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ASSUNTO P¡GINA
IntroduÁ„o 3
HistÛrico 5
CaracterÌsticas do estado vÌtreo 7
TransiÁ„o vÌtrea 8
Import‚ncia da velocidade de resfriamento 11
Estrutura 13
Tipos de vidros 15
DevitrificaÁ„o 18
Propriedades 20
Viscosidade 22
ResistÍncia mec‚nica 24
ResistÍncia ao choque tÈrmico 27
Durabilidade quÌmica 29
Cor do vidro 31
Propriedades Ûticas 32
Literatura recomendada 35
Bibliografia 35
Aprendeu-se mais a respeito do vidro e de seu processamento nos ˙ltimos 30 anos que
durante toda a histÛria precedente da tecnologia. Os vidros s„o hoje utilizados em quase
todos os aspectos das atividades humanas; em casa, na ciÍncia, na ind˙stria e mesmo em
arte, pois eles podem ser ajustados ‡s suas finalidades.
Algumas embalagens s„o relativamente seguras. Muitas podem ser recicladas. Outras s„o
reutilizadas. Pureza, versatilidade e impermeabilidade s„o outras caracterÌsticas
encontradas isoladamente nas embalagens. Entretanto, especialistas e designers vÍm
reinteradamente reconhecendo que o vidro È o ˙nico material que sintetiza todas essas
qualidades. A tecnologia desenvolvida e aplicada ao vidro permitiu que ele adquirisse
novas vantagens em relaÁ„o a outros materiais. Seu peso foi sensivelmente reduzido, ao
mesmo tempo em que se tornou mais resistente. E como embalagem, o vidro È o ˙nico
material que corresponde plenamente a duas caracterÌsticas essenciais das embalagens
modernas: protege a natureza, pois o vidro È completamente recicl·vel, sendo que um
quilo de vidro usado d· origem a um quilo de vidro novo, e protege o consumidor, n„o
contaminando o produto embalado, n„o exigindo aditivos para proteÁ„o da embalagem e
deixando visÌvel o seu interior.
Alguns vidros podem ser utilizados em temperaturas extremas, enquanto outros sÛ tÍm
utilidade porque se fundem a baixas temperaturas. Algumas peÁas conservam suas
formas mesmo submetidas a mudanÁas extremas de temperatura como entre o fogo e o
gelo, outras podem conduzir ou bloquear a luz. Os vidros podem ter diversos graus de
resistÍncia mec‚nica, ser densos ou leves, imperme·veis ou porosos. Em suas muitas
finalidades, eles podem filtrar, conter, transmitir ou resistir ‡s radiaÁıes eletromagnÈticas
pertencentes a quase todas as faixas do espectro.
As propriedades dos materiais s„o ditadas pelo tipo de ligaÁıes interatÙmicas, pela
microestrutura e pelos defeitos. Devido ‡ vastÌssima, quase infinita, faixa de composiÁ„o
quÌmica dos vidros, onde a maioria dos elementos da tabela periÛdica pode ser
incorporada, estes apresentam uma ampla variaÁ„o de propriedades mec‚nicas, Ûticas,
tÈrmicas, elÈtricas e quÌmicas. As cer‚micas (materiais cristalinos) tambÈm englobam uma
vasta faixa de propriedades, e atÈ nossa intuiÁ„o pode falhar em distinguir um vidro de uma
cer‚mica. V·rias cer‚micas s„o transparentes e v·rios vidros s„o opacos! Somente
tÈcnicas experimentais avanÁadas, como a difraÁ„o de raios-X, podem realmente
diferenciar vidros de cer‚micas.
O vidro que era invariavelmente considerado de pouca resistÍncia mec‚nica pode hoje ser
usado em novas aplicaÁıes, nunca imaginadas poucas dÈcadas atr·s. As tÈcnicas de
tÍmpera tÈrmica e quÌmica s„o respons·veis pela alta resistÍncia de p·ra-brisas de
automÛveis, vidros a prova de bala e lentes de Ûculos. Por outro lado, vidros de "quebra
sob comando" s„o especificados para fazerem exatamente isto; quebram-se da forma que
os usu·rios desejam.
Dessa forma, s„o feitos objetos de vidro das formas mais intrincadas, atravÈs da
dissoluÁ„o ·cida das partes expostas ‡ luz. Uma das magias do vidro È revelada pelas
Natureza, Estrutura e Propriedades do Vidro Mauro Akerman CETEV nov 2000 3
composiÁıes fotocrom·ticas que escurecem sob luz ultravioleta e retomam a cor clara
quando a fonte de luz È removida.
Outra maravilha tecnolÛgica dos nossos dias È a fibra Ûtica utilizada para telecomunicaÁıes
e endoscopia. Nesse caso aparentemente paradoxal a luz pode seguir as mais tortuosas
curvas levando imagens e informaÁıes.
Certas composiÁıes como sÌlica vÌtrea e outras, tem coeficiente de expans„o tÈrmica
prÛximo a zero, podendo sofrer variaÁıes bruscas de temperatura sem alteraÁıes
dimensionais ou trincas. Os vidros s„o normalmente isolantes elÈtricos, entretanto, vidros
porosos tÍm sido impregnados com metais para a formaÁ„o de fibras que s„o
supercondutores de eletricidade. Novos vidros de Ûxidos e n„o-Ûxidos s„o semicondutores
de eletricidade. Alguns s„o condutores iÙnicos e tÍm aplicaÁ„o como eletrÛlitos sÛlidos.
