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Acesso à Justiça e Direito à Saúde: uma análise sobre demandas judiciais representadas

pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Regional de Ribeirão Preto, e percepções
dos usuários

BERNARDES, Edilene Mendonça; FERNANDES, Raquel Helena Hernandez;


ORNELLA, Sara Ponciano; PERRUCI, Larissa Gonçalves; ALBA, Sarita Cruz; VENTURA, Carla
Aparecida Arena

RESUMO
O acesso à justiça constitui direito humano e fundamental. Para que seja exercido, é
importante que seja garantido o acesso à informação, consubstanciado no direito à informação. A
Defensoria Pública do Estado de São Paulo (DPESP) constitui instituição responsável para
promover o acesso à justiça de cidadãos hipossuficientes no estado de São Paulo. Nesse cenário,
estudo realizado na referida instituição, na Regional de Ribeirão Preto (Defensoria) por alunos de
graduação em enfermagem, buscou analisar processos judiciais em que a Defensoria representa em
juízo os usuários, sendo esses do ano de 2013 até julho de 2016, e realizar entrevistas, no ano de
2016, com usuários da instituição. Os objetivos foram descrever as demandas judiciais nas quais a
Defensoria representa em juízo os usuários e identificar a perspectiva dos usuários da Defensoria
sobre acesso à justiça e direito à saúde. Assim, este artigo combinou a análise documental com a
análise das demandas judiciais que buscavam tratamentos e/ou medicamentos, e análise de
conteúdo das entrevistas. Os resultados demonstram que a Defensoria promove assistência aos mais
necessitados no âmbito de demandas judiciais para recebimento de tratamentos e/ou medicamentos,
tutelando o direito à saúde, mesmo que os usuários ainda não tenham conhecimento pleno sobre
direitos e acesso à justiça. Além disso, os resultados demonstraram uma relação de confiança no
contato entre os usuários e a Defensoria.

ABSTRACT

INTRODUÇÃO
O direito à saúde está contemplado na Constituição Federal de 1988, sendo, então, a saúde
direito de todos e dever do Estado, garantido por meio de políticas sociais e econômicas com o
objetivo de assegurar a redução de risco de doença, promover e recuperar a saúde, conforme artigo
196 da Carta Magna (BRASIL, 1988). Outras legislações brasileiras também asseguram a proteção da
saúde no Brasil, dentre elas a Lei Orgânica da Saúde, que regula as ações e os serviços de saúde e institui o
Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 1990a); Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL,
1990b); Código de Defesa do Consumidor, que estabelece diversos dispositivos de proteção à saúde do
consumidor ou do usuário de produto e/ou serviço (BRASIL, 1990c); Lei 9279/96, que regula os direitos e
as obrigações relativas à propriedade industrial e dispõe que não pode ser patenteável o que for contrário à
saúde pública (BRASIL, 1996); e legislações como Código de Ética Médica, Estatuto do Idoso, Código de
Trânsito, leis dos Planos de Saúde, dentre outras, além de estar presente no Código Civil Brasileiro e no
Código Penal Brasileiro (BERNARDES, 2015).
A saúde constitui direito social, que não está somente relacionado à ausência de doenças, mas a
muitos outros contextos e determinantes sociais. Saúde, para a Organização Mundial de Saúde, representa
completo estado de bem-estar físico mental e social (WHO, 1946) e materializa o desafio de não se reduzir
à ausência de doença. Nessa perspectiva, muitas pessoas, quando doentes e sem condições financeiras,
recorrem ao Estado para buscar acesso a tratamentos e medicações. Quando o Estado não fornece
medicações e nem condições para tratamentos, as pessoas recorrem à efetivação dessa obrigação estatal
por meio da via judicial, por ser um direito expressamente reconhecido como direito público subjetivo
pelo Supremo Tribunal Federal (RASCOVSKI, 2014, p. 165-166).
Nessa esfera, uma das formas de se perceber o desenvolvimento de um país é por meio do
acesso à justiça que sua população usufrui. O direito de acesso à justiça constitui direito que garante
os demais direitos, sem o qual os demais não se concretizam (SADEK, 2014, p. 20). Capelletti e
Garth (1988, p. 12, 8) afirmam que acesso à justiça é o mais básico dos direitos humanos,
determinando duas finalidades do sistema jurídico: ser igualmente acessível a todos e produzir
resultados que sejam justos para o indivíduo e sociedade. Acesso à justiça é mais que acesso ao
sistema jurídico, é ter acesso às instituições e canais que reconhecem direitos e trilham caminhos
voltados para a solução pacífica de conflitos, ameaças e impedimentos relativos a direitos.
No Brasil, o acesso à justiça tem trajetória repleta de obstáculos, especialmente em função do
nível educacional baixo de expressiva parcela da população, que desconhece seus direitos. Soma-se a isto
o fato de a justiça ser dispendiosa e lenta. Todos esses fatores contribuem para tornar difícil o acesso à
justiça e, como consequência, verifica-se a falta de efetivação de direitos e o desrespeito à cidadania
(SADEK, 2009, p. 177).
Nesse contexto, com o objetivo de buscar a equidade na efetivação de direitos e acesso à justiça,
a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 134, previu a existência da Defensoria Pública dos estados
(Defensoria Pública), como a mais nova instituição do Sistema de Justiça do Brasil, que tem como
principal objetivo a orientação jurídica, promoção de direitos humanos, individuais e coletivos, e defesa,
em todos os graus de jurisdição, como também extrajudicial, de forma integral e gratuita a todos os
necessitados, ou seja, às pessoas que comprovarem que são insuficientes financeiramente (BRASIL,
1988).
Entretanto, mesmo com a Defensoria Pública prevista na Constituição Federal, os estados
brasileiros não a criaram de imediato em seus territórios. No estado de São Paulo, por exemplo, a
Defensoria Pública foi criada pela Lei Complementar Estadual nº 988 de janeiro de 2006 (SÃO PAULO,
2006), 17 anos após promulgação da Constituição Federal de 1988. Percebe-se, então, que durante muito
tempo cidadãos hipossuficientes ficaram à margem na defesa e efetivação de direitos humanos, dentre eles
de seu direito à saúde.
Esse cenário motiva a reflexão de que o acesso à justiça, sendo o mais básico dos direitos
humanos e requisito fundamental que pretende garantir e não apenas proclamar o direito de todos
(CAPPELLETTI; GARTH, 1988), não está efetivamente disponível para todos.
Assim, visando compreender o contexto que envolve a busca pelo direito à saúde perante o
Poder Judiciário, este estudo apresenta como objetivos descrever as demandas judiciais nas quais a
Defensoria representa em juízo os usuários e identificar a perspectiva dos usuários da Defensoria
sobre acesso à justiça e direito à saúde.

MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de estudo de abordagem qualitativa, com método de triangulação (PATTON,
2014) por meio da análise documental de 461 registros de usuários da Defensoria, e análise de
conteúdo (BARDIN, 2011) das entrevistas realizadas com 15 usuários da Defensoria.
A análise documental foi realizada por meio de dados coletados em processos judiciais
relacionados às demandas de saúde dos usuários da Defensoria, referentes aos anos de 2013 a julho
de 2016. Foi elaborado um instrumento para a coleta de dados, que consistiu em roteiro estruturado,
contendo as seguintes informações: nome, ano, idade, sexo, procedência, renda, unidade de saúde,
problema de saúde, demanda, demandado, argumento do réu para não cumprir com a demanda, se
houve pedido de antecipação de tutela, concessão do pedido de tutela, tempo entre petição inicial e
concessão da liminar e/ou sentença final, vara do fórum, valor do bem demandado ou da causa, se
houve pedido alternativo e o tipo de ação.
Os dados coletados são referentes a processos que estavam sob a responsabilidade de sete
defensores públicos da área cível da Defensoria, totalizando 461 processos. Durante o período de
coleta de dados, foi acordado com cada defensor público os dias e horários em que eram possíveis
ter acesso aos processos. A coleta foi realizada em dados a partir de 2013, quando a Defensoria
iniciou os processos de forma eletrônica, e prosseguiu até dados de julho de 2016, período em que a
coleta se encerrou. Os dados foram organizados e digitados em uma planilha do programa
Microsoft Excel e analisados por meio de estatística descritiva simples.
Em relação às entrevistas, participaram do estudo usuários da Defensoria. Todos os
usuários maiores de 18 anos que estavam presentes durante o período de coleta de dados e que
tinham demandas relacionadas à saúde foram abordados e convidados a participarem do estudo.
Assim, foram realizadas 15 (quinze) entrevistas com usuários da Defensoria que aceitaram
participar da pesquisa, utilizando-se questionário semiestruturado que continha perguntas sobre
idade, sexo, grau de escolaridade, motivação para busca da Defensoria, origem do conhecimento
sobre a Defensoria, número de vezes que procurou a Defensoria, avaliação do atendimento da
Defensoria, conhecimentos sobre direitos e conhecimentos sobre o respeito aos direitos. As
entrevistas foram gravadas e transcritas, para serem posteriormente analisadas.
As entrevistas foram analisadas por meio da técnica de análise de conteúdo por categorias
temáticas. Os dados foram organizados por categorias, revisados repetidas vezes e codificados.
Então, as categorias foram construídas conforme os temas que emergiam dos textos a partir da
identificação do que tinham em comum (BARDIN, 2011; CAREGNATO; MUTTI, 2006). Neste
artigo, as falas dos usuários são descritas por usuário seguido de número que representa a ordem em
que foram realizadas as entrevistas (Usuário 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15).

