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CATÓLICA DE
BRASÍLIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
GESTÃO DO CONHECIMENTO E DA
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
MESTRADO
BALANCED SCORECARD e
Aprendizagem Organizacional: um
estudo de caso em uma Empresa
Pública
Autora: Gidália de Santana Brito
BRASÍLIA 2006
GIDÁLIA DE SANTANA BRITO
Brasília
2006
B862b Brito, Gidália de Santana.
Balanced Scorecard e aprendizagem organizacional: um estudo de
caso em uma empresa pública / Gidália de Santana Brito – 2006.
187 f. ; 30 cm
CDU 65.012.2
__________________________________________________
Nome do Professor
__________________________________________________
Nome do Professor
__________________________________________________
Nome do Professor
Brasília
UCB
AGRADECIMENTOS
Ao mestre Cláudio Chauke, pela confiança, atenção e delicadeza e por me conduzir com sua
sabedoria pelos caminhos mais adequados a esta pesquisa.
The Balanced Scorecard - BSC praises, in one of the five principles of a strategy oriented
organization, the possibility of generating learning, mainly during the test of the underlying
strategical hypothesis to the Strategical Map. This research investigates how the
organizational learning process has happened during the development, implementation and
use of a BSC Project, the importance of the BSC for the organizational learning, what the
main difficulties found in order to make this learning possible are, and the actual profits
verified by the organization. The double and triple loop learning models, developed by Chris
Argyris and Fredy Kofman respectively, are used as reference. The research is descriptive and
has been developed as a case study about organizational learning in a public company in
process of adoption of BSC methodology, the Companhia Nacional de Abastecimento -
Conab. Bibliographical support, Conab files and documents, and data supplied by Conab
leaders involved with the BSC Project development and implantation have been used. The
research produced the following results: an average capability was identified for the simple
loop learning implementation. Regarding the double loop, there was not enough time for the
strategical hypothesis test and, for the triple loop, the perception was that the adoption of BSC
strengthened the institutional image and aggregated new values. Although it is still not
capable of protecting the organization against environmental changes.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
1. Introdução
1.1 Tema
Por sua vez, a aprendizagem organizacional, fenômeno previsto pelos próprios autores
do BSC como passível de ocorrer a partir da gestão da estratégia, mostrou-se como um viés
suficientemente robusto e digno de atenção a ponto de justificar-se como o outro pilar da
pesquisa. O aprendizado organizacional, proporcionado a partir da formação da estratégia e da
sua conversão em um processo contínuo, pelos sucessivos ajustes nas hipóteses estratégicas
em que se baseia o Balanced Scorecard, poderá prover as condições de que as organizações
necessitam para enfrentar os desafios da Era do Conhecimento.
adoção do Balanced Scorecard por uma organização. Para tanto, será utilizado um estudo de
caso, baseado na experiência concreta de desenvolvimento e implantação de um projeto de
planejamento estratégico com o suporte do Balanced Scorecard, em uma empresa pública
federal.
Além das fontes de pesquisa apontadas, constituiu o suporte básico para a condução
desta pesquisa a literatura consolidada sobre o tema. Os autores selecionados nessas fontes de
pesquisa estarão referenciados ao longo deste item.
A aprendizagem organizacional constitui-se, por si só, num tema palpitante, haja vista
a sua importância no contexto atual do mundo corporativo como forma de prover mecanismos
de sobrevivência das organizações em ambientes em constantes transformações e cada vez
mais competitivos.
5
De Geus (1999), na tentativa de entender o que torna uma empresa capaz de ser
considerada bem-sucedida, faz uma visita a dois mundos: o da definição da empresa
econômica e o da empresa que aprende, entendendo que essa diferença esta no cerne da crise
que os gerentes enfrentam atualmente, associando ainda a tensão entre elas à baixa
expectativa de vida das empresas do Hemisfério Norte.
Ainda acompanhando De Geus (1999), a empresa bem sucedida é aquela que pode
efetivamente aprender. Para enfrentar um mundo em constante mudança e a ela se adaptarem,
empresas precisam desenvolver a capacidade de migrar e mudar, de desenvolver novas
habilidades e atitudes, em resumo, precisam desenvolver a capacidade de aprender. A
essência do ato de aprender é a capacidade de gerir a mudança mediante a mudança em si
mesmo – tanto para pessoas quanto para empresas quando vivenciam o tumulto. A única
vantagem sustentável é a capacidade de aprender mais rápido que os competidores (DE
GEUS, 1999).
Para Argyris (2001), as empresas que aspiram ser bem-sucedidas devem resolver o
dilema do aprendizado: o sucesso nos mercados depende cada vez mais do aprendizado, mas
a maioria das pessoas não sabe aprender.
2. Formulação do Problema
Destacada a importância do tema pesquisado, realizada no Item 1.3, cabe então dar
contornos mais definidos ao problema que será tomado como objeto da presente pesquisa,
procurando-se verificar a aplicabilidade e exploração do tema proposto dentro de uma
situação real.
2.2 Suposições
3. Referencial Teórico
O aprendizado de laço duplo, por sua vez, acontece quando os erros são corrigidos
por meio de ações, mas só depois que as variáveis direcionadoras tiverem sido revistas.
Variáveis direcionadoras são aquelas que podem ser inferidas com base em observações das
ações dos indivíduos dentro das organizações. Elas não serão encontradas sob crenças e
valores esposados. O aprendizado de laço simples é útil para a realização de tarefas do dia a
dia, já o aprendizado de laço duplo é requerido quando se tratar de tarefas mais complexas e
não passíveis de serem programadas (ARGYRIS, 1999a).
1
Há, na literatura de aprendizagem organizacional, varias traduções para as expressões single loop e double loop
utilizadas por Argyris. Neste trabalho foram adotadas as traduções laço simples e laço duplo para essas
expressões, respectivamente.
11
Concordam
Laço Simples
Laço Duplo
2
A expressão original do modelo de Argyris “governing variables” foi traduzida como “variáveis
direcionadoras”
12
Este modelo gera uma série de conseqüências nefastas ao aprendizado, por exemplo, a
inibição da efetividade, da flexibilidade, inovação, qualidade, rentabilidade, competitividade e
sobrevivência nas organizações. Para superar essas deficiências, esse autor propõe o modelo
de aprendizado mútuo, cujos pressupostos são (KOFMAN, 2002):
a) eu sou um ser humano limitado pelos meus modelos mentais;
b) o pensamento dos outros tem uma lógica intrínseca;
c) todos os seres humanos podem agir de forma racional e, ao mesmo tempo, estar
abertos às opiniões dos outros;
d) as restrições são incentivos para aguçar o engenho;
e) os erros são oportunidades de aprendizado dignas de investigação.
nível 3 de aprendizado, que implica necessariamente a revisão dos modelos mentais para a
realimentação do aprendizado. Para Kofman (2002),
A partir das distinções sobre aprendizado e modelos mentais feitas por Bateson3,
Kofman (2002) propõe um modelo de aprendizado de laço triplo. Bateson4 apud Kofman
(2002), “diferenciou vários tipos de aprendizado usando as leis da física do movimento como
metáfora: aprendizado 0 (corpo em repouso ou posição fixa), aprendizado 1 (velocidade ou
taxa de mudança de posição), aprendizado 2 (aceleração ou taxa de mudança de velocidade),
aprendizado 3 (taxa de mudança na aceleração)”.
3
Sobre essas distinções, Kofman faz referência à obra de Bateson, G. Pasos hacia uma ecologia de la mente.
Buenos Aires: Lúmen, 1998
4
Bateson, G. op.cit.
14
Cultura
Objetivos Concordam
Objetivo
s
Biologia
Idioma
História
Pessoal
Modelos
Ambiente Mentais Interpretações Ações Resultado
s
Aprendizado 1- Não
Filtros e - o que está acontecendo?
estruturas - O que quero? 1º-
Laço Simples Concordam
interpretativas - O que posso fazer?
Aprendizado 2 -
2 -Laço Duplo
Aprendizado 3 - Laço Triplo
Um dos destaques desse quadro fica para o entendimento do terceiro laço que é
tratado como Deutero Learning. Snell e Man-Kuen Chak (1998) associam o laço triplo à
capacidade de adoção de novos processos e metodologias para permitir a reconstrução do
modo de pensar, para mover-se do paradigma da mudança de posições para o da invenção, à
capacidade de aprender a aprender. Sunassee e Haumant (2004) identificaram, além dos três
5
Sumarizado pelos autores com base nos níveis de aprendizado estabelecidos por Bateson, G. Steps to an
ecology of mind. London: Palladium. 1973.
16
Uma discussão interessante e fecunda ficará por conta de estabelecer um paralelo entre
o modelo de aprendizado laço duplo, como descrito por Argyris (1999a) (vide Figura 1), e o
modelo de laço triplo, nos moldes descritos por Kofman (2002) (vide Figura 2). Esta
comparação é pertinente, se considerarmos que há pontos em comum:
6
Argyris, C. ; Shön, D. Oganizational learning: a thery of action perspective. Addison-Wesley Reading. MA,
1978.
17
Outros autores também trataram a questão dos diversos níveis de aprendizado, como
Senge e Fulmer (1993) que distinguem dois tipos de aprendizado:
i. Instrumental – que envolve ajustes nos comportamentos individuais para fazer
face às mudanças ambientais. Trata-se de um aprendizado de manutenção,
associado à sobrevivência da organização. É, portanto, reativo.
ii. Generativo – é o aprendizado que remete à capacidade individual ou da
organização de criar seu futuro. É, portanto, pró-ativo.
Dois níveis de aprendizados também são destacados por Schein (1997): 1) relacionado
com a manutenção e crescimento; 2) referente à transformação. Estes dois níveis foram
associados por Schein (1997) aos conceitos de aprendizado de laço simples e duplo
preconizados por Argyres (1999a), respectivamente.
Piaget7 (apud DE GEUS, 1999) também identifica dois tipos de aprendizado: a) Por
assimilação, em que a absorção de informações para as quais o aprendiz já possui estruturas
montadas que possibilitam reconhecer e dar significado ao sinal. De Geus (1999) enquadra
nessa categoria as decisões operacionais tomadas pelas organizações; b) Por acomodação, em
que o aprendiz passa por uma mudança estrutural interna em suas crenças, idéias e atitudes.
Para De Geus (1999), este tipo de aprendizado refere-se a um processo fundado na
experiência, pelo qual se adapta às mudanças do meio ambiente.
7
Piaget, J. The psychology of intelligence. London: Routledge & Kegan Paul, 1986
8
No texto original, o modelo chama-se Knowledge Life Cycle (KLC)
9
Supply-side, no original
10
Demand-side, no original
18
O aprendizado acontece quando há uma mudança nas ações. Uma mudança nos
processos mentais ou nas atitudes de uma pessoa, quando não se reflete no seu
comportamento, não é um aprendizado. Finalmente, há a necessidade de alguma forma de
experiência para a aprendizagem, e independentemente da forma como ela seja adquirida, se
essa experiência resultar em mudança de comportamento, então se pode afirmar que houve
aprendizado (ROBBINS, 2002).
Esse processo de aprendizagem pode ser explicado ppor várias correntes. Três delas
serão exploradas a seguir:
Para dar conta de como aprendemos, três teorias explicam o processo pela qual
adquirimos padrões de comportamento (ROBBINS, 2002, p. 38): condicionamento clássico,
condicionamento operante e a aprendizagem social.
Para a Teoria da aprendizagem social “as pessoas podem aprender tanto pela
observação como pela experiência direta” (ROBBINS, 2002). Segundo esse autor
11
O termo S-R.abreviatura dos termos latinos Stimulus e Responsio e refere-se a Estímulos e Resposta
20
b) Abordagem cognitiva
c) Abordagem ontológica
Nesse contexto, escutar e falar ganham papéis mais relevantes. Escutar não é ouvir,
escutar é ouvir e interpretar. Falar é atuar, é intervir na realidade. Quando atuamos e
21
escutamos estamos construindo o nosso ser. A escuta tampouco é um ato passivo. Como
interpretação das ações do outro, a escuta permite uma construção da realidade e de um futuro
(ECHEVERRIA, 1998).
Assim, quando uma mesma entidade puder realizar ações efetivas diferentes em
determinado momento de seu desenvolvimento que não podia realizar em seu passado, diz-se
que ela aprendeu. A aprendizagem é, pois, um juízo de poder. Só podemos dizer que houve
aprendizado quando emitimos um juízo de que aquilo que podemos fazer no presente não
podíamos fazer no passado. Portanto, não há aprendizagem, como não há saber, que não nos
remeta, de uma forma ou de outra, à nossa capacidade de ação efetiva (ECHEVERRIA,
1998).
Embora essas duas abordagens sejam absolutamente distintas, uma vez que foram
construídas sob visões e propósitos diferentes, a discussão sobre elas pode ser vista mais
dentro de uma perspectiva de complementaridade que de oposição.
