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Disciplina Técnica
CSB
o 50 horas
o 60 aulas
1.Princípios da prevenção e controlo da infeção, medidas e
recomendações
Doença
Ocorre quando se verifique uma alteração do estado normal do organismo.
Infeção
Implica a colonização, multiplicação, invasão ou a persistência dos
microrganismos patogénicos no hospedeiro.
Doença Infeciosa
Alteração do estado de saúde em que parte ou a totalidade do organismo
hospedeiro é incapaz de funcionar normalmente devido à presença dum
organismo ou dos seus produtos.
Patologia ou patogénese
Modo como se originam e desenvolvem as doenças.
Patogenicidade
É a habilidade com que um microrganismo causa infeção, através dos
seus mecanismos estruturais ou bioquímicos.
Virulência
É o grau de patogenicidade de um microrganismo.
1.2. Enquadramento legal do controlo da infeção
Missão:
●O PNCI tem por missão melhorar a qualidade dos cuidados prestados
nas unidades de saúde, através de uma abordagem integrada e
multidisciplinar para a vigilância, a prevenção e o controlo das infeções
associadas aos cuidados de saúde.
Os projetos em desenvolvimento estão dirigidos às seguintes áreas:
●Vigilância epidemiológica
●Desenvolvimento de normas de boas práticas
●Consultadoria e apoio
O Grupo coordenador do PNCI tem dado apoio às CCI, mediante solicitação das CCI
e Conselhos de Administração/Direção. Este apoio/consultadoria tem sido feito a
diversos níveis:
• Visitas aos Hospitais em casos de surtos de infeção, discussão de temáticas
relevantes para as instituições;
• Atividades de formação na área do controlo de infeção – em colaboração com
Hospitais, Administrações regionais de Saúde, Escolas de Enfermagem e Escola
Superior de Tecnologias da Saúde, Escola Nacional de Saúde Pública entre outros;
• Apoio a profissionais na fase académica em cursos de complemento, de
especialização, pós-graduação e mestrado – orientações, tutoria, bibliografia relevante
nos contextos dos diversos cursos;
• Apoio a profissionais que estão em fase de integração nas Comissões de
Controlo de Infeção- colaboração no planeamento dos programas de vigilância
epidemiológica na elaboração de Manuais de normas e formação;
• Apoio às CCI em áreas críticas: cláusulas especiais em cadernos de encargos,
qualidade do are sistemas de renovação de ar, entre outros.
Os membros do PNCI estão disponíveis para colaborar com as Unidades de Saúde
sempre que solicitados, em pareceres técnicos, esclarecimento de dúvidas,
aconselhamento e fornecimento de bibliografia relevante. As solicitações e/ou pedidos
de colaboração deverão ser dirigidos formalmente ao Diretor-geral da Saúde. Uma
Comissão de Controlo de Infeção proporciona um fórum para a cooperação e
participação multidisciplinar e para a partilha de informação. Esta comissão deve incluir
uma ampla representação de outras áreas relevantes: p. ex., Administração, Médicos,
outros Profissionais de Saúde, Microbiologista Clínico, Farmácia, Aprovisionamento,
Serviço de Instalação e Equipamentos, Serviços Hoteleiros, Departamento de Formação.
A comissão deve reportar diretamente à Administração ou à Direção Médica, a fim de
assegurar a visibilidade e a eficácia do programa. Numa emergência (caso de um surto),
esta comissão deve poder reunir-se prontamente. A comissão tem as seguintes funções:
• Rever e aprovar um programa anual de atividades para a VE e prevenção;
• Rever dados de VE e identificar áreas de intervenção;
• Avaliar e promover a melhoria de práticas, a todos os níveis, de prestação de
cuidados de saúde;
• Assegurar a formação adequada dos profissionais em controlo de infeção e
segurança;
• Rever os riscos associados a novas tecnologias e monitorizar o risco de infeção
de novos dispositivos e produtos, antes da aprovação do seu uso;
• Rever e fornecer dados para a investigação de surtos;
• Comunicar e colaborar com outras comissões do hospital com objetivos
comuns, tais como a Comissão de Farmácia e Terapêutica, Comissão de Antibióticos,
Comissão de Higiene e Segurança.