RESULTADOS
Análise documental
Em relação à análise documental, foram obtidos os perfis sociodemográficos dos usuários
figurantes que são autores nos processos analisados e, também, os tipos de demandas judiciais
relacionadas à saúde oriundas dos atendimentos dos usuários da Defensoria. Importante mencionar
que os processos judiciais dos 15 usuários entrevistados não fazem parte dos 461 processos alvos da
análise documental.
No Gráfico 1 é possível verificar a frequência dos usuários da Defensoria, por sexo e ano
de atendimento, sendo de 2013 a julho de 2016. Ribeirão Preto, SP.
Gráfico 1- Frequência dos usuários da Defensoria por sexo e ano de atendimento - de 2013 a julho de 2016,
Ribeirão Preto.

O gráfico demonstra que em todos os anos analisados os usuários de sexo feminino eram
maioria.

Em relação à faixa etária dos usuários, a tabela 1 demonstra os dados coletados.

Tabela 1 – Faixa etária dos usuários autores das demandas relacionadas à saúde da
Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Regional de Ribeirão Preto, de 2013 a julho de 2016,
Ribeirão Preto, SP.
Caracterização dos usuários autores % dos usuários autores
n=453
Faixa etária
2-10 anos 0.7
11-20 anos 1.3
21-30 anos 5.0
31-40 anos 6.6
41-50 anos 13.7
51-60 anos 21.6
61-70 anos 22.3
71-80 anos 15.4
81-90 anos 11.7
91-100 anos 1.7
Total 100

A idade dos usuários foi identificada em 453 processos. Sendo assim, desses 453 usuários,
percebe-se predominância da faixa etária de 61 a 70 anos (22,3%). Importante ressaltar que os
usuários menores de dezoito anos eram representados nas ações judiciais por genitores, pais
adotivos ou tutores. Alguns usuários com idades superiores a 90 anos eram representados nas ações
judiciais por curadores.
Ainda na análise documental, foi possível identificar as patologias que acometem os
usuários da Defensoria, apresentadas em porcentagem na Tabela 2.

Tabela 2 – Patologias que acometem os usuários da Defensoria Pública do Estado de São


Paulo, Regional de Ribeirão Preto, de 2013 a julho de 2016, Ribeirão Preto, SP.

Patologias % de patologias
encontradas nos
processos analisados
n=631
Doenças neurológicas 21
Doenças cardiovasculares 14.7
Dependência química 14.3
Transtornos mentais 9.2
Doença renal/distúrbios de eliminação 7.1
Doenças do aparelho respiratório 6.6
Neoplasias 5.7
Doenças osteomusculares e articulares 5.1
Doenças oculares 4.6
Doenças infectocontagiosas 2.1
Distúrbios endócrinos 2.2
Outros 7.4
Total 100

