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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

MANUAL CONFORMAÇÃO

FUNDOS DE INVESTIMENTO

Objetivos Gerais:

• Fundos de Investimento e a sua importância


• Diferenças entre fundos de investimento mobiliário e imobiliário
• O que são Unit Linked
• Vantagens na subscrição de seguros de investimento

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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

Índice
O que são FI .................................................................................................................................................. 3
Definição e qual a sua importância ........................................................................................................... 3
Vantagens dos fundos de investimento .................................................................................................... 3
Riscos associados aos fundos de investimento .......................................................................................... 4
O que é um Fundo de Investimento Mobiliário? ........................................................................................... 5
Quanto à Variabilidade do Capital ............................................................................................................ 5
Quanto ao Espaço Geográfico de Atuação ................................................................................................ 6
Quanto à Natureza dos valores em carteira .............................................................................................. 6
Quanto à Forma de Remuneração............................................................................................................. 9
Como investir em Fundos de Investimento Mobiliário? ...........................................................................10
O que é um Fundo de Investimento Imobiliário? .........................................................................................11
Vantagens e Riscos do Investimento ........................................................................................................12
Como subscrever e resgatar um Fundo?...................................................................................................14
Porquê investir em Fundos de Investimento? ..............................................................................................15
As referências e os benchmarks dos FI na evidenciação da sua performance ..............................................15
Os benchmarks e os fundos de investimento ...........................................................................................15
A Gestão de Ativos Financeiros ................................................................................................................15
A Indústria da Gestão de Ativos no Sistema Financeiro ...............................................................................16
Portugueses estão menos protegidos por seguros do que a população europeia ........................................17
Apenas 4% dos portugueses poupa para a reforma .....................................................................................17
Como os seguros apoiam a economia ..........................................................................................................17
Produção de seguros em Portugal aumenta 11,7% em 2018 ........................................................................18
O que é um Unit Linked? ..............................................................................................................................18
Unit Linked: Instrumentos Financeiros Complexos...................................................................................19
Planos Poupança ..........................................................................................................................................20
Vantagens na subscrição de Seguros de Investimento e Poupança ..........................................................20
Poupar e investir ..........................................................................................................................................21
Considerações importantes ......................................................................................................................21
Diversidade de opções disponíveis ...........................................................................................................22

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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

O que são FI
Definição e qual a sua importância
Os fundos de investimento são uma das propostas dos bancos e das seguradoras, através de instrumentos
de captação de aforro estruturado (ICAE) e de outras Entidades Gestoras, para pessoas que dispõem da
possibilidade e vontade de investir determinados montantes. Neste artigo, explicamos-lhe o que são, as
vantagens, os riscos e cuidados que deve ter se optar por este tipo de investimento.

Cada vez mais, as propostas de investimento passam pela subscrição de fundos de investimento. Mas será
que conhece o suficiente desta classe de ativos financeiros?

Os fundos de investimento são instrumentos financeiros, que captam dinheiro dos investidores e em que a
equipa de gestão investe o dinheiro captado cumprindo a estratégia definida para o fundo. Os investidores
passam a ser detentores de unidades de participação (UP) do fundo correspondentes ao valor investido. As
up´s são cotadas diariamente, permitindo aos investidores acompanharem a evolução do seu investimento.

Existem fundos mobiliários, em que os ativos em carteira são constituídos maioritariamente por depósito a
prazo, obrigações (taxa variável e/ou fixa), up´s de outros fundos, ações e outros tipos de valores mobiliários
e os fundos imobiliários, sendo os ativos destes fundos constituídos maioritariamente por imóveis.

Existem ainda fundos abertos, em que os subscritores podem subscrever e resgatar as up´s sempre que
pretendam e fundos fechados em que só é possível subscrever na data de início do fundo e o resgate
coincide com o final do produto, ou seja, os fundos fechados têm data inicio e data fim programadas,
enquanto que os fundos abertos perduram no tempo e admitem subscrições e resgates a qualquer
momento.

Vantagens dos fundos de investimento


1 – O facto de terem uma equipa de gestão ativa, permite que o fundo possa comprar e vender ativos
financeiros ajustados com o momento do mercado financeiro e, dessa forma, tentar obter melhor
rentabilidade.

2 – Permitem aos investidores adquirir instrumentos financeiros de forma mais barata do que se fossem
adquiridos diretamente no mercado financeiro.

3 – Permitem maior grau de diversificação (uma das boas práticas para o investimento).

4 – Antes da subscrição, o investidor conhece os custos de subscrição (tradicionalmente denominada


comissão de subscrição), de resgate (comissão de resgate), os rácios e tipologia de ativos que irão constituir
a carteira do fundo ao longo do tempo.

5 – De acordo com o risco e rentabilidade que o investidor pretende assumir, existem centenas de opções
que se pode escolher, entre fundos geridos em Portugal e fundos estrangeiros.

6 – Em muitos casos, especialmente nos fundos geridos e comercializados pelas seguradoras (normalmente
denominados unit linked) e nos fundos imobiliários, pode obter um regime fiscal mais favorável.

7 – Os pequenos investidores podem aceder a mercados e produtos financeiros que de uma forma direta
não conseguiriam, atendendo aos montantes elevados que são necessários para investir diretamente.

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Riscos associados aos fundos de investimento


1 – Quase todos os fundos de investimento não têm capital nem taxas garantidas.

2 – As rentabilidades passadas não são garantia de rentabilidades futuras.

3 – Com as potenciais desvalorizações dos ativos em carteira dos fundos mobiliários (obrigações, ações,
ouro, petróleo, cambiais, entre outros) podem ocorrer desvalorizações e consequente perda do capital
investido no fundo.

4 – Os fundos imobiliários, com perdas ou descidas de eventuais rendas que existam nos imóveis dos fundos
ou com desvalorização dos preços dos imóveis, podem implicar perdas de capital investido.

5 – Quando se dá ordem de resgate de parte ou da totalidade do investimento feito, não se conhece o valor
de venda das up´s, uma vez que não é considerado o valor da up do dia, mas sim o do dia seguinte, ou outro
dia que se encontre definido no regulamento de gestão do fundo.

Adicionalmente a esta informação, deverá saber que existem fundos de distribuição e fundos de
capitalização, isto é, os fundos de distribuição têm uma determinada distribuição da rentabilidade obtida
paga ao investidor em datas definidas, enquanto que os fundos de capitalização vão incorporando as mais
ou menos valias no valor das up´s e o investidor só assegura algum retorno quando dá ordem de venda
parcial ou total do investimento.

Outra informação que deverá conhecer na altura da tomada de decisão são as comissões do fundo:

1 – Comissão de subscrição – Custo que é cobrado para poder subscrever as up´s correspondentes ao
investimento que pretende fazer, se houver (muitos Bancos e Sociedades Gestoras não cobram), esse custo
é deduzido ao seu valor inicial de investimento.

