fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não este-
ja amparado por regime próprio de previdência social;
l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como
pelas respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a ne-
cessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art.
37 da Constituição Federal;
m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias
e fundações, ocupante de emprego público;
n) (Revogada pelo Decreto n. 3.265, de 1999)

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o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a


partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de
Previdência Social, em conformidade com a Lei n. 8.935, de 18 de novembro de 1994; e
p) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vin-
culado a regime próprio de previdência social;
q) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no
Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;
r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A
da Lei n. 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza tem-
porária por prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano;

Grifei, em cada uma das principais alíneas, as expressões mais importantes

para auxiliar na resolução das questões referentes ao tema, ok?

Vamos agora ao empregado doméstico? Esse é bem simples. Basta lembrar

de DUAS características: âmbito RESIDENCIAL e atividade SEM fins lucrativos.

É aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito

residencial desta, em atividades sem fins lucrativos.

Ou então, nos termos da Lei Complementar n. 150, que disciplina o contrato

de trabalho doméstico – regulamentando a famosa PEC das Domésticas – aquele

que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de

finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por

mais de 2 (dois) dias por semana. Só pode ser contratado como doméstico o

maior de 18 anos.

Pode ser jardineiro, faxineiro, cozinheira, ou mesmo a empregada doméstica

padrão, que faz de tudo um pouco.

Chegamos então ao contribuinte individual. E dá-lhe colar a Lei, ou melhor,

o RPS:

Art. 9º São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


(...)
V – como contribuinte individual:

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a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer


título, em caráter permanente ou temporário, em área, contínua ou descontínua, supe-
rior a quatro módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a quatro módulos
fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com auxílio de empregados ou por
intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8º e 23 deste artigo;

Vale relembrar as novas definições do pescador artesanal (que é segurado es-

pecial) e, por conseguinte, do pescador CI.

Será segurado obrigatório pertencente à categoria contribuinte individual

o pescador que exerce sua atividade (1) com auxílio de empregados; ou (2) por

intermédio de prepostos; ou (3) em embarcação de médio porte (arqueação bru-

ta maior que 20 e menor que 100) ou grande porte (arqueação bruta maior que

100).

Portanto, assim como para o trabalhador rural o tamanho da propriedade é

determinante de seu enquadramento como segurado especial, para o pescador,

vigora dispositivo equivalente. Um pescador que trabalhe em embarcação pequena

poderá ser segurado especial; em embarcações maiores, será enquadrado como

contribuinte individual.

b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral –


garimpo –, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de
prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que
de forma não contínua;
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagra-
da, de congregação ou de ordem religiosa; Esse é um dos mais cobrados nas
provas.
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional
do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando
coberto por regime próprio de previdência social;
e) o titular de firma individual urbana ou rural;
f) o diretor não empregado e o membro de conselho de administração na sociedade
anônima;
g) todos os sócios, nas sociedades em nome coletivo e de capital e indústria;

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h) o sócio-gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu tra-


balho e o administrador não empregado na sociedade por cotas de responsabilidade
limitada, urbana ou rural;
i) o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de
qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exer-
cer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração;
j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais
empresas, sem relação de emprego;
l) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urba-
na, com fins lucrativos ou não;
m) o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado classista tem-
porário da Justiça do Trabalho, na forma dos incisos II do § 1º do art. 111 ou III do art.
115 ou do parágrafo único do art. 116 da Constituição Federal, ou nomeado magistrado
da Justiça Eleitoral, na forma dos incisos II do art. 119 ou III do § 1º do art. 120 da
Constituição Federal;
n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à socie-
dade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado; e
o) (Revogado pelo Decreto n. 7.054, de 2009)
p) o Microempreendedor Individual – MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da
Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos
impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais;

Nada mais a acrescentar quanto ao CI. Sei que a leitura do texto legal é ma-

çante, mas, a rigor, é isso que você deve conhecer para a prova; as explicações e

exemplos dados em aula servem para facilitar a compreensão do texto. Uma vez

que você entendeu, a leitura do dispositivo basta para o estudo.

O próximo segurado da lista, seguindo a ordem legal, é o trabalhador avulso.

É aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural,

a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obriga-

tória do ogmo ou do sindicato da categoria, assim considerados:

a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e con-


serto de carga, vigilância de embarcação e bloco;
b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e mi-
nério;

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c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios);


d) o amarrador de embarcação;
e) o ensacador de café, cacau, sal e similares;
f) o trabalhador na indústria de extração de sal;
g) o carregador de bagagem em porto;
h) o prático de barra em porto;
i) o guindasteiro; e
j) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos;

Tome cuidado para não confundir o avulso com o CI e o empregado, ok?