Foram, portanto, encontradas 631 patologias nos 461 processos analisados. Nesse sentido,
as patologias de ordens neurológicas contabilizaram 21%, aparecendo as especificações doença de
Alzheimer, doença de Parkinson e paralisia cerebral. As patologias cardiovasculares representaram
14,7%, aparecendo as especificações de hipertensão arterial e sequelas de Acidente Vascular
Cerebral.
Fato interessante é que a dependência química também teve uma frequência considerável,
sendo de 14,3%, seguida dos transtornos mentais, com representação de 9,2%. Entre os transtornos
mentais, foram identificados esquizofrenia, depressão e transtornos mentais decorrentes de uso
abusivo de álcool e drogas.
As patologias que acometem os rins, especificadas como insuficiência renal crônica,
juntamente com os distúrbios de eliminação (incontinência urinária, hipospádia) apresentaram
frequência de 7,1%. Dentre as doenças do aparelho respiratório, foram identificadas a síndrome da
apneia obstrutiva do sono, asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), frequência de 6,6%.
Com menor frequência estão as neoplasias, dentre as quais foram identificados câncer de
mama, câncer de colo de útero e câncer de próstata, com 5,7%. As patologias osteomusculares e
articulares tiveram a frequência de 5,1%. As patologias oculares, dentre as quais foram identificadas
retinopatia diabética, hipermetropia e outras doenças oculares tiveram a frequência de 4,6%.
A frequência dos distúrbios endócrinos, tendo como principal a Diabetes Mellitus tipo I e
tipo II, foi de 2,2%; e as doenças infectocontagiosas, como HIV (Vírus da imunodeficiência
humana), Tuberculose e Hepatite C, tiveram a frequência de 2,1%.
Outras patologias, como síndrome de Fournier, Doença de Chron e infertilidade masculina,
dentre outras, também foram encontradas e na tabela 3 estão representadas como “outros”. Tais
patologias não foram inseridas separadamente nas classificações acima por não possuírem
representação expressiva individualmente, correspondendo no total a 7,4%. Relacionadas às
patologias são as solicitações judiciais pleiteadas pelos usuários com o auxílio da Defensoria,
demonstradas na Tabela 3.

Tabela 3 – Solicitações judiciais relacionadas à saúde pleiteadas pelos usuários da Defensoria


Pública do Estado de São Paulo, Regional Ribeirão Preto, de 2013 a julho de 2016, Ribeirão Preto,
SP.

Solicitações judiciais % de tipos de


solicitações judiciais
n=540
Medicamentos 21
Fraldas descartáveis 14.7
Internação compulsória 14.3
CPAP/BIPAP 9.2
Dietas especiais 7.1
Próteses e órteses 6.6
Cadeiras de rodas 5.7
Outros 5.1
Total 100
Dos 461 processos analisados na Defensoria, foi possível identificar 540 solicitações
judiciais. Assim, de acordo com os dados apresentados na tabela, a solicitação judicial de maior
frequência é a de fornecimento de medicamento, representando 21%, seguida da solicitação de
fraldas descartáveis, com representação de 14,7%, e da solicitação de internação compulsória,
com representação de 14,3%.
Os aparelhos denominados Continuous Positive Airway Pressure (CPAP), conjuntamente
com os denominados Bilevel Positive Airway Pressure (BIPAP) tiveram a frequência de 9,2%.
As solicitações judiciais de dietas especiais (dieta enteral e dieta líquida) tiveram uma
frequência de 7,1%, seguidas de pedidos de órteses e próteses, sendo essas com representação de
6,6%.
As solicitações judiciais de cadeira de rodas, incluindo cadeira de rodas para passeio,
cadeira de rodas para banho e cadeira de rodas motorizada apresentaram frequência de 5,7%.
Foi possível constatar outras solicitações judiciais com menores frequências, como pedidos
de realização de exames de alto custo, pedidos para a realização de cirurgias, obtenção de sessões
em câmara hiperbárica, sondas de gastrostomia e sonda uretral, elevador de transferência, cama
hospitalar, colchão casca de ovo, esfíncter artificial, espessante alimentar, suplementos alimentares,
balão intragástrico, cartão para transporte, transporte especial, calçados especiais e outros. Essas
solicitações estão enquadradas na categoria “outros” por não possuírem representação expressiva
individualmente, correspondendo no total de 5,1% das solicitações judiciais. Por fim, foi possível
identificar os tipos de serviços de saúde que os usuários da Defensoria utilizam, conforme constam
na Tabela 4.

Tabela 4 – Serviços de saúde utilizados pelos usuários da Defensoria Pública do Estado de


São Paulo, Regional de Ribeirão Preto, de 2013 a julho de 2016, Ribeirão Preto, SP.

Serviços de Saúde % de serviços de saúde


utilizados
n=433
Serviços públicos 66
Serviços privados 22
Serviços filantrópicos 12
Total 100

Os serviços de saúde foram descritos em 433 dos 461 processos judiciais. Nesse sentido,
percebe-se que os serviços públicos de saúde predominam, representando 66% dos serviços de
saúde utilizados. Já os serviços privados configuram 22%, os quais são relativos a convênios
médicos e hospitais privados. Os serviços filantrópicos configuram 12% dos serviços de saúde
utilizados.

