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INFLAMÁVEL

Série Rock I’m Rio

Livro 3/4
Copyright © 2016 por Lani Queiroz

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios

existentes sem autorização por escrito do autor.

Equipe Editorial

Revisora: Fabíola Andrade

Capista: Zilda Colares

Diagramadora: Patrícia Rossi


Playlist

All The Lovers - Kylie Minogue

Fire Meet Gasoline – Sia

Unstoppable - Sia

U2 – with or without you

Sweet Child O’ Mine - Guns And Roses

Chris Isaak – Wicked Game

Sia - Big Girls Cry.

Shameless - The Weeknd

Zayn - Pillowtalk (principal do casal)

Hoobastank - The Reason

I Need You Now – na voz de Adele

Make You Feel My Love – Adele

Adele - One and Only

Stay with Me – Sam Smith

Nirvana – Come As You Are

Always – Bon Jovi


Dire Struts – Sultans Of Swim

Amor Maior – Jota Quest

Thank You For Loving me - Bon Jovi


Ele é um bad boy do rock...

Ela, uma fã que se decepcionou com o ídolo...

Elijah Allen, o guitarrista da banda de rock americana, DragonFly, é


lindo, sexy como o pecado e ama duas coisas: sua guitarra e as mulheres...
Todas elas. Ele está bem com isso até encontrar a única que não sucumbe aos
seus encantos.

Sara Nogueira, sempre foi fã da DragonFly, especialmente de seu


guitarrista quente. Isso até encontrá-lo ao vivo e a cores e perceber que ele é
um babaca arrogante, completamente diferente da imagem que cultivou do
ídolo. Elijah a quer e vai jogar sujo, para tê-la em sua cama. Sara vai tentar
resistir ao desejo louco, que o roqueiro desperta, em seu corpo.

Quando os dois finalmente se envolvem, numa relação de sexo casual, as


chamas os consomem. Eles não conseguem ter o suficiente um do outro.

O prazer é intenso, o desejo avassalador, a paixão feroz. Cada toque é...


Inflamável. As fronteiras ficam confusas e sentimentos surgem.

Para terem um futuro juntos, Elijah terá que confrontar seus demônios
internos e a forma como lida com isso: muito sexo e rock and roll.

Sara conseguirá atravessar a armadura desse rock star apaixonante,


mas, que foge da palavra compromisso?

Esse é o terceiro livro da Série Rock I’m Rio.

Não recomendado para menores de 18 anos.


PRÓLOGO

CAPÍTULO UM

Elijah

Quatro anos antes... O primeiro encontro

Rio de Janeiro, Brasil

O Brasil é mesmo uma terra bonita pra caralho! Bom, eu ainda não vi
muito, mas pelos peitos e bundas, desfilando agora, na minha frente, a música
de Jorge Ben, realmente se encaixa. Abençoado por Deus e bonito por natureza.
Mas que beleza. Meus lábios se curvam em um sorriso lento enquanto observo
o burburinho à minha volta. Loiras, morenas, ruivas, mulatas. Jesus!

Quanta saúde, senhoras!

Paro quando as moças me puxam, para um flerte descarado. Dou-lhes


um minuto da minha atenção e beijo galantemente suas mãos. Elas geralmente
se derretem, quando faço isso, mas o que não sabem é que quando o faço,
significa que não vou foder com elas.

Falo razoavelmente bem o Português. Todos os caras da banda o fazem,


pela nossa convivência com o Liam, desde pequenos. Ele é metade brasileiro e
ama esse país. Bem, eu acabo de cair de amores pelo Brasil também, se é que
me entendem...
Olho em volta e não vejo a cadela, em nenhum lugar, ao meu alcance.
Dou de ombros e continuo andando, para a o terraço. A cadela é a Nat, nossa
assessora, caso estejam se perguntando.

É isso mesmo, senhoras. Eu tenho sentimentos pela vadia do caralho.


Ela é a boceta comunitária da banda e mesmo assim, meu coração idiota,
insiste em ter sentimentos. Bem, sentimentos, talvez seja uma palavra muito
forte... Liam costuma dizer que tenho uma tendência a me apaixonar pelas
vadias. A verdade é que gosto de foder, e as vadias sabem como fazer a coisa...

A primeira foi Nicole, no segundo ano do Ensino Médio. Pensei que eu


era o único, mas acabei descobrindo, que a putinha fodeu com o time de
futebol inteiro. O que fiz quando descobri? Fiquei puto! Realmente puto. Mas
não fiz nada. Continuei comendo a vadiazinha por duas razões: primeiro, ainda
era viciado naquela boceta e, segundo, precisava tirá-la de dentro de mim, e fiz
isso desenvolvendo o que chamo de O Método Elijah.

Certo, vou explicar melhor. Continuei enfiando meu pau na pequena


puta, até não sobrar mais sentimentos, e o ato, se transformar em algo
puramente físico. A menina que eu amava, virou apenas um foda casual, uma
boceta disponível. Quando gozei e não senti mais toda a loucura, a necessidade
de aconchegá-la junto a mim, tinha finalmente acabado.

Tem sido assim desde então. Vocês podem chamar isso de Psicologia
Reversa e eu posso garantir que funciona. Uma coisa que nós caras, temos
diferente das mulheres, é que nossos paus são mais importantes que nossos
corações. Pois é, antes de chorarem por minha causa, tenham em mente que
não sou nenhum santo. Nunca fui fiel a nenhuma garota, então, talvez eu seja
um tanto hipócrita, de esperar fidelidade quando não consigo dar isso de volta.

É, senhoras, é o que disse. Meu pau é mais importante para mim do que
a porra do coração. Estou muito bem, com meu pau direcionando as coisas,
obrigado.
Chego finalmente ao terraço e... Wow! Está muito melhor aqui fora.
Garotas seminuas na piscina. Meu cenário favorito.

Deixo meus olhos absorverem toda a cena. Então a vejo e... Porra, aqui
fora está definitivamente melhor.

Meus olhos catalogam cada detalhe da silhueta sexy, num vestido preto,
caindo no meio das coxas. Ela usa umas sandálias altas, de tiras enroladas
nos tornozelos. amo essas merdas femininas. Continuo meu desbravamento e
Jesus, que pernas! Meu pau sofreu uma guinada, porque essa morena é o meu
tipo de garota. Sim, tenho uma queda gigantesca por morenas. E essa é do tipo
mignon. Deve ter no máximo 1,70 de altura, mas as pernas parecem
impossivelmente longas e torneadas, nas sandálias foda-me. Ela tem uma
cinturinha delicada e peitos pequenos, que estão bem ajustados e empinados,
no modelo sem alças. Longos cabelos escuros caem pelos ombros, em ondas
suaves. Gesticula enquanto fala com um casal, então, ela se vira e nossos
olhares se encontram.

Jesus! Ela é linda!

Um rostinho delicado e olhos escuros, que se alargam, provavelmente


quando me reconhece. Seu olhar me percorre, da mesma forma que fiz com ela.
Quando me encara de novo, seu rosto está corado e os olhos brilhantes.

Ela parece à porra de uma fada!

Minha atenção está nela e somente nela.

Estou hipnotizado, abobalhado, parado aqui e meu coração, sim, aquele


órgão burro, começa a trovejar. Não o acionei, porra!

Ouço uma voz feminina e muito melosa, me chamando e eu pisco


desviando meus olhos da pequena fada, para uma morena peituda dentro da
piscina. Jesus! Que comissão de frente!
Ela ajeita a parte de cima do minúsculo biquíni e é quase possível ver
seus mamilos duros. Boa tentativa, querida!

Concedo-lhe um sorriso e uma piscada, pronto para voltar meus olhos


para a deusa morena e é quando ouço a voz de Liam me chamar.

― Elijah? ― giro a cabeça na direção da voz e vejo meu parceiro já com


seus tentáculos, bem enrolados na Mel, sua garota. Em seguida minha
respiração para. Literalmente para, porque eles eram o casal do lado da
pequena fada, o tempo todo e eu, estava muito ocupado comendo-a com os
olhos, para sequer notar isso.

Se ela está com a Mel, então... Merda!

Essa deve ser Sara, a irmã mais nova e, para meu azar, noiva.

Minha testa sobe em confusão. Se é noiva, por que me olhou como se


quisesse arrancar as minhas roupas?

Forço minhas pernas a se moverem e me aproximo deles devagar.

Preciso manter algum controle quando chegar até eles. Merda!

Ela fica melhor à medida que me aproximo. Meu pau, se nega a abaixar.

― Quero que conheça Sara, a irmã mais nova da Mel ― Liam fala e
enrijeço. Porra! É ela mesma!

Para Abaixo, amigão! Ordeno meu pau desobediente. Não teremos sorte
hoje. Não com esta, pelo menos.

No entanto, não consigo conter meus olhos, que bebem dela


desavergonhadamente.

Quando nossos olhos se encontram, levo um susto.


Olhos castanhos sombreados por cílios muito longos, me olham de volta.
Mas a suavidade encantadora que me hipnotizou do outro lado da piscina, não
está mais lá. Ela está me encarando, com o queixo levemente levantado, como
se eu tivesse lhe feito alguma afronta. Jesus! O que eu fiz? Além de olhá-la,
como se quisesse jogá-la por cima do ombro e fugir para algum lugar privado?
É claro!

Seu olhar me diz claramente foda-se, idiota!

Continuo a encarando, à procura da conexão que sentimos antes.

Ela pisca, lambendo os lábios e vejo. Ainda está lá, sob sua postura
hostil.

Se ela espera um pedido de desculpas por tê-la despido mentalmente,


está perdendo seu tempo. E é claro que também me deve desculpas, por ter me
olhado pedindo silenciosamente para fodê-la, quando tem a porra de um noivo.

Os cantos da minha boca se elevam em um arremedo de sorriso. Essa


garota só pode ser doida. Ou uma vadia, o que explica porque meu coração
resolveu acelerar, entrando outra vez na equação.

Lá vamos nós!

― Prazer, baby ― ronrono, estendendo a mão. ― Sou Elijah, como já deve


saber ― completo ampliando meu riso arrogante de rockstar.

Sara rola os olhos e bufa, uma expressão entediada e desdenhosa,


tomando o rostinho de fada. Uau! Sim, ela é doida!

― Eu sou Sara, como já deve saber também! ― diz um tanto ríspida,


sacudindo minha mão efusivamente. Minha testa sobe. Estou intrigado pra
caralho com essa atitude hostil. Que merda eu fiz para ela? ― Na verdade, eu
gostaria de conhecer Collin. Não leve a mal Liam e nem você, Elijah ―
prossegue, com um brilho atrevido nos olhos castanhos. ― Ele é o meu
preferido ― ela completa.

Definitivamente maluca!

Quem perguntou quem é a porra do seu preferido na banda?

E por que ouvi-la mencionar isso me irritou?

Foda-se essa merda!

― Eu posso apresentá-la aos outros ― ofereço, passando a mão pelos


cabelos, me sinto um pouco desconfortável. Meu charme não funcionou. Não
que eu quisesse que funcionasse. A garota é noiva, porra! Minha mão ainda
formiga, pelo breve contato com sua pele macia. Antes que Sara responda, Nat
chega, se pendurando no meu braço.

― Eli, vem dançar, baby! ― Nat ronrona no meu ouvido. Sua voz me irrita
e não consigo entender porque. ― Ah, oi, Melissa e... Quem é ela? ― diz
sorrindo falsamente, na direção da Mel e seus olhos se fixam em Sara, que
mais uma vez, tem uma expressão hostil no rosto.

Estreito meus olhos. Qual é a dela?

Seu olhar dispara na direção de Nat e seu maxilar enrijece. Ela parece
ainda mais incomodada com a chegada de Nat.

Interessante. Talvez eu não tenha imaginado tudo que vi em seus olhos e


na sua linguagem corporal, quando me devorou, do outro lado da piscina.

― É Sara, irmã mais nova da Mel ― respondo, meu olhar nunca deixando
Sara, nesse meio tempo. Posso sentir algo crepitando entre nós.

Yep! Não imaginei. Essa coisa ainda está queimando, entre nós. Abro
meu sorriso mais sacana e falo diretamente para Sara:
― Vou mandar Collin para você, baby. Foi um prazer conhecê-la ― seus
olhos faíscam e me afasto com Nat a reboque.

Meu corpo zumbe de excitação com a estranha interação.

Olho por cima do ombro, quando estávamos prestes a passar pelas


portas, para a sala. Wow! A pequena fada estava conferindo meu traseiro? Sim,
ela estava! Um riso lento se espalha na minha boca e dou-lhe uma piscadela
perversa, de te peguei, baby! Ela cora, desconcertada. Ela me confunde pra
caralho. Não sei qual é a porra do seu jogo, mas a boa notícia é, que tenho
bastante tempo para descobrir.

Danço pela próxima hora com Nat e mais algumas garotas. A festa está
bombando. Ainda não é como as que costumamos dar, mas dá para o gasto.

Liam está obviamente com as bolas bem presas com sua doce Mel e se
cagando de medo, dela correr para longe, quando vir o verdadeiro estilo rock’n
roll. Mas estou feliz por ele. Como seu melhor amigo, tenho escutado o idiota
falar sobre essa mulher, desde que tinha dezoito anos. Era muito tesão
recolhido. É justo que estejam finalmente se esbaldando. Ele tem o meu apoio.

O tempo todo estive consciente de Sara.

Meus olhos a buscavam como se tivessem vida própria e meu pau se


sacudia, cada vez que nossos olhares travavam na sala lotada. Ela está com o
noivo e nenhum deles, parece se encaixar na animação em volta. Estão lado a
lado, bebericando suas bebidas como se fossem meros estranhos.

Isso ganhou a minha atenção!

Isso e o fato do imbecil ficar conferindo, não muito sutil, as bundas e


peitos ambulantes, que passaram à sua frente. Qual é a porra do problema
desse cara? Ele tem essa deusa do lado e age assim? Tenho um palpite que
esse noivado vai mal das pernas. Não consigo segurar o riso com essa hipótese.
Não vou dissecar isso profundamente, no entanto.

Não agora, que vou tomar tequila, do único jeito que aprecio.

Divirto-me pra valer com os caras, lambendo as modelos sobre o balcão.

Adoro essa camaradagem entre nós. Entretanto, o Stone fez uma


gracinha, debandando das modelos e bebeu suas doses com a Mel.

Porra, o homem é mesmo um caso perdido! Eu e os caras tiramos sarro!

Ele nos mandou ir nos foder e tudo ficou bem.

Encerro mais uma dança, com uma morena deslumbrante e beijo sua
mão.

Como já mencionei, essa é à minha maneira muito particular de dizer:


baby, você é linda, mas não estou interessado em fodê-la.

Vejo Liam sozinho no bar e me dirijo para lá. Avisto a cadela dando um
show pornô do caralho, com um cara. Uh! Espera aí...

É o noivo imbecil de Sara!

Minha testa franze ligeiramente, mas retomo meu caminho.

Não é problema meu. Nenhum dos dois.

Nat não sabe, mas está sob o método Elijah e estará fora do jogo, em
breve. Muito em breve.

― Aquele não é o noivo da irmã da Mel? ― pergunto, enquanto peço uma


cerveja ao barman e me estabeleço no banco, ao lado de Liam.

― Sim, é ― ele assente e não parece nada feliz.


― Então, onde ela está? ― pergunto, tentando não ser muito óbvio.

Ele ri. Ergo uma sobrancelha.

― No banheiro com a Mel.

― Bem marrentinha, ela, não? ― bufo, levando a cerveja aos lábios.

Ele amplia o riso. Filho da puta, provocador!

― Ela não é de levar desaforo para casa, pelo que me lembro. ― oferece e
voltamos a olhar na direção dos casais dançando. Nat esfrega a bunda na
virilha do imbecil e ele pega seus quadris, moendo de volta.

Jesus! Isso parece receita para um desastre!

― Ela é sexy pra caralho ― deixo escapar e Liam me olha.

― Sim, ela é linda! ― concorda. ― E é irmã da minha garota. ― torce o


nariz. ― E noiva, embora eu tenha um palpite, que esse noivado, já afundou há
algum tempo ― nisso eu concordo plenamente. E isso me deixa ridiculamente
alegre. Não consigo reprimir um riso, cheio de dentes. ― A menos que saiba o
que está fazendo, mãos fora, idiota ― bufo, rolando meus olhos.

― Sim, papai ― zombo. Nesse momento, duas garotas se aproximam de


nós. Duas ruivas de olhos verdes, lindas e gêmeas. Uau!

Eu sempre quis transar com gêmeas!

Elas pedem dois coquetéis no bar, seus corpos roçando em mim e Liam
no processo. Aciono meu riso descarado, para a menina que está esfregando os
peitos, em meu braço. Conversamos um pouco e quando me dou conta, Mel
está expulsando a outra de perto do Liam.

Gargalho com a cena. A doce Mel pode ser ácida, pelo visto!
Bom. Ela vai precisar demarcar seu território, com um ex-prostituto do
rock como namorado.

Beijo a mão da garota e me despeço.

Franzo o cenho, lembrando que já beijei muitas mãos hoje.

Preciso me arranjar.

Desvio o olhar em volta à procura de uma boa foda, mas nada me atrai.

― Que porra é aquela? ― a voz irritada de Sara, me faz encará-la.

Sim, porra, essa me atrai. Merda!

Ela está com olhos cravados no centro da sala, com os punhos cerrados
ao lado do corpo, seu peito subindo, em respirações rápidas. E parece pronta
para matar alguém.

O noivo idiota e a cadela, ainda devem estar na porra de um show, pelos


gritos e vaias que ouço. Mas eu só posso imaginar, porque meus olhos se
recusam a deixar seu corpo sexy do caralho e essas pernas impossivelmente
longas, que eu imploraria para ter em volta da minha cintura, enquanto
enterro minhas bolas profundamente, em sua doce boceta.

Ajusto-me dentro da calça, meus olhos ainda cravados na minha


pequena fada.

Sim, porra! Estou partindo para o ataque!

Foda-se o Stone e suas recomendações. Eu a quero! E quero agora!

― Quer que te ajude a chutar a bunda daquele bastardo, querida? ―


proponho e ela vira para mim. Pisca como se só agora me notasse e cora
ligeiramente.
Interessante o que vejo quando está desarmada. Sustento seu olhar.

Jesus! Ela tem olhos encantadores.

Há algo profundo, misterioso neles.

É como se me conhecesse a fundo.

Não sei por que esse pensamento bobo me veio à cabeça, mas foi isso que
senti lá fora, quando nos olhamos pela primeira vez. Como se tivéssemos uma
ligação ou algo do tipo, o que é uma total sandice, porque nunca vi essa garota
antes.

Quero fodê-la e ela me esnobou! É isso! Só pode ser orgulho ferido.

Nenhuma mulher me rejeita, caralho!

― Você? Como faria isso? ― indaga um tanto ríspida.

Uh! Certo, esqueça mesmo a porra da ligação profunda.

Fada, o caralho! Ela está mais para cadela irritante, isso sim!

Mas não estou recuando, baby.

Não quando meu pau esteve duro, dolorido por você, a noite toda.

― Dance comigo ― ofereço, tomando um gole da minha cerveja


calmamente. Ela estreita o olhar no meu, olha na direção do noivo idiota e
volta para mim outra vez.

― Dançar? ― ela soa meio atordoada, quase vulnerável.

― Sim, música, você e eu ― rio, provocando-a e lhe deixo saber, pelo meu
olhar, que estou interessado e farei meu movimento agora. ― Suor, calor,
nossos corpos juntos... ― levanto as sobrancelhas diabolicamente. Ela arfa
levemente.
― Tem certeza que sabe dançar, idiota? ― ela se recupera rapidamente. É
malditamente boa e não vejo a hora, de levá-la num tour até o meu quarto e
fazê-la engolir esse olhar esnobe, que está me lançando. Ela quer. Está escrito
em todo o rosto e corpo delicioso. ― Odiaria ter minhas sandálias novas
pisoteadas ― não consigo segurar uma gargalhada.

Rio com vontade. Certo, ela vai me fazer trabalhar um pouco mais!

Estou começando a gostar desse jogo de gato e rato.

Vai valer a pena quando estiver montando e gozando duro em seu corpo.

Porra, só esse pensamento, faz um maldito choque, percorrer minhas


bolas.

― Suas sandálias estão seguras comigo ― ronrono, segurando seu olhar e


acrescento: ― Vem, vou te dar a melhor dança da sua vida, baby ― dou-lhe
uma piscada sem vergonha, e estendo a mão.

Ela hesita, mudando de uma perna para outra e meu olhar faminto,
passeia vagarosamente pelo corpo esguio pela milésima vez. Linda! Ela me
deixa em suspenso, por longos e irritantes instantes. Continuo lá parado, à
espera da boa vontade da princesa, até que finalmente coloca a pequena mão
na minha e é isso.

Eu venci, baby!

A levo por todo o caminho até o meio da sala.

As pessoas se afastam quando me veem. Elas sabem, pelo sorriso


arrogante de “essa garota é minha” colado no meu rosto, que terão um fodido
show, nos próximos minutos.
Sara olha o sem noção do noivo e agora vejo a dor em suas feições
bonitas. Ela estava tentando esconder isso sob a raiva, mas vejo lá, na forma
como seus olhos brilham e ela pisca, para não deixar as lágrimas caírem.

Merda! Isso me incomoda pra caralho!

Tomo seu queixo delicado na mão e trago seu olhar para mim.

― Ele vai se arrepender disso! ― digo bem próximo do seu rosto, para que
ela me escute acima do som. Cristo, ela cheira bem pra caralho. ― Confie em
mim, baby! ― ela acena e suas feições endurecem outra vez.

Uau! Uma garota durona, não é? Tive que segurar um riso. Ficamos nos
olhando, por alguns instantes. Seus lábios se entreabrem, quando a puxo com
cuidado. Jesus! Quis gemer com a sensação do seu corpo esguio colado ao
meu. Sua respiração altera e as narinas tremem, como se estivesse tomando,
apreciando o meu cheiro, como fiz com ela.

Suas mãos pousam no meu peito. Estão trêmulas e frias.

Essa reação é por causa do noivo, ou pela nossa proximidade?

Dou um leve aperto em sua cintura e desço uma das mãos, para a parte
baixa das suas costas e a abro ao máximo. Sim, sei que vocês perceberam.
Quero sentir a bundinha sobre o vestido.

O quê? Nunca disse que jogaria limpo! Além disso, estou sendo solidário
aqui. Muito solidário. Ela gemeu? Sim, ela gemeu e meu pau, definitivamente
começa a fazer parte da festa. A música Love Sex & Magic da Ciara e Justin
Timberlake começa e agradeço Ao DJ pela escolha.

Os olhos de Sara se iluminam.

― Adoro essa música ― diz, seu corpo ainda lutando bravamente para
relaxar contra o meu. Rio suavemente.
― Isso é bom, querida ― sussurro bem próximo à sua boca. ― Conhece o
vídeo? ― ela acena, lambendo os lábios nervosamente. ― Ótimo. Agora me
ajude a chutar a bunda do imbecil ― meu coração dá um solavanco quando
sou recompensado, com um pequeno sorriso.

Retribuo com um sorriso muito maior e início nosso show.

Minha mão perde a altitude e aterrissa em cheio, na bundinha dura,


gemo baixinho. Ela está ofegando levemente, começo a esfregar minha virilha
em sua frente, cavando cada vez mais baixo. Ela está sentindo o meu pau
duro, a ponto de bater pregos, mas não pula para longe. Bom. Muito bom.

Jesus, corro o risco de gozar na calça até o final dessa maldita música!

Seus braços rodeiam meu pescoço e nossos corpos se aderem mais, é


simplesmente o paraíso. Deslizo a língua pelo seu queixo bem devagar,
sensualmente. Ela quase dá um pulo, mas um flash passa em seu olhar e ela
se acalma, percebendo que é só a coreografia. Rio internamente, porque estou
a caminho de me aproveitar, e muito, dessa coreografia.

Sussurro Sara entre lambidas, em seu queixo e lábios, exatamente como


Justin faz com Ciara. Há uma sonoridade, entre os dois nomes.

Gostei disso!

Ela geme profundamente dessa vez, não retendo nada e fecha os olhos.

Linda!

Minha língua desce pelo pescoço e ela relaxa, finalmente moendo seus
quadris em sintonia comigo. Aperto sua bunda, puxando-a mais, como isso
fosse possível. Já estamos quase siameses, de tão colados.

― Isso, baby. É disso que estou falando...


Love Sex Magic

(Amor Sexo Magia)

1, 2, 3 Go (Ciara)

(1, 2, 3 Vai) (Ciara)

Sex (Ciara)

(Sexo) (Ciara)

Here we go (talk to me)

(Aqui vamos nós) (fale comigo)

(Ciara)

Your touch is so magic to me

(Seu toque é tão mágico para mim)

The strangest things can happen

(Faz as coisas mais estranhas acontecerem)

The way that you react to me

(O jeito que você reage a mim)

I wanna do something you can't imagine

(Eu quero fazer algo que você não imagina)

Imagine if there was a million me's talking sexy to you like that

(Imagine se tivesse milhões de mim falando desse jeito sexy para você)

You think you can handle, boy


(Você pensa que consegue aguentar, garoto)

If I give you my squeeze and I need you to push it right back

(Se eu te apertar eu vou precisar que você faça o mesmo)

Me afogo na música sensual e na garota deliciosa, em meus braços.

Isso já não é mais só uma exibição para o noivo idiota.

Ok, nunca foi para mim, mas posso apostar minhas bolas, que Sara está
apreciando nosso pequeno passeio indecente, tanto quanto eu.

Porra, que giro de quadril foi esse?!

Ela esfrega a bunda firme contra o meu pau e mói gostoso, como o
inferno.

Merda! A coreografia.

Giro de costas e agarro sua bunda, massageando o globo redondo,


enquanto estalo os dedos. A sala inteira explode em aplausos, gritos e vaias.

Rio e giro de frente, dando dois tapas, no seu traseiro.

Ele arqueia para frente. Santa porra!

Sua saia curta subiu, mostrando a polpa, onde a coxa termina e começa
a bunda. Gemo, porque fodidamente, amo essa parte na anatomia feminina.
Meu pau pressiona o zíper da calça, numa agonia nunca sofrida. Dou-lhe mais
alguns tapas, exageradamente coreográficos e a puxo bruscamente, contra meu
peito.

Estamos ambos ofegantes, suados e porra, muito excitados.


A partir daí, a pequena fada dá um verdadeiro show.

Nossos corpos se movimentando em perfeita sincronia, deslizando um


contra o outro, nossas respirações pesadas. Chupo sua orelha obscenamente e
minhas mãos descem pela barriga plana, pairando sobre sua pélvis. Leva tudo
de mim para não avançar, cavar entre suas coxas e sentir sua boceta quente
latejando para mim.

Ela vira o rosto, levantando o queixo e nossas bocas ficam bem


próximas. Nossos olhos travam e rimos cúmplices, por um momento. Lambo
seu maxilar. Ela ofega alto. Deslizo a língua pelo lábio inferior e não posso mais
me conter, mergulho em sua boca. Oh, merda!

Ela me recebe com avidez e exploro sua boca com ânsia!

Giro-a de frente para mim e aprofundo o beijo. Uma mão em sua nuca e
outra a sustentando na bunda. Continuamos a moer gostoso enquanto chupo
sua língua, duro. Ela geme, eu rosno e enlouquecemos, perdidos, esquecidos
da agitação na sala.

― Elijah... ― ela chora na minha boca.

Jesus! Ela vai me matar!

Levanto-a pelas nádegas e suas pernas enrolam na minha cintura.

Porra, ângulo fodidamente perfeito!

― Deus, baby... ― minha voz sai um grunhido rouco.

Ela me aperta mais pelo pescoço e voltamos a nos devorar sem


cerimônia. O beijo agora é abertamente sexual, duro, tão profundo, que meus
lábios doem. Estamos dizendo vamos foder nesse beijo e é aí que começa a
confusão...
Sara é arrancada de mim com violência. É tudo rápido demais.

Em um segundo ela está em braços e no outro, está caída de bunda no


chão.

Desvio meus olhos para o cara enfurecido, na minha frente: o imbecil do


noivo. Raiva me enche, quando vejo que ele a jogou no chão e só quero matá-lo.

Agora! Avanço para ele, acertando um soco em seu nariz.

O idiota cambaleia para trás.

Gritos e vaias soam à nossa volta. Ele se reequilibra e vem como um


touro, soltando fumaça pelas ventas. Só que era sangue que descia. Me esquivo
de seu ataque e o golpeio na mandíbula, levando-o ao chão dessa vez.

― Você não toca nela, seu fodido do caralho! ― esbravejo e braços


musculosos me seguram, para impedir de continuar a bater no infeliz.

Era Greg. Mat vai para o sem noção e o levanta pelo colarinho.

Sua cara é uma bagunça, mas quero bater mais.

Tento me libertar, mas Greg é muito mais forte do que eu.

Não é à toa que é o chefe da nossa segurança.

― Sua puta! Se quer ficar com esse roqueiro idiota, que fique! ― ele
ousou berrar na direção de Sara. Ela devolveu meia dúzia de palavrões para ele
e se levantou.

Greg rosnou para Mat o jogar para fora imediatamente, e em seguida o


cara de bunda, foi arrastado ainda gritando e esperneando.

― Você está bem? ― me desvencilho de Greg e dou um passo na direção


de Sara.
Ela dá dois para trás. Seus olhos lacrimosos estão olhando em todos, os
lugares menos para mim.

― Eu só quero ir para casa. Você pode avisar a Mel para mim? ― sua voz
é triste, quebrada, quando ela finalmente encontra o meu olhar. ― Eu...
Desculpe-me se eu te dei a impressão errada. Eu... ― ela balbucia
nervosamente.

― Impressão errada? ― rosno. Ela estreita os olhos com a minha reação.


Tomo uma respiração profunda e sugiro, usando um tom mais brando: ― Vem
comigo. Vamos para um lugar mais tranquilo.

Ela bufa, revirando os olhos.

Uh! Estamos de volta à cadela irritante?

― Deixe-me adivinhar ― ela zomba. ― Seu quarto?

Frustração corre em mim. Que garota mais louca.

Era ela mesmo que estava me comendo agora a pouco, enquanto


dançávamos?

Sim, era. Ainda assim, quer continuar a fingir, que não há essa química
inflamável entre nós.

― Sim, meu quarto ― digo, resolvido a bater de frente. Que se dane!


Nunca precisei mendigar por uma boceta. Essa maluca não será a primeira. ―
Mas pode ser em qualquer outro que você quiser, querida ― seus olhos faíscam
e decido empurrá-la um pouco mais. ― Apenas seja honesta e admita que está
louca para me foder, desde quando me viu lá fora ― seu rosto fica vermelho e
ela se estica toda.

Meu pau decide subir outra vez. É ele caiu com a bagunça.
Nos dê esse desconto, certo?

Parece que ele aprecia a petulância da pequena fada. Ela anda devagar,
sedutoramente, parando à minha frente e nesse momento, sinto todos os
olhares sobre nós. Sua boquinha bem desenhada se curva, num riso atrevido.
Sim, definitivamente o meu pau adora isso.

― Seu pau não vai chegar nem remotamente perto da minha vagina,
baby ― ela sussurra para que só eu a ouça.

Arregalo os olhos. Wow! Essa garota realmente tem alguns bons


palavrões na manga e não tem medo de usá-los.

Abro meu riso mais pervertido, me aproximando do seu ouvido e


murmuro:

― Oh, uma mulher com uma boca suja. Cuidado. Posso me apaixonar
por você, baby ― devolvo. ― E meu pau, não vai apenas chegar perto, querida.
Em breve você estará com a calcinha nesses lindos tornozelos, enquanto te
fodo por trás ― ela prende a respiração. Bom. ― Vou te comer com tanta força,
que vai me sentir por uma semana inteira. É assim que vai ser ― ela salta para
trás, o rosto vermelho como um tomate. Rio perversamente. Fiz bem o meu
ponto. ― Greg, cuide para que Sara chegue em casa com segurança ― peço,
ainda mantendo meus olhos sobre ela, que parece ter perdido seus
comentários espertinhos.

Nat chega se pendurando em mim, numa tentativa patética, de demarcar


território.

Os olhos de Sara cravam na vadia. Se olhares pudessem matar ela cairia


morta. O que me intriga, é que não sei se essa raiva é pela vadia ter dançado
com seu noivo, ou por estar comigo. Uma parte bem idiota e arrogante de mim,
quer acreditar que seja a segunda, mas preciso analisar bem os fatos aqui.
Por mais confusos que sejam os sinais que Sara me envia, presenciou a
verdadeira face de seu noivo hoje.

Talvez deva deixar essa garota em paz. Liam vai provavelmente, arrancar
as minhas bolas, quando souber da confusão.

Ela nos dá um fraco boa noite e se vira, sendo acompanhada por Greg.

Sim, deixá-la em paz seria o melhor a fazer, se não fosse por um detalhe:
sinto que essa garota não vai sair da minha cabeça, enquanto não a tiver.

― Não posso acreditar que você a beijou ― Nat me diz num tom cortante.
― Ela é tão sem graça ― acrescenta obviamente despeitada.

Eu me viro para ela, dando um olhar duro.

― E por que isso seria da sua conta, Nat? ― rosno. Muito puto ainda por
ter perdido minha pequena fada, marrenta e gostosa. ― Beijo quem eu quiser ―
ela se encolhe um pouco porque, para variar, estamos sendo assistidos por
todos. Grande. ― E sim, enfio o pau em quem eu quiser! ― ouço alguns
assovios pela última declaração.

― Eli, baby, só fiz um comentário ― ela se defende com uma expressão de


falso arrependimento.

Cadela. Mas, estou com um tesão do caralho e minha opção um foi


embora.

― Vou cuidar da minha mão na cozinha ― chego mais perto do seu


ouvido e sussurro: ― Por que não vai para o quarto e me espera na cama, nua?
― ela abre um riso brilhante e me beija duro.

Dou um tapa forte em seu traseiro e me dirijo para a cozinha.


Sara

O segundo encontro... O jantar.

Estou absorta, ajudando meu pai a arrumar a mesa.

Ainda não acredito que a Mel, minha própria irmã, convidou o babaca
pomposo para o nosso jantar.

Cristo! Cortaria relações se ela não fosse à pessoa que mais amo no
mundo, depois do meu pai. Sei que não fez por mal. Ela convidou todos os
caras da banda. Acho que foi uma tentativa de desviar um pouco, o foco do seu
marido.

Sim, porque o Sr. Pedro Nogueira, não está muito contente com o fato do
muito gostoso deus do rock, Liam Stone, ter arrastado a Mel para casar em Las
Vegas, escondido de todos.

Bem, escondido do meu pai, uma vez que eu e Chay já sabíamos.

Não consigo evitar um suspiro ao pensar sobre isso.

Meu cunhado é tão lindo, apaixonado e fofo.

E o mais importante, sabe foder duro, muito duro, pelo que minha
sortuda irmã me conta. Puta merda! Até eu fico com tesão, com seus relatos.

Minha Nossa Senhora dos homens gostosos! Liam Stone passou na fila
da gostosura, um milhão de vezes pelo visto.

Mas, voltando ao babacão do Elijah. Maldito seja!

Só em pensar nesse nome, minhas pernas tremem e outras partes da


minha anatomia, enlouquecem. Passei anos sonhando com o ídolo. Desde o
primeiro álbum da banda, me transformei numa fã da DragonFly e, mais
especificamente, do guitarrista sexy e quente como inferno. Perdi a conta de
quantas vezes me masturbei, imaginando aquela boca carnuda. O homem tem
uma boca feita para coisas sujas... Será que isso foi traição ao meu noivo?
Merda! Acho que foi, mas isso não importa mais porque o cuzão do André está
fora da minha vida. O idiota levou anos da minha vida para acabarmos assim...

Sabia que algo estava errado nos últimos meses. Nós, mulheres sentimos
quando nosso homem perdeu o interesse. André deu todos os tipos de sinais,
mas escolhi ignorá-los. Nos últimos meses sempre trabalhava até tarde,
alegando reuniões intermináveis. Uma vez o surpreendi em seu apartamento
com uma loira bonita. Os dois pareciam meio sem jeito. Ele a apresentou como
sua colega de trabalho e inventou uma desculpa, de que ela havia ido até lá,
para pegar alguns documentos. A anta aqui acreditou, mas agora vejo que ele
provavelmente estava fodendo com a vadia, pelas minhas costas.

Eu odeio os homens! Por que eles têm que ser tão idiotas, traidores,
escória?

Já cogitei virar lésbica, mas isso nunca funcionaria para mim.

Amo demais um pênis. Não aqueles de borracha. Gosto da coisa real,


com fungadas e mordidas no cangote... Trágico.

― Está tudo bem, querida? ― a voz carinhosa do meu pai, me tira da


minha lamúria interior. Estávamos terminando de colocar a mesa. A
campainha toca. Abro meu melhor sorriso engana pais. Ele sorri de volta
meneando a cabeça. ― Então, esse garoto do rock fisgou mesmo sua irmã, não
é?

― Oh, sim, papai. Liam Stone realmente sabe fisgar, de acordo com a Mel
― rio maliciosamente e ele faz uma carranca.
― Santo Deus! Sara, mantenha esses comentários, para si mesma! ― ele
reclama. ― Não quero pensar na minha menina, com esse pervertido do rock.

Eu rolo meus olhos e vou até ele, envolvendo meus braços à sua volta.
Ele me abraça carinhosamente.

― Sua menina já não é mais tão menina. Liam a ama, pai. Você vai
concordar quando os vir juntos ― dou um suspiro sonhador. ― O jeito que ele
fala com a Mel. O jeito que olha para ela. Cristo, minha irmã é a cadela mais
sortuda do planeta!

Ele resmunga.

― Olha a boca, mocinha.

― Pai não sou mais uma mocinha, faz um bom tempo! ― ele resmunga de
novo. Rimos nos dirigindo para a sala. ― Eu te amo velho resmungão! ― ele
beija meus cabelos.

― Te amo também, minha menina atrevida, ― diz suavemente.

Sua assistente, Emília, está abrindo a porta. Ela está com ele desde
sempre. É uma morena linda na faixa dos quarenta, e ainda solteira. Eu e a
Mel sabemos que nutre sentimentos pelo nosso pai, mas ele é tosco o suficiente
para não notar isso, e continua comendo vadias. Ele faz isso desde que nossa
mãe morreu. Diz que nunca vai se casar de novo, porque o verdadeiro amor só
acontece uma vez na vida. Acho um discurso bem fraco, na verdade. Adoraria
que meu pai tirasse a cabeça da sua bunda, e enxergasse a mulher perto dele,
mas ele é homem, no final das contas e como toda a sua raça, tem tendência a
fazer merdas. Não é porque o amo loucamente, que não vejo seus defeitos.

Meu fluxo de pensamentos é cortado, quando minha irmã entra seguida


de Liam, que está segurando a mão de Chay. Eles são tão fofos juntos!
Oh, Deus, tomara que ele não tenha vindo. Tomara que... Puta merda!

Elijah entra e meu coração estúpido, começa uma corrida de cem metros
rasos.

Uau! Mil vezes Uau! Ele está tão gostoso que chega a ser injusto.

Usa calça jeans escura, muito colada, que adere às pernas deliciosas e
uma camiseta verde musgo, de mangas longas, puxadas displicentemente nos
antebraços. Ela se agarra ao abdome e peitoral definidos.

Oh, cara, alguém, por favor, providencie uma colher! Eu quero comê-lo!

Desconfio que a baba esteja escorrendo no meu queixo nesse exato


momento.

Merda. Fecho a boca. Sim, ela estava realmente aberta. Não me culpem.
Uma olhada nele e vocês verão, que minha reação, é perfeitamente aceitável.

Seguimos para o meio da sala aonde Mel vem nos encontrar, de mãos
entrelaçadas com seu rockstar quente. Uau! Liam está igualmente gostoso.

Com todo o respeito, é claro.

Minha irmã me dá um olhar de agradecimento, por ter amaciado nosso


pai, antes do confronto.

Disponha, maninha! Digo-lhe de volta.

Ela faz as apresentações e eu fico perdida, sem jeito, quando meu pai me
deixa sozinha, à mercê do deus da guitarra que ainda estou tentando, evitar o
olhar.

Controle-se, Sara!

Você não é nenhuma groupie deslumbrada, pelo amor de Deus!


― Hei, Sara ― e lá se foi meu discurso mental, totalmente arruinado,
quando ouço a voz baixa, profunda, sexy como o inferno.

Obrigo-me a encontrar seus olhos e meu fôlego se vai também.

Seus olhos verdes são do mesmo tom da camiseta, estão escuros,


tempestuosos, carregados de malícia e certo divertimento, como se soubesse
exatamente, que minha vagina possui zero respeito próprio e está úmida,
latejando ridiculamente.

Minha Nossa Senhora das vaginas sem noção!

― Bom te ver de novo! ― reviro os olhos mentalmente.

Aposto que é. Galinha!

― Elijah ― digo, no meu melhor tom neutro e os cantos da boca


pecaminosa, sobem num de seus sorrisos zombadores. Babacão!

― E esse é Elijah, amigo e parceiro de banda do meu marido ― Mel o


apresenta e solto a minha respiração, quando Elijah para de me despir com
seus malditos olhos, e olha na direção do meu pai.

Eles dão um aperto de mãos firme. Não posso deixar de olhar as mãos
grandes e calejadas, que estiveram sobre mim na nossa dança, pra lá de
indecente. A forma como acariciou o meu corpo, me enlouquecendo, me
deixando quente, queimando como nunca estive com outro.

Tenho que reprimir um arquejo. Cristo, isso tem que parar! Trágico.

― É um prazer conhecê-lo, senhor! ― ele diz todo simpático e acrescenta:


― Minha mãe é uma admiradora do seu trabalho. Presenteei-a com duas de
suas telas, no seu último aniversário.

Quê?! Estreito meus olhos no idiota pomposo e obviamente mentiroso.


Elijah me encara e sorri. Cara, que truque mais sujo!

Digo-lhe com os olhos.

Ele amplia o riso e volta a atenção para o meu pai.

― Ah, que satisfação! ― meu pai parece tão surpreso quanto eu. ― Quais
telas? ― boa papai. Vamos ver como o garoto da guitarra se sai dessa.

Um riso me escapa, mas Elijah não se abala e responde:

― A Praia e Tormenta. ― o imbecil responde e desvia o olhar vitorioso


para mim. Merda. Ele é bom.

Meu pai abre um riso satisfeito.

Ele ama o que faz e como todo artista, adora ter o seu trabalho
reconhecido.

― Dê meus cumprimentos à ela, meu rapaz. ― meu pai solta, já rindo,


como se fossem velhos amigos.

Tomamos drinques antes do jantar na varanda.

Seu Pedro, apesar de polido, não dá moleza para o Liam.

Tadinho do meu cunhado.

Meu pai tem sido muito protetor com Mel, depois do seu primeiro
casamento. Minha irmã viveu anos com um traste que a desrespeitou, até o dia
da sua morte. O nosso lindo rockstar está pagando pelos erros de outra pessoa.
Eu e a Mel estivemos o tempo inteiro suavizando a conversa, esperando nosso
pai pegar a dica e parar de ser um cuzão total.

O quê? Eu já disse que não é porque o amo, que não vejo quando faz
merdas.
Durante o jantar, meu pai finalmente baixa as armas. É claro que meu
sobrinho lindo, também teve uma grande contribuição. Meu pai sabe que Chay
é muito seletivo e ciumento com a mãe, e se até o menino abriu a guarda para
o Liam, ele não devia ser má pessoa. As crianças são melhores juízes de caráter
do que os adultos, na maioria das vezes.

Sinto uma perna dura roçando na minha e tomo um susto, quase


engasgando com o vinho. Olho para o idiota do meu lado e ele tem um risinho
irritante curvando sua boca.

É guerra que ele quer? Ok, estou dentro!

― Então, Elijah ― chamo e ele se vira para mim. ― Sua mãe é mesmo
uma fã do trabalho do meu pai, ou você só disse isso para bajulá-lo? ― seus
olhos estreitam, ficando em fendas.

Cristo, ele é tão bonito!

Sacudo esse último pensamento, porque isso não vem ao caso.

― Sara o que foi isso? ― papai me repreende. Olho em volta da mesa e


todos estão me olhando, com expressões um tanto reprovadoras.

― Tudo bem, senhor! ― Elijah diz, e eu posso sentir o riso, na sua voz
sexy. ― Minha mãe é realmente uma fã de artes, Sara. Ela descobriu o trabalho
do seu pai, numa exposição em Seattle, no ano passado, e me deu algumas
dicas, nada sutis de presentes de aniversário. ― todos riem, junto com ele.
Todos, exceto eu, claro.

― Não me lembro de você ter ido a Seattle, papai ― digo, minha voz um
pouco débil.
― Foi no mesmo período em que estive em Nova Iorque, querida. Dei uma
passada rápida por lá. É uma bela cidade, Elijah! ― meu pai explica e Elijah
amplia o riso muito, muito irritante.

― É a globalização. Hoje em dia, a arte ultrapassa rapidamente as


fronteiras. ― ele diz diretamente para mim, usando um tom condescendente,
que faz fumaça sair pelos meus ouvidos.

― E o que um cara que toca guitarra, sabe sobre globalização? ― Uh! De


onde veio isso? Soou ridiculamente preconceituoso. Eu não sou assim. Cristo,
alguém me pare! Agora!

― Sara! ― a voz do meu pai é dura. ― O que deu em você? ― me sinto


uma garotinha, diante de seu olhar reprovador. Tomo mais um gole de vinho
para ocupar as mãos. Merda!

― O cara que toca guitarra foi para a universidade. ― Elijah me faz olhá-
lo. Seu tom é cortante e os olhos verdes estão escuros. Ele parece zangado e...
Quente. Oh, cara! ― É claro que com a vida na estrada, eu não fui para uma
convencional. Existem universidades virtuais, sabia disso? Há uma coisa
chamada internet, que por sinal, está intimamente ligada ao processo de glo-
ba-li-za-ção. ― ele soletra a última palavra como se eu fosse alguma lesada.

Ok, eu mereci isso. Puta merda! Ele foi para a universidade.

Como não fiquei sabendo nada a respeito?

Bem, não sei tudo sobre ele.

Pensei que soubesse.

― Hum, certo. Parabéns! ― digo, abrindo minha melhor tentativa de


sorriso conciliador. ― Qual a sua formação?

Ele me analisa por alguns instantes, então, abre o riso provocador.


― Talvez possamos falar mais sobre isso, em outra oportunidade.

Ele diz e só eu percebo, que está se referindo ao insistente convite para


jantar, que tenho recusado. O homem é bom.

Muito bom e eu não posso baixar minha guarda, perto dele.

Quando permaneço em silêncio, ele volta a atenção para o seu prato, me


dispensando sumariamente.

― Liam vai ser meu pai agora, vovô! ― Chay informa e eu agradeço pela
mudança de assunto. Seus olhinhos castanhos brilham de euforia.

― Isso é verdade? ― meu pai se dirige diretamente a Liam, que parece


mais à vontade, troca uma piscadinha e um sorriso cúmplice, com meu
sobrinho.

― Sim, é, senhor. Eu sei que ele já tem um pai, mas para mim é uma
honra, que Chay se sinta dessa forma comigo, porque eu fodid... Digo, eu quero
muito ser uma referência para ele. ― minha irmã coloca a mão por cima da
sua, ele a pega e a leva aos lábios, num beijo suave. Seus olhares se encontram
e a sala parece abafada, com tanta coisa dita nesse olhar, tesão, paixão,
orgulho e amor, muito amor. ― Chay é uma parte da Mel e eu preciso que o
senhor entenda, que amo tudo dela. Cada pequena parte. ― ele completa não
desviando o olhar da sua mulher.

Puta merda! O homem abusa do direito de ser lindo e fofo.

Com isso, meu cunhado equilibra o placar. Já era hora.

Atrevo-me a roubar um olhar, de canto de olho para Elijah e ele tem uma
expressão suave no rosto, enquanto observa a interação do Liam e da Mel.

― Se há algum bastardo na banda... ― Elijah se interrompe e abre um


riso sem jeito. ― Digo, cara na banda, que saberia cuidar bem de uma família,
esse é o Liam, senhor. ― Oh, ele defendendo o amigo. Isso é fofo. Não, não é.
Sim é. Estou me chutando na canela agora. Ele não é nada fofo. Sem chance. ―
Além disso, escuto esse idiota falar sobre Mel, desde que tinha dezoito anos.
Ele é fodid... Hum, completamente louco por ela. ― merda.

Estou inclinada a gostar do babacão.

Só um pouco, no entanto. Eu ainda não perdi a minha mente.

Meu pai volta com sua carranca. Lá vamos nós outra vez.

― Quando ela ainda era uma mulher casada. ― ele diz. É sério isso, seu
Pedro? Eu quero lhe devolver a bronca agora.

― Já chega papai! ― Mel diz, seu tom mais magoado, do que irritado e
meu pai, se encolhe um pouco. Ele não é esse fodão que quer parecer. Apenas
nos trata, como suas eternas meninas. ― Eu trouxe Liam para apresentá-lo
como meu marido a você, porque te amo e sua aprovação é importante para
mim. ― meu pai toma um gole do seu vinho, obviamente para desfazer o nó na
garganta. ― Mas é preciso que entenda. que nada vai me fazer deixá-lo. Eu amo
esse homem! ― Liam aperta sua mão que ainda estava unida à dele. Mel o olha
e lá vamos nós com mais um olhar incendiário. ― Amo cada pequena parte,
baby! ― ela sussurra, repetindo as palavras dele.

Os dois dão um selinho comportado, mas isso cala definitivamente os


argumentos ranzinzas do nosso pai.

Arrasou maninha! Quero ser igual a você quando crescer!

― Certo querida! ― meu pai diz em tom conciliador e arrependido.

― Fim da Santa Inquisição? ― Mel o olha, com um riso brincando nos


lábios e ele derrete.
― Encerrada. Prometo. ― meu pai pega sua outra mão livre e deposita
um beijo carinhoso.

Ufa! O clima fica mais leve depois disso.

Após o jantar, nos dirigimos para a sala de estar, onde meu pai resolve
oferecer a verdadeira hospitalidade, ao seu novo genro.

Meu corpo fica imediatamente em alerta, quando Elijah toma o assento


do meu lado, no sofá. Perto demais para o meu gosto. Sua coxa dura toca a
minha, sempre que tem uma chance. Posso mudar de lugar, mas seria
grosseiro. Foi só por isso que não saí. Minha decisão não tem nada a ver com a
sensação gostosa, que toma conta de mim, quando o idiota roça a minha
perna. Bom, pelo menos é isso que estou dizendo para mim mesma.

Cristo! Sou tão mentirosa...

Eu posso sentir seus olhos sobre mim, na maior parte do tempo.

Acho que ele não aprendeu nada sobre o meu pai, ou queria ter sua
bunda chutada também, se seu assédio, nada sutil, fosse percebido. Sua sorte
é que as atenções estão todas sobre o Liam agora.

Arrisco uma olhada e eu tinha razão, os olhos verdes, estão cravados em


mim.

Ele ri lentamente e minha atenção cai, para sua boca.

Santo inferno! Que boca!

Ainda posso sentir seus lábios firmemente pressionados contra os meus,


me comendo no beijo fumegante, que compartilhamos.

Não sou capaz de esquecer.

Tentei, mas creio que isso não será possível, pelo próximo milênio.
Na verdade, uso essas memórias toda maldita noite quando me toco.

Animador.

Levanto-me, anunciando que vou ao banheiro.

Minhas pernas estão um pouco instáveis, tanto pelas duas taças de


vinho, que tomei no jantar, quanto pela proximidade de Elijah.

Por que ele tinha que vir aqui hoje?

Tenho tido algum sucesso em evitá-lo. São onze dias, tentando resistir à
atração intensa, que sempre senti pelo ídolo e que, só se intensificou quando
tive um gostinho da coisa real.

Puta merda! O homem tem um bom equipamento!

Excelente, na verdade.

Não esqueço a sensação quando moeu contra a minha bunda, ou contra


a minha vagina, quando me agarrei a ele, abraçando-o com as pernas. Meu
rosto fica em chamas, ao recordar que fizemos tudo isso, em uma sala lotada.

Que ele é sem vergonha, descarado, nenhuma novidade, mas eu nunca


fui assim. Sim, sou atrevida. Gosto de sexo. Muito, diga-se de passagem. Mas,
nunca me deixei levar pelo momento, de forma tão despudorada e livre. Merda.

Gostei mais daquela experiência, do que me permito admitir!

Essa é a verdade. Pronto. Admiti.

O homem é lindo, gostoso, só que não vou agir sobre isso.

Um rockstar na família já é o suficiente.

Bufo, enquanto entro no banheiro.


Elijah e família parecem não caber na mesma frase.

Ele é um galinha, pelo amor de Deus!

Vou até a torneira e espirro água em meu pescoço e em alguns pontos do


rosto. Cristo, que calor absurdo é esse?

Fecho os olhos por um instante, mas salto em seguida, quando a porta


se abre e o objeto, dos meus pensamentos caóticos entra. 1,89 m de pura
gostosura e safadeza.

Sou fã, por isso sei sua altura exata, caso estejam se perguntando. Não,
eu não sou uma perseguidora, caso estejam se perguntando também. Certo, eu
vou me acalmar. É que esse cara mexe demais comigo. Eu fico louca com meus
hormônios, totalmente fora de controle.

― O que faz aqui? ― meu tom é muito defensivo. Ele fecha a porta e gira
a chave. Oh, merda. Isso não é bom. ― Você está louco? Saia ou eu vou gritar!
― ameaço me afastando da pia. Eu devia ter ido ao banheiro do meu antigo
quarto.

― Grite! ― ele diz baixinho, enquanto avança devagar, como um


predador, cercando sua presa.

― Saia! ― rosno, recuando até minhas costas baterem na parede.

Ele ri, presunçoso, arrogante e em segundos, está na minha frente, seus


braços me prendendo dos lados nos azulejos.

― Não. ― rosna de volta, os olhos escuros, dilatados e lindos. Puta


merda. ― Aquilo lá na mesa foi idiota, só para você saber. ― sussurra. Sua
boca descendo, bem próxima da minha.

Eu ofego levemente, quando sinto seu cheiro.


― Sim, foi. Desculpe-me, ok? ― digo baixinho, minha voz um pouco
trêmula. ― Você realmente foi para a universidade? ― tento puxar assunto para
distraí-lo.

Ele ri como uma hiena, pronto para me devorar.

― Por que, baby? É preciso um diploma universitário para te foder? ― se


aproxima mais e eu prendo a respiração. ― Sim, fui. Minha mãe guarda o
diploma como se fosse uma relíquia. Sabia que aquela merda ia me servir em
algum momento. ― ele está tirando sarro de mim. Babaca pomposo! ― O que
mais você exige, querida? ― sussurra. ― Vamos tirar tudo do caminho, para
que possa aceitar meu convite, para jantar.

Bufo alto.

― E o que seria o cardápio? ― zombo. ― Eu? Esqueça o jantar, querido.

Ele solta uma risada linda. Cativante, na verdade. Eu estou ferrada.

― Gosto de uma garota esperta e decidida ― murmura quase tocando


meus lábios. Porque ainda não o empurrei é um mistério para mim. ―
Esqueçamos o jantar, então... ― seus olhos estão fumegantes agora,
violentando os meus. ― Vamos apenas foder!

Meu corpo treme e minha calcinha fica instantaneamente, alagada.

Puta que pariu!

Solto uma risada desdenhosa, tentando esconder o quanto me afeta.

― Me surpreende que você consiga transar; ― bufo. ― Suas cantadas são


de morte, amigo.

Ele me presenteia com outro riso lindo. Merda.


― Oh, você achou que estava te cantando? ― olho-o em confusão. Seu
riso se torna arrogante. ― Não preciso baby. Sua calcinha está toda molhada e
sua boceta latejando, desde o momento em que passei pela porta da sala, mais
cedo ― ele inala profundamente e enfia uma mão em meus cabelos, puxando,
mantendo-me cativa. Gemo miseravelmente. ― Tem uma história aqui.
Inacabada.

― Não tem nada! ― rebato. ― Por que não volta para sua cadela loira?

Uh! Isso saiu cheio de despeito. Ele percebe, é claro.

― Isso não tem nada a ver com ela, ou qualquer outra ― ele não nega.
Isso me incomoda e dói pra caramba. É por isso que não posso ceder aos
caprichos, da minha vagina. Ela o quer. Cristo quer desesperadamente! Mas
não sou uma foda casual. Nunca serei. ― Isso é entre nós. Não consigo parar
de pensar em você, desde que senti seu gosto ― seu tom baixo e sexy viaja em
mim. Seu corpo cola ao meu e ele solta um gemido de aprovação, quase de
saudade. Arquejo quanto sinto seu pau duro na minha barriga. ― Eu vou te
beijar agora ― ele sopra em meus lábios.

― Não, não vai! ― o empurro.

Ele ri perversamente e sua mão livre, cai para minha bunda, amassando,
puxando-me.

Afasta as pernas e mói direto na minha pélvis. Puta merda!

Tento empurrá-lo mais firme, mas ele parece uma rocha. Literalmente.

― Baby, isso foi um protesto patético! ― zomba, continuando a me


torturar. ― Tente com mais afinco, dessa vez. ― ele rosna, puxando meus
cabelos.

― Babaca! ― tento com mais afinco, mas é inútil.


― Acabou? É só isso? ― tento acertá-lo entre as pernas, mas ele se
esquiva rapidamente e empurra seu corpo, esmagando-me contra a parede
outra vez. ― Agora vou te beijar e não há nada que possa fazer sobre isso,
minha pequena fada ― ele avisa e seus lábios se apossam dos meus, tomando
tudo, devastando, como um maldito conquistador romano. Minha língua
traidora o encontra, no meio do caminho e ele a chupa com força. Choramingo,
enquanto seu pau acerta o meu clitóris repetidamente, numa dança erótica. Me
rendo, puxando-o pelo pescoço e o beijo de volta, com tudo que tenho. ― Isso,
baby. Dê isso para mim. Não retenha mais nada! ― sussurra com a voz rouca,
lambendo a minha língua.

Mordisco seus lábios e nos perdemos. Nossos lábios, línguas e dentes se


provocando numa fome mútua.

Deus, ele sabe beijar!

Suas mãos sobem pela minha barriga até os seios e eu ofego, quando os
acaricia sobre o vestido. Num segundo as alças descem pelos meus ombros e
ele se afasta um pouco. Os olhos verdes caem sobre meus pequenos seios
desnudos e escurecem mais, parecendo encantados. É lisonjeiro.

Meus seios não são lá grande coisa, mas o olhar que me dá agora me faz
sentir como se tivesse dois airbags. Ele geme e enche as mãos neles, sem
desviar o olhar do meu. Choramingo e sua cabeça desce lentamente. Oh, cara!

Pendo a cabeça contra a parede, fechando os olhos com a sensação dos


lábios indecentes chupando meus seios juntos. Ele brinca com os mamilos,
rolando a língua deliciosamente. Minha calcinha pinga agora.

― Oh, Deus. Elijah... ― balbucio o seu nome, sob a doce tortura.

Ele passa a sugar com mais força, mamando em mim tão forte, que sinto
o sangue aquecer na minha pele. Sua boca sobe pelo pescoço em lambidas e
chupadas, enquanto gemo sem cessar.
Puta merda!

― Me deixe fazer você gozar, baby! ― sussurra eroticamente no meu


ouvido. E uma mão desce procurando a barra do vestido. ― Preciso saber como
você é gozando. Preciso disso ― ele chupa um ponto atrás da minha orelha e
me derreto, minhas pernas bambeando. Seu braço livre me firma, enrolando na
minha cintura e ele sobe pela minha coxa. Tranco a respiração, ansiando seu
toque, na minha muito necessitada vagina. ― Porra, tão fodidamente molhada!
― grunhe quando desliza os dedos sobre a minha calcinha. Afasto mais as
pernas, dando permissão silenciosa e ele não perde tempo, afastando o tecido
úmido para o lado. Me tortura, massageando meu clitóris e quando mete dois
dedos, em mim eu mordo o lábio para não gritar de tesão. ― Jesus! Tão
apertada, tão gostosa, porra! ― rosna e começa a me foder, devagar a princípio.

Nossos olhares permanecem trancados, vendo a reação do outro.

Intenso pra caramba. Nunca fiz nada parecido.

A boca se fecha em meio seio direito e lamento com seu assalto duplo.

Estou tão perto.

Olho em sua calça e a ereção gigante está ameaçando rasgá-la.

Não sei de onde veio tanto atrevimento, mas me vejo levando as mãos
para seu jeans. Ele geme em aprovação, mas não larga meu seio. Abro seu
botão e zíper e estou numa corrida louca, em busca de seu pau.

Puta que pariu! Eu deixo escapar uma exclamação quando o sinto.

É enorme e grosso. Minha mão não o abarca.

Mais sucos jorram em minha vagina e ele sorri, fazendo cócegas contra a
minha pele.
Arrogante!

Cristo, mas com um pau, desses o cara tem o direito de ser arrogante.

Puta merda! Consigo finalmente tirá-lo livre do jeans e cueca e o bombeio


suavemente, meus olhos deslumbrados e um pouco assustados.

É lindo pra caralho. Sem trocadilhos.

Elijah para seu ataque nos meus seios e traz a boca para a minha.

Não nos beijamos, apenas ofegamos, enquanto trabalhamos em busca do


nosso alívio.

Deslizo os dedos pela cabeça espessa e pego o pre-sêmen espalhando em


seu eixo. Ele geme e fecha os olhos, os lábios levemente abertos.

Lindo demais.

Seus dedos cavam profundo dentro de mim e ele os puxa. Lamento. Ele
ri e espalha meus sucos pelo seu pau.

Oh, cara, isso é muito quente!

Então, ele volta a me preencher e nos bombeamos duramente agora.


Seus dedos entrando fundo, girando, massageando as paredes e nervos,
enquanto o polegar gira no clitóris.

É o céu!

Minha mão desliza mais facilmente em seu eixo, com mais força,
apertando-o. Deleito-me com seu tamanho e virilidade. Ele rosna em
aprovação.

Estamos os dois quase lá. Continuamos nos olhando.

Eu gemo, começando a estremecer a beira do orgasmo.


Cristo, esse vai ser épico!

― Isso, pequena atrevida. Você é uma menina má, não é? ― ele sussurra
na minha boca. Os olhos vidrados de tesão. ― Eu amo uma putinha safada,
atrevida. Goze para mim! Goze, para mim, porra! ― quebro com seu comando.
O orgasmo me atingindo, onda após onda, minha pélvis rebolando em sua
mão. ― Linda pra caralho! Fodidamente linda! ― sua boca toma a minha,
abafando os gemidos e ele estremece. Sinto seu pau engrossar e logo em
seguida o sêmen desce na minha mão, grosso, pegajoso. Nossas línguas se
lambem. Nossas respirações rápidas são pesadas, no espaço confinado.

Nunca fiz nada tão proibido, sujo, gostoso. Puta merda!

Ele afasta nossas bocas e me dá um olhar safado.

Sei que vai ser praticamente impossível fugir dele depois disso.

Seus dedos me deixam devagar. Ele os chupa sem quebrar nosso olhar.

Estou abismada, olhando-o com encantamento, sem ao menos piscar.


Sinto sua mão em meu pulso, obrigando-me a libertá-lo.

Gemo com a perda de sua carne quente, inchada, pulsante.

Ele traz minha mão suja para a minha boca e sem pensar sobre isso,
chupo meus dedos, limpando seu sêmen. Merda!

Como é que vou me recuperar dessa experiência quente do caralho?

Elijah é um vulcão. Chupo tudo.

Ele abre um riso sexy e arrogante e me beija outra vez. Nossas línguas
compartilhando nossos gostos. É mais lento, sensual e saciado, mas com uma
promessa de muito, muito mais.

Ele quebra o beijo e se afasta para a pia. Recompõe-se rapidamente.


Me forço a fazer o mesmo, sobre minhas pernas ainda trêmulas.

Ficamos em silêncio surdo por um tempo.

Que merda acabei de fazer?

Eu fodi um cara no banheiro social do meu pai! Cristo, muito ruim!

Não a experiência, isso foi épico, mas me sinto meio mal no contexto
geral. Então, me vejo obrigada a falar.

― Ótimo, então, está feito ― ele ergue uma sobrancelha, os olhos verdes
brilhando com divertimento. ― Nós dois gozamos. Foi ótimo. Obrigada.

Ele me olha por um momento e ri daquele jeito lindo.

― Baby, isso foi só um aperitivo. A experiência completa você terá


amanhã, no nosso jantar. ― murmura, se aproximando. Eu me afasto. Ele
levanta as mãos em rendição. ― Sem mais toques, por enquanto, prometo.

Reviro os olhos. Isso vai ser difícil.

― Não haverá jantar, Elijah! ― digo meu tom sério. Preciso que ele
entenda e desista, para a minha própria sanidade. Não consigo lidar com um
cara como ele. ― Eu não quero. Isso aqui foi um episódio isolado. Não vai mais
acontecer.

Ele fica sério por um momento, como se considerasse me deixar em paz,


e eu me vi em conflito. Adoraria ter uma aventura com um rockstar quente.
Mas, isso não é para mim. Sei que aconselhei a Mel a fazer exatamente isso. Só
que a história dela e do Liam é diferente. tinha esperanças que eles
prosperassem, porque havia sentimentos. Entre eu e Elijah não há
sentimentos. Não da parte dele, pelo menos. Meu coração está quebrado e
confuso, e não preciso judiar do pobre coitado, mais ainda, nesse momento.
― Isso não acaba aqui e você sabe muito bem disso! ― diz indo para a
porta, destrancando-a.

― Isso é o seu ego falando garoto da guitarra? ― provoco. Ele se vira para
mim. ― Eu não faço foda casual! ― repito mais para mim mesma, do que para
ele.

― Bem, acabou de fazer, querida ― parece zangado agora. Uau!


Roqueiros... ― E nós dois sabemos também, que eu poderia ter enterrado
minhas bolas em sua pequena e doce boceta ― meu rosto fica vermelho de
vergonha, porque ele tem razão. Eu não o pararia. ― Vejo que concorda. Bom.
Muito bom ― ele gira a maçaneta e me olha por cima do ombro. ― Você vai
jantar comigo, para encerrarmos adequadamente ― seus olhos brilham
zombadores. ― Sim, baby, você será o cardápio!

Ele sai, me deixando trêmula e desesperada porque seu olhar deixou


claro que, vem com tudo atrás de mim, e é certo como o inferno que não vou
conseguir resistir.

Merda. Um grande e sonoro MERDA!

CAPÍTULO UM

Elijah

Quatro anos antes...

Los Angeles, Estados Unidos...


Eu empurro o rosto da vadia no estofado e me enterro profundamente em
seu rabo quente. Um rosnado alto deixa meus lábios. Uma das mãos está
firmemente enrolada em seu pescoço e a outra na parte baixa de suas costas,
mantendo-a presa sobre o braço do sofá, enquanto a fodo por trás.

Seu corpo moreno e esguio, os cabelos escuros caindo sobre as costas,


me dão a ilusão que preciso. Sara. Fecho os olhos e rosno mais e mais,
comendo a garota, como se minha vida dependesse disso.

Ela está ofegando em busca de ar. Eu não me importo e não lhe dou
trégua, fodendo seu cu bruscamente, todo o tempo imaginando Sara embaixo
de mim, tomando o meu pau em sua bundinha perfeita.

Eu sei que será apertada. Ela não é uma vadia. Não transa
indiscriminadamente por aí. Seu corpo deve ser todo firme, naturalmente e
seus buracos tão apertados, porra! Eu posso sentir meu pau engrossando com
a mera fantasia de estar comendo-a, rasgando-a, esticando-a toda, mantendo-a
na linha tênue entre dor e prazer. Eu preciso desesperadamente gozar dentro
dela.

Sara! Eu estou perto. Tão perto, porra!

Eu deslizo uma mão para seu clitóris e o esfrego. A garota ofega, seu
rabo relaxando ainda mais para o meu ataque. Não perco tempo, estocando
com força, perseguindo meu clímax.

― Porra, tão gostosa... ― eu respiro agudamente, minhas bolas


encolhendo na iminência do gozo.

A garota grita, gozando escandalosamente e eu a sigo, jorrando em seu


canal apertado.

Jesus! Minhas pernas amolecem, enquanto eu gozo duro. Muito duro.


Minha respiração está engatada. Minha mente momentaneamente
entorpecida pelo prazer. Ela está balbuciando algo e eu saio dela. Livro-me
rapidamente da camisinha no carpete. Fecho meu zíper e vou em direção ao
bar, servindo-me de uma dose generosa de uísque.

― Meu nome é Shirley. ― a ouço atrás de mim. ― você ficou me


chamando de Sara... ― ah, então era isso que estava tentando me dizer. Eu
resmungo um palavrão. Merda! Eu preciso foder logo aquela cadela e acabar
com essa obsessão do caralho. ― quem é Sara?

Bufo e me viro, encostando na bancada.

Ela está subindo a calcinha. Eu nem mesmo a despi. Não era necessário.
Peguei a vadia no bar, logo após meus companheiros, paus mandados, terem
saído, correndo para suas mulheres.

Eu precisava gozar. Ela estava lá, me oferecendo tão acintosamente. A


peguei e trouxe para meu apartamento de foda. Gozei duas vezes, uma em sua
boca e outra na bunda. Agora é a hora de mandá-la para fora.

Eu rio sombriamente.

― Não é da sua conta, querida. ― digo conciso e seu rosto franze em


mágoa dissimulada.

Ela era bem parecida com Sara quando a peguei. Agora... Nem tanto.

Talvez tenha sido porque meu pau estava tão duro depois de mais uma
discussão com a cadela irritante, que abaixei meus padrões e peguei qualquer
uma... Sua aparência é grosseira comparada à Sara, posso ver com mais
clareza agora. Porra! Sara está me fodendo com sua recusa. Quem ela pensa
que é para me dispensar? E por que diabos, tenho fodido vadias, que se
parecem com ela ultimamente?
Eu tenho uma queda por morenas, para ser sincero, mas, nunca
dispensei as loiras, ruivas, mulatas, orientais e... A lista é longa. Para ir direto
ao ponto, eu amo as mulheres. Amo tê-las embaixo de mim. É isso. No entanto,
meu pau está obcecado com Sara. Enquanto eu não comer a cadela não vou
voltar a ser eu mesmo. Preciso agilizar essa merda.

― Ouça... Eu tive realmente um bom tempo, mas, você precisa ir agora. ―


informo-a calmamente e seu rosto torce.

― Você está falando sério? ― faz beicinho. ― eu pensei que...

― Qualquer coisa que tenha pensado, baby: garanto que foi unilateral. ―
digo, tomando um gole da minha bebida. Ela fica rubra de irritação.

― Você é mesmo um idiota, sabia? ― sibila, pegando sua bolsa na


mesinha de centro. ― eu pensei que você era diferente. Pensei que...

Eu rolo os olhos. Lá vamos nós! Essa parte é sempre um pé no saco. As


vadias não entendem que foder com um cara que conhecem em um bar, não é
uma merda aconselhável. Elas não sabem que esse tipo de cara, jamais as
levará para apresentá-las à mamãe? Patéticas.

― Querida, não finja que não entendeu o que isso significava. ― digo, em
meu tom entediado. ― eu queria foder, você queria foder. Fodemos. Foi gostoso.
Agora é hora de dizer adeus.

― Eu vou dizer na imprensa quem você realmente é! Seu filho da puta! ―


ela brada.

Uh! Estou me cagando de medo. Eu rio debochado. Na verdade eu


gargalho, o que só a irrita mais.

― Eu pareço alguém preocupado, com o que a imprensa diz a meu


respeito, princesa? ― cuspo friamente. ― aqui está a coisa, querida. ― fulmino-
a, com meu olhar. ― não abra a porra das pernas, para caras aleatórios, em
bares. Isso vai te poupar de situações como essa, no futuro.

― Mas, você é... É... ― ela balbucia em busca de palavras.

― O quê? Uma celebridade? ― ofereço em tom sarcástico. ― e por isso


não caio na categoria de aleatório? ― meneio a cabeça. ― Não se iluda, querida.
Sou tão aleatório quanto qualquer outro cara, naquele bar e como todos os
outros, eu só queria uma foda rápida.

― Seu grande idiota! ― ela berra, perdendo a compostura.

― Me diga algo que eu não saiba. ― eu zombo, rindo da sua afronta.


Porra! Porque a achei mesmo, remotamente parecida com Sara? Ela é feia pra
caralho! Agora que a estou vendo sem a névoa do sexo, puxando minhas bolas.
― Não deixe a porta bater na sua bunda quando sair, docinho. ― completo e
lhe dou as costas, fazendo meu caminho para a varanda.

Mat está guardando a porta, ele saberá o que fazer. Solto um longo
suspiro quando ouço a porta bater com força. Mulheres...

Debruço-me no parapeito e inspiro a brisa noturna, observando as luzes


de LA. Acendo um cigarro e puxo algumas tragadas relaxantes. Um riso repuxa
minha boca quando lembro que amanhã, começa a queda da pequena fada.

Eu vou comer essa vadia antes mesmo das gravações desse vídeo clip
encerrarem, escrevam o que estou dizendo. Me aguarde, Sara. Agora é pra
valer.

Meu telefone toca. Eu franzo o cenho para o número desconhecido. Mat


fica louco quando atendo esse tipo de chamada, mas, atendo assim mesmo.

― Elijah? ― uma voz feminina e trêmula chama, do outro lado. Eu não a


reconheço.
― Sim, quem quer saber?

Há uma pausa longa, apenas o som áspero da respiração do interlocutor.

― Sou Liana. ― isso ainda não me diz porra nenhuma. ― sou mulher do
seu pai.

Gelo desliza em minhas veias com suas palavras. Que porra de


brincadeira é essa?

― Deve haver algum engano, senhora. ― digo com dentes cerrados. ― o


único pai que eu conheço é casado com a minha mãe.

― Me refiro a seu pai biológico, David. ― eu fecho os olhos, tentando a


todo custo não mandar a vadia ir se foder.

― Repito: isso é a porra de um engano. ― rosno. ― o nome do meu pai é


Rick.

― Ouça-me, por favor. ― há uma nota desesperada em sua voz. ― David


está muito doente...

― E o que eu tenho a ver com isso? ― indago friamente.

Ela puxa uma respiração longa. Eu ainda não sei, por que não encerrei,
essa ligação.

― Ele... Seu pai está morrendo.

Eu fico sem palavras por alguns segundos. Que merda é essa?

― Já vai tarde. ― cuspo e arremesso o celular contra a parede.

Viro o conteúdo do copo e puxo tragadas furiosas no meu cigarro.

Foda-se, caralho!
***

O vídeo clip...

Eu tive uma noite de merda.

Não tive um pesadelo em mais de um ano, mas o maldito telefonema me


pegou com a guarda baixa e me transformou numa bichinha patética, outra
vez.

Eu odeio sonhar com ele, porra! Odeio qualquer lembrança dele!

O odeio! Ponto.

O sol não havia nem saído ainda e eu já estava correndo na praia, me


forçando a limpar a mente e não pensar em nada mais do que o clip. Já tive
merda demais nas últimas semanas, com toda a tensão envolvendo minha
prima Jess.

Ela fez um ótimo trabalho em se ferrar. O vício a fez cair duro. Eu a amo,
mas ela errou e precisa aceitar as consequências dos seus erros. Não vou
abandoná-la, porém, não posso esquecer o quanto prejudicou Liam. Meu irmão
teve a carreira ameaçada por causa de suas ações de merda.

Ok, problemas fora.

Eu dou um basta e sorrio, quando entro no estúdio que locamos, para a


gravação do vídeo.

É isso. Sara. Minhas mãos sobre ela. Meu pau dentro dela. A doce
expectativa faz meu sorriso escancarar no rosto. É hoje, pequena fada. Eu
corro os olhos pelo local em busca de um vislumbre dela.

Sabe aquele tipo de tesão, que te consome de tal forma, que tudo que
consegue pensar é naquela cadela, que quer muito foder, mesmo que suas
bolas estejam profundamente enterradas em uma boceta diferente, a cada
maldita noite?

Esse é o tipo de tesão que sinto por Sara. Nunca senti uma merda como
essa, antes. Claro que tem tudo a ver, com o fato da cadela irritante me
esnobar, a cada vez que nos encontramos.

Essa vadia está me deixando louco, porra!

Confesso que cheguei até mesmo, cogitar a ideia de ir até ela, quando
estava na Alemanha, mas, acabei rindo de mim mesmo, diante do absurdo. Era
uma ação muito desesperada e Elijah Allen, não age desesperado.

Nunca.

Eu posso ter a boceta que eu quiser, cacete!

Ir até a Alemanha... Humpt! Eu bufo sacudindo a cabeça com desdém.

Sara não podia correr para sempre. Eu sabia disso. Uma hora ela
acabaria exatamente onde está: a poucos passos da minha cama. Eu não me
importo de ter que praticamente, forçá-la a fazer esse vídeo clip comigo. Não
possuo muitos escrúpulos, quando quero uma boceta. Ela é esquentadinha e
eu usei isso a meu favor, desafiando-a a contracenar comigo.

Rio perversamente, sabendo que é apenas uma questão de tempo. Sara


se julga tão esperta, mas, não percebeu que lhe preparei uma armadilha, da
qual não poderá fugir.

Os fins justificam os meios e é certo como o inferno que no fim a


pequena fada estará na minha cama, tomando meu pau dura e repetidamente,
até eu me cansar e dispensá-la.

Sim, ela não tinha como escapar de mim por mais tempo.
Nossas vidas estão interligadas, desde que o Stone se transformou na
porra de um veadinho, pau mandado e se casou com a Mel, irmã mais velha de
Sara. Sendo o Romeu, meu irmão de banda, a convivência entre nós é
inevitável. Ela é uma vadia total comigo, mas, sua aparência é algo que me tem
babando a porra do tempo todo.

Uma fada do caralho é o que ela parece. Eu fico duro apenas ouvindo
alguém mencionar seu nome. Esse é o tamanho do meu tesão por ela.

Tive apenas um gosto dela há mais de quatro meses no Brasil, mas


parece que seu sabor ainda está fresco na minha língua. Não importa quantas
vadias eu tenha comido desde então, Sara simplesmente não sai da porra da
minha cabeça.

Ela é toda linda, toda gostosa e eu a quero.

Não vou sossegar, enquanto não estiver com as bolas afundadas


profundamente, em seu corpinho apertado. Só depois disso posso seguir em
frente.

Não me levem a mal, mas não vou ser domado por uma boceta como
meus parceiros. A ideia de comer a mesma boceta, pelo resto da vida, me
entedia até a morte. Não é para mim, senhoras. Não fiquem chateadas, apenas
é assim que sou.

Meus parceiros me cercam, bem como a equipe de maquiagem. Eu odeio


essa merda, mas o diretor alega que é apenas para diminuir o brilho, diante
das câmeras.

― Não foda isso, cara. ― Liam sussurra, me tirando dos meus


pensamentos.

A equipe de maquiagem conclui o serviço e se afasta. Há uma ruga no


meio da testa do meu parceiro.
― Eu não vou foder, cara. ― mas, eu não posso parar o sorriso malicioso,
que se abre na minha boca. ― não o clip, pelo menos...

Uma carranca se forma em seu rosto. Eu reviro os olhos.

― Mel está grávida, Elijah. ― ele rosna. ― Não brinque com Sara, irmão.
― ele força a amizade.

Qualquer coisa que Liam me pedir eu faço. Inferno! eu lhe daria meu
braço direito – o braço da guitarra – se ele pedisse, mas, Sara... Não há acordo.
Sara é minha. Eu mal posso esperar para comer, essa cadela irritante, do
caralho. Vou bater naquela boceta com tanta força...

Ela me deixou com uma fome, além da minha compreensão. Deve ser
porque tem fugido de mim e isso me irritou pra caralho. O mero pensamento de
enfiar meu pau em seu corpo; afundar-me até as bolas; montá-la
selvagemente, como eu gosto; me deixa insano de tesão.

Porra! Meu pau está estourando as calças, de tão duro, com a


expectativa.

Eu me ajusto discretamente e me forço a tranquilizar meu irmão.

― Eu sei, Liam. ― meu tom é conciliador. ― Não vou brincar com ela, ok?
Vou me certificar de que Sara saiba exatamente, o que estou oferecendo. Sem
mentiras, promessas. Tudo às claras. ― a expressão preocupada ainda está lá,
mas, ele acena bruscamente e me bate nas costas. ― Mel está bem? O meu
afilhado está bem? ― eu pisco para os caras, que rosnam de volta.

― Só em seus sonhos, idiota. ― Sean resmunga.

― Meu afilhado, não se esqueça. ― Paul afirma.

― O moleque me escolheria se pudesse falar. ― Collin abre um riso


confiante.
Liam sorri da nossa disputa. Pelo menos a preocupação dissipou do seu
semblante.

― Cacete, meu filho não escolheria nenhum de vocês. Cães sarnentos! ―


ele nos provoca. ― Bom... Ainda terão cinco meses para me impressionar. ― diz
presunçosamente. Eu e os caras bufamos. ― Deem o seu melhor! Senhores...

― Pare de ser um pau, Stone! ― eu sorrio. Minha atenção desviando para


a moça loira, que começa a arrumar meus cabelos. Uau! Essa eu ainda não
tinha visto por aqui. Meu riso amplia sedutoramente. ― Você tem mãos
incríveis, querida. ― ronrono e pisco-lhe.

Ela fica vermelha, mordendo o lábio.

Os caras riem sem cerimônias do meu flerte. Bastardos.

Antes que a garota responda, sinto um formigamento na nuca e a


pontada familiar, nas minhas bolas. A cadela irritante já está aqui, posso sentir
isso.

Não me pergunte como essa merda acontece. Apenas acontece. Eu posso


senti-la.

Meus olhos correm pela cena ao redor.

Temos um cenário de danceteria. Há muitos figurantes tomando suas


bebidas falsas. Eu rio ironicamente e pego meu copo na mesa próxima,
levando-o aos lábios, dando boas-vindas ao - graças a Deus - muito real
Jack.[2] Meu olhar finalmente pousa em Sara e meu coração acelera. É uma
coisa boa, que geralmente ignoro esse órgão burro, que só serve para colocar-
nos em apuros. Vejam meus parceiros...

Eu não consigo parar de olhá-la, porém. Está rodeada de maquiadores


também e sua irmã está lhe dizendo algo. Droga, a doce Mel parece realmente
preocupada. Me sinto um pouco mal por isso. Ela e o Stone passaram por
maus bocados recentemente. Não quero ser fonte de mais tensão para Mel. Eu
gosto dela e ela faz meu irmão feliz. Não é porque não quero isso para mim, que
não entendo o que eles têm, certo?

Então, Sara sorri e beija a irmã. Jesus!

Ela tem um sorriso lindo pra caralho e meu pau sacode, mandando toda
a crise de consciência ir passear.

O uísque desce quente pela minha garganta. Meu sangue já estava


quente, mas a bebida, ajuda a aumentar a minha excitação.

Eu a quero, porra! Eu a quero. Já. Agora.

Nada me agradaria mais do que arrastá-la pelos cabelos, dobrá-la na


mesa mais próxima e abaixar sua calcinha, até os tornozelos. Há algo de muito
sexy numa mulher curvada, com a calcinha caindo nas pernas, apenas
esperando para ser fodida. Ela se excitaria com algo assim?

Saboreio mais um gole e seus olhos levantam, colidindo com os meus. A


energia densa, crepitante, enervante me consome, à medida que nos
encaramos.

Ela para, me olhando, seu semblante me dizendo que está sentindo a


mesma porra vibrante. Essa corrente elétrica do caralho, que se instala quando
ocupamos a mesma sala.

As mulheres estão arrumando seus longos cabelos escuros. As ondas vão


caindo sobre os ombros, hipnotizando-me por alguns segundos ridículos.
Recomponho-me e sorrio presunçoso. Levanto meu copo em um brinde mudo.

Você é minha, querida.


Digo-lhe com meus olhos. Não adiantou correr, não adiantou ficar longe.
Você está aqui agora e é minha, porra.

Meus olhos vagueiam por ela, comendo-a.

O vestido negro esvoaçante, que está usando, é vários centímetros acima


dos joelhos, deixando quilômetros de pernas morenas e torneadas à mostra,
sobre saltos altos completamente fodíveis. Minha boca se enche de saliva.

Um flash de eu cortando a sala, indo até ela e rasgando a porra do


vestido sexy, fora do seu corpo, me engolfa. Gemo baixinho, trincando os
dentes. Eu quero lambê-la. Chupar, morder sua carne. Quero comê-la de todas
as formas possíveis e não serei gentil, sobre isso. Minha fome já ultrapassou os
limites do convencional.

Quero fazer toda a merda hardcore com ela. Foder e gozar em cada
orifício, marcá-la, lambuzá-la da minha porra. Merda!

Aperto o copo com força, tentando manter meu tesão sob controle, pelo
menos, até concluir essa porra de clip.

― Cara, segure a onda aí. ― Collin diz com um risinho debochado. ― do


jeito que a está encarando, pode ser preso por atentado violento ao pudor.

Eu bufo e desvio o olhar para meus parceiros. Sean e Paul estão me


oferecendo risos, igualmente provocadores. Bastardos.

― Lembre-se da regra de não foder a equipe, irmão. ― Sean zomba. Ele


sabe que estou cagando para essa regra. Na verdade, estou me lixando para
qualquer regra. Ponto.

― Oh! Porque isso funcionou muito bem para você, não é, idiota? ―
rebato. Ele está namorando Eva, uma das contratadas da Stone Records. Seu
riso amplia, adorando me encher o saco.
― Basta não brincar com ela, Eli. ― Paul avisa, seu tom sério.

Nenhuma novidade, ele é a porra da madre superiora da banda. O mais


certinho.

Até o Stone era mais selvagem do que ele, em seus tempos de sexo e rock
and roll. Bons tempos aqueles. Agora cada um dos meus parceiros está caído
por uma boceta.

Não que esteja reclamando, afinal sobra mais garotas empolgadas, e


adivinhem, quem é o mais procurado agora? O papai aqui. Embora, ache uma
merda não festejar mais, em grande estilo, com meus parceiros, como
costumávamos fazer, confesso que nunca bati tantas bocetas, numa
temporada...

― Jesus! Por que estão todos preocupados com Sara? ― eu rio, fingindo-
me de ofendido. ― já pensaram que talvez ela, possa me machucar? ― ofereço
ironicamente.

Eles bufam e rolam os olhos.

― Ela é da família, irmão. Não foda isso, cara. ― Collin diz mais baixo e
subitamente sério. Selena o transformou num veadinho também. ― As coisas
podem ficar estranhas, quando você decidir que não a quer mais.

Eu suspiro impaciente. Eles dizem quando e não se.

Bom, pelo menos eles sabem que não estou pronto para abandonar meu
estilo de vida. Talvez nunca esteja.

Sejamos sinceros aqui, por que diabos eu ficaria preso a uma mulher,
quando tem um mundo de opções, gritando o meu nome? Nah! Estou
perfeitamente bem, da forma que estou.
― Eu sei quem ela é. ― rosno. ― E é por isso que não vou ser um
bastardo. ― eles me olham incrédulos. ― Ok, não um bastardo completo, pelo
menos. ― digo, não parando um riso, comedor de merda. ― é tudo que posso
prometer, irmãos. Sara é minha. Ela saberá disso em breve. Muito em breve. ―
meu tom sai mais duro e irritado, do que o necessário.

Tensão sexual do caralho...

Eles me olham especulativamente por algum tempo e acenam.

― Prometa-me que vai recuar, se ela não cair nas suas graças, com esse
clip. ― Liam me encara. Ele não larga a porra do osso.

― Eu prometo, irmão. ― digo-lhe, mas ele estreita os olhos em mim,


obviamente não acreditando em minha promessa. ― Até porque, essa história
será resolvida, antes da conclusão do clip, pode anotar isso, Stone. ― ele não
parece feliz, mas, acena e se vira para responder a alguém, que o está
chamando.

Eu tomo o último gole da minha bebida e porque não posso mais me


conter, atravesso o salão em direção a ela.

Ouço meus parceiros rindo às minhas costas. Idiotas. O Stone está


conversando com o diretor do clip agora. O cara parece que vai desmaiar. É, o
cara é gay. Muito gay pela forma como tem me comido com os olhos, desde que
fomos apresentados.

Eu não sou homofóbico, que isso fique registrado. Apenas não os quero
se esfregando em mim, ok? Meu negócio é boceta. Em abundância, por favor.

O Stone balança a cabeça amistosamente, mas, tem um sorriso


apertado, porque o cara está quase em cima dele. Eu quase rio do desconforto
do meu parceiro diante do assédio masculino.
Mel está beijando o rosto da irmã e indo em direção ao Liam, para salvá-
lo, certamente. Sara tranca seu olhar no meu, outra vez.

Ela parece um cervo na frente de faróis, à medida que vou me


aproximando. Seus olhos marrons se ampliam e os lábios suaves se
entreabrem. Paro à sua frente e seu perfume sutil, se infiltra em minhas
narinas.

Eu rosno baixo, crispando meus punhos. Merda. Nunca senti um tesão


tão violento, na porra da minha vida. Eu quase desejo que ela abra a boca e
faça alguns dos seus comentários espertinhos, para me antagonizar e me
forçar a controlar, a porra do meu pau.

***

Sara

Meu coração está batendo alto contra as costelas e minhas pernas, estão
levemente trêmulas. Isso está acontecendo.

Puta que pariu!

Em poucos minutos o babacão, estará me tocando, e um suor frio, está


escorrendo pela minha coluna, apenas com o mero pensamento, das suas
mãos em mim. É uma má ideia.

Merda, eu soube disso desde o começo, mas, o idiota me desafiou. Ele


disse que estou me mijando de medo dele. Grosso! Tão malditamente
convencido, presunçoso, arrogante, galinha. Minha lista de adjetivos para
Elijah é extensa.
Eu bufo e as maquiadoras me olham, como se eu fosse louca. Esboço um
sorriso fraco, em desculpas.

― Você está bem, maninha? ― a voz suave da Mel, me puxa da minha


miséria interior.

O galinhão tem razão. Estou me mijando de medo dele.

Eu só consegui pará-lo, até agora, porque não estivemos perto a maior


parte do tempo.

Onde diabos eu estava com a cabeça, quando aceitei o desafio do idiota?


Tem sido uma tortura do caralho, vê-lo todo dia na gravadora.

Cheguei da Alemanha, há uma semana e nesse período, ele fez questão


de me impor sua presença.

Nas reuniões, ele se senta do meu lado e roça a perna na minha. Inclina-
se muito perto quando pergunta sobre algo, os olhos verdes, zombando de mim
e de como fico excitada, em sua presença. Imbecil.

Houve uma vez, que fui me servir de café, na mesa do fundo do


auditório, e ele me encoxou, me prendendo contra a mesa. Seu pau duro cavou
em minha bunda, ele respirou rudemente em meu ouvido, quase um rosnado,
fazendo minha calcinha umedecer, instantaneamente e virar uma bagunça. Eu
gemi sem controle, odiando-me por ser tão fraca com sua proximidade, mas, já
era tarde. Ele riu, o riso maldoso que tenho me familiarizado bem e mordeu
pescoço.

Oh, cara! Eu quase gozei no local.

Eu posso resolver seu problema, querida. Eu sei que você quer me dar. Vou
te fazer gozar tão duro, mas, tão duro, que não lembrará nem da porra do seu
nome.
Ele sussurrava contra meu pescoço. Seus braços viajaram pela minha
cintura e eu choramingava baixinho, enquanto suas mãos iam devagar, em
direção aos meus seios. Perdi a mente por breves segundos e arqueei-me,
esperando. Mas, ele apenas sorriu, chupando meu pescoço, de forma indecente
e se afastou, deixando-me fria, frustrada e muito irritada.

Eu simplesmente não acreditei, quando se serviu de um copo de café e


piscou para mim, antes de me deixar toda trêmula, a ponto de esbofetear
aquela cara bonita e arrogante! Grrrrrr! Aquilo foi humilhante.

Ontem eu tive que inventar uma briga com ele, no final do expediente,
para evitar que chegasse perto com seu pau muito, muito bem dotado.

Mas, a verdade é que a cada dia que passa minhas forças são minadas.
Cada vez que sou capturada, por seus olhos verdes tempestuosos, eu caio um
pouco mais. Inevitavelmente me vejo caindo.

― Sim, estou bem, maninha. ― asseguro, e ela estreita os olhos em mim,


meneando a cabeça levemente.

― Não minta para mim, Sara. ― seu tom é de repreensão. ― você pode
enganar qualquer um, até mesmo nosso pai, mas não a mim.

Eu rolo os olhos. Ela tem razão. Mel me conhece como ninguém.

Nós conhecemos uma à outra, como ninguém. Nossa cumplicidade é algo


especial, que cultivamos desde sempre.

Nossa mãe morreu, quando éramos muito pequenas. Nosso pai, embora
se esforçasse para estar sempre presente, havia coisas que só uma mulher,
podia entender. Portanto, Mel sabe tudo sobre mim e eu tudo sobre ela.

Foi nos meus ouvidos, que ela derramou sua atração pelo cunhado, mais
jovem, logo que conheceu Liam, hoje seu marido. E foi nos meus ouvidos
também, que minha irmã, a cadela mais sortuda do planeta, derramou como é
transar com Liam Stone.

Eu meio que a odeio um pouco por isso. Mentira. Eu a amo muito. Isso
não me impede de ter inveja branca, porém. OMG!

Vocês não tem ideia de como é Liam Stone pessoalmente.

Minha Nossa Senhora dos roqueiros gostosos! Meu cunhado é quente


como o inferno. O que foi? Não sou cega. Não tem malícia nessa afirmação, ok?
Liam é louco pela Mel e vice-versa.

É um pouco deprimente assisti-los, quando não se tem nenhum peguete,


o que é o meu caso.

Faz tanto tempo que tive um pênis de verdade entre minhas pernas, que
penso que foi numa vida passada.

Certo, estou exagerando. Mas, faz exatos nove meses que não transo.
Sim, eu sei o que estão pensando: NOVE MESES SEM SEXO! Trágico.

Deus, por isso fico a ponto de arrancar as roupas do galinhão, cada vez
que o vejo. É só por isso. Não tem nada a ver com o fato de ele ser tão gostoso,
que deveria ser distribuído em frascos.

Deus, eu o quero!

Quero tanto, que dói fisicamente.

Na minha vagina para ser mais específica.

O quê? Não esperem que eu seja uma lady o tempo todo. Eu não sou. Na
verdade, estou longe de ser a porra de uma lady, sobretudo se eu estiver na
seca, como agora.
Eu encaro a minha irmã, que tem transado regularmente, com seu rock
star quente. Sim, Mel é sem dúvida, uma cadela sortuda.

― Ok, eu não estou bem, Mel. ― solto, um pouco aborrecida. ― estou há


nove meses sem transar. ― minhas palavras não saem tão baixo, quanto pensei
e as mulheres puxam uma respiração alta, me lembrando da sua presença. Mel
rola os olhos, para a minha indiscrição. ― E não ajuda o fato de que, dentro de
poucos minutos, vou ter as mãos, do meu sonho molhado, em cima de mim. ―
as mulheres suspiram baixinho. Não sei se me repreendendo, por concordar
que Elijah, é um sonho molhado. ― Me fale, porque diabos concordei com a
porra desse clip, maninha?

Seu semblante suaviza e ela sorri um pouco, para minha falta de filtro.

― Você quer sair? Ainda é tempo, querida. Podemos cancelar e vamos


encontrar uma modelo, para contracenar com Eli. ― sussurra com genuína
preocupação, mas, tudo que consigo ouvir é o final da frase.

Nem no inferno, eu vou deixar uma vadia tomar o meu lugar e se


esfregar nele.

Cristo, de onde veio esse sentimento de posse absurdo? Não é da minha


conta, com quem o galinhão se enrosca. Isso é o que ele faz de melhor, e é por
isso que tenho me mantido longe.

― Não, querida. De jeito nenhum. ― nego com veemência. ― não vou


mais fugir. Vai ficar tudo bem, você vai ver. Basta seguir o roteiro e não me
envolver com ele, fora das gravações. Vai ser moleza. ― eu pisco, sorrindo antes
de beijar carinhosamente, em sua bochecha. ― Vai ficar tudo bem, maninha,
prometo.

Ela sorri e me beija de volta.


Meus olhos se levantam e se chocam com um par de olhos verdes, me
encarando do outro lado do salão.

O ar foge dos meus pulmões e toda a convicção, de que tudo vai ficar
bem, de que eu vou conseguir passar por isso. sem sucumbir ao apelo sexual
deste homem, cai por terra.

Engulo em seco, impactada pela forma como está me encarando. É dura,


crua, carnal.

Eu sei que Elijah não é suave no sexo. Tudo nele grita macho alfa ao
extremo. Aposto que é daqueles que te puxam os cabelos, enquanto te fodem
selvagemente por trás. Puta merda.

Meus mamilos apertam e minhas entranhas retorcem de excitação, ao


me imaginar sendo dominada assim, por ele. Estou atribuindo toda essa reação
ridícula à minha seca.

O mundo não é justo.

― Vou deixá-la se concentrar, querida. Não hesite em me chamar, se algo


não estiver do seu agrado, maninha. Vou dar um beijo no meu marido, antes
das gravações começarem. ― ouço a minha irmã vagamente e me obrigo a
puxar os olhos, do objeto dos meus desejos, mais loucos.

Ela me beija e vai ao encontro do seu marido. Liam a recebe com um


beijo carinhoso nos lábios e a enlaça pela cintura. As mãos pousando em sua
barriguinha de quatro meses. Ela está tão linda grávida. Sempre me emociono
vendo-os. Esqueça minha rabugice, eles são muito lindos juntos.

Liam recebe uma ligação e os dois saem por uma das portas laterais.

Não posso evitar, meu olhar volta para ele. Oh, meu Deus!

Ele está vindo em minha direção.


Seu corpo magro e elegante, com músculos definidos, mas, sem exagero.
Está alinhado em uma camiseta preta gola em v, que delineia seu torso com
perfeição. Calças escuras ajustadas e botas de motoqueiro completam o look
totalmente foda.

Elijah atravessa o salão, como se fosse o dono do espaço. Seus olhos não
desviam dos meus, em nenhum momento e eu de repente, quero ouvir o
conselho da Mel e debandar dessa loucura. Ele é demais para mim e minha
vagina faminta. O homem parece um modelo saído de uma capa de revista.

Sejamos sinceras aqui, eu corro o risco de pular nos ossos desse deus da
guitarra. Só estou avisando. Minha situação é precária pra caralho, não me
julguem.

Ele para a poucos centímetros de mim e meus hormônios estão todos


gritando e fazendo cambalhotas em sua homenagem. Minha pele formiga,
minha respiração engata. Puta merda. Maldita seca!

Ele não diz nada. Seu olhar desce lentamente pelo meu corpo e o canto
direito da sua boca, sobe um pouco, como se estivesse rindo de uma piada
interna. Seus olhos se estreitam em fendas e arrastam de volta para os meus.
Há um brilho perigoso lá, fervendo nas profundezas.

Meu pulso e batimentos cardíacos aceleram, à medida que continua a


perfurar-me, com seus olhos verdes turvos, penetrantes. Ele tem essa
expressão irônica, perversa neles sempre que me olha.

Faz-me desejar e pensar coisas muito estúpidas, como nós dois


emaranhados e suados em uma cama, por exemplo. Seu corpo grande em cima
do meu, investindo uma, duas... Oh, merda. Isso não é bom, Sara. Pare agora.

Eu tremo e pisco tentando desviar o olhar a todo custo, mas, não


consigo. Ele me mantém cativa. Há algo selvagem nele que me chama em um
nível profundo e incompreensível.
Ele é um galinha do rock, Sara, pelo amor de Deus! Recomponha-se, sua
tola. Quebre a porra desse feitiço. Agora.

Dou-me um discurso mental e estico a coluna. Os cantos de sua boca


totalmente indecente, se elevam outra vez na sugestão de um sorriso
zombador. Ele sabe como me afeta e adora isso, o grande cretino.

― Hei. ― murmura. Seu olhar caindo para os meus lábios. Eu dou


instintivamente, dois passos para trás e fico contra a parede, figura e
literalmente. Seus olhos brilham com diversão e arrogância, ele avança
devagar. Um leve arquejo sai dos meus lábios, quando suas mãos pousam de
cada lado da minha cabeça, me prendendo. ― Você vai ao jantar com a equipe,
mais tarde?

É o jantar com a equipe de produção do clip.

Liam convidou todos para um jantar no The Ivy. Merda. Eu tenho que ir.

― Sim. Parece que não vou conseguir me livrar de você, tão facilmente. ―
eu me forço a antagoniza-lo.

Deus, ele está tão perto.

Seu cheiro provocando meus sentidos. Seu olhar cheio de más intenções,
perfurando o meu. Ele sorri baixinho e abaixa a cabeça, até estarmos
respirando bem próximo.

Por que ele teve que cismar comigo? E por que no inferno ele tem que ser
tão bonito? E esse cheiro? Algo inebriante, limpo, intoxicante.

Oh cara, tudo nele evoca a promessa de orgasmos delirantes.

― Ótimo. Eu vou te levar para casa. ― sussurra.


Eu tento manter meu cérebro funcionando, o que é tarefa extremamente
difícil, quando se tem um guitarrista quente pra caralho, te fodendo com os
olhos.

― Eu acho que não, garoto da guitarra. ― zombo. ― Sem envolvimento


fora do clip, esqueceu? ― levanto uma sobrancelha.

Ele sorri. Esse é mais charmoso do que zombeteiro.

Eu fico meio tonta com o quanto ele é bonito quando sorri livre do
sarcasmo e presunção habitual.

― Suas regras, não minhas, baby. ― ronrona e o som áspero e profundo,


da sua voz, faz seu caminho perverso até a minha calcinha. Merda. ― Eu não
me importo de confraternizar com você, a qualquer hora que quiser. ― o tom
maldoso volta com tudo. ― Pare de fazer jogo duro, pequena fada. ― sua voz é
diabolicamente sedutora.

Ele não está me tocando, mas, sinto o calor do seu corpo, a polegadas do
meu e é mil vezes mais tentador.

Sua boca viaja para o meu ouvido, seus lábios não tocam, mas, sua
respiração está fazendo coisas más comigo. ― Eu vou comer você. ― um gemido
baixo me escapa, quando sussurra isso.

Puta merda. Aí, um cara que vai direto ao ponto.

Eu ofego e junto as coxas, para conter a pulsação irritante no meu


núcleo. O mundo realmente não é justo.

― Vou te comer de tantas maneiras, Sara... Você não é nenhuma


adolescente virgem e sabe como isso vai acabar. Minhas bolas profundamente
enterradas em você, é assim que vamos acabar. Apenas pare de fingir e nos
poupe tempo, porra. ― completa com brusquidão e isso me excita mais ainda.
Deus, eu sou um caso perdido, não sou?

― Ei! Você tem um monte de suposições! Hein, amigo? ― digo


ironicamente, tentando desdenhar, já que minha vagina acabou de votar em
todas as opções acima. Minha voz é muito rouca e ofegante, me entregando
completamente. Merda.

Ele traz o rosto para o meu e sorri, daquela forma que adoro, de novo.
Não, não adoro. Sim, adoro. Gah!

― É a verdade e você sabe disso, querida. ― afirma, seu hálito soprando,


fazendo cócegas em minha boca. ― Cacete, estou tão duro por você. ― rosna
baixo e pela primeira vez, ele pressiona-se contra mim e eu praticamente
derreto, com a sensação do seu pau duro e grosso em meu ventre.

Imagens nossas, confinados naquele banheiro, no Brasil me assaltam.

Eu ainda posso sentir sua carne quente e pulsante contra a minha mão
enquanto eu o masturbava atrevidamente.

Deus, aquela foi à experiência mais quente que já tive, com um cara e eu
não consigo esquecer, por mais que tenha tentado.

― Sara... ― meu nome sai num sussurro, carregado de tesão dos lábios
obscenos. ― Sinta o meu pau. Porra, eu quero você.

Estou arfando ruidosamente agora. Meus punhos cerrados para me


impedir de sentir seus músculos, bem delineados, pela camiseta preta. Ele faz
um movimento sutil de quadril e eu ofego, estremecendo.

Afaste-o, Sara.

A parte sensata do meu cérebro me alerta.


― Você está tremendo, pequena fada? ― há um riso perverso quando
murmura, quase tocando meus lábios.

Eu quero mendigar, implorar para que me beije.

Não, eu não quero. Sim, eu quero. Santa porra! Estou tão ferrada. Ele
não vai me deixar fugir dessa vez.

― Há quanto tempo não tem um pau dentro de você, baby? ― droga. Por
que ele tem que ser tão direto?

Estou sem sexo aqui, amigo! Quero rosnar, mas, acho que isso iria
despertá-lo ainda mais. Oh, cale a boca, Sara.

Seu nariz desliza pelo meu rosto e eu gemo em lamento. Ele sorri da
minha miséria.

— Eu conheço esse cheiro, Sara. Você está louca para gozar. Você
precisa de um pau te enchendo, batendo naquele ponto doce, não é baby? Me
deixe cuidar de você. ― Cristo, há muita gente em volta, mas, a menina má,
impertinente em mim, está loucamente excitada, com suas promessas sujas. ―
Dê para mim, querida. Apenas deixe ir. Dê. Para. Mim. ― ele murmura.

Meus joelhos são geleia nesse momento, mas me forço a não cair tão
facilmente e empurro minhas mãos em seu peito. Eu quase gemo com o calor
irradiando de seus músculos firmes. Merda.

― Não me trate como uma de suas vadias, Elijah. ― rosno, reunindo cada
grama de força, dentro de mim.

Ele rosna de volta e enfia as mãos em meus cabelos da nuca, puxando-


me grosseiramente, contra seu corpo.
Meu corpo traidor treme miseravelmente. Ele me violenta com seu olhar
duro, irritado. Por que eu acho que ele fica ainda mais quente desse jeito, todo
bruto? Oh, cara...

― Se você fosse uma das minhas vadias, já estaria curvada sobre a pia
de algum banheiro, tomando o meu pau em seu rabo. ― ele ri perversamente
quando arregalo os olhos, chocada com sua devassidão. ― Ou de joelhos, me
chupando.

― Seu grosso. ― minha voz é apenas um coaxar excitado.

― Você não tem ideia do quanto... ― seu olhar cai para a minha boca e
eu não posso ajudar, lambo os lábios. Ele range e diz num sussurro áspero: ―
Eu vou foder você! Não adianta mais correr! Você entende o que estou dizendo,
Sara? Fim da linha para você! Sem mais joguinhos, porra!

Uau! Minha vagina está me implorando para ceder, mas eu preciso obter
algum respeito, não é? Quem ele pensa que é para vir para cima de mim assim,
todo macho, lindo, gostoso? Merda.

Foco, Sara.

― Eu continuo me surpreendendo com suas cantadas. ― sorrio atrevida,


embora minha calcinha esteja completamente alagada. ― As mulheres
realmente caem nessa merda de homem das cavernas? Estou curiosa agora,
garoto da guitarra.

Ele ri, na verdade o cretino gargalha. Isso me irrita.

― Não finja que sua boceta não está toda melada para mim, querida. ―
ele inala, suas narinas tremulando. Seus olhos aquecem, tesão bruto
cintilando neles. ― Nós dois sabemos que está tão excitada, que me deixaria te
arrastar para um dos banheiros, e te foder bem duro. Você quer isso, pequena
fada. Está escrito em sua carinha linda. ― seu corpo me prende na parede e eu
arquejo.

Puta merda. Eu olho em volta, mas, não vejo sinal da Mel e do Liam.
Ninguém para me salvar do assédio. Bem, só eu mesma. Certo, eu vou
empurrá-lo a qualquer momento, ok?

— Você está toda ofegante, desejando o prazer que sabe que o meu pau
pode te dar. Sua boceta está úmida, latejando, doendo para ser preenchida. ―
estou ganindo como uma cadela no cio agora. Maldito seja ele e sua boca suja!
Cachorro, galinhão! ― Eu não vou ser gentil, Sara. Você me deixou com tanto
tesão, que vou rasgar essa sua pequena e apertada boceta. Duro. Vou te foder
como nunca foi fodida, na porra da sua vida.

Deus do céu! Como pode ser excitante um cara te dizendo que vai rasgar
sua vagina? Minha Nossa Senhora da perequitas, protegei a minha, porque eu
sei que é totalmente insano, mas quero deixá-lo fazer exatamente isso. Estou
muito envergonhada com esse pensamento. Não muito para ser sincera...

Trágico.

― Primeira tomada em cinco minutos! ― anuncia o diretor e eu me obrigo


a sair do feitiço, do deus da guitarra.

O ambiente muda imediatamente.

As luzes giram ao nosso redor. O bar se agita e o DJ começa a tocar.

A primeira tomada é numa danceteria. O casal se vê e imediatamente se


sentem atraídos, o que é a porra de uma piada, pois foi exatamente assim
comigo e o babacão.
Eu me sinto nervosa não apenas por ter que contracenar com ele, mas,
porque esse clip precisa ficar de alto nível como todos os anteriores da
DragonFly.

Eu levo minha unha do polegar à boca. Uma mão quente para o meu
ataque à minha pobre unha que não tem culpa de nada. Eu giro a cabeça e
encontro olhos verdes, me encarando. Ele dá um aperto suave na minha mão.

― Não fique nervosa. ― sua voz e expressão são quase suaves, como se
não estivesse, ainda há pouco, falando as coisas más, que faria para mim. ―
Você está linda. Perfeita para o clip.

Minha boca cai aberta, porque eu nunca vi esse lado dele. Mas, é claro
que ele tinha que cagar tudo logo a seguir:

― Além disso, estará contracenando comigo. ― ri do seu jeito debochado.


― Aproveite o passeio grátis, baby. ― ele pisca muito safado e se vai. Eu rolo os
olhos. Idiota.

Os figurantes enchem o salão dançando com vontade.

Tomo várias respirações no intuito de me acalmar.

― Gravando!

Merda. É agora, Sara.

Eu sinto que minha vida não será a mesma depois desse clip.

A música sobe e os jogos de luzes enlouquecem. Um remix de All The


Lovers da Kylie Minogue começa e eu relaxo um pouco.

Adoro a música. Adoro a cantora, na verdade. Isso foi coincidência? Eu


meneio a cabeça para a minha presunção. Elijah não deve ter notado nada a
meu respeito além do meu traseiro.
O arranjo do DJ está bombando. Eu sorrio, me munindo de toda a
coragem e ando devagar, sensualmente para o meio do salão.

Hora de seguir o script.

Giro a cabeça e meu olhar é capturado imediatamente, pelo cara


debruçado na grade da área vip da boate.

Deus, ele está maravilhoso lá em cima.

Os caras também estão lá com ele. Todos bebericando de seus copos,


olhando a agitação da pista de dança.

Eu noto isso meio que, com a visão periférica porque meus olhos não o
deixam, completamente.

Seus olhos estão obscurecidos pelo ambiente, mas, ainda nitidamente


presos em mim. Ele sorri lentamente e minha vagina aperta. Não é um sorriso
ensaiado, esse é o seu muito arrogante sorriso me dizendo coisas sujas de
novo.

Eu sorrio de volta e dou-lhe as costas, abrindo caminho para o centro do


salão. Sinto-me mais segura agora. A batida vibra no chão, subindo pelas
minhas pernas, me deixando louca em antecipação.

Eu mexo apenas os quadris lentamente. Levo minhas mãos num passeio


ousado pela minha barriga, quase tocando a minha pélvis e sigo a batida
aumentando meu ritmo. Subo as mãos pelos seios. Ofego, ciente de que ele
está olhando isso. Me sinto sensual, uma feme fatale. Rio sedutoramente para
a câmera e o procuro a seguir.

Elijah está cortando seu caminho para mim.

As luzes brilham sobre seu rosto másculo. O queixo quadrado, teimoso e


seu olhar são determinados.
Ele está vindo pegar algo: eu.

Parece dentro, mas de certa forma, fora do personagem.

Não consigo encará-lo, viro-lhe as costas. Preciso de algum controle.

Isso é profissional, Sara. Profissional, não se esqueça disso.

― Eu quero comer você aqui, nessa pista. Porra! ― grunhe asperamente


em meu ouvido.

Eu tremo. Merda.

Isso não foi nada profissional.

Estou latejando vergonhosamente.

Ele ri, me puxando contra seu peito. Contrariando suas palavras


ásperas, seus dedos descem pelos meus ombros, numa carícia suave,
excitante. Eu gemo. Ele sorri e envolve um braço em minha cintura, me
colando à ele e seu pau, completamente duro. Seus lábios quentes beijam meu
lóbulo e descem pelo pescoço. Eu inclino a cabeça lhe dando acesso e seu
quadril mói na minha bunda. Porra. Seus dedos continuam subindo e
descendo pelo meu braço, causando uma erupção na minha pele. Estou
quente, muito quente.

O refrão da música não poderia ser mais apropriado. Ele está fodendo
minha bunda e eu estou me movendo junto, completamente perdida em seu
cheiro, seu corpo firme me prendendo ao dele.

Elijah sorri malvado antes de me girar de frente.

Seu braço apertando minha cintura, a mão descendo devagar para


minha bunda. A outra mão me puxa pela nuca, nossos olhares se encontrando.
Tenho certeza que está escancarado no meu, o quanto estou louca por ele.
Nos movemos na nossa própria dança indecente.

Estamos ofegando na boca um do outro. Um tesão absurdo emanando


dos nossos poros. Ele está moendo direto em meu clitóris, seus olhos
tempestuosos, selvagens presos aos meus. Oh, Deus. Eu vou gozar se ele não
parar. Minhas mãos sobem do seu peito para os ombros e eu cravo as unhas
em sua camiseta, mordendo o lábio para não gemer alto e me entregar.

Ele ri do seu jeito meio zombador, meio eu sou um presente de Deus e


você mal pode esperar para gozar no meu pau.

― Depois da gravação, baby. ― ele sopra em minha boca.

Eu não consigo segurar um gemido dessa vez. Ok, eu sei que estou
perdida. Eu soube no momento em que concordei em fazer o clip.

― Fim da linha. ― suas últimas palavras são rosnadas antes de sua boca
mergulhar na minha e oh, cara...

Por um segundo, esqueço-me de tudo.

Meu cérebro desliga e a sanidade me abandona como uma cadela.

Todos somem.

Não há diretor e a equipe de câmeras nos enquadrando no melhor


ângulo. Não há figurantes. Há apenas a sua boca firme e exigente na minha.

Elijah me beija como se fosse meu dono. Como se tivesse feito isso mil
vezes antes e tivesse plenos direitos sobre isso. Seus braços enrolados em mim.
Seu corpo duro, seu cheiro másculo me drogando os sentidos. Seu beijo é
perversamente provocante. Sua língua lambendo e chupando a minha, fazendo
minha calcinha gotejar e minha respiração alterar de tal forma, que não
consigo conter os gemidos.
Agora somos apenas eu e ele.

Oh, cara, eu estou tão fodida. De verde e amarelo! Ele está certo.

É a porra do fim da linha.

― Elijah... ― eu gemo em sua boca.

Ele ri, ofegante e agarra a minha bunda, me puxando para mais perto,
como se isso fosse possível. Continua moendo gostoso em minha vagina
necessitada. Minha mente só consegue registrar o seu bem dotado pau,
esfregando em mim obscenamente. Me penduro em seus ombros firmes e me
entrego de vez, dando tudo de mim nesse beijo.

― Porra... Caralho... Sara... ― ele geme meu nome e eu nunca ouvi nada
mais erótico e bonito. Seus dentes estão puxando e mordendo meus lábios,
meu queixo e depois, voltando sua boca exigente para a minha. ― Porra... ―
rosna e me levanta pela bunda. Eu facilito, envolvendo minhas pernas ao seu
redor. Entramos em um frenesi de mãos e bocas. Gemidos e rosnados. Ouço
vagamente a música ao fundo.

― Corta!

― Corta!

― Corta!

O quê!?

O diretor repete o último comando, com um leve toque de diversão em


seu tom e as luzes se acendem, o ambiente escuro e íntimo da boate some.

Elijah finalmente para o beijo e respiramos pesadamente na boca um do


outro.
― Perfeito! Sara, você foi incrível. ― o diretor parece verdadeiramente
empolgado. — Vocês passaram muito realismo.

Elijah sorri. Os olhos brilhando presunçosos e divertidos. Ele sabe que


essa merda foi, é muito real entre nós. Eu me obrigo a descer as pernas do seu
quadril e mordo o lábio quando meu sexo roça seu pau duro.

― Dez minutos de pausa, antes da cena da cama. ― o diretor completa e


meu coração dispara.

Cama!? Há uma cena na cama?

Minha confusão e desespero devem transparecer em meu rosto, porque o


idiota pomposo, sussurra no meu ouvido:

― Eu tomei a liberdade de sugerir uma ou duas coisinhas, pequena fada.


― e sai, me deixando trêmula e com uma vontade absurda de correr dessa sala
e só parar quando chegar ao Brasil.

O que não é um bom plano desde que temos o Atlântico no meio.

Merda, merda. Puta merda!

CAPÍTULO DOIS

Sara

― Você tem certeza de que está bem, maninha? ― Mel pergunta baixinho,
me fazendo puxar o olhar, de volta do espelho. Ela está preocupada depois de
ter visto o beijo completamente faminto, indecente... Oh cara! Que compartilhei
com Elijah. Posso ver isso em seu olhar. ― ainda pode parar. Ainda pode...
― Está tudo bem, Mel. ― eu minto.

Meu estômago está torcendo em nós apertados, nos últimos minutos.


Vou rolar numa cama, com o galinha do mundo do rock e não há mais volta, a
partir daqui. Eu não vou correr porque é exatamente isso que ele quer. Não sou
uma covarde. Vou lá e vou fazê-lo se arrepender de mexer comigo. Endireito
meus ombros, cheia de determinação e sorrio.

— Eu vou dar o que o idiota quer.

― O quê? ― ela franze a testa. ― você vai...

― Sim, eu vou transar com ele. ― digo num tom malicioso. ― vou dar
uma maldita chave de coxas no imbecil. Não é isso que ele quer?

― Sara? Querida. ― seu tom é repleto de apreensão. ― Elijah teve mais


mulheres, do que todos os caras juntos. Você pode se machucar cedendo à ele.
Por favor, tome cuidado.

― Querida, estou há nove meses sem sexo. ― rio ironicamente. ― quem


deve tomar cuidado é ele, com a fome que estou.

Minha irmã sorri, mas, seu semblante ainda é preocupado.

― Apenas tome cuidado, maninha. ― ela me abraça com carinho.

― Eu vou, maninha. ― garanto. ― Sou uma garota crescida. Será apenas


sexo. Sem amarras. Apenas me divertindo, pela primeira vez em minha vida.

Uma batida a porta, nos tira do momento.

― Retorno das gravações em dois minutos! ― alguém anuncia do lado de


fora.

Eu puxo uma respiração profunda.


― Vem querida. Eu tenho um guitarrista galinha, para dar uma lição. ―
digo confiante.

Ela sorri e balança a cabeça, me seguindo para fora.

A mudança de cenário me bate forte e eu estaco, assim que entramos no


salão, outra vez.

A danceteria se foi, sendo substituída por um cenário de quarto.

Eu engulo em seco quando meus olhos pousam na cama redonda com


convidativos lençóis de seda branca. Ela foi estrategicamente posicionada perto
das janelas, onde foram instaladas cortinas brancas, quase transparentes. Um
ventilador as faz tremular simulando uma brisa.

E lá, parado de costas, olhando para fora, está Elijah. Puta merda.

Meus olhos o bebem sem cerimônias. Suas costas são amplas, com
músculos nos lugares certos. Há uma guitarra tatuada na omoplata esquerda.
Liam tem uma igual no lado direito. Eu acho que essa é uma coisa deles.

Meu olhar desce mais, caindo para a boxer preta, que deixa sua bunda
absolutamente comestível. Ele olha por cima do ombro e me pega checando seu
traseiro, antes que eu desvie o olhar. Merda.

O arremedo de sorriso cínico brinca nos lábios carnudos e eu estreito os


olhos nos seus, me recusando a desviar o olhar. Mas, posso sentir o rubor
tingindo minhas faces, por ter sido pega e, principalmente pelo brilho irônico,
nos olhos verdes. Ele sabe que eu o quero e desdenha disso. Filho da puta
presunçoso.

― Gravando! ― o diretor brada.

Merda. Aqui vamos nós!


Eu imediatamente jogo todo o meu desconforto, com o babacão, para
segundo plano e coloco uma expressão apaixonada, em meu rosto.

Essa parte é mais romântica. O casal já está envolvido e é a primeira


transa. É, o idiota sugeriu uma transa. Esse cara é mesmo de verdade? Ele
quer me torturar. Mas, Sara Nogueira não foge de nada. Ok, não mais.

Eu corto o salão em sua direção. Ele retomou sua posição, seguindo o


script, olhando para fora e eu me permito beber cada detalhe, do seu físico
soberbo. Lindo. Costas esculpidas com músculos magros, cintura e quadril
estreito, pernas longas, poderosas e pés grandes.

Bom, vocês sabem o que dizem sobre os pés masculinos, não é? Eu me


seguro para não rir porque no caso dele é inteiramente verdade. O homem tem
o maior equipamento que eu já vi e... Bem, peguei. Tá bom... Masturbei! E o
mero pensamento disso, me deixa toda quente e desejosa.

A seda do meu robe vermelho sussurra contra a minha pele, à medida


que me movo, me deixando mais excitada. Eu faço uma nota mental para
nunca mais aceitar fazer um vídeo clip sensual quando estiver na seca.

Em outro ambiente, Liam e os caras estão filmando a banda tocando


Irresistível.

A voz rouca e sexy do meu cunhado enche o recinto quando paro atrás
de Elijah. Espalmo as mãos em suas costas e o sinto tremer levemente, sob
meu toque. Isso arranca um sorriso arrogante de mim. Ora, ora...

Então, minha postura fodona é arruinada quando gemo sentindo sua


pele nua, quente, firme. Oh, meu bom Senhor! Que homem mais gostoso.

Não podendo me conter, enfio o rosto entre suas omoplatas e inalo


profundamente. Esse cheiro. Droga, esse cheiro é como um afrodisíaco se
infiltrando em minhas narinas.
Minhas mãos seguem para a sua frente, num abraço íntimo. Sua pele
arrepia e ele assobia sob sua respiração:

― Porra... ― diz baixinho. Eu rio e o mordo. Não com força para


machucar, mas, forte o suficiente para dizer à, ele que eu estou totalmente na
porra do jogo.

― Vem me pegar, garoto da guitarra. ― sussurro em sua pele e deslizo a


língua, numa lambida atrevidamente descarada.

Eu não queria estar tão atraída por ele. Todos os meus instintos me
dizem para correr na direção contrária. Eu sei que nada mais substancial pode
vir de uma relação com Elijah. Ainda assim não consigo refrear esse desejo
louco correndo em minhas veias, cada vez que estou perto dele. Bem, talvez o
remédio seja prová-lo logo e tirá-lo de uma vez por todas do meu sistema.

É isso.

Apenas sexo.

Não deve ser tão difícil. Milhares de pessoas fazem isso o tempo todo. Eu
posso transar loucamente com um rock star quente e depois seguir em frente.
É claro que eu posso.

Tento me convencer.

*******

Eu chuto meus sapatos assim que entro no meu apartamento, duas


horas depois.

Gemo quando piso descalça, no assoalho.


Jogo minha bolsa e chaves sobre a mesinha de centro, e atravesso a sala
em tons de branco e cinza em direção à cozinha. Pego suco de laranja do
freezer e bebo direto da caixa.

É, eu sei. Nojento. Mas, eu moro sozinha. Não há ninguém para me dar


bronca. Além disso, meu corpo está quente, muito quente.

Suor cobre a minha pele.

A gravação na cama foi... Puta merda. Foi um ataque brutal.

O imbecil me fez gozar diante de toda a equipe de filmagem.

Meu pulso acelera com a maldita cena, que não sai da minha cabeça.

Elijah montando em mim, entre as minhas coxas. A coluna grossa do seu


pau esfregando, esfaqueando meu clitóris, cruelmente.

Seus olhos verdes perfurando os meus sardonicamente, sabendo que era


uma luta perdida para mim.

Eu gozei como uma louca!

Sua boca saqueou a minha, bebendo, sugando tudo de mim. Calor e fogo
inflamando o meu ventre, enquanto eu gemia como uma vadia. Ele emitindo
um misto de sorriso e rugido contra meus lábios, chupando e mordendo-os
obscenamente.

Puta merda, dizer que foi constrangedor é um eufemismo. O homem


claramente é um sem vergonha.

Meu corpo não parece ter nenhum problema com isso. Meus seios ficam
tensos, os mamilos duros só em lembrar. Parece que ainda estou ouvindo-o
gemer meu nome, na minha boca.

Oh, meu bom Deus!


Bebo mais um pouco do líquido gelado para me acalmar.

Eu corri de lá tão logo o diretor nos dispensou. É, eu corri, ok?

Não venham me condenar, por favor. Ele queria me devorar ali mesmo,
pelo olhar feroz em seu rosto... E eu não me orgulho de dizer, que o deixaria
fazer isso.

Nunca senti nada tão intenso na minha vida.

Basta olhar em seus olhos verdes perversos e fico perdida em luxúria.


Nenhum homem me beijou daquela forma, como se não pudesse ter o
suficiente. Como se fosse me amarrar na cama e me foder, sem se importar
com a nossa plateia.

O cara é perigoso. Estou recuando.

Eu sei, eu sei. Assumo, sou uma covarde.

Acho que Elijah pode ter razão e eu não posso lidar com ele, no final das
contas. O cara é muito intenso.

Muito gostoso.

Muito cachorro.

Muito tudo.

Estou queimando, ofegando por ele. Mas, isso é uma má ideia.

O barulho do meu telefone tocando me leva de volta para a sala. É o meu


pai piscando na tela. Sorrio e atendo-o.

― Ei, seu Pedro! ― saúdo-o, me jogando no sofá.

― Oi, querida! ― ele diz suavemente. ― Como está a minha menina?


Tirando o fato de um guitarrista galinha, ter me incluído em seu
cardápio, está tudo perfeitamente bem, ironizo-me.

― Tudo ótimo, papai. ― digo com a convicção certa, para deixá-lo


tranquilo. ― Estou me adaptando muito bem. Não que seja particularmente
difícil, estar andando com uma banda de roqueiros quentes e ainda ganhar um
salário exorbitante para isso.

Ele sorri ricamente do outro lado e o som me enche de nostalgia.

Sinto falta da nossa convivência cotidiana. Meu pai é muito ligado à mim
e à Mel. Nunca tivemos segredos para ele devido a nossa mãe ter nos deixado
muito cedo. Eu sinto falta dele terrivelmente.

― Acabei de falar com Mel e ela me disse que filmaram a primeira parte
do clip hoje. ― sua voz é mais séria. ― Você está bem com isso? Não pense que
não tenho percebido a animosidade entre você e Elijah, desde que se
conheceram.

Os pais já vêm todos equipados com radares, eu juro.

― Não há nada para se preocupar, pai. ― eu digo com o máximo de


neutralidade que consigo. — Não há a menor chance de algo acontecer entre o
galinhão e eu. ― zombo.

Ele sorri um pouco.

― Tome cuidado, Sara. Elijah parece ser um bom rapaz em outros


aspectos, mas, vejo na mídia, como ele trata as mulheres...

― Papai, não sou mais uma garotinha. ― bufo. ― Se algo acontecer não
vai passar de sexo, fique tranquilo.

― Sara, pelo amor de Deus! Eu ainda sou o seu pai! ― ele range em
desgosto no meu ouvido. ― Não quero ouvir minha menina falando assim.
Deus, o que eu disse demais?

― Pai, sem dramas. Estamos em pleno século vinte e um. — argumento.


― As mulheres têm tanto direito ao sexo quanto os homens.

Ele faz outro som de desagrado. Eu rio, adorando provocá-lo.

― Sempre tão atrevida. ― sua voz fica mais suave. ― Apenas tome
cuidado, querida. Deixe o guitarrista em segundo plano e concentre-se na sua
carreira. Liam está sendo muito generoso com você.

Ele diz a última parte todo orgulhoso. Meu pai é um fã de Liam Stone
agora. Meu cunhado é mesmo um homem excepcional, disso não posso
discordar.

― Sim, papai. Farei isso, e sim, Liam é uma pessoa admirável. Minha
irmãzinha está sendo bem cuidada, pode ter certeza.

Ele fica em silêncio por um instante.

― Você também encontrará um bom homem que a ame, como merece


querida. ― seu tom é um pouco estranho. Conheço o meu pai.

― Há algo que queira me dizer, pai? ― peço.

Ele expira baixinho.

― André. Ele me ligou duas vezes, querendo saber de você. ― revela me


chocando completamente.

― André? ― cuspo, me levantando e indo até a varanda. A vista do meu


apartamento é incrível. Outra coisa que devo ao meu lindo e atencioso e
cunhado. ― O que aquele cuzão quer perguntando sobre mim?