2 – Comissão de resgate – Custo que é cobrado para resgatar o seu investimento. Especialmente em fundos
fechados, esta comissão pode variar, de acordo com o tempo decorrido.

3 – Comissão de gestão – Custo que é diluído na rentabilidade anual do fundo e que serve para suportar os
custos de gestão do fundo (equipa de gestão, compra e venda de ativos financeiros).

Todos os fundos comercializados têm de estar registados na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
(CMVM) – entidade que regula os fundos de investimento em Portugal – que obriga a que todos os fundos
tenham o regulamento de gestão e o prospeto informativo, que o ajudará a tomar uma decisão
fundamentada e informada do investimento que lhe propuseram, dos objetivos e política de investimento
do fundo, dos custos associados e dos riscos previsíveis. Se pretender, e aconselhamos que o faça, pode
consultar no site da CMVM, o relatório contas semestrais e anuais do fundo, bem como a composição
mensal do fundo e a quantidade de up´s que se encontram comercializadas. Quando equacionar a subscrição
de um fundo de investimento, aconselhamos que tenha sempre presente que as rentabilidades passadas
não são garantia de rentabilidades futuras, que deverá analisar bem a tipologia de ativos que existirão no
fundo que pretende subscrever e perceber os riscos e potencial de valorização existente, analise os risco e
vantagens do fundo e tome uma decisão consciente. A consulta de um intermediário financeiro devidamente

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credenciado, que o possa ajudar a verificar os prós e os contras do investimento, bem como os riscos e
vantagens associados, é aconselhável.

O que é um Fundo de Investimento Mobiliário?


Fundo de Investimento, é um património autónomo que resulta da agregação e aplicação de poupanças de
entidades individuais e coletivas em mercados primários e/ou secundários de valores. Dentro destes, os
Fundos de Investimento Mobiliário são Fundos que efetuam as suas aplicações fundamentalmente em
valores mobiliários transacionáveis, cotados ou não cotados.

É um produto financeiro alternativo para a aplicação das poupanças dos investidores designadamente nos
depósitos bancários e ao investimento direto no mercado de capitais, tendo a vantagem de as suas
aplicações serem acompanhadas e geridas por profissionais especializados no mercado de capitais.

Este acompanhamento é realizado por uma Sociedade Gestora de Fundos de Investimento - S.G.F.I.M.,
remunerada através da comissão de gestão paga pelos Fundos sob sua gestão.

Estas entidades têm por objeto: a administração em representação dos Participantes, de um ou mais Fundos
de Investimento; a gestão de investimentos, ou seja, a definição da política de investimento e a seleção dos
ativos que devem fazer parte de cada Fundo; bem como a comercialização das unidades de participação dos
OIC que gerem. O conjunto destes valores é constituído de acordo com regras previstas na legislação, de
forma a salvaguardar os interesses dos Investidores/Participantes.

Além da S.G.F.I.M., existem outras entidades que intervêm neste processo. A Entidade Depositária (regra
geral um Banco), que recebe em depósito os valores do Fundo e que, entre outras funções, recebe e satisfaz
os pedidos de subscrição e resgate das unidades de participação, títulos representativos do investimento
realizado. Para além disso, é solidariamente responsável pelo cumprimento dos documentos constitutivos
do Fundo (documentos que permitem ao Investidor tomar uma decisão esclarecida sobre a aplicação que
lhes é proposta e nos quais constam todos os elementos informativos essenciais do Fundo e são
estabelecidas as regras, os direitos e os deveres que competem a cada um dos intervenientes no processo).
Estes documentos designam-se por prospeto simplificado, prospeto completo e regulamento de gestão.

Finalmente a Entidade Comercializadora (que pode ser mais do que uma), tem a seu cargo a tarefa de
comercializar as unidades de participação do Fundo junto do público aforrador. A Entidade Depositária, a
maior parte das vezes, acumula esta função.

Que tipos de Fundos de Investimento Mobiliário existem?

Quanto à Variabilidade do Capital


Fundos Abertos - Constituídos por unidades de participação em número variável, ou seja, o número de
unidades de participação varia de acordo com a procura do mercado. Uma subscrição resulta num aumento
das Up’s e um resgate traduz-se numa eliminação das Up’s correspondentes.

Fundos Fechados - Constituídos por unidades de participação em número fixo, ou seja, o número de Up’s é
determinado no momento da emissão podendo, eventualmente, ser aumentado, em condições pré-
definidas no regulamento de gestão. O investimento ou desinvestimento num Fundo Fechado faz-se através
da compra ou venda de Up’s.

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Quanto ao Espaço Geográfico de Atuação


De acordo com os atuais critérios de classificação da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento,
Pensões e Patrimónios (APFIPP) existem:

Fundos Nacionais - Fundos residentes que investem exclusivamente em valores transacionados em


mercados nacionais.

Fundos da Zona Euro - Fundos residentes que investem exclusivamente em valores transacionados em
mercados de países aderentes ao Euro.

Fundos da União Europeia, Suíça e Noruega - Fundos residentes que investem exclusivamente em valores
transacionados em mercados dos 15 países da UE, da Suíça e da Noruega.

Fundos da América do Norte - Fundos residentes que investem exclusivamente em valores transacionados
em mercados da América do Norte (Estados Unidos da América e Canadá).

Fundos Internacionais - Fundos residentes que direcionam as suas aplicações para os mercados
internacionais, sem as especificidades das anteriores categorias.

Fundos Estrangeiros - Fundos não residentes comercializados em território nacional.

Quanto à Natureza dos valores em carteira


As várias categorias de FIM's traduzem diferentes políticas de investimento que refletem binómio
rendibilidade/risco que não são iguais, e com horizontes temporais de investimento diferenciados. A
escolher o(s) Fundo(s) ideal (is), o investidor deverá ter em conta o prazo em que está disposto a investir e o
nível de risco que pretende suportar.

De acordo com a tipologia definida pela APFIPP, existem as seguintes categoriais de Fundos de Investimento
Mobiliário:

F. MERCADO MONETÁRIO – Fundos cuja carteira de investimentos é composta em, pelo menos, 85% por
títulos mobiliários e depósitos bancários com prazo de vencimento residual inferior a 12 meses.

Subdividem-se em:

- EURO – Todos os ativos são denominados em Euro ou outra divisa com cobertura cambial e encontram-se
cotados em Mercados da União Europeia;

- INTERNACIONAIS – Restantes Fundos do Mercado Monetário.