As organizações que aprendem, por sua vez, têm sua gênese na comunidade de
consultores e gestores, interessados em lançar mão do corpo de experiências das organizações
e das suas melhores práticas, para produzir recomendações de como se tornar uma
organização que aprende, e assim em extrair dessa experiência o melhor saber para suportar e
pautar suas ações. O caráter, nesse caso, é prescritivo e o viés, prático, focado no produto. Os
estabelecimentos de Senge (2002) enquadram-se nessa vertente, para quem uma organização
que aprende é “um lugar onde as pessoas descobrem continuamente como criam sua
realidade” (SENGE, 2002, p. 46), e “uma organização que está continuamente expandindo
sua capacidade de criar seu futuro” (SENGE, 2002, p. 47).
De acordo com Garvin (2001), para que uma organização possa se transformar em
uma organização que aprende, três questões críticas - que chamou de “os três M” - devem ser
apropriadamente tratadas: significado (meaning), gestão (management) e mensuração
(mesurement). A primeira envolve superar as questões conceituais por meio do
estabelecimento de “uma definição plausível e bem fundamentada de organização que
12
TSANG, E. W. K. Organizational Learning and the learning organization: a dichotomy detween descriptive
and prescriptive reseach. Human Relations, v. 50, n 1, p. 73-89, 1997.
24
aprende, que seja conversível em ação e de fácil aplicação” (Garvin, 2001). A segunda
questão diz respeito à “necessidade de orientações mais claras sobre aspectos práticos,
envolvendo recomendações operacionais em vez de grandes aspirações” (Garvin , 2001).
Essas três questões trazidas por Garvin (2001), particularmente a terceira, remetem à
visão extremamente pragmática envolvida na vertente da organização que aprende, em que
uma materialidade é buscada, a fim de gerar a desejada obtenção de resultados. Garvin
(2001) chega a considerar as contribuições teóricas nesse campo “referenciais e utópicas,
cheias de uma terminologia quase mística”, promovendo uma crença num paraíso próximo,
mas pouco contribuindo em termos de materialidade, de visão prática rumo ao seu alcance.
Garvin (2001) destaca cinco atividades nas quais as organizações que aprendem são
habilidosas: solução de problemas de maneira sistemática, experimentação de novas
abordagens, aprendizado com as próprias experiências e antecedentes, aprendizado com as
experiências e melhores práticas alheias, e transferência de conhecimentos rápida e eficiente
em toda a organização.
25
Popper e Lipshitz (2000) entendem as organizações que aprendem como aquelas que
inserem os mecanismos de aprendizagem institucionalizados na cultura do aprendizado.
Como sabermos se estamos diante de uma organização que aprende? O teste deverá
ser feito mapeando-se os mecanismos de aprendizagem organizacional, a cultura na qual eles
estão inseridos e a contribuição de ambos para melhorar a performance e a habilidade dos
membros da organização para mudar a missão e os valores organizacionais, respectivamente o
laço simples e o laço duplo. (POPPER e LIPSHITZ, 2000).
Mais que um sistema de medidas tático ou operacionais e mais que ampliar o escopo
das medidas de desempenho, “O Balanced Scorecard traduz a missão e a estratégia das
empresas num conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve de base para um
sistema de medição e gestão estratégica” (KAPLAN e NORTON, 1997, p.2). É, portanto, um
sistema de gestão estratégica para administrar a estratégia no longo prazo.
O Balanced Scorecard vem sofrendo evoluções desde que foi lançado como
referencial de mensuração de desempenho das organizações. A proposta original, criada com
a intenção de superar as limitações de perspectiva (mensuração baseada apenas em medidas
financeiras) e temporais (voltadas apenas para o desempenho pretérito, sem refletir os vetores
de desempenho futuro), propunha-se a fornecer um referencial de análise da estratégia
utilizada para a criação de valor, sob quatro perspectivas diferentes – Financeira, Cliente,
Processos internos e Aprendizado e Crescimento. Essa proposta original sofreu refinamentos,
tendo sido o Balanced Scorecard convertido de um sistema de mensuração de desempenho
em um referencial organizacional do sistema gerencial estratégico (KAPLAN e NORTON,
2001, p. 33-34).
13
Neste caso, foi mantida a expressão original do termo utilizada na versão em português da obra em questão.
27
Projeto
Processo
Reformular
Formular
Aprender
Comunicar Aprender
Comunicar
Executar
Executar
Mintzberg et al. (2000, p. 7-21) entende estratégia como ‘um plano ou algo
equivalente – uma direção, um guia ou curso de ação para o futuro” em contraposição à visão
da estratégia como “padrão, isto é, consistência em comportamento ao longo do tempo”,
ambas representando, na verdade, as idéias de uma estratégia pretendida e realizada,
respectivamente, na prática nem sempre correspondentes, pois “o mundo real exige pensar à
frente e também com alguma adaptação durante o percurso” (MINTZBERG et al, 2000). Essa
29
O modelo de aprendizado de laço duplo preconizado por Argyris (1999a) também foi
visitado por Kaplan e Norton (2001) para demonstrar como o aprendizado organizacional
pode ser criado e viabilizado com a adoção do Balanced Scorecard.
Experimentação,
ESTRATÉGIA Aprendizado e Adaptação
Experimentação de
relações causais
Simulação dinâmica
Análise de negócio
Laço do Aprendizado Estratégia emergente
Atualização da Estratégico
Estratégia
Experimentação
BALANCED das Hipóteses
SCORECARD
Elaboração de Relatórios
ORÇAMENTO
Conexão entre Estratégia e Fechamento do Laço Estratégico
Orçamento Feedback estratégico
Metas distendidas Reuniões gerenciais
Iniciativas Laço de Gestão Responsabilidade
estratégicas das Operações
Previsões rotativas
Avaliação
Recurso OPERAÇÕES
Input Output
(Recursos) (Resultados)
O laço de gestão das operações do modelo de Kaplan e Norton (Figura 4), pela
natureza das atividades ali envolvidas, isto é, centrada em detalhes operacionais de curto
prazo, é consentâneo com a definição de aprendizado de laço simples segundo Argyris
(1999a), Argyris (1999b) e Kofman (2002) (vide Figuras 1 e 2), isto é, um aprendizado
voltado para a correção de ações. Kaplan e Norton (2001) têm uma descrição dessas
atividades que reforçam essa percepção, entendendo que laço da gestão das operações é o que
a maioria das pessoas entendem como controle gerencial e que esse controle pode ser
comparado à metáfora do termostato, que reage às diferenças entre o estado desejado e o real,
com os ajustes que se fizerem necessário. Para esses autores,
Por sua vez, o laço de aprendizado estratégico, pela complexidade e natureza de suas
atividades, envolvendo segundo esse modelo, experimentação de relações causais dos
objetivos no mapa estratégico, simulações de comportamento de impacto de alterações na
cadeia de indicadores e de objetivos, aprendizado e adaptação, tem perfeita aderência à
definição de laço duplo de aprendizado de Argyris (1999a), Argyris (1999b) e de Kofman
(2002), já explorados anteriormente.
Kaplan e Norton (2001) destacam três processos que têm sido utilizados para a
experimentação e atualização da estratégia:
A questão das estratégias emergentes foi tratada com profundidade por Mintzberg
(2004) no contexto do controle estratégico, com sentido mais amplo, exatamente por incluir a
possibilidade de análise dessas estratégias e, assim, abranger também a questão do
aprendizado estratégico.
Sim Não
Sucesso deliberado Sucesso emergente
Sim
A estratégia (viva a racionalidade) (viva o aprendizado)
realizada
teve Fracasso da intenção
sucesso? Fracasso de tudo
Não (eficiente, mas não
(tentar novamente)
eficaz)
O desafio da presente pesquisa será então o de investigar como esse nível político
acontece, podendo surgir daí uma instigante indagação: estará esse nível político presente
quando da construção do modelo do Balanced Scorecard, e da formação da estratégia
organizacional subjacente ao mapa estratégico? Ou, ousando mais ainda, é possível
vislumbrar um terceiro laço de aprendizado no modelo de laço duplo de Kaplan e Norton
(2001), apresentado na Figura 4? Uma resposta positiva a essa pergunta significará,
indubitavelmente, o avanço pretendido pela pesquisa.
Para Kaplan e Norton (2004), os ativos intangíveis devem estar alinhados com a
estratégia, a fim de criar valor, e a perspectiva de aprendizado e crescimento enfatiza a
importância deste alinhamento. Os ativos intangíveis, entendidos como “conhecimento
existente na organização para criar vantagem diferencial” (KAPLAN e NORTON, 2004),
essenciais para a execução da estratégia são: 1. capital humano; 2. capital informacional e 3.
capital organizacional.
34
Essa avaliação da execução da estratégia deve incluir em sua pauta a análise de itens
como a verificação das relações causais entre os objetivos, se esses estão caminhando em
direção à sua realização, se indicadores estão caminhando em direção às metas estabelecidas,
enfim se a hipótese estratégica se confirma ou se deve ser corrigida. Análises também devem
ser feitas quanto à evolução, adequação e suficiência das iniciativas estratégicas que são, na
35
Gold e Weiser (2005) entendem que as Reuniões de Análise Estratégica são onde
realmente se realiza o processo contínuo de gestão da estratégia e que elas “propiciam
conversas e insight sobre a estratégia, geram informações para o processo decisório, reforçam
a gestão do desempenho e promovem o senso de responsabilidade e de prestação de contas
para que a organização apresente desempenho extraordinário”.
A Figura 6 ilustra estes dois ciclos, suas relações e os elementos que os envolvem.
37
MAPA
AÇõES DE
Maxi ACOMPANHAMENTO
za
“Fechando o ciclo”
Incr
Des Fide
Ciclo de
Aprendizagem
Atualizar Estratégica:
a A REUNIÃO
estratégia Melhor RAEs
ar GERENCIAL
“Solução de problemas
em grupo”
Reforç Melho
ar r
• Objetivos Resultados
• Indicadores
• Metas
• Projetos
Ciclo COLHEITA
Realocar de INTERNA
Prioridades
uso “Testar hipóteses
Performance e promover o
aprendizado”
Externo
Projetos
Diálogos
Duas disciplinas estabelecidas por Senge (2002) para as organizações que aprendem
são fundamentais para o sucesso de Reuniões Estratégicas, o aprendizado em equipe e a visão
compartilhada. O grau de maturidade dos líderes para o trabalho e aprendizado em equipe é
fator crítico de sucesso, pois nessas reuniões avaliações de objetivos, iniciativas, indicadores e
metas, bem como a tomada de decisões acontecem sempre em equipe, processos que
normalmente suscitam discussões acirradas e polêmicas e requerem sinergias e alinhamento
para fomentar o aprendizado. De igual importância é a capacidade de os lideres trabalharem
com a visão compartilhada da organização presente no mapa estratégico do Balanced
Scorecard.
Para Barrows (2005), os líderes deverão ter uma preocupação com a forma como se
posicionam e conduzem as discussões durante as reuniões, posto que esta forma pode vir a
comprometer a obtenção dos resultados desejados. Sobre este aspecto afirma Barrows (2005),
“os líderes deveriam suprimir a urgência em criticar e, pelo contrário, assumir uma maneira
neutra e questionadora de analisar o problema”, e complementa:
Ao invés de perguntar ‘Por que nossa produção insiste em ficar fora do controle?’
tente colocar uma série de perguntas ‘Estou percebendo uma tendência a excessos de
produção: estou certo?’ (isto não coloca ninguém na berlinda.) ‘Alguém mais
(algum outro executivo) está vendo isto também? (agora você estará atraindo a
equipe para a discussão) , ‘Ok, o que está causando esta tendência?...’. Estas
perguntas transformam uma discussão que procura culpados (ameaçadora) em uma
39
a) Comunique. Deixe que as pessoas saibam por suas ações tanto quanto por suas
palavras, antes, durante e depois das reuniões, que o propósito das reuniões de
revisão não é somente analisar o desempenho, mas também agir
estrategicamente e remover obstáculos ao progresso.
d) Deixe claro que você espera que todos participem ativamente. Durante as
reuniões, envolva as pessoas na discussão. Encoraje os participantes ativos e
estimule os ouvintes.
Um aspecto importante a ser observado repousa sobre o foco a ser dado nas discussões
durante as Reuniões Estratégicas. Smack (2003b) traçou um paralelo entre estas e as reuniões
gerenciais tradicionais, demonstrando uma mudança significativa dos tempos dedicados aos
assuntos tratados. Assim, como se pode observar na Figura 7, a análise de assuntos
estratégicos passou a ocupar 60 % do tempo da agenda das reuniões estratégica em detrimento
de apenas 30 % nas reuniões tradicionais. De igual maneira, a análise do desempenho passado
passou a ocupar apenas 10 % do tempo, quando no velho estilo ocupava 40 %. Sobre estas
diferenças, complementa Smack (2003b) “qual o foco da reunião de análise estratégica?