Análise de conteúdo das entrevistas


Os dados sociodemográficos dos participantes da estapa qualitativa são demonstrados na
Tabela 5 abaixo.

Escolaridade
Ensino fundamental 20.0
Ensino médio 33.3
Analfabeto 6.7
Semianalfabeto 6.7
Não responderam 33.3

Caracterização dos Participantes do estudo % dos respondentes


n=15
Sexo
Feminino 73.33
Masculino 26.66
Faixa etária
21-30 anos 6.7
41-50 anos 20.0
51-60 anos 26.7
71-80 anos 6.7
Não responderam 40.0

Tabela 5. Caracterização sociodemográfica dos 15 usuários entrevistados da Defensoria


Pública do Estado de São Paulo, Regional de Ribeirão Preto, de 2013 a julho de 2016, Ribeirão
Preto, SP.
A caracterização sociodemográfica demonstra que a maioria dos participantes (73,33%) do
estudo era do sexo feminino. Em relação à faixa etária, a maioria dos participantes (40,0%) não
respondeu. Levando-se em consideração esse fato, dos que responderam, 26,7% tinham idade entre
51 e 60 anos.
Sobre a escolaridade, 33,3% não responderam. Sendo assim, dos que responderam, 33,3%
concluíram o ensino médio, 20,0% concluíram somente o ensino fundamental. Ainda sobre a
escolaridade, 13,4% não tinham escolaridade, divididos em analfabeto e semianalfabeto.

Das Categorias Temáticas


Foi realizada análise temática das entrevistas obtidas na etapa qualitativa, resultando em
quatro categorias temáticas: “Defensoria: serviço que se busca pelo boca-a-boca”, “Defensoria:
procurada quando não se pode pagar”, “Lacunas no conhecimento dos usuários sobre seus direitos”
e “Importância dos profissionais de saúde para divulgar o direito à saúde”.

Defensoria: serviço que se busca pelo boca-a-boca


A maioria dos usuários afirmou que soube da existência da Defensoria por meio de
familiares, amigos e por pessoas com mais acesso à informação, como profissionais da saúde,
advogados e funcionários de bancos, conforme é possível depreender das falas de alguns usuários:
“Eu conheci através de um advogado que me informou que tinha que recorrer os meus
direitos” (Usuário 3).
“Eu fui no banco né, eles me orientaram a estar indo no CSS e de lá tá indo no Fórum pra
tá resolvendo esse problema” (Usuário 5).
“A defensoria eu conheci através de um sobrinho meu, ai ele me trouxe aqui” (Usuário
15).
Um usuário afirmou conhecer a Defensoria Pública por meio da imprensa:
“Isso aí, a gente já conhece né, pela imprensa, isso já é amplamente divulgado, que
quando você não tem condições de arcar com as despesas de um advogado é para procurar a
defensoria pública” (Usuário 7).

Defensoria: procurada quando não se pode pagar


Os usuários associam a Defensoria com a necessidade de advogados gratuitos ou para
custear tratamentos e/ou remédios, conforme demonstram as falas abaixo.
“Vim na defensoria, porque eu não tenho condições de arcar com as despesas de um
advogado” (Usuário 7).
“Eu não tinha condições de dinheiro né, e aqui disse que os advogados são de graça aí eu
vim, porque eu não tenho condições de pagar advogado” (Usuário 12).

Lacunas no conhecimento dos usuários sobre seus direitos


Quando perguntados sobre seus conhecimentos em relação aos seus direitos, foi possível
perceber desconhecimento nas falas dos usuários, conforme se observa a seguir:
“Que eu saiba não” (Usuário 3).
“Não, eu não sei” (Usuário 5).
“Não, eu não sei” (Usuário 10).
“Ai, não sei não” (Usuário 12).
“Não” (Usuário 15).

Outros usuários demonstraram ter algum entendimento sobre quais são seus direitos, de
forma até a associá-los a uma determinada circunstância:
“Meu direito, é, sabe esse negócio de homem matando mulher, enteado, eu tenho medo
sabe, disso, estou sofrendo por causa disso” (Usuário 2).
“Ai, o meu direito é viver em paz né, sem agressão em casa né, meu filho é muito bravo”
(Usuário 6).
“Ah, eu acho que eu tenho direito de receber, pelo tempo que eu estou parado, e o INPS
não quer me pagar, eu acho que pelo hospital eu não fazer minha cirurgia, acham que a culpa é
minha, e não é minha, é do estado, da máquina do estado que não funciona, se a máquina do
estado estivesse funcionando já fazia mais de dois anos que eu estava trabalhando, e tava curado,
a minha doença tá gravando cada vez mais eu já sinto dor que era no tornozelo inicialmente já tá
no quadril.” (Usuário 8).
“Sei quais são os meus direitos” (Usuário 9).