F. TESOURARIA – Fundos que investem em ativos caracterizados por uma elevada liquidez. Devem ter em
permanência entre 50% e 85% da carteira investida em valores mobiliários e depósitos bancários com prazo
de vencimento residual inferior a 12 meses. Os depósitos bancários não podem exceder 50% da carteira e
não podem ter ações. Subdividem-se em:

- EURO – Todos os ativos são denominados em Euro ou outra divisa com cobertura cambial e encontram-se
cotados em Mercados da União Europeia;

- INTERNACIONAIS – Restantes Fundos do Mercado Monetário.

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F. OBRIGAÇÕES – Fundos que investem direta ou indiretamente pelo menos 2/3 da carteira em obrigações e
outros ativos representativos de dívida, sem componente acionista.

Subdividem-se em:

- TAXA INDEXADA EURO – Fundos que têm por objetivo investir, em média, um mínimo de 1/2 da carteira
em obrigações de taxa indexada. Todos os ativos estão denominados em Euro (ou têm cobertura cambial), e
pelo menos 90% deles encontram-se cotados em Mercados da União Europeia;

- TAXA INDEXADA INTERNACIONAL – Restantes Fundos de Obrigações de Taxa Indexada;

- TAXA FIXA EURO – Fundos que investem pelo menos 1/2 da carteira em obrigações de taxa fixa. Todos os
ativos são emitidos em moeda Euro e pelo menos 90 % deles encontram-se cotados em Mercados da União
Europeia;

- TAXA FIXA INTERNACIONAL – Restantes Fundos de Obrigações de Taxa Fixa;

- EURO – Restantes Fundos de obrigações cujos ativos sejam denominados em Euro (ou tenham cobertura
cambial) e onde 90% dos quais se encontram cotados em Mercados da União Europeia;

- INTERNACIONAIS – Restantes Fundos de Obrigações.

F. ACÇÕES – Fundos cujo objetivo consiste na aplicação de pelo menos 2/3 da carteira em ações,
subdividem-se em:

- NACIONAIS – Fundos de Ações que investem exclusivamente em ativos emitidos por entidades residentes
no espaço nacional e denominados em Euro;

- UNIÃO EUROPEIA, SUÍÇA E NORUEGA – Fundos de ações cujos ativos em carteira são totalmente emitidos
por entidades da União Europeia, Suíça e Noruega e denominados em qualquer uma das moedas oficiais
destes países;

- AMÉRICA DO NORTE – Fundos de ações que investem exclusivamente em ativos emitidos por entidades da
América do Norte (Estados Unidos e Canadá). Pelo menos 75% dos ativos em carteira devem ser
denominados em qualquer uma das moedas oficiais destes países;

- SECTORIAIS – Fundos de ações que investem num sector específico, previsto no respetivo Regulamento de
Gestão;

- OUTROS FUNDOS DE ACÇÕES INTERNACIONAIS – Restantes Fundos de Ações.

F. MISTOS – Fundos de Investimento Mobiliário que investem em ações mas nos quais o peso destas não
ultrapassa, em média, os 2/3 da carteira.

Subdividem-se em:

- PREDOMINANTEMENTE OBRIGAÇÕES – Fundos Mistos em que a componente acionista é, em média,


inferior a 1/3 da carteira;

- PREDOMINANTEMENTE ACÇÕES – Fundos Mistos em que a componente acionista é, em média, superior a


1/3 da carteira (e inferior a 2/3).

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FUNDOS DE FUNDOS – Fundos cuja política de investimentos consiste em investir, no mínimo, 2/3 da
carteira em unidades de participação/ações de outros fundos.

Subdividem-se em:

- PREDOMINANTEMENTE OBRIGAÇÕES – Fundos de Fundos em que as unidades de participação de Fundos


de Ações representam, em média, menos de 1/3 do valor investido em unidades de participação de outros
Fundos;

- MISTOS - Fundos de Fundos em que as unidades de participação de Fundos de Ações representam, em


média, entre 1/3 e 2/3 do valor investido em unidades de participação de outros Fundos;

- PREDOMINANTEMENTE ACÇÕES – Fundos de Fundos em que as unidades de participação de Fundos de


Ações representam, em média, mais de 1/3 do valor investido em unidades de participação de outros
Fundos.

FUNDOS COM PROTECÇÃO DE CAPITAL – Fundos com limitação de risco que, de acordo com as condições e
pressupostos previstos nos respetivos documentos constitutivos, procuram garantir aos participantes, no
final de um prazo pré-estabelecido, pelo menos o valor da cotação inicial. Esta "garantia" pode resultar de
um contrato com uma entidade terceira ou através do investimento em obrigações de rendimento variável,
indexado à performance de determinado ativo/conjunto de ativos, cujo pagamento é garantido por uma
entidade bancária.

FUNDOS FLEXÍVEIS – Fundos que não assumem qualquer compromisso quanto à composição do património
nos respetivos documentos constitutivos.

FUNDOS ÍNDICE – Fundos cuja política de investimentos consiste na reprodução integral ou parcial de
determinado índice de valores mobiliários.

FUNDOS ESPECIAIS DE INVESTIMENTO – São Fundos não harmonizados, ou seja, Fundos que não se
constituam com observância das regras definidas no Título III do Regime Jurídico do Organismo de
Investimento Coletivo (OIC) aprovado pelo Decreto-Lei n.º 252/2003, de 17 de Outubro. Inclui apenas os
Fundos que não adotem uma política de investimentos que vise garantir, no final de um prazo pré-
estabelecido, pelo menos o valor da cotação inicial do Fundo.

- FUNDOS ESPECIAIS DE INVESTIMENTO DE ACÇÕES - Fundos Especiais de Investimento que tenham, em


permanência, uma exposição a ações superior a 2/3 da carteira.

- FUNDOS ESPECIAIS DE INVESTIMENTO DE OBRIGAÇÕES - Fundos Especiais de Investimento que tenham,


em permanência, mais de 2/3 da carteira investida em obrigações e outros títulos representativos de dívida.

- FUNDOS ESPECIAIS DE INVESTIMENTO DE RETORNO ABSOLUTO - Fundos Especiais de Investimento que


têm como objetivo, definido nos respetivos documentos constitutivos, a obtenção de rendibilidades
positivas.

- FUNDOS ESPECIAIS DE INVESTIMENTO MONETÁRIO CURTO PRAZO - Fundos Especiais de Investimento que
investem mais de 85% em ativos com maturidade residual inferior a um ano.

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- FUNDOS ESPECIAIS DE INVESTIMENTO MONETÁRIO - Fundos Especiais de Investimento constituídos em


mais de 2/3 da carteira por instrumentos do mercado monetário sem compromisso quanto à maturidade
dos ativos.

- FUNDOS ESPECIAIS DE INVESTIMENTO MISTOS - Fundos Especiais de Investimento com investimento em


diversas classes de Ativos.