Alguns tipos de vidro s„o sensÌveis a Ìons especÌficos e tÍm larga utilizaÁ„o em an·lises
quÌmicas e clÌnicas. Enzimas podem ser ligadas a vidros microporosos e a tÈcnica promete
uma utilizaÁ„o mais eficiente destas em cat·lise industrial. Recentemente, foram
desenvolvidos os vidros de dissoluÁ„o controlada ou vidros biodegrad·veis. Tais vidros
podem liberar quantidades constantes e predeterminadas, de minutos a anos, de certos
elementos quÌmicos na terra, ·gua, corrente sang¸Ìnea ou sistema digestivo. Sua
utilizaÁ„o em agricultura, biologia e medicina apresenta um potencial vastÌssimo. Uma das
mais impressionantes aplicaÁıes biolÛgicas dos vidros s„o implantes ortopÈdicos, dentes
artificiais e pequenas partes Ûsseas dos chamados "bio-vidros", isto È, vidros compatÌveis
com tecidos vivos.
Uma das propriedades tecnologicamente mais importantes dos vidros È a alta durabilidade
quÌmica de certas composiÁıes. Vidros milenares s„o conhecidos sem apresentarem
sinais de deterioraÁ„o. Seu uso como recipientes de reagentes quÌmicos e produtos
farmacÍuticos, em vidraria de laboratÛrios e tubulaÁıes de ind˙strias quÌmicas est·
diretamente relacionado a essa caracterÌstica. Seu emprego para a imobilizaÁ„o de
resÌduos radioativos, provenientes das usinas nucleares, È devido basicamente a sua alta
durabilidade quÌmica por longos perÌodos.
Um dos materiais mais espetaculares dos nossos tempos s„o os vitro-cer‚micos, i.e.,
materiais policristalinos obtidos da cristalizaÁ„o controlada de vidros, tendo, ao contr·rio
das cer‚micas, ausÍncia de poros e gr„os muito pequenos (400-10.000 ‚ngstron). Esses
materiais, em geral, apresentam propriedades inusitadas, dificilmente alcanÁadas por
outros materiais. Podemos listar aplicaÁıes de vitro-cer‚micos nas ind˙strias quÌmica,
mec‚nica, eletrÙnica, de equipamentos mÈdicos e cientÌficos e atÈ na ind˙stria bÈlica:
cones de mÌsseis, por exemplo, s„o feitos de vitro-cer‚micos.
Numa lista das 10 maiores inovaÁıes tecnolÛgicas no Jap„o em 1983, onde convivem
desenvolvimentos fant·sticos como biotecnologia e supercomputadores, trÍs s„o
diretamente relacionados a vidros e cer‚micas (fibras Ûticas, cer‚micas especiais e novos
materiais). Para nos situarmos, vale a pena lembrar que o preÁo mÈdio de venda de
recipientes de vidro È US$ 0.30/Kg, enquanto que fibras Ûticas para telecomunicaÁıes
podem custar US$ 100,00/Kg.
Natureza, Estrutura e Propriedades do Vidro Mauro Akerman CETEV nov 2000 4
HIST”RICO
Os fenÌcios caÌram de joelhos, acreditando que, durante a noite, algum gÍnio desconhecido
realizara aquele milagre, mas o s·bio Zelu, chefe da caravana, percebeu que, sob os
blocos de trona tambÈm a areia desaparecera. Os fogos foram ent„o reacesos e, durante a
tarde, uma esteira de lÌquido rubro e fumegante escorreu das cinzas. Antes que a areia
incandescente se solidificasse, Zelu tocou, com uma faca, aquele lÌquido e lhe conferiu
uma forma que embora aleatÛria era maravilhosa, arrancando gritos de espanto dos
mercadores fenÌcios. O vidro estava descoberto.
A evoluÁ„o da industria do vidro È marcada por fatos que, embora analisados sob os
conhecimentos de hoje pareÁam simples, s„o na verdade repletos de criatividade e
inventividade.
AtÈ 1500 a.C., o vidro tinha pouca utilidade pr·tica e era empregado principalmente como
adorno. A partir desta Època no Egito iniciou-se a produÁ„o de recipientes da seguinte
maneira: a partir do vidro fundido faziam-se filetes que eram enrolados em forma de espiral
em moldes de argila. Quando o vidro se esfriava tirava-se a argila do interior e se obtinha
um frasco, que pela dificuldade de obtenÁ„o era somente acessÌvel aos muito ricos.
Por volta de 300 a.C., uma grande descoberta revolucionou o vidro: o sopro, que consiste
em colher uma pequena porÁ„o do material em fus„o com a ponta de um tubo (o vidro
fundido È viscoso como o mel) e soprar pela outra extremidade, de maneira a se produzir
uma bolha no interior da massa que passar· a ser a parte interna do embalagem. A partir
daÌ ficou mais f·cil a obtenÁ„o de frascos e recipientes em geral. E para termos noÁ„o da
import‚ncia desta descoberta, basta dizer que ainda hoje, mais de 2000 anos depois, se
utiliza o princÌpio do sopro para moldar embalagens mesmo nos mais modernos
equipamentos.