As características de cada uma dessas categorias de segurado são bem marcan-

tes, simples de diferenciar. Só precisamos estar atentos. Vejamos:

Com vínculo
Presta serviço Empregado
empregatício
de natureza
Com intermediação
urbana ou rural,
Sem vínculo obrigatória do OGMO Avulso
a diversas Avulso ou CI
empregatício ou Sindicato.
empresas:
Sem intermediação. CI

E assim chegamos ao último segurado obrigatório. O segurado especial. Esse

é, principalmente, o trabalhador rural em regime de economia familiar, mas tam-

bém inclui o seringueiro, o extrativista vegetal e o pescador artesanal. Ou, segundo

o RPS:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:


(...)
VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglo-
merado urbano ou rural próximo que, individualmente ou em regime de economia
familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de:

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Entende-se como auxílio eventual de terceiros o que é exercido ocasionalmente,

em condições de mútua colaboração, não existindo subordinação nem remuneração.

a) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meei-


ro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:
1. agropecuária em área contínua ou não de até quatro módulos fiscais; ou Se a área
explorada for SUPERIOR aos 4 módulos fiscais, será CI.
2. de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e extração, de modo sustentável, de
recursos naturais renováveis, e faça dessas atividades o principal meio de vida;
b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou
principal meio de vida; e
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de dezesseis anos de idade ou a este
equiparado, do segurado de que tratam as alíneas “a” e “b” deste inciso, que, compro-
vadamente, tenham participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar.

É importantíssimo relembrar as novas definições de Pescador Artesanal, tra-

zidas em março de 2015 pelo Decreto n. 8.424. Será assim considerado o

pescador que, exercendo sua atividade individualmente ou em regime de

economia familiar:

(1) não utilize embarcação ou

(2) utilize embarcação de pequeno porte (aquela que tem arqueação bruta de

até 20).

Em agosto de 2015, surgiu mais uma novidade na legislação. Foi incluído no

art. 9º do RPS o § 14-A, especificando que certas pessoas, embora não passem

seu tempo em embarcações de pequeno porte, são assemelhadas aos pescadores

artesanais. Veja só:

Art. 9º. (...) § 14-A. Considera-se assemelhado ao pescador artesanal aquele que


realiza atividade de apoio à pesca artesanal, exercendo trabalhos de confecção e de
reparos de artes e petrechos de pesca e de reparos em embarcações de pequeno
porte ou atuando no processamento do produto da pesca artesanal.

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É importantíssimo lembrar que, para se enquadrar como segurado especial, a

atividade rural/pesqueira/extrativista deve ser o principal meio de subsistência

do segurado. Logo, não é segurado especial quem possui outras fontes de rendi-

mento, exceto as previstas no § 8º do art. 9º do RPS, entre as quais, para essa

revisão, destaco:

• pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão de, no máximo, um

salário-mínimo;

• exercício de atividade remunerada em período de entressafra ou do defeso,

não superior a cento e vinte dias, corridos ou intercalados, no ano civil;

• exercício de mandato de vereador do município onde desenvolve a ati-

vidade rural, ou de dirigente de cooperativa rural constituída exclusiva-

mente por segurados especiais.

Além disso, o exercício de algumas atividades não impede o enquadramento

como segurado especial. Novamente, destaco as que considero mais importantes:

• a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hos-

pedagem, por não mais de cento e vinte dias ao ano;

• a participação como beneficiário ou integrante de grupo familiar que tem

algum componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de

Governo;

• a utilização pelo próprio grupo familiar de processo de beneficiamento ou

industrialização artesanal, na exploração da atividade.

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Esses são os segurados obrigatórios, meu(minha) amigo(a). E o segurado fa-

cultativo? É o maior de dezesseis anos – mas se o enunciado exigir a resposta

“de acordo com a Lei n. 8.212 ou n. 8.213”, será quatorze anos – que se filiar

ao RGPS, desde que não seja participante de regime próprio de previdência, nem

exerça atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório. São,

dentre outros:

• a dona de casa;

• o síndico de condomínio, quando não remunerado.

Quando remunerado, ele é CONTRIBUINTE INDIVIDUAL.

• o estudante;

• o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa de acordo com a

Lei n. 11.788/2008;

Se o serviço for prestado em desacordo com a Lei n. 11.788, eles serão segurados

EMPREGADOS.

• o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a

qualquer regime de previdência social.

A vinculação dos segurados à Previdência Social se dá por meio de dois atos:

filiação e inscrição.

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Filiação é o início da relação jurídica existente entre o segurado e o RGPS. A fi-

liação é, em regra, decorrência automática do exercício de atividade remunerada.

Já a inscrição é um ato formal por meio do qual o segurado é cadastrado no

RGPS. Geralmente, ocorre após a filiação, EXCETO quanto ao segurado facul-

tativo, para o qual a inscrição é concomitante à filiação. Além disso, admite-se,

para o segurado especial, a inscrição post mortem.

Mas nem todos os residentes no Brasil podem ser segurados do RGPS. Existem

algumas pessoas que, por força de lei, são expressamente excluídas do Regime

Geral. São eles:

• o servidor civil ocupante de cargo efetivo da União, Estado, Distrito Federal ou

Município, bem como o das respectivas autarquias e fundações, desde que

amparados por Regime Próprio;

• o militar.

Empresa  a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade

econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e

entidades da administração pública direta, indireta e fundacional.

Empregador Doméstico  a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem

finalidade lucrativa, empregado doméstico.

Equiparados a empresa  o proprietário ou dono de obra de construção civil,

quando pessoa física, assim como o CI, em relação a segurado que lhe presta ser-

viço; a cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza, missão diplomá-

tica e repartição consular estrangeiras; o operador portuário e o ogmo.