- FUNDOS ESPECIAIS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIOS - Fundos Especiais de Investimento que investem


mais de 2/3 da carteira em Fundos de Investimento Imobiliário e/ou em ações de empresas do sector
imobiliário.

- FUNDOS ESPECIAIS DE INVESTIMENTO - Fundos Especiais de Investimento que não se enquadram em


nenhuma das categorias anteriores.

- OUTROS FUNDOS – Fundos que não se enquadram nos critérios definidos pela APFIPP para as diversas
categorias de classificação.

FUNDOS DIVERSOS – Fundos cuja carteira no final do mês não atingiu 1,25 milhões de Euro.

FUNDOS POUPANÇA ACÇÕES – Fundos que financiam Planos Poupança em Ações (PPA) de acordo com o
Decreto-Lei n.º 204/95, de 5 de Agosto.

FUNDOS POUPANÇA REFORMA / EDUCAÇÃO – Fundos que financiam Planos Poupança Reforma / Educação
(PPR/E), de acordo com o Decreto-Lei n.º 158/2002, de 2 de Julho. Inclui não apenas os Fundos PPR/E mas
também os Fundos que adotam apenas uma das vertentes previstas na lei: Fundo de Poupança Reforma
(PPR) e Fundo de Poupança Educação (PPE).

Estes Fundos são subdivididos em categorias, de acordo com a exposição média ao segmento acionista nos
12 meses imediatamente anteriores:

- CATEGORIA A – Investimento médio em ações inferior a 5% da carteira;

- CATEGORIA B – Investimento médio em ações entre 5% e 15% da carteira;

- CATEGORIA C – Investimento médio em ações entre 15% e 35% da carteira;

- CATEGORIA D – Investimento médio em ações superior a 35% da carteira.

AGRUPAMENTO DE FUNDOS – Fundos constituídos por outros fundos. Caracterizam-se por uma elevada
flexibilidade de transferência entre os fundos que os compõem. Cada fundo integrado neste tipo de fundos é
classificado de acordo com os critérios e tipologias acima expostas.

Quanto à Forma de Remuneração


Fundos de Rendimento - Distribuem os rendimentos gerados aos Participantes, de forma periódica.

Fundos Capitalização - Reinvestem automaticamente os rendimentos gerados pelas respetivas carteiras, não
distribuindo rendimentos.

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Como investir em Fundos de Investimento Mobiliário?


A decisão de investir em Fundos de Investimento deve ter em conta a sua diversidade. De facto, os Fundos
de Investimento variam de acordo com vários aspetos, nomeadamente, os atrás descritos e, para além
desses, outros três: Liquidez, Risco e Rendibilidade.

LIQUIDEZ - Grau de facilidade com que as unidades de participação do Fundo de Investimento, se


transformam em meios monetários líquidos à disposição do investidor. A liquidez do Fundo poderá ser
aferida através do prazo de pré-aviso de reembolso fixado no regulamento de gestão.

A liquidez nos Fundos Fechados só se obtém com a liquidação prevista no regulamento de gestão; no
entanto, os Participantes podem exigir a liquidação do Fundo desde que, num prazo de doze meses a contar
da sua constituição, as suas unidades de participação não sejam admitidas à cotação em bolsa.

RISCO - Está relacionado com a volatilidade da rendibilidade decorrente de uma determinada aplicação
financeira em Fundos de Investimento. Por isso, há que ter em conta, designadamente:

1º - A natureza dos ativos financeiros que compõem a carteira.

2º - O espaço de atuação do Fundo, ou seja, os mercados onde são transacionados esses ativos.

RENDIBILIDADE - Os Fundos de Investimento, ao contrário de outras aplicações financeiras não garantem


taxas de rendimento. Desta forma, as rendibilidades divulgadas devem ser encaradas como meramente
indicativas, espelhando apenas o comportamento ocorrido no passado. Mas existem elementos que se
devem ter em conta e que constam do regulamento de gestão, que deverá sempre ser lido antes de se
subscrever unidades de participação de um Fundo.

É necessário também levar em linha de conta as Comissões, montantes que são debitados no processo de
comercialização e de gestão do Fundo e que remuneram as atividades das entidades gestoras, depositárias e
comercializadoras.

Estas dividem-se, normalmente em:

Comissão de Subscrição - Esta comissão pode existir ou não. Em caso afirmativo, é cobrada no ato de
subscrição de novas unidades de participação e calculada com base numa percentagem pré-fixada, dedutível
ao seu valor patrimonial líquido.

Comissão de Resgate - Tal como a anterior não tem vínculo de obrigatoriedade; quando existe é debitada
sobre o valor patrimonial líquido das unidades de participação na data-valor do respetivo reembolso (ou
resgate), calculada com base numa percentagem pré-fixada.

Comissão de Gestão - A pagar periodicamente pelo Fundo à entidade gestora, destinada a cobrir as suas
despesas e a remunerar os seus serviços de gestão. Pode ser composta por uma componente fixa (calculada
com base numa percentagem pré-fixada, sobre o valor patrimonial líquido do Fundo) e uma componente
variável (resultante da valorização do património do OICVM).

Comissão de Depósito - A pagar periodicamente pelo Fundo. Destina-se a remunerar os serviços do


depositário; é calculada com base numa percentagem pré-fixada, sobre o valor patrimonial líquido do
património do Fundo.

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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

O que é um Fundo de Investimento Imobiliário?

Fundos de investimento imobiliário – instrumentos de poupança coletiva resultantes de aplicações em


valores imobiliários de raiz ou valores mobiliários de sociedades com o objetivo de mediar, transacionar,
desenvolver ou explorar o mercado imobiliário, o seu património pertence a uma pluralidade de pessoas
singulares ou coletivas – os participantes. Podem ser fechados ou abertos.

Neste sentido, um Fundo de Investimento Imobiliário é um instrumento de poupança coletiva, sob a forma
contratual, resultante das aplicações de vários investidores, constituindo o conjunto dessas aplicações um
património autónomo pertencente a uma pluralidade de pessoas singulares ou coletivas denominadas
participantes, as aplicações efetuadas pelo fundo de investimento imobiliário são feitas fundamentalmente
em bens imóveis, em valores imóveis puros ou em valores mobiliários de sociedades cujo objeto principal é a
transação, mediação ou exploração imobiliária, não tendo contudo que incidir exclusivamente nestes.

Esta representa a grande diferença para com os fundos de investimento mobiliários que privilegiam as suas
aplicações em valores mobiliários transacionáveis.