Por volta do ano de 1200 da nossa era, os vidreiros foram confinados na ilha de Murano ao
lado de Veneza na It·lia, para que n„o se espalhassem os conhecimentos vidreiros que
eram passados de pai para filho. L· uma nova descoberta: a produÁ„o de um vidro muito
claro e transparente que foi denominado de ìcristalloî por ter a transparÍncia de um cristal.
Ainda hoje se chamam ìcristaisî os vidros mais finos de mesa.
A partir deste vidro claro e lÌmpido puderam ser criadas lentes e com elas serem
inventados os binÛculos(1590) e os telescÛpios(1611), com os quais pode-se comeÁar a
desvendar os segredos do universo. TambÈm nesta Època, graÁas a produÁ„o dos
recipientes especiais e termÙmetros de laboratÛrio, houve um grande desenvolvimento da
QuÌmica.
Em 1665, durante o reinado de LuÌs XIV, foi fundada na FranÁa a companhia que viria a ser
a Saint Gobain, com a finalidade de produzir vidros para espelhos, evitando assim a
dependÍncia sobre Veneza. No inÌcio foi utilizada a tecnologia veneziana de sopro, mas a
partir de 1685, atravÈs de um mÈtodo novo, que consistia na deposiÁ„o da massa lÌquida
de vidro sobre uma grande mesa met·lica sendo passado por cima um rolo, da mesma
maneira como se faz massa de pastel. O vidro assim obtido devia ser polido para a
produÁ„o de espelhos pois, suas superfÌcies eram muito irregulares.
Muitas outras aplicaÁıes surgiram para o vidro: as fibras que tanto servem para isolamento
tÈrmico e ac˙stico, como para reforÁo de outros materiais. As fibras Ûticas que substituem
com enormes vantagens os tradicionais cabos de cobre e alumÌnio utilizados em
comunicaÁıes, l‚mpadas, isoladores, etc..
Apesar de todos estes avanÁos, ainda hoje È forte o apelo artÌstico do vidro e em Murano
continua a tradiÁ„o da produÁ„o de vidros manuais, decorativos e utilit·rios, nas mais
diversas cores, apreciados em todo mundo. A Saint Gobain mantÈm uma f·brica na FranÁa
que produz vidros em infinitas cores, de forma manual, como h· muitos sÈculos, para a
produÁ„o de vitrais. Aqui no Brasil a nossa ìMuranoî È PoÁos de Caldas em Minas Gerais,
onde se concentram diversos artistas vidreiros.
Muitos tecnÛlogos em vidro objetam estas definiÁıes. Estes trabalhadores preparam vidro
esfriando um banho lÌquido de maneira que este n„o cristalize, e acham que este processo
È uma caracterÌstica essencial de um vidro. Muitos pioneiros escritores insistem neste
critÈrio como È definido o vidro pela ASTM (sociedade americana de padronizaÁ„o): ìVidro
È um produto inorg‚nico de fus„o que foi esfriado atÈ uma condiÁ„o rÌgida sem
cristalizaÁ„oî. A dificuldade desta definiÁ„o È que ela se presta para a maioria dos vidros
que conhecemos, como os planos, de embalagem, fibras, etc., porÈm existem muitos
vidros de origem inorg‚nica, ou formados sem a prÈvia fus„o, sem nenhuma diferenÁa de
estrutura ou propriedades dos vidros obtidos a partir de fus„o.
Para nÛs a melhor definiÁ„o, inclusive por que nos auxilia a compreender uma sÈrie de
caracterÌsticas e propriedades que o vidro apresenta È:
Figura 1
Todo material possui uma temperatura caracterÌstica de fus„o; por exemplo a da ·gua È 0
o
C, a do alumÌnio 660 oC, do merc˙rio È -38 oC, e assim por diante. Isto significa, que acima
de sua temperatura de fus„o (Tf) o estado em que o material vai estar È o lÌquido e abaixo
È o sÛlido.
Cristais s„o constituÌdos por arranjos ordenados de molÈculas que se repetem em perÌodos
regulares.
Voltemos ao ponto B e imaginemos que o resfriamento esta sendo feito muito rapidamente
e n„o houve tempo para que as molÈculas se deslocassem umas em relaÁ„o ‡s outras
para constituir os cristais, desta maneira obtendo-se um lÌquido superresfriado, onde a
reduÁ„o de volume sÛ continua devido ‡ diminuiÁ„o do agitamento tÈrmico, mas ainda n„o
houve possibilidade de cristalizaÁ„o.
Imagine ainda, para piorar mais a situaÁ„o, que a viscosidade deste lÌquido aumentasse
muito com o abaixamento de temperatura, como o mel por exemplo. Chegamos a um ponto
E, a partir do qual a viscosidade È t„o alta que impossibilita qualquer movimentaÁ„o de
molÈculas, umas em relaÁ„o ‡s outras, e portanto a cristalizaÁ„o. A partir deste ponto E o
material embora continue com a caracterÌstica de um lÌquido, isto È, suas molÈculas
amontoadas ao acaso sem um arranjo definido, ele passa a se comportar
semelhantemente ao sÛlido cristalino.
Teoricamente ent„o poderÌamos dizer que È possÌvel existir vidros de qualquer material,
bastando que se esfriasse suficientemente r·pido para tanto. Na pr·tica porÈm, n„o È bem
assim, e os materiais que podem vir a constituir vidros s„o aqueles que possuem a
caracterÌstica de ter uma grande alteraÁ„o de viscosidade com a mudanÁa de temperatura.