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E para fechar o resumo:

DEPENDENTES PREVIDENCIÁRIOS – Rol TAXATIVO


Classe Integrantes Observações
Cônjuge/companheiro(a);
Sua dependência econômica é presumida,
Filho(a) não emancipado(a),
exceto quanto ao enteado e ao menor tute-
1ª Classe menor de 21 ou inválido(a), ou
lado que, embora equiparados aos filhos, preci-
com deficiência intelectual ou
sam comprovar a dependência.
mental ou deficiência grave.
Só terão direito – comprovada a dependên-
cia econômica – se no momento do óbito ou
2ª Classe Pais.
prisão não houver nenhum dependente de 1ª
classe.
Irmão(ã) não emancipado(a), Só terá direito – comprovada a dependência eco-
menor de 21 ou inválido(a) ou nômica – se no momento do óbito ou prisão
3ª Classe
com deficiência intelectual ou não houver nenhum dependente das classes
mental ou deficiência grave. precedentes.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

1. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Acerca da

seguridade social, julgue o item que se segue.

Entre os principais marcos legislativos referentes à seguridade social incluem-se a

edição do Poor Relief Act (Lei dos Pobres), em 1601, na Inglaterra, e a criação do

seguro-doença, em 1883, na Alemanha.

2. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Com relação

à evolução histórica e à organização institucional da previdência social, julgue o

item a seguir.

A Constituição de Weimar, de 1919, foi o primeiro diploma legal de magnitude cons-

titucional em que se tratou de tema previdenciário.

3. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) A respeito do surgimento e

da evolução da seguridade social, julgue o item a seguir.

A Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919, ao cons-

titucionalizar um conjunto de direitos sociais, colocando-os no mesmo plano dos

direitos civis, marcaram o início da fase de consolidação da seguridade social.

4. (CESPE/TC-DF/ANALISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/2014) Com relação à

origem, à evolução legislativa, aos princípios constitucionais e à organização da

seguridade social no Brasil, julgue o item.

O plano de benefícios dos órfãos e viúvas dos oficiais da Marinha consubstancia

exemplo histórico da proteção social brasileira.

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5. (CESPE/DPE-CE/DEFENSOR PÚBLICO ESTADUAL/2008) Julgue o item a seguir,

relacionado à seguridade social.

No ordenamento jurídico brasileiro, a primeira referência a instituições que promo-

vessem ações relacionadas ao que hoje se denomina seguridade social foi feita pela

Constituição de 1824, que criou as casas de socorros, consideradas embriões das

santas casas de misericórdia.

6. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) No que se refere à segurida-

de social no Brasil, julgue o item seguinte.

A Lei Eloy Chaves, que criou em cada uma das empresas de estradas de ferro exis-

tentes no país uma caixa de aposentadoria e pensões para os respectivos empre-

gados, foi o primeiro ato normativo a tratar de seguridade social no Brasil.

7. (CESPE/DETRAN-ES/ADVOGADO/2010) A respeito da evolução legislativa, da

organização e dos princípios constitucionais da seguridade social, julgue o item

seguinte.

A Lei n. 3.807/1960, conhecida como Lei Orgânica da Previdência Social, notabili-

zou-se por ter uniformizado a legislação previdenciária dos diversos institutos de

aposentadoria e pensão.

8. (CESPE/SEMAD-ARACAJU/PROCURADOR MUNICIPAL/2008) Julgue o item sub-

sequente, relacionados à seguridade social e a seu custeio.

A positivação do modelo de seguridade social na ordem jurídica nacional ocorreu a

partir da Constituição de 1937, seguindo o modelo do bem-estar social, em voga na

Europa naquele momento. No caso brasileiro, as áreas representativas dessa forma

de atuação são saúde, assistência e previdência social.

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9. (CESPE/CPRM/ANALISTA EM GEOCIÊNCIAS/2013) Com base nas normas que

regem a seguridade social, julgue o item subsequente.

O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), órgão superior de deliberação

colegiada, é composto por representantes do governo e da sociedade civil (aposen-

tados e pensionistas, trabalhadores em atividade e empregadores), sendo correto

afirmar que a composição do CNPS representa uma forma de concretização do ca-

ráter democrático e descentralizado da administração da previdência social.

10. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) Mateus requereu ao órgão

regional do INSS a conversão de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. O

INSS indeferiu o pedido de Mateus por considerar que a doença que o acometera

era curável, e que, por isso, ele era suscetível de reabilitação.

Acerca dessa situação hipotética e dos recursos nos processos administrativos de

competência do INSS, julgue o item que segue.

Contra a decisão do INSS pelo indeferimento, Mateus poderá interpor recurso ad-

ministrativo, que será julgado, em primeira instância, pela Câmara de Julgamento

da Previdência Social.

11. (COM. EXAM. PGE-RO/PGE-RO/PROCURADOR ESTADUAL/2011) Quando a lei

for omissa, o juiz decidirá o caso com o emprego da

a) analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito.

b) equidade em quaisquer casos, dos costumes e dos princípios gerais do direito.

c) analogia, da equidade e dos costumes, apenas.

d) interpretação, dos costumes, da equidade e dos princípios gerais do direito.

e) interpretação, da analogia e dos princípios gerais do direito.