― Cristo! Olhe a boca, Sara! ― meu pai me repreende. ― Ele me disse que
está profundamente arrependido, pela forma como tudo terminou e...
― Ele pode enfiar esse arrependimento todo, você sabe onde, pai. ― rosno
e ouço-o resmungar mais uma vez, para meus maus modos. ― Diga a ele para
me deixar em paz! Por favor.

Ele suspira.

― Eu direi querida. Sinto muito que teve que passar por isso. ― seu tom
é todo paterno agora. ― Você amou aquele pateta, desde a adolescência.

― É. Eu amei. Passado, pai. ― digo firme. ― Ele não merece ouvir mais
nada de mim.

― Direi isso, se ele me ligar outra vez. ― garante. ― Mas, vamos... Eu não
liguei para falar de seu ex noivo. Conte-me, como está o trabalho na
gravadora? Você vai cuidar exclusivamente da banda? Estou tão aliviado que
esteja perto de sua irmã, querida.

Meu humor muda rapidamente, com a menção do meu novo trabalho.


Estou tão empolgada em trabalhar com os caras e mais feliz ainda por estar
perto da Mel e do Chay de novo. Eu passo os próximos minutos jorrando tudo
nos ouvidos do meu pai.

Quando nos despedimos começo a me preparar para o bendito jantar.


Meu centro palpita com o simples fato de saber que vou encontrar Elijah, daqui
a pouco.

Sim, sou um caso totalmente perdido. Minha vagina possui zero respeito
próprio quando se trata daquele galinhão.

Trágico, eu sei.

Eu tomo o meu tempo me embelezando no banho e resisto à vontade de


me tocar. Estou excitada, loucamente excitada, mas, não vou dar mais essa
vitória ao idiota pomposo. Ele não vai me controlar. Não vai me transformar
numa criatura cheia de lascívia.

Gemo.

A quem eu quero enganar? Ele já me virou do avesso. Estou latejando,


antecipando o momento em que iremos finalmente, partir para a ação
completa.

Meu sexto sentido me diz que desta noite não passa.

Eu sei que o sexo com Elijah será algo fora da minha liga. O homem
exala sexo. Não qualquer sexo. Algo escuro, sujo, suado, safado. Ele tem esse
jeito perverso, malvadão... Um roqueiro com tendências para Christian Grey...

Oh, cara! Eu quero...

Eu abro as portas do meu closet e contemplo minhas recentes


aquisições.

Ontem estive numa tarde de meninas com a Mel. Fomos a algumas lojas
exclusivas na Rodeo Drive. Ela insistiu em pagar pelos vestidos matadores e
um Jimmy Choo assassino, que me agarrei e me recusei a largar. Eu iria
pagar. Claro, correndo o risco de comprometer boa parte do saldo dos meus
cartões de crédito, porque as peças eram caríssimas. Eu quase tive um treco
quando a vendedora, que só faltou pegar a Mel no colo, nos disse o valor. Mas,
minha irmãzinha está aprendendo a ser persuasiva com seu marido. Acabei
cedendo. Afinal, era um maldito Jimmy Choo!

Uma dica valiosa: se quiser me corromper, mostre-me sapatos. Quem me


conhece sabe que sou uma mulher louca por sapatos.

Acabo me decidindo por vestir um jeans skinny escuro e justo e blusa de


seda amarela, bem cavada dos lados com top preto por baixo. Seco meus
cabelos e os deixo soltos. Aplico maquiagem leve e calço meu novo bebê salto
quinze.

Sorrio para o meu reflexo no espelho. É isso aí, garota! Você está um
arraso! Congratulo-me antes de pegar minha carteira e sair.

Estaciono na frente do restaurante e entrego as chaves para o


manobrista. Um frisson se forma na boca do meu estômago na medida em que
avanço para a entrada. Avisto várias celebridades nas mesas do terraço e
paparazzi nos arredores, à espreita para uma boa foto.

A hostess, uma loira cerimoniosa, me recepciona com um sorriso colado


no rosto. Informo que vou me juntar à mesa de Liam Stone e seu sorriso se
alarga, enquanto chama um garçom e pede para que o rapaz, me leve à área
privativa.

Uma das minhas músicas preferidas de Adele está tocando ao fundo. O


ambiente é tranquilo, chique, um tanto acolhedor, percebo com satisfação.

Chegamos a um novo terraço, onde várias mesas estão juntas, mas,


ainda não há ninguém.

Gafe total.

Cheguei cedo demais pelo visto. Certo, admito que estava ansiosa,
parecendo uma colegial a caminho do primeiro encontro, com o cara mais
popular da escola.

É, eu sei, isso não é um encontro.

NÃO é um encontro!

Eu só preciso ficar repetindo isso, em minha cabeça, para meu cérebro


tolo e fantasioso, se convencer.
Eu sorrio para o garçom e agradeço. Ele quer saber se vou beber algo
enquanto aguardo os outros. Peço um cosmopolitan para driblar o nervosismo
que inexplicavelmente, estou sentindo.

Ok, não inexplicavelmente. Ele é a causa.

Sei que estou dirigindo e não é aconselhável. Vou beber apenas água
depois. Certo?

Estou prestes a tomar um assento, quando minha cabeça gira com o som
de um sorriso feminino afetado e meu coração para, com o que vejo.

Elijah está no bar, do outro lado de uma parede de vidro e ele não está
sozinho.

Uma morena exuberante está praticamente em cima dele.

Meu peito aperta um pouco quando a reconheço. É a mesma que o


acompanhou à premiação do Awards Music, no mês passado. Ele está sorrindo
para ela, de uma forma íntima, maliciosa.

O garçom entrega meu drink. Eu o pego e agradeço, sem conseguir


desviar os olhos dos dois. A garota sussurra algo em seu ouvido e Elijah sorri,
acenando. Estão marcando uma foda para mais tarde? Meu íntimo torce com
essa hipótese.

Eu tomo um gole da minha taça, tentando parar essa sensação de


decepção que está me invadindo.

Isso é quem ele é, Sara. Um maldito galinha do mundo do rock. Um filho


da puta jogador! Um homem puta do caralho!

Estou trincando os dentes, lançando olhares mortais na direção dos


dois, quando ele olha de lado e seu olhar pega o meu. Ele não parece surpreso,
nem envergonhado, de estar lá com ela.
Deus! Sara, recomponha-se.

Sim, vocês rolaram em uma cama, não tem nem duas horas, mas, foi
apenas encenação. Uma encenação na qual gozou como uma cadela no cio,
mas, vocês não têm nada. Nada, entendeu?

Em um momento de bravata, levanto minha taça, sugerindo-lhe um


brinde e tomo mais um gole.

Seus olhos passeiam por mim lentamente, de cima a baixo e seus lábios
sobem nos cantos.

Gah! Que bom que o divirto, idiota.

A garota continua sussurrando em seu ouvido, mas, os olhos verdes,


estão presos aos meus. Elijah sorri, de uma forma lasciva, quando ela puxa
para trás e o pega pelo pescoço, virando sua cabeça, exigindo atenção. Seu
olhar captura o meu outra vez, há um brilho sardônico, zombeteiro.

Não, ele não vai fazer o que estou pensando. Ele não vai...

Meu estômago cai em queda livre, enquanto o vejo aproximar sua boca
da dela, seu olhar nunca deixando o meu, como se estivesse me provocando,
me desafiando a desviar o olhar.

Então, ele a beija.

Oh, Deus!

Mortificação me atinge. O maldito galinha a beija olhando para mim o


tempo todo e eu, por alguma razão muito bizarra, não consigo arrancar meu
olhar do seu. É como se estivesse sob uma espécie de feitiço do caralho. Ele
come a boca da garota, seu olhar me mantendo presa.
O vejo morder os lábios dela. Arfo levemente, uma onda de luxúria
perversa invadindo meu ventre. O jeito que ele a beija. O jeito que me olha, os
olhos flamejando nos meus.

Merda, eu o desejo demais.

Ele é um escroto por me fazer ver isso, mas, a expressão faminta em seu
olhar é para mim. Não sei que jogo doente é esse que está jogando, mas, sinto
como se esse beijo fosse em mim. Para mim.

Que diabos eu acabo de pensar?

Puxo uma respiração profunda, meus olhos ardendo de humilhação. Eu


me arrumei toda para ele. Eu pensei que...

Pare já com essa merda, Sara!

Fecho os olhos brevemente, forçando-me a me recompor.

Esse idiota não merece nenhuma reação da minha parte!

Quando os reabro, o imbecil está beijando a mão da vadia, galantemente.


Eu o odeio nesse momento. Ele está beijando a porra da mão dela!

Ele nunca beijou a minha mão.

E de repente estou com mais raiva ainda porque o idiota nunca beijou a
minha mão. Cristo! Há algo de muito errado comigo.

Gemo em desgosto.

Ele é tão cínico. Eu quero bater na cara dele. Ele me irrita e me excita na
mesma medida.

Metade do tempo eu quero bater nele. Na outra metade, eu quero ser


fodida duramente por ele.
Sim, eu nunca disse que era uma pessoa coerente. Há os característicos
diabinho e anjinho, duelando em meus ombros desde que o conheci
pessoalmente. O anjo me diz para manter a distância, porque ele é um
cachorro total. O diabinho... Oh, cara! Vocês não querem saber o que ele está
sussurrando em meu ouvido...

― Olá. ― uma voz masculina, me tira do meu momento humilhante. ―


Desculpe me aproximar assim, mas, eu simplesmente, precisava cumprimentá-
la. ― eu forço minha atenção para o dono da voz de barítono e, uau!

Sua aparência é tão agradável quanto sua voz. Atiro um olhar de


desprezo, na direção de Elijah e sorrio docemente. Ele faz uma carranca
quando vê o cara me abordando.

Rá! Dois podem jogar esse jogo, querido.

― Olá, sem problemas. ― sorrio toda sedutora.

Os olhos azuis do recém-chegado brilham para o meu flerte. Ele é alto,


cabelos loiros quase platinados. É bonito, mas, não é o meu tipo, infelizmente.

― Você está aqui sozinha? ― ele sorri, mostrando os dentes perfeitamente


alinhados. ― Desculpe, eu não me apresentei. Sou Alex Champ. ― estende a
mão.

― Sara Nogueira. ― digo amigavelmente pegando sua mão.

Ele tem um aperto firme e seu olhar me diz, que está bem interessado.
Nada como um bom flerte para fazer uma garota se sentir bem.

― Nogueira? Você é brasileira? ― ele sorri genuinamente.

― Sim. ― respondo.
Não vou adicionar mais detalhes da razão de estar em LA. Quando se
tem um cunhado mundialmente famoso como o meu, precisamos ter muito
cuidado, com o que sai da nossa boca.

― O Brasil é um país maravilhoso. ― me bajula. Eu seguro a vontade de


rolar os olhos. ― Estive lá duas vezes a trabalho.

― Concordo. Meu país é lindo. ― estou sendo evasiva e ele sorri,


percebendo isso.

― Gostaria de sentar-se comigo no bar? Vejo que já tem um drink, mas,


quero ser o único a pagar-lhe o próximo. ― ele passa a mão pelos cabelos
parecendo um pouco nervoso.

É bonitinho. Tenho vontade de rir da sua fraca tentativa de seduzir-me.


Não me levem a mal, mas, prefiro algo mais agressivo.

Com esse pensamento, meu olhar vai para o vira-lata[3] no bar. A


morena sumiu e ele está vindo em minha direção, seus olhos faiscando,
parecendo irritado. Eu não posso parar essa vontade louca de provocá-lo.
Coloco a minha mão no antebraço musculoso de Alex e me aproximo,
sussurrando quase em seu ouvido:

― Eu adoraria...

Os olhos azuis se acendem e ele sorri, colocando a mão na parte baixa


das minhas costas.

― Tire a porra das mãos de cima dela! ― eu rio internamente, ao ouvir a


voz furiosa de Elijah.

Ele chega bem próximo, nariz a nariz com um confuso e assustado Alex.
Eu quase sinto pena, mas, aí me recordo que os homens são escória.
― O quê!? ― o rosto de Alex fica vermelho e ele recua a mão das minhas
costas. Covardão. ― Me desculpe cara, eu não sabia que ela estava
acompanhada...

― Ela está. ― Elijah rosna, me puxando bruscamente pela cintura. Eu o


acotovelo nas costelas. Ele range os dentes para mim, seu braço me apertando
mais contra seu corpo.

― Qual é a porra do seu problema? Eu não estou com você, seu maldito
vira-lata! ― empurro seu peito com a mão livre. Ele abre um de seus sorrisos
irônicos, mas, não cede um milímetro.

― Ei! Você não é o guitarrista daquela banda famosa, a DragonFly? ― a


voz de Alex tem uma nota de admiração agora. Eu reviro os olhos. Ah, sério?
Um fã do galinhão? Bufo.

― Nah! Eu tenho um monte de problemas por ser confundido com esse


cara. ― Elijah sorri. É um sorriso travesso e meio insolente. O que ele está
fazendo? ― Isso me ajuda com as garotas, no entanto. ― seu tom é sacana e ele
pisca para Alex. O bobalhão sorri de volta com cumplicidade masculina.
Homens...

― Ele é um mestre da guitarra. ― o homem bajula. Elijah abre o maior


sorriso arrogante.

― Tenho que concordar. O cara é foda. ― que convencido! Gah!

― Me desculpe mais uma vez, por abordar sua garota. ― Alex, o idiota,
sai sem me dar um segundo olhar. Nem acredito que dei preciosos minutos do
meu tempo para o covardão baba-ovo.

― Me solte seu imbecil! ― empurro Elijah e ele cede, o sorriso cínico


curvando sua boca. ― Volte para a sua vadia do caralho! ― seus olhos
acendem, o sorriso alargando lentamente. Merda. Agora ele sabe que o seu
showzinho me afetou. Quero me chutar por isso.

Elijah

O cara se afasta em direção ao bar, sem nem mesmo dar uma última
olhada em Sara.

Bom. Cara esperto.

Eu a encaro. Ela está me atirando um olhar cheio de desprezo.

Eu adoro chocá-la, provocá-la. Por isso beijei a morena ainda há pouco.


Além disso, quero que saiba exatamente com quem está lidando. Eu não faço a
porra suave e romântica do Stone. Meu estilo é inequivocamente mais...

Agressivo! Se é que me entendem, senhoras.

Rio presunçosamente e deixo meus olhos vagarem pelo seu corpinho


sexy. Porra, ela está gostosa.

Risque isso, ela é gostosa.

Eu fiquei duro no momento em que a vi entrando. É, eu a vi desde o


primeiro momento, mas, fui cercado por Anabete antes de ir até ela.

A cadela ficou se jogando para cima de mim, me esfregando seu corpo


cheio de curvas. Então, o que um cara pode fazer? Eu a comi depois da
premiação do Awards Music. Ela é bem gostosa. Porra, aquela boca parece um
maldito aspirador de pó. Nos divertimos algumas vezes e acabou. Fim. Pena
que ela não parece ter entendido isso e vive aparecendo “coincidentemente”, na
maioria dos lugares em que eu vou. Ela está me seguindo? Só agora penso
sobre isso.

― Você tem batom em seu queixo. ― Sara aponta meu maxilar, torcendo
os lábios com escárnio. Eu limpo e sorrio para o tom de despeito em sua voz.

― É ciúme que estou detectando aí, pequena fada? ― alfineto-a. ― Tem


para você também, baby. É só me dizer quando e onde; e eu estarei lá. ― pisco-
lhe. Ela bufa, os olhos marrons me jogando punhais.

― Obrigada, mas não curto paus comunitários! ― guincha.

Eu gargalho. Jesus, eu amo sua boquinha suja.

― Você está deliciosa esta noite, a propósito. ― minha voz abaixa,


seduzindo-a. ― Diga que posso comer você em vez do jantar.

Ela bufa, mas, a respiração engata, suas pupilas dilatam e ela bebe um
grande gole da sua bebida. Eu rio triunfante.

Ela pode dizer o que quiser, mas, eu sei que sua boceta quer o meu pau
tão ruim, quanto ele a quer. Ajusto-me nas calças. Meu pau engrossando,
pressionando o zíper.

Ela está realmente deliciosa esta noite. Vestiu-se para mim? Pergunto-
me envaidecido com a possibilidade.

A calça de cintura baixa se ajusta com perfeição aos quadris levemente


arredondados e às pernas longas em sapatos indecentes. As brasileiras são
mesmo uma coisa... A blusa, de um amarelo berrante, deixa claro que ela é
uma menina impertinente. Que não gosta de seguir padrões.

Rio internamente. Meu tipo de garota.


Seu umbigo está de fora, o estômago liso me traz água na boca,
salivando para provar sua pele, seu gosto.

Não tem nem duas horas que nos comemos na cena do clip, mas, estou
pegando fogo para tê-la embaixo de mim de novo. Só que desta vez sem a
barreira das roupas. Sua boceta nua, recebendo meu pau furioso em suas
profundezas.

Porra.

Eu rosno, rangendo os dentes de tesão bruto por essa mulher.

― Não vai acontecer, garoto da guitarra. ― ela zomba, tentando uma


bravata, como se isso fosse me parar.

― Sim, vai. ― sussurro, me aproximando mais, invadindo seu espaço


pessoal, olhando-a de cima. ― Se você não ofegasse e gemesse como uma
cadela, cada vez que me aproximo, talvez eu acreditasse em você. ― ela bufa,
me fuzilando, mas a excitação é clara em seu semblante. ― Espero você mais
tarde no meu apartamento. ― intimo.

Seu rosto passa por uma transformação. Ela parece afrontada.

― Seu apartamento de foda, você quer dizer? ― diz com repulsa. ― Posso
contrair uma DST apenas respirando o ar daquele lugar.

Eu sorrio com vontade. Ela é divertida, tenho que admitir.

― Eu sempre fodo protegido, querida. Tenho exames recentes que


provam que estou limpo. Então, pare de fingir que isso é um empecilho.

― Tem razão, o empecilho é o fato de você ser o maior galinha, o maior


cachorro vira-lata de LA. ― ela rosna. ― Você tem mais mulheres do que um
sultão.
― Oh, obrigado.

― Não foi um elogio, idiota. ― revira os olhos.

Porque sou um bastardo, decido empurrá-la um pouco mais.

― Eu prefiro pensar em mim como um colecionador. ― seus lábios se


inclinam num sorriso de desprezo. ― As mulheres são como obras de arte,
pequena fada. ― ela faz um som deselegante. ― Merecem ser apreciadas. Todas
elas.

― Diga o que quiser, mas, para mim há uma palavra que define bem
homens como você. ― diz entre dentes. ― Homem puta! Galinhão!

― Opa! São duas palavras aí. ― rio, me divertindo com sua luta para não
ceder ao nosso tesão mútuo. ― Escolha uma, baby. As duas me ofendem
profundamente. ― levo a mão de forma dramática ao meu coração. Ela aperta
os olhos descontentes em mim.

― Adjetivos não me faltam para você. ― range.

― Eu aposto que não. ― digo ironicamente. ― Você pode me xingar


quando eu estiver te fodendo. Te comendo com força. Eu deixo. ― ela grunhe,
parecendo pronta para me esganar. Meu riso cresce perverso. ― Isso pode
apimentar um pouco as coisas...

Mal posso esperar para derrubar suas barreiras uma a uma, varrê-la do
chão e tomar o que eu quero. Nunca tive muita consciência quando se trata de
foder. Não é agora que vou começar a fazer concessões. Ela vai me dar, até que
eu esteja saciado e pronto para passar para a próxima.

― Seu grosso! Bruto! ― cospe, lutando para manter os sinais de sua


excitação sob controle. Eu rio da sua vã tentativa e me colo à ela, minha mão
serpenteando pela sua cinturinha estreita e nua. Ela ofega com o meu toque e
eu ranjo os dentes, rosnando baixo. ― Me solte, seu descarado! Eu vou gritar!

Aproximo nossas bocas, meus olhos perfurando os seus. Meu instinto de


caçador é ativado quando sinto o cheiro do seu medo misturado à excitação
inconfundível.

Eu a afeto muito.

Ela me quer, mas, está se cagando de medo de mim. Bem, se ela


soubesse as coisas más que quero fazer com ela...

― Grite, querida. ― cheiro sua pele, deslizando o nariz pelo maxilar e


pescoço. Ela estremece. ― Grite. Estou louco para te ouvir gritando... ―
sussurro malicioso e mordo de leve no lado de seu pescoço. Ela geme e me
amaldiçoa. Rio contra a sua pele. Jesus, eu a quero. Porra, a quero tanto. Que
merda é essa que essa garota me faz sentir? ― Você me quer, Sara. Você me
quer, porra.

― Não! ― rebate. ― Eu desprezo caras como você. ― sibila, mas, está


impotente.

Pateticamente impotente, deixando-se dominar por mim. Ela poderia me


empurrar, no entanto, não está fazendo isso porque está tão desesperada para
me dar, como estou para comê-la.

― Você me despreza, querida? ― eu rio maldosamente. ― Talvez o seu


cérebro realmente o faça. Mas, o seu corpo... ― Empurro minha pélvis na sua.
Ela arqueja sentindo meu pau duro. Sussurro no seu ouvido: ― seu corpo me
quer. Sua boceta está doendo pelo meu pau. Apenas pare de ser hipócrita e
assuma isso, porra. Isso aqui é forte demais para ir embora como num passe
de mágica, Sara. Esse tesão louco entre nós, precisa ser saciado ou nunca irá
nos deixar seguir em frente, entende? Nós vamos foder. Vamos foder pra
caralho, está me ouvindo? Só assim essa porra irritante irá embora. ― me
afasto apenas o suficiente para olhá-la nos olhos. Ela lambe os lábios
nervosamente. ― Se ousar fugir de mim hoje eu vou atrás de você e a trarei de
volta. Não importa se terei que arrastá-la pelos cabelos, ou dar uns tapas nesse
seu traseiro bonito. Eu avisei que não haveria mais joguinhos, porra. ― seus
lábios caem entreabertos e os olhos dilatam mais, com o meu tom áspero. ―
Você gosta disso, pequena fada? ― traço seu lábio inferior com o meu polegar.
Ela geme baixinho. Um sorriso mau se escancara em minha boca. ― Gosta de
uma vida difícil no quarto? Oh, baby! Você, porra! É o meu tipo de garota. ―
ronrono em sua boca. Ela está tremendo contra mim e meu corpo está
vibrando, enlouquecido pela proximidade. ― Você sente isso, Sara? Sente o
quanto nossos corpos vibram de tesão quando nos vemos, quando estamos
perto? ― seus olhos estão escurecidos e ela arfa. Deslizo o indicador pelo seu
ombro nu. Ela geme baixinho, desejosa. ― Sentir sua pele é como uma porra de
descarga elétrica. Você sente, não é? ― seduzo-a. ― Se sentimos isso apenas
nos tocando, imagina como será quando eu estiver todo enterrado dentro de
você? ― ela capitula, fechando os olhos.

Sorrio vitorioso, mas, antes que nossas bocas se toquem, ouço alguém
limpando a garganta. Olho por cima do ombro e vejo meus companheiros lá,
parados com suas mulheres.

Liam e Mel não parecem muito felizes.

Cacete. Sean, Collin e Paul estão me dando sorrisos comedores de


merda. Até mesmo suas meninas, estão sorrindo discretamente.

Eu me obrigo a soltar Sara a contragosto. Ordeno meu pau a controlar a


ansiedade. De hoje não passa. Mais tarde, amigão. Eu o acalmo. Mais tarde ela
é toda nossa. Não vou mais deixá-la se esconder.

― Vocês demoraram ― eu praticamente rosno para os recém-chegados,


não me importando em disfarçar meu desgosto, por terem me interrompido
justo quando Sara estava mole, em meus braços. Bastardos.
― Ou vocês chegaram cedo... — Collin aponta. Suas sobrancelhas
subindo sugestivamente. Idiota.

― Sara, Eli. Vocês realmente chegaram cedo. ― Mel diz e me beija no


rosto.

Me sinto como a porra de um adolescente ansioso sob seus olhares. A


beijo de volta, embora seu semblante não seja lá muito animador. Ela me dá
um sorriso apertado e vai para o lado da irmã, beijando-a também. Eu sorrio o
mais natural que consigo. Liam me bate nas costas. É impressão minha, ou o
bastardo usou mais força do que o normal? Eu o fulmino. Ele me dá um de
seus olhares não estrague as coisas, idiota.

Cumprimento meus parceiros e beijo suas meninas. Em seguida as


mulheres estão interagindo, elogiando as roupas uma da outra e essas merdas
que só as mulheres são capazes de verbalizar. Eu e os caras nos limitamos às
provocações costumeiras e pedimos uísque para começar.

Nos acomodamos à mesa e pouco depois a equipe de produção chega


também.

Bebemos bom vinho, comemos e jogamos conversa fora. Esse tipo de


merda social que o Stone adora fazer. Ele é a porra de um diplomata. A
conversa sempre gira em torno dele. Meu parceiro é hábil no traquejo social.

Eu? Eu não dou a mínima para isso e estou contando os minutos para
sair daqui e foder os miolos da pequena fada. Meus olhos a procuram do outro
lado da mesa. É, a cadela se sentou bem longe de mim. Não consigo segurar
um riso. Se ela acha que vai me escapar hoje está redondamente enganada.

Um dos cinegrafistas, sentando ao seu lado está pra lá de empolgado,


emendando um assunto atrás do outro. Sara está o encorajando como a vadia
provocadora que é. Eu ranjo os dentes quando ele a toca no braço.
Tire as malditas mãos daí, porra!

Jesus! Eu não sei por que estou reagindo tão possessivamente com ela.
Eu nunca fui assim com nenhuma cadela que comi. Eu nem ao menos a fodi
ainda. Que porra é essa?

Ela levanta a cabeça e nossos olhares se encontram. Olho acintosamente


para a mão do desavisado em seu braço. Ela levanta uma sobrancelha,
claramente me desafiando. Jesus, que cadela irritante do caralho!

Estreito meu olhar sobre ela enviando-lhe um aviso. Não brinque comigo,
Sara. Você não sabe do que sou capaz.

Um sorriso zombeteiro curva a boca pequena, de lábios suaves e bem


desenhados.

Minha mente viaja imediatamente para a minha fantasia mais


recorrente: ela de joelhos chupando avidamente o meu pau. Eu vou adorar vê-
la engasgar com a minha porra, enchendo a sua boca. Ela deve ter visto as más
intenções no meu semblante, pois, toma um gole de água e retira
educadamente a mão do imbecil do seu braço.

Boa menina. Eu sorrio-lhe. Ela rola os olhos como se não estivesse como
eu, contando os minutos para pularmos nos ossos um do outro.

― Então, você fala seis idiomas? Nossa! ― ouço a bajulação na voz do


cinegrafista.

Eu bufo. Sara me olha de novo e seus olhos brilham provocantes.

― Sim, eu sempre fui muito habilidosa com a língua. ― diz docemente e


lambe o lábio inferior sem tirar os olhos dos meus.

Cachorra. Meu pau baba nas calças com sua insinuação descarada.
Foda. Quando eu pegar essa vadia...
― Eu comecei Espanhol recentemente. ― diz o idiota totalmente alheio,
ao fato de que estou planejando uma morte lenta para ele, se não parar de
tentar roubar o que é meu.

― Oh, você vai amar. ― ela o encoraja. O cara está babando em cima
dela, porra. ― Eu acho um idioma muito sexy.

― Estive em Madri no mês passado e... — Forest Gump[4] começa a


contar todos os detalhes da viagem para a Espanha.

― Relaxe, irmão. ― a voz divertida de Liam, me faz desviar o olhar do


casalzinho à minha frente. ― Parece que Sara ganhou um admirador, não é?

Eu quero chutar as bolas do Stone agora. Ele sorri como o bastardo que
é, e aconchega sua mulher, beijando-a na têmpora. Ugh! Tão veadinho.

― Por que isso me importaria? ― dou de ombros desdenhosamente.

Quase engasgo quando sinto uma mão feminina, apalpando a minha


coxa, cravando as unhas de forma insinuante. Cacete!

Minha cabeça gira e encontro com a loira bonita que arrumou meus
cabelos mais cedo no clip. Eu abro um sorriso de lobo e lhe dou uma piscadela
sacana, dando-lhe o sinal verde para continuar sua subida... Ela sorri e se
debruça para mim. Meu olhar cai para o decote generoso. Jesus! Ela tem peitos
indecentes. Meu pau, que esteve duro toda a porra do jantar, se sacode com
interesse. Eu amo uma comissão de frente avantajada. Quando maior melhor.

Franzo o cenho levemente quando imagens dos seios pequenos e


perfeitos de Sara invadem a minha mente. Ela não é voluptuosa, mas, é
impossível esquecer a sensação da sua carne macia na minha boca. Porra.
Aqui estou eu e meus pensamentos de volta à essa cadela.
A garota ri como uma hiena quando pega o meu pau duro, obviamente
pensando que isto é para ela. Em qualquer outro dia eu a levaria para um
banheiro e a teria chupando o meu pau em dois tempos.

Mas, hoje não.

Essa ereção dolorosa pra caralho tem nome: Sara.

Gozar numa garota aleatória não vai resolver meu problema. Preciso
descarregar cada gota dentro do corpo de Sara. Só isso me deixará satisfeito.

Chega de substitutas.

Perguntando-me o que diabos há de errado comigo, eu pego a mão da


garota e a retiro do meu pau. Ela junta as sobrancelhas em clara decepção.
Porque sou um cara sensível, sussurro em seu ouvido:

― Me passe seu telefone, querida. Prometo que entrarei em contato.

As chances de eu chamá-la são quase nulas. Eu tenho uma pilha de


números de telefone em casa aos quais, na maioria das vezes, nunca ligo de
volta, mas, ela está sorrindo brilhantemente. Por que tirar suas esperanças?
Seria muito cruel, até mesmo para um bastardo como eu.

Guardo o número da garota no bolso da minha jaqueta de couro e tomo


sua mão, beijando-a num floreio. Ouço um bufo cheio de despeito. Rio e encaro
Sara, que finge prestar atenção, às frases mal elaboradas do seu admirador.

Jesus, onde ele está aprendendo Espanhol? No Ensino Médio? Eu rolo


meus olhos.

― Que grande palhaço. ― deixo escapar em Espanhol, sob a minha


respiração.
Isso faz com que a pequena fada me atire um olhar fulminante. Tomo
meu uísque inocentemente.

― Oh! Ele também fala Espanhol. ― Forest diz entusiasmado. ― O que


você acabou de dizer? ― eu gemo. Collin, Sean e Paul sorriem não tão
discretos. Bastardos traidores.

― Ele disse que está um pouco incomodado com sua herpes genital.―
Sara diz com um risinho perverso.

A mesa toda irrompe em gargalhadas.

Oh, a pequena vadia!

Eu quero bater nesse seu rabo impertinente. Com força.

Devolvo seu sorriso perverso e me debruço sobre a mesa em sua direção.


Seus olhos alargam e ela recua, encostando-se automaticamente à sua cadeira.
Covarde.

― Cierra la boca.[5] ― sussurro em Espanhol. ― O voy a meter mi pene em


su garganta.[6] ― seu rosto fica vermelho rubro e sua boca cai aberta, com a
minha ousadia.

Ela definitivamente não tem ideia de com quem está mexendo.

― O que ele disse? ― o sem noção pergunta.

Levanto uma sobrancelha irônica e retomo minha posição, apreciando o


desconforto de Sara.

― Vamos, Sara. ― a instigo, suavemente. ― Traduza para ele, baby.

Ela me lança um olhar sujo.


― Ele disse que tem um pênis muito pequeno. Minúsculo, na verdade. ―
minha boca cai aberta dessa vez.

Mais risos.

Liam e os caras estão segurando seus estômagos. Definitivamente


traidores. Ela é uma coisinha atrevida do caralho.

Divirta-se enquanto pode, querida.

― Perra.[7] ― bufo. A mesa fica em silêncio apreciando nosso embate.

― Gilipollas.[8] ― ela rosna.

Meu pau está doendo de tão duro.

Como é possível ficar ainda mais excitado com uma garota que te lança
insultos o tempo todo? Estou atribuindo isso ao fato de que vou gozar ainda
mais forte, quando finalmente dobrá-la, quebrar esse topete que ela tem. É
tudo sobre a emoção da caça. Nunca tive que correr tanto atrás de uma boceta.
Ela vai me pagar por isso. Ah, se vai...

Mel se levanta e chama a irmã para ir ao toalete. As mulheres as


seguem.

Por que elas sempre se juntam em bandos nos banheiros, continua


sendo um mistério para mim.

― Nossa, vocês, com certeza tem uma coisa acontecendo. ― o diretor sorri
de forma afetada, gesticulando muito com as mãos de unhas ridiculamente
bem feitas, para um cara. ― Pensei que era apenas no estúdio, mas, isso,
claramente vai além... ― a equipe inteira concorda e tem sorrisos maliciosos em
seus rostos.

Eles já perceberam que a nossa química vai além das gravações.


Merda!

Não quero ninguém especulando nada sobre nós. A imprensa vai


começar a fantasiar sobre um novo casal, uma vez que Sara é irmã da mulher
do Stone. Não quero olhares curiosos em cima de nós, até mesmo porque não
vou frequentar sua cama por muito tempo. Logo que essa coceira for extinta,
retomaremos nossas vidas normais e ninguém precisa saber que fodemos
nossos miolos. É um plano simples. E se Sara se ofender com a minha
proposta de escondê-la dos holofotes, para protegê-la, quando fatalmente
terminarmos? Não. Eu duvido que ela queira ser vista comigo também. Ela não
vai querer a imprensa no seu encalço por estar envolvida comigo.

― Impressão sua. ― retruco, olhando-o como se a ideia fosse ridícula. ―


Não tem nada acontecendo fora do estúdio, posso garantir. Sara é uma garota
de relacionamentos e eu... ― rio maliciosamente. ― Bem, não é segredo para
ninguém, que sou avesso a merdas como essa. Deixo isso para meus parceiros.
Veja suas caras de paus mandados.

A equipe cai na gargalhada. Liam e os caras me dão os dedos do meio.


Eu jogo beijos para eles, que rosnam palavras nada lisonjeiras de volta.

Funcionou.

Os holofotes saíram de cima de mim e Sara. O diretor balança a mão e


toma seu vinho com um floreio.

Jesus. Eu e os caras nos entreolhamos, nos contendo para não rir da


sua afetação. O cara é uma figura.

Ele nos informa que faremos uma pausa de três dias nas gravações, para
a equipe analisar as cenas já feitas, editar e, se for necessário, regravar tudo.

Cacete, eu não conseguiria ser um ator. Sempre achei que era a


profissão dos sonhos! Pegar as vadias mais gostosas, beijar, apalpar, se
esfregar. Mas, já percebi, apenas gravando um simples clip que não é uma
profissão fácil. Além disso, é altamente broxante ficar ouvindo os comandos do
diretor, quando você tem as mãos e boca no corpo de uma gostosa, como Sara.

Eu passei todo o tempo desejando mil mortes para nosso ilustre diretor,
a cada vez que ele cortava nosso clima. Ele claramente não gosta da fruta.
Ironizo.

As mulheres voltam do banheiro, quando Liam está dando o cartão de


crédito para o garçom. O cara quase desmaia quando vê o tamanho da sua
gorjeta e agradece efusivamente ao meu parceiro. Liam apenas sorri, dando
com a mão, como se não tivesse provavelmente feito a noite do pobre rapaz.

Nos despedimos da equipe. Forrest troca números com Sara. Ela sorri
provocantemente para ele e seu olhar me flagra olhando-os. A vadia se estica
toda e o beija na bochecha.

Cadela. Dou-lhe um sorriso malvado, dizendo com meus olhos que vou
fazê-la pagar por sua pequena exibição.

Meus parceiros enlaçam as cinturas de suas mulheres e andamos para a


saída. Sara vai à minha frente. É impressão minha, ou está colocando mais
influência nos quadris do que o normal?

Rio baixinho, adorando a forma convidativa e descarada, com que sua


bunda empinada, se mexe na calça apertada. Sua mão estende para trás e eu
vejo um papel entre seus dedos.

O pego sem pestanejar.

Ela não me olha, nem eu à ela enquanto aguardamos os manobristas


trazerem nossos veículos.
Há muitos paparazzi aqui fora. Cacete! Eles se comunicam como uma
legião do mal, para cercar as celebridades.

Liam e Mel não se incomodam, no entanto. Acenam e fazem poses. A


imprensa os adora. Collin sussurra algo no ouvido de Selena e ela o olha com
pura adoração, antes de beijá-lo de leve na boca. Sean e Paul também estão
com os maiores sorrisos estampados em suas caras, mantendo suas meninas
bem perto, para os famigerados que não param de espocar os flashes. Não
demorou muito para os filhos da puta, lançarem perguntas para mim.

― Eli? Como estão as gravações do clip de Irresistível?

― É verdade que está rolando um clima entre você e Sara, fora do estúdio?

― Os fãs podem esperar um novo casal?

Eu bufo. Não, porra!

Sem essa de novo casal do caralho!

Quero gritar, mas, é melhor ficar calado.

Eli, você e Sara formam um lindo casal!

Eu procuro a fonte disso, uma moça no terraço, do lado de dentro do


restaurante.

Ela parece uma fã.

Era só o que me faltava. Os fãs são meio assustadores quando cismam


com merdas como essa. Aceno de volta, simplesmente e me mantenho calado
para os abutres, que por sua vez, começam a lançar perguntas sem sentido,
agora para Sara. Merda.

É por isso que não posso tornar público qualquer coisa que acontecer
entre nós. Não seria justo com ela.
Não sei de onde veio esse sentimento de proteção. Bem, Sara não é
qualquer vadia que posso comer, sem me preocupar com repercussões na
mídia.

Eu acho que é por isso.

Ela é da família e o Stone pode arrancar as minhas bolas se eu não


tomar cuidado e isso afetar a Mel de alguma forma. Foda.

Pela primeira vez em minha vida, estou levando em consideração os


sentimentos de uma cadela que quero foder. Parece piada.

Os carros dos meus parceiros chegam.

Mel abraça e beija Sara com carinho em seguida me lança um olhar um


tanto receoso, mas, há algo lá no fundo, como se ela já soubesse como essa
noite vai terminar.

Eu a beijo na bochecha, e ela esboça um pequeno sorriso para mim.

Liam me dá outro olhar tipicamente masculino. Ótimo! Então, todos


sabem que Sara e eu vamos foder. Eu acho que não fomos muito discretos
sobre a tensão sexual, inflamando o ar ao nosso redor.

― Apenas lembre-se do que falei, irmão. ― ele diz quase inaudível,


quando trocamos batidas nas costas. Eu aceno.

Parece a porra de um complô.

Cada um dos meus parceiros e suas mulheres me jogam olhares


significativos quando nos despedimos.

Até pouco tempo atrás esses bastardos estavam fodendo tudo que se
movia. É a porra de uma piada que estejam bancando os moralistas, para cima
de mim agora. Inferno, nós compartilhamos tantas vadias, que perdemos a
conta.

Collin, Sean e eu fazíamos uma orgia toda maldita semana. Agora eles
fodem apenas uma boceta. Ugh! Tenho pena dos idiotas.

Eu nunca, repito, nunca me satisfaria com uma única mulher.

Eles me olham como se eu fosse algum lobo-mau, a caminho de devorar


a inocente Chapeuzinho.

Eu não sou tão ruim...

Ok, não posso evitar um sorriso debochado. Eu sou muito, muito ruim
quanto se trata de mulheres, admito. No entanto, estão agindo como se Sara
fosse uma virgem, que quero deflorar.

Ela já é bem grandinha.

Aposto que a pequena fada pode aguentar uma noite inteira de foda
dura. E é exatamente isso que terá comigo.

Minha Harley é trazida até mim. Eu subo, coloco o capacete. Olho-a de


canto de olho, indo em direção ao seu carro. Ela não me encara.

Boa garota.

Os abutres estão todos de olhos bem atentos em cima de nós.

Ela faz um show do caralho, rebolando essa bunda deliciosa, até entrar
no veículo. Cachorra gostosa.

Pouco depois, acelera e sai rapidamente para o trânsito.

Eu rio sob o capacete. A pequena insolente.


Finalmente desdobro o papel que me entregou e meu coração salta
freneticamente, enquanto todo o sangue do meu corpo corre direto para o meu
pau, com as palavras escritas, em uma elegante letra cursiva:

O jogo virou, garoto da guitarra. Cansei de conversa... Vamos foder. Você


tem exatamente vinte minutos para chegar ao meu apartamento, ou a oferta está
fora da mesa.

PS: Espero que você realmente saiba usar esse pau enorme... Eu odiaria
perder o meu tempo.

Porra! Eu sorrio com seu atrevimento.

Na verdade, eu gargalho.

Caralho, estou quase explodindo nas calças agora.

Ela é mesmo uma menina má, não é?

Ligo a minha garota e o motor ronrona, ganhando vida. Chegou a hora de


mostrar à essa cadela do que Elijah Allen é feito.

CAPÍTULO TRÊS

Elijah

Eu não posso chegar até Sara rápido o suficiente.

Acelero, costurando entre os carros pelo trânsito relativamente tranquilo.


Ainda não acredito que ela me desafiou. Uma garota com atitude. Não posso
parar o meu sorriso. Eu gosto disso. Gosto muito disso.
Meu celular vibra no meu bolso. Eu o ignoro, no entanto, a porra do
aparelho continua a vibrar e vibrar até que rosno, puxando a moto para o
meio-fio, estacionando. Retiro meu capacete e pego meu celular. É minha mãe.
Atendo rapidamente.

― Mãe? O que houve? ― tento deixar a frustração de lado.

― Querido. Por que demorou a atender? ― ela questiona com voz suave.

― Eu estava pilotando. Estou no trânsito.

― Cristo, nunca vou me acostumar com você andando nessa coisa por aí.
― reclama e eu rio um pouco. Ela sempre ficou aflita com a minha predileção
por motos em vez de carros. ― Jess estava mais calma hoje. Achei que ficaria
feliz em saber. ― eu não consegui ver minha prima hoje.

Ela está avançando no tratamento contra o vício. Eu sei que vai vencer
essa merda. Torço por isso todos os dias.

― Isso é bom, mãe. Ela vai sair dessa. ― digo, olhando nos arredores. Um
Ranger Rover preto para do meu lado. Eu bufo. Mat. Tava demorando. ― estou
a caminho da casa de uma amiga. Não me espere acordada. Vovó está bem?

Ela sorri. Minha avó chegou hoje de manhã de Seattle e já está nos
enlouquecendo.

― Sua avó está acordada ainda, assistindo a um reality show. ― minha


mãe diz, num tom mais baixo.

Ouço minha avó resmungando ao fundo. Ela adora assistir essas


merdas. Faz-se um silêncio tenso depois disso. Eu franzo o cenho sabendo que
algo está errado, para que ela não esperasse até amanhã para falar.

― Filho, a mulher de seu pai ligou aqui para casa, ela estava aflita e...
Eu vejo vermelho com isso.

Que porra essa vadia está ligando para a minha casa?

― Eu sei o que ela disse e não dou uma merda para isso! ― rosno,
passando uma mão pelos cabelos. ― E pare de dizer que aquele cara é o meu
pai.

Ela suspira do outro lado.

Não sei como minha mãe não guarda rancor por esse infeliz tê-la
abandonado, com duas crianças para se virar sozinha. É incompreensível para
mim. Eu não sou tão benevolente. Foda-se ele! Que morra e vá para o inferno!
Ele com certeza merece.

― É o momento de vencer esse ódio, querido. ― sua voz é amorosa, com


um toque de repreensão. Bufo. ― Chelsea entrou em acordo para vê-lo antes
que... Antes que David se vá.

Eu fico em silêncio alguns instantes.

Minha irmã está em acordo com essa merda? Como pôde esquecer tudo o
que passamos, quando o maldito alcoólatra nos deixou e nunca olhou para
trás?

Olho para cima, mirando o céu estrelado e respiro fundo.

Ela era pequena, tinha apenas cinco anos, enquanto eu tinha sete.
Obviamente não se recorda do quanto nossa mãe ficou destruída, quando ele
se foi. O covarde saiu para comprar cigarros e nunca mais voltou para sua
mulher e filhos.

Ele quer o nosso perdão agora que está morrendo?

Eu não vou dá-lo à ele! Nunca!


― Eu não quero ter nada a ver com ele, mãe. ― digo conciso. ― O que o
meu pai está dizendo disso? ― eu friso bem as palavras, deixando claro que falo
de Rick.

Ele se casou com a minha mãe quando eu tinha nove anos. Ele a tirou de
um caminho de destruição. Minha mãe quase morreu, duas vezes, se dopando
de pílulas e mais pílulas para dormir. Rick era o médico que a atendeu na
segunda vez na emergência. Os dois se aproximaram e desenvolveram uma
relação de amizade que, rapidamente evoluiu para algo mais. Eles se casaram,
apenas seis meses depois que se conheceram e tiveram mais uma filha, minha
irmãzinha Kate, que acabou de completar dezoito anos. Rick adotou a mim e
Chelsea. Ele nos amou e tratou sempre da mesma forma. Ele é o único pai que
reconheço e quero na minha vida.

― Ele está apoiando sua irmã e apoiaria você também se...

― Eu não vou tomar parte disso. Se Chelsea quer ver aquele cara, não
posso fazer nada. ― falo duramente. ― Eu te amo, mãe, mas, por favor, não me
peça para ir lá. ― amenizo meu tom. ― Nada de bom pode vir desse encontro.

― Eli...

― Eu preciso ir, mãe. Dê um beijo na vovó por mim. ― eu desligo antes


que haja uma réplica. Olho em direção a Mat, que está me olhando impaciente,
batendo os dedos no volante. ― Você demorou dessa vez. ― rio ironicamente.

Ele rola os olhos. Eu sei que nada o agradaria mais do que me dar umas
porradas em momentos como esse. Isso me faz sorrir mais.

― Vamos, Eli, seja razoável, cara. ― sua voz está tensa. ― Não é sábio
andar por aí nessa moto, desprotegido.
― Você está aqui, não está? Eu concordei em colocar a porra de um
rastreador na minha garota. Você deveria estar agradecido, por eu deixá-lo
violar Pandora.

Ele rola os olhos mais uma vez ao ouvir o nome da minha moto.

Jesus, o homem não sabe brincar... Não sei por que, o mantenho na
equipe.

― Enviei dois homens na escolta de Sara. A vi deixando o restaurante


sozinha... ― isso me faz ampliar o sorriso.

Ok! É por isso. Mat é o fodão abaixo de Greg, na nossa equipe de


segurança. Bem, na maioria das vezes eu não cumpro suas orientações, é
verdade. Mas, o fato é que, o homem é competente pra caralho no que faz.
Além disso, ele salvou Liam, Mel e Sara no ataque que sofreram no Rio. Ele tem
o meu respeito. Eu só não digo isso a ele com frequência, para que não fique se
achando e latindo ordens para mim. Odeio seguir regras. Sei que é arriscado,
para alguém com a minha publicidade, andar de moto pela cidade, porém,
nada se compara ao vento batendo no meu peito e a sensação de liberdade que
sinto, quando estou pilotando uma das minhas meninas. Nunca vou parar de
fazer isso.

Mat ainda terá muito trabalho comigo, podem apostar. Talvez eu devesse
aumentar o seu salário para deixá-lo mais maleável. Eu rio. É uma ideia.

― Perspicaz, Mat. ― elogio-o. ― Fez bem. Eu quero que destaque um dos


homens, para cuidar de Sara. Diariamente.

Ele arregala os olhos e me encara, como se eu tivesse perdido a minha


mente.

― Por quê?
― Por que eu quero. ― digo um pouco irritado, que ele esteja me
questionando.

― Você nunca destacou segurança para uma garota que... Que...

― Veja lá o que vai dizer. ― o advirto. ― Foi ideia do Stone. ― acrescento


estrategicamente, para conter sua curiosidade fora de hora. ― A cadela é da
família. Os paparazzi não vão demorar a persegui-la. Além disso, Sara é uma
porra irritante do caralho e não quer aceitar as regalias, que Liam está
oferecendo.

Ele sacode a cabeça, seu semblante me contando, que comprou a minha


desculpa. A verdade é que nem eu sei por que estou designando segurança,
para a pequena fada.

Bem, Liam realmente me contou que Sara não aceita nenhuma das
regalias, por ser da família. É surpreendente. Agradavelmente surpreendente.
Qualquer uma em seu lugar, tiraria proveito de ser cunhada de Liam Stone.
Embora seja admirável sua postura, é muito estúpido não aceitar segurança.
Estou ajudando meu parceiro. É claro que é isso.

― Então, você está indo...

― Sim, estou indo para o apartamento dela. ― digo recolocando meu


capacete e ligando a moto em seguida. ― Siga-me. ― eu rio sobre o ronco do
motor. ― Se você conseguir, claro. ― arranco, fazendo um show de derrapagem
com o pneu traseiro, antes que me dê uma resposta.

Pequena fada, aqui vou eu!

Sara
Eu entro no meu apartamento e tranco a porta imediatamente.

Puta merda! Merda. Merda.

O que diabos acabei de fazer? Desafiei o galinhão a vir aqui.

Nem posso colocar a culpa na bebida, pois só tomei um cosmopolitan e


fiquei na água, o restante do jantar, uma vez que teria que dirigir de volta. Eu
só posso dizer que agi como um cara, pensando exclusivamente com a minha
vagina. A leviana esfomeada está tentando comandar minhas ações, desde que
coloquei meus olhos sobre Elijah em carne, osso, safadeza e pura gostosura.

Corro para o meu quarto e me dispo, vestindo uma velha camiseta da


DragonFly.

Se ele vier, não vou abrir a porta.

É isso.

Ele vai chamar, chamar até desistir e ir embora.

Ando de um lado para o outro, inquieta e me sentindo a maior idiota do


planeta, por ter brincado assim com Elijah. Ele é perigoso e meio louco.

Ah, minha Nossa Senhora!

Gemo porque sei que ele não irá embora assim, simplesmente.

Foi uma má jogada, Sara. Eu e essa minha impulsividade.

Tudo que pensei na hora foi em chocá-lo, surpreendê-lo em seu próprio


jogo.

Merda! Lamento.
Aproximo-me da cama e pego meu celular na bolsa. Pode parecer
ridículo, mas vou chamar minha irmã. Mel é boa em dar conselhos e é a mais
sensata de nós duas.

Disco e espero. Ela atende no terceiro toque.

― Sara? ― sua voz é um tanto ofegante e ouço uma voz sussurrada, ao


fundo.

Minha irmã estava fodendo seu rock star? Ótimo! Apenas ótimo.

ironizo meu senso de oportunidade.

― Oi, maninha. ― coaxo, me sentindo mal por atrapalhá-la com seu


marido. ― Eu, er... Eu ligo amanhã, querida. Boa noit...

― Ei, o que houve? Nós acabamos de nos despedir. ― seu tom é mais
firme e apreensivo.

Merda! Agora ela está preocupada comigo.

Deus! Sou uma bagunça patética.

Suspiro profundamente e conto sobre o bilhete e meu atrevimento com


Elijah.

― Uau! Você o atiçou, maninha. ― ela diz baixinho. ― Você não deve
brincar com um cara como Eli, Sara.

Sinto-me uma adolescente, levando bronca da irmã mais velha.

― Sim! ― digo exasperada. ― Eu sei. Mas é que ele me irrita, me excita,


me tira do sério. ― bufo. ― Odeio o que o cachorro vira-lata me faz sentir.

Ela sorri um pouco com meu mais novo adjetivo para Elijah.
― Não abra a porta, então. ― ela diz baixinho. Deve estar mantendo
nossa conversa escondida de Liam.

Baby... Desligue esse celular e continue o que estava fazendo, minha


gostosa...

Ouço meu cunhado sorrindo ao fundo. Puta merda. O que minha irmã
estava fazendo? Eu não consigo segurar um riso malicioso.

― Eu, ah! Tenho que desligar... Maninha. ― ela sorri, meio sem jeito por
ter sido flagrada no ato. ― Se você não estiver certa de que quer ir adiante com
Eli, basta não abrir a porta, Sara. Simples assim.

Simples assim.

Quem me dera fosse fácil ignorar o vulcão prestes a entrar em erupção,


nas minhas partes de menina, cada vez que o vejo. Cada vez que sinto seu
cheiro. Cada vez que seus olhos perversos e inegavelmente bonitos, cravam em
mim, fazendo promessas de sexo bruto, suado.

Oh, cara...

― Farei isso... Quero dizer, não farei isso. Merda! ― nós duas rimos com
a minha confusão. ― Boa noite, baby. ― não resisto a uma última brincadeira.
Ela gargalha.

― Boa noite, minha maluquinha. ― sussurra e a linha fica muda, em


seguida.

Eu ando pelo apartamento pelos próximos minutos.

Confiro o relógio pela milésima vez. Seus vinte minutos expiraram já tem
algum tempo.

Ele não vem. Graças a Deus!


Estou aliviada, mas tenho que reconhecer que sinto uma ponta de
decepção.

Ele não veio.

Por que diabos ele não veio?

Grrrr! Foda-se ele!

Vou até o mini bar e me sirvo de uma dose de uísque puro. Recordo-me
que Elijah ficou surpreso, quando me viu tomar a bebida tipicamente
masculina uma vez na cada de Liam. Reviro os olhos. Por que não consigo
parar de pensar nesse idiota?

Resmungo baixinho e vou em direção à sala de home theater. Foi o


cômodo que mais gostei no apartamento, depois do meu quarto, claro.

A sala tem janelas de vidro, do chão ao teto e eu gosto de olhar a vista da


cidade, toda iluminada, aos meus pés, quando estou assistindo, ou apenas
ouvindo, meus artistas favoritos.

Aciono o controle remoto e as cortinas se afastam, me dando a vista


deslumbrante da noite lá fora.

Seleciono minha pasta da Sia. Ando meio obcecada com essa cantora
ultimamente.

Sento-me sobre o carpete branco e macio, tomando meu drink devagar.

Meus olhos vão para o romance erótico, sobre a mesinha de centro.


Comecei a lê-lo ontem. Eu adoro esse tipo de leitura. Tenho pilhas e pilhas no
meu quarto. Sempre gostei desde a adolescência. E no meu atual estado de
seca, só posso contar com os mocinhos dos romances. Eles são sempre lindos,
ricos e fodem bem pra caralho!
Não tem erro.

Esse é de uma autora brasileira. Estou feliz com os muitos talentos que a
literatura erótica tem revelado em meu país.

Estou lendo apenas a primeira linha, do novo capítulo, quando a


campainha toca.

Eu giro a cabeça tão rápido que tive medo de um torcicolo.

Merda. É ele!

Levanto-me, meu coração batendo loucamente contra as costelas.

Basta não abrir, sara.

As palavras da Mel retornam, em meu cérebro, ligeiramente enevoado,


pelo uísque. Tomo o restante do conteúdo, deixando o copo e o livro sobre a
mesinha.

A campainha toca outra vez e eu salto.

― Sara? ― merda!

Apenas ouvir o som da sua voz, faz meus mamilos endurecerem e minha
calcinha molhar.

Eu não devia ter bebido uísque.

O quê? É claro que minha reação está sendo ampliada pelo álcool, em
meu sistema. Pelo menos é o que estou dizendo a mim mesma, tentando
ferrenhamente me manter calada.

Mordo o lábio, enquanto ando devagar em direção à porta.

Uma batida forte ressoa.


Ele descartou a campainha e vai acordar os vizinhos.

Ótimo! Apenas ótimo, Sara! Você terá que abrir a porta!

― Sara? Abra a maldita porta ou eu vou colocá-la para baixo.

Uau! Gemo com seu tom brusco e ameaçador.

Definitivamente, não devia ter bebido!

Bebida e nove meses de seca, não faz uma boa combinação.

― Sei que você está aí! Estou ouvindo o som, porra!

Deus! Ele vai acordar a porra do prédio todo, se continuar assim.


Enchendo-me de coragem, eu giro a chave e balanço a porta aberta.

Antes que eu tenha tempo de dizer qualquer coisa, ele está em cima
mim, fechando a porta com um chute e me prendendo contra ela.

Um gemido profundo e desejoso deixa meus lábios, quando suas mãos se


enfiam em meus cabelos, mantendo-me cativa. Um lento e arrogante sorriso se
desenrola na boca carnuda.

Deus! Ele é deliciosamente perverso.

Estou louca para ver exatamente a extensão de sua intensidade e


perversão.

Meu coração martela violentamente no peito enquanto esses olhos verdes


tempestuosos me encaram. Então, ele rosna e sua boca está na minha.

Puta que pariu!

Ele força meus lábios abertos e me invade com a língua. Eu gemo


impotente, me deixando ser praticamente devorada.
Seu beijo é duro, selvagem, quase desesperado e eu correspondo.

Minhas mãos vão para seus cabelos da nuca e eu os puxo também.

Ele chupa a minha língua, morde meus lábios e recomeça tudo de novo,
me transformando em uma poça.

Uma das mãos, deixa meus cabelos e viaja para baixo, apertando minha
bunda. Se afasta um pouco e enfia a mão entre minhas coxas. Um grunhido
alto sai da sua boca quando sente o tecido empapado. Agarra minha vagina,
cavando e amassando a carne molhada possessivamente, sua palma
pressionando meu clitóris.

Eu choramingo e começo a rebolar, buscando mais atrito.

Ele ri e afasta o tecido, seus dedos provocando a minha abertura lisa.

Eu gemo, me abrindo mais num convite mudo. Seu sorriso se alarga,


enquanto mete dois dedos e eu arquejo, quase gozando, apenas com esse
estímulo.

Minha nossa!

Um som áspero sai da sua garganta, direto para a minha boca.

Elijah fode a minha boca com a língua, da mesma forma que fode meu
canal escorregadio com os dedos.

Nosso beijo cresce cheio de tesão reprimido. Nossas línguas se


entrelaçam com crueza, uma fome carnal que exige ser saciada.

Agora.

― Elijah... ― mio, completamente entregue.


― Porra, que bocetinha apertada você tem aqui, baby. ― range e retira os
dedos.

Não! Não pare!

Eu solto um som de lamento e ele sorri da sua forma cínica, mordendo o


meu lábio inferior, antes de parar o beijo.

Eu o olho perguntando-me porque diabos ele parou.

Então, puxa a minha camiseta pela cabeça. Seus olhos caem para os
meus seios nus, tensos, implorando para serem tocados. Tira sua jaqueta
devagar, o olhar deslizando por cada centímetro da minha pele exposta.

Eu mudo de uma perna para outra, me contorcendo sob a intensidade


desse olhar.

Quando arranca a sua camiseta, eu o cobiço abertamente. Seus


músculos ondulam com cada movimento que faz.

Ele está tirando o cinto.

Meus olhos descem pelo peitoral bem definido, o tanquinho perfeito até o
v sexy sumindo nas calças. Lambo os lábios quando vejo a protuberância,
empurrando contra o zíper.

Nossa respiração está carregada, nossos peitos subindo e descendo


rápido.

Levo meu olhar para o seu e quase gemo, com a fome crua que vejo
flamejando lá. Saber que ele me deseja tanto assim me faz sentir coisas, que
não quero analisar no momento.

O ar entre nós se torna inflamável, com a forma como estamos nos


devorando. A música que está tocando agora não poderia ser mais apropriada:
Fire Meet Gasoline.

It’s dangerous to fall in love

(É perigoso se apaixonar)

But I wanna burn with you tonight

(Mas eu quero queimar com você essa noite)

Hurt me

(Machuque-me)

There’s two of us

(Há dois de nós)

We’re certain with desire

(Estamos repletos de desejo)

The pleasure’s pain and fire

(A dor do prazer e fogo)

Burn me (Me queime)

Seu olhar queima em cima de mim, contudo, ele ainda não avança.

O que, em nome de Deus, o cara está esperando?


Questiono pressionando minhas coxas juntas, para parar a dor entre
elas. Seus olhos caem para a minha vagina e seus lábios torcem ligeiramente,
então seu olhar encontra o meu, duro, inflexível.

― Vire-se, apoie as mãos na porta e afaste as pernas. ― ele comanda.

Puta merda!

Sua voz é firme e autoritária; meu núcleo treme; cada nervo do meu
corpo cantarola; ansioso para atender seu comando.

Eu me pergunto o que é isso.

Uma sobrancelha bem feita sobe e ele fica lá me esperando.

Filho da puta arrogante.

Bufo e me viro para a porta, apoiando as mãos nela. Ouço-o assobiar


atrás de mim. Alguém apreciou meu fio dental.

Rio internamente e arqueio um pouco as costas, melhorando seu ponto


de vista. Não consigo parar minha veia impertinente, quando estou com ele.

― Gostosa! Cachorra gostosa... ― rosna no meu ouvido. As mãos


passeiam pelos lados do meu corpo. ― Você é uma menina má, suja, que
precisa de pau, não é? ― eu gemo, tremendo de tanto tesão e expectativa. ― Eu
sei o seu segredo, pequena fada. Você é uma putinha imunda que gosta de
pau. Gosta de ser comida com força, não é? Isso te excita. Eu tenho lido você
por longos meses, do caralho.

Não devia me excitar com suas palavras ofensivas, cruas. Mas, o efeito
em mim é o contrário; deixa-me ligada ao máximo. Suas mãos se fecham em
meus seios e ele empurra sua ereção, moendo em minha bunda.
― E sei seu outro segredo, baby. ― sua risada é escura, malvada. ― Você
quer o meu pau tão mal, que fará tudo que eu quiser. — Sim, sim! Eu gemo em
lamúria com seu ataque aos meus sentidos.

― Vou te comer de todas as formas que eu quiser e você vai adorar cada
segundo, gemendo, gritando no meu pau. Sabe por quê? ― Mio arquejando,
sentindo-o amassar a carne dos meios seios grosseiramente e cavar o pau com
força, entre as minhas bochechas. ― Porque você não consegue parar de
pensar nisso. Você já é a minha cadela. Você tem sido minha, desde aquele
encontro no Brasil. ― puta merda, mais líquidos jorram arruinando a minha
calcinha.

Ok! Então, aparentemente eu gosto de uma linguagem suja. Como


diabos ele descobriu isso?

― Tenho gozado para você todo maldito dia, sabia? E você, pequena
fada? Tem gozado para mim também? ― minha vagina aperta, completamente
alagada, com sua linguagem chula.

Oh, Deus!

No que ele está me transformando? E ainda nem me fodeu propriamente.

― Eu sei que sim! Você tem tocado essa sua doce e apertada boceta,
salivando para ter o meu pau dentro dela, rasgando-a, esticando-a ao ponto da
dor. Essa é a sua fantasia. Não é? Menina suja. ― ele sorri e toma seu tempo,
amassando a minha carne, sentindo o tamanho e o peso de cada seio.

Devo dizer que sou bem modesta nesse departamento. Mas, ele geme
parecendo apreciar. Seus dentes raspam em minha orelha, descendo para o
pescoço e eu choramingo, sem qualquer vergonha com seus lábios, chupando
um ponto sensível. Segura os mamilos entre os indicadores e os polegares e os
torce.
Ofego com os pequenos choques de prazer, que isso envia para a minha
vagina, fazendo-me latejar e pingar. Nunca estive tão excitada em toda a minha
vida. Estou a ponto de implorar para ele apenas, parar com a porra da tortura
verbal e as preliminares e me foder logo.

Estou quente, pegando fogo aqui!

Mas, Elijah tem outros planos.

Ele segue me torturando, puxando meus mamilos e rindo com cada som
humilhante, que escapa da minha boca. Suas mãos deixam meus seios e eu
grito quando seguram o topo das minhas coxas pela frente, me forçando a
espalhá-las. Ele me atormenta apenas acariciando minha virilha, somente as
pontas dos dedos tocando minha calcinha encharcada.

― Deus do céu... ― lamento baixinho.

Do nada ele me dá um tapa, pegando em cheio meu clitóris. Convulsiono


à beira do gozo.

O que, em nome Deus, é isso?

Sou uma massa ofegante, complemente à sua mercê. Eu nunca fui assim
tão desavergonhada no sexo. Um pouco atrevida sim, mas, nunca assim...

― Eu estava insano por isso. Sentir sua pele na minha. Ter seu corpo
embaixo do meu. Meu pau enterrado em você. ― eu mio em resposta. Ele ri. ―
Lembra o que eu falei naquela festa no Brasil, pequena fada? ― sua voz é tensa
e um pouco zombeteira no meu ouvido. ― Eu disse que você estaria em breve
com a calcinha nos tornozelos, enquanto eu te fodia profundamente por trás.
Lembra-se disso?

Oh, merda! Isso só me faz palpitar ainda mais.


Suas mãos dão a volta, subindo pelas minhas costas. Arqueio-me,
sentindo seu pau duro, ainda fodendo minha bunda a seco. Ele afasta meus
cabelos por cima do ombro direito e morde a minha nuca. Tremores assaltam
meu corpo, o tesão atingindo um nível absurdo. Eu arfo e sua boca segue,
despachando pequenas mordidas e chupadas em meus ombros tensos.

Oh, meu bom Senhor!

Gemo e gemo à medida que sua boca, língua e dentes castigam-me,


descendo até a parte baixa das minhas costas. Olho-o por cima do ombro e ele
está agachado, seu olhar fumegante, preso à minha bunda.

Seu olhar levanta e colide com o meu.

Há tanta intensidade nele agora. As pupilas escuras estão quase


engolindo o verde.

Engancha os polegares nos lados da minha calcinha e a desce


grosseiramente pelas coxas, até meus tornozelos. Eu começo a tremer
descontroladamente.

É agora!

Não há como voltar a partir daqui.

― Porra! Eu fantasiei com isso tantas vezes... ― ruge. Suas mãos subindo
pelas partes internas das minhas coxas. Seus dedos deslizam
surpreendentemente suaves, pelos meus lábios melados. ― Essa pequena e
doce boceta em volta do meu pau e eu batendo em você tão duro e profundo
que ficará machucada. ― puta que pariu. ― Você quer isso, Sara? ― ele
continua a me torturar lá embaixo. ― Você está preparada para mim?

Sim! Por favor, sim para tudo citado acima!

Eu choramingo, rebolando, tentando pegar seus dedos para dentro.


Ele me choca quando espanca minha bunda, em ambos os globos.

Merda! Isso pica e dói, porra!

Eu grito e ele sorri, beijando e lambendo minha bunda inteira.

Mais uma sessão de tapas se segue e eu quero mandá-lo ir se foder, mas,


agora está combinando os tapas com uma massagem, filha da puta, no meu
clitóris.

Merda! Assim é covardia.

Ele me força a abrir mais as pernas. Sinto o elástico da calcinha


esticando, machucando meus tornozelos. Então, ele me choca mais uma vez
,quando enfia o rosto em minha bunda, sua língua lambendo e chupando
minha vagina, sugando meus sucos.

Arqueio-me mais e ouço-o rosnar em aprovação.

Sua língua mergulha na minha vulva e gira lá dentro. Eu rolo os olhos de


tanto prazer.

Minha nossa, eu nunca tive um cara fazendo isso para mim! Não assim,
com essa fome...

Minhas bochechas estão ardendo do tratamento duro e ele as acaricia


suavemente, como se lesse meus pensamentos.

Deus, isso é tão gostoso!

Substitui a língua pelos dedos, metendo-os com força.

Eu berro desavergonhada.
Seus dedos encontram meu ponto G e ele ri, do seu jeito presunçoso,
massageando-o sem trégua. Sua língua mergulha em meu ânus, circulando-o,
fazendo pressão.

Santa porra! É demais!

Eu gemo transbordando de luxúria e não posso mais conter o orgasmo


invadindo, varrendo meu ventre. Fogo está lambendo as minhas veias.
Resfolego, minha pele arrepiando na sensação pré-orgástica. Ele me come mais
duro e não posso segurar, eu gozo, gemendo tão alto que fico envergonhada.

Elijah me deixa brevemente.

Ainda estou tremendo do orgasmo arrebatador, quando ouço o som de


uma embalagem sendo rasgada. Ele está de pé atrás de mim em tempo
recorde, seu corpo grande e totalmente nu, colado nas minhas costas. Puxa
meus quadris bruscamente e eu prendo a respiração, quando sinto a cabeça
enorme do seu pau se alinhando na minha entrada. Ele brinca, passando a
ponta entre os meus lábios. Eu viro o rosto, olhando-o por cima do ombro. Sua
boca esmaga a minha num beijo lascivo. Eu gemo, sentindo meu gosto em seus
lábios e língua.

É tão erótico.

Tão delicioso.

Ele é delicioso.

Ele enfia a cabeça e recua, fazendo-me chiar, querendo-o logo dentro de


mim.

Finalmente dentro de mim.

― Por favor... ― não me importo em mendigar. ― Eu preciso...


― Se você precisa tanto do meu pau, não devia ter me feito esperar,
porra! ― rosna contra meus lábios, puxando meus cabelos da nuca com força e
me dando mais um tapa afiado na nádega direita.

Eu gemo com a picada dolorosa no meu couro cabeludo e bunda.

Ele ri, lambendo meu ombro lascivamente e subindo pelo pescoço.

Estou pingando.

Literalmente pingando para ele.

Excitação e gozo estão escorrendo pelas minhas coxas.

Então, ele larga meus cabelos e as mãos vão para meus quadris,
puxando-me, forçando-me a arquear em sua direção e em seguida está
metendo em mim. Eu grito alto, sentindo cada nervo de seu pau grande e
grosso rasgando caminho, até a porra do punho, dentro de mim.

― Puta merda! ― eu choro, completamente empalada, tentando me


acostumar com a dor e o prazer esmagador, da invasão bruta. ― Você é grande,
porra!

Ele ri baixinho, puxando para fora, deixando apenas a cabeça e afunda


com força outra vez, me esmagando contra a porta.

Oh, meu bom Senhor!

O homem é bruto como o inferno!

― Eu sou, não é? ― ele zomba e puxa meus cabelos, enrolando


firmemente em um nó, em seu punho. ― Isso é para você aprender a não fazer
piadinhas com ele, pequena fada. ― estoca duro e pega ritmo, me fodendo
como nunca fui fodida antes. ― Isso, leve cada centímetro dele, sua cachorra
gostosa! Toma todo o meu pau até o maldito punho! ― eu não consigo respirar.
Estou queimando como Sia está cantando. Choramingo.

― Quieta! Eu quero você quieta, apenas tomando o meu pau. Apenas


levando tudo, como a menina suja que você é. ― ele geme e rosna, me comendo
como se tivesse tão faminto por mim, como eu por ele. ― Cadela... Gostosa... ―
Deus, há algo de muito errado comigo, porque eu gemo longa e
lamuriosamente. Suas palavras sujas me excitando além da compreensão,
enquanto o deixo me foder com estocadas, furiosamente profundas.

Oh, cara, eu sou uma vadia! Essa é a única explicação.

― Porra! Você é boa pra caralho... ― geme no meu ouvido. ― Você estava
tão louca por isso como eu estava, não é? Diga porra! Admita que é minha
cachorra agora. Que vai me dar essa boceta quando eu quiser.

Gemo em resposta. Sua boca volta para a minha, chupando, mordendo.


Nos comemos com desespero.

― Sim! Deus, sim! ― murmuro em sua boca. ― Eu sempre quis isso. Eu


quero isso. Muito. ― Ele rosna como um homem enlouquecido.

Fire meet gasoline (Fogo encontra gasolina)

Fire meet gasoline (Fogo encontra gasolina)

I’m burning alive (Estou queimando viva)

I can barely breathe (Mal posso respirar)

When you’re here loving me (Quando você está aqui me amando)


― Cachorro vira-lata... ― eu mio, espremida na porta. ― Galinhão! ―
tento manter minha insolência, para esconder como está abalando a porra do
meu mundinho sem graça. ― Cão sarnento!

Ele faz um som gutural e prazeroso e empurra mais duro, mais


profundo.

Eu ofego, meu corpo se aproximando rapidamente de outro orgasmo.

Seu pau toca e massageia o ponto certo cada vez que me rasga até o
fundo. É um atrito diferente. Eu não sei o que é, mas, estou à beira do gozo de
novo. Me atrevo a rebolar, encontrando-o a cada arremetida.

Ele grunhe, aprovando.

― Isso, cadela... Minha cachorra safada... Gostosa, porra! ― ruge alto. ―


Assim, baby! Geme no meu pau!

Puta merda!

― Elijah... ― eu gemo, estremecendo toda. Seu pau continua a me


violentar, esticando minha vulva no limite. ― Deus! Oh, meu Deus! Eu vou
gozar de novo! ― coaxo, incrédula que ele consiga arrancar orgasmos tão
rápidos de mim.

Suas mãos grandes vão para meus quadris, apertando-me, enquanto se


enfia com força descomunal. Ele bate em mim sem piedade, esmagando-me na
porta com cada impulso duro, entrando até o cabo.

― Não segure, pequena fada! ― grunhe ofegante no meu ouvido e em


seguida morde meu pescoço.

Eu convulsiono, um vulcão explodindo em minha vagina, de dentro para


fora quando gozo forte. Ondas quentes e deliciosas, espiralando em meu corpo.
Minhas pernas cedem. Ele sorri e me firma, ainda metendo furiosamente em
mim, resmungando palavras sujas e desconexas. Seu pau incha em meu
interior.

Ele está perto, eu sinto.

— Porra! — faz um grunhido cheio de lamento e necessidade crua. —Sua


boceta vai me fazer gozar tão duro, porra! Ohhhh! Caralho, Sara... Eu vou
gozar! — ele se enfia até o talo e goza, urrando no meu cabelo. Posso sentir seu
esperma quente, mesmo com a camisinha entre nós, e de repente eu desejo
que ele estivesse nu, me enchendo com seu sêmen.

Deus do céu!

De onde saiu um pensamento tão ridículo?

Ele não é meu.

Não haverá esse tipo de intimidade entre nós. Nunca.

Ele continua me comendo, drenando cada gota do seu gozo em mim.

Estou respirando ruidosamente. Deus, que gostoso.

Ele é deliciosamente bruto. Do jeito que imaginei. E do jeito que eu


sempre quis secretamente ser fodida.

Sim, eu sou uma criatura devassa, Elijah acaba de me mostrar isso.

Ele finalmente acalma as estocadas e respiramos pesado, suor revestindo


nossa pele.

Sinto seu coração bater contra as minhas costas.

Estou ainda meio grogue quando sai de mim. Me seguro na porta para
não cair.
Ouço outro lacre se rompendo e meus olhos quase saltam das órbitas,
quando Elijah me vira e me levanta pela bunda.

Minha Nossa Senhora da resistência!

Ele ainda está duro e com nova camisinha.

Um sorriso lindo se espalha em sua boca.

Deus, ele está tão bonito assim, seus cabelos revoltos, mechas caindo
sobre a testa e olhos. Lindo.

Lindo e eu estou tão encrencada.

― Me abrace com as pernas, querida. ― sussurra roucamente. Eu faço o


que diz, mesmo com as pernas muito trêmulas. ― Se apoie em mim. ― eu o
abraço pelo pescoço e ficamos cara a cara. Ele entra em mim de novo e eu
estremeço um pouco. Estou muito sensível da atividade recente. ― Vou mais
devagar agora. ― seus olhos me prendem e ele entra e sai, lento e constante.
Eu ofego em sua boca.

Essa posição é muito íntima. Dá para ver toda emoção no rosto um do


outro e eu tenho medo, que ele enxergue como estou mexida, com sua
intensidade. Que ele veja que sempre sonhei com isso secretamente. Que ele
ainda é o meu ídolo, apesar de tudo.

― É gostoso assim? ― sussurra, moendo gostoso, bem enterrado. Aceno


com a cabeça. ― Beije-me, pequena fada. ― sussurra e eu obedeço
prontamente.

Tomo o meu tempo sugando e mordicando seu gordo lábio inferior. Ele
geme baixinho. Invado sua boca, chupando e lambendo sua língua devagar. É
um beijo diferente agora. É mais calmo como o seu balançar em meu canal
machucado. Então, ele ruge e assume o comando, sua língua subjugando a
minha quando chupa duro, reconstruindo toda a excitação. Eu gemo, dando o
controle para ele. Pouco depois, sua boca viaja, depositando beijos suaves e
leves chupadas pelo meu queixo e pescoço. Apoio-me em seus ombros e arrisco
a me mexer, encontrando suas lentas arremetidas, no meio do caminho. Ele
geme longamente, alcançando meios seios. Beija cada um, lambendo e
mordiscando os mamilos. Seus lábios se fecham no direito e o suga, com mais
pressão.

― Oh, meu Deus... ― eu choramingo, sem acreditar na chama crescendo


em minhas entranhas outra vez. ― Você é tão gostoso, porra!

Sua risada é perversa, mas divertida também e isso vibra contra a minha
carne. Ele morde meu mamilo em seguida e eu fico selvagem, quicando em seu
pau, chamando-o silenciosamente para acelerar, mesmo que já esteja dolorida
como o inferno.

Elijah me segura mais firme e me tira da porta, andando em direção à


sala de home theater, como se conhecesse o caminho.

Sua boca não para o ataque a meus seios e eu não paro de subir e descer
em seu eixo grosso. Ele consegue nos abaixar sem desfazer a conexão e logo
sinto a maciez do carpete nas minhas costas. Minhas pernas continuam
enroladas em seu quadril e eu as arreganho mais. Ele pragueja e se enterra em
mim com força, voltando a me comer com sua fome característica. Suas mãos
vêm para cada lado do meu rosto e as minhas vão para o seu. Ficamos assim,
boca a boca, olhos nos olhos. Sem beijar, apenas respirando irregularmente e
gemendo em uníssono, a cada vez que se enterra bem fundo.

― Goze para mim de novo, baby. ― sussurra tenso contra meus lábios.
Seu pau batendo no meu ponto fraco a cada golpe. Ele infiltra uma mão entre
nossos corpos e localiza meu montinho inchado. Resfolego quando a sensação
familiar formiga pelo meu corpo mais uma vez.
― Eu acho que não posso. ― murmuro, desgastada. ― eu nunca... Nunca
gozei tanto...

― Sim, você pode. ― rosna, mordendo o meu seio esquerdo e eu grito. ―


Goze para mim, minha cachorra... ― sua voz me persuade. Um jorro de
excitação sai da minha vagina e ele sente isso, porque passa a me cravar no
chão sem dó. ― Você gosta de gozar no meu pau, Sara... Vamos, deixe ir! ―
bate bem fundo e eu me perco entre a dor e o prazer, gozando mais uma vez.

Quase não sai nenhum som da minha boca, mas, a sensação é


aterradora, intensa como as outras. Ele cobre meu peito e pescoço de beijos
suaves, me acalmando. Abro meus olhos para encontrá-lo me olhando com
uma expressão limpa de sarcasmo.

― Você é linda pra caralho gozando. ― sussurra, seus olhos estão mais
suaves também.

Eu pisco sem saber como reagir a esse lado dele.

Então, sai de mim, me fazendo assobiar.

Seu sorriso arrogante volta. O idiota está gostando de me ver toda


desgastada. Melhor, está gostando de ser ele a fazer o serviço sujo.

― Eu já volto. ― ele se levanta e sai. Pouco depois volta com suas calças e
um pacote em sua mão.

Merda! Ele não está querendo de novo, não é?

― Vire de bruços, Sara. ― diz no mesmo tom que usou lá na sala.

Puta merda, o homem é insaciável! Eu vou andar como John Wayne[9]


amanhã.
― O quê!? ― um lento sorriso enrola seus lábios, seus olhos parecendo
divertidos, com a minha reação.

― Eu ainda não acabei com você, querida. ― retira o preservativo usado e


meus olhos vão imediatamente para seu pau nu.

Deus, eu sonhei em ver todo esse monumento de novo.

E é aí que percebo algo, que não estava lá quando o vi no Brasil, um


piercing logo abaixo da glande.

Uau! Por isso, senti-o me tocando, exatamente no lugar certo, toda


maldita vez que entrou em mim. Assim é definitivamente covardia. Eu não
consigo desviar meus olhos de seu lindo pau.

Uau! Uau!

― Apreciando a vista? ― o tom zombeteiro me faz olhar muito a


contragosto para cima.

Seus olhos estão acesos com humor.

Meu rosto queima. Eu pareço uma adolescente inexperiente agora. Sara,


reaja! Até agora está agindo como a porra de uma submissa desses romances
que você lê. Certo, hora de marcar alguns pontos nesse placar. Com ânimo
renovado, me arrasto até ele. A expressão em seu rosto quando enrolo meus
dedos no seu eixo é impagável.

― O que você está fazend... Oh, porra! ― pragueja quando chupo a


cabeça grande.

Meus dentes raspando e puxando um pouco, seu brinquedo de menino


mau. Levanto meus olhos para os seus. Ele está me olhando, como se não
acreditasse, que estou fazendo isso.
― Merda! Ohh, isso, minha cachorra... Chupe o meu pau, sua gostosa. ―
sua inércia vai embora e as mãos se enfiam em meus cabelos, limpando toda
visão da minha boca trabalhando nele.

― Jesus, eu sonhei tanto com isso, porra! ― assobia baixo, começando a


foder a minha boca. Eu rodo a minha língua por toda a ponta, descendo uma e
outra vez, levando o máximo que consigo. Chupo e chupo, me deleitando com
seus gemidos e rosnados roucos. Aperto sua bunda dura e o engulo mais,
levando uma mão para massagear suas bolas. Deslizo o dedo médio pela
costura até seu ânus. Quero arruiná-lo para as vadias. Sou recompensada com
um gemido gutural que faz minha vagina palpitar.

― Sara... Jesus! Sara... ― ele geme comendo a minha boca como se não
houvesse amanhã. Quero dar o mesmo prazer que me deu e continuo levando-
o profundamente, puxando o piercing a cada oportunidade que tenho. Não
demora muito ele está engrossando, esticando meus lábios, suas veias mais
salientes. Acelero minhas chupadas, sugando, mamando-o duramente. Ele
segura minha cabeça e mete com força.

― Merda! Eu vou gozar! Tome cada gota, porra! Cada gota do caralho...
Ohh! Ahhhhhhhhhhhh! ― o final da frase foi um gemido longo e ele explode
em minha garganta. O gosto levemente salgado enche a minha boca. Eu
engasgo um pouco, mas engulo tudo e continuo o lambendo, sugando
avidamente, até sentir seu tamanho diminuir.

Ele sorri baixinho, ofegante e puxa para fora devagar. Acaricia meu rosto,
passando os dedos pelos meus lábios inchados.

― Cacete. Você chupa e fode gostoso pra caralho. ― ele parece


descontraído, leve. ― Eu sou um bastardo insaciável, pequena fada. Vou querer
comer você o tempo todo. Você não pode mais se esconder de mim. ― minha
vagina aperta, a esfomeada e aparentemente suicida, porque não tem mais a
menor chance de tê-lo dentro de mim hoje. ― Agora faça o que pedi, baby. ―
seu tom muda, perdendo a suavidade e o tom brincalhão. ― Vire-se de bruços.

Eu faço o que diz e ele se posiciona atrás de mim.

Suas mãos brincam pela curva das minhas coxas, pela bunda e vai até
os ombros. Ele crava as mãos e começa a massagear. Gemo em deleite. Sinto-o
desfazendo os nós de tensão. Deus, ele tem mãos divinas. Relaxo, enquanto ele
toca cada centímetro das costas até os dedos dos pés, soltando todos os pontos
de tensão.

Ok, ele não é só gostoso, ele é simplesmente imbatível.

Uma pontada de tristeza me atinge, quando me lembro de que isso é


casual.

Elijah deve dar esse tratamento a todas que come por aí.

Meu coração tolo fica apertado porque não posso me dar ao luxo de
fantasiar algo diferente com ele.

Nos últimos minutos, a massagem perdeu o fim de relaxamento e ficou


bem sem vergonha.

Está massageando minha bunda agora. Eu gemo quando abre as


bochechas e passa os polegares por dentro, roçando meu ânus.

Ele é tão pervertido.

Cada vez que repete o processo, seus dedos massageiam meu anel de
músculos.

É pervertido, mas, é maravilhoso, admito.

Eu me vejo levantando um pouco a bunda para ele, que sorri baixinho.


Ouço um lacre rompendo e me assusto, olhando-o por cima do ombro. Seus
olhos estão escuros de tesão, algo mau queimando no fundo e de repente a
ficha cai...

Oh, não! ele não quer fazer isso...

Eu o vejo lambuzar lubrificante em seu pau. Merda.

Ele trouxe lubrificante do caralho. Ele já veio preparado.

Que filho da puta arrogante!

Ele sorri e começa a espalhar o líquido frio em minha racha. Seus dedos
fazem aquela coisa de massagear meu ânus de novo. Deus do céu, eu vou
deixá-lo fazer isso? Eu nunca fiz... Eu salto quando ele força um polegar para
dentro.

― Eli... Eu nunca... ― eu paro um pouco envergonhada. Ele é mundano,


vai me achar ridícula se disser que sou virgem aí....

― Eu sei, baby. ― ele diz, seu tom rouco e profundo. ― Você nunca teve
um pau aqui, não é? ― Deus, essa boca suja é a minha perdição. ― Vou foder
sua bunda bonita, e você corre o risco de ficar viciada em ser comida assim,
querida. ― seu tom é baixo, erótico, perversamente sedutor, como um canto de
sereia; não tenho forças para resistir.

Estou tão assustada, mas também tão ligada...

Puta que pariu.

Eu não me lembro de sentir algo tão forte e poderoso com André.

Sim, era bom. Ele foi um amante atencioso, mas, isso... ISSO é algo fora
de qualquer escala, acreditem-me. André tentou me convencer a fazer anal e eu
nunca quis. Como na minha primeira vez com esse cara, estou o deixando
fazer tudo comigo?
Elijah continua besuntando meu anel proibido, alternando com a
massagem deliciosa em meus globos, os dedos passam pelos lábios inchados
da minha vagina e sobem lentamente para o meu ânus. Seu polegar massageia,
pressionando um pouco de novo e vai afundando. Eu gemo perdida nesse que é
o momento mais erótico e excitante da minha vida inteira.

Sua voz sussurrada me pede para relaxar e eu deixo ir. Seu polegar se
vai e em seguida ele volta com dois dedos, afundando-os devagar. Arquejo com
a sensação. Sua outra mão se enfia por baixo, procurando meu clitóris e o
manipula suavemente. Eu relaxo, puxando seus dedos para dentro inteiros. Ele
mete com mais intensidade agora. Tirando-os, trazendo para dentro de novo e
de novo. Eu gemo, tremendo no carpete.

Sua risada baixa é mais divertida do que zombeteira quando sente a


minha reação. Ok, então, o homem é a porra de um especialista em sexo anal.
Sorte a minha, eu acho.

Seus dedos somem e eu fico atenta, suspensa na expectativa. Salto


quando sinto a cabeça larga do seu pau no meu pequeno buraco. Oh, merda.
Nenhuma chance dessa anaconda caber aí... A coisa é gigantesca, juro.

― Segure suas bochechas separadas para mim, baby. ― sua voz é


surpreendentemente suave. Faço o que orienta e o ouço puxar uma respiração
afiada. Ele está tendo uma vista boa, não é?

Cachorro vira-lata.

Então, seu pau está abrindo caminho lentamente no meu estreito


buraco.

― Oh, Deus... ― respiro irregular. ― Isso vai doer como o inferno!

Sua risada profunda soa atrás de mim.


É claro que ele está sorrindo, não é? Eu sou a única que será rasgada ao
meio com essa coisa enorme...

― Calma, relaxe, querida. ― eu choramingo com cada polegada que


escorrega para dentro. ― Me deixe entrar, Sara. A pressão é apenas no começo.
Você vai gozar bem gostoso, prometo. Depois disso vai querer o meu pau
fodendo seu cu o tempo todo, posso garantir.

Duvido! Quero falar, mas, ele está se debruçando sobre as minhas


costas. Planta um beijo bajulador no meio das minhas omoplatas. Eu derreto e
ele aproveita minha guarda baixa para se enfiar até as bolas. Trapaceiro, filho
da puta! Nós dois gritamos no processo. Ele de prazer e eu de dor. Porra! Porra!
Nos romances parece tão gostoso...

― Respire, baby. Acostume-se com o meu pau. ― eu tento respirar. Estou


tão cheia quanto humanamente é possível. A sensação é a mais estranha que
já senti. ― Até porque ele estará aqui dentro muitas, muitas vezes, pode
apostar. ― ri sombriamente. Idiota.

Ele volta à sua posição e começa a balançar suavemente no começo,


arrancando ofegos abafados, da minha boca. Seu quadril afunda, moendo
profundamente enterrado em mim. Suas mãos deixam meus quadris e vão
para meus seios. Eu gemo sem vergonha quando os amassa com firmeza,
puxando os mamilos brandamente. Posso sentir o jorro de excitação inundando
minha vagina. Todo o tempo ele me come devagar, metendo lentamente até o
cabo. Começo a rebolar, inconscientemente pedindo-o para ir mais rápido. Ele
amaldiçoa quando vê o que estou pedindo e não me decepciona.

― Por favor... Eli... ― balbucio incoerentemente. Ele sorri e uma de suas


mãos enrola em meus cabelos do seu jeito bruto que me tem ganindo como
uma cadela, totalmente fora de mim.
― O que eu te disse, minha menina suja? ― ri da minha miséria e segura
firme meu quadril, estocando com força, me tirando o ar. ― Você já está
implorando para ser fodida com força nesse rabo apertado! Jesus, tão
apertado, porra! ― ele assobia acelerando os golpes. ― Nem nos meus sonhos
mais sacanas, imaginei que tinha um cuzinho virgem. ― ele ruge, enfiando
tudo em mim. ― Um presente inesperado e gostoso pra caralho! ― bate seu
quadril na minha bunda em tapas duros e altos ecoando pelo apartamento.
Consigo sentir o prazer agora.

Oh, puta merda! Não sou cartomante, mas, vejo um orgasmo balançar a
porra do universo no meu futuro próximo.

Elijah geme alto, me comendo, metendo em mim profundamente.


Estamos ofegantes, balbuciando coisas inaudíveis um para o outro. Meu corpo
está dominado, sendo montado duramente por ele. Seu punho aperta mais em
minha nuca, dando um solavanco em meus cabelos, eu grito com a violência
com que passa a penetrar o meu ânus.

Imediatamente relaxo ainda mais.

Sua mão volta a torturar habilmente meu clitóris, não me deixando


sentir a dor em sua totalidade, que se perde em meio ao prazer, se agigantando
em meu ventre. Sim, agora é um prazer absurdo, proibido, sujo, que toma
conta de mim. Eu soluço, completamente perdida em luxúria, nesse jogo
perverso e erótico que ele sorrateiramente, me fez jogar. Se debruça nas
minhas costas e sorri em meu ouvido. Seus lábios e dentes brincam com o
lóbulo, descendo pelo pescoço.

De repente, sua grande mão larga meus cabelos e seus dedos se fecham
em meu pescoço pela frente. Nessa posição ele está completamente em cima de
mim e entra profundo.

Porra, muito profundo.


Um rugido alto deixa sua garganta, cada vez que suas bolas batem em
minha vagina melada. Suas coxas firmes e musculosas estão cravadas de cada
lado dos meus quadris, me mantendo presa sobre o carpete. Ele está me
montando literalmente.

Uma sensação louca e deliciosa de saber que estou agradando-o me


invade. Saber que estou agradando sexualmente, um cara mundano como
Elijah, me faz sentir maravilhosa. Não sei o que é isso. Só sei que quero dar
tudo que ele quiser.

Seus dentes raspam em meu ombro. Ele me chupa com força. Eu posso
sentir o sangue subindo à superfície da pele. É doloroso, mas gostoso e eu
estou perdida, movendo meus quadris para cima, encontrando-o a cada
estocada.

― Vem, minha menina má! ― sussurra ofegante no meu ouvido,


mordendo e chupando meu lóbulo. ― Isso, me deixe meter tudo nesse cuzinho
gostoso, porra! ― eu estremeço, uma bola de fogo inundando minhas entranhas
e eu arquejo com o gozo iminente. ― Goze no meu pau, minha cachorra
safada... Você está linda aí, tomando minhas bolas profundas nesse rabo
apertado. ― eu começo a me desfazer, berrando meu orgasmo. Sou jogada em
queda livre, o prazer do gozo é tão forte que chega a ser doloroso. Ele
amaldiçoa em apreciação e me fode com mais força, perseguindo o seu próprio.
Eu vejo estrelas, a sensação mais proibida e deliciosa percorrendo o meu
corpo, fazendo meus dedos dos pés curvarem e meu corpo se arrepiar inteiro.

― Porra! Sara... ― ele geme longamente e em seguida eu sinto os jatos de


sêmen enchendo o meu ânus castigado. ― Sara... Sara... ― eu nunca tive um
cara gozando e gemendo meu nome antes, e isso me faz sentir especial. Ele
ainda está rosnando e esvaziando-se em mim. Sua boca chupando meu outro
ombro ao ponto da dor, tornando tudo mais intenso.
Sexo para mim nunca foi assim, tão intenso, hedonista e sujo. Ficarei
toda marcada amanhã, mas, não me importo nem um pouco. Eu quero isso.
Eu o quero.

Me refastelo, amando senti-lo se derramando em mim.

― Gostosa do caralho! Gozar em você é mais foda do que fantasiei... ―


ouço-o rosnar, mas, estou entorpecida pelo orgasmo e todas as atividades da
noite. ― Jesus, você é perfeita, porra. ― ainda o ouço vagamente. Meus olhos
estão pesando e eu não consigo mantê-los abertos, por mais que eu queira. ―
Incrivelmente foda, pequena fada. ― ele ronrona em meu ouvido e um sorriso
repuxa meus lábios, antes de eu apagar.

Quando volto aos sentidos, estou deitada de costas. Elijah está pairando
acima de mim. Ele se levanta e percebo que está completamente vestido, os
cabelos molhados mostrando que provavelmente acabou de sair do banho.
Enfia a carteira no bolso da jaqueta e seus olhos passeiam por mim, como se
estivesse memorizando cada curva.

Me sinto um pouco desconfortável agora com ele vestido e eu ainda nua.

Ele parece diferente. Sua postura está tensa e sua mandíbula apertada,
enquanto seu olhar queima.

Um pressentimento ruim se instala em mim. Apoio-me sobre o cotovelo


direito.

― Você é realmente muito gostosa. Valeu cada segundo que esperei por
você. ― diz, mas, seu tom não parece estar elogiando.

Ele parece com raiva por algum motivo que eu não sei. O que eu fiz de
errado além de desmaiar depois do último orgasmo? Seu olhar prende o meu
longamente, então murmura:
― Te vejo por aí. ― com isso, ele está me virando as costas e saindo.

Saindo e me deixando no chão atordoada, nua e ainda cheia de seu


esperma.

Lágrimas picam meus olhos contra a minha vontade, enquanto o vejo


andar com passadas largas e decididas rumo à porta. Frio toma o meu corpo,
ao me dar conta de que esse é ele, em toda a sua glória.

Um escroto.

Eu pensei que... Deus, eu esperei... Eu não sei o que esperei, mas com
certeza não essa frieza pós-sexo enlouquecedor.

Ele gostou, eu senti isso.

Nós compartilhamos algo bom aqui.

Então, por que saiu me deixando assim, me sentindo como uma


prostituta barata?

Deito-me de volta, me enrolando em uma bola.

Não posso controlar as lágrimas de humilhação que insistem queimar em


meus olhos.

Maldito filho da puta!

CAPÍTULO QUATRO

Sara
Há três dias eu fujo de Elijah como o diabo foge da cruz, o que devo
dizer, tem sido uma tarefa fácil, uma vez que ele também parece estar me
evitando.

Meu orgulho feminino e minhas partes íntimas ainda estão destroçados.


Depois de nove meses de seca eu, com certeza fui com muita sede à fonte...

Se for sincera, direi que meu coração idiota também está dolorido.

Eu nunca assumi isso, nunca ousei verbalizar, mas, uma parte de mim
sempre foi deslumbrada demais por Elijah Allen, o indomável e sexy deus da
guitarra. Sempre gostei e admirei os caras da banda, mas meus olhos e
suspiros eram todos para ele. Apenas para ele.

Conhecê-lo tão de perto, ver o tipo de escória que o cara é, deveria ter
colocado algum sentido em meus devaneios de fã. No entanto, a verdade é que
eu o desejei ainda mais. Essa coisa idiota e fantasiosa que nós, garotas, temos
de achar que podemos domar um bad boy.

Eu gostaria de dizer que não fico repassando cada momento nos braços
dele nessas últimas horas, contudo, estaria mentindo. Cada toque, seus lindos
olhos verdes presos aos meus, enquanto afundava em mim com força, sem dó,
depois lentamente.

Minha vagina aperta a cada vez que penso sobre nosso sexo sujo, suado
e enlouquecedor. Sua arrogância e perversão fora do comum me atormentam
desde então.

Foi gostoso, embriagador, delirante, perfeito como sempre sonhei que


seria com ele. Mas, o final...

Ah, Deus, o final foi de derrubar quaisquer ilusões tolas.


Eu imaginei um final de noite alternativo. Um no qual ele me segura em
seus braços. Um no qual falamos depois. Um no qual pudéssemos saber coisas
do outro, que não sabemos por que, nossa relação nunca passou de insultos.
Uma tensão sexual do caralho se esteve presente desde que nossos olhares se
encontraram, naquela festa no Brasil.

Suspiro, tomando um gole do meu suco.

Ele é o que é, Sara. Elijah não pode ser domado.

Supere e siga em frente.

― Tia? Você não está ouvindo o que estou falando? ― Chay me olha com
censura.

― Oh, meu lindinho, desculpe. ― o olho sentado ao meu lado no balcão


da cozinha, ampla e moderna.

Mel está franzindo o cenho, me estudando atentamente.

Vim até sua casa em Malibu para almoçar com eles. Só tenho que voltar
à gravadora às quinze horas, para uma reunião com a diretora da Organização
Para Fins Sociais, que a banda criou há alguns anos. Aproveitei esse horário de
almoço estendido.

Liam não veio devido à uma reunião, com agentes de algumas das
bandas, que a gravadora está sondando. Uma coisa que já percebi é que ele e
os caras ralam de verdade. Não fazem corpo mole porque são astros do rock
fodões. Eles estão muito empenhados em fazer da Stone Records, uma
referência no ramo da música.

É contagiante vê-los em ação.

Claro, é quase impossível manter minha admiração de fã afastada do


meu compromisso profissional com eles e a gravadora. Estou trabalhando
nisso, no entanto. Ainda coro como uma adolescente, cada vez que um deles
fala comigo. Eu amo a banda, não é segredo para ninguém. Estar perto deles e
ainda ganhar para isso é além de gratificante.

― A tia está um pouco distraída. O que estava dizendo?

― Estava dizendo que vou conhecer uma princesa de verdade! ― seus


olhinhos estão iluminados.

Sorrio, me debruçando e roçando nossos narizes. A DragonFly fará um


show na Ilha de Ardócia na véspera de Natal. Entendo a euforia de Chay.
Também estou entusiasmada. Afinal, não é todo dia que conhecemos príncipes
e princesas.

― Isso é maravilhoso, querido. Mas, não fique muito animado, ou posso


ficar com ciúmes. ― faço um beicinho.

Sua gargalhada infantil ecoa na cozinha, os olhinhos castanhos


brilhando com travessura.

― Você é bonita também, tia. ― ele olha para sua mãe e praticamente
derrete, antes de completar. ― Não mais que minha mãe. Ela é a mais bonita
no mundo todo!

― Oh, meu menino bonito. ― Mel sussurra amorosamente, beijando-o de


leve nos lábios.

― Ei! ― finjo-me de ofendida. Chay sorri amplamente, adorando me


provocar. Esse menino... ― Ok, eu me contento com o segundo lugar, mas só
porque sua mãe é mesmo uma cad... Ah, uma mulher muito bonita. ― os dois
riem com vontade. Eu continuo torcendo o nariz.

O almoço foi perfeito, descontraído, tudo que eu precisava pra afastar


um pouco da minha miséria interna.
Chay está agora com Carlie tendo suas aulas na biblioteca. Mel e eu
subimos para seu quarto para nossa conspiração habitual de irmãs.

Deixo-me cair sobre a sua cama. Ela sorri e se senta, empilhando


travesseiros atrás das costas. Eu a olho por um momento. Está tão radiante
grávida. Estou tão feliz que ao menos minha irmã encontrou o verdadeiro amor
e principalmente, encontrou um homem que a ama e respeita de volta.

Por que o cachorro vira-lata não pode ser um perfeito príncipe como o
Liam?

― Ei, o que foi maninha? ― me sonda com cuidado. ― Ainda pensando no


escroto do Eli?

Rolo de costas na cama, encarando o teto, soltando um suspiro pesado.


Não contei tudo a ela. Deixei de fora a parte que o imbecil egoísta vai embora,
me deixando no chão, totalmente fodida, dolorida como o inferno e me sentindo
uma puta barata. Disse-lhe apenas que ele foi embora depois do sexo e, disse
também as palavras finais do infeliz: eu te vejo por aí.

Filho da puta!

― Não dá para engolir que aquele escroto, me fez sentir como merda,
maninha. ― admito.

― Você está certa. Ele foi escória como você costuma dizer. ― Mel
concorda; seu tom cheio de desagrado. ― Se eu não estivesse grávida, chutaria
suas bolas pessoalmente.

Eu rio um pouco. Mel também pode virar uma leoa, para defender a
quem ama.

― Relaxe, Mel. ― tento convencê-la de que não é para tanto alarde. ―


Estou mais com raiva, o orgulho ferido, mais do que triste, acredite. Sim, ele
fode gostoso como o inferno, mas, não merece um segundo pensamento meu.
Fim. Eu vou ignorar o infeliz de agora em diante. Ele não é nada para mim.
Nada. ― eu digo tentando convencer a mim mesma, dessa vez.

― Sinto muito, querida. ― ela pega o controle ligando a tv enorme na


parede em frente da cama. ― Elijah é um paradoxo. Não dá para entender
como pode ser tão leal com os amigos, família e agir dessa forma, tão fria com
as mulheres. É como se estivesse propositalmente mantendo-as na distância
de um braço.

― Passou. ― digo em tom definitivo, enquanto ela zapeia pelos canais.


Uma manchete na TMZ chama minha atenção. ― Volte lá, Mel! ― ela volta o
canal e eu me sento, vendo a manchete.

Guitarrista da DragonFly escapa de uma famosa casa noturna em


companhia de modelo russa... Embora, fontes afirmem que está rolando o maior
clima entre Elijah e Sara (cunhada de Liam Stone e RP recém-contratada da
Stone Records) nas gravações do clip de Irresistível, parece que o roqueiro não
está abandonando seu velho estilo...

Uma dor aguda atravessa meu peito, quando vejo a foto estampada na
tela: Elijah no seu estilo roqueiro fodão com jaqueta de couro e jeans pretos e a
modelo loira pendurada em seu braço, usando um vestido azul, tão curto e tão
justo, que a garota poderia morrer por falta de ar. Ele está sorrindo para ela
daquele jeito sexy e cínico que é a sua marca.

Não é preciso ser um gênio para saber como isso terminou para os dois.

Para cravar a faca ainda mais funda, no meu peito, as fotos seguintes
são do carro dele chegando a seu apartamento de foda.

Meu corpo todo está frio ao ver essa merda e confirmar o que eu já
suspeitava: nossa noite não significou nada para ele.
Nada.

Dá para ver seus rostos claramente, através dos vidros da frente, do


Bugatti branco.

Mel faz um som de desagrado e desliga o aparelho.

― Eu sinto muito, querida. ― diz baixinho, seu tom decepcionado.

Eu me levanto, esticando a coluna. Não posso deixar minha irmã


preocupada por um maldito erro que cometi. Esse idiota nunca mais vai chegar
perto de mim.

Encho-me de determinação. Eu sou forte. Sempre fui. Não será um cara


como ele, que vai me abalar.

É hora de superar o episódio porque Elijah claramente já o fez.

Ouço o som do helicóptero no heliporto na frente da praia. Cortesia de


Liam. Ele insistiu que eu ganharia mais tempo com Mel e Chay vindo de
helicóptero.

Droga, o homem é muito doce.

― Não sinta. ― dou de ombros, fingindo indiferença, enquanto pego a


minha bolsa e calço os sapatos. ― Isso é o que ele faz. Vou superar maninha. ―
ela não parece convencida disso. ― Aliás, já superei! ― digo, forçando
entusiasmo, me dirigindo para o banheiro.

Confiro minhas roupas. Escovo os dentes e me refresco um pouco,


respingando água em meu rosto. Reaplico a maquiagem leve, meu perfume
preferido e saio recomposta.

― Vem, Mel. Quero me despedir do meu gostosinho, antes de voltar para


o trabalho. ― ela abre um pequeno sorriso, enlaçando meu braço. Eu não
posso deixar de provocá-la. ― Preciso trabalhar duro, baby. Ser uma primeira-
dama do rock não é para todas nós, reles mortais.

Ela rola os olhos, sorrindo alto. Bom. Seu semblante está alegre de novo.

O maldito galinha não vai mais me afetar. Quando penso no nosso mal
fadado encontro, me sinto ridícula. Deus, eu nunca tinha sido tão permissiva,
submissa e subserviente com um homem. Com André eu dava as cartas na
maioria das vezes. Com Elijah, eu só fiquei lá, na maior parte do tempo
ganindo e balançando o rabo, ansiosa para atender a seus desejos como uma
cadela patética. Espero que o idiota tenha se divertido, porque essa merda, não
vai acontecer de novo.

Aquelas patas de vira-lata nunca me tocarão outra vez.

Jamais.

***

Pego meu laptop na minha sala alguns minutos mais tarde e sigo para a
sala de conferência. Ainda faltam cinco minutos para começar a reunião, mas,
detesto chegar em cima da hora ou me atrasar para compromissos
profissionais.

Giro a maçaneta e abro a porta, esperando encontrar o ambiente ainda


vazio e para minha surpresa, Liam já está lá na cabeceira da grande mesa oval.
Cabeças viram na minha direção e meu coração salta vertiginosamente,
quando meu olhar se choca com os olhos verdes penetrantes e perversos, que
estive evitando a todo custo.

Oh, Cristo! Devo ter atirado pedra na cruz.


Pisco, o impacto me desestabilizando por alguns segundos. Meu corpo
responde prontamente a ele, se aquecendo.

Merda, meu corpo não possui qualquer respeito próprio, quando se trata
desse homem-puta do caralho.

Lamentável.

Obrigo-me a arrancar meu olhar do seu rosto irritantemente bonito.

Respire, Sara. Apenas, respire.

Você consegue passar por isso. Você sabia que não dava para evitá-lo
para sempre. E você sabia o que esperar de um cachorro vira-lata. Então,
mostre superioridade, garota.

Endireito a minha coluna e ando tão segura quanto é possível, com os


meus joelhos tremendo.

Oh, Deus!

Posso sentir seus olhos em cada movimento meu, até chegar à mesa.
Todo o meu corpo se agita, me fazendo querer rosnar e me chutar, por reagir a
ele mesmo depois de tudo.

Depois de poucos passos que pareceram uma eternidade, chego


finalmente à mesa. Felizmente Elijah está sentado do outro lado.

― Olá, rapazes. Não estou atrasada, estou? ― tento não deixar


transparecer meu estado caótico e abro um sorriso sincero para Liam e os
outros quando me sento na cadeira do lado de Collin. Eles me cumprimentam
com entusiasmo de volta. Ignoro completamente o idiota.

― Olá, Sara. Temos alguns minutos ainda. Teve um bom almoço? ― Liam
sorri calorosamente para mim.
― Sim, obrigada, foi muito atencioso da sua parte, me dar um tempo
maior para ir almoçar com a Mel e o Chay. ― ele meneia a cabeça, mas,
continuo. ― Vou compensar isso no final do expediente.

― Nah, não se preocupe. Fiz isso para agradar a Mel e o homenzinho


também, então, relaxe.

Sei que ele está dizendo a verdade, mas o homem, por mais doce que
seja, gosta das coisas do seu jeito, já percebi. Aceno e coloco meu laptop sobre
o tampo polido da mesa. Meus dedos estão levemente trêmulos. Droga. Os
escondo, cruzando as mãos no meu colo.

― Obrigada pelo passeio de helicóptero, então.

Dou-lhe uma piscadinha, tentando desesperadamente agir como eu


mesma antes de ter os miolos fodidos pelo babaca à minha frente. Ainda não o
olhei. Ele ainda está me olhando, posso sentir.

Cristo, controle-se, Sara! Que porra de papel ridículo está fazendo?

― Ah, o helicóptero não é meu. Agradeça ao meu parceiro...

― Então, rapazes, qual de vocês, cavalheiros, me proporcionou tão


agradável passeio, no céu de LA? ― eu brinco, encarando Collin, Sean e Paul,
que se entreolham e balançam as cabeças, com meios sorrisos enigmáticos.

― Eu proporcionei o seu passeio tão agradável. ― Elijah murmura.

Oh, merda, merda!

Sua voz, Deus, sua voz...

Áspera, profunda, mexendo com todas as células más e devassas do meu


corpo, me faz chicotear a cabeça para olhar em seus olhos. Perco o fôlego.
Droga! Seria tão mais fácil se o vira-lata não tivesse essa aparência. Lamento a
minha sorte. Ele está me encarando com aquela intensidade eletrizante do
caralho e isso, equivale a um soco de luxúria, direto no meu sexo.

Minha nossa!

O ar engrossa entre nós e as cenas de nós dois nos comendo, como


animais, preenchem a minha mente contra a minha vontade. Arfo levemente e
me amaldiçoo por minha fraqueza em seguida.

― Oh. ― pisco cautelosa. Por que diabos ele faria essa gentileza para
mim? Estreito meus olhos nos seus. Então, porque não posso parar a irritação
misturada à excitação, zumbindo em minhas veias eu digo no tom mais falso
que consigo reunir: ― Você sabe realmente como fazer uma garota se sentir
especial, não é? ― seu maxilar cerra e algo parecido com arrependimento brilha
fugazmente nos olhos. Toma essa, imbecil! ― Obrigada, você é muito... Doce.

Os caras riem baixinho.

― Por nada, querida. ― seu tom é carregado de insinuação sexual


quando acrescenta: ― Quando quiser outro passeio no céu, já sabe a quem
procurar.

Não, ele não disse uma merda dessas.

Minhas narinas inflam. Eu quero dar uns bons tabefes nessa sua cara
bonita e cínica. Mas, em vez disso eu bufo e rio um pouco alto, minha
impulsividade levando a melhor, sobre as boas maneiras.

― Você se acha o centro do universo, não é querido? ― cuspo, injetando a


dose certa de frieza em meu tom. ― Já que parece que ninguém ousou dizer
isso a você até agora, aqui vai. Uma nota para o seu desempenho numa escala
de zero a dez? ― ele levanta uma sobrancelha e um sorriso arrogante curva os
cantos de sua boca. ― Porque estou me sentindo de bom humor hoje vou te dar
um sete. ― Liam e os outros não são discretos, quando sorriem dessa vez.
Elijah trinca os dentes e atira olhares irritados para os parceiros.

― Eu me recordo de outra forma, baby. ― sua boca se transforma com


um lento e perverso sorriso.

― Isso é porque o seu ego é maior do que a Califórnia. ― zombo. É, estou


me sentindo como eu mesma agora. ― Seu desempenho beirou o medíocre,
querido. ― termino. ― Supere e siga em frente.

Ele me surpreende jogando a cabeça para trás, rindo alto.

Grrrr! Mais uma vez eu quero bater nesse idiota.

Forço-me a respirar fundo e conto até dez, não, cem.

Que merda estou fazendo? Você é uma profissional, Sara. Recrimino-me.


Antes que eu possa me desculpar com Liam e os rapazes pela cena patética,
uma das assistentes de Liam, anuncia a chegada da diretora da organização de
caridade. Eu suspiro com alívio.

Elijah

― Sara está vindo aí, irmão. Melhor proteger suas bolas. ― Liam me avisa
com um risinho irritante em seu rosto. Se sua mulher não estivesse grávida eu
deixaria alguns hematomas na cara bonita dele.

― Sara é passado. Eu já segui em frente. ― digo, dando de ombros.

Ele e os caras bufam, obviamente não acreditando em mim.

― Deve ser por isso que está evitando encontrar com ela por três dias,
irmão. ― Collin alfineta. Dou-lhe o dedo do meio. Ele devolve a gentileza.
― Bom, como foi com a modelo russa? ― Sean inquire. Eu o fulmino. ― O
quê? Está em todos os sites de fofoca. Você não viu?

Merda, Sara viu isso com certeza.

Jesus, o que há de errado comigo? Esse sou eu. Nunca me escondi de


ninguém.

― Não, eu não vi. ― cerro os dentes. ― A propósito, ficar conferindo esses


tipos de sites é coisa de mulherzinha. Talvez seja bom ir ao banheiro e ver se
seu maldito pau não caiu, porra. ― o bastardo sorri.

― Wow! Por que está tão irritado, irmão? ― Paul entra na conversa. ― A
russa não deve ter dado conta do recado, pelo visto.

― Pode ter sido isso, Paul. ― Stone volta a falar, seu sorriso se
escancarando mais ainda. ― Posso dizer com conhecimento de causa que
quando provamos uma brasileira... ― o bastardo amplia o riso sacana. ―
Caras, a mulher brasileira é digamos... Diferente.

― Gostosa você quer dizer, Stone? ― Collin instiga, como o idiota


provocador que é.

Sim, porra, ela é uma cadela gostosa do caralho!

Quero bradar, mas, não vou dar isso a esses cães sarnentos.

― Cacete muito gostosa! ― Liam continua e nossos parceiros o encaram,


esperando algo mais. ― Isso é tudo que terão cães sarnentos. ― sorrio com a
sintonia entre nós. Sempre foi assim. Ele é um pé no saco às vezes, mas, é meu
irmão e eu morreria por ele facilmente. ― Não vou ficar aqui falando sobre a
minha mulher, idiotas.

― Bom, as irmãs Nogueira são bem servidas de bunda. Isso é impossível


não notar, caras. ― Collin mais uma vez provoca.
Liam e eu rosnamos para ele, que gargalha, sendo seguido por Sean e
Paul.

A porta se abre e eu congelo quando o objeto da nossa conversa entra.


Meu coração salta e meu pau endurece, instantaneamente.

Porra, porra!

Continuo a olhando. Meus olhos parecem ter vontade própria, se


banqueteando em cada detalhe dela. A devoro sem cerimônias.

Jesus, ela é linda!

Não percebi o quanto estava faminto por vê-la, até este momento.

Merda, a estive evitando por três dias. Quando foi que fugi de uma
mulher? A resposta é nunca. Até agora.

Ela está vestindo uma saia preta justa, na altura dos joelhos, blusa de
seda branca e seus saltos matadores. Toda profissional, mas ainda assim,
linda e sexy pra cacete e todo o meu corpo se inflama, desejoso, saudoso, me
lembrando do quanto seu sabor é requintado.

Seu olhar encontra o meu e seus olhos ampliam sutilmente. Sinto-me


patético e completamente hipnotizado.

Amo esses olhos marrons desde o primeiro momento em que os fitei.

Nossos olhares se prendem por alguns segundos inquietantes.

Ela está cautelosa, dá para sentir daqui.

Por que não consigo parar de querê-la? O que há sobre essa garota que
me tira do eixo? Seu olhar desvia e ela anda devagar, até a mesa.
Eu a como com os olhos, enquanto anda graciosamente. O leve gingar
dos quadris, me faz gemer baixinho. Meu pau engrossa e as memórias de
afundar até o talo no corpo, que passei meses do caralho apenas sonhando, me
assaltam impiedosas.

Quando chega até nós, seu cheiro flutua até o meu nariz e eu quase
rosno, cerrando meus punhos.

Não sei que porra intensa é essa que ela me faz sentir. É uma reação
feroz, animalesca.

Só quero ir até ela, jogá-la por cima do ombro, trancá-la em minha sala e
fodê-la até o esquecimento.

Soube que tinha agido como um merda, no momento em que estava fora
da porta do seu apartamento. Fiquei alarmado com a intensidade do que ela
me fez sentir. Isso é casual. Sem afagos e essas merdas de dormir de
conchinha. Eu não faço romance. Eu fodo duro e passo para a próxima. Isso é
tudo.

No entanto, se eu for honesto, ela me fez sentir mais, muito mais.

Não sei se foi a espera, mas, o fato é que a experiência foi fenomenal.

Havia algo lá.

Uma estranha emoção quando entrei nela, quando a tive de todas as


formas. Por mais que eu tente, o cheiro, a maciez da sua pele, seus doces
gemidos sexys, a cada vez que gozou comigo dentro dela, não saem da minha
cabeça.

Me remexo na cadeira, arrumando meu pau duro nas calças.

Por que ela não foi apenas mediana? Por que a cadela tem que ser a
porra de um espetáculo de morena e ainda por cima, uma aberração na cama?
Assim fica difícil cair fora.

Antes eu ficava satisfeito apenas por ter o meu pau molhado


regularmente, por qualquer vadia.

Mas, não, a pequena fada tinha que aparecer e me foder com sua boceta
apertada e gostosa além da conta.

Não estou me tornando um patético, um veadinho como meus parceiros,


ansiando por uma única boceta. Não, essa merda não vai acontecer comigo.

Eu não vou deixar!

Passamos alguns minutos conversando enquanto a diretora da nossa


organização de caridade não chega e é claro que a nervosinha mostrou suas
garras.

Sara ousou dar uma nota para o meu desempenho. Disse que fui apenas
mediano. É claro que estava mentindo. Eu ainda tenho marcas das suas unhas
nas costas, para provar o quão intenso a cachorra gozou. Mas, a entendo por
me dar o troco. Deixei seu apartamento com a firme resolução de não tocá-la
mais.

Embora seja atrevida, Sara é inexperiente para um cara mundano como


eu.

Acreditem, senhoras, eu estava tentando fazer o melhor para ela.

Então, para provar a mim mesmo que ela não mexeu comigo, para tirá-la
da porra da minha mente, voltei para a caça.

Sim, eu comi a modelo russa ontem. Uma linda loira de longas pernas.
Eu gostaria de dizer que foi excepcional, mas seria uma mentira do caralho.

A noite foi um fiasco.


Passei todo o tempo tendo flashes de olhos marrons, longos cabelos
escuros e pele morena.

Não tenho vergonha de dizer que gozei apenas quando fechei os olhos e
imaginei Sara comigo. Sua pele delicada, seu cheiro, seu gosto...

Eu sou um bastardo, eu sei. Podem dizer, senhoras, não vou me ofender.


E foi nesse ponto que entendi que me precipitei correndo de seu apartamento
como um maldito veadinho assustado.

A modelo foi dispensada sumariamente, sem uma segunda rodada e


agora a pequena fada, está ainda mais furiosa comigo. Com razão. Precisamos
conversar e colocar tudo às claras. Além da nossa conversa suja, não falamos
mais nada naquela noite e me arrependo disso agora, porque minha fome por
ela não foi extinta. Longe disso, só aumentou com o gosto que tive.

Sua postura me diz que está na defensiva outra vez.

Mas, tenho um ponto a meu favor, ela adorou cada maldito segundo,
assim como eu. Seu tesão está lá queimando nos olhos bonitos, mesmo que me
atire dardos quando me olha.

Vamos retomar de onde paramos, isso é certo. Desta vez só vou sair,
quando estivermos ambos saciados.

A Srª Adams, diretora da nossa organização finalmente chega e eu


suspiro de alívio.

O embate com Sara estava deixando meu maldito pau, cada vez mais
duro. Foda.

Minha reação à ela é irritante pra caralho. Eu detesto que me afete dessa
forma.
Os ouço discutindo a campanha de Natal ao fundo, enquanto bolo
estratégias para ter a minha cachorra gostosa, cavalgando no meu pau o
quanto antes, de preferência hoje.

― Elijah? Você concorda? ― a voz de Liam me puxa dos meus devaneios


lascivos.

― Uh? ― merda. O encaro e meus parceiros, paus mandados, riem


baixinho. ― Desculpe, pode repetir, Stone?

― O Stone sugeriu colocar alguns artigos nossos e da banda para o leilão


beneficente. ― Collin repete com um risinho condescendente, como se eu fosse
algum retardado. Eu o fulmino. Ele amplia o riso e levanta uma sobrancelha.
Idiota.

― Estou dentro. ― Sean diz entusiasticamente.

― Concordo. Podemos arrecadar um bom dinheiro. ― Paul opina com sua


calma habitual. Porém, seu sorriso é provocador na minha direção.

Eles sabem a razão da minha distração. Rolo os olhos.

― Concordo. ― meus olhos vão para Sara e uma ideia me vem à mente.
Sorrio-lhe. Ela levanta uma sobrancelha, seu olhar cheio de desprezo. ―
Podemos fazer alguns contatos com celebridades e leiloar encontros com elas, o
que acham?

Sara me lança um sorriso frio.

― Você está se oferecendo para ser leiloado? ― pergunta.

Meu sorriso amplia lentamente.


― Por que, baby? Você está interessada em me comprar? ― ela pisca, toda
ofendida. Linda pra cacete. Se soubesse o quanto me deixa duro quando finge
que não me quer.

― Tanto quanto estou interessada em amputar um braço, querido. ―


cospe.

― Você poderia se colocar no leilão também. ― digo, meu tom abaixando


uma oitava. ― Eu compraria você. ― pisco-lhe.

Seu rosto bonito fica todo rosado. Seguro seu olhar.

Você me quer, pequena fada. Você sabe que quer e eu vou atrás de você.

De novo.

Seu olhar desce para a minha boca, um leve suspiro sai de seus lábios e
é a minha vez de cobiçar.

Porra, a lembrança desses lábios enrolados no meu pau, me faz grunhir.

O sabor do seu beijo, sua pele cheirosa e macia contra a minha.

Cacete.

A estou fodendo com meus olhos, sem me importar com nada mais.

Liam pigarreia e quebramos nossa interação, carregada de tensão sexual.

Ah, sim, a Srª Adams está olhando entre Sara e eu com uma expressão
surpresa e um tanto desconfortável.

― Será um evento grande, senhora. ― me recomponho, oferecendo-lhe


meu melhor sorriso profissional. ― no qual amos fazer barulho.

Ela sorri, sua confiança e admiração voltando e nos dá algumas ideias


interessantes também.
Martha Adams é uma enfermeira aposentada, que realizava trabalho
voluntário, na oncologia da ala infantil, em um dos hospitais que sempre
colaboramos, em LA.

Em uma de nossas visitas há três anos a encontramos e começamos a


conversar sobre a criação de uma espécie de fundação. Um ano depois, o
projeto ganhou vida, tendo Martha como diretora principal. Ela foi um achado.

― A Srª Adams é adorável e parece muito envolvida com os fins da


organização. ― Sara diz sorrindo agradavelmente para Liam, logo após a
mulher nos deixar. ― Rapazes, eu como fã da banda estou em êxtase. Eu não
sabia desse trabalho de vocês. Parabéns!

― Obrigado, Sara. ― Liam agradece. Os caras também.

― Devo dizer que criar uma organização para captar recursos para a
caridade é muito mais eficiente do que realizar ações pontuais. De quem foi a
ideia brilhante? ― ela pergunta cheia de entusiasmo.

Eu abro um sorriso presunçoso. Ela vai odiar a resposta.

― Foi minha querida. ― digo e seu olhar volta para mim, todo o
entusiasmo sumindo.

― É sério. De quem foi a ideia? ― repete ignorando minha resposta. Ela


não tem mesmo a melhor opinião a meu respeito, não é?

― Foi de Elijah. ― Liam afirma. ― Em uma de suas visitas à ala infantil


do hospital do câncer que ajudamos, ele encontrou Martha fazendo trabalho
voluntário por lá, e voltou com a ideia de criarmos algo nosso. ― meu parceiro
sorri ao ver o ar incrédulo, se dissolver no belo rosto de Sara.

Rá! Chupa essa, pequena fada.


― Um filantropo, eu vejo. ― ela me encara com um sorriso, que não
alcança os olhos. ― O que mais você faz quando não está nos palcos, garoto da
guitarra? ― eu rio com esse apelido e deixo meus olhos falarem por mim.
Gostosa. ― Deixe-me arriscar... Ajuda em abrigos de cães, aposto. ― seu sorriso
amplia com algo perverso e ela atira com desprezo: ― Cachorros vira-latas.

Um estrondo de gargalhadas soa, após os segundos que meus parceiros


levaram para compreender o insulto. Cadela. Eu apoio os cotovelos na mesa e
me debruço em direção à ela. Abro um sorriso mau. Ela estreita os olhos.

― Nada contra os vira-latas, pequena fada. ― ronrono. ― Mas, quando


não estou com a minha guitarra, meu passatempo preferido é pegar cadelas. ―
um leve arfar deixa sua boquinha rosada e decido provocar mais: ― Tenho um
fraco por uma cachorra gostosa... ― sussurro, prendendo seu olhar.

O ar se torna eletrizante entre nós outra vez.

Você não pode comigo, querida.

Rio sacana, enquanto ela tenta não deixar transparecer que está
revisitando a noite em que explodimos os miolos, um do outro.

Liam limpa a garganta e se levanta, arrumando seu terno.

Ele é tão metido a besta. De nós, o Stone sempre foi o mais bem
alinhado. Eu e os caras odiamos um terno. Só usamos em situações formais.

― Bem, eu estou encerrando o expediente por hoje. ― um sorriso ilumina


seu rosto inteiro. ― Quero fazer uma surpresa para a minha mulher e meu
filho.

Um sorriso verdadeiro repuxa os meus lábios.


A forma como Liam trata o homenzinho, me lembra um pouco como Rick
trata a mim e minha irmã Chelsea. O Stone é um cara e tanto. Meu irmão
merece ser feliz depois das merdas pesadas que passou nos últimos meses.

― Dê um beijo neles por mim, parceiro. ― digo e ele acena. ― Vamos


marcar algo para o fim de semana. Minha avó está louca para confraternizar
com a sua. ― ele sorri mais.

― Aquelas duas quando se juntam é preocupante. ― Collin acrescenta e


sorrimos, o clima ficando mais leve.

Liam me encara e depois a Sara, que tem um pequeno sorriso,


observando nossa interação.

― Esqueci de informar: ― seu tom é meio hesitante agora. ― nos


revezamos nas campanhas da fundação e, bem, é a vez de Elijah.

O sorriso some da boca de Sara. O meu se alarga.

Surpresa!

Ela me olha, me dizendo todo tipo de palavrões com esses lindos olhos,
mas acena em concordância.

― Considere o trabalho feito, chefe. ― ela abre um sorriso confiante.

Os caras se despedem e saem.

Sara se levanta e eu me antecipo antes que saia.

― O quê? Você aceitou fazer mais esse trabalho comigo sem brigas?
Estou um pouco decepcionado, pequena fada. ― instigo, contornando a mesa.
Ela ajeita seu laptop. ― Nós precisamos conversar. ― meu tom é livre de
brincadeiras e seus olhos encontram os meus.

― Sobre? ― questiona, levantando o queixo atrevidamente.


Aproximo-me mais, ficando na sua frente. Seu perfume me invade outra
vez e eu rosno baixo. Minhas mãos coçam para tocá-la, porra.

― Eu, er, eu sei que saí de forma um tanto abrupta na outra noite e...

Ela bufa, revirando os olhos.

― Corte a merda. ― sibila. Cacete, ela fala como um cara.

― Estou tentando explicar o meu ponto de vista, ok? ― defendo-me.

― O seu ponto de vista está bem claro para mim, Elijah. ― baixa um
pouco a guarda e posso sentir a mágoa em seu tom e olhar, mas ela pisca,
mandando a emoção embora. ― Aquele é você. ― suspira. ― Ouça: nós
transamos. Foi bom, mas não vamos fazer disso um show do caralho.

Uh! Uma garota durona.

― Eu não queria magoar você, Sara. ― digo sinceramente e ela me olha,


não parecendo convencida. ― Só sei fazer assim, casual. Não gosto de me sentir
preso a nenhuma mulher. Não estou pronto para me envolver em um
relacionamento sério, entende? Relacionamentos são cheios de dramas e eu
não tenho saco para isso.

Ela sorri desdenhosamente. Franzo a testa em confusão.

― Relacionamento sério? ― repete zombeteira. ― Você se acha muito, não


é, querido? ― se aproxima mais, ficando cara a cara comigo, empurrando o
dedo em meu peito. Eu devo ser um masoquista do caralho porque adoro
quando ela me esculacha assim, toda irritadinha e linda. ― Que mulher em sã
consciência iria querer um relacionamento com o maior galinha da cidade,
talvez da Califórnia inteira? Então, baixe a sua bola. Eu não estou atrás de
uma porra de relacionamento, nem com você, nem com ninguém.

Eu rio arrogante e a puxo pela cintura.


― Agora chegamos ao ponto que eu queria, pequena fada. ― murmuro,
enquanto ela esmurra o meu peito, tentando se soltar em vão.

Enfio a mão livre em sua nuca e forço sua cabeça para trás, levantando
seu rosto, bem próximo do meu. Nossas bocas ficam quase se tocando. Um
gemido escapa da sua e um rosnado da minha.

― Não consigo parar de pensar em você. Você não sai da porra da minha
cabeça. Eu preciso estar dentro de você de novo. ― minha voz é um grunhido
contra seus lábios. Ela lambe o lábio inferior e sua língua roça a minha boca.
Eu gemo, colando nossos corpos, esfregando meu pau em seu ventre. O tesão é
claro em seus olhos marrons.

― Você transou com a russa? ― suas mãos acalmam no meu peitoral.


Não sei se ela percebe, que seus olhos me suplicam por uma negativa. Eu
poderia mentir, mas não posso. Não me orgulho do que faço, no entanto, me
orgulho de sempre jogar limpo.

