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A VERDADE
SOBRE
O BB GLOW PhD JOÃO T ASSINAR Y,
MS. GIO VANA SINIGA GLIA e
Phd SHANNA BIT TENCOU RT
AUTORES
PhD JOÃO
TASSINARY

Possui graduação em Fisioterapia


e em Biomedicina com ênfase em
Estética, mestrado em Ambiente e
Desenvolvimento pela Universidade do
Vale do Taquari - Univates e doutorado
em Medicina e Ciências da Saúde, na
área de Clínica Médica, pela Faculdade
MS. GIOVANA
SINIGAGLIA

Graduada em Fisioterapia, especialista


em Fisioterapia Dermatofuncional,
com mestrado em Ambiente e
Desenvolvimento pela Universidade do
Vale do Taquari - Univates.
Phd SHANNA
BITTENCOURT

Graduação em Fisioterapia (2004) e


mestrado em Biologia Celular e Molecular
(2007) pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul. Doutora
em Biologia Celular e Molecular pela PUC/
RS com período sanduíche na Universitat
de Barcelona (2012). Realizou pós-
de Medicina da Pontifícia Universidade doutorado na Vrije Universiteit Brussel
Católica do Rio Grande do Sul, com (Bélgica) entre 2012 e 2014.Foi bolsista
período intercalar na Universidade de de Pós-Doutorado (PNPD/CAPES) e
Barcelona, junto, ao Hospital Duran y professora colaboradora do Programa
Reynals, no Campus de Bellvitge. de Pós-graduação em Biotecnologia da
Univates até março de 2018.

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INTRODUÇÃO
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INTRODUÇÃO
Os padrões de beleza “ideal” variam de acordo com a época e as
culturas estudadas, entretanto, a obstinação em aderir ao modelo
socialmente imposto parece ser algo normativo em qualquer lugar
do mundo. O grande problema é que o desejo de se enquadrar ao
estereótipo de beleza vigente pode levar pessoas a comportamentos
muitas vezes insalubres. Nesse processo, os meios de comunicação
têm lugar de destaque, uma vez que se prestam à propagação desses
estereótipos¹, mas nem sempre caracterizam os benefícios e riscos
reais das metodologias para se atingir tais padrões.

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INTRODUÇÃO
Nesse sentido, nasce a necessidade desse texto, que foi
escrito também com a finalidade de responder aos inúmeros
questionamentos acerca do BB Glow, uma técnica que ganhou as
mídias no Brasil e até o momento carece de bases científicas para
podermos, inclusive, discutir com segurança o assunto.

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O QUE É BB GLOW?
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O QUE É BB GLOW?
A técnica BB Glow tem sua origem a partir de um creme cosmético
desenvolvido inicialmente na Alemanha em 1967 chamado BB
Cream ou Blemish Balm Cream (bálsamo anti-imperfeição). Esse
creme entra na classe de cosméticos faciais all-in-one, isto é, sérum
ETAPAS DE APLICAÇÃO DO BB GLOW
+ hidratante + maquiagem + base + protetor solar, tudo em um
único frasco². Devido a suas propriedades polivalentes, o creme se
tornou uma alternativa à base facial, dando um tom mais uniforme
à pele, além de hidratar e disfarçar as rugas. Primeiramente, o

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creme era utilizado por dermatologistas após tratamentos com
lasers e peelings por causa de suas propriedades calmantes e
hidratantes. Ele se tornou famoso quando diversas estrelas coreanas
revelaram seus “segredos” para uma pele perfeitamente vistosa e
de aparência natural. Com isso, a tendência se espalhou pela Ásia
e Europa até chegar aos EUA³. Com o advento de dispositivos de
microagulhamento, que facilitam a penetração de produtos através
da pele, não tardou muito para que fizessem a associação da técnica
com o BB Cream, surgindo assim, o BB Glow.