Portanto, resumindo, para termos um vidro, na sua forma mais ìpopularî como os de
garrafas e de janelas, precisamos antes ter um lÌquido fundido que tenha a caracterÌstica
de ser viscoso e ter aumentada muito a sua viscosidade durante o esfriamento, e que,
finalmente apresente a transiÁ„o vÌtrea.
Figura 3
Aqui podemos observar que a temperatura de transiÁ„o (Tg) na verdade n„o È um ponto
fixo, mas sim uma faixa, e dentro desta faixa Tg pode assumir diversos valores de acordo
com a velocidade de resfriamento do material.
Isto significa que na pr·tica, quando passamos do ponto B a partir de A, e estamos na fase
de lÌquido superesfriado, existe um inÌcio de arranjo dos ·tomos com os seus vizinhos
porÈm, n„o h· tempo suficiente para formar os cristais. Quando o esfriamento È mais lento
este arranjo pode atingir um n˙mero maior deles. De qualquer forma este rearranjo para ao
passar pela Tg, que passa ent„o a ser dependente, n„o apenas do material, mas tambÈm
de sua velocidade de esfriamento.
Neste gr·fico pode se observar que uma determinada massa de um vidro que sofreu
esfriamento r·pido, por ter tido menos chance de se rearranjar, ocupa um volume maior, ou
seja, tem menor densidade que o mesmo vidro esfriado lentamente.
Tomemos o exemplo de uma garrafa: ela È produzida, a grosso modo, a partir de uma gota
de vidro dentro de um molde met·lico que apresenta a sua forma externa. Dentro desta
gota se assopra uma bolha de ar que pela aÁ„o da press„o vai crescer e empurrar o vidro
contra o molde met·lico. Enquanto isto acontece, o vidro vai se esfriando e, quando ele
estiver todo abaixo de Tg, podemos abrir o molde e j· teremos a nossa garrafa.
Evitar estas tensıes È impossÌvel pois elas s„o inerentes ao processo, ent„o o que se deve
fazer È elimin·-las ou ao menos reduzi-las a um nÌvel toler·vel.
Este mesmo princÌpio È aplicado na tempera do vidro: A peÁa È aquecida atÈ Tg, depois
esfriada igualmente em toda a superfÌcie por jatos de ar. A pele (camada superficial) de
toda a peÁa vai se esfriar rapidamente, enquanto o n˙cleo, protegido pela pele, vai se
esfriar mais lentamente. Desta forma no final a pele vai querer toda ela ocupar um espaÁo
maior que o n˙cleo, isto È ela gostaria de crescer, mas o n˙cleo n„o deixa. Como resultado
final a superfÌcie fica em compress„o e o n˙cleo em traÁ„o.
Vidros silicatos, assim como minerais, n„o s„o compostos por molÈculas discretas, mas
por redes conectadas tridimensionalmente. A unidade b·sica da rede de sÌlica È o tetraedro
silÌcio-oxigÍnio (figura 4), no qual um ·tomo de silÌcio est· ligado a quatro ·tomos de
oxigÍnio maiores. Os ·tomos de oxigÍnio se dispıem espacialmente, formando um
tetraedro.
Figura 5
Vidro sÛdo-c·lcico
Figura 6
Quantidades apreci·veis de muitos Ûxidos inorg‚nicos podem ser incorporados aos vidros
ao silicato. Elementos que podem substituir o silÌcio s„o chamados "formadores de rede". A
maioria dos c·tions mono e bivalentes n„o entram na rede, mas formam ligaÁıes iÙnicas
com oxigÍnios n„o pontantes e s„o chamados "modificadores de rede". Alguns Ìons
bivalentes, como magnÈsio e zinco, podem tanto ser formadores ou modificadores de rede,
dependendo da natureza e quantidades dos outros constituintes na composiÁ„o do vidro.
I. SÕLICA VÕTREA
Este vidro pode ser preparado, aquecendo-se areia de sÌlica ou cristais de quartzo atÈ uma
temperatura acima do ponto de fus„o da sÌlica, 1725 oC. Por causa da sua natureza de
rede tridimensional, tanto para a sÌlica cristalina como a vÌtrea, o processo de fus„o È muito
lento. O vidro resultante È t„o viscoso que qualquer bolha de g·s formada durante o
processo de fus„o n„o se liberta, por si sÛ, do banho.
Uma segunda tÈcnica para se produzir sÌlica vÌtrea È um processo de deposiÁ„o de vapor.
Neste processo, tetracloreto de silÌcio reage com oxigÍnio a temperaturas acima de 1500
o
C. PartÌculas de sÌlica finamente divididas s„o formadas, as quais podem ser consolidadas
coletando-as em um substrato mantido em temperaturas superiores a 1800 oC.
SÌlica vÌtrea tem um coeficiente de expans„o tÈrmico muito baixo, sendo ideal para janelas
de veÌculos espaciais, espelhos astronÙmicos, e outras aplicaÁıes aonde s„o exigidas
baixa expans„o tÈrmica a fim de se ter resistÍncia a choques tÈrmicos ou estabilidade
dimensional.
Devido ‡ extrema pureza obtida pelo processo de deposiÁ„o de vapor, sÌlica vÌtrea È
utilizada para produÁ„o de fibras Ûticas.
