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METODOLOGIA ASSTI

METODOLOGIA ASSTI - AVALIAÇÃO DA


SAÚDE E SEGURANÇA EM
TRABALHADORES DA INDÚSTRIA
Caderno Técnico

Campina Grande/PB – 2018

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METODOLOGIA ASSTI

É autorizada reprodução total ou parcial deste material, por qualquer meio ou


sistema desde que a fonte seja citada.

Ficha Catalográfica

S491m SESI/PB.
Metodologia ASSTI – Avaliação da saúde e segurança em trabalhadores
da indústria: técnico. /Serviço Social da Indústria – Departamento Regional
da Paraíba. – Campina Grande: SESI-PB/SESI-DN, 2018.
113 p.: il. color. (Metodologia ASSTI)

Inclui referências bibliográficas

1.Saúde e Segurança do Trabalho. 2. Metodologia de avaliação. 2. Saúde e


Produtividade. 3. Segurança no trabalho – Gestão. 4. Saúde e meio ambiente.
5. Segurança no trabalho. I.Título.
21.ED CDD – 363.116

Elaborada por: Heliane Maria Idalino Silva - Bibliotecária CRB-15ª/386

SESI – Serviço Social da Indústria


Departamento Regional da Paraíba

Avenida: Manoel Guimarães – 195 – José Pinheiro


CEP: 58407-363 – Campina Grande – PB
Fone: (83) 2101.5300
Fax: (83) 2101.5394
E-mail: sesipb@fiepb.org.br
Home page: http://www.fiepb.org.br

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SESI – Departamento Nacional


Robson Braga de Andrade
Diretor - Presidente

SESI – Departamento Regional da Paraíba


Francisco de Assis Benevides Gadelha
Diretor - Presidente

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Superintendente SESI Nacional

Sergio Antônio Alencar Guimarães


Superintendente SESI Paraíba

Emmanuel de Souza Lacerda


Gerente Executivo Saúde e Segurança na indústria - SESI Departamento Nacional

Maria Grinete Pinheiro de Melo


Gerente Executivo Saúde e Segurança na indústria - SESI Paraíba

Antônio Eduardo Muzzi Machado


Gerente de Promoção da Saúde - SESI Departamento Nacional

Kleber Barbosa Silva


Gerente de Promoção da Saúde - SESI Paraíba

Equipe Técnica
Georgia Antony Gomes de Mattos
Gestora do Projeto SESI Departamento Nacional

Fernando José de Oliveira Mélo Filho


Gestor do Projeto SESI Paraíba

Christiane Batista Costa


Supervisora Técnica – SESI Paraíba

Consultor
Mauro Virgílio Gomes de Barros
Fernanda Cunha Soares
Jorge Bezerra
Rodrigo Antunes Lima
Universidade de Pernambuco

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METODOLOGIA ASSTI

Sumário
1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................................... 9
2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 11
3. CENÁRIO, MODELO LÓGICO E FUNDAMENTOS .................................................................... 12
Cenário e Diretrizes Nacionais ..................................................................................................... 12
Modelo Lógico .............................................................................................................................. 14
Modelo de Atuação SESI em Soluções Integradas (SST e PS) ...................................................... 16
Avaliação e o Modelo de Atuação SESI em Soluções Integradas (SST e PS) ................................ 17
4. O MACROPROCESSO AVALIAÇÃO........................................................................................ 20
O Que é Avaliação? ...................................................................................................................... 20
Níveis, Modelos e Modalidades ................................................................................................... 21
Avaliação: Etapas Principais ......................................................................................................... 24
Planejamento ............................................................................................................................... 25
Coleta de Dados ........................................................................................................................... 31
Análise de Dados .......................................................................................................................... 32
Elaboração de Relatórios ............................................................................................................. 37
Aplicação dos Resultados ............................................................................................................. 39
5. METODOLOGIA ASSTI ......................................................................................................... 42
Breve Histórico de Iniciativas Anteriores ..................................................................................... 42
Objetivo ........................................................................................................................................ 43
Instrumentação ............................................................................................................................ 44
Matriz Analítica ............................................................................................................................ 47
Índices .......................................................................................................................................... 49
Descrição dos Indicadores ........................................................................................................... 53
Elaboração de Relatórios ............................................................................................................. 71
Fontes Adicionais de Consulta ..................................................................................................... 73
6. INTEGRAÇÃO E AVALIAÇÃO DE PROCESSO .......................................................................... 74
Avaliação de Processo .................................................................................................................. 75
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 77
APÊNDICE 1 ........................................................................................................................... 79
Relatório Estudo-Piloto – Validação Do Instrumento .................................................................. 79
APÊNDICE 2 ........................................................................................................................... 82
Questionário ASSTI – Diagnóstico ................................................................................................ 82
APÊNDICE 3 ........................................................................................................................... 90
Questionário ASSTI – Impacto...................................................................................................... 90
APÊNDICE 4 ........................................................................................................................... 98
Instrumento de Avaliação de Processo ........................................................................................ 98
APÊNDICE 5 ........................................................................................................................... 99
Modelo de Relatório Diagnóstico ................................................................................................ 99
APÊNDICE 6 ......................................................................................................................... 106
Modelo de Relatório de Impacto ............................................................................................... 106

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Lista de Figuras
Figura 1. SESI Unidade de Saúde e Segurança na Indústria - Modelo Lógico................................... 15
Figura 2. Modelo de Atuação SESI em Soluções Integradas (SST e PS) ............................................ 18
Figura 3. Fluxograma dos processos de gestão no atendimento em saúde e segurança. ............... 19
Figura 4. Modalidades de avaliação e seus objetivos....................................................................... 23
Figura 5. Etapas do processo de avaliação ....................................................................................... 24
Figura 6. Nomograma para estimativa do tamanho da amostra em populações com até 2.000
trabalhadores. ................................................................................................................... 28
Figura 7. Determinação do tamanho da amostra para uma população com mil trabalhadores em
duas situações hipotéticas: “A”, na qual o erro foi estabelecido em 2 pontos percentuais;
e, “B”, na qual o erro foi estabelecido em 5 pontos percentuais. .................................... 29
Figura 8. Croqui de uma empresa hipotética com delimitação e identificação dos setores. .......... 30
Figura 9. Cenário de priorização para a situação diagnóstica observada em uma empresa
hipotética. ......................................................................................................................... 36
Figura 10. Ferramenta no Microsoft Excel para apoiar o atendimento consultivo, com módulo
específico para priorização de necessidades (seta). ......................................................... 37
Figura 11. Ilustração do processo de construção da matriz analítica e desenvolvimento do
instrumento de coleta de dados. ...................................................................................... 47
Figura 12. Dimensões avaliativas resultantes do agrupamento de indicadores de saúde, segurança
e produtividade. ................................................................................................................ 47
Figura 13. Ilustração do uso da lista de checagem para fins de identificação de pontos de atenção
(em amarelo) e ou críticos (em vermelho) durante avaliação de processo. .................... 76

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Lista de Quadros
Quadro 1. Níveis de avaliação e os seus objetivos .......................................................................... 21
Quadro 2. Matriz analítica do questionário de avaliação do trabalhador ....................................... 48
Quadro 3. Exemplo hipotético da observação dos dez indicadores de estilo de vida em três
trabalhadores de uma empresa ....................................................................................... 52
Quadro 4. Modalidades de avaliação e nível de informação (individual e organizacional) ............ 74

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METODOLOGIA ASSTI

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METODOLOGIA ASSTI

1.
APRESENTAÇÃO
Em 2015 e 2016, o Departamento Nacional do Serviço Social da Indústria
liderou um processo de síntese das iniciativas relacionadas à avaliação em saúde e
segurança. Tal esforço resultou na publicação do documento intitulado “Diretrizes e
Procedimentos SESI em avaliação de promoção da Saúde e Produtividade” (SESI,
2016a). Neste documento, apresenta-se uma proposta revisada que procura integrar as
dimensões avaliativas em saúde e segurança com foco no trabalhador industrial. Trata-
se, portanto, de uma ferramenta complementar em relação a outras metodologias
avaliativas como o “Benchmarking Empresarial em Saúde e Segurança”.

A realização de ações avaliativas é importante para o SESI porque permite o


planejamento de intervenções de forma mais adequada às necessidades da indústria e
porque torna possível a verificação e a demonstração dos resultados alcançados por
meio dos programas e intervenções para promoção da saúde. Para as indústrias é
importante porque orienta sobre a gestão dos programas corporativos de promoção da
saúde, permite identificar o retorno deste investimento e porque a empresa tem acesso
a um conjunto de indicadores que representam informações estratégicas úteis para o
planejamento de longo prazo e para a antecipação de riscos e tendências futuras.

A Metodologia de Avaliação da Saúde e Segurança em Trabalhadores da


Indústria (Metodologia ASSTI) é o documento que estabelece as orientações técnicas de
um macroprocesso essencial à gestão de iniciativas em saúde e segurança realizadas no
âmbito das empresas do setor industrial. No documento estão apresentados os
procedimentos operacionais que podem ser adotados para a realização de ações
avaliativas fundamentais para o atendimento às necessidades da indústria em questões
relacionadas à promoção da saúde e segurança, inclusive com descrição de
procedimentos metodológicos e da instrumentação a ser utilizada.

As diretrizes de avaliação aqui apresentadas devem ser executadas como parte


integrante do Modelo de Atuação SESI em Soluções Integradas (Segurança e Saúde no
Trabalho – SST + Promoção de Saúde – PS, SESI, 2016b) e constituem um conjunto
dinâmico de conhecimentos e práticas, em constante aperfeiçoamento, que facilitará a
verificação sistemática de resultados estratégicos, tais como a melhoria do perfil de
estilo de vida e do ambiente de trabalho, a redução do absenteísmo e do presenteísmo e
o controle de fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis.

As diretrizes e procedimentos metodológicos que estão apresentadas neste


Caderno Técnico são fruto do esforço do SESI Departamento Regional da Paraíba que
assumiu o protagonismo na condução da revisão e no aperfeiçoamento do antigo

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METODOLOGIA ASSTI

Sistema de Avaliação em Estilos de Vida e Produtividade, apresentando a todo o setor


industrial uma inovação em termos de processo avaliativo. Em questões de
fundamentação e marcos conceituais, mantém-se quase que inalterado o texto disposto
nas Diretrizes e Procedimentos SESI em avaliação de promoção da Saúde e
Produtividade. Por outro lado, atualiza-se e revisa-se a parte de instrumentação,
apontando um arcabouço metodológico mais atual e alinhado às demandas atuais do
setor de saúde e segurança. Espera-se que os colaboradores do SESI encontrem, neste
documento, os subsídios teóricos e metodológicos ao aperfeiçoamento contínuo de suas
intervenções junto ao setor industrial brasileiro.

Serviço Social da Indústria

Departamento Regional da Paraíba

Gerência Executiva de Saúde e Segurança na Indústria

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METODOLOGIA ASSTI

2.
OBJETIVOS
Ao apresentar este documento o SESI Departamento Regional da Paraíba
empreende esforços para garantir que alguns objetivos sejam alcançados. Em especial, a
publicação deste documento visa apresentar as diretrizes técnicas do macroprocesso
monitoramento e avaliação em saúde e segurança, detalhando procedimentos
operacionais previstos no modelo lógico da área de Saúde e Segurança na Indústria e no
Modelo de Atuação SESI em Soluções Integradas (SST e PS). De modo específico, o
conteúdo apresentado no presente documento permitirá:

 Apresentar conceitos básicos sobre avaliação;

 Apresentar um guia de procedimentos operacionais relativos ao


macroprocesso de avaliação;

 Apresentar instrumentos específicos que devem ser utilizados pelo SESI


para desenvolvimento de ações avaliativas em saúde e segurança, com
coleta de dados em nível individual (trabalhador);

 Orientar sobre os indicadores estratégicos nacionais em saúde e segurança


que podem ser identificados no modelo lógico da área de Saúde e Segurança
na Indústria;

 Orientar sobre possibilidades de análise dos dados e comparação destes com


outras bases de dados;

 Orientar sobre o perfil profissional e competências necessárias para que os


colaboradores do SESI possam executar ações relativas ao macroprocesso
avaliação em saúde e segurança.

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3.
CENÁRIO, MODELO LÓGICO E FUNDAMENTOS
CENÁRIO E DIRETRIZES NACIONAIS

A competitividade do setor produtivo no Brasil vem sendo impactada pela


elevada incidência de acidentes e lesões de trabalho, pelo aumento das afecções
musculoesqueléticas e dos transtornos mentais e comportamentais, além da crescente
carga de adoecimento e morte decorrente de enfermidades crônicas não transmissíveis.
Todas essas enfermidades, afecções e transtornos relacionados ou não ao trabalho e a
incidência de acidentes têm gerado impactos negativos para o país e para a indústria,
em particular devido ao aumento do Seguro de Acidente de Trabalho (SAT). Some-se ao
aumento do SAT, a observação de que o cenário epidemiológico atual está associado a
um aumento de custos com saúde, afastamentos por incapacidade e aposentadoria
precoce em trabalhadores, além dos custos não percebidos e que são gerados por tais
processos, entre eles a perda de produtividade, redução da capacidade de trabalho, alta
rotatividade, redução da renda familiar e da qualidade de vida.

Os acidentes com maior incidência na realidade brasileira têm causas


relacionadas à organização do trabalho e aos sistemas produtivos que, em alguns
setores, ainda podem ser insalubres e inseguros. Fatores comportamentais, ambientais
e da cultura organizacional são determinantes para um quadro de adoecimento,
incapacidade e redução de desempenho, além de repercutirem na dificuldade de atração
e retenção de mão de obra. Adicionalmente, nota-se nesse contexto que o investimento
em proteção e promoção da saúde, infelizmente, ainda não é visto como valor do negócio
industrial.

O entendimento de que o adoecimento é originado nos processos de trabalho


constitui problemática especialmente complexa e de difícil classificação nosológica.
Além disso, o enfrentamento dos problemas não é fácil já que o modelo de atenção à
saúde não foi concebido de modo a atender demandas específicas da população
trabalhadora. O cenário é de mudanças profundas, passando de um foco exclusivo em
modelos unicausais e com atenção baseada no controle de determinantes laborais das
chamadas doenças ocupacionais para um cenário mais contemporâneo, no qual a
evolução tecnológica, o estilo de vida e as novas estratégias de acumulação de capital
surgem como importantes determinantes do processo saúde-doença. É neste contexto
que ocorrem as novas e nem sempre visíveis “epidemias”, caracterizadas principalmente
pelo aumento na incidência de distúrbios musculoesqueléticos, de doenças
cardiovasculares e dos chamados transtornos mentais.

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METODOLOGIA ASSTI

Este quadro epidemiológico exige que o modelo de “saúde ocupacional”


tradicional seja superado em favor de um modelo de “saúde dos trabalhadores”, no qual
as relações e vivências, dentro e fora do local de trabalho, possam ser encaradas como
fatores que podem influenciar a condição de saúde individual e coletiva. Trata-se,
portanto, de pensar um modelo de atenção à saúde que tem como um dos fundamentos
a ideia de que existem “determinantes sociais da saúde”. Isso configura um cenário
dinâmico em termos de conceitos e práticas ligados à promoção e manutenção da saúde
nos ambientes de trabalho, um cenário no qual as tradicionais abordagens devem ser
ultrapassadas por focos mais integrativos ou holísticos, nos quais a qualidade da vida do
trabalhador passa a ser encarada como um importante valor.

Para responder aos desafios impostos por este cenário epidemiológico e


socioeconômico, o Sistema Indústria previu em seu planejamento estratégico 2015-2022
o foco estratégico em Qualidade de Vida, cuja atuação com as empresas e trabalhadores
tem como objetivo reduzir gastos com saúde e diminuir índices de absenteísmo e
presenteísmo, contribuindo com a competitividade da indústria (SESI, 2014). A resposta
do Sistema Indústria a estes desafios contemporâneos nasce, portanto, alinhada à
política de saúde do trabalhador e da trabalhadora no Brasil, apresentada na Portaria
MS nº 1823/2012 (Brasil, 2012), a qual considera a transversalidade das ações de saúde
e reconhece o trabalho como um dos determinantes sociais de saúde. Tal dispositivo
normativo define princípios, diretrizes e estratégias em saúde do trabalhador com
ênfase na vigilância, na promoção e proteção à saúde, e na redução da
morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos
produtivos.

Em outras palavras, pode-se dizer que o plano estratégico do Sistema Indústria


responde à necessidade e ao desafio contemporâneo de ampliar o foco das ações
sanitárias na área da saúde do trabalhador, no sentido de ir além da visão tradicional,
voltada eminentemente ao enfrentamento de problemas de saúde diretamente
relacionados ao processo de trabalho, passando a adotar uma visão mais holística, na
qual se considera a necessidade de atenção integral à saúde, inclusive com foco na
qualidade de vida do trabalhador.

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METODOLOGIA ASSTI

MODELO LÓGICO

A Unidade de Saúde e Segurança na Indústria do SESI, a partir do seu


planejamento estratégico, construiu um modelo lógico que representa graficamente a
estratégia adotada para enfrentar os problemas relativos à saúde do trabalhador,
otimizando a aplicação dos recursos disponíveis e aperfeiçoando as ações de
planejamento. A partir da identificação e delimitação do cenário de saúde do
trabalhador e seus custos para o Brasil e para as empresas (problema), estabeleceu-se o
objetivo a ser alcançado, os resultados esperados de curto, médio e longo prazo, as
principais entregas e metas de atendimento, as estratégias de atuação com intervenções
e soluções nas áreas de saúde e segurança para a indústria, inovação e articulação e
influência. O modelo também apresenta uma previsão dos recursos e insumos
necessários para esta atuação, conforme ilustrado na Figura 1.

O modelo lógico apresenta, na sua base, um macroprocesso transversal


denominado monitoramento e avaliação e, na lateral direita apresenta o conjunto dos
principais resultados esperados no curto, médio e longo prazo na área de Saúde e
Segurança na Indústria do SESI. É importante destacar que tal macroprocesso é
fundamental para a geração de informações que, além de permitir a gestão do
planejamento e da própria operação dos atendimentos, tem o papel de prover, de
alimentar todos os processos com um fluxo contínuo de dados e novas informações.

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METODOLOGIA ASSTI

PROBLEMA: Os acidentes e as lesões, as afecções musculoesqueléticas e os transtornos mentais e comportamentais são as principais causas de afastamento por incapacidade e aposentadoria
precoce em trabalhadores. Também contribui para este cenário as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Todas essas enfermidades, afecções e transtornos relacionados ou não ao
trabalho e a incidência de acidentes têm elevada prevalência e/ou incidência, gerando aumento do Seguro de Acidente de Trabalho devido pelas empresas, além dos custos não percebidos e
que são gerados por tais processos. Os acidentes com maior incidência na realidade brasileira têm causas relacionadas à organização do trabalho e aos sistemas produtivos que, em alguns
setores, ainda podem ser insalubres e inseguros. Fatores comportamentais, ambientais e da cultura organizacional são determinantes de um quadro de adoecimento, incapacidade e redução
de desempenho, além de repercutirem na dificuldade de atração e retenção de mão de obra. Por fim, nota-se que o investimento em proteção e promoção da saúde não é visto como valor do
negócio industrial.
RESULTADOS RESULTADOS RESULTADOS
INPUTS (RECURSOS) INTERVENÇÕES/SOLUÇÕES OUTPUTS
CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO

 Modelo de atuação em rede  50% de participação nos  Melhorar o estilo de vida  Reduzir a incidência de  Reduzir o FAP/SAT
 Tecnologias e metodologias serviços oferecidos da força de trabalho do doenças e acidentes  Reduzir custos com
para intervenção em saúde e SOLUÇÕES EM  80% de taxa de satisfação entre setor industrial ocupacionais saúde
segurança SEGURANÇA E beneficiários/usuários  Melhorar o ambiente de  Reduzir a rotatividade  Mudar a percepção do
 Metodologia para aferição do  60% das empresas atendidas trabalho nas indústrias na força de trabalho empresário em relação
SAÚDE PARA
ROI desenvolvendo soluções em  Aumentar o atendimento  Controlar fatores de ao “valor” do
 Disponibilidade e qualificação INDÚSTRIA ao cumprimento da risco para DCNT investimento em
Segurança e Saúde para
técnica da rede SESI de Indústria legislação em SST  Reduzir o absenteísmo Segurança e Saúde
recursos humanos  34 mil empresas atendidas com  Melhorar indicadores de por motivos de saúde (mudança de cultura)
 Capilaridade regional do SESI serviços de vida saudável presenteísmo (dor e
e do Sistema Indústria  60 mil empresas atendidas com desconforto, concentração,
 Infraestrutura física disposição e motivação
serviços de SST
disponível para o trabalho)
 8 milhões de trabalhadores
 Sistemas integrados de
informação e apoio à gestão ARTICULAÇÃO atendidos
 Recursos financeiros (SESI, E INFLUÊNCIA  24 DRs atendendo a indústria
com soluções integradas em OBJETIVO:
empresas e parceiros)
 Plano de negócios e de Segurança e Saúde para Contribuir para redução de custos com acidentes no trabalho, absenteísmo
comunicação Indústria por problemas de saúde e presenteísmo, assim como para atração e
 Cadernos técnicos e relatórios  10 DRs com atuação integrada retenção do capital humano e aumento da competitividade da indústria.
 Estudos e pesquisas sobre do Sistema (Senai, SESI, IEL)
saúde do trabalhador  24 DRs mantendo um plano de
 Plano de desenvolvimento de desenvolvimento de
BENEFÍCIOS (RESULTADOS INTANGÍVEIS/DIFÍCIL MONITORAMENTO)
competências INOVAÇÃO EM competências para a rede SESI
 Melhoria imagem da empresa
 Parcerias com Universidades, SEGURANÇA E de profissionais
 Retenção da mão de obra de qualificada
Sindicatos, Planos de Saúde e SAÚDE PARA  7 DRs mantendo pesquisas em
outras entidades  Atração de recursos humanos
INDÚSTRIA processos inovadores em
 Pesquisas de efetividade e Segurança e Saúde para  Redução de custos com ações judiciais e multas referentes a acidentes e
monitoramento Indústria doenças do trabalho

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
FATORES INFLUENCIADORES
Figura 1. SESI Unidade de Saúde e Segurança na Indústria - Modelo Lógico

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METODOLOGIA ASSTI

Este documento é o resultado de um esforço contínuo do SESI no sentido de


garantir a estruturação do macroprocesso de monitoramento e avaliação de toda a área
de Saúde e Segurança na Indústria. Esta versão do Caderno Técnico da Metodologia
ASSTI - Avaliação da Saúde e Segurança em trabalhadores da indústria está focada na
apresentação do marco conceitual, na descrição dos procedimentos metodológicos e na
apresentação da sinergia desta iniciativa em relação a outros projetos estruturantes
relacionados à avaliação e a atuação em soluções integradas.

MODELO DE ATUAÇÃO SESI EM SOLUÇÕES INTEGRADAS (SST E PS)

A Promoção da saúde e a Saúde e Segurança para o SESI vem se desenhando


como um conjunto coerente de políticas, programas e práticas que ocorrem em nível
comportamental, organizacional e ambiental e que tem como objetivo primário contribuir
para a construção de ambientes de trabalho saudáveis e, por conseguinte, para a saúde
integral dos trabalhadores. Este recorte conceitual está apoiado no Modelo do Total
Worker Health (Kent et al, 2015), o qual propõe a atenção integral à saúde do
trabalhador mediante desenvolvimento de ações de promoção da saúde que consideram o
trabalhador inserido num contexto de trabalho e num contexto socioeconômico mais
amplo, no qual o mesmo vivencia uma série de experiências cotidianas que tem reflexo
sobre a saúde. A segurança, por conseguinte, está também inserida neste contexto.

O Modelo de Atuação SESI em Soluções Integradas (SST e PS) tem em seu


delineamento metodológico a proposta de que as intervenções (serviços de consultoria e
de atendimento direto ao trabalhador) devem ser realizadas no ambiente de trabalho.
Trata-se de uma proposta focalizada e estruturada para responder aos desafios
associados à crescente incidência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que
ocorre no Brasil e, por conseguinte, atenuar os seus impactos no contexto de vida das
pessoas trabalhadoras. Entre as DCNT priorizadas estão as que mais afastam o
trabalhador da atividade laboral ou afetam sua produtividade e capacidade de trabalho,
bem como aquelas que mais matam precocemente: afecções musculoesqueléticas,
transtornos mentais e comportamentais, doenças cardiovasculares, enfermidades
pulmonares, cânceres e diabetes.

Trabalhadores têm dificuldade de acesso aos serviços de atenção primária à saúde


porque, em geral, as ações são realizadas em horário que coincide com o da jornada de
trabalho da maioria dos trabalhadores e porque o local de trabalho não constitui o locus
prioritário de intervenção da atenção primária. O cenário da atenção à saúde no trabalho
está predominantemente voltado para o enfrentamento dos agravos associados à
atividade laboral, afastando-se de uma perspectiva de atenção integral à saúde do
trabalhador. Apesar deste cenário, a quase totalidade das empresas desejaria
empreender esforços para ter uma cultura organizacional promotora de saúde.

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METODOLOGIA ASSTI

O enfrentamento às DCNT requer o investimento na redução da prevalência de


fatores de risco para este conjunto de agravos, entre os quais estão fatores
comportamentais como a inatividade física, a alimentação inadequada, o tabagismo e o
consumo abusivo de bebidas alcoólicas. Fatores como pressão arterial elevada, excesso de
peso, hiperglicemia e dislipidemias constituem outros importantes fatores fisiológicos de
risco para DCNT. No Modelo de Atuação SESI em Soluções Integradas (SST e PS) as
estratégias de intervenção objetivam auxiliar as empresas a tornarem o ambiente de
trabalho mais saudável, além de estimular e apoiar os trabalhadores e seus familiares a
adotarem hábitos de vida mais saudáveis. O escopo do Modelo de Atuação SESI em
Soluções Integradas (SST e PS) está alinhado ao posicionamento da Organização
Mundial de Saúde e da Política Nacional de Promoção de Saúde tanto no que se refere
aos conceitos quanto às estratégias de atuação e aos riscos priorizados para o
enfrentamento da epidemia de DCNT.