Aprimorar o desempenho futuro, em vez de vasculhar o desempenho passado. De maneira
40
Barrows (2005) também vê a importância da tolerância ao erro como fator critico para
o sucesso das reuniões:
más notícias ao chefe. Tente executar uma nova estratégia neste ambiente.
(BARROWS, 2005).
Akkermans e Oorschoot (2002) fazem uma análise do BSC sob a perspectiva sistêmica
e apresentam uma compilação de pontos de fragilidades, referenciando as já identificadas por
outros autores:
2) Nas relações de causa e efeito entre os objetivos no mapa estratégico o fator tempo
não é considerado.
3) O BSC não provê mecanismos de validação das medidas adotadas – isto é, não há
mecanismos para avaliação da escolha das medidas adotadas.
Akkermans e Oorschoot (2002) entendem que todas estas limitações estariam sendo
contornadas com a adoção da Dinâmica de Sistemas14, integrando-a com o BSC. Fernandes
(2003) também destaca algumas das limitações do BSC apontadas na compilação feita por
Akkermans e Oorschoot (2002) e propõe a criação de um modelo de implementação do
Balanced Scorecard de modo integrado com a utilização da Dinâmica de Sistemas (DS).
Em seu modelo de laço duplo (vide Figura 4), Kaplan e Norton (2001) também
vislumbram a utilidade do uso simulações para o teste da hipótese estratégica subjacente às
relações de causa e efeito no mapa.
Kaplan e Norton (2001) nos dão notícia de uma experiência do grupo empresarial
mexicano Bal, que atua na área de mineração, seguro, varejo e serviços financeiros com a
Dinâmica de Sistemas. Quando da implementação do Balanced Scorecard, a equipe de
desenvolvimento do projeto construiu um ‘modelo de negócio’ que utilizava uma linguagem
de software de dinâmica de sistemas, incluindo no mapa estratégico da Bal, loops de feedback
entre indicadores e perspectivas. “O modelo permitia que os gerentes perscrutassem vários
anos à frente, para observar o impacto das operações de hoje nos resultados de amanhã”
(KAPLAN e NORTON, 2001, p. 323). Ainda segundo Kaplan e Norton (2001), a utilização
de modelos de simulação dinâmica na Bal propiciou os seguintes benefícios:
14
Dinâmica de Sistemas preocupa-se em saber como a estrutura de um sistema e o fluxo de suas informações
determinam seu comportamento sob ponto de vista do controle de variáveis como crescimento, estabilidade,
decadência, sucesso e falha. Ela foca no modo como relacionamentos entre loops de feedback causam
mudanças nos sistemas ao longo do tempo. Entender porque um sistema comporta-se de determinada maneira
permite redesenhar sua estrutura e diretrizes para melhorar o seu comportamento (FORRESTER, 1992).
45
3.3 Escolhas
Este item pretendeu apresentar um arrazoado sobre as principais questões implicadas
no contexto da pesquisa proposta, seja abordando as principais questões e discussões
conceituais relacionadas ao estudo da aprendizagem organizacional, seja do ponto de vista do
Balanced Scorecard, localizando-a no contexto evolutivo dos sistemas de medição de
performance e mostrando a própria evolução da metodologia, como ela pode proporcionar o
aprendizado organizacional, incluindo também as críticas e revisões que vem sendo feita ao
BSC.
Com base nesse vasto cenário de referencial teórico levantado, esta pesquisa tomará
como o ponto de partida e suporte ao seu desenvolvimento aquele estabelecido por Kaplan e
Norton (2001), qual seja o modelo de aprendizado de laço duplo (Figura 4) e as premissas e
pressupostos ali contidos. Utilizará também como base de sustentação o modelo inspirador,
desenhado por Argyris (1999a) (Figura 1).
A exploração exaustiva desses dois níveis de aprendizados por um número tão grande
de eminentes autores que trataram da aprendizagem – vide Senge e Fulman (1993), Senge
(2002), McElroy (1999a), McElroy (2003), Piaget apud De Geus (1999), De Geus (1999),
Schein (1997) e Argyris (1999a) - reafirma a importância desse modelo e reforça a escolha
feita como suporte para a condução da presente pesquisa.
Por outro lado, fazendo uma conexão e como possível elemento de alavancagem da
pesquisa, o modelo de laço triplo de Kofman (2002) também será utilizado com o propósito
de investigar como os pressupostos gerativos nele contidos podem ser utilizados para lançar
novas luzes sobre a compreensão do fenômeno da aprendizagem organizacional durante a
utilização do Balanced Scorecard. Com relação ao laço triplo, Sunassee e Haumant (2004),
Flood e Romm (1996) e Snell e Man-Kuen Chak (1998) serão adotados, pois poderão dar
contribuições significativas.
4. Estudo de Caso
Assim, todo o processo foi conduzido com as seguintes premissas (CONAB, 2005a):
a) promover a reflexão e a tomada de decisão pelas lideranças e pelos
representantes de todos os segmentos da estrutura organizacional (matriz e
regionais), como forma de facilitar o processo de mudança cultural e de
transformação de gestão futura, uma vez que a estratégia seria formulada e
traduzida pela própria Companhia;
Patrocinador
Patrocinador
Equipe
Equipe
Equipe
Equipe
de
de líderes
líderes
de
de líderes
líderes
ampliada
ampliada
Equipe
Equipe Equipe
Equipe de
de
de
de Desenvolvimento
Desenvolvimento
Multiplicadores
Multiplicadores
Forças-tarefa
Forças-tarefa
I) PATROCINADOR: Presidente
Atribuições:
Atribuições:
Atribuições:
V) EQUIPE DE MULTIPLICADORES
Atribuições:
VI) FORÇAS-TAREFA
54
1.1.Planejamento
Planejamento
eeAlinhamento
Alinhamento
conceitual
conceitual
• Planejamento do Projeto
• Mobilização da Liderança 3.3.Tradução
Traduçãodada
• Capacitação da Equipe de Estratégia
Desenvolvimento na Estratégia
Construção BSC
• Construir o BSC
2.2.Alinhamento
Alinhamento Corporativo da CONAB,
Estratégico composto por Mapa 5.5.Treinamento
Treinamentoee
Estratégicoda
da Estratégico, Indicadores,
Liderança Planejamento
Planejamentodo do
Liderança Metas e Iniciativas Desdobramento
Desdobramento
• Alinhamento da Missão e
Visão da CONAB • Capacitação da Equipe de
• Determinação dos Desenvolvimento no
Direcionadores Desdobramento do BSC
Estratégicos da empresa • Estruturar o modelo e
cronograma para o
Desdobramento do BSC
4.4.Comunicação
Comunicaçãodada da CONAB.
Estratégia
Estratégia
• Elaborar um Plano de
Comunicação da Estratégia
considerando os diversos
públicos, mensagens e veículos
Para a elaboração dos produtos previstos em cada etapa e validados nos workshops,
foram realizadas entrevistas individuais com os membros da equipe de líderes e entrevistas
coletivas com a equipe de líderes ampliada (CONAB, 2005a).
Durante essa fase de implantação do Projeto, a Companhia passou por uma mudança
de Presidência, quando o Dr. Luiz Carlos Guedes Pinto deixou a presidência, assumindo-a o
Dr.Jacinto Ferreira, então Diretor da Diretoria de Gestão Administrativa e Financeira - Diafi.
Com a vacância do cargo, o Dr. José Carlos de Andrade passou a chefiar a Diafi. Houve
também a saída de um dos diretores, o Dr. Eleldil Einstein da Silva Bessa, da Diretoria de
57
Gestão de Estoques - Diges, que foi substituído pelo Dr. Pedro Beskow. Convém ressaltar que
estas mudanças deram-se de modo absolutamente transparente ao andamento das atividades
de implantação do Projeto de Planejamento Estratégico, sendo que o novo presidente
reafirmou todo apoio à sua continuidade.
Esta documentação foi encaminhada para todos os líderes para validação, até o
fechamento de sua versão final, posteriormente enviada aos envolvidos.
Para essa segunda RAE, já se dispunha de um cenário bem mais maduro, seja do ponto
de vista da disponibilidade de um maior volume de dados dos indicadores, seja do ponto de
vista do aumento do número de indicadores implementados.
Um outro aspecto relevante foi a utilização de um suporte de TI, pois nessa época, a
ferramenta de BSC, o Hyperion Performance Scorecard (HPS), adquirida já se encontrava
59
1ª R A E 2ª R A E
De modo análogo à primeira reunião, também foi preparada a documentação dos dois
fóruns, com relato dos fatos e discussões ocorridas. Foi buscada a validação junto aos
presentes, para obtenção da versão final da ata dos eventos (Suregs e Matriz), antes da
disseminação desta aos envolvidos.
0,0200
A evolução quantitativa dos indicadores indica
alcance da meta estabelecida para este ano.
0,0150
Entretanto foi bastante questionada a suficiência
%
Contrato de Opção de
300.000 Venda 3 PMTI
239.478
200.361
200.000 171.795
3 Modelagem de Processos de Negócios
100.000 68.330 2 Controle de Qualidade dos Estoques Públicos
39.117
5. Metodologia
Trata-se, por fim, de um estudo de caso, uma vez que tomou uma situação concreta,
previamente delimitada, qual seja a investigação de uma experiência de implantação do BSC,
ora em andamento, em uma empresa pública, a Companhia Nacional de Abastecimento -
Conab.
Estrutura do Questionário
Bloco Composição
escolha das variáveis de análise escolhidas, lançou-se mão também de relatório de melhores
práticas na construção e implementação do BSC em empresas brasileiras, de depoimento de
usuários e dos estudos de caso, buscados em Coutinho e Kallás (2005).
Para tanto, os aspectos escolhidos para análise foram as divergências entre a teoria
esposada (em ação) e a teoria em uso, conceitos desenvolvidos por Argyris (2001) e Kofman
(2002) e já apresentados no referencial teórico. Um segundo aspecto escolhido foi a natureza
do perfil das discussões durante os trabalho em equipe, explorando-se as diferenças entre
questionamento e interrogação, conceitos explorados por Barrows (2005) como fatores que
interferem severamente nos resultados obtidos durante as reuniões Estratégicas. A questão
da tolerância a falhas como fator interveniente no aprendizado estratégico, conforme
Coutinho e Kallás (2005), também foi explorada no bloco. Por fim, foram utilizadas algumas
questões objetivas para avaliação do ambiente predominante nas RAEs, com o intuito de se
saber se havia condições desejáveis para o aprendizado.
Questionários
Público Alvo
%
Enviados Recebidos
Recebimento
Equipes de Desenvolvimento e
12 12 100 %
Multiplicadores
Total 54 41 75,92 %
67
29%
44% Matriz
Suregs
Equipe
27%
Para o tratamento das informações objetivas dos questionários foi utilizado o software
SPSS - Statistical Package for Social Science, tendo sido foi montada uma base de dados com
os resultados apurados. Esta base foi utilizada para se efetuar as análises e o SPSS para
estabelecer os parâmetros estatísticos (medidas de tendência central) e a consolidação por
68
faixa de resultado. Os gráficos foram obtidos com a utilização do EXCEL, após a importação
dos dados da base do SPSS.
6. Resultados da Pesquisa
As análises dos resultados da pesquisa foram divididas em duas partes, em decorrência
da natureza dos mesmos. A primeira parte tratará da análise dos resultados quantitativos,
extraídos das questões objetivas do instumento utilizado, e a segunda dos resultados
qualitativos, oriundos das questões subjetivas, construídas para complementar algumas
questões objetivas (vide modelo do instrumento no Apêndice C).
1. Em que medida você acredita que o Projeto de Planejamento Estratégico da Conab reflete
a visão compartilhada dos líderes da empresa?
A pesquisa revelou que, de modo geral, as avaliações quanto ao Projeto refletir a visão
compartilhada ficaram entre alta (46,34 %) e média (34,15%). Se olharmos, entretanto, para
uma visão segmentada dos resultados,
Gráfico 2 - Projeto reflete a Visão Compartilhada
os líderes da matriz têm uma visão
mais otimista, ficando com percentuais 60
Ger al 55,56
50 Mat r iz 46,34
acima dos resultados gerais nas Su r eg s
40
Eq u ip e 34,15 41,67
avaliações alta (55,56 % contra 46,34% 30
33,33
27,78
25,00
do geral) e muito alta (16,87 % contra 20 18,18
16,67
7,32
12,20% do geral). Os Superintendentes 10
12,20
0
Regionais também concentraram suas In ex. Mu it o Baixa Baixa Méd ia Alt a Mu it o Alt a Br an co
avaliações entre média e alta, porém com percentual inferior à matriz na faixa média.