Outros usuários relacionaram a busca pelo entendimento sobre direitos e o exercício desses
com a Defensoria:
“Isso que eu vim buscar orientação aqui na defensoria, entendeu?” (Usuário 7).
“Não, eu estou sabendo agora, eu não sabia” (Usuário 13).
“Ah, ainda não sei, eu vou saber agora né” (Usuário 14).
Importância dos profissionais de saúde para divulgar os meios de acesso ao exercício
do direito à saúde
A influência de profissionais da saúde na busca pela Defensoria aparece nas falas dos
usuários, conforme é possível perceber a seguir:
“Porque a psicóloga pediu porque meu marido fica me ameaçando a gente tá se
divorciando, e assim, eu tenho um filho mais velho que não é dele, eu tenho uma filha com ele, e ele
tem transtorno bipolar e ele não aceita o divórcio, sabe porque eu já perdoei ele uma vez, mas
dessa vez eu não quero sabe, ele acha que eu vou perdoar ele, mas eu não vou perdoar” (Usuário
2).
“Mandaram pra cá pela assistente social, não lembro mais não sei se eu vim por si
própria mesmo” (Usuário 6).
“Eu fui encaminhado pelo médico do Fórum” (Usuário 8).
“Foi através do médico, ela que me deu os papéis pra eu estar procurando” (Usuário 10).
“Ah, eu vim porque a doutora da minha neta mandou que eu viesse aqui pra poder
conseguir o segundo remédio” (Usuário 13).