AVALIAÇÃO E O MODELO DE ATUAÇÃO SESI EM SOLUÇÕES INTEGRADAS (SST


E PS)

No Modelo de Atuação SESI em Soluções Integradas (SST e PS) há uma ênfase na


valorização das ações avaliativas como meio para melhorar a gestão dos programas e
intervenções para promoção da saúde e, de modo ampliado, na área de saúde e
segurança. Trata-se de um modelo orientado para a ação, por meio do qual se pode
identificar caminhos práticos para uma atuação efetiva em promoção da saúde. Assim
sendo, a maior medida de sucesso dessa nova diretriz de atuação será a capacidade dos
profissionais de aplicá-la no dia a dia de atendimento às empresas. O modelo pode ser
representado graficamente num esquema que integra sinergicamente sete dimensões e
sete processos-chave para guiar o atendimento em promoção da saúde (Figura 2).

Um exercício importante para todos os atores envolvidos com a gestão de


atendimentos em promoção da saúde e SST é entender o macroprocesso avaliação na sua
ligação com os processos de atuação previstos no Modelo de Atuação SESI em Soluções
Integradas (SST e PS).

Por exemplo, o primeiro processo de atuação (compreender) tem estreita ligação


com a chamada “Avaliação Diagnóstica”, enquanto o processo “aprender e melhorar” tem
ligação com a “Avaliação de Impacto”. A fim de auxiliar o entendimento destas questões,
apresenta-se na Figura 3 um fluxograma que descreve a dinâmica das ações avaliativas
em relação aos macroprocessos de planejamento do atendimento e de atendimento em si
(operação), assim como em relação aos processos de atuação previstos no Modelo de
Atuação. Este tópico - avaliação - será abordado com mais detalhes conceituais e
procedimentais no capítulo 4 deste documento.

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METODOLOGIA ASSTI

Figura 2. Modelo de Atuação em Soluções Integradas de Promoção da Saúde

No Fluxograma apresentado na Figura 3, ilustra-se o encadeamento dos pontos de


decisão e processos operacionais envolvidos no atendimento às demandas das empresas
industriais em produtos relacionados à promoção da saúde. A avaliação diagnóstica e o
planejamento caracterizam mais fortemente aquilo que ocorre nas etapas 1 a 4 do Modelo
de Atuação SESI em Soluções Integradas (SST e PS), a saber: 1 - Compreender; 2 -
Priorizar; 3 - Formar alianças; e 4 - Elaborar o plano de ação. O atendimento e a
avaliação de processo representam processos relativos às etapas 5 (Estabelecer rotinas) e
6 (Resolver problemas). Por fim, a avaliação de impacto diz respeito ao conjunto de
procedimentos operacionais que usualmente ocorre na etapa 7 (Aprender e melhorar) do
Modelo de Atuação SESI em Soluções Integradas (SST e PS).

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METODOLOGIA ASSTI

Atendimento à indústria em demandas relacionadas à


Segurança e Saúde para Indústria (SSI)

A Empresa tem um A Empresa tem interesse


Programa Estruturado de SIM em uma Consultoria para
Promoção da Saúde? apoiá-la na gestão do seu
Programa? SIM

NÃO NÃO
INICIAR
A Empresa tem CONSULTORIA EM
interesse em um Programa SIM PROMOÇÃO DA
Estruturado de Promoção da SAÚDE
Saúde?

NÃO

A Empresa tem
interesse em ter o apoio NÃO Analisar razões para
do SESI a partir de outros descontinuidade do atendimento
produtos?

SIM

Há dados suficientes NÃO


para apoiar a proposta de AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
atendimento?

SIM
PLANEJAMENTO DO
ATENDIMENTO

Há necessidade
de mais dados para apoiar o SIM
planejamento do
atendimento? SIM

NÃO
Há necessidade
de rever o planejamento?
ATENDIMENTO NÃO

Este é o momento NÃO


para verificar se as metas foram AVALIAÇÃO DE PROCESSO
alcançadas?
1 - Compreender
SIM 2 - Priorizar
3 - Formar alianças
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 4 - Planejar
5 - Estabelecer rotinas
6 - Resolver problemas
7 - Aprender e melhorar

Figura 3. Fluxograma dos processos de gestão no atendimento em saúde e segurança

19
METODOLOGIA ASSTI

4.
O MACROPROCESSO AVALIAÇÃO
O QUE É AVALIAÇÃO?

Há, no senso comum, o conceito de que “avaliar” é medir ou aplicar testes. Não é
incomum que ao se perguntar a um profissional como ele faz a avaliação de sua
intervenção ou dos serviços oferecidos aos seus clientes, as respostas fazem referência,
quase que exclusivamente, a procedimentos e instrumentos utilizados a fim de coletar
dados sobre um conjunto, na maioria das vezes, muito específico de fatores (i.e., estresse,
satisfação em relação aos serviços oferecidos, entre outros), variáveis estas que nem
sempre são adequadas ou suficientes para que se possa efetivamente avaliar a
intervenção ou os serviços.

Na gestão de qualquer tipo de intervenção, a avaliação constitui um dos


macroprocessos mais importantes. Não se pode pensar, por exemplo, a prestação de
serviços educacionais sem a existência de uma metodologia de avaliação dirigida, tanto
aos próprios estudantes quanto aos professores, aos gestores e a própria infraestrutura
da escola. Similarmente, não se pode pensar uma intervenção para promoção da saúde e
SST sem uma metodologia de avaliação que permita saber se o esforço, as atividades e os
insumos consumidos na operação da intervenção produziram os resultados esperados.

Mas o que é avaliação? A avaliação deve ser entendida como um processo de


tomada de decisão, operacionalmente realizada em diferentes níveis e modalidades. Isto
quer dizer que a avaliação nunca se encerra na aplicação de testes ou na realização de
medidas quantitativas e/ou qualitativas. Testes e medidas são, portanto, aspectos
fundamentais no processo avaliativo, mas sem uma tomada de decisão resultante da
adequada interpretação da realidade, não há avaliação. Isto quer dizer, em síntese, que
avaliar é, antes de tudo, tomar decisões com vistas à solução dos problemas identificados.

Um levantamento global realizado pela BuckConsultants, em 2012, revelou que


um desafio-chave para as empresas continua sendo a verificação da eficiência e da
efetividade de seus programas de bem-estar. Embora resultados positivos mensuráveis
sejam mencionados de maneira crescente como sendo necessários para justificar o
investimento contínuo nos programas, apenas 37% das empresas que participaram do
estudo indicaram que haviam efetuado uma medição de resultados específicos. Este dado
revela por um lado a necessidade que as empresas têm de ter as suas iniciativas em
promoção da saúde monitoradas e, por outro, a dificuldade das mesmas de realizarem
este esforço devido às dificuldades metodológicas e, principalmente, porque a gestão deste
tipo de programas não é o “negócio” dessas empresas.

20
METODOLOGIA ASSTI

NÍVEIS, MODELOS E MODALIDADES

Avaliação é um processo que pode e deve ser conduzido em diferentes níveis e


segundo diferentes modalidades conforme a natureza das decisões que precisam ser
tomadas. O nível de avaliação diz respeito, em certa medida, ao grau de complexidade do
sistema, usualmente estabelecido em até quatro níveis, conforme ilustrado no Quadro 1.

Nível Avaliação Objetivo


Examinar se as metas e objetivos formulados durante o
4 Efetividade planejamento de um programa/intervenção estão sendo
alcançados.
Analisar se o número de participantes (beneficiários) do
programa/intervenção é suficiente para justificar os
3 Eficiência
custos (pessoal, instalações, recursos materiais) do
programa.
Determinar se a equipe responsável pela prestação dos
serviços foi previamente treinada e tem a necessária
2 Padrão
qualificação para operar as atividades/ações do
programa.
Avaliar se as atividades (ações) do programa/intervenção
1 Atividade
estão funcionando como planejado.
Quadro 1. Níveis de avaliação e os seus objetivos

Usualmente, no contexto da prática profissional há muita ênfase na avaliação em


nível de atividade, pois é esta, via de regra, a primeira resposta que se busca: os meus
clientes ou os beneficiários diretos ficaram satisfeitos com os serviços ou com os
atendimentos oferecidos? Por outro lado, há contextos em que existem sistemas de gestão
da qualidade que forçosamente obrigam o profissional a pensar a avaliação em um nível
mais avançado, procurando-se observar se os padrões de qualidade que foram
previamente estabelecidos estão sendo garantidos por ocasião da operação do
programa/intervenção.

Num nível mais elevado de avaliação os profissionais podem precisar justificar a


manutenção de um programa/intervenção, o que é feito usualmente mediante análises
econômicas da relação entre o esforço de promoção e o custo associado ao mesmo.
Comparações do custo do programa em relação a outras aplicações que poderiam ser
feitas dos mesmos recursos pode ser uma opção para demonstrar a eficiência.

O quarto nível de avaliação é aquele em que se procura demonstrar a efetividade


do programa/intervenção. Em outras palavras, quando se fala em efetividade o que se
quer saber é se o programa/intervenção está fazendo, de fato, diferença na vida das
pessoas atendidas. Um programa não pode ser considerado efetivo se não produzir, ao

21
METODOLOGIA ASSTI

menos em parte, os resultados previstos em seu modelo lógico. Assim, se o resultado


esperado de um programa é a modificação em indicadores de estilo de vida, a avaliação de
sua efetividade passa necessariamente pela verificação de tais parâmetros.

Os procedimentos avaliativos podem ser classificados também segundo o modelo


de abordagem das variáveis. Conforme Anspaugh, Dignan e Anspaugh (2000), há
basicamente três modelos gerais: (1) quantitativo (numérico), (2) qualitativo e (3)
quantitativo-qualitativo (modelo combinado). A decisão sobre qual é o modelo adequado,
dependerá da observação do tipo de mudanças que o programa/intervenção pretende
provocar e das razões que podem explicar estas mudanças, entre outros fatores. Todavia,
há consenso que por razões logísticas e operacionais, o modelo apropriado à avaliação de
Soluções Integradas de Promoção da Saúde é o modelo quantitativo.

O modelo qualitativo é usado quando se deseja obter respostas para problemas


pontuais e muito específicos. Por exemplo, quando não se conhece as razões para uma
baixa taxa de participação ou para baixa aderência dos usuários em uma das atividades
realizadas, pode-se recorrer a grupos focais para entender melhor a situação e poder agir
para corrigir problemas. O modelo misto, por sua vez, tem aplicação na avaliação dos
chamados “casos de sucesso” ou “boas práticas”. Modelos qualitativos e mistos não são
aplicáveis na prática da gestão de Soluções Integradas de Promoção da Saúde porque
usualmente demandam muito tempo e recursos, além de envolverem processos de
tabulação e análise de dados difíceis de padronizar. Além disso, dados qualitativos são
insuficientes para permitir a avaliação em nível de efetividade.

Por fim, há ainda a possibilidade de classificarmos os procedimentos avaliativos


segundo a modalidade. Há diferentes modalidades de avaliação que não são entre si
excludentes, ao contrário, são complementares, cada uma delas preenchendo um papel
diferente na metodologia de avaliação, conforme ilustrado na Figura 4.

22
METODOLOGIA ASSTI

 Avaliar se objetivos de  Identificar necessidades e


médio e longo prazo foram interesses dos
alcançados beneficiários
 Subsidiar novo  Subsidiar o planejamento
planejamento para Resultado Diagnóstico do programa/serviço
programa/serviço

 Avaliar se objetivos de  Avaliar padrões de


curto prazo foram atendimento
alcançados Impacto Processo  Modificar o planejamento
 Redirecionar o do programa/serviço
planejamento do
programa/serviço

Figura 4. Modalidades de avaliação e seus objetivos.

Quando a situação inicial não é conhecida e há necessidade de coletar dados da


realidade para planejamento, uma avaliação diagnóstica deverá ser conduzida para que
as decisões iniciais sobre o programa/serviço possam ser tomadas. Uma característica
fundamental da avaliação diagnóstica é que não se deve focar somente nas necessidades,
mas, também nos interesses da clientela a quem se destina o programa/serviço. Isto é
muito importante porque eventualmente a empresa pode empreender um grande esforço
para atender os trabalhadores com serviços que os mesmos não têm interesse em ter
acesso e, com isso, as taxas de participação e de aderência são baixas tornando as
iniciativas pouco eficientes.

Durante o atendimento, faz-se necessário uma tomada de decisões quanto ao


padrão e à qualidade da operação das atividades do programa. Isto é feito para
redirecionar, quando necessário, as ações a fim de que as metas estabelecidas
previamente possam ser alcançadas. Observe-se que neste cenário não se espera que os
resultados sejam negativos para a tomada de providências. Ocorre uma “saudável”
antecipação aos problemas mediante realização da chamada avaliação de processo. O
processo, nesse caso, diz respeito à qualidade do material utilizado, às competências
técnicas dos profissionais e colaboradores encarregados, à participação e satisfação dos
usuários, entre outros fatores. Medidas de indicadores deste tipo são obtidas por meio de
observações sistemáticas, aplicação de questionários e/ou entrevistas. É de fundamental
importância avaliar continuamente o processo para, em conjunto com os indicadores de
efetividade, subsidiar as decisões sobre o redirecionamento ou aprimoramento do
programa e ou das intervenções.

23
METODOLOGIA ASSTI

Decorrido tempo suficiente para que os resultados esperados possam ter sido
alcançados, deve-se realizar avaliações de impacto (curto prazo) e de resultado (longo
prazo). Neste caso, o que se quer é saber se o programa ou os serviços fizeram diferença
na vida dos seus beneficiários e, além disso, tomar decisões quanto à necessidade de
redirecionamento das ações. Esta é a modalidade de avaliação na qual se materializa a
análise da efetividade ou, em outras palavras, das mudanças que ocorreram em
decorrência da execução do plano de ação estabelecido. Os indicadores de impacto são
definidos a partir dos fatores identificados como prioritários para intervenção (exemplo:
aumentar nível de atividade física, melhorar a qualidade dos relacionamentos, entre
outros), ou ainda, pela análise de um conjunto de fatores organizados na forma de um
índice. Os indicadores numa avaliação de resultado são, por conseguinte, aqueles que
demandam maior tempo para sua verificação e estão diretamente associados às metas de
longo prazo do programa/intervenção. Uma melhoria no nível de qualidade de vida, a
redução na incidência de danos à saúde ou a diminuição dos episódios de violências
representam exemplos de metas de longo prazo que constituem o foco em avaliações de
resultado.

AVALIAÇÃO: ETAPAS PRINCIPAIS

A avaliação de um programa ou intervenção não deve ser entendida como um


procedimento pontual. Ao contrário, trata-se de um processo que exige planejamento bem
elaborado e que abrange vários estágios. De uma forma simplificada o macroprocesso de
avaliação pode ser subdividido em cinco etapas principais: planejamento, coleta de dados,
análise de dados, elaboração de relatórios e aplicação dos resultados (Figura 5).

Figura 5. Etapas do processo de avaliação

24
METODOLOGIA ASSTI

PLANEJAMENTO

Sem dúvida, a avaliação é um fator decisivo para o desenvolvimento de programas


e intervenções bem-sucedidas. Quando se constrói o plano de avaliação de um
programa/intervenção, especial atenção deve ser dedicada à redação de objetivos, que
devem estar diretamente e operacionalmente ligados aos do programa. A definição do
objetivo da avaliação impactará na escolha da metodologia a ser utilizada e, por
conseguinte, no orçamento e no cronograma do processo avaliativo a ser conduzido.
Exemplificando, se o objetivo da avaliação é o monitoramento de indicadores fisiológicos
de saúde e há abertura da empresa para um trabalho mais amplo de coleta de dados, os
profissionais envolvidos no atendimento poderão decidir pela realização de um
diagnóstico de saúde em nível individual. Por outro lado, se há possibilidade somente de
uso de um instrumento mais simples e que permita o levantamento de indicadores gerais
de saúde e segurança, então o uso do instrumento padronizado na Metodologia ASSTI
pode ser a melhor opção.

Sensibilização da Empresa e dos Trabalhadores


Outra atividade importante nesta etapa de planejamento é a sensibilização das
empresas e dos trabalhadores para participação no processo de avaliação. É possível
encontrar dificuldades na sensibilização e no engajamento de
empresas quando estas ainda não compreenderam e atribuíram
valor ao processo de avaliação. Esta resistência tende a 5
5 11
Aplicação
Avaliar odos Planejamento
Mobilizar a
diminuir à medida em que a empresa entende a importância e Resultados
programa comunidade

visualiza mais concretamente os benefícios e o “conhecimento 2


2
44 Coletar e
Coleta de
estratégico” que a iniciativa irá produzir.
Desenvolver
Elaboração organizar
o plano de de Dados
dados
Relatórios
interven ç ão 33
Selecionar
Análise as
de
prioridades
Dados

O processo de sensibilização é fundamental para o


sucesso do atendimento e para fortalecimento da relação entre o SESI e a empresa. A
sensibilização deve começar durante a abordagem de mercado e o mote principal nesta
etapa consiste em demonstrar para a empresa a necessidade de monitorar e gerar
conhecimento a partir do investimento a ser realizado em saúde e segurança.

Para realizar este trabalho de sensibilização é importante preparar os agentes de


relacionamento com o mercado ou os analistas que fazem as visitas iniciais às empresas.
Estes profissionais devem estar preparados para iniciar um relacionamento com o
responsável na empresa pelas iniciativas relacionadas aos programas e serviços de
promoção da saúde. Nas visitas, um dos recursos de sensibilização que pode ser adotado é
a apresentação de resultados já obtidos em outras empresas atendidas e modelos dos
relatórios que serão apresentados com destaque para o conhecimento que será gerado.

25
METODOLOGIA ASSTI

É importante lembrar que pessoas adultas apreendem as informações veiculadas


por diferentes estratégias, algumas são mais auditivas e gostam mesmo é de uma boa
conversa, outras são mais visuais e, nestes casos, indicadores e índices apresentados em
gráficos e digramas tendem a funcionar melhor. Há inclusive aqueles que não são nem
visuais e nem auditivos e precisam ter experiências e informações mais concretas para
serem sensibilizadas. Por isso, nestes casos, visitas guiadas a programas já existentes
em outras empresas podem ser uma estratégia oportuna e mais efetiva para esta fase
de sensibilização.

Algumas empresas terão interesse de conhecer os instrumentos e a metodologia


que será utilizada para coletar dados. Pode existir, em alguns casos, receio por parte da
empresa de que o processo avaliativo possa expor fragilidades existentes no processo de
trabalho. Por isso, é muito importante que os profissionais envolvidos estejam preparados
para discutir sobre a confidencialidade (sigilo) dos dados e para assegurar que os dados
coletados serão utilizados somente para qualificar o atendimento oferecido à empresa e
permitir a verificação dos resultados alcançados.

A necessidade de engajamento dos trabalhadores para que a avaliação ocorra


depende sobremaneira do apoio logístico e do suporte social dos líderes da empresa,
inclusive gerentes e supervisores que, quando possível, também devem participar das
atividades avaliativas realizadas. Por fim, quando o relacionamento já foi iniciado e ações
avaliativas já estão sendo desenvolvidas é fundamental garantir a qualidade e a
celeridade da devolutiva dos relatórios produzidos. Isto é importante para manter o
engajamento de empresas e trabalhadores.

Durante o processo de sensibilização uma das principais dificuldades apontadas


pelas empresas para viabilizar o tempo e espaço para realização das ações avaliativas diz
respeito à necessidade de retirar o trabalhador do seu setor de trabalho, interrompendo a
produção. Para lidar com estas dificuldades colaboradores do SESI têm utilizado
diferentes estratégias: realização da coleta de dados durante o intervalo de almoço;
substituição da aula de ginástica na empresa pelo preenchimento de questionário;
realização de circuito de saúde na SIPAT; treinamento do pessoal de saúde da própria
empresa para que eles apliquem o questionário no horário mais conveniente ou, ainda,
abordagem individual ao próprio trabalhador nos horários de intervalo, de entrada ou de
saída do trabalho.

Em relação à sensibilização dos próprios trabalhadores, podem-se usar variados


recursos e estratégias. Eventos, mobilização interna coordenada pela própria empresa e
pelos chefes imediatos, afixação de cartazes, envio de mensagens impressas do Diretor ou
Presidente da empresa incentivando a participação e a divulgação de mensagens pelo
sistema interno de som ou pela Intranet da empresa podem também funcionar

26
METODOLOGIA ASSTI

efetivamente na atração de participantes. Mensagens podem ser anexadas também ao


holerite (contracheque) do trabalhador ou encaminhadas através de carta especialmente
elaborada com este fim.

Mesmo assumindo que os trabalhadores foram sensibilizados para participação


nas ações avaliativas, algumas dificuldades ainda podem ser encontradas para que estes
participem efetivamente das ações avaliativas. Por exemplo, trabalhadores com baixa
escolaridade e consequentemente com dificuldade de interpretação e compreensão das
perguntas a serem respondidas, podem se sentir desencorajados a participar. Por isso, é
preciso criar alternativas na administração dos instrumentos de coleta de dados. Nestas
situações uma entrevista individual (face a face) pode resolver o problema. O cansaço
pode ser igualmente um obstáculo, por isso convém evitar a aplicação dos questionários
em horários nos quais os trabalhadores precisam ou querem tempo para descansar ou se
recuperar para voltar ao trabalho ou retornar para suas casas. Se a empresa já é cliente
do SESI, os profissionais que já atendem os trabalhadores podem realizar um trabalho de
orientação sobre a importância da participação dos trabalhadores nas ações avaliativas.

Para a continuidade desta adesão que foi conquistada é essencial que os


trabalhadores continuem percebendo o valor da participação nas ações avaliativas, por
isso eles precisam ter um retorno com os resultados da avaliação. Mesmo nos casos em
que não é possível emitir um relatório individualizado para o trabalhador este pode
receber um relatório indicando a situação da empresa como um todo. Tal relatório pode
ser veiculado em cartazes, banners e outras mídias que possam ser disponibilizadas no
ambiente da empresa.

Dimensionamento e Seleção da Amostra


Outro aspecto importante e que termina constituindo uma dificuldade ao
planejamento da avaliação diz respeito ao dimensionamento e seleção da amostra. Mas,
é preciso dizer, antes de mais nada, que a opção por um censo, com coleta de dados de
todos os trabalhadores, pode ser uma opção tanto por razões estratégicas quanto por
razões práticas. Por exemplo, avaliar todos os trabalhadores pode ser uma demanda da
própria empresa e nas empresas de pequeno porte, o tamanho da amostra será
aproximadamente próximo ao tamanho da população e assim será um recurso que não
reduzirá custos e tempo.

Mas nas empresas de grande porte, o esforço de avaliação precisa ser bem
dimensionado. Nestas situações determinar um tamanho amostral mínimo pode ser uma
necessidade porque a participação de todos os trabalhadores poderia demandar muito
tempo e não acrescentaria mais informação do que aquela oferecida pela amostra. Surge
então a seguinte pergunta: é preciso obter medidas e informações de quantos
trabalhadores para que os resultados retratem razoavelmente a realidade da empresa?

27
METODOLOGIA ASSTI

Esta é uma dúvida frequente e que termina por conduzir os profissionais a dois
tipos de erros: coletar dados de todos os trabalhadores quando isto não seria necessário,
aumentando bastante o custo de avaliação; ou, em outras ocasiões, dimensionar
inadequadamente o tamanho da amostra comprometendo a precisão dos resultados. A
fim de auxiliar os profissionais do SESI a estimarem com razoável precisão o tamanho da
amostra, apresentam-se duas estratégias. A primeira seria recorrer a programas de
computador que permitem estimar o tamanho de amostras. Há vários programas como
esse que são de domínio público (freeware) e podem ser obtidos através da Internet
(exemplos: EpiInfo, EpiCalc e SampleXS). Outra opção é fazer a estimativa a partir de
nomogramas como o que está apresentado na Figura 6.

A utilização do nomograma é bastante simples, exigindo somente que o tamanho


da população seja conhecido e que o erro desejado seja estabelecido. Assim, numa
empresa com mil trabalhadores, onde se deseja realizar um levantamento com erro de
estimativa de 2 pontos percentuais, a amostra requerida corresponderá a cerca de 60% do
tamanho da população (~600 trabalhadores). Se, no entanto, o erro for estabelecido em 5
pontos percentuais (o que pode ser um nível razoável em muitas situações) será
necessário obter dados de apenas 20% dos trabalhadores, ou seja, de 200 deles. Observar
na Figura 7 a simulação destes dois cálculos.

Figura 6. Nomograma para estimativa do tamanho da amostra em populações com até 2000 trabalhadores.

28
METODOLOGIA ASSTI

Figura 7. Determinação do tamanho da amostra para uma população com mil trabalhadores em duas
situações hipotéticas: “A”, na qual o erro foi estabelecido em 2 pontos percentuais; e, “B”, na qual o erro foi
estabelecido em 5 pontos percentuais

É importante destacar que o nomograma apresentado nas Figuras 6 e 7 foi


elaborado para estimativas de tamanhos amostrais com intervalo de confiança de 90%.
Para corrigir esta estimativa para o intervalo de confiança de 95%, que é mais
frequentemente empregado, deve-se multiplicar o tamanho da amostra por 1,195 (um
fator de correção). Assim, numa situação onde se quer dimensionar a amostra para coleta
de dados em uma população com 800 trabalhadores, com erro estabelecido em cerca de 4
pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%, o tamanho mínimo da amostra seria
de aproximadamente 240 considerando uma fração amostral de 30% e IC90%, aplicando-
se o fator de correção de 1,95 para trabalhar com IC95%, tem-se então um tamanho
amostral de 290. A partir de 2000 mil trabalhadores o tamanho da população terá pouca
influência sobre o tamanho amostral, podendo-se usar o mesmo nomograma para efetuar
o dimensionamento. Opcionalmente, pode-se recorrer aos programas de computador, já
mencionados, para obtenção de estimativas mais precisas, mas nas situações práticas de
gestão de programas de promoção da saúde este nível de precisão não é necessário.

Convém destacar que esta estratégia de dimensionamento amostral descrita só é


válida se aplicada em situações nas quais os sujeitos da amostra serão selecionados de
forma aleatória simples (por sorteio), o que requer acesso a uma lista nominal dos
trabalhadores da empresa. Nos casos de recusa ou de falta do trabalhador sorteado para
participação, pode-se ou não proceder a substituição do mesmo, mas o mais comum é
simplesmente inflar em 15 ou 20% o tamanho mínimo da amostra para que não seja
necessário fazer a reposição. Além disso, caso seja adotado outro procedimento para

29
METODOLOGIA ASSTI

seleção dos sujeitos será necessário aumentar o tamanho da amostra em, no mínimo,
mais 50% em relação ao tamanho mínimo. Esta correção é chamada de ajuste para efeito
de delineamento amostral ou simplesmente deff.

