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tologias afectarem a aquisição de múltiplas das PEA, o que tem conduzido à especulação
competências durante o desenvolvimento, e controvérsia sobre uma eventual “epidemia
desde os primeiros anos de vida, mas com de autismo”6. No entanto, várias investigações
repercussões duradouras5. As patologias que apontam para uma melhoria no diagnóstico,
pertencem a esta categoria têm em comum a em virtude duma maior sensibilização dos
presença de anomalias no domínio das inte‑ clínicos para estas patologias, ao contrário de
racções sociais recíprocas e da comunicação e um aumento absoluto do número de casos ao
a presença de um repertório restrito, estereo‑ longo do tempo6,10,11.
tipado e repetitivo de interesses e actividades4. Ao contrário da profusão de estudos com crian‑
As principais perturbações desta categoria são ças, a epidemiologia das PEA nos adultos não
o autismo infantil e a síndrome de Asperger6. tem recebido particular atenção. Sublinha‑se
Actualmente, a distinção entre a síndrome de como excepção o recente o estudo de Brugha e
Asperger e o autismo de elevado funcionamen‑ colaboradores12, em que foi pesquisada a pre‑
to é foco de controvérsia5,7. valência destas patologias numa larga amos‑
O conceito de espectro aplicado a este con‑ tra da população inglesa com idade igual ou
junto de patologias resulta da considerável superior a 16 anos. Os autores verificaram que
heterogeneidade clínica do autismo e das per‑ a prevalência nos adultos (9,8 por 1000 ha‑
turbações autismo‑like. Willemsen‑Swinkels e bitantes) não só era semelhante à encontrada
Buitelaar5 defendem que, mais do que a no‑ nos últimos anos nas crianças, mas também
ção de continuum (que sugere uma variação que não existia evidência para uma diminui‑
unidimensional em termos de severidade), o ção estatisticamente significativa em função
conceito de espectro traduz maior riqueza da idade. Concluíram que os adultos com PEA
e complexidade. Assim, segundo os autores, a residir na comunidade eram socialmente
“as manifestações dos problemas sociais e de desfavorecidos, havendo uma maior prevalên‑
outros problemas variam consideravelmente cia de recurso à habitação social e menores
quanto ao tipo e à severidade, e todas as com‑ qualificações educativas.
binações de sintomas são observadas na práti‑ O diagnóstico assenta na pesquisa das mani‑
ca clínica. Algumas dessas combinações foram festações que constituem os sintomas funda‑
designadas como síndromes”. mentais destas perturbações, bem como na
As questões epidemiológicas relacionadas sua evolução, de acordo com os critérios de‑
com as PEA têm sido alvo de intensa pesqui‑ finidos na CID-10 ou na DSM‑IV. São critérios
sa. Revisões sistemáticas8,9 apontam para que diagnósticos de autismo infantil, segundo a
a prevalência das PEA se situe entre 20/10000 CID-104: a) presença de anomalias e/ou alte‑
e 30/10000, embora haja estudos10 que apre‑ rações do desenvolvimento que se manifestam
sentem valores superiores de 116/10000, o que antes dos três anos de idade; b) funcionamen‑
equivale a cerca de 1% das crianças. De facto, to anormal característico na totalidade das
nos últimos anos tem‑se assistido a um au‑ três áreas: interacção social, comunicação e
mento progressivo dos valores da prevalência presença de comportamentos restritivos e re‑
É importante não perder de vista que exis‑ não para se substituir a ele. (…) Assim, o
tem vários desafios no diagnóstico de PEA gold standard do diagnóstico deve consistir
no adulto. O diagnóstico no adulto frequen‑ em recolher informação de forma sistemáti‑
temente é feito quando o indivíduo tem um ca, com recurso a escalas, entrevistas estrutu‑
filho que recebe o diagnóstico de autismo ou radas e protocolos de observação, e seguida‑
de outra perturbação do espectro e as ma‑ mente realizar um exame clínico detalhado”.