― Sim. ― meu tom é quase inaudível e uma sensação ruim, muito


parecida com culpa toma o meu peito quando vejo o brilho magoado em seu
olhar. Que merda é essa? ― Mas, não foi como está pensando, ok? ― não sei
por que sinto a necessidade de explicar.

― Solte-me. ― seu tom é baixo, quase um coaxar.

Esse incômodo no meu peito aumenta.

Merda. Eu sou livre, porra!

― Sara... ― eu digo, tentando a todo custo, me livrar dessa estranha


sensação. ― Esse sou eu. Eu festejo e eu fodo quem eu quero, quando eu
quero.
― Me. Solte. ― ela pontua as palavras, seu rosto corado de raiva e outra
emoção. Ciúmes? Não há lugar para esse tipo de sentimento em sexo casual. E
é só isso que posso dar a ela.

― Eu sei que nunca fez nada parecido. ― exalo alto. ― Droga! Eu não
consigo parar de querer você!

― Você sequer pensou em mim, quando estava fodendo a cadela russa?


― rosna.

Sim!

Eu não parei de pensar em você.

Quero dizer, mas, me mantenho calado. Ela emite um som cheio de


repulsa e me empurra com força.

― Você comeu a vadia! Você a fodeu, seu filho da puta! Você me dá nojo!
Eu disse para me soltar, porra! ― então, antes que possa sequer pensar, seu
joelho sobe e esmaga minhas bolas.

Santo inferno!

― Porraaa! ― gemo, vendo estrelas de tanta dor.

Solto-a imediatamente, cobrindo meus testículos doloridos com as mãos.


Cacete! Me encolho, me apoiando na borda da mesa.

― Você não colocará mais essas patas sujas em cima de mim, seu
maldito vira-lata! ― diz lívida e pega seu laptop, marchando para a porta.

― Você esqueceu que teremos gravação amanhã? ― minha voz é um


grunhido. Minhas bolas estão em fogo, porra. Ela para, mas, não se vira. Ouço-
a respirando agudamente.

― Merda. ― murmura sob sua respiração.


― E se eu prometer que não vou foder aleatoriamente enquanto
estivermos juntos? ― porra, as palavras estão fora da minha boca, antes que
eu possa analisá-las.

Que merda acabei de dizer mesmo?

Essa garota me confunde pra caralho e eu odeio me sentir assim,


perdendo o controle.

Ela se vira lentamente.

Ergo-me, a dor começando a diminuir. Merda, ela me acertou nas bolas!


Ainda não consigo acreditar que fez isso.

Um sorriso curva a minha boca, entretanto. Inferno, eu devo estar louco


porque a quero ainda mais agora.

― Você pode enfiar essa proposta, você sabe aonde, idiota! ― joga-me
punhais com os olhos. ― Não vou pensar apenas com a minha vagina, só
porque você fode gostoso. ― wow! ― Espero que o seu pau apodreça e caia!

― O único lugar que o meu pau vai estar é dentro de você!

Grito antes que bata a porta com força.

Rio alto.

Porra, por que diabos estou sorrindo?

Ela me acertou nas bolas, caralho! Certo, eu mereci isso. Jesus! Ela é
uma coisinha quente, linda demais, não é?

CAPÍTULO CINCO
Elijah

Estamos numa casa de praia isolada, para gravar as penúltimas cenas


do clip.

Acabamos de encenar uma briga que foi muito real porque Sara está de
fato, furiosa comigo. Ela me deu um tapa bem real, no rosto também. O lado
direito do meu rosto está ardendo pra caralho.

O desentendimento do casal na encenação se deu, por causa de uma


vadia pegajosa que o bastardo da ficção acabou fodendo. O diretor quis colocar
um pouco de drama e Liam aprovou.

É a arte imitando a vida...

Sara sai chorando da casa, correndo para a praia e eu a sigo.

Nesse momento, as emoções são nossas. Ainda estamos gravando, mas,


os olhares e as falas expressam nossos reais sentimentos. Ela, muito puta
porque comi a russa e eu, me maldizendo por ter corrido de seu apartamento e
voltado para a caça.

A equipe não sabe disso e aplaude nosso desempenho.

Liam e os caras não vieram, nem a Mel. Somos só eu, ela e a equipe.

Sara arranca a saída de praia e entra no mar.

Meus olhos se banqueteiam em sua silhueta esguia, sua cinturinha fina,


sua bundinha redonda e firme, no minúsculo biquíni amarelo, que está
usando. Me livro do meu shorts e vou atrás dela.
― Ela não significou nada para mim. ― rosno quando a alcanço,
puxando-a pelo braço.

É uma fala do script, mas, eu a olho com firmeza, deixando-a saber que
sou eu, Elijah, falando também.

― Assim como eu. ― rosna de volta, seus olhos ainda cheios de lágrimas,
isso puxa meu coração de alguma forma. ― Se afaste de mim. Você é ruim para
mim. ― diz-me baixinho.

A última fala não é encenação.

Se eu não fosse um bastardo egoísta e louco de tesão por ela, a deixaria


em paz. Mas, sempre peguei o que quis, e o que quero agora é ela. Nenhuma
outra me satisfaria nesse momento. Eu tentei, no entanto, aqui estou atrás
dela de novo. É ela até eu extinguir esse desejo, filho da puta, que sinto,
rasgando meu corpo, cada vez que estamos perto.

― Eu não posso me afastar. Já tentei, mas, não consigo. ― murmuro, e a


pego pela bunda. Ela luta, mas, enrola as pernas ao meu redor porque isso faz
parte do script. E como nas vezes anteriores, estou a caminho de tirar
vantagem disso.

Levo-nos mar adentro até a água encobrir minha cintura.

― Você precisa parar de me perseguir, droga. Eu não sei fazer essa


merda casual, Elijah. ― ela sussurra, a sinceridade e medo gravadas em suas
feições. ― Eu só tive um homem em toda a minha vida. ― é a primeira vez que
se mostra vulnerável, para mim.

Uma euforia inexplicável me invade com a sua revelação. Eu já


desconfiava e isso só me faz querê-la mais. O homem das cavernas dentro de
mim gosta de saber, que ela não é como as outras. Isso é contraditório pra
caralho, porque nunca me importei com o histórico sexual das vadias que
comi.

― Dois homens, querida. ― murmuro, passeando as mãos pela sua


bunda e indo preguiçosamente para as costas. Ela ofega baixinho, seu hálito
soprando em minha boca. ― E eu quero isso de novo. É impossível esquecer a
sensação do meu pau, afundando em sua boceta apertada. Atormento-a. ― não
há como fugir disso, Sara. ― levo uma mão para seus cabelos, entranhando
neles e abaixo a outra, de volta à carne macia do seu traseiro.

Meus dedos afastam a borda da calcinha e deslizo-os pela sua fenda,


encontrando e massageando seu buraquinho gostoso. Ela arqueia, sua boceta
causando atrito em meu pau. Eu ranjo, puxando seus cabelos com força e
esmago minha boca na sua.

Sedento.

Sondando.

Degustando.

Exigindo.

As reservas caem pela água e nossas línguas se entrelaçam, ansiosa e


intimamente.

Um gemido baixo e esfomeado vem do fundo da minha garganta ao sentir


o seu gosto de novo. É como me lembro: puro requinte, porra. Esse gosto que
me arruinou temporariamente para as outras.

Forço sua cabeça para trás e devoro sua boca, mordendo, chupando
seus lábios e língua.

Ela choraminga, se agarrando em meus ombros, as unhas cravando em


minha pele, completamente entregue.
Á água encobre nossa indiscrição lá embaixo...

Agarro sua bunda com mais força, enfiando a ponta do indicador em seu
cuzinho. Sara coaxa na minha boca, o som tão esfomeado quanto o meu,
pressionando sua doce boceta no meu pau dolorido. Ela geme e morde meus
lábios também. Atrevida, sensual, desse jeito só dela, que me enlouquece.

― Deus, sim, baby. ― sussurro asperamente. ― é isso aí, não se segure.


Não há como negar isso. Você não pode negar isso, porra.

As ondas batem em nossos corpos, mas, nos mantenho firmes. A equipe


está mais distante na areia e com a ondulação da água à nossa volta, não dá
para captar com exatidão, que estamos praticamente fodendo aqui embaixo.
Bastaria afastar um pouco a frente da sua calcinha e escorregar meu pau para
dentro. Porra, eu rosno de tesão e frustração.

― Eu quero você. ― meu tom sai suplicante como um maldito veadinho.


― Eu preciso estar dentro de você de novo, por favor. ― merda.

Definitivamente um veadinho.

Nunca imploro dessa forma, para comer uma garota, porra.

São elas que imploram para serem fodidas por mim, nunca o contrário.
Isso não é bom.

Ela continua moendo meu pau, completamente perdida no momento.

Estamos gemendo e ofegando.

Aperto sua bunda com força e me esfrego pra valer em sua boceta. Ela
está quase gozando, sinto pela sua respiração irregular e isso me faz selvagem.
As ondas colaboram conosco, envolvendo-nos furiosas e eu acelero sem me
importar com a plateia, imaginando que estou afundando até as bolas nela,
enquanto ela sobe e desce asperamente no meu pau.
― Sara... ― gemo, comendo sua boca com desespero. ― Eu vou gozar,
porra! Oh, merda! Sara...

― Oh, Deus... Isso não é justo... ― lamenta e geme longamente na minha


boca.

Seu corpo estremece todo me dizendo que está gozando. Eu rosno,


metendo meu dedo inteiro em sua bunda. Ela choraminga, seu corpo sofrendo
mais espasmos com a invasão. Aperto-a mais contra mim, ampliando o atrito
que preciso e gozo forte, duro um segundo depois.

Jesus! Eu não gozava a seco desde os meus dezesseis anos.

O que essa garota está fazendo comigo?

Paramos o beijo em busca de ar e nossos olhos se abrem.

Os dela estão lindos pra caralho, ainda enevoados do gozo.

― Isso foi imprudente. ― sussurra entre suspiros trêmulos.

Eu quero dizer que quanto mais imprudente melhor, mas, em vez disso
rio e ajeito uma mecha molhada de seus cabelos atrás da orelha.

Não quero assustá-la mais do que já fiz.

― Nós vamos conversar depois da gravação. ― murmuro, deixando claro


o teor da conversa.

― Corta!

A porra do diretor brada e seu corpo fica tenso. Ela escorrega as pernas
da minha cintura.

― Não. ― diz concisa e então, está nadando para longe, em direção à


praia.
Sim, porra!

Eu quero gritar de volta, mas, a equipe já a está recebendo, enrolando


um roupão ao seu redor.

Graças a Deus fazemos uma pausa para nos recompor.

Sara conversa animadamente com o cinegrafista que virou seu fã.

Bufo, dispensando as atenções da garota loira que me passou seu


número. Ela tem me jogado olhos de cachorrinho, desde que começamos as
gravações dessa tarde.

A pausa acaba e fazemos a última cena de hoje, eu, tocando Irresistível


para ela, em nosso quarto fictício.

Sara chora me vendo tocar minha guitarra. Ela parece tão genuinamente
emocionada, que me perco no momento, vendo a emoção em seu rosto bonito.

A equipe suspira, presenciando a química em nossa troca silenciosa.

O casal já fez as pazes e ele tem uma surpresa preparada para ela, mas
isso será gravado daqui a três dias numa praia no Havaí.

O diretor nos parabeniza todo eufórico pelas cenas de hoje.

Sara troca de roupas e está fora da casa rapidamente.

Eu a sigo, chamando seu nome, mas, ela não para até alcançar seu
carro, estacionado num recuo, longe da areia.

― Nós vamos conversar, porra! ― a alcanço, puxando seu cotovelo. Ela dá


um soco, soltando-se do meu agarre. ― Sara, seja razoável.

― Razoável? ― ela cospe, girando para me enfrentar. ― Razoável? Fique


longe de mim, porra!
― Ela não significou nada! Nada! ― cacete, estamos parecendo um casal
de verdade agora. ― Elas nunca significam.

― Eu não sou uma delas, Elijah. ― diz após um longo suspiro. ― Você,
seu babaca arrogante, me tratou como uma puta e não me concedeu nem a
porra de um minuto, depois que gozou na minha bunda. ― ela está lívida, seu
corpo tremendo de raiva. ― Seu maldito cachorro vira-lata!

Tomo uma longa respiração. Sim, eu fui um babaca, eu vejo agora.

― Sim, foi uma má jogada da minha parte, reconheço. ― digo, tentando


manter a calma no meu tom. Não há ninguém em volta, mas, estamos a céu
aberto, nunca se sabe onde tem um maldito paparazzo escondido. Essa é a
minha vida. ― Fiz aquilo para que não tivesse ilusões a meu respeito. ― e
porque eu precisava me distanciar, depois da merda intensa que me fez sentir.
Mas, ela não precisa saber disso. ― Não faço romance. Essa porra sentimental
é departamento do Stone, não é comigo. Queria me assegurar de que não se
apaixonasse por mim.

Ela bufa e me olha incrédula.

― Você fala sério? ― indaga ironicamente. ― Consegue se ouvir, Elijah?


Você é um filho da puta arrogante, sabia disso? ― eu trinco os dentes, cerrando
meus punhos. ― Me apaixonar por você? ― ri desdenhosamente. ― Talvez no
dia em que os porcos voarem, querido. Ah, e só para constar, sua tática de
merda funcionou muito bem. ― ela vira as costas, abrindo a porta do carro. ―
Quero distância de você agora.

― Você está esquecendo que mesmo com o encerramento do clip, ainda


temos a campanha de Natal? ― rosno, batendo sua porta fechada, a
empurrando de costas contra ela. ― Está presa comigo, Sara. ― ela tenta me
acertar entre as pernas, mas sou mais rápido dessa vez. Sorrio. ― Diga-me,
baby, você está mais irritada comigo, ou com você, porque também não
consegue parar de me querer?

Ela levanta o queixo em desafio.

Seu rosto está livre de maquiagem e mesmo assim, nunca vi uma mulher
mais bonita. Seus olhos brilham sob os raios de sol, os cílios longos baixam um
pouco, quando seu olhar pousa em minha boca.

Ela também não consegue parar de sentir essa merda entre nós.

― Você planejou isso? Colocou-se na campanha apenas para minar as


minhas forças, com sua sedução perversa? ― murmura, sua respiração pesada
como a minha.

Colo-me mais à ela, cavando meu pau em sua barriga.

― Não. O Stone disse a verdade. Nós nos revezamos nas campanhas e


essa é a minha vez. ― não posso deixar a satisfação de fora do meu tom. A
brisa bagunça seus cabelos, e eu inalo seu cheiro inebriante de frutas. ―
Chame isso de destino, pequena fada. ― sussurro, retirando as mechas do seu
rosto, olhando-a nos olhos.

― Se há mesmo essa coisa de destino, ele está sendo um filho da puta


comigo. ― ela resmunga e eu sorrio brevemente.

adoro sua língua afiada, essa boquinha suja.

Olha minha boca outra vez e solta um suspiro cansado.

― Não vou fazer aquilo de novo, Elijah. Não sou uma garota que faz
casual.

― Você já fez de novo, Sara. ― aproximo mais minha boca da sua num
sussurro. ― Na água. Nós fodemos lá.
Seus olhos nublam um pouco e ela geme, seu rosto corando com a
lembrança.

― Aquilo era encenação, não conta. ― diz veementemente.

Não sei a quem quer convencer, se a mim ou a ela mesma.

Abro um sorriso sacana e empurro meu pau um pouco mais embaixo em


sua pélvis. Ela rosna meia dúzia de palavrões, mas sua respiração fica mais
ofegante.

― Você sabe que o que fizemos embaixo d’água não estava no script,
baby. Ninguém lhe disse para esfregar sua boceta gostosa, no meu pau. ― ela
geme baixo. Levo minha boca para o seu ouvido e lambo seu lóbulo,
sussurrando: ― E ninguém me disse para comer seu rabinho apertado com o
meu dedo e nos fazer gozar tão forte, quanto um trem de carga.

― Seu bruto! ― ela rosna baixo, seu tom cheio de luxúria.

Eu rio, puxando para trás para olhá-las nos olhos.

Está lutando para parecer controlada, mas seu corpo está tremendo
contra o meu.

Gemo, enfiando minha coxa no meio das suas.

― Nós vamos foder de novo, Sara. ― digo com convicção, massageando


sua boceta com a perna. Ela resfolega, entreabrindo os lábios perfeitos. ― Pode
não ser hoje, nem amanhã, mas não se iluda. Meu pau estará dentro de você
de novo e dessa vez, só saio quando tiver matado minha fome. Isso que
sentimos é muito forte. Eu sei que você sente isso também. ― ela sente, eu sei
que sente e não tenho qualquer problema em me aproveitar disso. ― Venha
comigo e vamos conversar, pequena fada. ― seduzo-a, meus olhos fodendo os
dela. ― Você quer. Sabe que quer.
Eu vejo a batalha clara em seu semblante.

Ela quer, mas, vai me fazer trabalhar duro.

De novo.

E eu estaria mentindo se dissesse que não sinto uma ponta de orgulho


por Sara não cair aos meus pés, como qualquer vadia faria mesmo depois do
que eu fiz.

Ela é extraordinária.

Quanto mais perto eu chego, mais eu a quero. É inteligente, espirituosa,


tem um humor ácido pra caralho e o mais importante, não me quer para fazer
alpinismo social.

― Não. ― ela sussurra, então sacode a cabeça e completa com voz mais
firme: ― Não sou uma de suas vadias.

Merda. O que eu disse sobre trabalhar duro?

― Não haverá mais vadias, prometo. Vamos explorar tudo o que tiver
para explorar entre nós. ― ela me lança um olhar cauteloso. ― Esse sou eu,
Sara. Não faço promessas de amor eterno. Mas, posso lhe prometer que
quando eu quiser foder outra, vou dizer isso a você e encerramos. Isso é tudo
que posso dar. ― travo nossos olhares. ― É pegar ou largar.

Ela me sonda como se quisesse enxergar minha alma.

― Você vai me levar à sua casa? ― sua pergunta me pega de surpresa.

O quê!?

― Minha casa? ― repito, meu tom como uma recusa e ela abre um
risinho sujo.
Filha da puta, esperta de uma figa!

Sabe que eu não levo mulheres para a minha casa. Eu e os caras nunca
levamos comida para casa.

― Sim, sua casa. Eu não sou uma puta que você vai comer em seu
apartamento de foda. Quer tirar essa atração filha da puta dos nossos
sistemas? Me leve à sua casa. ― sibila baixinho. Porra, que trapaceira! Estreito
meus olhos nos seus. Há desafio em todo o seu rosto. ― É pegar ou largar,
garoto da guitarra.

― Eu não levo...

― O quê? Vadias em sua casa? ― bufa, me empurrando e eu lhe concedo


espaço. Ela abre a porta do carro novamente. ― Aí está, Elijah, eu não sou uma
vadia e você continua me tratando como uma. Porra!

Estou sem palavras. Minha mente girando tentando encontrar um meio-


termo. Tenho várias casas espalhadas pelo mundo. Será que conta se eu levá-
la em uma dessas? Pelo olhar em seu rosto, posso imaginar aonde ela vai me
mandar enfiar essa proposta...

― Sua casa, ou nada feito. ― ela torce o narizinho atrevidamente e entra,


se acomodando atrás do volante.

Continuo lá, parado a olhando manobrar para sair.

Pouco depois, sai sem sequer me olhar, cantando pneus.

Cachorra gostosa!

Estou sorrindo como um idiota vendo-a se distanciar.

Por que diabos estou sorrindo?


Ela me lançou a porra de ultimato. A cadela tá se achando muito. Levá-la
na minha casa... Bufo em desdém.

Eu nunca faço esse tipo de concessão.

Posso fazer isso por ela?

Jesus, por que estou sequer pensando sobre isso?

É claro que não.

Sem chance.

― Essa está dando mais trabalho do que o habitual... ― a voz divertida de


Mat, me faz olhar para trás. Idiota.

Eu sorrio secamente.

― Ela é uma cadela geniosa do caralho. ― bufo, me dirigindo para o


Range Rover. ― Vamos, me tire logo daqui. Tenho algumas providências para
tomar. ― ele sorri, balançando a cabeça, tomando seu lugar no lado do
motorista. ― Sara é uma tempestade, mas, estou mais do que disposto a entrar
nela. ― sussurro quase só para mim mesmo, rindo com a antecipação do jogo
correndo em minhas veias. ― Me aguarde, pequena tempestade...

Sara

No dia seguinte decido me enterrar no trabalho, não dando a chance de


certo guitarrista galinha, babaca, arrogante e gostoso pra caralho, atravessar
meus pensamentos. Mas, o destino está sendo mesmo um filho da puta
comigo.
A Srª Adams me ligou, logo no começo da manhã, avisando que teve um
problema de última hora e não poderia comparecer ao jantar, que o prefeito
está oferecendo hoje, para homenagear algumas das organizações com fins
sociais da cidade.

A Saving Lives[10], a fundação dos caras, é uma das homenageadas na


noite. Sua diretora faria as honras no evento, mas, isso acabou caindo no meu
colo e de Elijah.

Não tive escapatória. Terei de ir com o babacão.

Liam me deu a tarde de folga para me preparar.

Meus nervos estão a todo vapor com a expectativa do meu primeiro


evento de gala em LA.

Mel me acompanhou ao spa que tem frequentado e eu saí de lá às seis da


tarde, me sentindo uma diva. Depilação brasileira em dia, cabelos e pele
hidratados. Unhas bem feitas. Uma garota poderia se acostumar com essa
vida. Eu tenho o vestido certo para a ocasião e já estou em cólicas, para
terminar a produção.

Mel me deixou na portaria do prédio e seguiu, para encontrar com seu


marido, na gravadora.

Greg estava dirigindo. Liam não quer que ela ande sozinha por causa do
bebê. Ele é tão protetor com ela.

O porteiro simpático me cumprimenta e puxa uma caixa enorme debaixo


da bancada. Dessas caixas chiques com laços tão bem feitos, que ficamos com
receio de abrir e estragar a embalagem.

Minha boca cai aberta quando a entrega a mim.

― Foi entregue ainda há pouco para a senhorita. ― ele diz.


― Para mim? ― o senhor grisalho sorri ao ver o meu espanto.

A única pessoa que pode ter me enviado isso é Mel e ela acabou de me
deixar aqui. Por que não falou nada? Eu rio. Minha irmã queria me fazer uma
surpresa e como sabe que não quero me aproveitar, da sua nova condição de
superpoderosa mulher de Liam Stone, não me disse nada. Eu a amo, maninha.
Digo em pensamento.

― Obrigada. ― sorrio-lhe, pegando a caixa ostentosa e tomo o elevador


para o meu apartamento, no vigésimo segundo andar.

fico olhando e admirando a caixa alguns minutos depois, quando a


coloco sobre a minha cama. Sento-me na borda e abro o laço com cuidado.
Retiro a tampa, abro o papel delicado e minha respiração para.

OMG! Exclamo baixinho quando levanto o vestido vermelho.

É um longo em tafetá e seda finíssima.

Levanto-me e vou até o closet me olhar no espelho com ele na frente.

Puta merda. É lindo!

É estilo romano, com um ombro só. Saia ampla lambendo meus pés e há
um fino cinto dourado acompanhando. Minha mente corre para o Louboutin
que comprei ontem.

O quê? Eu avisei que sou uma mulher louca por sapatos.

Volto para a caixa e vejo um cartão de aparência igualmente cara, dentro


dela. O pego e abandono o vestido sobre a cama.

A caligrafia não é da Mel.

Franzo a testa, intrigada.


É inegavelmente masculina, com traços fortes, mas, bonita.

Meu coração para pela segunda vez quando começo a lê-lo:

Pequena tempestade,

Aceite esse presente como um pedido formal de desculpas por ter sido um
babaca em nossa primeira noite. Estou ansioso para vê-la usando-o quando for
buscá-la às 20:00 hs.

E.

PS: Seria forçar muito se eu pedisse para não usar calcinha?

Eu rolo os olhos para as palavras finais. Idiota.

Fico encarando o cartão, ainda estupefata.

Foi Elijah quem enviou o mais deslumbrante vestido, que meus olhos já
viram.

Ele me pediu desculpas finalmente.

Meu coração bate com força e um sorriso curva meus lábios, antes que
eu perceba.

E que negócio é esse de Pequena tempestade?

O homem é engenhoso, tenho que admitir. Esse vestido deve ter custado
uma nota.

Rolo os olhos para o meu pensamento ridículo.

Ele pode, Sara. E sim, eu o mereço por tudo que o vira-lata fez.

Não vou devolvê-lo por mais que a parte sensata em mim queira fazer
exatamente isso.
Sem chance.

Não seja boba, garota.

Então, um trecho do bilhete me volta à mente.

Merda!

Ele disse que vem me buscar às 20:00 hs!

Eu não vou com ele. Claro que não. Quem ele pensa que é? Não vai me
comprar com um vestido. Ok, um vestido absurdamente lindo e caro, mas, não
vou abaixar a guarda, como uma adolescente tola.

Ele só quer me foder, de novo.

Contrariada, faço algo que nunca tinha feito, ligo para o seu celular para
informar que vou tomar um táxi.

Ele não atende.

Todas às vezes a chamada vai para a caixa postal.

Gah! Aposto que o babacão está fazendo isso de propósito para evitar que
eu o recuse.

Mesmo assim, deixo uma mensagem um tanto desaforada em sua caixa:


não pense que não estou percebendo seu truque sujo, seu vira-lata. Eu não vou
com você. Vou tomar um táxi! Ah, hum, obrigada pelo vestido. Passar bem!

Depois que termino fico me sentindo meio ridícula.

Não devia ter lhe dito nada. Bastava pegar um táxi vinte minutos antes e
pronto.

Certo, é isso que vou fazer.


Com decisão tomada vou até a cozinha e faço um lanche reforçado. Esses
jantares chiques, nunca tem comida que dá para matar a fome. É uma dádiva
eu não precisar me preocupar com o que como. Mel e eu herdamos a genética
boa da nossa mãe. Nosso pai vive nos dizendo isso.

Quando termino de me arrumar uma hora e quarenta e cinco minuto


depois, eu desço para a portaria e travo ao sair do elevador.

Elijah já está lá conversando animadamente com o Sr. Jameson, o


porteiro.

Droga. Ele antecipou meus movimentos.

Trapaceiro! Trapaceiro e... Lindo.

Ele está usando smoking.

Assim é muita covardia.

Gemo baixinho, enquanto meus olhos o bebem; sedentos.

Seu porte alto, com uma elegância felina que é só dele, me deixa
embasbacada. Seus cabelos compridos estão puxados para trás, mas, algumas
mechas soltas, caem dos lados do seu rosto.

Minhas pernas estão um pouco moles, sobre os saltos muito altos, que
estou usando.

Ele sorri de algo que o homem fala e sua cabeça gira em minha direção,
como se me sentisse parada aqui, cobiçando-o, comendo-o.

Os olhos verdes fazem uma leitura lenta sobre mim e eu não posso
evitar, sinto meu rosto ficando da cor do vestido.
Seu olhar volta para o meu, escurecendo com malícia e divertimento
tomando sua íris. Seus lábios suculentos enrolam ligeiramente nos cantos,
mostrando que ele sabe exatamente como sua presença me abala.

Ele começa a andar para mim e eu tenho o desejo infantil de correr de


volta para o elevador.

Merda.

Controle-se, Sara. Ele é só um cara.

Oh, Deus!

Ele é fodão em jaquetas de couro, mas, vestido assim, todo formal, Elijah
é simplesmente arrasador.

Seus olhos permanecem trancados nos meus, daquela forma intensa que
ele faz, com o intuito de me prender no lugar, como uma presa apenas
esperando o bote certeiro, do seu predador.

Um arquejo baixo sai da minha boca quando para à minha frente.

Seu cheiro... Oh, cara, seu cheiro faz misérias em mim.

Minha libido está executando saltos mortais pelo local.

Puta merda!

Saltos que deixariam Daiane dos Santos[11] com inveja.

Meu coração não fica atrás, saltando descontrolado, enquanto nos


olhamos, em silenciosa apreciação um do outro.

Sua presença é tão forte, tão avassaladora que domina completamente o


ambiente. Ele droga meus sentidos, me reduzindo de uma mulher moderna e
inteligente à uma vagina úmida e latejante.
Pergunto-me pela enésima vez, que raios de sentimentos tão fortes,
desconcertantes e intensos são esses, que desperta em mim. Nunca me senti
tão doida por um homem, mas, ao mesmo tempo, tão incerta e insegura.

Me falta coerência com este homem.

Minhas ações estão em total desacordo com o que o meu cérebro sabe
que é certo, no entanto, não posso me parar. O homem tem o poder de
paralisar meus neurônios.

Sério, se me perguntassem quanto é dois mais dois nesse momento, eu


erraria feio.

Não dá para resistir à ele e seu apelo sexual bruto. Eu o quero e para o
meu azar, ele também sabe disso. Sinto que posso sair queimada, mas,
continuo voando e me aproximando, como a mariposa que, inevitavelmente vai
para a luz.

Ele não diz nada.

Nenhum de nós ousa falar.

Apenas nossos olhares devorando, absorvendo um ao outro por um


tempo muito longo.

― Você está linda. ― sua voz baixa e rouca, me faz estremecer um pouco.

― Você também parece bom. ― coaxo. Bom o bastante para comer, quero
acrescentar.

Aquele sorriso lento e malvado enrola sua boca e eu só quero pedir para
que morda, cada maldito centímetro da minha pele.

Deus, eu estou louca!


Sacudo a cabeça, tentando me controlar e não passar vergonha diante
dele.

Seu riso amplia como se estivesse lendo meus pensamentos


pecaminosos.

― Vamos? ― ele praticamente rosna, algo feroz fervendo em seus olhos.

Eu apenas aceno.

Não há qualquer sentido em discutir isso com ele. Vou acabar perdendo
de qualquer forma. Seu olhar me diz que não vai me deixar ter uma escolha
esta noite.

Sua mão pousa na parte baixa das minhas costas e ele me guia para
fora. Cumprimento fracamente o Sr. Jameson, quando passamos por ele, que
sorri calorosamente de volta. Eu acho que o coitado pensa, que estamos em um
encontro.

Se ele soubesse...

Há uma limusine preta e luxuosa na frente do prédio. Eu estremeço


levemente com a opulência disso tudo.

Por que ele está fazendo isso? Parece um encontro.

Não, Sara, não vá por aí.

Elijah não tem encontros.

Ele abre a porta traseira galantemente para mim, um sorriso divertido


brincando em sua boca, ao ver a minha reação surpresa, ao gesto.

― Boa noite, Mat. ― digo ao entrar e me sentar cautelosamente.

― Boa noite, Sara. ― seu segurança me cumprimenta simpático.


A divisória sobe em seguida e meu coração começa a bater forte.

O veículo começa a se movimentar.

Meus olhos estão em Elijah acomodado no banco, na frente do meu.

Graças a Deus está longe de mim.

Ignoro a ponta de decepção. Ele remexe no balde de gelo, pegando uma


garrafa de champanhe.

― Bebida? ― seus olhos seguram os meus, enquanto trabalha para abrir


a garrafa da bebida cara. Engulo em seco, nervosa como o inferno.

O que é tudo isso?

― Sim. ― ele me serve uma taça e me entrega; nossos dedos se tocando e


enviando ondas de calor perverso, através do meu corpo. ― Obrigada. ―
sussurro e bebo metade do líquido. Elijah sorri baixinho. ― Qual é a piada? ―
cerro os dentes na defensiva.

― Você. ― ele sorri sorvendo sua bebida, me encarando por cima da


borda da taça. ― Você vai me dar de novo, Sara. ― sussurra meio rouco. ― Não
importa o quanto ache que isso não é certo, que parte de você abomine a forma
como vivo. ― eu arfo, umedecendo meus lábios. Ninguém pode acusá-lo de não
ser direto. ― Você anseia pelo meu pau, pequena tempestade. ― seus olhos
brilham perversos. ― Se excita com a ideia de foder apenas para obter prazer.
Não tem que se envergonhar disso. Admita e pegue o que você quer. Se livre
das convenções sociais, Sara. ― murmura, olhando-me fixamente. ― Sexo
apenas pelo sexo. Prazer apenas pelo prazer, sem culpa, sem cobranças. Seja
livre de todos esses falsos pudores. Venha comigo, baby.

Puta merda! Ele é tão garoto mau...


― Deus, você é tão arrogante, libertino, cheio de si, não é? ― bebo mais
um gole para me refrescar. Suas palavras sussurradas e a expressão
diabolicamente sedutora em seus olhos, estão fazendo miséria em a minha
calcinha.

― Estou apenas apontando os fatos. ― estende um braço por cima da


poltrona e seu peito expande, abrindo o smoking. Lindo, sexy, perigoso. ―
Foder para mim é algo simples. Precisa ser livre de dramas, cobranças, tabus,
senão perde a graça.

Jura?

Como se eu já não soubesse disso. Bufo baixinho.

― De qualquer forma, obrigada pelo vestido e pela carona. ― tento mudar


o assunto.

Ele sorri, meneando a cabeça devagar, seu olhar zombador me dizendo


que sabe o meu jogo.

Por que ele é tão cínico? E irritante? Cachorro? Escroto? Lindo? Gostoso?

Uh, risquem essas duas últimas, ok?

― Por nada. Esse tipo de evento pode ser brutal para uma novata em LA.
Pensei em suavizar as coisas para você. ― diz, dando de ombros casualmente.

É claro, isso é corriqueiro para alguém com a popularidade dele, mas,


eu, que não estou acostumada com o meio, poderia ser engolida rapidamente.

Sinto-me um pouco tocada com sua preocupação comigo. Talvez ele não
seja tão escroto, afinal. Talvez.

― Obrigada. Eu aprecio isso. ― murmuro.


Seus olhos se fixam nos meus e ele sorri, parecendo meio sem jeito, pelo
meu agradecimento sincero.

― A qualquer hora, baby. ― murmura de volta, seu tom e olhar


suavizando um pouco.

Nós bebemos e falamos sobre o evento.

Ele me informa todos os detalhes. Quem provavelmente estará por lá. E


me avisa sobre os paparazzi. E realmente tinha razão ao me avisar sobre eles.

Quando descemos do carro, na frente do tapete vermelho, numa


suntuosa casa de eventos, me senti como se fosse a atração principal de um
circo. Fotos e mais fotos espocaram em nós.

Eli, Sara? Vocês estão em um encontro?

Elijah mantém sua mão nas minhas costas, sua postura tensa e
pragueja baixinho, enquanto as perguntas continuam a ser gritadas para nós.

Sara, querida, olhe para cá!

Vocês estão realmente juntos?

Quando vão anunciar o novo casal DragonFly?

Você não se importa que Elijah goste de festejar por aí?

Como é estar com um bad boy do rock?

Deus do céu!

Eu respiro fundo quando colocamos os pés no hall, deixando os


intrometidos para trás.

― O que eu lhe disse? Isso é uma merda! ― ele rosna no meu ouvido. ―
Você está bem? ― seus olhos me sondam com uma ponta de preocupação
inesperada. Eu apenas aceno, ainda atordoada, com tanta atenção sobre nós.
― Não se preocupe. Vou negar qualquer envolvimento nosso amanhã na minha
página pessoal.

― Obrigada. ― chio, uma pontada de tristeza me invadindo por seu tom


veemente, em não querer ser associado a mim.

Rolo os olhos, ironizando-me.

Deus, Sara, você é surda?

O cara vive alardeando que não quer se prender. Que gosta de foder,
apenas isso. Pare de ser patética agora mesmo!

Elijah me leva pelo salão.

Sua mão está na minha cintura agora e a parte boba em mim, sorri com
isso.

Há muita gente aqui e tenho que agradecê-lo, mais uma vez por me
enviar esse vestido. Eu passaria vergonha com o vestido que pensei, na minha
ingenuidade, seria adequado. As mulheres estão vestidas com glamour e meu
sorriso alarga com os olhares de admiração e inveja, que são lançados na
minha direção.

Sei que em parte é pelo vestido, mas, a razão maior é o roqueiro lindo e
sexy do meu lado.

Sou apresentada a uma quantidade obscena de pessoas. Não que ele


faça algum movimento. São eles quem estão vindo para nós, ou seja, para
Elijah. Não posso parar meus olhos de admirá-lo.

Ele está tão simpático e acessível esta noite. Esta é sua persona pública
pelo jeito.
O prefeito e sua esposa, vêm nos cumprimentar perto do bar. Elijah está
tomando uísque puro e eu uma margarita. Não posso deixar de observar a
primeira-dama se derretendo numa conversa mole para Elijah. Ela é bem mais
jovem que seu marido. Ele deve ter uns sessenta e a vaca na casa dos trinta.
Além disso, ela é linda e loira, o que parece ser o tipo de Elijah.

Me encolho um pouco com a forma como ele sorri para ela.

Ele já comeu essa vadia, tenho certeza.

De repente, todo o glamour e excitação da noite vão escoando pelo meu


corpo.

Tomo o restante do meu drink e peço outro ao barman. Elijah franze o


cenho para mim. Eu levanto uma sobrancelha desafiadora e pego a taça,
começando a beber de novo.

O bondoso e, provavelmente chifrudo prefeito se vai com a vaca a


reboque.

Pouco depois, vamos para nossa mesa e os discursos começam.

O prefeito fala sobre o prazer que é confraternizar com seus parceiros na


causa do bem-estar social e após alguns momentos, Elijah é chamado no
palco, para falar em nome da organização. Eu fico embasbacada com seu
discurso firme e pontual. Quando conclui sou a primeira a aplaudir.

A bebida me deixou um pouco eufórica e desinibida pelo visto.

O jantar é servido e logo após, voltamos a circular.

Estou surpresa com esse lado tão sociável de Elijah.


Paramos ao lado de uma pequena fonte de água, um pouco afastado do
burburinho, mas, com uma boa vista do salão, onde muitos casais estão
dançando agora.

― Elijah? Oh, meu Deus! ― a voz feminina entusiasmada nos faz virar à
procura. ― Sou muito sua fã!

É uma adolescente numa cadeira de rodas. Seus olhos estão brilhando


de excitação por estar diante de seu ídolo.

Disso eu entendo bem.

― Hei! ― Elijah a cumprimenta, andando para perto dela. ― Obrigado,


querida. ― ele se abaixa, ficando no nível do rosto da garota e abre aquele
sorriso lindo, livre do cinismo e provocação habitual. Mas, franze um pouco a
testa ao olhá-la de perto. ― Você estava chorando? Diga-me de quem devo
chutar a bunda, baby? ― pergunta suavemente. Só agora percebo que ela deve
ter fugido para cá para se esconder de algo. ― Qual é o seu nome, menina
bonita? ― ele continua sua abordagem suave, me intrigando pra caralho.

― Kimberly. ― ela diz, corando com toda a atenção recebida. ― Não houve
nada. É só... Só... ― um soluço a impede de terminar.

― Tudo bem, Kim. ― Elijah dá tapinhas leves em seu joelho. ― Você está
aqui com seus pais?

― Sim, mas, não foram eles que me chatearam. ― ela engole e diz
envergonhada. ― Meu namorado. Ele tem vergonha de dançar comigo.

Meu peito aperta.

Oh, Deus, por que os homens têm que ser criaturas tão egoístas, filhos
da puta, bastardos, escrotos, escória e...
― Eu posso dançar com você, se quiser. Nós, caras, somos uns babacas
às vezes. ― Elijah diz isso, com os olhos no meus. Isso foi para mim? Pisco e
desvio o olhar para o salão. ― Eu sou especialista em chutar bundas de
namorados sem noção; querida. É o seu dia de sorte.

Eu volto a olhá-lo, relembrando da nossa primeira dança no Brasil,


quando me ajudou a dar o troco no cuzão do André. Um sorriso brinca na
minha boca. Ele me dá uma piscadinha cúmplice.

― V-você quer dançar comigo!? ― a menina parece que vai ter um treco.
Eu rio, compreendendo a sua reação.

― Exatamente, senhora. ― Elijah se levanta e faz um floreio, estendendo


a mão para uma Kimberly boquiaberta. ― Me concede a honra dessa dança? ―
ela levanta sua pequena mão trêmula e Elijah a segura. ― Eu volto já. ― ele me
diz e conduz a menina, que ainda tem uma expressão incrédula em seu rosto
adolescente.

Eu os observo completamente encantada, pelos próximos vinte minutos.

Elijah sorri o tempo todo, enquanto gira Kim em sua cadeira pelo salão.
Ele faz isso com tanta desenvoltura, que me pergunto se já fez isso antes.

O homem me confunde demais. Concordo com a Mel. Elijah Allen é um


paradoxo e eu me pego querendo ser a única a desvendá-lo.

A música termina e palmas soam para o improvisado casal.

Eu aplaudo, me sentindo um pouco emotiva. Foi muito doce o que o bad


boy fodão fez por essa menina. Meus olhos ardem com lágrimas.

Cristo, estou parecendo a Mel. Pelo menos ela tem a desculpa de estar
grávida.
Antes que Elijah possa conduzir Kimberly de volta, um adolescente se
aproxima deles e sorri, parecendo envergonhado. É o babaca do namorado. Eu
bufo. Idiota.

Então, o garoto sussurra algo no ouvido da menina e ela abre um sorriso


enorme, acenando. Os dois começam a dançar.

Merda. Eu quero chorar com a cena.

Elijah sorri e deixa o salão, voltando para mim. Duas mulheres o


abordam em sua caminhada. Ele para, conversa, sorri do seu modo rock star
paquerador e depois beija suas mãos. Eu rolo os olhos.

Ele nunca beijou a minha mão, droga! Eu faço uma birra. Galinhão!

― Por quê? ― eu praticamente rosno, quando ele para na minha frente.

― Por que o quê? ― eleva as sobrancelhas em confusão.

― Por que nunca beijou a minha mão? ― ele sorri lentamente com meu
tom despeitado.

Babaca.

Seu corpo se aproxima mais e ele me olha com intensidade, quando fala
bem perto da minha boca:

― Porque prefiro beijar seu corpo inteiro, pequena fada. É por isso. ―
deixo escapar um gemido desejoso.

Seus olhos inflamam e ele rosna, pegando-me pela cintura, sua pegada
forte fazendo minha vagina apertar, recordando nosso sexo bruto, gostoso.
Absurdamente gostoso.

Merda. As margaritas deixaram minha libido ainda mais fora de controle.


Eu o quero.
― Eu beijo as mãos quando não tenho nenhum interesse nas garotas,
Sara. É a minha forma gentil e particular de dispensá-las. ― esses olhos verdes
se acendem e ele sorri todo malvadão agora, sussurrando: ― Então, baby?
Prefere que eu beije sua mão, ou que te foda, duro, profundo?

Puta merda! Quem se importa com a porra de um beijo na mão, não é?

Me foda. Duro, por favor!

― Oh. ― é tudo que sai da minha boca, no entanto.

― Oh. ― ele me imita, rindo do seu jeito de menino mau que eu amo.

Não, não amo. Sim, amo. Deus, por que ele me confunde tanto?

― Eu quero você. Hoje. ― ele desce a mão para a parte baixa das minhas
costas, pressionando nossos sexos juntos.

Com os saltos eu fico quase da sua altura.

Gemo desavergonhada quando morde meu lábio inferior, o olhar verde


me comendo viva.

― Diz que vai me deixar meter bem fundo nessa bocetinha deliciosa,
baby. Estou louco para gozar dentro de você de novo.

Eu gemo.

Covardia isso.

Por que esse deus do sexo teve que cismar comigo? E por que diabos sou
tão fraca perto dele?

Trágico.

Me rendendo, eu o puxo pelo pescoço, completamente perdida em sua


luxúria perversa. Nesse momento não me importa onde estamos. Quero dar o
que ele quer. Quero me dar para ele. Sei que é a minha pior decisão, mas, não
posso parar esse sentimento, essa necessidade primitiva que só ele me faz
sentir. Eu o quero bem fundo dentro de mim. Ele sorri, triunfo brilhando no
fundo da íris, mas, antes que nos beijemos alguém o arranca dos meus braços.

― Que porra é essa? ― Elijah range, dirigindo um olhar mortal para


quem ousou nos interromper.

Minha boca cai aberta quando tenho a visão clara da morena voluptuosa
à nossa frente.

É a garota do Awards, a mesma que ele beijou no restaurante.

― Então, é por isso que você me dispensou? ― a voz da morena me


queima como ácido. ― Está com ela? ― aponta o dedo e um olhar letal para
mim.

Fale sobre uma mudança de cenário...

Elijah passa as mãos pelos cabelos, seu maxilar tenso. Ele se aproxima
mais dela e a olha de uma forma tão fria, que me faz sentir um pouco de pena
da moça. Além disso, ela parece ter chorado. Seus olhos estão vermelhos e sua
maquiagem borrada.

Ela já teve dias melhores.

― Você está me seguindo, Anabete? ― ele sibila. ― Porque se estiver, vou


obter uma ordem de restrição do caralho! ― a garota se encolhe com essa
ameaça. ― Nós fodemos. Mas, acabou como deixei claro que aconteceria. Você
precisa que eu desenhe essa merda?

Meu coração afunda lentamente com essas palavras e a forma dura como
Elijah as joga no rosto da tal Anabete. A garota chora, se pendurando em seu
pescoço.
A cena é deprimente e eu gostaria de desaparecer daqui.

― Por favor, Eli. ― ela suplica, pendurada nele, enquanto Elijah tenta se
desvencilhar dela. ― Não consigo esquecer você. Tudo bem, eu posso dividir
você com ela. ― o quê!? De jeito nenhum! ― Não me deixe, por favor. ― ela
escorrega para baixo, ficando de joelhos a seus pés.

Puta merda!

Estou estupefata.

Nunca vi nada mais humilhante em toda a minha vida.

Mat aparece do nada e arranca a garota de perto do patrão, antes que a


cena atraia a atenção dos curiosos.

Elijah arruma o smoking e olha para a garota com nojo.

Eu me pergunto se esse é o meu futuro? Me arrastar a seus pés como a


pobre Anabete está fazendo agora e receber esse olhar.

Minha libido acaba de naufragar.

― Livre-se dela, Mat. ― Elijah diz baixo, sombriamente.

Pânico corre em minhas veias. O que ele quer dizer com isso?

Mat arrasta Anabete, mas, ela para na minha frente e me encara. Antes
que eu possa fazer algo, sua mão está acertando o meu rosto com força.

Porra! Vadia dos infernos!

E eu com pena dela esse tempo todo!

Jogo minha taça no chão, estou lívida agora.

Ninguém me bate sem levar o troco.


― Sua vaca louca! ― rosno, devolvendo-lhe o tapa.

A diferença é que o meu foi dado com as costas da mão e ela teria caído
pelo impacto se não fosse por Mat segurando seu braço. Eu não procuro
brigas, mas, sem essa de dar a outra face. Não vou me comparar a Jesus
Cristo. Sou pecadora e esquentada demais para conseguir tal façanha.

― Cai fora, vadia! ― Elijah cerra os dentes tomando a minha frente. Eu


fico um pouco confusa com esse gesto protetor. ― Não ouse aparecer na minha
frente outra vez e o mais importante, não ouse tocar em Sara!

Puta merda!

Eu não vou mentir, meu coração dá uma guinada com sua defesa
acalorada.

― Você pode desfrutar agora, sua puta. ― Anabete, me olha por cima do
ombro de Elijah. ― Porque não vai durar muito tempo. Elas nunca duram. ―
ela chora de novo. Que garota louca. ― Ele vai te foder até enjoar e deixar de
lado como se fosse lixo. Ele não tem sentimentos. ― sinto o corpo de Elijah todo
tenso à minha frente.

― Mat, leve a porra da vadia, caralho! ― ele late e dessa vez Mat consegue
arrastar a moça, que para a minha surpresa não sai berrando, chamando mais
atenção.

Então, percebo que é por quem Elijah é.

Ela pode ter alguns minutos de fama, mas, é o lado mais frágil. Não
tenho dúvidas de que Elijah jogaria um processo em suas costas. Sua postura
fria com ela me deu medo.

Ele age assim quando termina seus casos?


Estou confusa, pra variar, e me borrando ainda mais de medo de me
envolver com um cara como ele.

― Vou ao banheiro. ― aviso, sem olhar em sua direção. Preciso respirar e


pensar um pouco sobre o que acabo de presenciar.

― Vou com você. ― sua voz é suave, quando me para, segurando meu
cotovelo e levantando meu queixo com a outra mão. Seus olhos fervem com
raiva analisando o lado onde a vaca bateu. Ele trinca os dentes. ― Sinto muito.
Você está bem?

― Sim, estou bem. ― puxo meu braço e ele franze a testa com a minha
brusquidão. ― Não precisa me acompanhar. Assim que me recompor, tomarei
um táxi para casa. ― Digo com raiva.

Ele quer me transformar nas suas Anabetes. Bem, eu não vou deixar.

Eu praticamente corro para o banheiro do outro lado do pátio. Esse


esteve quase vazio a noite inteira. As vacas ostentosas preferem o que fica mais
perto do salão.

Eu entro e me escoro na porta, fechando os olhos.

Deus, onde fui me meter?

Me arrasto até a pia e olho meu rosto no espelho.

O lado direito está todo vermelho. A vadia me acertou em cheio. De


repente estou com raiva, muita raiva de Elijah e, principalmente de mim por
me envolver com ele. Por não parar de querê-lo mesmo sabendo que ele é uma
má notícia. Estou maldizendo a minha sorte quando a porta abre e ele entra,
fechando-a e girando a chave.

Merda.
― Eu não estou no clima para seus jogos perversos, Elijah. ― cerro os
dentes, me virando para enfrentá-lo.

Seus olhos estão tempestuosos, escuros e eu recuo, encostando na pia.

Ele invade meu espaço pessoal e puxa-me pelos cabelos da nuca. Sua
outra mão aperta a minha cintura, colando nossos corpos. Ele está duro como
uma rocha contra a minha barriga. Eu arquejo, amaldiçoando o meu corpo
traidor.

Isso é tão injusto, droga! Por que o quero tanto assim?

― Nem eu estou no clima para seus joguinhos de fuga. ― rosna contra a


minha boca. ― Você está me deixando louco, porra! Não vai mais fugir de mim,
Sara. Disso! ― empurra seu pau entre as minhas coxas e eu gemo, ofegando,
desejando-o mesmo estando puta com ele. ― Vou comer você. Agora. ―
sussurra asperamente. ― E não há nada que possa fazer sobre isso. Grite se
quiser, mas, meu pau estará dentro de você.

CAPÍTULO SEIS

Sara

― Eu não sou como elas! ― eu raspo, tentando empurrá-lo, mas, ele não
cede. ― não me torne uma delas! Fique longe, droga!

― Não, porra! Você não é como elas! E eu não posso ficar longe. Você não
entende isso? Não posso ficar longe. ― sussurra, deslizando o nariz pelo meu
rosto, rosnando, inalando-me como se meu cheiro o drogasse como o seu faz
comigo. ― você é minha. ― diz quase inaudível e sua boca invade a minha, num
beijo duro, exigente. Pressionando-se mais contra mim, moendo em minha
pélvis.

Eu luto por alguns instantes, esmurrando seus ombros.

Ele lambe a minha língua, gemendo com um óbvio prazer e eu estou


perdendo a batalha mais uma vez. Calor líquido, insano cresce em minha
barriga. Como ignorar o que este homem me faz sentir?

Meus punhos vão perdendo a força.

― Eu não quero. ― tento pará-lo. ― não quero, droga!

― Sim, porra, você quer! ― grunhe, me levantando para a pia. Sua mão
infiltra pela barra longa da saia, subindo-a, seus dedos indo pela parte interna
das minhas coxas. Apalpa a minha vagina com força. ― isso aqui é meu, Sara!
― diz com ferocidade e eu gemo em resposta. Ele ri, seu olhar perfurando-me,
zombador. Seus dedos sobem, afastando o cós da calcinha e ele rosna ao sentir
minha carne molhada, pulsante. ― gostosa. Minha cachorra... ― seus dedos
deslizam pelos meus lábios, me torturando. Ele chupa a minha língua com
força e empurra dois dedos em mim.

― Oh, porra! Eu não quero... ― minha voz se perde no gemido


vergonhoso que se segue.

Ele sorri perversamente, sabendo que sou um jogo ganho e eu grito


quando rasga a parte da frente da minha calcinha, fazendo um buraco para
dar passagem para o seu avantajado pau.

Eu gemo, meus líquidos vazando pelos lábios.

Ele puxa a sua carteira e rapidamente tira um preservativo. Ofego


quando ele rasga a embalagem e abre a braguilha. Olhando-me nos olhos o
tempo todo, ele rola o látex, me desafiando a pará-lo. Eu tento pular de pé e ele
rosna, puxando meus cabelos de novo. Sua outra mão cravando minha bunda,
puxando-me mais para a borda da pia.

― Segure-se lá atrás, Sara! Isso vai ser rápido e duro. ― ele range, uma
veia pulsando em seu pescoço.

Seus olhos estão ferozes e eu não ouso discutir, faço o que me pede.

Massageia meu clitóris com a cabeça gorda e eu não tenho tempo de me


preparar. Elijah escorrega para baixo e afunda em mim com força. Eu grito,
mordendo meu lábio de dor e prazer. Estremeço, quase gozando apenas com
uma estocada.

Deus, por que esse jeito bruto, troglodita dele me deixa tão louca?

Ele desce o zíper lateral do vestido e a única alça fina, desmudando meus
seios.

― Jesus, Sara, porra, tão linda... ― sussurra, lambendo meu mamilo


direito.

Eu gemo sem qualquer controle sobre mim nesse momento.

Seus lábios se fecham, sugando meu seio com força, enquanto entra e
sai da minha vulva, em estocadas duras e profundas. Meus seios sacodem com
seus golpes. Desisto de lutar contra isso e enrolo minhas pernas firmemente
em sua cintura, meus saltos cavando em sua bunda dura.

― Sim, baby, isso é certo. ― rosna, passando a torturar meu outro seio. ―
Dê para mim, minha cachorra safada, gostosa... ― geme me comendo
asperamente. Sua boca malvada está mordendo a minha carne, me marcando.
― Aqui é meu lugar! Enterrado em você! Você pode correr o quanto quiser, mas
sempre vou te arrastar de volta para o meu pau! Entende, Sara? A sua boceta é
minha, porra! ― suas mãos vão para meus ombros e ele me fode mais duro. Já
estamos suados, rosnando, nossos corpos exigindo liberação.

― Sim! Droga, sim... ― eu mio, minha respiração entrecortada. Estou


quase lá. ― Me dê o seu pau, seu cachorro... Não é isso que você quer? ― estou
enlouquecida pelo orgasmo enlouquecedor que sei, ele vai me dar. ― Me come,
porra!

― Você é a minha cachorra! Minha! Eu amo a sua boceta, Sara!

Enfia uma mão em meus cabelos, de novo e mantém a outra no ombro,


arqueando-me, obtendo o ângulo perfeito. Seu pau entra e sai, o piercing
batendo no meu ponto G, castigando-me sem piedade. Eu ofego e ofego,
impotente, tomando cada estocada funda. Ele sorri, trazendo sua boca para a
minha e observa bem de perto a minha miséria. Seu olhar não deixa o meu,
enquanto continua a meter em mim bruscamente.

― Vem, minha menina má! Goze comigo! ― acelera mais ainda e eu grito
pela brutalidade dos golpes, prazer e dor me entorpecendo, me arruinando
para outros homens. Ele está me viciando nele. ― Goze no meu pau, minha
putinha imunda! ― ruge e eu quebro, com seu linguajar sujo.

― Ohh! Oh, Deus! Oh, meu Deus! Ohhhhhhhhhh! ― eu gozo e o abraço


pelo pescoço, batendo meus lábios nos seus. O prazer me arrasta
impiedosamente, fazendo meus olhos lacrimejarem. Ondas quentes percorrem
meu corpo, indo e voltando, prolongando a sensação mais louca e intensa.
Essa sensação que eu não sabia que existia antes dele.

Ainda estou gozando quando dá um tapa forte na minha coxa e rosna


meu nom,e antes de gozar também, enfiado até o cabo dentro de mim.

Deus, eu amo o jeito que ele goza gemendo meu nome com necessidade
crua, como se ele só gozasse assim comigo.
Tremores assaltam nossos corpos em conjunto, enquanto nossas bocas
se comem, abafando os gemidos altos.

Puta merda.

Elijah vai arrefecendo os golpes e sorri baixinho, ofegante contra a minha


boca. Me vejo rindo também. Ele ainda está entrando e saindo vagarosamente,
sons de lamento deixando sua boca carnuda, como se não quisesse sair de
dentro de mim. Aperto minhas paredes em sua carne, que pulsa de volta. Ele
me brinda com seu raro sorriso lindo e meu coração acelera por sua beleza e
também porque sempre fui louca por este homem. Eu poderia facilmente me
apaixonar pelo homem, porque pelo rock star fodão eu sempre fui.

Agora entendo que tratar as mulheres como merda pode ser uma boa
estratégia para ele, do contrário, teria filas e filas de mulheres loucamente
apaixonadas atrás dele.

― Pare de pensar, pequena tempestade. ― sussurra, ajeitando meus


cabelos. Eu tento recuperar meu fôlego.

― Como você sabe que estava pensando? ― pergunto, franzindo o cenho.


― E que negócio é esse de pequena tempestade? Você está desenvolvendo um
padrão de criar apelidos para mim.

Ele sorri levemente.

― Respondendo à primeira pergunta, todo o seu corpo ficou tenso, isso


acontece quando essa cabecinha linda está tendo ideias. ― explica. Como ele
sabe disso, se quase não temos uma convivência civilizada? ― Quanto à
segunda. ― seus olhos brincam com humor. ― Quando eu a vi naquela festa no
Brasil, pequena fada foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Tão linda e
aparentemente delicada. ― ele ri, irônico com ênfase no aparentemente. Eu rolo
os olhos. ― Mas, aí você abriu a boca e toda a suposta delicadeza se foi. Você é
a porra de uma tempestade, mulher. ― eu rio um pouco com sua explicação. ―
Minha pequena tempestade. ― sussurra e meu coração canta com o minha
antes da frase. ― Quanto aos apelidos, eu poderia dizer a mesma coisa,
querida. Você vive ampliando sua lista, nada lisonjeira para mim.

― Bem, eu diria que os seus caem como uma luva. ― digo secamente.

Ele sorri, não parecendo nem um pouco ofendido.

Descarado!

Suas mãos correm suaves pelas minhas coxas. Ele não parece com
pressa em sair de dentro de mim.

― Eu vou sair. ― sorri levianamente. ― Apenas me dê um segundo. ―


sussurra, mas, se enfia ainda mais. Eu gemo sem vergonha. ― Estou tentando
encontrar uma forma de te levar para casa, sem sair de você.

Eu sorrio.

Acho que nunca compartilhamos um momento tão leve. Olho-o nos olhos
me sentindo perdida nesse homem.

Fico séria.

― Você está pensando de novo, Sara. ― ele reclama, beijando a ponta do


meu nariz. ― Não pense, pequena fada. ― eu gosto desses apelidos. Faz-me
sentir especial de alguma forma. Eu sei que é uma coisa tola, mas não consigo
deixar de sentir. ― Apenas viva, sinta. Isso aqui entre nós é muito bom para
não ser explorado.

― Você tem um estilo de vida bem diferente do meu, Elijah. ― aponto o


óbvio.

― Sim, eu vivo sem amarras. ― ele me diz olhando nos olhos. ― Eu não
minto sobre isso, Sara. Eu fodo quando tenho vontade de foder. ― sua
sinceridade dói como o inferno, mas, já é tão corriqueiro para ele, que nem
percebe como as mulheres que se envolvem com ele se sentem sobre isso. Seu
olhar verde me observa atentamente. ― Mas, farei algumas concessões para
você, porra, porque me faz sentir esse tesão desenfreado do caralho. ― bufa.

Ele não parece contente em se sentir assim.

Bem-vindo ao clube, amigo! Eu também não.

― Inexplicavelmente eu quero dar algo mais a você, que não dei às


outras. ― meu coração começa a bater com esperança.

Ele sai de mim devagar. Eu gemo com a perda. Seu sorriso sacana se
abre.

Vejo-o se livrar do preservativo no cesto de lixo e fechar o seu zíper.

Me oferece uma piscadela sem vergonha, quando me pega cobiçando-o


de novo. Vem para a minha frente e olha o estado fracassado da minha
calcinha.

― Espero que essa não seja e a sua preferida. ― murmura com seu
característico sorriso perverso.

Eu rolo os olhos, enquanto me desce da pia e arruma o meu vestido com


cuidado. Estou tão confusa com a contradição que é esse homem.

― Vem, baby, vou leva-la para casa. ― segura a minha mão.

― Eu vou tomar um táxi. ― digo com um pouco de rebeldia.

Preciso me distanciar dele e dessas emoções caóticas que me faz sentir.


Caí na sua teia de novo.

Deus, eu caí de novo.


― Não, você não vai tomar a porra de um táxi, Sara. ― rosna. ― Eu vou te
levar para casa. ― seus olhos analisam meu rosto longamente como se
ponderasse sobre algo sério. ― A minha casa. ― murmura.

Eu engasgo.

Meus olhos arregalam.

Puta merda!

Ele acabou de dizer que vai me levar para a sua casa?

― O que foi, pequena tempestade? Perdeu sua boquinha atrevida? ― ele


sorri, provocando-me. ― Era isso que você queria, não era? ― continuo muda,
completamente sem palavras. Ele é imprevisível. ― Nós vamos continuar de
onde paramos, querida. Sem chance de eu sair de dentro de você hoje.

Puta que pariu! Seu riso de garoto mau é acionado com tudo e ele me
enlaça pela cintura, sua boca aproximando da minha.

― Vou foder você em cada cômodo maldito e, só para avisar, a casa é


enorme, baby. ― eu gemo, juntando minhas coxas para conter a palpitação
gananciosa da minha vagina, com sua ameaça malvada. ― Vamos.

Deixo-me ser conduzida.

Ele destrava a porta e surpreendentemente não tem ninguém esperando


para usar o banheiro. Meu alívio dura pouco. Eu estaco quando vejo Mat
parado na parede oposta do corredor. Meu rosto cora em dez tons de vermelho.

Oh, merda.

Ele ficou aqui de guarda enquanto seu chefe me fodia lá dentro?

É o que parece.
Por isso não tem ninguém por perto. Eu abaixo meus olhos para o chão.
Não consigo olhar nos olhos do cara agora.

Minha Nossa Senhora.

Eu gritei como uma vadia lá dentro. Elijah também não foi silencioso.

Isso é constrangedor.

― Estamos prontos para ir, Mat. ― Elijah diz tranquilamente.

O homem é um cara de pau. Não parece nem um pouco envergonhado


pelo que fizemos lá dentro, enquanto seu segurança ouvia tudo aqui fora.

― Positivo, chefe. ― Mat acena.

Sua voz é neutra, tão tranquila quanto a de Elijah. Eu bufo um pouco. É


claro que trabalhando para o galinha do rock já viu coisas como essa muitas
vezes. Ele passa por nós, liderando o caminho na direção contrária de onde
entramos.

― É uma saída de emergência. ― Elijah sussurra no meu ouvido. ―


Relaxe, Sara. Somos adultos aqui.

Eu bufo baixinho e ele sorri, me puxando para mais perto, seu braço
enrolando possessivamente em minha cintura. Seus lábios beijam meus
cabelos. É um gesto tão simples, mas, tão terno. Certamente ele nem percebeu
o que acaba de fazer.

Vejo Liam fazendo isso com a Mel o tempo todo. Meu coração fica todo
aquecido com o gesto inesperado e eu suspiro, me enrolando nele em resposta.

Andamos abraçados até chegar à limusine. Graças a Deus não há


nenhum paparazzi nessa saída. Eu odiaria ver fotos minhas com cara de quem
foi fodida duramente em um banheiro, espalhadas pela mídia.
Seria trágico.

O percurso pela Pacific Coast Highway parece levar uma eternidade,


dado o meu nervosismo, em estar indo para a sua casa, seu reduto sagrado,
onde nenhuma mulher entrou antes. Bom, pelo menos, não mulheres com
quem Elijah teve envolvimento sexual.

Eu não sei o que pensar nesse momento. Ele me confunde. Ele é intenso,
cínico e meio louco.

Puta merda.

O cara me comeu em um banheiro público. Ok, eu não só deixei, como


participei ativamente, admito. Em minha defesa, eu não podia fazer muita
coisa. Ele me dominou daquela forma bruta que me tem ganindo e abrindo as
pernas em segundos. É, deprimente, eu sei. Este homem nubla minha
capacidade de julgamento com seu rosto perfeito e seus olhos verdes cheios de
perversão, exatamente do jeito que está me olhando agora.

― Chegamos. ― sua voz perigosamente sedosa me faz piscar e arfar.

O carro atravessa o portão automático e adentramos a propriedade.

Meu queixo só não cai porque já vi a casa do Liam. Essa é tão incrível
quanto. Há um jardim bem cuidado, quadra de tênis e de basquete de um lado.
Do outro há um heliporto mais afastado. A construção moderna de três
andares é enorme. Tons de cinza e branco estão na fachada. Há um terraço
cercado por grades no lugar do telhado. A vista do mar lá de cima deve ser
magnífica.

Mat contorna algumas estátuas e para na frente de degraus de mármore.


Elijah sai e me ajuda a descer. Estou apreensiva e fora do meu elemento aqui.

― Vamos? ― me olha, um sorriso brincando em sua boca.


Ele já percebeu que estou nervosa e está se divertindo com isso. Seus
dedos entrelaçam nos meus e subimos os degraus para a porta da frente, em
madeira reluzente. Abre e me puxa para dentro.

― Pronto. Lar doce lar. ― diz do seu jeito irônico.

Eu estaco no batente quando me dou conta de que eu praticamente o


forcei a me trazer aqui. Eu fecho os olhos e gemo em desgosto. Eu não posso
ficar aqui.

― Eu sinto muito. ― sussurro e dou meia volta, andando rapidamente,


mas antes que eu desça os degraus, Elijah está puxando o meu braço. ― Eu
não posso ficar aqui. Sinto muito por ter te forçado a fazer isso, Elijah. ― ele
franze a testa. ― Foi estúpido da minha parte. Eu quero ir para a minha casa.
― bufa e me puxa para mais perto dele, seu braço enrolando em minha
cintura. Seus olhos cravam nos meus.

― Você não me forçou a nada, Sara. ― sua voz é aborrecida. ― Eu só faço


o que eu quero. Já devia ter percebido isso. ― eu desvio os olhos e sua mão
segura o meu queixo, me forçando a manter o contato visual. ― Eu escolhi
trazê-la aqui. ― seu olhar me analisa atentamente. ― Sempre há uma escolha,
pequena fada. ― sussurra bem próximo da minha boca. ― Eu escolhi trazê-la e
você escolheu vir. ― ele diz isso de uma maneira quase sombria, perigosa.

― E-eu... Eu acho que é muito para uma primeira noite. ― murmuro. Eu


ainda nem sei se vou fazer essa coisa de foda casual fiel. A ideia parece
ridícula. Não sei vocês, mas, eu nunca vi foda casual fiel.

― Segunda noite. ― me corrige. ― Você está me decepcionando, pequena


tempestade. Já concordamos que a primeira foi uma merda. Deixe-me tentar
melhorar a minha média. ― ronrona, os olhos brilhando com humor e sedução.
― Onde está a minha menina atrevida? Aquela que me desafia o tempo todo? ―
ele lambe a minha boca e eu gemo, a excitação voltando. Deus, eu sou tão
fácil... ― Tanto quanto eu a achei linda, a porra de uma princesa nesse vestido,
eu preciso comer você nua agora. Quero lambuzar essa pele perfeita com a
minha porra. ― oh, merda. Minha vagina traidora lateja. Aperto as coxas e ele
sorri safado, sabendo que estou prestes a ceder. ― Quero você nua em minha
cama. ― sussurra. Porra, que covardia...

― Ok. ― é tudo que consigo chiar, me deixando ser conduzida de volta.

Sim, eu sou fácil, extremamente fácil, como a música de Jota Quest.

Entramos e ele me conduz pelo hall.

Há uma pintura gigantesca sobre o elegante aparador. As luzes jogam


um brilho dourado suave no ambiente. É lindo e sofisticado.

Eu estava esperando... Eu não sei o que esperava, para ser sincera.


Elijah não é um cara fácil de ler.

Descemos dois degraus para uma ampla sala. Meus olhos correm pela
decoração, tentando absorver tudo. Meu coração salta quando vejo uma tela do
meu pai dividindo o mesmo espaço com o que parece ser um Picasso.

― Oh, você... Você... ― eu gaguejo, enquanto ele sorri baixinho,


zombando da minha reação.

― Também sou um fã do trabalho de seu velho, pequena fada. Eu não


estava mentido naquele jantar. ― ele murmura e eu sorrio, me sentindo ainda
mais seduzida, amolecida, fora do meu elemento aqui com esse homem lindo e
imprevisível.

Ele tem telas do meu pai em sua sala. Eu estou pra lá de surpresa e um
pouco emocionada.

― Obrigada. ― digo suavemente, meus olhos correndo pelo restante do


ambiente.
A decoração reflete a personalidade dele. Aqui grita: casa de solteiro. Ao
mesmo tempo, há bom gosto indiscutível em cada móvel e pinturas espalhadas.
Ele gosta de arte pelo visto. Quem diria, hein? Sorrio internamente.

― Não me agradeça, seu pai tem um talento nato. Uma pena que os
pintores só vendem bem seus quadros, quando morrem. ― diz, parecendo mais
sério agora.

Uau! Quem é esse cara e o que ele fez com o meu guitarrista malvadão?

― Concordo. Meu pai tem conseguido levar seu trabalho além das
fronteiras, mas, isso nem sempre vem acompanhado de cheques gordos. ― eu
torço os lábios.

Elijah assente e me puxa em direção a uma escada suntuosa, dessas que


só se vê em filmes de Hollywood. Duh! Estamos em LA, Sara.

Antes que alcancemos o primeiro degrau ouvimos o som de gargantas


pigarreando.

― Merda. ― Elijah solta baixinho. ― Esqueci da minha mãe e avó. ―


sussurra em meu ouvido e posso ouvir o sorriso em sua voz quando completa:
― Elas são um pouco assustadoras, então, não importa o que, não corra.

Uh? Que raio de aviso é esse?

― Aquele conhaque que você me deu, está fazendo efeito e estou vendo
coisas, ou Eli trouxe uma garota para casa, Caroline?

Eu me forço a girar para encarar duas mulheres na porta, do que julgo


ser outra sala, pela luz e som de uma tv ligada.

Elas andam devagar, os olhares grudados em mim. Ambas são de


estatura, mediana, e muito parecidas. A mais velha tem pele clara, os cabelos
grisalhos e curtos e olhos castanhos, que estão nos encarando com espanto e
certa diversão neles. A mais nova também tem pele clara, cabelos castanhos e
olhos do mesmo tom de sua mãe.

― Sim para ambos, mamãe. ― a mais nova, estou supondo, mãe de


Elijah, responde com diversão também. Ela tem uma boca carnuda e eu vejo de
onde ele herdou esses lábios tão indecentes.

― Mãe? Vó? ― Elijah, diz num tom apertado, largando a minha mão. Eu
lamento a perda, me sentindo deixada para os leões. Ou leoas... ― O que fazem
ainda acordadas? ― vai até elas e beija cada uma no rosto.

― Não vai nos apresentar a essa moça linda? ― sua avó pergunta sem
tirar os olhos de mim.

Eu torço as mãos à minha frente como uma colegial pega no flagra.

― Essa é Sara, uma amiga. ― meu coração afunda um pouco com suas
palavras, mas, sorrio para as mulheres que me analisam da cabeça aos pés.
Merda. Que ideia brilhante vir aqui, Sara. Zombo. ― Sara, essas são minha
mãe, Caroline, e minha avó, Gina. ― ele parece tão desconfortável quanto eu.

― A cunhada do garoto Stone. ― Gina reconhece-me. ― Ela é muito mais


bonita pessoalmente, querido. ― elogia, vindo até mim e me puxando para um
abraço de urso. Puta merda. Eu a abraço de volta. ― É bom conhecê-la.

― Obrigada, senhora. ― digo sem jeito. ― Prazer em conhecê-la também.

― Oh, querida, nada de senhora. ― sorri amável. ― Apenas Gina.

― Oh, Eli, querido, ela é mesmo muito bonita, não é? ― sua mãe diz num
tom estranho e vejo Elijah revirando os olhos, passando as mãos pelos cabelos.
― Prazer, Sara. Como conseguiu que meu filho a trouxesse aqui?

― Mãe! ― Elijah rosna.


Ela sorri, piscando para mim. Droga, eu já gosto delas.

Embora eu goste de vê-lo se contorcer um pouco, decido ajudá-lo.

― Nós somos apenas amigos. ― elas se entreolham e sorriem maliciosas,


nos analisando atentas como se soubessem exatamente o que fizemos naquele
banheiro.

Eu coro. Que situação mais constrangedora.

― Amigos com benefícios? ― sua avó me deixa completamente


boquiaberta com esse comentário. ― No meu tempo não tinha isso. ― ela
suspira. ― Uma pena...

― Vovó! ― Elijah estala.

Eu tenho que segurar o riso. Puta merda. Ele tinha razão, elas são um
pouco assustadoras.

― Oh, querido, não seja bobo. ― Gina continua com uma expressão
nostálgica. ― Você sabe, eu gostaria de ter me divertido um pouco antes de me
casar com seu avô... Que Deus o tenha.

― Mamãe!

― Vovó!

Caroline e Elijah falam ao mesmo tempo. Gina sorri com vontade, os


cantos dos olhos enrugando mais ainda em diversão. Eu me pego sorrindo
também, a tensão por conhecê-las sumindo. Puta merda. A vovó Allen parece
compartilhar das ideias depravadas de seu neto.

― Chega. ― Elijah volta para o meu lado e pega a minha mão de novo. ―
Agora que já fizeram um bom trabalho em me envergonhar, nós vamos subir. ―
ele me arrasta para a escada. ― boa noite, mãe, vó.
― Querido, eu gostei dela, você devia mantê-la...

― Vovó... ― seu tom sai baixo, como um aviso.

― Oh, tudo bem, então. ― Gina diz às nossas costas. ― Ela vai passar a
noite, pelo menos, não vai?

Eu não consigo evitar um sorriso.

Elijah está saindo fumaça pelos ouvidos agora.

― Mãe, leve-a de volta para a porra do reality show! ― ele grunhe,


pedindo socorro à mãe.

― Olha a boca, menino! ― as duas o repreendem juntas.

Eu rio baixinho.

Ele crava os olhos nos meus com alguma intenção malvada brilhando na
íris. Oh, cara, ele vai bater na minha bunda por estar me divertindo às suas
custas? Estaria mentindo se dissesse que não quero isso.

Sentir seu lado áspero sem restrições. Assim que chegamos ao topo da
escada e viramos no corredor, sua mão aterrissa na minha bunda. Um tapa
moderado, mas ainda sinto a picada. Ele sorri quando mordo o lábio para
evitar gemer.

Elijah

― Achou aquilo divertido, querida? ― rosno no ouvido de Sara.

Enquanto tomamos a escada para o último andar, onde fica o meu


quarto e outros, que uso para biblioteca pessoal, guardar minha coleção de
guitarras e claro, alguns dos prêmios que eu e os caras ganhamos ao longo dos
anos. Os troféus, discos de ouro, platina e outras premiações estão distribuídos
em nossas casas. Há outras suítes enormes no segundo andar, construídas
exclusivamente para as mulheres assustadoras lá embaixo e minhas
irmãzinhas quando vêm me visitar. Isso inclui a Jess.

― Desculpe, mas, foi bem engraçado, ver esse seu lado de filhinho da
mamãe. ― me diz toda provocadora. ― Você é sempre o fodão, então... ― sua
boca se curva com um risinho malicioso. ― Elas são minhas novas melhores
amigas, por atormentá-lo um pouco.

Eu a empurro bruscamente contra a parede.

― Bruto... ― me diz com uma cara de safada, que faz minhas bolas
apertar e meu pau, babar por ela.

Seus olhos brilham de tesão, seu corpo estremecendo contra o meu. Eu


rosno e me esfrego em seu corpinho gostoso. Ela geme alto, levantando uma
perna para o meu quadril. Eu ranjo, moendo entre suas coxas.

Suas mãos se enfiam firmemente em meus cabelos e os olhos marrons


estão enevoados, daquele jeito que me diz que quer o meu pau dentro dela,
bem fundo.

― Cachorra... ― murmuro, subindo a saia ampla do vestido, desnudando


a coxa bem torneada, minha mão amassando com fome a pele macia e
delicada. A puxo com força, encaixando meu pau em sua boceta quase nua.
Rio malvadamente, quando ela fecha os olhos, ofegando. ― Olhe para mim,
Sara. ― digo rude, puxando seu rosto para o meu, minha mão cavando em sua
nuca, quase se fechando em seu pescoço. Ela tranca os olhos lindos com os
meus e continuo moendo nela. Estamos nos comendo com nossos olhares, as
respirações alteradas. ― Jesus, eu vou foder você a noite inteira! A porra da
noite inteira. ― ela sorri, mas, é um sorriso trêmulo. Está tão afetada, quanto
eu.

O que ela tem que me deixa assim? Olho de perto, cada detalhe e só fico
mais fascinado. O que tem essa garota?

Trago minha mão para o seu rosto. Acaricio o lado que a vadia bateu.

Uma ira inexplicável tomou conta de mim quando a louca a acertou. Se


ela não fosse uma mulher, eu teria lhe dado uma lição.

Deslizo o nariz até o seu pescoço e cheiro, inalando profundo. Deus, esse
cheiro. ― Não há como colocar em palavras o quanto eu te quero. ― murmuro e
volto a olhá-la nos olhos. Roço meu polegar pela boca bem desenhada. Ela me
encara e abre a boca, a língua saindo para lamber meu dedo. Porra. ―
Gostosa... ― ranjo. Ela geme e chupa meu dedo, do jeito foda que chupou meu
pau, naquela noite. ― Você não vai conseguir andar amanhã se continuar me
provocando assim, baby... ― alerto-a, meu tom cheio de promessas perversas.
Ela geme mais.

Porra!

A levanto pela bunda e ando o restante do corredor até a minha suíte,


com ela escarranchada em mim.

A safada esfregando sua boceta no meu pau a cada chance que tem. Eu
amo o seu atrevimento e fome de sexo. Ela pode não ser muito experiente, mas,
é gostosa pra cacete e seu entusiasmo é contagiante.

Abro a porta do quarto e dou um tapa em sua bunda antes de escorregá-


la para o chão. Seu olhar reflete confusão. Eu rio, me dirigindo para o bar do
outro lado da antessala.
Preciso recuperar um pouco do controle. Ela me deixa louco de tesão, a
porra do tempo todo. Eu não aprecio essa merda. Nunca me deixei afetar assim
por mulher nenhuma e ela não será a primeira.

― Bebida? ― pergunto por cima do ombro.

― Água, por favor. ― murmura, andando cautelosamente atrás de mim.

Seus olhos correm discretamente pelo recinto.

É estranho pra caralho ter uma garota no meu quarto.

Pego uma garrafa de água e lhe entrego. Me sirvo rapidamente de uma


dose de uísque puro. O líquido queima a minha garganta. Nos olhamos
bebendo em silêncio. Ela parece nervosa por estar aqui e inferno, eu também.
Eu sempre comi fora. Aqui é o meu lugar sagrado. Por que cedi à ela? A
resposta é simples. A cadela iria continuar me negando sua boceta.

Porra, nunca tive que suar tanto a camisa para foder!

― Preferência musical? ― ando em direção ao sistema de som. ― Depois


da DragonFly, claro. ― ouço seu sorriso baixo, levemente rouco atrás de mim e
quase rosno de tesão.

― Sou bem eclética, mas, estou tendo um caso com Sia no momento ―
ela ri ousada. Porra, agora a imagem de duas garotas se beijando preenche a
minha mente pervertida. ― Qualquer coisa dos anos oitenta me agrada
também. ― ela me surpreende mencionando os anos oitenta. Essa década foi
foda para a música, especialmente o rock.

― Excelente gosto. ― digo, já selecionando seu pedido. Estou numa


missão de elevar a minha média aqui, senhoras. ― Sou fascinado pelos anos
oitenta também.

― Eu sei. ― ela diz.


Eu rio presunçosamente e me viro para olhá-la.

― Você é uma fã minha, pequena fada? ― provoco-a.

Ela rola os olhos como se a ideia fosse ridícula.

― Collin é o meu preferido. ― seu olhar e sorriso me provocam de volta.

Dou-lhe um sorriso sacana. Sia começa a cantar Unstoppable e os olhos


de Sara brilham. Sua boca curvando em um meio sorriso de apreciação.

― Eu acho que preciso me esforçar mais, então. ― murmuro.

Seus olhos se acendem com desejo, o mesmo desejo que está queimando
em minhas veias.

Ela sorri ricamente e o som agita o meu pau.

― Sim, você vai precisar, garoto da guitarra. ― sussurra. ― Entretanto,


como fã da banda eu sei de algumas coisas sobre vocês. Todos vocês. ― explica.

― O que sobre mim? ― levanto uma sobrancelha divertida.

― Fora o fato de você foder tudo que se move? ― torce os lábios em


zombaria.

Eu apenas sorrio, não me preocupando em negar. É a verdade e eu estou


muito bem com isso. Algo passa em seus olhos, mas, ela pisca e eu me
pergunto se imaginei.

― Sei que aprendeu a tocar guitarra com apenas sete anos.

Eu tomo um gole da bebida. Sim, eu entrei em contato com o


instrumento através do meu avô, que estava preocupado com o estado em que
fiquei com o abandono de David. Eu me apaixonei pela guitarra e isso além de
me salvar, fez de mim o que sou hoje.
― Ei, eu disse alguma coisa errada? ― sua voz levemente apreensiva me
faz olhá-la.

― Não, pequena fada. ― ofereço-lhe um de meus sorrisos chega de


conversa, vamos foder. ― Você acertou em tudo. ― ela olha me analisando
alguns instantes em silêncio.

― E eu sei que consegue ser gentil quando quer. ― eu bufo. Ela ri. ― O
que fez por aquela menina foi muito... Fofo.

Eu rosno, rolando os olhos.

― Eu queria te foder esta noite, baby. ― rio perversamente. ― Aquilo me


rendeu alguns pontos com você. ― dou de ombros.

― Babaca. ― ela bufa, acreditando na minha mentira.

Eu amplio meu riso.

O que disse lá embaixo era verdade. Ela parece a porra de uma princesa,
nesse vestido. Só que agora, seus cabelos já estão um pouco bagunçados e sua
boca um pouco inchada, dos nossos beijos duros, enquanto a comia naquele
banheiro. Meus olhos vagueiam por ela de cima a baixo lenta e
deliberadamente. Unstoppable da Sia está tocando no som e os olhos de Sara
parece gostar mesmo dessa cantora. Sua boca se curva em um meio sorriso.
Ponto para Allen!

― É assim que está se sentindo hoje, querida? ― meu tom sai baixo e
rouco. ― Incontrolável? Superpoderosa? ― murmuro, me referido à letra da
música. Levo meu copo aos lábios. ― Chega de conversa. Tire a porra do
vestido, Sara. ― rosno olhando-a por cima do copo. ― Quero ver cada
centímetro desse corpo gostoso, que é todo meu agora.
Ela sorri, um tipo de sorriso secreto, atrevido. A menina má assumindo o
controle. A batida é sexy, sensual. Sensual como a mulher à minha frente.
Pillowtalk, Zayn. Letra perfeita, porra.

― Amo essa música. ― ronrona e meu pau só falta responder à ela.


Cachorra linda.

Se livra da carteira e água sobre a bancada do bar e anda na minha


direção. Seus passos seduzindo como uma modelo do caralho. Para a alguns
passos de mim e começa a tirar o vestido muito lentamente. Minha boca saliva
quando desnuda os peitos pequenos, firmes e empinados. Os bicos tensos,
endurecidos, implorando pela minha boca para chupá-los duramente. Pensei
que minha preferência era grandes airbags. Mas, porra, os seios de Sara são
perfeitos. Estou hipnotizado, vendo o tecido deslizar pela cintura fina, o ventre
reto. Um sorriso presunçoso cruza o meu rosto quando surge a calcinha
vermelha em frangalhos. Quando o tecido finalmente cai no chão, formando
uma piscina ao seu redor estou apertando o copo com tal força, que tenho
medo de quebrá-lo.

Bebo o restante, descarto o copo no aparador e encurto a distância entre


nós.

Ela está descendo a calcinha arruinada pelos quadris e coxas agora. Paro
à sua frente, ajudando-a a sair da calcinha e do amontoado de tecido. Ela é a
porra de uma visão completamente nua, apenas em seus sapatos de saltos
altos.

I'm seeing the pain, seeing the pleasure

(Estou vendo a dor, estou vendo o prazer)

Nobody but you, 'body but me, 'body but us

(Ninguém além de você, além de mim, além de nós)


Bodies together

(Corpos juntos)

― Linda demais, porra. ― ranjo, e enfio uma mão entre as suas coxas,
apalpando, cavando sua carne úmida. ― E fodidamente molhada para mim. ―
deslizo os dedos para frente e para trás. Ela estremece, gemendo. ― Você é a
cachorra mais gostosa que já comi. ― murmuro e ela ofega quando meto dois
dedos em sua vulva escorregadia. ― Toda apertadinha, mesmo depois que o
meu pau esteve aqui dentro, bem fundo.

― Elijah... ― ela apoia as mãos nos meus ombros e abre mais as pernas.

― Minha menina suja já quer meu pau de novo, não é? ― me abaixo e


lambo um mamilo duro. Deslizo a língua devagar, fazendo-a arfar. Eu brinco
com o bico túrgido, rolando-o na língua. ― Vou gostar de tê-la nua a noite toda
à minha disposição. ― mordo seu mamilo. Sara grita, lamuriosa e eu rio
passando para o outro. ― A qualquer hora que eu quiser basta abrir suas
pernas e meter em você. ― ela palpita nos meus dedos, que a comem num
ritmo lento. ― Foi nisso que pensou quando quis vir aqui, baby? Quis vir para
me deixar foder você inteira, gozar em cada buraquinho gostoso que você tem?
Foi para isso que veio, minha cachorra? ― dou um tapa em sua bunda
durinha. Ela choraminga. Meto os dedos com mais força, massageando suas
paredes. ― Gosta de me dar, não é, Sara? ― rosno e chupo seu peito
duramente. ― Você veio ser minha putinha imunda esta noite?

― Ohh, porra, sim, sim! ― ela morde os lábios, louca para gozar. ― Vim
dar para você, seu vira-lata! ― grita tensa, pendurada. Mas, eu não a deixo
gozar. Retiro os dedos. Ela rosna. ― Me deixe gozar, seu idiota.

Eu rio diabolicamente e puxo seus cabelos da nuca, trazendo seu rosto a


centímetros do meu. Seus olhos fervem, mas, dilatam. Sim, minha pequena
fada gosta de uma vida difícil... Estou mais do que feliz em dar isso à ela...
― Eu estou na porra do comando, querida. ― rosno em seu rosto. ― Você
vai gozar muito, mas, antes... ― abro as minhas calças com a outra mão. Desço
o zíper e puxo meu pau livre. ― De joelhos, cachorra! ― minha voz é apenas um
grunhido baixo e áspero. ― Se me fizer gozar em menos de três minutos, talvez
eu chupe a sua boceta até você explodir na minha língua. ― ela aperta as
coxas. Meu sorriso alarga, triunfante. ― Vamos, baby, você sabe que quer
mamar no meu pau. ― meu tom é mais brando, sedutor. Ela lamenta e cai de
joelhos. Eu nunca vi uma coisa tão linda. Seus seios estão marcados das
minhas chupadas e ela esfrega as coxas mais uma vez, gemendo baixinho. Sua
mão enrola no meu eixo e seus olhos levantam para os meus. Ela sorri do seu
jeito descarado, desafiador e masturba-me lentamente. ― Ohh, isso... Agora
leve-me em sua boquinha gostosa. ― ela sopra o hálito quente e desliza a
língua na ponta, antes de chupar a cabeça. ― Ahhhh! Porra, sim, sim, baby... ―
enfio as mãos em seus cabelos e começo a foder sua boca.

Rosno a cada chupada profunda.

Porra!

Rolo os olhos quando me leva até a garganta. Paro as estocadas,


deixando-a suar um pouco. Ranjo os dentes porque a visão dos lábios
delicados esticados em volta do meu pau é muito para aguentar. Ela mama
com ânsia, olhando-me nos olhos o tempo todo, masturbando-me na base e
massageando as bolas, com a outra mão. Porra, eu amo uma garota
multitarefas...

― Merda, Sara.... Porra, você chupa tão gostoso... Cacete... ― estou


ofegando, minhas bolas se preparando para o lançamento. Esse vai ser um
recorde do caralho. Nunca gozei tão rápido. Ela sobe e desce raspando os
dentes no meu eixo, puxando meu piercing no processo e eu perco o controle
praguejando e esporrando em sua garganta. Um urro longo sai da minha boca,
enquanto os tremores de prazer percorrem o meu corpo.
Foda.

Ela me lambe preguiçosamente até me deixar limpo.

A puxo para cima, olhando-a, tentando entender que porra de fascínio é


esse, que essa garota tem sobre mim.

Sorrio perversamente ao mirar seus lábios inchados do meu pau.

A levanto nos braços e atravesso a antessala para o quarto.

I'd love to hold you close, tonight and always

Adoraria te abraçar perto de mim, esta noite e sempre

I'd love to wake up next to you

Adoraria acordar ao seu lado

Seus olhos estão presos nos meus quando a esparramo sobre o recamier.

Abro suas coxas bem amplas. Ela desliza para trás, apoiando os
cotovelos sobre a cama king size. Seus saltos cavam no estofado vermelho
vinho do móvel. Sua figura toda aberta para mim é sexy, hedonista, perfeita.
Minhas mãos passeiam pelas coxas e sobem pela barriguinha lisa. Ela arqueia
quando seguro seus peitinhos. Nossos olhares permanecem trancados,
enquanto a torturo puxando e beliscando os mamilos. Infiltro-me entre suas
coxas e lambo a pele da barriga ao seio direito. Eu chupo-o, mordo, enquanto
rolo o outro mamilo entre os dedos. Ela está gemendo e tremendo contra mim.

Rio, me deliciando em atormentá-la.

― Oh, por favor... ― lamenta, suas mãos vindo para a meus cabelos.
― Não. ― rosno, empurrando suas mãos de volta. ― Você não vai me
tocar agora. Vai apenas ficar aí quietinha enquanto eu te faço voar, baby. ―
completo dando-lhe uma piscadela maliciosa.

Ela geme e volta para sua posição.

Desço a boca pelo ventre e arreganho mais suas pernas.

Encaro-a e abaixo a cabeça para a sua boceta. Deslizo a língua devagar


pelos lábios, provocando-a. Sara me amaldiçoa. Eu continuo brincando,
mordiscando sua carne, chupando, mas, sem tocar no clitóris. Ela está tão
excitada que apenas um leve toque a fará explodir.

Eu tenho outros planos, porém.

Enfio dois dedos em sua vulva. Assobio, sentindo o quanto está molhada
para mim. Não penetro profundo, apenas alguns centímetros. Curvando os
dedos para cima, localizo esse ponto doce que se estimulado enlouquece as
mulheres. Toco-o e ela amplia os olhos, sua respiração tornando-se rasa. Eu
massageio, fazendo movimentos rítmicos, puxando para fora. Sara geme com
lascívia e abandono.

Linda demais.

― Que delícia de boceta... Toda lisinha... ― ronrono. ― você fez isso para
mim, baby? Se depilou para o seu cachorro? Vem pra mim, minha cachorra. ―
ronrono, acelerando os movimentos de “vem cá” em seu interior. Ela não tem
ideia do que está acontecendo pelo olhar espantado e fodidamente excitado em
seu rosto. ― Goze para o seu cachorro. Agora! ― dou um tapa forte em sua
bunda.

― Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! ― ela quebra, gritando alto. ― O que é
isso? Porra! Eu estou... Elijahhhhhhhhhh! ― eu rosno, meu pau endurecendo
completamente ao ver seu rosto bonito, transformado pelo prazer que eu
proporcionei. Ela goza, esguichando seus líquidos na minha mão.

A place that is so pure, so dirty and raw

Um lugar que é tão puro, tão sujo, tão bruto

Be in the bed all day, bed all day, bed all day

Ficar na cama o dia todo, cama o dia todo, cama o dia todo

Fucking in and fighting on

Transando e brigando

It's our paradise and it's our war zone

É nosso paraíso e nossa zona de guerra

Porra, linda. Estou ficando viciado em vê-la gozando. Ela se entrega de


tal forma. É hipnotizante.

Não me lembro de ficar todo maricas vendo uma garota gozar antes. Eu
beijo sua coxa, enquanto os tremores castigam seu corpo e ela cai de costas,
arquejando.

― Parece que eu fiz xixi. Merda. ― ela reclama baixinho.

Eu gargalho e levanto-me, me livrando das minhas roupas.

Seus olhos me cobiçam mesmo estando lá, desgastada por ter ejaculado
intensamente. Seu corpo metade no recamier, metade em cima da cama.
Prendo seu olhar, tirando cada peça. Pego um preservativo da carteira e rolo-o
lentamente no meu pau.

Ela lambe os lábios.


― Você ejaculou, pequena fada. Eu fiz você gozar pra caralho. ― provoco
avançando sobre ela.

Tiro cada sapato e planto beijos em seus pés. Ela me olha como se nunca
tivesse me visto. Avanço mais, obrigando-a a se arrastar para cima dos lençóis
negros. Me instalo entre suas coxas e gemo com a umidade de sua boceta
contra o meu pau. Minha língua lambe o caminho do seu umbigo, passando
pelo meio dos seios até seu pescoço. Ela arqueia gemendo, as costas saindo do
colchão. Mordisco seu queixo, nossos olhares se encontram quando fico todo
em cima dela. Pego suas mãos e as elevo acima da sua cabeça. Me alinho em
sua entrada, enquanto suas pernas enrolam obedientemente, em minha
cintura. Sorrio perverso e afundo nela até o punho.

Gememos alto sem a menor contenção.

Entrelaço nossos dedos e começo a entrar e sair lentamente de sua


boceta. Eu a como assim apenas nos olhando de perto, nossos olhares
trancados, construindo todo o nosso tesão mais uma vez. Não demora muito,
ela está rebolando, empurrando sua pélvis para cima em busca do atrito
perfeito em seu clitóris.

Sorrio malvado e lhe nego isso, mantendo meu ritmo lento, puxando
tudo e metendo de volta até o seu útero. ― Estou no comando, baby. Nunca se
esqueça disso.

Ela rosna e me pega desprevenido, quando rola por cima de mim,


invertendo as posições. Suas mãos prendem as minhas acima da cabeça.
Sorrio, dando-lhe a ilusão momentânea de poder.

Até porque a vista daqui debaixo é boa pra caralho.

Sara me cavalga duro buscando seu orgasmo.


Seus peitos lindos pulam cada vez que ela se empala profunda e
bruscamente no meu pau.

― Quem está no comando agora, garanhão? ― abre um sorriso de


menina má e continua subindo e descendo, moendo gostoso como o inferno no
meu pau.

Porra!

Eu gargalho e levanto, ficando cara a cara com ela. Puxo seus cabelos da
nuca. Ela gane, sua boceta palpitando loucamente à minha volta. Chupo meus
dedos médio e indicador, mandando um recado sujo com meu olhar. Os levo
para seu rabo e brinco com sua entrada traseira, enquanto ela quica sem
piedade no meu pau.

Os enfio devagar e chupo seus peitos, batendo meu quadril para cima,
encontrando sua cavalgada feroz.

― Gostosa, porra! Mas, ainda sou eu metendo fundo nessa boceta


apertada do caralho! ― eu ranjo os dentes. Ela me monta com força, gemendo
meu nome até que o gozo a toma, sua boceta me ordenhando pra valer
enquanto o orgasmo a atinge. Eu rolo por cima de novo. Voltando à nossa
posição. Prendo seus punhos com uma única mão e infiltro a outra por baixo
da sua bunda, puxando-a para aprofundar o ângulo da penetração e a rasgo
sem dó numa estocada dura.― Quem está no comando, sua cachorra? ― Ela
está praguejando, balbuciando coisas incoerentes. Eu bato nela com força. ―
Sou eu te comendo, Sara! Sou eu fodendo a porra dos seus miolos! ― a fodo
duro mais alguns golpes e o prazer abrasador começa a tomar conta de mim. ―
Ohhh, porra, Sara... Estou gozando! Sou eu gozando em você, baby...
Ahhhhhhhhhhhh! ― enfio o rosto em seu pescoço e gemo profundamente,
gozando com tanta força que minha respiração falha, ondas elétricas do
caralho percorrendo todo o meu corpo. Eu me agarro à ela como um maldito
náufrago, me esvaindo em seu calor.
Cacete.

Que merda é essa? Como é possível uma mulher ser tão gostosa? Será
que meus parceiros começaram sua queda assim? Jesus.

Mesmo sabendo que corro esse risco eu não quero sair de dentro dela.
Isso é uma porra irritante do caralho. Ela me aperta em seu interior porque
gosta de ser uma cadela atrevida. Eu rosno e gemo, me enterrando até não
poder mais. Com ela nunca parece o suficiente. Sim, tenho certeza de que os
caras começaram sua derrocada assim.

Merda. Alerta vermelho, Allen! Corra, já!

― Oh, puta merda! ― ela murmura, ofegante. Eu rio e mordisco seu lábio
inferior, brincando, puxando, enquanto continuo me enterrando
preguiçosamente dentro dela. ― Meu cérebro derreteu e minha vagina assumiu
o comando. Eu juro que não entendo...

Oh, ela sente isso também. Eu também não entendo.

Tenho vontade de dizer, mas, em vez disso eu decido sair dela e quebrar
um pouco dessa intensidade desconcertante. Ela franze um pouco a testa com
a minha retirada abrupta.

Eu não abraço. Sem afagos.

Essa é uma regra básica da foda casual e a sigo à risca.

Vou até o banheiro sentindo seus olhos sobre cada movimento meu.
Livro-me da camisinha, jogo água no rosto e volto para o quarto.

A imagem de Sara na minha cama, os lençóis desfeitos e seu corpo


esguio completamente nu, suado, desgastado por mim, me lança em nova onda
de luxúria.
Uma visão dela amarrada, vendada, confiando, exposta para mim, me
invade com tal força que puxo uma respiração afiada para continuar
controlado.

Me aproximo da cama.

Hora de conversar sobre as minhas perversões e tudo que gosto de


explorar no sexo.

Seu olhar desliza pelo meu corpo sem cerimônias. Ela está saciada, mas
ainda há fome nos olhos marrons e isso me inflama.

― Nós precisamos conversar. ― murmuro, deslizando as costas da mão


em um seio.

Ela estremece sob o meu toque.

Jesus, ela é linda. Não me canso de tocar sua pele. É macia, lisa, sem
nenhuma mácula.

Meu corpo ainda está zumbindo do gozo intenso. Comi tantas mulheres
que perdi a conta, mas, nunca, e eu quero dizer nunca, gozei tão forte e
gostoso com nenhuma delas.

― Eu já entendi o que isso significa, Elijah. ― diz levantando-se numa


posição sentada. Me agrada que esteja à vontade com sua nudez. Não esperaria
menos dela e seu jeito atrevido. ― Sem amarras. Apenas sexo. Estamos na
mesma página aqui. ― seu rosto torce um pouco e ela acrescenta: ― Não serei
uma Anabete em seu futuro, pode ter certeza disso.

Eu bufo e me sento na borda da cama.

― Aquilo foi desagradável. Eu sinto muito. ― digo, tocando o lado do seu


rosto onde a vaca bateu. ― Mas, não é sobre isso que quero falar. ― prendo seu
olhar. ― O que estamos fazendo agora é gostoso pra caralho, mas preciso de
mais, Sara. Eu gosto de jogar no quarto.

― Jogar? ― repete; seu cenho franzindo com confusão.

Eu sorrio malicioso, deixando-a saber a quais jogos me refiro.

Ela lambe os lábios.

― Eu gosto de coisas mais, ah... Digamos, ousadas no sexo. ― digo


baixinho. ― Como se sentiria sobre ser amarrada, vendada, algemada, fodida
em privado, ou em um clube de sexo, por exemplo?

Ela puxa uma respiração afiada, seus olhos dilatando lindamente. A


ideia a excita. Eu sabia desde o primeiro momento em que a vi. Eu senti isso
nela.

Meu pau começa a se animar mais uma vez com a sua reação.

― Como BDSM? ― sussurra, sua voz pequena e incerta. ― E-eu nunca fiz
nada parecido.

― Não perguntei se já fez, pequena fada. ― sorrio-lhe. ― Quero saber se a


ideia te excita. ― ela lambe os lábios outra vez.

― Sim, eu acho que sim. ― responde depois de um longo silêncio. ― Você


faz... Ah, isso com todas?

Eu sorrio lentamente para sua pergunta e decido provocá-la.

― Não. Eu só faço com as insanamente bonitas e gostosas. ― ronrono.


Ela rola os olhos, desdenhosa. ― E eu não sou um dominador dessas merdas
de livros que você lê, baby. ― ela cora um pouco. ― É, eu vi o livro erótico sobre
a sua mesinha. ― meu sorriso cresce lascivo, enquanto eu avanço devagar para
cima dela, forçando-a a se deitar de novo. ― Leitura interessante, pequena
tempestade. ― sussurro em sua boca, tomando suas mãos, prendendo-as
acima da cabeça. Ela arqueja, abrindo as coxas para me acomodar. ― Eu vou
te algemar, vendar, bater em sua bunda bonita, te foder com força, mas,
dominação não se resume a isso, Sara. Eu não gosto de rótulos. Eu gosto de
foder duro, jogar um pouco, extrair o máximo de prazer do sexo. Isso é tudo.
Sem rótulos.

― Eu não estou surpresa. ― ela murmura. ― Senti algo selvagem em você


desde a primeira vez que o vi pessoalmente.

― Não sou apenas eu. ― resmungo. ― Meus parceiros também gostam


desse tipo de adrenalina. ― ela parece incrédula. ― Sim, eles estão todos caídos
por uma única boceta agora, mas não se iluda. Todos eles são depravados no
sexo. ― eu rio e dou-lhe uma piscadinha sacana. ― Sou o mais porra louca,
devo admitir.

― Não brinca. ― ela bufa. Eu rio com o retorno da sua língua afiada. Ela
fica séria. ― Não sei se quero fazer isso. ― sua boca pronuncia isso, mas seus
olhos estão brilhantes, com a excitação de ser exposta a algo assim. Roço o
meu pau em seu centro e ela geme de boca aberta.

― Sim, querida, você quer. ― afirmo olhando-a de perto, não a deixando


desviar os olhos. ― Há algo transgressor em você, Sara. Esse fogo em seus
olhos me diz que está louca para provar as coisas sujas, perversas, hedonistas
que só viu nos livros. ― ela arfa levemente. ― Me diga. ― porque sou um
bastardo completo, decido lançar algo que ela jamais recusa um desafio. ― A
minha menina má vai correr? Ou ficar e experimentar tudo que estou
oferecendo? Você quer passar a vida toda do lado certinho das coisas, baby?
Comigo não há regras. Quando se trata de sexo eu busco o máximo do prazer.
Sem culpa. Sem amarras.

Seus olhos brilham com algo que não identifico e ela respira fundo,
acenando.
― Eu vou ficar.

Nunca uma resposta me fez tão feliz, porra! Eu abro um sorriso vitorioso
e esmago minha boca na sua, selando nosso acordo.

Ela é minha.

Pelo tempo que eu quiser, Sara é minha.

CAPÍTULO SETE

Elijah

Eu dedilho minha guitarra, os dedos tremulando no solo introdutório de


Sultans Of Swim de Dire Straits. Rock da velha guarda. Incrivelmente foda.

Eram quase oito horas quando acordei. Nunca durmo até tarde. Ter Sara
na minha cama foi estranho pra cacete.

Eu a informei antes de dormir que não sou do tipo de abraços e dormir


de conchinha. Ela rolou os olhos e disse para eu baixar a minha bola, que não
se lembrava de ter me pedido abraços.

Cadela atrevida.

Se fosse outra eu a teria chutado porta a fora, mas com ela, Jesus, eu
tenho que admitir que gosto da sua língua espertinha. Apenas sorri quando
virei-lhe as costas. A garota é uma dor na bunda, mas, é muito gostosa e está
disposta a jogar comigo. Posso aturar a sua língua afiada do caralho, enquanto
me sacio nela.

Além disso, outro fato me intrigou. Não tive pesadelos ontem, e


geralmente quando eles voltam, tenho que me dopar de remédios para
conseguir ter uma boa noite de sono. Ontem eu não tomei.

Um riso arrogante se abre na minha boca para a razão disso.

Eu fodi Sara em todas as superfícies do meu quarto.

Na cama, no chão, contra a parede e, por último no chuveiro.

Quando a carreguei de volta para cama, estávamos ambos caindo de


exaustão. Não consigo me lembrar da última vez que dormi tão bem. Sim, parte
de mim gostou de tê-la dormindo na mesma cama.

Na minha cama.

Mas, isso ainda é só sexo, e ainda vou sair quando trepar o suficiente
com ela.

Pode demorar um pouco, no entanto.

Continuo a querendo com uma força incomum, mesmo depois de ter


estado dentro dela a maior parte da noite. E acordei doendo para tê-la de novo.
Nunca fiquei tão vidrado, louco de tesão em uma boceta antes. Estou ciente de
que a manipulei para aceitar minhas perversões, é verdade, mas, ela poderia
ter dito não. Há sempre uma escolha e Sara escolheu ficar.

Decido ignorar essa voz no meu cérebro que me diz que não estou
jogando um jogo justo com ela.

Ajudei a minha avó com o café da manhã quando desci. Fiz panquecas
com recheio de morango.
São as preferidas de Sara. E só fiz isso porque a desgastei muito ontem.
Pelo menos é o que estou dizendo a mim mesmo. Tive que aturar as indiretas
da minha avó de que tenho que sossegar e blá, blá, blá. Minha avó e minha
mãe estão nessa campanha agora. Tudo isso por que meus parceiros
resolveram virar umas bichinhas sentimentais.

Aqueles bastardos.

Minha mãe desceu e tomamos café juntos.

Suspirei aliviado quando as duas disseram que iam caminhar na praia.

Não sei por que estou meio protetor com Sara, não querendo que ela
faça a famosa caminhada da vergonha na frente de minha mãe e avó. Essa
garota me confunde pra cacete.

Subi de volta para o quarto onde guardo as minhas belezinhas e resolvi


tocar um pouco.

Era isso ou ir até meu quarto e ficar olhando Sara dormir. Já foi
assustador pra caralho o tempo que fiquei olhando-a, quando acordei do seu
lado. Ela parecia tão vulnerável no sono. Tão linda e delicada.

Sorri quando sua boca entreabriu e roncos leves deixaram seus lábios.
Nunca pensei que fosse achar bonitinho, uma garota roncando. Inferno,
bonitinho nem mesmo existe no meu vocabulário.

Com isso, eu pulei da cama abruptamente, praguejando baixinho, me


perguntando o que diabos deu em mim para ficar lá, todo veadinho olhando
uma mulher dormir. Nunca fiz merdas assim antes. Ela é perigosa. Não posso
baixar a guarda ao seu redor. Há algo nela que me puxa além do sexo gostoso.
Me vejo querendo conversar com ela, querendo saber tudo sobre ela.

Merda ruim. Muito ruim.


Atenha-se a conversar com sua boceta, Allen. É para isso que ela está
aqui na sua casa. Para você fodê-la o quanto quiser. Esqueça a porra da troca
de figurinhas do caralho!

Zombo de mim mesmo.

Continuo tocando e cantando.

Eu só canto aqui, nesse quarto. Nem mesmo com meus parceiros consigo
me soltar. É algo que me acalma, tocar e cantar. É uma coisa minha, porém.
Ninguém precisa saber disso.

You check out guitar, George

(Você checa o guitarrista, George)

He knows all the chords

(Ele sabe todos os acordes)

Mind he's strictly rhythm

(Percebe que ele é só ritmo)

He doesn't wanna make it cry or sing

(Ele não quer fazer a guitarra gritar ou cantar)

Yes, and an old guitar is all he can afford

(Sim, e uma velha guitarra é tudo que ele pode pagar)

When he gets up under the lights to play his thing

(Quando entra debaixo das luzes para tocar seu instrumento)


Fecho os olhos e me perco no som, enquanto tento fazer minha voz não
sair do ritmo.

Eu rio entrando no acorde, o solo final.

Minha Gibson Les Paul[12] chora, respondendo como uma boa menina ao
meu estímulo. Encerro o solo e abro os olhos. Palmas solitárias vêm da porta e
minha cabeça gira rapidamente, de onde estou sentado, na ponta de um dos
sofás de couro.

Sara. Merda.

Estava tão envolvido que nem percebi a porta sendo aberta.

― Uau! ― ela assobia baixo. Seus olhos estão brilhantes e seu sorriso é
visivelmente surpreso. ― Você canta. ― sussurra, empurrando o ombro do
batente e começando a andar para dentro.

Ela está descalça e usando um dos meus roupões brancos, que a


engolem quase inteira.

Sua aparência pela manhã não devia ser tão incrível, porra.

Seu rosto está limpo, sem maquiagem alguma. Os cabelos penteados,


mas, há aquele aspecto de mulher que teve uma noite difícil...

Um sorriso arrogante se espalha nos meus lábios, enquanto meus olhos


vagueiam por toda ela. Memórias de todas as vezes que me enterrei dentro
desse corpo, me fazem gemer baixo e meu pau sacudir, bem animado em ter
seu novo brinquedo favorito por perto.

Uma vontade feroz de me levantar e ir até ela, tomá-la nos braços e beijá-
la até perdermos o maldito fôlego, me invade. Trinco os dentes e penso em
filhotes de cachorros e gatos mortos.
Para baixo, amigão. Nós estamos na porra do comando, esqueceu?

Ordeno ao meu pau. Cacete. É uma porra de reação estranha essa que
Sara arranca de mim.

Minha boca saliva à medida que ela se aproxima, mas mantenho-me


firmemente no meu lugar. Não pular em cima da garota com quem está
fodendo casualmente, é uma das regras.

Afagos, beijos, abraços levam ao apego, à porra sentimental que tanto


tenho evitado.

Por mais que queria rasgar a porra do roupão fora e meter


profundamente nela, não me permito fazer nada. Estou na porra do comando!
Repito para mim mesmo.

― Isso que acabei de fazer, não pode ser classificado como cantar,
pequena fada. ― enrolo os lábios em depreciação a mim mesmo.

Ela se senta perto de mim. Sua expressão está encantada agora. Ela não
estaria se soubesse que quero espancar sua bunda e fodê-la duro, mesmo
sabendo que deve estar dolorida pra caralho.

― Ora, ora, garoto da guitarra. ― abre um risinho provocador. ― Não seja


tímido comigo. Sua voz é incrível. ― franze o cenho levemente. ― Por que nunca
tentou cantar na banda?

― Baby, se eu fosse o vocalista da DragonFly nós nunca teríamos saído


da minha garagem. ― digo, sorrindo ironicamente.

Ela sorri, meneando a cabeça.

― Não seja tão severo consigo mesmo, Elijah. Sua voz é boa. ― eu a olho,
perguntando-me se ela é surda. ― Você deveria cantar algumas músicas junto
com o Liam. Tem um monte, que se encaixam no seu timbre.
Algo puxa em meu peito com seu elogio e, principalmente sua fé em mim.
Mas, eu bufo, afastando o sentimento.

― Jesus! Não, de jeito nenhum. ― ela me olha não entendendo minha


veemência. ― Você já ouviu o Stone cantar, não é? Ele é imbatível. Não dá para
soltar a minha voz, apenas boa, perto dele. O bastardo deve ter berrado um
rock clássico quando o médico bateu em sua bunda, logo que veio ao mundo.

Sara sorri, o som descontraído, fazendo-me sorrir também.

Jesus, sua risada é linda. Eu amo o som levemente rouco. Os olhos


marrons brilham lindamente. Ela me fascina.

Estou seduzido, inebriado.

Nunca senti nada, nem remotamente parecido, por outra mulher antes e
isso me assusta pra cacete.

Merda.

Fecho a minha boca para evitar babar em cima dela.

Seu semblante se suaviza e ela diz:

― Você tem uma ligação muito forte com ele, não é? ― sua pergunta
parece mais uma afirmação.

― Sim, o Liam é o meu irmão. ― digo simplesmente.

― É bonita a amizade e parceria de vocês. ― seus olhos estão quentes em


cima de mim e é uma tortura do caralho não ceder ao desejo, de arrastá-la
para os meus braços. ― De todos vocês, quero dizer.

― Sim, eu amo aqueles cães sarnentos. ― resmungo. ― Só não diga isso à


eles, principalmente Collin. Aquele idiota é um pé no saco.
Rimos de novo.

É assustadora a facilidade com que ela me desarma. Não estou


acostumado a ter esse tipo de conversa com as vadias com quem trepo. Ela
parece incomodada com algo também, então é a primeira a quebrar o silêncio.

― É uma Les Paul que tem aí? Belo solo, a propósito.

Uh? Uma garota que entende de guitarra? Isso é a porra de uma


sacanagem, senhoras. Que fique registrado. Eu me vejo sorrindo como um
idiota. Guitarras são o meu fraco.

Bem, guitarras e mulheres.

― Obrigado. Sim, é uma Les Paul. ― sondo-a, me inclinando para mais


perto. Hora de cortar a porra desse clima de intimidade, que essa garota
sempre acaba me arrastando. ― Uma garota que entende de guitarras?
Cuidado, pequena tempestade, eu posso me apaixonar por você. ― provoco-a,
dando-lhe uma piscadinha safada. Ela cora um pouco, mas, rola os olhos.

― Corte a merda, garoto da guitarra. ― estala.

Eu sorrio.

Sim, as coisas voltaram ao normal. É mais seguro assim, principalmente


para ela.

― Quer tentar? ― sussurro. Merda. O que estou fazendo?

― Tentar o quê? ― sobe as sobrancelhas bem feitas.

― Tocar. ― bato de leve no corpo da guitarra. Seus olhos brilham e um


sorriso brinca em sua boca. ― Venha aqui, baby. Sente-se na minha frente. ―
ela parece surpresa e indecisa, mas levanta-se e eu abro mais as pernas, para
acomodá-la entre elas.
Porra, eu fui ludibriado por mim mesmo.

Meu cérebro acabou encontrando uma forma de tocá-la sem parecer um


veadinho carente. Seu cheiro gostoso de frutas, me atinge em cheio e eu trinco
os dentes, meu pau subindo, aplaudindo a minha ideia.

Ela prende a respiração quando passo os braços com a guitarra pela sua
frente, mantendo-a presa, suas costas contra meu peito nu. Eu sorrio.

Excelente ideia, porra.

Então, com ela assim nos meus braços, não consigo me parar, beijo a
faixa de pele descoberta em seu pescoço. Ela suspira e se cola mais a mim.

― Você dormiu bem? ― murmuro, raspando os dentes, indo para sua


orelha. Ela geme baixinho.

― Sim. Você? ― praticamente mia.

― Bem pra caralho. ― rio malicioso e me afasto para começar as


instruções. ― Toque todo o instrumento, baby. Sinta, acaricie essa belezinha
antes de tocar suas cordas.

Ela sorri baixinho, mas faz o que oriento.

― Como um ritual? ― sussurra.

― Exatamente, Sara. Quando estou com uma guitarra, nada mais existe
à minha volta. ― aproximo minha boca do seu ouvido. ― Tenho um caso de
amor com cada uma delas.

Sua respiração acelera visivelmente. Eu sorrio, satisfeito pra caralho que


ela esteja tão afetada por mim, quanto estou por ela.

É justo, porra!
― E agora? ― sua voz é ansiosa. Tomo suas mãos nas minhas,
aproveitando esse tempo para massagear seus pulsos e correr meus polegares,
pelo meio das palmas. ― Você não está jogando limpo, garoto da guitarra. ―
consigo ouvir o sorriso em sua voz. Pressiono meu pau duro em suas costas e
ela geme. ― Você usa muito esse artifício, garanhão?

― Que artifício, pequena fada? ― ronrono, enfiando o nariz em seus


cabelos.

Porra. Esse cheiro está se tornando o meu favorito.

― Falsas aulas de guitarra para pegar uma garota. É bem baixo, devo
dizer. ― ela provoca.

Gargalho e posiciono suas mãos adequadamente no braço e nas cordas.

― Primeiro ponto, pequena fada, eu já peguei você. ― sussurro em seu


ouvido. ― Segundo, nunca ensinei outra garota a tocar guitarra a não ser as
minhas irmãs. ― ela sorri baixinho. ― Terceiro, se concentre que vou começar a
porra da aula. ― rosno, antes de morder seu lóbulo. Ela solta um palavrão e eu
rio. ― Pronta? ― acena. ― Vamos começar com Irresistível, por ter um
compasso mais lento. ― coloco seus dedos na primeira posição. ― Dó maior.
Conte comigo quatro tempos. ― meus dedos deslizam nas cordas.

― Uau! Incrível. ― sua voz é cheia de encantamento.

Mudo a posição dos seus dedos.

― Lá menor. Conte quatro tempos novamente. ― toco as cordas de novo.


Ela parece uma criança numa loja de doces. Mudo seus dedos e sussurro: ― Ré
menor. Conte mais uma vez. ― ela o faz e eu toco as cordas. ― Agora volte para
a primeira posição e tente tocar nas cordas.

― É mais difícil do que parece. ― resmunga, tentando achar a posição.


― Não é tão difícil, pequena fada.

Ela bufa.

― Diz o deus da guitarra. ― murmura seu elogio, me deixando mais


envaidecido do que as críticas de especialistas. ― Assim? ― pergunta, achando
finalmente a posição e tocando em seguida.

― Sim, baby. Exatamente assim. ― a encorajo. Ela é rápida pra caralho.


Pegou fácil e eu estou com o sorriso ainda mais idiota no rosto, vendo sua
concentração, ao repetir o que ensinei. ― Você leva jeito.

― OMG! Estou tocando! ― eu rio do sua surpresa e entusiasmo.

― Sim, você pega rápido. Odeio ser estraga prazeres, mas essa é apenas a
primeira parte. ― a espero encerrar. ― Vamos deixar o resto dessa lição para
depois. ― tiro a guitarra de suas mãos. ― Vou alimentá-la agora. ― ela se
levanta e meu pau lamenta a perda de contato. ― Você sabe, ainda estou
tentando elevar a minha média. ― acrescento ironicamente.

Sara

― Sua média nunca foi baixa. ― rio atrevida, vendo-o andar até a parede,
e pendurar a guitarra junto, de outras tantas. Umas vinte, eu acho. ― Não no
sexo pelo menos. Seu problema é o seu comportamento, que é deplorável.

Ele se vira e me pega conferindo avidamente seu traseiro, sob a calça


fina do pijama.

Deus, ele tem uma bunda linda!


Estou meio que obcecada com essas covinhas na parte baixa das costas
musculosas.

Merda. Engula, Sara, ou você vai começar a babar!

Engulo e fecho a boca.

Ele sorri lentamente, os olhos verdes flamejando insolentes.

― Eu nunca fui bom em comportamento, baby. Você deve se acostumar.


― murmura e anda devagar, parando à minha frente.

Seu sorriso alarga, os olhos catalogando meu corpo, de cima a baixo.

Arfo, mas me obrigo a me afastar em direção à coleção de guitarras.

Ele ri baixinho, zombando da minha reação à ele. Vira-lata.

Se controle, Sara. Merda. Essa coisa do dia seguinte é constrangedora.


Eu não sei como agir. Estou me sentindo uma adolescente ridícula e
inexperiente.

Quando o encontrei tocando e cantando, meu lado de fã loucamente


apaixonada falou mais alto e abri a porta sem ser convidada. Por incrível que
pareça, Elijah pareceu um tanto tímido sobre a sua voz. Ele definitivamente me
confunde. Todo fodão com uma guitarra nas mãos, mas com medo de dividir o
microfone com Liam. Quanto mais perto eu chego, mais percebo que há dois
dele. O roqueiro fodão que não segue regras, despreocupado, bad boy que faz
misérias com a minha calcinha, apenas com um olhar. E há o cara que valoriza
a família e os amigos de tal forma, que toma suas dores e batalhas como fez
com Liam, quando estava respondendo ao processo por estupro.

Os dois são contraditórios.

Ainda não consegui desvendá-lo.


Não sei se alguém o conhece de verdade além dos caras.

Tenho certeza de que nenhuma mulher conseguiu, porque ele as mantém


na distância de um braço. Ele fode os nossos miolos, nos faz gozar até
perdermos os sentidos, porém, não há afagos depois. Sim, ele é um escroto,
mas estou começando a suspeitar, que há algo por trás dessa muralha, que
Elijah mantém firmemente levantada à sua volta.

― Uau. Você está bem equipado aqui, garoto da guitarra. ― rio por cima
do ombro, tentando agir controlada, como a mulher adulta que sou.

Ele anda, parando do meu lado. Pende um pouco a cabeça, me


observando com esses olhos flamejantes e intensos, que me desconcertam.

― Você realmente gosta? ― seu tom é meio incrédulo. ― Veja bem, eu


nunca tive uma garota conversando comigo sobre guitarras... ― ele abre um
meio sorriso sacana.

Bufo. Posso imaginar que tipo de conversas as vadias tem com ele.

― Sério? ― digo provocante. ― Então, você tem saído com as garotas


erradas, garanhão.

Seus olhos brilham com divertimento e algo mais, bem lá no fundo. Ele
acena lentamente.

― Essa Fender[13] arrematei em um leilão. ― aponta uma na parte


superior.

Ela é linda e está toda autografada. Vejo nomes como Keith Richards[14]
e Slash[15] no corpo, em verniz vermelho.

― Ela é linda. ― murmuro.


― Ela é. Essa outra belezinha aqui, ganhei de Eric Clapton.[16] ― dá para
sentir a reverência em seu tom.

Ele me olha como se eu fosse um habitante de outro planeta, por estar


realmente interessada em suas belezinhas, mas seu rosto suaviza quando volta
a me falar, como adquiriu cada uma delas. Me pego babando.

Ele é muito apaixonado pelo que faz e a fã em mim, se sente lisonjeada


por esse raro momento com ele.

― Você tem uma bela coleção aqui. ― sussurro.

― Está faltando uma. ― eu o olho, questionando e ele explica: ― Minha


primeira guitarra. A vendi para investir na banda. ― sua voz é ligeiramente
nostálgica.

― Pensei que o Liam tivesse investido. ― digo meio confusa.

― Sim, o Liam fez tudo acontecer. ― ele torce os lábios. ― O Stone


sempre foi o riquinho em nosso meio. Mas, eu e os caras fizemos questão de
dar algo importante para nós, para mostrar nosso compromisso com a
DragonFly. Liam não quis aceitar no começo, mas foi voto vencido depois.

― Qual a história por trás dela? ― pergunto.

Seus olhos me sondam e depois de um tempo, ele responde:

― Meu avô me presenteou quando eu tinha sete anos.

Oh! Deve ser muito especial. Quero cavar sobre isso, mas, me recordo
que seu avô faleceu há dois anos e a mídia divulgou que isso abalou Elijah.
Parece que eles tinham uma forte ligação.

― Onde ela está agora? ― decido voltar para o assunto que o anima:
guitarras.
Ele suspira.

― Eu não tenho ideia. ― diz com pesar. ― Quero procurar e resgatá-la


algum dia.

Talvez eu possa tentar encontrá-la. Essa ideia atravessa o meu cérebro.

Para quê, Sara? Pergunto-me.

Para fazê-lo feliz.

Certo, é meio patético, uma ideia descabida.

Eu a afasto da mente.

― Bem, eu não acho que a pessoa que a tem agora vá querer se desfazer
dela. Eu não iria querer, com toda certeza. ― assim que as palavras deixam
meus lábios, lamento pelo meu deslize. Merda.

Ele não pode desconfiar que sou sua fã enlouquecidamente apaixonada.


Ele zombaria de mim.

Suspiro baixinho e Elijah sorri.

― Você não ficou entediada até a morte?

― Longe disso. ― digo meio sonhadora. ― Amei saber a história por trás
de cada uma de suas belezinhas. ― provoco-o.

― Você é uma garota estranha, pequena fada. ― ele me encara,


inclinando-se para perto, seu peito nu bem, na minha linha de visão. Levanto o
rosto para olhá-lo nos olhos. ― Todo esse interesse por guitarras... ― seus
olhos, me mantém presa, da sua forma intensa. Deus, ele tem um jeito de
olhar que faz você querer abaixar a calcinha imediatamente. Um sorriso brinca
nos lábios cheios. ― Tem certeza de que não sou mesmo o seu preferido, baby?
― sussurra, seus olhos estão cheios de humor e malícia.
Eu rio balançando a cabeça.

― Eu vou aceitar ser alimentada agora. ― digo-lhe, deixando sua


pergunta em suspenso.

Elijah estende a mão para mim e fico um pouco surpresa. Coloco minha
mão sobre a sua e ele a leva aos lábios, beijando-a suavemente. Oh, cara, eu
acho que estou suspirando e com olhos melosos, para ele nesse momento.

― Corrigindo uma falha, pequena tempestade. ― ele pisca diabolicamente


sedutor para mim e eu me vejo sorrindo como uma tola. ― Vem, vamos descer.

Saímos do quarto e andamos pelo corredor.

Um silêncio confortável se instala entre nós. Seu cenho está franzido


quando o olho. O que ele está pensando? Está arrependido de ter me trazido
aqui? E o pior, está arrependido do nosso estranho arranjo?

― Você está arrependido? ― solto na minha impulsividade.

Sua cabeça chicoteia para o lado, me encarando.

― Sara, meu pau estava enterrado em você quando tomei a decisão de


trazê-la aqui. ― esses olhos verdes maliciosos riem de mim. ― Não estava
pensando com muita clareza naquele momento, querida. Mas, você com certeza
fez valer a pena. ― ele pisca do seu jeito perverso, que faz minhas entranhas
agitarem e minha vagina gemer, mesmo precisando ficar algumas horas numa
banheira de gelo.

Eu já disse a vocês, que ela é uma suicida, quando se trata deste


homem. Trágico.

― Ok. ― eu digo. Nossa, quanta eloquência, Sara. Ridicularizo-me,


enquanto passamos por várias portas fechadas. ― Você tem mais coleções
como aquela? ― pergunto para não parecer uma colegial desajeitada.
― Neste quarto guardo os prêmios da banda e meus também. ― aponta
um do lado direito. ― E naquele fica a minha biblioteca pessoal. ― ele me olha e
torce os lábios ironicamente. ― Sim, esse roqueiro aqui aprecia uma boa
leitura, pequena fada.

― Ei, eu não disse nada. ― defendo-me.

― Você é uma mulher tão inteligente. ― elogia. ― Mas, pode ser uma
cadela preconceituosa. Isso é uma vergonha, baby.

Eu me recordo do incidente no jantar, na casa do meu pai.

Ok, eu fui uma cadela mesmo.

― Eu já pedi desculpas por isso. ― bufo.

― E eu já desculpei. ― então, sorri baixinho. ― Até porque eu a puni


adequadamente, mais tarde, naquele banheiro... ― sussurra com seu sorriso de
menino mau.

― Idiota. ― eu rolo os olhos.

Ele faz um tour rápido, me apontando alguns cômodos, enquanto


passamos por eles no térreo. Me sinto um pouco eufórica porque isso significa
que vai me trazer mais vezes aqui. Uma garota pode sonhar, não é?

Quando entramos na cozinha, o cheiro de café fresco me atinge e meu


estômago ronca. Eu rio e Elijah também.

Acomodo-me em dos bancos altos na ilha enorme. Há uma parecida na


casa de Liam e da Mel. Imagino que há dessas nas casas dos caras também.

Eles gostam de estar juntos, devem ter feito pensando nas reuniões que
sempre fazem, nas casas uns dos outros. Eles têm uma relação tão bonita.
Elijah dá a volta na bancada e parece muito à vontade colocando um
prato de panquecas, no micro-ondas. Serve-nos duas canecas de café. Olho-o
surpresa, quando acrescenta apenas meia colher de açúcar na minha.

Como ele sabe?

― Sou um bom observador, pequena fada. ― responde à minha pergunta


silenciosa.

Ele lê mentes também?

Sorri, levando sua caneca à boca. Seus olhos verdes me encarando por
cima da borda, daquela forma intensa. Me contorço um pouco sobre o assento.

― Obrigada. ― murmuro, tomando um gole do meu café.

Ficamos em silêncio. Ele continua me encarando. Merda.

Devo estar horrível nesta manhã. Tenho bolsas embaixo dos olhos, por
ter dormido pouco e por ter sido fodida sem trégua.

O homem é insaciável. Ele me fodeu em praticamente todos os lugares do


seu quarto. Já eram quase quatro da manhã quando resolveu me dar algum
descanso.

O que me assusta é que sou insaciável também com ele. Mesmo toda
dolorida ainda acordei querendo-o.