DISCUSSÃO
Os perfis dos usuários da Defensoria obtidos nas entrevistas e na análise documental mostram
grande semelhança, pois em ambos foi possível identificar que a maior parte dos usuários é do sexo
feminino e com a faixa etária de 51 a 70 anos.
Assim, em relação à predominância do sexo feminino nos resultados, estudos demonstram
que historicamente há a visão e crença de que o sexo masculino dificilmente adoece, o que ocasiona
domínio do sexo feminino na procura por serviços de saúde (LEVORATO et al., 2014). Neste caso,
conforme foi analisado, os usuários procuraram a Defensoria por meio de pessoas com grau de
instrução elevado, o que inclui profissionais de serviços de saúde.
A identificação de predominância de usuários com idade avançada, ou seja, faixa etária de
51 a 70 anos, coaduna com estudos que demonstram que os idosos possuem maior índice de
utilização dos serviços de saúde, provavelmente em decorrência de doenças crônicas advindas do
envelhecimento (COSTA, 2004). Nesse sentido, importante retomar que as patologias de ordens
neurológicas contabilizaram 21%, aparecendo as especificações doença de Alzheimer, doença de
Parkinson e paralisia cerebral, bem como as patologias cardiovasculares representaram 14,7%, com
ênfase na Hipertensão arterial e sequelas de Acidente Vascular Cerebral, todas patologias que se
fazem presentes com a avançar da idade.
Esses achados demonstram forte relação com as demandas judiciais pleiteadas pelos
usuários da Defensoria, pois é possível observar que em primeiro lugar estão as demandas judiciais
relacionadas à solicitação de medicamento e, em segundo lugar, as solicitações de fraldas
descartáveis. Assim, observa-se que o uso de fraldas está relacionado majoritariamente às doenças
crônicas não transmissíveis e suas sequelas, e ao fato de a maioria dos usuários serem idosos.
A internação compulsória ocupa o terceiro lugar entre as solicitações mais frequentes com
auxílio da Defensoria. Essas internações ocorrem em sua maioria devido à dependência química, e
os autores dos pedidos geralmente são os familiares.
As famílias têm um forte desejo de solucionar, no sentindo de findar, o transtorno da
dependência química. Além disso, preferem não aguardar o tratamento oferecido na rede pública
por considerarem um tratamento “longo”. Dessa forma, buscam o Poder Judiciário para realizar o
desejo de internar de forma involuntária o seu familiar usuário de substâncias ilícitas (NOVAES,
2014).
Sobre os serviços de saúde utilizados, foi possível constatar que a maioria dos usuários da
Defensoria (66%) utiliza serviços públicos de saúde. Esse dado traz uma reflexão sobre inequidades
em saúde e no acesso à justiça que tem ocorrido, pois, conforme alguns estudos têm demonstrado, a
maior parte dos litigantes na área do direito à saúde no Brasil é de classe média e não usuária dos
serviços públicos de saúde (FERRAZ, 2009), fazendo com que o fornecimento de medicamentos
não seja realizado a quem utiliza exclusiva ou preferencialmente o sistema público de saúde e
depende do fornecimento gratuito de medicamentos (CHIEFFI; BARATA, 2009; VENTURA et al.,
2010). Assim, boa parte dos recursos que poderiam ser destinados à programas de saúde para
favorecer o público carente, são, na verdade, destinados à concessão de medicamentos e tratamentos
tutelados por decisões judiciais provenientes de ações demandadas por cidadãos da classe média.
(FERRAZ, 2009).
Nesse cenário, não há justa oportunidade em saúde para todos os indivíduos da sociedade.
Essa situação demonstra violação ao princípio da equidade (Lei 8080/90), que legitima o Sistema
Único de Saúde (SUS), uma vez que não há redução das diferenças desnecessárias, evitáveis e
injustas (WHITEHEAD, 1991).
Tais fatos demonstram que o acesso à justiça ainda é burocratizado, falho e repleto de
iniquidades (SANTOS, 2011). Nesse sentido, é importante que o público menos favorecido tenha
lugar como sujeitos de direito na sociedade (AVRITZER; MARONA; GOMES, 2014) e a
Defensoria pode tornar possível a cidadania de seus usuários e sua prática, de modo que os usuários
exerçam seus direitos, independentemente de intervenção judicial (GALLIEZ, 2009).
Por meio das falas dos usuários foi possível verificar a categoria temática “Defensoria:
serviço que se busca pelo boca-a-boca” e, nesse sentido, as falas demonstraram que há pouca
divulgação sobre a DPESP e de seus serviços. Alguns entrevistados informaram que conheceram a
Defensoria por meio de outras pessoas que possuem mais acesso à informação e com grau de
escolaridade superior (advogados, profissionais de saúde e funcionário de banco).
Além disso, dos 15 (quinze) entrevistados, apenas um (Usuário 7) afirmou que encontrou
informações sobre a Defensoria pela imprensa. Esse resultado traz a possibilidade de reflexão sobre
a necessidade de maior circulação sobre as informações a respeito da Defensoria (DUARTE, 2009).
Outro ponto observado nas falas dos entrevistados e que originou a categoria temática
“Defensoria: procurada quando não se pode pagar” é que os usuários associam a procura pela
Defensoria com a falta de condições para custear tratamentos e medicamentos, bem como falta de
condições para custear os honorários de advogados que pudessem advogar em demandas judiciais
em busca de tratamentos e medicamentos. Nesse contexto, nenhum dos usuários relaciona
diretamente a busca pela Defensoria com o direito à saúde. Há a ideia de que a Defensoria irá
solucionar somente um problema, mas não há a clara associação entre a Defensoria e a busca pelo
exercício de direitos.
Nessa perspectiva evidenciam-se lacunas no conhecimento dos usuários a respeito dos seus
direitos. Esse desconhecimento foi tão frequente que originou a categoria temática “Lacunas no
conhecimento dos usuários sobre seus direitos”.
Diante desse cenário, surge a reflexão de que a comunicação pública da Defensoria pode ser
ampliada para que alcance mais pessoas. Desse modo, comunicação pública deve ser entendida em
sentido amplo, além de fornecer informação, pois deve incluir a possibilidade de o cidadão ter pleno
conhecimento sobre a informação que lhe diz respeito, abarcando, inclusive, a informação pela qual
não procura (DUARTE, 2009).
Ainda sobre a comunicação pública, a Defensoria Pública tem por essência o atendimento e
assistência jurídica gratuita e integral aos hipossuficientes economicamente, bem como a
conscientização sobre direitos, sendo, portanto, esses os seus produtos sociais. Dessa forma, é
importante divulgar sua imagem social, facilitando a corresponsabilização de seus usuários com
relação ao exercício de seus próprios direitos (MACEDO, 2015).
Cabe ressaltar que nessa categoria ficou evidente a confiança que os usuários têm em relação
à Defensoria, dados que coadunam com pesquisa de Brandão (2010), que analisou entrevistas dos
usuários da DPESP, aos quais foram realizadas perguntas sobre a confiança que possuem em
relação à referida instituição, tendo como resultado respostas extremamente positivas. Esses
resultados demonstram, de forma clara que, quando o cidadão está em contato com a Defensoria
Pública, há o estabelecimento de uma relação de confiança para a defesa de direitos e acesso à
justiça.
Aqui se faz necessário destacar que os dados obtidos por meio das entrevistas demonstram
que o nível de escolaridade predominante é ensino médio completo e, nesse sentido, o fato de o
indivíduo ter baixa escolaridade não o pode impedir de participar da vida pública e, para isso, é
fundamental que reconheça a importância e valor de sua participação na esfera cívica (MATOS,
2009).
Nesse sentido, corrobora Pedroso (2011, p. 3) com a argumentação de que o acesso ao
direito e à justiça é estritamente enlaçado com a informação jurídica e a consulta jurídica na figura
da Defensoria Pública, para que os cidadãos possam conhecer e ter consciência de seus direitos,
além de saberem que é possível ter acesso às formas adequadas de resolverem um litígio.
Outro ponto importante deste estudo é que dentre os participantes, seis mencionaram que
procuraram a Defensoria por recomendação de profissionais de saúde (3 médicos, 1 psicóloga e 1
assistente social). Essas falas foram expressivas e permitiram a formação da categoria
“Importância dos profissionais de saúde para divulgar meios de acesso ao exercício do direito à
saúde”. Assim, é importante ressaltar a atuação dos profissionais de saúde para ressaltar a
relevância do exercício do direito à saúde, mas o acesso à justiça, pois percebe-se que o profissional
de saúde, incluindo o assistente social, são “portas de entrada” para o acesso à justiça que permita o
exercício de direitos. O profissional de saúde é valorizado socialmente, sendo formador de opinião.
Além disso, as opiniões dos profissionais de saúde são amplamente divulgadas e podem ter efeito
multiplicador na população geral e entre outros profissionais (LAUBER et al., 2004).
Dessa forma, enfatiza-se a importância do intercâmbio do universo jurídico e sistema de
justiça com os profissionais de saúde, possibilitando que ambas as partes compreendam melhor suas
diferentes perspectivas e identifiquem obstáculos que precisam ser transpostos para um efetivo
acesso à justiça, principalmente por cidadãos mais necessitados (ECONOMIDES, 1999;
CAPPELLETTI e GARTH, 1988). Alguns dos obstáculos foram identificados nas entrevistas, sendo
eles: a dificuldade de identificação e o reconhecimento da existência de um direito.

