Vous êtes sur la page 1sur 4

DIREITO ADMINISTRATIVO

I - IMPORTÂNCIA DO DIREITO ADMINISTRATIVO


(Marcelo Rebelo de Sousa: Direito Administrativo Geral, pág. 29 a )

 O Direito administrativo é uma constante, regulando directamente a maioria dos actos


necessários à vida em comunidade.

 Quadros conceptuais fundamentais do Direito Público.


o Aquisição e compreensão das áreas científicas do Direito Público
o Apreensão das restantes áreas jurídicas

 Actualmente, o D. Administrativo compreende campos que tradicionalmente eram pertença


do Direito Privado: muitos ramos de direito privado só são correctamente compreendidos se
se tiver em conta certos aspectos de determinados ramos do Direito Administrativo (ex.:
direitos reais e direito do urbanismo)

II – A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Conceito que se pode referir a várias realidades:

Sentido objectivo/ material


Actividade concreta de satisfação das necessidades colectivas através da produção de bens e
prestação de serviços e actividades acessórias para tal necessárias em que se traduz o exercício
da função administrativa do Estado. O leque de tarefas que compreende em cada momento é
variável, em função dos interesses públicos que, a cada momento, merecem a protecção da
Constituição e da Lei.

Tarefas administrativas:
 Manutenção da ordem e segurança públicas: prevenção e repressão de actividades danosas
para a colectividade. Típica do Estado Liberal
 Efectivação de prestações aos particulares: atribuição directa de benefícios e funcionamento
dos serviços públicos. Típica do Estado social providencial.
 Direcção da vida social: realizada de acordo com o prescrito pela Constituição e pela Lei.
Acentua-se e é ligada por certos autores ao Estado social pós-providencial
 Obtenção de recursos materiais exigidas pelas outras necessidades: administração fiscal
 Gestão de meios materiais e humanos. Gestão do património público e actividades destinadas
a assegurar o funcionamento regular do aparelho administrativo

Sentido subjectivo/orgânico/ organisatório


Complexo de órgãos e agentes que exercem a função administrativa

Sentido Formal
Modos de actuação da administração pública:
 Doutrina portuguesa1: considerando a AP o complexo de órgãos e agentes que exercem a
função administrativa quando, de facto, exercem funções administrativas, recorrendo a poderes
de autoridade que lhe dão supremacia sobre os cidadãos.

1
Este sentido ganha maior relevo nas ordens jurídicas, como a Portuguesa, em que a relação entre a AP e
particulares não se pauta pela paridade.
 Doutrina alemã: conjunto de órgãos e agentes que exercem a função administrativa,
independentemente de, em concreto, realizarem tarefas administrativas.

CARACTERÍSTICAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Administração: utilização de certos meios (materiais e pessoais) com vista à obtenção de certos
resultados (bens, serviços), que estão ao serviço de certos fins.

Administração material
 Heteronomia
À AP cabe a prossecução do interesse público definido pela Constituição e pela Lei (216º/1CRP).
Assim, a definição dos fins a prosseguir não é realizada pela Administração mas pela
Constituição e pela Lei. No fundo, é o poder político, mormente através da Lei, que define quais
os fins a alcançar pela AP que assume, pois, um carácter subordinado.
o Impossibilidade de prossecução, ainda que indirecta de interesses privados, embora nada
impeça que haja uma coincidência entre estes e o interesse público
o Vale para actividade administrativa exercida por privados e para a actividade
administrativa exercida por pessoas colectivas públicas, compostas por entes privados
o A APrivada é autónoma, ie, é ela própria que define os seus fins
o Quanto a meios, pode ou não haver vinculação