Deus, o prazer que ele me proporciona é viciante, delirante. Nunca senti


nada igual. Nunca parece o suficiente. Sinto um calor se espalhar em minha
barriga, quando me lembro dele investido duro, profundo dentro de mim. Suas
mãos e boca, por cada pedacinho do meu corpo. Suas palavras sujas rosnadas
no meu ouvido. Ele gozando em cima de mim, lambuzando minha barriga e
seios com seu sêmen, marcando minha pele com seu cheiro de macho.
Lindo, gostoso.

Eu gemo baixinho e seus olhos se acendem, um brilho intenso e perverso


tomando a íris, obviamente percebendo aonde a minha mente foi. Um sorriso
brinca em sua boca e ele pisca como se dissesse: eu a entendo, querida, eu sou
o cara mais gostoso sobre a face da terra.

Merda. Ele provavelmente é.

O micro-ondas apita e o momento é quebrado. Respiro aliviada, tentando


me recompor.

Elijah retira o prato e o coloca sobre a bancada à minha frente


,juntamente com talheres.

― Obrigada. ― digo.

Aparentemente só tenho essa palavra no meu vocabulário. Trágico.

Ele sorri, seus olhos zombando de mim e volta para sua caneca de café.

Gah! Ele é tão cheio de si.

Convencido!

Pego uma pequena porção da panqueca e a levo à boca, para ter alguma
ocupação, além de ficar babando no deus do rock à minha frente.

Gemo. Puta merda!

Essa tem que ser a melhor panqueca que já provei em toda a porra da
minha vida.

― Está do seu gosto? ― ele encosta-se ao freezer e cruza um calcanhar


sobre o outro, displicentemente.

Seus pés estão descalços.


Sério, tem algo de muito sexy em pés masculinos descalços.

― Hum, sim. ― respondo de boca cheia. ― Recheio de morango é o meu


favorito. ― pego mais uma porção.

Ele parece se divertir com minha falta de modos.

― Eu sei. ― murmura.

Ele sabe?

― Um bom observador. ― ele dá de ombros, como se não fosse grande


coisa.

― Você as fez? ― para mim? Quero acrescentar, mas me acovardo no


final.

― Sim. ― responde conciso.

― Ah, obrigada. Estão deliciosas. ― obrigo-me a dizer. Tomo um gole de


café. ― Você toca guitarra como um deus, canta também. ― ele ergue uma
sobrancelha. ― Cozinha divinamente. Que outro talento ainda tem na manga,
garoto da guitarra? ― provoco-o levando outro pedaço aos lábios.

Seus olhos vão para a minha boca e algo muda na sua expressão. Há
uma ferocidade sexual em seu semblante, quando volta a me olhar nos olhos.

― Você descobrirá. ― rosna baixo. ― Em breve.

Puta merda.

Engulo em seco e tomo um grande gole do café para descer o bolo na


garganta. Havia me esquecido dessa parte... Ele quer atacar de Sr. Grey para
cima de mim. Oh, cara... Não consigo achar nenhum dos meus comentários
espertinhos. Onde está o meu cérebro quando preciso dele?
Continuo comendo em silêncio. Posso sentir o calor do seu olhar sobre
mim e isso mexe comigo. Sei que não devo ter esperanças de algo mais entre
nós, mas, cada vez que esses olhos intensos me olham, quando suas mãos
calejadas me tocam... Não consigo parar de sonhar com um universo paralelo.
Um em que Elijah me pede para tornarmos isso real.

Preciso dos seus braços à minha volta. Preciso senti-lo o tempo todo. Me
frustra que ele não tenha tentado nada esta manhã. Fora a surpresa da aula
de guitarra, Elijah tem se mantido longe e o pior é que eu sei que faz isso
propositalmente. Limpo o prato e levanto meu olhar para o dele. Estava certa,
ainda está me olhando. O pego desprevenido e tenho um vislumbre de
suavidade no mar verde, normalmente tempestuoso. Ele se recompõe
rapidamente, no entanto.

― Você não vai comer? ― pergunto para quebrar esse estranho poder,
que esse homem tem sobre mim e minhas emoções. ― E, por favor, pare de me
encarar. Isso é rude.

Seus lábios enrolam em um meio sorriso e ele anda devagar até a minha
frente. A bancada nos separando e meus olhos pairam sobre seu peito nu.

Droga. Eu quero lambê-lo. Mordê-lo.

― Eu já comi mais cedo. ― murmura, debruçando-se na minha direção;


seu olhar desliza por todo o meu rosto e desce para a abertura do roupão. ―
Não vou pedir desculpas por olhar. Você é muito agradável aos olhos, pequena
tempestade. ― meu coração tolo e esperançoso fica todo quente. Ele me acha
bonita. ― Definitivamente gosto do seu aspecto esta manhã. ― seus olhos
fervem nos meus. ― Você parece bem fodida. ― eu arfo, ele sorri, todo menino
mau agora. ― E eu, porra, gosto mais ainda de saber que foi o meu pau que
esteve enterrado em você, a noite inteira. ― merda.

Encharco e latejo. Empurro o prato.


Ele dá a volta na bancada e caminha para mim.

Ele vai me tocar.

Meu coração troveja no peito com antecipação.

Senhor, o que ele está fazendo comigo?

Sem uma palavra, ele me gira de frente e se infiltra entre as minhas


pernas, forçando-me a abri-las para acomodá-lo.

Enfia uma mão em meus cabelos, mantendo um aperto firme, enquanto


enrola o outro braço na minha cintura.

Estremeço, gemendo, amando esse seu jeito bruto, macho alfa ao


extremo.

― É isso que você quer baby? ― rosna bem próximo da minha boca, seu
olhar me dizendo que sabia, o tempo todo como, estava louca pelo seu toque. ―
Esses olhos marrons estão acabando comigo, porra! ― ele empurra seu pau
bem desperto, moendo em meu centro.

Oh, Deus!

Gemo, apoiando minhas mãos em seu peitoral, me deliciando com a pele


quente e firme. Ele fecha os olhos e ruge, suas narinas inflando ligeiramente.

― Você está dolorida, eu sei. ― volta a me olhar, seus olhos escuros de


tesão. ― Então, porra, pare de me chamar para te foder, com esses olhos
bonitos do caralho. ― ele pressiona sua ereção em mim ainda mais e agarra
minha cintura com as duas mãos, me puxando para um atrito maior.

― Deus, eu quero você! ― as palavras deixam meus lábios sem o meu


consentimento porque é a pura verdade.
― Porra, eu também te quero... Minha cachorra... ― geme na minha boca.
Estou tão desesperada, para sentir seus lábios nos meus. ― Sara... Eu te quero
tanto. ― sussurra, seus olhos lindos e intensos, cravados nos meus.

Alguma emoção diferente está brilhando no fundo e ele roça a minha


boca com a sua.

Sim, oh, Deus, sim!

Derreto.

Amo ouvi-lo gemendo o meu nome.

Entreabro os lábios, me oferecendo para ele, de bom grado.

É um beijo lento, delicioso, sedutor no começo.

O enlaço pelo pescoço me colando nele, pressionando-me com ânsia,


como se não tivéssemos passado a noite juntos. Então, ele rosna e coloca mais
intensidade, chupando avidamente a minha língua, lambendo cada recanto da
minha boca.

Gememos, nos devorando sem nos preocupar com mais nada.

Suas mãos estão passeando em minha cintura, meus quadris, minha


bunda. Ele grunhe e arranca a boca da minha, descendo pelo meu queixo,
mordendo a lateral do meu pescoço, chupando em seguida e eu mio, meu
núcleo pulsando. Sua mão volta, emaranhando em meus cabelos, puxando
meu rosto para trás. Sua boca segue para minha orelha e chupa o lóbulo,
puxando-o com os dentes depois.

Minha nossa, por que ele tem que ser tão gostoso?

― Por que você tem que ser tão gostosa? Você me deixa tão louco de
tesão, porra. ― murmura e meu coração canta ao ouvi-lo, ecoando meus
pensamentos. ― Te vejo e não consigo pensar em mais nada, além de te foder
até cairmos sem forças.

― Eli... ― eu gemo.

Ele sorri baixinho e traz sua boca para perto da minha. Seus olhos
verdes perfurando os meus, do seu jeito zombeteiro, todo perverso, que estou
aprendendo a amar.

Amar?!

De onde veio isso?

Não, eu não posso me permitir me apaixonar por ele. Seria pedir para ter
um coração partido, Sara!

― Você irá comigo para o Havaí. ― o quê?! ― No meu jato. ― ele completa
parecendo momentaneamente desarmado.

Aquela suavidade que vi mais cedo em seu olhar está lá de novo.

Oh, cara...

Assim fica difícil.

CAPÍTULO OITO

Sara

Dois dias depois...


Sabe aquela suavidade que vi nos olhos de Elijah, naquela manhã, em
sua cozinha? Acho que imaginei tudo. Sim, foi tudo um truque do meu cérebro
enevoado por sua beleza sexy e por tê-lo sussurrando, o quanto me queria.

Não entrou em contato comigo depois que Mat me trouxe para casa.

Fiquei em cólicas, louca a cada vez que o meu telefone tocava.

Escrevi inúmeras mensagens só para depois apagá-las sem enviar.

Deus, o que esse homem está fazendo comigo? Tudo que consigo pensar
é sentir seu toque, seu cheiro gostoso, ele dentro de mim me dando um prazer
que desconfio, nenhum outro pode me dar.

Olho a noite lá fora através das janelas escuras do Range Rover. Mat está
me conduzindo para um clube de sexo exclusivo, onde encontrarei com seu
chefe.

Recebi sua mensagem hoje à tarde me perguntando se eu estava pronta


para jogar, informando o lugar e o horário.

Vários cenários luxuriosos passaram pela minha cabeça ao ler as


palavras e claro, excitação e raiva guerrearam dentro de mim. Quem ele pensa
que é para me ignorar por dois dias do caralho e depois me convidar para
jogar?

Só de birra eu não respondi imediatamente.

Na verdade, só respondi trinta minutos antes de me arrumar.

Como resposta o vira-lata me enviou apenas uma carinha sorridente. Ele


deve ter percebido que devolvi sua tática de merda.
Gostaria de dizer que sou forte o suficiente para recusar um convite dele,
mas, bem, a excitação venceu e cá estou, indo obedientemente ao seu
encontro, porque não consigo parar de pensar naquele vira-lata gostoso

***

Quando chego ao clube cerca de trinta minutos depois, meus nervos


estão em frangalhos. Puxo uma respiração profunda e sigo um cara enorme,
que me aguardava na entrada.

Elijah já está lá dentro.

Não quero nem pensar no que o galinha possa estar fazendo e com
quem.

Com meus ombros para trás e seios empurrando à frente, eu imito Gisele
Bündchen. Ando, tentando passar confiança em cada passo, mesmo que meu
interior esteja um caos e minhas pernas um pouco trêmulas, ao ver o ambiente
sofisticado, banhado por uma luz suave.

Meus olhos correm rapidamente pelo local, tentando absorver esse louco
e devasso mundo novo. Uma batida sensual de Rihana está tocando nos
autofalantes e é aí, que meu queixo cai, com o que vejo no palco central.

Uma loira voluptuosa faz acrobacias em um pole dance, usando apenas


um fio dental e botas pretas. Puta merda!

Só tinha visto coisas assim em filmes!

Eu sei que no Brasil tem esse tipo de clube, mas, nunca estive em um
antes e para ser sincera, estou excitada, muito excitada.
Logo abaixo do palco avisto Elijah.

Ele está tomando o que presumo ser uísque e apreciando o show.

A princípio, ciúme queima minhas entranhas, por ele estar lá admirando


a garota. Estou a ponto de ir lá e arrancar os olhos do maldito galinha, quando
ele confere seu relógio e suspira parecendo entediado.

Sua cabeça gira pelo salão à procura de algo, ou alguém. Mantenho-me


parada no meu lugar até seu olhar se conectar com o meu. Como sempre
acontece meu coração e pulsação acelera, apenas com sua visão.

Ele está lindo numa camiseta verde escura, de mangas compridas,


empurrada nos antebraços fortes. Seus incríveis olhos verdes, são preenchidos
com uma emoção quente e desconhecida, me catalogando da cabeça aos pés,
em meu tubinho preto justo, curto e sandálias pretas de tiras.

É! Eu quis me arrumar um pouco para ele e pela expressão em seu rosto,


valeu cada maldito segundo.

Um sorriso de apreciação e malícia brinca em seus lábios e seus olhos


voltam para os meus. Ele murmura algo e anda devagar em minha direção,
abandonando a loira seminua. Um sorriso triunfante se abre na minha boca.

Sinto-me poderosa, vendo-o desviar de alguns clientes pelo caminho, seu


olhar nunca deixando o meu. Ele está vindo para mim no momento em que me
viu. Não consigo parar esse sentimento bobo crescendo em meu peito.

Eu o bebo avidamente.

Deus, foram apenas dois dias, Sara. Comporte-se. Mas, eu não posso.
Sou inegavelmente louca por esse homem. Não importa quantos discursos
mentais eu me dê, sempre vou babar a cada vez que o vir.
Sua postura de “malvadão” e esse olhar debochado, de quem não está
nem aí para o mundo, acabam comigo e com a minha calcinha. Sim, eu sou a
porra da garota clichê que ama um bad boy. Atire a primeira pedra quem
nunca molhou a calcinha por um garoto mau.

― Oi. ― sussurro, quando para à minha frente.

Elijah entrega seu copo vazio a uma garçonete, que passa por perto e se
aproxima mais, ficando a poucos centímetros.

Levanto o rosto para nivelar nossos olhos, me perdendo na imensidão


verde e na fome que vejo lá. Quando estou assim olhando em seus olhos
penetrantes e seu lindo rosto, tenho a impressão de que poderíamos funcionar,
se ele apenas nos desse uma chance.

Será que ele sente isso também?

Ele percebe o quanto somos bons juntos? É por isso que se afastou
nesses dois dias, porque me levar em sua casa o sobrecarregou?

Olho-o tentando desvendar esse lindo e enigmático homem. Então, sem


mais preâmbulos, suas mãos cravam em minha cintura, me puxando contra
seu corpo.

Não consigo conter um gemido saudoso e apreciativo, colando-me de


bom grado a seu corpo forte. Seu cheiro invade as minhas narinas e o desejo é
tão flagrante, que meu núcleo treme.

Como é possível querer alguém tanto assim? Nunca senti nada tão
avassalador por ninguém.

Ele sorri e suas mãos vão para o meu rosto, em ambos os lados. Sua
expressão parece tão saudosa quanto a minha. Seus dedos deslizam pelas
minhas faces, enquanto seu olhar queima no meu. Seu sorriso cresce lento,
sexual, apreciando a minha reação, muito consciente de que estou capturada
em sua teia de sedução, deliciosamente perversa.

Senhor, por que esse seu jeito malvado me atiça tanto?

Seu polegar esfrega levemente meu lábio inferior e eu arquejo, levando as


mãos para frente da sua camiseta, juntando o tecido em meus dedos.

Ele rosna antes de abaixar sua boca lentamente para a minha e eu


praticamente me liquefaço, quando seus lábios tocam os meus. Minha vagina
vibra e alaga, quando nossas línguas se entrelaçam famintas. Sua boca devora
a minha sem pressa, no meio do salão, como se estivéssemos sozinhos aqui.
Suãs mãos calejadas deixam meu rosto e em seguida sinto o puxão em meus
cabelos e o braço enrolando na minha cintura, colando nossos corpos.

Gemo em sua boca como uma cadela, a sua cachorra.

Agora compreendo por que as cadelas fazem xixi quando estão no cio e
veem um cachorro... É sério, estou quase me mijando aqui. Puta merda.

― Oh, Deus... ― eu chio sem qualquer vergonha de mostrar como me


afeta. Já passamos da fase de fingir.

Empurro minha pélvis na sua, moendo devagar.

― Porra... ― assobia contra a minha boca, mordiscando meus lábios. ―


Senti sua falta, pequena tempestade. ― rosna, esfregando seu pau duro,
pressionando-se mais em mim. Sei que ele está se referindo ao sexo, mas, uma
pequena parte de mim quer acreditar que ele sentiu, para além do sexo. Quer
acreditar que essa conexão que sinto entre nós, não é unilateral. Que ele sente
isso em algum nível também. ― Não vou demorar a te arrastar para um
quarto. ― sim, por favor, Sim! Eu mordo seu lábio cheio e lambo em seguida.
Ele ri maldosamente e um tapa leve, aterrissa em minha bunda. ― Minha
cachorra já está molhada para mim? Sua bocetinha apertada está curada do
meu tratamento duro, baby?

Oh, merda! Acabo de inundar como um barco furado.

Ele sorri baixinho sabendo o estrago que fez e desce a boca gananciosa,
pelo meu queixo e pescoço. Seu aperto intensifica em meu cabelo, me forçando
a virar a cabeça, permitindo sua exploração. Ele morde na lateral e estremeço:
minha calcinha precisa ser substituída agora. Sua língua desliza lentamente
sobre uma veia pulsante.

― Oh, merda... ― eu ranjo e ele sorri contra a minha pele. ― Sim... Sim,
eu senti sua falta. ― meus olhos se fecham com prazer, enquanto o deixo
chupar, raspar os dentes ao mesmo tempo em que mói em mim. ― Quero você.
― sussurro. Ele se afasta, me deixando ofegante e a ponto de rasgar suas
roupas. Eu o olho com raiva. ― Por que parou? Você é um idiota. ― resmungo.
Ele me brinda com seu sorriso bonito, aquele livre de sarcasmo e roça a boca
carnuda contra a minha.

― Nós temos intrusos. ― me gira de costas contra seu peito.

― Wow! Pensei que transariam aqui mesmo, parceiro. ― diz um moreno


alto daqueles de parar o trânsito.

Ele está sorrindo para Elijah como se fossem velhos conhecidos. Meus
olhos vão para a mulher em seu braço, uma loira alta parecendo uma
supermodelo.

Merda! Ela é uma supermodelo.

É a russa que Elijah comeu há alguns dias.

Seus olhos azuis bebê estão me atirando facas, medindo-me dos pés à
cabeça. Me sinto insípida diante de sua beleza nórdica, de capa de revista.
Elijah enrola os braços em minha cintura me mantendo à sua frente, colando-
me ao seu corpo. Isso me reconforta de alguma forma.

― Zack, Tânia. ― Elijah cumprimenta-os com voz contida.

Os olhos da cadela russa se acendem mirando Elijah.

― Eli, querido. ― ela pronuncia com um sotaque afetado fazendo um


biquinho com sua boca vermelha. Seguro um bufo a muito custo. ― Adorei a
outra noite. Você ficou de me ligar...

Antes que eu pense muito, minha impulsividade se intromete na


conversa.

― Oi, querida. ― digo-lhe com açúcar escorrendo do meu tom. ― Acho


que você não causou uma boa impressão. ― ela abre a boca surpresa com
minhas palavras. ― Sabe, quando o cara não liga de volta é porque o sexo com
você não foi lá grande coisa.

Zack gargalha e Elijah aperta a minha cintura, rindo baixinho nos meus
cabelos. Galinhão!

― E você, quem é? Vejo que tem experiência nesse assunto. ― a cadela


sorri, mostrando os dentes perfeitos.

Quero arrancar esse sorriso com um tapa e chutar o vira-lata nas bolas,
outra vez, por ele ter fodido essa vaca do caralho.

― Sou Sara. E não tenho experiência nesse assunto, uma vez que não é
prática minha trepar com um cara numa semana e na outra, já estar dando
para outro.

As narinas da loira se expandem e ela rosna para Elijah:

― Querido, quem é essa selvagem?


Eu rosno de volta para a platinada. Elijah fica tenso às minhas costas.

― Controle-se, pequena tempestade. ― murmura na minha orelha. ― Eu


e minha garota vamos beber. Divirtam-se. ― ele joga as palavras para o casal,
já nos colocando em linha reta para o bar. ― O que diabos foi aquilo, baby? ―
ele sorri, me ajudando a tomar assento num dos bancos vazios e sentando-se
no outro Ao lado.

Eu rolo os olhos, bufando.

― Será que a cada lugar que formos, vou encontrar uma vadia que você
comeu, seu vira-lata? ― seu sorriso se transforma em zombador.

― Desculpe por isso, mas, as mulheres caem em cima de mim, sem que
eu precise fazer muito esforço, pequena fada. ― ele pisca e eu estou saindo
fumaça pelas ventas.

― Você é um fodido galinha! ― rosno. Ele joga as mãos para cima, num
gesto apaziguador.

― Culpado, baby. ― tento sair do meu assento e ele me prende no lugar.

― Me solte, seu cachorro! Eu vou embora! ― rosno.

― O inferno que você vai! Fique aí, porra. ― range no meu rosto. ― Se eu
quisesse aquela vadia estaria com ela, cacete! O único lugar que você vai a
partir daqui é o quarto, aonde vou te foder pra caralho!

― Você só pode estar louco se acha que vou foder com você hoje, seu... ―
minha torrente de palavrões é cortada quando sua boca mergulha na minha.
Seus lábios sugando os meus, com a fome e volúpia próprias dele. Seus braços
me suspendem, arrastando-me para seu colo.

Eu o esmurro nos ombros. O idiota apenas sorri e aproveita enquanto


abro a boca para xingá-lo e enfia a língua na minha. Ele me dá um tapa forte
na coxa, forçando-me a escarranchá-lo. Gemo quando sinto o volume de seu
pau.

Sua risada pinga perversão ao me sentir perdendo a batalha para o tesão


enorme que sinto por ele. ― Idiota... Vira-lata... ― o insulto, mas, meus braços
se fecham em seu pescoço, puxando-o para mim.

― Assim está melhor... ― geme, sugando meu lábio inferior. ― Vamos


beber. ― sussurra em minha boca, olhando a garçonete, que está quase nua
atrás do balcão. Ela sorri insinuante para Elijah. Eu rolo os olhos. ―
Champanhe e doses de Jack para começar, querida. ― ele pisca como o
cachorro vira-lata que é, e eu bato forte em seu peito. O galinhão gargalha. ―
Você fica tão linda com ciúme, pequena fada. ― me provoca, apertando a
minha bunda que está quase do lado de fora no vestido curto.

Ele ri lascivamente, enquanto a garota coloca duas taças de champanhe


e as doses de uísque sobre o balcão. Pego uma taça bebendo todo o conteúdo
de uma vez. Ele assobia e pega uma dose de Jack. ― É isso, baby. Vamos nos
divertir, cacete. ― diz trazendo o uísque para os meus lábios.

Tomo um pequeno gole. Ele bebe em seguida e ficamos assim, bebendo


no mesmo copo, enquanto nossos sexos palpitam loucamente, contra o outro.

Secamos os copos entre beijos e olhares lascivos. Minha cabeça está


zumbindo levemente. Preciso ir mais devagar, ou não vou ver o melhor da
festa...

Elijah pede à moça que envie garrafas do mesmo para o quarto.

― Ainda achando que vai me foder hoje? ― provoco-o. Ele morde meu
lábio, enquanto se levanta comigo, enrolada nele e anda em direção ao corredor
de acesso, ao outro ambiente.

― Ainda achando que não vai me dar hoje, querida? ― sorri perverso.
― Só se você tiver sorte, garoto da guitarra. ― zombo.

Ele gargalha e esfrega a ereção direto em meu clitóris, me arrancando


um gemido vergonhoso.

― Sorte é o meu nome do meio, pequena tempestade. ― ronrona,


mordendo o meu queixo.

Olho para o meio do salão e a cadela russa está nos olhando com cara de
poucos amigos. Rio triunfante e aperto meus braços em volta do pescoço de
Elijah. Beijo sua mandíbula forte, meu olhar mandando uma mensagem para a
vaca. Sim, querida, ele deixou você, uma supermodelo, por mim, a simplória
Sara. Como se diz em meu país: aceite que dói menos, ok?

Passamos por seguranças, que guardam a entrada para o segundo


ambiente. Elijah me escorrega para os meus pés quando entramos e minha
boca cai aberta, compreendendo a razão da segurança na porta.

Puta que pariu tripla!

Minha Nossa Senhora!

Há casais se tocando e outros fazendo sexo abertamente, sobre os


inúmeros sofás de couro vermelho, sobre as mesas, paredes e sobre a bancada
do bar. Garçonetes e garçons seminus transitam, servindo-os como se nada
demais estivesse acontecendo.

Meus olhos param chocados quando olho para o palco. Uma ruiva está lá
no centro no que parece ser uma apresentação dessas que só li nos livros mais
quentes.

Uauuu! Ela está sendo fodida por quatro homens!

Ela tem uma coleira preta e grossa no pescoço. Está deitada sobre o peito
de um brutamontes, empalada até o cabo em seu pau, enquanto outro cara
enorme, bombeia furiosamente em sua bunda. Sua boca emite apenas ofegos
abafados se revezando para chupar dois caras à sua frente, que também não
são gentis. Eles batem em seu rosto, enquanto enfiam seus membros em sua
boca.

Nunca vi nada tão grosseiramente hedonista. Estou assustada,


completamente estarrecida com a cena crua na minha frente. Minha boca está
seca. Lambo os lábios, sem desviar os olhos da orgia.

Minha nossa, o que há comigo? Estou ficando excitada...

Então, eu sinto as mãos de Elijah me puxando pela cintura, colando


nossos corpos.

― Gosta do que vê? ― sussurra em meu ouvido, me forçando a andar até


minhas costas baterem numa coluna, em um canto do salão.

A iluminação aqui é mais fraca, mas, ainda estamos na linha de visão de


todos na sala. Ele prensa meu corpo contra a parede e mói em mim. Eu gemo.

― Minha menina má. ― suas mãos enchem nos meus seios e sua boca
seduz o meu pescoço, com beijos molhados e chupadas leves. ― O que acha de
darmos um pequeno show também, baby? ― antes que eu responda, suas
mãos estão trabalhando no zíper lateral do vestido.

Pare-o, Sara!

O anjinho sobre o meu ombro me diz.

Garota, você está louca?

Só se vive uma vez! Se jogue, caralho! O diabinho sussurra do outro lado.

Puta merda!
Elijah desce as minhas alças e seus lábios se fecham em um seio
chupando e lambendo o mamilo.

Gemo. Covardia total.

― Porra, eu amo uma garota que facilita o acesso... ― me provoca pela


falta de sutiã.

Gemo mais, perdendo o controle quando uma mão se infiltra entre nós e
apalpa minha vagina, daquela forma rude que me deixa alagada. Afasto mais
as pernas e ele ri da minha rendição, arrastando o tecido da calcinha para um
lado.

― Elijah... Não podemos fazer isso aqui... ― mio me segurando em seus


ombros. ― Puta merda! ― Ofego, mordendo o lábio, quando desliza dois dedos
pelos lábios e os enfia com força. Sua mão livre enfia em meus cabelos e me
força a arquear as costas. Sua boca devora meu outro seio agora e eu estou
quase gozando. ― Oh, meu Deus... Eli...

― Isso te excita, não é, cachorra? ― estou pulsando, latejando, pronta


para dar tudo que quiser, e ele sabe disso. ― Vai me deixar enterrar o meu pau
todo nessa bocetinha, Sara. Bem aqui, na frente deles. ― seus dedos me fodem
mais forte e param, me deixando pendurada.

Gemo de frustração e ele ri, descendo seu zíper.

Não abre nem o botão das calças, apenas puxa seu pau lindo e duro para
fora. Veste uma camisinha rapidamente, seus olhos verdes me comendo, me
mantendo hipnotizada e colada à parede. Puxa a minha coxa direita para seu
quadril e afasta minha calcinha completamente para o lado.

Se alinha na minha entrada e eu seguro a respiração, me apoiando em


seus ombros de novo. Minhas pernas estão tremendo e meu coração saltando
loucamente, com o que estou prestes a fazer.
― Pense apenas no meu pau te comendo profundamente, minha
cachorra. ― ele range e me puxa pela cintura, entrando em mim numa única
estocada, rasgando minha vulva sem dó.

― Porra! ― eu convulsiono e grito, mordendo seu ombro para me conter.


Deus, eu senti falta disso. Dele dentro de mim. ― Oh, Deus, você é tão
gostoso... ― mio, enquanto ele puxa para fora e mete mais fundo, me esticando
quase além da minha capacidade.

Amo essa picada de dor misturada ao prazer. É demais. Ele me come me


cravando contra a parede, nossos olhares trancados e nossas bocas ofegando
alto.

― Minha cachorra gostosa! Passei dois dias do caralho, ansiando por


essa boceta apertada. Louco para meter assim bem fundo, gozar gostoso em
você. ― ruge, jogando a cabeça para trás, seu quadril martelando, castigando o
meu. Sua mão cravada na minha bunda agora, me puxando para aprofundar
cada golpe certeiro. ― Veja, menina suja. Olhe em volta. Todos estão me vendo
comer sua boceta. ― ele me faz olhar em volta. Algumas pessoas estão se
tocando e olhando para nós. Isso envia um choque de excitação para a minha
vagina.

Meninas boas não deviam se excitar com algo assim. Deus, eu sou tão
vadia. Gemo, sendo sacudida com suas estocadas. Sua boca vem para o meu
ouvido e continua a me torturar.

― Todos eles sabem agora como você gosta de ser fodida por mim. Que
você me dá em qualquer lugar que eu quiser. Você é a minha putinha imunda,
Sara. Essa boceta é minha e eu vou comer onde e quando eu quiser. ― rosna e
eu ofego, minha barriga queimando na dolorosa e arrebatadora sensação de
prazer que ele me proporciona. ― Minha. ― diz ofegante, tenso e eu sei que está
perto também. ― Isso, cachorra safada! Toma o meu pau na frente de todos
esses filhos da puta! Me dá bem gostoso na frente deles, porra! Só eu posso te
foder assim! Só eu... ― ele me levanta e enrola a outra perna ao seu redor,
entrando até meu útero e gememos alto. Sua boca toma a minha e eu o beijo
como uma mulher sedenta. ― Vamos gozar juntos, baby. ― range, metendo em
mim furiosamente. ― Porra! Agora, Sara! Goze comigo... Sara...

― Eli... Oh! Meu Deus... ― choramingo.

Ondas escaldantes explodindo em meu ventre e vagina, quando gozo


forte. Ele me segue rugindo alto e nos perdemos em gemidos; rosnados;
gozando juntos, numa dança selvagemente deliciosa. Estou entorpecida,
deixando-o me empalar, enquanto derrama tudo dentro de mim. Ele enfia o
rosto no meu pescoço e geme, puxando respirações agudas. Pendo a cabeça
para trás na coluna.

Puta merda! Eu transei na frente de um bando de loucos hedonistas.

Merda!

Acho que depois dessa, eu sou uma louca hedonista porque estaria
mentindo se dissesse que não gostei. Faria tudo de novo com ele. Faria tudo
por este homem. Qualquer coisa para ele. Por ele.

― Porra, pequena fada. ― seu sorriso faz cócegas em meu pescoço. Ele
puxa para trás, para nivelar nossos olhos. Os dele brilham intensos, satisfeitos
e há uma pitada de humor também. ― Definitivamente o meu tipo de garota. ―
murmura aproximando nossas bocas ofegantes em um beijo deliciosamente
lento, enquanto seu quadril ainda trabalha, empurrando devagar em mim. ―
Gostosa... ― sussurra, gemendo e sai de dentro de mim.

Desço minhas pernas trêmulas para o chão.

Ele retira o preservativo, dando um nó, o guardando no bolso das calças


e fechando seu zíper.
Arrumo a saia do vestido para baixo, ele me ajuda a subir o zíper.

Mantenho meus olhos sobre ele, evitando olhar nossos expectadores.


Meu bom Senhor! Eu fiz sexo em público.

― Jesus, você me enlouquece, mulher! ― sorri e seus braços enrolam em


minha cintura me puxando para ele.

O enlaço pelo pescoço e ficamos nos olhando de perto. Nossas


respirações ainda alteradas. Seus olhos parecem quase suaves me observando.

Me pergunto o que ele vê quando me olha assim.

Eu sei o que eu vejo. Ele é tão lindo. Tão pecaminosamente lindo e não
há mais volta para mim. Eu estou perdida nele e sua intensidade.

― Vem, minha menina atrevida. ― sussurra. Há algo parecido com


admiração em sua voz, enquanto me puxa para outro corredor.

― Posso jogar com você e sua garota, Allen? ― a voz masculina nos faz
virar.

Perco a fala com o loiro alto e bonito que está fazendo a oferta.

Minha Nossa Senhora da abundância!

Elijah sorri secamente, seu corpo emitindo ondas tensas.

― O único jogo que conseguirá aqui, será meu punho bem no meio da
sua cara, imbecil! ― ele rosna. Uau! Nervosinho, hein? ― Ela é minha. Apenas
minha.

Uh? Ele bateu com a cabeça hoje? Não sou dele!

Quero falar, mas, acho que o cara pode entender isso como um convite.
Ainda estou tentando assimilar aquela ruiva, dando mais do que chuchu
na serra. Esse negócio de dividir não é comigo. Se Elijah propusesse isso eu o
deixaria sozinho aqui, no mesmo instante. Sem essa merda de poliamor para
cima de mim!

― Certo. ― os olhos azuis do estranho se fixam em mim e ele procura


algo no bolso do seu terno bem cortado. ― Quando estiver livre me procure,
querida. ― estende um cartão para mim.

― Vai se foder, otário! Se manda!― Elijah late. O cara acena e me oferece


uma piscadinha maliciosa, antes de ir. Uau!

― Quem é ele? ― não consigo me conter. Elijah bufa.

― Você queria? ― atira, seus olhos verdes de repente frios em cima de


mim. Cristo, o que há com ele? ― Queria foder comigo e com ele? Será que isso
te excita? Ter dois paus ao mesmo tempo?

Minha boca cai aberta com sua grosseria.

― Por que está sendo um asno sobre isso? ― estalo, puxando para longe
dele. ― Você me trouxe aqui, seu babaca! Você! ― Ele suspira e passa as mãos
pelos cabelos.

Por que está tão chateado?

― Ele é o irmão do dono do clube. ― diz em tom mais suave. ― Me


desculpe, ok? Eu não gosto dele. O cara é um imbecil.

― Vocês já jogaram juntos? ― pergunto, mesmo sem querer ouvir a


resposta.

― Sim. ― assente, me olhando com cautela.

― Com uma garota? ― insisto porque sou masoquista.


― Geralmente duas. ― diz como se falasse de ir ao supermercado e não
de uma suruba, do caralho.

― Será que tem alguma mulher aqui hoje, que já não tenha fodido? ―
meu tom é acusador, não posso evitar.

― Claro que há, Sara. ― ele ri um pouco. Eu continuo séria. ― Qual é o


seu problema, porra? Eu não estou fodendo outra garota como você exigiu...

― Ei! Eu não exigi nada. ― defendo-me. Ele estreita os olhos. ― Você foi
quem propôs isso.

― Você estava sendo a porra de uma cadela irritante, negando-me o que


eu queria, apenas para me punir.

― Você comeu uma vadia tão logo saiu de cima de mim! ― eu atiro.
Caramba, estamos parecendo um casal brigando. ― Apenas não curto
compartilhar paus, é bom que tenha isso em mente, enquanto estiver comigo.

Para a minha surpresa ele se aproxima de novo, sorrindo com meus


palavrões.

― Jesus, sua sorte é que é linda e gostosa pra caralho, ou eu não


aturaria suas exigências de merda. ― sua boca aproxima da minha e seus
olhos estão dançando com diversão. Rolo os olhos e tento me manter firme,
para não cair tão facilmente em seu charme cafajeste. ― Vem, pequena
tempestade. A noite apenas começou baby. Eu vou te desgastar pra valer e
manter essa sua boquinha atrevida bem ocupada...

― Idiota. ― resmungo.

― Posso acompanhá-los? ― uma voz feminina e muito melosa nos faz


girar as cabeças outra vez.

É uma loira peituda, com um vestido branco que mal cobre sua bunda.
Mas, que merda!

Elijah sorri como o maldito galinha, vira-lata que é.

Os olhos da garota vão direto para ele e ela lambe os lábios,


acrescentando:

― Eu faço o melhor oral daqui, bonitão.

Eu bufo alto.

Elijah ri, provavelmente já sabendo que não vou deixar passar essa.

― Se sua propaganda fosse verdadeira, sua boca estaria ocupada nesse


momento, não falando conosco. ― ela arregala os olhos. Eu sorrio perversa. ―
Agora, que tal ir usar suas habilidades em pregos, querida? A única boca que
estará no pau dele esta noite é a minha. ― ouço Elijah exclamar Jesus! E sorri
baixinho. ― Se manda, vadia! ― estalo.

Ela está um pouco sem graça, mas, não perde o ar de cadela quando
ronrona para ele:

― Em outra oportunidade, bonitão. ― e pisca virando as costas.

Eu tinha razão, o vestido mal cobre a bunda, que é o foco de atenção de


Elijah agora. O soco no ombro com força.

― Au! ― ele reclama.

― Você sabe, ainda dá tempo de correr atrás dela e ter o seu boquete, seu
filho da puta tarado! ― raspo, tentando me soltar dele mais uma vez.

O idiota gargalha.

― Jesus, essa sua veia briguenta me deixa malditamente duro. ― me


levanta e sem aviso me joga por cima do ombro.
Eu grito surpresa.

― Seu babaca! Ponha-me no chão! ― merda. Estou rindo quando digo


isso. ― Vira-lata!

― Baby, você acabou de anunciar que a sua boquinha estará no meu


pau hoje. Vamos agilizar essa merda! ― ele bate na minha bunda seguindo pelo
corredor, entrando em um elevador. Eu rio tendo a visão da sua bunda dura no
jeans apertado. ― Em privado. Toda essa gente querendo participar da nossa
festa, me deixou puto.

Meu peito incha com suas palavras.

Elijah é um pervertido assumido.

Eu sei que já compartilhou muitas mulheres e o fato de não querer isso


comigo me enche de esperança.

Talvez. Apenas talvez ele sinta algo mais profundo por mim. Talvez ele
também sinta que não é só sexo entre nós. Simplesmente não tenho
parâmetros com ele.

Nunca fiz nada parecido.

Nunca transei apenas para saciar o tesão e isso me excita e me


incomoda, ao mesmo tempo, saber que tudo que fazemos juntos, tudo que
sentimos um dia irá acabar.

Pelo menos da parte dele.

Dói saber que essa fome toda que sente por mim um dia irá se extinguir
e serei esquecida. Dói principalmente porque tenho certeza que nunca vou
esquecer, tudo que estamos vivendo.
Sei que é muito cedo para já estar toda melosa e suspirando, mas, o fato
é que ele sempre mexeu comigo. Elijah é a minha fantasia mais secreta se
realizando e sim, serei jogada no inferno quando ele decidir que já teve o
suficiente de mim e me deixar. Vai me matar olhar em seus olhos e não ver
mais esse calor, com que me olha agora.

Meu peito dói horrivelmente ao vislumbrar esse futuro e eu sou obrigada


a encarar a verdade: estou me apaixonando por ele.

Elijah

Quando entramos no quarto, as bebidas já estão lá.

Coloco-a no chão e a observo andar, seus olhos correndo curiosos por


todo o ambiente.

Mantenho esse quarto. Ninguém mais o usa além de mim. Já comi


tantas mulheres aqui que perdi a conta. Mas, eu liguei há dois dias e pedi que
redecorassem, especialmente para Sara.

Por alguma razão estranha pra cacete não queria fodê-la na mesma cama
em que comi vadias aleatórias.

Ela anda em seus saltos, impossivelmente altos e esse vestido, curto do


caralho, que me deixou duro e babando quando a vi mais cedo.

Ela é uma porra incrível de tão linda!

Os cabelos negros caem em cascatas sobre ombros e costas.

Ela desliza a mão sobre a mesa acolchoada coberta de couro vermelho.


As paredes são na cor vinho, exceto a que nos divide com o corredor
semiescuro. Essa é toda em vidro e quem passar por aqui, pode ver tudo que
fazemos dentro. Não vou mentir, gosto que me vejam montando uma cadela.

Sara a olha e levanta uma sobrancelha.

Sorrio e vou até o controle acionando a blindagem fumê, escondendo-nos


de possíveis olhares curiosos.

Seu olhar retoma a exploração.

Há instrumentos espalhados por todo o quarto. Chicotes, dildos,


vibradores, algemas, vendas, cordas e outras parafernálias que nem sempre
utilizo. O home theater está ligado e tocando rock como eu gosto. A guitarra de
Slash chora em Sweet Child o Mine.

Sara ergue uma sobrancelha de novo, toda atrevida e anda para mim.

― Guns? Humm, eu adoro Slash... ― ronrona, espalmando as mãos no


meu peito.

Eu rosno e a puxo pelos cabelos com uma mão e enfio a outra no meio
da sua bunda, puxando-a bruscamente contra mim.

A cachorra sorri.

Porra, eu adoro essa química louca, inflamável, provocante, que tomou


conta de nós desde o primeiro olhar.

― Vadia gostosa... ― ranjo e dou um tapa em sua bundinha empinada. ―


Tire o vestido, cachorra. Vamos ver se ainda vai lembrar-se do fodido Slash,
quando meu pau estiver comendo o seu rabo apertado.

Ela mia e lambe os lábios.

Sorrio e aproximo nossas bocas.


Não a beijo, apenas a olho, hipnotizado, fascinado com sua beleza suave.
Seus traços são clássicos, do tipo que coloca um cara de joelhos a seus pés.
Começo a mover meu quadril no seu, moendo gostoso.

Suas mãos passeiam pelos meus ombros, costas e agarram meu traseiro
com força. Sorrio perverso e mordo seu lábio inferior, puxando a carne macia
entre os dentes. Ela arfa, enquanto mergulho a língua na sua boca.

Me alimento do seu gosto doce e embriagante. Tomo o meu tempo,


saboreando, comendo sua boca deliciosa como o resto dela.

Mesmo tendo estado em sua boceta minutos antes ainda estou duro. Ela
me deixa tão doido de tesão que só quero partir logo para a ação e meter,
profunda e duramente nela. Comê-la inteira.

Parece que estamos sintonizados porque nossas mãos começam a puxar


as roupas um do outro. Ela tira a minha camiseta e eu o seu vestido. Apalpo
sua boceta por cima da calcinha empapada. Suas mãos gananciosas abrem o
meu zíper e pega o meu pau. Gemo em sua boca, quando me masturba
lentamente. Eu chuto meus sapatos e terminamos de nos despir sem parar o
beijo.

Nossas línguas se atacam sem trégua, se chupando, lambendo.

Minha boca desce pelo seu pescoço, colo e chego aos peitinhos lindos e
empinados. Caio de boca neles, juntando-os e chupando os bicos de uma vez.
Suas mãos enfiam em meus cabelos e ela geme alto, enquanto me banqueteio,
chupando forte, mordiscando sua carne macia.

Me ajoelho e minha boca desce gananciosa lambendo e chupando sua


barriguinha reta. Enfio e rodo a língua em seu umbigo. Quando chego à
calcinha, pego dos lados e a rasgo em duas.

Ela grita palavrões.


Eu a olho e sorrio malvadamente, abrindo os lábios de sua bela boceta.
Ela espalha as pernas mais amplas.

Rosno ao ver seu creme escorrendo no topo das coxas.

― Fodidamente excitada, porra! ― arreganho bem os lábios, e meus


dedos expõem o clitóris inchado para fora. ― Isso é o quanto você quer meu
pau, minha cachorra? Você está quase se mijando, como as cadelas fazem com
seus machos. ― dou um tapa em seu montinho rosado.

― Ohhhh! Cachorro! Porra! ― se contorce de dor e prazer. Eu sopro-o e


lambo suavemente, para aliviar o incômodo. ― Elijah... Puta merda. ―
choraminga, moendo na minha cara.

― Isso, baby, monte a minha cara. ― a incentivo, levantando uma coxa


para o meu ombro. Ela se apoia em mim e mói, enquanto a devoro com
voracidade. ― Viciante. Você tem a porra do gosto mais viciante que já provei. ―
rosno, enfiando a língua em sua vulva e massageio o clitóris. Não demora
muito ela está gritando e estremecendo no orgasmo. Bebo tudo dela, não
querendo sair daqui nunca. ― Poderia passar a noite toda te comendo assim. ―
resmungo e fico de pé, levantando-a nos braços.

Levo-a para a cama. Há um espelho gigante no teto e outros nas paredes


do lado. Deixo-a lá esparramada ainda ofegante e vou pegar alguns brinquedos.

― Você confia em mim, baby? ― sussurro, pegando o tecido negro.

Ela olha os outros apetrechos e lambe os lábios, parecendo nervosa


agora.

― Sim. Não estaria aqui se não o fizesse. Mas... ― ela olha para as cordas
e um vibrador sobre o colchão.
― Você pode pedir para parar a qualquer momento e eu farei, ok? ―
levanto seu queixo, fazendo-a olhar nos meus olhos.

Quero tranquilizá-la. Preciso dela relaxada e aproveitando o jogo comigo.

― Ok. ― concorda.

Eu a vendo e meu pau salta apenas com essa visão.

Ela ainda está com as sandálias sexys.

A deito suavemente no colchão e pego as cordas de algodão. Geralmente


uso material mais pesado, mas, quero pegar leve com ela.

Amarro seus pulsos juntos. Acaricio e beijo sua barriga e seios e a viro de
bruços, braços por baixo do seu corpo. Levanto sua bunda.

― Mantenha o rosto no colchão. ― digo; minha voz tensa ao ver sua


boceta e cuzinho rosados abertos, só esperando para me refestelar e gozar em
cada um deles. ― Você tem a porra da boceta mais rosada, pequena, perfeita
que já vi, Sara. ― minha voz é baixa reverente, enquanto deslizo os dedos pelos
lábios e subo para seu rabo. ― Gostosa demais e é minha. Só minha. ― rosno,
dando tapas em seus globos redondos.

Ela grita e geme.

Sorrio e continuo meu trabalho, amarrando suas pernas na altura dos


joelhos e prendendo as extremidades das cordas, nas argolas em cada lateral
da cama.

― Mantenha essa bunda levantada ou as cordas vão machucar,


entendeu, minha cachorra? ― dou mais dois tapas de cada lado. Ela assente,
ganindo. Jesus, ela está realmente excitada com isso. Como eu disse, ela é
mesmo uma porra incrível. ― Linda... ― acaricio sua bunda onde estão as
marcas dos meus dedos. Me abaixo e lambo toda ela. Separo mais as
bochechas e lambo seu buraquinho enrugado. Ela choraminga, rebolando com
toda a sua limitação em minha língua. Molho bem sua entrada e enfio o
polegar com força.

― Oh, caralho... ― ela grunhe.

Sorrio e pego o vibrador, ligando na velocidade média.

O brinquedo é muito menor e menos espesso do que o meu pau, mas, é


assim que eu quero. Sou egoísta demais para me privar do prazer de sentir
meu pau alargando, rasgando cada um de seus buraquinhos apertados.
Brinco, provocando seu clitóris já sensível. Ela resfolega, seu rosto de lado,
olhos vendados, a boquinha linda entreaberta, sugando o ar rapidamente. O
enfio em sua boceta.

― Oh meu Deus... ― estremece com as vibrações do aparelho. A como


devagar, enfiando-o ao mesmo tempo em que meu dedo fode seu rabinho. ―
Elijah... Por favor...

― Por favor o quê, minha putinha imunda? ― rosno, tesão estalando em


cada célula do meu corpo, meu pau em riste, louco para entrar na brincadeira.
― Você quer o meu pau? É isso, baby? ― aumento a velocidade só de
sacanagem.

― S-s-simmm. ― ela gagueja.

Eu rio baixo, sacana, puxando o vibrador e fico de joelhos atrás dela.


Levanto uma perna por cima do seu quadril, apoiando meu pé do seu lado.
Alinho-me em sua vulva melada e me enterro todo de uma vez, fazendo-a
gritar.

Solto um rugido de prazer. Uma energia viva, vibrante reverberando em


todo o meu corpo. Cada vez que entro nela me inebrio com essa sensação tão
intensa, feroz que me faz querer bater em sua bunda com força, morder sua
carne para marcá-la. Para que todos vejam que é minha e só minha!

Porra, de onde tudo isso está vindo?

Eu não quero relacionamentos. Não estou pronto para essa merda. Eu


gosto da liberdade de poder comer a boceta que eu quiser. Sempre gostei. Por
que Sara puxa tudo isso dentro de mim? Quase enlouqueci nesses dois dias
sem vê-la. Me impus isso severamente. Disse a mim mesmo que era para ela se
recuperar do nosso último encontro. Eu a fodi sem trégua e a enviei para casa
machucada.

Mas, não foi só por isso.

Queria me manter no controle, longe dela.

Perdi a conta de quantas mensagens digitei e apaguei sem enviar.

Jesus, nunca fui tão veadinho em torno de uma garota que estou
fodendo. Nunca fico ansioso, contando a porra dos minutos para ver seu rosto.
Só suas bocetas me interessam.

Mas, com Sara não tem sido assim. Ela me quebra apenas com um olhar
e eu odeio isso.

Sacudo a cabeça, afastando os pensamentos torturantes do meu cérebro


e me permito a apenas sentir essa mulher deliciosa embaixo de mim.

Seguro suas nádegas com força, cravando os dedos, enquanto bato nela
cada vez mais duro e profundo. Ela grita e amaldiçoa minha brutalidade, mas,
seu canal fica cada vez mais molhado, me dizendo o quanto gosta de ser
comida assim.

Nos observo no espelho lateral e rosno com a imagem linda, crua,


perfeita dela amarrada, toda dominada tomando meu pau obedientemente.
― Deliciosa, porra! Minha cachorra gostosa... Linda... ― ranjo, e olho
para baixo, vendo sua bocetinha tão delicada sendo rasgada a cada estocada.
Então, percebo porque estou tão ensandecido. Esqueci a porra do preservativo.

Deus! Esse calor escaldante, gostoso, me espremendo vai ser a minha


morte! Eu não quero parar para usar a merda da camisinha. Nem fodendo eu
saio daqui!

― Oh, merda! Me diz que está no controle da natalidade, porque eu


esqueci o preservativo e não vou parar para colocar, caralho! De jeito nenhum,
porra! ― rosno, comendo-a sem trégua.

Seu corpo fica tenso por um momento, então, ela coaxa:

― Estou tomando a pílula.

Ela não parece tão segura com isso.

Ainda bem que temos uma alternativa... Sorrio e pego o vibrador. O ligo e
trago para sua bunda. Ela fica tensa quando percebe a minha intenção.

― Eu sei que ficou excitada vendo aquela ruiva sendo fodida por todos os
buracos, Sara. ― ronrono e vou empurrando o brinquedo em seu rabo. ― Abra,
baby. Empurre de volta como ensinei a primeira vez. ― ela geme longamente e
relaxa, me deixando enfiá-lo todo. Ligo na velocidade média e pego impulso,
martelando grosseiramente nela, cada estocada empurra o vibrador em sua
bunda e ela está arquejando, seu corpo se preparando para o orgasmo.
Abrando os movimentos, ela me xinga. Eu rio e bato em sua bunda. ― Você só
goza quando eu quiser, cachorra. Eu estou na porra do comando, esqueceu?

― Babaca! ― rosna. Eu puxo o brinquedo de seu rabo e tomo o seu lugar.


― Porra... ― raspa, enquanto vou metendo em seu anel apertado. Entro até a
metade e puxo de volta, indo e voltando, alargando-a.
Ela geme; prazer flagrante em seu rosto bonito.

Me debruço sobre suas costas, segurando seus peitinhos, amassando-os,


puxando os mamilos. Ela relaxa e me enterro até o cabo. Gemo alto, rangendo
os dentes.

― Seu filho da puta... ― seu protesto é um gemido, não pode ser levado a
sério.

Rio, mordendo suas costas e ombros. Enrolo uma mão em seus cabelos
num aperto firme e puxo, levantando sua cabeça para trás. Ela ofega,
completamente dominada nessa posição. Seguro seu quadril com a outra e a
como com golpes duros. Soco em seu cuzinho sem piedade, rolando os olhos de
tanto tesão nessa mulher.

Ela me viciou.

Sou um viciado do caralho. Não há mais como negar isso.

Eu a quero demais.

O prazer delicioso começa a percorrer minha coluna, barriga e se


concentrando nas bolas. Eu quero que isso dure, mas, a necessidade de gozar
dentro dela, encher seu rabo da minha porra é suprema nesse momento. Rodo
a mão do seu cabelo, para o pescoço esguio e fecho meus dedos nele,
mantendo sua cabeça arqueada para trás e manipulo seu clitóris com a outra.

― Eli! Eu estou quase goz... Elijahhhhhhhhhh! ― ela explode gozando,


seu corpo sofrendo espasmos violentos e minha mão volta para seu quadril, me
debruço mais sobre suas costas e empurro nela brutalmente, entrando
profundamente. Minha respiração falha, meu corpo estremecendo com a
iminência da liberação.
― Sara! Porra, baby! Eu vou gozar tão gostoso, caralho... Ahhhhh!
Caralhoooooooo... ― eu urro e mordo seu ombro, esporrando em seu aperto
quente, enchendo-a, marcando-a. Puxo minha mão do seu pescoço para deixá-
la respirar livremente. Puxo-a pelos ombros com as duas mãos e continuo
comendo-a ensandecido. ― Toma a minha porra, sua gostosa... Toma, minha
cachorra deliciosa... ― ela está apenas arquejando agora.

Nossos corpos suados, nossas peles pegajosas deslizando juntas.

Vou arrefecendo os movimentos até parar todo enterrado em seu calor.

Puxo respirações pesadas e arrasto beijos reverentes em suas costas.


Lambo seu suor, gemendo, completamente saciado. Quero continuar aqui
dentro dela, mas, deve estar desconfortável pelas restrições. Saio devagar e
começo a desatar suas pernas. Ela cai pesada no colchão. A giro de costas e
liberto seus pulsos, massageando para o sangue circular.

Ela geme baixinho.

― Você é um animal, garoto da guitarra. ― há um riso relaxado em seu


tom.

Rio baixinho e puxo sua venda. Seus bonitos olhos marrons encontram
os meus e eu me perco por um momento na expressão suave deles.

― Linda... ― murmuro, me debruçando sobre ela, minhas mãos indo de


cada lado de seu rosto. ― Perfeita. ― digo contra seus lábios e a beijo. Ela me
abraça pelo pescoço e ficamos assim nos beijando vagarosamente na calmaria
depois da tempestade.

Come As You Are do Nirvana está tocando agora. Me levanto.

― Fique aí, pequena fada. Vou preparar uma banheira morna. ― pisco
sacana. ― Você parece que foi atropelada por um caminhão.
― Babaca. ― ela rola os olhos.

Instantes depois, estávamos os dois tomando champanhe e relaxando na


banheira. Ela à minha frente, sua cabeça recostada no meu ombro. Não
falamos. Ela parecia imersa em seus próprios pensamentos e eu? Estou
pensando que nunca fiz essa merda, de preparar banho quente, para nenhuma
garota antes.

Sara está fodendo minha mente, além do meu corpo.

Ainda não acredito que ela topou jogar comigo. Pensei que correria para
fora quando entramos na ala da “pegação” e ela viu toda a merda pesada que
rola aqui.

Mas, não, minha menina atrevida ficou.

Porra, não só ficou como me deixou fazer um show com ela na frente de
todos.

Ela bateu mais um prego no meu caixão bem ali.

Eu não estava brincando quando disse que sou o mais porra louca dos
caras. Sou exibicionista. Saber que os bastardos que estavam ali olhando-me
foder a minha menina, queriam estar no meu lugar, me deixou mais louco de
tesão.

De repente, ela se vira nos meus braços, montando-me.

― Quero ver, tocar você dessa vez... ― sussurra, passeando as mãos pelo
meu peito, seus olhos parecendo maravilhados.

Aquela emoção desconhecida brilhando na fraca luminosidade do


ambiente.
Guardo nossas taças na borda da banheira e envolvo meus braços em
sua cinturinha estreita. Meus olhos correm pelo torço nu, sua pele morena
brilhando com pequenas gotículas de água. Me inclino e tomo um seio na boca,
minhas mãos tateiam preguiçosamente suas costas e descem para a bunda
firme. Minha boca sobe pela clavícula e pescoço. Raspo os dentes e subo para
sua orelha, puxando o lóbulo, chupando-o. Ela geme, começando a rebolar em
cima do meu pau já bem animado. Sua mão se fecha em mim e me masturba
devagar, provocando-me, arrancando rosnados da minha boca. Pego-a pela
nuca e puxo sua boca para minha. Sorrimos, nossos olhares sussurrando
coisas sujas mesmo que não falemos. Nos beijamos, lânguida e sofregamente.
O tesão voltando latente, queimando em nós. A levanto pela bunda com um
braço e ela alinha o meu pau em sua vulva. Olhamo-nos e ela vai se empalando
devagar, sua boca aberta respirando com dificuldade pela minha espessura. Eu
rosno e puxo-a para baixo com força, fazendo-a gritar, quando entro até o talo.
Sorrio perverso e continuo a olhando, enquanto a movimento para cima e
depois para baixo não lhe dando chance de ficar no controle. Dando-lhe tudo,
cada polegada do meu eixo longo e grosso. Ela choraminga, seu corpo sofrendo
espasmos a cada vez que entro nela bem fundo. Desacelero e a beijo de novo.
Seus braços se fecham em meu pescoço e suas mãos puxam meus cabelos
compridos, enquanto continuamos nos olhando, mordiscando nossos lábios e
fodendo gostosamente lento. O prazer se construindo e inflamando de dentro
para fora, nos deixando cada vez mais quentes e exigentes. Não demorou muito
Sara estava me montando como se sua vida dependesse disso e eu elevando o
quadril, encontrando-a no meio do caminho. A água espirrando para todo lado.
Nossos gemidos abafados, as respirações cada vez mais erráticas, até que
gozamos juntos, gritando os nomes um do outro, gemendo nossa liberação no
ambiente abafado. Nos agarramos com força, sendo sacudidos pela intensidade
do gozo.

Nunca tinha gozado nu em uma mulher.


Gozar em sua boceta sem nada entre nós foi a porra do nirvana.

Sem trocadilhos.

***

Olho o trânsito tranquilo de LA à essa hora. Já passa das duas da


manhã.

Sara caiu exausta, adormecendo no meu ombro. Estamos a caminho do


seu apartamento.

Eu a olho. Ela parece desconfortável nessa posição.

Antes que eu possa pensar muito, a arrasto com cuidado para os meus
braços, acomodando-a em meu colo.

Merda. O que estou fazendo?

Não aconchegar, Allen. Lembra-se da porra da regra?

Preciso me lembrar de que isso que estamos fazendo é só sexo. O sexo


mais vibrante, e arrasador que já fiz, mas, ainda assim é só sexo.

Elijah Allen não faz a porra sentimental. Eu fodo e sigo em frente.

Estou mais do que feliz assim.

Repito para mim mesmo, mas, meus olhos não conseguem deixá-la.

Seus cílios tremulam e ela se mexe em meus braços, aconchegando-se


mais a mim como uma gatinha manhosa.
Mat liga o som numa estação de rádio local e a voz de Sam Smith soa
num volume baixo. Eu bufo quando o bastardo canta Stay With Me.

Você tem que estar brincando comigo...

Stay With Me (Fique Comigo)

Guess it's true (Acho que é verdade)

I'm not good at a one night stand (Eu não sou bom em ficar só por uma
noite)

But I still need love (Mas eu ainda preciso de amor)

'Cause I'm just a man (Pois sou apenas um homem)

Eu continuo olhando o belo rosto adormecido.

Um ronco suave deixa seus lábios e eu me pego sorrindo como um fodido


bobo.

Desisto de tentar entender o que sinto por essa garota agora. Só sei que
gosto dela em meus braços. Parece certo.

Eu quero, porra. E se eu quero eu faço. Pronto.

Não vamos dissecar essa merda, senhoras.

Ela abre os olhos de corça devagar e nossos olhares se conectam, se


prendendo por um longo momento. Vejo a surpresa inicial ser substituída
quando um pequeno sorriso curva sua boquinha ainda inchada de chupar o
meu pau, antes de deixarmos o quarto.

A cadela quer me matar de tanto prazer.

O infeliz insaciável sofre um espasmo com a lembrança.


― O que está fazendo? ― sussurra.

― Abraçando você. ― murmuro, apertando-a suavemente para enfatizar


isso.

― E o que houve com a regra do “sem afagos, sem porra de conchinha”


do sr. Rei da foda casual? ― há uma provocação clara em seu tom.

Eu sorrio lentamente e decido entrar no jogo.

― Você estava roncando no meu ombro, pequena fada. ― bufo. ― Tive


que aconchegá-la para que parasse de poluir meus ouvidos.

Ela me bate no peito.

― Idiota. ― resmunga. ― Eu não ronco.

Gargalho.

― Ah, sim, você ronca. ― afirmo, adorando a indignação nos olhos


escuros. ― Mas, tudo bem, você tem uma boceta gostosa. ― movimento as
sobrancelhas maliciosamente. ― posso viver com isso, baby.

― Babacão. ― chia, mas, sorri, agasalhando melhor sua cabeça em meu


peito. ― Isso é bom. ― murmura, me olhando com olhos mais brilhantes e eu,
me sinto aquecendo por dentro.

― Sim, pequena tempestade. ― sussurro. ― isso é muito bom.

Sam Smith continua a zombar de nós, cantando as desventuras da foda


casual. Que merda mais irônica.

― Eli? ― me chama baixinho.

― Sim?
― Você vai ficar comigo? ― pergunta parecendo um pouco receosa e
também um eco da música. ― Quero dizer, o resto da noite?

Porra. A olho em silêncio por um momento.

― Não hoje. Tenho algo a fazer. ― como correr o máximo que puder para
longe de você e toda essa merda cor-de-rosa que me faz sentir.

Seu rosto cai e ela acena, voltando a cerrar os olhos.

Não demora muito, Mat puxa para o meio-fio na frente do seu prédio.

Ela levanta a cabeça do meu peito e me olha de uma forma vulnerável,


que nunca tinha visto em seu rosto. Mas, não diz nada, nem eu.

Saio do carro e a ajudo descer. Andamos em silêncio até a portaria. Ela


protela antes de entrar. Enfio as mãos nos bolsos das calças para me impedir
de tomá-la em meus braços de novo. Nos olhamos pelo que parece uma
eternidade, então, ela me oferece um sorriso fraco.

― Eu me diverti hoje, garoto da guitarra. ― brinca, mas, seus olhos estão


tristes.

Parecem marejados.

Ela não pode se sentir assim sobre mim. Essa merda entre nós tem prazo
de validade. Sempre tem. Eu nunca continuo atraído pela mesma mulher
muito tempo. A não ser que seja uma tão pervertida e liberal quanto eu, como
era a cadela da Nat.

― Eu também, pequena fada. Boa noite. ― digo, fazendo questão de não


mencionar nada, quanto a um futuro encontro.

Seus olhos de corça catalogam meu rosto, como se já estivesse sentindo


a minha falta, mesmo ainda estando em minha presença.
Quero dizer que mudei de ideia, que vou ficar, mas, não posso.

Ela abre a boca para dizer algo e me viro, andando para o carro como se
o diabo estivesse em meu encalço. Entro sem olhar em sua direção de novo.

Mat me olha pelo retrovisor quando me jogo pesadamente sobre o banco.


Olho para o outro lado. Ele aguarda um momento e só então, liga o motor e
puxa para a rua.

Suspiro de alívio ao deixá-la para trás, mas, a porra do Sam Smith


continua martelando na minha cabeça.

Oh, won't you stay with me? (Você não vai ficar comigo?)

'Cause you're all I need (Porque você é tudo que eu preciso)

This ain't love, it's clear to see (Isso não é amor, é fácil de enxergar)

Isso não é amor, é fácil de enxergar (Mas, querida, fique comigo)

Saímos da sua quadra, no entanto, Sara não ficou lá no seu apartamento


como ingenuamente pensei que faria.

Ela ainda está aqui, seguindo comigo.

Seu cheiro suave está impregnado em mim.

Ainda posso sentir seu gosto, a maciez do seu corpo contra o meu. Linda,
se encaixando perfeitamente em meus braços.

Estremeço só de lembrar o prazer entorpecente, que me proporcionou


esta noite. A melhor.

De longe, a melhor que já tive.

A decepção, em seus bonitos olhos marrons, quando disse que não ia


dormir com ela, está esmagando meu peito.
Sara me deu tudo hoje.

Ela confiou e se deu para mim sem pedir nada em troca.

Droga, eu fui um bastardo insensível, pensando apenas em me proteger


da sua proximidade e ameaça à minha sanidade. Estou fugindo de novo como
em nossa primeira noite.

Ela deve estar me xingando de todos os palavrões do seu vocabulário de


marinheiro agora.

Sorrio. Minha pequena tempestade.

Mando toda a resolução de não dormir mais com ela, na mesma cama,
para o espaço. Algo dentro de mim me alerta que estou começando a trilhar um
caminho sem volta, mas, eu jogo esse pensamento para longe e me permito
desfrutar desse momento perfeito, que estou vivendo com essa mulher
fodidamente incrível.

Foda-se todo o resto!

― Mat, dê a volta na porra do carro! ― eu rosno.

CAPITULO NOVE

Elijah

Saio do elevador e corro para a porta de Sara. Ignoro a campainha e bato


algumas vezes. Apoio as mãos nos batentes e abaixo a cabeça enquanto
aguardo ansioso como se não tivéssemos acabado de nos despedir. Estou
pronto para esmurrar outra vez, quando a porta se abre. Levanto a cabeça e ela
está lá, linda numa camiseta velha da DragonFly. Sorrio, avançando, fechando
a porta com o pé e em seguida, tomando-a nos braços. Ela enrola as pernas em
minha cintura, enquanto minha boca procura a sua num beijo urgente. Nos
beijamos pelo que parece uma eternidade. Quando separo nossos lábios
estamos sem ar. Encosto minha testa na dela.

― Eu vou ficar. ― sussurro.

― Percebi. ― murmura ofegante. ― Embora sexo esteja fora de cogitação.


― ela me sonda e percebo que seus olhos estão um pouco vermelhos. Ela
estava chorando? ― Se foi por isso que voltou...

― Não. ― a corto. ― Não foi para mais sexo. ― rio baixinho. ― Mas, devo
avisar que pela manhã, não estarei em meu melhor comportamento.

Ela sorri, seu olhar readquirindo o brilho e vivacidade que me habituei a


ver.

― Justo. Eu também não estarei comportada, devo avisar.

Atrevida.

― Onde é o seu quarto, baby?

― No final do corredor. ― aponta com a cabeça.

Ando com ela enrolada em mim até o quarto.

― Você tem tampões de ouvido? ― provoco, colocando-a no chão assim


que entramos.

Ela me lança um olhar sujo e eu gargalho, começando a me despir.


Seu quarto é todo feminino e cheio de cores. As janelas de vidro vão do
chão ao teto e as cortinas estão abertas, nos oferecendo LA iluminada a perder
de vista. A cama é bem grande com lençóis amarelos e travesseiros brancos.
Ela tem uma coisa com amarelo, já percebi.

― O banheiro é ali. ― aponta uma porta ao lado do closet.

Arranco a minha boxer e ando até lá.

Sorrio baixinho sentindo seus olhos em minha bunda. Ouço-a bufar e o


farfalhar dos lençóis quando se deita. Faço as minhas coisas e volto. Há apenas
a luz branda do abajur quando entro no ambiente. Tomo apenas um segundo
para apreciar a vista dela lá, deitada. Afasto o lençol, entrando debaixo. Viro-
me para seu lado e ela se vira para mim também. Ficamos nos olhando em
silêncio.

― Estou sem sono. ― bufo, afofando o travesseiro.

É estranho pra cacete essa situação. Nunca dormi na casa de uma


garota. Sara está me arrancando um monte de primeiras vezes e isso não me
oferece bom prospecto. É merda ruim.

― Podemos jogar. ― ela diz baixinho.

Meu pau se anima com ideia.

― Eu pensei que você estava bem desgastada, baby... ― abro um sorriso


de lobo.

― Tão pervertido, garoto da guitarra. ― ela rola os olhos. ― É outro tipo


de jogo. Eu falo algo sobre mim e em seguida você fala algo sobre você.

Eu semicerro meus olhos nela.

Porra, as mulheres são criaturas tão trapaceiras...


― Desculpe, querida, eu não faço festa do pijama. ― digo ironicamente.

― Você sabe, seu pau não vai cair por participar de uma brincadeira
inocente. ― ela bufa.

Inocente... Sei. Mas, eu sorrio com sua capacidade de falar palavrões e


obscenidades, que geralmente as mulheres não falam.

Inferno, tem cadelas que não conseguem nem mesmo pronunciar a


palavra foder!

Jesus, eu morreria de tédio perto dessas.

― Okay, manda, pequena fada. ― me estico sob o lençol.

― Minha cor favorita é amarelo. ― ela diz e eu sorrio. Bingo!

― Preto. ― ofereço. Ela me olha esperando. ― o quê?

― É a sua vez de começar. ― diz.

Merda, as mulheres são bichos esquisitos pra caralho.

― Ok. Não tenho um filme preferido porque isso é coisa de mulherzinha.


― zombo. ― Mas, A Lista de Schindler[17] é decente.

Ela sorri levemente, não parecendo surpresa.

Claro. Eu sempre esqueço que é fã da banda e sabe praticamente tudo


sobre nós.

― O meu filme preferido é Diário De Uma Paixão.[18] ― ela enfatiza a


palavra preferido, de forma melosa. Cachorra linda.

Reviro os olhos. Mais mulherzinha impossível.


― Ei, há homens que fazem coisas inimagináveis para as mulheres que
amam. ― ela se defende sob meu olhar debochado. ― Liam, por exemplo...

― Porra, o Stone complicou para o resto de nós, reles mortais, não é? ―


eu debocho. Não estou falando sério, no entanto. Meu parceiro foi ao extremo
de levar uma bala no peito pela sua mulher.

Algum dia sentirei um amor tão forte assim? Pergunto-me de repente.

Sara me analisa em silêncio.

― Você já se apaixonou alguma vez, Elijah? ― sua voz é tão suave e


baixa, como se tivesse receio da resposta.

Wow! Brincadeira inocente minha bunda!

Paro um instante para organizar os pensamentos.

― Sim. ― seu semblante cai um pouco, mas, ela pisca e afasta a emoção.
― Paixão, esse sentimento efêmero, passageiro, inconstante. ― explico. ― É isso
que já senti, Sara. Amor, esse sentimento mais profundo que muitos falam... ―
ela está me observando atentamente agora. ― Esse eu nunca senti.
Principalmente esse amor que meu parceiro tem com sua irmã... Nunca senti.
― rio um pouco. ― Se eu não fosse próximo dos dois e os visse só pela mídia,
diria que era apenas um golpe de marketing. Antes deles eu não acreditava
nesse tipo de amor.

Sara ri, batendo em meu ombro.

― Então, você acredita agora? ― ela limpa a garganta um pouco. ― Digo,


no amor?

Se eu não estivesse nu essa era a hora de sair correndo. Ironizo.


― Acredito no deles, pequena fada. ― esclareço. ― Não estou pronto para
um sentimento assim. Não sei se um dia estarei. ― ela acena, não deixando
transparecer nada em sua expressão. ― E você? Sentia esse tipo de amor pelo
seu ex noivo idiota? ― o final sai um tanto ríspido.

O bastardo a teve antes de mim e isso me enfurece além da minha


compreensão.

Ela suspira profundamente. Merda. Ela amava o imbecil. Sua expressão


pesarosa a entrega.

Por que constatar isso me incomoda tanto?

― Sim. ― afirma, com voz pequena. ― Eu amei o cuzão. ― torce os lábios


em depreciação e sorrio da sua linguagem de marinheiro. ― Ele foi meu único
namorado, meu primeiro em tudo.

― Não em tudo, baby... ― movimento as sobrancelhas maliciosamente e


ela cora um pouco, rolando os olhos.

Me sinto revigorado por saber que fui seu primeiro também.

― Mas, esse tipo de amor que minha irmã tem com o Liam, não. ―
murmura com ar sonhador. ― Esse eu nunca senti. Acho que nos
acostumamos um com o outro. Ficamos juntos por tanto, tempo que
achávamos que casar era o próximo passo. ― novo suspiro. ― Estávamos
errados. Eu, principalmente.

Ela boceja e sorri, tapando a boca.

― Game over, pequena tempestade. ― sussurro e puxo-a para o meu


peito. Ela me olha surpresa, mas, se aconchega bem perto.

― O que está fazendo? ― posso ouvir o sorriso em sua voz sonolenta.


― Quebrando mais uma regra com você. ― murmuro. ― Você me
confunde como o inferno, mulher. ― rosno.

Ela sorri e beija suavemente em meu peito. Seu rosto levanta para o meu
e nos olhamos de perto por um momento íntimo, intenso.

― Eu gostei de você ter voltado. ― me diz, me olhando com esses olhos


que puxam meu coração. ―Boa noite, Eli. ― completa baixinho.

― Eu também gostei de voltar. Boa noite, baby. ― digo de volta e a beijo


suavemente nos lábios.

Ela não demora a adormecer e eu fico acordado, relutando em aceitar


que estou viciado nisso. Seu corpo quente e macio contra o meu. Eu a observo
em seu sono como um maldito veadinho deslumbrado.

Quando isso acabar, porque vai acabar, eu vou sentir falta disso. E de
repente, meu peito dói com a ideia de não tê-la mais para mim. E se ela se
cansar de mim primeiro?

Minha fome voraz por ela não está arrefecendo. A quero com uma
necessidade pungente. A mera possibilidade de olhar em seus olhos no futuro e
não ver mais todo o desejo, essa emoção que enche os olhos marrons, quando
estamos perto, começa a me corroer.

― O que você está fazendo comigo, pequena fada? ― murmuro, olhando


seu rosto, pacificamente adormecido. ― Te quero tanto. ― confesso para o
silêncio do quarto

***
― Elijah? ― Liam estala os dedos na frente da minha cara. ― Está tudo
bem, irmão? Deixe-me adivinhar, não consegue se concentrar, na porra da
reunião, porque não tira a minha cunhada da cabeça?

Cacete. Eu não sabia que estava sonhando acordado como um maldito


maricas.

Liam nos chamou em sua sala para discutir a ideia de um contrato para
a The Horses.

― Uh! ― os caras vaiam juntos.

Arreganho os dentes em sua direção.

― Idiotas. ― resmungo, me endireitando na cadeira. ― Quase não dormi


ontem. Não tenho culpa se estou tendo uma quantidade obscena de sexo
enlouquecedor. ― sorrio perversamente. ― Coisa que vocês, cães sarnentos,
paus mandados, não devem mais saber o que é, uma vez que estão todos
amarrados.

Liam bufa e os outros parecem tão ofendidos quanto.

― É aí que você se engana, idiota. ― Liam abre um risinho sem vergonha.


― Eu e a Mel estamos muito bem nesse departamento, obrigado. Se melhorar
estraga. ― pisca com sua cara sacana.

― Eu e Carlie também, seu babaca. ― Paul retruca.

― Lena e eu estamos mais do que bem, seu pau no cu. ― Collin torce os
lábios.

― Eva me mantém bem ocupado também, posso garantir, imbecil. ―


Sean abre um sorriso fodido, como se recordasse o que fez ontem.

Eu bufo.
― Ótimo! Estamos todos fodendo. ― rosno sarcasticamente. ― Então,
relaxem e parem de dar chiliques, como uns malditos veadinhos.

Eles me jogam os dedos do meio. Eu gargalho desdenhosamente.

― Voltando ao assunto... ― Liam retoma, com seu ar de homem de


negócios. ― Vocês concordam em oferecermos um contrato para os bastardos
da The Horses?

― Claro, os idiotas são bons. Além disso, gosto de saber que podemos
mandar neles. ― Collin diz com um risinho maldoso.

― Voto a favor também. Os caras são bons. ― Paul opina com sua calma
invejável.

― Sim, eles são bons. Merecem fechar com uma gravadora de verdade. ―
Sean sorri arrogantemente.

Seus olhares se voltam para mim.

― Concordo. ― então, porque não posso deixar de ser um pau, eu alfineto


o Stone. ― Mas, me diga irmão, você está bem com isso? Trazer o bastardo do
Cash, que saliva como um maldito cão, quando vê a sua mulher?

Ele estreita os olhos ligeiramente, então, abre seu sorriso presunçoso.

― Confio no meu taco, idiota. ― seu riso amplia. ― E não posso realmente
culpá-lo por salivar pela minha mulher. Ela é linda e gostosa. Desde que o
fodido nunca se esqueça de que ela é minha, podemos conviver em harmonia.
Ninguém pode tirá-la de mim. Ninguém. ― completa com ferocidade.

― Uh! ― eu e os caras vaiamos e rimos às suas custas.


Collin, Sean e Paul anunciam que estão encerrando o expediente e saem
a seguir. Eu continuo na minha cadeira. Liam me olha especulativamente e se
recosta no espaldar alto da sua, atrás da mesa.

― Então, vocês estão mesmo fazendo isso de novo. ― comenta, cravando


os olhos azuis nos meus, como se quisesse ver dentro de mim. Ele consegue.
Liam é o único que consegue me ler como ninguém.

― Sim, tentei ficar longe, mas, é mais forte do que eu. ― rosno, não
contente com tantas emoções contraditórias, brigando dentro de mim quando
Sara está em questão.

― Eu vejo, irmão. ― ele diz num tom mais baixo, um sorriso divertido
brincando em sua boca. ― Sara está bem com o seu estilo, bate bocetas, por LA
inteira?

Eu bufo e conto que não estou fodendo outra garota enquanto estiver
com ela. Seu queixo cai e ele joga a cabeça para trás rindo com vontade.

Bastardo!

― Pare de ser um pau, Stone. ― ranjo, mas, estou rindo também. ― A


garota é a porra de uma tempestade. Tem uma boca sem filtros, uma
impulsividade que pode colocá-la em problemas sérios, qualquer hora dessas.
― suspiro alto. ― E porra, ela fode gostoso como o inferno!

Ele me olha contemplativo de novo.

― Apenas tome cuidado para não expô-la, nem machucá-la, quando todo
esse seu encantamento passar, irmão.

Avisa e eu franzo o cenho em desagrado. Não quero pensar no fim. Claro,


haverá um fim, mas, não quero pensar nessa merda agora.

Aceno simplesmente.
― E sobre aquele outro assunto? ― pergunta com cautela. ― Já se
decidiu?

Eu rosno, me remexendo na cadeira. Ele está falando de David.

― Não há o que discutir irmão. ― digo rispidamente. ― Não vou lá, cara.

Liam acena, mas, eu sei que ainda não encerrou o assunto. Ele acha que
só porque é o único a quem dou ouvidos, pode me psicanalisar, o idiota.

― Elijah, sabe que estou do seu lado para qualquer coisa, mano. Mas,
penso que deve ir lá. ― diz sério. ― Se ele faz tanta questão da sua presença e
de Chelsea é porque tem algo a dizer. Tente na...

― Nunca! ― rosno, me levantando, crispando os punhos. ― teve todo o


tempo do mundo para nos contatar! Ele nunca fez, exceto quando queria
dinheiro, porra!

Ele franze o cenho.

― Você chegou, a saber, se era realmente dinheiro que ele queria, nas
vezes que tentou entrar em contato com você?

― O que mais ele poderia querer Stone? ― rio com escárnio. ― Bancar o
papai para cima de mim? Não, irmão, ele perdeu a porra do direito, quando
abandonou a minha mãe e a nós.

― Ei, ok, entendo seu ponto, irmão. ― ele levanta as mãos em rendição.
― Apenas certifique-se aí dentro. ― aponta para o meu peito. ― Se é isso que
quer de verdade. Recusar-se a ver um homem moribundo.

― Valeu pela consulta Dr. Stone. ― ironizo-o. ― Me sinto bem melhor


agora.

― Imbecil. ― rosna.
Respiro fundo, passando as mãos pelos cabelos.

― Obrigado pela preocupação, irmão. ― meu tom é mais brando. ―


Aprecio, de verdade. Mas, já estou decidido.

Sua expressão suaviza também.

― Estou aqui, cara. Para qualquer merda que precisar, estarei do seu
lado. ― ele dá a volta na mesa e vem me bater nas costas.

De nós, ele é o único que não tem vergonha de demonstrar carinho por
ninguém, seja homem ou mulher. Eu o invejo nesse ponto.

Odeio essas merdas sentimentais. Mas, o puxo para perto também. Ele
não é qualquer um, é o meu irmão.

― Sempre, irmão. Não importa o que, sempre vou te apoiar. ― garante,


olhando bem dentro dos meus olhos.

― Porra, Stone, pare com essa merda ou vai me fazer chorar, cara. ― o
provoco. Ele me dá um tapa forte na cabeça e caímos na risada.

A porta se abre e a doce Mel adentra o recinto.

Sou abandonado imediatamente. O rosto do meu parceiro se ilumina


como uma árvore de Natal quando vê sua mulher.

― Baby... ― murmura, indo ao seu encontro.

Ela está radiante num macacão desses folgados de grávida. Um sorriso


toma a minha boca quando eles se abraçam e se beijam sussurrando coisas
inaudíveis para mim. Minha conversa de travesseiro com Sara me volta à
mente.

Um dia sentirei esse tipo de amor? Volto a me perguntar.


Não vá por esse lado, Allen. Alerto-me. Esse tipo de sentimento faz as
pessoas fracas, dependentes da outra de tal forma, que se algo não der certo,
chegam a atitudes extremas, como atentar contra a própria vida. Tive um
exemplo claro em minha casa. Minha mãe amou e quase foi destruída uma vez.

Não vou dar esse tipo de poder a nenhuma mulher. Nunca.

― Vimos sequestrá-lo para jantar fora. ― Mel anuncia. ― Chay está na


sala de Sara.

Cacete. Apenas ouvir o nome da cadela me deixa malditamente duro. Eu


amanheci dentro dela, porra. Me fartei nela antes de virmos trabalhar.

Esse tesão do caralho está começando a me deixar puto.

― Eu amo você, Srª Stone. ― meu parceiro diz, sem a menor vergonha de
ser ouvido.

― Eu te amo também, superstar. ― ela murmura de volta e estou


escorregando para fora nesse momento.

A cumprimento, beijando-a no rosto e acariciando seu ventre, que cresce


assustadoramente rápido.

Corro para o elevador e mesmo que meu cérebro insista em dizer que é
uma má jogada, me dirijo para a sala de Sara.

Foda-se! Eu a quero.

Não vou me privar do sexo embriagador que fazemos, porque estou com
medo de me envolver num nível mais profundo. Eu posso foder e cair fora.

Não queiram me linchar, senhoras, mas, essa é a minha especialidade.


Sara

― Maninha? Terra para Sara! ― Mel agita a mão na frente do meu rosto.

Merda. Eu devia estar com essa cara de adolescente caindo de amores


pelo bad boy malvadão da escola.

Deus, quando abri a porta ontem e dei de cara com Elijah ali, parecendo
arrependido por ter me dispensado, meu coração tolo e esperançoso se
derreteu de vez. O jeito que me pegou me beijou. O jeito que me olhou na
cama. O clima íntimo que se instalou entre nós. Muito mais íntimo até, do que
o sexo selvagem que fizemos no clube. Entendi ali que Elijah está me dando
coisa que nunca deu para nenhuma garota. Ele está me dando mais. Isso tem
que significar alguma coisa, não é?

Estou me apegando a qualquer pequeno indício de ele pode me querer


para além do sexo.

― Oh, meu Deus, você está se apaixonando por ele, não está?

― O quê? Não, claro que não. ― nego com veemência. Mel estreita os
olhos amendoados em mim. ― É só que... ― suspiro. ― Ok, eu estou como
posso dizer... Hum, encantada com os últimos acontecimentos.

― Ele te levar para um clube de sexo, e transar com você na frente de


todos? ― Mel aponta com uma cara nada satisfeita.

Eu contei tudo à ela por telefone hoje de manhã.

Quando ela coloca assim, me sinto barata. E sim, parece que é só sexo
mesmo entre Elijah e eu, mas, ela não viu o que eu vi, em seus olhos quando
voltou para o meu apartamento.
Ou tudo é uma fantasia encorajada por meu coração que se recusa a
ficar de fora dessa equação?

― Olha, essa coisa do clube foi consensual, Mel. ― o defendo. ― Eu


gostei. Esse é ele. É o que Elijah faz. Mas, quando voltou para meu
apartamento havia algo mais em seus olhos.

Ela sacode a cabeça em descrença.

― Sara, querida, tome cuidado. ― pede suavemente. ― Tenho tanto medo


de que se machuque, com essa história.

Suspiro e olho na direção de Chay, sentado no sofá mais afastado de


nós. Ele parece completamente absorto em seu celular. Deve estar jogando.

É tão melhor quando se é criança e não temos que lidar com os


problemas do mundo dos adultos.

― Vou tomar cuidado, prometo maninha. ― digo mesmo sabendo que já


passei desse ponto.

Pelo olhar em seu rosto, minha irmã também sabe disso.

― O papai já sabe? ― indaga, acariciando sua barriguinha saliente.

― Sim, eu comentei com ele hoje. Não ficou nada satisfeito, mas, o
lembrei de que sou adulta e posso lidar com uma foda casual.

― Você disse essas palavras para ele, sua maluquinha? ― ela sorri.

Gargalho ao lembrar a bronca que seu Pedro me deu, por ser tão atrevida
com ele.

― Sim. ― admito e resolvo mudar o assunto. ― Animada para conhecer o


Havaí? ― eles vão conosco para a filmagem de encerramento do clip. As
gravações tiveram que ser adiadas, por causa de um furacão que passou pela
ilha em que vamos gravar. Liam achou melhor esperar mais uma semana para
as coisas se acalmarem por lá.

― Sim, muito. ― seus olhos brilham de entusiasmo. ― Chay está eufórico


também. ― ela se levanta da cadeira e eu contorno a minha mesa. ― Vou atrás
do meu marido agora. Eu e Chay vamos sequestrá-lo para jantar fora. ― diz
com olhos ainda mais brilhantes ao mencionar Liam.

― Faz bem, maninha. ― me aproximo dela e a beijo na bochecha,


alisando sua barriga. ― Vá pegar seu rock star quente. ― dou uma piscadinha
maliciosa.

Ele sorri e me beija carinhosamente.

― Ei, querido? ― se vira para Chay. ― Vamos buscar o papai? Ou prefere


ficar com sua tia mais um pouco?

Ele sorri para mim.

― Vou ficar com a tia mais um pouco, mãe. ― diz, levantando-se e vindo
me abraçar. Eu me abaixo e roço nossos narizes, no nosso cumprimento
corriqueiro. ― Posso tia?

― Claro que sim, meu amor. ― sorrio, mirando os olhinhos castanhos.


Eu amo tanto esse pequeno travesso. ― Estou meio ociosa no momento, o que
acha de treinarmos seu Inglês?

Ele abre um sorriso enorme e acena.

Mel sai logo em seguida e eu me perco pelos próximos minutos treinando


frases mais complexas com meu gostosinho. Ele é tão inteligente. Está muito
avançado. Logo estará frequentando uma escola normal. Estamos sentados no
meio do tapete perto dos sofás. É final de expediente e não tenho mais nenhum
compromisso, então, posso me dar ao luxo de me refestelar com meu sobrinho.
O barulho da porta abrindo me faz olhar de lado. Meu coração salta,
quase saindo pela boca quando vejo o objeto da minha distração durante todo
o dia, entrar como se fosse o dono do lugar.

Duh! Ele é um dos donos do lugar, Sara! Corrijo-me.

Deus, que homem lindo do caralho! Minhas partes de menina esquentam


e a calcinha umedece, quando nossos olhares se encontram.

Ele para bem perto, se projetando acima de mim e meu olhar cai para
suas coxas fortes delineadas pelo jeans apertado e sua virilha.

Merda, eu arfo com o volume do seu pacote bem dotado.

Sua risada baixa e malvada me faz levantar os olhos.

Ele sorri lentamente e pisca daquele jeito sacana que me faz querer virar
e ficar de quatro, só esperando para o meu macho me cobrir.

Oh, minha Nossa Senhora das mulheres doidas por roqueiros!

― Tio Eli, você quer namorar a minha tia? ― a voz pequena de Chay nos
tira do nosso concurso de encarar, pra lá de sem vergonha. ― Você vai casar
com ela?

Uh? Deus do céu! Vamos com calma aí, menino.

― Wow! Homenzinho, quantas perguntas. ― Elijah sorri, se abaixando e


desarrumando a cabeleira castanha de Chay. ― Por que acha que quero
namorar a sua tia?

Chay revira os olhos como se a pergunta insultasse sua inteligência.

Eu rio. Lindinho.
― Pelo jeito que sempre olha para ela. ― Chay diz e eu engasgo. Sempre?
Meu coração se alegrando ao ouvir isso.

Elijah cerra a mandíbula, um pouco desconfortável.

― Não, eu não quero namorar sua tia, carinha. ― meu coração afunda de
novo. Seus olhos tempestuosos vêm para os meus. ― Mas, se eu fosse um cara
de namoros, com certeza eu a namoraria. ― completa baixinho, aquela
expressão quente e desconhecida, passando rapidamente pelo mar verde.

Eu quase bufo com seu prêmio de consolação. Babaca!

Me levanto e arrumo a minha saia.

Posso sentir seus olhos em cima de mim, mas, antes que tenhamos
tempo de falar alguma coisa, há batidas na porta e em seguida Mel e Liam
escorregam para dentro.

― Pai! ― Chay grita e se levanta, correndo em direção ao pai. ― Nós vimos


sequestrar você.

Liam o levanta acima da cabeça, enquanto o moleque se desmancha em


risos.

― Eu fiquei sabendo, filhão. ― Liam diz, beijando-o na cabeça e o


colocando em seus pés, de novo. ― Vamos? Sou todo seu e de sua mãe. ― pisca
para Chay.

Deus, o homem é doce e bonito demais para seu próprio bem.

Eles se despedem a seguir. Liam lança um olhar significativo para o


parceiro e minha irmã me abraça, com um alerta em seus olhos.

Eu sorrio, tranquilizando-a.
O silêncio se abate sobre a sala e eu me viro para tomar distância de
Elijah, quando seu braço enrola na minha cintura, me puxando bruscamente
para ele. Então, antes que eu possa sequer pensar, sua boca faminta está na
minha, tomando, devastando sem pedir licença.

Como se tivesse todo o direito de fazer isso.

Como se fosse meu dono.

Eu gemo, impotente, deixando-o chupar minha língua com sua fome


peculiar. Ele levanta minha bunda, me forçando a enrolar minhas pernas em
sua cintura. Um rosnado animalesco deixa sua boca quando meu centro entra
em contato com seu pau duro.

― Porra, eu quero você! ― ele rosna contra a minha boca, puxando meu
lábio inferior entre os dentes, que chega a doer.

O homem é um animal no sexo e isso me enlouquece. Nunca pensei que


fosse gostar tanto de sexo duro, selvagem. Nunca fui fã das coisas mornas,
mas, Elijah, oh, cara... Não há nada que se compare a ele.

Suas mãos agarram a minha bunda com força e mói seu pau em mim.

― Não podemos aqui... ― mio e ele ri maldosamente, seus olhos


zombadores encontrando os meus me lembrando do que o deixei fazer comigo
ontem.

― Sim, nós podemos, querida. ― ele chupa meu pescoço e eu gemo alto.
― Vou te comer aqui, só não vai ser hoje.

O quê!? Por que não?

Ele sorri mais ao ver meu desapontamento.


― Baby, eu preciso de você na minha cama hoje. ― sua voz abaixa, toda
sedutora e sua boca desce, pela clavícula e chupa meu seio por cima da blusa
de seda.

― Deus do céu... ― choramingo. Ele morde meu mamilo e mói


cruelmente. Estou arquejando quase gozando, quando o idiota para tudo e me
coloca no chão. ― Seu filho da puta! ― rosno, com voz entrecortada.

Ele sorri e dá um tapa na minha bunda.

― Vamos, arrume suas coisas, pequena fada. ― ando para a mesa,


pisando duro, indignada pelo orgasmo negado.

Eu quero ir. Deus, eu quero demais, mas, me forço a adquirir um pouco


do controle, que dei à ele de volta. Preciso parar de ser tão patética.

― Ah, sinto muito, mas, já marquei algo com as meninas do meu


departamento. ― é uma mentira total, que pretendo corrigir assim que ele sair
da minha sala. Preciso de um tempo longe dele, dessa intensidade toda que me
faz sentir e, principalmente, de sua atitude cafajeste de quem só pensa em sexo
casual. ― Vamos sair depois do expediente. Um bar ou algo assim. ― ele
semicerra os olhos me analisando, buscando algum indício de que estou
blefando.

Eu seguro minha expressão neutra com muito esforço. Ele acena e curva
os lábios em um sorriso diabólico.

Merda, ele sabe que estou inventando desculpas.

Ele vem para mim devagar, parando bem próximo de novo.

― Me ligue depois que estiver em casa, então. Mat irá buscá-la. ―


murmura.
Sua mão acariciando a minha cintura, o polegar brincando na lateral do
meu seio esquerdo. Gemo baixinho. Seu sorriso amplia e os olhos verdes
prendem os meus, enquanto sua boca desce para a minha muito lentamente.
Seus lábios forçam os meus a se separar, sua língua invade a minha boca com
fome erótica e eu estou perdida outra vez, em seu feitiço do caralho. O abraço e
puxo pelo pescoço. Ele rosna baixo, colando seu corpo Ao meu, me prendendo
contra a mesa. Uma das mãos aperta a minha bunda e desce pela coxa,
cravando os dedos com força, se infiltra pela saia. Abro mais as pernas, mesmo
sabendo que sou uma vadia fácil para ele. Sem rodeios afasta a minha calcinha
e mete os dois dedos grossos dentro.

― Puta merda! ― eu grito e ele chupa a minha língua de novo, enquanto


me come com os dedos, seu polegar massageando meu clitóris freneticamente.

Não demora muito estou quebrando e gozando escandalosamente. Ele


bebendo furiosamente meus gemidos. Puxa sua boca da minha e me crava com
seus olhos verdes, completamente dilatados.

― Isso, cachorra, é para você não se esquecer de quem é essa boceta,


enquanto estiver fora. ― ele rosna, ajeita seu pau nas calças e pisa duro, para
fora da sala, me deixando ainda trêmula e ofegante do gozo.

Que filho da puta arrogante e... Gostoso!

***

Trinta minutos mais tarde, eu e duas garotas, do meu departamento,


estamos em um bar há dois quarteirões da gravadora, bebericando nossas
margaritas e ganhando algumas calorias extras, com uma porção gigante de
batatas fritas. Pedi quadradinhos de tofu para aliviar um pouco minha
consciência.

Ok, eu sou doida assim mesmo. Não tentem me compreender. Às vezes


nem eu mesma me entendo.

Como por exemplo: como aceitei ser a amiguinha de foda de Elijah?

Bufo mentalmente. Amiga, é forçar muito. Ele é a porra de um enigma


para mim. Mas, o mais deprimente é que mesmo sabendo que me apaixonar
por ele é pedir por um coração partido, não posso me parar. Trágico.

As mulheres são mesmo criaturas influenciáveis, quando tem orgasmos


delirantes na equação. Me sinto como um cara nesse momento, pensando
unicamente como a minha vagina.

Não posso negar isso, o vira-lata faz um bem danado para ela...

Rita, uma loira baixinha e Vera, uma ruiva meio rechonchuda, me


contam suas desventuras com o sexo masculino.

O namorado de Rita a trocou pela sua colega de quarto. Tadinha, ela os


pegou fodendo sobre a sua cama.

Meu sangue ferve ao ouvir esse tipo coisa. Eu mataria os dois estando no
lugar dela.

Já o ex marido de Vera comeu a sua própria irmã.

Sério, por que eles têm que ser criaturas tão abomináveis? Tão escrotos?
Odeio todos eles!

Meu cérebro já está meio embaralhado porque tenho bebido rápido.


Ainda bem que estamos em um desses bares que oferecem motoristas, para os
clientes que resolvem enfiar o pé na jaca. Totalmente o meu caso esta noite. Eu
não vou para o guitarrista galinha hoje! Não vou!

― Mais um, querido, por favor. ― eu digo batendo os cílios para o nosso
garçom. Ele me pisca um sorriso cheio de dentes. Eu amo um bom flerte. Isso
levanta a moral de uma garota. ― Esses são como orgasmos em copos, devo
dizer. ― digo eufórica, não totalmente embriagada, mas, bem tonta.

Sou bem resistente ao álcool. Bebo desde os dezesseis, escondida do meu


pai, claro. Eu e minhas novas amigas bebemos pra valer nos minutos
seguintes. Gostei delas. Odeio mulheres frescas que não podem beber por
causa do decoro social.

Ah, por favor, meninas, estamos em pleno século vinte e um! Os sutiãs já
foram queimados. Vamos queimar a porra das calcinhas agora! Uhuuul!

Hum, eu acho que agora estou embriagada. Eu gargalho de uma piada


sem graça de Rita.

― Ei, linda. Mas, um drink saindo! ― a voz profunda e deliciosa do


garçom me faz sorrir. Ele tira meus cabelos dos ombros, mas, no segundo
seguinte, ele está sendo arrancado de perto de mim.

― Tire as mãos de cima dela, seu filho da puta! ― OMG! Essa voz... Eu
me viro rápido na cadeira, e quase caio pela tontura. ― Cai fora, ou eu vou
quebrar seus malditos dedos, um por um, otário! ― Elijah rosna na cara do
garçom que parece prestes a fazer xixi nas calças.

Ai, tadinho. Mesmo com pena do rapaz, eu não consigo conter um sorriso
bêbado. Elijah larga o cara e seus olhos furiosos encontram os meus. Uau! Ele
fica tão quente zangado. Deus, essa cara de mau...
― Garota, você se deu bem, hein? ― Rita, a mais sóbria de nós, cochicha
no meu ouvido. Elijah vem para perto, com sua postura ameaçadora. ― Ui,
nosso rock star parece zangado.

― O que pensa que está fagendo? ― minha língua está um pouco


enrolada. Merda.

Ele rosna e me puxa da cadeira, me jogando por cima do ombro, como


um maldito saco de batatas.

― Você e sua bunda bêbada estão indo para casa, porra! ― range,
passando pelo meio do bar lotado.

Há gritos e assovios de encorajamento para ele, enquanto esperneio e


esmurro suas costas.

― Eu não vou com você, seu iziota! ― grito. Um tapa duro cai na minha
bunda. ― Porra!

Saímos para o ar frio da noite e flashes espocam em cima de nós.

Merda! Paparazzi.

― Eli, vocês estão assumindo, finalmente o relacionamento?

Porque estou de cabeça para baixo não vejo quem perguntou, mas, é voz
de homem.

― Não, porra! Não estamos assumindo porra nenhuma! ― Elijah rosna


me levando para o Range Rover.

Flashes e mais flashes.

― Ora, vamos, Eli. ― o cara insiste. ― Tenho fotos de vocês deixando um


clube de sexo. Vocês...
― Você, porra, não ouse publicar essa merda, ou vou acabar com você,
entendeu, caralho? ― Elijah, abre a porta do carro e me joga dentro
grosseiramente.

― Imbecil! ― ranjo, me ajeitando no assento. Ele vem para dentro.

― Sara? Vocês estão juntos, linda?

Eu aceno para os paparazzi e sorrio bobamente.

― Vão se foder, porra! ― Elijah fecha a porta com força, estremecendo o


carro.

― Para onde penxa que está me levando, seu toroglodita? ― merda. Não
consigo articular nada direito nesse momento. Ouço uma risada baixa e olho
para Mat à frente na direção. ― ei, Matttt! ― digo empolgada.

Elijah ruge e vem para o meu lado no assento. Tira uma garrafa de água
não sei de onde e me dá.

― Tome cada gota do caralho, porra! ― ele parece muito puto. Por quê?

Eu tomo o líquido e meu estômago embrulha. Porra. Eu nunca mais vou


beber.

― Eu quero ir parra o meu apartamento. ― me rebelo.

― O inferno que você vai! ― rosna no meu ouvido. ― Vou te levar para a
minha casa. Lá, vou bater nessa sua bunda até te deixar sóbria e então, vou te
comer até amanhã de manhã, sua cachorra atrevida.

Oh, cara...

CAPÍTULO DEZ
Sara

Eu rolo em lençóis muito macios. Gemo, sentindo a bateria da


Mangueira[19] toda dentro da minha cabeça. Puta merda.

Quando tento abrir os olhos, a luz me deixa cega. Porra.

Minha cabeça dói pra caramba.

Imagens embaralhadas surgem na minha cabeça. Eu com Rita e Vera no


bar, bebendo como se não houvesse amanhã. Elijah chegando e me arrastando
como um maldito homem das cavernas, todo mau e gostoso.

Ouço o barulho de um chuveiro ligado. Me arrasto pela cama numa


posição sentada e forço meus olhos abertos. Um sorriso se abre na minha
boca. Estou na casa dele, em seu quarto. O idiota afastou as cortinas para
fazer minha ressaca mais miserável? Vira-lata.

Bufo e meus olhos caem para uma bandeja sobre o criado-mudo. Há dois
comprimidos e um copo de suco de laranja. Não tão idiota, corrijo. Ok, isso foi
doce. Pego os comprimidos, jogando-os na boca. Tomo grandes goles do suco,
minha garganta seca agradecendo pelo líquido frio. Fecho os olhos por um
momento e recosto a cabeça nos travesseiros.

A porta do banheiro se abrindo me tem alerta.

Elijah sai nu em toda a sua glória, se enxugando com uma toalha


branca. Meus olhos correm gananciosos pela pele bronzeada. Pernas longas,
musculosas. Lambo os lábios, desejando lamber as gotículas escorrendo nele.
Meus olhos focam seu pau longo e grosso, pendendo para baixo.

Uau. Mesmo dormindo a coisa é enorme.

Subo pelo abdome trincado, peitoral amplo, queixo quadrado, insolente,


a boca carnuda. Eu gemo.

Ele sorri, os lábios espalhando lentamente. Meus olhos encontram os


seus. Há diversão lá. Ele pisca do seu jeito perverso e meus seios arrepiam.
Junto as pernas para conter a excitação crescente.

― Bom dia, pequena fada. ― murmura, seu olhar zombando da minha


reação à sua nudez. Ele levanta a toalha enxugando os cabelos, os olhos presos
aos meus. Lindo, porra. Lindo demais. ― Como se sente esta manhã, baby? ―
pergunta com um tom condescendente, sabendo que estou péssima.

― Péssima. ― resmungo. ― Oh, Deus... ― eu gemo ― Eu disse muita


asneira?

Ele sorri perversamente.

― Algum discurso feminista sobre queimar sutiãs e calcinhas. ― os olhos


verdes sorriem de mim. ― Sou totalmente a favor, só para constar.

― Idiota. ― resmungo. Ele sorri baixinho e vai para o closet me brindando


com a visão da sua linda bunda. ― Convencido. ― atiro.

Ouço sua gargalhada no outro ambiente.

Me levanto da cama e vou para o banheiro. Regulo o chuveiro na água


fria e entro debaixo do jato, deixando a água aliviar minha cabeça.

Deus, isso é bom!


Lavo meus cabelos com o shampoo de Elijah. Escovo os dentes com a
escova que usei da primeira vez que estive aqui. Penteio meus cabelos, me
enrolo em uma toalha e saio me sentindo gente de novo.

Sim, nunca mais vou beber.

As cortinas estão fechadas, quando entro no quarto.

Elijah está todo vestido de short jeans e camiseta branca dos Ramones.

Eu o olho e sorrio, deixando a toalha escorregar para o chão. Um sorriso


brinca em sua boca e ele levanta uma sobrancelha pervertida, enquanto seus
olhos percorrem meu corpo nu.

― Minhas roupas? ― coloco as mãos na cintura petulantemente.

― Você fica melhor sem elas, baby. ― ele anda devagar para mim. ―
Muito melhor. ― sussurra, tocando um seio quando para à minha frente. ―
Linda, porra! ― se inclina e toma o mamilo na boca, chupando-o, rolando a
língua.

― Elijah... ― coaxo em lamento, minhas mãos enfiando em seu cabelo,


loiro escuro.

― Ainda estou tão puto com você, Sara. ― ele rosna contra a minha carne
e morde meu mamilo. Grito. Ele o lambe delicadamente em seguida e eu
derreto em uma poça. ― Se vista, minha cachorra gostosa. ― dá um tapa leve
na minha bunda. ― Vamos descer e tomar café.

― Você está me punindo por ontem? Você disse que ia... Droga! ―
resmungo.

Ele sorri, algo mau brilhando em seus olhos e se afasta.


― Ah, então, você se lembra do que prometi, não é? ― rosna. ― Não se
esqueça disso da próxima vez que resolver se embebedar por aí. ― seus olhos
fervem com algo primitivo. ― Você deixou aquele garçom de merda tocar em
você, porra! Você queria foder com ele?

Uau! Ele está assim porque estava com ciúmes de mim?

― O quê? Não! Claro que não. ― nego, segurando a todo custo a vontade
de sorrir e fazer uma dancinha da vitória. Ele está com ciúme de mim. Suspiro.
― Certo, foi um movimento de merda. Eu não devia ter me empolgado tanto.

Ele acena, olha o meu corpo mais uma vez e cerra os dentes.

― Se vista, porra. Eu não vou foder você agora.

― Eli... ― ronrono, me aproximando.

Ele se afasta e se deita na cama, colocando os braços embaixo da cabeça.

― Seu castigo será ficar o dia todo querendo o meu pau, como me fez
ficar ontem, doido pela sua boceta e o que você fez? ― range. ― Você me deixou
esperando como um maldito idiota.

Hum, é disso que se trata. O ego do sr. Foda casual foi arranhado.

― Eu não disse que viria para cá, ontem. ― me defendo indo finalmente
para minhas roupas, que estão sobre o braço de uma poltrona,
cuidadosamente dobradas.

Ele bufa.

― Você é minha e eu sou seu, porra. ― rosna e isso me faz olhar rápido
em sua direção. ― Enquanto estivermos fodendo, você vem quando eu quiser,
Sara. Se você não vier por vontade própria, vou te arrastar como fiz ontem. Fui
claro?
Merda. Por que acho totalmente quente essa veia possessiva e truculenta
dele? Eu acho que fui mulher de bandido em outra encarnação. Só isso explica
minha atração por esse garoto mau.

― Sim, senhor. ― o provoco, me abaixando para puxar a calcinha. Olho-o


por cima do ombro e seus olhos estão flamejando na minha bunda.

Sorrio docemente.

― Cachorra... ― ele assobia. ― Quando eu te pegar hoje à noite...

― Ah, então, vamos ter sexo hoje à noite? ― pergunto inocentemente,


virando-me para ele de frente e visto a saia bem devagar.

Ele ajeita sua ereção embaixo da bermuda e sorri maldosamente para


mim.

― Muito sexo, querida. A porra da noite toda. ― range e se levanta.

Termino de me vestir mais rápido agora que ele já me mostrou que não
há chances de seduzi-lo no momento. Droga.

***

Tomamos café com sua mãe e avó. E sim, elas me cercaram com
perguntas desconcertantes.

Elijah, por sua vez, só ficou sorrindo como o vira-lata que é, divertindo-
se com a saraivada que as duas mulheres jogaram sobre mim. Mas, devo dizer
que gosto delas.
Elijah anunciou que iria me levar em casa. Quando nos despedimos,
Gina nos levou à porta. Ela sussurrou algo no ouvido de Elijah que o fez rosnar
de volta. É engraçado vê-lo às voltas com a sua avó. Ele segurou minha mão e
me levou para a garagem. Minha boca caiu aberta, quando vi tantos carros
juntos.

E não vamos esquecer as motos. Ele tem três.

Meu nível de excitação subiu quando largou minha mão e foi em direção
às jaquetas de couro. Eu babei vendo-o vestir a sua. Pegou outra e veio em
minha direção.

― Eu estou de saia, Elijah. ― digo covardemente. Minha nossa, eu nunca


andei em motos assim. Já andei em algumas, quando era adolescente, mas,
não numa dessas. Elijah me ignora e me veste a jaqueta enorme, sou engolfada
pelo cheiro do couro e de seu dono. Quase gemo em deleite. Ele ajeita meus
cabelos, puxando-os de debaixo da gola. Não seguro o gemido dessa vez. Seus
olhos dançam com humor malvado. Adorando me ver salivando por ele. Anda a
frente das motos, pegando dois capacetes.

― Vem, baby. ― chama, parando do lado de uma Harley. Acho que essa é
a sua preferida. A vejo regularmente no estacionamento da gravadora. ― Venha
conhecer a minha garota preferida. ― seu sorriso cresce provocador. Eu me
aproximo, fascinada pela máquina potente e deslizo a mão sobre o tanque, e
assento de couro.

― É linda, Eli. ― murmuro.

― Sim, linda pra caralho! ― sua voz é rouca, baixa e eu levanto os olhos
para os seus. Ele está olhando para mim. ― Pandora, essa é Sara, minha
pequena tempestade. ― Meu coração canta e amolece todo com seu tom e a
forma como está me olhando. Então, me dou conta de que ele chamou a moto
por um nome. Sorrio, meneando a cabeça.
― Pandora, hein? ― ele abre um sorriso lindo, de menino orgulhoso do
seu brinquedo. ― Ei, Pandora. Prazer em conhecê-la. ― murmuro e seu sorriso
cresce. ― Não precisa ficar com ciúme. Prometo não roubar o seu garoto mau.

Ele gargalha, os olhos tão brilhantes, que meu coração dói com a visão.

― Garoto mau, hein? ― repete; malícia vibrando em seu tom. Ele coloca o
seu capacete e em seguida o meu, ajustando-o com cuidado. Acomoda-se sobre
a máquina. Estou tão excitada com o passeio. ― Monte, Sara. ― Senhor, a
forma autoritária e sexy como ele diz a palavra monte, me faz molhar, eu juro.
Eu subo atrás dele e imediatamente aperto os braços ao seu redor. Ele sorri
presunçoso. Babaca. ― Esse será um passeio que você não vai esquecer,
pequena fada. ― diz enigmaticamente e liga o motor potente. Oh, cara, minha
vagina treme sobre o couro. Eu me ajeito melhor e ele sorri outra vez,
obviamente sentindo minha excitação. ― Pronta, baby? ― pergunta e eu aceno.

A porta automática da garagem se abre e Mat surge não sei de onde.

Caramba, o homem é muito esquivo.

Ele grita: barra limpa.

Sem paparazzi, suponho.

Eu e meu guitarrista fodão saímos para o asfalto. Meu sorriso escancara


à medida que Elijah acelera. Logo, entramos na rodovia, o mar azul lá embaixo,
do nosso lado direito. Eu me perco nesse cenário. O vento batendo em nós.
Agarro-me mais à ele e encosto o rosto em suas costas, inspirando seu cheiro.

Ele não me levou para casa como pensei. Passamos o dia rodando em
praias e mirantes. Compramos nosso almoço em um quiosque em Santa
Monica Beach e o comemos sentados em um deque, afastado da agitação. Ele
trouxe bonés de beisebol e nos disfarçamos precariamente, para evitar que
fosse reconhecido. Até nos arriscamos no Pacific Park. Mas, nossa excursão
teve que ser interrompida quando uma fã o reconheceu e em instantes,
estávamos cercados.

Corremos para a moto e pegamos o caminho de volta.

A vista do horizonte com o sol sendo engolido pelo oceano me fez sonhar
que isso fosse real. Fez-me desejar que esse dia não acabasse nunca, só para
tê-lo assim, ao alcance dos meus braços o tempo todo.

De repente ele diminui a velocidade e puxa para uma estrada de terra.

Há um mirante à nossa frente. O sol está quase todo imerso agora. Os


raios laranja banhando o horizonte e eu nunca vi nada mais bonito.

Elijah atravessa a passarela de madeira e desliga a moto bem perto do


parapeito. Permanecemos sentados observando o espetáculo do sol. Há
embarcações ao longe, tremulando no oceano.

― Lindo, pra caralho, não é?! ― ele murmura, retirando seu capacete e
correndo as mãos pelos cabelos. Eu faço o mesmo.

― Estupendo! ― concordo.

― Vem, vamos esticar as pernas um pouco. ― ele desce o pé da moto e a


estabiliza. Eu desço e me estico, gemendo no processo. Minha bunda está
dormente.

Ele coloca nossos capacetes no chão de madeira e se alonga também.


Seus olhos estão lindos refletindo os últimos raios de sol. Ele se vira e me pega
comendo-o sem cerimônias. Os olhos verdes fervem nos meus.

― Venha aqui, pequena tempestade. ― sua voz é muito rouca, rude até.
Eu vou. Vou porque estou morrendo pelo seu toque. Ele não me tocou o dia
inteiro, como parte do seu castigo ridículo. ― Jesus, tem ideia do quanto está
linda agora? ― sussurra, enrolando seus braços em minha cintura e eu gemo
miseravelmente. ― Você me deixou louco o dia inteiro. ― diz, descendo as mãos
para a minha bunda, amassando a carne. ― Meu pau esteve duro a porra do
dia inteiro, Sara. Parece uma eternidade do caralho desde que eu comi você. ―
ele me levanta pela bunda e eu me enrolo nele automaticamente. ― Vou meter
bem fundo e gostoso na minha cachorra. Agora.

Eu choramingo, mas, meus olhos vão preocupados para a pista que,


hora ou outra, aparece os faróis de um carro.

― Elijah... ― eu gemo. ― podemos ser vistos...

― Não. ― ele chupa meu lábio inferior. ― Os faróis não refletem


diretamente em nós. ― diz me colocando sobre a moto. Ele mói direto no meu
centro e eu ofego. ― Vou comer você, Sara. Você sabe que não pode fazer nada
para me parar. ― rosna e suas mãos retiram a jaqueta, jogando-a no chão. Em
seguida a sua. Ele é ágil abrindo os botões da minha blusa de seda. O sutiã é o
próximo. O fecho é frontal, então ficou muito fácil.

Ele geme enchendo as mãos em meus seios e eu arqueio as costas,


oferecendo-me, rendida. Seus dedos puxam os mamilos, rolando-os quase
dolorosamente. Minha calcinha é uma confusão encharcada agora.

Elijah continua moendo e torturando meus mamilos, enquanto me


observa de perto. Gosta de ver o quanto sou louca por ele. Então, me beija com
fome selvagem e uma das mãos desce entre as minhas pernas, provocando-me
por cima da calcinha.

― Porra, baby, toda molhadinha para mim. ― rosna, escorregando dois


dedos dentro do cós.

― Oh, meu Deus... ― eu choramingo em sua boca. ― Você me deixa tão


louca de tesão... Tão louca...

Ele sorri e retira os dedos, chupando-os depois.


Em tempo recorde ele abre o seu zíper, tirando o pau duro e quente para
fora. Afasta a minha calcinha para o lado e está cutucando a minha entrada
um instante depois. Suas mãos puxam-me pela bunda e ele se enfia em mim
numa estocada só. Perco o fôlego me agarrando em seus ombros, mordendo
meu lábio tão forte, que sinto o gosto metálico de sangue.

― Jesus! ― ele assobia. ― Nunca me canso disso, porra! Você é gostosa


demais. ― rosna e passa a me foder com força, metendo tudo, fundo.

Estremeço, tomando suas estocadas furiosas, perdida nesse homem


lindo e viril, que me priva de todos os sentidos e o bom senso.

Ele toma a minha boca em outro beijo sedento, sua língua lambendo a
minha e fodemos esfomeados um pelo outro.

Eu nunca vou me cansar disso também, baby. Quero dizer, mas, meu
medo não me deixa verbalizar as palavras. Ele puxa para fora depois de um
tempo e me gira de barriga no couro da moto.

― Empine essa bundinha para mim, minha cachorra. Eu quero gozar


nesse cuzinho gostoso. ― gemo e faço o que me pede. Ele rasga a minha
calcinha e em seguida mete em minha vulva de novo. O sinto cuspir no meu
buraco e manipular com o polegar. Me agarro na moto com força, enquanto ele
me come assim. Seu polegar é substituído por dois dedos e eu rebolo,
deixando-o me foder nos dois orifícios.

― Eli... Oh, Deus... ― choro, meu corpo estremecendo, se preparando


para o orgasmo.

Minhas entranhas retorcem de prazer. Fogo se espalhando em meu


ventre, enquanto ele bombeia em mim duramente. Sai bruscamente da minha
vagina e eu lamento. Com um sorriso malvado ele encaixa a cabeça gorda no
meu ânus e vai metendo devagar. Suas mãos estão firmemente cravadas em
meus quadris não me deixando escapatória a não ser, tomar cada polegada
dele. Ele faz um vai e vem gostoso e eu relaxo como me ensinou. Uma das
mãos vai por baixo para o meu clitóris e o belisca suavemente. Gemo alto e ele
se enterra até o fundo, lágrimas pulando dos meus olhos com a dor misturada
ao prazer. ― Porra...

― Isso, minha menina suja. Toma o meu pau. ― rosna, puxando tudo e
afundando até o punho de novo. ― Porra, a melhor, baby. ― passa a me comer
com vigor agora. ― Deliciosa do caralho! ― range me fodendo sem piedade.
Estamos ofegantes. Estou quase gozando. Deus, que gostoso! Eu gemo sem
controle e ele puxa para fora outra vez me fazendo choramingar. Ele sorri,
ofegante. ― Monte na moto, minha cachorra. Quero montar minhas duas
garotas preferidas de uma vez só. ― diz, já me suspendendo e colocando
escarranchada sobre o couro com a pernas trêmulas. Ele sobe por trás. ―
Levante esse rabo lindo, minha putinha. ― rosna, se alinhando na minha
bunda e escorrega para dentro outra vez. Eu grito porque nessa posição ele
entra muito mais fundo. ― Sara! Estou tão viciado nesse rabo, porra... Sara...
― geme na minha orelha, chupando e mordendo o lóbulo.

Suas mãos passeiam pelos meus seios, ventre e chegam ao clitóris,


massageando-o suavemente, enquanto mete em mim com força. Eu resfolego,
meu corpo pronto, mais uma vez e ele dá um tapa no meu brotinho
necessitado. Eu grito, gozando loucamente, berrando o seu nome, dizendo o
quanto sou louca por ele. Elijah me debruça sobre o tanque e puxa meus
ombros alavancando suas arremetidas cada vez mais bruscas e profundas.
Estou mole, quase desfalecida com ele em cima de mim, metendo sem trégua.
Então, geme meu nome e goza com um rugido animalesco, ecoando na noite.
Jatos e jatos de sêmen quente inundam meu canal castigado. Eu arquejo
embaixo dele, amando cada momento do seu tratamento áspero, cada gemido
que sai da sua boca, a forma como goza, quase com desespero dentro de mim,
e neste momento, eu sei.

Eu amo este homem.


Oh, meu Deus! Eu me apaixonei por ele!

Lágrimas turvam a minha visão, com essa descoberta e meu peito dói
sem saber, o que o futuro me reserva.

Eu o amo. Eu amo Elijah.

Fecho os olhos abalada, sensível demais.

O que vou fazer quando ele me deixar?

Um soluço me escapa.

Eu te amo. Repito em minha mente, enquanto lágrimas silenciosas


banham as minhas faces.

Eu te amo. Por favor, não me deixe.

Elijah

Eu a banho com cuidado e delicadeza.

Ela está quieta desde a nossa foda intensa em cima de Pandora.

A ouvi chorando e me preocupei, perguntando se a tinha machucado.


Negou, dizendo-me que foi intenso demais. Sim, porra, sempre é intenso
demais com a gente. Às vezes me perco tão completamente em seu gosto, seu
cheiro, que eu só quero entrar cada vez mais profundo nela. Estar onde
nenhum outro esteve.

Jesus, o que é essa porra viciante? O que há sobre essa mulher que me
tira do equilíbrio?
Estou perdendo a mente pensando nela. Fazendo coisas que nunca fiz
com outras. Nosso passeio de hoje, por exemplo. Nunca tive uma garota que
não fosse da família na traseira de Pandora. Nas outras motos sim, mas, não
em Pandora. Ela é a minha preferida.

Assim como Sara.

Uma voz traiçoeira sussurra no meu cérebro.

― Você vai ficar? ― pergunta-me enquanto a enxugo.

Eu a trouxe para seu apartamento. Ela precisava de roupas limpas. A


visto com a camiseta velha da banda, que já estou me acostumando a ver nela.

É incompreensível como isso me excita mais do que camisolas


transparentes.

Estou definitivamente fodido. Zombo de mim mesmo.

― Sim. ― respondo conciso para evitar dizer: sim, baby, eu vou ficar,
porque não consigo mais dormir sem o calor do seu corpo junto ao meu.

Ugh! Mais veadinho impossível.

***

Uma semana depois, desembarcamos no Havaí para as gravações do clip.

Sara veio comigo no meu jato.

Na verdade, não nos desgrudamos nessa semana. As coisas ficaram


ainda mais intensas entre nós. Nenhum de nós fala sobre isso, mas, sabemos
que essa porra está nos consumindo cada vez mais.
Os caras também vieram com suas meninas. Estamos aproveitando os
dois dias para curtir um pouco.

Filmamos o pedido de casamento surpresa, da ficção ontem. O cara fez


uma cena do caralho com velas espalhadas, pela areia da praia em um jantar
romântico.

Sara se emocionou de verdade quando caí sobre o joelho direito e puxei o


anel do meu bolso. Houve aplausos quando ela disse sim e eu a tomei nos
braços, beijando-a e rodopiando com ela.

Meus pensamentos são sacudidos quando olho para Sara sendo


arrumada pela equipe para a última cena.

Ela está linda numa saia branca, estilo havaiana e um top pequeno.
Seus cabelos estão soltos como uma cortina negra, descendo pelas costas
esguias. A moça arruma uma coroa de flores sobre sua cabeça. Ela parece
absorta em seus próprios pensamentos. Linda.

Me encaminho para o altar montado na areia. Os figurantes estão todos


em suas cadeiras. Meus parceiros estão de cada lado do altar, com sorrisos de
merda em seus rostos.

― Melhore essa cara, seu bastardo. É só encenação. ― Collin me alfineta,


assim que me posto em meu lugar. ― Você não está indo para a forca.

― Ainda... ― Liam completa. Eu rosno.

O ator que está fazendo o reverendo sorri simpático para mim, do outro
lado do arco de flores.

Irresistível começa a tocar e há o rumor dos figurantes indicando que a


noiva está vindo.
Eu me viro e perco a porra do fôlego com a visão dela. Gemo baixinho,
ouvindo as risadas baixas dos cães sarnentos outra vez. Linda é pouco para
defini-la nesse momento.

Ela anda compassadamente, segurando o pequeno buquê de rosas


vermelhas, à sua frente. Meus olhos a percorrem famintos. Minha boca saliva
me detendo na barriguinha lisa, a cinturinha estreita. Fico hipnotizado pelo
suave balançar dos quadris no traje típico.

Nossos olhares se encontram e meu peito sofre um pequeno baque ao ver


os olhos marrons marejados. Ela abre um sorriso trêmulo, quando lhe ofereço
a mão.

Ela está tremendo, a mão suada e fria. Eu não sabia que era tímida.

Sorrio-lhe, encorajando-a e nos viro para o reverendo.

Ouvimos todo o discurso sobre amar, respeitar e ser fiel até que a morte
nos separe.

Estou suando frio nessa parte. Quando trocamos as alianças, nossas


mãos estão levemente trêmulas.

Finalmente chegamos à parte que particularmente estive esperando:

― Pode beijar a noiva!

A puxo pela cintura e ela apoia as mãos, ainda trêmulas, sobre o meu
peito nu.

Lágrimas descem pelas suas faces afogueadas. Eu entro totalmente no


personagem e as beijo antes de limpá-las. Ela sorri, arfando levemente. A
aconchego mais perto e prendo seu olhar, enquanto minha boca desce para a
sua devagar.
Aplausos enchem a praia quando nos beijamos.

Apenas um leve roçar de lábios no começo. Eu rosno e enfio uma mão


em seus cabelos arqueando sua cabeça e como sua boca, chupando sua
língua, esquecendo completamente a porra do beijo técnico.

Expressões de Ah! Oh! e uau! Soam, mas, não paramos.

Ela geme baixinho, me permitindo foder sua boca diante de todos.

― Corta!

― Corta!

― Corta!

O diretor repete à exaustão, mas, apenas sorrimos e continuamos a nos


devorar. A puxo pela bunda e ela se enrola na minha cintura. Mais aplausos,
assovios e vaias.

Finalmente separo nossas bocas.

Rimos mais, respirando pesadamente ainda bem próximos.

― Linda... ― sussurro, beijando-a de leve.

― Isso não estava no script, garoto da guitarra. ― murmura sorrindo,


chupando meu lábio inferior.

― Okay, esse final sussurrado ficou muito melhor! ― a voz divertida do


diretor encerra as gravações. ― Corta!

***
Eu olho Sara adormecida na cama. Ela desmaiou logo depois da segunda
rodada.

Fomos a um bar local com os caras e suas mulheres. Nos divertimos pra
valer. Não ficamos de agarramento em público, no entanto. Ainda estou
tentando protegê-la das especulações da mídia.

Ela parecia introspectiva em alguns momentos.

Quando chegamos ao resort, vim para o seu quarto e deixamos nosso


tesão, e necessidade um pelo outro, falar mais alto. Os lençóis estão
amassados, nossas roupas espalhadas pelo chão, tamanha a nossa selvageria e
loucura.

Vou até o frigobar e pego uma cerveja.

Meu celular toca sobre o criado-mudo. O pego saindo para a varanda de


frente para o mar. Acendo um cigarro, puxando uma tragada longa. O nome
piscando no visor não me surpreende: Nat.

A cadela tem me ligado com mais frequência nessa semana. Está


empolgada que está voltando da longa turnê que esteve assessorando. Acho
que foi efetivada com a banda, ainda com a turnê em curso. Ela sempre foi boa
em seu trabalho.

Nos dois trabalhos, rio sarcasticamente.

Porra, essa cadela sabe foder.

― Nat. ― atendo, sucintamente.

Sua voz é apenas um ronronar.

― Eli, baby... Adivinha quem está de volta à LA?

Cacete. Ela já está de volta?


Sinto que isso vai dar merda. A cadela vai pegar no meu pé.

― Quando chegou? ― indago, tomando um gole da minha Bud.

― Ontem... Mas, imagina o meu desapontamento, quando soube que está


no Havaí. ― lamenta e eu posso imaginar um biquinho sexy para acompanhar.

Bufo, puxando mais uma tragada.

― É, estávamos gravando o final do clip.

Há um silêncio a seguir.

― Por que está tão frio comigo? ― sua voz é pouco chorosa agora. Eu rolo
os olhos. Essa merda nunca funcionou comigo. Nem quando achei que tinha
sentimentos mais profundos por ela. ― É por causa daquela vadia da cunhada
do Liam?

Eu rosno, me enfurecendo pela forma como fala de Sara.

― É sério essa merda, Nat? Você não tem moral para falar qualquer coisa
de Sara. Porra! ― digo puto.

― Uau! Que defesa acalorada. ― ela diz em tom de deboche. Então,


suspira. ― Certo. Desculpe se eu ofendi seu novo brinquedinho. ― seu tom é
mais baixo, sedutor quando acrescenta: ― Liguei porque estou com saudades,
baby. Você sabe que somos mais do que bons juntos. Estou ansiosa para jogar
com você.

― Essa merda já acabou há algum tempo, Nat. ― digo mais brando. ―


Não vou mais foder você, se é por isso que tem me ligado...

Novo silêncio.

― Então, é mesmo verdade o que a mídia está especulando? Você está


mesmo com ela?
― Sim, eu estou com ela. ― digo e me arrependo imediatamente.

Merda! Ela pode confirmar isso na imprensa.

Não quero que Sara seja apontada como mais uma das minhas vadias.

Ela é algo mais.

Eu só não sei o que é isso ainda.

― Certo. ― ela suspira e muda o tom para sorrateiro outra vez. ― Mas,
ainda podemos ser amigos, não é? Não me diga que está tão preso, que não
pode ao menos jantar comigo, qualquer dia desses...

Puxo uma última tragada e esmago meu cigarro no chão.

― Eu não estou preso. ― bufo. ― Ainda vai nascer a mulher para me


prender, querida. ― digo arrogantemente.

Ela ensaia um sorriso sexy do outro lado.

― Bom, porque eu admito que estava começando a ficar assustada. ― diz


divertida.

― Olha, vamos marcar algo quando eu chegar, ok? ― ofereço mais para
me livrar da cadela, do que por desejo de vê-la. ― Preciso ir agora.

Desligo e tomo o resto da minha cerveja.

Quando me viro para entrar, levo a porra de um susto.

Sara está parada a poucos passos de mim.

Está enrolada no lençol branco e sua expressão me diz que ouviu minha
conversa. Porra!
― Sara... ― murmuro, me sentindo mal pra caralho ao ver algo parecido
com medo em seus olhos. ― Você ouviu isso?

― Sim. ― sussurra; seus olhos catalogando meu rosto à procura de algo,


que não sei o que é. ― Vai transar com aquela puta de novo? ― lança a
pergunta com desprezo.

― Não! Jesus, não. ― merda. Eu não sei por que estou me explicando.

Não fiz nada de errado, porra!

― Você conversa com ela com frequência? ― me interroga sem tirar os


olhos dos meus, como uma maldita policial de alfândega.

― Sim, temos conversado. ― admito e seu rosto cai visivelmente. ― Ela


me liga, não o contrário. ― sinto a necessidade de esclarecer. ― Ela não
significa mais nada para mim, Sara, se é isso que está pensando.