Estão publicadas as seguintes circulares normativas no controlo da infeção:
Para que seja possível o aparecimento de infeção é requerido que estejam presentes as
seguintes condições:
1. Número adequado de agentes patogénicos (inoculo microbiano), variável
consoante a espécie e o estado imunitário do hospedeiro
2. Existência de um reservatório ou fonte onde o microrganismo sobreviva e
possa multiplicar-se
3. Via de transmissão do agente para o hospedeiro
4. Porta de entrada do hospedeiro específica para o agente patogénico (há
especificidade entre microrganismos e capacidade de desencadear doença em órgãos ou
sistemas específicos do hospedeiro)
5. Que o hospedeiro seja suscetível ao agente microbiano, isto é, que não tenha
imunidade ao agente.
À ocorrência destes sucessivos acontecimentos denominamos “Cadeia da Infeção”. As
estratégias de controlo de infeção eficiente e eficaz têm que ter em conta esta sequência,
prevenindo a transferência dos agentes pela interrupção de uma ou mais das ligações
desta “Cadeia de Infeção”.
Temos de considerar neste contexto que a infeção pode ocorrer de forma esporádica,
sem um padrão definido, de forma endémica, isto é com uma frequência mais ou
menos regular em períodos de tempo definidos e ainda de forma epidémica, também
denominada por surtos, em que surge com aumento significativo de casos em relação
ao habitual num período de tempo determinado.
2.2. Reservatórios ou fontes dos microrganismos
As secreções da boca e vias aéreas são húmidas e são expelidas sob forma de gotículas
que incluem células descamadas e microrganismos colonizantes ou infetantes. Mais da
metade da biomassa das fezes é composta de microrganismos, além disso as fezes
podem servir como mecanismo de transmissão dos parasitas intestinais através da
eliminação de ovos.
Na urina podemos encontrar os agentes das infeções génito-urinárias ou
microrganismos que apresentem uma fase septicémica, como é o caso da leptospirose
e febre tifoide.
O mecanismo pelo qual um agente infecioso se propaga e difunde pelo meio ambiente e
atinge hospedeiros suscetíveis constitui a via de transmissão. Esta propagação ou
transmissão do reservatório ou fonte, pode ser direta ou indireta.
Em síntese, para que seja possível surgir um quadro infecioso, o microrganismo tem
que ter acesso a uma porta de entrada que lhe seja favorável, que tenha afinidade
para o tecido em causa e que o inoculo seja suficiente para desencadear a infeção. Para
que ocorra a infeção é necessário que exista um desequilíbrio entre o inoculo e
virulência do microrganismo e as defesas do hospedeiro.
2.6. Resistências antimicrobianas
https://www.youtube.com/watch?time_continue=75&v=yAnQoGIDYZw
https://www.youtube.com/watch?v=AnAQbVzPLQQ
3. Situações de risco em contexto domiciliário e institucional
Entende-se por agentes biológicos, os que resultam da ação de agentes animados como
vírus, bacilos, fungos e bactérias, ou microrganismos (bactérias, vírus, fungos),
incluindo os geneticamente modificados, as culturas de células e os endoparasitas
humanos e outros suscetíveis de provocar infeções, alergias ou intoxicações.
Se não for possível evitar a exposição, esta deverá ser reduzida ao mínimo através da
limitação do número de trabalhadores expostos e da duração da exposição. As medidas
de controlo deverão ser adaptadas ao processo de trabalho e os trabalhadores deverão
estar bem informados no sentido de cumprirem as práticas seguras de trabalho.
As medidas necessárias à eliminação ou redução dos riscos para os trabalhadores
dependerão de cada risco biológico, existindo, no entanto, um número de ações comuns
possíveis de executar:
• Muitos agentes biológicos são transmitidos através do ar, como é o caso das
bactérias exaladas ou das toxinas de grãos bolorentos. Evitar a formação de aerossóis e de
poeiras, mesmo durante as atividades de limpeza ou manutenção.