Os fundos de investimento imobiliário como património autónomo, tem uma responsabilidade limitada ao
seu património (ativos integrados na sua carteira) inexistindo, por imposição legal, a comunicabilidade das
dívidas dos Participantes/ Investidores ou da sociedade gestora, ou seja, não respondendo pelas dívidas
destes da mesma forma que as dívidas assumidas pelo fundo não lhe são imputáveis.

Fundos especiais de investimento imobiliário – representam uma categoria especial dos fundos de
investimento que se distingue pela sua especificidade na composição do património, limites de
investimento, autorização, comercialização, subscrição, resgates e informação financeira.

Fundos especiais de investimento imobiliário florestais – representam uma categoria especial dos fundos
de investimento na medida em que a sua principal atividade consiste na exploração de recursos florestais.
Este instrumento permite um melhor investimento e gestão das propriedades florestais diminuindo o risco
de incêndios.

Fundos de investimento imobiliário em reabilitação urbana – representam uma categoria especial dos
fundos de investimento pois o seu património representa essencialmente imobiliário em reabilitação
urbana.

Fundos de investimento imobiliário para arrendamento habitacional – representam uma categoria especial
dos fundos de investimento caracterizando-se por permitirem aos mutuários de contratos de crédito à
habitação, a alienação do imóvel objeto de contrato a um fundo podendo celebrar um contrato de
arrendamento sobre o mesmo imóvel.

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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

O circuito básico de um fundo de investimento imobiliário resume-se no seguinte esquema:

O circuito inicia-se com a decisão do investidor em comprar unidades de participação do fundo de


investimento imobiliário injetando desta forma capital para o fundo, de seguida os gestores do fundo
através de estudos de mercado, análises de oportunidades e da conjuntura futura irão aplicar esse capital no
investimento imobiliário mais favorável.

Com a aquisição do referido imóvel o fundo começa a gerar mais receitas provenientes do seu
arrendamento, estes rendimentos gerados pelos novos inquilinos conjugados com a valorização ou
desvalorização do imóvel ao longo do tempo representa um ganho ou uma perda para o investidor.

Vantagens e Riscos do Investimento


Num fundo de investimento imobiliário é muito simples a forma como se investe e se é reembolsado dos
montantes aplicados e feito duma forma previamente fixada;

A possibilidade de fracionar o investimento imobiliário gera uma massa de investidores que isoladamente
não teriam capacidade financeira para investir em projetos de média e grande dimensão logo obteriam
menores rendimentos. Salientando que o investidor tem a possibilidade de vender parte do seu
investimento enquanto que no investimento direto teria de vender o imóvel integralmente;

Não existe a preocupação com burocracias, na medida em que os formalismos das transações imobiliárias
são da responsabilidade da entidade financeira que administra o fundo;

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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

Os fundos de investimento imobiliários integram uma gestão profissional da carteira o que proporciona uma
segurança no investimento superior que a obtida através do investimento direto, acrescida de um profundo
conhecimento dos mercados, conhecimentos técnicos, económicos e financeiros que se refletem, em
princípio, em rendibilidades superiores às obtidas por gestores não profissionais;

O fundo de investimento imobiliário apresenta uma grande versatilidade podendo conter na sua carteira de
ativos qualquer projeto ou empreendimento de natureza imobiliária nomeadamente a concessão e a cessão
de exploração;

O mercado dos fundos de investimento imobiliário apresenta um dinamismo e uma indústria diferente da do
mercado tradicional, devido ao maior volume de ativos sob gestão (imóveis), ao poder de negociação e à
capacidade de intervenção tem acesso a empreendimentos como a construção de centros comerciais,
hotéis, retails park enquanto que o mercado tradicional se limita à compra e venda ou arrendamento de
imóveis isolados;

O risco de investimento dos fundos de investimento imobiliário é limitado pela existência de regras
prudenciais, por imposição legal e regulamentar, que condicionam as políticas de investimento praticadas e
que originam uma diversificação da carteira de investimentos;

O fundo de investimento imobiliário apresenta benefícios fiscais que o investidor isoladamente não
consegue obter ao investir diretamente no mercado imobiliário;

O fundo de investimento imobiliário garante a máxima transparência, com a obrigatoriedade de prestação


periódica de informação por parte das entidades gestoras, depositárias e comercializadoras permitindo
avaliar o seu património a todo o momento.

Contudo, é importante referir que existem alguns riscos ou contingências no investimento indireto, mas que
se encontram devidamente acauteladas pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários – entidade
reguladora e supervisora, como se pode observar na tabela abaixo.

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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

Como subscrever e resgatar um Fundo?


A subscrição é efetuada através do preenchimento do "Boletim de Subscrição" dirigido à entidade gestora, o
qual está disponível nos balcões das entidades colocadoras (Bancos ou outros locais legalmente previstos e
devidamente autorizados).

O débito é posteriormente efetuado na conta corrente do subscritor. Por cada operação de subscrição será
realizado um movimento, o qual identifica o valor unitário de cada unidade subscrita, o total de unidades
adquiridas e a sua valorização à data, sendo remetidas ao Participante estas informações.

Todas as unidades são idênticas, e dão ao Participante o direito de propriedade sobre parte do património
do Fundo, que corresponde ao valor das unidades de participação (UP’s) que detém. O valor de cada UP é o
resultado da divisão do património líquido pelo número de unidades de participação em circulação.

O resgate da UP é efetuado através do preenchimento de um "Boletim de Resgate" dirigido à entidade


gestora, o qual é disponibilizado pelas entidades colocadoras. O crédito é efetuado na conta corrente do
subscritor ou, caso não seja cliente do Banco colocador, em conta em que este identifique para o efeito.

Caso não seja solicitado o resgate total das unidades, o participante será informado sobre o número de
unidades de que ainda dispõe.

Quer as operações de resgate quer as de subscrição são efetuadas, tendo como base o valor das unidades de
participação calculadas para esse dia pela entidade gestora.

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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

Informação: a própria Lei impõe a obrigatoriedade de disponibilizar ao Participante um conjunto variado de


elementos informativos como, por exemplo, prospetos de informação (simplificado e completo), relatórios
periódicos de gestão, publicação da composição das carteiras e a publicidade dos preços de subscrição e de
resgate.

Porquê investir em Fundos de Investimento?


A configuração específica dos Fundos de Investimento confere aos investidores deste tipo de produto
financeiro diversas vantagens, como:

a) Gestão profissional que proporciona uma segurança no investimento superior à que, em princípio, obteria
se optasse pelo investimento direto;

b) O risco do investimento é limitado pela existência de regras prudenciais por imposição legal e
regulamentar que condicionam as políticas de investimento praticadas e que levam a uma diversificação da
carteira de investimentos;

c) O volume de ativos sob gestão, o poder de negociação e a capacidade de intervenção nos mercados,
permite o acesso do pequeno e médio aforrador a investimentos que, de outra forma, seriam inacessíveis.
Por outro lado, permite-lhe usufruir de uma redução dos custos de transação, relativamente àqueles que um
investidor teria de suportar por uma operação em nome individual.

d) A obrigatoriedade de prestação periódica de informação por parte das entidades gestoras, depositárias,
comercializadoras, garante um elevado nível de transparência.