Um silêncio pesado se abate sobre nós.

― Você ainda sente tesão por ela? ― pergunta à queima roupa. Wow!

Ela não está para brincadeiras.

Tomo um longo suspiro e decido ser sincero. Eu não gosto de mentiras.

― Não vou negar que gostava de transar com ela, Sara. ― seus olhos
estão brilhantes agora. Ela pisca, mas, não desvia o olhar. Valente. Está linda,
toda empertigada com ciúme de mim. Eu geralmente odeio esse tipo de cena,
mas, com ela, Deus, com ela, nada mais é como antes. Parece que Sara pode
tudo. ― Nat é mundana, pervertida, sabe agradar um cara na cama. ― ela
suspira e começa a se virar para sair. ― Mas, eu não sinto mais nada por ela. ―
me apresso e a puxo pela cintura, girando-a em meus braços. ― Eu quero você.
― digo suave, aproximando nossos rostos, olhando-a bem dentro dos olhos.
Levo uma mão para seu rosto, acariciando a bela face e deslizo para sua nuca,
trazendo sua boca para a minha. ― Só você, pequena tempestade. ― sussurro
contra seus lábios. ― Sinto essa coisa louca e intensa com você. Nunca senti
nada assim com aquela cadela ou com nenhuma outra. Só com você. ― exala
baixinho e a desconfiança vai abandonando seu corpo.

Enlaça-me pelo pescoço, relaxando contra mim e tomo seus lábios num
beijo suave, provocando-a, mostrando o quanto a quero. Levantando-a nos
braços a levo para dentro.

Eu nunca fiz amor na minha vida pervertida, mas, o que passo a fazer
com ela, assim que a deposito na cama, chega bem perto disso.

Algo dentro de mim me impele a tomá-la com delicadeza, beijando cada


centímetro da sua linda pele. Entro nela devagar, centímetro a centímetro e nos
beijamos, olhando nos olhos um do outro, sabendo que só sentimos esse nível
de prazer um com o outro. Gozamos juntos, estremecendo numa intensidade
nova, tão arrasadora quanto o sexo duro de que tanto gostamos.

A aconchego em meu peito, bem perto.

Ela suspira e se enrola toda em meu corpo, como se quisesse se fundir a


mim.

― Durma baby. ― murmuro; me sentindo relaxado e feliz, como nunca


estive com outra mulher.

Sim, eu acho que Sara pode tudo.

CAPÍTULO ONZE
Elijah

Uma semana depois...

Eu termino de ajeitar a gravata borboleta e rosno para o meu reflexo no


espelho do closet. Detesto essas merdas de trajes de gala.

Pego a minha carteira e celular, enfiando-os no bolso interno do smoking


e deixo o meu quarto. Hoje é o baile anual da fundação.

O trabalho foi intenso nessas últimas semanas, mas, temos uma boa
equipe e Sara foi uma ótima adição. Ela é brilhante em seu trabalho. Me vejo
babando a cada sugestão inteligente que faz, tanto na fundação quanto na
gravadora.

O leilão com celebridades foi acertado e tenho certeza que vamos


arrecadar muito com ele. Além de artigos nossos - meu e dos caras - que serão
leiloados também e nos renderá alguns milhares de dólares.

Eu desço a última escada para o térreo e minha mãe e avó já estão lá,
paradas rente ao último degrau, com expressões ao mesmo tempo maliciosas e
sonhadoras em seus rostos.

Jesus, elas já vão começar com a torcida organizada do caralho. Elas


estão me lançando dicas, nada sutis ultimamente, de que devo oficializar as
coisas com Sara. Temos interagido muito em churrascos na casa do Stone e o
último foi aqui em casa. Dona Gina e dona Carol estão achando que só porque
Sara tem estado constantemente comigo, estou mudando meu estilo de vida.

Eu sei que a culpa é minha porque inferno, nós não nos desgrudamos
mais.
Sara parece ter me lançado um feitiço do caralho.

Ajo como um maldito adolescente descobrindo o sexo.

Estou louco de tesão naquela cachorra gostosa. Vivo em cima dela,


fodendo-a como se não houvesse mais nada no mundo. E Sara parece ter a
mesma fome por mim. É gostoso, absurdamente delicioso transar com ela, e
podem me chamar de covarde se quiserem, mas, estou evitando pensar na
evolução disso. Ela é diferente das outras, já aceitei isso.

Porém, eu não faço romance. Não vou pedi-la em namoro ou algo assim.
Contudo, não quero que termine tão cedo, uma vez que meu tesão por ela
inexplicavelmente, só tem aumentado. Eu quero e vou continuar tendo sexo
com ela, até toda essa loucura passar e podermos seguir nossos caminhos.

Podemos até ser amigos. É um plano simples. Ninguém sairá prejudicado


ou magoado no final. Somos adultos.

― Dê um beijo em Sara, querido. ― minha avó me diz, cravando seus


olhos castanhos nos meus, com uma mensagem implícita que parece dizer:
deixe de ser estúpido e a peça logo em namoro, menino!

― Eu darei, vovó. ― garanto, beijando-a na testa delicadamente.

― Querido, aquela garota gosta de você. Você poderia ao menos...

― Mãe! Já conversamos sobre isso. ― corto a minha mãe, meu tom não
dando margem para mais comentários. Ela aperta os lábios descontente,
enquanto a beijo na bochecha. ― Também gosto dela, mas, Sara e eu não
queremos nada sério. Estamos bem assim.

― Eu aposto que se pedisse, ela...


― Mãe... ― alerto-a, já me dirigindo para a porta. ― Somos adultos e
estamos bem assim. Será que dá para as duas ficarem longe das nossas
coisas?

― Querido, espero que não seja tarde demais, quando abrir finalmente,
esses lindos olhos verdes. ― minha avó ainda arrisca. Eu fecho a porta e
suspiro de alívio por deixá-las do lado de dentro.

Eu as amo, mas, quando cismam com algo não desistem facilmente.

Sei que ainda vou ouvir muito sobre esse assunto.

***

Cinquenta minutos depois a porta de Sara se abre e eu perco a porra da


minha fala, com a visão dela em um longo amarelo. Meu pau incha contra o
zíper, enquanto meu olhar faminto desce por toda ela.

Jesus, essa cor evidencia a pele morena e eu salivo para lambê-la,


chupá-la, marcá-la. O modelo é sem alças, juntando os peitinhos de uma forma
provocante, deixando-os mais volumosos e desce se moldando ao corpo esguio
com perfeição. Há uma fenda muito alta, deixando toda a coxa direita do lado
de fora.

Sorrio lentamente, fazendo o caminho de volta até encontrar seus olhos.

Ela está com aquela cara de cachorra safada e atrevida que me deixa
doido. Seus cabelos estão presos em um coque frouxo, expondo o pescoço
aristocrático. Sofisticada, sexy, linda.

Não consigo parar de olhá-la.


― Oi. ― ela ri provocante, apoiando uma mão no batente, fazendo uma
pose sexy, deixando a perna de fora da abertura. Porra, seus pés estão com
aquelas sandálias que a cadela usa só para me deixar duro o tempo todo. Filha
da puta. Rosno e seu sorriso amplia. ― Obrigada pelo vestido e... Ah, pelos
brincos. ― ela toca os brincos de diamantes amarelos, em suas delicadas
orelhas. Seu tom abaixa para um ronronar. ― Como posso retribuir tamanha
gentileza, garanhão? ― lambe os lábios pintados de vermelho, seus olhos me
mandando um convite desavergonhado.

Jesus, essa garota é o meu presente de Natal antecipado, do caralho.

Meu sorriso cresce e eu a puxo pela cintura, empurrando meu pau em


seu ventre.

― Vadia gostosa... Cachorra... ― ronrono, aproximando minha boca da


sua.

Seus olhos dilatam pelo meu palavreado chulo. Ficamos nos devorando
bem de perto. Jesus, sim, ela me lançou a porra de um feitiço, com certeza!

Eu gemo, mordiscando seu lábio inferior.

Eu amo a sensação do seu corpo macio e esguio contra o meu. Parece


que ela nasceu para estar aqui em meus braços.

― Você pode tirá-lo para mim mais tarde, baby. Mas, por enquanto, fique
de joelhos e chupe o meu pau. Só assim vou conseguir passar pelo evento, sem
te comer em um dos banheiros. ― eu digo asperamente.

― Cachorro... Vira-lata... ― ela ofega e suas mãos sobem para meus


ombros.

Vejo a aceitação em seu semblante e dou dois passos, fechando a porta


com o pé. Seu corpo desce serpenteando e seduzindo o meu, até ficar de
joelhos à minha frente. Suas mãos começam a trabalhar imediatamente na
minha braguilha. Quando liberta o meu pau, levanta os olhos marrons para os
meus e solto um rugido, quando sua boquinha quente suga a cabeça.

A imagem dos lábios vermelhos à minha volta é tão erótica que quase me
faz gozar desajeitadamente. Sua língua me lambe delicadamente.

Rosno, cravando as mãos em seu pescoço para não estragar seu


penteado. Ela geme alto e intensifica as lambidas e chupadas.

― Porra, minha cachorra... Que boca... ― eu me enfio ao máximo em sua


garganta e ela geme, aceitando tudo como a menina má que é. Chupando
ferozmente e raspando os dentes pelo meu eixo e piercing. Rosno alto,
enlouquecido pela forma, com me tem pronto para o lançamento, em apenas
míseros minutos. ― Eu vou gozar, Sara... Tome tudo, menina atrevida. ― gemo
rudemente e meu corpo arrepia quando gozo, despejando meu esperma em sua
garganta. ― Ohhhhhhhhhhh! ― eu olho sua boquinha linda sugando e
engolindo tudo. ― Toma tudo, putinha... Engole a minha porra, baby... ― ela
geme longamente, o som vibrando em minha carne e só então percebo uma das
mãos entre as suas pernas.

Porra, ela estava se tocando.

Ela está gozando e bebendo meu esperma.

Jesus, que descarada, safada, cachorra linda! Perfeita para mim!

Perfeita, porra!

Ela sorri languidamente e beija todo o meu pau, quando o limpa


completamente.

A pego pelos braços e a levanto.


Nossos olhares se encontram momentaneamente saciados. Sorrimos
maliciosamente um para o outro e mordiscamos nossos lábios, nos
provocando, brincando de gato e rato, até que seguro sua nuca e a forço abrir
os lábios, invadindo-a com a minha língua. Ela geme se colando à mim e
nossas bocas se devoram ansiosamente, como se não tivéssemos fodido hoje.

Na hora do almoço fui até a sua sala e a comi. Fodemos em cima de sua
mesa, contra a parede e encerramos sobre o carpete entre os sofás.

Todos estavam fora e eu levei comida chinesa para nós. Ela ficou
surpresa com minha gentileza, mas, a provoquei dizendo que só estava
interessado na sobremesa. Ela bufou, me chamou de vira-lata, mas, me deixou
devorá-la, fazer tudo o que quisesse com ela por um hora.

Gozamos muito, enlouquecendo, gemendo, agarrados um no outro e nos


beijando com uma fome que parece nunca ter fim.

― Deliciosa... ― sussurro, parando o beijo.

Ela sorri contra a minha boca e se afasta.

― Safado... Preciso me recompor. ― sai para o lavabo e eu me ajeito


dentro das calças, fechando o zíper. Meu olhar se mantendo colado no
balançar sedutor de seus quadris.

A parte de trás do vestido é de renda transparente até a parte baixa das


costas. Fiquei louco quando minha personal stylist me mostrou esse modelo.
Nem preciso dizer que ela achou estranho pra cacete, eu pedir que
providenciasse outro vestido para Sara.

Até eu me acho estranho pra caralho.

Sara me faz fazer coisas que não estão na minha cartilha. Mas, eu gosto
de mimá-la mais do que devo admitir.
Descemos pouco depois, de mãos dadas. Coisa que nunca fiz antes,
andar de mãos dadas com uma garota.

Entramos na limusine e seguimos para o Hotel Montage em Beverly Hills,


onde acontecerá o evento. Tomamos champanhe e conversamos sobre as
expectativas para a noite. Mais uma coisa que nunca fiz com uma mulher
antes, ter conversas sérias.

Geralmente quando estou a sós com uma vadia em limusines, elas


gastam o tempo chupando o meu pau, a forma mais eficaz de evitar conversas
fiadas. Odeio quando elas tentam puxar conversa como se fossem íntimas e
não apenas uma foda para a noite.

Mas, Sara é diferente, não é uma vadia que só está interessada no meu
pau e alguns minutos de fama, por aparecer do meu lado. Ela consegue
conversar sobre os assuntos mais variados e me vejo enredado, fascinado com
sua inteligência e sagacidade.

Quando a limusine para na frente do hotel, já há uma fila quilométrica


de carros. Eu saio e a ajudo a descer.

Os flashes disparam em nós e as mesmas perguntas dos paparazzi soam:


estão assumindo o relacionamento? Jesus, eles parecem a porra de um disco
riscado.

Não respondo nada, apenas enlaço a cintura delicada de Sara. Ela pousa
os olhos escuros em mim, e há uma emoção desconhecida queimando lá
dentro. Nos olhamos nos olhos, bem de perto, por uma fração de segundo e
então, ela abre um sorriso amplo e se vira para os flashes.

Continuo olhando seu perfil, admirando-a por alguns segundos antes de


virar e deixar os flashes nos esquadrinhar. Os paparazzi ainda arriscam
perguntas, mas, nem eu nem Sara respondemos. Agradeço a imprensa
sucintamente e seguimos para dentro.
Posso sentir a tensão emanando do corpo de Sara à medida que
andamos pelo tapete vermelho até o lobby.

Eu sei que está incomodada com a repercussão das nossas aparições


juntos. Um famigerado site de fofoca a apontou como mais uma das minhas
marias guitarras. Estou processando os infelizes e quero uma retratação
pública em breve.

Ela não é qualquer uma. Porra!

― Vou desmentir mais uma vez as especulações, pela manhã. ― sussurro


em seu ouvido para tranquilizá-la.

Seu corpo enrijece contra o meu.

Ela me olha, o sorriso vacilando em seu rosto.

― É claro. ― murmura de volta.

― Eu sei que é uma merda a atenção desses fodidos em cima de nós,


Sara. ― digo, enquanto nos dirigimos para o salão de eventos. ― Mas, eu não
vou deixar que a faltem com o respeito. Você não é mais uma vadia na minha
vida.

Ela se vira para mim, antes de passarmos pelas portas duplas. Há um


misto de alegria e tristeza em seus olhos.

Eu já vi esse olhar antes. É como se quisesse me dizer algo.

― Obrigada. ― diz baixinho, uma estranha emoção, pontuado sua voz. ―


Aprecio isso, Eli.

A olho por um instante tentando ver através dela.

Ela está diferente.


Tenho sentido seus olhos sobre mim como se me sondasse o tempo todo.

― Vem, baby. Vamos procurar aqueles cães sarnentos. ― um sorriso


travesso puxa seus lábios e sorrio também, agradecido pelo momento esquisito
ter acabado.

Grande parte das mesas, já está ocupada quando entramos.

Muitas celebridades compareceram pelo visto.

Corro os olhos pelo salão lotado.

A nossa está posicionada perto do palco. Várias mesas juntas na


verdade, para nos acomodar e às nossas mulheres. Franzo o cenho para esse
pensamento sorrateiro.

Desde quando Sara é a minha mulher?

Merda. Mantenha a porra da guarda levantada, Allen!

Continuo andando, apertando sua cintura, puxando-a para mim, além


do necessário, quando um cara só falta quebrar a porra do pescoço ao
passarmos por sua mesa. Quero socar o imbecil pela forma como olhou o corpo
de Sara.

Seu maldito filho da puta! Não olhe assim para a minha garota!

No futuro não comprarei mais esses vestidos indecentes.

Ugh! Jesus, eu preciso controlar essa merda.

Quase gemo em desgosto. Nunca me senti tão pateticamente possessivo


com uma mulher antes.

Finalmente chegamos à mesa, onde meus parceiros já estão todos


acomodados, com os maiores sorrisos de paus mandados, da história.
― Ei, irmãos. ― sorrio, vendo Collin, Sean e Paul, puxando seus
colarinhos, incomodados com o traje. Olho suas mulheres. ― Senhoras. ―
cumprimento-as.

Sara os cumprimenta também e vai dar um beijo na irmã. Nos


acomodamos em seguida, nas únicas cadeiras perto do Stone e da Mel.

― Você está com sua coleira aí, Stone? ― me inclino por sobre as
mulheres, sussurrando para Liam. Ele bufa.

― E a sua? Continua se fechando, idiota? ― range de volta. É a minha


vez de bufar. Mas, caio na risada em seguida, e dou um tapa em suas costas. ―
Você fez um bom trabalho, no entanto. A noite promete. ― diz, batendo no meu
ombro.

― Nah. Eu não fiz quase nada, irmão. ― meus olhos desviam para Sara,
que está entretida numa conversa com Mel. ― Sara é a grande responsável por
isso. ― não dá para evitar a borda de orgulho em meu tom e olhar.

Liam sorri e finge uma tosse, sob a qual murmura: pau mandado. Isso
me faz olhá-lo de novo. Estreito os olhos sobre o bastardo.

― Oh, apertando cada vez mais, não é, mano? ― ele zomba ainda
pegando a deixa da minha maldita piada sobre coleiras.

Eu e minha boca grande. Os caras e suas meninas riem também.

― Idiota. ― resmungo.

Eu não estou preso. Bufo. Claro que posso sair a porra da hora que eu
quiser. Nenhuma mulher vai me prender. Repito mentalmente.

Liam amplia o riso como se soubesse da minha confusão interna.

Talvez o idiota saiba mesmo.


Passamos os próximos minutos conversando e nos provocando.

Percebo Collin mais quieto do que o normal. Selena também parece


introspectiva. O que está havendo com eles? A porra da lua-de-mel já acabou?
Eu desdenho, mas, franzo o cenho em seguida. Preciso ver com o idiota o que
está errado. Sim, o bastardo é um pé no saco, mas, nós cuidamos uns dos
outros. Sempre foi assim desde quando éramos apenas uns merdinhas em
Seattle. Ele me pega olhando e desvia o olhar. Uh, é sério então. Nada tira o
bom humor do meu parceiro. Faço uma nota mental para conversar com ele
mais tarde.

Me volto para o Liam e ele está franzindo a testa, seu olhar indo e
voltando entre Collin e Selena. Digo-lhe apenas com o olhar, que vamos falar
com o cão sarnento, mais tarde. Liam acena.

― Ei, Mel, como está o meu afilhado? ― pergunto, tentando bajulá-la um


pouco.

Ela para sua conversa com Sara e abre um sorriso brilhante. Um que
não tem estado em seu rosto para mim, desde que comecei essa coisa com sua
irmã.

― Está ótimo, Eli, obrigada. ― diz e acaricia o ventre protuberante.

Os caras resmungam e começamos nossa mais nova disputa preferida.

Liam ri todo satisfeito e se inclina, beijando a barriga de sua mulher. O


idiota está adorando nossa disputa pelo seu moleque. Eu sei que no final ele
não escolherá nenhum de nós em particular. O pequeno roqueiro terá quatro
padrinhos. Stone não me engana. Meu parceiro não vai desagradar nenhum de
nós. Eu e os caras sabemos disso. Mas, enquanto isso não acontece, nos
divertimos nos provocando.
A noite evolui. Liam faz o discurso de abertura do evento, falando sobre
os objetivos da fundação e em seguida o jantar é servido.

O leiloeiro começa os trabalhos logo após. Nossos artigos tiveram lances


exorbitantes e conseguimos uma boa grana com eles. Começaram os lances
sobre os encontros com celebridades. Tivemos a adesão de três atrizes famosas
de hollywood e dois cantores pop. Os leilões agitaram os convidados pela
próxima hora. Estamos todos à vontade, quando sinto a mudança na mesa e
logo em seguida, um perfume conhecido, entra pelas minhas narinas: Nat.

Porra!

― Boa noite. ― sua voz cantarola, quando para do meu lado. ― Nossa,
que reunião mais bonita. ― bajula, seu olhar correndo por cada um dos caras e
suas mulheres. ― Ah, a primeira-dama... ― ela sorri para Mel, mas isso não
alcança seus olhos. ― Parabéns pelo bebê. Você parece bem saudável...
Quantos quilos já engordou? Cinco talvez?

― Eu acho que você pode dar o fora, Nat. ― Liam range os dentes, saindo
em defesa da mulher.

― Uh, ok. ― ela levanta as mãos, em cínica rendição e seus olhos


acinzentados pousam em mim. Seu semblante suaviza completamente. ― Eli...
Eu senti sua falta.

Ouço um bufo alto. Sara. Jesus! Ela vai começar...

― E isso foi quando, querida? Enquanto estava trepando com seus novos
garotos de banda? ― a mesa toda exclama e sorri baixinho. Porra, a garota não
tem filtros. ― Porque esse é seu modus operandi, não é? Um não é suficiente
para você. Você pega todos!

Cacete.
― Sim, eu gosto de abundância. ― os olhos da cadela se voltam para mim
e eu sei que vem merda a seguir. ― Exatamente como Eli. Quando se entediar
de brincar com amadoras, você sabe onde me encontrar, baby. ― ronrona
sedutoramente.

― Nat, corte a merda, porra! ― eu rosno.

Ela sorri confiante.

Fico puto com sua audácia. A cadela está usando um vestido azul
transparente, que devia ser ilegal em público. Ela tem me ligado
insistentemente e eu não tenho cedido a seus pedidos melosos, para nos
encontrarmos. Se eu não estivesse com Sara, já teria comido a vadia, afinal ela
fode gostoso e sem complicações. Mas, há Sara e meu pau está bem satisfeito
com ela.

Porra, satisfeito é um eufemismo do caralho.

A verdade é que ela me consome total e completamente. Não há espaço


para mais ninguém, enquanto esse tesão louco por ela, não arrefecer.

― Bem, eu só queria cumprimentá-los e dizer que sinto saudades, de


quando trabalhávamos juntos. ― ela coloca uma conotação abertamente sexual
e as mulheres se exaltam, jogando-lhe palavras nada lisonjeiras. Seus olhos
pousam em Selena e ela sorri. ― Bom ver que está bem, prima. Sinto muito por
tudo que Chris fez com você.

― Não finja que não sabia, e que se importa comigo, prima. ― Selena
cospe com repulsa.

― Eu me importo, acredite. Mas, não podia fazer nada para impedi-lo,


você sabe bem como Chris operava. ― Nat diz num tom estranho. Será que
também foi abusada, pelo fodido estuprador? ― Bem, eu vou indo. Foi bom
rever todos vocês. ― ela me olha uma última vez e sussurra: ― Até breve, Eli.
Uma tensão se instala na mesa quando se afasta.

Cadela do caralho!

Olho Sara que bebe seu drink num grande gole. Ela está chateada.

Merda!

Quando o leiloeiro anuncia o meu nome, me levanto, ajeitando meu


smoking. Sara me lança um olhar surpreso. Ela não sabia que me coloquei no
lote. Me inclino, meus olhos se fixando nos seus. Eu a deixo saber que estou
me desculpando pela ousadia da cadela, agora há pouco. Seus olhos suavizam.
Sorrio mais aliviado e a provoco.

― Você vai me arrematar para um encontro, baby? ― pisco-lhe.

Ela bufa.

― Minha conta bancária não conseguiria tal façanha, garoto da guitarra.


― ela sorri, mas, posso ver que ainda está incomodada. Sem me importar com
os olhares nada discretos da mesa sobre nós, levanto minha mão e acaricio seu
rosto.

― Mat virá para você. ― murmuro.

― O que isso significa? ― ela franze o cenho.

― Que você está intimada a fazer lances em mim, pequena fada. ― sorrio
maliciosamente. ― Está intimada a me comprar para a noite.

Um amplo sorriso ilumina seu rosto.

― Só se você tiver sorte, garanhão. ― me provoca. Eu rosno me


segurando para não me abaixar um pouco mais e comer sua boca, em um de
nossos beijos escandalosos.
― Oh, baby, sorte é o meu nome do meio, você sabe. ― meu sorriso é
safado agora. Deslizo o polegar rapidamente pelo seu lábio inferior. Os olhos
marrons ficam encapuzados, nosso tesão acendendo em nós. ― Não se intimide
com as outras senhoras. ― a advirto com provocação. ― Elas podem ficar
agressivas na tentativa de me levar para casa.

Sara revira os olhos.

― Não fique se achando muito, Sr. Rock star. Meu lance pode ser o único
que você terá esta noite. ― zomba.

Os caras gargalham e os sigo.

― Eu amo como essa boquinha pode ser atrevida... ― rosno, travando


nossos olhares de novo, a memória dela me chupando e engolindo a minha
porra, voltando com tudo na minha mente.

Sorrio perverso, deixando-a saber no que estou pensando. Ela cora um


pouco ficando ainda mais linda meio encabulada. Uma cena rara de se ver,
Sara envergonhada. Ela é sempre tão petulante. Quase gemo quando lambe os
lábios, seu atrevimento voltando. Cachorra deliciosa. Sorrio mais amplo e
ficamos nos fodendo com nossos olhares, até que meu nome é chamado outra
vez no palco. Eu pisco-lhe sacana e me dirijo para lá.

Aplausos, assovios e gritos femininos enchem o local, enquanto subo os


degraus e me coloco sob a inspeção do salão. Os lances começam a seguir:

― Cinco mil dólares pelo garoto da guitarra aí! ― o salão irrompe em


gargalhadas com o primeiro lance de Sara. Eu sorrio, meneando a cabeça.

Ela ofereceu a porra de Cinco mil? Isso é tudo que valho para você,
pequena fada? Travo meu olhar com o seu, desafiando-a a ir mais longe.

― Dez mil! ― meu corpo fica tenso ao ouvir a voz de Nat.


Minha cabeça chicoteia na direção da voz e localizo a mesa no fundo do
salão. Por isso não a tinha visto antes da cadela resolver confrontar-nos.

Ela levanta-se e anda sedutoramente até o centro das mesas.

― Cinquenta mil! ― Sara rebate, levantando-se também e vindo


petulantemente para perto dos degraus de acesso ao palco.

Porra, ela fica tão quente quando está com ciúmes. Linda!

― Sessenta mil! ― Nat avança até ficar na outra extremidade do palco.

Sara gira a cabeça e estreita o olhar na cadela. Se olhares pudessem


matar, Nat cairia morta agora. Então, os olhos marrons voltam para os meus e
há aquele brilho perverso, travesso lá. Ela vai aprontar.

― Cem mil! ― diz levantando uma sobrancelha para mim como se


dissesse: você me deu um cheque em branco, agora aguente as consequências.

O salão se enche de exclamações com a disputa.

― Cento e um mil! ― Nat diz depois de um tempo. Sara mais uma vez a
olha e seus olhos ficam ainda mais malvados, vendo algo que eu não sei o que
é.

― Duzentos mil! ― Diz presunçosamente, não desviando o olhar de Nat. A


cadela arregala os olhos e pisca. Então, bufa e dá as costas, voltando para seu
lugar.

― Oh, você já desistiu, querida? E eu aqui pensando que tinha bala na


agulha! ― Sara diz desdenhosamente para as costas de Nat.

O salão irrompe em mais gargalhadas.

Jesus! Ela é tão atrevida!


Eu sorrio-lhe meneando a cabeça quando volta a me olhar.

Nat volta e sussurra algo no ouvido de Sara.

Eu a vejo crispar os punhos dos lados. Merda.

Ela parece pronta para a briga. Que porra a cadela disse?

Pergunto-me ao ver Nat se afastar com um sorriso triunfante no rosto.

Ela pisca para mim e retoma o trajeto para a sua mesa.

― Dou-lhe uma! Dou-lhe duas! ― o leiloeiro fala ao microfone e antes que


bata o martelo ouço estupefato outro lance:

― Duzentos e cinco mil! ― procuro a fonte do lance e murmuro um


palavrão. É uma atriz bem conhecida e que, bem, eu comi no ano passado.
Uma loira voluptuosa, espremida em um vestido vermelho. Cacete.

Sara olha a atriz e seu semblante sofre uma pequena transformação. Seu
maxilar cerra ligeiramente e seus olhos me atiram punhais quando voltam a
me encarar.

Jesus! Eu não fiz nada, pequena fada.

Tento me comunicar silenciosamente com ela, que estica a coluna e eu


sei que ela vai trucidar a pobre atriz a seguir. O embate entre as duas cresce
acalorado e eu já me sinto desconfortável aqui em cima, enquanto elas gritam
somas altíssimas uma para a outra. Acho que nesse momento, não se trata
mais de mim. Trata-se de ganhar ou perder e nenhuma das duas parece
disposta a perder.

Cacete! Onde eu fui me meter?

Depois do que pareceu uma eternidade do caralho, Sara vence a disputa


pela bagatela de quinhentos mil dólares.
É, senhoras, acabo de ficar meio milhão mais pobre. Isso me lembra do
por que não é sábio dar um cheque em branco em mãos femininas.

Sorrio, apesar de tudo.

Foi por uma boa causa. E sem querer ser esnobe, essa quantia não
causa nem um arranhão na minha conta bancária. Além disso, meu ego está
explodindo depois de ver a ferocidade, com que minha pequena tempestade,
lutou para não me deixar ser arrematado, por outra.

Então, antes que possa me parar, eu desço os degraus e a levanto em


meus braços, girando sob os aplausos e assovios empolgados do salão.

Sara

Eu sorrio, meu coração galopando no peito, enquanto Eli gira comigo nos
braços. Ele nunca é tão efusivo quando temos plateia. Mas, ele veio para mim,
parecendo incapaz de conter sua vontade de me tocar. Isso me aqueceu por
dentro, enchendo-me de esperanças.

Ele tem que sentir isso, não tem?

Não dá para não sentir essa coisa poderosa, que toma conta de nós a
cada vez que nossos olhos se encontram, a cada vez que ele está dentro de
mim, tomando-me com sua paixão intensa e fome avassaladora. Ainda me
sinto um pouco fragilizada, exposta e assustada, com meus sentimentos
recém-descobertos e tem sido uma luta comigo mesma, para não demonstrar o
quanto sou louca por ele, que eu o amo.

Ele pode fugir se vir como realmente me sinto a seu respeito.


Por isso, tenho atuado, agindo casualmente, sobretudo, a cada vez que
nega nosso envolvimento para a mídia. Eu sei que Elijah nunca me deu
garantias, mas, mesmo assim, ainda dói como o inferno, cada vez que ele nega
que estamos juntos. Rasga-me por dentro a cada maldita vez que me nega
diante de todos.

O idiota vive com bolas profundas em mim, e ainda tem a maldita


coragem de me taxar apenas como amiga, para a imprensa.

Eu devia ouvir a parte sensata do meu cérebro e acabar as coisas entre


nós antes que me machuque mais. Oh, Deus. A quem quero enganar?

Eu não consigo mais. Já caí profundo, tão profundo que mesmo sabendo
que, em algum momento ele vai se cansar de mim, e me jogar para escanteio,
não consigo dizer não a cada vez que me chama e me fode até o esquecimento.
Além disso, ele me seduz, conscientemente ou não.

Elijah tem feito coisas especiais para mim, verdade seja dita. Como o
piquenique que preparou para nós, no telhado da sua casa há duas noites. Eu
havia comentado uma vez que a vista de lá devia ser linda e ele se lembrou
disso. Foi uma noite maravilhosa.

Jantamos, dançamos e nos amamos sob as estrelas, ouvindo o barulho


das ondas quebrando, enquanto uma seleção dos anos oitenta tocava no Home
Teather.

Ele me deixa tão confusa. Ao mesmo tempo em que faz coisas doces e
atenciosas como essa, se mantém blindado para mim de certa forma. Peço
todos os dias fervorosamente que algum milagre aconteça e ele me deixe entrar.
Há momentos em que o flagro, me olhando, com esses olhos verdes incríveis,
como está me olhando agora, como se eu fosse a sua última refeição, a
resposta para suas dúvidas mais profundas. Há tanta intensidade na forma
como me olha. Cada encontro nosso é mais quente e explosivo do que o
anterior.

Como pode alguém se manter à margem dos sentimentos diante de tanta


paixão?

Um roqueiro que já fez isso zilhões de vezes, Sara. Uma voz zombeteira
me alerta.

― Eu não sabia que era tão competitiva, pequena tempestade. ― ele


sussurra, seu olhar me consumindo, enquanto me coloca em meus pés. ― Você
passou por cima da concorrência.

Eu bem que gostaria de eliminar toda a maldita concorrência.

Penso, mas, é claro que só digo:

― Bem, eu tinha um cheque em branco. Foi muito fácil. ― o provoco.


Posso sentir os olhares curiosos sobre nós, observando a nossa troca. ― Espero
que não se importe, de ter ficado meio milhão mais pobre.

Um riso perverso e sensual, se desenha em sua boca. Ele segura firme


em minha cintura e murmura em meu ouvido:

― Foi por uma boa causa. ― seu hálito quente me causa arrepios e um
choque de excitação desce pela minha espinha, se espalhando em minhas
partes de menina. ― Além disso, eu saí no lucro. Terei um encontro com a
garota mais quente e gostosa da festa, e sei que ela é muito boa em compensar
minha, hã... Generosidade. ― ele volta a me olhar nos olhos, deixando-me ver o
que está em sua mente.

O boquete que lhe dei antes de sairmos do meu apartamento.

Meus seios arrepiam, sob seu olhar cheio de promessas sujas e eu me


derreto em seus braços, ofegante, desejosa.
― Cachorro... ― murmuro bem perto da sua boca.

Me beije. Por favor, me beije. Eu quero mendigar, mas, me contenho.

Seus olhos aquecem, escurecendo e seu maxilar trava, mostrando que


está lutando para não me pegar aqui, no meio do salão.

― Comporte-se, cachorra... ― ele rosna. ― Ou vou ter que te arrastar


para um dos banheiros e te foder com força, rasgar a porra dessa sua boceta
apertada.

Sua voz áspera e autoritária faz coisas más para a minha vagina.

Sim, por favor, sim!

Os olhos verdes brilham malvadamente, quando sente a minha reação.

― Mais tarde, baby. ― murmura. ― Agora vamos fazer a porra da social,


para depois irmos embora e eu possa comer a minha cachorra gostosa.

Puxa-me pela cintura e nos dirige de volta para nossa mesa.

Vejo a vadia loira nos olhando, do fundo do salão. Sorrio-lhe docemente


antes de me sentar do lado da Mel. Não posso evitar o ciúme me corroendo, no
entanto. A puta teve a audácia de dizer no meu ouvido que Elijah estará na
cama com ela, antes que eu tenha a chance de piscar. Tenho visto as ligações
insistentes dela no celular dele.

Sim, tenho fuçado o celular dele, ok? Não me julguem por isso. Sou
apenas humana e insegura com sua reaparição.

Sei que ele tinha sentimentos por ela. Mel me contou que Liam deixou
isso escapar. Além disso, Elijah assumiu que gostava de transar com a cadela.
Ela é melhor do que eu na cama? Essa pergunta tem me corroído desde a sua
admissão no Havaí.
Oh, Deus, estou tão encrencada, amando um cara que foge de
compromisso como o diabo da cruz.

― Ei, você está bem? ― Mel sussurra em meu ouvido. A olho e balanço a
cabeça. Ela está linda num longo branco, destacando seu ventre avolumado.

― Sim, querida. Estou bem. ― murmuro de volta. ― Animada para


conhecer reis, príncipes e princesas? ― eu brinco me referindo ao show da
banda em Ardócia, dentro de dois dias.

― Sim, como não estar? ― ela sorri.

Liam sussurra algo em seu ouvido, e a beija na têmpora, meu coração


afunda um pouco pelo carinho e amor flagrante, que vejo nos olhos azuis de
meu cunhado, quando olha para a minha irmã.

Por que não posso ter o mesmo?

Meus olhos buscam o objeto do meu desejo e frustração.

Elijah está conversando com Collin. Sean e Paul estão conversando


também, mas, fazem carinho em suas namoradas distraidamente. Meu peito
aperta ainda mais. Sinto-me de repente sufocada diante de tanta demonstração
de afeto e eu não tenho nada.

Não há nada para mim aqui.

Tomo a minha margarita, sorrindo das piadas e provocações entre os


caras, tentando manter alguma dignidade.

Elijah parece despreocupado. Como se nada estivesse fora do lugar.

Rolo os olhos mentalmente. Por que estaria? Ele tem tudo o que quer,
quando quer. Basta estalar os malditos dedos e eu estou lá, uma cadela
ansiosa para atendê-lo.
Deus, quando foi que me tornei essa mulher tão fraca e patética? Uau!

Estou rabugenta esta noite, não estou? Acho que é isso que acontece,
quando você insiste em algo, que vai te trazer dor. Por que ele não pode me dar
apenas uma chance?

Estou me perguntando miseravelmente, quando ele se vira e me pega


olhando-o. Seu olhar segura o meu, por um tempo longo.

― Algum problema? ― se inclina sussurrando para mim.

Além do fato de você me querer, apenas para suas fodas pervertidas e


com um maldito prazo de validade atrelado? Não, nenhum.

― Nenhum. ― digo abrindo um pequeno sorriso, tão falso quanto uma


nota de três Reais. Ele semicerra os olhos em fendas e me analisa um pouco
mais. Eu me contorço sob seu olhar e me levanto. ― Vou ao banheiro. ― digo a
primeira coisa que me vem à cabeça.

Preciso sair daqui dessa mesa, onde todos estão se tocando abertamente,
me fazendo sangrar e ficar rabugenta, por estar sonhando com algo que não
posso ter.

Ele franze a testa ligeiramente.

― Claro. ― diz baixinho.

Eu saio, sentindo seu olhar queimando nas minhas costas.

Há duas peruas espalhafatosas retocando o batom quando entro.

Elas me olham e me dispensam rapidamente como se eu não valesse a


pena sua atenção.

Maldita cidade esnobe.


Resmungo, me dirijo para o reservado e abaixo a tampa do vaso me
sentando sobre ela.

Deus, o que estou fazendo? Como fui me deixar enredar na teia sedutora
do galinha do rock?

Fico lá pateticamente escondida, tentando juntar forças para voltar para


a mesa e atuar como a garota despreocupada, descolada o suficiente para se
contentar em ser apenas uma foda casual.

Cristo, eu sou a nova Anabete.

O sentimento torce minhas entranhas e eu finalmente me levanto.

Faço xixi e saio. Detenho-me por um instante quando vejo a cadela loira,
encostada a pia, de braços cruzados.

Ela me seguiu até aqui? Você tem que estar brincando comigo, porra.

Me recupero, ando em direção a uma pia livre e lavo as mãos.

― Oh, aí está ela! A bola da vez. ― ela cospe. Eu seco as mãos e confiro
meu batom, sem reconhecer a sua presença. Isso parece irritá-la. ― Estou
falando com você, garota.

― Desculpe-me. ― franzo o cenho, olhando-a. ― Você disse que está


falando comigo?

― Há mais alguma vagabunda aqui nesse banheiro? ― ela coloca as mãos


na cintura e seus olhos me atiram facas. ― Você é a puta que Eli está comendo
no momento, não é?

Meu sangue zumbe nos meus ouvidos, me viro para ela, andando
ameaçadoramente, até quase encostar meu nariz no seu.
― Sim, há uma vagabunda nesse banheiro e eu estou olhando para ela.
― rosno em sua cara. ― E minha relação com Elijah não é da sua maldita
conta, vadia!

Ela parece surpresa pelo meu enfrentamento, mas, se recupera em


seguida:

― Não dou uma semana e ele estará comigo de novo, querida. ― seu
sorriso é presunçoso. ― Eli sempre gostou de me foder, sabe por quê? ― seu
olhar é maldoso agora. ― Eu conheço todos os seus gostos na cama e sei
agradá-lo, como nenhuma outra.

As palavras de Elijah dias antes, assumindo que essa puta é


praticamente imbatível na cama, voltam na minha mente como uma vingança.
Eu pisco atingida. O bicho da insegurança mordendo-me ferozmente.

― Você é notícia velha, piranha. ― cuspo entre dentes. ― Agora, sugiro


que saia da minha frente.

Ela sorri mais amplo, sabendo que conseguiu me atingir de alguma


forma, e dá um passo para o lado. Começo a me afastar para a porta quando
ela continua:

― Você realmente acha que é especial? ― fala com zombaria. Meu sangue
ferve. Eu crispo os punhos e me viro, cogitando dar uns tabefes em sua cara de
puta comunitária. ― Acha que a história se repetirá? Tisc, tisc. ― ela estala a
língua. ― Eli não é Liam. Ele gosta da emoção da caçada. Quando consegue, ele
come e enjoa. ― suas palavras me afetam, no meu estado já sensível. ―
Aproveite o tempo que lhe resta, pois, o relógio está correndo. ― meus olhos
ardem contra a minha vontade. Ela sorri, se refestelando por atingir-me em
cheio. ― Oh, meu Deus, você já está apaixonada por ele. ― a voz cheia de
zombaria da vadia, entra em mim como, uma lâmina afiada. ― Má jogada.
Realmente uma má jogada. ― ela murmura, eu tenho que me segurar, para não
voltar e meter a mão em sua cara.

― Não é da sua maldita conta, já disse. ― raspo entre dentes. ― E se você


fosse assim tão boa, ele estaria com você, não comigo, querida. ― consigo me
recompor. ― Então, pare de ser uma puta deprimente e oferecida, e não ligue
mais para ele. Pegue a deixa e vá trepar com a sua nova banda. ― ela pisca. ―
Você me dá nojo. ― cuspo.

― Pena que Eli se sinta de outra forma sobre mim. ― ela cantarola. ― Ele
ainda sente tesão em mim, querida. Deve ser uma sensação horrível essa, que
está sentindo agora. Saber que em breve será deixada de lado, usada,
esquecida. ― seus olhos acinzentados, estão gelados agora.

― Você entende bem dessa sensação, não é? ― rio com deboche. ― Não
sei se você é apenas muito estúpida, ou está mesmo à procura de uns bons
sopapos. ― rosno me aproximando dela, outra vez. Ela recua um passo. Talvez
pela expressão irada em meu rosto. Sorrio. ― Escute o que estou dizendo
agora, por que não gosto de ficar me repetindo. Esqueça Elijah. Apague o seu
número e siga a porra da sua vida.

― Ou? ― ela ainda indaga ,tentando soar confiante.

― Ou essa sua cara de vadia vai precisar de uma plástica, querida. É


isso. ― digo sem piscar, sem deixar dúvidas de que farei isso.

― Isso é uma ameaça?

― Um aviso. Por enquanto. ― digo me voltando para a porta e olho-a, por


cima do ombro. ― Você não vai gostar de me tirar do sério, acredite-me.

Eu abro a porta deixando a vadia para trás.

Suspiro longamente antes de sair para o corredor com luz opaca.


Volto para a mesa e vejo apenas Elijah sentado sozinho, bebericando seu
uísque. Parece completamente absorto, seu cenho franzido.

O que ele está pensando? Me aproximo devagar, bebendo sua beleza


arrogante, dominante. Ele tem esse ar de insolência em seu rosto, que só torna
o seu apelo ainda mais arrebatador. Pelo menos para mim.

Oh, Deus, eu realmente tenho um fraco por garotos maus!

Seu olhar levanta e encontra o meu. Há uma gama de emoções passando


pelo seu rosto, enquanto seu semblante suaviza e ele abre, um meio sorriso
sexy. Se levanta vindo até mim.

― Eu quero dançar com você. ― murmura, já enlaçando a minha cintura


da sua forma possessiva, que não me deixa outra escolha.

― Onde estão os outros? ― pergunto, passeando os olhos pelo salão, vejo


os caras já na pista de dança com suas mulheres. A banda está tocando
baladas dos anos oitenta. Meu coração tolo e apaixonado, incha no peito e eu
olho esse homem lindo e complicado à minha frente.

― Você parece chateada. ― ele diz com cautela. ― Se for por causa da Nat
eu garanto...

― Não. ― eu coloco dois dedos em seus lábios cheios. ― Não quero falar
sobre isso. Também quero dançar com você. Leve-me. ― completo.

Nesse momento eu quero dizer para ele me levar em mais de um sentido.


Seus olhos intensamente penetrantes estão fixos nos meus. Eu forço um
sorriso sedutor, para quebrar o clima tenso.

A banda começa a tocar Wicked Game de Chris Isaak. Ele me puxa de


costas, contra seu peito e anda comigo assim, como um namorado faria. Um
sorriso bobo se abre na minha boca com seu gesto.
Um simples gesto, mas, que para mim significa o mundo.

Quando chegamos à pista, Mel me olha abrindo um pequeno sorriso.


Sorrio de volta, antes que Elijah me gire de frente, colando nossos corpos.
Escorrego meus braços, prendendo-o pelo pescoço e ele me puxa ainda mais
pela cintura, se é que isso é possível. Nossos olhares se prendem e ele sorri
para mim. Todo lindo, provocador, sedutor.

Começamos a nos mover devagar, apenas um menear de quadris e tudo


vai sumindo à nossa volta, à medida que nos olhamos. Um leve sorriso se
desenha em meus lábios e ficamos assim, dançando juntinhos como um casal
de namorados normais.

A letra da música falando por mim; por nós.

The world was on fire and no one could save me but you

(O mundo estava em chamas e ninguém podia me salvar a não ser você)

It's strange what desire make foolish people do

(É estranho o que o desejo faz as pessoas tolas fazerem)

I never dreamed that I'd meet somebody like you

(Eu nunca sonhei que conheceria alguém como você)

And I never dreamed that I'd lose somebody like you

(E eu nunca sonhei que perderia alguém como você)

Suas mãos deslizam suavemente pelas minhas costas, seu olhar está
quente, fixo no meu. Acaricio seus cabelos compridos na nuca. Seus olhos
fervem, escurecendo e eu o sinto duro contra a minha barriga.
Arfo levemente, enquanto o vocalista canta que não quer se apaixonar
por medo de sofrer. Me pergunto se Elijah corre do amor por essa razão. O fato
é: ele corre. Quando penso que estamos íntimos o suficiente, dá dois passos
para trás, mostrando que pode se manter longe, emocionalmente. Ele é muito
difícil de ler.

Sempre que estamos entrando em território muito pessoal, muda de


assunto. Por exemplo, eu sei que sei pai biológico está morrendo de câncer, em
algum lugar no Canadá. Mas, sei isso através da Mel. Elijah jamais tocou nesse
assunto comigo, o que deixa claro que me vê mesmo como algo casual,
passageiro em sua vida.

Estou sofrendo por antecipação porque ele vai rasgar meu coração
quando disser que não me quer mais.

What a wicked game to play, to make me feel this way

(Que jogo malvado de se jogar, para me fazer sentir assim)

What a wicked thing to do, to let me dream of you

(Que coisa malvada para se fazer, permitir que eu sonhe com você)

What a wicked thing to say, you never felt this way

(Que coisa malvada para se dizer, você nunca se sentiu assim)

What a wicked thing to do, to make me dream of you and

(Que coisa malvada de se fazer, fazer eu sonhar com você)

― Você está linda esta noite. ― murmura aproximando nossas bocas, seu
olhar hipnótico prendendo o meu. ― Eu te quero tanto. ― rosna contra meus
lábios e meu peito aquece ao ouvir a urgência em seu tom.
Estremeço da cabeça aos dedos dos pés, com a expressão de desejo
desses lindos olhos verdes. Ele me quer. Talvez um dia, isso que sinta por mim
acabe, mas, não agora. Não agora.

― Então, pegue-me. Eu sou sua. ― murmuro de volta, me derretendo em


seus braços.

Gememos quando nossos lábios se tocam, roçando, brincando. força-me


a entreabrir os meus e enfia a língua exigente devastando-me, embriagando-
me. Deixo-o saquear a minha boca, levar tudo do seu jeito dominante.

É isso, sou impotente, irrevogavelmente louca por esse homem e é nesse


momento, que decido que vou lutar, para me manter em sua vida. Ele é tão
meu quanto sou sua, nesse momento e isso me dá forças, me enchendo de
esperanças.

Custe o que custar, eu vou lutar.

CAPÍTULO DOZE

Sara

Uma hora mais tarde...

Assim que entramos no elevador Elijah vem para cima de mim,


prendendo-me na parede espelhada, com seu corpo.
Eu me delicio com seu cheiro de uísque e cigarros. É uma mistura que
odiaria em qualquer outro, mas, nele tudo fica sexy.

Seus cabelos estão revoltos do nosso amasso na limusine. Seus olhos


verdes me fitam com aquela expressão infame, devassa, perversa que já estou
acostumada a ver lá.

Gemo quando crava as mãos em minha bunda e levanta-me, forçando-


me a abraçá-lo pelo quadril e passa a moer gostoso, em meu centro. Ofego,
mandando todas as dúvidas que estão enevoando a minha mente, para
segundo plano e me permito desfrutar do prazer sem limites, que esse homem
me proporciona. Sorrio safada de volta e o puxo pela nuca, trazendo sua boca
para a minha.

Ele sorri lentamente e lambe a costura dos meus lábios, fazendo minha
calcinha encharcar ainda mais. Gemo, latejando por ele e o como sem
vergonha, sem receio, porque é assim que é entre nós.

Sexo sem pudor. Sem regras.

Eu nunca quis tanto alguém como o quero.

Nunca me senti tão sensual, livre de preconceitos como quando estou


com ele.

Nos beijamos, nossas línguas duelando, se lambendo com lascívia,


enquanto nossas mãos passeiam, tateiam o corpo um do outro.

O elevador para no meu andar, as portas se abrem e ele sai comigo, na


mesma posição, ainda comendo a minha boca. Andamos pelo corredor
rosnando e nos esfregando, rindo da nossa loucura. Felizmente não
encontramos ninguém até paramos na minha porta.
Retiro minha chave da carteira e em seguida ele a toma de mim, abrindo
a porta e estamos dentro. Elijah fecha a porta com o pé. Ele morde o meu
pescoço e me escorrega para o chão.

― Tire esse vestido, cachorra... ― sua voz é um rosnado baixo, fazendo


minha vagina doer, latejar para ser preenchida.

Me afasto dele e sorrio, andando em direção à sala do Home Teather.


Seleciono uma pasta de músicas sensuais. A primeira é a minha mais nova
queridinha: Pillowtalk de Zayn. Linda, sensual, deliciosa como o deus do sexo
que está rosnando às minhas costas agora. Ela me lembra da minha primeira
vez em sua casa, sua cama. Eu posso sentir o calor do seu corpo chegando
perto. Minha vagina está palpitando, inundando, deixando o topo das minhas
coxas pegajoso. Me viro e sorrio toda menina má.

― Tire você a roupa para mim, meu vira-lata gostoso... ― ronrono.

Nós olhamos um para o outro com fome. Seu rosto está lindo, na
penumbra, mas, posso ver o tesão estampado nele. Um riso lento, predador,
perverso se abre na boca carnuda e eu não contenho um gemido. Ele me olha
ainda mais arrogante, puxando a gravata borboleta, em seguida o smoking;
seus olhos grudados nos meus. Uma sobrancelha desafiadora se levanta e eu
sorrio, começando a descer o zíper do vestido caríssimo, que ele me deu.

Elijah retira a camisa branca e a joga no chão, suas mãos indo para a
faixa das calças. Meu vestido cai para o chão e estou apenas em meu fio dental
preto e sandálias de tiras.

Nada mais.

Seus olhos fumegam, deslizando pelo meu corpo lentamente, me fazendo


apertar as coxas. Seu sorriso cresce perverso, vendo o que faz comigo.
Livra-se dos sapatos e puxa as calças e cueca juntas, para baixo, de uma
vez. Eu resfolego vendo o seu longo pau duro e grosso.

― Cachorra atrevida... Você acaba comigo, porra. ― range e avança para


mim, levantando-me pela bunda outra vez.

Me enrolo nele e esfrego minha vagina molhada, em seu eixo. Ele assobia
e me dá um tapa forte na bunda. Eu choramingo, pingando, louca por ele e
esse jeito bruto.

Nos leva para o quarto e em segundos estou descendo para o colchão


macio. Seu corpo grande vem em cima do meu, esmagando-me. Arreganho as
pernas para acomodá-lo. Sua mão serpenteia entre nossos corpos e encontra a
minha vagina, enchendo na carne. Um tapa de mão cheia, me faz saltar e
gemer descontrolada.

Ele ri baixinho, os olhos verdes zombando de mim.

― Isso aqui é meu. Posso meter em você sempre que eu quiser, não é
minha cachorra? ― rosna asperamente e eu aceno, com a luxúria varrendo
minhas veias.

― Isso é o que eu tenho para você, meu cachorro... ― ronrono, cravando


as mãos em sua bunda dura. ― Quero sentir o seu pau me esticando, bem
aberta. Preciso de você me batendo no colchão sem dó, me amarrando, me
comendo bem duro.

― Porra, que cachorra mais safada... ― seus olhos incendeiam com meu
atrevimento. ― Minha vadia gostosa... Minha puta... ― rosna mordendo o meu
lábio, enquanto seus dedos deslizam pelo cós da calcinha, encontrando minha
abertura melada.
Sem aviso, enfia dois dedos e eu grito alto. Ele ri malvadamente e desce a
boca em beijos e mordidas pelo queixo, pescoço até chegar aos meus seios já
tesos, os mamilos doendo por atenção. E meu garoto mau não me decepciona.

― Sim, meu garoto mau... ― gemo em lamúria, arqueando meu corpo,


sentindo os golpes molhados, da sua língua, em um mamilo, depois no outro.

Estremeço, ondas quentes de prazer, indo a choques direto em meu


núcleo, fazendo-me pulsar e pingar em expectativa. Ele começa a sugar,
enquanto suas mãos descem minha calcinha brutamente, até os joelhos. Eu
ofego, perdida no seu jeito brusco de me tomar. Ele age como se meu corpo
fosse dele, seu playgroud particular e tenha plenos direitos de fazer o que
quiser comigo. No fundo ele sabe que não tenho forças para negar-lhe nada.

Elijah sempre teve tudo comigo desde o começo.

Eu sou dele. Completamente dele.

― Perfeita... ― ronrona em minha pele e desce a boca pelo meu ventre.


Seus lábios, dentes e língua, torturando-me pelo caminho. ― Segure-se na
cabeceira da cama, pequena fada. ― diz no seu tom autoritário e eu obedeço
imediatamente. ― Não as mova daí ou vou surrar esse seu rabo lindo. ― para
provar o seu ponto, me dá um tapa na nádega direita. Eu grito, ele sorri,
ficando de cara com a minha vagina encharcada. Eu sinto o sopro da sua
respiração, sobre meus lábios e clitóris, mas, ele não me toca.

Deus, ele é um torturador filho da puta!

Eu bufo baixinho e ele levanta minhas pernas, ainda com a calcinha


prendendo meus joelhos e encosta as coxas, em minha barriga. A posição é
incômoda. Minha bunda levanta da cama tamanha a força que suas mãos
estão me prendendo no colchão, imobilizando-me completamente.
― Não vou te amarrar, mas, vou te comer assim, e vai ficar bem
quietinha, apenas tomando o meu, pau bem fundo, como a menina má que
você é, minha cachorra. ― ele rosna e sua boca está me chupando em seguida.

― Ohhh, meu Deus, Eli... ― meus olhos rolam para trás, enquanto sua
língua chicoteia em meu clitóris, impiedosamente.

Ele segura meus joelhos, com uma única mão grande e leva a outra, para
arreganhar meu brotinho, até expor a pequena protuberância, para fora e o
ataca sem piedade, chupando-o, mordiscando levemente. Meu corpo arrepia
todo, enquanto gemo e gemo deixando-o me devorar. Estou ofegando alto e ele
sorri, enfiando os dedos, bem fundo de novo, me comendo com força. Ele os
retira, deixando apenas alguns centímetros dentro, massageando aquele ponto
que me faz ejacular.

O filho da puta é um especialista nisso.

― Eli... Oh, Deus... ― eu balbucio, fogo lambendo minhas entranhas com


o orgasmo se aproximando.

Ele não tem dó, fazendo movimentos contínuos no mesmo lugar,


enquanto chupa meu clitóris e eu explodo, gozando e gritando seu nome com
tamanha força, que fico sem ar. Ele bebe tudo, me lambendo com golpes
furiosos e sedentos de sua língua.

Estou acabada, tremendo e suando, mas, ele não para. Sinto meu ânus
melado, pelo líquido que escorreu e em seguida, Elijah está lambendo-o,
fazendo uma massagem deliciosa, com a língua. Logo a substitui pelos dedos.
Eu gemo, começando a balançar contra sua mão. Um tapa forte queima a
minha bunda.

― Não! Quietinha, porra! ― ruge e enfia dois dedos, rasgando-me sem


pena. ― Deus, eu amo saber, que apenas eu, comi esse cuzinho apertado. Que
você dá tudo para mim. Que gosta de me dar bem gostoso, sua cadela safada.
― ele me fode bem fundo e volta a chupar e lamber a minha vagina.

Já estou arfando e louca de tesão de novo. Ele sorri, sabendo a minha


situação e se levanta. O olho embevecida, arrebatada, enquanto pega o seu pau
enorme e o bombeia lentamente para cima e para baixo, mordendo o lábio com
esses olhos verdes, zombadores e lindos. Dirige a cabeça gorda para a minha
entrada e prendo a respiração, aguardando, suplicando-lhe com meu olhar
para me foder, fazer tudo comigo.

― É isso que você quer, Sara? ― provoca-me, passando a ponta entre os


lábios.

― Sim, por favor, Eli... ― choramingo.

― Vamos lá, minha cachorra. Peça. ― rosna; seus olhos queimando nos
meus, intensos, penetrantes. ― Você precisa disso, baby. Do meu pau
empurrando profundamente dentro de você. Essa boceta apertada está
pingando à minha espera. Peça! Agora!

Puta merda!

Enlouqueço quando fica assim todo dominador.

― Oh, porra, sim! Eu preciso do seu pau me batendo profundamente,


droga! ― eu choro, tremendo para sentir seu volume todo, dentro de mim. Ele
rosna alto e me dá mais um tapa afiado, na bunda. ― Vem, me come, seu vira-
lata! Me fode, porra!

Ele sorri lento, sacana e se alinha, afundando de uma vez, sem piedade,
até o cabo. Eu grito; minha carne sensível da sua posse. Ele vive em cima de
mim, me fodendo a cada oportunidade. Não tenho muito tempo para me
recuperar. Mesmo assim, o tomo todo, um prazer perverso, dolorido e primitivo,
se espalhando em cada célula do meu corpo.
Elijah puxa, deixando só a ponta e mete de volta, me afundando na
cama. Estoca de novo e de novo, metendo cada vez mais fundo e forte.
Rosnados e gemidos altos, saem dos seus lábios luxuriosos. Seus olhos presos
aos meus, enquanto seu pau me abre furiosamente, para ele.

― Você é minha! Toda minha! ― diz-me ferozmente, suas mãos apertando


meus joelhos, contra meu peito. Meus braços estão doendo de segurar na
cama, mas, permaneço quieta, enquanto me fode, do seu jeito bruto e
absurdamente gostoso.

― Sim, sua, Eli... ― eu choramingo, deixando-o meter em mim o quanto


quiser. ― faça tudo comigo. Tudo! ― digo perdida de amor e desejo. Louca para
agradá-lo, fazer tudo que ele quiser.

Ele ruge e passa a me comer com mais brutalidade.

Minha vulva está ardendo, castigada. Seu pau bate no mesmo ponto
sensível a cada vez que se enterra bem fundo. A dorzinha gostosa, me fazendo
espiralar e ondular, arremessando-me para outro orgasmo esmagador. Minha
boca se abre arquejante, estou perdida no prazer quando eu gozo num
desespero, tão pungente, que choro. Êxtase varre o meu corpo em ondas
furiosas. A sensação quente, violenta, estonteante, me consumindo e
arrebatando-me, do mundo real. Eu choro alto, enquanto seu pau ondula,
inchando mais. Elijah range os dentes e acelera as estocadas, me fodendo
impiedosamente, em busca do seu alívio. Ele combina as arremetidas com
tapas fortes em meu traseiro, me fazendo miar no alto do meu gozo. Por fim,
rosna, metendo até meu útero e também goza, gemendo, urrando o meu nome
repetidamente.

― Sara... Ohhhhhhhhh, Jesus, Sara... Solte-se, baby. ― diz urgente,


puxando a minha calcinha, fora das minhas pernas e desaba sobre mim, sua
boca tomando a minha num beijo faminto, enquanto ainda me come, jorrando
dentro de mim, os jatos quentes inundando-me e aumentando o meu prazer.
Espiralamos juntos, gemendo, suados, ofegantes, nossas línguas e
dentes se lambendo, mordendo. Nossos corpos tão colados que nesse
momento, seria difícil dizer onde um começa e o outro termina.

― Jesus, que gostosa... ― ele geme longamente contra a minha boca e vai
acalmando as estocadas. ― A melhor, porra. Eu amo gozar em você sem nada,
sentir o meu esperma te enchendo, marcando sua boceta, sua boca e seu
cuzinho, como meus. Só meus. ― puxa para trás um pouco para me olhar nos
olhos e seu rosto franze ligeiramente. ― Porra, você está chorando? Eu
machuquei você? Eu sei que sou grande e você é tão delicada... Mas, me deixa
tão doido de tesão... Merda! ― ele pragueja e sai de mim com cuidado.

Estremeço pela perda de contato.

― Não. Você não me machucou. ― não dessa forma, quero completar. Ele
me puxa, me aconchegando em seu peito. Nossos corações ainda estão
acelerados. Nossas respirações ofegantes. ― Foi muito intenso, apenas isso, Eli.
― eu fungo um pouco.

Sua mão levanta o meu queixo delicadamente para encará-lo. Seu rosto
suaviza com alívio. Ele me olha, sua mão delineando suavemente o contorno do
meu rosto. Aquele sorriso bonito que tanto amo, se abre na boca sensual e
seus olhos se iluminam, brilhando como pedras preciosas.

Como pode me olhar assim e ainda insistir que é apenas sexo que
estamos fazendo?

Ele parece relaxado, feliz e meu coração incha, ao saber que fui eu, quem
colocou essa expressão em seu rosto. É uma raridade vê-lo assim, tão
desarmado, livre do deboche e sarcasmo que desconfio, ele utiliza como uma
espécie de escudo, para se manter longe emocionalmente.
Acaricio sua barba de dois dias, fascinada, arrebatada. Meu peito
transbordando e doendo de amor por esse homem. Elijah continua me olhando
e um calor intenso, toma sua íris. Lindo.

Eu sei com toda certeza que nunca vou esquecê-lo. Cada pequeno
detalhe dele, ficará para sempre marcado na minha mente, na minha pele, em
meu coração. Abaixa a cabeça outra vez e sussurra, sua boca pairando sobre a
minha:

― Linda... ― um misto de alegria e tristeza me engolfa. A forma como diz


que sou linda é suave, cheia de reverência, mas, o que meu coração quer ouvir
é: eu te amo, Sara. Uma dor aguda perfura-me por dentro, pois, isso pode
nunca vir dos seus lábios. ― Ei, o que foi, pequena fada? ― sua voz ainda
suave, me puxa dos meus delírios.

― Nada, garoto da guitarra. ― forço meu melhor sorriso, para despistar


qualquer dúvida, da sua parte. ― Você é lindo também.

― Não mais que você, baby. ― murmura antes de sua boca tocar a
minha, num beijo deliciosamente lento.

Nos beijamos assim, vagarosos e saciados.

Nossos narizes se roçando, enquanto mordiscamos os lábios um do


outro. Sua mão crava na minha nuca, mantendo-me cativa para seu ataque
lento e sensual. A outra desce, acariciando as minhas costas, bumbum, até vir
pela frente e encher na minha vagina. Ele sorri contra meus lábios quando
gemo abrindo as pernas, mesmo tendo acabado de gozar loucamente. Seus
dedos cavam, nossos líquidos combinados e os espalha pela minha pele; nas
coxas, bunda, ventre.

― Você está me lambuzando toda e eu estou morta para levantar e tomar


um banho. ― reclamo, mas, há uma nota de prazer na minha voz. Eu amo seu
jeito homem das cavernas de me marcar. Ele gosta de me ver marcada com seu
sêmen.

― Eu gosto de você assim, toda lambuzada e cheirando a mim. ―


murmura, dando pequenos beijos por todo o meu rosto. Sorrio, cutucando
suas costelas. Ele me aperta mais em seus braços e um silêncio gostoso, se
instala entre nós. Estou quase cochilando quando pergunta: ― você vai passar
o Natal na ilha espalhafatosa que o Stone deu para a Mel?

― Sim, meu pai está vindo também. Eu e a Mel nunca passamos um


Natal longe dele. ― digo, cheia de saudade do meu coroa lindo.

― É bonita a relação de vocês com seu velho. ― ele diz, beijando meus
cabelos. ― Eu também não passo os Natais longe das minhas mulheres,
assustadoramente amáveis. ― brinca se referindo à sua mãe e avó.

Eu sorrio. Elas são exatamente dessa forma, assustadoramente amáveis.

― É bonita a sua relação com elas também, baby. ― murmuro, virando o


rosto para olhá-lo, me arrependendo logo que a última palavra deixa meus
lábios. Merda. ― Elas são adoráveis. ― eu adiciono para distraí-lo.

Mas, é claro que ele não deixa isso passar. Seus lábios se curvam num
meio sorriso sexy e acaricia meu rosto novamente, algo passando entre nós,
enquanto nos olhamos próximos e fixamente.

― São intrometidas, isso sim. ― ele fala por fim, bufando.

Eu o bato nas costelas.

― Pare de fingir, você é louco por elas. ― o provoco, aliviada que foi
cavalheiro o suficiente, para não zombar de mim, por usar o termo carinhoso.
Bem, ele o usa comigo, mas, acho que faz isso com todas, então não conta.

Elijah sorri, seus olhos se iluminando com uma leveza surpreendente.


― Tudo bem, você descobriu meu segredo, pequena tempestade. ―
murmura. ― Sou um filhinho da vovó e da mamãe. Só não conte isso para os
tabloides, ok?

― Ah, não sei... Talvez eu consiga uma boa grana com essas informações
fofas, sobre o bad boy do rock. ― ronrono.

Os olhos verdes se acendem e sua risada profunda reverbera contra o


meu corpo.

― Garoto mau, hein, baby? ― seu olhar é cheio de malícia e perversão


agora. Ele rola por cima de mim, elevando meus pulsos acima da cabeça e se
estabelece entre as minhas coxas. ― Talvez eu deva mostrar exatamente como
posso ser mau... ― ele desliza a boca para o meu ouvido e lambe o lóbulo
lentamente, enquanto mói seu pau já crescente em meu clitóris.

Ofego de boca aberta.

Puta merda! Que homem gostoso!

É muita covardia comigo.

― Só se você tiver sorte, garanhão. ― murmuro e ele sorri, puxando o


lóbulo com os dentes, depois descendo a boca quente para o meu pescoço. Sua
mão enfia em meus cabelos, virando a minha cabeça para o seu ataque e ele se
refeastela, chupando e mordendo-me, daquela forma indecente, que só ele sabe
fazer.

― Bem, você está embaixo de mim, então, é óbvio que tenho sorte,
querida. ― geme, puxando para me olhar nos olhos. Resfolego, sentindo seu
pau muito duro se alinhando em minha vulva e afundando em mim devagar,
até o maldito punho.
― Oh, Deus... Eli... Baby... ― balbucio, perdendo o controle de vez,
olhando em seus intensos olhos verdes.

Eu te amo tanto.

Quero dizer-lhe agora.

Mas, não posso, ainda não.

Ele pode correr se eu me declarar agora. Ainda é muito cedo. Não tem
nem um mês que estamos nessa coisa casual.

Oh, meu bom Senhor! Eu caí apaixonada por ele em menos de um mês.

Por isso, preciso me conter. Ele vai surtar se souber que o amo, mesmo
com todos os seus avisos, de que isso é só sexo.

― Sim, baby... É tão gostoso, não é? ― ele se move lentamente, me


comendo sem pressa, seus olhos nunca desviando dos meus. ― Você é perfeita,
Sara. Nunca houve outra tão gostosa, quente, apertada... Ohhh. ― geme
baixinho. ― Eu amo isso, amo meter em você. Amo, porra. ― há um desespero
no fundo da sua voz e suas estocadas vão ganhando força.

― Eu amo você... Dentro de mim, Eli. Amo. ― digo, com voz embargada.

Ele nos gira, me colocando por cima e eu gemo longamente, me


escarranchando, abrindo toda para seu volume, grande e espesso. Apoio as
mãos em seu peito e me movo devagar, levantando os quadris, deixando só a
ponta dentro e descendo, engolindo todo o seu eixo grosso. Suas mãos
passeiam pelo meu ventre, até o clitóris e ele o esfrega, seus olhos fervendo na
visão da minha vagina, devorando seu pau até o cabo.

― Eu também, minha cachorra linda, gostosa... ― ele sussurra, trincando


os dentes, e amassa a minha bunda com a outra mão, seus dedos deslizando
na fenda traseira, brincando com meu ânus. ― Eu amo isso. ― rosna,
levantando, cai de boca em meus seios. Arqueio as costas, cravando as unhas
em seus ombros e costas musculosas, enquanto seus lábios macios chupam
meus mamilos. Então, suas mãos vão embaixo da minha bunda, levantando-
me e abaixando bruscamente em seu pau, passando a me comer com força.
Estamos suados e ofegando, buscando nosso clímax outra vez. Ele dá um
chupão dolorido, na carne macia do meu seio direito e eu convulsiono, gozando
ensandecida, dominada, perdida para o resto do mundo. Minha vulva
apertando-o, espremendo-o dentro de mim. Ele ruge alto e se enfia
profundamente, gozando em seguida, me enchendo ainda mais com seu
esperma. Nossas bocas se encontram, gemendo o nome um do outro, enquanto
dançamos perdidos nesse tesão, que parece nunca ter fim.

Espero, nunca tenha fim.

Eu te amo, baby.

Repito mentalmente. Me ame de volta, por favor.

Me dê uma chance. Nos dê uma chance.

Peço silenciosamente, sentindo seus braços se fecharem à minha volta,


me mantendo tão apertada, que fico sem fôlego.

― Eu amo. ― ele murmura contra minha boca.

Mesmo sabendo que está se referindo ao sexo, me sinto feliz. Há


esperança.

Uma pequena parte de mim quer acreditar que Elijah pode me amar com
o tempo.

Só preciso jogar minhas cartas direito. Não pressioná-lo, deixá-lo


perceber aos poucos, que o que temos é real.

Vou ter que continuar escondendo meus sentimentos, por enquanto.


Elijah

Cinco dias depois... Seattle, Estados Unidos

O show em Ardócia, há três dias, foi fodidamente incrível.

A princesa Ella nos recebeu com seu carinho e entusiasmo


característicos.

Foi o primeiro show depois que Liam se livrou das acusações que
pesavam em seus ombros. Estávamos todos eufóricos pela ovação e loucura
dos fãs, que cantaram nossas músicas e gritaram nossos nomes, o tempo todo.
O clima no palco era leve, meu parceiro fez uma performance do caralho.
Fechamos o ano com chave de ouro.

Logo que retornamos à LA nos separamos para estar com nossas


famílias.

Eu olho através do deque, para o quintal e jardim de inverno da minha


mãe e levo a minha cerveja à boca. A ceia de Natal está rolando lá dentro. A
casa cheia de parentes, tias, tios, primos e primas. No entanto, estava me
sentindo sufocado.

Essa estranha e persistente sensação no peito de que algo está faltando.


Que merda é essa?

Eu vim me refugiar aqui por um tempo para fugir do assédio de duas


garotas, que minhas primas convidaram. Elas são bem gostosas, admito, e em
qualquer outro momento eu as levaria para um hotel e foderia com as duas,
após a ceia.
Mas, há um problema com elas.

Elas não são Sara.

Jesus, estou tão louco por aquela cachorra.

― É impressão minha, ou meu irmão mais velho está estranho, desde


que chegou ontem? ― a voz bem humorada de Chelsea me faz girar o corpo
para encará-la.

Ela é bem parecida com a minha mãe. Pele morena, cabelos e olhos
castanhos. Mas, minha irmãzinha cresceu pra caralho, nos últimos anos e está
parecendo a porra de uma supermodelo agora, o que me deixa bem enciumado
com os bastardos, que se aproximam dela.

― Impressão sua, doçura. ― eu sorrio, puxando-a para um abraço


apertado. Nunca parece o suficiente quando estou por aqui. Passo tanto tempo
sem vê-los. ― Onde está aquele cara de bunda a quem chama de namorado?

Ela sorri, se afastando e encostando-se ao parapeito de madeira.

― Luke está com a família hoje. ― diz e me olha mais atentamente. ―


Então, essa garota... Sara, é sério com ela?

Obrigado, mãe, vó.

Eu reviro os olhos e tomo um gole da garrafa, me virando para o quintal


novamente.

― Nah, não é sério. ― digo displicentemente e me sinto um pouco mal, ao


pronunciar as palavras. Sara não é qualquer uma para mim. Parece leviano da
minha parte, negar isso. Suspiro. ― Ok, ela é importante para mim. ―
acrescento. ― Mas, não estou à procura de um relacionamento.
Posso sentir seus olhos reprovadores sobre mim, mas, antes que
retruque, ouço minha irmã caçula falando, entusiasticamente:

― Hei, vamos, Eli, Chels! Digam alguma coisa. ― pede já nos


esquadrinhando com sua câmera profissional.

Seu presente do último Natal. Ela é a futura jornalista da família. Seu


tipo físico é diferente do nosso. É loira, de olhos cor de avelã, como os de Rick.
É linda também e, claro, isso me tem atento para os gaviões à espreita. Sorrio,
puxando-a para mim, beijando seus cabelos. Ela gargalha girando a câmera.
Chelsea vem para meu lado livre e sorrimos juntos.

― Alguma coisa! ― eu e Chelsea gritamos. Kate rola os olhos.

― Não tem graça, seus bobos. ― reclama. Fazemos farra por alguns
minutos e as duas plantam beijos em cada lado do meu rosto. ― Vamos voltar
para dentro? Tio Ben já está bem soltinho e contando piadas. ― Sussurra em
tom conspiratório.

Caímos na risada. Jesus! As piadas de tio Ben são sofríveis, isso para
dizer o mínimo. Reuniões da família Allen...

― Vão na frente, estou indo em seguida. ― digo, puxando meu maço de


cigarros do bolso. As duas fazem cara feia para o meu vício e voltam para
dentro.

Acendo um cigarro e puxo uma longa tragada, olhando para o nada.


Inevitavelmente meus pensamentos vão para ela... O que Sara está fazendo
agora? Está sentindo a minha falta como estou malditamente sentindo a dela?

Jesus, isso é meio ridículo. Nos vimos ontem.

Então por que sinto essa saudade absurda, como se não a visse em
séculos do caralho?
Seu rosto bonito invade a minha mente e eu suspiro, levando o cigarro à
boca de novo.

As fronteiras estão muito confusas nos últimos dias.

Nunca me vi querendo tanto uma mulher.

Eu anseio pelo seu toque, sentir seu cheiro, penetrar seu corpo, de todas
as maneiras que eu puder. Fodê-la dura e repetidamente. Fazê-la tão viciada
no meu pau, como estou viciado em sua boceta.

Sinto essa necessidade pungente, dominante de marcar seu corpo com o


meu o tempo todo. De usá-la como eu bem quiser, porque ela é minha. Se eu
fosse um cara para relacionamentos, ficaria com ela, mas, não sou. Não
consigo ainda me imaginar preso dessa forma. No entanto, egoisticamente não
quero que essa coisa entre nós acabe logo. Ela é gostosa demais e eu, por mais
que me odeie sentir perdendo o controle, não consigo e não quero ficar sem ela.

Ainda não.

Eu fumo, extravasando minha confusão e frustração, com toda a merda


cor-de-rosa que a pequena fada me faz sentir, mesmo que eu não queira nada
disso. Cada vez que afundo em seu corpo gostoso e apertado, é como uma
chuva de fogos de artifícios do caralho. Nunca gozei tão gostoso. Nunca fui tão
possessivo, louco por uma garota antes, e isso está fodendo a minha cabeça.

Confiro meu relógio. Faltam apenas alguns minutos para a meia-noite.

Nos falamos hoje na hora do almoço. Mas, eu tenho me segurado desde


então para não ligar a cada meia-hora.

Que porra há de errado comigo? Eu não sou tão maricas.


A vontade de ao menos ouvir a sua voz está esmagando meu peito. Sem
pensar duas vezes, eu apago o cigarro sob a minha bota e saco meu celular.
Procuro nossa última ligação e aperto em chamar.

Foda-se.

Eu quero ouvir sua voz.

Então, eu vou ouvir a porra da sua voz.

― Ei, garoto da guitarra. ― ela diz do seu jeito provocador, atendendo no


primeiro toque.

Jesus. Eu quase gemo, meu coração acelerando e um sorriso idiota, se


abrindo no meu rosto.

― Hei, pequena tempestade. ― digo, meu tom de repente rouco e


pateticamente emocionado. Cacete! Muito veadinho. Eu limpo a garganta. ―
Muita animação por aí? ― cara. Estou cheio de assunto. Ironizo-me.

Ouço música ao fundo. Ela sorri, o som lindo e rouco, entrando em


minha corrente sanguínea e agitando meu pau. Eu não seguro o gemido dessa
vez. Porra.

― Sim, está tudo maravilhoso aqui. ― merda. Eu esperava que ela


estivesse tão saudosa quanto eu. Isso me deixa um pouco rabugento. ― E por
aí?

― Tudo perfeito. ― digo, meio seco. Eu suspiro e decido ir direto ao


ponto. Nunca fui bom em rodeios. ― Eu sinto a sua falta.

Ela fica em silêncio alguns instantes.


― Eu também. ― diz baixinho, seu tom um pouco mexido. Chame-me de
egoísta, mas, eu gosto disso. Quero-a tão louca e incomodada por mim, como
estou por ela. ― Mas, nos vimos apenas ontem. ― sorri.

Rosno. Eu sei, porra.

É patético me sentir assim.

Ela deve estar pensando exatamente isso agora.

― Vamos passar o ano novo juntos. ― eu digo no meu característico tom


autoritário. Aquele que ela não contesta. E sim, aquele que molha a porra da
sua calcinha, eu sei. A ouço ofegar do outro lado. Sorrio triunfante. ― Podemos
ir para qualquer lugar do mundo que você queira, Sara. Só eu e você, baby. ―
abaixo o meu tom, seduzindo-a.

Mais silêncio.

― Eu adoraria, Eli. De verdade, mas, meu pai... Ele decidiu passar o ano
novo conosco, aqui na ilha. ― ela murmura, seu tom pesaroso.

Merda. Não posso competir com seu velho.

Foda-se.

Meu cérebro gira em busca de uma solução.

― Baby, meu pau está duro apenas ouvindo a sua voz. ― eu rosno. ―
Como é que vou ficar uma semana do caralho sem me enterrar em sua boceta?
Você está tentando me dar porra de bolas azuis, é isso? ― ela sorri no meu
ouvido e eu gemo e rosno ao meu tempo. ― Sei que seu velho está aí, mas,
prometo que vou fazer valer a pena, Sara. Eu preciso foder você o mais breve
possível ou vou enlouquecer, porra. ― ela geme alto, desejosa e eu sei que
estou atingindo meu ponto. ― Basta escolher o lugar, baby e nós voaremos
para lá. Só eu e você. ― injeto a quantidade certa de sacanagem na minha voz.
― Apenas um dia e já estou louco para meter bem fundo em você. Não posso
ficar tanto tempo sem comer a minha cachorra gostosa. Você também quer dar
para o seu cachorro, eu sei que quer, baby. Vamos, admita isso para mim.

Ela exala profundamente do outro lado.

― Você não está jogando limpo, Eli. ― murmura com voz cheia de tesão.

― Eu a quero embaixo de mim, no ano novo; Sara. ― ranjo, ajustando o


meu pau nas calças. ― Culpe apenas a si mesma, por ter me viciado nesse seu
corpo gostoso e apertado. Eu quero você e vou tê-la. Então, pare de torturar a
nós dois e me fale a porra do lugar, que quer ir.

― Deus, você é tão arrogante e mandão, garoto da guitarra. ― sussurra e


pelo seu tom, posso dizer que estou a meio caminho de vencer essa.

― Você gosta. ― sorrio baixo e perversamente. ― Sua bocetinha está toda


molhada agora, não é? Minha vadia deliciosa... ― abaixo mais a voz, quase um
grunhido. ― Minha putinha safada... Minha, porra! ― rosno com ferocidade. ―
Você é minha e sabe disso. Mesmo estando toda dolorida de me dar pra caralho
ontem, sua boceta está pingando e latejando para ser preenchida pelo meu
pau. ― ela ofega e geme longamente. ― Você irá dormir hoje incomodada, baby.
Ofegando, desejando seu cachorro te montando bem duro, do jeito que só eu
sei te pegar. Porque você, porra, é minha! Entende isso, Sara? Você é minha!

― Seu bruto... ― sua voz e respiração estão superficiais. Eu gemo


sentindo sua excitação pela linha, lamentando mais uma vez estar longe dela.
Jesus, que merda intensa é essa? ― Cachorro vira-lata... ― ronrona e eu aperto
a cabeça do meu pau por cima do jeans para conter o tesão. Ela suspira alto, o
som frustrado, indicando que odeia estar tão longe também. ― Ok, vamos
passar o ano novo juntos. ― ela sorri um tanto nervosa agora. ― Mas, eu não
tenho ideia de para onde ir.
Meu peito imediatamente acalma, alívio me invadindo. Um sorriso
enorme se abre, na minha boca.

Estou indo passar a porra do ano novo enterrado nela até o talo.

― Você confia em mim, baby? ― pergunto suavemente, já bolando mil


planos na minha mente.

― Sim. ― diz-me baixinho.

― Então, está feito. Vou mandar as coordenadas para você, tão logo
esteja com o nosso destino de ano novo, definido. ― informo.

― Mal posso esperar, garoto da guitarra. ― sua voz é toda provocante de


novo.

Meu sorriso amplia. Deus, eu amo esse seu jeito atrevido.

― Eu também, pequena tempestade. ― murmuro. ― Dê um beijo na Mel e


no homenzinho por mim, ah, e um olá para seu velho. Deixe o veadinho do
Stone que ligo mais tarde. ― ela gargalha. ― Feliz Natal, baby. Nos falamos
amanhã. ― completo baixinho.

― Feliz Natal, Eli. ― seu tom parece emocionado. ― Até amanhã.

Eu desligo o celular e esse sorriso bobo continua, espalhado em meu


rosto.

― É bom ver esse sorriso, filho. Todos estão comentando lá dentro, que
está amuado aqui fora.

Eu levanto a vista e vejo Rick parado na porta, me olhando com seus


olhos astutos, atrás das lentes dos óculos. Sorrio-lhe, encorajando-o a se
juntar a mim. Ele cobre a distância entre nós e me oferece uma das cervejas,
que tem nas mãos. Pego-a e toco o gargalo na sua, em um brinde. Repetimos
esse gesto desde os meus dezoito anos. É, meu pai não sabe que já tinha
experimentado o álcool anos antes, quando me ofereceu uma cerveja aos
dezoito.

― Todos estão comentando, é? ― indago ironicamente. ― Dona Gina e


dona Carol na liderança, aposto.

Ele sorri, seu rosto sereno e se inclina sobre o parapeito também.


Ficamos uns minutos em silêncio, apenas bebendo nossas cervejas.

― Alguma razão em particular, para essa sua inquietação? ― pergunta


depois de um tempo.

Eu posso driblar a pergunta, mas, seria perda de tempo, porque minha


mãe e avó já encheram seus ouvidos sobre Sara e suas benditas expectativas,
sobre nós.

― Há uma garota. ― eu digo, minha voz soando ridiculamente suave.


Ugh!

― Eu ficaria surpreso se não houvesse uma garota. ― ele sorri, zombando


de mim.

Eu bufo baixinho.

― Essa é diferente. ― assumo em tom mais baixo, conspiratório. ― Sara


me tira completamente o chão. É atrevida, inteligente, divertida e linda. ―
recito as qualidades com um sorriso estúpido e meu pai franze o cenho,
observando-me atentamente.

― Mas? ― inquire.

― Não sei o que mamãe e vovó disseram, mas, as coisas entre Sara e eu
são casuais. ― minhas palavras me picam. ― Nenhum de nós quer nada sério,
pai. Somos dois adultos, que gostam da companhia um do outro. É só.
Ele me olha em silêncio, então, acena e toma um gole da sua cerveja.

― Siga sempre o seu coração, filho. ― me diz em seguida. Seus olhos


avelã me cravando, me fazendo sentir um mentiroso do caralho. ― Ele é o
melhor termômetro.

Eu aceno e bebo minha cerveja.

Tenho saudade das nossas conversas. Falar por telefone não é a mesma
coisa. Rick é o cara mais sensato que já conheci. Todas as minhas lembranças
de infância, são preenchidas com ele. Quero dizer, todas as boas lembranças.
O período antes dele foi nebuloso e por mais que eu tente deixá-lo para trás,
essa merda ainda volta, de tempos em tempos, em meus sonhos.

― Vem, vamos voltar para dentro. ― ele chama com uma cara culpada e
eu percebo que minha mãe e avó o enviaram para me resgatar.

― Só vou ligar para os cães sarnentos e Jess, estarei lá em seguida. ―


digo, já sacando meu celular.

Ele sorri e pousa a mão em meu ombro, dando um aperto firme.

― Ela está bem mesmo, não está? ― pergunta com preocupação.

― Agora sim. Ela está conseguindo se levantar. ― digo otimista.

― Ela é forte. Vai conseguir. ― murmura. ― É bom tê-lo em casa, filho. ―


diz com emoção genuína em seu rosto.

― É bom estar em casa, pai. ― digo-lhe de volta. Ele acena e entra na


casa.

Eu vejo minha lista de chamada e em seguida ligo para o Stone em


primeiro lugar para atormentar.
E se eu for sincero comigo mesmo, não quero me desligar ainda do
ambiente em que Sara está.

CAPÍTULO TREZE

Elijah

Uma semana depois... Paris, França

Eu olho a imponente Torre Eifel toda iluminada ao longe, através da


enorme sacada, da suíte presidencial do Four Seasons George V em Paris. Puxo
tragadas furiosas e ansiosas do meu cigarro, esperando que a fodida nicotina,
faça seu trabalho em me acalmar.

Sara deve chegar dentro de alguns minutos. Mat avisou que já a buscou
no aeroporto. Viemos separados para não gerar mais especulação na mídia.

Meu corpo todo está agitado para vê-la depois da porra da semana mais
longa da história.

Minha família não ficou muito feliz que eu resolvi sair na véspera do ano
novo, mas, eu estou ensandecido. Não pareço me governar quando o assunto é
Sara.

Organizei tudo para ficarmos uma semana aqui. É, eu sei que parece
muito maricas escolher dentre milhares de opções, a porra da cidade mais
romântica do mundo. Mas, quando ela disse que não tinha sugestão, Paris
simplesmente surgiu em minha mente. Eu e os caras estivemos aqui em turnê,
há dois anos, mas, não vi muito da cidade, porque estava mais interessado em
foder o maior número de francesas.

Dessa vez, quero fazer a cartilha do turista com Sara. Acho que ela
nunca esteve aqui. Ela não sabe onde está. Foi corajosa, pegando meu jato
num voo às cegas. Assusta-me de certa forma, toda a confiança e fé que
demonstra ter em mim. Eu não mereço tudo isso da parte dela. Mas, sou um
bastardo egoísta e vou tomar tudo que ela me der. Instruí minha comissária de
bordo a vendá-la, antes que ela visse algo que pudesse dar-lhe uma pista da
sua localização. E ela está vindo no carro com Mat ainda vendada.

Meu pau esteve duro desde o momento em que Mat me ligou dizendo que
já a tinha no carro. Tomo o último gole do meu uísque e ando de volta para
dentro da suíte. Esmago meu cigarro sobre o cinzeiro na mesinha de centro, da
sala de estar. O sistema de som está tocando U2, With Or Without You.

Confiro tudo pela milésima vez. Champanhe No gelo. Sobre o aparador


estão morangos e fatias de manga. Ela adora essa fruta que é bem comum em
seu país. Batidas na porta, me tira da minha miséria. Um sorriso gigante se
escancara em minha boca. Ela está aqui.

Porra, que emoção louca é essa que estou sentindo?

Eu caminho em passos apressados para a porta e a abro abruptamente.

Meu coração corre tão rápido com a primeira visão dela em dias. Estou
respirando pesado como se tivesse corrido uma maratona do caralho. Jesus.

Mat sorri da minha ansiedade. O bastardo.

Faço um gesto para ele entrar com sua pequena mala, e meus olhos
voltam para Sara. Ela lambe os lábios, parecendo ansiosa.
Jesus, ela está linda numa blusa de seda amarela sem mangas e saia
preta, muito acima dos joelhos. Porra, ela está usando botas de cano alto.

Ela quer me dar a porra de um ataque cardíaco?

― Eli? ― sussurra roucamente, inalando o ar, como se estivesse sentindo


o meu cheiro. Meu pau se contorce nas calças, engrossando, empurrando o
maldito zíper, ao ponto da dor. ― Vamos, pare a porra do suspense. ― ela sorri,
sedutoramente. ― Já senti o seu cheiro.

Eu rio em silêncio. Tão boca suja, minha cachorra...

Mat sai discreto, conforme aceno para ele.

Então, eu puxo a minha menina pela cintura para dentro e fecho a porta
com um pontapé. Inalo o seu cheiro como fez comigo e no segundo seguinte,
minha boca está na sua. Ela suspira e me abraça pelo pescoço, deixando-me
foder sua boca em um beijo sedento, esfomeado.

Toda a nossa saudade sendo escancarada aqui.

― Deus, Sara... ― eu gemo, entre mordidas e lambidas em sua boca. ―


Estava perdendo a porra da minha mente. ― rosno, prensando-a contra a
porta.

― Eu também. Oh, Deus, eu também... ― murmura tremulamente. ― Tire


a venda, por favor. Eu preciso ver você.

Sorrio malvado e deslizo a minha boca pelo seu maxilar até seu ouvido,
lambendo o lóbulo e ao mesmo tempo, moendo meu pau em sua pélvis.

― Não, baby. Ainda não. ― sussurro e chupo sua orelha toda,


mordiscando-a depois.
Ela solta um gemido cheio de saudade, amolecendo em meus braços.
Levanto-a pela bunda e suas pernas, obedientemente me abraçam pelo quadril.
Eu beijo seu pescoço, chupando, lambendo, me fartando em seu gosto e cheiro
únicos. Ando com ela para a sacada. O ar frio nos saúda. A prenso contra a
parede, de frente para a vista da cidade toda iluminada. Levanto sua saia
apressado e grosseiramente rasgo sua calcinha. Ela ofega, já perdida na nossa
luxúria e fome um pelo outro. A sustento com um braço e chupo um seio por
cima da blusa. Depois o outro. Ela arqueia se entregando a mim. Deus, eu amo
como sempre responde ansiosa, sedenta pelo meu toque, minha posse. Eu cavo
uma mão entre suas pernas e rosno, encontrando-a toda molhada.

― Porra, sua boceta está pingando. ― esfrego seu clitóris e sigo,


mordendo seus mamilos já duros, sob o tecido fino. ― Minha cachorra ama ser
fodida por mim, não é?

― Ohhh, sim, por favor, Eli... ― choraminga, seu corpo tremendo contra
o meu.

Empurro dois dedos dentro de sua quentura apertada e uivo sentindo-a


me sugar. Meu pau está tão duro que dói. Eu a como bem fundo, por alguns
instantes. Ela está ofegando de boca aberta, seu rosto bonito todo corado de
tesão. Linda e toda minha. Não podendo mais me conter, abro meu zíper
apressado e me encaixo em sua pequena vulva.

― Toma o meu pau, minha menina má. ― eu uivo, afundando nela com
força indo até o fundo. Ela grita alto e eu também. Então, eu puxo a venda.

Ela pisca seus lindos olhos marrons, se ajustam ao ambiente e se


arregalam, com a visão da Torre Eifel atrás de mim. Eu fico parado um instante
tentando a todo custo não gozar, porque porra eu senti falta disso.

Malditamente muito.

Ela estremece e lágrimas se reúnem em seus olhos.


― Oh, meu Deus... ― murmura, sua expressão ao mesmo tempo
deslumbrada e incrédula. ― Você me trouxe para Paris... Oh, baby... Eu... Eli...
― sua voz fica embargada. Eu colo minha testa na sua e sorrio suavemente da
sua reação. Linda.

― Sim, baby. Apenas eu e você, por uma semana inteira. ― eu gemo em


sua boca. ― Agora, dê para seu cachorro diante dessa vista bonita do caralho.
― ranjo os dentes e puxo para fora. Ela assobia, cravando as unhas nos meus
ombros. Então, eu bato nela de novo. Meto com tudo, bruto, sacudindo-a com
a estocada. ― Jesus, Sara... Baby... ― balbucio, me enterrando fundo nela.
Fodemos nos olhando nos olhos e gemendo alto, a cada vez que empurro
profundamente em sua bocetinha estreita, batendo em seu útero. ― linda...
Minha... ― sopro em sua boca e ela fecha os olhos lacrimosos. ― Não. Abra os
olhos, Sara. Olhe para mim. Me veja comendo você. Veja o quão louco você me
faz. ― ela os reabre e nos olhamos fixamente, enquanto me afundo ferozmente,
minha pélvis batendo na sua, com força, fazendo um barulho alto. Ela toma
tudo até as bolas, me deixando rasgar, judiar de seu buraquinho escorregadio.
― Ohh, gostosa... Isso, minha cachorra, leve tudo. Leve o meu pau todinho
dentro de você. ― ela resfolega, seu corpo começando as sofrer espasmos. ― Me
espere, baby. Vamos gozar juntos. ― minha voz falha, com o prazer começando
a viajar pela minha coluna, indo se instalar na pélvis e bolas. Estamos suados,
arquejando, na iminência do gozo. Nossos olhos não se deixam, vendo tudo que
fazemos, um com o outro. Seu rosto se transforma, sendo varrido pelo prazer e
ela morde o lábio. Eu estoco com mais força, mais fundo. Estamos gritando,
urrando como animais a cada estocada dura. ― Agora, Sara! Oh, porra! Goze
para mim! Goze no meu pau! ― ela se desfaz, me apertando com força,
enquanto seu corpo sacode violentamente, no orgasmo. Um urro feral sai da
minha garganta e eu gozo duro. Tão duro que minhas pernas cedem. Eu rosno,
esporrando, me esvaindo em esperma, jorrando uma semana inteira de
frustração dentro dela. Nossas bocas se chocam tão gananciosas quanto
nossos sexos. Chupo sua língua com força e continuo metendo nela, até
despejar a última gota. Respiramos pesado, parando o beijo em busca de
oxigênio. ― Porra... ― murmuro e ela sorri fracamente. Seu rosto lindo todo
afogueado. ― Senti a sua falta, pequena tempestade. ― digo baixinho, ofegante.

― Eu também, garoto da guitarra. ― sorri, seu atrevimento dando as


caras.

Eu traço seu rosto com as pontas dos dedos, cada vez mais fascinado por
essa mulher.

― Vem, baby, vamos tomar um banho. ― digo, nos encaminhando de


volta para o quarto. ― Depois que eu me aproveitar de você no chuveiro, vamos
jantar na sacada e desfrutar com calma, da vista da cidade. ― acrescento como
um risinho sacana. ― Assim está bom para você, mademoiselle?[20]

Ela abre um sorriso, lindo pra caralho, fazendo a porra do meu coração
aquecer.

― Perfeito, monsieur.[21] ― diz provocante.

Entramos no banheiro enorme e a acomodo em cima da pia. Ainda estou


dentro dela e não vou sair. Ela levanta uma sobrancelha bonita quando
percebe a minha intenção. Sorrio perverso e começo a puxar suas roupas pela
cabeça. Ela sorri e me ajuda a me livrar das minhas.

É necessário um malabarismo para tirar suas botas, minha bermuda e


tênis, mas, conseguimos enfim.

Suspiramos, nos olhando ainda com fome. Enfio uma mão em seus
cabelos e arqueio suas costas, para melhorar meu acesso aos peitinhos
bonitos. Eu os chupo delicadamente a princípio, depois coloco mais pressão e
sua boceta palpita, me apertando, mostrando que está excitada de novo. A
levanto pela bunda e ela se pendura em meus ombros. Sua cara de safada me
fazendo dar um tapa duro, em sua carne firme.
― Cachorra gostosa... Minha putinha... Só minha... ― eu rosno e a como
assim, levantando-a e trazendo-a com força para baixo, obrigando sua
bocetinha a engolir todo o meu eixo grosso. Ando devagar, sem parar de meter
bem fundo e gostoso. Ligo o chuveiro e entro com ela embaixo do jato. Nos
beijamos lenta e eroticamente, enquanto a água acaricia nossos corpos
firmemente entrelaçados. E eu tomo o meu tempo mostrando com o meu corpo
o quanto senti a sua falta...

***

― Eu não posso ficar a semana inteira, Eli. Tenho trabalho me


esperando, você sabe disso. Com a turnê da Europa se aproximando, não
posso me dar a esse luxo. ― ela murmura no meu peito, enquanto acaricio
seus cabelos. Estamos deitados em uma das espreguiçadeiras, após nosso
jantar na sacada.

― Baby, você sabe que ficará aqui comigo por quanto tempo eu quiser. ―
ela bufa com meu tom arrogante. ― Já acertei tudo com o Stone. Não precisa se
preocupar com o trabalho. Ainda temos tempo com a turnê.

Ela levanta a cabeça, seus olhos marrons encontrando os meus.

― Não quero regalias, porque você está me fodendo, Elijah. ― a forma


como diz isso me irrita. Não quero que pense que é apenas mais uma foda para
mim.

― Você não está tendo regalias por me foder, Sara. ― meu tom é meio
seco. Suspiro. ― Você tem trabalhado incessantemente, desde que entrou na
gravadora. Qualquer um pode ver isso. Liam e os caras não vão criar caso por
isso. ― eu bufo irônico. ― Na verdade, os cães sarnentos estavam mais
empenhados em me zoar, por estar trazendo uma garota para Paris.

Um risinho zombeteiro ilumina seu rosto, limpo de maquiagem.

― Oh, isso é muito ruim, garanhão. ― ela gira em meus braços,


escarranchando-me. Estamos vestindo apenas roupões, sem nada por baixo. O
seu abre pelo movimento brusco, expondo os seios empinados, a barriguinha
plana e eu lambo os lábios, gemendo ao ver sua boceta depilada. ― Eu acho
que você está perdendo o jeito, garoto mau. ― me provoca, espalmando o meu
peito, as unhas arranhando a minha pele, causando arrepios de prazer, por
toda a porra do meu corpo.

Eu rosno e cravo minhas mãos em sua cintura, afastando as partes do


roupão, expondo seu corpo esguio completamente para mim. Meus olhos se
banqueteiam na pele perfeita, enquanto minhas mãos exploram sua maciez,
passeando pelo ventre, descendo pela bunda, coxas e voltando pelo caminho,
indo parar nos peitos. Ela arqueia as costas e geme despudorada, quando os
amasso com a pressão certa, para deixá-la fora de si. Levo uma mão para seu
rosto e sem aviso dou um tapa leve em sua face. Ela ofega, os olhos
incendiando.

Jesus, como pode ser tão perfeita?

Ela ama meu tratamento áspero. Isso me deixa ainda mais doido por ela.
Dou outro tapa do outro lado. Sara geme mais. Eu puxo seus mamilos com
mais pressão e sua bocetinha começa a moer em meu pau, já bem duro.

― Ainda acha que estou perdendo o jeito, baby? ― pergunto suavemente,


um sorriso maldoso, acompanhando as palavras. Ela não responde e eu dou
mais um tapa em seu rosto. Esse um pouco mais forte. A cachorra sorri,
acelerando a moagem, filha da puta, no meu pau. A puxo pela nuca, deixando
nossos rosto bem próximos. Esfrego meus dedos em seus lábios,
grosseiramente. ― Minha puta... Você é a minha putinha suja, atrevida e eu
amo isso, porra. ― ela abre os lábios e suga meus dedos com força. Eu ranjo os
dentes. ― Deus, eu vou judiar de você, cachorra. Machucar essa pequena
boceta apertada. ― ameaço.

Ela sorri, e sua boca sopra na minha.

― Estou contando com isso, meu cachorro vira-lata... Gostoso... ― chupa


meu lábio inferior. Porra.

― É? ― sorrio, perversamente e dou um tapa forte em sua bunda. ―


Primeiro eu vou bater nessa sua bunda provocadora e depois comer o seu cu.
Vou meter com força, bem bruto, do jeito que minha cachorra gosta de ser
comida.

― Eli... ― ela geme em lamúria.

― O que é, baby? ― sorrio condescendente. Ela bufa. ― Será que o feitiço


virou contra a pequena e deliciosa feiticeira?

― Eu quero você... ― coaxa.

― Isso é bom, porque eu também te quero. Muito. ― sussurro antes de


comer a sua boca em um beijo indecente. ― Vem gostosa. Pegue o que você
precisa...

E ela pegou seu nenhum pudor.

Nos devoramos sentindo o ar frio da noite em nossa pele, enquanto ela


montava o meu pau, como se sua vida dependesse disso.

Deliciosa, porra.

***
Eu paro na entrada no closet e me encosto no batente da porta olhando-
a terminar de se arrumar. Estamos em nosso segundo dia na cidade-luz e
saindo para um clube exclusivo, onde celebraremos a chegada do ano novo.
Mandei vir uma coleção de vestidos dessas grifes famosas, que as mulheres
adoram. Comprei também um conjunto de colar e brincos de diamantes
brancos. Tudo foi entregue no hotel, porque não saímos do quarto por vinte e
quatro horas inteiras.

― Você está desenvolvendo um padrão vicioso de comprar coisas para


mim, garoto da guitarra. ― ela brinca, quando me percebe, nossos olhares se
prendendo através do espelho. ― Me pergunto qual será sua motivação. ― ri do
seu jeito provocante, enquanto termina de ajustar o longo branco no corpo
esguio.

Dou-lhe um sorriso safado e ando devagar, parando atrás dela.

― Você costuma ficar bem agradecida quando faço isso, baby. Não há
motivação melhor do que essa boquinha linda, chupando o meu pau. ― ela rola
os olhos e me entrega o colar.

― Bruto... ― diz baixinho, meio ofegante.

Eu pisco sacana e pego a joia de sua mão, enquanto ela levanta a vasta
cabeleira negra. Prendo o fecho, beijando sua nuca, quando termino. Ela ofega,
estremecendo. Sorrio-lhe através do espelho.

― Você é tão linda, sexy, Sara. ― sussurro, enrolando meus braços em


sua pequena cintura e ficamos olhando nosso reflexo, por algum tempo em
silêncio. ― Vou ter que chutar algumas bundas hoje à noite pelo visto. ― rosno.

Ela sorri baixinho.


― Olha só quem fala... ― ronrona, pendendo a cabeça no meu ombro. ―
O deus da guitarra que atrai hordas de vadias, como moscas em cima de doce.
― torce os lábios em despeito.

Eu gargalho. Ela me fulmina.

― Vamos, baby. Estou ansioso para curtir a noite parisiense com você. ―
seus olhos suavizam, brilhantes.

― Eu também. ― murmura suavemente.

Mat nos levou e conseguiu nos colocar para dentro da casa noturna, por
uma entrada menos movimentada. Entramos sem nenhum incidente com a
imprensa, graças a Deus. Eu ainda não sei bem o que estou fazendo, só sei que
quero sair com essa mulher linda do meu lado, sem me importar com a porra
do que vão dizer sobre isso.

Entramos no ambiente sofisticado. Há vários ambientes, todos lotados.


Gente a perder de vista. Enrolo os braços na cintura de Sara e a puxo bem
perto de mim. Mat vai à frente, abrindo caminho, enquanto Trent, meu
segundo segurança, protege nossa retaguarda.

O gerente da casa nos recebe na entrada de uma das salas vips. O


homem é efusivo, falando em Francês. Eu converso com ele rapidamente,
agradecendo a recepção atenciosa. Sara está meio boquiaberta, olhando-nos
em descrença. Subimos os degraus para a sala onde há algumas celebridades
de Hollywood. Vejo dois atores famosos, com mulheres deslumbrantes em seus
braços. O curioso é que estas não são suas esposas. Sinceramente, não consigo
entender bastardos como esses. Se não querem se prender, por que se casam?
Eu pelo menos sou sincero sobre isso. Nunca engano ninguém.

― Você fala Francês. ― Sara cochicha em meu ouvido, assim que nos
estabelecemos numa mesa de canto, perto da balaustrada, com vista da pista
abaixo de nós. Uma garçonete loira e precariamente vestida vem nos servir
champanhe. Seus olhos se arregalam, provavelmente me reconhecendo e em
seguida ela pisca, abrindo um sorriso cheio de dentes para mim.

― Sirva primeiro a minha garota, querida. ― oriento-a conciso. Ela parece


um pouco decepcionada, mas, se volta para Sara, que está atirando punhais
em sua direção. Jesus, ela é tão esquentadinha. Sara pega sua taça e agradece
a garota a contragosto. Eu sorrio e pego a minha. ― Merci.[22] ― digo sem nem
ao menos flertar com a moça, o que é estranho pra caralho, em se tratando de
mim. ― Respondendo à sua pergunta, pequena fada. ― eu digo quando
estamos sozinhos de novo. ― Falo apenas o básico da língua. ― dou de ombros.

Ela sorri, a tensão pela garçonete indo embora.

― Você nunca me disse em que se graduou na universidade. ― sonda-me


tomando um gole da sua bebida.

Sorrio ironicamente e bebo meu champanhe, antes de responder.

― Letras. ― murmuro. Seus olhos se ampliam, parecendo muito


surpresa. ― Você não tem a melhor impressão sobre roqueiros, não é, baby? ―
zombo.

Ela parece envergonhada. Abre um sorriso conciliador.

― Estou surpresa, é só isso, ok? Por que Letras? ― ela arrisca, chegando
mais perto de mim, seu braço enrolando possessivamente em minha jaqueta de
couro preta.

― Meu avô era professor de Literatura. Ele me fez gostar das letras. ―
digo, desviando o olhar para a massa de corpos se agitando na pista, lá
embaixo.

― Ele era um homem sábio pelo jeito. ― comenta suavemente.


― Sim, ele era. ― digo lacônico. ― Vamos deixar o papo cabeça para outra
hora, pequena fada. ― abro meu sorriso presunçoso, deixando claro que hoje,
se trata de diversão.

Sara

Há algo diferente nele.

Eu quase morro de susto quando me avisou que viríamos à uma casa


noturna. Com exceção do clube de sexo, que é privado e os frequentadores não
podem falar nada sobre seus sócios, Elijah e eu nunca saímos em público.
Digo, não como um casal. Mas, esta noite ele certamente está agindo como se
fôssemos um casal. Além disso, ele está parecendo inacessível para as vadias
de plantão, que sempre tentam chamar sua atenção, onde quer que ele vá.
Seus olhos verdes intensos estão em mim e só em mim, o tempo todo. Há duas
morenas na nossa linha de visão que estão o comendo com os olhos e
sussurrando entre si. Quero arrancar os silicones das cadelas com as unhas.

Grrrr! Não vou deixar as groupies estragar nossa noite.

Tomamos champanhe incialmente e agora estamos no uísque. Tomando


do mesmo copo, nos comendo com nossos olhos, lançando sorrisos safados um
para o outro. Amo esse clima sensual que se instala facilmente entre nós. Tudo
nele é sexy.

Oh, Deus, estou tão louca de amor por ele, não estou?

Meu coração está inchado no peito com as possibilidades.

O que é tudo isso?


Ele parecia desesperado para estar comigo, quando propôs passarmos o
ano novo juntos. Meu pai e a Mel estão cautelosos e me alertaram para ir com
calma. Meu bom Deus!

Como posso ir com calma, quando esse homem consome os meus


pensamentos, dia e noite?

― Você quer dançar um pouco? ― sussurra, me prendendo contra a


grade, seus olhos estão quentes, observando meu rosto.

― Pensei que você nunca pediria. ― digo com provocação. Ele me dá um


tapa na bunda e a amassa bem aqui na frente de todos. Eu gemo baixinho.

― Cachorra atrevida... ― murmura, abaixando a boca perigosamente,


perto da minha e lambe o meu lábio inferior, lentamente. ― Pena que esse
clube não é tão liberal... ― rosna, alojando o seu pau bem desperto, na minha
pélvis. Arfo baixinho, minhas mãos espalmando seu peitoral duro. ― Estou
louco para comer você com uma plateia. Meter bem fundo na minha putinha,
mostrar que você é minha. Toda minha. Ver os bastardos morrendo de inveja
de mim. ― eu gemo sem vergonha. Ele sorri do seu jeito infame de garoto mau.
― Quando voltarmos a LA eu vou levá-la ao clube. Você quer isso, baby? Jogar
comigo de novo? ― seu tom e olhar são perversamente sedutores.

― Você sabe que sim. Eu amei cada segundo daquela noite. ― murmuro.
Amei tudo, especialmente a parte em que ele voltou e dormiu comigo, em seus
braços, pela primeira vez.

Seus olhos fervem e então ele descarta o copo sobre a mesa, enrola a
mão em meus cabelos da nuca, do seu jeito fodão, dominante que faz misérias,
para a minha calcinha. A outra continua cravada na minha bunda, angulando
nossas pélvis juntas. Eu gemo, arquejando, enquanto seu olhar me consome.
Ele sorri lento e lascivo e sua boca se apossa da minha.
É um beijo sinuoso, lento, sensual, erótico. Sua língua lambe e seduz a
minha. Eu gemo e entrelaço a minha na sua e nos devoramos, sem nos
importar com nada além do nosso desejo e prazer mútuo.

Quando nos separamos estamos ofegando alto. Estou quente tanto pelo
álcool, em meu sistema, quanto pelo ataque desse deus do sexo.

Puta merda, o homem sabe beijar.

― Vem, vamos suar, pequena fada. ― ele sorri, seus olhos zombadores do
meu estado inflamado.

Eu bufo, enquanto me puxa pela mão e lidera o caminho, nos desviando


das pessoas. Descemos a escada para a pista lotada. Mat não parece muito
satisfeito, quando vê o que seu chefe está fazendo. Ele desce conosco e as
pessoas vão se afastando, cedendo espaço, quando reconhecem o rock star
famoso. Mat fica na borda da pista, sua boca pressionada numa linha dura.
Elijah sorri e pisca para ele.

Deus, ele é tão garoto mau. Eu adoro.

A música que acaba de começar é Dangerous de David Gueta. Elijah para


no centro da pista e me olha, seus olhos verdes muito quentes acariciando-me.

Ele está pecaminosamente sexy esta noite. Eu amo quando usa jaquetas
de couro. Essa é mais sofisticada, do que as que geralmente usa, para andar
em pandora. Suas calças escuras são justas, delineando suas pernas
musculosas e está usando sapatos italianos. Só ele mesmo para combinar
jaqueta de couro com sapatos italianos e ainda parecer elegante.

Lindo demais. Ele poderia ter sido um modelo se não fosse músico. Eu
babo sobre sua figura imponente e máscula. Me sinto glamorosa por estar com
esse deus.
Meu vestido é um modelo branco tomara que caia. Ele marca o busto e
cintura e desce numa saia ampla, longa na parte de trás, mas, curta na parte
da frente, no estilo dançarina de Salsa[23]. Minhas sandálias são de tiras
prateadas e muito altas. Elijah inclina o indicador, me chamando com um
sorriso infame safado, se espalhando nos lábios cheios.

Eu sorrio-lhe de volta e levanto meus braços, enquanto mecho os quadris


lentamente. Seus olhos brilham selvagens e seu sorriso amplia. Eu avanço e o
contorno, ficando às suas costas. Me estico e mordo sua orelha, puxando o
lóbulo. Ele geme e eu o abraço, me movendo, esfregando meus seios em suas
costas. Ele segura meus pulsos e num movimento rápido, me gira para a sua
frente. Uma mão vem para a minha nuca e a outra segura a parte baixa das
minhas costas, quase tocando a bunda. Ele sorri malvado e começa a nos
mover devagar, sensualmente no compasso da música. Nossos rostos estão
bem perto, nossos olhos conectados. Posso sentir todos os olhares sobre nós. É
sempre assim quando ele e os caras aparecem em público. E nesse momento,
gosto de saber que cada mulher aqui gostaria de ser eu. Sorrio, provocante,
atrevida. Ele sorri de volta e nos esfregamos sinuosamente, nos abaixando e
levantando numa dança sexy.

You take me down, spin me around

(Você me controla, me confunde)

You got me running all the lights

(Me faz avançar todos os sinais)

Don’t make a sound, talk to me now

(Fique em silêncio, fale comigo agora)


Let me inside your mind

(Deixe-me entrar em sua mente)

Elijah enfia a perna entre as minhas e começa a moer gostoso, ousado.

Nesse momento somos só eu e ele. Nossos olhares nunca se deixam.

Sem aviso me inclina para trás, uma, duas, três vezes, fazendo meus
cabelos balançarem, quase tocando o chão. Filho da puta lindo, gostoso.

Eu rio e ele me puxa de volta, me girando dessa vez de costas, contra seu
peito. Levanto os braços, segurando-o pela nuca. Sorri no meu ouvido e morde
o meu lóbulo. Suas mãos descem e sobem pelas laterais do meu corpo,
enquanto mói em minha bunda. Ele está tão duro. Mordo o lábio, sentindo o
tesão me engolfar impiedosamente. Ele parece saber disso porque, uma mão
grande espalma em minha barriga e me puxa brutamente, colando-nos mais
ainda. A outra sobe, passando displicentemente entre os seios, e vai se instalar
em meu pescoço, da forma que faz algumas vezes, quando estamos transando.

Seu sorriso no meu ouvido me faz ofegar e gemer, excitada além da


conta. Minha calcinha está inundada. Eu pendo minha cabeça em seu ombro e
rebolo, em sintonia com seus movimentos eróticos. Dançamos completamente
perdidos um no outro.

I don’t know where the lights are taking us

(Não sei para onde as luzes estão nos levando)

But something in the night is dangerous

(Mas há algo perigoso na noite)

And nothing's holding back the two of us


(E nada vai nos segurar)

Baby, this is getting serious

(Baby, isso está ficando sério)

Oh, oh, oh-oh, oh, detain the dangerous

(Oh, oh, oh-oh, oh, detenham o perigo)

Oh, oh, oh-oh, oh (Oh, oh, oh-oh, oh)

Ele me vira de frente e suas mãos se enfiam em meus cabelos da nuca.


Eu o abraço pela cintura e continuamos nossos movimentos, pra lá de
atrevidos. Ele morde o lábio me olhando, como se quisesse me comer aqui
diante de todos. Bem, conhecendo-o como conheço, ele provavelmente quer.

Minha Nossa Senhora.

Eu arquejo, quase gozando com sua fricção sem vergonha, direto no meu
clitóris.

― Gostosa... Você me enlouquece, Sara. Porra... ― rosna e então seus


lábios estão nos meus, sua língua invadindo a minha boca, fazendo meus
joelhos tremerem, de tanto tesão. Minhas mãos vão atrevidamente para sua
bunda dura e nos comemos assim, até a música acabar. Outra mais agitada
iniciou. Depois outra, e mais outra e continuamos lá, dançando, como se fosse
nosso último dia sobre a Terra.

Estávamos suados, ofegando, e não apenas pelo esforço, quando


voltamos para a área vip. Nos sentamos à nossa mesa. A garçonete vadia, veio
nos atender prontamente. Elijah olha seu relógio caro e seus olhos, agora
escuros, se fixam nos meus, prendendo-me como a um coelho, diante da
hipnose de uma cobra, antes de ser devorado. Em seguida ele pega nossas
taças e se atrapalha, derrubando uma em suas calças.
― Merda. Será que poderia me trazer guardanapos, querida? ― pede com
seu sorriso rock star safado. Eu rolo os olhos quando a vadia só falta se
oferecer para lamber suas calças. Ela sai e em tempo recorde está de volta com
guardanapos. Elijah agradece, mas, em vez de limpar suas calças ele os enfia
no bolso. Eu junto as sobrancelhas em confusão. Ele bebe sua bebida devagar,
ainda me olhando, com um sorriso nos olhos. O que ele está aprontando? Eu
me pergunto, tomando grandes goles da bebida refrescante. Quando secamos
as taças, ele se levanta e sem dizer nada, me estende a mão.

― Aonde vamos? ― inquiro, mas, ele não responde, apenas me arrasta


por entre o mar de esnobes. As mulheres me olham com despeito quando
passamos por elas e em seguida, babam por ele. Vadias. Para ser justa, eu
também recebo alguns olhares do sexo masculino. Eles são mais discretos, no
entanto. Acho que o fato de Elijah estar em cima de mim toda a noite, sempre
segurando minha mão, enrolado em minha cintura, ou comendo a minha boca,
mostrou aos caras que estou tomada.

Um sorriso bobo brinca em minha boca com o pensamento dele me


reivindicar dessa forma.

Elijah examina o local como se procurasse algo. Paramos numa porta de


vidro, dando passagem para um corredor escuro. Mais adiante há a vista
deslumbrante de Paris. Ele sorri e me puxa para a sua frente, andando comigo
assim.

― O que está fazendo, Eli? ― pergunto, enquanto ele beija e chupa meu
pescoço.

― Eu quero curtir a minha garota, longe dos olhares curiosos. ― meu


coração fica todo quente e mole com suas palavras.

Sorrio, boba, feliz. Ele me trouxe para uma das cidades mais românticas
do mundo, isso tem que significar alguma coisa, não tem?
No final do corredor há uma pequena sacada. Um casal sai de um recuo
na parede, do lado esquerdo. Eles estão corados e arrumando as roupas. OMG.
Me contenho para não soltar uma risadinha. Elijah está comprimindo os lábios
também. O casal passa sem graça por nós, sem nos encarar.

Avançamos mais um pouco e eu suspiro, sentindo o ar fresco da noite.


Levanto a vista para as luzes a perder de vista. A Torre Eifel linda e imponente
ao longe. Elijah me empurra para o canto da sacada, longe da vista da sala vip
e me prensa no parapeito.

― Porra, você está tão malditamente sexy nesse vestido. ― rosna em meu
ouvido e desce para o pescoço, chupando, mordendo com certa pressão, do
jeito que ele sabe, que tira a minha capacidade de raciocinar com clareza e de
dizer não para ele. Gemo e ele empurra o seu pau no meio da minha bunda,
moendo e cavando gostoso.

― Eli... Pode vir alguém... ― meu protesto é apenas um gemido


vergonhoso e ele sorri, sabendo que vou dar o que quiser.

Suas mãos passeiam pelo meu ventre e descem, cavando entre as


minhas coxas. Eu afasto as pernas involuntariamente e o deixo apalpar-me
grosseira e possessivamente, por cima do vestido. Sua respiração está áspera,
no meu pescoço.

― Faltam dez minutos para a meia-noite. ― murmura contra a minha


pele. ― Quero comer você aqui. ― sua voz está rouca, rude, mostrando seu
grau de excitação. Quando ele está assim, não há como pará-lo. ― Quero gozar,
explodir dentro da minha cachorra junto com os fogos de artifício. ― puta
merda. Eu fico a ponto de gozar apenas ouvindo seu linguajar sujo. Muita
covardia. Eu gemo em lamúria, enquanto uma das mãos sobe pela minha
barriga e para nos seios, amassando a carne. Líquidos jorram no meu canal
dolorido, mas, ainda assim, latejando para ser esticado, castigado da forma
que só ele consegue fazer. ― Vem. ― ele me puxa e me prensa, de frente para o
que deve ter sido o esconderijo dos amantes, que vimos escapando agora há
pouco. ― Mãos na parede e afaste as pernas, cachorra. ― eu gemo como uma
cadela no cio. Sim, ele está naquele estado rude, todo ogro.

Oh, cara... Estou a ponto de fazer xixi nas pernas quando as afasto,
atendendo seu comando.

Ele acaricia meus ombros, descendo pelos braços, dando a ilusão de que
está controlado, mas, eu sei que não. Seus dentes raspam em meu pescoço. Eu
convulsiono e ele sorri, contra a minha pele. Sem aviso, puxa o vestido para
baixo, expondo meus seios já pesados, duros.

― Ohh, Eli... ― ofego alto quando puxa meus mamilos, enviando socos de
luxúria direto em meu clitóris. ― Por favor, baby...

― Deus, eu amo sentir o seu tesão por mim, baby... ― ele rosna, e suas
mãos descem pelo meu corpo, me seduzindo lenta e cruelmente. Minha saia é
levantada e ele se afasta um pouco. O ouço puxando o ar agudamente. Sorrio
satisfeita comigo mesma. ― Jesus, Sara... Porra! ― ruge, seu tom grosso com
luxúria, ao ver minha bunda completamente nua. Uma palmada forte desce na
nádega direita e eu choramingo, me empinando para mais. Ele acaricia o lugar
onde bateu e espanca meu outro globo. Seus dedos acariciam minha abertura
traseira e mergulham em seguida até minha vagina.

― Elijah... Droga... ― mio, latejando, pingando, enquanto separa meus


lábios e me fode devagar com dois dedos. Sua risada gutural é rouca, tensa e
eu sei que está se contendo, apenas para me torturar. ― Me come, por favor!
Me come, seu vira-lata arrogante! ― rosno e ele sorri mais. Eu bufo. ― Eli...
Baby... ― mudo para bajulação. Eu finalmente o ouço abrindo seu zíper e em
seguida, sua respiração está tensa, superficial no meu ouvido, sua cabeça
gorda se acomodando na minha vulva. Seus braços enrolam na minha cintura,
me prendendo forte. Ele morde meu ombro e empurra o quadril, metendo tudo
de uma vez. Eu convulsiono, minhas pernas ameaçando ceder da luxúria
flagrante e a sensação indizivelmente gostosa, no meu ventre. ― oh, Deus...
Sim, baby... Me fode!

― Porra, Sara! Gostosa! Gostosa, porra... ― ele puxa para trás e empurra
para dentro de mim de novo, tão duro que me esmaga contra a parede.

Puta merda! Elijah pega ritmo, me comendo, acabando comigo.

Estamos ofegando e rangendo os dentes como duas feras selvagens. Ele


me fode com força, profundo, impiedoso e eu o tomo todo, obediente, ansiosa,
por sua posse bruta.

Se retira e eu protesto.

Seus dedos cavam meus líquidos na vagina e os levam para o ânus e eu


sei o que ele quer. Me arqueio mais, facilitando seu acesso. Ele rosna em
aprovação e mete os dedos no meu pequeno buraco, alargando-o, fodendo-o
forte. Geme e puxa para fora, em seguida sinto sua ponta avantajada se
ajustando, pedindo passagem. Segura meus quadris firmemente e mete numa
estocada longa e funda. Arquejo com a pressão dele me enchendo, esticando
dolorosa e deliciosamente. Sua respiração pesada vem para meu ouvido e seus
lábios, chupam meu pescoço, enquanto uma mão vai para meu clitóris,
amassando-o, esfregando-o delicadamente e eu estou a ponto de gozar, minha
respiração saindo em rajadas, misturadas com gemidos baixos. E ele me come
com sua voracidade, batendo duro e profundo, me rasgando a cada estocada.

― Porra, estou quase gozando, Sara... Tão gostosa, baby... Amo foder
você, minha cachorra linda... Amo, porra. ― balbucia na minha pele.

Ouço uma agitação na frente da sacada e fico tensa imediatamente.


Vozes. Porra, muitas vozes.

― Shhhh, quietinha. Não faça nenhum barulho, baby... ― murmura em


meu ouvido, mas, não para de meter em mim. Sua mão continua torturando
meu clitóris e eu ofego alto. Sua outra mão vem para minha boca, tapando-a
grosseiramente.

― Você está perto, minha menina má? ― sussurra, lambendo e


mordiscando meu pescoço. Aceno. Excitada, alarmada, meus olhos presos na
grande pilastra, que nos esconde do tumulto na sacada.

Se alguém virar a cabeça pode nos ver.

Elijah me come mais forte como se o tumulto e a possibilidade de sermos


flagrados, aumentasse o seu tesão. Ele continua sussurrando palavras sujas
em meu ouvido. Começo a tremer, sem controle, o orgasmo arrasador rasgando
minhas entranhas. Ele sente a mudança em meu corpo e enfia cada vez mais
forte, profundo. Fogos de artifícios começam a explodir no céu de Paris e,
porra, na minha cabeça quando gozo forte, lutando por ar, meus gemidos
sendo sufocados, por sua mão. Ele bate em mim mais duas vezes, me pregando
na parede, sem dó e goza também, gemendo meu nome com desespero em meu
ouvido. Meus olhos rolam de prazer, sentindo seu sêmen quente me enchendo.
Os fogos continuam explodindo, enquanto montamos onda após onda, do
nosso gozo transgressor. Elijah eventualmente vai arrefecendo a força das
estocadas e geme baixo.

Amo a forma como faz isso. É como se estivesse tão embriagado por mim
como estou por ele.

― Feliz ano novo, pequena fada. ― murmura ofegante no meu ouvido. Há


um sorriso arrogantemente sem vergonha, em sua voz. ― A porra da melhor
maneira de começar o ano, baby. Gozando em você. ― ele retira a mão da
minha boca e puxa meu queixo para trás.

Seus olhos estão lindos, refletindo as luzes dos fogos e meu coração dá
uma guinada.

Eu o amo tanto.
Meus olhos ardem com a força desse sentimento que me esmaga.

― Feliz ano novo, garoto da guitarra. ― Sussurro, meio embargada,


arfante, acabada, minhas pernas moles como gelatina.

Ele abre aquele raro sorriso lindo e me beija suavemente, saindo de mim
com cuidado. Em seguida, puxa os guardanapos do bolso e com um sorriso
perverso, me limpa.

Cachorro gostoso.

Sorrio por cima do ombro. Ele os enfia no bolso de novo e ajeita as


calças. Me gira de frente, arruma meu vestido e encosta-me na parede outra
vez. Suas mãos vêm suaves, para cada lado do meu rosto e ele me olha
longamente, antes de finalmente reivindicar a minha boca num longo e
delicioso beijo. Suspiro, enrolando meus braços em seu pescoço, puxando-o
desesperadamente para mim. Nunca querendo deixá-lo ir. Pedindo com meu
beijo que esse seja um novo começo para nós.

Por favor, Deus, faça com que ele perceba o que nós temos.

Rogo em silêncio.

Ficamos aqui, escondidos, namorando até ouvir a euforia na sacada


diminuir.

***

Eu me espreguiço, gemendo de prazer ao me conscientizar do corpo


musculoso e quente, aconchegado no meu. Abro os olhos e encontro os olhos
verdes lindos, me observando com uma expressão risonha, tão relaxada que
meu peito aperta.

― Hei, baby... ― Elijah sussurra roucamente e me dá um beijo suave nos


lábios.

― Ei, baby... ― murmuro de volta, meu coração explodindo de felicidade.

Caímos numa rotina fácil nessa semana. Ele me levou por toda a cidade
em encontros inesquecíveis. Visitamos todos os pontos turísticos, jantamos nos
melhores restaurantes e fizemos amor incontáveis vezes.

Tudo ainda parece um sonho para mim. Um doce sonho que está
acabando hoje. Pegaremos o jato de volta à LA depois do almoço.

Ok, isso tira um pouco da minha empolgação.

― Estamos nas páginas dos jornais. ― ele puxa um jornal do criado-


mudo e mostra a matéria para mim. Há fotos nossas em todos os lugares em
que estivemos. Merda. Meu peito aperta antecipando as próximas palavras que
sairão da sua boca. Ele vai negar. Pela enésima vez.

― Você pode desmentir na sua page... ― minhas palavras me picam. Ele


me olha e franze o cenho.

― Você quer que eu faça isso, Sara? ― pergunta, parecendo chateado. ―


Ouça, eu sei que é uma merda ser apontada como minha maria guitarra, baby,
mas, eu prometo que não vou deixá-los faltar com o respeito, com você. Eu
vou...

― Você não quer negar? ― meu coração começa a correr tão rápido, que
tenho medo de ter um infarto aos vinte e oito anos.

― Qual o sentindo em negar, se outras, muitas outras virão depois


dessas, pequena fada? ― seus dedos traçam o contorno do meu rosto, seu
olhar suavizando, preso no meu, com uma intensidade nova que me faz arfar.
Então, ele completa: ― Eu quero mais, Sara.

Oh, meu Deus! Meus olhos arregalam e eu me levanto numa posição


sentada, sem me importar em me cobrir.

― V-você quer mais? ― eu gaguejo.

Minha Nossa Senhora das mulheres surpreendidas!

Ele sorri lentamente e me deita de novo, se estabelecendo entre as


minhas pernas.

― Sim, eu quero. Eu quero você. Vamos assumir essa merda


publicamente.

Eu bufo e rolo os olhos.

― Isso não foi muito romântico, garoto da guitarra. ― zombo, enrolando


minha perna em seu quadril. ― Peça com jeitinho, garanhão. Vamos, você
consegue.

Ele joga a cabeça para trás e gargalha.

Vira-lata lindo.

Volta a me encarar, seu rosto ficando sério, mas, ainda suave. Meu
coração está batendo como um tambor, embora eu esteja tentando levar isso
de forma casual, para não pular em cima dele na primeira abertura, bem como,
executar uma dancinha feliz, pelo quarto.