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COMO FUNCIONA
A TÉCNICA?
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COMO FUNCIONA
A técnica do BB Glow utiliza dispositivos de microagulhamento
para introduzir na camada superficial da pele produtos

A TÉCNICA? específicos, como se fosse uma “micropigmentação superficial”,


de acordo com o tom da pele de cada pessoa, a fim de proporcionar
um efeito de maquiagem. A caneta de microagulhamento BB
Glow foi projetada para abrir inúmeros microcanais através de
nanoagulhas para que os produtos possam penetrar na pele de
forma indolor. Os protocolos variam dependendo do tamanho

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COMO FUNCIONA
das agulhas; com diferentes profundidades (0,2 a 2,0 mm)
diversos efeitos são alcançados, desde clareamento de manchas

A TÉCNICA? faciais até melhora da celulite.

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BENEFÍCIOS DO
BB GLOW?
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BENEFÍCIOS DO
Não existe até o momento benefícios mencionados em artigos
científicos, apenas os citados pelo fabricante, que incluem a melhora

BB GLOW? do tom e luminosidade da pele e a suavização das rugas. Os ativos


encontrados nos produtos têm a finalidade de neutralizar os radicais
livres, proteger contra a ação dos raios ultravioletas (UV), hidratar
a pele, entre outros4.

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RISCOS DO
BB GLOW?
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RISCOS DO BB
Antes de falar sobre os riscos, devemos ressaltar que o BB Glow
ainda não tem liberação pela agência reguladora americana (FDA)

GLOW? e muito menos pela ANVISA! Por isso não se sabe os reais efeitos
que esse tratamento pode vir a trazer a longo prazo. A maioria dos
riscos está associada às substâncias inorgânicas, não degradáveis,
introduzidas na pele através do microagulhamento. Assim como
nas tatuagens e micropigmentação, alguns minerais como titânio,
bário, alumínio e cobre são frequentemente usados como pigmentos

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RISCOS DO BB
na formulação dos BB Creams. Alguns óxidos de metais (óxido de
alumínio, dióxido de titânio) em escala nano também são utilizados

GLOW? para alcançar a cor desejada, transparência ou fluorescência. Por


exemplo, os pigmentos inorgânicos que dão a coloração vermelha
são provenientes do mercúrio e cádmio; pigmentos de cor amarela
normalmente contêm chumbo, cádmio e zinco; e pigmentos de cor
laranja provêm do cádmio5.

Entretanto, ainda são poucas as pesquisas referentes aos riscos


toxicológicos da remoção de pigmentos provenientes de metais
pelo sistema linfático. Teoricamente, esses pigmentos podem
se decompor em substâncias químicas tóxicas quando expostas
à luz. O que se sabe é que em alguns casos existe a formação de
substâncias químicas contendo o radical “azo”, já descrito como
citotóxico e carcinogênico. Porém, até o momento nenhum ensaio
clínico confirmou os testes em laboratório6.

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RISCOS DO BB
Além disso, ingredientes não degradáveis favorecem o
desenvolvimento de biofilmes microbianos que estão associados à

GLOW? resistência a antibióticos e infecções crônicas. A grande quantidade


de ingredientes – que no BB Cream podem ser mais de 40 – aumenta o
risco de alergias e dermatite de contato. Ainda, é importante lembrar
que a superfície de aplicação é muito maior se comparada à área de
aplicação da micropigmentação de olhos, lábios e sobrancelhas7. A
contaminação por biofilmes pode acontecer com qualquer formato
e tamanho de agulha utilizada, conforme cita Wang e col. (2017)
em seu estudo publicado na Nature. Esses autores inferem que o
risco de contaminação com material biológico foi verificado em
diferentes formas de punturação da pele e com diferentes formas
e tamanhos de agulhas, ressaltando assim, a importância da
preparação prévia da pele ao aplicar qualquer técnica que rompa
a proteção natural da pele8. Dentro deste contexto, tomando por

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base as referências descritas pelo professor e médico Dr. Lance
Setterfield7, a combinação supracitada poderia trazer inúmeras
reações adversas, dentre estas destacamos:

INFECÇÕES
A infecção secundária após microagulhamento, embora rara, é
uma possibilidade. Sugere-se que qualquer procedimento em que
se promova a ruptura do tegumento seja realizada em ambiente
clínico e controlado, do contrário, amplia-se o risco de infecção.