nifestações clínicas são reconhecidas como No sentido de ultrapassar a heterogeneidade
semelhantes às que ele próprio apresentou de avaliações complementares para o diag‑
na infância13. Alternativamente, adultos com nóstico de autismo e de PEA em adultos, Ma‑
história arrastada de dificuldades sociais e son e Neal15 propuseram uma sistematização
comportamentos “problemáticos” podem destas avaliações em três domínios: 1) ava‑
vir a receber este diagnóstico, após uma liação do QI e do comportamento adaptativo;
avaliação correcta13. Contudo, o diagnóstico 2) avaliação de manifestações das PEA; 3)
torna‑se difícil quando não é possível apu‑ avaliação de psicopatologia (comórbida) e de
rar adequadamente a história pessoal do comportamentos “desafiantes” (challenging
desenvolvimento e os padrões sintomáticos behaviors). No primeiro domínio, os auto‑
precoces. A ausência de informação colateral res indicam as escalas de Stanford Binet ou
(relato dos pais inacessível ou registos médi‑ de Wechsler para avaliar o QI e a Vineland
cos indisponíveis) ou as limitações inerentes Adaptive Behavior Scale para avaliação do
à memória são também dificuldades adicio‑ comportamento adaptativo. No segundo do‑
nais à realização do diagnóstico de PEA no mínio, defendem a possibilidade de utilizar
adulto. As dificuldades na linguagem e co‑ em adultos escalas como a Autism Behavior
municação ou a debilidade mental (comor‑ Checklist, a Autism Diagnostic Interview
bilidade relativamente frequente) são outros ‑Revised, a Diagnostic Interview for Social
factores que podem dificultar o fornecimento and Communication Disorders (DISCO),
de dados da história pessoal por parte destes o Autism‑Spectrum Quotient, entre outras.
doentes13. Um último obstáculo ao diagnósti‑ Por fim, indicam escalas como a Diagnostic
co prende‑se com a maior susceptibilidade a Assessment for the Severly Handicapped
comorbilidades psiquiátricas, que podem ter ‑Revised, para aplicar em indivíduos com
apresentações atípicas. Este aspecto será ex‑ debilidade mental severa, ou a Psychopathol‑
plorado em maior pormenor posteriormente ogy in Autism Checklist, para avaliação de
neste artigo. sintomatologia psiquiátrica comórbida em
Nazeer e Ghaziudin14 afirmam que o diag‑ doentes com PEA e debilidade mental.
nóstico do autismo “se baseia na obtenção À semelhança da heterogeneidade das ma‑
duma história detalhada do desenvolvimento nifestações clínicas, verifica ‑se também
e numa observação sistemática. Escalas ou uma importante variabilidade do curso clí‑
entrevistas estruturadas são comummente nico, quer intra‑individual, quer em função
usadas para reforçar o processo diagnóstico, da faixa etária. No entanto, o padrão domi‑
nante é de melhoria dos sintomas ao lon‑ ticos ao longo do tempo, embora de menor
go do tempo. Shattuck et al.16, num estudo magnitude. Taylor e Seltzer18 verificaram
prospectivo com 241 adolescentes e adultos igualmente uma melhoria dos sintomas ao
com PEA, verificaram que a tendência geral longo do tempo, embora sublinhem a im‑
ao longo do tempo era a de uma melhoria portância de acontecimentos chave do ciclo
dos sintomas na sua globalidade, com ape‑ de vida. As autoras apuraram, num estudo
nas uma pequena minoria dos doentes a re‑ longitudinal, que após o término do percur‑
velar um agravamento da sintomatologia. A so escolar, as melhorias da sintomatologia
melhoria dos sintomas foi mais evidente no não eram tão marcadas como previamente,
domínio dos comportamentos e interesses o que pode ser explicado pelo facto das ac‑
repetitivos e estereotipados. Também Esben‑ tividades educativas serem intelectualmen‑
sen et al.17 verificaram que os comporta‑ te mais estimulantes. Esta “desaceleração”
mentos repetitivos são menos frequentes e foi mais evidente em jovens sem debilidade
severos em indivíduos mais velhos, indepen‑ mental e nas famílias com menores recursos
dentemente do género, comorbilidade com económicos. A trajectória dos sintomas das
debilidade mental ou tratamento psicofar‑ PEA em adolescentes e adultos é extensa‑
macológico (embora os movimentos repe‑ mente revista por Seltzer et al.19. Salienta‑se
titivos melhorem pouco em doentes com também a importante observação de Piven
debilidade mental). Contudo, apesar da me‑ et al.20 de que “o autismo deve ser encarado
lhoria global, a prevalência dos défices de como uma perturbação mantida ao longo
comunicação não‑verbal e da reciprocidade da vida, cujas manifestações se alteram com
social é maior relativamente à dos com‑ o desenvolvimento”.