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12. (CESPE/DP-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2013) Acerca do RGPS, julgue o item a

seguir.

Aquele que exerça, concomitantemente, duas atividades remuneradas sujeitas ao

RGPS é obrigatoriamente filiado ao referido regime em relação a cada uma delas.

13. (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ESPECIALISTA EM PREVIDÊNCIA SOCIAL/2014)

Nos termos da lei federal que regula as prestações previdenciárias do regime geral

de previdência, o dirigente sindical, durante o exercício do mandato eletivo, man-

tém enquadramento no Regime Geral de Previdência Social-RGPS na qualidade de

contribuinte:

a) autônomo, por não possuir vínculo formal

b) avulso, por falta de previsibilidade legal

c) empregador, diante da situação de líder associativo

d) do mesmo tipo de antes da investidura

e) associativo, por força do sindicato

14. (CESPE/DP-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2013) Acerca do RGPS, julgue o item a

seguir.

É segurado obrigatório da previdência social o estrangeiro domiciliado e contrata-

do no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal de empresa nacional no

exterior

15. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) Acerca do regime

geral e dos regimes especiais de previdência social, julgue o item seguinte.

O prefeito municipal que não esteja vinculado a regime próprio de previdência so-

cial é segurado obrigatório do regime geral de previdência social.

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16. (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2015) Acerca do RGPS, julgue o item sub-

sequente.

Situação hipotética: Howard, cidadão norte-americano, domiciliado no Brasil, foi

aqui contratado pela empresa brasileira X, para trabalhar, por tempo indetermina-

do, em sua filial situada no Canadá. A maior parte do capital votante dessa filial

canadense é da empresa X, constituída sob as leis brasileiras e com sede e admi-

nistração no Brasil.

Assertiva: Nessa situação, Howard deverá estar, necessariamente, vinculado ao

RGPS como segurado empregado.

17. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) Com base no disposto no

Decreto n. 3.048/1999, que aprovou o regulamento da previdência social, julgue o

item subsecutivo.

Aquele que presta serviço de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa

ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos, é consi-

derado contribuinte individual, segurado obrigatório da previdência social.

18. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) Com base no disposto na

Lei n. 8.213/1991, julgue o item a seguir, acerca dos segurados do RGPS.

Síndica do condomínio predial em que resida e que receba como pró-labore a

quantia equivalente a um salário-mínimo será considerada segurada obrigatória do

RGPS na qualidade de empregada.

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19. (CESPE/DPE-RR/DEFENSOR PÚBLICO/2013) É considerado segurado obrigató-


rio da previdência social como
a) contribuinte individual o brasileiro civil que trabalhe no exterior para organismo
oficial internacional de que o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado
e contratado e coberto por regime próprio de previdência social.
b) trabalhador avulso quem preste, a diversas empresas, com vínculo empregatí-
cio, serviço de natureza urbana ou rural definidos em regulamento.
c) empregado aquele que preste serviço de natureza urbana ou rural à empresa,
em caráter eventual ou não, sob sua subordinação e mediante remuneração.
d) empregado o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no exterior
para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no
exterior.
e) empregado doméstico aquele que preste serviço de natureza contínua a pessoa
ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos.

20. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) Com base no disposto na


Lei n. 8.213/1991, julgue o item a seguir, acerca dos segurados do RGPS.
O pescador que exerça essa atividade como principal meio de vida é considerado
segurado especial mesmo que tenha empregados permanentes.

21. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2010) Com base no direito previ-


denciário, julgue o item.
Considere que Pedro explore, individualmente, em sua propriedade rural, atividade
de produtor agropecuário em área contínua equivalente a 3 módulos fiscais, em
região do Pantanal matogrossense, e que, durante os meses de dezembro, janeiro
e fevereiro de cada ano, explore atividade turística na mesma propriedade, forne-

cendo hospedagem rústica. Nessa situação, Pedro é considerado segurado especial.

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22. (FCC/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/PROCURADOR/2014) Considere os seguin-

tes itens:

I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo va-

lor não supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência

Social;

II – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da catego-

ria de trabalhadores rurais;

III – exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a ativi-

dade rural ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente,

por segurados especiais;

IV – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respec-

tivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem,

desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefí-

cio de prestação continuada da Previdência Social.

Não é segurado especial da Previdência Social o membro de grupo familiar que

possuir outra fonte de rendimento, EXCETO se decorrente de:

a) III e IV, apenas.

b) I, II, III e IV.

c) I, II e IV, apenas.

d) I, II e III, apenas.

e) II, III e IV, apenas.

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23. (CESPE/TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) A Lei n. 8.212/1991 prevê que

tem a faculdade, e não a obrigatoriedade, de ser segurado da previdência social

a) o maior de quatorze anos de idade que se filiar ao RGPS mediante contribuição

desde que não incluído em uma das hipóteses de segurado obrigatório.

b) o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado

em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior.

c) o estrangeiro que, com residência permanente no Brasil, preste serviço no Brasil

a missão diplomática estrangeira.

d) o brasileiro civil domiciliado e contratado no exterior que trabalhe para a União,

em organismos oficiais brasileiros localizados no exterior, e que não seja segurado

na forma da legislação vigente do país do domicílio.

e) o empregado doméstico.