Ele pode se assustar se eu disser como realmente me sinto. Então, antes


que ele pronuncie o tão esperado pedido, seu maldito telefone começa a tocar.
Porra. Ele rosna e o pega, em cima do criado-mudo.
― Irmãzinha, seu timing não é muit... ― sua frase é cortada e seu rosto se
transforma completamente, com o que sua irmã está dizendo. Ele sai de cima
de mim e pula da cama, andando de um lado para o outro pelo quarto, nu em
toda a sua glória. ― Quando? ― sua voz está tão gelada, que me faz levantar
também, um sentimento ruim se instalando no meu íntimo. O que houve para
deixá-lo assim? ― Eu não vou, porra! Não! ― rosna e desliga o telefone.

― Baby, o que aconteceu? ― arrisco, me aproximando cautelosa.

Ele não responde. Só fica lá, imóvel pelos próximos minutos. Uma
expressão tão confusa e desamparada como nunca vi em seu rosto.

Seus olhos levantam para os meus e há tanta escuridão lá que me


arrepio.

― Meu pa... David acabou de falecer. ― diz num tom estranho,


monótono. ― Ele morreu chamando pelo nome. ― seu rosto está lívido agora. ―
Quão fodido é isso? Ele me abandonou, porra! Nos abandonou! Ele não tinha o
maldito direito! ― berra e arremessa o celular contra a parede e eu me encolho
um pouco, assustada com sua reação tão primal.

― Era Chelsea ao telefone? ― pergunto suavemente para quebrar sua


onda de ira.

Ele me olha, respirando pesadamente, os olhos tempestuosos, e nesse


momento, percebo que sua relação com o pai biológico, era algo que o
incomodava. Mas, ele é tão reservado, fechado sobre as coisas pessoais que
nunca percebi antes.

― Sim, era. ― responde depois de um tempo. Ele está me assustando.

― O que você vai fazer? ― questiono ainda tentando acalmá-lo através do


meu tom.
Ele enfia as mãos nos cabelos e respira profundamente.

Seus ombros caem. Oh, Deus, ele está sofrendo.

Mesmo depois de anos de abandono, ele está sofrendo pela morte do


homem. Meu pobre garoto mau.

Me aproximo e envolvo meus braços em sua cintura. Ele me abraça, me


apertando como se eu fosse sua tábua de salvação. Ficamos abraçados em
silêncio, por um tempo muito longo, até eu sentir seu corpo mais relaxado.

― Você iria lá comigo? ― sua pergunta me choca completamente e eu


levanto o rosto, para olhar em seus olhos. ― Eu pensei que... Eu preciso de
encerramento, Sara. ― diz num tom torcido e nervoso. Nem parece ele mesmo.
Me corta o coração vê-lo assim. Droga. Isso tinha que acontecer logo agora que
estávamos indo resolver nossa situação? ― Não posso passar por isso sem você
comigo, baby. ― a forma como diz isso, me quebra profundamente.

― Eu irei aonde você for, baby. ― digo, colocando todo o meu amor nos
meus olhos. Espero que ele perceba isso. ― Estou aqui para você. ― sempre.
Acrescento para mim mesma.

― Obrigado, pequena fada. ― solta um suspiro alto e beija a minha testa.

Em seguida ele anda como um autômato e se tranca no banheiro.

Aquele estranho pressentimento ruim volta a se instalar em minhas


entranhas.

CAPÍTULO QUATORZE
Sara

Dois dias depois... Vancouver, Canadá

Elijah está diferente, e não de um jeito bom. Estou preocupada. Ele está
fechado nele mesmo desde que recebeu a notícia da morte do pai biológico.

Está se culpando por não ter vindo a tempo?

Essa e outras perguntas estão ruminando dentro de mim, uma vez que
ele não tem falado muito, desde então.

Conversamos com a mulher de David quando chegamos. Ela me pareceu


magoada com Elijah. Senti que a cadela teve certo prazer em dizer que o
homem morreu, chamando pelo nome do filho, que nunca veio. Ele ficou pior
depois disso.

Sim, ele deve estar lamentando não ter vindo antes. Eu não sei qual a
história deles, mas, Elijah não tem culpa de nada. Era apenas uma criança,
quando foi abandonado. É certo como o inferno, que não tinha obrigação
nenhuma de correr para ver o homem que o deixou.

Ok, o homem estava morrendo. Merda. É uma situação fodida.


Sinceramente não sei o que pensar. É mais fácil falar quando se está de fora.

O enterro será dentro de uma hora. Estamos na suíte de um hotel no


centro. Ele está virado para a sacada, com as mãos enfiadas nos bolsos do
terno Armani. Lindo e parecendo inacessível, para mim ou qualquer pessoa,
nesse momento.
Seu rosto é uma máscara indiferente.

É como se estivesse aqui, mas, não está.

Há batidas na porta do quarto e eu me dirijo para abri-la.

Liam, Mel e os caras estão lá, ansiosos, quando abro. Eles me


cumprimentam e andam, a passos largos para, o seu parceiro. Elijah se vira
para ver a agitação e seu semblante mostra alguma reação pela primeira vez
desde que chegamos aqui.

― Você é um grande idiota se achou que o deixaríamos fazer isso


sozinho. ― Liam rosna antes de puxá-lo para um abraço. Logo, os outros se
juntam a eles. Eu abraço e beijo a minha irmã e ficamos em silêncio,
observando a cumplicidade deles. Meus olhos ardem um pouco. É tão bonita a
amizade e o vínculo que eles têm. Cada um dos caras resmungam palavrões. É
a forma deles se comunicarem. Roqueiros...

― Obrigado, irmãos. ― Elijah diz baixo, a voz tensa. ― Mas, vocês não
precisavam se abalar para isso. ― fala quase com desdém. ― Não perdi o meu
pai. Estou aqui apenas, porque preciso encerrar essa merda.

― Besteira. ― Liam, resmunga, batendo em seus ombros. ― Você é nosso


irmão. Pare de ser tão malditamente rabugento, porra.

Os caras endossam. Elijah bufa.

Eles se separam, mas, ainda se mantém perto.

― Oi, Eli. Como você está? ― Mel se aproxima, beijando-o no rosto.

― Ei, Mel. Estou ótimo. ― diz teimosamente. ― Esses idiotas estão


exagerando.
Eles não estão exagerando, quero dizer, mas, acho que meu garoto mau
não quer parecer frágil, na frente dos parceiros. Seus olhos encontram os meus
e ele cerra o maxilar. Acho que ele odeia que eu tenha visto essa fragilidade
também.

De repente não sei como agir. Vou até ele e o abraço?

Nossa conversa em Paris não chegou a se concretizar. Ele ainda quer


mais? Já posso me considerar sua namorada?

Cristo, muitas dúvidas.

Ele sorri fracamente e me estende a mão. Meu coração se alegra um


pouco e eu a seguro, deixando-o me puxar para seus braços. Suspiro, sentindo
seu cheiro.

― Obrigado, baby. ― murmura no meu cabelo. Ele está me agradecendo


por ligar para os caras, quando percebi que não o faria por vontade própria.

Aceno, levantando o rosto para olhá-lo nos olhos.

Nova batida na porta. Liam vai atender. É Chelsea.

Ela cumprimenta todos com abraços e beijos e para à nossa frente.

É muito bonita. Muito alta. Parece uma supermodelo.

Sem dizer nada, abraça o irmão e eles ficam assim, por um tempo longo.

Ela sussurra algo inaudível para Elijah, que balança a cabeça e beija
seus cabelos, liberando-a do abraço.

― Sou Chelsea. ― diz virando-se para mim. ― E você deve ser Sara. ―
seus olhos de irmã, estão avaliando se sou boa o suficiente, para seu irmão e
eu me sinto um pouco, desconfortável. ― É um prazer conhecê-la, finalmente.
― ela sorri, lançando um olhar provocador para Elijah e em seguida, vem me
abraçar calorosamente. Meu desconforto some. Ela se parece muito com sua
mãe.

― Prazer em conhecer você também, Chelsea. ― murmuro, abraçando-a


de volta.

Conversamos por alguns minutos, enquanto os caras tomam uísque na


sala de estar.

Chelsea é advogada recém-formada e está no meio de um caso, por isso,


conseguiu voar para cá apenas hoje. Acabamos conversando facilmente. Ela
tem a espontaneidade de sua mãe e avó e isso facilitou. Eu gostei dela e a
julgar pelo seu tom, arrisco que tenha simpatizado comigo também.

― Ele está sentindo mais do que está deixando transparecer. ― murmura


quando me vê olhando Elijah, conversando com os caras. ― Meu irmão nunca
superou nosso pai ter nos abandonado. ― acrescenta em tom mais baixo, com
os olhos amorosos observando-o. ― Ele pode ficar rabugento pelos próximos
dias, mas, não desista dele. Mantenha-se firme. Eli é diferente com você.

Franzo o cenho, sem entender porque está me dizendo isso. Mas, sorrio e
aceno, gostando da parte em que ela diz, que ele é diferente comigo. Estou
ansiosa para esse mal-estar passar logo e retomarmos nosso assunto
interrompido em Paris.

― Sua barriga já está tão crescida. ― Chelsea se volta para a Mel, que
sorri, acariciando seu ventre. ― Liam está radiante, não é? Ele sempre foi o
mais tranquilo. ― ela sorri em tom conspiratório. ― bem, ele e Paul. Os outros
sempre foram os porras louca da banda.

― Sim, Liam está muito feliz. Estamos muito felizes, com nosso bebê. ―
minha irmã desvia o olhar apaixonado para seu marido. Como se sentisse o
calor desse olhar, Liam gira a cabeça e sorri para ela. Os dois são muito fofos.
Sorrio, testemunhando o amor deles.
Instantes depois, saímos para o cemitério local. Mais uma vez senti o
ressentimento da mulher de David. Mesmo Elijah arcando com todos os gastos,
a vaca se manteve fria com ele, toda a cerimônia fúnebre.

Na saída do cemitério havia muitos repórteres. Não sei de onde saiu


tanta gente e o mais importante, como ficaram sabendo. Mas, acho que foi o
fato da banda toda estar aqui. Notícias como essa correm rápido.

Elijah não deu uma palavra enquanto Mat e Trent nos escoltavam para o
carro alugado. Saímos de lá direto para o aeroporto e voamos para LA.

Minhas esperanças são que as coisas voltem ao normal.

***

As coisas não voltaram ao normal.

Duas semanas se passaram. Posso sentir Elijah escorregando por entre


os meus dedos, a cada dia que passa e me sinto impotente, com a situação.
Nosso assunto nunca foi retomado como pensei que seria, quando
estivéssemos de volta. Ainda estamos juntos, mas, tenho essa sensação ruim
em meu peito, como se ele tivesse se arrependido do que quase me propôs. Ele
está bebendo muito também.

A mulher de seu pai contatou a imprensa e falou horrores de Elijah.


Disse que deixou o pai morrer à míngua. Que todos esses anos, ele tentou se
reaproximar do filho e Eli, nunca lhe deu uma chance. Resumindo, Elijah está
sendo apontado como o vilão da história e isso, fodeu ainda mais a sua cabeça.
O que nos surpreendeu, a todos é que ele não deu uma palavra sobre isso, à
imprensa. Não reagiu com seus costumeiros arroubos. Está apático.
Completamente apático e isso está me assustando. Acho que realmente se
sente culpado, por não ter ido ver David a tempo.

Há também os pesadelos. Todo esse tempo em que temos dormindo


juntos, nunca o vi tão atormentando como estou vendo agora. Mas, quando
pergunto o que são os pesadelos, ele desconversa e me mantém no escuro.

― Sim, maninha, ele com certeza está estranho. ― Mel comenta me


analisando com olhos simpáticos. Estamos em sua sala na gravadora. Ela é
teimosa o suficiente para continuar trabalhando, mesmo sendo a primeira-
dama disso tudo. ― Eli é muito fechado, é fato. Só Liam consegue chegar até
ele. Mas, nem meu marido tem feito progressos ultimamente. Sempre que é
confrontado, Eli resmunga que está tudo bem.

Eu suspiro, me sentando na cadeira em frente à sua mesa.

― Eu juro que não sei mais o que fazer. Não sei como ajudar. ― digo
frustrada.

― Liam acha que ele deve procurar ajuda profissional. ― franzo o cenho.
― Um psicólogo ou algo assim. ― acrescenta.

― Tão ruim assim? ― inquiro preocupada. ― Maninha, Liam sabe a


natureza dos pesadelos, não sabe? ― ela balança a cabeça afirmando. ― Ele
não contou à você? ― pergunto, meu tom meio ansioso.

― Infelizmente não, querida. ― ela nega. ― Eles são muito leais uns com
os outros. Mas, Liam acha que ele contará a você eventualmente.

― Por que ele acha isso? ― peço intrigada.

― Ele acha que você é a única que pode, hum... Domar Elijah. ―
murmura, mas, vejo em seu olhar, que ela não compartilha dessa opinião.
Eu gostaria, quero desesperadamente acreditar, que eu seja a única a
conseguir tal façanha, mas, ele me tem à distância de um braço de novo.
Estamos juntos, mas, voltamos à superficialidade do começo. É como se ele
não quisesse se mostrar verdadeiramente, como se percebesse, que se abriu
demais para mim e estivesse tentando se manter emocionalmente distante
outra vez. Isso está me matando aos poucos.

― O aniversário dele é na próxima semana. ― decido mudar de assunto.


― Talvez isso o anime. Estou preparando uma surpresa. ― sorrio, lembrando a
carta que tenho na manga.

É difícil encontrar um presente adequado, para um cara que já tem tudo.


Entretanto, eu não consegui parar de pensar sobre isso, desde a nossa
primeira conversa em sua casa. Estou contando que minha surpresa traga o
meu garoto mau, de volta para mim e possamos continuar do ponto em que
paramos, em Paris.

― Sim, Liam fará um jantar lá em casa. Já estamos organizando. ― ela


sorri, conspirando. ― Talvez isso vá puxar Eli da sua concha. ― então, seus
olhos me observam, atentamente em silêncio. ― Sara, você está tão imersa
nessa coisa com Eli, querida...

Ela para, deixando algo no ar.

― E? ― instigo.

Ela alcança a minha mão sobre a mesa, entrelaçando nossos dedos.

― Eu te amo e não quero vê-la sofrendo. É isso, maninha. ― diz-me com


olhos lacrimosos. Mel sempre foi a mais chorona de nós duas, mas, com a
gravidez, sua sensibilidade triplicou.
― Eu sei, e eu te amo também, maninha. ― murmuro, emocionada. ―
Mas, eu não vou desistir dele. Eli se abriu para mim em Paris, já falei para você
como tudo foi mágico. Ele queria mais.

― Sim, me desculpe por ficar batendo na mesma tecla, pedindo para ter
cuidado com ele, ok? ― ela sorri levemente. ― É só preocupação de irmã. Você
sabe, Eli é mesmo diferente com você. Vamos torcer para que tire logo a cabeça
da bunda e se dê conta da garota maravilhosa que tem, bem do seu lado.

Sorrio. Mel dificilmente usa palavrão. Ao contrário de mim.

― É tudo que mais quero Mel. ― digo, no meu tom ridiculamente


apaixonado. ― Você sabe, falar alguns palavrões é terapêutico. ― a provoco.
―devia fazer isso mais vezes.

Ela gargalha.

― Minha maluquinha. ― murmura com carinho.

Quando volto para a minha sala, alguns minutos depois, já pronta para
encerrar o expediente, vejo Collin e Selena no corredor e eles não parecem
muito bem. Parecem discutir em voz baixa. Cogito voltar e me esquivar de
testemunhar um momento tão íntimo, na vida do casal. Então, Selena vira a
cabeça e me vê. Merda. Fico parada sem saber para onde ir. Collin me vê
também e ele não sorri como de costume. Ele murmura algo, cerrando os
dentes e vai embora pelo corredor, com passos zangados.

Puta merda! Eles pareciam tão felizes há apenas alguns dias. Selena se
recosta à parede e puxa uma respiração profunda. Eu avanço devagar.

― Tudo bem, Selena? ― pergunto suavemente. Ela me olha com lágrimas


nos olhos e balança a cabeça negativamente, abraçando a si mesma. ― Venha
para a minha sala. Poderá se recompor e falar sobre isso. Se você quiser, claro.
― Obrigada. ― murmura e eu passo o braço pelos seus ombros, enquanto
andamos para a minha sala.

Assim que entramos, a acomodo em um dos sofás do escritório e sirvo-


lhe um copo d’água. Ela o bebe devagar com mãos trêmulas e respira fundo de
novo. Não tenho ideia do que seja o problema, mas, parece sério. Ela e Collin
são loucos um pelo outro. Eu a detestei quando a conheci, mas, depois quando
sua história revoltante de abuso, foi revelada senti pena da garota. Tenho
percebido que a Mel é uma espécie de fada madrinha para ela agora. Só a
minha irmã mesmo, para passar por cima de todas as merdas e ajudar uma
mulher, que foi sua rival no começo. Bem, para ser justa, as coisas mudaram e
Selena se mostrou uma boa garota. Ela foi apenas manipulada pelo irmão,
mau caráter a vida toda.

― Você quer falar sobre isso? ― pergunto, me sentando no sofá à sua


frente. ― Sei que não sou a Mel, mas, posso chamá-la se quiser. ― ofereço e ela
abre um sorriso triste.

― Tudo bem, Sara. A Mel já sabe do que se trata. ― diz baixinho e limpa
uma lágrima errante. ― Você já viveu dias incríveis para logo em seguida ver
seu mundo desmoronando, sem que possa fazer nada para impedir?

Meu peito aperta e eu suspiro. Ela parece estar descrevendo a minha


situação com Elijah. Eu balanço a cabeça, assentindo.

― Sim, e isso é uma merda completa, não é? ― bufo.

Ela me olha e sorri do meu linguajar. Não que ela seja uma lady, nesse
assunto também. Já a vi soltando alguns palavrões por aí. Especialmente nos
shows.

― Uma merda completa. ― concorda e coloca o copo sobre a mesinha de


centro. ― Collin e eu estamos com problemas. ― um longo suspiro se segue.
Espero em silêncio, mas, ela não elabora isso. Não vou forçá-la, uma vez
que a coisa parece realmente séria. Collin está arrependido como seu parceiro,
de ter assumido algo no ímpeto? Sei bem que ele, Elijah e Sean são uns
cachorros vira-latas completos. Talvez seja isso, Collin está querendo pular
fora. Ah, merda. Estou com urticárias aqui de tanta curiosidade, mas, em vez
de insistir, eu digo apenas:

― Você não precisa se abrir comigo, Selena. ― forço um tom


compreensivo. ― Eu mesma estou tendo problemas com Elijah.

Ela me fita com olhos solidários.

― Oh, eu sinto muito. ― lamenta. ― Todos nós pensamos que Eli estava
indo sossegar com você...

Eu também pensei. Eu também.

― Essa morte do pai biológico, está mexendo com ele. Simplesmente não
sei como alcançá-lo mais. ― não consigo deixar de desabafar.

― Sim, eu compreendo totalmente o sentimento. ― seus olhos azuis


esverdeados me observam em silêncio, como se analisasse se mereço sua
confiança. ― Estou perdendo o Collin. ― sua voz falha na última sentença.

Oh, Deus. Aqui estamos nós, chorando as mágoas, por dois roqueiros
idiotas. Lindos, mas, idiotas.

― Por que está dizendo isso? ― não consigo evitar perguntar. Ela parece
devastada.

― Vou lhe contar, mas, por favor, não diga isso a mais ninguém. Você é a
única que saberá além da Mel.
Eu aceno e nos próximos minutos a assisto se debulhar em lágrimas, me
contando a história mais triste e repugnante que já ouvi na minha vida. Algo
como isso é irreparável e sim, ela corre o risco de perder Collin. Pobre garota.

Já não me sinto mais tão miserável pelos meus problemas com Elijah.

Elijah

― Que porra há com você, idiota? ― eu rosno para Collin, assim que nos
sentamos nos bancos, do nosso bar mais assíduo em Beverly Hills. Estava
tentando ficar sozinho e ao que parece, meu parceiro também. O barman nos
entrega nossas buds, sem sequer nos perguntar primeiro. Ele é um velho
conhecido, dada a nossa frequência por aqui. Levantamos as garrafas para o
cara, em agradecimento. Ele acena amigavelmente de volta.

― Não é nada, imbecil. ― Collin resmunga. ― E você? Por que está aqui e
não com sua garota?

Minha garota! Bufo.

Quase me deixei enredar por essa merda cor-de-rosa, que Sara me faz
sentir. Quase. Não estou no meu melhor momento e é hora de deixá-la ir.
Quando foi que permiti que as coisas saíssem do casual e avançassem para
algo mais? Não consigo me lembrar quando foi que perdi o controle. Mas, o fato
é que estava perdendo todo o controle, para ela. Sara estava me tornando
fraco. Pateticamente fraco. Tudo que abominei a minha vida toda. Nossa
relação foi se tornando cada vez mais intensa, íntima. Meu corpo gosta muito.
Porra, mais do que quero admitir, mas, meu cérebro ainda se recusa a aceitar
isso. Não estou pronto para algo assim. Não sou talhado para essa porra
sentimental. É hora de voltar a ser eu mesmo. Entretanto, ainda não sei como
sair. Sara está cheia de expectativas, eu vejo isso em seus olhos a cada vez que
me olha, cada vez que mergulho fundo em seu corpo. Merda.

Deixei as coisas irem longe demais. Eu nunca fui tão descuidado com
uma mulher antes. Tampouco, tão doido por uma mulher antes, uma parte da
minha mente me alerta.

― Estou dando uma pausa. ― falo sucintamente.

Ele suspira e passa uma mão pelos cabelos. O idiota não está bem,
mesmo que insista nisso. Eu e o Liam tentamos conversar com ele, mas, não
conseguimos arrancar a razão de seu estranhamento com Selena. Está claro
que há algo os perturbando. Eles estavam ridiculamente felizes. O que pode ter
havido?

― Estou dando uma porra de pausa também, irmão. ― diz, tomando um


grande gole da sua cerveja.

― Ora, vamos, Collin. ― me viro de frente para ele. ― Todos já


perceberam que há algo errado entre você e Selena, cara.

Ele rosna.

― Sim, está tudo muito fodido, mano. ― ele parece muito atormentado. É
estranho pra cacete ver meu parceiro assim, por uma garota. ― Estou
perdendo Lena e não sei qual a maldita razão.

Junto as sobrancelhas.

― Como assim, não sabe a razão? ― indago, levando minha garrafa à


boca.

― Ela está diferente, fechada e eu não tenho uma maldita ideia do que a
deixou assim. ― resmunga.
― Bem, a garota passou por merdas pesadas, irmão. ― pondero.

― Sim, mas, ela é a minha garota agora. Somos um só, porra. ― uh! Eu
me seguro para não dizer nenhuma piadinha, em cima dessa declaração. ― Ou
pelo menos eu pensei que fosse assim.

Ele realmente parece uma merda.

― Por isso tento me manter fora dessa merda sentimental, mano. ― bufo,
com raiva de Sara por me fazer amolecer e, principalmente, com raiva de mim,
por ter me permitido amolecer.

― Você com certeza está tentando. ― ele ri ironicamente. Bastardo. ― Não


finja que essa merda com a Sara é apenas casual, porque todos já perceberam
que não é, cara.

Eu resmungo um palavrão e bebo mais um gole da minha bud.

― Já passou da hora de terminar. ― digo, mas, sinto um gosto amargo,


com minhas próprias palavras.

O que diabos essa garota fez comigo? O próximo passo será o meu
maldito pau cair e nascer uma boceta do caralho, em seu lugar.

Ele me sonda e eu posso adivinhar o que vem a seguir.

― Você está deixando essa merda com o David foder sua cabeça, Eli. ―
rosno, mas, ele não para por aí. ― Lena tem uma psicóloga de confiança. O
Liam acha que você dev...

― O inferno que vou me deitar na porra de um divã e escancarar minhas


merdas, para uma doutora engomadinha do caralho! ― eu bato a garrafa vazia
no balcão e o nosso barman, providencia outra. ― Até porque eu não tenho
problema nenhum que precise de um psicólogo. O Stone deve cuidar da sua
própria vida. ― ranjo.
Collin balança a cabeça em negativa, mas, apenas bebe o restante da sua
bebida, pedindo outra garrafa.

Meu telefone toca, anunciando uma mensagem. Eu o pego do bolso e


vejo o nome de Sara na tela. Abro a mensagem:

Sara: Você vem?

Merda. Eu queria ter forças para dizer que não vou, mas, eu não tenho.
Cada vez que me afundo nela, eu digo a mim mesmo que é a última, porém, eu
nunca vou embora. Sempre voltando para mais e mais.

Porra, eu estou tão fodido!

Eli: Sim, eu vou.

Respondo conciso. Quando levanto meu olhar, Collin está com um


sorriso, comedor de merda me observando. Guardo meu celular.

― Sara? ― indaga como o idiota intrometido que é.

― Sim. ― ranjo os dentes.

Ele gargalha.

― Você acha mesmo que consegue sair dessa, irmão? ― me provoca.

― É claro que consigo, porra. O sexo é incrível, mas, é só isso que está
me prendendo. Nada mais. ― digo categórico.

― Uh! Ok, não está mais aqui quem falou. ― ele recua. ― Vamos beber
então. ― levanta a sua garrafa tocando na minha. ― A dias melhores, irmão.

Eu assinto. Sim, a porra de dias melhores!

Bebo um longo gole em seguida. Se eu for sincero, não estou bem. Desde
que fiquei sabendo da morte de David a culpa e o remorso, tem me corroído por
dentro. Que tipo de pessoa se nega a ver um moribundo, em seu leito de
morte? Eu. E desde então, tenho me punido por ter-lhe negado isso. Talvez
minha mãe estivesse certa, o tempo todo. Eu precisava ter ido lá antes e
finalmente deixar o passado ir embora. Mas, eu, teimoso como uma maldita
mula não fui e agora minha cabeça está fodida. Para acabar de me foder, a
vadia da mulher dele, me pintou como a escória da humanidade, para a mídia.
Disse que David passou seus últimos anos tentando se reaproximar de mim e
que eu, nunca aceitei vê-lo. Mentira? Não, verdade. Por que diabos eu iria
querer ver o cara que me abandonou, ainda pequeno e não voltou em longo,
longo tempo? Muita coincidência, ele ter começado a querer se aproximar,
apenas quando a banda estourou nas paradas de sucesso, não é? É isso que
acho também. Mas, isso não tira esse sentimento ruim que tenho, de que não
agi bem, me recusando a vê-lo, mesmo sabendo que estava morrendo. Foda.
Remorso é mesmo uma cadela.

Bebemos em silêncio por alguns minutos, até um corpo feminino se


enfiar no meio dos nossos bancos. Eu giro a cabeça e dou de cara com a cadela
da Nat, recostada no balcão. A vadia está usando um vestido indecente,
deixando os peitos enormes e falsos, quase de fora. Ela sorri quando me pega
conferindo seu decote.

É apenas um reflexo, ok? Eu sou um cara. A cadela é bonita, gostosa.

Um cara vê uma garota assim, é claro que ele vai olhar, senhoras. Não
me venham com lição de moral. Vejam Collin, mesmo sofrendo por sua Lena,
seus olhos estão no decote da vadia, também. Viram? É assim que os homens
funcionam. Isso não quer dizer que vamos comer a mulher que olhamos. É
apenas um reflexo normal para caras. Sim, eu sei que isso não nos isenta de
ser uns bastardos, mas, é assim que funciona.

― Ora, ora. ― Nat diz cantarolando. ― Meus dois roqueiros preferidos... ―


ri maliciosamente. Sim, eu e meu parceiro já fizemos tudo, e quero dizer tudo
mesmo, com ela na cama. Seu olhar de safada deixa claro que está
relembrando esse período. ― Que surpresa boa encontrá-los aqui. ― ela lambe
os lábios lentamente. ― Estou louca de saudade do tempo em que fazíamos o
que queríamos, quando e onde queríamos... ― seus olhos deslizam em direção
ao corredor, para os banheiros. Um convite desavergonhado do caralho. ― Uma
pena que estejam tão presos e cheios de pudores ultimamente...

Nós dois bufamos. Sim, isso também é um reflexo de caras. Nós não
gostamos de insinuações de que estamos tomados, presos, domados. Nós
odiamos essa merda. Eu mais ainda. Ninguém vai me domar.

Ninguém, porra!

― Nat. ― eu e Collin inclinamos o queixo em saudação, no entanto, não


dando muita importância.

Ela franze o cenho, desgostosa que não conseguiu a atenção desejada.

― Ora, vamos, rapazes. ― ela sorri mais sedutora, apoiando os cotovelos


no balcão e isso infla ainda mais os peitos, que ficam bem na nossa cara. ―
Não sejam malvados comigo. ― ela lambe os lábios de novo e ronrona: ― Ou
sejam. Os dois sabem que prefiro assim... Duro, sujo...

Porra. Collin rosna um palavrão também.

― Nat, aqui não há nada para você. Então, se manda, porra. ― Collin a
dispensa.

Ela faz beicinho.

― Não seja bobo. Eu sei que você provavelmente já deve estar duro para
mim, querido. ― sua voz é mais baixa e sexy. Collin assobia e se afasta um
pouco. ― E quanto a você, Eli? Ainda estou esperando minhas boas-vindas,
baby. ― e com isso, ela traz as duas mãos, numa rapidez espantosa, para
apalpar a mim e meu parceiro simultaneamente.

Suas mãos se fecham avidamente em nossos paus. Cacete! A iluminação


do bar é mais precária, do que no resto do ambiente das mesas e ela está se
aproveitando disso.

― Você não ouviu meu parceiro, Nat? ― ranjo, segurando seu pulso e
arrancando sua mão do meu pau. Cristo, o trapaceiro nem ao menos sofreu
um espasmo com a carícia dela. Que porra está errada comigo? Eu tinha a mão
de uma garota no meu pau e ele não ficou duro, caralho! Quão fodido é isso? ―
Não há mais nada para você aqui. Estamos bebendo apenas. Já estamos de
saída, inclusive.

Ela torce o rosto em frustração.

Collin havia se livrado do sua mão errante também.

― É sério? Você vai continuar me dispensando, Eli? ― ela usa um tom


derretido. Não sei por que as cadelas acham que essa merda é sexy. ― Aquela
garota não é o seu tipo e você sabe disso, baby. Aposto que o sexo com ela é
enfadonho.

Isso ferve o meu sangue.

Eu não quero essa vadia falando assim de Sara.

― O sexo com ela é além de qualquer coisa que já experimentei, querida.


Com você, ou com outras. ― digo, rangendo os dentes.

Seus olhos arregalam e ela inala com força, sua expressão despeitada.
Então, ela sorri novamente, acenando.

― Ok, eu aceito que não há nada para mim, hoje. ― diz colocando ênfase
na última palavra. ― Me paguem uma bebida pelo menos. Isso ainda podemos
fazer, não é? ― provoca. ― Ou suas meninas proíbem também? ― há um
desafio claro em seu tom.

E a outra coisa sobre caras, é que não fugimos de um desafio. Então, nós
pagamos bebidas para a cadela, que acabou ficando e nos fazendo companhia.
Eu já estava meio grogue e Collin também.

Merda. Preciso chamar Mat para me levar para casa e deixar Pandora
aqui no estacionamento.

― Entãaaao, rapazes... ― a voz arrastada de Nat diz que a cadela está


embriagada. Ela chega mais perto e inala meu pescoço, lambendo em seguida.
― Seu apartamento é aqui perto, Eli... ― choraminga, enquanto sua mão volta
a apalpar o pau de Collin, que dado o seu estado de euforia, pela quantidade
de uísque que tomamos, não a repele dessa vez. ― Vamos nos divertir um
pouco nós três? ― ela morde o meu pescoço agora. Estou meio tonto. O álcool
em meu sistema está assumindo o comando. Posso foder a vadia apenas essa
vez. É isso. Preciso foder apenas por foder. Sem compromisso. Nat sabe fazer
isso, sem a merda sentimental no meio. ― Vamos, vocês sabem que comigo
sempre terão tudo... ― ela parece realmente empenhada na sua tarefa. ― Só
nós três a noite inteira... Fazendo tudo que quiserem comigo.

Oh, porra. Eu não vou mentir, meu pau se anima com a ideia. Meu
parceiro também parece bem animado, enquanto a vadia o masturba por cima
das calças.

― Ninguém vai saber. ― ela nos persuade. ― Suas garotas jamais


saberão. Prometo. ― seu sorriso é malicioso e ela lambe os lábios
indecentemente. ― Será nosso segredinho sujo. Só nós três fodendo nossos
miolos, como nos velhos tempos... Sem dramas, sem expectativas... Apenas
sexo gostoso, como sabem que posso fazer, sem restrições...
Porra, a vadia sabe exatamente o que dizer e fazer, para despertar o
interesse de um cara. Eu preciso foder sem me sentir preso. Essa merda com
Sara está me irritando pra caralho. Sara...

Fecho os olhos e me obrigo a afastar a névoa do álcool. Afasto-me de Nat


me levantando. Collin faz o mesmo, como se tivéssemos caído na real ao
mesmo tempo. Prometi não foder outra enquanto estivesse com Sara. Me sinto
um pouco perturbado, como se estivesse traindo-a, por quase ter caído na
sedução barata de Nat. Preciso colocar um ponto final nessa coisa com Sara
primeiro, antes de saltar em outra boceta. Devo pelo menos isso a ela. Estou a
ponto de dizer à Nat que pare com a merda do assédio, quando sinto o perfume
que tem me enlouquecido nos últimos tempos.

Viro meu rosto e dou de cara com Sara e Selena.

As duas estão com as mãos na cintura, dessa forma afrontada que as


mulheres fazem, quando estão a ponto de nos colocar em nosso maldito lugar.
Sara está lançando um olhar mortal na direção de Nat e Selena está olhando
para Collin com olhos marejados, seu rosto muito pálido. Nenhuma dúvida de
que viu onde a mão de Nat estava, segundos antes. Merda.

Eu e meu parceiro estamos fodidos.

CAPÍTULO QUINZE

Elijah
Fui no carro de Sara para seu apartamento e Mat nos seguiu. O percurso
foi tenso, ficamos em silêncio.

Depois que ela soltou os cachorros em cima de Nat, consegui tirá-la do


bar. Amanhã os tabloides terão um prato cheio sobre isso. Nat a provocou de
volta dizendo que estávamos a caminho do meu apartamento e que Sara, era
uma empata foda. Isso foi o estopim para ela voar na cadela, mas, eu a contive
a tempo. No entanto, sei que parte da sua raiva está reservada para mim
também. Ela se manteve calada, dirigindo furiosamente, cortando os carros
como uma maldita piloto de corridas, clandestinas. Porra.

Eu acharia isso quente se o clima no carro não fosse tão pesado.

Quando entramos em seu apartamento, ela anda com passos zangados


até o meio da sala, arremessa sua bolsa e chaves sobre o sofá.

― Você ia mesmo foder com ela? ― se volta para mim, seus olhos estão
saindo faíscas. ― Você ia comer aquela puta do caralho? ― sua voz treme na
última frase.

― Não, eu não ia, porra! ― me exalto também. O álcool falando mais alto
em meu sistema. ― Ouça, talvez vir aqui não tenha sido uma boa ideia. Eu não
preciso de mais drama, Sara.

Ela me observa em silêncio, por um bom tempo, crispando os punhos.

― Nem eu, Elijah. ― suspira, parecendo cansada, descrente. ― Não sei


mais o que fazer para... ― passa as mãos pelos cabelos. ― Você está se
afastando de mim. Sei que está sofrendo. A morte de seu pai fodeu sua cabeça
de alguma forma e...

― Ele não era o meu pai, caralho! ― ela estremece com meu tom cortante.
― Nunca mais diga isso. Aquele cara não era o meu maldito pai e você não sabe
porra nenhuma, do que estou sentindo.
Novo silêncio, enquanto nos encaramos longamente.

― Então, me diga, Eli. ― pede mais suave. ― Divida isso comigo. ― seu
olhar amolece um pouco. ― O que eu preciso fazer, baby? Me fale.

Ouvi-la me chamando assim puxa algo dentro de mim, mas, decido


ignorar. Essa é a abertura que eu precisava para parar essa coisa entre nós.

A olho fixamente antes de falar:

― Nada, Sara. Não há nada que possa fazer. ― meu tom é carregado de
significado e ela é inteligente. Seu rosto cai um pouco, percebendo aonde nossa
conversa vai dar.

― Você está terminando comigo? ― sua voz é apenas um fio. ― É isso,


Elijah?

Eu fico em silêncio, sendo um maldito covarde. Simplesmente não


consigo pronunciar as malditas palavras, porra. Suspiro pesadamente.

― Nós dois sabíamos que isso não ia longe, quando começamos, Sara. Eu
sempre deixei claro, do que se tratava. ― digo mais seco do que gostaria.

― Diga para mim. ― ela pede; seus olhos muito brilhantes. ― Quero ouvir
a maldita sentença! Diga olhando nos meus olhos, que tudo que tivemos foi
apenas sexo! Diga, porra!

― Sim! ― eu rosno, começando a ficar verdadeiramente puto com essa


conversa. Eu não planejei terminar tudo assim. Ela está me forçando a isso. ―
Foi sexo, Sara! Sexo incrível, mas, foi apenas sexo. ― essas palavras me
embrulham o estômago, mas, tenho que acabar com suas expectativas, de que
isso vá mais longe.

Seu rosto empalidece e ela recua um pouco, mas, em seguida ela sorri
jocosamente.
― Você é o pior tipo de covarde, sabia? ― range os dentes. ― Você pode
dizer isso para si mesmo, mas, nós dois sabemos que não foi apenas sexo.
Havia mais. Você queria mais! ― berra.

― Aquilo foi um erro. Deixei me levar pela cidade e por você. ― suspiro
passando as mãos pelo meu rosto, me sentindo cansado dessa merda.

― Quando ia me dizer isso? ― pergunta; seu rosto torcendo com uma


emoção crua. Ela pisca e puxa respirações pesadas. ― Ou você só ia voltar a
comer vadias, pelas minhas costas?

Isso me irrita, porque eu nunca menti para ela.

― Eu não estive com nenhuma outra desde você e sabe disso, porra. ―
rosno. ― Você teve mais do que qualquer outra, mas, é hora de pararmos. Eu
não quero a porra de um relacionamento, deixei isso claro desde o começo.

Ela acena e baixa o olhar para o tapete.

Quando volta a me encarar, seus olhos estão determinados.

― É isso que você quer Elijah? ― sussurra. ― Porque quando passar por
aquela porta, atrás daquela puta, você não me tocará mais.

― Eu não estou indo atrás dela. ― digo com raiva. ― E uma coisa que
precisa saber sobre mim querida, é que não aceito a porra de ultimatos. ―
ranjo.

― Nem eu. ― ela estica a coluna, sua valentia voltando. ― Você quer
acabar com essa merda? Então, vamos acabar, porra! ― range os dentes. ―
Cansei de ser apenas o seu brinquedinho, a porra do seu segredo sujo! Foda-
se, seu idiota covarde!

Ela parece pronta para me esganar. Talvez eu mereça mesmo sua ira,
uma vez que lhe dei falsas esperanças.
― Eu não planejei que isso entre nós fosse tão longe, Sara. Eu... ― me
defendo apressado.

― Saia! ― diz numa voz embargada. ― Vá logo, porra!

Sua histeria me assusta.

Pelo olhar em seus olhos, ela gostaria de me dar uns socos.

Ficamos nos olhando por mais um longo momento.

Há essa pequena parte de mim, que insiste em dizer, que estou fazendo
algo de que posso me arrepender no futuro. Mas, eu mando a dúvida para
longe. Isso acabaria em algum momento. Eu nunca vou dar o poder para outra
pessoa me ferrar. Em algum momento, teria de deixá-la ir. Melhor agora, antes
que ela se machuque, na tentativa de me mudar.

Esse sou eu. Posso ser um bastardo, mas, sou sincero. Sempre.

Puxo uma respiração aguda. Essa sensação ruim oprimindo o meu peito
está aumentando. Só preciso sair logo daqui e encher a cara para anestesiar
essa merda.

Catalogo seu rosto bonito e exaltado, uma última vez e me viro, andando
em direção à porta, deixando para trás a única mulher que já me fez querer
algo mais.

***

Uma semana se passou.


Uma semana em que bebi ainda mais e me afoguei, anestesiando todos
esses sentimentos controversos que Sara colocou dentro de mim.

Terminar as coisas, não me deu o alívio que pensei que daria. Esses dias
a evitando, foram um maldito inferno. Ansiei por um vislumbre dela, apenas a
porra de um vislumbre. Não sei o que está havendo comigo e odeio esse conflito
do caralho, em que ela me jogou.

Eu. Não. Quero. Um. Relacionamento.

Vivo repetindo isso à exaustão, para me convencer.

Levo minha cerveja à boca, enquanto olho a praia privada do Stone.

Ele e a Mel organizaram um jantar de aniversário para mim. Pensei em


mil desculpas para não vir, apenas para não ver Sara.

Não disse que estou enlouquecendo com esses sentimentos loucos e


controversos?

Ansiei por vê-la, mas, me mantive distante porque sabia que vê-la, ia me
fazer lamentar por terminar as coisas.

E foda-se, eu tive uma pequena morte quando a vi entrando na sala,


toda linda e sexy, num vestido preto esvoaçante muito acima dos joelhos.
Nossos olhos se chocaram e se prenderam, numa conversa silenciosa por
breves segundos, então ela me descartou indo cumprimentar os outros.

Todo o meu corpo respondeu ao apelo do seu. Meu pau ficou


absurdamente duro. O tesão feral, que só sinto com ela, por ela, me fazendo
quase rosnar.

Jesus, por que isso não passa? Por que continuo querendo-a com tanto
desespero?
― Está tudo bem aí, parceiro? ― a voz calma de Liam, me faz olhá-lo meio
de lado.

― Sim, perfeito. ― digo ironicamente.

Ficamos alguns momentos em silêncio, apenas olhando as ondas


quebrando na praia e tomando nossas cervejas.

― Então, as coisas com Sara... Não tem volta? ― ele recomeça.

Suspiro baixo.

― Não, não tem. ― resmungo.

Ele me crava com seus olhos azuis, puxa um maço de cigarros do bolso,
retirando um, empoleirando-o na boca. Eu faço o mesmo. Acendemos,
puxamos tragadas e soltamos a fumaça densa.

― Eu e os caras estamos preocupados com você, irmão. ― seu tom é


sério. ― Você está bebendo muito e não está falando nada conosco. Comigo.

― Não há nada para se preocupar, Liam. ― eu resmungo. ― Sério, estou


bem. Eu só...

― Você precisa de ajuda profissional, cara. ― Seu tom é mais firme. Ele
está irritado, mas, está se contendo porque sou eu. ― É hora de deixar a merda
com o seu pai ir embora.

― Ele não era é a porra do meu pai! ― rosno, fuzilando-o. ― Você, de


todas as pessoas, devia saber disso.

Seu semblante vai de irritado para magoado agora e eu me sinto mal


imediatamente, por ter usado esse tom com meu irmão.

Suspiro, enfiando uma mão em meus cabelos.


― Me desculpe, irmão. ― peço, tenso, querendo fugir daqui o mais rápido
possível. ― Ouça, obrigado pelo jantar. Dê um beijo na Mel e no homenzinho
por mim, ok? ― digo, terminando de fumar meu cigarro e tomando o último
gole, da cerveja.

Ele me sonda, estreitando os olhos, me lendo e meneando a cabeça


levemente, porque viu em meu semblante o que virá a seguir.

― Você não precisa agradecer. Não por isso, irmão. ― ele diz vindo até
mim, dando tapas nas minhas costas. ― Para onde vai agora?

Dou de ombros.

― Tenho algo planejado em meu apartamento. ― revelo e não é


necessário dizer mais nada.

Meu parceiro sabe o que irá acontecer nas próximas horas.

Ele assente, ainda há preocupação em seu semblante, mas, sorri, me


puxando para um abraço afetuoso, que faz meus olhos arderem.

― Feliz aniversário, mano! ― murmura. Eu o abraço também.

― Valeu mano. ― agradeço-o e ele me libera da sua merda sentimental. ―


Diga aos outros que a festa continua em meu apartamento. ― sorrio
maliciosamente. Não que eu esperasse qualquer um deles por lá. Mesmo Collin,
que está tendo problemas com Selena; sei que não posso contar com ele.

Ele bufa, mas, acena.

Saio de lá o mais rápido que consigo.

É hora de o velho Elijah voltar e mandar a merda cor-de-rosa para longe,


de uma vez por todas. É isso.
Eu preciso foder outra boceta, para tirar Sara do meu sistema. Na
verdade, não sei por que diabos, não fiz isso ainda. Preciso dela fora da minha
pele e não há outra forma de conseguir isso, senão voltar a bater algumas
bocetas. Ignoro totalmente a voz na minha mente, que insiste em me dizer que
estou cometendo um erro.

Sara

É muito difícil manter alguém por perto quando esse alguém não quer
mais estar perto.

Eu o perdi? Definitivamente, ou apenas temporariamente? O que ele está


fazendo lá fora? Está transando com outras? Ou até mesmo com aquela puta,
que não sai da sua cola? O pensamento dos dois juntos me causa náuseas.

Elijah poderia transar com qualquer uma, mas, com ela?

Deus, isso me mataria.

Tem me evitado na gravadora também.

Foi uma semana infernal em que chafurdei na minha auto piedade.


Tomei litros de sorvete com a Mel e assisti a inúmeros filmes melosos na
Netflix. No entanto, foi em meio à essa maratona de filmes, lá pelo quarto dia,
de sentir pena de mim mesma, que parei para pensar um pouco, em tudo que
aconteceu e as palavras de Chelsea, voltaram em minha mente, do nada.

Ela me alertou que Elijah poderia ficar difícil depois da morte de David e
me incentivou a não desistir dele.

Então, isso me bateu com força.


Desisti muito fácil do homem que amo.

Claro, que meu estopim curto influenciou muito.

Qual é o ponto de você insistir com uma pessoa, que te diz, na sua cara,
que não quer mais você?

Entretanto, Elijah é um filho da puta orgulhoso e sim, se borra de medo


de relacionamentos.

E se ele apenas se assustou com a rapidez com que ficamos íntimos e


por isso resolveu correr de mim? De nós? Eu ainda tenho uma chance?

Todas essas perguntas formaram um caldeirão efervescente, em meu


cérebro e coração.

Naquele momento de epifania, eu saltei do sofá e retomei meu antigo


plano, envolvendo seu presente de aniversário. A encomenda havia chegado
ontem, em meu apartamento e chorei como uma cadela agarrada ao pacote.

Sim, vou arriscar tudo agora. Prefiro saber o que teria sido, do que me
perguntar eternamente e se?

Enfim, segui com o plano e escrevi uma carta, onde revelo os meus
sentimentos mais secretos. Tudo sobre como me senti a seu respeito desde
quando surgiu com a DragonFly. Digo-lhe que sou sua fã número um e que ele,
sempre foi o meu favorito. Peço para ouvir uma música de Adele e encerro,
dizendo as famosas três palavras.

Se isso não o trouxer de volta, nada mais poderá ser feito e eu vou
sacudir a poeira e seguir em frente, embora saiba que nunca, nunca vou
esquecê-lo, por mais breve que tenha sido a nossa história.

Elijah ficou marcado a ferro e fogo em minha pele, em meu coração.


Não nos cruzamos nenhuma vez, desde a noite fatídica em meu
apartamento até hoje, nesse bendito jantar de aniversário que Liam e Mel
organizaram.

Quase chorei quando fui parabenizá-lo e me forcei a abraçá-lo.

Deus, o seu cheiro me encheu de saudade. Meu peito doeu com a


lembrança de tudo que vivemos.

Parecia tudo tão distante agora. Como se aqueles dias felizes, fossem em
outra vida.

Ele me apertou em seus braços, com força e inalou meus cabelos, nossos
corpos tremeram juntos, me obriguei a me afastar.

Espero que me chame quando chegar em casa e vir o meu presente.

O olho furtivamente, mais uma vez, enquanto tomo meu vinho e


converso com Carlie e Eva. As duas me lançam olhares solidários.

Odeio ser o alvo de pena. E é assim que todos estão me olhando agora.

A idiota que se deu completamente para o rock star fodão achando que o
mudaria e quebrou a cara.

― Ele está bebendo muito ultimamente. ― Carlie sussurra com pesar.

― Nem parece ele mesmo, para ser sincera. ― Eva complementa.

Sorrio fracamente. Sei que estão tentando me fazer sentir menos merda,
por ter sido usada e descartada por Elijah.

― Eu estou bem, meninas. É sério. ― meu tom não é nem remotamente


convincente. Mas, elas acenam e passamos a falar, sobre outros assuntos,
como suas expectativas com a turnê da Europa, que começará no final do
próximo mês.
Então, eu olho novamente na direção de Elijah e ele está se despedindo
de Liam. Eles estavam mais afastados, perto da escada que dá acesso à praia.
Ele sai apressado, sem olhar em volta. Seus passos parecem determinados e
uma sensação de perda, começa a me tomar.

Onde ele está indo?

Liam se vira e seus olhos preocupados encontram os meus. Eu vou até


meu cunhado.

― Ele está indo embora? ― indago; minha voz ridiculamente alarmada.

Liam me olha, da mesma forma que as garotas estavam me olhando


antes e balança a cabeça.

― Para onde? Onde ele está indo? ― meu coração começa a correr,
porque eu não tenho um pressentimento bom sobre isso.

― Seu apartamento em Beverly Hills. ― diz com pesar.

Meus olhos ardem com a notícia.

Não é preciso dizer mais nada.

Elijah está indo se divertir. Comer vadias, comemorar no estilo que


conhece e se recusa a abandonar.

― Sara... ― ele murmura, os lábios apertados numa linha fina. ― Sinto


muito. Elijah não está em um bom momento agora. O bastardo é um cabeça
dura. Sinto muito.

― Está tudo bem, Liam. ― tento sorrir para tranquiliza-lo. Mel chega e
enlaça seu marido pela cintura.

― Elijah está indo embora? ― franze o cenho.


― Sim, baby, o idiota não está bem, embora minta sobre isso. ― Liam
confirma, beijando seus cabelos.

Mel desvia os olhos simpáticos para mim. Meu peito aperta ainda mais.

Preciso superar essa merda.

Me forço a mudar de assunto para não preocupar a minha irmã.


Conversamos, bebemos por mais algum tempo, mas, minha mente está
correndo e meu coração, atormentado com o que deve estar acontecendo, no
famoso apartamento de foda de Elijah.

Vim de táxi, então, estou autorizada a beber.

Cerca de duas horas depois, já consegui a minha coragem líquida e estou


a caminho de Beverly Hills.

Sim, estou indo lá.

Quero ver com os meus próprios olhos que merda o maldito cachorro
vira-lata está fazendo, no seu covil de vadias.

Meus nervos estão aflorados, mas, o álcool em meu sistema, está me


impulsionando a ir em frente.

Pago o taxista e ele me olha meio desconfiado. Deve ter percebido que
estou em uma missão.

Me apresento na portaria e informo que estou convidada para a festa na


cobertura. O porteiro me libera, sem maiores informações. Acho que mulheres
estão liberadas automaticamente. Cachorro, filho da puta!

Tomo o elevador social. A subida lenta, não faz nada para me acalmar.
Quando chego à porta do apartamento, Trent está lá. Seus olhos ampliam um
pouco ao me ver, mas, ele mantém sua cara de pôquer.
― Estou convidada. ― digo com insolência.

Ele assente e abre a porta para mim. Sou assaltada imediatamente pelo
ambiente barulhento, quando entro.

A ampla sala foi transformada em uma pista de dança e muita gente está
lá se enroscando sem qualquer decoro. Meus olhos correm pelo recinto,
ansiosos e com receio ao mesmo tempo, em busca de Elijah. Mas, não há sinal
dele por aqui. A música agitada e muito alta vibra, abalando-me ainda mais e
eu me movo, andando, forçando minha passagem, por entre homens e a
maioria mulheres, vestidas precariamente, observo desgostosa.

Mas, onde está ele? Em algum quarto com a vadia, ou vadias, escolhidas
para a noite? Então, um casal se afasta da minha frente, me dando a vista, do
centro da pista de dança improvisada, e eu paro de respirar. Meu coração
afundando quando finalmente o localizo.

Ele está dançando.

Não, ele não está dançando, está praticamente fodendo sua parceira, que
é nada mais, nada menos que a puta loira. Sua puta preferida pelo jeito.

Todo o meu corpo treme e eu estaco, congelada, ainda sem querer


acreditar que ele está lá. Com ela. Dentre todas as vadias, ele tinha pegar ela.

Oh, meu Deus.

Um suor frio corre pela minha coluna. Me sinto morrer por dentro.

As mãos dele estão em todos os lugares, do corpo da puta e é nesse


momento que ela levanta, o olhar e me vê. Um sorrisinho perverso se abre em
seu rosto e é com horror absoluto, que a vejo puxar a cabeça de Elijah para
perto e no segundo seguinte, os dois estão comendo a boca um do outro.
Lágrimas quentes ardem em meus olhos, uma dor absurda invadindo o
meu peito, me tirando o ar. Eu o perdi.

Eu o perdi.

Sei que preciso sair daqui. Já vi o que queria ver. Preciso sair!

Puxo respirações profundas e me viro para a porta.

Um passo na frente do outro.

Estou quase chegando lá quando tudo em mim se revolve. Não posso sair
assim, me sentindo um lixo, descartada. Crispo os punhos e marcho de volta,
empurrando as pessoas no meu caminho, sem muita delicadeza. Não estou no
meu juízo agora.

Paro atrás de Elijah e puxo seu braço com força. Ele se vira começando a
protestar, mas, para, seus olhos arregalando, surpresos.

― Sara... ― ele rosna; empurrando a vadia por um momento. ― Que


porra você está fazendo aqui? ― sua voz está meio enrolada e seu corpo está
oscilando um pouco.

O imbecil está bêbado.

― Eu queria ver, com meus próprios olhos, que tipo de escória é você. ―
estalo, entre dentes. As pessoas começam a se afastar, percebendo o tumulto,
em seguida o som para. Ótimo. Apenas ótimo. Temos toda a atenção sobre nós.
― Eu queria, na minha estupidez conversar com você!

― Você quer conversar? Então, vamos lá! ― ele fixa os olhos duros e
levemente desfocados, nos meus. ― Como vamos terminar isso, pequena fada?
― o apelido em seus lábios é desdenhoso agora e isso torce em meu intestino.
Ele está irreconhecível. ― Que tal assim? ― chega mais perto, seu rosto a
centímetros do meu. ― Você não significou nada para mim! ― eu arfo com o
impacto dessas palavras. Sua expressão é dura e seu olhar perfura-me, como
se estivesse com raiva de mim. Meu peito dói absurdamente, deve ser porque
meu coração está sendo rasgado em mil pedaços. Eu cambaleio um pouco para
trás. ― Você não foi nem mesmo um maldito ponto no meu radar, Sara. Nós
fodemos. ― sinto cada palavra me atingir, como socos no estômago. Eu
engasgo, lutando para não deixar as lágrimas transbordarem. ― Não houve
nada de especial sobre isso. Eu fodo o tempo todo, porra. Por que achou que
com você seria diferente?

A vagabunda loira se pendura em seu braço e me lança um risinho sujo.


Eu fecho os olhos por um momento. Nunca me senti tão humilhada em toda a
minha vida. Nem mesmo quando André se esfregou, nessa mesma puta e foi a
gota d’água, para o nosso relacionamento. Os reabro e parece que Elijah ainda
não me humilhou o suficiente, pois cospe a seguir:

― Eu ainda quero foder você? Sim. ― seu tom é cortante como uma
navalha, quando ele completa: ― Eu tenho sentimentos por você? Não. ― é
nesse momento, que perco a batalha e lágrimas quentes e grossas rolam pelas
minhas bochechas. ― Esse sou eu, querida. Se você quiser permanecer e
queimar nosso último cartucho, é bem-vinda. Esse sou eu, porra! ― ele parece
com raiva de mim. O que diabos eu fiz para esse babaca? Quero dizer, além de
deixá-lo me foder regiamente? ― É pegar ou largar.

Eu o encaro por longos e dolorosos momentos, em busca de um


vislumbre do homem que vi em Paris. Mas, não há nada lá. Ele se foi.

Meneio a cabeça, me dando conta de que esse homem nunca esteve lá,
eu o criei no meu desespero, de que ele me amasse de volta. Perceber isso me
mata e meus ombros caem em derrota.

É isso, eu sou mesmo a nova Anabete.


Ele conseguiu me transformar em uma de suas vadias descartáveis. Meu
coração parece que está sendo arrancado do peito, tamanha a dor que me
invade agora.

― Estou largando. ― digo num fio de voz. Seu maxilar enrijece e ele pisca,
desviando os olhos dos meus.

Um novo tipo de dor se instala em meu peito, porque por um breve, um


ínfimo momento; pensei em continuar com ele. Eu sei, sou uma desculpa
patética de mulher, tentando me agarrar a qualquer migalha, que ele me der,
porque é doloroso demais me imaginar sem ele, daqui pra frente.

Olho os dois mais uma vez. A cadela se gruda mais à ele, que não faz
nada para empurrá-la.

Minhas lágrimas estão descendo, mesmo que eu lute contra elas.

Ela sorri, se refestelando na minha humilhação.

― Quer um conselho, querida? Abra mais os olhos e mantenha as pernas


fechadas. ― a voz cheia de deboche da vadia, entra em mim como um veneno.
Ela tem um sorriso triunfante no rosto.

Mais lágrimas enchem meus olhos. As limpo com raiva por deixá-los me
destruir assim. Quero sair. Preciso ir embora daqui. Mas, ao pensar em sair
assim, humilhada, uma raiva maior ainda me invade, fervendo por dentro
como um furacão, revolvendo o oceano, com sede de destruir tudo no seu
caminho.

Antes de pensar direito, eu avanço, arrancando-a de perto dele.

― Sua louc... ― suas palavras se perdem com o tapa forte que dou, em
sua cara de puta.
Ela cambaleia, mas, não paro. Sou uma mulher enlouquecida. E ferida.
Bato de novo e de novo. Jogo-a no chão e monto sobre seu corpo magro do
caralho e a encho de sopapos, de cada lado do rosto. Há gritos, vaias, euforia
enquanto descarrego toda a minha raiva em seu rosto. Sangue está escorrendo
de seu nariz e boca. Braços fortes enrolam em minha cintura, me puxando.
Rosno enfurecida e não saio do lugar. Sua cara de prostituta está toda
desfigurada agora, mas, não consigo me parar. Quero matá-la! Sou finalmente
arrancada de cima dela. O cheiro dele misturado ao dela, entra pelo meu nariz,
me enfurecendo ainda mais.

― Me solte, seu filho da puta! ― piso no seu pé e ele grunhe, me soltando.


― Eu odeio você! Eu te odeio! ― berro na sua cara. ― Fique com a sua
vagabunda, porra! Não encoste as malditas mãos em mim, nunca mais! ― dou-
lhe um tapa forte no rosto, que ele recebe sem se defender. Minha mão dói
como o inferno. Choro de novo, olhando-o, tentando entender o porquê de
tanta crueldade comigo. Puxo respirações trêmulas, sentindo algo se quebrar
dentro de mim quando sussurro, rouca e cansada: ― Nunca vou te perdoar por
isso. Você morreu para mim, Elijah.

Seus olhos ampliam e ele abre a boca para falar algo, mas, me viro e as
pessoas vão abrindo caminho. Ando cambaleante até a porta, novas lágrimas
me cegando. Passo por ela e a fecho atrás de mim, me encostando a ela, porque
preciso me apoiar em algo ou vou desmoronar.

― Acabou. ― digo em voz alta, para me convencer de que eu realmente vi


aquilo lá dentro. ― Acabou. Oh, meu Deus, acabou... ― soluço baixinho e me
encaminho para o elevador. Quanto entro, eu desmorono direto para o chão,
sentada, desolada. ― Acabou. Ele me deixou. ― choro, meu corpo tremendo
sem controle, enquanto a dor me rasga por dentro.

***
― Chore, querida. Coloque tudo para fora. ― Mel sussurra, acariciando
minhas costas, enquanto me enrolo mais em seu colo, mesmo em meu estado
caótico, tomando cuidado para não apertar seu ventre.

Saí do apartamento de Elijah sem destino, completamente sem chão,


sem norte. Lembro-me de Mat me ajudando a levantar do chão do elevador e
me levando para o carro. Não lutei, nem falei nada. Ele sabe que não tenho
ninguém aqui, além da minha irmã, então, me trouxe para Malibu. Não queria
preocupar a minha irmã, mas, só tenho a ela nesse momento. Liam não estava
à vista, quando Mel me recebeu à porta, ainda há pouco. Mas, eu sei que ela o
colocou a par, da minha visita inesperada, no meio da noite.

― Eu o amo. ― minha voz é apenas um esgar, rouca, cansada. Me sinto


drenada, arrasada. Completamente destruída. ― Por que ele não pode me
amar, Mel? ― soluço. ― Oh, meu Deus, por quê? O que há de errado comigo,
maninha?

A ouço fungar suavemente.

― Não há absolutamente nada de errado com você, maninha. ― ela


sussurra, sua voz embargada. ― Nada, querida. Ele é o problema. Ele não quer
isso, Sara. Você precisa ser forte.

Como ser forte quando seu coração foi rasgado, pisoteado pelo homem a
quem você, ingenuamente entregou tudo? Choro em seus braços até não restar
mais lágrimas, meus olhos secos e pequenos arquejos, saindo da minha boca.
Eventualmente ela se deita comigo e me aconchega mais perto, passando a
mão delicadamente, pelos meus cabelos.

Esse é o verdadeiro amor. Todo o resto é besteira, uma ilusão para


enganar os tolos.
Nunca mais serei tola.

O cansaço me vence e adormeço, me sentindo amada e protegida aqui.

Nunca mais serei tola.

CAPÍTULO DEZESSEIS

Sara

Eu acordo com a música de Sia, Fire Meet Gasoline, tocando em meu


celular.

Tateio a cama à procura do meu criado-mudo. Não encontro nada. Abro


os olhos e o quarto estranho me faz franzir o cenho.

Oh, Deus, não foi um sonho!

Gemo, me familiarizando com o quarto de hóspedes da Mel e lembrando


o porquê de estar aqui. Fui pisoteada ontem. Elijah acabou comigo e minhas
esperanças idiotas, ontem.

Por fim, localizo meu celular, que já parou de tocar. O pego e o nome na
tela, faz meu coração acelerar, mesmo todo machucado.

Garoto da guitarra.

Salvei seu número com esse apelido. Apenas ver seu apelido piscando lá
faz minhas entranhas se revolverem. A desilusão, a dor, cada palavra
martelando na minha cabeça. Sua expressão furiosa e cruel, quando me disse
todas aquelas coisas, zombando de mim, me ridicularizando na frente de todos.

Na frente da sua puta.

Por que ele está me ligando? O aparelho recomeça a tocar e eu o solto


sobre a cama.

Minha mão direita está doendo e um pouco inchada, dos tapas que dei
nele e na piranha. Mel colocou gelo ontem. Graças a Deus, ou estaria pior hoje.
A flexiono, sentindo as juntas doerem.

Filhos da puta!

A ira me enche e quero socar os dois de novo e de novo, até sentir meu
coração inteiro outra vez. Gemo. Não, nada vai colocar meu coração inteiro de
novo. Nunca.

O aparelho toca e toca até parar. Com ódio mortal e uma determinação
de aço, o pego e corro a lista de contatos. Vou a excluir, mas, isso não é o
suficiente, quero extingui-lo da minha vida. Então, bloqueio o seu número e em
seguida, faço isso em todas as minhas redes sociais, exatamente como fiz com
André.

Mais um escroto fora da minha vida. Para sempre.

Fito o aparelho pensativa, lágrimas traiçoeiras querendo voltar, mas, as


empurro com raiva para dentro. Nunca mais vou derramar uma lágrima sequer
por esse homem. Nunca mais.

Ele está morto para mim. Morto.

A porta se abre e Mel entra com Chay seguindo-a. Ele começa a sorrir a
me ver aqui, mas, seu rostinho se fecha ao ver o meu estado. Devo estar
parecendo a noiva do Frankenstein de tanto que chorei ontem.
Trágico.

― Tia, o que você tem? ― ele pergunta, já pulando na cama e me


abraçando. O abraço e beijo sua bochecha, me deliciando com seu carinho. ―
Você está doente?

― Não, meu lindinho. ― digo suavemente. ― Senti saudades de vocês e


vim dormir aqui.

Ele me analisa, com seus olhinhos castanhos inteligentes.

― Você brigou com o tio Eli? ― Oh, Deus, apenas ouvir o nome dele faz
tudo doer outra vez. ― É isso, não é? Eu não sou bobo.

Eu sorrio fracamente, batendo o indicador em seu pequeno nariz. Tão


esperto, meu pequeno.

― Sim, querido. A titia se desentendeu com... Ele. ― chio, me recusando


a dizer o seu nome.

― Meu pai disse que tio Eli precisa de um psicólogo. Por que ele precisa
de um, tia?

Deus, esse menino é tão esperto.

Abro a boca para falar quando Mel se antecipa:

― Chay, querido, isso é assunto de adultos. ― diz em tom suave, mas, ele
sabe que é uma reprimenda.

― É tão chato ser criança. ― ele resmunga.

Eu a Mel sorrimos da sua birra.


― Ser criança é muito melhor do que ser adulto, menino bonito. ― ela
continua, acariciando os cabelos do filho. ― Você não tem que se preocupar
com nada. Tudo que precisar papai e mamãe estarão aqui para você.

Ele sorri um pouco, gostando disso.

― E você não tem que se preocupar, com corações partidos como os


adultos, meu gostosinho. ― roço meu nariz no seu.

― Então, foi isso? Tio Eli partiu o seu coração, tia? Por que ele fez isso?
Ele é tão legal. ― diz com inocência. Sorrio-lhe tristemente. Ele não sabe o
quanto é bom ser criança.

― Coisas de adultos, querido. ― sussurro. ― Prometa-me uma coisa?

― O que? ― indaga ansioso.

― Nunca, nunca mesmo machuque o coração de uma menina. ― minha


voz embarga um pouco. Mel esfrega as minhas costas.

Chay me olha como se eu fosse alguma doida. O que meio que sou. Onde
já se viu, pedir algo assim para uma criança, de apenas sete anos?

― Prometo. ― ele diz, mesmo sem entender do que se trata.

― Eu te amo, meu lindinho.

― Também te amo, tia. ― ele me abraça pelo pescoço e planta beijos por
todo o meu rosto. ― Você está sentindo dor? ― pergunta com olhinhos
preocupados.

Sorrio tristemente.

― Não, meu amor. ― não esse tipo de dor pelo menos.


― Querido, agora que já viu sua tia, desça. Carlie já está esperando, para
começar sua aula. ― Mel o intima.

Ele rola os olhos, mas, não discute. O pequeno nos beija e corre para
fora do quarto. Mel se aproxima mais, sentando-se na borda da cama. Seus
olhos estão suaves e cautelosos.

― Como se sente, querida? ― pergunta.

― Como se meu coração tivesse sido arrancado do peito, maninha. ―


suspiro longamente, caindo de costas na cama.

Ela suspira e desvia o olhar e sei que algo está errado.

― Prefere tomar seu café aqui, ou lá embaixo? ― inquire.

― Não quero levantar dessa cama hoje, se não for incômodo. ― peço. ― O
que você quer me dizer, Mel? Derrama.

― Não é nada, Sara. ― diz apressadamente. ― Apenas, sinto muito por


não tê-la protegido disso tudo.

― Ei, não. ― seguro sua mão, entrelaçando nossos dedos. ― Não havia
nada que pudesse fazer para evitar isso, maninha. ― torço os lábios em
desgosto. ― Nada podia parar Eli... Ele. E nada poderia me parar de querê-lo,
também. Eu sou a única culpada nessa história, Mel. Apenas eu. Entreguei-me
sem restrições, apesar de todos os avisos, que o vira-lata me deu. Meu cérebro
sabia que estava entrando num barco furado, mas, meu coração tolo, o deixou
entrar. Foi inevitável. Agora, preciso recolher meus cacos e seguir em frente.

Ela aperta minha mão suavemente.

― Você pode ficar aqui o tempo que precisar para se fortalecer, querida.
Sabe disso, não é?
Meus olhos ardem com todo amor e carinho da minha irmã.

― Sim, maninha, eu sei. ― sussurro. ― e vou aceitar porque preciso ficar


longe dele, por um tempo. Acha que Liam me deixaria trabalhar em casa essa
semana?

― Claro que sim. Vamos conversar com ele logo que chegar. ― ela diz e
eu sinto que está me escondendo algo outra vez.

― Chegar de onde? ― inquiro. Hoje é sábado. Não há expediente na


gravadora.

― Liam está com Elijah. ― diz baixinho. ― Parece que ele está uma
bagunça, desde o seu confronto no apartamento.

Meu íntimo torce com as cenas e suas palavras cruéis, voltando com
tudo em minha mente. Tenho certeza de que jamais vou esquecer tudo que vi,
tudo que ouvi, de sua boca. Suas mãos sobre a vadia. Sua boca na dela. Como
se eu nunca tivesse existido para ele. Como se eu fosse nada. Ele disse
exatamente isso. Tudo ilusão do meu coração apaixonado.

Não signifiquei nada para ele. Nada.

― Por que ele está uma bagunça? ― pergunto com escárnio.

Ela me sonda outra vez em silêncio.

― Elijah recebeu o seu presente, Sara. ― diz, apertando os lábios numa


linha fina.

Oh, meu Deus!

Suas palavras me gelam e gemo, levando minhas mãos ao rosto.

Merda. Me esqueci completamente disso.


Devia ter ido a sua casa recolher o presente ridículo. Minha última
tentativa desesperada e patética de tê-lo de volta.

Deus, ele deve estar rindo às minhas custas nesse momento. Rindo da
minha ingenuidade, da minha declaração boba e idiota.

Contra a minha vontade, lágrimas de humilhação e vergonha enchem


meus olhos. Não importa o quanto o amei, ele nunca esteve realmente ao meu
alcance.

Seu corpo sim. Seu coração jamais.

Bufo, na verdade, duvido que ele tenha um coração.

Nunca mais serei o brinquedinho de ninguém.

As imagens dos dois se esfregando queimarão minhas retinas, por um


longo tempo; tenho certeza. E vou usar isso, esse ódio, a repulsa e o desprezo,
que estou sentindo por ele, para me fortalecer e sufocar o amor que
infelizmente, ainda está aqui dentro.

Nunca mais serei tola. Nunca mais.

Elijah

Eu acordo sobressaltado. Suor frio corre pelo meu corpo e meu coração
está batendo rápido.

Mais um fodido pesadelo. Só que dessa vez, não era o corpo sem vida da
minha mãe, que encontrei no banheiro. Era Sara.
Ainda posso sentir toda a agonia revolvendo minhas entranhas pelo
medo de perdê-la. Ela estava pálida, fria, parecendo morta e eu berrava por
socorro, segurando-a nos braços. Exatamente como fiz com a minha mãe, na
segunda vez em que se entupiu de antidepressivos e quase morreu.

Puxo respirações rápidas, tentando me acalmar.

Foi só um sonho. Só um maldito sonho.

Eles voltaram com tudo e estão me consumindo desde a morte de David.

Me sento na cama e me arrasto para a borda. Porra. Minha cabeça lateja


como o inferno. Minha boca está seca, minha garganta arranhando. Me levanto
e saio cambaleante até o banheiro. Uma náusea insuportável faz a bile subir e
só dá tempo de me debruçar sobre o vaso, vomitando minhas vísceras. Suor
corre gelado pela minha pele e respiro com dificuldade.

― Foda-se! ― gemo.

Me levanto, me livrando desajeitadamente das roupas. Ligo o chuveiro e


entro debaixo. Fico lá até a água levar um pouco do mal-estar. Então, as
memórias começam a voltar embaralhadas. O jantar que Liam e Mel
ofereceram para mim. Eu me sentindo miserável e confuso. Jesus... A festa em
meu apartamento. Sara... Ela foi até lá e me flagrou com a cadela da Nat. Não
convidei a vadia, mas ela apareceu, se insinuando para mim, como sempre faz
e eu ,em meu estado fodidamente bêbado, não a afastei. Fico gelado e não
apenas por estar embaixo da água fria.

Fecho os olhos, tentando repassar o que fiz, o que disse a Sara.

Seu rosto banhado de lágrimas surge na minha mente, fazendo-me


arquejar. A decepção, e por último a repulsa, o ódio em seus olhos, quando
berrou na minha cara que me odiava, que estava morto para ela.
― Porra! Porraaaaaa! ― eu gemo alto. O que foi que eu fiz?

Espalmo as mãos na parede para me sustentar, enquanto nova onda de


náusea enche o meu intestino.

Dessa vez, o nojo é de mim mesmo.

A porta do banheiro se abre e Liam olha para dentro, me assustando pra


caralho. Porra, eu nem sabia que meu parceiro estava aqui. Seu rosto está
fechado, sério.

Sim, eu já me lembrei da merda que fiz, irmão. Olho-o de volta,


deixando-o saber disso.

― Como se sente, irmão? ― seu tom é meio seco e me sinto um merda


total, com seu tratamento frio.

― Vou sobreviver. ― resmungo, fechando o chuveiro e pegando uma


toalha.

Ele acena devagar.

― Eu e os caras estamos lá embaixo. Desça. ― diz em tom que não


permite negativa. ― Nós vamos conversar, mano. ― e fecha a porta em seguida.

Cacete.

Ele é o único que pode falar comigo nesse tom. E ele só o usa quando
está muito puto comigo.

Termino a minha higiene, me visto e desço em seguida, me arrastando


pela escada. Todos eles estão na cozinha, sentados sobre os bancos da ilha,
quando entro.
― Cara, você está pálido pra caralho e tem olheiras. Sem ofensas, mas,
você parece a porra do Frankenstein. ― Collin tinha que abrir a sua boca
grande.

― Obrigado, irmão. ― rosno entre dentes.

― Uh, ele está mesmo mal! Nem ameaçou partir a minha cara. ― o idiota
zomba.

Liam me entrega um copo de suco de laranja e dois comprimidos de


Advil. O agradeço, acenando levemente com a cabeça, tomo o líquido muito
bem-vindo, com os remédios. Meu cérebro parece que quer saltar para fora.
Caralho.

Me sento em um dos bancos e um silêncio tenso enche o recinto.

Mat entra carregando um estojo de guitarra.

Franzo o cenho quando o entrega para mim.

― Isso chegou para você ontem. ― diz numa voz meio irritada.

Uh! Desculpe-me? Eu pago a porra do seu salário.

Tenho vontade de dizer, mas, estou em desvantagem aqui. O pego e o


coloco sobre o balcão.

Os caras. Só podem ter sido eles. Animo-me, mesmo me sentindo um


merda, com essa ressaca do caralho.

― Obrigado, irmãos. ― digo começando a abrir o estojo para ver a


belezinha dentro.

― Nós não a enviamos, Elijah. ― Liam nega. Os outros fazem o mesmo.


Intrigado, abro a tampa e minha respiração trava, quando vejo a
guitarra.

Não uma simples guitarra, mas, a minha primeira Fender.

A reconheceria dentre mil.

Além disso, ainda conserva as minhas inicias em seu corpo negro, agora
todo polido e lustroso. Linda pra caralho.

Quem a enviou? Como a encontrou?

A puxo e vejo um envelope no fundo do estojo.

Meu coração salta com o nome do remetente.

Sinto isso como se fosse um chute em meus rins: Sara.

Minhas mãos começam a tremer quando descanso o instrumento sobre a


bancada e pego o envelope. Nossa conversa na manhã seguinte à noite que a
trouxe aqui em casa, pela primeira vez me volta à mente.

Ela guardou aquilo. Ela a procurou para mim. Não posso acreditar nisso.
Ela a procurou para mim.

Sentindo-me cada vez mais um bastardo miserável, retiro a folha


amarela de dentro do envelope.

Apenas a visão da sua letra bonita, toda feminina faz meu peito torcer.

Minha respiração acelera quando começo a ler sua carta.

Olá, garoto da guitarra,


Feliz aniversário! Sei que deve estar surpreso com o meu presente. É, eu
segui a pista da sua primeira belezinha. Como uma garota apaixonada por
guitarras, foi inevitável procurá-la. Sim, sou uma garota que gosta de guitarras
e... Guitarristas. Um em especial. Você sabe, aquele garoto mau da DragonFly?
Bem, eu tenho uma queda gigantesca por ele. Ele é, e sempre foi o meu preferido
na banda, desde o primeiro vídeo no You Tube. Desde as primeiras aparições,
ele já me enlouquecia com seu jeito insolente e arrogante e, claro, seu talento
incomparável. Surpreso? Sim, você é o meu rock star preferido e eu me dei
presunçosamente o título de sua maior fã. Meu quarto no Brasil está abarrotado
de coisas suas. Cada entrevista. Cada campanha publicitária. Cada pequena
coisa eu guardei. Um pequeno santuário para meu guitarrista fodão.

Eu planejei lhe entregar esse presente na cama, depois de fazermos amor


daquela forma bruta e intensa que só você sabe fazer. E quem sabe, com sorte,
você tocaria e cantaria para mim? Sei que estamos separados, mas, saiba que
não deixei de pensar em você, em nós, um só momento. Paris sempre estará na
minha memória e em meu coração, baby. Foi especial. Eu sei que você sentiu isso
também, embora as coisas tenham ficado confusas logo após. Rezo para que o
que você sentia, não tenha ido embora, porque eu quero tentar mais uma vez.
Vamos levar as coisas da forma que você quiser. Sem cobranças. Apenas me dê
essa chance. Nos dê uma chance. Nós podemos funcionar. Por favor, diga que
sente isso também, porque eu tenho sentido malditamente a sua falta. Todos os
dias, baby. Todos os dias eu anseio pelo seu toque, seu cheiro, ver seu rosto
bonito e esses lindos olhos verdes de garoto mau, quando acordo. Sei que vai
provavelmente achar muito mulherzinha, mas, aí vai uma canção que define bem
o que estou sentindo. One And Only da Adele. Ouça-a e me imagine cantando
para você. Pense sobre isso, sobre nós. Caso seja lento para entender do que
realmente se trata, vou me fazer clara. O tempo para me esconder já passou.

Esta sou eu, desnudando minha alma e meu coração, pela primeira vez
diante de você, pedindo uma chance, uma única chance. Eu quero estar com
você. Muito. E caso seja um completo retardado e ainda não tenha entendido: Eu
te amo, garoto da guitarra. Te amo já faz algum tempo, mas, não sabia como
falar.

É isso. Estou entregando-lhe meu coração.

Sua pequena tempestade.

Estou tremendo da cabeça aos pés, em choque.

Essas últimas palavras estão manchadas pelo que parece ser suas
lágrimas.

Uma dor surda invade o meu peito, sufocando-me. Meus olhos ardem e
inalo bruscamente em busca de ar. Fui um tolo. Fui um maldito tolo enviando-
a para longe quando ela se deu tão completamente para mim.

Ela me ama! Jesus, ela me ama!

Como pode amar um bastardo como eu?

Estou abalado, tocado demais com suas palavras. Lágrimas estão se


acumulando em meus olhos. Pela primeira vez em minha vida, estou chorando
por uma garota e eu não posso mais fugir da verdade. Repetindo suas palavras,
eu não posso mais me esconder. Só há uma explicação para toda a merda cor-
de-rosa que sinto com ela.

Eu a amo.

Eu me apaixonei por ela.

De repente tudo está claro e essa certeza me bate com força, fazendo
meu coração acelerar, a ponto de taquicardia.
Oh, meu Deus! Eu a amo!

Era amor esse tempo todo.

Eu nunca me permiti entender todos os sentimentos turbulentos, que ela


me fez sentir, desde o primeiro momento.

Aperto os olhos com força, uma dor crua, diferente de tudo que já senti,
invadindo-me, paralisando-me ao me dar conta de que fui um covarde toda a
porra do tempo.

Eu a amo! Visceral e violentamente.

Não posso mais negar isso. Esse sentimento novo e exultante me toma
por completo, então, as imagens de ontem à noite voltam, como uma avalanche
impiedosa na minha cabeça.

Jesus! Não! Eu a mandei para longe.

Não, não foi só isso, eu a destruí com minhas palavras e ações de merda.

Olho a carta de novo, sua letra bonita zombando de mim e da minha


estupidez: eu te amo, garoto da guitarra. Estou entregando-lhe meu coração.
Meu peito dói tanto que fico sem ar.

Tinha o seu coração em minhas mãos e o rasguei em pedaços.

Meus olhos ardem mais e as lágrimas pulam para fora numa torrente.

Mandei a mulher da minha vida para longe e não posso culpar ninguém
a não ser eu mesmo. A dor dessa confirmação é tanta, que grito alto, socando o
balcão com força. A dor lancinante que corta a minha carne não se compara à
que se instala em meu peito.
― Sara... Oh, meu Deus... Sara... ― choro; os soluços sacudindo o meu
corpo, enquanto puxo a guitarra, abraçando-a. Seu presente lindo e
inesperado, para um bastardo que só a magoou.

― Sinto muito, pequena fada... Sinto tanto, baby.

Os caras me cercam, rosnando palavrões porque acabei de esmagar a


porra da mão da guitarra.

Choro mais, berrando de dor na mão e no meu coração.

A mandei embora. Eu, porra! Mandei-a embora!

― Sara! Preciso vê-la! ― grito fora de mim, me levantando do banco. ―


Onde ela está? Me digam! Tenho que ir atrás dela!

― Acalme-se, porra! Você precisa de um médico, para cuidar dessa mão,


ou não teremos turnê no próximo mês! ― Liam me segura, seu rosto torcido
com irritação.

― Estou pouco me importando com a turnê, Stone! Eu perdi a mulher


que amo, porra! ― choro como um bebê abraçado à guitarra. Meus parceiros
estão assustados com o meu estado, pela expressão em suas caras. ― Eu a
amo! Oh, meu Deus! Eu a amo e a mandei para longe.

— Mat, traga gelo! Rápido! ― Liam rosna e em seguida puxa a guitarra


dos meus braços, me forçando a sentar de novo.

Minha mão lateja pra caralho. Merda.

Devo ter quebrado algum osso. Porra!

Meu peito está subindo e descendo pela agitação e o sangue zumbindo,


em meus ouvidos. Sara... Eu preciso ir até ela e dizer que sinto muito. Dizer
que a amo. Que fui um tolo, um egoísta fodido. Tomei tudo dela e não dei nada
em troca.

Jesus, eu a perdi.

― Onde ela está, Liam? Diga-me, porra! ― rosno, tentando me soltar,


mas, agora são muitos braços à minha volta.

― Calma, irmão. ― Paul murmura.

― Vamos cuidar da mão primeiro, cara. ― Sean diz em tom tenso.

― Vamos dar um jeito, mano. ― Collin murmura em um dos seus poucos


momentos de seriedade. ― Fique calmo agora.

― Sara... Me perdoe, baby... ― murmuro; esse sentimento ruim de que


agora pode ser tarde demais, começando a se infiltrar dentro de mim. Fodi
tudo. Estupidamente fodi a melhor coisa que aconteceu na minha vida de
merda. ― Sara... ― soluço inconsolável.

― Merda. Parece feio. ― Liam resmunga quando coloca o gelo em minha


mão. ― Temos que ir a um hospital, irmão.

***

Duas horas depois, estamos de volta à minha casa, acomodados em


minha sala.

Não quebrei nenhum osso, felizmente. Mas, há luxação em toda a mão e


isso dói como uma cadela. O médico imobilizou-a com uma órtese.
Passei todo o percurso na ida e na volta do hospital ligando para Sara.
Seu telefone tocava, tocava até ir para a caixa postal. Continuei tentando
incansavelmente. As últimas dez vezes que liguei, ouvi a mensagem que a
ligação não podia ser completada, o que só pode significar uma coisa, ela me
bloqueou.

Olho para meu celular. Selecionei uma foto que tiramos juntos em Paris
como proteção de tela. Nossos rostos sorridentes com a Torre Eifel ao fundo,
traz as lágrimas de volta aos meus olhos. Ao que parece me tornei o veadinho
patético que tanto temia. No entanto, isso é muito, muito pior. Não me
importaria de ser patético se ela me atendesse e eu soubesse que posso
consertar essa merda. Ela me cortou das redes sociais também. Engulo o
caroço na minha garganta. Não posso culpá-la.

Eu, apenas eu, sou o maldito culpado por tudo.

Estou estranhamente calmo agora. Acho que o filho da puta do Stone me


trapaceou e pediu para me aplicarem calmantes, junto com os outros
medicamentos, que foram injetados em mim. Estou calmo, porém por dentro
estou devastado. Devastado como nunca estive, na porra da minha vida.

A perdi para sempre? Ainda há uma chance?

Essas perguntas fervem dentro de mim.

Não sabia que existia uma dor tão crua. É quase física, inquietante.
Como se alguém estivesse apertando, comprimindo seu coração.

Preciso vê-la. Preciso dela.

Como diabos não percebi tudo isso antes? Como pode uma pessoa ser
tão estúpida e não perceber que está apaixonada?

― Onde ela está? ― pergunto baixinho para Liam.


Deve ser a expressão de pura derrota em meu rosto, que faz seu
semblante suavizar.

― Em minha casa, com a Mel. ― ele suspira e passa as mãos pelo rosto.
― Você precisa de ajuda antes de procurá-la, Elijah. Se você realmente a quer
de volta, então, vai ter que fazer isso, irmão. Ela não vai te dar outra chance de
rasgá-la de novo, como fez ontem.

Meu coração dói ao ouvir sobre a noite fodida de ontem.

O que eu não daria para voltar no tempo e vir direto para casa depois do
jantar e encontrar seu presente, fodidamente incrível me esperando.

Teria ido atrás dela em seguida.

Eu teria...

Jesus, isso não importa agora, porque não se pode voltar no tempo e
corrigir merdas. Tudo que podemos fazer é mudar a forma como agimos e estou
determinado a fazer isso, a partir de agora, por ela.

Para ela.

― Você realmente a ama? ― Collin indaga, entrando na conversa.

― Claro que sim, seu babaca. ― eu ranjo. ― Você não ouviu o que eu
disse esse tempo todo, porra?

― Uh, ok, garoto apaixonado. ― ele zomba com um risinho, filho da puta
em sua cara. ― Só queria ouvir você dizendo isso de novo. ― acrescenta e os
outros riem baixinho. Bastardos.

― Vou partir a porra da sua cara, imbecil. ― rosno.

Ele gargalha.
― Ok, ele voltou ao normal, irmãos. Você estava me assustando, cara. ―
diz ainda com o sorriso de merda.

― Vai se foder, idiota. ― dou-lhe o dedo do meio da mão esquerda.


Merda. Eu não acredito que fodi a minha mão da guitarra.

― Collin, pega leve, seu bastardo. ― Liam adverte, mas, tem um sorriso
brincando em sua boca. ― Voltando ao assunto, Elijah. ― ele fica sério. ―
Marquei um horário para amanhã com a psicóloga de Selena.

― Amanhã é domingo, cara. ― eu começo a argumentar, mas, meu


parceiro me fulmina, estreitando os olhos.

― Você devia ter parado de ser um maldito veadinho e enfrentando seu


problema, há anos atrás, porra. ― rosna.

Jesus, ele está mesmo muito puto comigo.

Sabiamente aceno, engolindo meu maldito orgulho porque ele tem toda
razão. Minha cabeça está fodida há muito tempo.

― Então, se tiver que te arrastar para a porra da psicóloga eu vou fazer,


irmão. ― ele olha nossos parceiros. ― Nós vamos arrastá-lo.

Uh! Ok! Bufo baixinho, mas, balanço a cabeça em concordância e em


seguida rosno palavrões, tentando puxar meu maço de cigarros e apanhando
para acender um, apenas com uma mão. Os idiotas riem em vez de me ajudar.
Depois do que pareceu uma hora do caralho, eu o acendo e puxo tragadas
longas.

― Como ela está? ― atrevo-me a perguntar depois de um tempo. ―


Preciso vê-la, irmão. Apenas vê-la. ― digo em tom desesperado.
― Como você acha que ela está, Elijah? ― seu tom está seco novamente.
― E você não vai vê-la. A minha mulher está grávida e não precisava passar por
toda essa tensão, envolvendo sua irmã.

Me sinto mais merda ainda. Meu parceiro tem toda razão de estar puto
comigo. Mel deve estar me odiando, junto com Sara, nesse momento.

― Ela está bem? Mel, quero dizer. ― pergunto.

― Sim, ela sim, mas, sua irmã não, o que automaticamente, a deixa
chateada. ― ele suspira longamente. ― Estou do seu lado para qualquer coisa
que precisar, irmão, mas, nesse momento não tente se aproximar de Sara. Isso
traria mais tensão em torno da Mel e do bebê.

Sim, eu sou um merda completo.

Fecho os olhos, exalando lentamente.

― Não vou procurá-la hoje. Tem a minha palavra. ― digo, voltando a


encará-lo. Mesmo que isso me mate, saber que Sara está lá, sofrendo por
minha burrice, e não posso tentar consertar a merda colossal que fiz. ― Vou
conversar com ela na segunda-feira na gravadora.

Ele franze o cenho ligeiramente e me diz receoso:

― Mel me ligou quando estávamos no hospital. Sara quer trabalhar essa


semana em casa. ― meu coração se anima, porque isso quer dizer que posso ir
até seu apartamento. ― Em minha casa. ― acrescenta.

Merda. Minha euforia cai por terra.

Mais uma semana do caralho sem ela.

Puxo uma última tragada furiosa do meu cigarro e o esmago no cinzeiro.


― Dê-lhe esse tempo, Elijah. Ela vai trabalhar em casa para evitá-lo, você
sabe disso. ― Liam diz no seu tom sereno. ― Conceda-lhe esse tempo e tome o
seu tempo também. Não sei o que ela disse na carta, mas...

― Ela disse que me ama, porra! ― minha voz treme e meus olhos ardem.
― Ela me entregou seu coração, pedindo-me uma chance e eu... ― choro de
novo. Foda-se! Me tornei a porra de um bebê chorão! ― Eu a machuquei tão
mal... Ela está sofrendo agora e não posso vê-la e dizer o quanto estou
arrependido, da forma como a tratei. Entende como me sinto agora, irmão? ―
todos eles me olham estupefatos e com expressões pesarosas, em seus rostos.
― Meus sentimentos não vão mudar com o tempo se é isso que está pensando,
parceiro. ― limpo o meu rosto zangado. ― Eu a amo e vou lutar por ela, pode
ter a maldita certeza disso.

― Boa sorte com isso, cara. Sua garota é osso duro de roer. ― Sean diz
com um risinho.

― Sean está certo. Sara é temperamental. Você vai ter um trabalho


árduo, irmão. ― Paul diz mais sério.

Eu olho na direção de Collin. Ele levanta as sobrancelhas.

― O quê? ― ele ri. ― Não queria dizer nada, mas, Sara vai chutar suas
bolas, mano. ― seu sorriso escancara. ― De novo.

Eu rosno em resposta.

― E você? Resolveu sua merda com Selena? ― indago e seu rosto se


fecha. Oh, não é tão bom quando se é o alvo, não é?

― Ela não vai me dizer qual é a porra do seu problema, não importa o
quanto eu tente. ― ele suspira e só agora vejo que meu parceiro está com uma
aparência cansada, como se não estivesse dormindo direito.
― Resolva. ― eu digo sério. ― Não cometa o mesmo erro que eu, irmão. ―
um nó se forma em minha garganta. ― Não deixe a sua garota se afastar como
eu fiz. Se você a ama resolva a merda enquanto é tempo.

Ele acena e olho meus parceiros que estão todos me encarando como se
fosse uma aberração.

Cacete, eu apenas acabei de dar a porra de conselhos amorosos? Jesus,


eu caí fundo nessa merda sentimental.

Liam tem um arremedo de sorriso em sua boca quando se levanta.

― Eu vou indo, irmãos. ― avisa e seus olhos encontram os meus. ― Você


vai ficar bem, parceiro?

― Não, eu não vou ficar bem, mas, sobrevivo. ― sorrio melancolicamente.


― peça desculpa a Mel por mim. Eu... Merda, diga que realmente sinto muito.
― me levanto. ― Por tudo, irmão.

Ele estende a mão e aperta meu ombro.

― Eu direi, irmão. ― garante. ― Tente curar essa ressaca e não force a


porra da mão. A DragonFly precisa do seu guitarrista inteiro e chutando
bundas na turnê. ― ele diz e sorrio um pouco com seu tom afetuoso.

Meu irmão de volta, mesmo depois da tensão que causei para sua
mulher. Levanto a mão, pousando-a em seu ombro também e o olho,
comunicando-nos em silêncio, como costumamos fazer. Ele acena e sorri,
quando vê o pedido de desculpas em meus olhos.

― Se cuida, mano.

― Eu vou mano. ― digo com firmeza. ― Obrigado por chutar a minha


bunda deplorável. ― Bufo ironicamente.
Seu sorriso amplia com humor claro em seus olhos.

― A qualquer hora, idiota. ― resmunga.

E assim a estranheza entre nós se foi. Meu peito fica mais leve. Não gosto
de decepcioná-lo. Liam é o meu porto seguro. Sempre foi. Ele entende como me
sinto. Vivemos dramas fodidos em nossas infâncias e acho que isso fortaleceu a
nossa ligação e nos aproximou mais.

O Stone sai em seguida e fico com os caras jogando conversa fora e


fumando um cigarro atrás do outro. Eles pegam cervejas, mas, resisto à
vontade de pegar uma também. É hora de me manter sóbrio. Preciso do meu
cérebro funcionando perfeitamente, para pensar em algo eficaz e trazer a
minha mulher de volta.

Sim, porra, estou assumindo essa merda.

Sara é a minha mulher e só vou descansar quando a tiver de novo em


meus braços. Dessa vez para sempre. Oh, merda! Sou oficialmente um
veadinho fodido do caralho. Porém, vale a pena.

Tudo valerá a pena quando tiver a minha pequena tempestade comigo


outra vez. Não importa o que terei que fazer, ou o quanto ela me faça rastejar,
porque é certo como o inferno, que Sara não vai facilitar para mim.

Mas, por ela estou disposto a tudo. Absolutamente tudo.

CAPÍTULO DEZESSETE

Elijah
Olho para as ruas de LA, enquanto Mat dirige me levando para a minha
primeira sessão com a doutora engomadinha.

Adele canta no meu ouvido.

Tenho escutado exaustivamente a canção que Sara me pediu para ouvir


em sua carta e foda-se! A música é um chute forte nas bolas. Essa garota sabe
cantar para fazer um cara se sentir miserável. Uma cadela talentosa do
caralho.

One And Only (A Única)

You've been on my mind

(Você têm ficado na minha cabeça)

I grow fonder every day

(A cada dia eu sinto que estou gostando mais de você)

Lose myself in time

(Me perco no tempo)

Just thinking of your face

(Só pensando no seu rosto)

God only knows why it's taken me so long to let my doubts go

(Só Deus sabe porque levei tanto tempo a acabar com as minhas dúvidas)

You're the only one that I want

(Você é o único que quero)


Fecho os olhos e recosto a cabeça no banco, ainda surpreso com a carta,
o presente, a declaração fodidamente linda. Sara foi tão corajosa se mostrando
dessa forma para mim e me sinto o verme mais baixo, cada vez que ouço a
maldita música.

Suspiro profundamente, lamentando pelo que deve ser a milésima vez,


não ter voltado do jantar, direto para casa. Tudo teria sido tão diferente. Nesse
momento, ela estaria em meus braços. Foda-se!

Como pude ser tão malditamente cego?

Não consegui ver o que estava bem na minha frente?

I dare you to let me be your, the one and only

(Te desafio me deixar ser sua, a verdadeira e única)

I promise, I'm worth it

(Prometo que sou merecedora)

To hold in your arms

(De ficar nos seus braços)

So come on and give me the chance

(Por isso me dê uma chance)

Meu coração fica pesado nessa parte.

Ela sempre foi digna.

Eu é que nunca fui digno dela. Cacete.


Arrependimento dói como o inferno. Principalmente porque não posso
chegar até ela agora e dizer tudo que sinto. Já fiz merdas demais, preciso dar-
lhe esse tempo. O Stone está certo.

Mat puxa para o estacionamento do prédio na Olivera Street, no centro


histórico da cidade. Se a localização do consultório quer dizer alguma coisa, é
que essa doutora deve ser uma cadela conservadora. Pegamos o elevador e
subimos até décimo andar. Ainda estou surpreso de a mulher aceitar me
atender em pleno domingo. Ela não tem uma família, vida social? Bufo me
lembrando de que o Stone pode ser bem persuasivo quando quer, o bastardo.

Quando chegamos ao consultório, uma ruiva bonita e muito mais jovem


do que eu imaginava nos recepciona. Wow! Eu pisco atordoado.

― Senhor Allen, presumo? ― ela estende a mão cordialmente. ― É um


prazer atendê-lo.

Eu balanço sua mão com a minha esquerda, uma vez que fodi a direita.

Ela não parece feliz em me atender. Seu rosto está em branco, sem
qualquer expressão. Mas, é impossível não notar que é bonita.

O quê? Eu sou um cara, senhoras. Mesmo descobrindo que Sara


prendeu a porra das minhas bolas, eu continuo sendo um cara.

― E a senhora deve ser a doutora Clark? ― digo, testando minhas boas


maneiras.

Ela acena, mas, não sorri. Jesus, qual a porra do problema com ela?
Qualquer outra estaria se desmanchando em sorrisos maliciosos, para mim.

Ela deve ser lésbica. É a única explicação.


― Por aqui. ― ela caminha até outra porta e a abre. ― O senhor pode
aguardar aqui. ― dirige-se a Mat, que parece tão intrigado quanto eu, mas,
toma assento em uma das poltronas confortáveis, na antessala.

Entro e enfio a mão esquerda no bolso das calças, me sentindo


desconfortável pra caralho.

O consultório é todo em cores neutras como deve ser um consultório de


psicólogo. Não que eu já tenha estado em uma merda dessas antes. No
entanto, a doutora me surpreendeu. Eu imaginei uma senhora na casa dos
cinquenta anos, com olhar suave e bondoso. Em vez disso, tenho uma ruiva na
casa dos trinta, acho, com olhos verdes que parecem me criticar veladamente.
Uh! Começamos bem, não?

A cadel... Digo, a doutora me indica uma poltrona ao lado de um maldito


divã. Ainda bem que não me pediu para deitar lá. Nem fodendo vou me deitar
lá, como um veadinho do caralho!

Sento e ela toma a poltrona à frente da minha. Meu olhar a analisa. Suas
roupas são, pelo menos, duas vezes o seu tamanho. Ela é bonita, mas, não há
nada de sexy sobre isso. A mulher parece querer sabotar a sua beleza. A
observo pegar uma espécie de prancheta, sobre a mesinha de centro e meu
coração acelera um pouco.

Merda. Estou mesmo fazendo isso.

Minhas mãos começam a suar frio.

Quando foi que me transformei nisso, um maricas que precisa da porra


de um psicólogo?

Claro que sei a resposta para isso, mas, tenho fugido dela a minha vida
inteira.
Fodidamente odeio estar aqui, tendo que expor minhas fraquezas para
essa estranha. Mas, chegou a hora de fazê-lo. Não posso mais fugir.

Puxo respirações profundas em busca de calma, para não sair correndo


pela porta.

Sara.

Estou fazendo isso por ela, para não foder tudo de novo quando me der
outra chance.

― Eu vou fazer anotações, enquanto conversamos inicialmente. Alguns


colegas preferem gravar as sessões, mas, eu prefiro à moda antiga. ― ela diz me
olhando firmemente.

Seguro um sorriso irônico. Aposto que ela prefere ser fodida à moda
antiga também, por isso esse ar enfadado, de mulher mal comida, em seu
rosto.

― Sem problemas, doutora. ― digo sucintamente. E aqui vamos nós.

― Então, senhor Allen, em que posso ajudá-lo? Por que está aqui, em
primeiro lugar? ― pergunta à queima-roupa.

Merda. Direto ao ponto.

― Sinceramente? ― ela acena, seus olhos sem desviar dos meus. ― Liam
meio que me obrigou. Ele ameaçou me trazer amarrado.

Ela me analisa por um momento e sorri levemente.

Pela primeira vez, percebo certo calor em seus olhos.

― Bem, eu não vejo cordas em qualquer lugar, Sr. Allen. Parece que o Sr.
Stone não precisou recorrer a métodos pesados. ― seu tom é um pouco mais
amigável também. ― Presumo que uma parte de você já aceitou que precisa de
ajuda, uma vez que está aqui, por sua livre vontade.

Ok. Ela é boa. Eu me ajeito na poltrona.

― Sim, eu acho que sim. ― admito meio a contragosto.

― Qual foi o gatilho? ― ela pergunta e eu franzo o cenho em confusão. ―


O motivo que o fez ter o famoso estalo e perceber que era hora de falar do seu
problema?

― Há uma mulher. ― eu vejo aquela crítica velada em seus olhos de novo.


Ela com certeza já ouviu as minhas merdas na mídia. Sua postura me diz, que
desaprova meu estilo de vida. ― Não qualquer mulher. ― explico. ― Essa é a
mulher. Descobri que a amo recentemente. Ontem, para ser mais específico.
Mas, já era tarde.

Isso parece atrair seu interesse. Ela faz algumas anotações em seu bloco.

― Fale-me sobre essa mulher. ― seus olhos levantam para os meus. ―


Por que acha que é tarde?

Seu tom é de repente acolhedor e me vejo querendo me abrir para ela


pela primeira vez desde que essa merda de sessão começou.

Sorrio. Meu coração ao mesmo tempo eufórico e dolorido quando o rosto


de Sara preenche a minha mente.

― Seu nome é Sara, e ela é a coisa mais linda, que meus olhos já viram.
― um arremedo de sorriso curva a boca da doutora.

Estranhamente não me importo de parecer um maricas, falando assim


sobre uma mulher. Ela acena, me encorajando a continuar e falo tudo, desde o
primeiro encontro com Sara, até a porra da festa em meu apartamento.
― Então, Sara é o seu gatilho, senhor Allen. ― ela diz com calma, ainda
escrevendo em suas anotações. Resisto à vontade de esticar o pescoço e ver o
que está dizendo sobre mim. Babaca fodido que não soube valorizar a mulher
que tinha? Um pequeno sorriso puxa meus lábios. Nah. A boa doutora
certamente não usa palavrão. ― Agora que já sabemos o que o fez aceitar a
ajuda, vamos falar um pouco sobre o problema. ― eu me ajeito inquieto na
poltrona. Ela deve perceber minha dificuldade com isso, porque sorri me
encorajando quando acrescenta: ― Fale-me apenas o que for confortável nessa
primeira sessão. Ajudaria falar das consequências que tem percebido em sua
vida, resultantes desse problema? Além do fato de perder Sara.

Porra, ouvir essa última parte dói pra caralho.

A doutora não poupa socos pelo visto. Então, eu falo do meu


comportamento desregrado e descompromissado com as mulheres e da forma
como sempre corri de relacionamentos, por medo de me sentir fraco, dominado,
dependente de outra pessoa.

Ela me ouve atentamente, anotando de vez em quando, franzindo o


cenho em outros momentos. Essa mulher não gosta muito do estilo sexo e rock
and roll.

― Bem, parece que o senhor desenvolveu um padrão para lidar com o


seu problema. ― diz, levantando o olhar para o meu rosto. ― Pelo seu relato,
isso o fez procurar o prazer da sobrecarga sensorial, que o contato físico
proporciona, mas, apenas isso, o contato físico. ― continua calmamente. Hein?
A Doutora deve ter visto minha cara confusa e esclarece, num Inglês mais
acessível: ― Isso o fez procurar aventuras, Sr. Allen. Você gostava de estar
sempre no comando. De sentir o poder sobre essas mulheres, quando as
estava... ― ela hesita.
― Fodendo? ― ofereço com minha melhor cara inocente. Ela aperta os
olhos ligeiramente, apenas um indício de que eu a chateei. Eu seguro um
sorriso por ter tirado a boa Doutora do sério.

― Quando estava tendo relações sexuais com elas, sim, é isso. ― ela
retoma sem se mostrar abalada. Eu me pergunto o que é necessário para tirá-
la do equilíbrio. ― Só para ficar claro, Sr. Allen, não vou tolerar sua linguagem
chula. Ou você aceita que precisa de tratamento, ou pode sair por aquela
porta.

Wow! Eu rio um pouco. Ela permanece me encarando inalterada. Merda.

Solto um longo suspiro, esfregando minha mão pelo meu rosto, me


lembrando do por que preciso de cura. Sara. Preciso passar por isso para lutar
por ela. Estou fazendo isso por ela, por nós dois. Sara, baby.

Repito seu nome na mente, tentando voltar ao foco.

― A senhora está certa. Desculpe-me pelos modos grosseiros. ― digo


sincero. Seu olhar me analisa clinicamente por alguns segundos, antes de
acenar em concordância. Jesus, essa mulher é um sargento do caralho!

― O senhor é viciado em drogas? ― atira em seguida. Porra.

― Não. ― respondo meio irritado.

― Álcool?

― Não. Estive bebendo mais do que o meu normal, nas últimas três
semanas, mas, dede a festa, não toquei mais em álcool.

Ela acena, sua expressão suavizando de novo.

― Sexo? ― pergunta sem desviar o olhar do meu.


― Se sou viciado em sexo? ― pergunto, segurando um sorriso pela sua
cara blasé, ao falar de sexo. Ela assente. ― Não. Sou apenas um cara com
apetite sexual saudável. ― e por saudável, quero dizer que gosto de bater uma
boceta todos os dias. Várias vezes. Mas, se eu dissesse isso ela poderia me
chutar para fora, sem qualquer consideração. Essa mulher deve estar na seca
há algum tempo, ou tem um cara, que não sabe uma porra sobre comer uma
boceta adequadamente.

***

Saio do elevador e tomo o corredor direto para o auditório da gravadora.

Hoje assistiremos em primeira-mão ao clip de Irresistível.

Toda a equipe da gravadora já deve estar reunida para conferir o


resultado.

Estou ansioso, nervoso, sobretudo, porque Sara estará lá também. Ela


volta a trabalhar normalmente hoje e eu passei uma semana inteira, contando
os malditos minutos, para esse dia chegar. Meu coração está trovejando com a
expectativa de vê-la, pela primeira vez em dias.

Nessa semana eu e os caras conseguimos fechar a gravação do novo


álbum. Isso me distraiu da minha miséria durante o dia, mas, à noite, foda, à
noite sofri como um condenado, repassando, remoendo tudo o que aconteceu
na maldita festa e, claro, relendo sua carta a cada cinco minutos do caralho. O
papel já está todo amassado de ser manuseado. Não tenho bebido também.
Mas, meus cigarros aumentaram. Isso leva um pouco da tensão embora. Mat
eventualmente acabou me contando como a encontrou chorando, caída no
chão do elevador, parecendo devastada e isso só contribuiu para que me
sentisse o mais baixo dos homens, a escória como ela própria me chamou
naquela noite. A machuquei muito. A consciência disso está me matando a
cada dia que passo longe dela.

Para piorar tudo a cadela da Nat, disse em um canal de fofoca que


estávamos juntos de novo. Que estivemos juntos desde que retornou à LA, o
que é uma fodida mentira.

Fiz o que devia ter feito há muito tempo, a cortei das minhas relações e a
processei por calúnia e difamação. Mas, o dano já estava feito. Os tabloides
estão fazendo festa do término do meu relacionamento com Sara. Sim, porque
agora está claro para todo o mundo, que havia um relacionamento.

Algumas pessoas, que estiveram na festa, também reivindicaram seus


malditos cinco minutos de fama e falaram sobre o que viram. Sara ter ficado
esses dias na casa do Stone foi uma coisa boa, no final das contas, ou seria
perseguida pelos malditos paparazzi.

Imagino que deve estar sendo muito mais difícil para ela ver tudo o que
foi falado entre nós, escancarado e aumentado pela imprensa sensacionalista.
Ainda bem que Mat não permite celular e qualquer dispositivo eletrônico em
festas como aquela, ou teria sido muito pior. Ela nunca me perdoaria se vídeos
fossem espalhados pela rede.

Suspiro longamente, reunindo forças e entro no auditório. O ambiente já


está lotado pelos funcionários e pela equipe de produção do clip. Vou me juntar
aos caras nas primeiras fileiras. Mel me olha com apreensão e aperta os lábios
numa linha fina. Ok, eu mereço isso.

― Hei, irmãos. ― cumprimento-os. ― Mel. ― olho-a deixando-a saber, que


sinto muito, por ter fodido as coisas com sua irmã. Ela acena ligeiramente.
Liam me oferece um sorriso solidário.
Tomo o assento vago do lado de Collin. Há um vago ao lado da Mel, mas,
sei para quem está reservado. Me distraio vendo a equipe acertando os últimos
detalhes no palco. Um grande telão foi montado, dando uma atmosfera de sala
de cinema. A turnê da Europa começará na última semana desse mês e tanto o
novo álbum, quanto o clip de Irresistível estão sendo bastante esperados pelos
fãs.

Também estou curioso para ver o resultado final.

Meus cabelos da nuca ficam arrepiados e todo o meu corpo começa a


zumbir, me dando a consciência de que Sara já está aqui. Inclino a cabeça,
olhando para o lado e o ar é sugado dos meus pulmões, com a visão dela.

Jesus. Fodidamente linda.

Agora que sei o que sinto por ela, o sentimento de posse é mil vezes
maior. Ela é minha.

Quero me levantar e ir até ela, puxá-la para meus braços e beijá-la até
passar essa dor que está me massacrando por tê-la machucado.

Vejo-a avançar, vindo para onde estamos na primeira fila. Usa blusa de
seda branca e saia preta, risca de giz. Meus olhos vagueiam por toda ela,
saudosos, essa dor crua e latente, doendo mais a cada momento em sua
presença. Suas pernas incríveis estão quilométricas, nesses sapatos muito
altos, que ela usa para foder meu autocontrole. Seus cabelos estão presos em
um rabo de cavalo comportado e seu rosto, está sério, compenetrado. Meu
coração está saltando loucamente, meu corpo agitado à espera dos bonitos
olhos marrons, encontrarem os meus.

Espero, espero, mas, isso não acontece. Ela se senta do lado da Mel e
sorri levemente, beijando a irmã no rosto. Meu coração afunda lentamente,
com sua dispensa. Continuo olhando-a, bebendo avidamente do seu perfil
lindo. Seu olhar vai para o palco, mas, é um tipo de olhar perdido.
O diretor chama a nossa atenção, falando breves palavras, agradecendo
a confiança de Liam, em deixá-lo produzir o clip, em seguida as luzes baixam
um pouco e as imagens explodem, na tela gigante.

A banda introduzindo a música.

A imagem de Sara, linda e gostosa demais dançando na primeira cena,


eu me juntando à ela e os murmúrios começam, entre os presentes. Cada cena,
cada interação nossa na tela, me faz ter a maldita certeza, do quanto fui cego.
A forma como nos olhamos, nos beijamos, nos tocamos, deixa claro para quem
está assistindo, que sempre houve algo mais ali e eu estupidamente, nunca
percebi. A cena dela chorando, quando toquei guitarra para ela, me faz puxar o
ar com força. Seu olhar apaixonado, encantado de fã. Deus, como pude ser tão
cego? Arrisco outro olhar em sua direção e ela está apertando os lábios, seus
olhos fixos na tela, como se estivesse sentindo dor.

Conheço a sensação. Meu peito está comprimido.

O clip está perfeito. Nós éramos perfeitos e joguei isso fora. A cena do
casamento no Havaí me faz sorrir tristemente, quando sussurramos, nossos
olhares presos. Havia tanta coisa não dita ali e isso está escancarado agora.

Aplausos e assovios enchem o auditório quando os créditos aparecem na


tela.

Sara se levanta e caminha rapidamente rumo à saída.

Pulo do meu lugar, não dando ouvidos ao chamado de Liam, às minhas


costas. Preciso falar com ela e tem que ser agora. Não posso mais esperar. Ela
precisa saber o quanto sinto, por tê-la magoado.

Sara
Eu paro diante da porta do auditório e limpo as mãos suadas e trêmulas,
em minha saia. Puxo uma respiração profunda, tentando acalmar as batidas
do meu coração.

Ele está aí dentro. Oh, Deus.

Eu apoio a testa contra a porta, fechando os olhos por um momento.

Seja forte, Sara. Você precisa ser forte, garota. Entre, tome o seu lugar,
assista ao fodido clip e depois dê o fora. Não poupe nem um olhar em sua
direção. Você consegue.

Dou-me um discurso encorajador e empurro a porta, entrando no


ambiente. Meus olhos parecem ser atraídos exatamente, para onde ele está
como um ímã. Meu coração começa a corrida louca outra vez; quando vejo o
seu perfil odiosamente bonito, sentado do lado de Collin. Uma saudade
absurda me invade por inteiro, enquanto olho seus ombros largos, fortes, seus
cabelos compridos, cobrindo o colarinho. O bebo, presa a essa hipnose do
caralho, me fazendo sentir repulsa de mim mesma, por ainda ter essa reação
com este homem. Avanço com passadas decididas, que não dão dicas de como
estou destroçada por dentro.

Eu passei uma semana de merda, me afogando em um mar de sorvete de


chocolate e muita literatura erótica. Essa última só me fez chorar mais porque
teve um livro, em que a mocinha conseguiu domar o bad boy. Chorei como
uma torneira desregulada na cena dos dois se casando.

Nos livros é tão fácil domar garotos maus, não é? A realidade é


completamente diferente e está zombando de mim, bem na minha frente agora.

Alcanço a primeira fileira de cadeiras e treino meu olhar apenas na Mel.


Me custa muito, não deixá-lo ir, um pouco mais adiante e encontrar os olhos
verdes, perversos que, posso sentir, estão sobre mim. Minhas pernas estão
tremendo e lamento ter usado esses saltos tão altos. Mas, eu quis me vestir
bem. Isso é uma excelente forma de levantar a moral de uma garota quando
estamos tão por baixo quanto sola de sapato. Tomo o meu lugar e deixo
escapar um suspiro de alívio. Mel me recebe, com um sorriso amoroso e eu a
beijo, antes de olhar para o palco e fixar meus olhos lá.

Continuo sentindo-o me observando e isso é enervante.

Aperto meus lábios, cerrando o maxilar com a firme determinação de não


olhar em sua direção. Agradeço a Deus quando o diretor apresenta o clip e em
seguida as imagens enchem o telão.

O clip ficou lindo. Lindo demais, o que só me fez sentir mais miserável.

Terei um lembrete eterno, em cores e definição HD, do quanto fui tola,


pois, está claro, para quem está assistindo, que sou louca por ele.

A forma como o olho, beijo, o toco e deixo me tocar.

As cenas quentes incendiando a tela e me trazendo lágrimas aos olhos,


porque nunca mais sentirei o que é estar em seus braços. O casal da tela se
come na primeira transa.

O auditório inteiro está soltando exclamações chocadas.

― Caramba... ― Mel deixa escapar do meu lado.

Sim, caramba, maninha. Eu me ferrei de verde e amarelo e sim, esse clip


será um lembrete eterno, do quanto fui tola.

Há um nó em minha garganta agora. Estou contando os minutos para


cair fora daqui.

Não posso ver isso. A forma como Elijah me olha na tela, como se nunca
fosse ter o suficiente de mim. Não consigo evitar um bufo baixinho. Tudo
atuação. Ele já teve o suficiente e me chutou para o meio-fio. Ele teria um
futuro em Hollywood, se não fosse músico.

Finalmente tudo acaba e não posso mais ficar aqui. É muito.

Estou sufocando, tremendo e tenho medo de desmoronar na frente de


todos.

Na frente dele.

Me levanto e saio apressada, sem olhar para trás.

Não perco o murmúrio à minha volta. Todos sabem que fui uma idiota.
Todos estão rindo de mim pelas costas.

Empurro a porta e escorrego para fora, me encaminhando pelo corredor,


a passos largos, com destino à minha sala. Não me orgulho de dizer que vou
me esconder. Mas, não posso olhar para ele. Ainda não.

Entro e me encosto contra a porta, respirando aliviada, por ter fugido a


tempo. Me afasto em direção às janelas de vidro e ouço a porta se abrir.

Não olho para trás.

O silêncio que se segue e a forma como meu corpo se descontrola,


tremendo ainda mais, me conta que é ele quem acaba de entrar.

― Sara... ― sua voz, normalmente rouca e áspera é apenas um sussurro.


Eu fecho os olhos, meu coração doendo ao ouvi-lo.

Então, endureço a coluna e digo, sem me virar para ele:

― O que você quer? ― Minha voz sai levemente trêmula, mas, cheia de
hostilidade.

Silêncio se segue antes que ouça suas pisadas macias se aproximando.


― Eu... Eu recebi o seu presente. ― ele diz ainda nesse tom estranho, que
nem parece ele. ― E sua carta.

Eu respiro fundo e me viro.

Ele está há poucos passos de mim, tão dolosamente bonito, que fico sem
respirar de novo. Me pergunto se sempre terei essa reação a cada vez que o vir.

O sentimento de mágoa é tão pungente.

Mas, em meio à isso há o amor e a atração louca, que sempre me puxou


em sua direção. Não posso arrancar tudo da noite para o dia.

Ele usa uma jaqueta de couro marrom escuro, calças escuras justas e
botas de motoqueiro. Uma camiseta branca e básica por dentro. Sua mão
direita está envolvida numa espécie de órtese.

Por que ninguém me disse que ele se machucou? Por que você não quer
saber de nada sobre ele, esqueceu, Sara?

Eu endureço meu olhar, forçando-me a encará-lo de frente.

― Desculpe, eu não tive como recolhê-lo. ― seus olhos nublam um


pouco, com meu tom. ― Então, o que está fazendo aqui? Veio sorrir da minha
carta idiota? Da forma como me entreguei e mostrei-me para você? Da forma
como o deixei usar e abusar de mim, como bem quis, e depois me jogar fora
como, se não fosse nada? ― minha voz está tremendo, com ira, mas,
principalmente com mágoa. Eu não posso evitar. ― Veio tripudiar um pouco
mais sobre mim?

Seu semblante torce, com algo parecido com arrependimento. Suas


narinas tremulam quando inala profundamente.
― Foi o presente mais bonito que alguém já me deu. ― sussurra, seu
olhar correndo pelo meu rosto, me deixando desconfiada e intrigada com sua
postura, que parece quase... Derrotada?

― Por nada. Você pode sair agora. ― digo numa voz monótona.

Ele não arreda o pé. Fica lá, me olhando como se estivesse me vendo pela
primeira vez. Uma emoção diferente, queimando em seus incríveis olhos
verdes. Suspiro impaciente.

― Se não se importa, eu tenho que trabal...

― Eu te amo, Sara. ― murmura, seus olhos muito brilhantes e meu


coração salta loucamente, ao ouvir as palavras inesperadas, saindo da sua
boca. ― Eu sei que fodi tudo, mas, estou aqui para pedir uma chance, de
consertar as minhas merdas.

― O-o que você disse? ― gaguejo confusa.

― Eu disse que te amo, pequena fada. ― sua voz treme um pouco e meu
peito dói absurdamente, ao ouvi-lo chamar-me pelo apelido carinhoso outra
vez. Então, as imagens da semana passada voltam, com tudo na minha mente,
me fazendo arquejar, sentindo a mesma dor de quando ouvi suas palavras
cruéis, a forma como zombou e pisou sobre mim, na frente de todos.

Na frente da sua puta.

― Saia, Elijah. ― digo, lutando para não desmoronar em sua frente.

― Você está ouvindo o que estou dizendo, Sara? ― ele se inflama. ― Eu


disse que amo você.

Eu fecho os olhos.

Quis tanto ouvir isso. Tanto.


Deus, que porra ele está fazendo? O que ele ainda quer de mim?

Daria tudo para ouvir essas palavras uma semana antes, mas, agora elas
já não fazem nada para diminuir a dor, que ele instalou dentro de mim. Reabro
os olhos e abraço o meu corpo, me afastando, tomando uma distância
necessária dele. Ficar tão perto fisicamente dói pra caralho e eu o odeio por
ainda me afetar assim, depois de ter me tratado como merda.

― Eu quis tanto ouvir isso de você, Elijah. ― seu rosto torce com meu
tom embargado. ― Tanto. Você nunca saberá o quanto eu te amei, idolatrei. ―
minha voz falha no final.

― Eu sinto muito, baby. ― ele diz tremulamente, parecendo devastado. ―


Por favor, me dê outra chance. Eu prometo que...

― Que porra é essa? ― eu rosno, deixando meu ódio e repulsa por ele
virem à tona. ― Saia da minha sala. Não sei que jogo está jogando agora, mas,
não estou interessada. Sem mais mentiras, Elijah. ― ranjo os dentes.

― Eu nunca menti para você. ― ele rebate.

― Sim, você mentiu, quando disse que não sentia mais tesão naquela
puta e em Paris, quando disse que queria mais. ― faço aspas com as mãos na
última palavra. ― Você é uma grande mentira, Elijah. ― me forço a olhá-lo nos
olhos. ― Saia. Volte para sua puta preferida e pare de brincar comigo, porra!

― Ela não é a porra da minha puta! ― ele rosna.

Rio com escárnio.

― Bem, eu me lembro de outra forma. ― meu corpo treme com nojo,


relembrando as cenas humilhantes, da semana passada. ― E ela com certeza,
também se lembra de outra forma. ― digo, me referindo às declarações da
piranha, de que ele esteve com ela esse tempo todo.
― Não! Ela está mentindo, Sara! ― ele diz com um tom estranhamente
desesperado. ― Nunca traí você, baby. Eu só...

Ouvi-lo me chamar assim, faz doer meu peito e me enche de ódio. Como
pode uma pessoa ser tão cruel?

― Qual é a porra do seu problema, Elijah? Decidiu que quer brincar um


pouco mais, com o brinquedinho que tinha descartado? ― eu grito, sentindo
meus olhos lacrimejarem, mesmo contra a minha vontade.

― Não! Você nunca foi a porra de um brinquedo para mim, Sara. Eu


apenas não percebi...

― Cale a boca, seu fodido mentiroso, manipulador! ― eu berro fora de


mim, meus punhos cerrados do meu lado.

Seu rosto empalidece com minhas palavras, mas, ele dá um passo para
mais perto, seus olhos verdes cravados nos meus. Eles estão brilhantes de uma
forma como nunca tinha visto antes. Eles estão... Lacrimosos.

Percebo de repente confusa.

― Eu menti, você está certa. Mas, não quando disse que não sentia mais
nada por ela, e certamente não em Paris. ― ele engole audivelmente. ― Menti
quando disse todas aquelas merdas para você, semana passada. ― eu bufo. ―
É a verdade. Eu gostava do cara que eu era, quando estava com você, e isso me
assustou como o inferno. Você me mudou em muitos aspectos, Sara. Desejei
coisas com você que nunca tinha cogitado com outras. Você atravessou minhas
paredes e me fez sentir. ― balanço a minha cabeça em negativa. ― Sempre foi
diferente com você. Sempre foi diferente entre nós. Eu não sabia o que era
antes, mas, agora sei. Você me faz querer mudar cada coisa fodida que há em
mim, porque eu te amo. Eu te amei desde o primeiro momento, só fui cego e
uma mula completa, para não ver isso.
― Não. Isso não é verdade. Nós fodemos. ― cuspo suas palavras de volta.
Ele recua, com o rosto angustiado. ― Foi apenas sexo para você, Elijah.

― Não! ― ele passa a mão esquerda pelo rosto parecendo em agonia, mas,
isso não faz nada para mim. ― Você foi tudo, baby. Tudo.

― Você não mudou uma vírgula por mim, Elijah. ― meu tom é mais
baixo. Estou cansada. Sua presença me faz mal. Só quero que ele saia e me
deixe em paz. ― E você com toda certeza não me ama. ― eu rosno de novo, com
raiva. ― Você não sabe uma merda sobre o amor. Você não sabe, porra! Você é
oco por dentro! Saia! Não quero ter mais nada a ver com você! ― berro. ― Eu te
odeio! Está me ouvindo? Eu odeio você!

Ele pisca com a força das minhas palavras.

― Você disse que me ama, me pediu uma chance! Isso não pode ter ido
embora, em apenas uma semana do caralho! ― rosna de volta e enfia a mão
pelos cabelos.

― Eu vi você com a sua puta, Elijah! ― eu crispo os punhos, uma


vontade louca de distribuir socos, na sua cara de cachorro mentiroso. ― Não
contente você me pisoteou na frente dela! Na frente de todos! ― tomo uma
respiração trêmula, minhas lágrimas caindo pelas faces, que limpo zangada,
revoltada que esteja chorando, na frente dele de novo. ― Apenas pare o que
quer que seja que está fazendo, ok? Eu não quero mais. Pare de brincar
comigo. ― minha voz falha e soluço alto. Porra!

― Não, baby, eu mudei. Por favor, acredite em mim. ― diz mais baixo,
controlado. ― Lutei contra essas mudanças no começo. Fui um maldito idiota
que não queria sentir o que você me fez sentir. ― seu tom é inflamado e seus
olhos estão nadando. Há uma tristeza tão grande neles. Uma lágrima solitária
rola lentamente pela sua face. ― O mundo me estragou. Eu me estraguei,
pequena fada. ― sua voz treme ao dizer meu apelido.
― Por favor, nada do que me disser agora, vai me fazer voltar a fazer o
que estávamos fazendo. ― digo forçando meu tom mais firme. ― Nunca mais
vou ser o brinquedinho de ninguém, Elijah. Isso entre nós acabou.

― Não, não acabou, baby. ― ele tenta se aproximar mais, mas, estendo a
mão parando-o. ― Eu te amo, porra! Acredite em mim. Eu te amo! ― as
lágrimas estão caindo livremente pelo seu rosto atormentado agora. Estou
arfando, meu peito doendo por vê-lo tão cru, tão nu pela primeira vez, diante
de mim. Mas, é tarde demais. Ele me machucou muito. ― Carreguei uma
bagagem fodida, desde o abandono de David e deixei isso ditar a minha vida,
por muito tempo. ― confessa; seu tom muito quebrado.

Não digo nada.

Seu olhar desliza pelo meu rosto com uma expressão dolorosa de
saudade, que aperta algo dentro de mim. Ele me olha fixamente em silêncio,
então suspira.

― É tarde demais, é isso que está me dizendo? ― murmura com voz


entrecortada e um soluço me escapa. Apenas aceno, sem forças para dizer a
confirmação em voz alta. Ele fecha os olhos com força. Mais lágrimas caem pelo
rosto bonito. ― Perdi você, baby? Eu perdi você? ― pergunta com desespero e
estamos os dois chorando abertamente, diante do outro agora.

Respiro profundamente para controlar meus soluços.

― Nossa relação será puramente profissional a partir de agora, Elijah. ―


digo, fungando, me sentindo morta por dentro. ― Nunca mais serei tola de me
entregar a você. Acabou.

Vejo a dor rasgando suas feições bonitas, quando percebe que estou
falando sério.
― Vou fazer isso certo. Vou fazer as coisas direito, Sara. ― continuo em
meu silêncio, me blindando contra ele. ― Nunca quis te machucar. Era apenas
a minha mente ferrada... Eu nunca... Porra! ― ele ruge, seu tom cheio de pesar.
― Vou lhe dar o tempo que precisar. Eu vou recuar. ― aceno outra vez, mais
lágrimas turvando a minha visão. Ele vai recuar. Eu devia estar feliz, não
devia? Mas, tudo que sinto é um vazio enorme e uma sensação ruim, na boca
do estômago. ― Me perdoe. ― seu olhar segura o meu por um instante longo e
torturante, à espera que eu mude de ideia. Vejo a centelha de esperança se
desvanecer aos poucos, dentro dos olhos verdes. Sua mão levanta para o meu
rosto, mas cai antes de me tocar, percebendo que não quero isso. ― Por favor,
me perdoe, pequena fada. ― ele respira pesado, seu olhar feroz dentro do meu.
― Eu te amo. Sinto muito que levei tanto tempo para perceber. Sinto muito
pela forma como a tratei, desde o começo. ― ele chora mais. ― Nunca vou me
perdoar por aquela festa. Nunca. ― respira ruidosamente. ― Vou recuar porque
está magoada agora e me odeio por ter feito isso com você, acredite-me. Mas,
eu não vou desistir de você, de nós.

― Eu não vou mudar de ideia, Elijah. ― aviso, minha voz tremendo


demais.

― Sim, você vai. Quando perceber que te amo de verdade. Que você é
única que eu quero. ― seu tom é trêmulo, mas, há essa certeza irritante em
sua voz, que me faz querer dar um tapa nele. ― E nunca mais vou machucá-la
de novo. Vou cuidar de você, como o meu bem mais precioso.

― Você precisa ir agora. ― eu digo, forçando meu coração a endurecer.

Ele me olha com uma ferocidade, saudade, paixão queimando em seus


olhos tempestuosos. E de repente quero machucá-lo, para que pare a merda
que está fazendo, tentando me confundir e arrastar para ele, de novo.