As referências e os benchmarks dos FI na evidenciação da sua performance


Benchmark é uma referência de mercado para que o investidor possa acompanhar o desempenho do seu
investimento. Funciona como uma régua, a partir da qual se avalia se o resultado da aplicação está conforme
o esperado.

Os benchmarks e os fundos de investimento


Se já investimos num fundo de investimento, provavelmente já se deparou com a palavra benchmark no
material de divulgação do produto.

Todos os fundos tentam seguir ou superar um benchmark. É uma forma de prestar contas aos cotistas do
fundo. Em alguns casos, ao superar o benchmark os fundos inclusive cobram uma taxa sobre a rentabilidade
acima do indicador, a taxa de performance.

A Gestão de Ativos Financeiros


A gestão de ativos financeiros é definida como a gestão profissional de títulos ou valores mobiliários e vários
tipos de instrumentos financeiros, que, em alternativa a ser feita de forma independente e individual pelo
investidor, é efetuada através da contratação de uma gestora de ativos que providencia alternativas de
investimento para atingir objetivos específicos dos seus clientes. Esta gestão profissional e consequente
construção de carteiras de investimento, toma lugar através da subscrição de fundos de investimento ou
através de gestão discricionária de carteiras de investimento.

A decisão de intermediação e relação tripartida entre investidores, gestores de ativos financeiros e sistema
financeiro representou em 2013, 25,1% do total de ativos financeiros disponíveis, superando os valores da
pré-crise de 2008. O setor financeiro tem assim um papel essencial na economia, sendo a gestão de ativos

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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

uma fonte vital para o seu crescimento, uma vez que liga os agentes económicos excedentários e deficitários
através de veículos apropriados, respondendo às necessidades de investimento e financiamento da
economia real. De forma a espelhar a relação entre estes agentes económicos acima referidos
apresentamos, na Figura 1, um esquema representativo da gestão de ativos no sistema financeiro:

A Indústria da Gestão de Ativos no Sistema Financeiro

A sociedade gestora de fundo investimento, a entidade depositária e a entidade comercializadora, são


remuneradas pelos participantes do fundo de investimento através de vários tipos de comissões. Uma
publicação efetuada pela CMVM (2012), enumera as seguintes:

i. Comissão de Subscrição: é paga pelos participantes no ato da subscrição, sendo o montante da mesma
adicionado ao valor das unidades de participação subscritas;

ii. Comissão de Resgate: é paga pelos participantes no ato da venda, sendo o montante deduzido ao valor
das unidades de participação resgatadas;

iii. Comissão de Gestão: é paga periodicamente - podendo ter uma componente fixa e uma variável (esta
segunda normalmente associada à performance) – e incorporada no valor da unidade de participação, sendo
normalmente um valor de uma percentagem que incide sobre o montante global do fundo de investimento;

iv. Comissão de Depósito: é paga regularmente à entidade depositária, com base numa percentagem do
montante sob gestão.

Para além destas comissões, os fundos suportam ainda outros encargos, como custos de transação,
corretagem e distribuição, os quais são incorporados no valor da unidade de participação. Adicionalmente, a
comissão de performance acima referida é associada ao retorno total gerado pelo fundo de investimento, ou
apenas ao retorno adicional obtido face a um determinado índice, mercado de referência ou taxa de juro
“sem risco”. O resumo da maioria dos custos e comissões acima referenciados é apresentado nos prospetos
simplificados dos 20 fundos de investimento (em percentagem do valor total do fundo) como a “taxa global
de custos” (normalmente relativas ao ano anterior).

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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

Tendo em conta que a relação entre comissões e performance dos fundos de investimento revela o valor da
gestão ativa contratada, os reguladores de mercado, assim como os próprios participantes dos fundos de
investimento, propulsionados por um ciclo menos positivo de performance de 2007 a 2011, estão mais
focados nos custos associados a esta indústria e no impacto que as comissões têm no seu retorno.

Portugueses estão menos protegidos por seguros do que a população europeia


Como serão os seguros do futuro? Qual o papel da indústria no estímulo à poupança? Quais os exemplos das
melhores práticas? Que exemplos existem de complementos de poupança? Por onde estão a crescer e quais
as oportunidades da indústria nos países de expressão portuguesa? As respostas foram dadas na XXI
Conferência da ASEL (Associação de Supervisão dos Seguros Lusófonos) promovida pela Autoridade de
Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões –ASF

Apenas 4% dos portugueses poupa para a reforma


Os resultados do 2.º inquérito à literacia financeira dos portugueses, promovido pelo Conselho Nacional de
Supervisores Financeiros, revela que cerca de 59% dos participantes afirma conseguir poupar, embora
apenas 4% identifiquem a poupança para a reforma como uma prioridade. No que diz respeito aos seguros,
cerca de 73% dos participantes afirmam possuir pelo menos um seguro. Estes dados foram divulgados por
Rui Fidalgo, secretário-geral da ASF e membro da comissão de coordenação do Plano Nacional de Formação
Financeira. Rui Fidalgo referiu que a equipa da ASF participa ativamente nos trabalhos do Plano Nacional de
Formação Financeira desde 2011, e salientou que o principal objetivo deste projeto conjunto dos três
supervisores financeiros é “ contribuir para elevar o nível de conhecimentos financeiros da população e
promover a adoção de comportamentos financeiros adequados, através de uma visão integrada de projetos
de formação financeira e pela junção de esforços das partes interessadas, concorrendo para aumentar o
bem-estar da população e para a estabilidade do sistema financeiro”. A formação dos consumidores é,
segundo o Presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, uma das prioridades dos trabalhos a
desenvolver por esta associação. José Galamba de Oliveira, Presidente da APS, afirma que “um dos vetores
estratégicos no plano de atividades da APS é a Literacia nos Seguros. Procuramos criar consumidores cada
vez mais informados.

Como os seguros apoiam a economia


No seu conceito mais simples, o seguro é um acordo no qual, em troca do pagamento de um prémio, o
segurador concorda em pagar ao segurado (indivíduos, famílias e organizações) uma determinada quantia
caso ocorra uma perda específica no período acordado.

Os prémios pagos pelos segurados formam o fundo comum de uma carteira que agrupa riscos similares,
administrada pelas seguradoras, do qual sai o recurso para pagamento dos danos resultantes de evento
incerto, mas pré-definido (sinistro com cobertura).