Os Ûxidos alcalinos s„o normalmente incorporados nas composiÁıes dos vidros como
carbonatos. Acima de 550 oC os carbonatos reagem com a sÌlica formando um lÌquido
silicoso e, se a proporÁ„o de carbonato alcalino e sÌlica for adequada, formar· um vidro
com o resfriamento. Ainda que estas reaÁıes aconteÁam abaixo do ponto de fus„o da
sÌlica, tecnÛlogos vidreiros referem-se a este processo como fus„o.
As composiÁıes da maioria dos vidros sodo-c·lcicos est„o dentro de uma faixa estreita de
composiÁ„o. Eles contÍm, normalmente, entre 8 e 12 por cento em peso de Ûxido de c·lcio
e de 12 a 17 por cento de Ûxido alcalino (principalmente Ûxido de sÛdio). Muito c·lcio faz
com que o vidro tenha tendÍncia a devitrificar(cristalizar) durante o processo de produÁ„o.
Muito pouco c·lcio ou alto teor em alcalinos resulta um vidro com baixa durabilidade
quÌmica.
Vidro ao chumbo È o vidro nobre aplicado em copos e taÁas finas conhecido como ìcristalî,
termo ambÌguo pois, j· sabemos que o vidro n„o È um material cristalino.
Devido ao fato do Ûxido de chumbo ser um bom fluxo e n„o abaixar a resistividade elÈtrica,
como fazem os Ûxidos alcalinos, vidros ao chumbo s„o usados largamente na ind˙stria
eletro-eletrÙnica. Funil de tubo de televis„o a cores È um exemplo de aplicaÁ„o comercial
devido essas caracterÌsticas elÈtricas, assim como da propriedade de absorÁ„o dos raios X
destes vidros.
Vidros ao chumbo s„o tambÈm utilizados em Ûtica, devido aos seus altos Ìndices de
refraÁ„o.
V. VIDROS BOROSSILICATOS
Os vidros borossilicatos apresentam alta resistÍncia ao choque tÈrmico e por isso s„o
empregados em produtos de mesa que podem ser levados ao forno. … o caso do Pyrex e
do Marinex.
Por outro lado, se o resfriamento for r·pido, provocando um aumento de viscosidade que
impeÁa as molÈculas de ocuparem as posiÁıes que elas ìgostariamî e ent„o a estrutura do
lÌquido se mantÈm a ìcontragostoî, sem a ordenaÁ„o dos cristais, o equilÌbrio È
metaest·vel.
Para tornar mais clara a idÈia de estabilidade e metaestabilidade observe a figura 7 abaixo.
Podemos dizer que a bolinha em A se encontra numa posiÁ„o metaest·vel e a em B
numa posiÁ„o est·vel pois, se n„o fizermos nada com a bolinha em A ela pode ficar nesta
posiÁ„o indefinitivamente. PorÈm, se a partir de A for dado um empurr„ozinho na bolinha
suficiente para que ela passe de C, isto È, se fornecermos um pouco de energia, ela
espontaneamente vai passar a ocupar a posiÁ„o B, que È o ponto onde vai apresentar o
menor nÌvel de energia potencial no sistema (lembra-se da energia potencial que È
diretamente proporcional ‡ altura em que se encontra o corpo?).
O ponto C È dito de equilÌbrio inst·vel pois, se colocarmos uma bolinha l· com muito
cuidado ela pode permanecer porÈm, qualquer brisa ser· suficiente para que a bolinha v·
se acomodar ou em A ou em B
Por outro lado, a bolinha que se encontra na posiÁ„o B, a mais est·vel, para chegar ao
ponto A deve receber energia suficiente para passar o ponto C ou seja, mais energia do
que ter· quando estiver estacionada no ponto A.
As propriedades dos vidros, assim como de todos os outros materiais, dependem de suas
caracterÌsticas estruturais. A estrutura por sua vez, esta condicionada principalmente pela
composiÁ„o quÌmica, e em menor escala tambÈm pela histÛria tÈrmica.
A variaÁ„o das propriedades com a composiÁ„o pode ser avaliada, com certa
aproximaÁ„o, em funÁ„o da concentraÁ„o dos componentes, mediante expressıes lineares
nas quais intervÍm fatores de proporcionalidade obtidos experimentalmente para cada
Ûxido e para cada propriedade. Entretanto, deve-se advertir que as faixas de aplicaÁ„o
destas fÛrmulas aditivas s„o mais ou menos restritas, j· que perdem sua validade quando
as mudanÁas de composiÁ„o provocam mudanÁas estruturais no vidro, ou dÍem lugar a
interaÁ„o entre seus componentes.
Com relaÁ„o ‡ histÛria tÈrmica, j· vimos que a velocidade com a qual È efetuado o
resfriamento do vidro dentro do intervalo de transformaÁ„o, ou dito de outra forma, o tempo
que o vidro teve para dissipaÁ„o do calor, determina o seu grau de relaxaÁ„o estrutural que
influi sobre suas caracterÌsticas finais.
Por exemplo:
N„o esquecer que a soma de todos os Ûxidos presentes na composiÁ„o do vidro deve
fechar em 100% e que, quando se diminui ou aumenta determinado Ûxido, outro ou outros
devem aumentar ou diminuir sua participaÁ„o pois, o total sempre deve ser 100%, e na
estimativa dos efeitos sobre as propriedades, todos devem ser considerados.