― Não perca seu tempo. Tudo que sentia por você morreu, quando o vi lá
se esfregando naquela puta.
Mais lágrimas se reúnem em seus olhos e vejo a dor se espalhando,
outra vez, em seu rosto. Isso deveria me fazer sentir melhor, mas, não faz. Isso
dói em mim também.

― Por favor, saia, Elijah. ― peço, me sentindo fraca, drenada.

Seus olhos adquirem um brilho resignado, mas, feroz, determinado.

― Eu vou. ― murmura, catalogando todo o meu rosto. ― Mas, isso não


acabou, Sara. Isso nunca vai acabar, porque você é minha e eu sou seu.

Ele se vira e vai devagar para a porta e meu coração está sangrando ao
vê-lo se distanciar. Seguro a minha vontade de chamá-lo de volta. Uma grande
parte de mim quer gritar, para ele voltar, porque o amo. Deus. O amo demais.

Eu choro descontroladamente, me obrigando a permanecer no lugar.

Ele precisa ir. Preciso deixá-lo ir para que eu tenha paz.

CAPÍTILO DEZOITO

Sara

A turnê...

Três semanas depois... Estocolmo, Suécia.

Eu entro na suíte enorme sem muito entusiasmo, apesar do quarto lindo.


Estamos em Estocolmo e a turnê, por oito cidades europeias,
oficialmente começou. Amanhã teremos o show de abertura na Friends
Arena[24]. Será um mega evento. O estádio tem capacidade para sessenta e
cinco mil pessoas e sei que os fãs irão lotar e sacudir as estruturas do local.

Pela animação que tenho visto na página e no site oficial da banda, os


caras vão arrebentar na estreia. Estaria muito mais animada por viajar e
cuidar dos meus rock stars favoritos, se não fosse pelo fato de que um deles,
pisoteou sobre mim, como um maldito dançarino de sapateado. Porém, isso
não tira o brilho dessa turnê. Temos trabalhado intensamente nas últimas três
semanas e estou feliz.

Ok, feliz é uma palavra muito forte. Digamos que estou satisfeita comigo
mesma, por ter resistido bravamente, aos avanços de Elijah.

Estou satisfeita por ter conseguido me manter longe, emocionalmente e


agido como a profissional que sou. Ainda dói como o inferno cada vez que a
imagem, dele se esfregando na puta, surge na minha mente. Toda vez que
estou me sentindo fraca, toda vez que ele se aproximou de mim, nesses dias e
me implorou uma chance, me forço a relembrar aquela cena.

No entanto, vou ser sincera com vocês, há momentos em que quero


arrancar todas as suas roupas e pegar o que aqueles olhos verdes lindos e
intensos, estão me oferecendo todo o maldito tempo. Se foi difícil resistir à
Elijah no começo, agora é uma tarefa ingrata, porque senti seu gosto, seu
cheiro e estou morrendo, para sentir isso de novo. Senti-lo dentro de mim, me
devorando com sua fome característica. Deus, eu sou tão patética.

Ele quebrou seu coração, Sara. Faça um favor a si mesma e o esqueça,


sua tola.

Eu sei disso. Meu cérebro sabe que devo odiá-lo por tudo que me fez,
mas, há a parte louca e sem respeito próprio, situada especificamente abaixo
da minha cintura, que ignora tudo e continua o desejando, com fervor. Como
resultado, eu sou uma confusão ambulante. A cada noite que deito na cama
sozinha, não consigo evitar as lágrimas. Choro por tudo. Decepção, amor, raiva
e medo. Um medo absurdo de cair em seus braços em um momento de
fraqueza e dar-lhe o poder de me machucar de novo.

Nunca. Eu não posso fraquejar.

Suspirando, me dirijo às minhas malas e começo a desfazê-las para me


distrair.

Acabamos de subir direto para nossos quartos no hotel.

É isso mesmo, subimos direto para os quartos. Quando se está na


comitiva de astros do rock, mundialmente famosos, você ganha
automaticamente alguns privilégios. Recordo-me de que foi assim com Elijah,
quando estivemos em Paris.

Mais um suspiro longo deixa meus lábios.

Bem, a administração dos hotéis deve, além de primar pela comodidade


de seus hóspedes famosos, zelar pela ordem. Já imaginou Liam e os caras,
parando na recepção e fazendo o check in, como todo mundo? Seria um Deus
nos acuda se os fãs os vissem.

Queria ter vindo em um voo comercial, mas, Liam não me permitiu,


alegando que sua equipe, viaja junto com a banda. Desconfio que tenha o dedo
podre de Elijah aí, mas, aceitei. Não posso correr dele todo o momento,
infelizmente preciso assessorá-lo também. Essa é a tarefa mais difícil que já
tive que cumprir na vida, conversar com ele, estar perto dele, sobretudo agora,
que me olha, com uma suavidade arrependida, nos olhos verdes.

Resumindo, estamos viajando todos no jato da banda, por ser maior e


acomodar-nos, mais a equipe médica, que Liam contratou para ficar de olho na
Mel. Ela está bem, graças a Deus, mas, está com seis meses de gestação e
depois do princípio de aborto, Liam não quer correr nenhum risco. O homem é
muito fofo.

Minha fada-madrinha foi muito fanfarrona comigo. Por que não me


arrumou um roqueiro assim? Romântico, apaixonado e lindo?

Muita sacanagem me trazer o mais filho da puta de todos. Não me


conformo com a minha sorte. Bufo. Ou a falta dela.

O telefone perto da cama toca e eu vou até ele, atendendo-o:

― Quarto 611. ― digo esperando ouvir a voz da Mel.

― Quarto 612. ― seguro a respiração ao ouvir a voz, rouca e baixa de


Elijah, do outro lado.

Meu coração salta e minha barriga se agita, uma onda quente descendo
para o Sul.

Puta merda. São trinta e oito dias sem sexo.

Mas, quem está contando, não é? Zombo de mim mesma.

― Estou ocupada desfazendo as malas, Elijah. ― meu tom é seco, mas,


um tanto ofegante. Grrrr! Isso é ridículo. ― O que você quer?

Ele fica um momento em silêncio e o ouço suspirar pesado, no meu


ouvido.

― Você. ― sussurra áspero, naquele tom que molha a minha calcinha


instantaneamente. Merda. Merda. Muita covardia... ― Eu quero você. Eu
preciso de você, baby. ― diz com um toque de desespero. ― Me dê uma chance,
amor.

Meu coração tolo, aquece com seu tom e palavras carinhosas.


É a minha vez de suspirar alto.

― Isso não é mais possível. ― digo baixinho e me amaldiçoo, por minha


voz sair trêmula. Gostaria de não sentir mais nada, mas, esse homem me abala
demais. Me afeta, me tira do equilíbrio. Me faz pensar apenas em nós dois nus,
suados, devorando um ao outro, como fizemos tantas vezes. Merda. ― Boa
noite, Elijah. ― raspo, tentando desesperadamente me livrar dele.

― Não! Não desligue, por favor. ― ele pede rapidamente. ― Eu... Na


verdade, liguei para dar boas-vindas à turnê e dizer que fez um trabalho bom
pra caralho. Não consegui falar com você durante o voo...

Bufo com sua insinuação muito verdadeira de que vivo me escondendo


dele. Vira-lata.

Respiro fundo e decido não bater boca com ele. Profissional, Sara.
Mantenha a merda profissional até o fim da turnê. Não o deixe perceber que
ainda te afeta. Que apenas ouvir a sua voz é como se uma maldita fornalha,
estivesse em sua vagina.

Minha Nossa Senhora das perequitas assanhadas. Quer fazer o favor de


sossegar aí embaixo, minha filha? Oh, cara...

― Só fiz o meu trabalho, mas, obrigada. ― tento soar o mais profissional


possível. ― Você e os caras também trabalharam, para colocar o show na
estrada. Será uma grande turnê e me sinto privilegiada por estar vivenciando
tudo de perto. ― não consigo segurar meu lado fã deslumbrada.

Grande, Sara. Tão profissional...

Ele sorri um pouco, mas, é um som melancólico e isso torce meu peito.
Eu sou apenas humana, ok? Sim, sei que ele é um vira-lata da pior
espécie, mas... Oh, meu bom Senhor. Contenho um gemido frustrado. O estou
deixando me confundir. Não posso dar-lhe esse poder.

Nenhum tipo de poder, ou estarei ferrada.

― Sim, será uma grande turnê. ― murmura e eu fecho os olhos, me


permitindo ser acariciada, por seu timbre áspero e sexy. ― É uma turnê
DragonFly. ― sorri com sua arrogância de roqueiro fodão. ― mas, essa será a
melhor até agora, porque você está nela, baby. ― sussurra e estou a ponto de
gemer e me envergonhar.

Puta merda. Que cachorro, cão sarnento, filho da puta!

― Boa noite, Elijah. Eu realmente preciso desligar. ― digo, soando muito


ríspida.

Ele exala alto.

― Boa noite, pequena fada. ― murmura e desligo rapidamente, antes que


me deixe levar, por sua conversa fiada.

Fico olhando o telefone por um longo momento depois que recoloco no


gancho.

Isso não acabou, Sara. Isso nunca vai acabar, porque você é minha e eu
sou seu.

Essas palavras insistem em martelar na minha cabeça, desde quando ele


as disse para mim. Na verdade, a imagem dele, chorando e dizendo que me
amava não sai da minha cabeça, por mais que queira apagá-la.

Amor. Rolo os olhos. Elijah não sabe o que é isso.


A facilidade como se desligou de mim. Jogou-me de lado como se eu não
fosse nada. A facilidade com que voltou ao seu estilo de vida, pegando a vadia-
mor, me dá essa certeza. Só está arrependido de certa forma, pelas coisas
cruéis que me disse, quando estava bêbado e, claro, por causa da carta ridícula
que lhe enviei, junto com uma guitarra que tem valor sentimental para ele.

Nada do que me disser agora, vai me fazer confiar e me entregar de novo.

Nunca mais serei aquela Sara.

Repito, sentindo meus olhos arderem e me pergunto, pela milésima vez


se meu coração vai parar de doer algum dia.

Não enquanto estiver perto dele.

Cada vez mais eu percebo que terei que tomar decisões, quando a turnê
terminar.

Volto para a minha tarefa na mala e a tela do meu celular, acende sobre
a cama, me alertando da chegada de um email.

O abro e sorrio.

Retiro meu lap top da bagagem e me livro dos sapatos, pulando na cama.
Acesso meu perfil falso no Facebook.

O quê? São certinhas demais para fazer algo assim? Meninas, não me
venham com lição de moral, ok?

Há algumas semanas atrás eu estava me sentindo miserável, zapeando


pela net e encontrei um site de aconselhamento, desses que prometem curar
corações partidos.

É, eu sei, puro engodo, mas, mesmo assim, criei um perfil falso e me


cadastrei. Nos primeiros acessos levei cantadas de alguns caras. Bom, eu
imagino que eram caras. Não se pode afirmar nada no mundo virtual. No
entanto, continuei insistindo e acessando todos os dias. Já estava estressada e
desistindo, uma vez que ouvi de tudo, tudo mesmo.

Deus, quanta gente doida na internet...

Enfim, estava encerrando minha conta, eis que surge uma mensagem de
um cara, no meu in Box, que me chamou a atenção de imediato.

Peter Pan era o codinome.

Tive que segurar uma piada. Mas, não estava em muita vantagem, uma
vez que coloquei o meu como: Pequena Fada.

É, eu sei, podem rir, eu sou patética ao cubo!

Correndo do idiota e uso o apelido que me deu. Em minha defesa só


posso dizer que o acho fofo. Grrrr!

Para encurtar a história, o Sr. Peter Pan e eu começamos a nos falar e


conversa vai, conversa vem... Cá estamos nós nos falando regularmente.

Peter Pan: Oi, Pequena Fada. Já está em solo sueco?

Sorrio digitando uma resposta.

O avisei que passaria quatro semanas viajando, a trabalho a partir de


hoje. Mas, informei apenas isso. Sem chance de dizer o que estou fazendo e
com quem estou aqui. Nunca se sabe, não é? Sei que não é aconselhável, no
entanto, temos conversado todos os dias. Além disso, esse cara tá curtindo
uma fossa, pior do que a minha. No começo o avisei que não tentasse nenhuma
gracinha ou flertes comigo, ou não falaria mais com ele. Mas, depois percebi
que o cara está completamente doido pela sua ex. Ele me contou sua história e
contei a minha depois de um tempo. Claro que não falamos nomes, apenas
contamos nossas desventuras. Parece-me que ele foi um babaca com a sua ex e
a perdeu. Novidade... Por que os homens tem que ser tão escrotos? Só dão
valor depois que perdem. Ele disse que já tentou de tudo, para tê-la de volta,
mas, não tem obtido sucesso. O aconselhei a superar e seguir em frente e o
idiota disse que nunca vai seguir em frente porque ela é a mulher da sua vida.
Deus, esse cara está tão iludido...

Pequena Fada: Ei, Peter! Sim, já em solo sueco. E você, o que está
fazendo? Além de correr atrás da cadela da sua ex?

O cutuco e sorrio com sua resposta imediata.

Peter Pan: Correr atrás dela é meu esporte favorito agora. E, por favor,
não a chame assim, Pequena Fada. Ela é linda, perfeita, só está magoada
comigo.

Eu gargalho. Viram? Definitivamente iludido, o coitado.

Pequena Fada: Uh! Desculpe. Não está mais aqui quem falou.

Peter Pan: Desculpas aceitas. E você, como está com o seu ex?

Eu bufo, rolando os olhos.

Pequena Fada: Primeiro, já disse uma milhão de vezes, que o cão


sarnento não é o meu ex. Nunca foi. Nós fodemos. Isso foi tudo que fui para ele,
uma foda descartável.

Até digitar isso dói. Droga. Peter demora a responder.

Peter Pan: Certo. Desculpe-me, eu esqueci o quanto esse cara foi um


babaca.

Pequena Fada: Ei, não, você não tem que se desculpar. Eu é que estou
com os nervos à flor da pele, por ter que vê-lo todo o tempo, quando tudo que
preciso é ficar longe.
Peter Pan: Deve ser mesmo complicado trabalhar junto com alguém, que
te machucou. Minha sorte é que não trabalho com a minha ex.

Eu exalo, me deitando na cama numa posição confortável para digitar.

Pequena Fada: Sim, você é um sortudo, garoto da Terra do Nunca.

O provoco.

Peter Pan: Rsrs, é impressão minha, ou você está flertando comigo,


Pequena Fada?

Eu sorrio, agradecendo-o por desviar o tema do cachorro vira-lata.

Pequena Fada: Você tem um péssimo senso de percepção, cara. Além


disso, você parece do tipo romântico, muito meloso... Desculpe, mas, meu fraco é
uma pegada mais bruta, entende? Muita suavidade não é comigo. Nada pessoal,
ok?

Eu gargalho ao enviar. A reposta não demora. Ele envia um emotion com


uma carinha assustada. Eu rio mais.

Peter Pan: Jesus Cristo! Você não tem nenhum filtro. E quem disse que os
tipos românticos não sabem “pegar” uma garota?

Pequena Fada: É impressão minha, ou toquei em um ponto frágil aí,


Peter?

Rio alto, continuando a tirar sarro dele.

Peter Pan: Humpt! Sua sorte é que não temos a menor chance de nos
encontrar, ou te mostraria exatamente o que um cara, do tipo romântico pode
fazer...
Pequena Fada: Uh, você está dando em cima de mim, Peter? E,
ressaltando: duvido que ficasse impressionada. Você não deve ser lá grande
coisa, se sua garota não quer mais saber de você.

Peter Pan: Ui! Essa doeu, Pequena Fada. Mas, não, não estou dando em
cima de você. Só há uma mulher para mim. Uma pena que ela ainda não
acredita nisso.

Ai, tadinho. Essa garota deve ser mesmo a maior cadela. Como pode não
perceber que o homem está na merda?

Pequena Fada: Rsrs. É sempre ótimo falar com você, mas, preciso
desfazer as malas. E, continue tentando com sua garota. Se estiver sendo
sincero como acho que está, ela vai acabar percebendo isso, em algum momento.
Boa noite, Peter.

Peter Pan: É sempre um prazer falar com você também. Boa noite,
Pequena Fada.

Eu desfaço a conexão e em seguida retomo a minha tarefa.

Sem qualquer controle minha mente, volta para o vira-lata trapaceiro, ao


lado. Sério? Ele trocou de suíte com Collin para me torturar, ficando ao lado da
minha? Meu corpo está de repente consciente da sua proximidade, o que é
uma má ideia. Cristo, por que ele não desiste? Por que não para de jogar
comigo?

Eu termino de arrumar minhas roupas no closet, tomo um banho


relaxante e em seguida, peço meu jantar no quarto. Sem chance de ir para o
restaurante e correr o risco de encontrá-lo lá.

Sim, eu sou uma covarde, ok? Não me importo que pensem isso de mim.
Nem no inferno vou fazer papel de boba outra vez. Nenhum homem jamais me
fará de idiota de novo.
Após o jantar, eu saio para a varanda da suíte, a lua no céu parece
hipnotizante. Suspiro encantada e me debruço sobre a balaustrada. Eu olho o
porto à minha frente e fecho os olhos inspirando a brisa noturna. Sinto um
torpor arrepiando a minha pele e o ar mudar à minha volta, abro os olhos e
olho para o lado direito. Elijah está na varanda da suíte vizinha e seus olhos
estão cravados em mim. Sua expressão é tão intensa, que sinto isso como se
fosse uma carícia em minha pele. Aperto inconscientemente o laço do roupão
curto, que estou usando.

Puta merda. Minha vagina aperta, latejando loucamente sob o seu apelo
sexual bruto. Seu olhar verde, quente está queimando um caminho de fogo,
incendiando meu ventre. Sugo o ar rudemente, tentando me manter imune,
blindada contra ele e seu feitiço sensual, mas, a verdade é que ainda sou frágil
perto dele. Meus seios arrepiam, intumescendo. É como se eu pudesse sentir
seus lábios luxuriosos, chupando-os com força. Eu gemo, ofegante.

Oh, Senhor, a quem quero enganar? Sempre serei frágil perto dele. Como
isso é possível? Alguém ter tanto poder sobre o outro, sem nem precisar tocar?
É assustador, abissal, arrebatador.

Isso é Elijah.

Ele está lindo em um roupão negro, aberto, deixando a boxer branca


aparecendo. Oh, merda.

Engulo em seco tendo a clara visão da coluna grande e grossa de seu


pau duro sob o tecido. Filho da puta! Seu abdômen todo trincado e o peitoral
de dar água na boca, estão à vista também, contribuindo para o fim da minha
sanidade. Há um espaço de uns dois metros, separando nossas sacadas e de
repente eu quero ser a porra de uma atleta olímpica, saltar para ele e agarrá-lo.
Oh, cara... Controle-se, Sara. Reunindo cada grama de autocontrole e
dignidade feminina, levanto meu queixo insolente e marcho, praticamente
correndo, para me esconder mais uma vez.

― Sara... Baby... ― sua voz é grossa, embrutecida, áspera e isso sacode o


meu corpo, enviando luxúria perversa em minha corrente sanguínea.

― Não, droga! Não! ― eu rosno e entro no quarto, minhas pernas


trêmulas, minha vagina traiçoeira, toda molhada e pronta, gritando por ele.
Merda.

Eu fico andando de um lado para o outro, tentando recordar os inúmeros


motivos, pelos quais não devo me sentir assim por esse cachorro vira-lata.
Gemo em desgosto. Desconfio que estou condenada a me sentir exatamente
assim em relação a ele, para sempre.

Algo dentro de mim me diz que um sentimento tão forte assim só


acontece uma vez na vida. Quando temos a sorte de sermos correspondidos é o
céu. Se formos apenas um jogo, sexo para a outra pessoa, é o inferno.

Elijah

Ligo o som e saio, inspirando o ar noturno da varanda da minha suíte.


Estou inquieto, doido para pular para a sacada da minha esquerda. O quarto
de Sara. Meu pau está tão duro, que sinto dor nas bolas. São trinta e oito dias
sem sentir seu gosto, sem me enterrar fundo, na minha bocetinha apertada e
me sinto morrendo sem ela. Foda! Nunca pensei que fosse possível sentir
saudade de uma pessoa, vendo-a o tempo todo.
Eu estava errado. Esse é o pior tipo de saudade. Chega a ser uma dor
física, querer algo que você já não pode ter. Cada vez que a vejo, cada vez que
sinto seu cheiro, quando passa por mim é como um punhal cravado
permanentemente no meu peito.

Sara me ignora na maior parte do tempo. Só fala comigo o estritamente


necessário porque afinal, ela é uma grande profissional e assessorar a banda
me inclui no pacote. Mas, seus olhos mal se conectam com os meus, nesses
momentos e seu sorriso, nunca mais se abriu para mim. Ver a forma fascinada
como conversa com os caras, os sorrisos sinceros de fã e admiradora que lhes
dá, me faz me sentir como um lote inteiro de merda. Esse olhar e sorriso já
foram dirigidos à mim. Como nunca percebi que eu era o seu favorito? Ela me
olhava como se eu fosse um deus do caralho e eu, maldito bastardo, nunca me
toquei da profundidade dos seus sentimentos por mim.

Foda-se. Eu estou morrendo a cada dia que acordo, sem ela em meus
braços e a cada noite que vou para a cama sozinho. Mesmo que tenha
consciência de que mereço todo o seu desprezo, ainda é demais. Ela está me
matando lentamente.

Agora entendo por que as pessoas falam na porra da dor de amor. Isso
dói como uma cadela. Uma dor que só a pessoa que você ama
desesperadamente pode acabar. Não há substitutas. Quando essa pessoa não
está nem aí para você, seu destino é definhar dia após dia.

Merda. Isso daria uma letra de música.

Não vou desistir, no entanto. Tenho essa turnê a meu favor. Estaremos
mais perto todos os dias e as noites. É, tenho um acordo com Collin de trocar
os quartos para ficar mais perto dela, uma vez que Sara ,como nossa assessora
me colocou em um quarto bem longe do seu, em todos os hotéis. Ela foi
esperta, mas, eu sou mais e estou determinado a tê-la de volta. Achei que seria
difícil reconquistá-la, mas, não pensei que fosse tanto. Estou começando a ver
a profundidade da sua mágoa. Eu a machuquei muito. Porra, fodi tudo. Eu a
mandei para longe e a cada dia que passa, percebo que posso perdê-la para
sempre.

O que posso fazer para consertar essa merda? Deus, me dê uma luz
aqui.

Inclino a cabeça para o céu estrelado. Não posso perdê-la. Não posso.

Um movimento do meu lado esquerdo, me faz virar a cabeça e quase


gemo, com a visão dela saindo da sua sacada e se debruçando sobre o
parapeito. Seus cabelos estão molhados e ela veste um robe curto. Eu babo em
seu corpo lindo e esguio. Inclinando a cabeça como um maldito tarado, tenho
um vislumbre da bundinha linda, empinada e nua. Porra. Meu pau está a
ponto de bater pregos agora. Quase rosno de tesão e frustração e aquela
vontade louca de pular para a sua sacada, me acomete de novo.

Olho para baixo. Merda. Muito alto. Posso morrer se cair. Cacete.

Meus olhos voltam para ela. Como se sentisse que estou fodendo-a
loucamente em meus pensamentos, ela olha de lado e me vê. Eu gemo
baixinho, quando nossos olhares se conectam e se prendem. Ela me quer.
Ainda me quer, posso ver tudo lá nesses bonitos olhos marrons. Ela me come
sem cerimônias, seu olhar correndo pela protuberância em minha cueca,
abdômen e peito. Estou a ponto de saltar as grades sem me importar com mais
nada, quando ela eleva o queixo na sua conhecida postura insolente e arranca
seu olhar do meu, marchando de volta para sua suíte.

― Sara... Baby... ― a chamo, louco de amor e tesão. A quero tanto. Tanto.

― Não, droga! Não! ― ela rosna sem me olhar e se esconde em seu


quarto. Porra! Baby, volte aqui! Não me deixe assim!
Quero gritar, mas, em vez disso rosno em frustração. Como eu consegui
fazer uma bagunça tão grande? Ela era minha, completamente minha e joguei
tudo fora.

Volto para dentro do quarto e vou até o bar me servindo de uma dose de
uísque. Hoobastank está cantando The Reason, no som, para piorar a minha
miséria. Meu corpo todo está gritando por ela, exigindo que eu invada a porra
do seu quarto e me enterre nela bem fundo. Merda.

Eu prometi lhe dar tempo. Mas, isso não tem funcionado. Ela está me
ignorando e isso me mata. Com um rosnado tomo todo o líquido, e isso queima
a minha garganta. Eu vou lá. Vou pegar a minha mulher, porra. Foda-se essa
merda de dar tempo. Isso só a está afastando mais de mim.

Sem pensar duas vezes ajeito meu roupão e saio rapidamente do meu
quarto. Em instantes estou diante da sua suíte, agradecendo pelo corredor
estar vazio. Espanco sua porta sem cerimônias. Ela não abre de imediato e
continuo batendo, como um homem louco. Ouço palavrões do outro lado e em
seguida ela abre apenas uma fresta, como se já soubesse que sou eu aqui fora.

― Que porra acha que está fazendo, Elijah? O que você quer? ― rosna,
mantendo a porta meio fechada. Eu bufo. Como se isso fosse me impedir.

― Você sabe o que eu quero, Sara. ― ranjo, empurrando a porta. Ela luta,
mas, sou maior e mais forte. Passo para dentro e fecho a porta com um
pontapé. Seus olhos se arregalam e ela vai se afastando, andando para trás,
enquanto eu avanço, rosnando, cheio de tesão. ― Você embaixo de mim,
tomando o meu pau bem fundo. É isso que quero e vou ter. Eu te amo, porra!
Por que não consegue ver isso?

― Não! Não ouse chegar perto de mim, seu maldito vira-lata! ― diz com
dentes cerrados. ― Vou chamar a gerência. Eu vou... ― a alcanço num bote
rápido e rasgo seu roupão, desnudando seu corpo. Seu olhar é incrédulo para
mim, seus peitinhos lindos estão subindo e descendo, enquanto ela respira
asperamente, os biquinhos duros. Eu sei que está louca de tesão também.
Suas pupilas estão dilatadas, mesmo que me olhe insultada, irritada e toda
linda. ― Seu... Seu bruto! Seu filho da puta arrogante! ― diz ofegante e me dá
um tapa forte no rosto. Eu rosno, rangendo os dentes e a puxo pela cintura
grosseiramente. Ela se debate, mas, a levanto sem esforço e a jogo por cima do
ombro, andando em direção à cama. A jogo com força no colchão e arranco
meu roupão e cueca, pulando em cima dela em seguida.

― Chega dessa merda, pequena fada. ― ranjo, forçando-a abrir as


pernas. Ela se debate, tentando me chutar. Eu a arrasto com força para
debaixo de mim. ― Você é minha. Diga o que quiser, mas, você é minha, porra!
― dou tapas fortes em sua bunda. Ela range os dentes como se quisesse me
morder.

― Seu grosso! Eu vou gritar! Eu vou te processar! ― me esmurra nos


ombros. Ranjo e seguro seus pulsos, prendendo-os com uma mão acima da
sua cabeça. Seu corpo arqueia, se rebelando, mas, isso só aumenta a fricção
deliciosa do meu pau em sua boceta quente e molhada. Rio perverso,
deslizando a cabeça gorda entre seus lábios melados. Ela ofega, suas narinas
inflando. ― Eu não quero... ― sua bravata se perde em um gemido cheio de
necessidade.

― Mentirosa. ― sorrio mais, prendendo seu olhar e abaixo a boca,


lambendo um mamilo, depois o outro. ― A bocetinha da minha cachorra está
toda quente e molhada para mim. Não tem como negar isso, baby. ― esfrego
meu pau, esfaqueando seu clitóris.

― Eu não... Oh, meu Deus... Elijah... ― ela geme, seu corpo tremendo de
tesão embaixo do meu. ― Seu cachorro... ― mia e eu rosno, passando a chupar
e morder seus mamilos. Sinto mais líquidos molhando o meu pau e continuo a
moer grosseiramente em sua boceta, enquanto mamo duramente em seus
peitinhos. Mordendo, chupando a carne, deixando-a cheia de chupões como eu
gosto. Como estava ensandecido para fazer todos esses malditos dias longe
dela. Me arrasto mais, ficando todo em cima dela, esmagando-a no colchão.

― Minha cachorra gostosa... ― ronrono e dou um tapa moderado em sua


face com a mão livre. ― ela ofega, seu hálito gostoso, provocando bem perto da
minha boca. Seus olhos incendeiam. Ela ama meu tratamento áspero. Eu
sorrio malvado e dou outro mais forte do outro lado, sem parar de moer em sua
boceta encharcada. ― Minha puta... Minha! Só minha... ― geme tomada pela
luxúria. Passo grosseiramente meus dedos sobre seus lábios. Ela os lambe e os
suga com fome e é a minha vez de gemer esfomeado, louco para meter dura e
profundamente nela. Deslizo a mão em sua nuca, puxando seus cabelos,
forçando seu rosto para cima. Nossos olhares estão presos, se comendo,
desesperados, loucos de saudade. Tanta saudade que chega a doer. Então, não
posso mais me conter, desço a boca na sua, beijando-a com todo amor, tesão,
paixão, essa fome voraz que só tenho por ela. Que só sinto com ela. Sara me
recebe com a mesma fome, se entregando, se rendendo, choramingando contra
meus lábios, sua língua lambendo, duelando com a minha, nesse reencontro
doloroso e, porra, tão esperado por mim.

― Porra... Que saudade, baby... ― sussurro em seus lábios e volto a


mergulhar, chupando sua língua, gemendo, rosnando com um animal se
banqueteando em sua refeição favorita. Me alinho em sua vulva e ela geme
longamente, ofegando, ansiosa para me ter dentro. Rosno asperamente,
empurrando o quadril, metendo tudo numa estocada funda. Sara grita alto,
suas paredes palpitando à minha volta, quase me fazendo gozar. Solto um
gemido animalesco e puxo quase tudo, voltando a enfiar com força, batendo em
seu útero, buscando mais espaço, arreganhando-a toda para mim. Rosno de
prazer, meu corpo todo estremecendo, emoção me tomando, meus olhos ardem
por estar de volta aqui. Dentro da minha mulher. ― Deus, Sara... Meu amor...
Estava morrendo de saudade de meter em você assim, baby... ― gemo
enlouquecido, completamente subjugado por esse sentimento imenso que sinto
por ela. Eu como sua bocetinha apertada, com lágrimas nos olhos. Estou
consumido, arrebatado, louco de amor por ela. ― Eu te amo tanto, baby. Tanto.
― balbucio extasiado, sem parar de devorar sua boca e boceta. Minha voz
embargada, emocionada. Estou tão inebriado por tê-la em meus braços de
novo. Eu morri e revivi.

― Oh, Deus, Eli... Baby... ― choraminga, resfolegando, suas pernas me


abraçando pelo quadril, me deixando meter tudo até o talo. ― Eu... Eu... É tão
gostoso...

― Sim, minha cachorra linda, perfeita... Deliciosa... ― abro os olhos e


meu peito incha de amor e possessividade, observando seu rosto perfeito,
corado, se contorcendo pelo prazer, de ser tomada por mim. ― Abra os olhos,
baby. Quero ver esses olhos bonitos, enquanto meto em você. ― peço com voz
grossa de tesão. Ela abre os lindos olhos marrons e vejo que estão marejados
também. Sorrio feliz. Estamos juntos de novo. Essa emoção feroz me toma por
completo. Ela me perdoou. Ficamos nos olhando, ofegando nas bocas um do
outro, enquanto me enfio profundamente em seu canal apertado de novo e
novo. Seu corpo sacudindo com as minhas estocadas brutas. ― Isso... Toma o
meu pau. Você me pertence. Você é minha! Toda minha, porra! ― sussurro
rudemente, martelando sem dó em sua vulva pequena. Meto cada vez mais
brusco e profundo e ela começa a se desfazer embaixo de mim, sua respiração
errática. Bato nela ferozmente, vendo cada nuance em seu lindo rosto até que
estremece, gritando meu nome em seu orgasmo, sua boceta sugando
malvadamente o meu pau. Fico ainda mais selvagem vendo-a gozar. Solto seus
pulsos e a puxo pelos ombros, passando meus braços por baixo, fazendo uma
alavanca perfeita e a devoro sem piedade, buscando o meu clímax. Arrepios
percorrem a minha coluna, começando a se espalhar por todo o corpo e estou
urrando, chorando alto, cravando-a no colchão, rasgando sua boceta com
estocadas brutais, profundas, prazer viciante, enlouquecedor, delirante me
deixando insano. ― Assim, minha putinha... Continue gozando no meu pau...
Me tome todo... ― minhas bolas encolhem e bato nela com mais força, fazendo-
a gritar mais. ― Ohh, Sara... Baby... Eu vou gozar! Oh, porra... Gostosa...
Gostosa demais... Porraaaaaaaa! ― me enfio até não poder mais e esporro em
seu canal escaldante. Minha respiração falha, enquanto continuo metendo e
gozando litros e litros de esperma dentro dela. Ela urra, me sentindo enchê-la e
arranha minhas costas com as unhas. Nos agarramos desesperadamente,
arremessados na sensação extasiante de gozar no corpo um do outro. Nossos
corpos suados, deslizando juntos, colados, entranhados e não quero nunca
mais sair de dentro dela. Jesus. Eu amo visceral e loucamente essa mulher.
Ela me arruinou para todas as outras, isso é certo. Tomo sua boca de novo,
num beijo sôfrego e continuo mergulhando em sua boceta, toda alagada do
meu sêmen, agora mais devagar. Nos apertamos como se quiséssemos no
fundir permanentemente. ― Sara... ― sussurro, embargado. ― Você é tudo para
mim, baby. Tudo. ― me afasto um pouco para olhar em seus olhos. ― Nunca
mais vou te machucar, amor. Nunca. Eu prometo.

Seus olhos se arregalam e vejo uma espécie de choque invadir seu rosto
ainda afogueado do gozo embriagador que compartilhamos. Ela pisca e um
soluço baixo escapa da sua boca. Seus braços afrouxam ao meu redor e ela
vira o rosto para o lado. Meu peito começa a doer com o que vejo em seu
semblante e sei o que vai dizer mesmo antes das palavras deixarem seus lábios
inchados, dos meus beijos:

― Saia de cima de mim, Elijah. ― diz num fio de voz, empurrando meu
peito.

― Não, baby. Por favor. ― eu peço tentando virar seu rosto para mim. ―
Olhe para mim, amor. Vamos conversar. Por favor, me ouça.

― Não! Já disse para sair de cima de mim, porra! ― ela rosna, seu tom
mais firme. Puxo uma respiração ruidosa e me forço a sair da sua quentura, já
lamentando sua perda. Ela pula fora da cama tão logo eu a liberto. Deito de
costas e elevo o braço, cobrindo meus olhos. Minha respiração ainda está
alterada, meu corpo ainda enlevado, por gozar dentro da minha mulher em
trinta e oito dias do caralho.

Eu sinto frio agora. Merda. O silêncio se estende.

Quando eu retiro o braço do meu rosto, Sara já está vestindo outro


roupão. Um maior agora. Eu bufo. Como se isso inibisse o meu tesão por ela.
Um desejo insuportável de arrastá-la para a cama, outra vez me engolfa. Mas,
pela expressão em seu rosto, não é uma boa ideia. Voltamos à estaca zero pelo
visto. Porra! O que eu devo fazer para ela acreditar em mim?

― Saia do meu quarto, por favor. ― ela diz com voz trêmula. Eu me
levanto e pego meu roupão e cueca vestindo-os. Ela desvia os olhos para longe.
Seus olhos estão cheios de lágrimas.

― Sara... Por favor... ― peço baixinho, tentando me aproximar. Ela se


afasta.

― Não, Elijah. ― seu tom é zangado agora. ― Você veio, me fodeu, agora,
por favor, me deixe em paz.

Isso me enfurece. Ela fala como se não quisesse, cada maldito momento.

― Isso não foi apenas a porra de uma foda e você sabe disso, Sara. ―
raspo, passando as mãos pelos meus cabelos, agoniado. ― O que eu preciso
fazer, baby? ― forço meu tom mais suave. ― Por favor, me diga. Eu farei.
Qualquer coisa, farei para provar que estou falando sério quando digo que te
amo.

Ela faz um som estrangulado em sua garganta.


― Nada, Elijah. ― os olhos marrons cravam nos meus, com uma mágoa
palpável. Ela está sofrendo e isso dói pra caralho. Vê-la assim me faz sentir
mais merda, por ter me forçado em seu quarto. ― Já não há nada que possa
fazer.

Ficamos nos olhando em silêncio.

Onde está a mulher apaixonada que me agarrou, como se nunca


quisesse me soltar agora há pouco? Me pergunto, me sentindo derrotado. Ela
nunca vai me perdoar? É isso? A mera possibilidade faz tudo doer em meu
corpo.

― Uma chance apenas. ― deixo toda a porra do orgulho de lado, olhando-


a bem dentro dos olhos. ― Só uma, Sara. Você não vai se arrepender, baby.
Prometo que vou te fazer feliz todos os dias a partir de agora. ― sinto as
lágrimas se acumulando em meus olhos, me coração doendo pelo medo de
viver uma vida sem ela. Não me importo que veja o quão frágil, desesperado
estou para tê-la de volta.

Ela me olha longamente. Então, suspira e balança a cabeça.

― Eu sinto muito, Elijah. ― murmura, limpando uma lágrima errante em


sua face. ― Não posso mais fazer isso.

― Sim, você pode. ― digo me controlando, para não ir até ela e sacudi-la.
― Você ainda me quer. Você me ama, porra!

Ela range os dentes, com a minha afirmação arrogante.

― Sim! Eu ainda te amo! ― berra com o rosto torcido de raiva. ― Mas, vou
arrancar esse amor de dentro de mim! Eu não quero ter mais nada a ver com
você! ― porra. Ouvir isso dói como o inferno. Foi assim que ela se sentiu,
quando decidi na minha estupidez, que não a queria mais? Engulo o bolo
doloroso na minha garganta. Ela suspira baixinho e bate o último prego no
meu caixão: ― Não confio em você, Elijah. Você terá o meu corpo se continuar
me perseguindo, mas, meu coração... ― sua voz falha e ela está chorando de
novo. ― nunca mais vou entregar meu coração a ninguém.

Sim, eu fodi tudo. Fodi mais do que eu imaginava.

Eu a olho longamente, tentando desesperadamente achar uma maneira


de fazê-la acreditar em mim. Odeio que ela está sofrendo por minha causa e
odeio muito mais não poder fazer nada sobre isso, porque ela não vai me deixar
chegar tão perto de novo. Eu a magoei muito.

― Eu gostaria de voltar no tempo e nunca ter dado aquela maldita festa,


mas, não posso. ― digo derrotado. ― Gostaria de apagar toda a dor que te
causei, baby.

― Você não pode. ― ela sussurra. ― Está feito. Eu nunca vou esquecer
sua imagem e daquela puta se esfregando. ― sua voz embarga e ela puxa uma
respiração ruidosa. ― Pensei que fosse morrer quando o vi lá com ela, Elijah. ―
me sinto o pior dos homens por ter feito isso com ela. Me sinto sujo, baixo. ―
Você matou uma parte minha naquela noite.

― Sara, ela não significa nada para mim, baby. Nada. ― digo exasperado.
― É só uma puta que abre as pernas fácil.

― Você ia transar com ela se eu não tivesse aparecido. ― ela pronuncia


isso como se sentisse dor. ― Talvez tenha feito exatamente isso, quando me
chutou para fora da sua vida.

Desvio os olhos porque, na minha embriaguez estúpida, provavelmente


foderia a cadela. Mas, como explicar agora, que seria só mais sexo sem
sentido? Sexo vazio, como todos que fiz antes de Sara?

― Eu não vou mentir, teria comido a puta porque eu estava bêbado e


estava em um momento fodido, após a morte de David. ― enfio as mãos na
minha nuca e exalo alto. ― Mas, é só isso que teria sido, Sara, sexo vazio, sem
sentido, porque ela está a anos luz de ser remotamente parecida com você.
Qualquer vadia que eu tivesse comido aquela noite, não me faria esquecer você.
Eu amo você, baby. ― minha voz treme. ― com todo meu coração.

― Pare, por favor, pare. ― ela pede baixinho.

― Eu não queria aceitar tudo que sentia por você, porque em minha
cabeça fodida, isso me tornaria fraco. Mas, estou tratando essa merda, baby.
Quero fazer você feliz. Eu vou ser o homem que você merece, quando voltar
para mim.

Ela se empertiga de novo.

― Eu nunca vou voltar para você. ― diz, mas, seu tom não é tão firme.

― Sim, vai. Nunca vou desistir de você, Sara. ― a olho ferozmente,


deixando-a saber exatamente, o que a espera pela frente. ― por que eu deixaria
ir a mulher da minha vida? Fui tolo a primeira vez e isso me fez magoá-la. Eu
me odeio por isso, baby. Odeio que esteja sofrendo agora, sem saber se pode
confiar seu coração, em minhas mãos de novo. ― seus olhos se enchem de
lágrimas, mas, ela pisca para detê-las. ― Você é a única que quero e vou provar
isso, amor. Eu vou.

CAPÍTULO DEZENOVE

Elijah
Duas semanas depois... Berlim, Alemanha

DragonFly! DragonFly! DragonFly! Os gritos dos fãs vão crescendo, à


medida que avançamos pelo túnel, que nos levará ao palco.

Estamos no Estádio Olímpico de Berlim. O local tem capacidade para


mais de setenta mil espectadores e pelo barulho que estão fazendo, não são
nada tímidos.

Um sorriso repuxa os meus lábios. Mesmo na minha miséria interior eu


sinto a familiar adrenalina me tomando. Desde o pontapé inicial da turnê, na
Suécia, as coisas se tornaram frenéticas. Passamos pela Noruega, Dinamarca e
Reino Unido. Além dos shows, nossa agenda está lotada com entrevistas,
programas de rádio e tv e algumas promoções, que gostamos de fazer com os
fãs.

Sara tem estado presente o tempo todo conosco e eu morro todos os dias,
quando a vejo linda e inatingível, toda profissional, cuidando das nossas
coisas. Não forcei mais a barra, depois da noite em que invadi seu quarto.

Liam me deu uma lição de moral do caralho e me disse para segurar a


minha onda. O idiota diz isso porque está com a sua mulher do lado, o tempo
todo, porra. E para confirmar isso, olho-o à minha frente, sussurrando e
beijando a doce Mel nos lábios, quando para na extremidade que separa o
túnel do palco. Chay está sorrindo, olhando os pais, com olhinhos de moleque
travesso. Esse tampinha... Collin, Sean e Paul estão sozinhos, mas, suas
meninas chegam à próxima semana, para o encerramento da turnê em Paris.

Eu sou o único realmente sozinho.

É eu sei, isso soou melodramático pra caralho, contudo, é como me


sinto.

Sozinho.
Eu olho por cima do ombro e pego um vislumbre de Sara.

Ela está ficando propositalmente para trás.

Uma pontada aguda invade o meu peito quando penso que amanhã,
estamos de partida para Paris, a nossa cidade. Fomos fodidamente felizes lá.
Apenas uma semana, mas, foi tudo tão intenso, perfeito.

Ela estava certa, quando disse que sou o pior tipo de covarde. Eu não
quis enxergar. Estava o tempo todo com os dois pés atrás, para evitar me
deixar dominar. E na minha babaquice, a machuquei tanto...

Olhando para trás, desde o primeiro momento em que nos conhecemos,


não consigo entender, porque Sara se apaixonou por mim. Fiz uma merda
atrás da outra, fui o maior imbecil, que já andou sobre a face da Terra.

Sim, senhoras, podem confirmar, não vou me ofender, ok? Estou


assumindo essa merda. Como pude perder essa mulher?

Os fãs começam a chamar nossos nomes um por um. Me obrigo a jogar a


minha merda para segundo plano e dar a essas pessoas o fodido show que
pagaram para ver.

As luzes piscam; explosões de fumaça saindo pelos cantos do palco e em


partes da passarela, em forma de coração. Sugestão de Sara.

Paul, Sean e Colin pulam para os holofotes e a euforia aumenta.

Paul faz um solo em sua bateria. Sorrio e subo girando a minha guitarra,
para minha frente. Estou usando a minha Fender que Sara trouxe de volta.

Ela ficou surpresa quando me viu usando-a, no primeiro show, em


Estocolmo e uma parte de mim achou que isso a amoleceria. Ledo engano.
Essa garota tem a porra de uma opinião do caralho. Estou começando a
perceber que falou sério, quando berrou na minha cara, na festa, que nunca
iria me perdoar.

Forço tudo para longe mais uma vez e grito, saudando o público.

Sim, porra! Hora do Show!

Eli, casa comigo! Eli, eu te amo! Eli, gostoso! Vou curar seu coração
partido, baby!

Eu rio e aceno para as garotas mais exaltadas, à frente do palco.

É, a mídia tem caído em cima de mim e Sara como abutres, desde que a
turnê começou. Paparazzi nos cercam aonde vamos. Em algumas dessas
situações, confirmei que a amo e que fui o único culpado pelo rompimento. Fiz
isso principalmente porque alguns fãs, mais fanáticos, estavam sendo hostis
com Sara, criticando-a por não ter me perdoado. Também não tenho festejado
em casas noturnas, nem com as groupies. A mídia tem falado que estou
mudado e que Sara conseguiu, o que nenhuma outra conseguiu: me domar.

Ela lê tudo e me orienta como responder, como a boa profissional que é.

Nenhum comentário seu sobre nada.

Ela se mantém fria, como se as notícias fossem sobre eu e outra mulher,


não sobre nós dois. Não há nenhum indício de que ela vá me perdoar algum
dia. Foda.

Os gritos para o Stone me puxam do meu festival de auto piedade. Meu


parceiro anda até o pedestal, no centro do palco com uma confiança que só o
bastardo tem. Sorrio.

― Berlim! Como está você esta noite? ― ele berra ao microfone. A euforia
é tanta, que sinto o palco tremer sob as minhas botas. Cacete. Liam, eu te amo!
Liam, lindo! Ele sorri, deixando a euforia amenizar. Dedilho suavemente a
minha menina, enquanto ele fala com o público. ― Obrigado pela recepção
fodidamente calorosa, senhoras. ― Liam ronrona para as fãs. ― E caras...
Vocês estão decentes também. ― o público sorri e o ovaciona. Os fãs adoram
essa merda que ele faz antes dos shows. Eu e os caras rimos. O melhor. O
bastardo é imbatível e é nosso. ― Já tem algum tempo, desde a última vez que
estivemos aqui e estávamos com saudade de fazer rock para vocês, com vocês.
― os gritos e assovios se tornam ensurdecedores. Ele ri com vontade, ajeitando
a sua guitarra. ― Então, não sejam tímidos sobre isso, estiquem a porra dos
pulmões e cantem conosco! DragonFly com álbum novo em primeira-mão nessa
turnê! Só para vocês, caralho! ― mais ovações e ele aponta para Paul, na
bateria. ― Digam olá para meus irmãos, Paul, Collin, Sean e, na guitarra,
Elijah! ― eu faço um show do caralho, num solo de apresentação e a plateia se
agita, ainda mais. ― Essa é nova, mas, tenho certeza, de que já sabem a letra.
― ele sorri arrogante. É claro que eles sabem, nós a tocamos no Grammy, no
mês passado. Sim, é claro que nós levamos alguns troféus para casa, caso
estejam se perguntando. A DragonFly está na porra do topo outra vez e não
vamos cair tão cedo. Não no que depender de mim e de meus parceiros. ― Hora
do rock and roll, Berlim! Vamos quebrar tudo esta noite!

Paul começa compassadamente na bateria e Liam canta os primeiros


versos do nosso rock mais agitado, do novo álbum. Eu, collin e Sean entramos
a seguir, e a música explode no estádio. A bateria de Paul está frenética agora e
rimos entre nós, essa energia inexplicável, que toma conta de nós, quando
estamos no palco. Eu e meus parceiros amamos isso aqui.

― É isso aí, bonito pra caralho! Mãos lá no alto! ― Liam, os atiça,


inclinando o pedestal, dançando como o inferno.

Rio. É como eu disse, meu parceiro é imbatível nessa merda.

Olho para o canto oposto do palco, onde Sara está junto com a Mel e o
homenzinho. Ela está dizendo algo para a irmã, sorrindo. Mel está sentada,
numa cadeira confortável, que a equipe providenciou para ela, em todos os
shows. Liam está paranoico em tornar tudo o menos cansativo possível, devido
à gravidez de seis meses, com tantas viagens e a agitação, próprias das turnês.
Parece que tem funcionado até agora.

Continuo tocando e olhando para Sara, esperando, desejando que ela me


olhe. Isso não acontece e eu toco furiosamente a minha belezinha, na
esperança de que perceba que estou tocando para ela e só para ela.

Nada ainda. Merda.

Puxo meu olhar e ando para frente, para a passarela.

Vou para onde me querem. Porra!

Os fãs se agitam quando caio, me apoiando em meus calcanhares e toco


bem perto deles. Eu e os caras estamos afinados e embora a turnê, já esteja
nos cansando, estar no palco, sempre nos deixa animados. Não há cansaço
aqui, não há espaço, para mais nada.

Ou quase nada.

Ela está olhando para mim agora? Está gostando da minha fodida
atuação?

Fecho os olhos e abaixo a cabeça, meus cabelos escorregando para o


rosto e dedilho minha menina, sem trégua, no solo final. O estádio vai à
loucura.

Sim, porra! É disso que estou falando!

Eu encerro já suado, meu peito subindo e descendo pelo esforço, mas,


sou recompensado com os gritos e assovios, enchendo todo o estádio, e sim,
caralho, ela está me olhando! Seguro a vontade de erguer meu punho no ar.
Nossos olhares permanecem bloqueados, por um ínfimo instante e ela
desvia o seu para Liam, que está vindo para a passarela também. Levanto-me e
ele passa o braço por cima dos meus ombros. Sem dizer nada, começa a
música seguinte. Cantamos e tocamos ininterruptamente por trinta minutos.
Intercalamos sucessos velhos e novos. Os fãs não param de cantar, agitando as
mãos, isqueiros, aparelhos celulares, câmeras. Incrivelmente foda!

Fazemos uma pausa pequena para trocar de roupa e tomar algum


líquido, o Stone principalmente. O idiota está particularmente elétrico esta
noite. Voltamos e não vejo Sara perto da Mel. Ela deve estar se esquivando em
algum lugar, até passarmos de volta ao palco. Matou-me cada vez que fez isso
em cada um dos shows anteriores. Retomamos com músicas mais leves. Liam
mistura outros caras, que costumamos ouvir. Pearl Jam, Nirvana, U2.

― É isso aí, Berlim! Vamos lá! ― Liam incentiva, puxando sua camiseta
pela cabeça e os gritos femininos enchem o estádio. Eu rolo os olhos. O idiota é
um maldito convencido. Mel está rindo e meneando a cabeça levemente. Ela
sabe que isso faz parte do show. Meu parceiro pula e bate palmas. ― Tá bonito
pra caralho! Acho que eu e os caras vamos querer voltar aqui, todo fodido ano!
― o público aplaude, assovia, grita com sua bajulação.

Ele gargalha no microfone e corre por um lado da passarela. Eu vou pelo


outro, com Collin atrás de mim. Nos encontramos na ponta do coração e a
multidão enlouquece. O palco escurece por alguns segundos, voltando a
explodir em seguida, em luzes multicoloridas. Os telões estão se dividido com
imagens nossas e de Paul e Sean, em seus instrumentos. Estamos todos
suados, esgotados, mas, ainda ligados, alimentados pelo carinho do público.
Tocamos Irresistível a seguir e nos despedimos dos fãs. As luzes se apagam e a
gritaria é grande. Estamos tão sintonizados, que quando o palco se ilumina
outra vez, ainda estamos todos lá. Liam olha cada um de nós e sorri. Fazemos
mais uma música, para delírio da multidão e em seguida; realmente,
encerramos. Uma porra incrível esse show! Do caralho!
***

― Eu sei que já falei, mas, não canso de repetir, você foi perfeito,
superstar. ― ouço Mel sussurrar docemente para meu parceiro.

Estamos confraternizando no bar do hotel, antes de subirmos para


nossos quartos. Liam e Mel estão ocupando um dos estofados, à minha frente.
Ela tem as pernas em seu colo e ele está massageando seus pés, com um olhar
completamente derretido.

Sorrio levemente.

― Obrigado, baby... ― Liam se debruça para frente e a beija com


delicadeza nos lábios. ― E você, pequeno roqueiro? Gostou do show do papai e
dos caras? ― ele acaricia o ventre da sua mulher, conversando com seu
moleque.

Eu levo a minha cerveja à boca, me sentindo oprimido, pela cena de


amor flagrante, entre os dois. Meus olhos procuram Sara. Ela está sentada no
bar com Rita, uma das assessoras, de seu departamento. As duas parecem ter
desenvolvido uma boa amizade, pelo que tenho percebido.

― Eu vou conferir Collin no bar, baby. O idiota não parece bem. ― Liam
olha para nosso parceiro, que está bebendo, com uma cara de merda. Seu
problema com Selena ainda o está incomodando. ― Já volto. ― ele me encara.
― Cuide dela para mim, parceiro.

Aceno e ele se levanta cortando a sala em direção ao bar.


― Eli? ― a voz suave da Mel me faz encará-la. Seu olhar me sonda e
suaviza ainda mais. É, eu devo parecer um cachorro abandonado aqui, um
merda completo. ― Você está mesmo sério sobre a minha irmã?

Eu sorrio tristemente. Não sei mais o que fazer, para mostrar o quão
sério estou.

― Sim, Mel, eu estou. ― afirmo, tomando mais um gole da minha garrafa.


― Ela disse alguma coisa? ― pergunto como uma maldita mulherzinha ansiosa.

Ela meneia a cabeça, seus olhos pesarosos.

― Sara ainda está muito magoada. ― murmura. ― Você não a viu


naquela noite... ― suspira tristemente. ― Minha irmã estava completamente
destruída...

Eu expiro, passando a mão livre pelos cabelos.

Porra. Saber que fiz isso com ela me mata a cada maldito dia.

― Eu sinto muito. ― digo envergonhado. ― Tenho sentido todo maldito


dia, após aquela noite. Eu... ― exalo fortemente. ― eu não sei mais o que fazer,
para que ela acredite em mim.

Mel me analisa longamente, como se tentando ler se estou sendo sincero.

― Saia da sua zona de conforto. ― sussurra em seu tom sereno e calmo.

Ela é muito parecida com a irmã fisicamente, mas, as semelhanças


acabam aí. Mel tem um temperamento naturalmente doce e calmo. Sara... Meu
peito incha, dolorido de amor, apenas ao pensar nela. Deus... Sara é uma
tempestade, toda emoção, impulsiva, passional. Eu suspiro. Linda pra caralho.

― faça algo inesperado. Algo que ela nunca imaginaria, que pudesse
fazer. ― aconselha.
― O quê? ― pergunto desesperado.

― Só você tem a resposta para isso, Eli. ― diz ainda com esse olhar
contemplativo. ― Faça isso rápido. ― seu olhar vai para a irmã, no bar e
amolece com essa forte ligação, que elas têm. ― Eu não a quero longe de mim
de novo.

Isso me tem atento imediatamente.

― Por que está dizendo isso? ― pergunto, contudo, já desconfio da


resposta.

Sara pode ir embora. Oh, Jesus, ela pode ir embora de vez.

Meu peito dói com essa suspeita.

Não, Deus. Não. Me dê uma luz aqui.

Peço fervorosamente.

― Ela tem estado estranha, muito introspectiva. Conheço a minha irmã.


― Mel suspira pesadamente. ― Tenho um palpite, de que vá pedir demissão,
depois da turnê. ― fecho os olhos, meu coração batendo ainda mais dolorido.
Porra. ― Faça algo rápido se realmente a ama e a quer de volta.

― Eu farei, Mel. ― digo ferozmente. ― não posso perdê-la. Eu a amo,


tenha certeza disso. ― ela me oferece um sorriso solidário e acena.

― Eu acredito em você. Tenho o observado, desde que essa confusão


começou. ― revela e isso me deixa um pouco aliviado. Pelo menos ela acredita.
Isso tem que ser um ponto a meu favor, não tem? ― Você mudou. Isso é visível
para todos nós.

― Menos para ela. ― digo em tom miserável.


― Sara sempre foi deslumbrada por você. ― diz suavemente. ― Entenda
que foi uma grande decepção para ela, Elijah.

― Eu sei. ― digo com raiva de mim. ― Quero consertar tudo. É o que


mais quero.

Meu parceiro volta antes que Mel me responda. Ele a levanta nos braços
e ela se desmancha num sorriso amoroso. Os dois se despedem e sobem para
sua suíte em seguida.

Sean, Collin e Paul estão subindo para seus quartos também.

A equipe de apoio ainda permanece espalhada pelos sofás e no bar. O


clima é de alegria. O show foi incrível. Todos trabalharam duro, para isso
acontecer. Aceno e bato nas costas de alguns membros da nossa equipe de
som. Eles me cumprimentam de volta. Converso e confraternizo por algum
tempo. Mas, meus sentidos estão todos presos em Sara.

A vontade de ir até ela, jogá-la por cima do ombro e despejá-la direto em


minha cama, é quase incontrolável.

Cristo! Não posso fazer isso.

Ela cederia. Eu sei que sim, porque esse lance carnal entre nós sempre
foi muito forte, mas, teria apenas o seu corpo e isso não me satisfaz mais.
Quero tudo. Preciso dela inteira. Minha. Completamente minha, confiando em
mim e no amor que sinto por ela.

Não podendo mais me parar, vou em direção ao bar.

Rita me vê chegando antes de Sara. Seus olhos ampliam um pouco.

― Senhoras. ― brinco para descontrair um pouco.


Os lindos olhos marrons levantam encontrando os meus e sinto essa
coisa quente se espalhando em meu peito, apenas por estar me olhando.

Deus, ela está linda esta noite!

Usa uma calça escura e justa com um top branco indecente, sob uma
jaqueta de couro preta. E é claro que usa botas assassinas também. Quase tive
um acidente vascular cerebral, quando ela desceu e nos encontrou no lobby do
hotel, antes de irmos para o estádio.

Uma mistura de tesão, saudade e amor, me engolfou tão forte que tive
que ir na frente com Mat, para evitar ficar perto dela. Queria chorar por tê-la
perdido. Queria berrar que a amo e estou arrependido, mas, sabia que nada
disso daria certo com ela.

Agora estou aqui, querendo apenas vê-la de perto, sentir seu cheiro,
mesmo sabendo que não quer isso. Ou pelo menos, não quer me querer por
perto.

Fodido isso. Muito fodido.

― Elijah. Show incrível. ― Rita diz com empolgação, me fazendo olhá-la e


acenar em agradecimento.

― Obrigado, Rita. ― sorrio levemente e meus olhos voltam para Sara.

― Eu, ah, vou subir. ― Rita diz meio sem jeito. Vejo Sara estreitar os
olhos na direção da amiga, que lança um olhar de desculpas e se levanta de
seu banco. ― Estou cansada. ― boceja exageradamente. Sara bufa, tomando
um gole da sua cerveja em seguida. ― Boa noite, crianças. ― a garota diz com
uma pitada de humor em sua voz e se inclina para Sara, sussurrando algo em
seu ouvido, antes de beijá-la no rosto e se afastar.
Me sento no lugar de Rita e peço uma nova cerveja ao barman. Always
da Bon Jovi começa a tocar nos pequenos auto falantes do bar.

Você tem que estar brincando comigo. A porra do universo, está me


fodendo sem trégua. Essa música é pura sacanagem, senhoras.

― Hei. ― digo baixinho.

― Oi. ― responde, sem me olhar.

Seu rosto encarando as bebidas sofisticadas, atrás da bancada do bar.


Um silêncio longo se estende, enquanto ouvimos a porra da música. A tensão
entre nós aumenta, continuo a olhar o seu perfil. Meus olhos bebem sedentos,
cada detalhe. Tem sido longos dias do caralho, que não estivemos tão perto,
fora do contexto profissional.

― Foi um bom show. ― ela diz, inclinando a cabeça levemente e me


olhando. ― Parabéns.

Meu peito aquece com seu tom suave. Me vejo sorrindo um pouco de
volta. Jesus, ela está conversando comigo. Eu quero lançar meu punho no ar
em comemoração, mas, seria estranho pra caralho, então, forço a minha
excitação para baixo. O olhar cauteloso ainda está lá, estampado em seu rosto.
Essa não é uma conversa amigável em tudo.

― Obrigado, pequena fada. ― seus olhos endurecem e eu me chuto pelo


deslize. Porra, controle-se, seu filho da puta! Ela está baixando a guarda para
você, pela primeira vez. Não fique achando que já ganhou a guerra. ― Foi um
show DragonFly, é claro que foi bom pra caralho. ― eu tento
desesperadamente, me manter conversando com ela.

Sou recompensado com um pequeno sorriso e isso me deixa emocionado,


como a porra de um veadinho. Não acredito que está sorrindo para mim depois
de tantos dias, sem qualquer vislumbre disso. Pareço um viajante, morrendo de
sede no deserto e encontrando um pequeno oásis.

Cacete. Estou ficando poético pra caralho.

― Sim, isso explica tudo, com certeza. ― ela diz seu tom quase com
provocação, estou a encarando sem piscar, uma vontade louca de puxá-la para
meus braços e beijá-la até acabar a porra do nosso fôlego. ― Os melhores. ―
sussurra. ― Você foi impecável esta noite.

Meu coração começa a acelerar com seu elogio. Ela está me olhando
firmemente, não fugindo, não se escondendo, e isso me enche de esperanças.

― Obrigado. Você é incrível todos os dias. ― murmuro sem tirar meus


olhos dos seus. Ela entreabre os lábios levemente, mas, vira a sua garrafa de
cerveja, quebrando nossa troca silenciosa.

Olhe para mim, baby. Quero pedir. Te quero tanto. Tanto.

Estou morrendo para sentir sua pele. Apenas tocar. Só isso. Apenas essa
ínfima coisa.

Como eu pude perdê-la, porra? Como?

Crispo meus punhos para me impedir de avançar sobre ela, como um


homem enlouquecido.

Sara

Meu coração está batendo forte, eu quero puxá-lo para mim e beijá-lo,
até ficarmos sem ar. Ele está tão lindo que dói esta noite.
Usa calças jeans ajustadas, uma camiseta verde escuro, deixando esses
olhos verdes muito mais intensos e penetrantes; é extremamente difícil manter
contato visual, porque quero ceder ao apelo cheio de tesão, saudade e algo
mais suave, que vejo lá dentro. No entanto, ao mesmo tempo em que sei, que
não devo olhar em seus olhos, não consigo parar de fazê-lo, porque há essa
força, esse cabo invisível, que me mantém presa, a cada vez que ele me crava
com essas duas pedras preciosas.

Pisco, minha boca está seca e acabei de beber minha cerveja.

Puta merda. Bom Jovi continua cantando essa música linda do caralho.

Oh, meu bom Senhor. É uma conspiração contra as garotas apaixonadas


por guitarristas, só pode ser.

Amaldiçoo a minha sorte.

And I will love you baby always

(Eu te amo, baby, sempre)

And I'll be there forever and a day Always

(E eu estarei lá, sempre e um dia, sempre)

If you told me to cry for you I could

(Se você me dissesse para chorar por você, eu poderia)

If you told me to die for you I would

(Se você me dissesse para morrer por você, eu iria)

Take a look at my face

(Dê uma olhada na minha cara)


There's no price I won't pay

(Não há preço que eu não pagarei)

To say these words to you

(Para dizer estas palavras a você)

Continuamos nos olhando, devorando. Nossos olhares correndo


avidamente pelo rosto do outro.

Já faz algum tempo desde que ficamos sozinhos e tão próximos, fora dos
compromissos profissionais. Tenho evitado esses momentos, essencialmente
por isso. Essa força descomunal que nos puxa em direção ao outro, essa fome
mútua que não passa. Isso é tão injusto.

Minhas mãos coçam para tocá-lo, sentir sua pele quente, firme, gostosa.
Inalo levemente, me deliciando com seu cheiro, dolorosamente sexy e familiar
invadindo meus sentidos. Oh, Deus, eu o quero tanto. Tanto.

Seguro um gemido, minha vagina é uma confusão molhada e minha


respiração, está cada vez mais acelerada, à medida que seus olhos me comem,
o olhar adquirindo aquele brilho feroz, que me deixa louca. Os cantos da boca
luxuriante, sobem num arremedo de sorriso, seus olhos ainda presos aos
meus, tornando-se perversos, certamente vendo como estou lutando, uma
batalha perdida aqui.

Quase gemo porque amo esse jeito de me olhar. Todo garoto mau...
Merda. Como se me desafiasse a pegar o que quero. Eu sei o que quero. Ele
também sabe, para o meu desgosto.

― Algum problema? Você parece nervosa. ― ele sorri lentamente, levando


sua cerveja aos lábios cheios.

Deus, estou um pouco ofegante agora.


Sua voz áspera, bruta, sexy faz meus mamilos arrepiarem e minha
vagina gritar, a porra do seu nome, com saudade. Ela não é muito comportada,
quando se trata desse vira-lata gostoso.

Oh, cara... É uma má ideia, Sara. O anjinho sopra do lado direito.

Pegue o que você quer, garota! Ele está bem na sua frente. Basta esticar
a mão e pegar. Pegue! Merda. Esse foi o diabinho e, se for sincera, direi que
quero seguir seu conselho.

Sacudo a cabeça, tomo o último gole da minha cerveja e me forço a


levantar.

― Vou subir. Boa noite, Elijah. ― digo, minha voz ridiculamente ofegante.
Merda. Não espero resposta. Ando rapidamente, cortando a sala em direção ao
elevador. Quando pressiono o botão, o sinto atrás de mim, o calor do seu
corpo, inflamando o meu. Fecho os olhos. Ele está cheirando meus cabelos?
Assim é covardia... Seja firme, Sara. Seja firme, garota.

As portas se abrem e tropeço para dentro. Elijah me segue. Levanto a


cabeça para a parede espelhada e nossos olhos se encontram. Ele está perto.
Deus, tão perto. Quero gemer de tesão e raiva dele, por me perseguir assim, me
fazer querê-lo tanto.

Me recuso a desviar o olhar enquanto o elevador sobe. Posso sentir a


tensão e essa ferocidade excitante, emanando do seu corpo. A subida é tão
lenta, droga. Quando as portas finalmente se abrem eu saio, praticamente
correndo pelo corredor. Posso sentir seus olhos em minha bunda. Só mais um
passo. Estou perto. Quase lá.

Sou jogada contra a parede antes que alcance a minha porta.

Puta que pariu.


― Seu bruto! ― coaxo, tentando recuperar o fôlego.

― Eu poderia ter a sua boceta agora. ― ele rosna, prendendo meu corpo
com o seu. Gemo, sentindo seu pau duro pressionando em meu ventre. Sua
mão enrola, em meu pescoço pela frente. Eu mio, me derretendo com sua
pegada bruta. Ele geme asperamente, seu hálito soprando contra meus lábios.
― Jesus, eu quero meter em você com força, me enterrar bem fundo. ― range,
parecendo irritado. ― Você sabe que nada pode me impedir disso. Eu poderia
ter comido você, todos esses malditos dias, sabe disso, não é, Sara? ― merda.
Sim, ele tem razão. Quando ele vem para cima de mim, não há como pará-lo.
Nunca consegui. Ele exala alto. ― Mas, eu não vou. ― não vai? Graças a Deus.
Eu não deveria sentir desapontamento, deveria? Não quero mais ceder. Droga,
então por que estou decepcionada, que ele não vai me ter hoje, quando sabe
que pode? ― Quando eu estiver dentro de você de novo, Sara, será porque você
me perdoou. Eu quero tudo. Só sexo não é o suficiente, quando se trata de
você. Entende o que estou dizendo, baby? ― o tom suaviza; seu olhar correndo
pelo meu rosto. ― Preciso de você inteira. Minha. Vou ter você de volta. Eu vou.
― diz como uma promessa.

― Eu, no seu lugar não teria tanta certeza. ― tento manter meu tom
firme.

Ele roça os lábios nos meus e eu tremo. Merda. Estou dividida, entre dar
uma joelhada nele e beijá-lo. Me forço a não fazer nenhuma dessas coisas.
Ficamos nos olhando, medindo forças. Seus olhos perfuram os meus,
desnudando-me, desarmando-me.

― Eu te amo. ― sussurra em minha boca. ― Muito, baby. Eu morreria


por você. ― seu tom, suas palavras fazem meus olhos lacrimejar. Desliza o
nariz pelo meu maxilar lentamente, me inalando, fazendo cada grama de
autocontrole, que ainda tenho, virar fumaça. Então, se afasta, me deixando
respirando agudamente, ainda esparramada contra a parede. Sua respiração
está tão alterada quanto a minha. Por um momento penso que vai pular em
cima de mim de novo, mas, sua expressão suaviza e ele sorri
melancolicamente. ― Boa noite, pequena fada. ― sussurra e vai para a suíte
vizinha.

Me viro rapidamente para a minha e uso o cartão-chave. Escorrego para


dentro imediatamente e me escoro na porta, minhas lágrimas caindo, meu
coração doendo. Tanto. Doendo porque não quero sentir o que sinto por ele.
Doendo porque eu estou morrendo sem ele e estar tão perto. Sentir seu corpo,
seu cheiro... Sacudo a cabeça. Foi melhor assim, Sara. Sexo não vai resolver
seus problemas. Sexo com Elijah, por mais gostoso que seja, só vai torná-la
vulnerável a ele de novo. Tento me convencer me afastando e andando até o
closet.

Arranco as minhas roupas com frustração, desejo mal contido. Tomo


uma ducha rápida e visto uma das minhas camisetas velhas, da DragonFly.

Volto para a cama e pego meu lap top no criado-mudo.

Estou inquieta e não vou conseguir dormir agora. Vou chamar Peter e ver
o que anda aprontando, seja lá onde estiver. Quando me conecto, sorrio amplo,
quando vejo que já está me chamando. Uau. Quanta sintonia.

Peter Pan: Olá, Pequena Fada. Como foi seu dia?

Pequena Fada: Oi, Peter. Cansativo, mas, perfeito. Bom, pelo menos no
aspecto profissional.

Peter Pan: As coisas ainda estão difíceis, com o seu cara?

Suspiro longamente.
Pequena Fada: Muito... Nesse momento, estou aqui trancada no meu
quarto, para me impedir de ir até o dele e rasgar suas roupas. Quero lamber a
porra do seu corpo inteiro... Quero que me pegue do seu jeito bruto e... Oh, cara...

Peter Pan: Porra...

Isso me intriga. É a primeira vez que Peter usa um palavrão. Ele é


sempre a porra de um lorde inglês.

Pequena Fada: Uh, você está falando palavrões agora, Peter?

Peter Pan: Desculpe... É que foi meio gráfico o que acabou de descrever.
Sou apenas um cara, Pequena Fada.

Eu rio alto. Deus, estou corrompendo o coitado.

Pequena Fada: Ok, desculpe por não ter a porra de filtros; não ajuda que
estou quente e excitada, como o inferno.

Peter demora a responder.

Peter Pan: Desculpada. Eu sei bem o que é desejar alguém tão


ferozmente, que tudo em você dói, quando ela está por perto e não pode tocá-la.
É o pior tipo de dor.

Ai, tadinho. A cadela da sua ex, continua fazendo jogo duro.

Pequena Fada: Eu odeio dizer isso, mas, talvez seja a hora de seguir em
frente, Peter. Essa garota não merece você.

Peter Pan: Não. Eu a amo. Ela é a única para mim. Eu... Fui muito
estúpido com ela, desde o começo. Fiz coisas das quais me envergonho hoje.

Pequena Fada: Tudo bem. Você é quem sabe... Por falar no assunto, você
nunca chegou a me dizer exatamente, o que fez para sua garota deixá-lo.
Ele demora a responder outra vez.

Peter Pan: Eu a traí. Não no sentido literal. Mas, me deixei levar por
questões mal resolvidas e deixei uma garota do meu passado, se aproximar de
mim. Não havia tesão; desejo, no entanto, estava desesperado para provar que o
que a minha garota me fazia sentir, não era especial. Eu falhei. Ela me viu com
essa outra, numa situação comprometedora e foi o fim.

É a minha vez de demorar a responder. Porra. Parece que está


descrevendo, a minha situação com Elijah.

Pequena Fada: Bem, eu retiro o que disse sobre a sua garota. Ela tem o
meu respeito. Posso dizer com conhecimento de causa, que ver o cara que você
ama, para quem se deu completamente, sem nenhuma restrição, se esfregando
em uma vadia, não é algo que pode ser esquecido. Ou perdoado. Isso machuca
como o inferno e deixa marcas profundas.

Peter Pan: Eu sei. E é por isso que não a culpo, por ter me deixado.

Pequena Fada: Nós somos dois fodidos, Peter. É por isso que estou
pensando seriamente, em dar um tempo longe dele.

Peter Pan: O que você vai fazer?

Sua resposta é tão rápida que me intriga.

Pequena Fada: Vou pedir demissão. Não posso mais ficar tão perto dele.
Dói demais.

Peter Pan: Se você sente algo tão forte assim por esse cara, não acha que
deve dar uma chance? Já pensou que ele possa estar falando sério, sobre você?

Pequena Fada: O que sinto por ele é a coisa mais forte, intensa,
avassaladora que já senti, mas, esse cara quebrou meu coração, Peter. Não há
confiança. Quero, quero muito acreditar nele... Só que... Não dá, entende? Viveria
todos os dias com a ameaça, de vê-lo se esfregando em uma vadia, de novo e
isso me destruiria aos poucos. Confiança é a base de tudo e não há isso entre
nós.

Peter Pan: Entendo... Esse cara fodeu mesmo com a sua cabeça. Mas,
desconfio que ele está lamentando todos os dias, desde que fez a cagada. Tenho
a impressão de que você é uma garota como poucas, Pequena Fada. Ele foi um
idiota completo, por deixá-la ir.

Eu sorrio levemente com suas palavras e não resisto a provocá-lo.

Pequena Fada: Obrigada, Peter... Você não está dando em cima de mim,
está?

Peter Pan: rsrs. Disponha. E controle esse seu ego, Pequena Fada. Foi
apenas um elogio. Eu amo a garota mais incrível do mundo, não tenho o menor
interesse em flertar, com garotas aleatórias, da internet.

Eu gargalho. Deus, ele é tão, tão iludido com essa sua garota. Coitado.
realmente espero que eles se acertem, uma vez que para mim, não há mais
essa possibilidade.

Pequena Fada: Ai! Garota aleatória? Realmente? Acho que vou cortar
você dos meus contatos, seu idiota. Quero ver para quem vai chorar suas
mágoas, sobre essa sua preciosa e perfeita garota.

Acrescento um emotion zangado. Sorrio ao enviar. Ele envia uma carinha


sorridente. Eu rolo os olhos.

Peter Pan: Não faça isso, por favor. Conversar com você tem sido o ponto
alto do meu dia. E sim, ela é preciosa e perfeita. Você a descreveu bem.
Obrigado.
Pequena Fada: Rsrs. Deus, você é tão ridiculamente iludido por essa
garota... Tão meloso, que estou correndo risco de desenvolver diabetes, apenas
falando com você. Gah! Meu conselho é: pare com essa merda sentimental e
pegue essa cadela de jeito, com força, bruto.

Peter Pan: Oh, Pequena Fada, acredite, tenho planos para ela...

Eu franzo o cenho um pouco. Essa frase soou tão malditamente


arrogante. Nem parece Peter falando.

Pequena Fada: É disso que estou falando, Peter! Vai pra cima, caralho.
Pegue a sua mulher e foda-se o resto. Amarre essa cadela na cama se for preciso
e a faça te escutar, entre outras coisas...

Ele envia vários emotions gargalhando. Eu gargalho também.

Não consigo entender porque conversar com ele me faz tão bem. Sinto
essa ligação estranha, como se fôssemos íntimos. Realmente torço para que se
resolva com essa garota, já que está claro para mim, que ele a ama
loucamente. Parece meio hipócrita, da minha parte, desejar isso para Peter,
quando vivo uma situação semelhante com Elijah. No entanto, há algo nele que
me leva a acreditar, que está profundamente arrependido e que fará tudo, tudo
mesmo, para provar seu amor à essa garota. Essa é a diferença. Eu acredito
nele. Não acredito no cachorro.

Peter Pan: Obrigado pelas dicas. Vou usá-las no momento apropriado,


pode ter certeza disso, Pequena Fada.

Mais uma vez, sinto certa arrogância nas entrelinhas. Esse garoto está
começando a se achar muito. Homens...

Pequena Fada: Espero que saiba como fazer isso... Rsrs. Falando sério,
torço que consiga se acertar com sua garota. Eu vou dormir agora, o dia foi bem
intenso. Boa noite, Peter.
Peter Pan: Rsrs, você é uma agitadora. Falando sério também, obrigado
pela torcida. Vou dar o meu melhor nesse trabalho. Doces sonhos, Pequena
Fada. Boa noite.

Eu sorrio encerrando a conexão.

Doces sonhos... Eu bufo.

Meus sonhos não serão nada doces, Peter. Resmungo.

Uma batida na minha porta faz meu coração saltar. Elijah?

A excitação volta a correr em minhas veias. Deus, isso não é justo.

Levanto da cama, me encaminhando cautelosamente para lá. Mesmo


sabendo que é uma má ideia, sei que vou abrir para ele.

Quão fodido é isso? Você perder totalmente o controle do seu corpo para
outra pessoa?

É assim que me sinto com ele, completamente à sua mercê.

Eu sei e ele também sabe disso.

Mais um duelo do anjinho e diabinho em meus ombros. Estou roendo as


unhas como uma doida aqui, quando mais batidas soam. Uma atrás da outra.
Urgentes.

Eu bufo e escancaro a porta, já pronta para esculachá-lo, mas, os


palavrões morrem na minha garganta com o que vejo parado à minha soleira.

Puta que pariu!

― André!? ― coaxo, totalmente em choque. Isso foi inesperado como o


inferno. ― O-o que você faz aqui?
Ele sorri amplamente. Seus olhos castanhos se enchendo de puro alívio.
Ele está mais magro, percebo correndo meus olhos rapidamente por seus um
metro e oitenta. Mas, ainda é tão bonito quanto me lembro.

― Eu vim buscar você, amor. ― sua voz está tremendo e um pouco


embargada. ― Demorei um pouco até poder tirar férias. Espero que não seja
tarde demais, porque tenho lamentado todo esse tempo, pela forma como as
coisas terminaram, Sara. ― estou aqui, com a porta e minha boca aberta,
vestindo apenas uma camiseta, completamente embasbacada. Uau. ― Quero
você de volta. Só volto para o Brasil levando você comigo. ― seus olhos estão
me bebendo com saudade, eu vejo.

Puta merda. Mais um escroto arrependido.

Devo ter atirado pedra na cruz, só pode.

CAPÍTULO VINTE

Sara

Eu olho o homem parado à minha frente.

O homem com quem pensei que fosse passar o resto da minha vida.

Isso tudo parece longínquo agora.

Estamos os dois nos olhando em silêncio. O coloquei para dentro do


quarto, sem pensar muito no que estava fazendo.
Ok, ele parecia uma merda e isso me comoveu de alguma forma.

O olho fixamente, na tentativa de compreender o que deu errado. Por que


tudo acabou. Se André nunca tivesse sido um filho da puta traidor, eu não
teria caído nas garras de Elijah. Ele me olha com cautela, seus olhos brilhantes
de lágrimas.

― Diga alguma coisa, por favor. ― Murmura, passando as mãos pelos


cabelos castanhos e cheios.

Houve um tempo em que eu era louca por esse homem. André era o meu
cara da porta ao lado. Apaixonei-me por ele e quando me notou, era como se eu
tivesse ganhado sozinha, uma bolada na loteria. Nós fomos felizes por algum
tempo.

Um namoro conturbado, cheio de idas e vindas.

Mas, tudo começou a mudar mesmo, quando ele foi contratado, por uma
grande empresa de marketing. Ele é um publicitário muito talentoso e
dedicado. Passou a ficar até tarde da noite no escritório.

No começo, pensei que era apenas gana de provar seu valor, mas, com o
tempo e frieza em relação a mim, fui percebendo que meu noivo, poderia estar
se envolvendo com outra mulher.

Ou mulheres, não sei.

Eu suspiro. Isso já não me importa.

Nós nunca chegamos a conversar realmente sobre isso.

Depois que o vi, se esfregando na puta-mor, naquela festa no Brasil, não


quis conversa. O dispensei sem lhe dar chance de defesa.

Oh, pelo amor de Deus. O que era preciso dizer? Eu vi tudo.


O destino é tão filho da puta comigo, que a mesma prostituta me tirou
dois homens, que eram importantes para mim.

Realmente odeio a vagabunda. Mas, odeio mais cada um deles por se


deixarem enredar por ela.

― Por quê? ― pergunto finalmente, num sussurro.

Ele me olha com uma tristeza e vergonha palpáveis.

Um longo suspiro deixa sua boca.

― Eu não sei. ― diz baixinho. Ele sabe o que estou perguntando. ― Fui
tão estúpido, Sara. ― murmura com pesar. ― Eu... Me encantei com o meu
novo posto e o assédio, das colegas, começou a ficar cada vez mais constante...

Meus olhos se enchem d’água.

Não sinto mais nada por ele, mas, íamos nos casar.

Eu ia me casar com um maldito trapaceiro de uma figa.

― Quantas foram? Com quantas vadias você me traiu? ― pergunto sem


um pingo de emoção na minha voz. Eu só quero saber.

Seu rosto torce com arrependimento.

― Por favor, não me lembre do quanto fui tolo, Sara. ― pede com
desespero na voz.

Muitas. Eu vejo isso estampado em sua cara agora.

É incrível como ver isso não dói nada.

Tudo que sentia por ele ficou para trás.


― Você está hospedado no hotel? Como conseguiu me localizar? ― Mudo
de assunto, cruzando os braços sobre o meu peito.

― Sim, estou aqui no hotel. Cheguei esta noite. ― seu olhar desliza por
todo o meu rosto. ― Apenas segui o itinerário da banda, na página e no site
deles. ― seu rosto fica um pouco mais duro, quando menciona a banda. ―
Você... Não está com ele, está? ― pergunta num fio de voz.

Eu bufo.

― Não, eu não estou com ele. Tenho um caso crônico de dedo podre,
quando se trata de homens, como você já deve saber. ― cuspo com desprezo.

André tem a decência de desviar o olhar, envergonhado.

― Nós podemos conversar no bar? Podemos descer e tomar uma bebida.


― pede, seu tom suavizando.

― Não temos mais nada para conversar, André. Pensei que tinha tomado
a deixa, quando o cortei dos meus contatos. ― estalo, me dirigindo para a
porta, abrindo-a. ― Volte para o Brasil e me esqueça.

― Não, por favor, me escute. ― ele pede baixinho. ― Eu ainda te amo.


Nunca deixei de te amar.

Eu solto um som deselegante de desdém.

Esse cara é de verdade?

― Bem, você tem uma forma estranha, pra caralho de demonstrar amor.
― revido entre dentes. ― Eu passo, querido. Dê esse amor todo, para uma das
putas, que você comeu, pelas minhas costas.

― Sara, aquilo foi apenas sexo! ― diz exasperado. ― Só sexo!


― E qual é o seu ponto, quando diz que foi apenas sexo, com elas? ―
estreito meus olhos nele. ― Quer dizer que sou uma merda na cama? É isso
que está dizendo?

Seus olhos se arregalam.

― Não! Você é a melhor. Sempre foi. Eu é que não...

Eu rolo os olhos e bufo impaciente.

― Por favor, não insulte a minha inteligência, André. Faça um favor a si


mesmo e a nós dois, volte para o Brasil e esqueça que já me conheceu um dia.
― ranjo os dentes.

― Não! ― ele diz com ferocidade. ― Eu amo você, Sara. Fiz besteira, mas,
recobrei meus sentidos a tempo.

― Não. É tarde. Eu não te amo mais. ― digo com firmeza.

Seu rosto torce, com nítido desespero.

― Você o ama? ― pergunta e não precisa mencionar nomes.

― Sim, eu o amo. ― não há sentido em mentir. ― Mas, não consigo mais


confiar nos homens. Vocês dois fizeram um bom trabalho em me ferrar.

Seus ombros caem.

― Volte comigo para o Brasil, depois da turnê. ― me implora, lágrimas


transbordando em seus olhos. ― Podemos retomar de onde paramos. Não me
importo que tenha ficado com ele. Tudo foi culpa minha. Apenas pense sobre
isso, Sara. Podemos reconstruir nossa vida, nossos sonhos, amor. Nunca mais
serei tão estúpido, prometo.

Ele parece realmente derrotado, cansado.


Tomo um longo suspiro. Então, uma ideia atravessa a minha mente.
Talvez a presença de André, me sirva para alguma coisa. Para colocar um
ponto final de uma vez por todas, na minha história conturbada com Elijah.

― Estamos de partida para Paris amanhã.

Deus, apenas pronunciar o nome da cidade, me deixa toda dolorida e


com vontade de chorar. Não sei como vou passar por isso. Mas, preciso passar
por isso. Lá, onde minhas esperanças nasceram, é onde tudo vai acabar.

― Eu sei. Tenho ingressos para as apresentações. ― ele diz, seu


semblante se animando um pouco. ― Então, você vai pensar sobre isso? Sobre
nós? ― pergunta esperançoso.

Sentindo-me malévola, aceno.

― Sim, vou pensar. ― digo sucinta. ― Agora, se não se importa, tive um


dia longo, preciso descansar.

― Certo. Tenho um voo reservado, para a parte da manhã. ― informa e


outra ideia malévola, toma a minha mente.

― Você pode ir conosco. ― seu rosto pisca em confusão. ― No jato da


banda. Liam não se oporá, se eu disser que está comigo.

Ele abre um pequeno sorriso e levanta a mão para o meu rosto.

Me afasto do seu toque.

― Você não vai se arrepender, amor. Eu juro que...

― Boa noite, André. ― o corto.

Ele acena e marcha para fora.


***

Dois dias depois... Paris, França

Bato na porta da suíte da Mel e do Liam, e aguardo um instante. Alguns


minutos depois, meu cunhado surge nu, da cintura para cima. Pingos d´água
escorrendo em seu peito amplo. Uau. Minha irmã está bem servida de marido.

Liam sorri meio de lado, passando as mãos pelos cabelos. Sua respiração
está meio alterada e seu rosto corado.

Minha Nossa Senhora dos visitantes indesejados! Eu interrompi algo?

― Sara, entre. ― diz, abrindo espaço. Passo para dentro do quarto. ― Mel
está no banho. ― avisa, indo para o closet. Hum... No banho, hein? Sorrio
maliciosa.

Pouco depois, ele ressurge vestindo uma camiseta azul.

Mel aparece, vindo do banheiro, vestindo um roupão branco. Minha irmã


tem esse ar, de mulher que acabou de ter orgasmos delirantes. Ela sorri para
mim, seu rosto corando ainda mais, quando vê minha expressão.

― Baby, eu vou pegar o homenzinho com a babá e ir até os caras, no


salão de jogos. ― Liam sorri amoroso e meio sacana, indo até ela, enlaçando-a
pela cintura. Os dois se beijam e sussurram entre si, seus olhares quentes e
amolecidos. Ela sorri com algo que seu marido diz. Alguma sacanagem com
certeza. Consigo ouvi-lo chamando-a claramente de minha gostosa.

Ei, amigos, estou sem sexo há quase um mês aqui! Tenham compaixão,
por favor. Quero pedir.
― Te vejo mais tarde, amor. ― ele completa, com mais um beijo suave em
sua boca e vai em direção à porta. ― Até daqui a pouco, cunhada. ― eu aceno.

― Maninha, você está com uma cara ótima... ― murmuro, pulando na


cama enorme. Mel meneia a cabeça, sorrindo da minha insinuação.

― Sua boba... ― murmura, penteando os cabelos, vindo se juntar a mim,


logo em seguida.

A ajudo, empilhando travesseiros às suas costas. Sua barriga está tão


grande e bonita. Acaricio-a, conversando com meu afilhado, enquanto ela sorri
e passa a mão, carinhosamente em meus cabelos.

― Então, onde está André, o intrometido? ― pergunta quando me sento


do seu lado.

― Conhecendo a cidade. ― bufo.

― O que é tudo isso, Sara? ― seu tom é cheio de reprimenda.

Ela está se referindo ao fato, de que o cuzão veio mesmo conosco, no jato
da banda.

Elijah quase teve uma síncope quando André apareceu no lobby do hotel
há dois dias e se juntou a nós para o aeroporto.

Todos estavam estarrecidos com sua presença.

Eu disse que ele tinha viajado para me ver a meu convite.

Elijah quis partir para cima do André e as coisas quase ficaram feias, se
não fosse por Greg e Mat controlá-lo. Uma parte de mim, a parte má, gostou de
ver o ciúme e medo estampado no rosto do vira-lata. Liam não pareceu nada
feliz em ter André a bordo, mas, aceitou. Ele e Elijah ficaram a maior parte da
viagem trancados, em um dos quartos.
Provavelmente meu cunhado estava tentando evitar que seu parceiro
esquentado, jogasse André para fora do avião, em pleno voo.

― Isso sou eu, colocando um ponto final, nessa história fodida com
Elijah, maninha. ― digo sem rodeios.

Seus olhos amolecem me encarando.

― Você ainda o ama, maninha. Está escrito em seu rosto, quando olha
para ele. ― me diz com expressão pesarosa. ― Sei que vai achar que estou
bancando a advogada do diabo, mas, querida, Eli mudou. Isso é nítido. Liam
disse que nunca o viu assim, sério e compenetrado. Não festejando,
dispensando as groupies, que não param de assediá-lo.

Sim, eu tenho visto o verdadeiro enxame de vadias, o cercando o tempo


todo, desde que a turnê começou. Mas, Elijah simplesmente as ignora.

Gostaria de acreditar, que é uma mudança consistente, porém, a parte


magoada em mim, se recusa a acreditar que isso é permanente. Ele vai voltar a
ser cachorro a qualquer momento.

É uma tortura cada vez que vejo mulheres se insinuando para ele. O
medo e depois o alívio, que sinto, quando as dispensa me deixa doente. Se eu
voltasse para Elijah viveria assim, eternamente sobressaltada, com medo. Não
tenho mais estrutura para suportar isso, por mais que ainda o ame.

E, Deus, eu o amo demais.

Mas, nesse caso, só o amor não é o suficiente. Não consigo passar por
cima de tudo que me fez.

Ainda é muito cru. Ainda estou sangrando.

Só preciso ficar longe.


― Eu sei, Mel. ― suspiro longamente. ― Tenho visto isso também.

Seus olhos castanhos, fixam nos meus amorosamente.

― Mas?

― Eu tenho medo. ― digo em um sussurro. ― Nunca mais haverá


confiança da minha parte, Mel. Não posso entregar meu coração, sem saber se
ele vai rasgá-lo de novo.

Ela assente com uma expressão compreensiva.

― Eu entendo, Sara. ― murmura, cobrindo a minha mão com a sua. ―


Mas, no amor não há garantias, querida. Nunca há.

― Sua relação com o Liam é forte e calma. ― aponto. ― Não vejo vocês,
deixando de se amar no futuro.

Ela sorri, seus olhos se iluminando, ao ouvir o nome do marido.

― Sim, nosso amor é assim, calmo e forte. ― concorda. ― Mas, há


diferentes formas de amor e, consequentemente, de relacionamentos, maninha.
Não é porque sua relação com Elijah, sempre foi mais carnal, que não pode ser
duradoura. Tudo depende do quanto duas pessoas se querem e do quanto,
estão dispostas a fazer isso funcionar. Nenhum relacionamento é perfeito. Mas,
se há amor, vale a pena tentar.

Quero me convencer disso. Quero muito, no entanto, meu medo está me


paralisando. Tudo que preciso nesse momento é distância de Elijah. Longe dos
olhos, longe do coração. Então, olho a minha irmã e digo o que tenho tentado
dizer, desde que tomei a decisão.

― É tarde para nós. ― murmuro, sentindo essa dor crônica no peito. ―


Não posso mais ficar tão perto dele, Mel. Nunca vou conseguir esquecê-lo se
continuar na gravadora. Isso está me machucando demais.
Seu rosto empalidece e ela franze as sobrancelhas.

― O que está dizendo, Sara?

― Estou dizendo que vou voltar para o Brasil, após a turnê. Pedi
demissão ao Liam ontem. ― ela puxa uma respiração, seus olhos lacrimosos.
Isso aperta meu coração. Meus olhos se enchem d’água também. ― Comprei
uma passagem, para logo depois do show de amanhã, maninha. Me perdoe,
querida. Eu... Eu não posso mais...

Caio em prantos e ela me puxa para perto. Estamos chorando as duas.

― Shhh, não se desculpe, querida. ― soluça baixinho. ― Imagino o


quanto deve ser doloroso, vê-lo todos os dias. Odeio ter que ficar longe de você
de novo, mas, não quero vê-la sofrendo. Se você tem que ir para se sentir
melhor...

― É o melhor. ― digo entre soluços. ― Mas, prometo voltar para o


nascimento do meu fofinho. ― murmuro, tocando seu ventre de novo.

Isso nos faz chorar mais. Ficamos as duas chorando abraçadas por um
tempo até que ela puxa para trás, para me olhar nos olhos.

― Sei que tudo parece ruim agora, Sara. ― diz suavemente, limpando o
nariz. ― Mas, siga seu coração, maninha. Promete que vai fazer isso? Se em
algum momento, até o final do show de amanhã, você sentir que deve dar uma
chance à Eli, a vocês, prometa que não vai pensar, muito sobre isso. Prometa
que seguirá o que pede, o seu coração?

― Por que está falando assim? ― inquiro, fungando.

― Por que esse tipo de amor, que vocês sentem um pelo outro, só vem
uma vez na vida, querida. Todos nós vemos a forma como olham, um para o
outro, quando pensam que ninguém está vendo. Todos nós estamos torcendo
para que se acertem. ― sussurra com sua calma e serenidade invejável. ― Só se
ama com essa intensidade uma vez, maninha. Se deixá-lo escapar agora, pode
se arrepender mais tarde. Eu sei o quanto ele te machucou, mas, tente ouvir, o
que diz seu coração.

Aceno, embora, discorde em parte. Sim, sei que nunca mais vou amar
alguém como o amo. Mas, ouvi meu coração desde o começo e veja aonde isso
me levou. É hora de ouvir a razão.

― Vou tentar, maninha. Mas, realmente preciso de um tempo longe.

Ela balança a cabeça e me beija na bochecha.

Fico com ela mais algum tempo antes de voltar para meu quarto.

Daqui a pouco a banda fará uma apresentação intimista, numa famosa


casa noturna, apenas para cem fãs sortudos. Eles venceram a promoção
organizada pelo estabelecimento. Os caras gostam de fazer essas coisas doces
para os fãs. Os melhores.

Eles sempre serão os meus preferidos, independente dos rumos


diferentes, que vamos tomar ,a partir de amanhã.

Me visto, enquanto Sia canta Big Girls Cry. Letra fodida e cai como uma
luva para meu atual estado de coração completamente partido.

Sim, garotas grandes choram. Como choram. Ironizo-me.

Quando termino e confiro meu visual no espelho, Jota Quest está


cantando Amor Maior. Eu adoro essa banda. Letras fantásticas eles têm.

Chamo meu pai antes de sair. Conversamos pouco tempo. Ele ficou
dividido, com minha decisão de ir embora. Feliz porque estou voltando para
perto dele, mas, triste porque estou voltando, com um coração quebrado. No
final, ele acabou me dando o mesmo conselho da Mel: para eu seguir meu
coração. Não sei o que mudou. Na semana passada, ele estava tão puto com
Elijah.

Mando tudo isso para longe e deixo meu quarto, para o lobby do hotel.

O hotel é outra tortura para mim.

Liam me pediu pra reservar o Four Seasons George V, o mesmo que me


hospedei com Elijah, quando estivemos aqui.

Sei que mais uma vez teve dedo podre do vira-lata.

Ele quer me fazer sangrar realmente, forçando-me a estar aqui de novo.


Ele se hospedou na mesma suíte em que ficamos, em nosso idílio no ano novo.
Não sei o que pretende com isso, mas, me deixou aliviada, porque é distante da
minha, pelo menos.

Uma hora depois, os caras estão fazendo um show acústico.

Poucos instrumentos estão no palco, uma vez que os principais estão


sendo preparados para o grande show de encerramento da turnê, na noite de
amanhã. Liam conversa com o pequeno público, brincando com os fãs daquela
forma que eles adoram. Me vejo sorrindo daqui de onde estou, em pé, do lado
esquerdo do palco. Meu cunhado é extraordinariamente talentoso e
carismático. Não consigo segurar minha admiração de fã.

Mel não nos acompanhou hoje, ficou no hotel com o Chay. As viagens
estão cobrando seu preço e minha irmã está poupando energias, para o gran
finale amanhã.

Meus olhos vão inevitavelmente para Elijah.

Ele toca sua guitarra, bem perto da primeira fileira e as fãs mais
exaltadas, se desmancham gritando que o amam, que ele é lindo, gostoso.
Grrrr! Vadias assanhadas do caralho!

Eu bufo, meu sangue esquentando ao vê-las tocando-o.

Deus, controle-se, Sara. Você não quer mais isso, lembra?

Ele olha para trás, direto para mim. Seus olhos estão duros, com raiva.

Está assim desde que descobriu que André estava na Alemanha a meu
convite. Ele não veio falar comigo, mas, posso sentir sua ferocidade emanando
por cada poro, quando está perto de mim.

Bom, André está tendo alguma utilidade afinal.

Gostaria de me sentir vitoriosa, vendo-o tão atormentado e com ciúmes


de meu ex noivo, mas, isso me faz sentir um pouco baixa, por estar usando um
homem para, me livrar de outro. Sei que os dois escrotos merecem, por brincar
com o meu coração, mas, ainda assim, não me sinto bem no cômputo geral. No
fundo continuo sendo uma tola de coração mole.

Pense em cada momento humilhante, a que foi submetida, desde que


Elijah resolveu fazer de você, seu brinquedinho sexual, Sara.

Pronto. Isso sempre funciona. Sempre que estou amolecendo. Sempre


que estou desejando-o, salivando por ele, meu coração doendo de saudade e
meu corpo enlouquecido, para ser tomado pelo seu, me forço a lembrar das
suas ações de merda.

Minhas forças são revigoradas e consigo passar por mais um dia. Só


mais um dia e será o fim.

O fim...

Meus olhos ardem.


Quero quebrar o nosso olhar carregado de tensão. Mas, não consigo. Ele
está tão malditamente bonito esta noite. Bufo.

Quando ele não está, Sara?

Meu coração dói vendo-o tocar sua guitarra, numa arrogância furiosa.

O melhor.

Meus olhos ameaçam transbordar.

Vou sentir falta disso, de vê-lo tocando tão de perto. Mas, tem que ser
assim.

Suspiro longamente. Amanhã estarei livre.

Livre da sua presença opressora.

Livre dessa vontade de não pensar em mais nada, apenas no amor


imenso e esmagador, que sinto por este homem.

Puxo finalmente o olhar para longe dele e limpo as lágrimas


discretamente.

Elijah

Eu puxo uma tragada furiosa do meu cigarro, olho em direção ao bar.


Sara está lá com o babaca do ex noivo. Ela está bebendo muito esta noite.

Ela quer me machucar?

Deus, ela está me machucando tanto.


O show intimista foi bom pra caralho, mas, não estou no clima para
festejar.

Ela está fodendo com ele?

Essa dúvida está martelando na porra da minha cabeça. Ela disse que o
convidou para vir. Quando começou a falar com o infeliz? Ou eles nunca
pararam de se comunicar esse tempo todo?

Cristo, estou enlouquecendo aqui.

Eu quero ir lá e confrontá-la, quebrar a cara do bastardo e arrastá-la


comigo, mostrar quem é o seu dono. No entanto, estou me segurando para não
fazer merda em publico.

É, não sei quando fiquei tão maduro. Ironizo-me.

Liam se despediu de nós, logo que terminamos a apresentação e voltou


para o hotel, para sua mulher. Eu e os outros permanecemos para tomar umas
bebidas. Sean e Paul estão felizes com suas meninas, em seus braços. Elas
chegaram ontem.

Collin está tão merda quanto eu, porque Selena não veio como
prometido. Parece que a merda entre eles só fica pior.

― Tudo bem aí, irmão? ― chamo-o, vendo que está perdido em


pensamentos, bebendo seu uísque.

Estamos em uma mesa na área vip, reservada para os fumantes e há um


enxame de garotas à nossa volta, disputando a nossa atenção. Em outros
tempos eu e ele estaríamos em cima delas, mas, em nosso atual estado
miserável, apenas autografamos suas coisas, tiramos fotos e as ignoramos
depois. Parece que o próximo passo será nascer uma boceta em lugar dos
nossos malditos paus.
Bufo, tomando a minha cerveja.

― Ela não veio, porra. ― ele rosna com uma voz quebrada.

― Uma merda, mano. ― aceno, batendo em seu ombro amigavelmente. ―


Não sei o que é pior, não ver a sua menina, ou vê-la dando mole para um
imbecil fodido. ― rosno. Ele me olha com pesar.

Ok. Parece que minha situação é pior.

― Nós estamos fodidos, irmão. ― diz com o rosto torcido. ― Mas, sua
menina está aqui. Ainda está aqui. ― frisa, se referindo ao fato de que Sara,
pediu demissão ontem.

Eu exalo alto. Sim, ela pediu demissão.

Meu coração sangrou quando Liam me disse isso, logo que encerrou a
conversa com ela.

Sara está realmente decidida a ficar longe de mim. Deus, isso dói como o
inferno. O que eu preciso fazer para provar o meu amor?

Nunca me senti tão perdido, desesperado como estou agora.

O maldito relógio está correndo. Estou perdendo a mulher da minha


vida.

Ela está escorregando por entre os meus dedos sem que eu possa fazer
nada.

― Oh, porra... ― a exclamação baixa de Sean me faz olhá-lo. Seus olhos


estão na pista de dança e depois pousam em mim.

Há pesar neles. O que...


Meu fluxo de pensamentos é cortado, quando sigo a direção do seu olhar
e congelo.

Oh, Jesus... Sara está lá dançando com o infeliz.

Dançando não é bem o termo, para o que estão fazendo. Eles estão
praticamente fodendo a seco.

Olho os dois por alguns instantes, completamente sem reação, em


choque. Uma dor aguda enche o meu peito, com a cena. Meu corpo treme e
meus olhos ardem.

Oh, Cristo, não quero acreditar no que meus olhos estão vendo.

As mãos dele estão no corpo dela. No corpo que é meu. Porra, que era
meu e eu joguei fora.

Tomo o copo da mão de Collin e derramo todo o uísque na minha


garganta.

Dor, decepção, raiva e um horrível sentimento de perda, se agigantando


dentro de mim. Ela é minha. Ela deveria ser minha. Deveria ser eu lá, não ele,
não qualquer outro. A dor só aumenta. Estou chorando. Estou morrendo aqui.

Antes que eu possa pensar direito, estou pulando a grade para a pista,
descartando a escada. Ouço Mat gritar atrás de mim:

― Eli! Porra, não, droga!

Eu o ignoro, aterrissando em meus pés, oscilando, mas, consigo me


reequilibrar e avanço, empurrando as pessoas no meu caminho, como um
homem enlouquecido.
O idiota me vê primeiro. Um sorriso do tipo maquiavélico, torce sua boca
e em seguida, como um acidente de trem eu o vejo puxar o queixo de Sara para
cima e beijá-la.

Estou correndo agora.

Todos estão se afastando, vendo a confusão prestes a se formar.

Devo ter morte escrito em meu rosto, porque vou matá-lo!

Vou matar esse infeliz!

Chego finalmente até eles e o arranco de cima dela. Antes que possa
sequer pensar, dou um gancho de direita em seu queixo, jogando-o no chão.

Há gritos, euforia.

A música para.

― Eu vou te matar, seu filho da puta! ― rosno, pulando para cima do seu
corpo, ainda atordoado no chão. Ele me acerta um ou dois socos, mas, eu não
sinto nada. Estou anestesiado, completamente possuído pelo ódio, ciúme e
rejeição. Então, eu bato repetidamente, sem lhe dar qualquer chance de defesa.
Sua cara está sangrando, mas, não estou satisfeito. Estou ofegando, bufando
como um touro enfurecido, ao mesmo tempo em que as lágrimas derramam,
sem o meu consentimento.

Então, é assim que Sara se sentiu quando me viu com a puta.

Esse sentimento horrível esmagando o peito, uma dor tão grande que
não pode ser mensurada.

Sou puxado de cima do infeliz sangrento. Rosno, mas, Mat é mais forte e
treinado. Ele me arrasta com força e eu cedo.
― Fique longe da minha mulher, seu saco de merda! ― digo com dentes
cerrados, enquanto o imbecil se levanta, trôpego, mas, com um sorriso na
boca, cheia de sangue.

― Ela não é a sua mulher, porra! ― cospe no chão e limpa a boca. ― Ela
vai voltar comigo para o Brasil, ouviu? Você perdeu, rock star!

Gelo desliza em minha coluna e olho Sara, que está sendo amparada por
Collin. Sean, Paul e suas meninas estão por perto também.

O clube inteiro está com olhos vidrados em nós.

― Isso é verdade? ― pergunto num fio de voz. ― Você, porra, vai voltar
com esse infeliz traidor? Você está fodendo com ele? ― grito essa última parte e
há comoção entre os presentes.

― Isso não é da sua conta, Elijah. ― ela rosna. Sua voz está trêmula e há
lágrimas em seus olhos também.

Deus, estamos rasgando um ao outro agora. É isso que restou de nós?

Me sinto cansado, drenado dessa merda. Estou decepcionado, com raiva


dela. Tudo que consigo ver, são as mãos do infeliz em cima dela, sua boca
odiosa na dela, beijando-a, quando deveria ser eu.

Apenas eu, porra!

Me solto de Mat e avanço até ficar cara a cara com ela.

― Você é uma cadela do caralho, Sara! ― rosno, com voz embargada.


Foda-se! Estou chorando como uma bichinha, na frente de todo mundo. ―
Você me chamou de covarde uma vez. Me fale quem está sendo covarde agora?

Ela abraça a si mesma, mais lágrimas se acumulando em seus olhos.


― Fale porra! Quem está sendo covarde agora? ― ouço os caras tentando
me acalmar, mas, não paro. ― Queria me machucar, não é? ― minha voz
treme. Porra. ― Bem, conseguiu pequena fada. Você pisou na porra do meu
coração!

― Eu sinto muito... ― ela diz com voz quebrada.

Eu a olho por mais alguns momentos, então, lhe dou as costas antes que
faça mais merda.

Jesus, que papelão acabei de fazer mesmo?

***

O fundo do poço.

O maldito fundo do poço é onde me encontro nesse momento.

Paro por um instante para recuperar o fôlego.

Chutei, revirei o quarto inteiro, para extravasar a dor que queima no


meu peito, mas, não está arrefecendo. Porra! Nada pode tirar isso de dentro de
mim.

Me sento no sofá e passo as mãos pelos cabelos. Minhas juntas doem,


mas, não fodi nada dessa vez. Merda.

Não pensei no show de amanhã quando parti para cima do babaca.

Poderia ter machucado minha mão de novo e meus parceiros não me


perdoariam por isso. Inferno, eu não me perdoaria.

Deus, estou tão fodido.


Quando foi que me transformei nessa desculpa patética de homem?

Os caras se sentam no sofá em frente ao meu. Liam acabou de chegar e


está me observando em silêncio. Eles me deixaram chutar tudo sem interferir,
obviamente percebendo meu estado de ira.

― Por que ela quer me machucar tanto? ― digo baixinho, sentindo os


olhos arderem de novo. Rosno para minha fraqueza.

― Por que ela foi muito machucada, irmão. ― Liam diz num tom sério. Eu
levanto o olhar para ele. ― Acho que agora sabe com exatidão como Sara se
sentiu quando o viu com a vadia.

Sim. Porra, sim. Mas, ainda assim essa merda dói demais.

Fecho os olhos me recordando que a insultei na frente de todos.

Porra, mais uma vez.

― Você a viu? Ela está bem? ― pergunto ansioso e arrependido da minha


fodida passionalidade.

Era para eu estar tentando reconquistá-la, não ofendendo-a. Merda!

― Sim, acabo de ter uma conversa com ela. ― Liam informa. ― André foi
despachado para o aeroporto por Greg e Mat.

Isso me agrada.

― Obrigado, irmão. ― digo puxando meu maço de cigarros e acendendo


um em seguida.

― Na verdade foi Sara quem se livrou dele. ― Liam oferece e isso me


alegra, ainda mais. ― Ela me garantiu que não o convidou para vir. Mas, o
deixou ficar e mentiu sobre isso, num arroubo de cadela vingativa. ― ele sorri
levemente. ― Palavras da minha cunhada.
Os caras riem também.

― Parceiro, você tentou argumentar com ela sobre a demissão? ―


pergunto, meu tom desesperado, enquanto sopro uma nuvem de fumaça.

Liam fica sério e meneia a cabeça devagar.

Meu coração afunda lentamente. Seus olhos continuam fixos nos meus,
como se ponderasse sobre algo importante, que precisa me dizer.

― Você só tem até amanhã para tentar alguma coisa, parceiro. ―


murmura pesaroso.

Um sentimento muito pior do que o senti hoje, começa a me invadir.

― O que...

― Sara pegará um voo para o Brasil logo depois do show de amanhã,


Elijah. ― ele aperta os lábios. ― Sinto muito, parceiro. A Mel me contou apenas
agora, depois da confusão toda.

Oh, Jesus. Ela está indo embora.

Eu fecho os olhos com força, meu coração doendo nessa dor crônica que
nunca passa.

É isso? Eu a perdi para sempre?

Oh, meu Deus, eu a perdi para sempre.

Meus ombros sacodem e choro de novo.

O que vou fazer da minha vida sem ela? Que porra vou fazer agora?

Minha mente se enche de imagens de nós dois juntos. Mesmo quando


achava que tudo era casual, éramos felizes. Cada momento em que a tive em
meus braços era o céu. Seu sorriso bonito, seus olhos marrons cheios de amor
por mim e eu nunca percebi. Sua língua espertinha. A camaradagem fácil que
tínhamos e que agora, foi substituída pela dor, desespero e o medo de nunca
voltar a tê-la.

Estou a caminho da morte porque sei, com uma certeza feroz dentro de
mim, que um sentimento tão forte assim, só se sente uma vez na vida.

Eu tive isso e estupidamente deixei escapar.

Os caras vêm para perto de mim, batendo em minhas costas, rosnando


que vamos fazer alguma coisa, que ainda dá tempo. Eu aceno, mas, por dentro
estou derrotado.

Nunca senti tanto medo na minha vida.

CAPÍTULO VINTE E UM

Elijah

Estádio de France...

Eu puxo longas e ansiosas tragadas do meu cigarro, enquanto olho Sara


sentada do lado da Mel. Estamos no camarim. O show começará dentro de
vinte minutos.

Os caras riem, bebem e namoram suas meninas. Bem, exceto Collin,


meu parceiro de fossa. Ele ainda não conseguiu falar com Selena e isso o está
deixando fodido. Mesmo estando tão fodido quanto, gostaria de poder fazer algo
pelo idiota. Agora que sei o que é amar alguém, virei uma bichinha
sentimental. Bufo, tomando um gole da minha cerveja.

Meus olhos permanecem nela. Ela está, porra, tão linda esta noite.

Usa um vestido negro curto e colado ao corpo esguio. Umas meias pretas
e esses sapatos foda-me, que são a sua marca. Meu íntimo se agita com a
tentativa desesperada, que preparei para daqui a pouco.

Os caras ficaram pasmos quando contei a eles o que vou fazer durante o
show. Estou seguindo o conselho da Mel. Estou saindo da minha zona de
conforto. Não há mais tempo. O relógio está correndo contra mim como um
maldito carrasco.

Agora é tudo ou nada.

E eu, porra, quero tudo.

Durante todo o dia me preparei para isso.

Não vou perder essa mulher.

Depois que a névoa da raiva, do ciúme feral, que senti dela ontem, foi
embora, veio uma espécie de calmaria. Me forcei a me concentrar no que é
importante: tê-la de volta.

Conversei com a doutora Clark hoje e isso contribuiu para me manter


focado. Ela me fez prometer que falaríamos todos os dias, quando estivesse em
turnê. Achei muito veadinho, mas, não me opus, temos conversado todos os
malditos dias. Ok, admito, a doutora engomadinha, não é tão ruim quanto
parece, à primeira vista. A verdade é que ela me ajudou a lidar com a minha
merda.
Me sinto mais forte e no controle da minha vida. Ela me fez compreender
e aceitar, que os relacionamentos são diferentes. Que tudo que sentia era
medo, resquício do abandono de David. De acordo com a doutora, acabei
assimilando duas formas de defesa, para não ser vulnerável e abandonado de
novo. Me coloquei no lugar de minha mãe e me blindei para ninguém chegar
perto e, ao mesmo tempo, reproduzi David, usando e deixando em seguida.

Muito fodido, eu sei. Mas, a doutora me explicou que a mente humana é


muito mais complexa, do que sequer imaginamos.

Nunca pensei que diria isso, mas, a ajuda de um psicólogo, não é o fim
do mundo e meu maldito pau não caiu, por precisar de um.

Finalmente estou deixando a merda ir.

Sara me libertou de todas as formas e nem desconfia disso.

― Claro que sim, meu gostosinho. ― vejo-a sussurrar para Chay, roçando
seu nariz no dele.

O moleque sorri e beija sua tia no rosto.

Me vejo sorrindo, vendo sua interação.

Ela é tão amorosa com ele. Será uma ótima mãe um dia. Meu peito
aquece quando começo a imaginá-la carregando um filho meu em seu ventre.
Jesus. Eu estou irremediavelmente perdido de amor por ela. Nunca sequer
cogitei ter filhos e isso, só veio em minha mente agora, como se fosse a coisa
mais natural. Sorrio mais.

É isso, eu quero tudo com essa mulher.

Seu olhar levanta e encontra o meu. Ela está diferente hoje.


Há uma calma em seu semblante. Uma espécie de aceitação, resignação.
Não, a palavra correta seria encerramento.

Ela acha que estamos encerrando esta noite.

Seguro seu olhar, tentando fazê-la ver o amor, que deve estar claro em
meu rosto.

― Irmãos. ― Liam chama a nossa atenção, se levantando da sua cadeira


e rumando para a mesa do bufê. Estoura uma garrafa de champanhe e começa
a servir as taças. Serve mais duas com água. ― Baby... ― chama a sua mulher.
Mel se levanta e vai até ele, seguida por Chay. Meu parceiro abre um sorriso,
que ilumina todo o rosto, segurando os dois bem perto de si. ― Estamos
encerrando mais uma turnê com sucesso. ― se vira, pegando as taças com
água, entregando-as para Mel e o pequeno. Pega a sua e faz gesto, para
pegarmos as nossas. Nos levantamos e as pegamos. ― Muito trabalho, mas,
fomos recompensados pela resposta, sempre fodidamente incomparável, dos
nossos fãs. ― ele engole, parecendo um pouco emocionado. Seus olhos azuis
passam, por cada um de nós, e pousam em sua mulher. Meu parceiro sorri
amorosamente para ela, depois para o homenzinho. ― Essa foi de longe, a
melhor de todas para mim. ― seus olhos estão brilhantes agora. ― Depois de
toda a merda que passei, estar de volta na estrada, tendo a minha mulher e
meu filho, junto comigo foi especial pra caralho. ― sorrimos e endossamos com
alguns palavrões. Ele sorri mais, levantando sua taça. ― Proponho um brinde
por essa e pelas que ainda virão. ― rosnamos acenando. ― E eu não poderia
deixar de agradecer, à minha cunhada, Sara, pela assessoria impecável que
prestou, para a gravadora e à DragonFly. ― meus olhos buscam Sara.

Ela está com lágrimas nos olhos. Emoção clara em seu rosto bonito.

― Obrigada, Liam. ― ela murmura e limpa a garganta. ― Gostaria de


dizer umas palavras. ― sorri, tentando controlar a emoção. ― Estou deixando a
gravadora, como todos já devem estar a par. ― seus olhos passam por todos,
mas, me evita. ― No entanto, saibam que sou e sempre serei uma grande fã da
banda. ― ela me olha finalmente. ― Vocês serão sempre os melhores para mim.
Meus rock stars favoritos. ― limpa uma lágrima, antes dela rolar pelo rosto. ―
Agora vão lá e arrebentem! Quebrem tudo nesse encerramento, caralho! ― os
caras riem. Essa é a minha garota. Linda. ― Obrigada. Por tudo. Cada um de
vocês, seguirá em meu coração. ― sua voz treme no final.

Porra. Meus olhos estão ardendo.

Me transformei em um bebê chorão do caralho.

Aplausos e mais palavrões para seu discurso emocionado.

― Vocês ouviram a dama, porra! ― Liam gargalha, levantando sua taça. ―


No três! ― contamos e gritamos com força: ― DragonFly!

Nos preparamos para sair em seguida.

Cada um se munindo de seus instrumentos.

Pego a minha guitarra e a atravesso nas costas.

Liam vai à frente com a Mel e o homenzinho. Os caras os seguem.

Sara passa por mim e eu fecho os olhos, sentindo seu perfume.

Quero puxá-la bem perto e dizer tudo que está em meu coração. Mas,
não dá tempo e desconfio, que não fosse ouvir.

Vai ter que ficar tudo para o show.

Seguimos atrás, lado a lado. Admiro seu perfil bonito. Ela fez uns cachos
bonitos pra caralho, em seus cabelos negros, que caem em uma massa
volumosa sobre os ombros e costas. Seu olhar está à frente, o queixo
levantado, estoicamente. Sei que isso está sendo tão doloroso para ela quanto
está sendo para mim.
Os gritos do público vão ficando cada vez mais perto.

Ela fecha os olhos por um momento e sorri. Um tipo de sorriso sereno de


quem está absorvendo tudo, pela última vez.

Essa não é a sua última vez nos bastidores, porra. Você é minha e estará
comigo todos os dias a partir de hoje. Quero rosnar.

Olhe para mim, baby. Por favor, olhe para mim.

Continuo olhando-a até pararmos na subida, para o palco.

Os fãs clamam por cada um de nós.

Os caras sobem à frente.

Liam se despede da Mel com um beijo suave nos lábios e bagunça a


cabeleira de Chay. Meu parceiro levanta o olhar e me vê. Sorri, acenando e
pula para o palco, antes de mim. Franzo o cenho.

Liam é sempre o último a subir.

Os gritos são ensurdecedores lá fora.

Meu coração dolorido se alegra um pouco e um pequeno sorriso, se abre


em minha boca. O show tem que continuar.

― Elijah... ― sua voz é apenas um sussurro, mas, estou tão ligado, meus
sentidos todos atentos a ela, que eu consigo ouvir. Eu me viro de frente e
ficamos bem próximos. Seus olhos marrons estão brilhantes de emoção e
lágrimas de novo. ― eu... Eu queria desejar um bom show.

Oh, Deus, ela está se despedindo.

Eu engulo uma bola de golfe maldita em minha garganta. Em nenhum


show, em toda a turnê, ela me desejou um bom show. Foda.
― Obrigado, pequena fada. ― sussurro, rouco, embargado. Cerro os
punhos, para evitar tocá-la. Receio que não pararia, se fizesse isso agora. ― É
um show DragonFly... ― tento descontrair, minha voz tremendo.

Ela acena, abrindo um sorriso triste. Ficamos nos olhando, enquanto a


multidão grita meu nome, lá fora.

― Sara...

― Você precisa ir. ― está dizendo em mais de um sentido, seu tom deixa
isso claro. Uma lágrima rola lentamente pela sua face. Ela não a afasta. ― Vá,
garoto da guitarra. ― ouvi-la me chamando dessa forma pelo que pode ser a
última vez, me rasga em pedaços. Encosto minha testa na sua, respirando
ruidosamente.

Tanta saudade. Deus, tanta saudade.

Lágrimas queimam meus olhos. Ela funga e eu sei que estamos chorando
os dois.

Os gritos aumentam, impacientes.

― Fique atenta ao show, pequena tempestade. ― murmuro.

Seu rosto mostra confusão. Olho para trás e faço contato visual com
Mat. Ele já sabe o que fazer se Sara, tentar deixar o show, antes de terminar.

A encaro mais uma vez e me afasto, pulando para o palco.

Essa é a segunda vez que vou tocar com o coração pesado. A primeira vez
foi há dois anos, quando meu avô faleceu, enquanto estávamos em turnê.

Mas, esse sou eu e o show tem que fodidamente continuar.

*********
― Eu disse aos caras, que Paris era o lugar para o encerramento da
turnê. ― Liam, sorri ao microfone, bajulando os fãs, elogiando sua empolgação.

Eles se agitam ainda mais. Sorrio. Meu parceiro está ofegante, depois da
sequência de rock pesado, que acabamos de tocar. Uma hora de show
ininterrupta e ele anuncia um pequeno intervalo, para descansar e nos
hidratar.

― Tem certeza de que quer seguir com o plano, irmão? ― Liam me


pergunta, sério, vestindo uma camiseta nova.

― Se fosse a sua mulher lá fora, de passagem marcada para bem longe


de você, o que faria mano? ― rosno, trocando a minha camiseta também.

Ele sorri arrogantemente e acena.

― Eu nunca a deixaria pegar o maldito avião! Pode apostar parceiro!

― Aí está a sua resposta, parceiro. ― sorrio. Mas, por dentro estou


nervoso pra caralho. Nunca fiz essa merda em público. Vai ser um choque para
todo mundo. Cacete.

Espero que não tenham trazido tomates, ovos e outras coisas que
possam arremessar em mim.

― Sua sorte é que o Stone sempre posiciona o piano longe do público,


parceiro. ― Collin como sempre tinha que abrir sua boca grande. ― Vamos
torcer também, para que não tenham trazido coisas humilhantes, para jogar
em você. ― o idiota sorri. Lhe ofereço o dedo médio.

― Obrigado pelo apoio, mano. ― rosno. Ele gargalha e vem para perto de
mim.

― Relaxe, idiota. ― passa o braço, por cima dos meus ombros. ― Só estou
tentando deixá-lo à vontade. Você parece que vai borrar as calças, a qualquer
momento. ― diz como se isso, fosse me deixar mais relaxado. Eu ranjo os
dentes. Ele sorri, me dando tapas amigáveis. ― Vá pegar a sua mulher, cara.
Você consegue essa merda. É claro que não faz isso tão bem quanto o Stone...

― Collin, cale a maldita boca, idiota. ― Liam lhe dá um tapa, por trás da
cabeça. ― Não escute o bastardo, mano. ― ele me olha com firmeza.

― Ei, você não me deixou terminar, cara. ― Collin resmunga para Liam,
massageando a cabeça. ― Eu ia dizer que Liam, também não toca guitarra tão
bem quanto você.

Liam o fulmina e caímos na risada.

― Imbecil. ― resmunga para Collin.

― O quê? ― Collin faz sua melhor cara inocente.

― Collin cale a boca, porra! Você não está ajudando nosso parceiro. ―
Sean entra na conversa, soltando uma onda de fumaça, pelo nariz. Ele sorri
com provocação e acrescenta: ― No entanto, ele está certo, Stone. Você não
toca a guitarra tão bem, quanto o idiota apaixonado aí.

Liam e eu bufamos. Paul sorri, apenas observando e tomando sua


cerveja devagar. Voltamos logo depois.

Sara está numa conversa séria com a Mel. Ela não me olha quando
passo para o palco. Tocamos alternando entre rock agitado e as músicas mais
românticas da banda. O show está se encaminhando para o final, mas, ainda
estamos tão ligados.

Meu coração está apertado, ainda assim feliz. Como é possível isso? O
palco é a minha segunda casa. Joguei toda a minha confusão sentimental,
para segundo plano, toquei com a mesma energia e dedicação, do começo da
turnê.
― Irresistível para vocês! Cantem comigo, caralho! ― Liam berra se
encaminhando para o piano, em seguida olha em direção à sua mulher, seu
semblante amolecendo. ― Para você, Srª Stone. Eu te amo, baby. ― murmura.

Mel sorri, emocionada, jogando beijos, dizendo o mesmo para o marido.

Vou para junto do meu parceiro, perto de onde as nossas mulheres


estão.

Sim, porra, Sara é a minha mulher e ela está prestes a saber disso.

Tocamos a música, enquanto imagens do clip, são jogadas nos telões.

Dedilho minha garota, com a confiança e arrogância de quem ama o que


faz e olho em sua direção. Ela não está me olhando, seus olhos estão presos
em nós dois, no grande telão, no fundo do palco.

É isso, baby. Veja quão fodidamente perfeitos somos juntos.

Eu subo no piano.

Liam sorri, meneando a cabeça para meu exibicionismo.

Caio de joelhos e toco furiosamente o solo de encerramento.

A multidão grita nossos nomes:

Liam, eu te amo! Liam, perfeito! MeLiam!

Eli! Eli! Lindooo! Casa comigo, gostoso!

Essa última parte é gritada pelas fãs mais atrevidas, perto da passarela.
Sorrio mais e encerro, respirando alto. Toco o punho contra o de Liam e
saltamos de volta, para frente do palco. Roubo a garrafa d´água de Paul, perto
da sua bateria. Ele sorri e pisca para mim, me incentivando. Meus cabelos
estão molhados de suor, meu peito arfando.
Tomo um grande gole.

A energia nervosa começa a se agitar dentro de mim.

É agora. Jesus. Vou mesmo fazer isso? Por ela?

Sim, porra! Sim!

Tomo uma respiração profunda e tento imitar a segurança do Stone,


quando me encaminho para o meu pedestal.

― Paris, temos uma surpresa para esta noite. ― Liam diz ao seu
microfone, vindo para perto de mim, passando o braço pelos meus ombros. Ele
sabe que Collin tem razão. Eu estou me borrando na porra das calças! Cacete.
― Elijah insistiu em fazer uma música para vocês. ― a euforia diminui um
pouco. Eles devem estar surpresos como o inferno. ― Todos sabem que ele é
mestre na guitarra... ― meu parceiro sorri do seu jeito provocador e eu sei que
o idiota vai dizer, alguma asneira a seguir: ― Só para conferir, antes de deixá-lo
começar... Alguém aí com tomates, repolhos, ou outras merdas, que possam
sujar a roupa do meu parceiro? ― uma onda de gritos e gargalhadas estoura.

― Idiota. ― resmungo em meu microfone, mas, estou sorrindo também. ―


Obrigado, parceiro. ― digo olhando-o. Ele acena e vai pegar sua guitarra. ― Boa
noite, Paris! ― saúdo o público, que ovaciona de volta. Sorrio. ― Estou nervoso
pra caralho, então, sejam gentis comigo. ― peço. Mais declarações
entusiasmadas das fãs, perto da passarela. Seremos gentis! Vamos cuidar de
você, baby! ― Obrigado, queridas. ― sorrio para elas, que gritam mais ainda de
volta. ― A música que vou cantar é a porra de um tesouro, de Bob Dylan.
Espero não estragá-la. ― resmungo. ― Mas, quero pedir a vocês que a ouçam,
também na voz de Adele. ― sorrio mais amplo. ― É eu sei, um roqueiro ouvindo
música de mulherzinha... No entanto, não tenho vergonha de dizer, que me
tornei um fã recentemente. ― olho para o lado esquerdo do palco, onde Sara
está e nossos olhares se encontram. Ela parece chocada, aturdida. ― Uma
garota muito especial, me enviou uma carta bonita pra caralho e junto com ela
a música One And Only. ― os fãs se acalmam um pouco, curiosos sobre os
rumos disso tudo. Meus olhos não deixam os dela, em nenhum momento.
Alguns fãs começam a chamar o nome de Sara. Sorrio-lhes em agradecimento.
― Sim, Sara. ― falo agora diretamente para ela: ― Você me pediu uma chance
uma vez, pequena fada. ― ela abraça a si mesma, enquanto Mel sussurra algo
em seu ouvido. ― Agora, sou eu, pedindo-lhe uma chance. Apenas uma fodida
chance, é o que estou pedindo. ― aplausos, assovios e ovações entusiasmadas,
enchem o estádio. ― Eu amo você, pequena tempestade. Sou fodidamente louco
por você. ― murmuro, emocionado.

Ela leva as duas mãos à boca.

Posso sentir sua emoção daqui.

Puxo o microfone do pedestal e vou em direção ao piano. Me sento no


banco e ajusto o microfone, à altura da minha boca. Minhas mãos estão
suando e tremendo.

Porra, pare de ser um maldito veadinho e cante logo, caralho!

Rosno para mim mesmo.

― Make You Feel My Love! Não me deixe sozinho aqui, Paris. ― sorrio,
tentando descontrair.

A olho de novo. Ela está bem perto e posso ver seus olhos, cheios de
lágrimas. Corro os dedos pelas teclas suaves, tão diferente das minhas
belezinhas. Fecho os olhos e começo a tocar.