Todavia, usualmente é mais comum e mais fácil do ponto de vista operacional que
os colaboradores do SESI recorram a uma amostragem de “setores” ou de conglomerados.
O termo setor aqui não é o equivalente ao setor físico da empresa, por exemplo, setor de
produção ou setor de logística. O termo setor, neste caso, é usado para definir um
pequeno agrupamento de trabalhadores, muito similar ao que os profissionais do SESI
fazem quando vão delimitar, por exemplo, grupos de trabalhadores que constituirão as
turmas a serem atendidas pelo Ginástica na Empresa ou por outros serviços congêneres.
Neste caso, ao invés de recorrer ao sorteio de trabalhadores, efetua-se o sorteio de setores
(ou de turmas) da empresa e, em seguida, todos os trabalhadores deste setor (ou turma)
passam a compor a amostra e são convidados a participar. Para realizar uma amostra de
setores é preciso, inicialmente, identificar e delimitar os setores existentes dentro de cada
empresa. Pode-se, para tanto, elaborar um croqui (esboço) da planta da empresa e ir
delimitando neste desenho os diferentes setores existentes. No exemplo da Figura 8,
ilustra-se uma empresa cuja planta se subdivide em três áreas físicas distintas, cada
uma com um conjunto de setores. Observe-se ainda que os setores têm tamanhos
diferentes, recurso utilizado para indicar que, neste caso hipotético, o número de
trabalhadores por setor é variável. Não há regra para delimitação dos setores. Pode ser
usado um parâmetro ambiental ou da estrutura física do local, assim o setor pode ser
uma sala ou um conjunto de postos de trabalho que estão fisicamente mais próximos.

Figura 8. Croqui de uma empresa hipotética com delimitação e identificação dos setores

30
METODOLOGIA ASSTI

O próximo passo é estimar o número médio aproximado de trabalhadores por


setor. Isto permitirá definir quantos setores deverão ser sorteados para que se alcance o
tamanho amostral desejado. É importante lembrar que o número de setores a ser
sorteado é definido pela razão entre o número de trabalhadores que se deseja incluir na
amostra e o número médio de trabalhadores por setor. Por fim, deve-se efetuar o sorteio
dos setores que serão incluídos na amostra.

A estratégia adotada para coleta de dados não exerce qualquer interferência nas
questões de dimensionamento amostral. Assim, não importa se os participantes estão
sendo entrevistados ou se estão respondendo a um questionário do tipo papel-caneta ou
mesmo se estão respondendo ao questionário via formulário eletrônico no computador,
pois o número de trabalhadores que devem ser avaliados não se altera pelo modo como os
dados foram ou serão coletados.

Instrumentos
Outro importante aspecto que precisa ser definido ainda na etapa de
planejamento é o instrumento que será utilizado para coleta de dados. Esta definição
deve levar em consideração a natureza dos problemas que se quer monitorar e sobre os
quais irá se intervir. Via de regra, devido à forte inter-relação com eventos de saúde e
com indicadores de produtividade, tais instrumentos recaem na medida de fatores que
expressam estilos de vida e indicadores psicossociais. Medidas de parâmetros fisiológicos
de risco à saúde como a pressão arterial, a glicemia capilar, a massa (peso) corporal e a
estatura podem ser obtidos por meio de instrumentação relativamente simples e de baixo
custo e fornecem indicadores de triagem que podem ser úteis no planejamento do
atendimento às empresas. A morbidade referida também é aceita como medida de
utilidade e que pode ser obtida em avaliações de saúde realizadas em ambiente laboral.

Na Metodologia ASSTI os instrumentos foram construídos, padronizados e


submetidos a testagem prévia, de modo que se pode assegurar que os mesmos
apresentam boa consistência interna, validade de face, conteúdo e fatorial e excelente
consistência de medidas teste-retese. Uma apresentação mais detalhada dos
instrumentos que estão padronizados e sobre o modo de aplicação dos mesmos está
apresentada no capítulo 5 deste Caderno Técnico.

COLETA DE DADOS 5
5 11
Aplicação
Avaliar odos Planejamento
Mobilizar a
Resultados
programa comunidade
Após a etapa de planejamento chega então a fase
2
2
operacional propriamente dita, que consiste na coleta de dados 44
Desenvolver
Coletar e
Coleta de
Elaboração organizar
o plano de de Dados
que irão subsidiar as tomadas de decisões e a aplicação dos
dados
Relatórios
interven ç ão 33
Selecionar
Análise as
de
achados na realidade concreta de intervenção. É importante
prioridades
Dados

estar atento nesta etapa a alocação de todos os recursos

31
METODOLOGIA ASSTI

necessários à realização da coleta. Isto inclui a reprografia de instrumentos em papel ou


a preparação de dispositivos eletrônicos (tablets) que serão empregados para tal fim.
Nesta etapa é importante ainda iniciar, se este for o caso, o recrutamento de
entrevistadores ou aplicadores e o treinamento destes para que tenham condição técnica
para participação neste tipo de atividade. Esta é a hora também de resolver problemas
práticos, por exemplo, aqueles relativos ao transporte da equipe que irá atuar nesse
trabalho e a obtenção de autorização para entrada destas pessoas que irão coletar dados
no ambiente da empresa.

Muita atenção deve ser dedicada nesta etapa à adequada aplicação da


metodologia prevista para a coleta de dados. Por exemplo, se um instrumento foi validado
para aplicação na forma de entrevista, este não deve ser autoadministrado. Ou seja, se há
previsão para realização de entrevistas, este procedimento não deve ser alterado ou
substituído por outro, sob pena de que a qualidade dos dados e, por conseguinte, da
própria avaliação seja comprometida. É importante, portanto, observar atentamente a
metodologia prevista para utilização de cada instrumento de coleta de dados.

ANÁLISE DE DADOS

A análise de dados é uma das etapas mais sensíveis da


avaliação. É também considerada uma etapa de difícil 5
5 11
Aplicação
Avaliar odos Planejamento
Mobilizar a

operacionalização devido à necessidade de tabulação de grande


Resultados
programa comunidade

volume de dados, principalmente nas situações em que a 44


2
2

Desenvolver Coleta de

leitura óptica não está disponível. Na Metodologia ASSTI, Elaboração


o plano de de
Relatórios
interven ç ão 3
Dados

propõe-se a utilização de dispositivos eletrônicos portáteis que


Análise de
Dados

eliminam a necessidade de entrada de dados posterior ao


momento da coleta. Sugere-se que na utilização da versão em papel, recorra-se à leitura
óptica dos formulários, um procedimento relativamente rápido e confiável, via utilização
do software específico acoplado a um escâner de mesa.

Outra dificuldade é a falta de referências de avaliação adequadas à interpretação


dos dados coletados. Além disso os programas de computador disponíveis para análise de
dados exigem habilidades e conhecimentos específicos. Ao levantar dados de uma
empresa é preciso comparar os resultados encontrados com alguma referência de
avaliação que permita julgar se a situação é compatível com o encontrado nas demais
empresas do mesmo ramo, da mesma região ou do estado. Tal comparação pode, por
outro lado, indicar a existência de uma condição desfavorável na empresa que justifique o
planejamento de intervenções específicas.

32
METODOLOGIA ASSTI

Na análise de dados é importante entender como cada indicador ou índice é


construído, qual a base teórica para o mesmo e como os dados podem ser analisados para
gerar um conhecimento útil tanto à interpretação da própria realidade quanto para o
planejamento de intervenções. Usar um sistema informatizado é essencial, pois isso
permite a padronização, facilita as análises e garante mais agilidade ao processo de
elaboração de relatórios.

É fundamental diferenciar o que é um indicador e o que é um índice. Isto é


importante porque, corriqueiramente, ambos indicadores e índices são denominados
simplesmente como “indicadores”, mesmo havendo diferenças conceituais entre estes
termos. Um índice é multidimensional e, portanto, deriva da combinação de diferentes
medidas. Um bom exemplo é o índice de desenvolvimento humano (IDH) que deriva de
medidas de renda, educação e longevidade e expressa a condição de vida e a qualidade de
vida numa perspectiva holística e em nível populacional. Um indicador, por sua vez, é
unidimensional e expresso usualmente pela frequência absoluta ou relativa de ocorrência
de um evento.

Índice ou indicador, ambos devem ser de fácil interpretação e determinação. Esta


premissa tem levado muitas instituições a optarem pela adoção de metodologias de
monitoramento baseado em múltiplos indicadores, mais do que num único índice. Esta
opção vem sendo adotada, por exemplo, pelo Ministério da Saúde no chamado Pacto pela
Saúde, onde para cada um dos objetivos estabelecidos, utiliza-se um ou mais indicadores
para efetuar o monitoramento do progresso alcançado. Em relação à atividade física, por
exemplo, utilizam-se dois indicadores: (1) prevalência de sedentarismo em adultos; e (2)
percentual de unidades de saúde que desenvolvem ações no campo da atividade física.

O IGEV (Índice Geral de Estilo de Vida) é um bom exemplo de índice, sendo que o
seu computo deriva da integração das medidas relativas a vários indicadores de estilo de
vida e de estresse psicossocial. Um tópico que detalharemos em capítulo seguinte deste
Caderno. A ideia de monitorar a situação de saúde da força de trabalho das empresas a
partir deste índice é de utilidade na gestão de programas corporativos de promoção da
saúde porque temos num único “número” uma síntese de várias informações importantes
para apoiar o planejamento do atendimento e determinar, futuramente, a efetividades
das intervenções realizadas.

Priorização de Necessidades
Uma das principais dúvidas entre profissionais envolvidos em programas de
promoção da saúde é entender como eles podem e devem priorizar aqueles problemas que
devem ser considerados como prioridades, como alvos principais das intervenções a serem
desenvolvidas. Na literatura especializada, há diferentes propostas e critérios que podem

33
METODOLOGIA ASSTI

ser empregados para orientar a realização do processo de priorização, todavia, neste


documento, apresenta-se uma estratégia que é baseada em quatro critérios principais:
prevalência (ou incidência), relevância, efetividade e legalidade.

A prevalência (ou relação a alguns indicadores à incidência) do problema


identificado diz respeito ao quantitativo de trabalhadores que apresentam um
determinado estado ou evento de saúde, o que pode ser expresso tanto em termos
absolutos quanto em termos relativos (percentuais), embora seja mais usual expressar
tais parâmetros como percentuais ou taxas. Trata-se de um critério de priorização que
exige a interpretação de um indicador expressando quantas pessoas estão sendo
atingidas pelo evento de interesse.

Em alguns casos, a prevalência/incidência isoladamente pode não revelar a


importância de se enfrentar um dado problema. Por isso, é importante também julgar a
relevância do indicador, seja ele um estado ou um evento de saúde. Isso pode ser feito
pela comparação da prevalência/incidência observada no grupo de trabalhadores em
relação ao observado na população em geral. Quando a proporção de pessoas atingidas é
maior na empresa do que no contexto social no qual a mesma está inserida, impõe-se a
necessidade de considerar esta condição como uma prioridade. Mesmo que o problema
sob análise não tenha elevada prevalência/incidência é preciso observar o potencial que o
mesmo tem de gerar dano, pois este pode ser também um critério importante para
atribuir maior prioridade a um fator mesmo quando este não é muito
prevalente/incidente. Por exemplo, mesmo baixas prevalências de abuso de bebidas
alcoólicas podem ter prioridade em relação a um evento mais frequente num grupo de
trabalhadores porque o primeiro tem potencial de gerar danos agudos, tais como
acidentes e violências.

Outro aspecto a considerar quando da priorização dos problemas identificados é


analisar a efetividade das intervenções disponíveis. Seria inócuo atribuir um alto grau de
prioridade para um problema para o qual não se dispõe de qualquer intervenção para
lidar com o mesmo. Assim, os profissionais envolvidos no processo de priorização devem
refletir sobre a disponibilidade de intervenções para lidar com o estado ou evento que foi
delimitado como um problema. Outra consideração igualmente importante é julgar se as
intervenções disponíveis são eficientes e não somente efetivas, pois uma intervenção pode
estar disponível e pode ser efetiva, mas pode ser tão cara que não seria viável no contexto
do atendimento às empresas.

Por fim, em relação aos critérios de priorização, menciona-se ainda o aspecto de


legalidade. Ora, não se imagina que nas intervenções e atendimentos oferecidos pelo
SESI possa ser empregado qualquer procedimento que viole preceitos legais. Então, aqui
o termo legalidade se reveste mais de um caráter ético, ou seja, é importante saber se as

34
METODOLOGIA ASSTI

intervenções disponíveis para lidar com os problemas são bem aceitas pela clientela
potencial e pela cultura social ou corporativa onde a solução será implantada.

Uma estratégia que pode ser utilizada é a de listar todos os indicadores que
expressam problemas potenciais que foram identificados no contexto de intervenção e, a
partir daí, começar a analisar cada um destes indicadores à luz dos critérios
supramencionados. Mediante análise dos indicadores o gestor do programa ou a equipe
envolvida no planejamento do atendimento poderá estabelecer uma hierarquia entre os
problemas que precisam ser enfrentados num dado contexto. Uma opção prática que já
foi testada com colaboradores internos do SESI e que parece funcionar bem é o de usar
um sistema de cruzes para atribuir o grau de importância aos indicadores considerando
cada um dos critérios de priorização acima listados, conforme ilustrado na Figura 9. Ao
fim, considera-se como fator com maior prioridade aquele que apresentou maior número
de cruzes.

Tomando o exemplo hipotético ilustrado na Figura 9, é importante destacar que os


“pesos” atribuídos a cada indicador no sistema de cruzes são frutos do julgamento
contextual efetuado pelo gestor do programa ou pelos profissionais envolvidos no
planeamento da operação à luz da realidade e do cenário encontrado na empresa. A
mesma equipe pode julgar que um problema tem gravidade média (++) numa empresa e
noutra atribuir para o mesmo indicador gravidade elevada (+++). Assim, é importante
que se entenda que a priorização depende mais de “bom senso” do que de regras rígidas
de julgamento. Mas, a adoção de um certo critério metodológico poderá auxiliar a tomada
de decisão e poderá nortear as decisões quando este trabalho estiver sendo feito por uma
equipe. Outra importante aplicação da adoção de uma estratégia de priorização bem
definida é facilitar a comunicação da priorização estabelecida e que deverá ser
apresentada à empresa para validação.

35
METODOLOGIA ASSTI

Critério de priorização

Eficiência das
intervenções
Prevalência/

Importância
Gravidade/
Situação

incidência
Indicador na
empresa

Inatividade física no lazer 47,2% +++ ++ ++


Abuso de bebidas alcoólicas 16,7% + +++ +
Exposição excessiva ao sol sem proteção 30,6% ++ ++ +++
Baixo consumo de frutas e hortaliças 68,9% +++ + +++
Dificuldade de gerenciamento do estresse 25,0% ++ ++ +++
Percepção negativa de saúde 22,0% ++ ++ +
Excesso de peso 23,5% ++ ++ +
Tabagismo 12,0% + +++ +
Pressão arterial elevada 12,0% + ++ ++
Ingestão excessiva de refrigerantes 55,0% +++ + ++
Figura 9. Cenário de priorização para a situação diagnóstica observada em uma empresa hipotética

Tomando o exemplo hipotético ilustrado na Figura 9, é importante destacar que os


“pesos” atribuídos a cada indicador no sistema de cruzes são frutos do julgamento
contextual efetuado pelo gestor do programa ou pelos consultores e profissionais
envolvidos no planejamento da operação. É importante lembrar que o resultado da
priorização pode variar a depender de como a equipe envolvida percebe os problemas
identificados e as necessidades decorrentes dos mesmos. Por isso, é sempre importante e
“salutar” submeter a priorização que foi efetuada pela equipe à um processo de validação
com representantes da empresa.

Além desta estratégia metodológica de priorização, o Modelo de Atuação SESI em


Soluções Integradas (SST e PS, SESI, 2016b) preconiza o uso de outras duas estratégias:
a matriz de múltiplos critérios e a matriz GUT. A opção por qualquer uma destas
estratégias pode ser feita pelo analista envolvido no atendimento à empresa considerando
a expertise da equipe envolvida e a sua familiaridade com cada uma destas técnicas. Em
tese, independente da estratégia metodológica adotada, espera-se sempre que a análise e
priorização dos dados conduza a equipe envolvida à delimitação daqueles que são os
principais problemas e necessidades identificados na empresa.

36
METODOLOGIA ASSTI

Figura 10. Ferramenta no Microsoft Excel para apoiar o atendimento consultivo, com módulo específico para
priorização de necessidades (seta)

ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS

Relatórios são fundamentais para documentar e


divulgar informações sobre a avaliação do programa ou das 5
5 1
Aplicação
Avaliar odos Planejamento

intervenções. Os relatórios devem ser elaborados de modo a


Resultados
programa

garantir que o seu conteúdo seja claro, objetivo e preciso, além 44


2
2
Coletar e
Desenvolver Coleta de
de apresentar de modo padronizado informações que possam Elaboração organizar
o plano de de Dados
dados
Relatóriosão
interven 33
Selecionar
Análise as
ser usadas no planejamento e/ou redirecionamento das ações.
de
prioridades
Dados

A elaboração dos relatórios poderá ser efetuada de modo mais rápido e seguro
mediante sistemas informatizados, como aqueles que estão previstos na Metodologia
ASSTI.

Periodicamente, ou sempre que houver necessidade, o profissional responsável


pelo atendimento à empresa deverá gerar relatórios de diagnóstico, processo ou de
impacto. Um laudo interpretativo dos resultados constantes do relatório poderá ser
elaborado pelo profissional, procurando-se destacar as prioridades, os aspectos que
deveriam ser focalizados mediante desenvolvimento das ações do programa/intervenção,
dentre outros aspectos. A ideia do laudo interpretativo é de um documento do tipo
“sumário executivo”, que sintetize as informações técnicas apresentadas em uma

37
METODOLOGIA ASSTI

linguagem mais simples e objetiva, pois gestores das empresas podem ter tempo e
interesse limitados para a leitura de relatórios com muitos detalhes técnicos.

Um aspecto muito importante a destacar em relação à elaboração de relatórios é


pensar no público-alvo a quem os mesmos se destinam. Um relatório individual para o
trabalhador pode ser uma estratégia importante e existem evidências científicas
demonstrando que ter um feedback dos resultados da avaliação pode constituir uma
intervenção efetiva para modificação de condutas de risco à saúde em trabalhadores.
Todavia, a linguagem adotada nestes relatórios deve ser bastante objetiva e, quando
possível, usar recursos visuais para ilustrar os principais resultados. Por outro lado,
relatórios mais extensos e detalhados podem ser necessários tanto para documentar os
resultados de um programa quanto para apresentar informações deste aos colaboradores
envolvidos na operação do mesmo.

Outro ponto que deve ser considerado nesta etapa é a definição da estratégia
adequada de comunicação dos resultados. Na maior parte das vezes, gestores e executivos
de empresas não estão interessados ou não tem o tempo necessário para ler extensos
relatórios, mas podem ter interesse num sumário apresentado numa reunião ou em uma
mídia eletrônica bem elaborada. Há, portanto, várias estratégias que podem ser
utilizadas e os profissionais envolvidos devem lançar mão daquelas que são viáveis
dentro do contexto de atuação no qual estão inseridos, considerando as características e
expectativas dos interlocutores nas empresas atendidas. No capítulo subsequente deste
Caderno Técnico há um detalhamento da Metodologia ASSTI, a qual foi desenvolvida a
fim de apoiar profissionais para avaliar programas de saúde e segurança na empresa.

38
METODOLOGIA ASSTI

APLICAÇÃO DOS RESULTADOS

Esta é considerada, por muitos especialistas, a


principal etapa do processo de avaliação, mas é curiosamente
também a etapa mais frequentemente negligenciada. De nada 5 1
adiantará a realização de todos os procedimentos
Aplicação dos Planejamento
Mobilizar a
Resultados

padronizados para coleta e análise de dados se as informações 2


2
44
obtidas não forem aplicadas para aperfeiçoamento do próprio Elaboração de
Coleta de
Dados
Relatórios 33
programa ou das intervenções que o compõem. Isto quer dizer Análise de
Dados
que a aplicação dos resultados se materializa no processo de
avaliação pela divulgação, mas, principalmente, pelas decisões tomadas no sentido de
aperfeiçoar o atendimento aos beneficiários do programa ou das intervenções realizadas.

É fundamental, portanto, analisar como o serviço e as ações a ele associadas


devem ser modificados, caso isto seja necessário, com vistas ao seu aperfeiçoamento. Isto
pode e deve ser feito continuamente e não apenas quando o contrato de prestação de
serviços está sendo negociado ou renovado. Assim, garante-se uma “salutar” antecipação
aos problemas, gerando no cliente uma sensação de controle sobre as condições em que o
serviço está sendo oferecido aos seus beneficiários/usuários.

Um relatório, portanto, não deve ser visto pelos profissionais do SESI somente
como um documento para comunicação de resultados, mas como uma fonte de
informações através das quais ele poderá qualificar ainda mais a sua atuação nas
empresas. Nesse cenário, aplicar os resultados é tomar decisões sobre o atendimento e
sobre as suas condições de oferta e funcionamento mediante análise dos indicadores
diagnósticos, processuais e de impacto disponíveis.

O Avaliador
Ainda sobre o tema da avaliação de programas/intervenções, um tópico que
merece alguma reflexão é analisar quem irá realizar a avaliação. Isto é importante
porque o avaliador deve ser o mais objetivo possível e não deve ter nada a perder ou
ganhar com os resultados da avaliação, caso contrário, a credibilidade do seu trabalho
poderá ser afetada. Assim, seria desejável a atuação de avaliadores externos, o que por
razões logísticas e práticas é quase sempre inviável.

No contexto do Serviço Social da Indústria, cada Departamento Regional deverá


definir a melhor estratégia operacional a ser adotada que pode ser tanto o treinamento de
todos os colaboradores quanto a capacitação de um grupo menor que atuará de forma
especializada na execução de atividades avaliativas. Um aspecto muito importante é
garantir que todos os profissionais estejam sensibilizados para a importância da
avaliação enquanto parte importante da intervenção e elemento fundamental à gestão de

39
METODOLOGIA ASSTI

programas de saúde e segurança na empresa. Na prática todos os profissionais


envolvidos na operação de qualquer atendimento estão em maior ou menor grau
envolvidos com atividades avaliativas.

Um plano regional de desenvolvimento de competências pode ser implantado pelo


Departamento Regional a fim de garantir que os colaboradores internos do SESI possam
ter razoável domínio de competências conceituais, atitudinais e procedimentais
necessárias para desenvolvimento de ações avaliativas na prática da promoção da saúde.
O Departamento Nacional do SESI tem experiências já mapeadas de desenvolvimento de
competências que podem ser disseminadas para os Departamentos Regionais
interessados. Há inclusive instrumentos já padronizados que permitem o monitoramento
do desenvolvimento de competências e podem orientar os Departamentos Regionais
acerca dos conteúdos principais a serem focalizados em ações de formação continuada.

Dificuldades na Avaliação de Programas


Apesar da importância que tem, é exatamente na avaliação onde falham a grande
maioria dos programas de saúde e segurança desenvolvidos em ambientes corporativos,
principalmente na realidade brasileira. Quando um novo programa é lançado, os esforços
se dirigem à operação das atividades e, em geral, pouca importância é atribuída à
avaliação. Mais tarde, quando é necessário divulgar resultados é que se nota que algo foi
deixado para trás.

Mas se a avaliação é importante, por que os programas não são adequadamente


avaliados? São vários os fatores que concorrem para este problema, entre os quais: (a) o
gestor não prevê a realização de procedimentos avaliativos nem previamente ao
planejamento do programa e nem durante o desenvolvimento das ações em si; (b) os
procedimentos adequados são considerados caros (tempo e recursos); (c) as medidas
necessárias não foram coletadas no período apropriado e agora já é tarde para começar;
(d) o gestor não conseguiu alocar ou aplicou os recursos para outros fins; e, (e) o gestor
subestimou os custos dos procedimentos necessários à avaliação ou os recursos
necessários não foram alocados.

Outro problema frequentemente identificado na avaliação de programas é a


inexistência de um sistema abrangente que permita a adequada tomada de decisão por
parte dos profissionais. Muitas vezes a metodologia de avaliação está baseada apenas na
observação dos resultados gerados pelo programa ou pelas intervenções, mas não há
previsão para um monitoramento contínuo – uma avaliação de processo – e, por isso, não
há dados para apoiar o redirecionamento das ações.

40
METODOLOGIA ASSTI

Usando uma metáfora para exemplificação do que ocorre na prática, uma situação
em que apenas os resultados ou impactos são verificados corresponde à situação de um
viajante que compra uma passagem de ônibus para certo destino, mas que não pode
alterar o trajeto, se isto for necessário, ou que não sabe se o trajeto que está sendo
percorrido o levará ao destino pretendido. Mas então, como saber se o destino escolhido é
o desejado? Como saber se o trajeto escolhido é o mais apropriado ou mesmo se o
transporte escolhido o conduzirá ao destino desejado? Para isto é de fundamental
importância que o sistema de avaliação compreenda, além da avaliação de impacto e de
resultados, estratégias de avaliação diagnóstica (avaliação de necessidades e interesses) e
de avaliação do processo.

Algumas das dúvidas mais frequentemente relatadas em relação à avaliação diz


respeito à conduta a ser adotada no tocante à avaliação diagnóstica: Que instrumento
utilizar? Por onde começar e como dar continuidade a gestão do programa em termos do
macroprocesso avaliação? Quando já existem dados disponíveis do Diagnóstico de Saúde
e Estilo de Vida em uma empresa, usualmente, não há necessidade de utilizar qualquer
outro instrumento para coletar dados. Por outro lado, pode existir o interesse num
levantamento mais detalhado de indicadores de saúde e que não estão presentes quando
somente dados de estilo de vida foram coletados. Assim, a adequada identificação da
demanda da empresa em termos de saúde e segurança sinalizará sobre o instrumento
adequado para levantamento de informações que subsidiarão a avaliação diagnóstica. Na
Metodologia ASSI, propõe-se instrumentos específicos, assim como a integração dos
mesmos em relação à outras metodologias complementares.