Para a determinação dos prémios, as seguradoras consideram as perdas previstas estatisticamente


referentes à carteira além de seus outros custos e de um lucro normal para o negócio. Isso envolve decidir
sobre uma escala complexa de fatores afetando tais receitas e despesas.

A apólice de seguro – acordo entre a seguradora e o segurado – pode, portanto, ser considerada um pacto
baseado na partilha de riscos e, para ser efetiva, exige alta confiança e solidariedade mútuas, o que no
mercado se chama “princípio da boa-fé”.

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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

Produção de seguros em Portugal aumenta 11,7% em 2018


A produção de seguro direto em Portugal aumentou 11,7%, para 12.941 milhões de euros, em 2018 face a
2017, com o ramo Vida a crescer 14,5% e os ramos Não Vida 7,4%, divulgou esta terça-feira o regulador
setorial.

As estações dos CTT vão começar a distribuir seguros automóvel da Generali, na sequência de uma parceria
estratégica celebrada entre as duas empresas. “O acordo prevê a distribuição, na totalidade da rede, de uma
gama alargada de seguros automóvel desenvolvida pela Generali, que é uma das três maiores companhias
seguradoras na Europa”, referem os Correios num comunicado divulgado esta segunda-feira.

Nestes oito anos, o número de empresas de peles e curtumes teve uma ligeira redução, totalizando agora
399, mas foram criados mais 1300 postos de trabalho, o que eleva o número de empregados para mais 4500.
No caso específico da produção de artigos de pele com pelo, a indústria registou nestes oito anos um
crescimento de vendas de 5%, para 2,6 milhões.

O peso da indústria de calçado, que nos anos 90 do século passado era o principal canal de absorção dos
curtumes fabricados no país, foi perdendo importância, apesar de manter a supremacia. Setores como os
transportes (onde se inclui o automóvel), vestuário, mobiliário e marroquinaria ganharam relevância e
permitiram aos curtumes incrementar as exportações, explica a Associação Portuguesa dos Industriais de
Curtumes. “O setor de artigos de pele cresceu de forma muito significativa na última década e, para que se
pudesse valorizar, apostou em produtos de elevado valor acrescentado”, sublinha o porta-voz da associação
de calçado e artigos de pele, a APICCAPS.

O acerto da aposta confirma-se no valor das exportações dos curtumes. Em 2016, ultrapassou os 105
milhões, recorde absoluto. Já os produtos em couro, onde se inclui a marroquinaria, registaram em 2017 um
volume de exportações de 154 milhões de euros, o que traduz um aumento de 267% face a 2010, aponta a
APICCAPS (Associação Portuguesa dos Industriais da Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Sucedâneos).
Recordes tem também somado a indústria portuguesa do calçado, que “continua a exportar mais de 80%
dos seus produtos em couro, precisamente porque se trata de uma matéria-prima nobre”, realça o porta-
voz. Se em 2008 os fabricantes de calçado exportavam 1068 milhões, dez anos volvidos já vendiam mais 600
milhões, ou seja, 1671 milhões (aumento de 56%).

Segundo Paulo Vaz, diretor-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, o setor não tem muitas
empresas a trabalhar em pele, embora haja casos de sucesso. O responsável reconhece que a indústria de
curtumes tem apresentado indicadores positivos de recuperação e que isso se deve ao seu posicionamento
em produtos de maior valor.

O que é um Unit Linked?


Os seguros unit linked (ou seguros ligados a fundos de investimento) são seguros de vida de capital variável
em que o valor a receber pelo beneficiário depende, no todo ou em parte, de um “valor de referência”
constituído por uma ou mais “unidades de participação” (UP). Significa que as UP estão ligadas (ou são parte
de) um determinado fundo ou carteira de investimento específicos, permitindo a escolha de um tipo de
aplicações que se identifiquem com o perfil e a estratégia do investidor. Estes produtos, normalmente, não
garantem um rendimento mínimo e tendem a aproximar-se dos títulos em que apostam, sendo comparáveis
aos fundos de investimento. Atualmente, a maioria dos produtos divididos em UP não garantem o capital

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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

investido. O valor do investimento pode sofrer flutuações, dado que a cotação das UP pode subir ou descer
livremente. No entanto, como se trata de produtos de médio e longo prazo, esse risco tende a diminuir com
o tempo.

O risco financeiro assume especial importância na classificação dos produtos. O seguro cobre um risco
pressupondo a existência de um evento incerto, para isso é necessário conhecer qual é o risco seguro que
está associado à incerteza do evento seguro. Enquanto, nos seguros tradicionais o tomador do seguro
acorda com o segurador o capital seguro (aquele que será pago aquando da ocorrência do evento,
estipulando-se assim os prémios), num unit linked o tomador escolhe quanto pretende investir e o que
receberá está dependente de uma futura valorização/desvalorização financeira.

Temos um contrato com a forma legal do contrato de seguro mas que é um instrumento financeiro, no qual
o tomador ou assume totalmente o risco financeiro, ou tem alguma garantia de capital, pelo que só assume
parcialmente o risco financeiro transferindo apenas o risco seguro para o segurador ou o risco seguro e parte
do risco financeiro.

O tomador assume as obrigações que derivam do contrato, vinculando-se ao pagamento do prémio (o


pagamento que ele dá à seguradora como contrapartida de ela assumir o risco da eventualidade). Este é,
assim a contraparte do segurador. Por exemplo, eu sou o tomador do seguro e subscrevo um unit linked com
base num seguro de vida de efeito vida. Isto significa que o segurador disponibiliza uma lista de fundos nos
quais eu posso investir limitando o valor mínimo que devo investir, esse valor que é entregue à seguradora é
o prémio e o segurador vai fazê-lo corresponder a um certo número de unidades de participação.

O valor dessas unidades aufere-se não em dinheiro, mas em unidades de conta (uma medida de cálculo
nacional). O valor dessas unidades está ligado a um ativo, ou seja, ao fundo que se investiu. Fica-se com o
direito ao valor total das unidades de conta na data do evento, neste caso poderia ser por exemplo quando
se perfizesse 90 anos e estivesse vivo, mas não se fica em momento algum, com direitos sobre o fundo a que
o seguro está ligado. Isto significa, também, que a responsabilidade do segurador para com o cliente varia
durante o período do nosso contrato, pois depende da variação do valor do fundo a que ficaram indexadas
as unidades de conta. Aqui se encontra o risco financeiro pois aquando da ocorrência do evento pode ter
perdido todo o montante investido.