A importância da visão compartilhada foi realçada por Senge (1988) ao longo deste
trabalho e o fato de o Projeto conseguir refletir esta visão em níveis predominantemente altos,
é sem dúvida, bastante animador, pois significa que houve condições basilares para o seu
sucesso. Esse resultado não se deu por acaso, tendo havido uma preocupação da Companhia
em evitar os erros de experiências anteriores. A criação da Equipe de Líderes Ampliada,
composta de Líderes das Superintendências Regionais e de técnicos representantes das três
Diretorias e por elas indicados (CONAB, 2005a), foi decisiva para a obtenção dos resultados
70
verificados, configurando-se como uma decisão acertada. Esses resultados também podem
significar condições à realização de uma das premissas do Projeto, que deveria ser capaz
minimizar o processo de descontinuidade administrativa com a tradução da estratégia de
forma participativa e a integração das pessoas (CONAB, 2005a).
Em termos gerais, a
Gráfico 3 - Capacidade de Mobilização das
Lideranças capacidade de mobilização das
70
66,67
60
Geral
Mat r iz
lideranças foi avaliada como muito
54,55
50
41,67
43,90
Suregs
Equipe
baixa (12,20%), baixa (24,39 %),
40
30 24,39
33,33 média (43,90%) e alta (19,51 %).
25,00 19,51
18,18
20
12,20
16,67
18,18 Visão mais otimista têm os líderes da
10 11,11
9,09
0
5,56
matriz, com percentuais bem acima
Inex. M uit o B aixa M édia Alt a M uit o Alta Branco
Baixa dos outros segmentos na faixa média
(66,67 %).
Se, conforme a questão anterior demonstrou, o Projeto realmente reflete a visão
compartilhada dos Líderes da Companhia em níveis altos, os dados do Gráfico 3 informam
que a capacidade de mobilização das lideranças para transmitir essa visão compartilhada é
modesta, carecendo-se ainda de sinergias, na Equipe de Lideres, para gerar o envolvimento de
toda a organização em torno da Estratégia. Se uma das dificuldades foi tão bem trabalhada e
vencida pelo Projeto, a complementação da construção da visão compartilhada está
comprometida exatamente pela falta de vigor dessas sinergias, provocando uma ruptura no
fluxo. Essas competências precisariam ser aprimoradas para incrementar a capacidade de
mobilização das Lideranças.
3. Como você avalia as competências adquiridas dos líderes, enquanto grupos, para
implementar a estratégia e promover a mudança com o BSC?
71
4. Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte dos líderes da
empresa?
e
5. Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte do corpo
funcional da empresa?
72
Uma fala recorrente por parte de muitos Líderes durante a pesquisa qualitativa é que
freqüentemente eles se encontram consumidos pela rotina, pelas questões operacionais, pelo
dia-a-dia, de modo que pouco tempo sobra para se dedicarem às questões estratégicas, embora
em tese reconheçam a relevância dessas questões e a necessidade de priorizá-las.
Se por outro lado, esta fala serve como uma explicação para a ausência de vinculação
com as questões estratégicas, por outro, tem um sabor de um adiamento senão de uma
resistência em habitar o mundo da gestão estratégia. A reversão desse quadro, provavelmente,
levará tempo, um tempo que deverá, entretanto, ser abreviado, a bem da saúde organizacional
e da capacidade de execução da estratégia pretendida.
7. Houve boa vontade e cooperação na busca de solução conjunta dos problemas durante
as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico?
70,00 M atriz
30
acompanham essa avaliação geral 20 21,95
22,22 16,67
9,76 8,33
10 8,33 9,09 9,09 2,44
0 2,44
Inex. Muit o Baixa Baixa Média Alt a Muit o Alt a Branco
74
enquanto os Superintendentes Regionais são mais otimistas, 81,82 % consideram essa sinergia
alta. Abstenções são verificadas na Equipe de Desenvolvimento, que tem um posicionamento
menos entusiasmado, com avaliações entre alta (50%) e média 33,33%. Mais uma condição
favorável identificada para o sucesso dos trabalhos em equipe.
40
Sur egs 43,90
45,45
41,46
avaliações concentradas em alta (geral,
Equipe
38,89
30 41,46 %) e média (geral, 43,90 %).
25,00
20
16,67
10 9,09 8,33
7,32 5,56
5,56 4,88 2,44
0
Inex. Muit o Baixa Baixa Média Alt a Muit o Alt a Branco
De modo geral, esse quesito foi avaliado como sendo alto (41,46 %) e médio (29,27
%). Entretanto, vale a pena observar que:
75
a) O pensamento dos líderes da Matriz foi coeso, concentrando-se também entre alto
(55,56 %) e médio (38,89 %).
b) Entre os Superintendentes Regionais, a percepção é ainda mais otimista: alta
(63,64%), muito alta (18,18 %) e média (18,18 %).
c) As abstenções dentro da Equipe de Desenvolvimento devem-se ao fato de que neste
grupo estão incluídos membros da equipe de multiplicadores que não participaram
das RAEs. As avaliações desse grupo não acompanharam a dos outros dois: média e
chegando mesmo a ser considerada muito baixa.
Alguns pontos podem gerar reflexões férteis. O primeiro, se seria correto concluir que
há certo clima de ceticismo entre a Gráfico 11 - Responsabilidade quanto aos
compromissos assumidos pelos Líderes
Equipe de Desenvolvimento, haja 70,00
63,64
66,67
60,00 Ger al
vista as avaliações menos otimistas. 50,00
Mat r iz
Su r eg s
55,56
Eq u ip e 38,89 41,46
40,00
O clima de otimismo dos 30,00 29,27
25,00
Superintendentes regionais quanto 20,00
18,18 18,18 19,51
8,33
10,00 7,32 5,56
aos compromissos assumidos, sem 2,44
0,00
In ex. Mu it o Baixa Méd ia Alt a Mu it o Br an co
dúvida um voto de confiança na atual Baixa Alt a
gestão, deve ser capitalizado pelo Projeto, cuidando-se para não deixar este sentimento
esmaece-se, transformar-se em descrédito. Vale a pena lembrar que há grandes expectativas,
por parte dos Superintendentes Regionais quanto à realização do desdobramento do Projeto,
fazendo-o chegar até as pontas, conforme se pode verificar nas respostas subjetivas. Em que
pese o Presidente da Companhia já ter tido a preocupação de alertar que os desdobramentos
não serão realizados em 2006.
Se analisarmos as atas das duas RAEs realizadas, por outro lado, é possível perceber
a reincidência de alguns temas e questões, que pode sugerir que decisões, pendências e
encaminhamentos não tiveram o tratamento prometido ou desejado, revelando uma tendência
à procrastinação. Boa parte destas pendências reapareceram quando das discussão e
aprovação das metas para 2006, uma vez que discutir metas implicou nestes casos, discutir
também o indicador (quando do desenvolvimento do Projeto, foram definidas metas para
2005, 2007 e 2009). Cenário contrastante com o clima de otimismo dos resultados exibidos no
Gráfico 11.
76
Por fim, os resultados deste quesito devem ser cotejados com as análises
qualitativas, onde foi verificado, de forma não isolada e ao longo de várias questões, um
clamor por um maior comprometimento dos líderes.
25,00 25,00
cômputo geral. Visão mais crítica 20,00 16,67
21,95 22,22
18,18
15,00 16,67
11,11
têm a Equipe de desenvolvimento, 10,00
14,63
11,11
12,20
9,76 8,33
8,33
5,00 7,32
ficando nas faixas média (41,67%) e 0,00
5,56 2,44
muito alta (8,33%). Outro fator favorável ao trabalho em equipe, pois a rivalidade /
competitividade intra-equipes e entre equipes foi identificada em níveis toleráveis, não se
constituindo como um fator que poderia intervir negativamente no aprendizado ou que viesse
a comprometê-lo.
14. Como você avalia a capacidade de trabalho em equipe dos líderes durante as RAEs
30,00 25,00
21,95
20,00 18,18
19,51 22,22
8,33 11,11
10,00
2,44 9,09 9,76
0,00 5,56
Inex. Muito Baixa Média Alta Muito Branco
Baixa Alta
15. Como você avalia a capacidade de trabalho em equipe dos líderes durante o
desenvolvimento do projeto de Planejamento Estratégico da Conab?
40
No geral, esta capacidade foi tida como 33,33 41,67
30
21,95
alta por 46,34 % dos respondentes para 20
18,18
8,33 8,33 16,67 11,11 9,09 8,33
10 9,09
as RAEs e 56,10 % para o Projeto (vide 0 2,44
2,44
7,32
0,00
4,88
40,00
46,34
contribuições, boa vontade e cooperação
30,00
19,51
21,95 21,95 na busca de solução conjunta de
20,00
10,00
9,76
7,32 4,88
problemas, alta sinergia e integração
2,44
0,00
Inex. Muito Baixa Média Alta Muito Branco entre equipes de trabalho, alinhamento de
Baixa Alta
objetivos e expectativas, enfim, um
conjunto de condições coerentes com os resultados apontados nos Gráficos 14, 15 e 16.
78
16. Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias
anunciadas (tais como regras/ posições / premissas) e as teorias efetivamente utilizadas
durante as discussões ocorridas no desenvolvimento do Projeto de Planejamento
estratégico?
17. Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias
anunciadas (tais como regras/ posições/premissas) e as teorias efetivamente utilizadas
durante as discussões nas Reuniões Estratégicas?
grupo estão incluídos membros da equipe de multiplicadores que não participaram das RAEs.
79
Percebe-se, entretanto, pequena diferença nos percentuais dentro das faixas para os
estes dois momentos, sendo que os
Gráfico 19 - Divergênicas entre Teorias
Anunciadas e em Uso - RAES x Projeto percentuais de divergência são maiores
45,00
39,02
40,00
RAES 34,15
durante as RAEs na faixa média (39,02
35,00
Pr o jet o
30,00
24,39 % dos respondentes acham que houve
25,00 21,95
19,51
20,00 17,07 divergências médias durante as RAEs
15,00 12,20 12,20
10,00 7,32 7,32 contra 34,15 % durante o Projeto). Essa
2,44 2,44
5,00
0,00 diferença a maior durante as RAEs pode
In ex. Mu it o Baixa Méd ia Alt a Mu it o Br an co
Baixa Alt a
ser creditada ao fato de que durante estes
eventos os desempenhos individuais ficam mais em evidência, o que pode levar à utilização
de rotinas defensivas. Durante o projeto, o foco não era o indivíduo, quem estava exposto era
o grupo.
A análise qualitativa (questão 22) apontou para a existência de indícios de rotinas
defensivas.
18. Em que medida você percebe que houve predomínio do questionamento (se
comparado com a interrogação) durante as RAEs?
Esta questão deve ser vista em conjunto com a questão 19, na análise qualitativa. No
Geral, 34,25% dos respondentes Gráfico 20 - Predomínio do Questionamento
comparado à interrogação
acham que há alto predomínio do 80
72,73
70 66,67
questionamento sobre a interrogação e Ger al
60 Mat r iz
20. Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é, capacidade de
admitir e reconhecer erros, por parte da equipe de líderes , durante as RAEs?
30,00 27,78
24,39
20,00 27,27
16,67
19,51 24,39
11,1 19,51 11,11
1 9,09 8,33 11,11
10,00 8,33
4,88 7,32
0,00
In ex. Mu it o Baixa Méd ia Alt a Mu it o Alt a Br an co
Baixa
21. Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é, capacidade de
admitir e reconhecer erros, por parte da equipe de líderes, durante o desenvolvimento do
projeto de Planejamento Estratégico?
40
38,89 M atriz que durante as RAEs (vide gráfico 22):
33,33 Suregs
33,33
30
22,22 27,27
31,71 Equipe Projeto: 34,15 % avaliação média e
20
11,11 16,67
34,15 31,71 %, alta contra 19,51 % e 24.39%
16,67
8,33
10
8,33
7,32
9,09
17,07
5,56
9,09
5,56 de avaliações alta e média,
2,44 7,32
0
Inex. Muit o Baixa Baixa Média Alt a Muit o Alt a Branco respectivamente, durante as RAEs. As
abstenções, no caso das RAEs, devem-se ao fato de que neste grupo estão incluídos membros
da equipe de multiplicadores que não participaram das RAEs.
Já na comparação entre as visões da Matriz e da Suregs (gráficos 20 e 21), percebe-se,
em ambos os casos, uma avaliação bem Gráfico 23 -Tolerância a Falhas - RAES x Projeto
20 17,07
tolerância a falhas como 15
9,76
predominantemente alta (54,55 10 7,327,32 7,32
7,32
5 2,44
24. Houve clima de confiança e liberdade para a exposição de idéias durante as RAEs e o
desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico?
5 3 ,6 6
o fato de serem condições desejáveis
50 D esc o n t r aç ão
C on f i a nç a
4 3,90 para o trabalho em equipe e foram
4 3 ,9 0
R esi st e nc ia 41,46
40
D i v e r si da de
31,71
tratados em conjunto.
30
26 ,8 3 24 ,39 São também condições desejáveis
19 ,51
20 19,5 1
12,20 19,51
para a criação de um contexto que
12,2 0
10 9,7 6 9 ,7 6
4,8 8
7,3 2
4,8 8 2 ,4 4
propicie o aprendizado e a não
2 ,4 4
0 2 ,44
Ine x . M u i t o B a ix a Baixa M é d ia Alt a Muit o Alt a B r an c o
proliferação de rotinas defensivas
(KOFMAN, 2002; ARGIRYS, 2001).