CONCLUSÃO
Os dados coletados na pesquisa demonstraram que a Defensoria ampara juridicamente a
população carente que a procura para solucionar demandas de saúde, promovendo o acesso à saúde.
Nesse sentido, foi possível constatar que a Defensoria representa em juízo usuários que necessitam
de medicamentos, fraldas descartáveis, internação compulsória, CPAP/BIPAP, dietas especiais,
entre outros. Isso demonstra que mesmo com o direito à saúde assegurado na Constituição Federal,
ainda existem barreiras para o seu exercício, sendo necessário ingressar em juízo para que esse
direito seja tutelado.
Nesse contexto, há a percepção de que os usuários desconhecem seus direitos e
desconheciam a Defensoria antes de precisarem de atendimento jurídico, tornando o acesso à justiça
ainda distante da população carente. Nesse ponto, é importante mencionar que os profissionais de
saúde apareceram como ponte até a Defensoria e, assim, que o engajamento entre as áreas direito e
saúde é muito importante para a promoção da cidadania e proteção de direitos.
Além disso, foi possível perceber que os usuários não relacionaram claramente acesso à
justiça para garantia do direito à saúde, sendo que alguns demonstraram não entender qual seria o
papel da Defensoria. Interessante nesse ponto é que mesmo com as lacunas no conhecimento, os
usuários demonstraram forte confiança em relação à Defensoria quando em contato com ela.
Em suma, acredita-se que este estudo contribuiu para uma visão do perfil
sociodemográfico dos usuários da Defensoria, de forma que essa instituição possa refletir sobre sua
comunicação social, atendimentos e em como pode contribuir para a melhoria do exercício da
cidadania, da promoção da equidade e do acesso à justiça. Como limitação, pode-se entender que
este estudo é um recorte de um cenário maior. Assim, algumas informações podem não ter sido
abarcadas neste estudo.

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