24. (CESPE/MPOG/CONTADOR/2015) Com base no disposto na IN n. 971/2009, da

Receita Federal do Brasil, julgue o item subsequente, relativo a normas gerais de

tributação previdenciária e de arrecadação das contribuições sociais destinadas à

previdência social e as destinadas a outras entidades ou fundos, administradas pela

Receita Federal.

O síndico de condomínio ou o administrador que tenha sido eleito em janeiro de

2015 para exercer atividade de administração condominial e que receba remune-

ração está amparado na lei para se inscrever como contribuinte facultativo da pre-

vidência social.

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25. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) A respeito da inscrição

e da filiação dos segurados obrigatórios e facultativos na forma do Decreto n.

3.048/1999, julgue o item a seguir.

A filiação do segurado obrigatório ao RGPS decorre automaticamente do exercício

da atividade remunerada.

26. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) A respeito da inscrição

e da filiação dos segurados obrigatórios e facultativos na forma do Decreto n.

3.048/1999, julgue o item a seguir.

Desde que presentes os demais pressupostos da filiação, admite-se a inscrição post

mortem do segurado especial.

27. (CESPE/FUNPRESP/ESPECIALISTA/2016) Julgue o item a seguir, acerca dos

regimes de previdência.

Servidora pública ocupante de cargo efetivo que exerça simultaneamente cargo

em comissão de chefe de divisão será obrigatoriamente filiada ao regime próprio

de previdência social e, transitoriamente, ao regime geral de previdência social, ou

seja, enquanto exercer o cargo em comissão.

28. (CESPE/TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) A Lei n. 8.212/1991, que institui

o plano de custeio da seguridade social, distingue as pessoas que são consideradas

empresas daquelas que se equiparam a empresas. Entre as que se equiparam a

empresa encontram-se as

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a) fundações públicas.

b) cooperativas.

c) firmas individuais.

d) sociedades que assumam o risco de atividade econômica rural com fins lucrativos.

e) autarquias.

29. (CESPE/DP-DF/DEFENSOR PÚBLICO/2013) Acerca do RGPS, julgue o item a

seguir.

De acordo com o disposto na Lei n. 8.213/1991, filho maior de vinte e um anos de

idade não portador de invalidez ou qualquer deficiência mantém a condição de de-

pendente do segurado do RGPS até completar vinte e quatro anos, desde que seja

estudante universitário.

30. (CESPE/TC-DF/ANALISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/2014) No que se refe-

re ao regime geral de previdência social, julgue o item a seguir.

É presumida, por força de lei, a dependência econômica dos pais do segurado para

fins de atribuição da qualidade de dependentes.

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GABARITO

1. C 24. E

2. E 25. C

3. C 26. C

4. C 27. E

5. C 28. B

6. E 29. E

7. C 30. E

8. E

9. C

10. E

11. A

12. C

13. D

14. C

15. C

16. C

17. E

18. E

19. E

20. E

21. C

22. B

23. A

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Acerca da

legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autono-

mia, vigência e interpretação, julgue o item que se segue.

Ao se utilizar do método de interpretação teleológico o intérprete busca compa-

tibilizar o texto legal a ser interpretado com as demais normas que compõem o

ordenamento jurídico, visualizando a lei objeto de interpretação como parte de

um todo.

2. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Acerca da

legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autono-

mia, vigência e interpretação, julgue o item que se segue.

A vigência da lei de natureza previdenciária segue a regulamentação da Lei de In-

trodução às Normas do Direito Brasileiro, de modo que, salvo disposição contrária,

entra em vigor quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

3. (CESPE/CGE-PI/AUDITOR GOVERNAMENTAL/2015) A respeito do regime geral

de previdência social, julgue o item a seguir.

A pessoa física que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição

consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados é segurada obriga-

tória da previdência social, na qualidade de empregado.

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4. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2015) Em relação aos segurados do

RGPS e seus dependentes, julgue o item subsecutivo.

Aquele que, como contrapartida pelo desempenho das atividades de síndico do

condomínio edilício onde resida, seja dispensado do pagamento da taxa condomi-

nial, sem receber qualquer outro tipo de remuneração, enquadra-se como segura-

do facultativo do RGPS.

5. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2015) Em relação aos segurados do

RGPS e seus dependentes, julgue o item subsecutivo.

O fato de um dos integrantes do seu núcleo familiar desempenhar atividade urba-

na não implica, por si só, a descaracterização do trabalhador rural como segurado

especial, devendo-se proceder à análise do caso concreto.

6. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2015) Em relação aos segurados do

RGPS e seus dependentes, julgue o item subsecutivo.

O bolsista remunerado que se dedica em tempo integral à pesquisa e o segurado

recolhido à prisão sob regime fechado – e que, nesta condição, exerça atividade

artesanal por conta própria dentro da unidade prisional – são segurados obrigató-

rios do RGPS.

7. (CESPE/TC-DF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2014) No que se refere ao

Regime Geral de Previdência Social (RGPS), julgue o item seguinte.

É segurado obrigatório da Previdência Social, como empregado, o membro de ins-

tituto de vida consagrada.

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8. (CESPE/MTE/AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/2013) Julgue o item a seguir, re-

ferente aos segurados do RGPS.