Descontração: considerado como alto (53,66 % dos respondentes), muito alto (19,51%) e
médio (19,51%).
Confiança e liberdade: perfil análogo ao da descontração, mas com pequenas diferenças nos
percentuais: alto (43,90 % dos respondentes), muito alto (24,39 %) e médio (26,83 %).
Resistência à aceitação de idéias, sugestões etc.: Resultados concentrados nas faixas média
(41,46 %) e baixa (19,51 %). Como este quesito é do tipo menor, melhor, os resultados
apurados são razoáveis.
Aceitação de diversidade de visões e idéias: Resultados concentrados nas faixas alta (31,71
%) e média (43,90 %). Como esse indicador é do tipo maior, melhor, os resultados apurados
apontam para a positividade desse parâmetro.
Não houve variação expressiva de avaliação entre os segmentos analisados para estes quatro
quesitos, razão pela qual não foi realizada a análise segmentada.
82
Surpreende o fato de que, ainda que sob condições tão favoráveis, a pesquisa tenha
identificado indício de existências de rotinas defensivas (vide comentários feitos à questão 22,
na análise qualitativa).
60 Geral
No geral, 52,21% dos respondentes 50
58,33
54,55
M at riz
44,44
Suregs
consideraram este ciclo como médio. A 40
27,27 51,22
Equipe
30
27,78
avaliação dos três segmentos ficou em 20
16,67
22,22
16,67
17,07
e) As iniciativas são ainda um ponto frágil, pela gestão, definição e análise de impacto
nos objetivos estratégicos. Algumas ainda não decolaram.
As colocações feitas pelos respondentes quanto à implementação deste ciclo
complementam esta análise.
29. Como você avalia os Relatórios de Análise estratégica quanto à completude, qualidade
e profundidade das informações e das análises?
0 4,88
isso? Falta de intimidade ou proximidade maior com as questões tratadas? Será a parte mais
frágil do Relatório para os Suregs a referente às informações ou às análises? Há algum
desnivelamento conceitual ou de informações? É oportuno lembrar que boa parte dos
indicadores, notadamente os relativos à perspectiva de execução da Política Agrícola tem suas
fontes de informação geradas nas Suregs. Essa questão merece uma investigação por parte da
Equipe de Desenvolvimento, pois esse relatório é fundamental para subsidiar as discussões
durante as RAEs e, conseqüentemente, para o incremento do aprendizado.
30
27,27
36,36
Equipe pessimista deste ciclo (36,36 % dos
25,00 22,22
20
18,18
Suregs consideram este ciclo como médio
12,20 16,67 14,63
11,11
9,09
10
5,56
9,09
5,56
14,63
8,33
e 27,27%, baixo).
2,44 7,32
0
Inex. Muit o Baixa Baixa Média Alt a Muit o Alt a Branco
84
No geral, a avaliação foi que 48,78% dos respondentes consideraram esta capacidade
de implementação do ciclo de aprendizado como média. Ressalte-se também que houve
abstenções na avaliação (7,32 % dos respondentes).
As apreciações subjetivas feitas pelos respondentes para a implementação deste ciclo
complementam esta análise e podem ser vistas na questão 31.
Apesar de os dados apontarem para uma avaliação média desse tipo de aprendizado,
não foi possível verificar nas atas
Gráfico 28 -Capacidade de im plem entação do
das duas RAEs nenhuma reflexão Ciclo de Uso x Aprendizado
60
10 7,32
qualitativa, os respondentes 2,44 2,44
7,32
0
aproximam-se dessa assertiva, Inex. M uito Baixa M édia Alta M uit o Alt a Branco
Baixa
Qual seria uma explicação plausível para esta discrepância de avaliação? Desfrutam
todos os grupos de um alinhamento conceitual, das mesmas distinções? As implicações
conceituais explicitadas são compartilhadas por todos? A análise das questões subjetivas
parece apontar para uma resposta negativa para essas perguntas. Alguns respondentes
chegaram a afirmar textualmente a necessidade de instauração de um novo ciclo de revisão e
alinhamento conceitual do BSC. O alinhamento conceitual é elemento que pode dar o lastro, a
confiabilidade aos dados apurados.
33. Como você classifica as RAEs realizadas quanto ao predomínio de foco das discussões
nas questões estratégicas em detrimento das questões operacionais?
27,78 27,78
30,00
mais distribuído ao longo das faixas: 25,00 22,22
20,00 17,07 18,18
baixa (27,78 %), média (27,78%) e alta 10,00 9,09
8,33
14,63 11,11
9,09 5,56
5,56
(22,22%), ou seja, não houve consenso, 0,00
In ex.
4,88
entre este último grupo, a respeito do foco das discussões. A Equipe de Desenvolvimento
avaliou o foco em questões estratégicas como médio e baixo. Resultados ainda modestos,
pouco consentâneos com as ambições de uma gestão estratégica.
O fato de as avaliações terem ficado bem distribuídas ao longo das faixas de resultados
(muito alto, 3,76 %, alto 26,83 %, média, 34,15 % e baixo 12 % e muito baixo 12 %) denota
86
que não houve consenso, não existe ainda clareza, para a maioria dos líderes da empresa,
quanto à capacidade de o Projeto ter gerado um aprendizado capaz de proteger a empresa em
relação à mudanças estruturais do Gráfico 31 - Aprendizado capaz de proteger a
em presa
ambiente. Isto pode ser em parte 45
38,89 Geral
40
explicado pelo fato de que o Projeto 35
33,33
34,15
36,36 Mat r iz
Suregs
Equipe
27,27
ainda está comemorando seu primeiro 30
27,27
26,83
25,00
25
Em que pese ter havido consenso entre os respondentes acerca dos inúmeros
benefícios trazidos pelo BSC, apontados na análise qualitativa, como a definição de um rumo
para a Companhia, a introdução de uma visão sistêmica, o atendimento de uma demanda
secreta do seu corpo funcional com vistas ao fortalecimento da identidade e da imagem
institucional, há uma fala extremamente lúcida de um dos Líderes da Matriz, capaz de gerar
avanços produtivos nessas reflexões, quando afirma “Entendo que o método permitiu
organizar as idéias, mas está longe de influir no pensamento ou na estrutura mental da
empresa, na forma de gestão”. Esta fala atinge o cerne do problema. Uma mudança na forma
de gestão parece ser o sentido mais profundo de uma mudança e, portanto, de um
aprendizado, no contexto organizacional. O aprendizado capaz de proteger a empresa em
relação às mudanças estruturais do ambiente e refletir seus dilemas terá de passar,
necessariamente, por mudanças dessa ordem.
87
35. Em que medida você percebe que o Projeto de Planejamento Estratégico conseguiu
traduzir/refletir os dilemas da Conab?
Houve entendimento comum por parte dos respondentes quanto ao Projeto ter
conseguido traduzir os dilemas da Conab, todos os segmentos perceberam essa tradução como
alta. Embora tenha havido convergência entre os diversos segmentos, observa-se uma
variação em termos dos percentuais:
Gráfico 32 - O Projeto é capaz de traduzir os - 63,64 % dos Suregs consideraram
dilem as da Conab
70
Geral 63,64
essa tradução como alta, avaliação
60 Mat r iz
50
Suregs
Equipe
53,66
55,56
mais positiva desta faixa.
40 41,67 - 55,56 % dos Líderes da Matriz
33,33
30
20
22,22
24,39
avaliaram esta tradução como alta.
16,67
9,09 8,33 18,18 12,20
10 8,33
5,56 8,33 9,09 - A Equipe de desenvolvimento teve
0 4,88 4,88
Inex. Muit o Baixa Baixa Média Alt a Muit o Alt a Branco uma apreciação menos otimista,
sendo que 41,67 % avaliou como alta e 33,33% como média.
No geral, 53,66 % dos respondentes entenderam que essa tradução foi alta, 12,20 %
acharam que foi muito alta e 24,39%, média. As análises qualitativas feitas pelos
respondentes na questão 36 corroboram e complementam as respostas obtidas nesta questão.
Essa alta capacidade de tradução dos dilemas da Companhia por parte do Projeto a
aproxima mais das condições relatadas por FLOOD e ROMM (1996) para o aprendizado de
laço triplo, restando o desafio de gerenciá-lo. Assim, cai-se na discussão abordada na questão
34, concernentes às implicações do aprendizado na revisão do modelo de gestão.
20
Planejamento Estratégico, é o que 8,33 8,33 9,09
10
Gráfico 33: 48,78 % dos líderes entendem que esta capacidade de fortalecimento é muito alta
e 41,46 que é alta.
Não há divergências significativas entre os segmentos analisados, a Matriz é a mais otimista
do grupo: 55,56 % dos líderes da matriz acham que esta capacidade de fortalecimento é muito
alta e 38,89 % que é alta. Superintendentes Regionais e Equipe de Líderes acompanham os
resultados gerais. Esse clima de entusiasmo e confiança, expresso numericamente, é
ratificado pelos depoimentos compilados nas questões subjetivas (vide análise qualitativa).
38. Em que medida você acredita que tenha havido agregação de novos valores
institucionais com a adoção do BSC?
27,78
demais segmentos (72,73 %, alto e
30,00
24,39
20,00
16,67 16,67
16,67
12,20
25,00
18,18 18,18 % muito alto), demonstrando
9,76
10,00
9,09
0,00
5,56 otimismo quanto a essa capacidade de
Inex. Muit o Baixa Média Alt a Muit o Alt a Branco
Baixa agregação. Os Lideres da Matriz
também tiveram uma visão positiva (50 % consideram esta agregação alta e 27,78 % acham
que muito alta).
De fato, a extensa relação de valores que os respondentes acreditam ter sido agregados
com a adoção do BSC ratifica os resultados otimistas apresentados no Gráfico 34 (vide
questão 39, na análise qualitativa, que trata da identificação de valores agregados).
89
pelos líderes, durante de alguns temas e questões, que pode sugerir uma tendência à
as RAEs procrastinação. Boa parte destas pendências reapareceu quando da
discussão e aprovação das metas para 2006, uma vez que discutir metas
implicou nestes casos, discutir também o indicador (quando do
desenvolvimento do Projeto, foram definidas metas para 2005, 2007 e
2009). Os resultados deste quesito devem ser cotejados com as análises
qualitativas, onde foi verificado, de forma não isolada e ao longo de várias
questões, um clamor por um maior comprometimento dos líderes.
Outro fator favorável ao trabalho em equipe, pois a rivalidade /
Rivalidade ou
competitividade intra-equipes e entre equipes foi identificada em níveis
competitividade
toleráveis, Media (33,33%) e baixa (22,22%), não se constituindo como um
intra-equipes e entre
fator que poderia intervir negativamente no aprendizado ou que viesse a
equipes
comprometê-lo.
Item bem avaliado no geral, sem grandes discrepâncias entre os
Reconhecimento
segmentos, ficando as avaliações concentradas nas faixas alta (48,78 %)
das contribuições/
e média (26,83%). Novamente verifica-se outro fator positivo para o
sugestões e idéias
aprendizado.
A capacidade de trabalho em equipe obteve avaliação bastante positiva
para os dois momentos analisados, sendo alta por 46,34 % dos
respondentes para as RAEs e 56,10 % para o Projeto. Há muitas
Capacidade de
condições favoráveis para o trabalho em equipe, tais como moderada
trabalho em equipe
rivalidade e competitividade intra-equipe e entre equipes de trabalho,
reconhecimento de contribuições, boa vontade e cooperação na busca de
solução conjunta de problemas, alta sinergia e integração entre equipes de
trabalho, alinhamento de objetivos e expectativas.
Divergências entre as teorias anunciadas e em uso, apontam para a
transparência de ações e atitudes, quão próximas elas estão do que está
Divergências entre
sendo efetivamente anunciado. Houve comportamento similar quanto ao
as teorias
perfil das respostas nos dois momentos analisados (RAEs e Projeto),
anunciadas (tais
predominando as faixas baixa e média, em ambos os casos. Percebe-se
como regras/
pequena diferença nos percentuais para os estes dois momentos. Essa
posições / premissas)
diferença a maior durante as RAEs pode ser creditada ao fato de que
e as teorias
durante estes eventos os desempenhos individuais ficam mais em
efetivamente
evidência, o que pode levar à utilização de rotinas defensivas. Durante o
utilizadas
projeto, o foco não era o indivíduo, quem estava exposto era o grupo. A
análise qualitativa apontou para a existência de indícios de rotinas
defensivas.
No Geral, 34,25% dos respondentes acham que há alto predomínio do
Questionamento x
questionamento sobre a interrogação e 21,95 %, médio. Os
interrogação durante
Superintendentes Regionais são mais otimistas quanto ao perfil das
as RAEs
discussões, 72,73 % acham que houve alto predomínio do
questionamento sobre a interrogação.