41
METODOLOGIA ASSTI

5.
METODOLOGIA ASSTI

Neste capítulo, apresenta-se um sumário dos procedimentos empregados na


construção da metodologia ASSTI, assim como uma apresentação detalhada da mesma.
Antes de mais nada, é importante lembrar que a ASSTI deve ser vista como uma das
ferramentas disponíveis e não como a única. Recomendando-se o seu uso combinado ao de
outra importante estratégia avaliativa denominada “Benchmarking Empresarial em
Saúde e Segurança”. Todavia, o objetivo neste capítulo é aprofundar com maior
detalhamento o uso das ferramentas metodológicas que permitirão a análise da situação
de saúde e segurança em nível individual (dados referidos pelo próprio trabalhador).

BREVE HISTÓRICO DE INICIATIVAS ANTERIORES

Em 2007, o Departamento Nacional do SESI lançou o “Programa Indústria


Saudável” em resposta aos resultados apresentados no estudo intitulado “Perfil
Epidemiológico de Fatores de Risco para Doenças Não Transmissíveis em Trabalhadores
da Indústria do Brasil” (SESI, 2007) e às orientações da Organização Mundial da Saúde
(OMS) acerca da implantação de sistemas de vigilância dos fatores de risco para este
conjunto de agravos. Esse programa tinha o objetivo de apoiar as indústrias na
elaboração de ações com foco na melhoria da qualidade de vida do trabalhador
propiciando o fortalecimento e competitividade da indústria. Para isso foi criado o
“Diagnóstico de Saúde e Estilo de Vida” ou simplesmente DSEV como ficou mais
conhecido, uma ferramenta de coleta de dados sobre a saúde dos trabalhadores para que
a indústria, através do SESI, pudesse ter acesso a informações para gerenciar o seu perfil
de risco e custos com assistência à saúde.

Concomitantemente, também em 2007, o Departamento Nacional do SESI


publicou o documento “Diretrizes Técnicas e de Gestão SESI Lazer Ativo” no qual
apresentou, entre outros insumos, um caderno técnico com diretrizes relativas à
avaliação dos serviços do seu portfólio (SESI, 2007). A partir daí um grande esforço foi
realizado a fim de proporcionar oportunidades de formação e treinamentos específicos
para que os colaboradores pudessem se apropriar de conceitos e práticas de avaliação
como macroprocesso essencial à gestão de programas de promoção da saúde. Durante
este período, o SESI realizou também uma pesquisa inédita - Estilo de Vida e Hábitos de
Lazer dos Trabalhadores das Indústrias Brasileiras (SESI, 2008) - que representa um
marco para o setor industrial brasileiro porque passou a servir como um referencial tanto
para reconhecimento da situação atual quanto para avaliação da efetividade das ações
empreendidas para a promoção da saúde e bem-estar dos industriários. A partir daí teve

42
METODOLOGIA ASSTI

início a implantação de um Sistema de Avaliação em Estilo de Vida e Produtividade


(SAEVP) que abrangia a coleta de dados tanto em nível individual quanto em nível
organizacional e que, ainda na atualidade, continua sendo utilizado em muitos
Departamentos Regionais, mesmo que parcialmente.

O DSEV tinha como característica principal a abordagem mais abrangente em


questões de saúde, particularmente no tocante à triagem de risco para DCNTs, enquanto
que no SAEVP o foco recaía na análise de indicadores de estilo de vida. Outra importante
diferença era relativa aos instrumentos já que o DSEV foi concebido como uma
ferramenta que, apesar de mais abrangente, tinha característica essencialmente
diagnóstica, enquanto o SAEVP abrangia um conjunto de seis instrumentos que
poderiam servir tanto à avaliação diagnóstica quanto à avaliação processual e de
efetividade. O trabalhador que era submetido à avaliação no DSEV deveria ser
identificado, enquanto no SAEVP a identificação não era permitida a fim de evitar o
efeito de “intrusão” que pode comprometer a qualidade das medidas referidas pelo
avaliados. Por outro lado, o uso do DSEV permitia geração de análises e intervenções em
nível individual, enquanto o uso do SAEVP somente permitia a caracterização da
situação de saúde da empresa como um todo.

Além das fragilidades que cada um dos métodos apresentava, os dois


apresentavam igualmente uma importante lacuna, qual seja a incapacidade de gerar
indicadores relativos às condições de segurança. Isto representava um obstáculo à
utilização de qualquer um dos métodos, num momento em que se assume a necessidade
de maior integração das áreas de saúde e segurança no escopo do atendimento às
demandas do setor industrial. Partiu-se, então, mediante desenvolvimento da
Metodologia ASSTI para superação destes problemas, propondo um método no qual se
procurou garantir esta integração aliada à proposição de instrumentos com
características psicométricas adequadas e estratégias de coleta de dados mais eficientes.

OBJETIVO

O objetivo da Metodologia ASSTI é oferecer aos colaboradores do SESI a


fundamentação teórica e os recursos técnicos para avaliação de saúde e segurança em
nível individual, de modo a subsidiar o planejamento e maior assertividade na operação
de soluções para o setor industrial. A Metodologia ASSTI pode ser utilizada para:

 Identificar necessidades dos trabalhadores das empresas industriais em


questões ligadas à saúde e segurança, subsidiando a proposição de soluções
que atendem às demandas das empresas do setor;

43
METODOLOGIA ASSTI

 Monitorar continuamente o atendimento às empresas mediante


acompanhamento de indicadores de processo que permitam análises em nível
de atividade e de padrão;

 Avaliar o resultado de intervenções, soluções e programas com foco na


observação de indicadores de saúde, segurança e de produtividade
(absenteísmo e presenteísmo).

INSTRUMENTAÇÃO
Desenvolvimento dos Instrumentos
Os instrumentos propostos para utilização na Metodologia ASSTI são
questionários que foram construídos especificamente para utilização neste sistema de
avaliação, conforme recomendado na literatura especializada (Hill e Hill, 2008). No
Apêndice 1 está apresentado um relatório descrevendo o processo de validação do
instrumento de medida, desde a fase de revisão da literatura até a análise dos dados
coletados no estudo-piloto. No teste de campo, foram observados aspectos relacionados à
aplicabilidade e às características psicométricas (reprodutibilidade, objetividade e
consistência interna) do instrumento. Validade de face e conteúdo foram estabelecidos
pela consulta a especialistas.

O instrumento padronizado para uso na Metodologia ASSTI foi denominado como


questionário. Um questionário é um formulário com perguntas, utilizado para obtenção
de informações que são fornecidas por um respondente. Não há diferença entre
questionário e entrevista a não ser pela forma de administração do instrumento. No
questionário, os sujeitos precisam escrever ou digitar as respostas às perguntas
apresentadas, enquanto na entrevista as respostas são apresentadas verbalmente. Como
as duas situações de aplicação podem ocorrer na Metodologia ASSTI, optou-se
simplesmente por rotular o instrumento como sendo um questionário.

Vários fatores interferem na qualidade das informações obtidas por meio de


questionários, desde a cor do papel no qual o formulário foi impresso até a organização e
ordem de apresentação das questões. Um questionário longo ou mal organizado implicará
em maior dificuldade de aplicação e poderá produzir informações ruins sobre os fatores
de interesse. Assim, “recomenda-se que a formatação e conteúdo do questionário
padronizado para uso na Metodologia ASSTI não seja alterada sob pena de prejuízo na
qualidade das informações obtidas”.

Na Metodologia ASSTI foi padronizado um questionário que deve ser aplicado no


diagnóstico e no impacto. Deve ser respondido pelos próprios trabalhadores
(autopreenchimento), mas administrados na forma de entrevista em pequenos grupos na
presença de um aplicador que poderá esclarecer eventuais dúvidas (em setores de chão de

44
METODOLOGIA ASSTI

fábrica) ou via preenchimento digital de formulários enviados por e-mail (em setores
administrativos). Testou-se também a utilização do preenchimento digital de formulários
off-line em setores de chão de fábrica mediante uso de tablets, uma estratégia de
aplicação que demonstrou ser eficiente e garantir a obtenção de dados válidos e
consistentes. Por fim, os questionários foram parametrizados para serem aplicados de
três formas:

(1) Em papel, com posterior entrada de dados via leitura óptica ou tabulados
diretamente em software específico;

(2) Via preenchimento digital off-line diretamente em dispositivos móveis


(tablets e smartphones);

(3) Via preenchimento digital de formulários enviados por e-mail (somente em


setores administrativos).

Experiências documentadas durante a aplicação-piloto desses instrumentos


indicaram que é possível aplicar os mesmos para um pequeno grupo de trabalhadores
(aproximadamente dez) em aproximadamente 15 a 20 minutos. No caso de trabalhadores
que exibiram pouco domínio do uso de tablets, que apresentaram dificuldade de leitura
ou em pessoas com deficiências o tempo de aplicação foi maior e, em alguns casos,
entrevista face a face foi necessária para conclusão da coleta. As perguntas são fechadas
e, por isso, o preenchimento exigirá somente que o trabalhador assinale uma das
respostas pré-codificadas no próprio instrumento. Isto também se aplica ao questionário
administrado de forma individual, onde o entrevistador terá somente que assinalar a
opção que mais se aproxima da resposta apresentada verbalmente pelo entrevistado.

O instrumento utilizado para coletar dados na Metodologia ASSTI não permite


identificação do respondente. Esta opção metodológica foi adotada para garantir o
anonimato das informações e para evitar uma fonte potencial de erro, o chamado viés de
resposta (efeito de intrusão). O efeito de intrusão ocorre quando o trabalhador ao se
identificar omite informações importantes ou altera deliberadamente as respostas por
receio de que as mesmas sejam reveladas, tenham alguma influência ou ameacem de
algum modo a sua condição de trabalho.

Na construção do instrumento, partiu-se da análise das práticas avaliativas que


os próprios colaboradores do SESI já realizavam. Na etapa subsequente foram realizados
três grupos focais, reunindo nos dois primeiros profissionais do Departamento Regional
da Paraíba e, no último, pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Estilos de Vida e Saúde
da Universidade de Pernambuco. O objetivo desses grupos focais foi discutir sobre a
aplicabilidade de instrumentos, indicadores necessários ao planejamento e
monitoramento das intervenções, periodicidade da administração dos instrumentos,

45
METODOLOGIA ASSTI

entre outras questões. Considerando-se os elementos reunidos nos grupos focais, partiu-
se, então, para a construção da matriz analítica do instrumento e, por fim, à formatação
do questionário que foi submetido à testagem em estudo- piloto. A versão final do
instrumento a ser empregado na coleta de dados está apresentada no Apêndice 2. Esta
versão deverá ser usada tanto na avaliação diagnóstica quanto na avaliação de impacto,
acrescentando-se ao instrumento de avaliação de impacto somente uma questão
demográfica relativamente à frequência de participação do trabalhador em atividades de
saúde e segurança.

46
METODOLOGIA ASSTI

MATRIZ ANALÍTICA

Esquematicamente, o plano de revisão e desenvolvimento do instrumento e, por


conseguinte, a construção da matriz analítica seguiu o roteiro ilustrado na Figura 11.

Figura 11. Ilustração do processo de construção da matriz analítica e desenvolvimento do instrumento de


coleta de dados

Ao final do processo, definiu-se um modelo com seis dimensões (Figura 12), o qual
orientou, então, a construção da matriz analítica. Para a construção do instrumento,
recorreu-se à definição de um conjunto de indicadores considerados prioritários para cada
uma dessas dimensões avaliativas.

Figura 12. Dimensões avaliativas resultantes do agrupamento de indicadores de saúde, segurança e


produtividade

47
METODOLOGIA ASSTI

O processo de priorização de indicadores considerou inicialmente a consulta a


especialistas conforme ilustrado na Figura 11 e, mais tarde, a base teórica disponível
para apoiar a associação entre cada indicador com um dos seguintes fatores: (1)
produtividade; (2) mortalidade; (3) morbidade; e, (4) comportamentos relacionados à
saúde. Ao fim, após a exclusão de indicadores que apresentaram baixa carga fatorial ou
baixo nível de consistência teste-reteste, a matriz analítica que serviu à construção do
instrumento ficou definida conforme apresentado no Quadro 2.

Quadro 2. Matriz analítica do questionário de avaliação do trabalhador

Dimensão Indicador Pergunta


Demográfica Sexo 1
Idade 2
Situação conjugal 3
Escolaridade 4
Número de filhos 5
Plano de saúde 6
Tempo de trabalho na empresa 7
Estilo de vida Tabagismo 8
Abuso de bebidas alcoólicas 9
Baixa frequência de consumo de frutas ou hortaliças 10, 11
Consumo excessivo de refrigerantes ou sucos artificiais 12
Elevado consumo de sal 13
Inatividade física no lazer 14
Excessivo tempo de TV (comportamento sedentário) 15
Estresse Percepção de exposição a elevado nível de estresse 16
Pensamentos negativos e pessimistas 17
Percepção negativa quanto aos relacionamentos interpessoais 18
Percepção negativa da qualidade do sono 19
Dificuldade de relaxar e usufruir do lazer 20
Insatisfação com as condições de trabalho na empresa 21
Morbidade e Excesso de peso corporal 22/23
percepção de Percepção negativa de saúde 24
saúde Percepção negativa de saúde bucal 25
Hipertensão referida 26-I/26-II
Diabetes referida 26-III/26-IV
Colesterol alto referido 26-V
AVC referido 26-VI
Artrite ou reumatismo referido 26-VII
Asma ou bronquite asmática referido 26-VIII
Depressão referida 26-IX
Produtividade Faltas por motivos de saúde 27
Falta de vontade de vir ao trabalho 28
Falta de disposição (ânimo ou energia) 29
Dificuldade para se concentrar 30
Dores/desconforto na realização de tarefas 31

48
METODOLOGIA ASSTI

Dimensão Indicador Pergunta


Segurança Percepção negativa em relação ao uso de EPIs 32
no trabalho Percepção de insegurança no trabalho 33
Percepção de elevada exposição a riscos físicos 34
Percepção de elevada exposição a riscos químicos 35
Percepção de iluminação precária ou insuficiente 36
Percepção de elevada exposição a riscos de queimaduras, cortes ou choques 37
Percepção de risco associado à postura corporal inadequada 38

ÍNDICES

No processo de desenvolvimento da Metodologia ASSTI, optou-se pela utilização


dos dados para construção de índices que possam servir ao monitoramento mais geral da
situação observada nas empresas, a saber: (1) Índice de Produtividade [IPro]; (2) Índice
de Percepção de Segurança no Trabalho [IPST]; e, (3) Índice Geral de Estilo de Vida
[IGEV].

Como ilustrado no Quadro 2, a Metodologia ASSTI prevê o monitoramento de


indicadores de produtividade (presenteísmo e absenteísmo), os quais são empregados
para geração do IPro. Estes indicadores foram construídos a partir de sugestões
apresentadas na literatura especializada (Hilton et al, 2009; Schultz e Edington, 2007;
Hilton et al, 2010) e da necessidade de utilização de medidas simples que permitam
obtenção de informações concretas da realidade observada nas empresas.

Não se trata de indicadores para uso clínico ou individual como outras escalas
disponíveis, ao contrário, as medidas visam quantificar em nível coletivo a “quantidade”
de absenteísmo e de presenteísmo, sendo que a partir da combinação destes indicadores é
possível gerar um índice que estima a redução ou perda de produtividade. As perguntas
são bastante simples e objetivas e em todas as respostas são atribuídas considerando
uma escala de frequência com quatro categorias: 0 dias/semana; 1-2 dias/semana; 3-7
dias/semana; e 8+ dias/semana. Além das faltas ao trabalho por motivo de saúde
(indicador de absenteísmo), recorre-se às medidas dos seguintes indicadores de
presenteísmo: falta de vontade de vir ao trabalho; falta de disposição ou de ânimo para
realizar as tarefas laborais; dificuldade para se concentrar no trabalho; e dores ou
desconforto ao realizar as tarefas que o seu trabalho exige.

O IPro é determinado como um escore relativo ao cenário mais positivo de


produtividade que pode ser observado nas empresas a partir do monitoramento de
indicadores de absenteísmo e presenteísmo. O IPro é calculado numa escala de 0 a 100%,
onde o valor correspondente a 100% representa a empresa onde não se observa faltas ao
trabalho por motivo de saúde e onde os trabalhadores não referem indicadores de
presenteísmo em nenhum dia dos últimos 30 dias anteriores à avaliação. A situação
equivalente ao escore 100% é, portanto, um cenário improvável, mas reflete um “alvo” e a

49
METODOLOGIA ASSTI

distância (o desvio) desta condição ótima em relação ao observado na empresa, podendo


orientar sobre a necessidade de intervenção.

Como mencionado, o cálculo do IPro é baseado num escore relativo, atribuindo-se


pontos (pesos) para as respostas dos trabalhadores, conforme indicado no Quadro 3.
Assim, a pontuação máxima que pode ser alcançada é de 15 pontos (melhor cenário) ou
100%, o qual representaria um trabalhador que além de não referir faltas ao trabalho
também não teria referido frequência de qualquer dos indicadores de presenteísmo. O
resultado percentual de cada trabalhador seria proporcional à pontuação observada, dado
por:

IPro= (ESCORE x 100) / 15

Este escore é calculado para cada trabalhador e, depois, o IPRO da empresa é o


valor médio observado entre os trabalhadores avaliados.

Indicador 0 dias 1-2 dias 3-7 dias 8+ dias


Faltas por motivos de saúde 3 2 1 0
Falta de vontade de vir ao trabalho 3 2 1 0
Falta de disposição (ânimo ou energia) 3 2 1 0
Dificuldade para se concentrar 3 2 1 0
Dores/desconforto na realização de tarefas 3 2 1 0

O IPST é determinado de modo análogo ao IPro, representando um escore relativo


ao cenário mais positivo de percepção de segurança que pode ser referido pelos
trabalhadores de uma empresa. O IPST é calculado numa escala de 0 a 100%, onde o
valor correspondente a 100% representa a empresa onde os trabalhadores referem
máxima percepção de segurança. Estes elementos metodológicos constituem uma
inovação na avaliação em saúde e segurança porque usualmente tais medidas não são
feitas por entrevista com os trabalhadores. Assim, o uso em larga escala permitirá o
aperfeiçoamento contínuo da Metodologia ASSTI em particular no tocante à avaliação da
percepção de segurança no trabalho.

50
METODOLOGIA ASSTI

O cálculo é similar em estratégia ao descrito para o IPRO, atribuindo-se pontos


para as respostas dos trabalhadores no tocante à percepção de segurança (Quadro 4).
Tomando por base os valores indicados no quadro, a pontuação máxima que pode ser
alcançada é de 26 pontos (melhor cenário, equivalente a 100%), o qual representaria um
trabalhador que refere uma percepção de segurança excelente. Para cálculo usar a
seguinte equação:

IPST= (ESCORE x 100) / 26

Este escore é calculado para cada trabalhador e, depois, o IPST da empresa é o


valor médio observado entre os trabalhadores.

Indicador
Percepção
negativa em Muito Pouco Sem importância
Importante
relação ao uso importante importante nenhuma
(2)
de EPIs (3) (1) (0)

Percepção de Muito
insegurança Seguro Inseguro Muito inseguro
seguro
no trabalho (2) (1) (0)
(3)
Percepção de Risco muito
elevada Risco muito
Risco elevado Risco moderado Risco baixo baixo ou
exposição a elevado
(1) (2) (3) inexistente
riscos físicos (0)
(4)
Percepção de
elevada Risco muito
Risco muito
exposição a Risco elevado Risco moderado Risco baixo baixo ou
elevado
riscos (1) (2) (3) inexistente
(0)
químicos (4)

Percepção de Risco muito


iluminação Risco muito
Risco elevado Risco moderado Risco baixo baixo ou
precária ou elevado
(1) (2) (3) inexistente
insuficiente (0)
(4)
Percepção de
elevado risco Risco muito
de Risco muito
Risco elevado Risco moderado Risco baixo baixo ou
queimaduras, elevado
(1) (2) (3) inexistente
cortes ou (0)
(4)
choques
Percepção de
risco Risco muito
associado à Risco muito
Risco elevado Risco moderado Risco baixo baixo ou
postura elevado
(1) (2) (3) inexistente
corporal (0)
(4)
inadequada

Como mencionado, em termos práticos, o escore máximo (100%) do IPro e do IPST


são desempenhos virtualmente inatingíveis e não se espera que possam ser alcançados

51
METODOLOGIA ASSTI

pelas empresas. Em termos de análise e interpretação tanto do IPro quanto do IPST, o


índice observado sinaliza o desempenho da empresa em relação ao máximo teórico que
pode ser alcançado.

O IGEV, por sua vez, é determinado pela análise da concorrência da exposição do


trabalhador a um conjunto de indicadores psicossociais e comportamentais de risco à
saúde. A lógica adotada é de que o índice seja expresso numa escala com variação de 0 a
10 pontos, onde os valores mais altos expressam melhor estilo de vida. Assim, um IGEV
mais elevado expressa que o trabalhador referiu menor exposição aos indicadores de risco
que compõem o índice. Na Metodologia ASSTI, o IGEV passa a ser determinado pelos
seguintes fatores: tabagismo; abuso de bebidas alcoólicas; relacionamentos interpessoais
de baixa qualidade; baixa frequência de consumo de frutas e hortaliças; baixo nível de
atividade física de lazer; excessivo tempo de TV; percepção de exposição a elevado nível
de estresse; consumo excessivo de refrigerantes ou sucos artificiais; percepção negativa
de saúde; e percepção negativa da qualidade do sono.

Na análise dos dados de uma empresa ou do conjunto dos trabalhadores avaliados


o índice seria representado por “10 (dez) menos a média aritmética do número de
indicadores negativos” observados no estilo de vida dos trabalhadores. Hipoteticamente,
no exemplo apresentado no Quadro 3, com três trabalhadores apenas, o índice seria de
5,33 dado que 10 - média (6, 5, 3) = 10 - 4,67 = 5,33. Como mencionado, quanto maior o
índice mais positivo o estilo de vida dos trabalhadores.

Quadro 3. Exemplo hipotético da observação dos dez indicadores de estilo de vida em três trabalhadores de
uma empresa

Sujeito
Indicador
A B C
Tabagismo Sim Não Não
Abuso de bebidas alcoólicas Sim Não Não
Relacionamentos interpessoais de baixa qualidade Não Não Sim
Baixa frequência de consumo de frutas ou hortaliças Sim Sim Não
Inatividade física no lazer Não Não Sim
Excessivo tempo de TV Sim Sim Não
Percepção de exposição a elevado nível de estresse Não Sim Não
Consumo excessivo de refrigerantes ou sucos artificiais Sim Sim Não
Percepção negativa de saúde Sim Não Sim
Percepção negativa da qualidade do sono Não Sim Não

N° de indicadores observados no estilo de vida (sim) 6 5 3

52
METODOLOGIA ASSTI

Nos relatórios, há apresentação destes índices, mas enfatiza-se o detalhamento de


um conjunto maior de indicadores. É importante salientar que existem em relação a estes
dez indicadores que compõem o IGEV uma associação mais conhecida e mais bem
documentada na literatura especializada com fatores como morbidade e produtividade.
Todavia, todos os demais indicadores foram mantidos na Metodologia ASSTI devido à
observação de que os mesmos apresentaram evidência de associação com produtividade,
morbidade, mortalidade e ou com outros comportamentos de risco à saúde.

Para cada um destes indicadores foi estabelecida uma definição operacional, um


modo de cálculo do indicador, assim como os fundamentos teóricos que justificaram a
adoção de cada um dos indicadores em cada uma das dimensões que integram a
Metodologia ASSTI. Estes elementos estão apresentados na seção seguinte deste
Caderno Técnico.

DESCRIÇÃO DOS INDICADORES

Descreve-se nesta seção um detalhamento dos indicadores apresentados na matriz


analítica final, apresentando uma síntese da fundamentação teórica que apoia a inclusão
dos mesmos na Metodologia ASSTI. Por não fazerem parte do conjunto de fatores
caracterizadores das condições de saúde e segurança, não estão apresentados dados
acerca dos indicadores contidos na dimensão “demográfica”.

 Tabagismo
Definição Cálculo
Será considerado tabagista o trabalhador que
referir fumar independentemente do tempo, da N° trabalhadores que relataram ser fumantes
regularidade (ocasional/regular) e da Total de trabalhadores avaliados na empresa
intensidade (quantidade de cigarros) de
exposição a esta conduta de risco à saúde.
Fundamentação
O tabagismo é o principal fator modificável de risco para doenças cardiovasculares, doença
arterial periférica e doença cardíaca congestiva. Aproximadamente 6,4 milhões de pessoas
morrem anualmente devido ao tabagismo, representando 4,7% de todas as mortes no mundo
(GBD 2015 Tobacco Collaborators, 2017). O tabagismo é o principal responsável pelos casos de
câncer de pulmão e de doença respiratória crônica registrados no mundo (Forouzanfar et al,
2016). Tabagismo também aumenta o risco de algumas doenças transmissíveis como a
tuberculose e as infecções respiratórias baixas (GBD 2015 Tobacco Collaborators, 2017). Além
das repercussões em termos de morbidade e mortalidade, a exposição ao tabagismo também
provoca redução da produtividade no trabalho (Centers For Disease Control and Prevention,
2017; Instituto Nacional do Câncer, 2017). O Brasil tem prejuízo anual de R$ 56,9 bilhões com o
tabagismo, sendo que desse total R$ 39,4 bilhões são gastos com despesas médicas e R$ 17,5
bilhões com custos indiretos ligados à perda de produtividade decorrente da incapacitação ou
morte prematura de trabalhadores (INCA, 2017).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 9,6% (11,5% entre os homens e 6,4% entre
as mulheres).

53
METODOLOGIA ASSTI

 Abuso de Bebidas Alcoólicas


Definição Cálculo
O abuso ocasional ficará caracterizado quando o
trabalhador referir que, nos últimos 30 dias, N° trabalhadores que relataram abuso
ingeriu mais de cinco (para homens) ou quatro Total de trabalhadores avaliados na empresa
(para mulheres) doses de bebidas alcoólicas
numa mesma ocasião.
Fundamentação
O uso abusivo do álcool é um problema de saúde pública global, responsável anualmente por
aproximadamente 3,3 milhões de mortes prematuras em todo o mundo, estimando-se ainda que
aproximadamente 6% das mortes por todas as causas são atribuíveis ao consumo de álcool (WHO,
2014). O uso nocivo do álcool é um dos cinco principais fatores de risco para doenças, deficiência e
morte em todo o mundo (WHO, 2011a; Lim et al, 2012). Além disso, estima-se que cerca de 4,5% dos
homens e 2,5% das mulheres apresentam algum grau de dependência ao álcool (Esser et al, 2014). A
prevalência de consumo excessivo ocasional em trabalhadores da indústria, por outro lado, é bem
mais elevada e atinge um em cada quatro trabalhadores. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(WHO, 2014), o consumo abusivo de bebidas alcoólicas está associado a muitos problemas de saúde
(hipertensão, AVC, doenças cardíacas, doenças hepáticas, cânceres, transtornos cognitivos e de
aprendizagem e violência). Estimando-se, ainda, uma redução de 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB)
brasileiro em decorrência de transtornos relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas (Silveira et
al, 2016).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 24,8% (30% entre os homens e 15,5% entre as
mulheres).