Indivíduo que exerce, de forma autônoma, atividade de contador devidamente re-

conhecida pelo órgão de classe é considerado, de acordo com a legislação previden-

ciária, segurado facultativo.

9. (CESPE/MTE/AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/2013) Julgue o item a seguir, re-

ferente aos segurados do RGPS.

O bolsista que se dedique, em tempo integral, a pesquisa, em curso de especiali-

zação, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que

não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social, será considerado

segurado obrigatório do RGPS.

10. (CESPE/CPRM/ANALISTA EM GEOCIÊNCIAS/2013) Acerca das normas relativas

à previdência social, julgue o item a seguir. Nesse sentido, considere que a sigla

RGPS, sempre que empregada, refere-se ao regime geral da previdência social.

Será filiado obrigatório do RGPS, na condição de segurado empregado, o trabalha-

dor temporário que presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventu-

al, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego.

11. (CESPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013) Com relação à ins-

crição e à filiação no RGPS, julgue o item seguinte.

A inscrição do segurado trabalhador avulso no RGPS ocorre pelo cadastramento e

registro no sindicato ou órgão gestor de mão de obra.

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12. (CESPE/DPF/DELEGADO/2013) Acerca das normas que regem os segurados da

previdência social, julgue o item a seguir.

Caso um delegado da Polícia Federal eleito deputado no estado onde atue como

delegado opte pelo exercício do mandato eletivo, ele não poderá se filiar ao RGPS

dada a sua vinculação a regime próprio.

13. (CESPE/DPE-TO/DEFENSOR PÚBLICO/2013) Acerca das normas que regulam

os segurados e dependentes do RGPS, assinale a opção correta.

a) O defensor público estadual que assumir cargo de ministro de Estado, será con-

siderado, durante o período em que exercer o cargo em comissão, segurado obri-

gatório do RGPS, ficando temporariamente excluído do regime próprio de origem.

b) Apesar de não poder ser dependente, a pessoa jurídica, por contribuir para

a previdência social, é considerada beneficiário na qualidade de segurado obri-

gatório.

c) O segurado que exerça mais de uma atividade abrangida pelo RGPS deve

filiar-se como segurado obrigatório em relação a cada uma dessas atividades,

não sendo possível, entretanto, que ostente, ao mesmo tempo, a qualidade de

dependente.

d) Considere que uma empresa, durante as festividades de final de ano, contrate,

pelo período de dois meses, trabalhadores para atender ao aumento extraordinário

de serviço. Nessa situação, esses trabalhadores temporários serão filiados obriga-

tórios do RGPS na qualidade de segurado empregado.

e) Deputado federal será sempre filiado obrigatório do RGPS, na condição de se-

gurado empregado.

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14. (CESPE/SEGER-ES/ANALISTA EXECUTIVO/2013) Acerca do conceito, da origem

e da evolução legislativa da seguridade social brasileira, assinale a opção correta.

a) A previdência social, conforme a CF, deve cuidar de proteger a maternidade,

mas não trata da questão da gravidez.

b) Para garantir ao atendimento do objetivo de realização do bem-estar e da jus-

tiça social, o Estado brasileiro atribuiu à seguridade social brasileira caráter con-

tributivo, sendo imprescindível a contribuição para se ter direito aos benefícios do

sistema, tais como o de aposentadoria, saúde pública e assistência social.

c) A Constituição de 1934 foi a primeira a dispor sobre aposentadoria, instituindo-a

para os funcionários públicos em caso de invalidez no serviço.

d) A Constituição de 1937 foi a primeira a prever a forma tripartite de custeio da

previdência, realizada com contribuições do Estado, do empregado e do empregador.

e) Apesar de não ser a primeira norma a tratar de seguridade social, a Lei Eloy

Chaves (Decreto Legislativo n. 4.682/1923) é considerada pela doutrina majoritá-

ria o marco inicial da previdência social brasileira.

15. (CESPE/AL-PB/PROCURADOR/2013) Conforme previsão contida na Lei n.

8.212/1991 que dispõe sobre a organização da Seguridade Social, as propostas

orçamentárias anuais ou plurianuais da Seguridade Social serão elaboradas pela

Comissão integrada por

a) três representantes: um da área de saúde, um da área da previdência social e

um da área de assistência social.

b) três representantes: um dos trabalhadores, um dos empresários e um do go-

verno federal.

c) três representantes: um da União, um dos Estados-membros e um dos Muni-

cípios.

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d) quatro representantes: um da União, um do Distrito Federal, um dos Esta-

dos-Membros e um dos Municípios.

e) quatro representantes: um dos Municípios, um dos trabalhadores, um dos em-

presários e um dos aposentados.

16. (CESPE/TCE-BA/PROCURADOR/2010) Julgue o próximo item, a respeito da se-

guridade social.

Na evolução da previdência social brasileira, o modelo dos institutos de aposenta-

doria e pensão, que abrangiam determinadas categorias profissionais, foi posterior-

mente substituído pelo modelo das caixas de aposentadoria e pensão, que eram

criadas na estrutura de cada empresa.

17. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2010) Em relação aos institutos de direito

previdenciário, julgue o item a seguir.

A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n. 4.682/1923), considerada o marco da

Previdência Social no Brasil, criou as caixas de aposentadoria e pensões das empre-

sas de estradas de ferro, sendo esse sistema mantido e administrado pelo Estado.