Tolerância a falhas, Comparativamente, os resultados são mais favoráveis à tolerância a falhas
isto é, capacidade de durante o desenvolvimento do Projeto que durante as RAEs (vide gráfico
admitir e reconhecer 22): Projeto: 34,15 % avaliação média e 31,71 %, alta contra 19,51 % e
erros, por parte da 24.39% de avaliações alta e média, respectivamente, durante as RAEs.
equipe de líderes
Descontração e Quatro quesitos têm em comum o fato de serem condições desejáveis
otimismo, confiança para o trabalho em equipe e foram tratados em conjunto. São também
e liberdade, condições desejáveis para a criação de um contexto que propicie o
resistência à aprendizado e a não proliferação de rotinas defensivas . Todos os quesitos
aceitação de idéias foram muito bem avaliados. Surpreende o fato de que, ainda que sob
e aceitação da condições tão favoráveis, a pesquisa tenha identificado indício de
diversidade de existências de rotinas defensivas.
visões
91
A apuração dos dados qualitativos, feita conforme tratamento descrito no item 5.3
Coleta e análise de dados, é apresentada a seguir. Ao lado de cada questão qualitativa
proposta pelo questionário, são exibidas a compilação dos resultados obtidos e as análises
realizadas, estas confrontadas ou complementadas com os resultados quantitativos, quando
pertinentes.
Ao final desse item foi realizada uma síntese das ações sugeridas, decorrentes das
análises realizadas.
94
porte.
• Houve busca consensual e aprimoramento de pontos relevantes,
participação republicana e democrática.
Suregs
• Ocorreram muito mais questionamentos que interrogações.
• Predomínio dos questionamentos, observados pelo nível e volume das
discussões, em que raramente se percebeu a busca ou indicação de
“culpados”.
• Discussões elucidativas, democráticas.
• Os questionamentos se fizeram presentes, em forma de discussões pró-
ativas, sempre voltados para a identificação de melhores resultados.
• Em um grupo em que predomina cultura e formação profissional díspares, é
normal que haja enfrentamentos. Todavia, em face da predisposição de toda
a equipe em refinar as propostas, predominou um ambiente de harmonia, a
partir do que, as diversidades de idéias e visões foram direcionadas
objetivamente para a depuração do processo mais adequado ao projeto.
Equipe
• As discussões nos pequenos grupos foram muito boas, com muitos
QUESTIONAMENTOS. O mesmo não se dava nas discussões em plenária,
quando não havia tempo para o nivelamento da compreensão, apareciam as
interrogações.
• os questionamentos foram feitos e as discussões foram positivas, sem
exaltações descontroladas.
• Durante o processo de tradução da estratégia as interrogações foram
reduzidas pois naquele momento se discutia a estratégia organizacional. Em
alguns momentos pode-se perceber que as intervenções realizadas foram
no sentido de praticar a interrogação velada do passado.
• O nível de discussões está razoável, mais questionamentos em relação à
interrogação. Poderia ter uma profundidade maior, mas já está sendo um
aprendizado.
• As discussões se deram mais em relação a questões pontuais sobre
indicadores. Ainda sob a abordagem do "controle". A abordagem nas RAEs
deveria ser mais sobre questões "estratégicas", o que favoreceria os
"questionamentos".
• Falta maior empenho nas discussões da estratégia e iniciativas que vão
alavancar os indicadores e metas.
• De uma forma geral houve pouca participação das pessoas envolvidas.
• Bom nível de discussões, com predomínio do diálogo na solução dos
96
problemas encontrados.
Suregs
• Não recordo de situação em que se tenha tratado ou discutido "falhas", mas Observam-se, nas falas dos
tratamentos diferenciados a ações semelhantes, onde foi buscado e obtido respondentes, possíveis indícios
consenso quanto à melhor abordagem. de presença de rotinas
• O processo ainda está muito incipiente. defensivas, quando há referência
• Positivo e digno de destaque, haja vista a cultura individualista que à tendência a justificação dos
vínhamos cultuando no âmbito da administração, qual não foi nossa resultados obtidos, quando estes
surpresa, porém, ao testemunhar a postura de cada um dos líderes que, não são desejáveis.
desnudando-se do poder hierárquico e da graduação profissional, se
colocaram no plano de igualdade, e o que é da maior importância, acatando
e validando a proposta de outrem como mais adequada, demonstrando
destemor em retroceder de suas convicções.
• Todos nós estávamos aprendendo ao mesmo tempo, sem que ninguém
fosse ou se considerasse o "dono da verdade", daí então o processo de lidar
com erros e falhas foi "generoso" com todos os participantes.
• A Equipe mostrou-se aberta ao aprendizado e estava receptiva a lidar com
questionamentos, interrogações, erros e falhas.
Equipe
• Por natureza, nós tendemos a ser mais defensivos. Talvez por não haver
confiança total para se expor e mostrar o desempenhos de uma ação.
• Aparentemente, a Equipe de Líderes não está suficientemente amadurecida
para reconhecer erros/falhas.
• Nas nossas RAEs tem sido muito fraca essa questão. Parece mais uma
reunião em que se faz apresentações, cheias de justificativas e sem
compromisso com o resultado.
• As restrições teóricas e de conhecimento de parte da equipe de líderes
sobre os princípios do modelo de gestão implementado na Companhia, as
teorias de gestão pública, os conhecimentos teóricos e práticos sobre
determinados assuntos e, muitas vezes, o receio de ampliar as discussões a
partir de colocações realizadas pelos Diretores e Presidente reduziu a
capacidade de medição do processo de verificação da tolerância e falhas
cometidas durante o desenvolvimento do projeto de planejamento
estratégico, especialmente nos momentos da tradução da estratégia.
• As pessoas têm muito medo ainda de que lhe joguem a culpa por resultados
ruins. É ainda difícil acreditar que expor um resultado deficitário fará com
que todos juntem os neurônios para ajudar a achar uma saída que leve ao
sucesso.
• Bom nível de discussões, com predomínio do diálogo na solução dos
98
problemas encontrados.
normalmente executadas com o objetivo estratégico estabelecido. Ainda não desdobramento do Projeto,
está "no sangue”, não está internalizado de forma não racional. embora previsto originalmente,
• A implementação desse ciclo está comprometida pelo fato de as pessoas está adiado para depois da
estarem consumidas pelo dia-a-dia. A rotina toma conta das áreas e acaba consolidação do modelo
tomando conta em detrimento do acompanhamento das iniciativas e dos corporativo, segundo o
indicadores Presidente da Empresa. Vale a
• Tenho receio de que a tarefa se “burocratize” e obtenhamos tão-somente um pena lembrar que boa parte dos
plano de “papel”. indicadores tem seus dados
• Está um pouco lento, mas evoluindo. Todos têm que acompanhar esta oriundos nas Regionais.
evolução de maneira uniforme para não caracterizar muitas diferenças nos
mecanismos de avaliação. O importante é praticar para poder corrigir os Este é um bom tema para
eventuais erros cometidos. O aprendizado depende da prática. reflexão, ou seja, até onde esta
• O comprometimento dos líderes não está ocorrendo uniformemente, o que colocação procede? Há mesmo
acaba prejudicando o andamento de alguns projetos e possíveis correções este risco?
de rumo.
• Neste primeiro ano de execução do Planejamento Estratégico, alguns Novamente neste bloco de
indicadores e iniciativas não foram implementados. Estamos vivendo ainda respostas, é possível perceber
um processo de aprendizagem. No entanto, algumas áreas absorveram bem indícios de rotinas defensivas nas
os conceitos e estão, de fato, aplicando o ciclo do monitoramento. falas dos respondentes, quando
Suregs há referência à dificuldade de
• Ainda necessitando um pouco mais de conhecimento e participação dos analisar resultados aquém do
líderes. desejado em função de uma
• Processo ainda em fase de adequação. O processo de implementação de postura de se desculpar.
ciclo de monitoramento só estará maturado após uma serie histórica de Problemas de comprometimento
avaliação. dos líderes foi levantado. Parece
muito relevante. Vide questão 11,
• As implementações relativas ao monitoramento da execução estratégica
que trata das responsabilidades
durante as RAEs têm ocorrido de forma a aumentar o grau de sua execução,
quanto aos compromissos
porém, não têm sido refletidas de forma mais clara sobre o ponto de vista da
assumidos pelos líderes, na qual
Regional. Talvez o espaço de tempo de uma RAE para outra tenha
esta responsabilidade foi avaliada
contribuído com essa impressão.
como predominantemente alta e
• Parece-nos eficiente, mas poderia melhorar se houvesse RAEs setoriais
média
antecedendo às globais, para que todos praticassem nas bases o que irá
acontecer na cúpula.
Muito oportuno também foi o
• As Regionais praticamente dispõem de pouco tempo para se debruçarem problema da falta de vinculação
sobre o planejamento estratégico vez que, as operações cotidianas do Projeto com o dia-a-dia,
assoberbam os Superintendentes, os Gerentes, os Encarregados de Setores abordado por um dos Líderes.
e demais empregados que estão executando as tarefas. Esta fala aponta para a análise
• Podemos definir dois níveis: o primeiro, corporativo, centralizado na Matriz,
100
do qual podemos dizer que o processo de implementação do ciclo de uso e quantitativa, questão 6, quando a
monitoramento está sendo eficientemente conduzido. Entretanto, foi capacidade de vinculação das
postergada, até data ainda indefinida, a implementação do desdobramento atividades com a estratégia foi
do PE nas Superintendências Regionais e unidades operacionais, onde a julgada, de modo uniforme, como
maioria dos programas da Companhia são efetivamente executados. Esta média.
ocorrência pode vir a prejudicar ou até anular todos os esforços que estão
sendo feitos pela Matriz. Interessante observar que essas
Equipe falas apontam, na verdade, para
• O dia a dia não me permite acompanhar o projeto as dificuldades na hora de
• Só está tendo monitoramento quando são cobrados, ou seja, nas RAEs. implementar a estratégia.
• De modo geral, percebe-se uma postura de passividade dos responsáveis Em primeiro lugar, há queixas
por Iniciativas. Aguarda-se o momento da RAE e a cobrança da com relação à falta de visão
Coordenação do Planejamento Estratégico para ser feita a atualização dos corporativa, quando da
dados ou desencadear/acelerar a Iniciativa. Quanto aos Indicadores, estes implementação das iniciativas,
ainda não estão sendo alimentados de forma sistemática pelos interessados. enquanto um dos pontos altos
Talvez ainda não haja um entendimento completo sobre os mesmos ou ressaltados por todos é o de que
quem sabe falta a visão de todos eles de forma integrada o projeto permite a construção e a
• Parece que ainda não entramos na implantação efetiva da ferramenta. visão do todo (vide respostas à
Estamos na teoria, com a sua utilização para teste e não para valer. Acho questão 36). Lembrar também
que tudo isso está muito fraco e corre-se o risco de ser deixado de lado que os líderes entendem que o
brevemente. Não vejo o efetivo comprometimento de ninguém com a projeto reflete a visão
estratégia. compartilhada em níveis alto
• O processo está bom, entretanto observo a falta de uma participação mais (46,34 %) e médio (34,15), e que
efetiva por parte do corpo de empregados. O P E está bem mais conduzido a capacidade de trabalho em
ao nível dos gestores estratégicos. equipe foi julgada como alta (vide
• Parte essencial do ciclo de uso é conectar a estratégia com o orçamento. Os resultados das questões 1, 14 e
objetivos, os indicadores, as metas e as iniciativas devem estar conectados 15).
com os recursos financeiros e humanos de forma a integrar os orçamentos Por outro lado, vale a pena
operacionais com vistas a gerenciar a eficiência e os programas e projetos lembrar também que as
definidos para fechar as lacunas entre o desempenho almejado e o competências adquiridas pelos
alcançável. Esse processo ainda é embrionário. líderes como grupo para
• Observa-se que as iniciativas deveriam ser mais bem monitoradas. implementar a estratégia foi
Decorridos aproximadamente 13 meses do processo de tradução da avaliada como sendo média.
estratégia, não se tem uma avaliação sobre o seu impacto na estratégia.