Make You Feel My Love

(Fazer Você Sentir Meu Amor)

When the rain is blowing in your face


(Quando a chuva estiver soprando no seu rosto)

And the whole world is on your case

(E o mundo todo incomodar você)

I could offer you a warm embrace

(Eu poderia te oferecer um abraço caloroso)

To make you feel my love

(Para fazer você sentir o meu amor)

Canto esses primeiros versos, tremendo pra caralho, mas, o público me


ajuda. Sorrio e vou ganhando mais confiança. Não soou tão ruim quanto
imaginei. Abro os olhos e encaro os lindos olhos marrons.

Ela está chorando abertamente agora.

Sinto os meus encherem d’água, enquanto a observo e continuo a


derramar, a porra do meu coração, como nunca pensei que faria algum dia.

Volte para mim, baby.

Peço-lhe com meu olhar.

Volte a ser minha de novo.

Sara

Ele é louco! Completamente maluco!


Emoções fortes, violentas me golpeiam, vendo-o se mostrando para mim
diante do mundo todo. Minhas lágrimas não param de descer pelo meu rosto,
pequenos soluços, escapando dos meus lábios.

Todo o tempo seus olhos verdes incríveis, estão presos aos meus. E de
repente, como se uma cortina fosse retirada da minha frente, eu vejo tudo lá.

Ele me ama.

Ele me ama!

Oh, meu Deus!

Realmente me ama e está mostrando isso, da forma mais bonita e


corajosa.

Eu sei o quanto tem receio de cantar em público. No entanto, está


fazendo isso para mim. Por mim.

Mel está fungando do meu lado e sussurra em meu ouvido:

― Ele te ama, maninha. Você consegue ver isso agora?

Eu apenas aceno, me sentindo entorpecida, anestesiada.

Comecei essa noite com o coração oprimido, doído por ter que deixá-lo.
Meu voo está marcado para daqui a pouco. Já teria que estar a caminho do
aeroporto agora. Na verdade, essa era a minha intenção, sair antes do final,
porque eu não conseguiria me despedir, de nenhum deles.

Sobretudo, dele.

You ain't seen nothing like me yet

(Você ainda não viu nada como eu)

I could make you happy, make your dreams come true


(Eu poderia te fazer feliz, tornar os seus sonhos realidade)

Elijah está seguro agora.

Sua voz firme, profunda, áspera lembra Jon Bon Jovi.

Não sei por que tinha tanto receio de fazer isso em público.

Eu tinha razão. Ele canta bem pra caralho e saber que está fazendo isso,
só para mim, faz com que me sinta a cadela mais sortuda nesse estádio.

Ele me ama.

Essa foi a coisa mais bonita e inesperada, que alguém já fez para mim.

A multidão canta junto com ele em um coro perfeito.

Sorrio em meio às lágrimas.

Oh, Deus, meu rock star todo fodão, meu garoto mau.

Lindo! Lindo demais!

Nothing that I wouldn't do

(Nada que eu não faria)

Go to the ends of the Earth for you

(Vou ao fim da Terra por você)

To make you feel my love

(Para fazer você sentir o meu amor)


Ele encerra o último verso.

Seus olhos muito brilhantes presos aos meus.

Pânico começa a me encher, quando se levanta do banco e começa a


andar em minha direção.

Eu posso fazer isso? Posso entregar meu coração de novo?

O estádio está sacodindo com os aplausos.

― Obrigado, Paris! Vocês foram incríveis por me deixarem fazer isso. ―


ele sorri, agradecendo aos fãs, que gritam palavras de incentivo, para seu
roqueiro.

Seus olhos se fixam nos meus e eu arfo com a intensidade que vejo lá.

Ele chega mais perto e sei que não há mais a menor chance de pegar
aquele avião.

Eu sou dele de novo.

Choro mais porque, na verdade, nunca deixei de ser dele.

Eu amo esse homem. Amo demais.

― Case comigo, Sara. ― me pede com um toque de desespero.

Seu tom agora, livre de toda brincadeira e provocação.

Suas palavras e a forma como as diz, me fazem oscilar em meus saltos.

Deus...

― Oh... ― é tudo que sai da minha boca, meu corpo sendo sacudido
violentamente pelo choque.
Oh, meu Deus! Ele disse mesmo isso?

Mais lágrimas turvam a minha visão e ele cai sobre o joelho direito,
puxando uma pequena caixa do bolso das calças.

Fico sem fôlego, quando a abre com mãos trêmulas e vejo o anel mais
perfeito, em toda a face da Terra, lá dentro.

Meu coração está batendo como um louco contra as costelas.

Estou com medo de desmaiar aqui.

― Case comigo, baby. ― repete com voz levemente embargada, seus olhos
brilhantes de lágrimas. E o mais assustador é que está dizendo tudo isso ao
microfone, se expondo completamente.

Ele é tão louco. Tão malditamente lindo.

― Sei que tem um voo reservado para daqui a pouco e se eu deixar você
entrar naquele avião, vou te perder para sempre. ― suas narinas tremulam,
enquanto puxa o ar bruscamente. ― Não sei mais o que fazer para provar o
meu amor, Sara. Esse anel sou eu me dando para você, pequena tempestade.
― sua voz treme. ― Sou eu pedindo para confiar em mim e ser minha outra vez.
Dessa vez para sempre. Isso é o quanto eu te amo. Eu amo você, Sara. Deixe-
me mostrar isso todos os dias, a partir de agora, baby. Prometo nunca mais te
decepcionar. Apenas me dê essa chance. Uma única chance, é o que estou
pedindo. ― estou chorando alto, soluçando sem controle. Duas lágrimas
grossas descem pelas suas faces angustiadas, à espera que eu diga alguma
coisa. ― Seja minha de novo. Case comigo, meu amor. ― suas últimas palavras
sussurradas, me invadem o peito, aquecendo-o, varrendo para longe, qualquer
resquício de dúvida, dor, decepção.

― Eli... ― eu coaxo, tremulamente. ― Oh, meu Deus... ― eu choro mais


alto e ele se levanta, certamente vendo a mudança em meu rosto e tom. ―
Baby... ― eu me jogo em seus braços, saindo da minha inércia patética. Seus
braços me rodeiam imediatamente, me apertando com força, nossos corpos
estão tremendo, colados, saudosos, cheios de amor. Ele encosta sua testa na
minha e respiramos pesadamente, nos olhando nos olhos. ― Você é louco!
Lindo! Sim. Oh, meu Deus! Sim! Sim! ― eu sorrio em meio às lágrimas.

Seu rosto é tomado pelo alívio e o sorriso mais bonito, se abre em sua
boca.

― Você não vai se arrepender, baby. Prometo te provar o meu amor. ―


murmura emocionado, aproximando a boca da minha.

― Você está começando bem. ― sorrio, me sentindo leve, como se o peso


do mundo todo, tivesse saído das minhas costas.

Ele sorri mais, seus olhos se iluminando lindamente.

― Sara... Meu amor... ― sussurra, sua mão direita, tocando meu rosto
suavemente, como se não acreditasse ainda. ― Senti tanto a sua falta, pequena
tempestade. Tanto.

― E eu a sua, baby. Todos os dias... ― murmuro de volta. Ele toma


minha mão direita e desliza o anel, lindo de morrer, em meu dedo.

― Minha. Para sempre. ― sussurra com os olhos lacrimosos ainda presos


aos meus e dá um beijo suave, sobre o anel. ― Minha. ― dessa vez, ele rosna,
então, sua boca está na minha, ansiosa, exigente, selando essa nova fase.

Me sinto morrendo e renascendo ao mesmo tempo. Tantos sentimentos


arrebatadores, tomando conta de mim, deixando-me arfante.

Ele está da mesma forma. Me beija com tanto desespero.


Nesse momento compreendo o quanto deve ter sentido medo de me
perder de verdade. E é nesse momento que meu coração se abre
completamente e o perdoo.

O agarro mais apertado pelo pescoço, mostrando-lhe como me sinto.

Há tanta saudade, tanta volúpia nesse beijo.

Sua língua dança com a minha entrelaçada, se lambendo sem o menor


decoro, intenso, gostoso. Suas mãos descem da minha cintura, cavando em
minha bunda, me forçando a abraçá-lo com as pernas.

O Estádio irrompe em gritos e assovios ensurdecedores, nos fazendo


sorrir na boca um do outro.

― Eu te amo. ― sussurramos ao mesmo tempo, sem parar de nos


devorar. Sorrimos pelo timing perfeito.

― Jesus... Sara... Baby... ― range em minha boca, o som áspero, cheio de


tesão me deixando insana. Ele sorri com meu gemido desesperado,
necessitado. ― Tanta saudade...Tanta saudade, porra... ― geme alto.

Ouço as risadas no palco.

― Parece que meu parceiro se deu bem... ― Liam brinca ao microfone. ―


Íamos fazer apenas mais uma música, mas, como foram muito gentis com ele,
vamos deixá-los escolher o bis, quem aí está dentro? ― o rugido entusiasmado
dos fãs, enchem nossos ouvidos em resposta. ― Elijah? Não quero interromper,
cara, mas, temos um show para terminar. Quando quiser voltar e pegar a porra
da sua guitarra... ― mais risos e ovações da plateia.

Elijah rosna me colocando em meus pés com relutância.


― Vá, baby. ― sorrio entre beijos. ― Estarei aqui esperando por você. ―
murmuro. Ele ruge, os olhos ferozes, famintos me comendo viva e empurra o
pau duro discretamente, em minha pélvis.

― Isso é o que vai ganhar, assim que a porra do show do terminar, baby.
Estou morrendo para comer a minha cachorra... ― Oh, cara... Eu alago
completamente. Ele me brinda com seu familiar sorriso perverso e morde o
meu lábio inferior. Gemo em sua boca. ― Eu preciso ir. ― lamenta.

Sorrio.

― Sim, precisa. Você é o garoto da guitarra... ― o provoco.

Ele sorri felicidade brilhando nos lindos olhos verdes.

― Não ouse se mover até eu voltar. Não posso perder você de vista. ―
murmura, me beijando suavemente e volta para o centro do palco.

A multidão o ovaciona, parabenizando-o.

Eu rio, toda boba, trêmula e perdidamente apaixonada, por esse lindo


bad boy do rock.

Oh, meu Deus! Ele me deu o seu anel!

Posso desmaiar agora, não posso?

O restante do show passa em uma névoa.

Tudo que consigo ver é o meu guitarrista lindo, arrasando nos solos. Ele
parece revigorado, tocando com uma energia contagiante. Elijah tem me
emocionado desde o primeiro show da turnê, quando apareceu usando o meu
presente de aniversário.

Deus, eu fui tão cega... Ele me ama.


Corrigindo: sou a cadela mais sortuda do mundo inteiro, não apenas
desse estádio.

Liam encerra após as duas músicas prometidas e uma explosão de fogos


multicoloridos, ganham o céu do estádio.

Os caras fazem solos em seus instrumentos.

Fumaça e um espetáculo pirotécnico tomam o palco e meu roqueiro


finalmente, vem para mim.

Enquanto eu viver nunca esquecerei esta noite.

Eu estava certa, Paris sempre estará em meu coração.

***

Entramos no salão de jogos do hotel quarenta minutos depois e somos


recebidos com palmas, assovios e muitos palavrões, tanto dos caras, quanto da
equipe de apoio.

Eli sorri baixinho no meu ouvido. Seu braço está enrolado


possessivamente em minha cintura. Suspiro feliz. Ele puxa minhas costas para
sua frente e anda comigo assim.

Amo quando faz isso. É como uma reivindicação.

Vimos em carros separados. Collin e Sean vieram conosco no carro


conduzido por Mat. Liam e Paul vieram no outro carro com Greg.

Mel está sorrindo largamente para mim quando nos aproximamos.

Todos estão com taças de champanhe em suas mãos.


Liam sugere um brinde às bolas presas de Elijah e a sala toda irrompe
em gargalhadas. Eli rosna às minhas costas, mas, sorri, me apertando mais
contra si.

Orientei a equipe do hotel, para preparar o salão para a confraternização


da banda, após o show.

Foi minha última ação como assessora deles.

Nem em sonhos imaginei que estaria de volta e comemorando meu


noivado.

Fale sobre uma reviravolta... Sorrio, suspirando pelo que deve ser a
milésima vez, nos braços de Eli.

Ficamos um pouco e resolvemos subir. Nossa fome um do outro atingiu


um nível absurdo e precisa ser saciada com urgência, a julgar pelos olhares
indecentes que estamos lançando, um ao outro e a ereção deliciosamente
avantajada, do meu noivo, esfregando em minha bunda, todo o maldito tempo.

Noivo... Puta merda. Sou sua noiva.

Uma pessoa pode morrer de felicidade?

Essa dúvida me bateu agora.

Antes de sairmos, Elijah me deixa um minuto e vai até Collin que está
cercado pelos parceiros. Eles rugem palavrões e batem em suas costas, como
se o incentivando em algo. Elijah o abraça daquele jeito estranho que os
homens fazem. Ouço-o rosnar claramente: vá pegar sua mulher, irmão.

Meu coração aperta um pouco, ao lembrar seu problema com Selena. Ela
nem mesmo veio para a turnê. Espero que tudo se resolva. Eles se amam.
Qualquer um pode ver isso.
Acabo de entender que quando existe amor, sempre vale a pena tentar.

Quando entramos em sua suíte, aquela em que estivemos há dois meses,


eu estou uma pilha de nervos. Ele não me tocou no elevador. Só ficou me
olhando com esses olhos verdes intensos, escuros de tesão, enquanto eu o
cobiçava em resposta, juntando as coxas, para conter minha excitação.

O arremedo de sorriso malvado curvou os cantos de sua boca, me


fazendo molhar e palpitar ainda mais. Deus, eu sou louca por esse olhar de
menino mau. O vejo andar devagar para ao mini bar. Vou atrás, meus passos
incertos, minhas pernas estão tremendo, minhas mãos suando.

Puta merda. Não é como se nunca tivéssemos feito isso.

Não, na verdade, nunca fizemos nada parecido.

Tudo tem um novo significado agora. Somos um do outro e isso está me


deixando nervosa, excitada, mexida, sentimental, tudo isso junto.

Ele pega o controle do som, ligando-o. Em seguida, vai em direção a um


balde de gelo, sobre a bancada. Me olha por cima do ombro e sorri, sabendo
que estou pingando aqui.

Cachorro gostoso.

― Champanhe, baby? ― murmura, sua voz muito rouca.

Meneio a cabeça, levando minhas mãos para trás do meu vestido.

Hora de mandar esse clima de estranhamento para longe.

Se há uma coisa em que somos bons, é em ir direto ao ponto.

― Eu prefiro você. ― ronrono, descendo o zíper devagar.

Ele sorri mais, os olhos brilhando perversamente e se vira para mim.


I Need You Now na voz de Adele começa a tocar.

Desço o vestido lentamente pelo meu corpo.

― Adele? garoto da guitarra? ― o provoco.

Seus olhos se iluminam com humor, descendo pelo meu corpo e eu sinto
isso, como uma carícia, em minha pele.

― Minha noiva gosta dessa merda. ― murmura. Meu coração aquece ao


ouvir essas palavras. ― e eu sou louco por ela. ― diz, seu olhar me comendo,
me deixando mais louca ainda. O tecido cai aos meus pés. Saio dele e faço uma
pose ousada. ― Jesus, eu senti falta da minha menina atrevida... ― geme
rouco, áspero, arrancando sua jaqueta de couro, seus olhos presos aos meus.
Puxa a camiseta branca pela cabeça. Seus cabelos ficam revoltos. Lindo. Lindo
demais. Meus seios intumescem. Vem devagar até parar na minha frente, seu
perfume gostoso me provoca e eu arfo baixinho.

― Eu te amo. ― digo com voz embargada, meus olhos marejando. Seu


rosto fica sério e suas mãos passeiam pelo meu ventre, subindo pelos seios,
amassando-os, puxando os mamilos. Minha calcinha encharca. Sua carícia
sobe pelo pescoço e ele me puxa pelos cabelos da nuca, aproximando nossos
corpos.

― Diga isso de novo. ― rosna bem perto da minha boca. ― diga que
nunca vai me deixar porque eu morro, se você fizer. ― suas mãos estão
tremendo, me deixando saber, o quanto esse momento o está afetando
também.

― Eu amo você. ― choro, acariciando seu peito forte, inalo


profundamente, me embriagando em seu cheiro. ― E eu morro também se você
me deixar de novo.

Seus olhos verdes brilham mais.


― Nunca. ― ele ruge. ― Nunca mais vou deixar você, baby. Nunca, porra!
― seus braços descem pelas minhas costas até alcançar a bunda e me levanta.
O abraço com as pernas. Sua boca invade a minha num beijo urgente. Ele me
devora com fome, suas mãos amassando, se infiltrando por dentro da calcinha,
deslizando pela minha racha. Eu me esfrego em seu pau duro como pedra,
chupando sua língua. Um rosnado animalesco sai dos lábios, para os meus. ―
Vadia gostosa... Minha puta... Toda minha porra! ― ronrona, mordendo meus
lábios, queixo, descendo para o pescoço. Eu pendo a cabeça pra trás,
deixando-o me lamber, chupar, morder. ― Vem me dar gostoso, minha
cachorra... ― sorri perverso, me levando para a cama. Me deposita no centro e
se afasta, começando a abrir as calças. Meu coração está martelando no peito.
Em segundos seu pau está livre e seus lábios indecentes, torcem num sorriso
arrogante, quando gemo com meus olhos colados em seu pau. Salivo. ― Deus...
Essas meias... ― diz com voz grossa, vindo para cima da cama. ― Você é uma
menina muito má, baby... ― seu tom pinga sacanagem.

Eu tremo quando pega meu pé direito, tirando o sapato devagar. Beija-o,


rolando esses lábios lindos neles. Estou ofegando, segurando o lençol de cada
lado. Repete o gesto com o outro, seu olhar preso ao meu. Aquela ferocidade
própria dele está tomando os olhos verdes agora. Sobe as mãos pelas minhas
pernas, parando no topo das meias em minhas coxas. Prendo a respiração,
querendo que toque mais para cima. Ele sorri baixinho. Eu lamento quando
começa a desnudar uma perna.

― Pensei que gostasse delas... ― minha voz é só um coaxar.

Algo mau brilha em seus olhos e ele sorri lentamente.

― Oh, baby, eu gosto... ― murmura, continuando sua tarefa. ― Gosto


muito... ― diz enigmaticamente. Retira a outra e se eleva, vindo para cima de
mim, segurando as meias. ― Mas, eu tenho uma utilidade melhor para elas,
minha cachorra. ― rosna. ― Estenda os braços para a cabeceira, Sara. Vou
comer você amarrada. Tenho sonhado, fantasiado isso, cada um desses
malditos dias, em que você me deixou sozinho. ― puta merda. Eu junto as
coxas, choques de excitação invadindo minha vagina. Estendo os braços para
trás e ele amarra meus pulsos rapidamente, seu lindo rosto concentrado na
tarefa. Se afasta e observa sua obra. ― Jesus... Linda demais... Tão... Porra,
linda. ― diz com reverência em seu tom. ― Depois farei amor bem lento, com a
minha noivinha linda, mas, agora eu preciso da minha putinha suja, imunda
me dando bem gostoso, duro, bruto... Me fazendo gozar como só ela faz... ―
range, sua mão acariciando meu rosto, seus dedos passando sobre os meus
lábios, forçando-os a entreabrir. Os chupo. Ele geme longo e agoniado. Olho
entre nós, seu pau está babando pré sêmen, da ponta.

― Por favor, baby... ― imploro. Mas, ele tem outros planos. Começa a me
torturar com beijos, lambidas, chupadas, mordidas; por cada centímetro da
minha pele. ― Eu preciso...

― E eu preciso saborear a minha mulher inteira. ― rosna, dando um


chupão dolorido e gostoso na carne macia do meu seio. Sua boca se fecha no
mamilo em seguida e o chupa duro. Grito ensandecida de tesão. ― Vou levar a
porra de um mês em cima de você, para matar apenas um pouco da saudade,
que me fez sentir, Sara. ― se arrasta para baixo do meu corpo e apalpa entre as
minhas coxas, cavando a minha vagina, do seu jeito possessivo que eu amo. ―
Vou comer você tanto, minha cachorra. Tanto, porra... ― geme alto e rasga a
minha calcinha grosseiramente. Arqueio as costas, meus pulsos sendo
puxados para trás, com força. Ele sorri todo menino mau e arreganha as
minhas coxas, quase dolorosamente.

― Ohhh! Eli... Deus... ― gemo alto quando lambe o meu clitóris. Ele faz
isso lentamente no começo, apenas me torturando, me deixando na borda, sem
fazer pressão, para eu gozar. ― Seu vira-lata! Cão sarnento... Ohhh, puta
merda... ― meus xingamentos viram gemidos ofegantes, quando chupa com
vontade e me dá tapas fortes, nas nádegas. Enfia dois dedos em minha vulva e
rosna, passando a me foder com força. Estou quase lá. Ofego, minha
respiração rasa. Eli puxa os dedos, fazendo aquela coisa, de massagear meu
ponto G. ― Oh, Deus, baby... Eu vou... Estou... ― balbucio e grito a seguir,
gozando forte, esguichando em seus dedos.

Caio no colchão, mole, tentando respirar. Não sei como consegue fazer
isso. É tão perfeito. Ele lambe todo o meu gozo, levando os líquidos para o
ânus, massageando-o com maestria. Logo está metendo dois dedos lá,
enquanto continua a comer a minha vagina, com a boca, enfiando a língua na
vulva, cavando todo o creme.

Não demora muito, estou gemendo, arquejando, a fome para ser


preenchida por ele, voltando com tudo.

― Por favor, amor... Preciso do seu pau todo dentro de mim... Me dê isso,
droga!

Ele sorri perverso e se arrasta para cima de mim.

― Porra, se continuar assim, implorando pelo meu pau, vou rasgar você,
cachorra gostosa... ― gemo, lamuriosa, meu tesão subindo a níveis
estratosféricos, com sua linguagem chula e seu olhar malvado.

Estamos os dois tremendo. Gememos, famintos quando nossos corpos se


tocam. Nossa pele inflamando como sempre acontece.

― É isso que você quer, baby? ― grunhe, se alinhando em minha


entrada. Eu ofego, esperando, ansiando pelo seu pau. ― Então, toma, minha
putinha atrevida! ― murmura em minha boca.

Seus olhos encontram os meus e flexiona o quadril, metendo tudo numa


estocada forte, entrando todo, me arreganhando quase além da minha
capacidade. Eu grito, extasiada, a dor e o prazer rivalizando, me entorpecendo.
― Oh, porra! Sara... Minha cachorra deliciosa... ― ele trinca os dentes,
parando uns segundos, seu volume grande e grosso pulsando dentro de mim.
Meu ventre incendeia e eu gemo sem controle, quase à beira de outro orgasmo.
― Eu te amo, baby... ― ruge quase com desespero, suas mãos vindo para cada
lado do meu rosto. O abraço com as pernas. Ele escorrega mais uma polegada,
para dentro. Nos olhamos fixo, resfolegando na boca um do outro, tão ligados,
tão perdidos nesse momento. Tão loucos de amor e tesão, que nada mais existe
no mundo, só nós dois aqui, nos reconectando de novo. Ele geme longamente e
puxa para fora, voltando bruscamente até o fundo. Arqueio as costas, meus
calcanhares puxando-o pela bunda firme. ― Porra, sim, baby... Me deixe comer
você... Matar a minha fome, da minha vadia gostosa... Ahhh! Que gostoso
meter em você, amor... ― ganha impulso, me comendo furiosamente agora. Não
há nada que eu ame mais, do que isso. Ele em cima de mim, me fazendo dele,
me chamado do que quiser, tomando tudo que lhe pertence.

― Também te amo, amor... Tanto... ― choramingo, espremida no colchão,


sendo consumida pela sua força e fome vorazes. ― Faça tudo que quiser
comigo... Faça tudo, baby... ― ele rosna, continuando a olhar quase
hipnoticamente, dentro dos meus olhos, batendo em mim, me enchendo
bruscamente, se enterrando tão profundo.

― Ohh... Toma o meu pau todo... Me dê assim... Ficar sem essa


bocetinha apertada, estava me matando, porra! ― sua voz baixa, áspera, rouca
faz um arrepio descer minha coluna lentamente, incendiando e se espalhando
pelo meu corpo.

Tantos sentimentos gritando dentro de mim. Paixão, luxúria, esse desejo


carnal, primitivo, que só ele consegue acender e satisfazer, me consumindo
sem dó. E há o amor. Deus, tanto amor por esse homem. Estava morrendo sem
isso. Tudo em mim doendo de saudade dele, sua voz, seu cheiro, seu corpo
grande, em cima do meu, dominando, me comendo assim com sua intensidade
bruta.
Seus lábios se abrem nos meus num gemido ofegante, ganancioso. As
coisas saem rapidamente de controle e estamos fodendo como animais
raivosos, urrando, rosnando e nos comendo, sem restrições

Labaredas de luxúria invadem minhas entranhas se espalhando,


devastando tudo, até o gozo explodir, violentamente no fundo do meu ventre.
Grito alto, meu corpo estremecendo, sendo brutalmente tomado pelo orgasmo.
Ele passa os braços por baixo das minhas costas e puxa meus ombros,
angulando sua penetração mais profunda. Urra, metendo em mim bruto, se
enterrando até o cabo, seu pau longo e grosso me arreganhando ao máximo,
sem piedade. Seus olhos estão escuros e seu rosto contorcido pelo prazer. Sua
boca se choca com a minha num beijo lascivo, me devorando com seu pau, sua
boca, seu corpo todo, fazendo-me dolorosamente consciente, de que sou dele.

Apenas dele. Para sempre.

Rosnados animalescos saem da sua boca, direto para a minha, enquanto


me come esfomeado. Seu pau me rasga até o útero e ele começa a gozar, me
enchendo de esperma quente.

― Porraaaaa! Sara... Eu te amo tanto, baby... ― ruge, metendo e gozando


furiosamente em mim. ― Toma meu gozo todo, minha puta... Assim, amor...
Que gostoso encher você de porra...

Choramingo que o amo de volta. Meu corpo arrepia; meu orgasmo


intensificando, à medida que sinto seus jatos me alagando. Ele me agarra com
desespero, forçando meus pulsos, presos à cabeceira. É doloroso, mas, não me
importo.

Ele precisava disso.

Eu precisava disso, ser completamente dominada, pelo único homem que


tem o poder para me devastar.
Tremores nos sacodem, espasmos de prazer dilacerante, gostoso, intenso
demais. Tanto tempo longe, tanta saudade, tanta dor me mantendo distante
dele e agora, ele está aqui.

Ele é meu e eu sou dele. Esse conhecimento me faz chorar baixinho.

― Me solte, amor. Preciso abraçar você. ― digo com voz embargada.

Ele está arfando, quando me liberta. Massageia meus pulsos com


suavidade. Então, o agarro, puxando-o para mim com força. Eli faz o mesmo.
Ficamos assim, nos fundindo em um só. Ainda metendo fundo em mim, seus
lábios beijando minhas lágrimas. Suavidade e reverência, se misturando com
nossa paixão.

― Shhh, não chore pequena tempestade... ― murmura, ainda ofegante. ―


É isso agora, baby. ― me olha nos olhos, todo corado e lindo, seus cabelos
compridos, caindo sobre o rosto. Encosta a testa na minha e respiramos o
mesmo ar. Os olhos verdes estão suavizando. ― Só eu e você, amor. Só nós
dois. Ninguém pode tirá-la de mim e ninguém pode me tirar de você.

Me pergunto mais vez, se é possível alguém morrer de tanta felicidade.

― Só nós dois, meu amor. ― sussurro de volta. ― Para sempre. ― Seus


olhos estão límpidos, ternos, como nunca tinha visto antes, me olhando com
tanto amor. Como sonhei tantas vezes que me olhasse. Acaricio seu rosto
perfeito, mais lágrimas, vindo. Sorrio, tremulamente. ― Quero isso aqui, para
sempre.

Ele inala, seus olhos muito brilhantes, passa os dedos numa carícia
suave pelas minhas faces, me olhando, como se eu fosse uma obra de arte
preciosa.

― Você já tem, baby. ― sussurra.


― Me perdoe por machucar você... ― peço baixinho, me referindo à cena
de ontem com André.

Inevitavelmente, minha despedida do meu ex-noivo me volta à mente.

Quando voltamos da casa noturna, o mandei embora.

Escancarei tudo, que o havia usado para atingir Elijah.

Surpreendentemente, ele não se exaltou como pensei que faria. André


apenas aceitou tudo que lhe disse, com ombros caídos, derrotado. Desejei-lhe
uma vida e um futuro feliz. Disse que iria voltar para o Brasil, mas, não havia
mais chance, entre nós. Antes que saísse do meu quarto ele me abraçou
longamente. Quando me olhou nos olhos de novo, estava chorando.

― Você devia perdoá-lo. ― murmurou. ― A forma como olha para ele e a


forma com ele a olha de volta... Isso não pode ser encontrado em qualquer lugar.
― seus ombros caíram mais. ― Você nunca me olhou dessa forma, Sara.

― Eu te amei, André. Realmente amei. ― sussurrei chorando também. Era a


despedida do homem com quem dividi anos da minha vida. ― mas, com ele... O
que eu sinto por ele é maior do que qualquer coisa que já senti. Sempre vou amá-
lo. Sempre.

Ele acenou tristemente.

― Então, não perca isso. ― seu olhar deslizou pelo meu rosto a última vez. ― não
perca o grande amor da sua vida.

― Shh, não. ― a voz áspera que tanto, amo me puxa de volta dos meus
pensamentos. Eli está me olhando com tanta ternura... Seus dedos tocando
meus lábios. ― Não vamos mais falar dessas coisas. Tudo isso ficou para trás,
no momento em que me disse sim, naquele palco. ― diz baixinho, mas, com
firmeza.
― Você foi perfeito lá em cima. ― embargo de novo, tanta emoção
enchendo o meu peito. ― Lindo, baby. Lindo demais.

Ele sorri, emoção tingindo seu rosto e limpa minhas lágrimas


suavemente.

― Eu te amo. ― sussurra roçando os lábios nos meus. ― Te amo, te amo,


te amo...

― Também te amo. ― sorrio tremulamente. ― Te amo, te amo, te amo...

Nos beijamos devagar, saciados, mas, ainda famintos um pelo outro.

Ficamos assim por um longo tempo, apenas namorando, bebendo os


suspiros felizes que deixam nossas bocas.

― Em algum momento, vou querer alguns moleques, pequena


tempestade. ― ele murmura, sorrindo, do seu jeito provocador. Meu coração
canta ao ouvi-lo já fazendo planos, para o futuro.

― Eu também, baby. Ver a Mel grávida pela segunda vez me deixou meio
sensível. ― murmuro um pouco ofegante, pelo seu peso me esmagando.

Ele sorri baixinho e rola comigo, me colocando por cima, mas, ainda
permanece dentro de mim e duro.

Puta merda. Muito duro.

Me debruço sobre o seu peito, beijando seus músculos suados, subindo


pelo queixo insolente e áspero, da barba por fazer.

― Nós vamos providenciar isso, baby. ― sussurra, suas mãos correndo


suavemente pelas minhas costas, bunda, coxas. ― Mas, teremos muitas fodas
pervertidas antes disso. Quero você só para mim, pelos menos, por mais um
ano. Quero comer e judiar de você no clube muitas, muitas vezes.
― Só se você tiver sorte, garoto da guitarra. ― ronrono, sorrindo,
atrevida, safada. Ele devolve meu sorriso lascivo. Chupo seu lábio inferior,
começando a me mover devagar, moendo em seu pau. Ele rosna e me dá um
tapa, na bunda.

― Oh, baby, eu tenho... ― crava as mãos em meus quadris e me puxa


com força para baixo, me empalando perversamente. Grito. Ele abocanha um
seio, lambendo o mamilo, me fazendo ganir. Rola a língua, me olhando com
esses olhos malvados e zombadores que me escravizaram. ― Tenho sorte pra
caralho.

Sorrimos e nos beijamos languidamente.

Então, ele passa a noite inteira me mostrando exatamente como tem


sorte...

Como nós dois temos sorte.

CAPÍTULO VINTE E DOIS

Sara

Um dia depois...

Termino de me maquiar e saio do banheiro. Eli vai me levar em um


jantar romântico esta noite. Nosso primeiro encontro oficial.
Suspiro feliz ao vê-lo na sacada falando ao celular.

Ele está usando um terno escuro, todo alinhado. Tão lindo.

Estamos em uma névoa de felicidade, desde ontem.

Liam, Mel e os outros embarcaram de volta a LA hoje ao meio-dia, mas,


Eli quis permanecer aqui, por mais uma semana. Só nós dois.

Conversamos com meu pai ao telefone hoje e fiquei surpresa, quando me


disse que Eli já havia pedido a minha mão, para ele uma semana antes. Esse
seu Pedro... Rio feliz.

Na próxima semana iremos até Seattle. Eli quer me apresentar para o


resto da sua família. Sua mãe e avó ligaram hoje cedo e o intimaram a me
levar.

Gosto das duas mulheres. Elas são assustadoramente adoráveis como o


próprio Eli costuma dizer.

Felicidade absoluta me define nesse momento. Nunca vi nada mais


bonito, do que seu pedido de casamento. Nem mesmo nos meus livros que
costumo ler.

Bem, parece que eu consegui domar o meu lindo bad boy.

Meu telefone apita me avisando de uma mensagem. É de Peter. Nossa,


na minha bolha feliz, esqueci-me completamente do coitado.

Peter Pan: Oi, Pequena Fada. Parece que fui esquecido...

Sorrio levemente, digitando uma resposta.

Pequena Fada: Ei, Peter... Rsrs. Desculpe-me, é que as coisas ficaram um


pouco intensas, por aqui... Mas, estou maravilhosamente bem. E você?
Peter Pan: Bem, eu estou feliz. Finalmente consegui a minha garota de
volta.

Uau! Isso me faz sorrir mais. Estou tão feliz por ele.

Pequena Fada: Uau! Meus parabéns, Peter! Já estava na hora dessa


cadela cair na real... Bem, eu também resolvi parar com a merda e dar uma
chance, ao meu lindo garoto mau.

Ele envia uma carinha sorridente.

Peter Pan: Garoto mau, hein? Rsrs. Você está feliz? É isso que realmente
quer?

Pequena Fada: Sim! Delirantemente feliz! Ele é tudo que mais quero. Sou
louca por aquele homem. Eu estava tão iludida, achando que podia ficar longe
dele. E você? Como conseguiu sua garota?

Peter Pan: Eu a pedi em casamento de uma forma, digamos... Inusitada.

Isso me faz franzir o cenho, intrigada com as coincidências, em nossas


histórias.

Pequena Fada: Nossa, há muitas coincidências em nossas histórias. O


cão sarnento lindo, me pediu em casamento também. E de uma forma bem
inusitada...

Peter Pan: Ele sabe que você o chama assim, com adjetivos tão
pejorativos, Pequena Fada?

Gargalho. Deus, não sei o que há entre nós. Sinto essa intimidade com
ele.

Pequena Fada: Oh, Peter, ele sabe e adora, quando está sendo mau
comigo na cama...
Eli sorri da sacada. Eu o olho. Ele está entretido, digitando em seu
celular.

Pequena Fada: Bem, foi ótimo falar com você, mas, meu noivo muito
gostoso, está me aguardando para irmos a nosso primeiro encontro!

Peter Pan: Cara de sorte esse seu noivo, Pequena Fada... A propósito,
você está muito gostosa nesse vestido. Amarelo valoriza essa pele morena, linda
do caralho.

Engasgo ao ler isso.

Olho para o meu vestido amarelo esvoaçante.

O que... Quando levanto o olhar, Eli está vindo da varanda, seus olhos
verdes, brilhando com humor.

Oh, Deus... A ficha de repente cai.

Era ele esse tempo todo? Puta merda.

O olho, piscando confusa, quando para à minha frente.

― Puta merda! Baby... Era você? ― estou tão emocionada e surpresa


agora. Ele acena e me puxa delicadamente pela cintura.

― Foi a única maneira que encontrei, de conversar com você, todos os


dias. ― sussurra me olhando dessa forma suave, que estou me acostumando a
ver, em seu rosto. ― As duas primeiras semanas, estava enlouquecendo de
saudade de você, baby. Morrendo. ― toca meu rosto, me olhando fixamente. ―
Em uma das vezes, que fui até sua sala na gravadora e você não quis me ouvir,
vi seu perfil falso aberto, em seu laptop e não perdi tempo. ― abre um meio
sorriso travesso e malicioso. Sorrio também. ― Gostei que usasse o apelido que
dei a você. Peter Pan, pareceu-me apropriado para mim...
― Seu maluco. ― murmuro, abraçando-o pelo pescoço. ― Isso explica
porque sempre me senti conectada, íntima do Peter desde o começo. ― toco seu
rosto perfeito. Ele sorri amorosamente para mim. ― Isso foi tão doce, baby. Não
estivemos realmente separados, não é? ― meu coração aquece, cheio de amor
por esse homem. ― Eu te amo. ― sussurro, olhando-o apaixonada.

― Também te amo, pequena fada. ― sussurra e sua boca desce em um


beijo suave na minha. Gemo, derretendo em seus braços. ― Me sentia mais
leve e esperançoso quando falávamos, porque você nunca negou o que sentia
por mim.

― Eu nunca consegui negar, amor. ― digo contra seus lábios. Então,


gemo, recordando que chamei a mim mesma de cadela, e dos conselhos que dei
a Peter. Oh, cara... ― Deus, eu não acredito que me chamei de cadela e lhe dei
todos aqueles conselhos, seu cão sarnento. ― bato de leve em seu peito.

Ele sorri; seus olhos incríveis brilhando, com diversão e algo perverso.

― A defendi todas as vezes que se chamou de cadela, amor. Mas, quanto


aos conselhos... Foi divertido, pequena fada. ― gargalha quando faço um
beicinho amuado. ― Vê-la me dizendo como pegar uma cadela, foi hilário, baby.
― os olhos verdes zombam de mim.

― Não teve graça essa parte. Você é tão idiota... ― resmungo. Ele me
levanta do chão e gira comigo, então, sua boca está na minha de novo. Eu rio
contra seus lábios, me deixando ser seduzida, pelo beijo delicioso. ― Onde
estamos indo? ― pergunto, tentando não soar tão curiosa.

Ele sorrir do seu jeito infame, zombador, sabendo que estou me


contorcendo de curiosidade.

― É surpresa, baby. Não há nada que possa fazer, para arrancar essa
informação de mim. ― ele aperta os lábios juntos, com uma expressão divertida
no rosto.
Deslizo as mãos pelo seu peito, meus olhos e sorriso lançando uma
proposta devassa. Seu sorriso se abre lentamente.

― Tem certeza, baby? ― mordo seu lábio inferior. Ele geme e me coloca
no chão.

― Comporte-se, pequena tempestade. ― rosna me dando um tapa na


bunda. ― Estou tentando levar minha noiva, em uma noite romântica. Será
que pode facilitar as coisas? ― eu sorrio ainda mais maliciosa.

― Oh, baby, estou tentando facilitar... ― ele gargalha.

― Cachorra gostosa... ― rosna, me puxando em direção à porta. ―


Vamos. Quando voltarmos vou judiar tanto, dessa pequena boceta gananciosa,
porra.

Merda. A dita cuja molha e lateja miseravelmente.

Eli me olha de lado e sorri perversamente. Vira-lata. Ele sabe como me


deixa uma poça com seu palavreado chulo.

Saímos e damos de cara com Mat do lado de fora da suíte. Ele nos
cumprimenta, avisa que vai tomar outro elevador e nos aguardar no
estacionamento. Pouco depois, nos juntamos a ele no carro alugado. Elijah
puxa uma venda, do bolso das calças e me lança um sorriso safado.

― Sério? Tanto mistério, garoto da guitarra... ― sorrio, deixando-o colocar


o tecido sobre os meus olhos. ― Você tem taras em vendas?

Ele sorri baixinho e me beija suavemente nos lábios.

― Tenho tara em você, baby. ― grunhe, puxando meu lábio inferior entre
os dentes. Gemo. ― Amo você vendada. Me excita. Meu pau está tão duro
agora, porra. Vai me custar muito não enfiá-lo nessa boquinha linda, durante o
percurso.
― Seu bruto... ― mio, meu centro umedecendo e aquecendo ainda mais,
com seu tom sexual.

Ele sorri, prendendo o cinto em mim.

Pouco depois, o veículo começa a se mover. Não sei ao certo quanto


tempo rodamos.

O veículo para e Eli me ajuda a descer. A brisa noturna nos assalta, me


deixando saber que estamos ao ar livre. Seu braço me firma pela cintura,
puxando-me bem junto de seu corpo e andamos, não sei para onde.

Devo admitir que isso me excita também. Amo esse lado excêntrico do
meu roqueiro fodão.

Entramos no que parece ser um elevador; eu posso sentir a subida. Ouço


as portas se abrindo. Ele me ajuda a sair.

― Sr. Allen, é um prazer tê-lo conosco esta noite. ― diz uma voz
masculina, cerimoniosa.

― Obrigado, cara. ― Eli diz no modo roqueiro e seguro um sorriso. ― esta


é a minha noiva, Sara Nogueira. ― meu peito fica todo amolecido com a nota de
orgulho, que sinto em seu tom.

― É um prazer recebê-la esta noite, Srtª Nogueira. ― o homem diz. Eu


aceno.

― Baby... ― eu chio, querendo me ver livre logo da venda. Eli sorri, me


puxando mais para perto e beija meus cabelos.

― Só mais um pouco, baby. Estamos quase lá. ― murmura, obviamente


se divertindo com meu estado curioso.

Avançamos mais alguns passos e ele para.


Tudo está silencioso. Meu bom Senhor, para onde ele me trouxe?

Sinto-o às minhas costas, então, seus dedos puxam a venda gentilmente


e eu pisco, para me acostumar com o ambiente. Estamos perto de uma parede
de vidro, com a vista de Paris toda iluminada abaixo de nós.

― O mundo a seus pés, amor. É isso que terá de agora em diante. ―


murmura asperamente em meu ouvido, seus braços se fechando em minha
cintura, puxando-me contra seu peito, com sua possessividade característica.

― A Torre Eifel? ― coaxo, meu tom emocionado, enquanto seus lábios


quentes seduzem meu pescoço com beijos e chupadas deliciosas. Estivemos
aqui da primeira vez, mas, apenas visitamos como turistas normais. ― Eli... ―
giro em seus braços, abraçando-o pelo pescoço. ― Isso é lindo. Você é lindo,
amor. ― sussurro, levantando meu rosto para o seu. Fico ainda mais
emocionada com seu sorriso e seus lindos olhos verdes, que me olham com
adoração agora.

― Você gostou mesmo? ― pergunta baixinho, suas mãos passeando


suavemente pelas minhas costas. ― Sou novato nessa merda cor-de-rosa...

Eu sorrio, meneando a cabeça. Eli sendo Eli...

― Perfeito, garoto da guitarra. ― ronrono. ― Está se saindo muito bem


nessa merda cor-de-rosa. ― o provoco e ele abre o sorriso lindo, que eu amo.

― Prometo pegar umas dicas com o Stone. Aquele bastardo sim, sabe ser
romântico. ― resmunga e eu rio mais.

― Não. Eu amo você do jeito que é. ― digo, ficando séria. ― Não mude
nada, baby. Você é perfeito para mim.

Seus olhos se acendem com humor e perversão.


― Oh, baby, você gosta mesmo de uma vida difícil, não é? ― mói o pau
duro discretamente, em minha pélvis e gemo baixinho, olhando em volta, com
receio de sermos flagrados aqui.

― Por que está tudo tão silencioso?

Ele me oferece um olhar arrogante.

― Aluguei o restaurante para nós esta noite. Só para nós.

― Uau! Só para nós? ― chio surpresa. Uau.

Olho em volta com mais atenção. O ambiente é muito sofisticado.

O garçom que, provavelmente nos atendeu, está ao lado de uma mesa


ricamente posta perto da parede de vidro, oposta. Essa é a única mesa no salão
vazio. Há um lindo arranjo de rosas vermelhas no centro e um balde com uma
garrafa de champanhe dentro. Há candelabros suspensos nas paredes,
lançando uma luz suave, deixando o salão aconchegante.

Meu coração aquece com tudo que preparou para mim e meus olhos
lacrimejam. Meu olhar volta para o seu.

― Obrigada. Me sinto no topo do mundo aqui... ― digo com voz levemente


embargada. ― Em seus braços.

Seu belo rosto amolece, com meu tom amoroso e seus olhos brilham,
como duas pedras preciosas.

Deus, ele é tão bonito. Ainda fico embasbacada, encantada, olhando-o.

Ainda estou assimilando que ele é meu. Só meu.

― Também me sinto assim, baby. ― sopra contra os meus lábios. Nossos


olhares presos, sussurrando, reafirmando o nosso amor. ― Na porra do topo do
mundo, porque tenho você de volta, em meus braços.
Nesse momento o sistema de som é ligado e a introdução de Thank You
For Loving Me do Bon Jovi, começa. Seus braços me apertam mais e suspiro
feliz nos movendo devagar, nos olhando nos olhos. Ele acompanha a música,
cantando baixinho, trazendo lágrimas aos meus olhos.

Thank you for loving me

(Obrigado por me amar)

For being my eyes

(Por ser meus olhos)

I couldn't see

(Quando não podia enxergar)

Sei inequivocamente que nunca fui tão feliz. E sei, com uma certeza
nova, dentro de mim que haverá muitos, muitos momentos como esse, em
nosso futuro.

― Lindo... ― murmuro, embargada. Seu sorriso se abre e ele continua a


me encantar, com sua voz profunda e áspera.

I never knew I had a dream

(Eu nunca soube que tinha um sonho)

Until that dream was you

(Até que esse sonho era você)

When I look into your eyes

(Quando olho dentro de seus olhos)

The sky's a different blue


(O céu é um diferente azul)

Cross my heart

(Cruze meu coração)

― Tão lindo, baby. Amo a sua voz. Eu amo você. Muito. ― digo olhando
em seus incríveis olhos verdes. Sua mão vem suave, para minha face, limpando
uma lágrima que eu nem sabia que tinha caído.

Ele inala agudamente, seus olhos marejados, amolecendo


completamente.

Amo como se mostra para mim agora. Seus sentimentos escancarados


em seu rosto e olhar.

― Isso é bom, pequena tempestade. ― murmura contra a minha boca. ―


Porque amo você demais. Demais, baby. ― seu olhar desliza por todo o meu
rosto, com pura reverência. ― Você acha que Paris pode ser a nossa coisa,
amor?

Sorrio tremulamente.

― Paris já é a nossa coisa, baby. Acho que essa cidade tem algum tipo de
poder, sobre o meu garoto da guitarra. ― provoco-o.

Ele sorri baixinho e me beija, lenta, sensualmente. Derreto em seus


braços, gemendo. Ele sorri mais e chupa meu lábio superior, murmurando na
minha boca:

― Você tem poder sobre mim, Sara. Você me possui, baby.

Me desmancho em uma poça. Ainda estou me acostumando com esse


novo Eli, que não tem medo de falar de sentimentos para mim.
― E você me possui também. ― coaxo, com voz emocionada. ― Estava
pensando, agora há pouco, que nunca fui tão feliz. ― minha voz embarga no
final.

― Shh, isso é apenas o começo, pequena fada. ― me diz com olhos


brilhantes. ― Quero ver essa expressão feliz em seu rosto quando estivermos
aqui, nesse mesmo lugar daqui a cinquenta, sessenta anos. ― choro. As
lágrimas descem abundantes. Como posso ter pensado em ficar longe dele? Eu
morreria. ― Concorda em voltarmos aqui, na nossa cidade a cada ano?

Oh, Deus. Estou extasiada aqui. Ele certamente está se esforçando nessa
merda cor-de-rosa.

― Perfeito, baby... ― fungo e sorrio entre lágrimas.

― Sim, perfeito. ― ele repete, olhando-me com esses lindos olhos, cheios
de amor.

Nos beijamos e nos agarramos mais, movendo-nos bem juntinhos.


Nossas línguas dançando, se lambendo, apaixonada e gostosamente. Always
vem a seguir e ficamos assim, dançando, namorando, com as luzes de Paris
abaixo de nós. Sem nos preocupar com mais nada, a não ser, estar nos braços
um do outro.

Sim, sei que isso é apenas o começo da nossa felicidade. Sinto em todo o
meu coração que agora é pra valer. Vejo em seus olhos que é para sempre.

Sempre. Como Bon Jovi está cantando para nós.

***
Um ano depois...

― Ei, maninha, você não pode chorar agora, ou vai borrar a maquiagem.
― Mel pede suavemente, mas, ela própria tem lágrimas nos olhos amendoados.

Como não chorar, se o homem da minha vida, está lá fora me esperando,


para se tornar oficialmente meu? Como não desaguar, como uma torneira
descontrolada, quando esse homem tem feito tudo, cada pequena coisa, para
fazer-me feliz todos os dias? Ele tem me feito insanamente feliz, desde o
momento em que me pediu em casamento, há exatamente um ano, naquele
show em Paris.

Tentei fazê-lo esperar, mas, em um de seus arroubos de rock star


arrogante, me arrastou para Las Vegas e nos casamos em segredo.

Bem, não totalmente em segredo, uma vez que a notícia se espalhou, no


dia seguinte e a mídia fez festa, com a notícia de que o famoso bad boy do rock,
estava tomado.

Eli fez isso apenas com três meses de noivado.

Meu pai não gostou muito da ideia, mas, precisou aceitar. Seu Pedro
precisa entender que tem dois roqueiros como genros. Não é para qualquer
um...

― Você está tão linda, querida. ― a voz suave da minha irmã, me puxa de
volta.

Meu olhar vai para o espelho do closet.

Meu vestido é a personificação do sonho de qualquer garota.

Um longo tomara que caia, em estilo sereia, de finíssima seda branca. Há


fios de ouro em todo o corpo, se abrindo para a saia. Quis algo mais
tradicional, uma vez que em Vegas, usei um modelo pra lá de indecente. Meu
pai merece me ver assim, me sentindo uma princesa.

Meus olhos ardem e puxo uma respiração profunda, inspirando pelo


nariz. Mel ajeita o véu, sob a tiara de diamantes, que meu atencioso marido
comprou. Suspiro sonhadora, ao ver o resultado final no espelho.

― Obrigada, maninha. ― agradeço, girando para olhá-la de perto. Pego


suas mãos nas minhas. ― Por que estou tão nervosa? Já somos casados, pelo
amor de Deus... ― rolo os olhos, depreciando a mim mesma.

Minha irmã sorri com compreensão.

Está linda também em um longo amarelo.

― O nervosismo é pela importância do evento, querida. ― sua voz é cheia


de carinho. ― E claro, pelo amor que sente, pelo homem que a espera lá fora.

Sorrio, abraçando-a com cuidado, para não me amassar.

― Você é a melhor irmã mais velha, que uma garota poderia querer,
sabia disso? ― sussurro em seu ouvido. ― Eu te amo, maninha.

Ela funga. Eu fungo.

Deus, vamos arruinar nossa maquiagem, isso é fato.

― Eu te amo também, querida. ― se afasta, para me olhar nos olhos.


Limpamos os olhos uma da outra, com cuidado para não arruinar o trabalho
das maquiadoras. ― Agora vamos descer que certo guitarrista marrento já deve
estar maluco...

Sorrimos. A porta é aberta e um homem muito elegante entra. Meu pai.

― Minha menina... ― ele murmura com voz e olhar amorosos, a me ver


vestida de noiva. ― Minhas meninas. ― corrige, se aproximando e beijando, em
nossas bochechas. ― Está pronta, querida? Aquele roqueiro já deve estar louco
no altar... ― ele sorri, se divertindo, em ver meu marido tão agoniado.

Esse seu Pedro...

― Sim, papai. Estou pronta. ― sussurro.

― Suspeitei, uma vez que já estão vivendo juntos. ― ele torce o nariz. Eu
sorrio porque ele não queria mais uma filha, casando na surdina, em Vegas.

― Pai, estamos em pleno século vinte e um... ― eu argumento. ― Além


disso, já vivíamos juntos, muito antes de nos casarmos em Vegas. ― ele
resmunga. Sorrio mais. ― Vamos, pare de ser um velho resmungão e me leve
para o homem, que eu amo.

Seu olhar amolece, quando digo a última parte.

― E ele te ama também, querida. ― diz, seu tom cheio de emoção. ―


Aquele garoto te ama de verdade. Tenho visto isso, mesmo de longe. Esse velho
está feliz, que suas duas meninas, encontraram homens que as tratam como
merecem. ― torce o nariz outra vez. ― Roqueiros, mas, ainda assim, homens de
bem.

― Sim, papai. ― concordo. ― Ele me ama. Disso não tenho a menor


dúvida. ― sorrio e acrescento: ― Nossos roqueiros nos amam. ― ele assente,
seus olhos muito brilhantes. Sei que está bancando o durão para não chorar. ―
Por falar em ficar longe... Não acha que devia vir morar em LA? Não há nada
para você lá no Brasil. Suas meninas estão aqui. ― faço beicinho.

Ele sorri carinhosamente.

― Sara tem razão, papai. ― Mel endossa. ― Sentimos sua falta


terrivelmente.
― Eu já havia cogitado isso. ― nos revela. ― Estou ficando velho. Chay
parece enorme, a cada vez que o encontro, e agora há Liam, nosso pequeno
roqueiro. ― sorri com a menção do meu fofinho, que fará um ano, dentro de
dois meses. ― Não quero perder nada dessa fase deles. Farei os arranjos,
queridas, prometo.

― Obrigada, papai. ― eu e a Mel sussurramos e o beijamos, em cada lado


do rosto.

Deixamos o quarto em seguida.

Eli fechou o resort para o casamento e nossos convidados.

Sim, estamos no Havaí e vamos nos casar, na mesma praia em que


gravamos o clip, de Irresistível. Mais uma surpresa do meu lindo marido.

Também tenho uma surpresa para ele.

Esperei para contar hoje em nosso dia especial.

Mat dirige a limusine, que nos leva até a praia. O pequeno percurso
parece o mais longo para mim, dado o meu nervosismo e ansiedade. Mel tem
razão. Não há como não ficar nervosa, mesmo com toda a certeza que tenho, do
amor do meu marido.

Esse é o momento em que reafirmaremos nosso amor, na frente dos


amigos e também para o mundo. Nosso caminho foi tão tortuoso no começo.
Mas, também tão cheio de querer, essa paixão que nos arrebatou, desde o
primeiro momento. Não vou mentir e dizer que fiquei segura imediatamente.
Esse ano foi um longo caminho. Enfrentamos muitas coisas. Sobretudo, as
vadias, que ainda se jogam para cima dele, como se não fosse comprometido.
Porém, em nenhum momento, Eli me fez duvidar de que eu sou sua escolhida.
As dúvidas e inseguranças foram banidas pouco a pouco. Ele se mostrou o
homem amoroso e dedicado que sempre sonhei, com o bônus de ser meu
delicioso garoto mau na cama. Eu o amo. Total, completa e perdidamente.

O carro para e meu pai me ajuda a descer. O cenário é absurdamente


lindo, contra o por do sol. Muitos convidados acomodados em suas cadeiras.

Paramos perto do tapete vermelho, puxo uma respiração profunda, para


acalmar os nervos. Meus olhos vão para o altar, e meu coração perde uma
batida, com a visão dele lá, de pé, segurando sua guitarra.

Deus, ele está de tirar o fôlego. Seus cabelos estão mais longos agora e
ele os prendeu, em um rabo de cavalo, deixando-o todo fodão, mesmo vestindo
um elegante terno escuro.

Oh, cara...

Eu me seguro para não gemer de tesão tendo meu pai do lado.

Os olhos verdes cravam nos meus, intensos, brilhantes, emocionados e


seus lábios sobem, nos cantos com a sugestão de um de seus sorrisos
perversos, obviamente lendo minha reação à ele.

Há uma comoção entre os presentes e eles se levantam para ver a minha


entrada. Meu pai bate de leve sobre a minha mão enluvada, me passando
coragem.

Hora de ir definitivamente para o homem da minha vida. Sorrio


tremulamente e no momento em que o meu pé toca o tapete, Eli dedilha sua
guitarra, abrindo seu sorriso mais lindo para mim.

Meu coração salta descontrolado e meus olhos se enchem de lágrimas.

Meu garoto da guitarra.

Sempre meu lindo garoto da guitarra.


Elijah

Os caras estão me zoando quando pego minha guitarra.

Quero fazer uma surpresa para Sara. Estive trabalhando nessa música.
Ainda faltam alguns ajustes e o Stone me ajudará com isso, mas, quero cantar
para a minha mulher, nesse dia especial. Liam me bate nos ombros me dando
força. Ele sabe que me borro nas calças para soltar a voz. Sorrio para meu
parceiro. Collin, Sean e Paul me dão polegares para cima, de onde estão do
lado do altar. Puxo uma respiração alta, tentando acalmar a porra dos nervos.

Onde ela está? Cristo! Já era para ter chegado.

Não sei por que estou tão nervoso, cacete. Sara já é minha mulher. Nos
casamos em Vegas, há alguns meses.

Senhoras, não me julguem, ok? Eu disse que não ia perder essa mulher
e estou trabalhando intensamente, para mantê-la do meu lado. Meu sogro não
gostou nada da ideia, mas, já estava feito e ele teve que aceitar.

Há um rumor entre os convidados e me viro de frente, me colocando na


posição para aguardá-la. Então, perco a porra do ar com a visão dela.

Sara anda de braços dados com seu pai e para na ponta do tapete, há
alguns metros de mim. Meu coração acelera e meus olhos ardem. Não há nada
maior do que esse sentimento esmagador, que sinto por ela.

Sim, tenho absoluta certeza que só se ama assim uma vez e vou me
assegurar de que isso, nunca se perca.

Bebo sua figura linda no vestido de noiva.


Ela também está nervosa, posso sentir daqui.

Jesus! Nunca vi nada mais bonito em toda a minha vida.

Ela escolheu um vestido no estilo tradicional, mas, sexy, se ajustando ao


corpo esguio e descendo numa saia, estilo rabo de sereia. Há um véu também,
de uns dois metros mais ou menos.

Linda demais e é minha. Toda minha.

Sentimentos ferozes me engolfam, enquanto a admiro. Tesão voraz,


paixão louca e esse amor imenso, que me faz querer dar a porra do mundo
para ela, apenas para ver seu sorriso e o brilho nos olhos marrons, a cada vez
que me olha com todo amor, que também sente por mim.

Nossos olhares se encontram através do tecido fino do véu.

Ela tem lágrimas nos olhos e abre um sorriso trêmulo.

É isso, baby. Você é minha. Nasceu para ser minha.

Venha para mim, amor. Peço com meu olhar.

Quando seu pé, em uma sandália delicada, toca o tapete vermelho, eu


dedilho a minha menina.

Inflamável é o nome da música. Nossa música.

É isso que fez comigo desde o primeiro momento: inflamou toda a porra
do meu corpo.

Inflamável

Um tipo tão louco de amor,

Um tipo explosivo de amor,


Chamas me consumiram, ao ter você, diante dos meus olhos,

Fogo te consumiu, quando seus olhos, miraram os meus,

Ela está chorando abertamente agora, mas, está sorrindo também,


meneando a cabeça levemente, enquanto avança devagar.

Só para você, pequena tempestade.

Continuo falando com ela, apenas com meus olhos.

Yeah! Yeah, baby!

Já não há para onde ir.

Yeah! Não há para onde ir, a não ser me entranhar em você,

Me perder em você,

Me enroscar, me afundar em teu calor,

Inflamável, baby!

Juntos somos fogo,

Juntos somos fogo,

Queimando, incendiando, até o sol se por...

Amando, se amando até o sol nascer...

Imagens do clip se misturam em minha cabeça, à medida que a vejo


andar.

Eu já era tão louco por ela naquela época. Mas, não sabia e me perdi, a
perdi no processo. Porém, Deus deve gostar de mim um pouco, por me permitir
viver esse momento. Ver a mulher da minha vida andando para se dar para
mim, definitivamente. Nunca mais serei tolo de deixá-la ir.

Tenho me esforçado para mostrar o meu amor todos os dias. Esse ano
não foi fácil. Ela ainda tinha desconfianças. Eu sabia que tinha trabalhar, para
merecer sua confiança e é isso que fiz, vou continuar fazendo, até o meu último
suspiro.

Ela era o meu destino o tempo todo.

Agora eu sei. Agora eu sou o homem que merece o seu amor.

Queime comigo até o fim dos dias,

Segure a minha mão até a eternidade,

Para sempre escravo desse amor,

Para sempre perdido de amor,

Yeah! Inflamável

Eu e você, baby. Sempre, para sempre, eu e você.

Somos fogo

Fogo!

Não há mais disfarces, não há mais como esconder,

Louco, perdido, consumido de amor,

Eu e você. Para sempre, baby, eu e você.

Yeah, baby! Eu e você.


Meu peito está subindo, minha respiração acelerada, quando canto os
versos finais e ela para, à minha frente.

Retiro a guitarra e entrego à Liam, que já está junto da sua mulher.


Ouço fungados das mulheres dos meus parceiros.

Jesus, eu me transformei no Stone.

Rio do pensamento.

Há um ano eu surtaria, mas, agora, só quero fazer a porra sentimental,


para a minha mulher, quantas vezes for necessário. Não me importo se vai
parecer ridículo. Tudo que me importa é essa mulher.

Para mim será sempre ela.

Pedro me abraça brevemente, batendo amigavelmente em minhas costas,


em seguida, toma a mão de Sara, colocando-a sobre a minha.

Nossas mãos estão tremendo juntas. Aperto suavemente a sua e a levo


aos lábios, beijando-a, enquanto olho sua face afogueada, toda banhada de
lágrimas. Exalo com força, piscando, tentando refrear as minhas, que
ameaçam cair. Levanto seu véu e perco a batalha.

Meu rosto é banhado.

― Você gostou; pequena tempestade? ― sussurro áspero, embargado,


limpando sua face com cuidado.

― Sim, amor. Eu amei! ― sorri; mais lágrimas se reunindo nos olhos


marrons. ― Não sabia que estava fazendo uma música para nós.

― Para você, baby. ― murmuro, puxando-a pela cinturinha fina.

Seus dedos delicados limpam meu rosto também.


Gemo baixinho com seu toque, porque estou sentindo seu corpo gostoso
junto ao meu, em uma semana.

Tive que viajar para Nova Iorque com o Liam para sondar uma banda que
parece promissora. Sara disse que a viagem veio a calhar, porque teríamos
uma noite de núpcias bem movimentada, ficando uma semana de abstinência.

Quando eu pegar essa mulher...

― Ainda faltam alguns ajustes, mas, eu queria cantar para você hoje. ―
digo, trincando os dentes, pelo tesão, se agigantando dentro de mim.

Jesus! Eu estou no altar! Recrimino-me, sorrindo.

Ela percebe e sorri, meneando a cabeça.

― Foi perfeito, baby. ― murmura bem próximo da minha boca. ― Já é


sucesso para mim, garoto da guitarra. ― diz com um toque de provocação.

Sorrio e encosto minha testa na sua.

― Linda... ― murmuro, meu tom cheio de saudade, amor e tesão, e é


nesse momento, que o reverendo chama a nossa atenção.

Ok, eu acho que nossos olhares não estavam muito adequados, para
uma cerimônia...

Meus parceiros riem baixinho. Idiotas, eu bufo, refreando minha vontade


de fazer um gesto obsceno para eles. Nos colocamos diante do altar e a
cerimônia se inicia.

Meu coração está enlevado.

A brisa suave do entardecer, nos envolve juntamente com as palavras


inspiradoras do reverendo.
Agradeço a cada segundo, por ela ter me dado uma segunda chance.
Agradeço a Deus silenciosamente, por tê-la colocado em minha vida, e me feito
um homem melhor. Por essa linda mulher, ter me ajudado a ter fé no amor.

A amo tanto. Quero viver e morrer ao lado dela.

Chay chega até nós, trazendo as alianças.

Pisco um sorriso de agradecimento, para o homenzinho, que sorri


brilhantemente de volta.

Viro-me para Sara, tomando sua mão esquerda. Estamos emocionados,


nossos olhos transbordando de novo.

― Eu, Elijah Allen Mitchell, recebo a ti, Sara Mendonça Nogueira, como
minha esposa. ― digo, com voz embargada, olhando-a bem dentro dos olhos. ―
Prometo-te ser fiel, amar-te, respeitar-te, na saúde e na doença, na alegria e na
tristeza, todos os dias da minha vida. ― empurro a aliança em seu dedo e
levanto sua mão, depositando um beijo reverente, no símbolo do nosso amor e
entrega. ― E se houver algo além da existência, na Terra, nos encontraremos e
nos amaremos outra vez. ― ela inala bruscamente, os olhos marrons,
confirmando minhas palavras. ― Porque você é minha, baby. Você sempre será
minha e eu sempre serei seu.

Ela chora baixinho e acena, pegando a minha aliança. Diz os seus votos,
com voz muito emocionada e trêmula e repete o meu gesto, beijando sobre o
grosso aro, em meu dedo.

Então, mal o padre abriu a boca para me mandar beijar a noiva, minha
boca já estava sobre a dela. Eu gemo de puro prazer, apertando-a contra mim,
enrolado em sua pequena cintura e devoro sua boca, sem me importar com os
presentes.
Aplausos, risos e assovios soam em nossos ouvidos. Rimos na boca um
do outro, não parando o beijo até que ouço um resmungo.

Meu sogro. Merda.

Me forço a parar o ataque público, a sua filha e afasto nossas bocas.

Ela suspira, seu olhar sonhador.

Linda demais.

Meu coração está todo quente de amor por ela.

Minha linda mulher.

― Eu te amo, Srª Allen. ― Murmuro suavemente, ainda não querendo


soltá-la.

― Eu também te amo, Sr. Allen. ― sussurra, seus olhos cheios de amor e


esse tesão gostoso, que não arrefece entre nós.

― Estou ansioso para a parte do “enfim sós”, baby. ― rio perversamente


em sua boca.

― Comporte-se, garoto da guitarra, ou seu Pedro vai chutar sua bunda.


― ela sorri, adorando me ver às voltas, com meu sogro.

Sorrimos e nos viramos para nossos convidados.

Fizemos muitas fotos, fomos cumprimentados e em seguida, nos


dirigimos para as tendas montadas na extensa faixa gramada, perto da praia.

A banda de Eva, nos deu o show como presente e as garotas estão


quebrando tudo no palco, nesse momento. Elas são umas cadelas talentosas
do caralho. Não que eu vá dizer isso perto de Sean. Ele me chutaria as bolas,
por chamar sua futura esposa de cadela. O bastardo é o único que ainda não
prendeu as bolas oficialmente. Seu casamento está marcado para outubro,
quando retornamos do Rock In Rio. Mas, antes disso, temos uma turnê
agendada pela América do Norte.

Fui esperto pra caralho em me casar agora, porque terei dois meses para
foder a minha mulher ininterruptamente, antes das coisas ficarem loucas com
o fluxo de trabalho intenso, próprio das turnês.

Sara está dançando agora com seu pai. Eu a olho encantado, enquanto
saboreio meu uísque, junto dos caras. Mel está dançando com tio Ben. Espero
que ele não lhe conte nenhuma de suas piadas infames. Toda a minha família
está aqui e boa parte das famílias, dos caras, também veio. Minha avó já
assustou a todos, com seus comentários muito avançados para sua idade.
Minha mãe e meu pai me disseram palavras bonitas pra caralho, antes da
cerimônia. Eles estão felizes, que resolvi minhas merdas, a tempo de não
perder a mulher da minha vida. Minhas irmãzinhas também estão radiantes.
Todos eles adoraram Sara, desde o primeiro encontro. Jess também veio. Ela
nos cumprimentou logo no começo da recepção e teve que voltar para LA, em
seguida.

Minha prima está livre. Livre nos dois sentidos. Está completamente
limpa das drogas e cumpriu sua pena, no caso do Liam. Está de partida para
Nova Iorque. Ela me confessou que queria reconstruir sua carreira e sua vida,
distante de LA. Consegui um bom emprego, com uma produtora famosa. Eu
nunca a deixaria desamparada. Jess, por mais que tenha errado, é minha
irmã.

Sara compreendeu isso, embora ainda não esteja totalmente à vontade


perto dela. Sara é muito leal à Mel. Disso eu entendo perfeitamente.

Família é tudo para mim. Para nós.


Corro os olhos rapidamente pelo espaço e vejo o Cash, dançando com a
minha psicóloga. Sim, os bastardos da The Horses vieram também. Nossas
diferenças foram resolvidas, já há algum tempo.

Sara os assessorou em seu começo na gravadora, mas, dei um jeito de


colocar outra assessora, para cuidar dos idiotas porque o guitarrista deles,
parecia bem animado com a minha mulher.

Foda-se. Não se pode confiar muito em guitarristas...

Entretanto, no cômputo geral, temos uma boa relação agora. Eles estão
crescendo cada vez mais e aprenderam a lidar com o dinheiro, uma vez que
quase ficaram na miséria, se não fosse pelo coração enorme do Liam.

Bob está namorando a doutora Clark. Pois é. Eu também fiquei pasmo


com isso. Bem, tecnicamente, eu os coloquei juntos. O Cash teve trauma pós-
acidente e não conseguia mais dirigir um carro. Ele dava chiliques como um
maldito veadinho. Eu indiquei a boa doutora. Na verdade, fui um bastardo,
porque queria ver a interação do roqueiro barra pesada, com a doutora
certinha. queria ser uma mosca na primeira sessão. Enfim, quebrei a cara
porque eles se deram bem. Bem até demais...

― Cara, você tem um sorriso parecido com o do Coringa, no maldito


rosto. ― Collin diz com sua boca grande.

― Olha só quem fala. ― rosno, dando-lhe um tapa na cabeça.

Ele ri e olha para sua mulher, que está conversando com Carlie e os avós
do Stone, em uma das mesas próximas. Eles revolveram suas merdas e se
casaram há alguns meses. Selena sorri de volta, para o marido e acaricia sua
barriga de sete meses. Uma garotinha de pele morena, para do lado da mesa e
Selena a olha com amor.
Ela teve alguns problemas... Hum, deixa pra lá. Essa história é deles
para contar.

A menina vem correndo em nossa direção e pula nos braços de Collin.

― Papai!

― Ei, querida! ― meu parceiro a levanta nos braços, seus olhos


amolecidos. ― Bagunçando muito com o Chay? ― ela acena e se desmancha no
colo do pai.

― Pare de zoar nosso parceiro, idiota. ― Liam diz, mas, abre um sorriso
comedor de merda. ― quem diria, mano, você com as bolas totalmente presas e
com esse sorriso idiota, escancarado no rosto... ― o pequeno Liam, que está
nos braços do meu parceiro, sorri também, como se estivesse entendendo tudo.
O moleque é a cara do Stone. E sim, eu e os caras, somos seus padrinhos. O
Stone é tão previsível.

Bufo, me segurando para não lhe oferecer meu dedo do meio, em respeito
ao meu afilhado e à pequena de Collin. Sean e Paul caem na gargalhada. Cães
sarnentos.

― Irmãos, não há nada melhor do que prender as bolas com a mulher


certa. ― Paul murmura e seu olhar vai para sua mulher, que também ostenta
uma barriga protuberante.

Sorrio para isso. Parece que muito em breve nossas turnês serão
preenchidas com fraldas e mamadeiras, em vez de álcool e noitadas com
groupies.

É uma boa mudança, no entanto. Nunca me senti tão leve e feliz em toda
a minha vida. Só falta o meu moleque, que Sara e eu já estamos
providenciando.
Bem, pelo menos estamos treinando pra caralho.

Ela parou de tomar a pílula no mês passado e eu tenho feito a minha


parte... Não posso decepcionar a minha mulher, senhoras. Vocês entendem...

― Um brinde às nossas bolas presas! Porra, ainda não acredito que


fomos domados, irmãos. ― Sean levanta seu copo e abre um sorriso sem
vergonha, olhando sua garota cantando no palco. ― Não tivemos a menor
chance contra essas mulheres, não é?

Todos nós rimos, rosnando palavrões em concordância e tocamos nossos


copos no dele.

Meus olhos voltam para a minha deliciosa mulher no salão. Seu pai a
beija carinhosamente na bochecha e em seguida começa a dançar com a Mel.
Sara se vira e seus olhos vêm diretamente para os meus. Uma energia crua,
pulsante se instala entre nós, enquanto ela avança, cortando as mesas, em
minha direção.

Meu olhar bebe dela devagar, o leve gingar dos quadris, seus peitinhos
apertados, no modelo sem alças. Ela queria trocar de roupa para a recepção,
mas, a proibi. Disse-lhe que tenho planos para ela, vestida exatamente do jeito
que está. E meu pau já está impaciente, pressionando o zíper das calças, doido
para ter alguma ação, em uma semana inteira. Porra.

Cerro os dentes para conter o tesão violento, inflamando meu corpo.

***

Embora eu e meu pau ansiássemos para estar a sós com a minha


mulher, nossos familiares tinham outros planos. Tivemos que continuar lá,
conversando, festejando com eles, por quase uma hora. Quando não aguentei
mais, arrastei Sara pelo braço para nossa suíte nupcial.

A cachorra sorria safada todo o percurso e me custou muito, não jogá-la


contra a parede do corredor e meter fundo em sua boceta, sem me importar
com quem nos visse.

Quando entramos, fecho a porta com um pontapé e a prenso contra ela.

― Seu bruto... ― mia, os olhos marrons me dizendo que está tão louca
para me dar, quanto estou para fodê-la. ― É nossa noite de núpcias... Você não
devia ser mais romântico? ― geme quando começo a moer meu pau entre suas
coxas. Enfio uma mão em seus cabelos e sorrio perversamente, aproximando
nossas bocas.

― Uma fada me contou recentemente, que minha cachorra gosta das


coisas, um pouco mais ásperas no quarto. ― ela bufa. Mas, sorri, seus olhos
brilhando com malícia.

― Sim, a tal fada está certa, baby... ― desliza a língua pelo lábio inferior e
meu pau dá uma guinada, testando o zíper das calças. Ela sorri mais quando
vê o meu desespero.

― Cachorra safada... ― rosno, puxando seu lábio inferior com os dentes,


elevando sua perna para meu quadril, cavando, moendo gostoso em sua boceta
quente. ― Você é minha, de todas as maneiras agora. ― deslizo o nariz pelo seu
rosto, me embriagando em seu cheiro de frutas. ― Estou tão louco para meter
em você, amor. Tão louco de saudade de você... Prometo que serei a porra do
marido mais romântico, mais tarde... ― sussurro em seu ouvido. Ela
estremece, moendo junto comigo, criando uma fricção gostosa pra caralho. ―
Mas, agora, baby, vai tomar o meu pau em cada buraquinho gostoso e
apertado, que só a minha putinha tem. ― ronrono, lambendo e mordendo seu
lóbulo.
― Eli... Ohh, Sim, baby... ― geme longamente. ― Me come do jeito que
você quiser, meu cachorro gostoso...

Dou um tapa forte em sua bunda e capturo seus lábios, me apossando


de sua boca, num beijo duro, indecente. Em instantes estamos ofegando,
grunhindo de tesão. Chupo sua língua com força, mordo seus lábios com fome.
Essa fome por ela, que nunca passa. Que me deixa fora de controle. Louco para
me enterrar profundamente nela. Castigá-la no meu pau. Me afasto e ela geme
em lamúria. Sorrio malvado.

― Vire-se! Mãos na porta e abra bem as pernas, cachorra. ― eu ranjo,


afrouxando a gravata, retirando meu terno.

― Oh, merda... ― ela junta as coxas, miando, mas, em seguida faz o que
eu disse.

— Linda... ― sussurro em seu ouvido, minhas mãos passeando pelas


laterais do seu corpo lindo, sua cintura delicada, indo até os peitinhos. —
Emoções loucas guerrearam dentro de mim, quando a vi andando naquele
tapete para mim. ― beijo seus ombros delicadamente. ― Você era uma visão,
amor. Toda linda de branco, mas, junto com o amor imenso que senti
transbordando em mim, também fui engolfado pelo tesão violento, feral que só
você desperta, em meu corpo. Eu te desejo demais. Demais.

― É assim que me sinto também, baby. ― ela geme. ― Sua. Dominada.


Sua para sempre.

Eu rosno alto com suas palavras.

― Então, você entende que vou comer você, com esse vestido lindo
primeiro... Você me deixou louco, imaginando o que tem aqui embaixo... ― rio
sacana, juntando o tecido nas mãos e começando a levantar a longa saia. Ela
geme e rebola a bundinha firme em meu pau. Dou um tapa forte do outro lado.
Ela mia, estremecendo. Porra, ela adora esse meu jeito brusco. ― Minha puta...
― eu chupo seu ombro nu, indo para a lateral do pescoço. Ela pende a cabeça
me dando mais acesso. ― Gostosa... ― ranjo, descendo o zíper nas costas,
desnudando seu torso. Desço o nariz pelas costas esguias, nuca; sentindo seu
cheiro, como um macho cheirando sua fêmea antes de acasalar. ― Fiquei a
porra da cerimônia inteira, antecipando o momento em que eu a colocaria bem
assim, do jeito que está agora, só esperando para ser fodida pelo seu dono,
bem forte por trás. — ela geme cheia de luxúria. Sorrio, tomando o meu tempo,
cheirando, lambendo sua pele, beijando, mordendo. Afasto a massa de cabeços
negros e o véu, por cima do ombro e enfio meu nariz em sua nuca, inspirando
longamente. Isso aqui é o céu. Não há cheiro mais delicioso do que o seu.
Rosno, cavando meu pau grosseiramente ,entre suas bochechas. Mordo sua
nuca e ela se desmancha, em meus braços.

— Eli... Amor... — geme pendendo a cabeça em meu ombro,


completamente entregue.

Rio com perversão.

— Eu sei, baby... — minha mão cava entre suas pernas, amassando sua
bocetinha, com possessividade. — Diga minha cachorra. Você quer o pau do
seu cachorro, bem fundo aqui? É isso? — aperto sua pélvis e enfio os dedos
pelo cós da calcinha empapada, deslizando em seus lábios inchados e melados.

— Sim... Ohhh! Amor... — coaxa, rebolando em minha mão. — Quero


seu pau me comendo, me rasgando bem fundo.

― Porra! Que putinha mais imunda... Gostosa... ― rosno e meto dois


dedos, grosseiramente em sua vulva, ao ouvir suas palavras sujas. — Não vou
ter dó de você, porra. ― aviso, levantando toda a maldita saia com impaciência.
Assobio quando vejo a bunda linda, num fio dental branco. Cacete. Ela está
usando aquelas meias foda-me de novo. Só que brancas dessa vez. Rosno
ensandecido. — Vou comer você tão duro, cachorra... Tão duro, porra.
— Me dê isso, droga! Rápido... — ela rosna e eu gargalho, descendo sua
calcinha bruscamente pelas pernas, deixando-a esticada, em seus lindos
tornozelos.

Arreganho suas bochechas e meu pau baba, com a visão do seu cuzinho
rosado e a bocetinha toda melada mais embaixo. Minha boca saliva e me curvo,
lambendo seu creme, cavando entre os lábios, empurrando minha língua em
sua vulva vermelha. Ela ofega alto, rebolando em minha boca. Não posso mais
esperar. Me levanto, abrindo minhas calças com pressa.

— Abra mais as pernas! Quero meter cada maldito centímetro nessa


bocetinha apertada do caralho! — ranjo e ela obedece imediatamente.

Sorrio, me alinhando na sua vulva pequena. Porra. Tão molhadinha.


Perfeita para mim. Empino mais sua bunda e enfio a cabeça gorda, apenas
brincando. Ela chia, falando todo tipo de palavrões. Enrolo uma mão em seus
cabelos e dou uma guinada, mostrando quem é que manda. Ela rebola,
tentando me levar para dentro e eu vou. Meto com força até o cabo. Ela grita se
sacudindo para frente.

― Puta Merda! Seu filho da puta... ― reclama, mas, geme em seguida,


quando fico moendo, todo enterrado, até ela me aceitar todo. ― Vira-lata
gostoso...

Puxo tudo e a empalo outra vez, mais fundo, mais brusco.

— Oh, porra! Sara... Baby... — ranjo os dentes de tanto prazer. Sua


boceta me ordenhando pra valer, quase me arruinando de imediato. ― É isso,
amor... Leve o meu pau todo... Não deixe um maldito centímetro de fora! Minha
vadia deliciosa...

— Eli! Ohh, Deus... — balbucia gemendo, sua bocetinha toda esticada


em volta do meu pau. Mas, ela rebola, levando tudo que estou dando.
A como furiosamente, sem dó, arreganhando-a toda no meu pau,
afundando até o punho, a cada vez. Levo a mão livre para a sua frente e encho
na carne macia dos seios, amassando, puxando, beliscando os mamilos duros.
Ela está respirando agudamente, entrecortado. Desço pela barriguinha,
apertando sua pele macia. Tudo nessa mulher me enlouquece. Apalpo sua
pélvis, levo meus dedos para seus lábios e os arreganho mais, sentindo meu
pau indo e voltando, comendo-a sem trégua. Ela resfolega, seu corpo todo
mudando. Sorrio em seu ouvido, chupando o lóbulo. Jogo com seu clitóris e o
belisco. Ela grita, eu uivo metendo cada vez mais forte e profundo. Ela
tomando tudo sem reclamar. Minha! Completamente minha!

— Eli... Que gostoso, porra... Amor, eu vou gozar... Ohh!


Ahhhhhhhhhhh! — berra alto.

Sorrio puxando sua boca para a minha e devoro o seu gozo, num beijo
esfomeado de olhos abertos. Seu corpo sofre espasmos violentos, me
apertando, em seu canal insuportavelmente quente. Me enrolo nela, colando-
nos, fundindo-nos com desespero.

— Goze, minha cachorra linda! Goze no pau do seu cachorro! — continuo


estocando forte. Enterrando-me até o fundo. — Jesus! Vou gozar tão duro,
Sara! Baby... Ahh! Poraaaaaa! — meto bem fundo e jogo a cabeça pra traz,
emitindo um rugido feral, animalesco, esporrando, jorrando e jorrando em sua
bocetinha quente e apertada. — Sara... Meu amor... ― balbucio seu nome em
reverência, meu corpo zumbindo nessa sensação esmagadora que é gozar
dentro da minha mulher. Nossos corpos tremem e espiralam juntos,
arremessados em ondas intermináveis, enquanto gozamos.

Prazer incomparável que só sentimos um com o outro. Isso é nosso.


Gostoso. Só nosso. Sorrio sentindo minhas pernas cederem.

— Cacete... Você vai me matar tanto de prazer...


Ela me olha por cima do ombro e sorri, ofegante também. O rosto todo
corado. Seus olhos marejados, do nosso gozo avassalador.

— Eu amo tanto você, pequena tempestade. — sussurro, puxando seu


queixo para um beijo suave, delicioso.

— Também te amo, garoto da guitarra. — murmura de volta, sorrindo,


nos meus lábios.

Gemo e saio devagar de dentro dela. A levanto nos braços e atravesso o


quarto, levando-a para a cama. A deposito com cuidado. Seus olhos estão
correndo pelo ambiente, com parca iluminação.

É, senhoras, eu passei todo o manual da merda cor-de-rosa, para fazer


essa noite especial. E pelo seu olhar emocionado, acho que consegui. Há
candelabros em lugar da iluminação e há buquês, de todos os seus tipos de
rosas preferidas, espalhados por todo o quarto.

Sorrio arrogante e vou até o sistema som. Seleciono uma pasta mista
com metal love, pop rock e baladas românticas dos anos 80. Pego o balde com
a garrafa de champanhe, uma travessa com morangos e mangas e os coloco
sobre o recamier.

― Isso é tão lindo, amor. Parece que alguém aprendeu mesmo a lidar com
a merda cor-de-rosa... ― ela provoca, mas, seu rosto está todo amolecido, cheio
de amor.

Avanço sobre a cama e a dispo devagar, beijando e adorando cada


pedacinho da pele morena, que tanto amo. Retiro sua tiara, desprendo o véu e
os coloco sobre o criado-mudo. Quando a livro das sandálias, beijo seus pés,
mostrando que ela me tem a seus pés, figura e literalmente. Puxo as meias e
sorrio malvado quando vejo a pergunta em seus olhos. Deve estar recordando
certa noite em Paris...
Ela se levanta, ficando de joelhos e me despe também, me devorando
com os olhos marrons, me torturando com seus lábios, língua e dentes no meu
peitoral e abdome.

Me arrasto para o recamier, abrindo a garrafa de champanhe. Sirvo duas


taças. Ele recebe a sua, com uma expressão estranha e toma um pequeno gole.
Bebo um grande gole da minha, olhando-a por cima da borda.

Ela coloca a sua no criado-mudo. Franzo a testa.

― Você está bem, baby? ― pergunto, só agora me vindo à mente que ela
não bebeu na recepção. E minha garota gosta de beber. Aprecio isso nela. Uma
mulher sem frescuras.

― Mais do que bem, baby. ― murmura, seu tom de repente embargado.

Ela pega a minha mão, beija minha aliança com olhos brilhantes de
lágrimas e em seguida a espalma sobre sua barriga plana. Ela continua me
olhando, mandando uma mensagem silenciosa que, ainda não decifrei. Então,
olho para minha mão em seu ventre e a ficha cai.

Jesus! Meu coração salta com força no peito. Ela está...

― Estou grávida, amor. Vamos ter nosso primeiro bebê.

Cacete! Eu jogo a porra da taça no chão e avanço para cima dela,


forçando-a se acomodar nos travesseiros.

― Deus, Sara... ― eu me debruço, ficando de cara com a barriguinha


linda e ainda reta. Meus olhos ardem e um tipo novo de amor, enche o meu
peito. Aqui dentro tem um filho meu. O nosso filho. ― Oh, pequena fada. ―
murmuro emocionado, cobrindo seu ventre de beijos suaves. ― Baby, você me
faz tão feliz. Tão feliz, porra. ― deito do seu lado e a puxo para os meus braços.
Nos enroscamos um no outro. Ela funga e planta beijos em meu peito. ―
Quando você soube?

― Apenas no começo da semana. Tive um mal-estar e a Mel sugeriu que


fizesse o exame. ― diz levantando a cabeça, para me olhar nos olhos. ― Quis
segurar a surpresa para nosso dia especial.

― Nosso dia acabou de ficar ainda mais especial, pequena tempestade. ―


digo baixinho, acariciando seu belo rosto, limpando suas lágrimas
delicadamente. ― Merda. ― resmungo, me recordando que fui muito duro no
sexo, ainda há pouco. ― Será que fui bruto demais, baby?

Ela sorri, meneando a cabeça.

― Não. Está tudo bem, Eli. ― então, sorri perversamente. ― Mas, as


visitas ao clube, terão que ficar para depois que ele ou ela nascer. ― está se
referindo ao clube de sexo, do qual somos sócios assíduos. Temos jogado e
explorado o prazer um do outro sem restrições. É como eu sempre digo: ela é a
minha menina má. Minha deliciosa menina má.

― Claro. É por uma boa causa. Nosso moleque, ou princesa merece todo
o cuidado. ― sussurro e a beijo, lenta, gostosa e apaixonadamente, por muito
tempo. Ficamos apenas namorando, tocando o corpo um do outro. Tomando o
nosso tempo. Sussurrando, jurando nosso amor. ― Quero isso aqui para
sempre, baby.

Ela abre um sorriso lindo. Temos nos revezado nessa declaração.

— Você já tem, meu amor. — sussurra em meus lábios. — Para sempre o


meu garoto da guitarra. ― completa com voz embargada.

Rolo, ficando por cima dela. Ela geme, abrindo as coxas para me
acomodar. Suas mãos vêm para o meu rosto, delineando-o, suaves como
plumas. Minhas mãos vão para suas faces bonitas. Ficamos assim, nos
olhando, bem dentro dos olhos e reverenciando o outro.

― Diga que sabe o quanto significa para mim. ― murmuro, bem próximo
da sua boca. Esses lindos olhos marrons estão me venerando de volta. ― Diga
que sabe, que não há nada mais importante para mim, do que você, esse bebê
e todos os outros, que ainda vamos ter.

Seus olhos se enchem d’água, meu coração está borbulhando, inchado,


transbordando de amor por essa mulher, que me deu tudo.

Desde o começo ela me deu tudo.

― Sim, baby. ― murmura de volta, enlaçando-me pelo pescoço. ― Eu sei.


Você, nosso bebê e todos os outros, que ainda virão, são meu bem mais
precioso também.

Beijo seus lábios suavemente.

― Quantos você quer ter, amor? ― franzo a testa. ― Nunca falamos em


quantidade.

Ela sorri.

― Mais uns dois, eu acho. ― me olha sonhadora, feliz. ― Não pensei na


quantidade também, baby. Vamos apenas deixar acontecer. Que tal?

― Parece um bom plano. ― sorrio, me acomodando melhor entre suas


coxas. Ela ofega, quando passo a esfregar meu pau, já pronto para festejar
outra vez, em suas dobras meladas. ― Serei de vocês pelo resto da vida, baby.

― Lindo... ― murmura. ― você é o meu sonho, que se tornou realidade,


baby. Sempre te amei e sempre vou te amar.

Exalo alto, suas palavras me fazendo rachar de felicidade.


― A partir do momento em que eu soube que era amor, sabia que era
para sempre, Sara. ― murmuro. ―S vou te amar de volta, baby.

A beijo. Um beijo suave no começo.

Nos agarramos com força, suas mãos passam pelas minhas costas,
ombros, me puxando para ela, da mesma forma que a puxo para mim. O beijo
se torna mais urgente, chupamos nossas línguas, o desejo crescendo voraz
outra vez. Deslizo a boca para o seu ouvido e lambo o lóbulo lentamente,
esfregando meu pau duro, direto em seu clitóris. Ela ofega de boca aberta. Já
pronta para mim também.

― Agora tenho outro plano, bom pra caralho, que preciso por em
prática... ― murmuro, puxando o seu lóbulo com os dentes, descendo minha
boca gananciosa, para o seu pescoço. Suas mãos enfiam, em meus cabelos da
nuca. Gemo longamente, me refestelando, chupando e mordendo-a, da forma
que sei, a enlouquece.

― Qual plano, baby? ― geme tão safada, que me faz rosnar. Vira o rosto
para me olhar nos olhos. Não respondo, apenas aproximo nossos rostos,
olhando-a de perto, enquanto me alinho em sua vulva estreita. Ela resfolega,
sua respiração suspensa. Então, vou afundando nela devagar, até o fundo.

― Fazer amor com a mulher da minha vida. ― digo baixinho, vendo seus
olhos, sendo preenchidos do mesmo amor por mim.

― Eu te amo. ― murmura, enquanto a penetro, lenta e amorosamente.

― Eu também te amo. Sempre será eu e você. ― repito a letra da nossa


música.

― Para sempre eu e você, baby. ― ela diz com olhos lacrimosos.


A beijo de novo, com tudo que tenho e me perco nela, a única mulher
que pode me fazer feliz.

Nós cuidaremos um do outro para sempre.

Nunca haverá outra para mim. Não é apenas uma letra de música.

Será sempre ela.

Minha pequena fada.

Para sempre, minha linda pequena tempestade.

EPÍLOGO

Sara

Três anos depois...

Eu espiralo, o gozo me arrebatando impiedoso. Grito alto, meu baixo


ventre e vagina em chamas. Meus pulsos repuxam as algemas, presas na haste
de metal na qual estou pendurada. Eli continua estocando fundo em minha
vulva castigada, chupando meus seios, mantendo minhas pernas firmemente
enroladas, em sua cintura. Um rosnado satisfeito sai de sua boca, contra a
minha carne. Seus dentes raspam em um mamilo, depois no outro e me fode
com força, fazendo meu gozo se prolongar e prolongar, tornando-se doloroso de
tão intenso. Arquejo, sofrendo os últimos espasmos do orgasmo, sem forças,
drenada.
― Linda... ― sua voz ofegante, áspera me bajula. Não posso vê-lo. Estou
vendada. Mas, posso sentir a intensidade do seu olhar sobre o meu rosto. ―
Minha deliciosa menina má... ― sorri baixinho. Posso imaginar o sorriso
perverso, em detalhes e o brilho dos lindos olhos verdes.

Shameless, de The Wikeend encerra, e a música sensual de Zayn


Pillowtalk vem a seguir. Gemo porque amo essa música e ele sabe disso. Ela faz
parte da nossa história.

Sua língua desliza pelo vale entre os seios até meu pescoço. Pendo a
cabeça para trás, perdida em luxúria. Ele chupa meu pescoço e estoca mais
fundo, arrancando gemidos de lamento, da minha boca.

― Não há outra mais linda... ― ele geme asperamente e desce minhas


pernas para o chão, saindo devagar de dentro de mim. Mio, porque ele não
gozou e isso significa que vai judiar de mim um pouco mais.

Seu corpo serpenteia pelo meu, esfregando nossas peles suadas juntas,
dançando sensualmente, no compasso da música. Se abaixa e em seguida
sinto sua língua em meu clitóris. Seus dedos separam os lábios e me ataca,
chupando faminto, rosnando, sussurrando, como meu gosto é perfeito. Como
ele ama me comer assim. Estou esgotada, mas, a excitação vai se construindo
de novo. Seus dedos cavam minha vulva, reunindo líquidos e os leva para meu
ânus, sondando.

― Ohh, amor... ― coaxo, sentindo-o enfiar os dedos em meu pequeno


buraco. Afasto mais as pernas, facilitando o acesso. Grunhe em aprovação e
me dá um tapa na bunda. Gemo, deixando-o me penetrar fundo. Sua língua
continua atacando meu clitóris e estou louca para senti-lo dentro de mim outra
vez. ― Por favor...

― Minha cachorra é tão gulosa, não é, baby? ― sorri do seu jeito


malvado. ― Gosta do meu pau nesse cuzinho apertado, Sara? ― se levanta e
dança comigo de novo, girando para minhas costas. Puxa minhas costas contra
seu peito duro e eu gemo, apoiando a cabeça em seu ombro. Suas mãos
passeiam pelo meu corpo, numa tortura lenta. Seus lábios, língua e dentes
seduzem a lateral do meu pescoço. Apalpa entre as minhas coxas, provocando
meus lábios inchados e melados. Eu choramingo, ele sorri, chupando minha
orelha, mordiscando. Suas mãos sobem pelo ventre e amassam os seios já
doloridos, do seu tratamento áspero. Esfrega as palmas sobre os mamilos
delicadamente, sabendo que já estou muito sensível. ― Empine a bundinha,
amor... Vou enfiar meu pau todo nesse cu apertado, que só a minha puta
gostosa tem. Quero gozar bem fundo nele. ― puxa meus quadris com firmeza e
eu arqueio o máximo que consigo, com meus pulsos presos. Em seguida ele
desliza seu pau entre as minhas bochechas, ainda nessa dança indecente
deliciosa. ― Encher a minha putinha de porra... Sabe por que, baby? ― sua voz
suaviza, me bajulando. ― Porque você é minha, amor. Toda minha para eu
fazer o que quiser... ― ronrona em meu ouvido e se alinha em meu anel.

Resfolego, perdida, a respiração rasa, enlouquecida por ele.

― Sim, amor. Sua... ― mio. ― Faça tudo. Tudo, baby... Não tenha dó de
mim...

Peço fora do meu juízo, entorpecida pelo seu feitiço sensual.

Rosna e vai enfiando firmemente, arreganhando-me toda em seu pau.

Nós dois gememos alto quando entra até o cabo.

Sua boca continua o ataque a meu pescoço e ombro.

Puxa para fora, deixando só a cabeça e volta a meter tudo, com força.
Grito! Me bate do outro lado da bunda e começa a me comer, com a ferocidade
que tanto amo. Seus braços vêm pela minha frente, alavancando em meus
ombros e me fode impiedosamente, arrancando lamúrias delirantes da minha
boca.
Ele ruge como um animal comendo sua fêmea. Amo isso.

Me perco ainda mais em cada som, que sai da sua boca. Uma mão vai
para minha vagina e manipula meu montinho castigado, pelas atividades da
noite. Minha respiração trava. Estou quase lá... Gemo de boca aberta e o
orgasmo me rasga feroz, com força incomum. Meu corpo sacode, ondulando,
enquanto pequenos arquejos saem dos meus lábios.

― Porra! Sara... Tão gostosa, baby... Ohhh... Te amo tanto, amor... ― me


levanta do chão e me empala sem dó, urrando na minha nuca. ― Vou gozar,
amor! Porra, eu vou gozaaaaaaaaaar! ― geme longamente e os jatos quentes de
sêmen, enchem meu ânus ardente. Me aperta com força, enquanto me rasga,
gozando em mim. ― Sara... Minha. Minha. ― range, chupando meu ombro.

Choro, sentindo-o descarregar tudo dentro de mim. Dominada.


Completamente dominada pelo meu lindo marido e sua intensidade.

Ele finalmente acalma as estocadas e geme baixinho, arfante.

Estou mole em seus braços.

― Também te amo, amor. ― balbucio e meus olhos se fecham, sem o meu


consentimento.

Quando abro os olhos, voltando à consciência, estou deitada na cama e


aconchegada em seus braços fortes. Seus dedos calejados da guitarra, tocam
meu rosto numa carícia tão suave, quanto a expressão nos olhos verdes me
encarando. Ele abre aquele sorriso lindo, relaxado.

― Será que peguei muito pesado, Srª Allen? ― há o característico toque


zombador, mas, há também, um toque de preocupação em seu tom.
― Humm, ― gemo desgastada, mas, incrivelmente satisfeita, feliz e me
enrolo nele. ― Não, amor. Apenas a sua intensidade me nocauteando. ― sorrio.
― Nenhuma novidade.

Seu sorriso se alarga e ele roça o nariz em meu rosto, inalando meu
cheiro. Eu amo quando faz isso.

― Você foi perfeita. ― sussurra, dando pequenos selinhos em meus


lábios, seus lindos olhos me olhando com amor. ― Nenhuma novidade.

Sorrio com a provocação. Ele aprofunda o beijo, me puxando para cima


do seu corpo. Suas mãos passeando preguiçosamente pelas minhas costas e
bunda.

Nos perdemos um no outro, apenas fazendo carinhos depois dos


momentos de perversão, que tanto apreciamos.

Amo a relação forte que construímos.

Temos gostos parecidos tanto na cama quanto fora dela. Somos os dois
impulsivos, passionais, loucos por uma boa briga, mas, acima de tudo, há o
amor imenso, que sentimos um pelo outro. Isso só cresce e se fortalece a cada
ano, que passamos juntos.

Ele chegou hoje de uma viagem a serviço da gravadora, e como sempre


acontece, chegou faminto por mim.

Não o acompanhei porque agora temos duas pessoinhas para nos


preocupar. Sim, temos dois filhos: um menino e uma menina, que são o xodó
do pai. Eli se derrete para os dois, desde quando os viu a primeira vez através
do ultrassom. Ele é o melhor pai e marido, que eu sequer poderia sonhar, para
mim e nossos filhos. No entanto, ainda somos homem e mulher e não deixamos
nossa vida sexual esfriar de jeito nenhum.
Esta noite, o levei para um jantar romântico primeiro e depois instruí
Mat a nos trazer ao clube, para dar boas-vindas adequadas ao meu marido.

É, eu disse exatamente isso ao nosso segurança.

Mat resmungou me dizendo que era muita informação para ele. Tenho
uma boa relação com Mat. Além disso, ele é meu aliado, para chutar bundas de
vadias nas turnês. Sim, preciso chutar as groupies de perto do meu marido.
Desconfio que esse será um trabalho para o resto da vida, porque ele não pode
mudar quem é.

Eu, Mel e as outra mulheres estamos bem unidas e preparadas, no


entanto. Sempre olhamos, tanto pelo nosso marido, quanto pelo das outras. É
uma coisa parecida como uma irmandade. Não que nossos maridos nos deem
motivos para desconfiar deles. É nas vadias que não confiamos.

Certa vez, uma puta sem noção, desnudou os peitos enormes bem na
cara de Eli e pediu, na maior cada dura, para ele autografar. Eu bufei e disse
no tom mais doce que consegui: Querida, eu, no seu lugar, não deixaria nada
pontiagudo chegar perto desses silicones... Nunca se sabe o que pode acontecer,
não é? Meus olhos diziam inequivocamente, para ela se mandar ou eu enfiaria
a caneta, em cada uma das bolas gigantes.

Eli passou uma semana rindo de mim a cada vez que se lembrava do
episódio. Cachorro vira-lata.

A banda tem desacelerado com os shows, nos últimos dois anos e se


dedicado mais ao trabalho interno na gravadora. Mas, há uma turnê mundial,
que terá início dentro de dois meses, para comemorar os dez anos de
DragonFly.

Liam fez questão de passar por vários continentes, contudo, há


intervalos bem maiores entre os shows, que nos permitirá descansar. As turnês
são muito cansativas e todos nós temos filhos pequenos, para nos preocupar.
Liam e Mel tiveram mais um bebê: Alyssa, minha fofinha, que completou
um ano na semana passada. Paul tem dois meninos. Collin tem um casal. Ele e
Selena tiveram problemas sérios... Coitadinha. Ela passou por merdas muito
fortes e merecia um final feliz.

Sei que estão curiosas para saber mais sobre isso, mas, não posso
contar, ok? Ela me pediu segredo, esqueceram? Meninas, sosseguem essas
perequitas roqueiras e esperem o casal lhes contar essa história... Minha boca
é um túmulo. Mas, posso falar sobre Sean, que tem um menino e Eva está
grávida de uma menina.

Minha Nossa Senhora dos roqueiros viris! Nossos caras realmente não
brincam em serviço...

Sorrio baixinho contra os lábios do meu marido.

― O que foi esse sorriso, pequena tempestade? ― Eli me sonda, com


malícia e humor, em seu semblante.

― Estava pensando em como fortalecemos nossa relação, baby. ―


sussurro, descendo minhas pernas para os lados do seu corpo, ficando
montada, escarranchada nele. Seus olhos se acendem quando meu centro
molhado esfrega em seu pau. ― E isso me levou inevitavelmente à creche que
se formou ao redor da banda...

Ele gargalha, seu rosto todo iluminando. Deus, ele é tão bonito.

― Eu e os caras não damos mesmo moleza, não é? ― seu sorriso infame,


se espalha lentamente porque, para confirmar suas palavras, seu pau está
endurecendo contra o meu clitóris. Gemo.

Mesmo completamente desgastada, minha fome por esse homem nunca


tem fim. Ele sabe disso também. Esses olhos verdes estão brilhando, todo
menino mau agora.
Oh, cara... Assim é covardia. Muita covardia comigo...

― Amor, você acaba comigo... ― reclamo, mas, estou rebolando devagar,


em seu já muito desperto pau.

― Você gosta de uma vida difícil, baby... ― diz, entranhando uma mão em
meus cabelos da nuca e descendo a outra, lentamente, dedilhando a minha
coluna. Choramingo de boca aberta. Ele sorri perversamente. ― E eu, fico mais
do que feliz em dar isso à minha cachorra gostosa, safada e linda. ― rosna e em
seguida, puxa minha cabeça para trás, forçando-me a arquear as costas. Seus
lábios quentes se fecham na carne macia do meio seio direito, chupando forte,
do jeito que amo e nos perdemos em nossa fome mútua, uma vez mais...

Cerca de uma hora depois, com energias recuperadas, voltamos para


casa. Depois dos nossos pequenos, não gostamos de passar a noite fora.

Fomos imediatamente conferir com as babás, se correu tudo bem em


nossa ausência. Antes mesmo de abrirmos a porta do quarto, ouvimos a
algazarra. Eli e eu trocamos um olhar e sorriso cúmplice. Nossos pequenos não
são muito comportados.

Não tenho ideia de quem esses meninos puxaram essa travessura toda...

― Papai! Mamãe!

Fomos bombardeados quando abrimos a porta. Ouvimos audivelmente o


suspiro das babás. Pobres mulheres... Elas com certeza merecem cada centavo
dos seus salários exorbitantes. E olha, que nossos pequenos tem apenas dois
anos e três meses... Eles correm em nossa direção, com as perninhas curtas e
rechonchudas.

Eli levanta Ruby nos braços, rindo todo bobo e sei que a bronca
provavelmente ficará a meu encargo. De novo. Ele é tão permissivo com os
gêmeos.
É isso mesmo! Nossos pimentinhas são gêmeos.

Fiquei de boca aberta também, quando meu médico me informou


surpreso, que havia outro coração batendo em meu útero. Eli quase desmaiou
do meu lado. Eu sabia que havia uma possibilidade, uma vez que há casos de
gêmeos em sua família. Mas, passado o susto, uma felicidade sem tamanho
tomou conta de mim. E quando eles nasceram, Eli e eu choramos.

Ele filmou tudo. E amei ver o rosto que tanto amo em nossos filhos.

Levanto Noah nos braços também, beijando sua cabeleira loira escura.

Meu pequeno, sorri, batendo palminhas como se não estivéssemos em


plena madrugada. Eu escolhi o seu nome e Eli escolheu o da nossa
princesinha. Ele diz que ela é sua joia preciosa.

― O que é essa bagunça toda, meu amor? Hein? ― sorrio, deixando a


bronca para depois. Ele é a cópia fiel do pai e isso sempre me amolece. Aliás, os
dois puxaram à Eli. Parece que fui uma barriga de aluguel. Eles não têm nada
meu. Ok, não fisicamente, porque na personalidade, meu pai diz que são
parecidos comigo, nessa idade...

Certo, parece que descobrimos a quem meus pimentinhas puxaram...

Culpada.

Me aproximo de Eli e beijo a cabecinha da minha princesa. Ele beija


Noah também.

― Mamãe bonita! ― Ruby me bajula, batendo palminhas. Eu sorrio. Tão


esperta quanto seu pai, quando quer me ganhar.

― Que tal papai e mamãe brincarem com vocês um pouco? ― Eli


pergunta me encarando. E nesse momento estou encurralada por três pares de
olhos verdes idênticos e lindos. Como dizer não à eles?
― Baby, eles precisam aprender a cumprir horários... ― objeto. Mas, sou
voto vencido, pela euforia dos pequenos.

― Ok, papai e mamãe vão brincar, mas, em seguida, os dois bagunceiros


vão para a cama. Combinado? ― eles riem e me beijam, babando meu rosto
todo e não posso imaginar, uma sensação melhor do que essa. ― Seus
pimentinhas.

― Pimentinhas! ― eles repetem achando graça.

Eli está me olhando com os olhos verdes brilhantes de amor quando o


olho.

― Nós somos loucos por você. ― murmura, se debruçando em minha


direção, me beijando suavemente nos lábios.

Me derreto ainda mais, meus olhos se enchendo de lágrimas.

Eu o amo tanto... Os amo tanto.

Elijah

Ela me olha com esses lindos olhos marrons marejados.

Me sinto o bastardo mais feliz do mundo por ser o único a receber esse
olhar.

Eu a amo tanto. Tanto, porra!

― E eu sou louca por vocês, baby. ― sussurra de volta.


Me debruço sobre ela de novo e a beijo, com todo amor que tenho dentro
de mim. Bem, isso até nossos pequenos começarem a reclamar, por terem
sidos negligenciados.

Sorrimos e nos separamos para cuidar dos nossos moleques.

Deus, eu amo esses pimentinhas, como os chama sua mãe.

Quase tive um maldito infarto quando vi, os dois no ultrassom e me


apaixonei perdidamente, desde então. Não sabia que existia um amor assim,
tão pleno, incondicional. Eu amo os palcos, mas, estar com eles assim, com a
minha mulher, não tem comparação. Nada pode ser comparado à isso.

Eles são a minha razão de viver.

Passamos quase uma hora, tentando cansar os pequenos, até que


finalmente eles bocejaram e começaram a se aconchegar em nossos colos.
Porra, esses moleques não são de brincadeira. Sara e eu trocamos um sorriso
cansado, mas, feliz. Os levamos para a cama. Eles não dormem separados.
Tentamos, mas, falhamos em todas às vezes, que acabamos desistindo.

Eles são fisicamente parecidos comigo, mas, geniosos como sua mãe e
isso me amolece. Não é segredo pra ninguém que amo esse gênio atrevido dela.

― Que tal uma história de roqueiros? Hein? ― proponho e ouço o sorriso


baixo de Sara. Ela me recrimina, mas, adora minha forma nada convencional,
de contar histórias para nossos moleques. ― A minha preferida, filhão e,
princesinha. ― dois pares de olhinhos verdes, estão me olhando com interesse,
mas, sonolentos. Sorrio, beijando suas bochechinhas rosadas. ― Era uma vez,
um guitarrista muito fodão... ― murmuro.

― Baby, você está falando palavrões para nossos filhos? ― Sara me


repreende, não segurando um sorriso. Olho-a, abrindo meu sorriso sem
vergonha, que sei a derrete em uma poça.
― Certo, era uma vez um guitarrista muito, muito talentoso... ― ela rola
os olhos. Meu riso amplia. ― E havia essa linda garota... ― ela suspira, se
sentando na ponta cama, perto da cabeceira deles. ― Jesus, ela era uma
coisinha linda, atrevida e quente...

Nossos pequenos sorriem, lutando para manter os olhinhos abertos. Eles


adoram essas histórias também. O rock está no sangue, não se pode negar
isso.

Sara nos observa com o rosto suave, enternecido, cheio de amor,


enquanto continuo sussurrando. Ela diz que essa cena sempre a emociona. O
roqueiro fodão todo bobo com sua prole.

― ...E eles se casaram. Sim, a linda garota era uma fã muito apaixonada
pelo seu guitarrista e não podia mais viver longe dele... ― ela rola os olhos mais
uma vez. Ofereço-lhe uma piscadela perversa.

― Na verdade, meus fofinhos, o tal guitarrista muito, muito talentoso,


precisou ter sua bunda arrogante de garoto mau, chutada antes de tudo isso...
― diz com seu sorriso atrevido que eu amo.

Sorrio, tentando não fazer muito barulho para os meninos.

― Baby, você não deve falar palavrões para nossos filhos. ― levanto uma
sobrancelha zombando dela.

― Oh, merda! Culpada. ― murmura e aperta os lábios para não rir em


seguida. Linda.

Retomo a história.

― Ok, o pobre guitarrista não teve chance... Teve que se render, porque
era completamente doido pela linda e geniosa garota... ― esses olhos marrons
lindos, amolecem completamente, me olhando com adoração. Arfa levemente.
Eu a olho com meu coração nos olhos, meus sentimentos espelhando os seus.
― Ele jurou fazê-la feliz para sempre. ― murmuro.

Ela pisca, seus olhos cheios de lágrimas não derramadas.

― ...E a garota continua uma fã apaixonada. Ela tem sido feliz todos os
dias, tesouros da mamãe. ― diz com voz embargada, seu olhar nunca deixando
o meu. ― Esse lindo roqueiro deu tudo a ela.

Porra. Ela acaba comigo quando diz essas coisas lindas do caralho.

Meus olhos ardem e meu coração incha feliz.

Nós crescemos rapidamente. O tempo que ficamos separados, nos fez


mais cuidadosos. Me fez mais cuidadoso. Ela e nossos filhos são meu tesouro
mais valioso e sempre vou protegê-los. O mundo lá fora é cheio de armadilhas,
principalmente no meio em que vivo, mas, temos seguido firmes e fortes.
Nenhum de nós vai abrir mão do que temos. Sabemos que isso é único. É
nosso. Não há nada igual em outro lugar.

― Amanhã vou contar-lhes sobre um cara chamado Elvis... ― sussurro


para nossos pequenos já adormecidos. ― Esse sim, era fodão. ― sorrio, me
permitindo dizer o palavrão agora.

Sara meneia a cabeça e limpa uma lágrima errante. Beijamos nossos


pimentinhas antes de sair. Eu a levanto nos braços e nos dirigimos para nosso
quarto. Ela sorri, enfiando o nariz em meu peito, inspirando o meu cheiro.

― Então, você ainda é uma fã minha, garota? ― a puxo para meus


braços, logo que colocamos nossas roupas para dormir. Ela sorri, um misto de
provocação e suavidade no rosto bonito.

― Eu e grande parte da população feminina do planeta. Você está entre


os três guitarristas, mais influentes, da década, amor.
Gargalho do seu exagero.

― Não é entre os cinco, amor? ― levanto uma sobrancelha com humor.

Ela ri, enlaçando-me pelo pescoço e dá de ombros.

― Um pequeno detalhe numérico, baby. Você sabe que para mim, sempre
estará em primeiro.

Amoleço com seu elogio apaixonado e a levanto nos braços, nos levando
para a cama. Deita a cabeça em meu peito nu. Me delicio com seu cheiro e
corpo gostoso, junto ao meu. Me deito segurando-a, me enrolando ao seu
redor, mantendo-a bem pertinho.

É a porra do paraíso, tê-la em meus braços!

― Nós formamos um bom time, não é, pequena fada? ― murmuro,


beijando-a na têmpora. Levanta o rosto para fazer contato visual.

― Sim, amor. Um time e tanto. ― sussurra, acariciando meu peito. ―


Parei de tomar a pílula, baby. Nosso time pode aumentar...

Jesus! Mais um pimentinha?

Estou fodiamente dentro! Literalmente...

Sorrio e beijo sua boca, roçando meus lábios nos seus, de forma ao
mesmo tempo carinhosa e sedutora.

― Adoro uma garota que toma a iniciativa, baby. ― ronrono, deixando-a


saber, que estou falando não apenas disso, mas, do fato de ter me
surpreendido com a visita ao clube hoje. ― Meu tipo de garota... ― sorrio
perversamente. Ela sorri, adorando meu jeito sacana, de garoto mau, como
sempre diz. Eu amo essa mulher. Amo tudo nessa mulher. Cada pequena
coisa. Cada sorriso. Cada olhar. ― Você me completa de tantas formas,
pequena tempestade. ― digo baixinho e ela derrete em meus braços, com
minhas palavras.

Seu olhar corre por todo o meu rosto e sua mão vem suave, tocando
minha barba de dois dias.

― E você me completa também, baby. Não há pai mais dedicado e marido


mais amoroso. ― me olha emocionada. ― Você é o meu, o nosso orgulho. ― sua
voz embarga um pouco, quando sussurra: ― Nosso eterno garoto da guitarra.

Sorrio e a beijo deliciosamente lento. Aconchegamo-nos mais, como se


isso fosse possível. Encerro o beijo sorrindo, porque ela já está arfando, como
se não tivesse me deixado foder seus miolos, naquele clube. Ela sorri também.
Porra, sim, meu tipo de garota. Ajeito suas costas contra meu peito e ficamos
de conchinha. Rio mais, recordando-me de que o caminho foi muito longo, até
me render à isso. A ela. Mas, Sara esteve certa o tempo todo e acertou, quando
me mandou aquela música da Adele, melosa pra caralho.

Ela é e sempre será a única!

― Boa noite, meu amor. ― sussurro em meu pescoço. Meu tom relaxado,
feliz.

― Boa noite, meu amor. ― murmura de volta, cobrindo minhas mãos em


seu ventre, com as suas. Suspiro. Sim, nós formamos um bom time. O melhor
dos times.

Adormeço pedindo a Deus que continue sendo gentil conosco e nos


permita ficar assim, nos braços um do outro, até o fim dos nossos dias.

Muitos anos depois...


Entro no closet e sorrio, admirando a minha mulher terminar de se
arrumar. Ela está linda num longo amarelo, destacando suas curvas de babar.
Nossos olhares se encontram através do espelho. Ela sorri para mim. Seu
corpo está levemente mais cheio, depois das gestações.

Sim, nós tivemos mais um moleque, Peter, que fará doze anos em breve.
Sara quis homenagear seu velho e também meu pseudônimo. Ah, nós ainda
utilizamos nossos perfis falsos para falar sacanagens, de vez em quando.
Mesmo depois de quinze anos juntos, ainda mantemos a chama acesa. Sorrio
malicioso. Muito acesa... Ela levanta uma sobrancelha para meu sorriso
perverso. Avanço até ela, enlaçando-a por trás.

― Eu já disse o quanto está gostosa hoje, Srª Allen? ― sussurro em seu


ouvido, lambendo o lóbulo. Ela ofega, encosta a cabeça em meu ombro, me
olhando sonhadora.

― Humm, só umas duas vezes, acho. Você está perdendo o jeito, Sr.
Allen? ― me provoca, atrevida.

Puxo-a mais perto e esfrego meu pau já acordando, em sua bundinha


firme e desço a minha boca, raspando os dentes pela lateral do seu pescoço.
Seu corpo estremece contra o meu. Sorrio malvado contra sua pele quente,
macia, deliciosa.

― Se nossas famílias não estivessem esperando lá embaixo, a faria


engolir esse comentário, minha cachorra atrevida. ― rosno, deixando-a saber
exatamente, o que a espera mais tarde. Sara geme em lamento, pressionando a
bunda gostosa em meu pau. Sorrio, dando um tapa em sua nádega. Ela mia.
Sorrimos. Enfio o nariz em seus cabelos, me embriagando em seu cheiro. ―
Você está linda, baby. ― digo em tom mais suave e beijo seu ombro nu.

― Você também, amor. ― diz, girando em meus braços.


As mãos passeando pela minha jaqueta de couro marrom escuro.
Presente dela. Minha mulher gosta de me ver em couros. Ela diz que fica cheia
de tesão.

Então, o que um cara pode fazer, diante de um argumento assim?

Vivo para agradá-la, senhoras.

Nossos olhares se fixam e minha boca desce suave sobre a dela. A aperto
contra mim. O beijo vai se tornando mais intenso, dentro de instantes, estamos
gemendo e moendo um outro. Sorrio, puxando seu lábio inferior entre os
dentes. Ela sorri também, ofegante, linda.

― Vem, vamos descer e confraternizar, para que eu possa comer e gozar


bem duro na minha cachorra mais tarde. ― ranjo contra sua boca. Ela geme de
forma indecente.

― Seu bruto... ― me provoca, sua mão descendo entre nós, agarrando


meu pau duro sobre o jeans.

― Cachorra... ― rosno e dou outro tapa em sua bunda. ― Vem, antes que
eu resolva ser mau para você, baby. ― digo com uma suavidade, que não está
em meus olhos. Ela mia, mas larga meu pau. ― Você fica tão linda quando está
com tesão e não pode gozar no pau do seu cachorro. ― provoco-a, quando
saímos do quarto.

― Dois podem jogar esse jogo, amor. ― ela sorri com algo perverso por
trás disso.

Gargalho. Já ansioso para saber o que ela fará para me torturar mais
tarde. Minha linda menina atrevida.

Descemos e encontramos nossos familiares. Meus pais e minha avó


vieram de Seattle esse ano. Meu sogro está morando em LA há vários anos e se
casou com sua assistente, Emília, para total alegria de Sara. Estamos
comemorando nosso aniversário de quinze anos de casamento. Na verdade,
será depois de amanhã. Sempre comemoramos dois dias antes, em LA e
partimos para Paris em seguida. Temos feito isso todos os anos. Acabamos
comprando uma casa lá, pois com as crianças, era complicado e desconfortável
ficar em hotéis.

Vou cumprimentar os caras e Sara vai para suas mulheres, que já estão
reunidas, no seu complô habitual e contando as últimas dos nossos filhos.

Devo dizer que nossos moleques nos mantém ocupados. Estão todos na
adolescência, naquela fase em que se acham as porras dos donos da verdade.
Sorrio. Exatamente como seus pais.

― Ei, irmãos! ― sorrio-lhes e acrescento zoando: ― Vocês parecem um


pouco... Caídos.

Eles rosnam palavrões e me oferecem seus dedos do meio. Eu gargalho,


pegando um copo de uísque do garçom, que para em nossa rodada.

Só estou zoando mesmo. Estamos bem para quarentões. Mas, claro, que
não perco a oportunidade de alfinetá-los, dizendo que um está ficando
barrigudo, o outro careca e por aí vai. Os bastardos fazem o mesmo comigo,
principalmente Collin. O idiota continua sendo um pé no saco.

― Mel não tem do que reclamar, seu idiota. ― O Stone rosna e em


seguida olha sua mulher, do outro lado da piscina.

Os olhos do meu parceiro se iluminam quando ela olha de volta e joga


beijos. Eu diria que isso foi muito veadinho, se nesse momento não estivesse
buscando a minha mulher com o meu olhar, fazendo o mesmo.

Cada um dos caras fazem isso.


Cacete! Nossos paus não se transformaram em bocetas, senhoras.
Apenas essas mulheres tem esse poder, sobre cada um de nós.

Quem diria, hein? Eu que pensei que morreria entediado se tivesse que
comer a mesma boceta, pelo resto da vida...

― Carlie também não. ― Paul se defende também e assim o fazem os


outros.

Sorrio, sorvendo a minha bebida. Conversamos e jogamos insultos.


Velhos hábitos nunca mudam. Eu amo esses cães sarnentos. Sempre
estaremos juntos. Fizemos questão de manter nossos filhos, sempre juntos
também.

Família. Nós somos isso.

Chay é o mais velho e responsável. O homenzinho cresceu e está na


universidade, estudando para nos ajudar a gerir a gravadora em um futuro
próximo. A Stone Records alcançou o topo há alguns anos. Trabalhamos com
os melhores artistas, mas, não deixamos de dar oportunidade para novos
talentos. O Stone tem um olho clínico para descobrir talentos, o bastardo.

A DragonFly ainda está na ativa. No entanto, estamos dando um espaço


de cinco anos entre os álbuns. Com a chegada dos nossos moleques,
percebemos que precisávamos desacelerar e dar atenção à eles e, claro, nossas
mulheres. Entretanto, os fãs sempre nos recebem fodidamente bem, cada vez
que lançamos um álbum.

Lançamos o mais recente no ano passado, em comemoração aos vinte


anos da banda e foi um sucesso.

É, o tempo voa. Mas, não temos nada do que reclamar. Somos


quarentões enxutos. Bem, pelo menos é isso que nossas mulheres nos falam.
Olho em volta sentindo falta dos moleques maiores. Vejo apenas os mais
novos e Lily, a mais velha de Collin. Onde estão...

― Baby, eu quero que veja algo... ― A voz suave da minha mulher corta
meu fluxo de pensamentos. Ela segura a minha mão. Percebo que as mulheres
de meus parceiros também estão junto deles, com caras de quem sabem um
segredo só delas.

― Baby, o que está...

― Shh, venha ver. ― Sara sorri amorosamente, mas, há um toque


conspiratório.

Eu e os caras nos deixamos levar, por nossas mulheres, até a porta da


minha garagem.

Antes que qualquer um de nós pergunte, a porta automática sobe e luzes


multicoloridas, assaltam a minha visão. Fumaça enche o local e aos poucos
vou conseguindo ver as silhuetas atrás da névoa densa.

Um solo de guitarra soa alto. Noah? Estou atordoado aqui.

― Cacete! ― guincho.

― Porra!

― Caralho!

― Puta que pariu!

― Merda! São nossos moleques!

Ouço os caras exclamarem, tão surpresos quanto eu.

― Boa noite, senhoras e senhores! ― Liam pula para a frente da turma.


Jesus! Olha o moleque... ― Eu sou Liam Stone! Digam olá para meus irmãos,
Noah, na guitarra! ― um sorriso se abre em minha boca e meus olhos ardem.
Caralho! Parece que estou vendo meu parceiro, nos apresentando nos shows. ―
No baixo, Jacob! ― esse é o moleque do Collin. ― No teclado, Ethan! ― o de
Sean. ― E na batera, Saul! ― o mais velho de Paul.

Puxo Sara pela cintura, ela se aconchega em meu peito. Está fungando.

Aliás, há muito fungados perto de nós.

Jesus, eu estou emocionado pra caralho vendo nossos meninos. Nos


vendo neles.

Eu luto uma batalha perdida e as lágrimas caem pelas minhas faces.

Porra, estou ficando velho! Eu rio. Bonito demais!

Eles começam a tocar um de nossos primeiros sucessos, um rock


agitado.

Olho na direção de Liam, o pai, e o vejo limpar os olhos. Mel está


chorando também vendo seu moleque quebrando tudo. Noah vai para perto do
parceiro e cai de joelhos, dedilhando a guitarra que lhe dei de presente, quando
fez quatorze, há três meses. Choro mais, me vendo lá, junto com Liam e os
caras.

― Gostou, baby? ― ela murmura suavemente embargada. Eu abaixo a


cabeça olhando dentro dos olhos marrons, que tanto amo.

― Bonito pra caralho! ― ranjo, minha voz áspera de emoção. ― Você já


sabia disso, amor?

Ela sorri, culpada e acena. Enrolo meus braços em sua cintura e


começamos a dançar devagar, mesmo a música sendo rápida.
― É isso aí, caras... ― ouço a voz brincalhona de Liam, imitando seu pai.
― Essa é a hora de pegar suas meninas bem juntinho. ― há gargalhadas
estrondando agora. Levanto a cabeça para olhar meu afilhado. O moleque é a
cópia de seu pai e isso faz meus olhos se encherem de lágrimas, de novo. ― Pai,
mãe... ― Noah, nos chama ao microfone. Parece que ele me superou nesse
quesito. Eu sempre morri de medo de microfone. ― Essa é para vocês. Eu amo
vocês, velhos! ― bufo. Sara sorri levemente.

Esse moleque...

― Essa é um clássico do caralho. ― Liam sorri travesso e olha na direção


da Mel. ― Desculpe, mãe. ― Mel sorri, balançando a cabeça. ― Bon Jovi! Para
meu padrinho e querida madrinha! ― Sara se desmancha em choro.

Porra! Esses moleques...

Corro os olhos ao redor e sorrio quando vejo Chay chegando de surpresa


com a namorada. Ele me pede silêncio e em seguida Liam e Mel estão babando,
no nosso eterno homenzinho.

Meu sogro, meus pais e minha avó saem para a área externa e quase
morrem de susto, ao ver seus netos cantando e tocando guitarra. Bem pra
caralho, devo acrescentar. Nossos pequenos também vêm conferir os irmãos
mais velhos. Eles sorriem, obviamente achando que estão pagando o que essa
garotada chama de “mico”.

― Filhos do Rock. ― Sean diz.

― Feio pra caralho, irmão. ― Collin zomba, enquanto se move lentamente


com Selena à sua frente. ― The Boys The Rock.

Todos nós caímos na risada.

― Rock Brothers. ― Paul arrisca.


― Você só pode estar doido, cara. ― Liam o corta. ― Vamos pensar em
algo, irmãos... ― murmura com um olhar enigmático.

― Oh, nem pensar, superstar. ― Mel diz estreitando os olhos no marido,


que sorri de volta, com sua cara de quem vai aprontar. ― Meu filho precisa se
dedicar aos estudos. De jeito nenhum, vou querer essa vida louca dos palcos,
para meu pequeno.

― Okay, baby. ― meu parceiro diz em tom apaziguador e a abraça.

Os olhos azuis levantam para os meus, por cima da cabeça da Mel.


Trocamos um olhar e abrimos os maiores sorrisos comedores de merda.

Sim, ele vai aprontar!

Os moleques emendam uma sequência de Bon Jovi. Always começa.


Noah divide o microfone com Liam. Os dois passam os braços sobre os ombros
do outro. Imagens de um passado distante, enchem minha mente.

Eu, o Stone e os caras em nossa garagem em Seattle. Nós atingimos o


topo. Atingimos o topo e nos mantivemos nele, porque há um diferencial em
nós que raramente há em outras bandas: somos família antes de tudo.

Olho cada um dos meus parceiros, que estão agora dançando bem
juntinhos com suas meninas. Eles me olham de volta. Sorrimos. Sim, nós
conseguimos tudo. Estamos ficando velhos, mas, e daí? Esse é o destino de
todos os malditos habitantes desse planeta. O importante é a herança que
estamos deixando, para a nova geração.

Nós temos vivido intensamente, rindo das piadas idiotas e implicâncias,


que sempre teremos um com o outro. Amando, respeitando as mulheres que
nos fizeram homens de bem. Aproveitando cada pequena oportunidade de
estarmos juntos, em família. Sabe por quê? Porque no fim do dia quando você
coloca a cabeça em seu travesseiro, não são os bens materiais, ou a quantia
obscena de dólares, que está em sua conta bancária que importam. O que
conta, o que realmente conta é isso aqui: amizade, respeito, amor. Esses
sentimentos sempre prevalecerão entre nós.

― The New Generation... ― murmuro, ainda me referindo aos nossos


moleques. Aconchego a minha mulher mais junto à mim. Ela sorri, suspirando
feliz, realizada. Seus dedos acariciando meus cabelos compridos na nuca.
Abaixo a cabeça, aproximando nossas bocas. Nossos olhares fixos, contando
silenciosamente como completamos um ao outro. ― Eu te amo, pequena
tempestade. ― digo em sua boca. Minha voz levemente embargada. ― Obrigado
por ter me dado tudo.

― Eu também te amo, garoto da guitarra. ― ela chora, seu lindo rosto


sendo banhado de lágrimas e ela nunca me pareceu mais bonita. ― Obrigada
por ter me dado tudo também.

Sorrimos em meio à emoção e nossas bocas se encontram num beijo


delicioso e apaixonado. Nos apertamos mais. Nossa paixão, desejo sempre
latente em nós. Continuamos assim, nos movendo juntos, coladinhos.

Peço a Deus algo que sempre peço, ao fim do dia: que Ele continue sendo
gentil conosco e nos permita ficar assim, nos braços um do outro, pelo resto de
nossas vidas.
FIM

Não deixem de conferir o quarto e último livro dos nossos roqueiros:


Inesquecível; a história de Collin e Selena.

Em breve...

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