Por exemplo, se foi retirado 1% de Na2O e em seu lugar foi acrescentado 1% de SiO2, o
efeito sobre o aumento da viscosidade È dobrado pois, ambas modificaÁıes v„o no mesmo
sentido de aumento de viscosidade.
CaO
DURABILIDADE
MgO
DENSIDADE ZnO
BaO
Al2O3
PbO
VISCOSIDADE
Li2O
SiO2
A temperatura m·xima de fus„o È determinada como sendo aquela na qual o vidro que
esta sendo elaborado atinja uma fluidez tal (fluidez È o contr·rio de viscosidade) que
permita a retirada de bolhas e homogeneizaÁ„o quÌmica necess·ria para o produto. Para o
inÌcio da conformaÁ„o, a viscosidade deve ser tal que permita a deformaÁ„o do vidro sem
grandes esforÁos, mas tambÈm, n„o pode ser muito baixa(como a ·gua por exemplo) de
maneira a preservar a forma adquirida. Ao final da conformaÁ„o, a viscosidade deve j·
estar num nÌvel tal que seja mantida a forma final da peÁa.
Na tabela a seguir, s„o apresentados valores tÌpicos de viscosidade para diversos fluidos.
Tabela 2
Figura 9
O vidro È um material fr·gil, porÈm n„o fraco. Ele tem grande resistÍncia ‡ ruptura,
podendo mesmo ser utilizado em pisos, È duro e rÌgido, porÈm n„o tenaz n„o sendo
apropriado para aplicaÁıes sujeitas a impactos.
Se compararmos o vidro com um material tenaz, o aÁo por exemplo, quando este ˙ltimo È
submetido a cargas crescentes num ensaio de traÁ„o existe uma fase em que ele se
comporta como uma mola e quando cessada a forÁa que o deforma, retorna ‡ forma
original. PorÈm chegando-se a um valor de tens„o, denominado limite de resistÍncia, ele
vai se deformar plasticamente (n„o volta mais ‡ forma original) e se continuar a aumentar o
esforÁo vai se romper no valor conhecido como limite de ruptura.
O vidro na regi„o el·stica se comporta como o aÁo. Quando a tens„o cessa ele volta ao
formato original. PorÈm o vidro n„o se deforma plasticamente ‡ temperatura ambiente e ao
passar seu limite de resistÍncia se rompe catastroficamente. Em outras palavras o vidro
n„o ìavisaî que vai se romper. Ele simplesmente se rompe. Seu limite de resistÍncia È
igual ao limite de ruptura.
Este fato intrigou os cientistas por muito tempo que comeÁaram a perceber que a
resistÍncia varia sobretudo em funÁ„o do estado de superfÌcie do material, obedecendo
A magnitude das tensıes concentradas em microtrincas (ou defeitos) pÙde ser estimada
atravÈs do trabalho de um pesquisador chamado Inglis em 1913. Um furo de forma elÌptica
numa placa fina submetida a traÁ„o uniaxial È mostrado na figura 10. A tenÁ„o m·xima
σmax È a tens„o de traÁ„o no ponto A, com direÁ„o paralela ‡ tens„o aplicada σ e podendo
atingir diversas vezes o valor desta. Quando σmax supera a tens„o teÛrica de resistÍncia do
material a trinca cresce rapidamente provocando a quebra da peÁa.
Para uma trinca de dimensıes finitas, tais como por exemplo c = 10b, a tens„o m·xima
pode ser avaliada como σmax = 21σ.
Pouco pode ser feito em termos de an·lise quÌmica do vidro para se aumentar sua
resistÍncia mec‚nica pois, os fatores que determinam o estado da superfÌcie, tem
participaÁ„o muito superior que as ligaÁıes entre as molÈculas.
Tudo o que est· sendo dito refere-se a vidros corretamente elaborados, homogÍneos e
bem afinados, pois tanto heterogeneidades quÌmicas como inclusıes na massa criam
tensıes que n„o podem ser removidas no recozimento e podem causar a quebra, ou
intensificar a fragilidade.
No caso de garrafas pode-se tomar precauÁıes quando de seu projeto deixando regiıes
preferenciais de contato, que È onde se concentram os choques e atritos que produzem
trincas, onde se deixa uma camada de vidro maior que protege o corpo da peÁa. Isto pode
ser observado nas garrafas de 600ml de cerveja ou nas tradicionais garrafas de Coca-Cola.
O vidro È um material mal condutor de calor, isto È, se por exemplo em um dos lados de
uma vidraÁa se aquece, a face do vidro deste lado esquenta porÈm o calor leva um certo
tempo atÈ atravessar a espessura e aquecer a outra face, pois o vidro oferece resistÍncia ‡
passagem do calor.
Quanto mais fina for a peÁa, ainda que produzida com o mesmo vidro, menores ser„o as
diferenÁas de temperatura entre os pontos frios e quentes e portanto mais resistente ela
ser· ao choque tÈrmico.
A quebra sempre se d· na regi„o mais fria da peÁa, onde ocorre a traÁ„o, e comumente o
risco maior de quebra È quando o vidro est· quente e sofre um esfriamento r·pido. Por
exemplo: tirar uma peÁa do forno e coloc·-la sob a torneira ou sobre uma superfÌcie
met·lica fria.