Do ponto de vista objetivo, há
• Com relação aos indicadores, alguns necessitam de análise e avaliação,
ainda obstáculos a serem
pois não medem com rigor o que se quer atingir. Evidentemente, algumas
vencidos para a consolidação
metas necessitam ser reavaliadas.
desse ciclo, conforme já relatado
• Importante é não apenas observar as ações realizadas, mas, também,
101
verificar aquelas ações que deveriam ser realizadas e não ocorreram, além nos comentários feitos para a
de obter informações sobre por que não foram implementadas. Esse tipo de questão 27, quais sejam, há ainda
monitoramento poderia indicar ações que buscariam reduzir as causas da boa parte dos indicadores a
não realização. serem implementados e
dificuldades referentes á
implementação das iniciativas,
quanto à definição, gestão e
análise de impacto destas nos
objetivos.
questões estabelecidas no plano de ação já comentado, o que ainda não iniciais que nortearam o Projeto
ocorreu. O processo de implementação de aprendizado na Companhia ainda de Planejamento Estratégico da
é uma idéia. Conab.
união forte entre Diretoria e Superintendentes; 2) A necessidade de cuidar subjetivos dos respondentes,
da sobrevivência da empresa. Ressalte-se ainda o papel preponderante da prevalecendo um clima de
Empresa de Consultoria. otimismo e entusiasmo com as
• A tradução ocorre no momento em que há o nivelamento dos participantes potencialidades do Projeto, na
com os assuntos tratados, a formação do grupo de maneira homogênea, perspectiva de ser capaz de
digamos assim, contribui para a tradução. traduzir os dilemas da Conab, em
• A consultoria teve a competência de captar toda a essência das aspirações que pese algumas críticas
do corpo interno. Tiveram a capacidade de capturar e traduzir o pensamento oriundas da equipe de
dos líderes. desenvolvimento e das Suregs.
• O Mapa Estratégico evidencia o que acontece nos relacionamentos da
Conab com os seus clientes. O conjunto de objetivos estratégicos escolhidos Mas uma vez a questão do
reflete as atividades da empresa, permitindo que todos (os colaboradores) desdobramento surge como uma
se vejam no Mapa. O Mapa permite ver as interfaces entre as áreas, demanda das Regionais. Este
gerando uma visão integrada do todo. tópico já foi comentado na
• A cultura da “Casa”, considerando o tempo médio de serviço dos questão 28.
empregados e a defesa da corporação (corporações) e dos nichos criados
há tempo, dificultou e dificultará a solução da questão colocada. De acordo com a análise
• A tradução se faz nas ações priorizadas, realizadas e comunicadas, sempre quantitativa e qualitativa, o Projeto
as vinculando com o planejamento estratégico. Um dos grandes dilemas da conseguiu traduzir os dilemas da
Conab ainda é a garantia de continuidade de suas atividades, que o Companhia, mas o problema
planejamento e sua respectiva execução expressam bem, tanto em termos reside basicamente na
de execução de tarefas como na base de sustentação política, e que precisa implementação da estratégia
avançar até o ponto de assegurar de forma consistente a existência da definida.
Companhia. Como tivemos oportunidade de
• O importante é que nasceu da cabeça dos seus dirigentes e não foi imposto verificar, a Companhia ainda se
por alguém que pensa conhecer a Companhia, trata-se de uma experiência encontra às voltas com as
consistente. dificuldades na implementação do
• A forma em que o trabalho está sendo desenvolvido: com a participação de ciclo de uso (monitoramento), isto
todos e, sobretudo, com o envolvimento direto da Alta Direção. é, com a construção do seu
sistema de medição.
• A partir das discussões sobre o Planejamento Estratégico, na busca de
Conforme foi discutido, a
respostas do tipo: Qual a nossa missão? Onde queremos chegar? Qual a
implementação do ciclo de
nossa visão de futuro? foi possível levantar dilemas para reflexão e a
aprendizado dependerá do salto
definição das estratégias, objetivos, iniciativas e indicadores.
qualitativo a ser dado no que diz
• Vieram à tona, sutilmente, assuntos não verbais e regras não escritas de
respeito à visão do BSC, ou seja,
baixa visibilidade na tessitura global da Companhia.
faz-se necessário a revisão das
Suregs
ambições do Projeto, que deverá
• Houve bastante facilidade da identificação de possíveis dilemas, sendo eles ser precedida por uma profunda
adequadamente traduzidos.
106
• Não havia na Conab um pensamento que refletisse o todo, que marcasse revisão conceitual da ferramenta,
minimamente o que o conjunto de seus líderes e gestores viam como por parte dos Líderes.
dilema. Muitos dos óbices existentes não eram perfeitamente Desta forma, para que o Projeto
compreendidos e outros nem sequer identificados. Houve um expressivo venha realmente traduzir para a
avanço no sentido de compreender nossas fragilidades e potencialidades. prática os dilemas identificados,
• O que contribuiu para essa tradução foi a escolha certa das pessoas ou seja, sair do plano conceitual,
envolvidas na discussão do Projeto de Planejamento Estratégico esses dois momentos precisarão
• A tradução reflete o clamor fervente no âmbito da Companhia quanto à estar consolidados.
necessidade de sabermos com maior nitidez qual o nosso papel, i.é, a nossa
atuação efetiva no sistema produtivo da Empresa, conseqüentemente, o que
é a Conab, seus objetivos, metas, etc. A implementação do BCS, através da
reflexão temática primeiramente proposta, veio transformar perniciosos
pontos de interrogação em questionamentos, viabilizando a formulação do
projeto em consonância com os nossos anseios.
• A centralização e ocorrência do PE, somente na Matriz é uma grande
questão. Em que pese a divulgação do PE em todas as Regionais, o
processo somente se deu em Brasília. Para se proteger a Companhia contra
mudanças estruturais no ambiente, TODOS os empregados têm que estar
envolvidos, de forma plena, o que somente acontecerá quando houver o
desdobramento do PE para todas as Unidades Operacionais da Companhia.
Como somente os líderes da Companhia foram ouvidos, mesmo que a
equipe de líderes tenha sido ampliada, absolutamente não ocorreu a
tradução dos dilemas dos empregados lotados nos Estados.
• Por ser a Conab oriunda da fusão de três empresas, o Planejamento
Estratégico serviu para unir as dificuldades existentes e focar objetivos
comuns de solução. O estreito relacionamento entre os empregados foi
reforçado por força da concentração de objetivos comuns, de forma não
imposta.
• O fato de repensar os princípios e valores da Companhia, contribuiu para a
melhora do seu direcionamento, fazendo com que os clientes internos
visualizem melhor a Empresa e contribuam com sua visão estratégica. Na
verdade, com o Planejamento Estratégico, o foco da Conab ficou mais claro.
• Ao ver com clareza os óbices que impedem o cumprimento de objetivos,
consegue-se identificar ações e iniciativas necessárias para superar os
obstáculos, ou mesmo contorná-los, quando impossível removê-los devido a
uma conjuntura desfavorável.
• Ajudou o desejo de mudança dos empregados, que assistiram o
esvaziamento de funções de estrutura no governo FHC. Assim, o ambiente é
107
• Elevação substantiva da identidade institucional, com maior conhecimento e agregação de novos valores
nivelamento acerca das atividades executadas pelas diferentes áreas da institucionais.
empresa (Diretorias, Superintendências de Área e Superintendências
Regionais).
• Temos maior clareza quanto ao que somos, onde estamos e para onde
vamos, e o que é de suma importância, percorrendo caminhos bem
iluminados e sólidos, à medida que melhor delineamos os nossos objetivos e
de como executá-los.
• O BSC nos trouxe a oportunidade de discutir, refletir e conhecer as
potencialidades e limitações da Companhia; nos propiciou aflorar nossos
valores e princípios e nos deu um rumo e farol a serem perseguidos.
• Foi somente a partir do BSC que a identidade da Conab pode ser
vislumbrada. Vivia-se na Conab sem sequer entender sua missão anterior,
se é que existia. Hoje a missão é clara e absorvida por todos os
empregados. A mudança foi expressiva e notória não somente dentro da
Empresa, mas, principalmente se fez refletir na sociedade.
• Capacidade de perceber e refletir sobre os pontos fortes, pontos fracos,
oportunidades e fraquezas.
• Com a implementação do Mapa Estratégico, a Conab se transformou
definitivamente, em uma empresa profissional.
• Passou-se a conhecer o que realmente a Empresa necessita atingir e o que
necessitamos para o cumprimento de cada objetivo estratégico e suas
limitações conjunturais e estruturais.
• O BSC criou uma nova identidade para a Conab, definindo sua missão,
objetivos estratégicos e valores institucionais.
Equipe
• O BSC, em alguns pontos, ajudou a identificar potencialidades, muitas delas
fora do contexto de atuação da Companhia, criando uma ilusão quanto à sua
real capacidade. Por outro lado, ajudou a criar uma "identidade" funcional
com a visão estratégica.
• A Empresa hoje já visualiza o seu futuro, sabe o que fazer no curto médio e
longo prazo, sabe de sua potencialidade, tem reconhecimento dos órgãos
externos, por meio deste reconhecimento novas atividade estão sendo
confiadas à CONAB, e acredito no potencial de nossa Empresa e de sua
capacidade de agregar novos valores, o que a fortalecerá cada vez mais.
• A mudança de postura internamente refletiu de forma positiva no público
externo, fazendo com que a empresa passasse a ser mais respeitada,
agregou ganhos relativos a itens importantes como: confiança, credibilidade
112
dos projetos.
• A conscientização sobre a importância de acompanhamento/avaliação
sistemática das ações da Companhia e a prestação de contas aos clientes,
parceiros e sociedade.
• .Saber o que queremos, meios que dispomos, o que podemos conseguir e o
que não está ao alcance conjunturalmente ou no curto e médio prazo.
• Maior entendimento da Companhia, conhecer suas potencialidades,
possibilidades, fragilidades e gargalos.
• A participação mais efetiva no delineamento da estratégia da Companhia, o
controle ou monitoramento das etapas de implementação das ações e
projetos, a concepção de um mapa estratégico (bússola)
• O respeito profissional, a ética, a modernização tecnológica.
• O vínculo social forte (Fome Zero, PAA, etc.). Valorização da área de
abastecimento, ampliação da política agrícola.
• Busca pela qualidade, de utilidade e importância social.
• O maior valor agregado é a oportunidade de incrementar o BSC na Conab
Recuperação da auto-estima dos funcionários. Valorização do corpo
funcional, a perspectiva de carreira e ascensão (PCCS), estímulo à
escolarização e formação superior, especialização.
• O empregado se sente valorizado ao se "ver" no mapa estratégico.
• Foi possível trabalhar os valores de respeito, solidariedade e o empenho
pessoal no auto-aperfeiçoamento, diante de novas perspectivas profissionais
criadas em relação à Companhia.
• Maior identificação com a Empresa, estímulo e otimismo. Dignidade,
autoconfiança.
• Auto-estima dos funcionários e agilidade na condução dos processos
através de mecanismos eficazes e eficientes.
• Entre os empregados, entre os empregados e o público externo (sociedade):
a amizade, o respeito, a admiração, o reconhecimento pelos trabalhos
desenvolvidos, orgulho por pertencer ou por contar com os serviços da
Conab, a segurança pela perfeita condução dos trabalhos, destemor por não
ser mais a Conab tida nos jornais como incompetente, antro de roubos etc.
• Não vejo que tenhamos agregado novos valores, mas que deixamos que
nossos valores internos aflorassem e fossem expostos. No máximo eu diria
que as discussões propiciaram o nascimento de um clima de confiança e
transparência em nossas ações.
• Ainda não houve agregação de valores.
115
do grupo).
• Mais responsabilidade por parte dos gestores uma vez que é preciso a união
para produzir os resultados positivos
• Discutir mais as escolhas feitas, os projetos estratégicos e se a Companhia
está caminhando efetivamente para o alcance da visão de futuro traçada.
• Fluxo constante das reuniões.
• Implementar as decisões tomadas.
• Obter e mostrar resultados
• A busca de uma discussão permanente sobre prospectiva para a área de
atuação da Empresa, NÃO PERDENDO DE VISTA A MISSÃO QUE FOI
DEFINIDA
• O vínculo maior com a prática tem força para tornar o evento mais atraente.
Poderia, talvez, ser solicitado aos líderes que apontassem exemplos práticos
de ações inovadoras e positivas decorrentes do planejamento, que poderiam
ser replicadas em ações de outras áreas ou em outros locais.
• A liberdade de discussão com foco na estratégia, visão corporativa, busca
de consenso, capacidade de trabalho em equipe.
• O conhecimento prévio do material auxiliou muito, bem como a possibilidade
de oferecimento de sugestões. O aprendizado aconteceu!
• Clareza e transparência na avaliação dos resultados obtidos.
• O reconhecimento como Instrumento necessário ao processo, como fator de
validação dos procedimentos adotados.
• Estimular a apresentação de questionamentos dentro de uma visão global
da Companhia.
• A conscientização e o grau de interesse.
• Desprendimento, comprometimento, coletivismo.
• Um planejamento prévio das reuniões, com envio tempestivo da
documentação a ser analisada e um melhor dimensionamento do tempo da
discussão para que as reuniões não sejam feitas de forma apressada e com
pressão de resultados em curto prazo.
• Um grupo maior de técnicos dando efetivo apoio às Regionais (no caso,
Ceará).
• O desdobramento do Planejamento Estratégicos nas Regionais e Unidades,
com avaliação de indicadores em nível de Regional.
• Maior participação dos empregados.
• Discutir resultados, metas e indicadores e onde se pretende chegar,
interferem positivamente no desenvolvimento da Companhia.