 Actividade de conformação social


o A actividade administrativa tende a incidir sobre o total da vida colectiva (diferentemente
das concepções liberais da administração mínima e pouco intrusiva)
o Visa enquadrar e mesmo transformar a sociedade de acordo com os fundamentos
estabelecidos pela Constituição e pela Lei
o Dimensão prospectiva (voltada para o futuro) – sobretudo na administração infra-
estrutural
 Continuidade e “ininterruptabilidade”: Princípio da continuidade dos serviços públicos
Ao contrário de outras funções do Estado que permitem, pelo menos teoricamente, pausas, a
actividade administrativa não tolera interrupções, sob pena de se frustrarem os interesses que
visa prosseguir. Isto porque, apesar de não serem imutáveis os interesses concretos que a
administração visa alcançar, os interesses públicos projectam-se no tempo e reclamam satisfação
permanente.
Daqui se extrai o Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos, que tem consequências:
suplência, substituição, gestão de órgãos colegiais dissolvidos e sequestro de contratos
administrativos.

Adminstração orgância (orgânica-institucional)

 Heterogeneidade: a AP pode ser exercida por pessoas colectivas de direito público ou privado
(fenómeno de Privatização do exercício da função administrativa)

 Pluralidade e atipicidade: a AP está a cargo de pessoas colectivas exclusivamente incumbidas


do seus exercício a título principal, MAS o seu exercício não está limitado a órgãos tipificados
pela Constituição, podendo caber a uma pluralidade de órgãos potencialmente ilimitada. Tal
resulta da complexificação e especialização da função administrativa.

 Interdependência: os agentes da administração actuam tendo em conta a actuação de outros


agentes, existindo, em regra, faculdades de intervenção uns sobre os outros. Assim, existem
entre os órgãos da administração relações de supra/infra-ordenação:
o Entre os órgãos de uma mesma pessoa colectiva: hierarquia administrativa,
traduzida na faculdade de os superiores dirigirem a actividade dos subalternos e
no dever destes obedecerem àqueles.
o Entre pessoas colectivas diferentes: superitendência (definição dos fins a
prosseguir) e tutela (controlo da actividade desenvolvida).
Podem, contudo, em situações excepcionais em que tal seja necessário para a prosseucução do
interesses públicos específicos e devidamente justificadas, existir agentes administrativos
independentes.

 Iniciativa: a AP é activa, ie, os seus órgãos estão juridicamente vinculados a prosseguir o


interesse público por sua própria iniciativa, sem necessidade de solicitações externas (embora,
por vezes, a AP esteja dependente de iniciativa de um particular)

 Parcialidade: a AP é, porque tem de prosseguir os interesses públicos a que está adstrita,


parte interessada em todas as situações em que deva intervir (contrapõe-se à posição supra
partes que os tribunais que ocupam quando dirimem litígios). Tal não significa que a actuação da
administração seja arbitrária na posição assumida face a conflitos de interesses, tanto mais que,
face aos particulares, está vinculada ao Princípio da Imparcialidade.

Administração orgânica (pessoal)


 Amovibilidade: os agentes não gozam de garantias de permanência no cargo, podendo ser
amovidos, em função do interesse público e nos termos da lei.
 Responsabilidade dos titulares: respondem disciplinar, civil e criminalmente, nos termos da
lei, pelo desempenho das suas funções. O Governo, órgão superior da AP tem também
responsabilidade política, respondendo perante o PR e a AR (190ºe191ºCRP).
Estas duas características contrapõem-se à inamovibilidade e irresponsabilidade, exigidos pela
independência dos órgãos.

Outros
 Vinculação ao Princípio da Tipicidade
Característica do modo de actuação da AP (que se contrapunha à APrivada). Actualmente,
contudo, existe um novo modele de administração Pública: Nova Gestão Pública.
Esta caracteriza-se por tentar replicar na AP os modos de actuaçãoda APrivada, nomeadamente
ao nível da liberdade e responsabilidade.
III- DIREITO ADMINISTRATIVO

CONDIÇÕES HISTÓRICAS DO SEU SURGIMENTO

Vous aimerez peut-être aussi