 Baixa Frequência de Consumo de Frutas e/ou Hortaliças


Definição Cálculo
Será considerado caso de baixa frequência de
consumo de frutas e ou hortaliças quando o N° trabalhadores com frequência de consumo de
trabalhador referir que numa semana típica frutas OU de hortaliças de 4-6 vezes/semana ou
habitual consome um destes dois subgrupos de inferior
alimentos com frequência de 4-6 vezes por Total de trabalhadores avaliados na empresa
semana ou inferior.
Fundamentação
Frutas e hortaliças são componentes essenciais de uma dieta saudável porque são alimentos com
baixa densidade energética e elevada densidade nutricional (rico em fibras, antioxidantes e
micronutrientes) (Franco et al, 2013). Pessoas que consomem, no mínimo, cinco porções de frutas e
hortaliças ao dia tem menor chance de desenvolverem obesidade, diabetes, câncer e doenças
cardíacas (CDC, 2015). A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza consumo de pelo menos
400 g/dia, o que equivale a cinco porções diárias desses alimentos (OMS, 2003). Apesar dos
benefícios para a saúde, o brasileiro consome apenas 25% da quantidade de frutas e hortaliças
recomendada (IBGE, 2010). Preço, dificuldade de aquisição e preparo, gosto e falta de conhecimento
sobre os benefícios são barreiras para o consumo adequado de frutas e hortaliças (OMS, 2003). Mais
recentemente, os locais de trabalho vêm sendo considerados espaços ideais para aumentar o
consumo de frutas e hortaliças (Bandoni et al, 2011).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 84% (86,2% entre os homens e 80,1% entre as
mulheres).

54
METODOLOGIA ASSTI

 Consumo Excessivo de Refrigerantes ou Sucos Artificiais


Definição Cálculo
Será considerado caso de elevada frequência de
consumo de refrigerantes ou suco artificiais N° trabalhadores com frequência diária de
quando o trabalhador referir que numa semana consumo de refrigerantes OU sucos artificiais
típica habitual consome estes alimentos com Total de trabalhadores avaliados na empresa
frequência superior a 4-6 vezes por semana.
Fundamentação
O consumo frequente de refrigerantes e sucos artificiais é reconhecidamente nocivo à saúde pela
excessiva ingestão de sódio e açúcares. A excessiva ingestão de refrigerantes vem sendo identificada
como um fator associado a doenças renais, gota, hipertensão e diabetes. Verificou-se também que o
consumo diário de refrigerantes está associado a um aumento na concentração sérica de
triglicerídeos e redução da concentração de colesterol HDL, aumentando as chances de ocorrência da
chamada síndrome metabólica.
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 21,9% (22,8% entre os homens e 20,4% entre as
mulheres).

 Elevado Consumo de Sal


Definição Cálculo
Será considerado caso de elevado consumo de
sal quando o trabalhador referir que considera N° trabalhadores que referem consumo “muito
que o seu consumo é “muito alto” ou “alto”, alto” ou “alto” de sal
considerando tanto a comida preparada na hora Total de trabalhadores avaliados na empresa
quanto os alimentos industrializados que
consome.
Fundamentação
O consumo de sal (sódio) é essencial para funcionamento do organismo – regulação da pressão
arterial, contração muscular e impulsos nervosos. Deste modo, é necessário um consumo diário de
sódio de no mínimo de 500 mg. No entanto, consumo diário superior a 2 g de sódio pode acarretar
perigo para a saúde (Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2018). Como cerca de 60% do sal de
cozinha contêm sódio (cloreto de sódio), o consumo diário de sal não deveria exceder 5 g
(Organização Mundial de Saúde, 2016). O refrigerante é outro produto que contem consideráveis
concentrações de sódio, em especial os refrigerantes “light” (Ferrari e Soares, 2013). Por exemplo,
pessoas que consomem 2 L de refrigerante light por dia, consomem 300 mg de sódio (15% do
consumo máximo diário recomendado). Pesquisa realizada observou que o consumo médio de sódio
dos brasileiros é em torno de 4,7 g, mais que o dobro do máximo recomendado (Sarno et al., 2013). O
consumo excessivo de sódio contribui para aumento da pressão arterial (Zhao et al. 2011; Sociedade
Brasileira de Hipertensão, 2016) que é um dos fatores que mais aumenta o número de falta no
trabalho (Organização Mundial de Saúde, 2016), além de ser o principal fator de risco para problemas
no coração (Lawes et al., 2008).
Situação atual no setor industrial
Prevalência na população brasileira como um todo é de 14,2% (16,1% entre os homens e 12,5% entre
as mulheres).

55
METODOLOGIA ASSTI

 Inatividade Física no Lazer


Definição Cálculo
Será considerado fisicamente inativo no lazer o
trabalhador que NÃO realiza regularmente N° trabalhadores que não praticam atividades
atividades físicas no lazer, tais como esportes, físicas no lazer
exercícios físicos, danças ou artes marciais. Total de trabalhadores avaliados na empresa

Fundamentação
Funcionários com boas oportunidades de atividade física no lazer faltam menos ao trabalho devido à
proteção que a prática de atividades físicas no lazer tem nas doenças cônicas não transmissíveis:
hipertensão, diabetes, acidente vascular cerebral (AVC), cardiopatias e depressão, que são as maiores
responsáveis por absenteísmo no trabalho (CDC, 2017). Neste sentido, trabalhadores praticantes de
atividades físicas regulares apresentam maior capacidade para o trabalho (Raffone e Hennington,
2005), além de uma percepção mais positiva de saúde (Fonseca et al, 2008) e maiores habilidades
relacionadas ao trabalho (Arvidson et al, 2013). Apesar das evidências dos benefícios da prática de
atividade física, pesquisa realizada no Brasil observou que 45% dos trabalhadores da indústria eram
fisicamente inativos (Nahas, 2009; Del Duca et al, 2011).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 41,7% (36,7% entre os homens e 50,5% entre as
mulheres).

 Excessivo Tempo de TV
Definição Cálculo
Será considerado como exposto a excessivo N° trabalhadores que assistem em média mais de
tempo de TV o trabalhador que referir que três horas de TV/dia
assiste, em média, mais de três horas/dia. Total de trabalhadores avaliados na empresa
Fundamentação
O tempo gasto em comportamentos sedentários está fortemente relacionado ao aumento do risco de
se contrair doenças, havendo múltiplas evidências de que o número de horas diárias que o indivíduo
despende vendo televisão aumenta sua exposição à obesidade e, consequentemente, a outras
doenças. Tempo de TV é o comportamento sedentário mais comum e tem sido constantemente
ligado a consequências adversas à saúde. Pessoas com alto tempo de TV (> 2 horas) tem maior
chance de desenvolver distúrbios alimentares, obesidade, despender menor tempo em atividades
físicas e consequentemente desenvolverem doenças com alto impacto na saúde (CDC, 2017; Hobbs et
al, 2015). Demasiado tempo de TV aumenta o risco em desenvolver diabetes, câncer, doenças
cardiovasculares e respiratórias (Biaswas et al, 2015). Pessoas que assistem duas horas de TV por dia
tem 13% maior risco de morte por qualquer causa (Grøntved e Hu, 2011). Entretanto, pessoas com
altos níveis de atividade física moderada, superior a 60 minutos ao dia, diminuem o risco de
mortalidade associada ao tempo elevado de TV (Ekelund et al, 2016). Trabalhadores com maior
tempo sedentário, entre eles tempo de TV, apresentaram duas vezes maior chance de relatarem
perda na produtividade (Brown et al, 2013). Redução no tempo em atividades sedentárias provocaria
um aumento de faturamento de bilhões de reais decorrente da diminuição de absenteísmo e
presenteísmo (Bounajm et al, 2015).
Situação atual no setor industrial
Estima-se que aproximadamente 29% da população adulta no Brasil assistem televisão por três ou
mais horas diárias (Fonte: PNS, 2013).

56
METODOLOGIA ASSTI

 Percepção de Exposição a Elevado Nível de Estresse


Definição Cálculo
Será considerado como exposto a elevado nível
de estresse o trabalhador que classificar o nível N° trabalhadores que referem elevado nível de
de estresse em sua vida como “quase sempre estresse (quase sempre/sempre)
estressado, enfrentando problemas com Total de trabalhadores avaliados na empresa
frequência” ou “sempre estressado, com
dificuldade para enfrentar a vida diária”.
Fundamentação
O estresse ocupacional pode ser entendido como um conjunto de perturbações psicológicas ou
sofrimento psíquico associado às experiências de trabalho (Acquadro Maran et al, 2015). O conjunto e a
divisão de tarefas que compõem a carga de trabalho do profissional estão associados a importantes
estressores laborais, os quais podem sofrer agravos significativos em razão de condições precárias de
organização do trabalho, que vão desde a baixa valorização e remuneração, descompasso entre tarefas
prescritas e realizadas, até a escassez severa de recursos e problemas de infraestrutura (Cotta et al,
2006). O estresse ocupacional atinge 70% dos trabalhadores registrados no Brasil, desse total, 30%
estão no nível mais elevado, configurando a chamada "Síndrome de Burnout" ou síndrome do
esgotamento profissional (International Stress Management Association, 2003). Doenças não
transmissíveis relacionadas ao trabalho (câncer, bronquite crônica e asma), bem como doenças
cardiovasculares e depressão causadas por estresse ocupacional resultam em maiores períodos de
licença médica e absenteísmo (Organização Mundial de Saúde, 2017). No Brasil, os custos relacionados
à rotatividade, licenças médicas, queda na produtividade e faltas ao trabalho devido ao estresse
ocupacional e suas consequências chegam a R$ 80 bilhões por ou 3,5% do Produto Interno Bruto
(Organização Internacional do Trabalho, 2010).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 13,0% (10,8% entre os homens e 16,8% entre as
mulheres).

 Pensamentos Negativos e Pessimistas


Definição Cálculo
Será considerado caso de pensamentos
negativos e pessimistas quando o trabalhador N° trabalhadores que referem que quase sempre
referir que “quase sempre” OU “sempre” pensa OU sempre pensam de forma
de forma negativa ou pessimista em relação ao negativa/pessimista
futuro. Total de trabalhadores avaliados na empresa

Fundamentação
O pensamento positivo reflete de que maneira as pessoas mantêm expectativas positivas acerca do
seu futuro, potencializando aspectos pessoais relativos ao bom-humor, perseverança, realização e
saúde física (Peterson, 2000). Aspectos primordiais em ambiente de trabalho. Pessoas com
pensamento positivo têm demonstrado maiores níveis de bem-estar em tempos de adversidades ou
dificuldades (Carver, 2014; Reed, 2016), além de maior eficiência na solução de problemas, sucesso e
realização pessoal, aspectos intimamente relacionados à produtividade (Nes e Segerstrom, 2006).
Pessoas com pensamento positivo apresentam menores níveis de estresse (Ng et al, 2014; Reed,
2016) e satisfação com a vida (Reed, 2016), que são aspectos geradores de absenteísmo e
presenteísmo.
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 12% (Fonte: estudo-piloto do desenvolvimento
da Metodologia ASSTI).

57
METODOLOGIA ASSTI

 Percepção Negativa Quanto aos Relacionamentos Interpessoais


Definição Cálculo
A percepção negativa quanto aos
relacionamentos interpessoais será identificada N° trabalhadores com percepção negativa
quando o trabalhador classificar como “regular” Total de trabalhadores avaliados na empresa
ou “ruim” a qualidade dos relacionamentos que
mantém com outras pessoas (amigos, colegas de
trabalho e chefes).
Fundamentação
O relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho está relacionado com o autoconhecimento,
empatia, autoestima, cordialidade, ética e comunicação (Cardozo e Silva, 2014). Respeito, amizade,
cordialidade nas relações, cooperação, liderança democrática, diálogo, responsabilidade,
assertividade, empatia e bom humor são fatores que influenciam positivamente os relacionamentos
interpessoais (Silva et al, 2007). Bom relacionamento no trabalho permite o desenvolvimento de
competências interpessoais, com integração coordenada de esforços na realização das tarefas,
desenvolvendo competências técnicas individuais, aprimorando o trabalho em conjunto (Salinas e
Oliveira, 2004). Aproximadamente 63% dos brasileiros apontam que problemas de relacionamento
são uma das principais causas de sua insatisfação no trabalho (ISMA, 2014). Investimento em
estratégias de gestão de pessoas desencadeia aumento na competitividade da empresa e retêm os
melhores talentos. Some-se ao exposto, a constatação de que relacionamentos interpessoais
saudáveis são essenciais para a sobrevivência e crescimento de uma empresa (ISMA, 2014).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 6,3% (6,4% entre os homens e 6% entre as
mulheres).

 Percepção Negativa da Qualidade do Sono


Definição Cálculo
Será considerado como caso de percepção
negativa da qualidade do sono quando o N° trabalhadores que referem que “raramente”
trabalhador referir que “raramente” ou “nunca” ou “nunca” dormem bem
dorme bem. Total de trabalhadores avaliados na empresa

Fundamentação
O sono é um estado físico que permite o repouso do organismo, para o qual dormir é tão necessário
como a própria alimentação, permitindo a recuperação mental e física, durante o período de vigília
(Guimarães, 2012). Pessoas com menos de 5 horas de sono por dia têm 50% maior risco de
desenvolver diabetes (Gangwisch, 2007) e apresentam duas vezes mais chance de desenvolverem
doenças cardiovasculares (Sabanayagam e Shankar, 2010). Trabalhadores que relataram enfrentar
problemas para dormir em algum momento, apresentaram três vezes maior chance de faltar mais de
uma semana de trabalho, reconhecem diminuição na performance que trabalhadores que não
relataram problemas para dormir, além de maior custo com saúde (Hui et al, 2015). A insônia é um
fator de risco para doenças físicas (hipertensão, infarto agudo do miocárdio), mentais (depressão) e
ocupacionais (Morin e Jarrin, 2013; Silvertsen, 2014) e tem considerável repercussão financeira. Entre
os trabalhadores com insônia, 25% relataram faltas no trabalho e 41% produtividade reduzida (Daley,
2009).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 4% (3,9% entre os homens e 4,2% entre as
mulheres).

58
METODOLOGIA ASSTI

 Dificuldade de Relaxar e Usufruir do Lazer


Definição Cálculo
Caracteriza-se como dificuldade de relaxar e
usufruir do lazer as situações nas quais o N° trabalhadores que referem que nunca OU
trabalhador refere que “nunca” ou “raramente” raramente é capaz de relaxar e aproveitar o
é capaz de relaxar e aproveitar o seu tempo de tempo de lazer
lazer. Total de trabalhadores avaliados na empresa

Fundamentação
Entende-se por lazer o tempo que as pessoas despendem fora dos momentos de trabalho
(produtivos). O momento de lazer é a oportunidade para que o indivíduo socialize com os amigos,
tenha momentos de prazer com a família e consigo mesmo (Bramante, 2008). Contudo, o nível
socioeconômico é a barreira que mais dificulta as pessoas a terem oportunidades de lazer. O tempo
de lazer tem impacto significativo na percepção de bem-estar, felicidade e satisfação com a vida
(Payne, 2010) bem como com a percepção subjetiva de saúde (Yang, 2012). Pessoas com maiores
oportunidades de lazer apresentam menor quantidade de sintomas depressivos (Goodman et al,
2017) e maior qualidade de vida (Lloyd, 2002). Trabalhadores que aproveitam os feriados e finais de
semana para relaxar, tendem a ser mais inspiradas e criativas do que as que focam seus dias apenas
em trabalhar, assim como os funcionários que “vendem” as férias são menos produtivos do que os
funcionários que as usufrem (Silveira, 2016). Na década de 90, 20 mil organizações passaram a
oferecer programas de lazer para seus funcionários, com vistas à melhoria da produtividade (Durães,
1998). No Brasil, essa atividade vem sendo desenvolvida, em grandes empresas, desde a década de
70 (Aguiar, 2000).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria ainda não é conhecida. Dados do estudo-piloto
sugerem que a prevalência entre os trabalhadores seja de aproximadamente 10-15% (Fonte: estudo
piloto da Metodologia ASSTI).

 Insatisfação com as Condições de Trabalho


Definição Cálculo
Caracteriza-se como insatisfação com as
condições de trabalho as situações nas quais o N° trabalhadores que referem estar insatisfeitos
trabalhador refere estar “insatisfeito” ou “muito OU muito insatisfeitos
insatisfeito” em relação às condições de trabalho Total de trabalhadores avaliados na empresa
oferecidas pela empresa.
Fundamentação
Condições de trabalho abrangem uma vasta gama de tópicos e aspectos; i) tempo de trabalho
(quantidade de horas trabalhadas, tempo de descanso e flexibilidade no horário de trabalho), ii)
remuneração, iii) condições físicas, e iv) pressão psicológicas. Empresas que possuem programas de
qualidade de vida no trabalho e melhoram as condições de trabalho conseguem construir um ciclo
virtuoso da satisfação envolvendo funcionários, clientes e o desempenho financeiro da organização
(Kelloway e Barling, 1991). Funcionários satisfeitos com as condições de trabalho também
apresentam satisfação com seu bem-estar (Lee et al, 2014). Por outro lado, más condições de
trabalho afetam negativamente vários aspectos da vida dos trabalhadores, como a alimentação, o
sono, a moradia e as relações interpessoais. Deste modo, as condições de trabalho afetam a saúde
física e psíquicas dos trabalhadores (Park e Lee, 2009). Apesar da legislação brasileira limitar a jornada
semanal de trabalho em 44 horas, há indícios de excesso de jornada em todas regiões do país
(Organização Internacional do Trabalho, 2010).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria ainda não é conhecida. Dados do estudo-piloto
sugerem que a prevalência entre os trabalhadores seja de aproximadamente 8-10% (Fonte: estudo-
piloto da Metodologia ASSTI).

59
METODOLOGIA ASSTI

 Excesso de Peso Corporal


Definição Cálculo
Será considerado excesso de peso corporal
2
qualquer caso, independente do sexo, no qual o N° trabalhadores com IMC≥25 kg/m
valor do Índice de Massa Corporal (IMC) seja Total de trabalhadores avaliados na empresa
2
igual ou superior a 25 kg/m .
Fundamentação
A obesidade é um problema de saúde pública (WHO, 2016). Fatores comportamentais são os
principais causadores da obesidade. As pessoas estão se movimentando menos, comendo mais e com
baixa qualidade nutricional (CDC, 2015). Problemas de saúde mental, redução da qualidade de vida,
diabetes, doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais e alguns tipos de câncer são as principais
consequências da obesidade (CDC, 2015). O custo do tratamento de doenças provocadas pela
obesidade será de 1,2 trilhão de dólares em 2025, quando cerca de um terço da população global
será obesa ou sobrepesada (World Obesity Federation, 2016). No Brasil, 54,1% dos adultos tem
sobrepeso e, 20% são obesos (ONU, 2014). Anualmente, 100 mil funcionários são afastados do
trabalho por questões de saúde, incluindo os problemas causados pela obesidade como doenças
cardiovasculares, ataques cardíacos, acidentes cerebrais e diabetes (INSS, 2014).
Situação atual no setor industrial
Estima-se que aproximadamente 53,8% da população adulta no Brasil apresente excesso de peso
corporal, observando-se uma prevalência de 57,7% entre os homens e de 50,5% entre as mulheres
(Fonte: VIGITEL, 2016).

 Percepção Negativa de Saúde


Definição Cálculo
Será considerado como percepção negativa de
saúde quando o trabalhador classificar o seu N° trabalhadores que classificam a saúde atual
estado de saúde atual como sendo “ruim” ou como sendo “ruim” ou “muito ruim”
“muito ruim”. Total de trabalhadores avaliados na empresa

Fundamentação
A percepção da saúde é uma medida subjetiva que indica o nível global de saúde, refletindo a
percepção das pessoas sobre suas condições de saúde (WHO, 2008). A autoavaliação de saúde está
associada a indicadores de morbimortalidade (WHO, 2008), comportamentos de risco à saúde (Lock e
Possamai, 2007) e condições adversas de vida (Aarnio et al, 2002). Ser fisicamente inativo, ter excesso
de peso, alimentar-se com menor frequência e apresentar um nível elevado de pressão arterial e de
estresse contribuiu para uma percepção de saúde desfavorável (Santos e Marques, 2013). Indivíduos
com valores baixos de estado de saúde autoperceptivo podem usar serviços médicos mais
frequentemente e têm maior ausência do trabalho (absenteísmo) em comparação com aqueles com
percepção positiva em relação à sua saúde (Miilunpalo et al, 1997). No brasil, 33,9% da população
relataram ter uma percepção de saúde regular ou ruim (IBGE, 2013).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 13,9% (12,3% entre os homens e 16,9% entre as
mulheres).

60
METODOLOGIA ASSTI

 Percepção Negativa de Saúde Bucal


Definição Cálculo
Será considerado como caso de percepção
negativa quando o trabalhador classificar a sua N° trabalhadores que classificam a saúde bucal
saúde bucal como sendo “ruim” ou “muito ruim”. como sendo “ruim” ou “muito ruim”
Total de trabalhadores avaliados na empresa

Fundamentação
A cárie é o principal problema bucal dos brasileiros. Nos adultos, praticamente 100% das pessoas
possuem cárie ou restauração dentária realizada (OMS, 2015). Por outro lado, apenas 60% das
pessoas têm acesso a cuidados bucais (OMS, 2015). Funcionários que trabalham em ambientes com
exposição crônica a ruído tem três vezes maiores chances de desenvolver bruxismo (Kovacevic e
Belojevic, 2006). O bruxismo é popularmente conhecido como ranger dos dentes ao dormir e tem
sido associado a estresse psicológico relacionado ao trabalho (Alajbeg et al, 2012). Pessoas com
problemas bucais e cardiopatia tem 19% maiores chances de desenvolver complicações cardíacas
(Dhadse et al, 2010). Problemas de saúde bucal na família também afetam trabalhadores. Em trono
de 9% dos pais precisaram se ausentar do trabalho por conta de problemas dentários dos filhos
(Ribeiro et al, 2015). A dor de dente é a principal razão pelas quais 75-80% das pessoas procuram
serviço de saúde, resultando em importante fator para absenteísmo no trabalho (Brasil, 2002).
Situação atual no setor industrial
Estima-se que aproximadamente 20% da população adulta no Brasil referem uma percepção de
saúde bucal negativa (Fonte: PNS, 2013).

 Hipertensão Referida
Definição Cálculo
Será considerado como caso de hipertensão
referida quando o trabalhador referir que um N° trabalhadores que referiram hipertensão ou
médico ou profissional de saúde tenha informado uso de medicação para controle da pressão
que o mesmo é portador desta condição e/ou arterial
quando o trabalhador tiver referido uso de Total de trabalhadores avaliados na empresa
medicação para controle da pressão arterial.
Fundamentação
Pressão arterial elevada por um período do tempo danifica as paredes dos vasos sanguíneos e o
coração e aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral
(Kochanek, 2011). Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil (Sociedade
Brasileira de Cardiologia [SBC], 2016) e no Mundo (OMS, 2015). Estima-se que 10% dos jovens (< 18
anos), 30% dos adultos e 50% dos idosos são hipertensos (SBC, 2016). Sedentarismo, estresse, maus
hábitos alimentares, excesso de peso e tabagismo são os principais fatores de risco para o
desenvolvimento de quadro hipertensivo (Sociedade Brasileira de Hipertensão [SBH], 2010; IBGE,
2014). Trabalhadores com hipertensão geram elevados custos com assistência médica, maior
quantidade de ausências no trabalho (absenteísmo), comprometimento da concentração
(presenteísmo), além de queda na produtividade e na qualidade de vida (SBH, 2010).
Situação atual no setor industrial
Estima-se que aproximadamente 21,4% da população adulta no Brasil referem diagnóstico de
hipertensão arterial (Fonte: PNS, 2013).

61
METODOLOGIA ASSTI

 Diabetes Referida
Definição Cálculo
Será considerado como caso de diabetes referida
quando o trabalhador referir que um médico ou N° trabalhadores que referiram diabetes ou uso
profissional de saúde tenha informado que o de medicação para controle da diabetes
mesmo é portador desta condição e/ou quando o Total de trabalhadores avaliados na empresa
trabalhador tiver referido uso de medicação para
controle da diabetes.
Fundamentação
Em torno de 422 milhões dos adultos têm diabetes. Todos os anos, 1 milhão de pessoas morrem
devido a esta doença, caracterizada por um aumento nos níveis de açúcar no sangue. Com o passar
do tempo, pessoas com diabetes não controlada sofrem sérios danos no coração, vasos sanguíneos,
olhos, rins e nervos (Organização Mundial de Saúde, 2017). No Brasil, em 2013, foram gastos 1.500
dólares por pessoa devido ao diabetes (International Diabetes Federation, 2013). Pessoas acima do
peso, inativas fisicamente (menos de três dias na semana praticando atividades físicas moderadas a
vigorosas), acima de 45 anos ou pessoas com histórico familiar com diabetes apresentam risco
aumentado para apresentar esta doença. Pessoas com diabetes param de trabalhar mais cedo
(Herquelot et al, 2011), além de serem despedidas (Yassin et al, 2002). Também há relato de perda de
produtividade decorrente da enfermidade (Vijan et al, 2004; Tunceli et al, 2005).
Situação atual no setor industrial
Estima-se que aproximadamente 6,2% da população adulta no Brasil referem diagnóstico de diabetes
(Fonte: PNS, 2013).