2 A mudanÁa da composiÁ„o do vidro para outra que dilate menos com o aquecimento, …
o caso do nosso Marinex, que trata-se de um vidro borossilicato, que dilata cerca de 50%
menos do que um vidro sodoc·lcico para as mesmas temperaturas, e por isso pode resistir
a esfriamentos bruscos de atÈ 150 oC. Este vidro quando temperado pode ainda atingir
resistÍncia a choques de atÈ 400 oC.
Existem vidros ainda mais resistentes como os de sÌlica pura, que por sua dificuldade de
obtenÁ„o e por conseq¸Íncia alto custo, sÛ s„o empregados em aplicaÁıes especiais. Eles
quase n„o se dilatam com o aquecimento e portanto tem uma resistÍncia ao choque
tÈrmico enorme. Podem receber a chama diretamente e ser colocados em seguida sob
·gua fria sem trincar.
Existe uma famÌlia de materiais chamada de vitrocer‚micos que a grosso modo s„o
constituÌdos de uma base de vidro onde se formou cristais controladamente. Estes cristais
podem ser t„o pequenos que n„o impedem a passagem da luz deixando este material com
o mesmo aspecto do vidro. Uma caracterÌstica muito explorada destes materiais È
justamente sua baixa dilataÁ„o tÈrmica, semelhante ‡ do vidro de sÌlica pura, sendo por
isso empregados em panelas e frigideiras que podem receber a chama diretamente, assim
como em mesas de fogıes elÈtricos, onde as resistÍncias de aquecimento s„o fixadas
diretamente sobre a chapa de vitrocer‚mico.
Os vidros s„o muito resistentes a soluÁıes ·cidas, e levemente b·sicas (pH < 9), porÈm
s„o atac·veis por soluÁıes b·sicas. A ˙nica exceÁ„o È o ·cido fluorÌdrico (HF).
O gr·fico da figura 11, a seguir, mostra a quantidade de sÌlica removida de um vidro por
soluÁıes com diferentes valores de pH. AtÈ 9 a retirada de sÌlica, isto È, o ataque È muito
pequeno porÈm aumentando muito para valores superiores.
Est·gio 1
O primeiro est·gio do ataque È um processo que envolve a troca iÙnica entre os Ìons
alcalinos e alcalinos terrosos (sÛdio, pot·ssio, c·lcio e magnÈsio) do vidro e os Ìons
hidroxila (OH) da soluÁ„o. Durante esta etapa a estrutura da sÌlica n„o È alterada. Como
resultado da reaÁ„o de lixiviaÁ„o, a soluÁ„o recebe alcalinos e tem o seu pH aumentado.
Por outro lado, se o est·gio 1 ocorreu em uma situaÁ„o em que a quantidade de soluÁ„o È
muito pequena, por ex. gotÌculas de umidade que condensam na superfÌcie do vidro
estocado em armazÈns devido aos ciclos de temperatura e umidade ocasionados pela
seq¸Íncia dia-noite. Nestas gotÌculas a quantidade de ·gua È muito pequena e a pouca
quantidade de alcalinos lixiviado È suficiente para aumentar o pH acima de 9. Mesmo que
as gotÌculas durante o dia sequem, os alcalinos permanecem na superfÌcie e na prÛxima
condensaÁ„o somam-se aos novos alcalinos recÈm-extraÌdos.
Esta soluÁ„o alcalina com pH superior a 9 passa ent„o a atacar a estrutura de sÌlica do
vidro fazendo com que sua superfÌcie perca o brilho e adquira uma certa coloraÁ„o como
manchas de Ûleo e, por isso, este fenÙmeno È conhecido entre os vidreiros como ìirisaÁ„oî.
Devido ao seu mecanismo, a corros„o do vidro ocorre muito mais freq¸entemente durante
sua estocagem do que durante o uso propriamente dito. Chapas de vidro estocadas em um
ambiente ˙mido como, por exemplo, a garagem de um prÈdio em construÁ„o podem se
irisar rapidamente, mas podem permanecer durante sÈculos instaladas em uma janela pois
os alcalinos que saem do vidro e se acumulam na superfÌcie s„o removidos pela chuva e
lavagens sem que nunca chegue ao est·gio 2.
A estocagem do vidro deve ser realizada em ambientes arejados, sendo que o ideal seriam
armazÈns climatizados onde a temperatura variasse muito pouco.
No caso de chapas de vidro plano utiliza-se um papel entre elas, sendo que este papel
deve ser ·cido.
Existem tambÈm alguns tratamentos que podem ser aplicados ao vidro para aumentar sua
resistÍncia quÌmica. Eles consistem em retirar parte dos alcalinos da superfÌcie, criando
assim uma pelÌcula desalcalinizada e mais resistente.
Para nÛs a cor È uma propriedade muito importante e a tratamos com muito cuidado. Para
comeÁar quando nos referimos a esta ou aquela cor evitamos confiar apenas nos nossos
sentimentos e transformamos as mesmas em n˙meros. Desta maneira podemos comparar
cores produzidas com anos de diferenÁa e ainda em f·bricas diferentes sem depender da
nossa memÛria (vocÍ j· tentou explicar uma cor para outra pessoa pelo telefone?), afinal
nossos produtos s„o feitos para durarem muitos e muitos anos.
Quando colocamos uma amostra de vidro no equipamento de medir cor, que È chamado de
colorÌmetro, este nos fornece n˙meros que permitem localizar a cor no gr·fico da figura ao
lado. Cada ponto corresponde a uma ˙nica cor, e se dois vidros fabricados em Èpocas ou
locais diferentes tem as suas mediÁıes coincidindo com o mesmo ponto podemos afirmar
com certeza que a cor È a mesma, independente de quem ou quando a veja.