portamentos repetitivos e das alterações da De forma a investigar os factores presentes
comunicação verbal, com os autores a es‑ na infância que podem influenciar o out‑
pecular, também com base noutros estudos, come no adulto (definido, em estudos mais
que as alterações da reciprocidade social recentes, com base no nível de autonomia,
são mais centrais e persistentes que outros emprego ou relações sociais), Howlin e
sintomas centrais do fenótipo das PEA. Se‑ Moss21 elaboraram uma recente revisão
gundo o referido estudo de Shatuck et al.16, sistemática da literatura. As autoras iden‑
o grau de melhoria de alguns dos sintomas tificaram como principais variáveis deter‑
também parece ser influenciada pela faixa minantes do outcome na idade adulta: 1)
etária específica. Por exemplo, a redução capacidade intelectual (apenas crianças
dos comportamentos disruptivos não só se com QI> 70-75 têm um outcome favorável,
acentua ao longo do tempo, como parece embora não seja a única condição necessá‑
acelerar na idade adulta, em relação à ado‑ ria para tal); 2) desenvolvimento precoce
lescência. De notar que nos indivíduos com da linguagem (a maioria das crianças com
debilidade mental comórbida também se bom outcome desenvolvem, pelo menos par‑
verifica uma melhoria dos sintomas autís‑ cialmente, uma linguagem adequada antes
dos cinco anos); 3) severidade da sintoma‑ outro lado, Tsakanikos, em 2006, comparou
tologia autística precoce (os estudos são, no adultos com autismo e atraso mental com
entanto, contraditórios no que se refere ao adultos apenas com atraso mental, e não en‑
conjunto de sintomas específicos com maior controu diferenças no número de diagnósti‑
preponderância); 4) comorbilidades médi‑ cos psiquiátricos28. Mostrava‑se, por isso, ne‑
cas ou psiquiátricas; 5) suporte comunitá‑ cessário criar um método para avaliar estes
rio; 6) frequência de programas educativos dois grupos.
adequados. Em 2008, foi desenvolvida por Matson e Bois‑
joli uma escala que mede a comorbilidade
COMORBILIDADES PSIQUIÁTRICAS EM em adultos com atraso mental e PEA, a Au‑
PESSOAS COM PERTURBAÇÃO DO ES‑ tism Spectrum Disorders ‑Comorbidity for
PECTRO DO AUTISMO Adults25. Usando esta escala, comparou‑se a
frequência de sintomas entre indivíduos só
O diagnóstico de comorbilidades psiquiátricas com atraso mental e indivíduos com atraso
em doentes com PEA pode ser difícil, dada a mental e PEA, tendo‑se verificado que os indi‑
dificuldade destes indivíduos para descrever as víduos com atraso mental e PEA apresentavam
suas emoções e os sintomas de doença men‑ mais sintomas de ansiedade, comportamentos
tal. Outros factores que dificultam o processo disruptivos, irritabilidade, hiperactividade,
de avaliação incluem a reduzida capacidade impulsividade, défice de atenção e sintomas
de comunicação verbal e a tendência para depressivos do que os indivíduos com apenas
interpretar as questões literalmente. Essas di‑ atraso mental25.
ficuldades podem ser parcialmente controla‑ Vários factores aumentam o risco de proble‑
das através do conhecimento aprofundado do mas mentais em indivíduos com PEA: difi‑
doente, da entrevista com familiares e ainda culdades de comunicação, acontecimentos de
da experiência na observação de doentes com vida (incluindo a perda de entes queridos), so‑
PEA ao longo do tempo22. lidão (associada à rejeição pelos pares) e uma
Num estudo realizado em sujeitos com PEA, baixa auto‑estima (relacionada com agressões
com inteligência normal, verificou‑se que 80% verbais ou bullying)22. Quanto maior é o ní‑
dos doentes com o diagnóstico de autismo vel de funcionamento do indivíduo com PEA e
cumpriam os critérios para pelo menos uma quanto maior é o QI, maior é a percepção que
perturbação de eixo I. No grupo da síndrome têm das suas dificuldades na interacção social,
de Asperger e das perturbações pervasivas não o que, por sua vez, é preditivo de um aumen‑
especificadas, 100% dos sujeitos tinham pelo to dos sintomas de depressão29. A presença de
menos uma comorbilidade de eixo I26. história de patologia depressiva em familiares
Bradley, em 2004, descobriu que adolescen‑ de primeiro grau é um factor de risco impor‑
tes e adultos com autismo e atraso mental tante, quer para os indivíduos com PEA com
exibem mais sintomatologia psiquiátrica do alto funcionamento, quer para os com baixo
que aqueles com apenas atraso mental27. Por funcionamento31.