Não fica fixado que se tem o direito a um x montante, o que se fixa é que se vai ter o direito ao valor das
unidades de conta. As unidades de conta são, assim, uma medida de cálculo, servem para determinar o valor
que se tem a receber aquando do evento e são, também, intervenientes neste contrato o segurado e pessoa
segura, cumpre assim uma distinção entre ambos pois a pessoa segura é uma figura específica dos seguros
de pessoas, que desempenha uma função delimitadora do risco, enquanto o segurado é aquele que o seguro
protege e que necessita ter um interesse no seguro. A figura do tomador do seguro pode coincidir com a do
segurado. Assim será, por exemplo, no caso do seguro de vida em caso de vida, em que o tomador pode
estipular que se estiver vivo a x data acordada então é ele quem irá receber a prestação aquando do evento.

Unit Linked: Instrumentos Financeiros Complexos


A melhor forma de os definir será pelas características mínimas que devem apresentar: tem de ser uma
posição jurídica (em regra há um contrato ou o instrumento é o próprio contrato); esse tem de ser de

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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

natureza patrimonial (instrumentos onerosos); têm de envolver um risco mais ou menos elevado; e têm de
desempenhar uma função financeira (de financiamento, cobertura de risco, ou especulação).

Este tipo de produto, que vai sendo cada vez mais comercializado, apresenta a forma jurídica de um
instrumento financeiro que já existe, no entanto, tem elementos distintos, nomeadamente a rendibilidade
associada a ativos subjacentes e, consequentemente, aos mercados financeiros.

Os Produtos Financeiros Complexos podem ser com garantia de capital na maturidade ou sem garantia de
capital na maturidade. Nos primeiros não há possibilidade de perda de capital por parte do investidor, dando
a segurança ao investidor que terá, pelo menos, direito a um reembolso com um valor igual ao montante
que investiu. Os segundos, podem originar perdas bastante consideráveis, podendo afetar o património dos
investidores, pois não garante nem o reembolso do que foi inicialmente investido.

Planos Poupança

Os planos de poupança são produtos direcionados para a vertente para a poupança de médio ou longo
prazo. Estas aplicações financeiras podem contribuir para complementar a reforma ou ser usadas para
financiar a educação do participante ou de outro elemento do seu agregado familiar.

Existem três tipos de planos de poupança a considerar:

✓ os planos de poupança-reforma (PPR), associados a um fundo de poupança-reforma;

✓ os planos de poupança-educação (PPE), associados a um fundo de poupança-educação;

✓ os planos de poupança-reforma/educação (PPR/E), associados a um fundo de poupança-


reforma/educação.

Vantagens na subscrição de Seguros de Investimento e Poupança

Os Seguros de Investimento e Poupança são opções financeiras destinadas à constituição de poupanças a


médio e a longo prazos. Na maioria das vezes, há a garantia do capital investido, quer em caso de vida (para
a própria Pessoa Segura), quer em caso de morte (para os beneficiários).

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✓ Os capitais a pagar numa situação de falecimento da Pessoa Segura, não estão sujeitos ao Imposto
de Selo.
✓ Há uma tributação a uma taxa liberatória. Logo, sabe-se sempre que quantia será descontada de
forma direta de um determinado rendimento, à parte da declaração anual do IRS.
✓ Há uma menor taxa de imposto sobre o rendimento, que é variável, quando as entregas na 1ª
metade do contrato corresponderem a, pelo menos, 35% do investimento total.

Podendo ser resgatado a qualquer momento e sem restrição, o capital investido garante uma boa qualidade
de vida na época da reforma ou o pagamento dos estudos e da hipoteca da casa antecipadamente, entre
outros exemplos de aplicações.

Poupar e investir

✓ A constituição de uma poupança pode ter como objetivo planear a compra de bens ou serviços ou
realizar um projeto, como seja fazer uma viagem, comprar um carro, uma casa, financiar estudos ou
iniciar um negócio.

✓ Fazer uma gestão financeira equilibrada ao longo da vida passa ainda por destinar uma componente
da poupança à constituição de um complemento de reforma.

✓ Tão importante como definir a quantia a colocar regularmente de lado é conhecer as regras para um
investimento responsável.

✓ É fundamental que se escolham aplicações financeiras adequadas aos objetivos definidos, que não
se assumam riscos indesejados e que a rendibilidade esperada se ajuste às expectativas.

Considerações importantes

Devem seguir-se alguns princípios básicos na escolha das aplicações financeiras:

✓ É importante conhecer as características das aplicações escolhidas e avaliar previamente os


seus riscos;

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✓ Há que acompanhar o comportamento das aplicações ao longo do tempo e compará-lo com


o de alternativas disponíveis no mercado;
✓ Há que evitar por em risco a poupança do agregado familiar;
✓ É importante ponderar a diversificação das aplicações financeiras, ou seja, não colocar os
ovos todos no mesmo cesto, de forma a dispersar o risco e maximizar a rentabilidade.

Diversidade de opções disponíveis

São múltiplos os produtos financeiros disponíveis para aplicar a poupança.

As instituições de crédito comercializam uma ampla gama de produtos de poupança, tais como depósitos
simples, contas de poupança, depósitos indexados e duais, com diferentes rendibilidades e riscos.

São produtos bancários sujeitos à supervisão do Banco de Portugal onde o aforrador estabelece uma relação
contratual com a instituição de crédito.

A poupança pode ser igualmente aplicada em instrumentos financeiros, tais como, Fundos de Investimento,
Ações ou obrigações. Estes produtos podem ser adquiridos através de instituições de crédito ou junto
destas. Eles são emitidos por instituições de crédito e por empresas não financeiras. Quando uma instituição
de crédito comercializa ações ou obrigações ela atua enquanto intermediário financeiro. A supervisão destes
produtos e mercados é da responsabilidade da Comissão do Mercados de Valores Mobiliários.

Podem também adquirir-se planos de poupança, tais como os Planos de Poupança Reforma ou PPR,
comercializados através das instituições de crédito ou de seguradoras.

Estes produtos podem estar associados a seguros ou a fundos de investimento.

Os PPR associados a seguros são supervisionados pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de
Pensões.

Os PPR associados a fundos de investimento são supervisionados pela Comissão do Mercado de Valores
Mobiliários.

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MANUAL DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

Referências Bibliográficas
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Fundos de Investimento; CMVM (2012);


www.cmvm.pt/pt/Legislacao/Legislacaonacional/Recomendacoes/Anexos/Pages/investir-em-fundos-de-
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Leitão, J. Morais J. & Resende M.; (1996); Produtos Bancários e Financeiros; Publicações Europa América

Matias, T & Luís J.; (2008); Fundos de Investimento em Portugal; Editora: Almedina

Neves, M. & Quelhas, A.; (2013); Carteiras de Investimento, Gestão e avaliação do desempenho; Editora:
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Veiga, A. B.; (1999); Fundos de Investimento Mobiliário e Imobiliário; Editora: Almedina

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