18. (CESPE/BACEN/PROCURADOR/2013) Considerando a evolução histórico-legis-

lativa e os princípios da seguridade social no Brasil, assinale a opção correta.

a) Com o advento da CF, a seguridade social foi adotada e disciplinada sistematica-

mente pela primeira vez no Brasil, sendo-lhe dedicado um capítulo integral no tex-

to constitucional e implementadas, desde então, significativas mudanças na área,

como, por exemplo, a progressiva extinção do critério de escala do salário-base,

prevista na Lei de Custeio.

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b) A seguridade social no Brasil é organizada com base em vários princípios consti-

tucionais, entre os quais se inclui o princípio da equidade na forma de participação

no custeio, segundo o qual é necessária a participação idêntica de todos, com alí-

quotas iguais, para garantir o atendimento ao princípio da igualdade.

c) A seguridade social é financiada diretamente por toda a sociedade, por meio de

recursos provenientes dos orçamentos da União, do Distrito Federal, dos estados

e dos municípios, que destinam parte do pagamento dos tributos a esse fim, e, in-

diretamente, por meio das contribuições do empregador, do empregado ativo e do

empregado aposentado.

d) O INSS, importante órgão na estrutura da seguridade social brasileira, foi ins-

tituído no Brasil na década de noventa do século XX, como autarquia federal, me-

diante fusão do Instituto de Administração da Previdência e Assistência Social com

o Instituto Nacional de Previdência Social.

e) e) Desde 1919, já havia legislação sobre acidente de trabalho no Brasil, entre-

tanto, somente com a publicação da Lei Eloy Chaves, em 1946, foram implemen-

tadas as primeiras experiências previdenciárias, tendo a referida lei criado caixas

de aposentadorias e pensões para os empregados das empresas ferroviárias e ae-

roferroviárias brasileiras.

19. (CESPE/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2012) No tocante à seguridade social,

julgue o item subsequente.

A publicação, em 1954, do Decreto n. 35.448, que aprovou o Regulamento Geral

dos Institutos de Aposentadorias e Pensões, é considerada, pela doutrina majoritá-

ria, o marco inicial da previdência social brasileira.

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20. (CESPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013) Com relação à ins-

crição e à filiação no RGPS, julgue o item seguinte.

A filiação na qualidade de segurado facultativo representa ato volitivo, gerando

efeito somente a partir da inscrição e do primeiro recolhimento da contribuição

previdenciária, não podendo retroagir, salvo no caso das donas de casa.

21. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2008) Ainda em relação à identi-

ficação dos segurados da previdência social, julgue o item a seguir.

Para a previdência social, uma pessoa que administra a construção de uma casa,

contratando pedreiros e auxiliares para edificação da obra, é considerada contri-

buinte individual.

22. (CESPE/TRT 8ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) Acerca da evolução his-

tórica do direito previdenciário brasileiro, assinale a opção correta.

a) Ocorreram inúmeras modificações na organização administrativa previdenciária

brasileira ao longo de seu desenvolvimento, tais como a transformação do Fundo

de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural em INPS e, em seguida, median-

te a CF, a transformação deste em INSS.

b) O ordenamento jurídico brasileiro coexistiu com inúmeros regimes previdenciá-

rios específicos até a edição do Decreto-lei n. 72/1966, mediante o qual foram uni-

ficados os institutos de aposentadorias e centralizada a organização previdenciária

no INPS.

c) O Decreto Legislativo n. 4.682/1923, também conhecido como Lei Eloy Chaves,

é considerado um marco do direito previdenciário brasileiro, devido ao fato de, por

meio dele, ter sido criado o Ministério da Previdência e Assistência Social.

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d) Ao longo de décadas, o Estado brasileiro deixou de conceder diversos direitos

sociais a seus cidadãos, tendo sido instituídos benefícios previdenciários ao traba-

lhador apenas com a promulgação da CF.

e) A Constituição Federal de 1934 é considerada retrocedente quanto à proteção

ao trabalhador, haja vista terem sido dela excluídos os benefícios de proteção à

maternidade e os provenientes de acidente de trabalho.

23. (CESPE/SEDF/ANALISTA DE GESTÃO EDUCACIONAL/2017) Relativamente a

segurados, cumulação de benefícios e previdência complementar, julgue o item a

seguir.

Entende-se como companheiro ou companheira para efeito de proteção previdenci-

ária a pessoa com quem o segurado mantém união estável por período superior a

cinco anos, independentemente da existência de prole em comum.

24. (CESPE/SERPRO/ANALISTA/2013) Tendo em vista que são considerados se-

gurados obrigatórios do RGPS os trabalhadores que exercem atividades laborais

remuneradas, e considerando, ainda, que as especificidades legais atinentes a se-

gurado empregado, contribuinte individual e segurado facultativo, julgue o item

que se segue.

Se um cidadão brasileiro domiciliado em Belo Horizonte for contratado para traba-

lhar como empregado em sucursal de empresa na França, com sede em São Paulo

e constituída de acordo com as leis brasileiras, ele será considerado segurado con-

tribuinte individual do RGPS.