 Colesterol Alto Referido


Definição Cálculo
Será considerado como caso de dislipidemia
referida quando o trabalhador referir que um N° trabalhadores que referiram dislipidemia
médico ou profissional de saúde tenha informado Total de trabalhadores avaliados na empresa
que o mesmo é portador desta condição.
Fundamentação
Colesterol alto aumenta o risco de doença coronária e acidente vascular cerebral, que são duas das
principais causas de morte no mundo (Benjamin et al, 2017). O colesterol é sintetizado no fígado e
proveniente de comidas de origem animal: ovos, carnes, principalmente gordurosas, e queijos. Em
geral, alimentos com altos níveis de colesterol, também apresentam altos níveis de gordura saturada.
Pessoas com colesterol alto se ausentam mais do trabalho que trabalhadores com colesterol normal
ou trabalhadores com colesterol sob controle (Tsai et al, 2005). Nas indústrias brasileiras, dos 49,7%
dos trabalhadores que apresentam excesso de peso, 7,7% têm colesterol elevado (SESI, 2012). Além
de tratamento medicamentoso, mudanças no estilo de vida também podem controlar os níveis de
colesterol. Pode-se destacar a prática de atividades físicas, reeducação alimentar e controle do peso
corporal como os principais aliados no controle do colesterol (Rosenthal, 2000; National Institutes of
Health, 2001).
Situação atual no setor industrial
Estima-se que aproximadamente 12,5% da população adulta no Brasil referem diagnóstico de
colesterol alto (Fonte: PNS, 2013).

62
METODOLOGIA ASSTI

 AVC Referido
Definição Cálculo
Será considerado como caso de AVC referido
quando o trabalhador referir que um médico ou N° trabalhadores que referiram AVC ou derrame
profissional de saúde tenha informado que o Total de trabalhadores avaliados na empresa
mesmo sofreu um AVC ou derrame.
Fundamentação
O acidente vascular cerebral (AVC) é a segunda principal causa de morte no mundo, acometendo
mais de seis milhões de pessoas (OMS, 2015). A hipertensão é a principal causa de AVC. Do mesmo
modo, pessoas com colesterol alto, doenças coronárias, diabetes, obesidade e anemia falciforme tem
maior risco em sofrer AVC, principalmente em pessoas com idade mais avançada. Pesquisa que
avaliou 138.782 trabalhadores observou que pessoas em empregos estressantes tinham 22% maior
chance de sofrerem AVC que trabalhadores com empregos pouco estressantes (Huang et al, 2015).
Estilo de vida saudável é um forte aliado na prevenção do AVC. Pessoas que praticam atividade física,
não fumantes, com alimentação balanceada e que não abusam do consumo de álcool tem menor
risco de sofrerem AVC.
Situação atual no setor industrial
Estima-se que aproximadamente 1 a 2% da população adulta no Brasil referem diagnóstico de AVC ou
derrame (Fonte: PNS, 2013).

 Artrite ou Reumatismo Referido


Definição Cálculo
Será considerado como caso de artrite ou
reumatismo referido quando o trabalhador N° trabalhadores que referiram artrite ou
referir que um médico ou profissional de saúde reumatismo
tenha informado que o mesmo é portador de Total de trabalhadores avaliados na empresa
uma destas condições.
Fundamentação
Artrite é a inflamação de qualquer articulação no corpo. A artrite reumatoide (AR) é uma doença
crônica autoimune sistêmica caracterizada pela inflamação frequente das articulações que pode
provocar deformidades nas juntas. Não há cura, mas pode ser controlada por medicamentos
(Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2012). As manifestações clínicas mais frequentes da AR são
poliartrite aguda (70%), sinovite persistente nas mãos (91%) e rigidez matinal prolongada (da Mota et
al, 2010). No Brasil, as doenças reumáticas são o segundo maior gasto do país relativo às faltas ao
trabalho. Dos pacientes acometidos por AR, 17% pediram demissão, 16% mudaram de trabalho e 14%
se aposentaram por invalidez, gerando um curso de 88 milhões à previdência social (INSS, 2013).
Situação atual no setor industrial
Estima-se que aproximadamente 6,4% da população adulta no Brasil referem diagnóstico de artrite
ou reumatismo (Fonte: PNS, 2013).

63
METODOLOGIA ASSTI

 Asma ou Bronquite Asmática Referida


Definição Cálculo
Será considerado como caso de asma ou
bronquite asmática quando o trabalhador referir N° trabalhadores que referiram asma ou
que um médico ou profissional de saúde tenha bronquite asmática
informado que o mesmo é portador de uma Total de trabalhadores avaliados na empresa
destas condições.
Fundamentação
Cerca de 20 milhões de brasileiros têm asma, uma doença crônica que impacta negativamente o
cotidiano e a saúde das pessoas (Ministério da Saúde, 2015). Das pessoas que relatam ter asma, 72%
afirmaram que faltar ao trabalho e prejudicar atividades de rotina são os principais impactos da
doença (IBOPE, 2015). De acordo com a Academia Americana de Asma Alérgica e Imunologia, a asma
ocupacional é a condição pulmonar mais comum relacionada ao trabalho, sendo desencadeada ou
induzida por uma inalação de partículas no ambiente de trabalho (Tarlo et al, 2008). Estimativas
indicam que cerca de 25% da renda das famílias com quadro financeiro instável são gastos devido a
quadros de asma grave. No Sistema Único de Saúde (SUS), as internações relacionadas à asma
chegam a 96 milhões de reais.
Situação atual no setor industrial
Estima-se que aproximadamente 4,4% da população adulta no Brasil referem diagnóstico de asma
(Fonte: PNS, 2013).

 Depressão Referida
Definição Cálculo
Será considerado como caso de depressão
quando o trabalhador referir que um médico ou N° trabalhadores que referiram depressão
profissional de saúde mental tenha informado Total de trabalhadores avaliados na empresa
que o mesmo é portador desta condição.
Fundamentação
Depressão é a maior causa de incapacidade no mundo (Murray et al, 2010), afetando 350 milhões de
pessoas. Sendo o maior responsável pela diminuição da produtividade, impactando na economia das
empresas e países (Burton et al, 2004; Henderson et al, 2011). Por exemplo, 30% dos trabalhadores
brasileiros relataram faltar ao trabalho ao menos um dia devido a sintomas depressivos (Evans-Lacko
e Knapp, 2016). Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde, 2011), a depressão será a segunda
principal causa de afastamento de profissionais no mundo até 2020. A previdência social registrou,
em 2016, o afastamento de 75,3 mil trabalhadores por causa de quadros depressivos, sendo o quinto
país em número de casos depressivos, resultando em 206 bilhões de reais em perdas relacionadas à
depressão no trabalho (Evans-Lacko e Knapp, 2016).
Situação atual no setor industrial
Estima-se que aproximadamente 7,6% da população adulta no Brasil referem diagnóstico de
depressão (Fonte: PNS, 2013).

64
METODOLOGIA ASSTI

 Faltas por Motivo de Saúde (Absenteísmo)


Definição Cálculo
Será considerado como caso de absenteísmo
quando o trabalhador referir que nos últimos 30 N° trabalhadores que referiram faltar três ou
dias precisou faltar três ou mais dias ao trabalho mais dias ao trabalho por motivo de saúde
por motivo de saúde. Total de trabalhadores avaliados na empresa

Fundamentação
Absenteísmo é usado para designar a soma dos períodos de ausência de um funcionário de seu
ambiente de trabalho. As principais causas do absenteísmo são: estresse, depressão, assédio moral,
doenças, lesões corporais – muitas vezes causadas no emprego (lesões por esforço repetitivo e
acidentes) (Vargas-Prada et al. 2016). A perda excessiva de dias de trabalho ocasiona diminuição da
produtividade, podendo impactar nas finanças das empresas e também do país por perda na recolha
de impostos. Por exemplo, empresas americanas gastam em média 1.685 dólares por funcionário por
ano decorrente do absenteísmo (CDC, 2015). De acordo com a Confederação Nacional da Indústria
(CNI), se somados os dias de afastamento e faltas de todos os trabalhadores em 2014, o Brasil teve 35
milhões de dias parados. A prevenção e tratamento das condições de saúde existentes e
engajamento dos funcionários são os principais meios de prevenir absenteísmo nas empresas (CDC,
2017).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 4,5% (4,2% entre os homens e 4,9% entre as
mulheres).

 Falta de Vontade de Vir ao Trabalho (Presenteísmo)


Definição Cálculo
Este indicador de presenteísmo estará
caracterizado no perfil do trabalhador quando o N° trabalhadores que referiram que não sentiram
mesmo referir que não sentiu vontade de vir ao vontade de vir trabalhar em três ou mais dias
trabalho em três ou mais dias durante os últimos durante os últimos 30 dias
30 dias. Total de trabalhadores avaliados na empresa

Fundamentação
Presenteísmo é a relação existente entre a enfermidade e a perda de produtividade no ambiente
laboral (Paschoalin, 2012; Rojas, 2007). O profissional está no local de trabalho, mas por apresentar
problemas de saúde físico ou psicológico, não consegue cumprir suas atividades laborais
satisfatoriamente, diminuindo a produtividade (Martinez et al, 2007). Segundo a International Stress
Management Association (ISMA-BR, 2009), 89% das pessoas que relataram presenteísmo apresentam
sintomas físicos como dores musculares, incluindo dor de cabeça; 72% sentem cansaço; 39% sofrem
de distúrbio de sono e 28% têm doenças gastrointestinais. Problemas de saúde (doenças agudas ou
crônicas), contexto de trabalho (demandas, estabilidade/tipo de contrato, sistema de recompensa) e
os fatores pessoais ou individuais (atitude em relação ao trabalho, personalidade e excesso de
comprometimento com o trabalho) são os principais fatores causadores do presenteísmo (Pérez-
Nebra, 2016). A Organização Mundial de Saúde em parceria com Global Corporate Challenge
estimaram que as empresas podem perder até três meses ao ano de produtividade decorrentes do
presenteísmo. No Brasil, estima-se que os custos relativos ao presenteísmo são da ordem de 42
bilhões de dólares por ano (ISMA, 2009). Entretanto, empresas que avaliam os fatores causadores do
presenteísmo e submetem seus funcionários a um programa de treinamento têm observado
resultados promissores de recuperação de até 10 dias de trabalho produtivo ao ano (Sackett, 2016).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 11,3% (10,3% entre os homens e 13,2% entre as
mulheres).

65
METODOLOGIA ASSTI

 Falta de Disposição (Presenteísmo)


Definição Cálculo
Este indicador de presenteísmo estará
caracterizado no perfil do trabalhador quando o N° trabalhadores que referiram indisposição ou
mesmo referir que em três ou mais dias dos falta de ânimo em três ou mais dias durante os
últimos 30 dias sentiu indisposição ou falta de últimos 30 dias
ânimo para realizar as tarefas exigidas no Total de trabalhadores avaliados na empresa
trabalho.
Fundamentação
O presenteísmo é caracterizado por aquele trabalhador que comparece ao trabalho, mas não produz
satisfatoriamente por estar doente (Silva et al., 2017), e é considerado uma das principais causas de
perda da produtividade (Hemp, 2004; Quazi, 2013). Falta de disposição para o trabalho é
caracterizada pelo sentimento de desânimo, irritação e cansaço podendo ser causada pela falta de
significado no trabalho e expectativas frustradas. O trabalhador insiste em comparecer ao trabalho
mesmo sem a capacidade de produzir, muitas vezes por medo de perder espaço em ambientes
competitivos. Esse comportamento pode influenciar outros trabalhadores, causando mal-estar e
prejuízos ainda maiores para a organização. Entre os trabalhadores brasileiros 98% se dizem cansados
e 61%, exaustos (IBGE, 2010).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 11,4% (10% entre os homens e 13,7% entre as
mulheres).

 Dificuldade para se Concentrar (Presenteísmo)


Definição Cálculo
Este indicador de presenteísmo estará
caracterizado no perfil do trabalhador quando o N° trabalhadores que referiram dificuldade para
mesmo referir que em três ou mais dias dos se concentrar no trabalho em três ou mais dias
últimos 30 dias sentiu dificuldade para se durante os últimos 30 dias
concentrar no trabalho. Total de trabalhadores avaliados na empresa

Fundamentação
A dificuldade de concentração limita a produtividade não só em termos de quantidade de trabalho,
mas também em termos de qualidade do trabalho produzido (Hemp, 2004; Shamansky, 2002).
Quanto menor é a concentração no trabalho, menor estado psicológico para desempenhar as suas
funções no seu local de trabalho (Koopman, et al., 2002). Em relação a qualidade da produção, a
dificuldade de concentração reflete essencialmente em erros e omissões nos procedimentos de
trabalho, em relação à quantidade, a produção não corresponde aquilo que é esperado em termos de
objetivos de trabalho (Martinez et al., 2007). A falta de concentração é um dos maiores problemas do
mundo corporativo. Uma das principais causas de falta de concentração é a sonolência diurna
excessiva, levando a um aumento no absenteísmo (a ausência no trabalho é 2,8 vezes maior) e no
número de acidentes de trabalho (700% maior) devido à falta de concentração (Fundação Nacional
do Sono, 2010).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 9,2% (8,3% entre os homens e 10,8% entre as
mulheres).

66
METODOLOGIA ASSTI

 Dores e Desconforto na Realização de Tarefas (Presenteísmo)


Definição Cálculo
Este indicador de presenteísmo estará
caracterizado no perfil do trabalhador quando o N° trabalhadores que referiram dores ou
mesmo referir que em três ou mais dias dos desconforto no trabalho em três ou mais dias
últimos 30 dias sentiu dores ou desconforto para durante os últimos 30 dias
realizar atividades que o trabalho exige. Total de trabalhadores avaliados na empresa

Fundamentação
Desordens musculoesqueléticas, como dores e desconforto, representam uma proporção
considerável de lesões ocupacionais em diversos países e tem sido reconhecida pelas Nações Unidas
e a Organização Mundial de Saúde como o maior custo para o indivíduo, a indústria e a comunidade
(Woolf e Pfleger, 2003). Entre 1/3 a 1/5 dos indivíduos convive com dores e incapacitantes condições
musculoesqueléticas (Organização Mundial da Saúde [OMS], 2018). Boa parte das dores e
desconfortos relatados pelos trabalhadores está relacionada a tarefas repetitivas (lesões de esforço
repetitivo), falta de ergonomia e uso de forças extremas (Bernard, 1997). Riscos relacionados ao
trabalho, como lesões e falhas na estrutura ergonômica no trabalho são responsáveis por 37% de
todas as dores nas costas e 8% das lesões nos trabalhadores (OMS, 2017).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria é de 15,7% (13,7% entre os homens e 19,4% entre as
mulheres).

 Percepção Negativa em Relação ao Uso de EPIs


Definição Cálculo
A percepção negativa será caracterizada quando
o trabalhador referir que considera “pouco N° trabalhadores que referiram que o uso de EPIs
importante” ou “sem importância nenhuma” o é pouco importante ou sem importância alguma
uso de equipamentos de proteção individual Total de trabalhadores avaliados na empresa
como medida para afastar risco de acidentes.
Fundamentação
Trabalhadores podem referir percepção negativa em relação ao uso de equipamentos de proteção
individual por várias razões, mas dois dos fatores com maior influência em relação à esta atitude são
a crença na redução da produtividade e a redução na sensação de conforto associada ao uso destes
dispositivos (Arcury et al, 2014). A percepção individual de risco é um dos fatores-chave para maior
envolvimento dos trabalhadores em questões de segurança no trabalho (Konjin et al, 2015). De fato,
a adesão do trabalhador ao uso de EPIs depende do treinamento recebido, da cultura de segurança
existente na empresa e da percepção (crença) que o mesmo tem de que está susceptível a risco.
Práticas de segurança, como o uso de EPIs, não apenas melhoram as condições gerais de trabalho,
mas tem potencial de influenciar positivamente as atitudes e comportamentos relacionados à saúde
em trabalhadores.
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria ainda não é conhecida. Dados do estudo-piloto
sugerem que a prevalência entre os trabalhadores seja de aproximadamente 7-10% (Fonte: estudo-
piloto da Metodologia ASSTI).

67
METODOLOGIA ASSTI

 Percepção de Insegurança no Trabalho


Definição Cálculo
A percepção de insegurança no trabalho será
caracterizada quando o trabalhador referir que N° trabalhadores que consideraram o nível de
considera “inseguro” ou “muito inseguro” o nível segurança no ambiente de trabalho como
de segurança que ele percebe no ambiente de “inseguro” ou “muito inseguro”
trabalho. Total de trabalhadores avaliados na empresa

Fundamentação
Segurança no trabalho lida com todos os aspectos de saúde e segurança no ambiente de trabalho e
seu foco principal é a prevenção de acidentes (Organização Mundial de Saúde [OMS], 2015). A OMS
destaca que a maioria das condições de segurança oferecidas nas empresas é inadequada (OMS,
2015). Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo
exercício do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (Brasil, 1991 - Lei nº
8.213/91). Em 2013, foram registrados 717.911 acidentes de trabalho. Cerca de sete brasileiros
perdem a vida todos os dias em acidentes de trabalho no Brasil, totalizando uma média de 2.500
óbitos a cada ano no país (Ministério da Previdência Social, 2013). Deste modo, o Brasil é o 4° país
com o maior número de morte no trabalho, atrás apenas da China, Estados Unidos e Rússia
(Organização Internacional do Trabalho, 2012). Além de representar um custo estimado de 16 bilhões
de reais anuais para a Previdência Social, 12 bilhões de reais a cada ano para as empresas privadas do
país, devido à perda de produtividade, absenteísmo e presenteísmo (INSS, 2009).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria ainda não é conhecida. Dados do estudo-piloto
sugerem que a prevalência entre os trabalhadores seja de aproximadamente 8-12% (Fonte: estudo-
piloto da Metodologia ASSTI).

 Percepção de Elevada Exposição a Riscos Físicos


Definição Cálculo
A percepção de elevada exposição a riscos será
identificada quando o trabalhador referir que N° trabalhadores que consideraram o nível de
considera “elevado” ou “muito elevado” o risco risco como “elevado” ou “muito elevado”
de exposição a agentes físicos no ambiente de Total de trabalhadores avaliados na empresa
trabalho.
Fundamentação
A legislação de segurança do trabalho brasileira considera riscos ambientais, os agentes físicos,
químicos e biológicos. Estes agentes precisam estar presentes no ambiente de trabalho em
determinadas concentrações ou intensidades e os trabalhadores expostos a estes agentes por tempo
que provoque risco de saúde (Ministério do Trabalho, 2017). Alguns riscos associados ao trabalho
como as lesões, ruídos, os agentes carcinogênicos, as partículas no ar e os riscos ergonômicos
representam uma parte substancial das doenças crônicas: 37% de todos os casos de dor nas costas,
16% da perda auditiva, 13% da doença pulmonar obstrutiva crônica, 11% da asma, 8% de lesões, 9%
de câncer de pulmão, 2% de leucemia e 8% de depressão (Organização Mundial de Saúde [OMS],
2017). Pesquisas têm demonstrado que inciativas de saúde no trabalho diminuem as licenças de
saúde em 27% e reduzem em 26% os custos por despesas médicas (OMS, 2017). Trabalhadores
expostos a altas temperaturas por tempo prolongado podem experimentar náuseas, tonturas, dores
de cabeça e fraqueza. Lesões por congelamento acometem trabalhadores expostos a baixas
temperaturas sem proteção por tempo prolongado, na qual a hipotermia é a mais grave delas
(Canadian Centre for Occupational Health and Safety, 2018).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria ainda não é conhecida. Dados do estudo-piloto
sugerem que a prevalência entre os trabalhadores seja de aproximadamente 19% (Fonte: estudo-
piloto da Metodologia ASSTI).

68
METODOLOGIA ASSTI

 Percepção de Elevada Exposição a Riscos Químicos


Definição Cálculo
A percepção de elevada exposição a riscos será
identificada quando o trabalhador referir que N° trabalhadores que consideraram o nível de
considera “elevado” ou “muito elevado” o risco risco como “elevado” ou “muito elevado”
de exposição a agentes químicos no ambiente de Total de trabalhadores avaliados na empresa
trabalho.
Fundamentação
Risco químico é o perigo a que o trabalhador está exposto ao manipular produtos químicos que
podem causar danos físicos à saúde. Os danos físicos relacionados à exposição química incluem,
desde irritação na pele e olhos, passando por queimaduras leves, indo até aqueles de maior
severidade, causado por incêndio ou explosão (Savariz, 1994). Os danos à saúde podem advir de
exposição de curta e/ou longa duração, relacionadas ao contato de produtos químicos tóxicos com a
pele e olhos, bem como a inalação de seus vapores, resultando em doenças respiratórias crônicas,
doenças do sistema nervoso, doenças nos rins e fígado, e até mesmo alguns tipos de câncer
(Ministério da Saúde do Brasil, 2006). A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 10% dos
cânceres de pele podem ser atribuídos à exposição a substâncias perigosas no local de trabalho
(OMS, 2006). De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 438 mil trabalhadores
morrem a cada ano em todo o mundo devido à exposição a substâncias químicas perigosas no local
de trabalho (OIT, 2008).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria ainda não é conhecida. Dados do estudo-piloto
sugerem que a prevalência entre os trabalhadores seja de aproximadamente 21% (Fonte: estudo-
piloto da Metodologia ASSTI).

 Percepção de Iluminação Precária ou Insuficiente


Definição Cálculo
A percepção de trabalho em ambiente com
iluminação precária ou insuficiente será N° trabalhadores que consideraram o nível de
identificada quando o trabalhador referir que risco como “elevado” ou “muito elevado”
considera o nível de risco como sendo “elevado” Total de trabalhadores avaliados na empresa
ou “muito elevado”.
Fundamentação
Iluminação inadequada no ambiente profissional prejudica a saúde física e psicológica do funcionário,
afetando seu rendimento e podendo causar acidentes de trabalho. Para um ambiente saudável é
preciso seguir a padronização da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que determina a
quantidade mínima de iluminação para diversos tipos de atividades (SALLES, 2014). Em um local de
trabalho onde há iluminação inadequada é exigido um esforço de visão maior, causando a fadiga
visual e as cefaleias e com o passar dos anos ocasionará a diminuição da sua capacidade visual (REGIS
FILHO e SELL, 2000). A iluminação insuficiente causa diminuição do ritmo de trabalho, menor
percepção de detalhes, aumento de erros ao executar determinados trabalhos e elevação dos índices
de acidentes do trabalho (TAVARES, 2006). Os custos desses acidentes vão desde o tempo perdido, as
despesas com os primeiros socorros, a destruição de equipamentos e materiais, a interrupção da
produção, a substituição de trabalhadores, a recuperação dos empregados, os salários pagos aos
trabalhadores afastados, as despesas administrativas e gastos com medicina (CHIAVENATO, 2009).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria ainda não é conhecida. Dados do estudo-piloto
sugerem que a prevalência entre os trabalhadores seja de aproximadamente 8-12% (Fonte: estudo-
piloto da Metodologia ASSTI).

69
METODOLOGIA ASSTI

 Percepção de Elevada Exposição a Riscos de Queimaduras, Cortes ou


Choques
Definição Cálculo
A percepção de trabalho em ambiente com
elevada exposição a riscos de queimaduras, N° trabalhadores que consideraram o nível de
cortes ou choques será identificada quando o risco como “elevado” ou “muito elevado”
trabalhador referir que considera o nível de risco Total de trabalhadores avaliados na empresa
como sendo “elevado” ou “muito elevado”.
Fundamentação
Entre os anos de 2007 a 2013, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) pagou R$ 58 bilhões
em indenizações em acidentes de trabalho no Brasil. Como um dos principais acidentes de trabalho,
pode-se citar: (1) cortes, causados por manuseio de equipamentos perigosos, golpes de ferramentas,
quedas de objetos pontiagudos sobre o trabalhador e contato com entulhos, representando cerca de
21,11% dos casos de acidentes de trabalho nas indústrias no Brasil; (2) choques elétricos, podendo
causar contração muscular, tonturas, formigamento, queimaduras, perda de sentido e, até mesmo, a
morte, dependendo da região do corpo afetada, da intensidade da corrente elétrica e do seu tempo
de duração. Em 2014, houve um aumento de 17,7% no índice de acidentes de trabalho envolvendo
eletricidade no setor industrial, em relação aos anos anteriores (Associação Brasileira de
Conscientização para os Perigos da Eletricidade, 2015); e, (3) queimaduras, causadas principalmente
por agentes térmicos (contato e escaldadura) e químicos (Bervian et al., 2007 e Lima et al., 2010). As
sequelas decorrentes de queimaduras podem ser muito sérias, em muitos casos invalidando o
profissional. Os homens são mais acometidos por queimaduras no ambiente de trabalho e a faixa
etária mais comprometida é entre 21 a 0 anos, correspondendo a 68,2% dos casos de queimadura
no ambiente de trabalho (RUIZ, 2004).
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria ainda não é conhecida. Dados do estudo-piloto
sugerem que a prevalência entre os trabalhadores seja de aproximadamente 9-15% (Fonte: estudo-
piloto da Metodologia ASSTI).

 Percepção de Risco Associado à Postura Corporal Inadequada


Definição Cálculo
A percepção de risco associado à postura
corporal inadequada será identificada quando o N° trabalhadores que consideraram o nível de
trabalhador referir que considera o nível de risco risco como “elevado” ou “muito elevado”
como sendo “elevado” ou “muito elevado”. Total de trabalhadores avaliados na empresa

Fundamentação
Desordens musculoesqueléticas estão no topo das causas de incapacidade temporária ou definitiva
ao trabalho. Ao menos em parte, posturas corporais inadequadas ou compensatórias às demandas
laborais estão entre as principais causas de tais desordens (Comper, Macedo e Padula, 2012). Estudos
revelaram que a exposição a posturas inadequadas está prospectivamente associada à dor lombar
crônica (van Oostrom et al, 2012; Soe et al, 2015). Trabalhadores que conhecem os riscos associadas
à realização de tarefas com postura corporal inadequada tendem a estar mais protegidos em relação
às desordens musculoesqueléticas. Acredita-se que o desenvolvimento de intervenções capazes de
aumentar o conhecimento dos trabalhadores sobre questões relacionadas à ergonomia e equilíbrio
postural são fundamentais para aumentar a percepção de segurança no ambiente de trabalho,
inclusive atenuando a incidência de desordens musculoesqueléticas.
Situação atual no setor industrial
Prevalência entre os trabalhadores da indústria brasileiros ainda é desconhecida.

70
METODOLOGIA ASSTI

ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS

Relatórios são fundamentais para documentar e divulgar informações sobre o


atendimento consultivo às empresas, auxiliando na tomada de decisão e, por conseguinte,
na avaliação das soluções propostas para lidar com os desafios em saúde e segurança. Os
relatórios devem ser elaborados de modo a garantir que o seu conteúdo seja claro,
objetivo e preciso, além de apresentar de modo padronizado informações que possam ser
usadas no planejamento e/ou redirecionamento das ações.