Nesta figura tambÈm est„o indicados o efeito de alguns das subst‚ncias que adicionamos
ao vidro e que nos permite obter diversas cores. Isto significa o seguinte: se fundirmos um
vidro sem a presenÁa de nenhum colorante, ele ser· incolor. Medindo a cor teremos o
ponto central do gr·fico. Mas se acrescentarmos pequenas quantidades de um colorante
deslocamos este ponto para o lado da cor correspondente.
AtravÈs da experiÍncia sabemos o efeito de diversos materiais sobre a cor, como esta
indicado no gr·fico, ent„o para produzir determinada cor basta acrescentar o colorante
correspondente.
Pode se ter situaÁıes em que utilizamos mais que um colorante pois a cor que
necessitamos È intermedi·ria entre dois materiais. Ai complica um pouco a operaÁ„o mas o
princÌpio continua o mesmo.
amarelo
Cromo
NÌquel
SelÍnio
Ferro
ManganÍs
verde vermelho
Figura12
Cobalto
Cobre
azul
PROPRIEDADES ”TICAS
O vidro por n„o apresentar estrutura cristalina mas sim randÙmica em todas as
direÁıes, tem a caracterÌstica de ser isotrÛpico, isto È, suas propriedades independem
da posiÁ„o na qual s„o analisadas. Portanto quando uma massa de vidro È homogÍnea
e n„o sujeita a tensıes, ela È opticamente isotrÛpica.
Quando um feixe de luz incide sobre uma superfÌcie de vidro, parte da luz È refletida e
o restante passa para dentro do vidro, onde, devido ‡ maior densidade deste, o feixe È
desviado, ou refratado. Parte da energia luminosa È perdida por absorÁ„o no vidro.
Com a saÌda do feixe pela superfÌcie oposta, o fenÙmeno de reflex„o e refraÁ„o se
repete. A transmit‚ncia do vidro È a relaÁ„o entre a intensidade do feixe emergente e a
intensidade do feixe incidente.
I
I
i
superfÌcie
If
r
t tt r I2 R
I2
superfÌcie
I3
I = Intensidade do raio incidente
IR = Raio refletido
If = I ñ IR = Intensidade do raio entrando no vidro
- t
I2 = If e β = Intensidade do raio apÛs atravessar a espessura do vidro
t = Espessura
I2R = Raio refletido da superfÌcie emergente
I3 = Intensidade do raio emergente = I2 - I2R
i = ¬ngulo de incidÍncia
r = ¬ngulo de refraÁ„o
η = Õndice de refraÁ„o = sen i / sen r
Figura 13
REFRA«=O
Quando a luz passa do ar para um meio Ûtico mais denso, como o vidro, sua
velocidade È reduzida. A relaÁ„o entre estas velocidades È conhecida como Ìndice de
refraÁ„o (η) do meio mais denso.
velocidade no ar
η=
velocidade no vidro
O comprimento de onda da luz È sua velocidade no v·cuo (3 x 1010 cm/s) dividida por
sua freq¸Íncia de vibraÁ„o. Em materiais mais densos, o comprimento de onda ser·
reduzido de maneira inversamente proporcional ao Ìndice de refraÁ„o, na freq¸Íncia
particularmente considerada.
dη
coeficiente de dispers„o =
dλ
REFLEX=O
η−1 2
R=( )
η+1
A tabela a seguir mostra perdas por reflexo calculadas a partir da equaÁ„o de Fresnel
(v·lida para ‚ngulo de incidÍncia de atÈ 20o).
η R(%)
1,45 3,36
1,50 4,00
1,55 4,65
2,00 11,11
Por esta raz„o È que os vidros mais densos, como os vidros ao chumbo, apresentam a
caracterÌstica de serem mais brilhantes e s„o empregados na produÁ„o de lustres e
peÁas mais ìnobresî.
Reflet‚ncia superficial pode ser reduzida grandemente pela aplicaÁ„o de uma pelÌcula
anti-reflectiva nas superfÌcies. Estas pelÌculas tÍm o efeito de aumentar a eficiÍncia de
transmiss„o do vidro, reduzindo o brilho da luz refletida. Sua espessura È
aproximadamente um quarto do comprimento de onda, produzindo interferÍncia entre
dois feixes refletidos. NeutralizaÁ„o total sÛ È possÌvel em um comprimento de onda,
porÈm, com luz branca comum a perda por reflex„o pode ser reduzida em atÈ 75%.
Este processo È bastante aplicado em Ûculos.
Para aqueles que desejarem se aprofundar mais nos temas aqui apresentados s„o
apresentadas a seguir algumas sugestıes:
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
El Vidreo ñ Navarro
Stage A ñ Universite Europeene du Verre ñ Saint Gobain
Apostila da Escola do Vidro ñ Edgar Dutra Zanotto
Apostila da Escola do Vidro ñ Oscar Peitl Filho
Chemistry of Glass ñ Vogel
Le Verre ñ Scholze
Apostila: A ElaboraÁ„o do Vidro ñ Mauro Akerman 1990
Vidros: Arte, CiÍncia e Tecnologia de 4000 a.C. a 2000 d.C - Edgar Dutra Zanotto