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O “Livro Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas” de Ana Beatriz Barbosa Silva, publicado
recentemente, trás ao público leigo o tema que está atualmente em pauta no meio
pedagógico e psicológico. O Bullying, e da mesma forma leiga e corrida de traduzir os termos
ainda pouco conhecidos, a autora aborda basicamente três perguntas: O que é Bullying? ,
Quais as conseqüências do Bullying? e Como combater o Bullying?.
Temas estes, apresentados na forma de tópicos a seguir.
O que é Bullying?
O Bullying provém da palavra inglesa “bully” que traduzida de forma livre, significa
“valentão”. O termo “bullying” que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, sendo
verbais ou físicas àqueles que não possuem capacidade para se defender desses ataques.
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer
escala social, basta haver situações de interação, tais como: escola, faculdade/universidade,
família, trabalho e entre vizinhos.
Mas, o livro “Livro Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas” aborda o contexto escolar,
que na opinião da autora, é o ambiente formador de personalidade, uma vez que, é na
escola, onde as crianças aprendem a se socializar e a internalizar sentimentos provenientes
dessa socialização.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e
particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª
séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo
Horizonte e Curitiba.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade
da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que
cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying
pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista
que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de
bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.
Os ataques provenientes do bullying são intencionais e repetitivos, ocorrem
sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos com o objetivo
de intimidar ou agredir essa vítima, que sem a possibilidade de defesa, cria uma
relação desigual de forças ou poder.
Há, portanto, a vítima (a parte mais fraca e sem possibilidade de defesa) e o agressor
(a parte forte).
Uma vez interrompido este processo, pode provocar traumas psicológicos que causam
uma série de sintomas que as vítimas carregam ao longo da vida.
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com
sentimentos negativos e autoestima rebaixada. Tendem a adquirir sérios problemas de
relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos,
a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
Pesquisas sobre o tema, apontam que a origem das agressões se iniciam no agressor
em seu ambiente familiar, através de famílias desestruturadas, fazendo com que o indivíduo
não internalize sentimentos afetivos, e por esse motivo, queiram repassar essa sensação à
outros, praticando o bullying.
Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com
baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte
sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.
Devido à enorme pressão a que o bullying sujeita o indivíduo, este torna-se frágil.
Uma vez fragilizada, a vítima apresenta dificuldades de comunicação com os outros, o que
influencia negativamente a sua capacidade de desenvolvimento em termos sociais,
profissionais e emocionais/afetivos (Ventura, 2006).
Segundo Ana Beatriz Barboza, algumas crianças, por serem diferentes de seus
colegas - altos ou baixos demais, gordinhos ou muito magros, tímidos, nerds, mais frágeis ou
muito sensíveis -, sofrem intimidações constantes. Discriminados em sala de aula, as vítimas
de bullying, na maioria das vezes, sofrem caladas frente ao comportamento de seus
ofensores. E as conseqüências podem ser desastrosas: desde repetência e evasão escolar
até o isolamento, depressão e, em casos extremos, suicídio e homicídio.
De acordo com autora, Carlos Vila e Sandra Diogo, as conseqüências do bullying para
a vítima são muitas se destacando as seguintes:
Casos:
MADONNA:
"Eu não era hippie ou fã dos Rolling Stones, então me tornei esquisita (...) Se você fosse
diferente, os alunos eram bem perversos. As pessoas faziam questão de serem maldosas
comigo", disse a diva à revista "Vanity Fair" em 2008. Mas quanto mais represálias às suas
diferenças, mais Madonna reagia: não depilava pernas e axilas, recusava-se a usar
maquiagem ou se encaixar no modelo de garota convencional.
STEVEN SPIELBERG:
O diretor de cinema mudou-se várias vezes de cidade em função do trabalho de seu pai.
Sempre solitário desengonçado e excluído, com sua câmera super-8 nas mãos fazendo filmes
caseiros das irmãs, Spielberg sofreu vários ataques antissemitas dos vizinhos e dos colegas
de escola. Chegou a apanhar diariamente no recreio e ouvia as crianças berrando
"Spielbergs, os judeus sujos".
MICHAEL PHELPS:
O nadador que nas Olimpíadas de Pequim conquistou oito medalhas de ouro e bateu sete
recordes mundiais tinha déficit de atenção. Uma professora chegou a dizer que ele seria um
fracassado. Sofreu bullying anos seguidos: além do transtorno, era muito alto, magro,
desengonçado e tinha orelhas grandes. Uma vez, seu boné foi jogado para fora do ônibus.
Em outra, sua cabeça quase foi mergulhada na privada.
KATE WINSLET:
A estrela, indicada seis vezes ao Oscar antes de levar a estatueta para casa por seu papel
em "O leitor", recebeu das crianças da escola o apelido de gorducha: "Outras meninas me
provocavam terrivelmente. Eu simplesmente abaixava minha cabeça e aceitava isso. Era o
meu jeito de sobreviver", disse à "Parade Magazine". "Sofri bullying por ser gordinha. Onde
estão elas agora?"
DAVID BECKHAM:
Um dos maiores jogadores de futebol do mundo sofreu bullying por ser apaixonado pelo
esporte. Adolescente, era um estranho no ninho: enquanto seus colegas pensavam em
diversão, ele focava no futebol. Recusava noitadas e bebidas e os agressores diziam que isso
era coisa de "mulherzinha". Beckham está na campanha Beat Bullying : "O bullying é algo
que todos nós temos responsabilidade de erradicar".