A fim de garantir a elaboração de relatórios de modo rápido e padronizado é muito


importante a utilização de um sistema informatizado que permita a aplicação de
algoritmos de análise, reduzindo sobremaneira o tempo de processamento e elaboração
dos mesmos. Na Metodologia ASSTI, há previsão para que a mesma tecnologia
empregada para coleta e entrada de dados possa ser usada para geração de relatórios. O
mais importante é que qualquer sistema informatizado pode gerar relatórios editáveis e
que podem ser modificados em editor de texto, funcionalidade que deve ser bastante
valorizada e utilizada, pois permitirá que o profissional possa inserir/excluir informações
de modo a tornar o documento adequado à comunicação dos resultados.

Há dois tipos de relatórios executivos que podem ser gerados: diagnóstico


(Apêndice 3) e impacto (Apêndice 4). Um laudo interpretativo dos resultados constantes
do relatório poderá ser elaborado pelo profissional, procurando-se destacar as
prioridades, os aspectos que deveriam ser focalizados prioritariamente através das ações
a serem desenvolvidas, entre outros aspectos. A ideia do laudo é de um documento do tipo
“sumário executivo” que sintetize as principais informações em, no máximo, uma ou duas
páginas. Além destes relatórios padronizados a integração da Metodologia ASSTI ao
SESI Viva+ permitirá que as empresas possam acessar diretamente um relatório
narrativo, com análise dos principais resultados identificados tanto na avaliação
diagnóstica quanto na avaliação de impacto.

Aplicação dos Resultados


Na gestão de um programa de saúde e segurança, a aplicação dos resultados se
materializa inicialmente pela divulgação dos resultados para as partes interessadas
(empresa, trabalhadores e profissionais envolvidos). Na Metodologia ASSTI não há
previsão para devolutiva individual dos resultados aos trabalhadores porque - como
mencionado - todo o processo de aplicação dos questionários é feito de forma anônima
pelos trabalhadores, não havendo qualquer forma de identificação dos mesmos nos
questionários. Todavia, isto não quer dizer que os resultados da avaliação não devem ser
disseminados entres os trabalhadores, pois estes podem e devem conhecer os principais
problemas observados na empresa e entender como a participação deles nas ações de
saúde e segurança pode ser importante.

71
METODOLOGIA ASSTI

Para a empresa e para os profissionais envolvidos na gestão do programa os


relatórios padronizados são a fonte de informação que orientará as decisões tomadas no
sentido de aperfeiçoar o atendimento, maximizando os resultados que se deseja alcançar.
É fundamental, portanto, ao analisar um relatório fazer a ligação das informações
veiculadas no mesmo com os serviços a serem oferecidos ou que foram oferecidos na
empresa. Esta análise contextual permitirá que o gestor, consultor ou profissional possa
identificar ações que precisam ser realizadas ou modificações que precisam ser
implementadas nas ações em andamento no escopo do atendimento.

Este trabalho de análise contextual das informações obtidas e que estão


apresentadas nos relatórios padronizados deve ser feito continuamente e não apenas
quando o contrato de prestação de serviços está sendo negociado ou renovado. Assim,
garante-se uma “salutar” antecipação aos problemas, gerando no cliente uma sensação de
controle sobre as condições em que o serviço está sendo oferecido aos seus
beneficiários/usuários.

Um relatório, portanto, não deve ser visto pelos profissionais do SESI somente
como um documento para comunicação de resultados, mas como uma fonte de
informações por meio da qual ele poderá qualificar ainda mais a sua atuação nas
empresas industriais. Nesse cenário, aplicar os resultados é tomar decisões sobre o
atendimento e sobre as suas condições de oferta e funcionamento mediante análise dos
indicadores diagnósticos, processuais e de impacto disponíveis.

72
METODOLOGIA ASSTI

FONTES ADICIONAIS DE CONSULTA

 Barros MVG, Oliveira ESA. Avaliação de programas de qualidade de vida no


trabalho. In: Mário César Ferreira; Carla Antloga; Tatiane Paschoal; Rodrigo
R. Ferreira. (Org.). Qualidade de vida no trabalho: questões fundamentais e
perspectivas de análise e intervenção. Brasília: Paralelo 15; 2013; p. 181-192.

 Serviço Social da Indústria. Departamento Nacional. Diretrizes Técnicas e de


Gestão SESI Lazer Ativo. Brasília: SESI/DN; 2007.

 Serviço Social da Indústria. Departamento Nacional. Estilo de Vida e


Hábitos de Lazer dos Trabalhadores das Indústrias Brasileiras. Brasília:
SESI/DN; 2008.

 Serviço Social da Indústria. Departamento Nacional. Sistema de Avaliação


de Programas de Promoção de Estilos de Vida Saudáveis e Produtividade.
Brasília: SESI/DN; 2011.

 Serviço Social da Indústria. Departamento Nacional. Sistema de avaliação de


programas de promoção de estilos de vida saudáveis e produtividade SAEVP
/ Serviço Social da Indústria. – Brasília: SESI/DN, 2016a. 148 p.

 Serviço Social da Indústria. Departamento Nacional. Modelo de Atuação


SESI em Soluções Integradas (SST e PS) (SST e PS) / Serviço Social da
Indústria; Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial; Instituto Euvaldo
Lodi. - Brasília: SESI, 2016b. 124 p

73
METODOLOGIA ASSTI

6.
INTEGRAÇÃO E AVALIAÇÃO DE PROCESSO

Conforme mencionado no capítulo anterior, a Metodologia ASSTI é complementar


em relação a outros recursos avaliativos disponíveis e que podem e devem ser
empregados na gestão de soluções integradas em saúde e segurança. Em especial,
recomenda-se o uso da Metodologia ASSTI em associação com a estratégia avaliativa
denominada “Benchmarking Empresarial em Saúde e Segurança”. Esta combinação
permitirá aos consultores envolvidos com o atendimento à empresa tratar e aplicar
informações resultantes da análise tanto de dados que foram obtidos em nível individual
(dados referidos pelo próprio trabalhador, geradas via Metodologia ASSTI) quanto dos
que foram obtidos em nível organizacional (via Benchmarking).

Quadro 4. Modalidades de avaliação e nível de informação (individual e organizacional)

Modalidade de Trabalhador Empresa


Avaliação (individual) (organizacional)
Diagnóstica I: Questionário ASSTI I: Benchmarking (CDC scorecard)
F: Autopreenchimento F: Preenchimento online (web)
P: Implantação P: Implantação
Processual I: Lista de checagem
F: Autopreenchimento pelo consultor
P: trimestral a semestral
Impacto I: Questionário ASSTI I: Benchmarking (CDC scorecard)
F: Autopreenchimento F: Preenchimento online (web)
P: Renovação P: Renovação
I= Instrumento; F= Forma de preenchimento; P= Periodicidade

Os dados em nível organizacional servirão à caracterização das práticas da


empresa em questões relacionadas à promoção da saúde e segurança, auxiliando a
analisar a situação observada na empresa em comparação ao perfil de outras do contexto
nacional e estadual. A replicação do instrumento do Benchmarking ao longo de tempo
permitirá a verificação quantitativa de modificações no “esforço” realizado, das práticas
adotadas pela empresa no sentido de oferecer aos seus colaboradores serviços nas áreas
de saúde e segurança.

No tocante à Metodologia ASSTI, propõe-se que o mesmo instrumento seja


utilizado tanto na avaliação diagnóstica quanto na avaliação de impacto. A única
modificação inserida é a inclusão de uma “pergunta-filtro” que permitirá a classificação

74
METODOLOGIA ASSTI

do engajamento do trabalhador em atividades de promoção da saúde e segurança que


foram realizadas na empresa, permitindo assim a realização de análises estratificadas.

AVALIAÇÃO DE PROCESSO

Outra modificação importante que foi definida em relação à Metodologia ASSTI


foi a estratégia empregada para coletar dados que permitissem avaliação de processo. A
experiência acumulada apontava para a dificuldade de coletar dados em nível individual
para concretização da avaliação de processo, principalmente devido à necessidade de se
dispor do tempo dos trabalhadores para preenchimento de questionários. Além disso, a
avaliação de processo precisava ser mais frequente, chegando em alguns DRs a ser
realizada trimestralmente, e isto terminava por impor uma sobrecarga adicional no
tocante à entrada e análise de dados, elaboração de relatórios e devolutivas. Por outro
lado, constatou-se em muitos DRs que a estratégia de avaliação processual que vinha
sendo empregada duplicava procedimentos já usuais e que faziam parte da rotina de
atendimento (i.e., verificação da frequência de participação às atividades oferecidas).

Avaliações de processo geralmente envolvem a análise de indicadores que


expressam o desempenho de um programa ou intervenção em termos de utilização (ou
alcance) e de organização (ou realização). A avaliação em termos de utilização busca
examinar em que medida o programa está alcançando a população-alvo ou as pessoas que
se deseja atender prioritariamente. Por sua vez, no domínio da organização, busca-se
observar se o planejamento que foi efetuado está sendo efetivamente executado,
especialmente no tocante à garantia de que as ações foram realizadas dentro de condições
previamente estabelecidas.

Em relação ao instrumento padronizado para uso na Metodologia ASSTI, trata-se


de uma lista de checagem a ser preenchida pelo profissional envolvido no atendimento
consultivo à empresa, ouvidos os principais stakeholders. Do preenchimento da lista de
checagem poderá derivar um índice de processo, com variação de 0 a 100%, no qual o
escore alcançado representará numericamente a qualidade do processo de intervenção. A
estratégia de cálculo é bastante simples e exige somente a soma dos escores
correspondentes às respostas a cada um dos 12 itens da lista. Obtida a soma, aplica-se a
uma razão simples: Indicador de processo= (SOMA / 26) x 100.

Não há parâmetros objetivos para determinar, com precisão, qual o valor


adequado (mínimo) para um indicador de processo como o aqui proposto.
Arbitrariamente, tomando por base a experiência acumulada com a gestão de programas
de promoção da saúde, é possível sugerir que escores de, no mínimo, 70% devem ser
almejados para garantir que as intervenções possam gerar os resultados que se espera
alcançar. Além disso, a identificação de um único indicador em células de atenção (cor

75
METODOLOGIA ASSTI

amarela) ou críticas (cor vermelha) são suficientes para orientar uma tomada de decisão
e o redirecionamento ou modificação das ações em curso. Por exemplo, na pergunta “há
subgrupos de trabalhadores da população-alvo que não estão sendo alcançados pelas
ações/serviços?”, se a resposta para for “em parte” ou “sim”, alguma ação deverá ser
adotada para corrigir o problema que foi identificado (Figura 13).

Figura 13. Ilustração do uso da lista de checagem para fins de identificação de pontos de atenção (em
amarelo) e ou críticos (em vermelho) durante avaliação de processo

76
METODOLOGIA ASSTI

REFERÊNCIAS
•ANSPAUGH, DJ; DIGNAN, MB; ANSPAUGH, SL. Developing Health Promotion Programs. Toronto,
Ontario: McGraw-Hill; 2000.

•BARROS, MVG; OLIVEIRA, ESA. Avaliação de programas de qualidade de vida no trabalho. In:
FERREIRA, Mário César; ANTLOGA, Carla; PASCHOAL, Tatiane; FERREIRA, Rodrigo R. (Org.).
Qualidade de vida no trabalho: questões fundamentais e perspectivas de análise e intervenção.
Brasília: Paralelo 15; 2013. p. 181-192.

•BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Ministério da Saúde nº 1823/2012. Disponível em:


<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt1823_23_08_2012.html>. Acesso em: 10
nov. 2015.

•CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Smoking-attributable mortality, years of


potential life lost, and productivity losses--United States, 2000-2004. MMWR Morbid Mortality
Weekly Report ; v.57, n.45, p.1226-8, 2008.

•CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. Relatório 2013 SESI, SENAI e IEL. Brasília: CNI, 2014.
Disponível em: <www.sistemaindustria.org.br/publicacao/relatrio_anual_2013/index.html>. Acesso
em: 10 nov. 2015.

•HE J…et al. Risk factors for congestive heart failure in US men and women: NHANES I
epidemiologic follow-up study. Archives Internal Medicine. v.161, p.996-1002, 2001.

•HILL, MM; HILL, A. Investigação por Questionário. 2ª ed. Lisboa: Edições Sílabo, 2008.

•HILTON, MF; SCUFFHAM, PA; SHERIDAN, J; CLEARY , CM; WHITEFORD, HA. Mental Ill-health and
the differential effect of employee type on absenteeism and presenteeism. J Occup Environ Med .
v.50, p.1228–1243, 2008.

•HILTON, MF; SCUFFHAM, PA; VECCHIO, N.; WHITEFORD, HA. Using the interaction of mental
health symptoms and treatment status to estimate lost employee productivity. Australian and New
Zealand Journal of Psychiatry. V.44, p.151-161, 2010.

•HILTON, MF; SHERIDAN, J. CLEARY, CM; WHITEFORD, HA. Employee absenteeism measures
reflecting current work practices may be instrumental in a re-evaluation of the relationship
between psychological distress/mental health and absenteeism. Int. J. Methods Psychiatr. Res.
v.18, n.1, p.37-47, 2009.

•KENT, AW; ELLIOT, DL; BODNER, T.; OLSON, R.; ROHLMAN, DS; TRUXILLO, DM…et al. Effectiveness
of Total Worker Health Interventions. J. Occup. Health Psychol. v.20, n.2, p.226-247, 2015.

•LINE, H…et al. Tobacco smoke, indoor air pollution and tuberculosis: a systematic review and
metaanalysis. Plos Medicine. V.4, n.2, p.10.1371/journal.pmed.0040020, 2007.

•MOVIMENTO BRASIL COMPETITIVO. Programa Melhores Práticas para Excelência Industrial.


Disponível em <http://www.mbc.org.br/mbc/uploads/biblioteca/1157402740.17A.pdf>. Acesso
em: 15 nov. 2015.

77
METODOLOGIA ASSTI

•OCKENE, IS.; MILLER, NH. Cigarette smoking, cardiovascular disease, and stroke: a statement for
healthcare professionals from the American Heart Association. American Heart Association Task
Force on Risk Reduction. Circulation 1997, N.96, P.3243-7.

•SCHULTZ, AB.; EDINGTON, DW. Employee Health and Presenteeism: A Systematic Review. J Occup
Rehabil. v.17, P.547-579, 2007.

•SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Nacional. Diretrizes Técnicas e de Gestão SESI


Lazer Ativo. Brasília: SESI/DN; 2007.

•SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Nacional. Estilo de Vida e Hábitos de Lazer dos
Trabalhadores das Indústrias Brasileiras. Brasília: SESI/DN; 2008.

•SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Nacional. Estilo de Vida e Hábitos de Lazer dos
Trabalhadores das Indústrias Brasileiras: relatório geral. Orgs. Markus V. Nahas ... [et al.]. Brasília:
SESI/DN; 2009.

•SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Nacional. Estudo SESI: perfil epidemiológico de


fatores de risco para doenças não transmissíveis em trabalhadores da indústria do Brasil / SESI/DN.
Brasília: SESI/DN; 2007.

•SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Nacional. Prêmio SESI Qualidade no Trabalho


2012: regulamento. Brasília: SESI/DN; 2012.

•SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Nacional. Sistema de Avaliação de Programas de


Promoção de Estilos de Vida Saudáveis e Produtividade. Brasília: SESI/DN; 2011.

•SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Manual - Algoritmos do Relatório Executivo do Diagnóstico de


Saúde e Estilo de Vida. Brasilia: SESI/DN; 2010.

•SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Manual de Trabalho - Aplicação do Diagnóstico de Saúde e Estilo


de Vida. Brasília: SESI/DN; 2015.

•Serviço Social da Indústria. Manual de Trabalho - Operacionalização do Diagnóstico de Saúde e


Estilo de Vida. Brasília: SESI/DN; 2008.

•BARROS, MVG; REIS, RS; HALLAL, PC.; FLORINDO, AA. Análise de dados em saúde. Recife: EDUPE,
2005.

•RR, Luiz; MAGNANINI, MMF. A lógica da determinação do tamanho da amostra em investigações


epidemiológicas. Cadernos de Saúde Coletiva . v.8, n.2, p.9-28, 2000.

•GUERRA, HL.; LOPES, LG. Referencial teórico para estruturação do Gerenciamento do Risco
Saúde na Indústria (GRSI). Brasília: Serviço Social da Indústria/Departamento Nacional; 2007.

78
METODOLOGIA ASSTI

APÊNDICE 1

RELATÓRIO ESTUDO-PILOTO – VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO


Objetivo
Neste relatório técnico, descrevem-se os resultados do estudo-piloto realizado com a
finalidade de testar a aplicabilidade e determinadas características psicométricas do
instrumento adotado para coleta de dados em nível individual na Metodologia ASSTI.

Métodos
O instrumento proposto foi testado em estudo-piloto que consistiu de duas aplicações
experimentais realizadas por colaboradores do SESI-DR PB em empresas industriais que já
são clientes atendidos pelo SESI com serviços da área de promoção da saúde. Os
profissionais que participaram dessa fase do estudo-piloto foram orientados a realizar a
aplicação do instrumento reproduzindo procedimentos padronizados que culminaram com
a metodologia proposta neste Caderno Técnico.

Numa primeira fase do estudo-piloto foi administrada uma versão preliminar do


instrumento de coleta de dados, o qual continha 59 questões e abrangia itens de sete
dimensões avaliativas. Nesta etapa foram observados aspectos como aplicabilidade e
reprodutibilidade (consistência de medidas teste-reteste com uma semana de intervalo
entre aplicações).

Numa segunda fase do estudo-piloto, uma versão já revisada do questionário foi


empregada, a qual continha já as 38 questões (itens) que estão no instrumento
parametrizado que é proposto para utilização na Metodologia ASSTI. Nesta etapa, mais uma
vez foram examinados aspectos relativos à aplicabilidade e à reprodutibilidade (consistência
de medidas teste-reteste com uma semana de intervalo entre aplicações) do instrumento,
além de se analisar a questão da validação fatorial do instrumento à luz da matriz analítica
que orientou a sua construção.

Aplicabilidade
Diferentes estratégias de administração do instrumento foram testadas nestas fases do
estudo-piloto, observando-se que os melhores resultados (compreensão dos itens, tempo de
preenchimento e adesão dos trabalhadores ao procedimento) foram alcançados mediante
uso de uma estratégia de aplicação denominada de “entrevista coletiva”, na qual um pequeno
grupo de trabalhadores (8-10) recebia orientação de um instrutor para preenchimento do
questionário, podendo e sendo estimulado a esclarecer dúvidas com o mesmo.

Observou-se que trabalhadores com menor grau de escolaridade e com limitação funcional
no uso de tecnologias digitais (tablets) podem necessitar de maior tempo para
preenchimento e, no caso dos primeiros, entrevista individual (face a face) é requerida. O
tempo despendido pelos trabalhadores para participação na entrevista foi de
aproximadamente 20 minutos, em média. De modo geral, não se observou dificuldade de
compreensão dos itens do questionário e quando as dúvidas surgiam a presença do
aplicador permitia o esclarecimento das mesmas.

79
METODOLOGIA ASSTI

Consistência de medidas
O instrumento foi testado simultaneamente para verificação da consistência de medidas
teste-reteste, com verificação de duas características psicométricas relevantes
(reprodutibilidade e objetividade). Esta análise foi efetuada tanto na primeira quanto na
segunda fase do piloto, sendo que na primeira serviu à identificação de itens do
questionário que precisaram ser suprimidos devido à baixa consistência de medidas. Em
relação ao observado na segunda fase do piloto, todos os itens do questionário permitiram
gerar indicadores de saúde e segurança razoavelmente consistentes em réplicas da
aplicação do instrumento. O menor coeficiente de concordância ajustado para prevalência e
viés (PABAK, uma variação do coeficiente Kappa) foi de 0,70 (percepção de elevada
exposição a riscos físicos), ainda assim aceitável para medidas autorreferidas.

Tabela 1. Coeficientes Kappa para os indicadores de saúde e segurança que podem ser obtidos a partir da
aplicação da Metodologia ASSTI
Dimensão Indicador Kappa
Estilo de vida Tabagismo 1,00
Abuso de bebidas alcoólicas 0,94
Baixa frequência de consumo de frutas ou hortaliças 0,79
Consumo excessivo de refrigerantes ou sucos artificiais -
Elevado consumo de sal -
Inatividade física no lazer 0,91
Excessivo tempo de TV (comportamento sedentário) 0,95
Estresse Percepção de exposição a elevado nível de estresse 1,00
Pensamentos negativos e pessimistas 0,99
Percepção negativa quanto aos relacionamentos interpessoais 0,97
Percepção negativa da qualidade do sono 0,98
Dificuldade de relaxar e usufruir do lazer -
Insatisfação com as condições de trabalho na empresa 0,96
Morbidade e Excesso de peso corporal 0,98
percepção de Percepção negativa de saúde 0,99
saúde Percepção negativa de saúde bucal 1,00
Hipertensão referida 0,97
Diabetes referida 0,99
Colesterol alto referido 0,91
AVC referido 1,00
Artrite ou reumatismo referido 0,97
Asma ou bronquite asmática referido 1,00
Depressão referida 1,00
Produtividade Faltas por motivos de saúde 0,97
Falta de vontade de vir ao trabalho 0,97
Falta de disposição (ânimo ou energia) 0,94
Dificuldade para se concentrar 0,99
Dores/desconforto na realização de tarefas 0,90
Segurança no Percepção negativa em relação ao uso de EPIs 0,92
trabalho Percepção de insegurança no trabalho 1,00
Percepção de elevada exposição a riscos físicos 0,70
Percepção de elevada exposição a riscos químicos 0,82
Percepção de iluminação precária ou insuficiente 0,86
Percepção de elevada exposição a riscos de queimaduras, cortes ou choques 0,83
Percepção de risco associado à postura corporal inadequada -

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METODOLOGIA ASSTI

Análise fatorial
O segundo parâmetro psicométrico observado foi a análise fatorial, que, resumidamente,
consiste na avaliação de dois componentes: (1) analisar a contribuição de cada item do
questionário na formação de um respectivo constructo (dimensão), quantificada por meio
da carga fatorial (CF). Adotou-se como critério que itens com valores de CF menores que 0,4
indicavam baixa contribuição para medida do constructo (dimensão). Este procedimento
serviu, num primeiro momento, para identificação de itens (questões) que mesmo exibindo
boa consistência de medidas teste-reteste contribuíam pouco para a medida de uma dada
dimensão avaliativa. Nestas análises, adotou-se como critério mínimo de ajustamento que
cada dimensão deveria alcançar um índice de qualidade do constructo (QC) de, no mínimo,
0,5. A qualidade de alguns constructos melhorava ao se recorrer à subdivisão de alguns
domínios, por exemplo, o domínio “morbidade e percepção de saúde” parece agrupar dois
domínios distintos “morbidade” e “percepção de saúde”, mas, optou-se por manter
inalterada a proposta já que a qualidade mínima de constructo havia sido alcançada.

Tabela 2. Qualidade do constructo resultante da análise fatorial e número de itens que compõem cada
dimensão avaliativa na Metodologia ASSTI

Constructo (dimensão) Qualidade do constructo (QC) # de itens

Estilo de vida 0,50 7


Estresse 0,60 6
Morbidade e percepção de saúde 0,50 10
Produtividade 0,80 5
Percepção de segurança no trabalho 0,70 7

Validade de face e de conteúdo


Além dos indicadores de consistência de medidas e de ajustamento dos itens às dimensões
avaliativas, recorreu-se ainda ao julgamento das evidências de validade de face e conteúdo,
por meio das quais especialistas são convidados a julgar se os itens que foram inseridos no
instrumento realmente permitem obter medidas das variáveis de interesse. Em última
análise, julgam também a coerência entre a matriz analítica e o instrumento derivado da
mesma. Na consulta aos especialistas, pesquisadores com experiência na construção de
instrumentos de medida, houve concordância “forte” ou “muito forte” no tocante à
aderência de todos os itens às dimensões avaliativas e igualmente no sentido dos itens
representarem bem a medida do indicador expresso na matriz analítica.

Conclusões
Diante dos dados supramencionados, conclui-se que o instrumento proposto para utilização
na Metodologia ASSTI apresenta, de modo geral, excelentes indicadores de consistência de
medidas teste-reteste, além de evidência de validade de face e conteúdo. A análise fatorial
demonstrou que as medidas dos itens apresentam carga fatorial na medida dos respectivos
constructos (dimensões avaliativas). Some-se a isto a observação em campo de que o
instrumento permite a obtenção de grande quantidade de informação sobre indicadores de
saúde e segurança em tempo de aplicação relativamente curto (~20 minutos em média).

81
METODOLOGIA ASSTI

APÊNDICE 2
QUESTIONÁRIO ASSTI – DIAGNÓSTICO
Avaliação de Saúde e Segurança na Indústria - Diagnóstico

Atenção:
 As informações fornecidas neste questionário são confidenciais (sigilosas) e
anônimas, de modo que você não precisa e não deve incluir qualquer tipo de
identificação pessoal.
 Os dados serão analisados somente de modo coletivo, servindo ao planejamento e
avaliação de serviços de saúde e segurança que estão sendo ou podem ser
oferecidos a você nesta empresa.
 Por se tratar de uma ação avaliativa é muito importante que você responda com a
máxima exatidão e muita sinceridade a este questionário.
 Não há respostas erradas! Você deve apenas procurar ser coerente e o mais
preciso possível em suas respostas.
 Se você sentir dificuldades para responder qualquer uma das perguntas, por favor,
peça auxílio ao aplicador!