• Uma boa higiene doméstica, procedimentos de trabalho higiénicos e a utilização de
sinais de aviso pertinentes são elementos-chave da criação de condições de trabalho seguras
e saudáveis.
• Muitos microrganismos desenvolveram mecanismos de sobrevivência ou
resistência ao calor, à desidratação ou à radiação através, por exemplo, da produção de
esporos.
• Adotar medidas de descontaminação de resíduos, equipamento e vestuário, bem
como medidas de higiene adequadas dirigidas aos trabalhadores. Dar instruções sobre a
eliminação com segurança de resíduos, procedimentos de emergência e primeiros socorros.
Em alguns casos, entre as medidas de prevenção conta-se a vacinação, colocada à
disposição dos trabalhadores.
Outras medidas a considerar incluem:
• Fornecimento de equipamento médico mais seguro, como seringas com agulhas
retrácteis;
• Controlo reforçado dos resíduos médicos;
• Melhoria das condições de trabalho, nomeadamente da iluminação;
• Melhoria da organização do trabalho – por exemplo, mediante a redução da
fadiga (associada, nomeadamente, a turnos longos), que pode prejudicar os
trabalhadores–, e da supervisão destinada a garantir o respeito dos métodos de trabalho;
• Equipamento de proteção individual;
• Imunização contra o vírus da hepatite B;
• Métodos de trabalho seguros (não recolocar as tampas bainha nas agulhas);
• Eliminação segura de objetos cortantes e de outros resíduos clínicos;
• Formação e informação.
Seringas com agulhas retrácteis
Tuberculose
https://www.youtube.com/watch?v=F0UVtuoTAGI
É nos grandes centros urbanos como Lisboa, Porto e Setúbal que se verifica a maior
concentração de casos, espelho de uma realidade recente: a associação da tuberculose
à infeção pelo VIH/SIDA, para além dos imigrantes, os sem-abrigo e os
consumidores de drogas injetáveis, cuja estatística demonstra também terem risco
acrescido.
Assiste-se, por outro lado, a uma prevalência crescente da tuberculose multirresistente,
em consequência da resistência das bactérias aos antibióticos, essencialmente devido
ao abandono do tratamento quando os sintomas da doença diminuem ou
desaparecem.
Hepatite A, B e C
https://www.youtube.com/watch?v=gCq6xYzRd4A
https://www.youtube.com/watch?v=aYuxoxQL-xo
Em Portugal, todas as formas clínicas de hepatites víricas fazem parte da lista das
doenças profissionais e são consideradas como tal para os profissionais de saúde, sem
necessidade de fazer prova.
HIV
O uso de EPI constitui-se uma das precauções padrão indicada para reduzir o
risco de transmissão de microrganismos de fontes de infeção, conhecidas ou
não, devendo ser adotado na assistência a todo e qualquer doente e/ou na
manipulação de objetos contaminados ou sob suspeita de contaminação.
A decisão de usar ou não EPI e quais os equipamentos a usar, deve ser baseada numa
avaliação de risco de transmissão de microrganismos ao doente, o risco de
contaminação da roupa, pele ou mucosas dos profissionais com o sangue,
líquidos orgânicos, secreções e excreções do doente.
Dois aspetos importantes relativos aos EPI são a seleção e os requisitos na
utilização.
A seleção dos EPI deverá ter em conta os riscos a que está exposto o trabalhador,
as condições em que trabalha, aparte do corpo a proteger e as características do
próprio trabalhador. Devem ainda obedecer aos requisitos: comodidade, robustez,
leveza e adaptabilidade.
Estão incluídos na categoria de EPI as luvas, máscaras, batas, aventais, óculos,
viseiras, cobertura de cabelo, calçado, entre outros.