GRANULOMAS
Os granulomas podem ser caracterizados como um tipo de
cicatriz onde o corpo tenta “isolar” o material estranho que não
consegue eliminar através do processo de fagocitação. Na técnica

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RISCOS DO BB
de microagulhamento isolada, essa afecção não é comum, mas
a incidência está aumentando à medida que os distribuidores

GLOW? promovem produtos tópicos para aplicar durante e após o tratamento


com o objetivo expresso de infusão. Os sintomas apresentados
podem incluir erupção cutânea (pápulas eritematosas coalescentes
em placas), febre, artralgia e eritema nodoso.

ALTERAÇÕES CICATRICIAIS E HIPERPIGMENTAÇÃO


PÓS-INFLAMATÓRIA
O processo de cicatrização tecidual depende de uma série de
respostas envolvidas e proporcionais à cascata inflamatória. Assim,
quando materiais estranhos são implantados no organismo, é
possível que um processo inflamatório descontrolado se instale, o
que pode promover alterações cicatriciais importantes e também
hiperpigmentação pós inflamatória.

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CONCLUSÃO
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CONCLUSÃO
Principalmente pelo fato de não haver estudos a respeito da
segurança e dos possíveis efeitos adversos que a técnica do BB
Glow possa trazer a longo prazo, devemos ter muita cautela
antes de aplcicar esse procedimento a nossos pacientes. Além
disso, vale a pena lembrar que não devemos trabalhar com
procedimentos que não possuam liberação da ANVISA. Diante
dessas informações, os riscos acabam por superar os benefícios
que a técnica do BB Glow possui.

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REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
PRAÇA, M.; LEAL, P. A beleza que oprime: um estudo dos padrões
estéticos socialmente estimulados pela Comunicação de Massa.
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação. XV Congresso de Ciências da Comunicação na
Região Sudeste, 2010.

MISERY, L. Les BB crèmes: une révolution qui date de…1860.


Annales de Dermatologie et de Vénéréologie, 141(1): 74–76, 2014.

COUTEAU, C.; PAPARIS, E.; COIFFARD, L. J. M. BB creams and


their photoprotective effect. Pharmaceutical Development and
Technology, 21(1): 39–42, 2014.

BB Glow. BB Glow Academy, 2019. https://www.bbglow-academy.


com/bb-glow. Acesso em 10 de maio de 2019.

EGHBALI, K.; MOUSAVI, Z.; ZIARATI, P. Determination of heavy


metals in tattoo ink. Bioscience and Biotechnology Research Asia, v.
11(2):941-946, 2014.

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REFERÊNCIAS
KHUNGER, N.; MOLPARIYA, A.; KHUNGER, A. Complications
of tattoos and tattoo removal: stop and think before you ink. Journal
of Cutaneous and Aesthetic Surgery, 8(1):30-36, 2015.

BB Glow and microneedling – risks and benefits. Needling Guide,


2019. https://www.needlingguide.com/bb-glow-microneedling-
risks-benefits/. Acesso em 10 de maio de 2019.

WANG, Y.; LENG, V.; PATEL, V.; PHILLIPS, K. S. Injections


through skin colonized with Staphylococcus aureus biofilm
introduce contamination despite standard antimicrobial preparation
procedures. Scientific Reports, 7: 45070, 2017.

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A VERDADE SOBRE
O BB GLOW

JOÃO TASSINARY,
GIOVANA SINIGAGLIA e
SHANNA BITTENCOURT

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