SEÇÃO 1: CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS


1. Qual o seu sexo?
 Masculino
 Feminino

2. Qual a sua idade? ___ ___ anos

3. Qual das opções melhor descreve a sua situação conjugal, o seu estado civil?
 Solteiro(a)
 Casado(a) ou vivendo com parceiro(a)
 Viúvo(a), desquitado(a) ou divorciado(a)

4. Você estudou até que série?


 Não concluí a 8ª. série (tenho o ensino fundamental incompleto)
 Concluí a 8ª. série (tenho o ensino fundamental completo)
 Concluí a 3ª. série do segundo grau (tenho o ensino médio completo)
 Concluí um curso numa faculdade (tenho o ensino superior completo)

5. Quantos filhos você tem?


 Não tenho filhos
 1 filho(a)
 2 filhos(as)
 3 filhos(as)
 Tenho 4 ou mais filhos(as)

82
METODOLOGIA ASSTI

6. Você tem algum plano de saúde (médico ou odontológico) ou convênio médico?


 NÃO
 SIM, eu mesmo pago
 SIM, a empresa paga integralmente o valor do plano ou convênio
 SIM, a empresa paga uma parte do valor do plano ou convênio

7. Há quantos anos você trabalha nesta empresa?


 Há menos de 1 ano
 Entre 1 e 2 anos
 Entre 2 e 5 anos
 Entre 5 e 10 anos
 Mais de 10 anos

SEÇÃO 2: ESTILO DE VIDA


8. Você fuma? (Atenção: assinale somente uma das opções)
 NÃO fumo atualmente e nunca fumei
 Parei de fumar há mais de 2 anos
 Parei de fumar há menos de 2 anos
 FUMO menos de 10 cigarros por dia
 FUMO de 10 a 20 cigarros por dia
 FUMO mais de 20 cigarros por dia

9. Nos últimos 30 dias, você tomou mais de cinco (5) doses de bebidas alcoólicas
numa mesma ocasião? (Atenção: considere que 1 dose = 1/2 garrafa de
cerveja, 1 latinha de cerveja, 1 copo de vinho ou 1 dose comercial de qualquer
bebida destilada como cachaça, vodca, uísque ou conhaque)
 Não
 Sim

9. Nos últimos 30 dias, você tomou mais de quatro (4) doses de bebidas
alcoólicas numa mesma ocasião? (Atenção: considere que 1 dose = 1/2
garrafa de cerveja, 1 latinha de cerveja, 1 copo de vinho ou 1 dose comercial
de qualquer bebida destilada como cachaça, vodca, uísque ou conhaque)
 Não
 Sim

10. Durante uma semana normal, com que frequência você come frutas ou toma suco
de frutas natural? [Atenção: não considerar o consumo de sucos artificiais]
 Nunca
 1 a 3 vezes por semana
 4 a 6 vezes por semana
 Diariamente, 1 vez por dia
 Diariamente, 2 ou mais vezes por dia

83
METODOLOGIA ASSTI

11. Durante uma semana normal, com que frequência você come verduras, hortaliças,
saladas verdes ou legumes crus ou cozidos? [Atenção: não considerar o consumo de
batata, mandioca ou inhame]
 Nunca
 1 a 3 vezes por semana
 4 a 6 vezes por semana
 Diariamente, 1 vez por dia
 Diariamente, 2 ou mais vezes por dia

12. Durante uma semana normal, com que frequência o(a) senhor(a) toma refrigerantes
ou sucos artificiais?
 Nunca
 1 a 3 vezes por semana
 4 a 6 vezes por semana
 Diariamente, 1 vez por dia
 Diariamente, 2 ou mais vezes por dia

13. Somando a comida preparada na hora e os alimentos industrializados você acha que
seu consumo de sal é:
 Muito alto
 Alto
 Adequado
 Baixo
 Muito baixo

14. No seu tempo de lazer, você realiza regularmente algum tipo de atividade física,
como esportes, exercícios físicos (ginástica, caminhada, corrida), danças ou artes
marciais?
 NÃO, e não estou interessado(a) em realizar atividades físicas no meu tempo
de lazer num futuro próximo
 NÃO, mas estou interessado(a) em realizar atividades físicas no meu tempo
de lazer num futuro próximo
 SIM, participo de atividades físicas 1 ou 2 vezes por semana
 SIM, participo de atividades físicas 3 ou 4 vezes por semana
 SIM, participo de atividades físicas 5 ou mais vezes por semana

84
METODOLOGIA ASSTI

15. Em média, quantas horas por dia você costuma gastar assistindo televisão?
 Não assiste televisão
 Menos de 1 hora
 Entre 1 e 2 horas
 Entre 2 e 3 horas
 Entre 3 e 4 horas
 Entre 4 e 5 horas
 Entre 5 e 6 horas
 Mais de 6 horas

SEÇÃO 3: INDICADORES DE ESTRESSE


16. Como você classifica o nível de estresse em sua vida?
 Raramente estressado, vivendo muito bem
 Às vezes estressado, vivendo razoavelmente bem
 Quase sempre estressado, enfrentando problemas com frequência
 Sempre estressado, com dificuldade para enfrentar a vida diária

17. Com que frequência você pensa de forma negativa e pessimista em relação ao
futuro?
 Nunca
 Raramente
 Algumas vezes
 Na maior parte das vezes
 Sempre

18. De uma maneira geral, como você classifica a qualidade dos relacionamentos que
mantém com outras pessoas (amigos, colegas de trabalho, chefes)?
 Excelente
 Bom
 Regular
 Ruim

19. Com que frequência você considera que dorme bem?


 Sempre
 Quase sempre
 Às vezes
 Raramente
 Nunca

85
METODOLOGIA ASSTI

20. Com que frequência você é capaz de relaxar e aproveitar o seu tempo de lazer?
 Nunca
 Raramente
 Algumas vezes
 Na maior parte das vezes
 Sempre

21. Qual o seu nível de satisfação em relação às condições de trabalho que você tem nesta
empresa [caracterizam a condição de trabalho fatores como remuneração, jornada de
trabalho, percepção de segurança, relação com a chefia, entre outros fatores?
 Muito satisfeito
 Satisfeito
 Nem satisfeito/nem insatisfeito
 Insatisfeito
 Muito insatisfeito

SEÇÃO 4: ENFERMIDADES E PERCEPÇÃO DE SAÚDE


22. Você saber informar qual é o seu peso atual? |__||__||__| quilos

23. Você saber informar qual é a sua altura atual? |__| metro |__||__| centímetros

24. De um modo geral, como você classifica o seu estado de saúde atual?
 Muito bom
 Bom
 Regular
 Ruim
 Muito ruim

25. De um modo geral, como você avalia a sua saúde bucal (dentes e gengivas)?
 Muito boa
 Boa
 Regular
 Ruim
 Muito ruim

26. Por favor pense sobre a sua condição atual de saúde e responda às seguintes
perguntas:
Não sabe
Sim Não ou não
lembra
Algum médico ou profissional de saúde já lhe disse que
  
você tem ou teve hipertensão arterial ou pressão alta?
Algum médico já lhe receitou um medicamento para
  
pressão alta?
Algum médico ou profissional de saúde já lhe disse que   

86
METODOLOGIA ASSTI

você tem ou teve diabetes?


Algum médico já lhe receitou algum medicamento para
  
diabetes?
Algum médico ou profissional de saúde já lhe disse que
você tem ou teve colesterol alto ou que o seu nível de   
triglicérides (gorduras no sangue) está elevado?
Algum médico ou profissional de saúde já lhe disse que
você teve um AVC (acidente vascular cerebral) ou   
derrame?
Algum médico ou profissional de saúde já lhe disse que
  
você tem ou teve artrite ou reumatismo?
Algum médico ou profissional de saúde já lhe disse que
  
você tem ou teve asma ou bronquite asmática?
Algum médico ou profissional de saúde mental (como
psiquiatra ou psicólogo) já lhe disse que você tem ou   
teve depressão?

SEÇÃO 5: INDICADORES DE PRODUTIVIDADE


27. Nos últimos 30 dias, em quantos dias você precisou faltar ao trabalho por motivos de
saúde (com ou sem licença médica ou atestado)?
 Nenhum  Neste período, não me afastei do trabalho
 1 a 2 dias
 3 a 7 dias
 8 dias ou mais

28. Nos últimos 30 dias, em quantos dias você NÃO sentiu vontade de vir ao trabalho?
 Nenhum  Sinto sempre vontade de vir o trabalho
 1 a 2 dias
 3 a 7 dias
 8 dias ou mais

29. Nos últimos 30 dias, em quantos dias você se sentiu indisposto ou sem ânimo
(energia) para realizar tarefas que o seu trabalho exige?
 Nenhum  Sinto-me sempre com bom ânimo para o trabalho
 1 a 2 dias
 3 a 7 dias
 8 dias ou mais

30. Nos últimos 30 dias, em quantos dias você sentiu dificuldade para se concentrar no
trabalho?
 Nenhum  Consigo sempre manter bom nível de concentração
 1 a 2 dias
 3 a 7 dias
 8 dias ou mais

87
METODOLOGIA ASSTI

31. Nos últimos 30 dias, em quantos dias você sentiu dores ou desconforto ao realizar as
tarefas que o seu trabalho exige?
 Nenhum  Não sinto dores/desconforto ao realizar as minhas tarefas
 1 a 2 dias
 3 a 7 dias
 8 dias ou mais

SEÇÃO 6: SEGURANÇA NO TRABALHO


32. Você considera importante o uso de equipamentos de proteção individual como
medida que pode afastar o risco de acidentes no seu ambiente de trabalho?
 Muito importante
 Importante
 Pouco importante
 Sem importância nenhuma

33. Como você classifica o nível de segurança no seu ambiente de trabalho?


 Muito seguro
 Seguro
 Inseguro
 Muito inseguro

34. Em sua percepção, qual o grau de risco ao qual você está exposto pelo contato com
agentes físicos (calor, frio, vibração ou ruído em excesso) no seu ambiente de
trabalho?
 Risco muito elevado
 Risco elevado
 Risco moderado
 Risco baixo
 Risco muito baixo ou inexistente

35. Em sua percepção, qual o grau de risco ao qual você está exposto pelo contato com
agentes químicos (poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores) no seu
ambiente de trabalho?
 Risco muito elevado
 Risco elevado
 Risco moderado
 Risco baixo
 Risco muito baixo ou inexistente

88
METODOLOGIA ASSTI

36. Em sua percepção, qual o grau de risco ao qual você está exposto pela realização de
atividades em ambiente com iluminação precária ou insuficiente?
 Risco muito elevado
 Risco elevado
 Risco moderado
 Risco baixo
 Risco muito baixo ou inexistente

37. Em sua percepção, qual o grau de risco de você sofrer queimaduras, cortes ou
choques decorrentes da realização de trabalho com manipulação de ferramentas e
máquinas?
 Risco muito elevado
 Risco elevado
 Risco moderado
 Risco baixo
 Risco muito baixo ou inexistente

38. Em sua percepção, qual o grau de risco ao qual você está exposto pela realização de
tarefas com postura corporal inadequada?
 Risco muito elevado
 Risco elevado
 Risco moderado
 Risco baixo
 Risco muito baixo ou inexistente

89
METODOLOGIA ASSTI

APÊNDICE 3
QUESTIONÁRIO ASSTI – IMPACTO
Avaliação de Saúde e Segurança na Indústria - Diagnóstico

Atenção:
 As informações fornecidas neste questionário são confidenciais (sigilosas) e
anônimas, de modo que você não precisa e não deve incluir qualquer tipo de
identificação pessoal.
 Os dados serão analisados somente de modo coletivo, servindo ao planejamento e
avaliação de serviços de saúde e segurança que estão sendo ou podem ser
oferecidos a você nesta empresa.
 Por se tratar de uma ação avaliativa é muito importante que você responda com a
máxima exatidão e muita sinceridade a este questionário.
 Não há respostas erradas! Você deve apenas procurar ser coerente e o mais
preciso possível em suas respostas.
 Se você sentir dificuldades para responder qualquer uma das perguntas, por favor,
peça auxílio ao aplicador!

SEÇÃO 1: CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS


1. Qual o seu sexo?

 Masculino
 Feminino

2. Qual a sua idade? ___ ___ anos

3. Qual das opções melhor descreve a sua situação conjugal, o seu estado civil?
 Solteiro(a)
 Casado(a) ou vivendo com parceiro(a)
 Viúvo(a), desquitado(a) ou divorciado(a)

4. Você estudou até que série?


 Não concluí a 8ª. série (tenho o ensino fundamental incompleto)
 Concluí a 8ª. série (tenho o ensino fundamental completo)
 Concluí a 3ª. série do segundo grau (tenho o ensino médio completo)
 Concluí um curso numa faculdade (tenho o ensino superior completo)

5. Quantos filhos você tem?


 Não tenho filhos
 1 filho(a)
 2 filhos(as)
 3 filhos(as)
 Tenho 4 ou mais filhos(as)

90
METODOLOGIA ASSTI

6. Você tem algum plano de saúde (médico ou odontológico) ou convênio médico?


 NÃO
 SIM, eu mesmo pago
 SIM, a empresa paga integralmente o valor do plano ou convênio
 SIM, a empresa paga uma parte do valor do plano ou convênio

7. Há quantos anos você trabalha nesta empresa?


 Há menos de 1 ano
 Entre 1 e 2 anos
 Entre 2 e 5 anos
 Entre 5 e 10 anos
 Mais de 10 anos

SEÇÃO 2: ESTILO DE VIDA


7.1 No último ano, com que frequência você participou de atividades de promoção à
saúde e segurança no trabalho oferecidas aos trabalhadores desta empresa?
[ ] Não participei, porque essas atividades não foram oferecidas
[ ] Não participei, porque não tive interesse nas atividades que foram oferecidas
[ ] Não participei, porque não tive tempo
[ ] Não participei, porque não fui liberado pelo meu Supervisor/Chefe imediato
[ ] Participei raramente, com muito pouca frequência (menos de 1 vez por mês)
[ ] Participei às vezes, mas com pouca frequência (1-2 vezes por mês)
[ ] Participei com frequência (1-2 vezes por semana)
[ ] Participei com muita frequência (3-5 vezes por semana)

8. Você fuma? (Atenção: assinale somente uma das opções)


 NÃO fumo atualmente e nunca fumei
 Parei de fumar há mais de 2 anos
 Parei de fumar há menos de 2 anos
 FUMO menos de 10 cigarros por dia
 FUMO de 10 a 20 cigarros por dia
 FUMO mais de 20 cigarros por dia

9. Nos últimos 30 dias, você tomou mais de cinco (5) doses de bebidas alcoólicas
numa mesma ocasião? (Atenção: considere que 1 dose = 1/2 garrafa de
cerveja, 1 latinha de cerveja, 1 copo de vinho ou 1 dose comercial de qualquer
bebida destilada como cachaça, vodca, uísque ou conhaque)
 Não
 Sim

9. Nos últimos 30 dias, você tomou mais de quatro (4) doses de bebidas
alcoólicas numa mesma ocasião? (Atenção: considere que 1 dose = 1/2
garrafa de cerveja, 1 latinha de cerveja, 1 copo de vinho ou 1 dose comercial
de qualquer bebida destilada como cachaça, vodca, uísque ou conhaque)
 Não
 Sim

91
METODOLOGIA ASSTI

10. Durante uma semana normal, com que frequência você come frutas ou toma suco
de frutas natural? [Atenção: não considerar o consumo de sucos artificiais]
 Nunca
 1 a 3 vezes por semana
 4 a 6 vezes por semana
 Diariamente, 1 vez por dia
 Diariamente, 2 ou mais vezes por dia

11. Durante uma semana normal, com que frequência você come verduras, hortaliças,
saladas verdes ou legumes crus ou cozidos? [Atenção: não considerar o consumo de
batata, mandioca ou inhame]
 Nunca
 1 a 3 vezes por semana
 4 a 6 vezes por semana
 Diariamente, 1 vez por dia
 Diariamente, 2 ou mais vezes por dia

12. Durante uma semana normal, com que frequência o(a) senhor(a) toma refrigerantes
ou sucos artificiais?
 Nunca
 1 a 3 vezes por semana
 4 a 6 vezes por semana
 Diariamente, 1 vez por dia
 Diariamente, 2 ou mais vezes por dia

13. Somando a comida preparada na hora e os alimentos industrializados você acha que
seu consumo de sal é:
 Muito alto
 Alto
 Adequado
 Baixo
 Muito baixo

14. No seu tempo de lazer, você realiza regularmente algum tipo de atividade física,
como esportes, exercícios físicos (ginástica, caminhada, corrida), danças ou artes
marciais?
 NÃO, e não estou interessado(a) em realizar atividades físicas no meu tempo
de lazer num futuro próximo
 NÃO, mas estou interessado(a) em realizar atividades físicas no meu tempo
de lazer num futuro próximo
 SIM, participo de atividades físicas 1 ou 2 vezes por semana
 SIM, participo de atividades físicas 3 ou 4 vezes por semana
 SIM, participo de atividades físicas 5 ou mais vezes por semana

92
METODOLOGIA ASSTI

15. Em média, quantas horas por dia você costuma gastar assistindo televisão?
 Não assiste televisão
 Menos de 1 hora
 Entre 1 e 2 horas
 Entre 2 e 3 horas
 Entre 3 e 4 horas
 Entre 4 e 5 horas
 Entre 5 e 6 horas
 Mais de 6 horas

SEÇÃO 3: INDICADORES DE ESTRESSE


16. Como você classifica o nível de estresse em sua vida?
 Raramente estressado, vivendo muito bem
 Às vezes estressado, vivendo razoavelmente bem
 Quase sempre estressado, enfrentando problemas com frequência
 Sempre estressado, com dificuldade para enfrentar a vida diária

17. Com que frequência você pensa de forma negativa e pessimista em relação ao
futuro?
 Nunca
 Raramente
 Algumas vezes
 Na maior parte das vezes
 Sempre

18. De uma maneira geral, como você classifica a qualidade dos relacionamentos que
mantém com outras pessoas (amigos, colegas de trabalho, chefes)?
 Excelente
 Bom
 Regular
 Ruim

19. Com que frequência você considera que dorme bem?


 Sempre
 Quase sempre
 Às vezes
 Raramente
 Nunca

93
METODOLOGIA ASSTI

20. Com que frequência você é capaz de relaxar e aproveitar o seu tempo de lazer?
 Nunca
 Raramente
 Algumas vezes
 Na maior parte das vezes
 Sempre

21. Qual o seu nível de satisfação em relação às condições de trabalho que você tem nesta
empresa [caracterizam a condição de trabalho fatores como remuneração, jornada de
trabalho, percepção de segurança, relação com a chefia, entre outros fatores?
 Muito satisfeito
 Satisfeito
 Nem satisfeito/nem insatisfeito
 Insatisfeito
 Muito insatisfeito

SEÇÃO 4: ENFERMIDADES E PERCEPÇÃO DE SAÚDE


22. Você saber informar qual é o seu peso atual? |__||__||__| quilos

23. Você saber informar qual é a sua altura atual? |__| metro |__||__| centímetros

24. De um modo geral, como você classifica o seu estado de saúde atual?
 Muito bom
 Bom
 Regular
 Ruim
 Muito ruim

25. De um modo geral, como você avalia a sua saúde bucal (dentes e gengivas)?
 Muito boa
 Boa
 Regular
 Ruim
 Muito ruim

26. Por favor pense sobre a sua condição atual de saúde e responda às seguintes
perguntas:
Não sabe
Sim Não ou não
lembra
Algum médico ou profissional de saúde já lhe disse que
  
você tem ou teve hipertensão arterial ou pressão alta?
Algum médico já lhe receitou um medicamento para
  
pressão alta?
Algum médico ou profissional de saúde já lhe disse que   

94
METODOLOGIA ASSTI

você tem ou teve diabetes?


Algum médico já lhe receitou algum medicamento para
  
diabetes?
Algum médico ou profissional de saúde já lhe disse que
você tem ou teve colesterol alto ou que o seu nível de   
triglicérides (gorduras no sangue) está elevado?
Algum médico ou profissional de saúde já lhe disse que
você teve um AVC (acidente vascular cerebral) ou   
derrame?
Algum médico ou profissional de saúde já lhe disse que
  
você tem ou teve artrite ou reumatismo?
Algum médico ou profissional de saúde já lhe disse que
  
você tem ou teve asma ou bronquite asmática?
Algum médico ou profissional de saúde mental (como
psiquiatra ou psicólogo) já lhe disse que você tem ou   
teve depressão?

SEÇÃO 5: INDICADORES DE PRODUTIVIDADE


27. Nos últimos 30 dias, em quantos dias você precisou faltar ao trabalho por motivos de
saúde (com ou sem licença médica ou atestado)?
 Nenhum  Neste período, não me afastei do trabalho
 1 a 2 dias
 3 a 7 dias
 8 dias ou mais

28. Nos últimos 30 dias, em quantos dias você NÃO sentiu vontade de vir ao trabalho?
 Nenhum  Sinto sempre vontade de vir o trabalho
 1 a 2 dias
 3 a 7 dias
 8 dias ou mais

29. Nos últimos 30 dias, em quantos dias você se sentiu indisposto ou sem ânimo
(energia) para realizar tarefas que o seu trabalho exige?
 Nenhum  Sinto-me sempre com bom ânimo para o trabalho
 1 a 2 dias
 3 a 7 dias
 8 dias ou mais

30. Nos últimos 30 dias, em quantos dias você sentiu dificuldade para se concentrar no
trabalho?
 Nenhum  Consigo sempre manter bom nível de concentração
 1 a 2 dias
 3 a 7 dias
 8 dias ou mais

95
METODOLOGIA ASSTI

31. Nos últimos 30 dias, em quantos dias você sentiu dores ou desconforto ao realizar as
tarefas que o seu trabalho exige?
 Nenhum  Não sinto dores/desconforto ao realizar as minhas tarefas
 1 a 2 dias
 3 a 7 dias
 8 dias ou mais

SEÇÃO 6: SEGURANÇA NO TRABALHO


32. Você considera importante o uso de equipamentos de proteção individual como
medida que pode afastar o risco de acidentes no seu ambiente de trabalho?
 Muito importante
 Importante
 Pouco importante
 Sem importância nenhuma

33. Como você classifica o nível de segurança no seu ambiente de trabalho?


 Muito seguro
 Seguro
 Inseguro
 Muito inseguro

34. Em sua percepção, qual o grau de risco ao qual você está exposto pelo contato com
agentes físicos (calor, frio, vibração ou ruído em excesso) no seu ambiente de
trabalho?
 Risco muito elevado
 Risco elevado
 Risco moderado
 Risco baixo
 Risco muito baixo ou inexistente

35. Em sua percepção, qual o grau de risco ao qual você está exposto pelo contato com
agentes químicos (poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores) no seu
ambiente de trabalho?
 Risco muito elevado
 Risco elevado
 Risco moderado
 Risco baixo
 Risco muito baixo ou inexistente

96
METODOLOGIA ASSTI

36. Em sua percepção, qual o grau de risco ao qual você está exposto pela realização de
atividades em ambiente com iluminação precária ou insuficiente?
 Risco muito elevado
 Risco elevado
 Risco moderado
 Risco baixo
 Risco muito baixo ou inexistente

37. Em sua percepção, qual o grau de risco de você sofrer queimaduras, cortes ou
choques decorrentes da realização de trabalho com manipulação de ferramentas e
máquinas?
 Risco muito elevado
 Risco elevado
 Risco moderado
 Risco baixo
 Risco muito baixo ou inexistente

38. Em sua percepção, qual o grau de risco ao qual você está exposto pela realização de
tarefas com postura corporal inadequada?
 Risco muito elevado
 Risco elevado
 Risco moderado
 Risco baixo
 Risco muito baixo ou inexistente

97
METODOLOGIA ASSTI

APÊNDICE 4
INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE PROCESSO

Dimensão Indicadores de avaliação Não Em parte Sim


O número de trabalhadores atendidos nas
atividades/serviços oferecidos é suficiente para [ ]0 [ ]1 [ ]2
justificar o investimento?
A taxa de participação
(participantes/trabalhadores que poderiam
participar) é compatível com o esperado?
[ ]0 [ ]1 [ ]2
Utilização

A população-alvo está sendo alcançada pelas


ações/serviços? Os participantes são os [ ]0 [ ]1 [ ]2
trabalhadores que precisam ser atendidos?
Há subgrupos de trabalhadores da população-alvo
que NÃO estão sendo alcançados pelas [ ]2 [ ]1 [ ]0
ações/serviços?
Os participantes estão, de modo geral, satisfeitos
com o atendimento que estão recebendo nas [ ]0 [ ]1 [ ]2
ações/serviços?
Foram adotadas ações adequadas de promoção
que informaram os trabalhadores e os subgrupos
mais vulneráveis sobre as ações/serviços de [ ]0 [ ]1 [ ]2
saúde e segurança oferecidos na empresa?
As ações/serviços estão sendo oferecidas em
quantidade, tipo e qualidade apropriados?
[ ]0 [ ]1 [ ]2

O número de profissionais envolvidos na operação


das ações/ serviços é suficiente para garantir
adequada cobertura e qualidade no atendimento? [ ]0 [ ]1 [ ]2

Os profissionais envolvidos na operação das


Organização

ações/serviços apresentam competências


requeridas para adequada cobertura e qualidade [ ]0 [ ]1 [ ]2
no atendimento?
Os recursos materiais e instalações são suficientes
e adequados ao desenvolvimento das
ações/serviços? [ ]0 [ ]1 [ ]2

Observa-se sobreposição de ações/serviços que


possa representar uso indevido de recursos ou
perda de eficiência? [ ]2 [ ]1 [ ]0

A operação das ações/serviços ocorre com nível


de desempenho mais elevado em alguns horários
ou locais em comparação a outros? [ ]2 [ ]1 [ ]0

De modo geral, as ações/serviços estão sendo


realizadas dentro de padrões de qualidade que
indicam que os resultados esperados serão [ ]0 [ ]1 [ ]2
alcançados?

98
METODOLOGIA ASSTI

APÊNDICE 5
MODELO DE RELATÓRIO DIAGNÓSTICO

99
METODOLOGIA ASSTI

100
METODOLOGIA ASSTI

101
METODOLOGIA ASSTI

102
METODOLOGIA ASSTI

103
METODOLOGIA ASSTI

104
METODOLOGIA ASSTI

105
METODOLOGIA ASSTI

APÊNDICE 6
MODELO DE RELATÓRIO DE IMPACTO

106
METODOLOGIA ASSTI

107
METODOLOGIA ASSTI

7.1. No último ano, com que frequência você participou de atividades de promoção à saúde e segurança
o, com que
oferecidas aos trabalhadores desta empresa?
participou de
romoção à 5,2%
urança
abalhadores 10,5%
resa? 15,2%
8,7%
17,6%
19,3%
10,0%
13,5%

108
METODOLOGIA ASSTI

109
METODOLOGIA ASSTI

110
METODOLOGIA ASSTI

111
METODOLOGIA ASSTI

112
METODOLOGIA ASSTI

113
METODOLOGIA ASSTI

114
METODOLOGIA ASSTI

Serviço Social da Indústria

115

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