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Bruxaria - o início religioso da nossa era

“... No importante livro: “O Culto de Bruxaria na Europa Ocidental" ("The Witch-Cult in


Western Europe"), de 1921, Murray sustentava que a Bruxaria era uma antiqüíssima religião
organizada, presente em toda a Europa, baseada no culto a um deus chifrudo da
fertilidade, que ela denominou de Dianus. De acordo com ela, essa religião havia sobrevivido
à perseguição e continuava com suas práticas, de maneira oculta.

Hoje sabemos que ela não era tão organizada nem praticada em tantos lugares quanto Murray
sustentava, mas indubitavelmente existia um culto pagão, praticado de formas diferentes em
lugares diferentes, que sobreviveu à perseguição. Em 1948 Robert Graves escreveu sua
excelente obra "A Deusa Branca" ("The White Goddess"), no qual concordava com Murray
quanto à existência de um culto pagão disseminado pela Europa, mas apoiava a tese de que
sua divindade mais importante era uma Deusa-Mãe, e não o Deus de Chifres. Três anos
depois, em 1951, caíram as últimas leis antifeitiçaria da Inglaterra. A porta estava aberta para
os bruxos. Surge então Gerald Gardner, o mais importante personagem do renascimento da
Bruxaria como religião. Gardner era um folclorista inglês, amigo pessoal do grande mago
Aleister Crowley.

Admirador de Frazer e Murray realizava profundas pesquisas sobre os cultos de fertilidade pré-
cristãos e sua sobrevivência. No decorrer destas pesquisas, em 1939, conheceu um grupo de
pessoas que mais tarde descobriu fazerem parte de um Coven secreto (como o eram todos, na
época). Gardner ficou fascinado: a existência destes bruxos confirmava as teses de Margaret
Murray. Estabeleceu uma relação de amizade profunda com os membros deste Coven
(denominado Coven de New Forest), e acabou por receber Iniciação. O Coven de New Forest,
dirigido por uma bruxa conhecida por "Old Dorothy", era representante de uma tradição que
havia sobrevivido às perseguições.
Há quem insinue que Gardner inventou o Coven para dar bases a seu trabalho posterior, e que
‘Old Dorothy’ nem ao menos existiu. Essas declarações foram brilhantemente refutadas com
evidências históricas por Doreen Valiente, no ensaio "Em Busca de Old Dorothy", publicado
no livro "The Witches Way" ("O Caminho dos Bruxos"), do casal Janet e Stewart Farrar. Com
o passar do tempo, Gardner preocupou-se com o futuro da Tradição, pois todos os membros
do Coven eram idosos, e não havia previsão de aceitar novos iniciados. Ele não aceitou esse
destino, e pediu permissão para publicar algumas práticas da religião. Relutantes, os Sábios do
Coven negaram. Mesmo assim, Gardner publicou, em 1948, "High Magic's Aid", um romance
no qual descrevia, sutilmente, alguns rituais da Arte. A publicação do livro causou polêmica
entre o Coven de New Forest e, Gardner quase foi banido. Mas, com a queda das leis
antifeitiçaria, os Sábios do Coven reviram sua posição e deram permissão a Gardner para
afirmar que a Bruxaria estava viva, desde que não revelasse nenhum segredo. Então, em
1954, Gerald Gardner publicou o primeiro livro da Bruxaria Moderna: "Witchcraft Today",
seguido de "The Meaning of Witchcraft" (1959). Neles, Gardner afirmava estarem certas as
teorias de Murray, pois ele mesmo era um bruxo iniciado.

Os livros falavam apenas superficialmente sobre a Tradição que lhe havia sido confiada,
concentrando-se mais no aspecto histórico da religião.

Paralelamente à publicação dos livros, Gardner saiu do Coven de New Forest e iniciou seu
próprio Coven, iniciando pessoas que lhe parecia sinceras e dedicadas. A essas pessoas,
transmitia integralmente o conteúdo de um manuscrito, por ele denominado de "Livro das
Sombras". Este livro continha integralmente a Tradição do Coven de New Forest, mesclada a
práticas mágicas retiradas da Clavícula de Salomão e dos escritos de Crowley. Seu
conteúdo, copiado por todo iniciado, passou a ser denominado de Tradição Gardneriana, a
primeira Tradição da Bruxaria Moderna. O "Livro das Sombras" Gardneriano teve três
versões, conhecidas pelas letras A, B e C. O texto que é utilizado atualmente pelos Covens
Gardnerianos é o C, escrito por Gardner em conjunto com uma de suas iniciadas, Doreen
Valiente, responsável por grandes mudanças no texto original. Valiente "paganizou" ao
máximo os ritos e textos, retirando qualquer influência de magia judaico-cristã ou textos
escritos por Crowley.
Atualmente, a Gardneriana é a mais sigilosa de todas as Tradições modernas.
Gardner morreu em 1964, e o comando de seus Covens foi passado à Monique Wilson,
conhecida como Lady Olwen.
Na década de 60, surgiu outro personagem importante na história moderna da Arte: Alex
Sanders, que recebeu o título de "Rei dos Bruxos". Sanders era um grande interessado em
bruxaria, que nunca havia conseguido ingressar em um dos Covens Gardnerianos.

Daniel Pellizzari
Fonte: Site Alemdalenda.

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