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25. (CESPE/SERPRO/ANALISTA/2013) Tendo em vista que são considerados se-


gurados obrigatórios do RGPS os trabalhadores que exercem atividades laborais
remuneradas, e considerando, ainda, que as especificidades legais atinentes a se-
gurado empregado, contribuinte individual e segurado facultativo, julgue o item
que se segue.
Servidor público ocupante de cargo efetivo filiado a regime próprio de previdência
social não pode se filiar ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, exceto no
caso de afastamento sem vencimentos e desde que não seja permitida, nessa con-
dição, a contribuição ao respectivo regime próprio.

26. (CESPE/SERPRO/ANALISTA/2013) Tendo em vista que são considerados se-


gurados obrigatórios do RGPS os trabalhadores que exercem atividades laborais
remuneradas, e considerando, ainda, que as especificidades legais atinentes a se-
gurado empregado, contribuinte individual e segurado facultativo, julgue o item
que se segue.
Considere a seguinte situação hipotética.
Lúcio, que tem cinquenta e três anos de idade, é domiciliado no município de Ju-
azeiro –BA, onde exerce a atividade artesão por conta própria e responsabiliza-se
também pela venda de suas peças no centro de artesanato local.
Nessa situação hipotética, Lúcio exerce atividade de filiação obrigatória ao RGPS
sendo considerado, portanto, segurado especial.

27. (CESPE/FUNPRESP/ESPECIALISTA/2016) João, padeiro, que contribuiu para o


regime geral de previdência social (RGPS) por trinta anos, completará sessenta
anos de idade em 2016. Ele é casado há mais de vinte anos com Márcia, quarenta
e cinco anos de idade, com a qual teve dois filhos: João Carlos, que tem vinte e

quatro anos e é inválido, e João Vítor, que tem dez anos de idade.

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Considerando essa situação hipotética, julgue o próximo item.

Se João falecer após a concessão do benefício previdenciário, seus dependentes

terão direito a pensão por morte, salvo João Carlos que já possui vinte e quatro

anos de idade.

28. (CESPE/TCE-ES/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2012) Julgue o item se-

guinte, relativo aos benefícios do RGPS.

O cônjuge separado de fato que tenha recebido pensão de alimentos de segurado

do RGPS não faz jus à pensão por morte do segurado, caso este tenha mantido,

em vida, união estável provada, por meio de justificação administrativa, no INSS.

29. (CESPE/SEGER-ES/ANALISTA EXECUTIVO/2013) A respeito das normas que

tratam dos segurados do RGPS e dos regimes próprios de previdência social (RPPS)

e de seus dependentes, assinale a opção correta.

a) Atendidas as condições previstas na lei de regência, é possível a filiação de es-

trangeiros ao RGPS. Entre os brasileiros natos, ficam excluídos desse regime todos

os servidores civis ocupantes de cargo efetivo da União, de estado, do Distrito Fe-

deral ou de município.

b) A CF faculta a filiação ao RGPS ou ao respectivo RPPS aos servidores da União,

de estado, do Distrito Federal ou de município que ocupem, exclusivamente, cargo

em comissão, cargo temporário ou emprego público.

c) O pequeno produtor rural que exerça suas atividades em regime de economia

familiar será filiado obrigatório do RGPS na condição de segurado especial, enquan-

to seus filhos maiores e cônjuge que trabalhem na mesma condição serão filiados

obrigatórios do RGPS como segurados empregados.

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d) É obrigatória a filiação ao RGPS de pessoa física que exerça atividade remune-

rada, salvo se, por conta dessa atividade, já for vinculada a algum RPPS.

e) Os beneficiários do RGPS classificam-se como segurados e dependentes. A lei,

entretanto, disciplina a inscrição apenas dos segurados, ficando seus dependentes

dispensados da inscrição, mesmo no momento do requerimento do benefício a que

fizerem jus.

30. (CESPE/TRT 10ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) O item a seguir apre-

senta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com base

nas disposições do direito previdenciário.

José, com dezesseis anos de idade, não emancipado, vive às expensas de seu ir-

mão mais velho, João, que é segurado da previdência social. Nessa situação, José

é considerado beneficiário do regime geral da previdência social, na condição de

dependente de João.

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GABARITO
1. E 16. E

2. C 17. E

3. C 18. D

4. E 19. E

5. C 20. E

6. E 21. C

7. E 22. B

8. E 23. E

9. E 24. E

10. E 25. C

11. C 26. E

12. C 27. E

13. D 28. E

14. E 29. D

15. A 30. C

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Hoje, ficamos por aqui, meu(minha) caro(a). O conteúdo visto nesta aula não

é dos mais difíceis, mas – você deve ter percebido durante a resolução de ques-

tões – a memorização da legislação correspondente é fundamental. Dedique-se a

isso, enquanto aguarda a liberação da próxima aula. Aproveite para revisar todo o

conteúdo das duas primeiras aulas, refaça os exercícios e tire todas as dúvidas

comigo, certo?

Seguimos juntos neste árduo caminho até a aprovação. Quero comemorar com

você a leitura de seu nome no Diário Oficial da União!

Até a próxima, meu(minha) amigo(a).

Um grande abraço. Bons estudos.

Que Deus permaneça conosco.

“Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela


totalmente a minha força.” II Cor 12, 9

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