sintomas têm um elevado impacto na deterio‑ evoluir desde 1970, época em que o autismo
ração da sua qualidade de vida22. era conceptualizado como uma manifesta‑
ção precoce de esquizofrenia22. Actualmente
Perturbação de Hiperactividade o autismo e a esquizofrenia são considerados
e Défice de Atenção perturbações do neurodesenvolvimento, com
início precoce e tardio, respectivamente. A re‑
Tanto a CID-10 como o DSM‑IV‑TR excluem lação entre autismo e esquizofrenia ainda é
o diagnóstico mútuo de PEA e perturbação de tema de controvérsia e intensa discussão.
hiperactividade com défice de atenção (PHDA). Muitas vezes, os sintomas psicóticos nos pa‑
Este é um tema que tem sido amplamente deba‑ cientes com PEA são erradamente atribuídos
tido: os que apoiam a exclusão enfatizam que os a fenómenos autistas; por outro lado, os
sintomas de défice de atenção, hiperactividade fenómenos autistas assemelham‑se muitas
e impulsividade são comuns nas PEA e devem vezes a sintomas psicóticos. Clinicamente
ser considerados como parte das suas caracte‑ pode ser difícil distinguir as descrições de
rísticas nucleares; os opositores a esta exclusão ideias delirantes ou alucinações e as crenças
argumentam que devem ser considerados diag‑ invulgares, rígidas e mantidas das pessoas
nósticos comórbidos de PHDA e PEA quando com PEA. Em doentes com PEA pode ocorrer
os sintomas de hiperactividade e/ou défice de história de deterioração do funcionamento,
atenção são muito marcados. Os autores que com alterações e bizarrias do comportamen‑
defendem esta última hipótese argumentam to. Ideias delirantes grandiosas e paranóides
que o diagnóstico de PHDA nestes casos pode têm sido descritas em pessoas com síndro‑
conduzir a um tratamento adaptado ao diag‑ me de Asperger. Para além disso, não é raro
nóstico da comorbilidade, que revela melhores indivíduos com síndrome de Asperger de‑
resultados24. Efectivamente, têm sido descritas senvolverem ideias paranóides, devido à má
taxas de cerca de 80 a 83% de sintomas de PHDA interpretação ou insegurança em situações
em crianças com PEA26. Num estudo feito em sociais. Pensamento ilógico e perda de asso‑
adultos com PEA, a taxa foi inferior mas, ain‑ ciações são observados em crianças e adoles‑
da assim, substancial. Os tipos mais comuns de centes com PEA22.
PHDA encontrados em adultos com PEA foram Dados relativos à história familiar apoiam
o tipo combinado e a forma desatenta, o que uma ligação entre PEA e esquizofrenia38. Tem
pode dever‑se à diferente apresentação de PHDA sido proposto que as PEA podem ser um mar‑
no adulto26. O risco de PHDA é semelhante em cador não específico de neurodesenvolvimen‑
homens e mulheres com PEA22. to precocemente anormal, como ocorre na
esquizofrenia. Alguns autores afirmam ainda
Esquizofrenia que as PEA são, possivelmente, um factor de
vulnerabilidade para o desenvolvimento de
O conhecimento científico sobre a relação sintomas psicóticos e esquizofrenia26. Para
entre autismo e esquizofrenia tem vindo a além disso, outros autores descrevem as PEA
prevalência estimada de 1%. Assim, conside‑ 6. Howlin P: Autism spectrum disorders. Psychia‑
ramos que o diagnóstico das PEA no adulto try. 2006; 5(9): 320-324.
e a correcta identificação das comorbilidades 7. Howlin P: Outcome in high‑functioning adults
psiquiátricas constituem um desafio para o with autism with and without early language
qual o clínico terá de estar preparado. delays: implications for the differentiation be‑
tween autism and Asperger syndrome. Journal
Conflitos de Interesse / Conflicting interests: of Autism and Developmental Disorders. 2003;
Os autores declaram não ter nenhum conflito de 33(1): 3-13.
interesses relativamente ao presente artigo. 8. Williams JG, Higgins JPT, Brayne CEG: Syste‑
The authors have declared no competing inter‑ matic review of prevalence studies of autism
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Fontes de Financiamento / Funding: 9. Fombone E: Epidemiological surveys of autism
Não existiram fontes externas de financiamento and other pervasive developmental disorders:
para a realização deste artigo. an update. Journal of Autism and Developmen‑
The authors have declared no external funding tal Disorders. 2003; 33(4): 365- 380.
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