Para que qualquer política relacionada com o uso de EPI tenha eficácia é necessário que
os respetivos equipamentos estejam disponíveis, sejam apropriados às condições de
trabalho e risco da instituição, sejam compatíveis entre si (quando usados
simultaneamente), possam ser limpos, desinfetados, mantidos e substituídos quando
necessário (quando não sejam de uso único) e cumpram as diretivas comunitárias
referentes ao seu desenho, certificação e teste.
Os “cinco momentos” para a higiene das mãos na prática clínica são os seguintes:
1. Antes do contacto com o doente;
2. Antes de procedimentos limpos/assépticos;
3. Após risco de exposição a fluidos orgânicos;
4. Após contacto com o doente
5. Após contacto com o ambiente envolvente do doente.
De modo a simplificar a interpretação do vasto leque de conceitos sobre higiene das
mãos, são definidos três métodos a utilizar.
a) Lavagem: higiene das mãos com água e sabão (comum ou com antimicrobiano).
b) Fricção antisséptica: aplicação de um antisséptico de base alcoólica para fricção das
mãos (a sua utilização não necessita de água nem de toalhetes).
c) Preparação pré-cirúrgica das mãos.
Princípios gerais:
• Quer seja usada água e sabão com ou sem antisséptico, quer seja usada SABA, é
muito importante cumprir os seguintes princípios:
• Retirar jóias e adornos das mãos e antebraços antes de iniciar o dia ou turno de
trabalho, guardando-as em local seguro (por exemplo, acondicionado em alfinete
pregado por dentro do bolso da farda);
• Manter as unhas limpas, curtas, sem verniz. Não usar unhas artificiais na
prestação de cuidados;
• Aplicar corretamente o produto a usar;
• Friccionar as mãos respeitando a técnica, os tempos de contactos e as áreas a
abranger de acordo com os procedimentos a efetuar;
• Ter atenção especial aos espaços interdigitais, polpas dos dedos, dedo polegar e
punho;
• Secar/deixar secar bem as mãos;
• Evitar recontaminar as mãos após a lavagem. Se a torneira for manual não
tocar com as mãos na torneira após a higienização, encerrando a mesma com um
toalhete;
• Usar regularmente protetores da pele (creme dermoprotetor)
• Se surgirem sinais de dermatite, consultar o Médico de Saúde Ocupacional.
Técnica de fricção das mãos com solução antisséptica de base alcoólica:
• Molhar primeiro as mãos com água, uma vez que reduz o risco de dermatites;
• Aplicar nas mãos a quantidade de produto recomendada pelo fabricante nas
mãos;
• Friccionar as mãos vigorosamente durante pelo menos 15 segundos, cobrindo
toda a superfície das mãos e dedos;
• Enxaguar as mãos com água corrente;
• Secar as mãos rigorosamente;
• Se não dispuser de torneira de comando não manual, utilizar o toalhete usado
para fechar a torneira.
• Evitar o uso de água quente, porque a exposição frequente à água quente
aumenta o risco de dermatites.
• Secar rigorosamente as mãos com toalhete de uso único. Toalhas de tecido de
uso múltiplo ou utilizadas por múltiplos profissionais de saúde não são recomendadas
nas unidades de prestação de cuidados de saúde
• As várias formas de apresentação de sabão são aceitáveis (líquido, gel, espuma
ou em barra). Se o sabão em barra é utilizado, colocar o sabão em saboneteiras que
permitam drenar o excesso de água e manter o sabão seco.
Técnica de preparação cirúrgica das mãos:
Mais amplo, compreende todos os hábitos e condutas que nos auxiliem a prevenir
doenças e a manter a saúde e o nosso bem-estar, inclusive o coletivo.
Para uma prestação adequada e segura é necessário ter em conta alguns aspetos
relativos à higiene pessoal:
O registo dos atos vacinais de cada profissional deverá ser efetuado em suporte
informático que será disponibilizado a todas as Equipas de Saúde Ocupacional.
5. Fardamento
O uniforme é o espelho da instituição. Ele não apenas identifica a função do funcionário, mas também reflete a
postura e a imagem da entidade. De maneira subjetiva, o uniforme transmite ao utente o conceito da instituição
em relação à qualidade de seus serviços.