117
b. Um problema levantado pelos respondentes foi a falta de vinculação do Projeto com o dia-
a-dia. Essas falas apontam para dificuldades na hora de implementar a estratégia.
e. Não houve tempo hábil para a implementação do ciclo de aprendizagem, mas há espaço no
modelo de gestão atual para tal.
h. O projeto foi capaz de realizar a agregação de novos valores aos princípios institucionais.
Extensa lista de valores agregados foi elaborada pelos respondentes. Os resultados das
pesquisas (indicadores da pesquisa de sociedade), quando realizadas, poderão ratificar ou
não a agregação desses valores ou de parte deles.
i. Com relação à lista de valores agregados, sugere-se a criação de algum mecanismo para
priorizá-los, por exemplo, realização de um workshop, onde após discussões, votações,
poderiam ser selecionados os fatores que, por consenso, sejam considerados mais
relevantes para serem implementados. Recomenda-se também a elaboração de um plano
de ação para implementação dos fatores selecionados
124
7. Conclusões
Para a elaboração desse item, as suposições levantadas no item 2.2 serão analisadas
individualmente ou em conjunto, utilizando-se os dados levantados e as análises individuais das
questões realizados no item 6.1 e 6.3. Será também feita a análise dos resultados encontrados
confrontados com os resultados esperados, descritos no item 2.3. Ao final desse item, será
apresentado um resumo das conclusões.
Esta avaliação parece coerente como o estágio atual de implementação deste ciclo, se
levarmos em conta que o modelo de BSC definido (mapa e seus todos os seus componentes)
vem sendo implementado com um suporte de TI (ferramenta de BSC) e que 53,48 % dos 43
indicadores previstos já se encontram implementados e em uso para a revisão e aprimoramento
do sistema de medição.
Corroboram também com a avaliação dos respondentes, as apurações dos scores dos
componentes do Mapa Estratégico (indicadores, objetivos, perspectivas) que apontam para a um
percentual de realização do Mapa Estratégico de 56,69 % de realização, em dezembro de 2005,
em relação às metas traçadas para este ano (vide Mapa Estratégico com scores no Apêndice B).
O estágio de implementação da estratégica foi objeto de atenção das duas RAEs realizadas,
125
sendo que para a segunda, este sistema de medição já foi utilizado para comparação dos
resultados alcançados com as metas previstas, ficando este processo sistematizado. Esta é,
conforme já exposto, a primeira parte do modelo de aprendizado de laço simples. A conclusão
do laço simples ficará com a adoção de medidas corretivas em função da obtenção de resultados
não desejados. Quanto a este aspecto, as atas das duas reuniões fornecem relações de
recomendações de ações a serem implementadas.
A pesquisa revelou uma série de fatores positivos que podem ser capitalizados para esta
consolidação e para o incremento e melhoria do processo de aprendizado estratégico de modo
geral, tais como alta sinergia e integração entre equipes de trabalho, que há, em níveis altos, boa
vontade e cooperação na busca de solução conjunta dos problemas, alto reconhecimento de
contribuições, idéias e sugestões, clima de confiança, liberdade e descontração também em
níveis altos.
A pesquisa revelou também os pontos que merecem uma maior atenção, como a
melhoria das competências adquiridas para a implementação da estratégia, da capacidade de
mobilização das lideranças para transformar a estratégia em tarefa de todos, aprimorar o
conhecimento da estratégia por parte do corpo funcional e melhorar a capacidade de os líderes
de vincular a estratégia ao seu dia-a-dia, pois, ainda segundo a pesquisa, embora digam
conhecer bem a estratégia definida, os líderes têm dificuldade de vinculá-la a este cotidiano.
A análise de impactos desta ordem não é trivial. Uma questão crucial, por exemplo, é
avaliar quando os produtos/entregas gerados pela iniciativa começarão a produzir os efeitos
esperados.
iniciativas. Consciente da importância do tema, este vem sendo objeto de debates dentro da
Equipe de Desenvolvimento da Companhia, sendo que algumas propostas quanto á
documentação e acompanhamento estão elaboradas. Mas o problema ainda se encontra á guisa
de encaminhamentos, seja por conta da documentação, da gestão e do acompanhamento e das
análises de impacto.
A pesquisa revelou também que há que há lacunas conceituais em reação a este ciclo,
sugerindo a necessidade de alinhamento e mesmo aprofundamento de conceitos referentes a
este ciclo. Lacuna esta sugerida pelas abstenções e confirmada por depoimentos de alguns
respondentes que chegaram a registrar seu desconhecimento, havendo, inclusive, sugestões para
a instauração dessa revisão conceitual, por parte de alguns respondentes.
Outro aspecto que pode lançar luz sobre a vivência do ciclo de aprendizado diz respeito
à evolução das iniciativas estratégicas. Resultados tão modestos quanto à implantação e gestão
das iniciativas como os que têm sido obtidos na Conab podem ser mais um sintoma de que o
BSC está realmente sendo utilizado ainda apenas como um sistema de medição de desempenho.
Se iniciativas são projetos concebidos para promover as mudanças necessárias à execução da
estratégia (KAPLAN e NORTON, 2004), quando um Projeto de BSC pode prescindir dos
resultados prometidos pela implantação destas, talvez signifique que não haja nenhum grande
desafio em jogo, pois apenas as rotinas existentes têm dado conta de suprir o alcance das metas.
Ou seja, é provável que ainda não se está vivenciando o ciclo do aprendizado.
Não por acaso, os objetivos do Mapa Estratégico da Conab que vem tendo melhores
desempenhos são aqueles ligados às áreas em que a Empresa já acumulava experiência como,
por exemplo, objetivos referentes á perspectiva financeira e alguns da Execução da Política
Agrícola. Quando o Mapa apontou para os novos desafios, novas propostas de atuação, o
desempenho destes objetivos tem se mostrado sofrível (vide Mapa Estratégico com
implementação da estratégia no Apêndice B). Também não por acaso, as iniciativas que
suportam esses objetivos são as que tiveram pouca ou nenhuma evolução.
As Atas das duas Reuniões Estratégicas realizadas, fonte inconteste de análise, nos dão
notícia de que não houve discussões durante aqueles eventos acerca do questionamento da
hipótese estratégica prevista no Mapa, tampouco das relações causais entre os objetivos,
ratificando os posicionamentos subjetivos de alguns respondentes quanto a não ter a Empresa
vivenciado, ainda, o aprendizado de laço duplo.
Esta pode ser apenas uma pequena síntese da extensa lista de benefícios elencadas pelos
respondentes como tendo sido agregadas a partir da adoção do BSC. Além destes valores, a
presente pesquisa identificou outros que foram agregados com a adoção do BSC, reconhecidos
pelo público interno. Do ponto de vista externo, o projeto previa a entrega de uma série de
valores aos diversos públicos externos, mas o cumprimento destas promessas encontra-se ainda
à guisa de confirmação, por parte destes públicos, uma vez que as pesquisas de opinião
(indicadores da perspectiva de sociedade) ainda não forma realizadas.
Além de ter sido capaz de traduzir os dilemas da Conab, o Projeto, na visão dos
respondentes, pode fortalecer os seus princípios fundamentais, valores e identidade
institucional. Assim pensam seus líderes, que entendem ser esta capacidade de fortalecimento
muito alta (48,78 %) e alta (41,46%).
Tal cenário, marcado pelo clima de entusiasmo e otimismo, não leva os respondentes a
desconhecer que ainda se encontram em um momento de transição, não estabilizado, onde as
palavras chaves parecem ser a necessidade de consolidação dos benefícios alcançados e
percepção dos riscos de possíveis retrocessos, caso o Projeto não venha a ser adequadamente
conduzido.
130
Embora reconhecendo os ganhos obtidos, os respondentes não têm ainda clareza ou uma
visão consensuada sobre o Projeto ter conseguido gerar a um aprendizado capaz de proteger a
empresa em relação às mudanças estruturais do ambiente, em particular na esfera do Governo
Federal. As avaliações ficaram bem distribuídas ao longo das faixas de resultados (muito alto,
3,76%, alto 26,83 %, média, 34,15 % e baixo 12 % e muito baixo 12 %).
A utilização do BSC permitiu organizar as idéias, mas não foi ainda capaz de influir no
pensamento ou na estrutura mental da empresa, na forma de gestão. Uma mudança na forma de
gestão parece ser o sentido mais profundo de uma mudança e, portanto, de um aprendizado, no
contexto organizacional. O aprendizado capaz de proteger a empresa em relação às mudanças
estruturais do ambiente e refletir seus dilemas terá de passar, necessariamente, por mudanças
dessa ordem.
ii. Nas falas dos respondentes houve referência explícita a comportamentos e atitudes
tipicamente defensivos, como a tendência a justificar-se perante o grupo, quando
diante de resultados aquém do desejado.
iv. Entretanto, durante as falas dos respondentes, houve referência à tendência das
pessoas a se desculparem, às dificuldades de lidar com erros e falhas, atém mesmo à
afirmação de que os líderes não têm maturidade para lidar com erros e falhas. Uma
colocação interessante de um dos respondentes foi onde estaria foco da avaliação
durante o reconhecimento de falhas num trabalho em grupo, já que a maioria das
decisões são tomadas coletivamente.
Observa-se que os Superintendentes Regionais tem uma visão mais otimista que os
Líderes da Matriz quanto aos processos de reconhecimento de erros e falhas pelo grupo e que a
Equipe de Desenvolvimento tem uma visão mais cética que os outros dois grupos. De resto,
essas diferenças de posições foram uma constate ao longo dos vários tópicos pesquisados.
Analisando o perfil das discussões sob o aspecto do foco nas questões estratégicas em
detrimento às operacionais, no entendimento geral dos respondentes este foco foi considerado
médio (36,53 %). Não houve consenso entre os líderes da matriz, que tiveram posicionamento
distribuído em várias faixas. Ou seja, quanto ao foco, os resultados ainda são modestos,
132
considerando tratar-se de reuniões estratégicas. Smack (2003b) demonstra que num ambiente de
aprendizado contínuo 60 % do tempo das RAEs esteja alocado para assuntos estratégicos e 30%
para discussão das implicações desses assuntos.
ii. As Reuniões Estratégicas foram analisadas sob diversos aspectos que poderiam
estar contribuindo para sua efetividade, dificuldades e problemas foram
mapeados.
7.3 Resumo
i. Quanto ao laço simples de aprendizagem, a avaliação é que esse laço foi implementado
pois um sistema de medição de desempenho foi construído: o modelo de BSC definido
(mapa e seus todos os seus componentes) já foi implementado com um suporte de TI
(software de BSC), mais da metade dos indicadores já se encontram implementados,
com rotinas de alimentação definida e em curso. Além disso esse sistema de medição já
vem sendo utilizado pela empresa.
ii. Os respondentes entendem que não houve tempo hábil, ainda ,para a implementação do
laço duplo de aprendizagem, que trata da revisão da hipótese estratégica, mas que há
espaço no modelo de gestão atual para este tipo de reflexão (revisão da hipótese
estratégica).
iv. A pesquisa identificou lacunas conceituais entre os líderes a respeito da visão do BSC
como um sistema de gestão da estratégia. Há necessidade de alinhamento e de uma
revisão conceitual.
vi. Os respondentes são otimistas com o Planejamento Estratégico, entendem que ele
conseguiu redefinir a missão da Companhia, estabelecer um norte, fortalecer a imagem
institucional, obter o reconhecimento externo e gerar aumento de auto-estima dos
empregados. Uma extensa lista de valores foi identificada pelos respondentes com a
adoção do BSC. Entretanto, falta ainda à Companhia efetuar um salto qualitativo: falta
134
vii. No geral, há muitos fatores positivos que devem ser capitalizados: Alta sinergia entre
equipes, boa vontade e cooperação na solução conjunta de problemas, reconhecimento
de idéias e sugestões, clima de confiança e liberdade e o fato de que o projeto reflete a
visão compartilhada em níveis altos.
viii. Mas há fatores que merecem atenção e devem ser convenientemente cuidadas: Gestão de
iniciativas, competências para implementação da estratégia, a capacidade de mobilização
das lideranças e Conhecimento da Estratégia por parte do corpo funcional.
ix. Outros aspectos que também merecem atenção dizem respeito à identificação, pela
pesquisa, da presença de comportamentos e atitudes defensivas entre os líderes, de
tendências a justificar-se, a se desculparem e às dificuldades de lidar com erros e falhas.
Esses fatores são conhecidos pela literatura especializada como extremamente
prejudiciais ao processo de aprendizagem.
135
Ainda dentro do contexto da proposição anterior, uma linha de pesquisa poderia se propor
a dar conta dos desafios mencionados: como avaliar, na prática, o impacto real das
136
Uma questão que, inevitavelmente, será encontrada pelas organizações que irão implantar
o Balanced Scorecard ou estão em processo de implantação, diz respeito a como estruturar
as equipes internas que darão suporte à execução e gestão da estratégia. Um conjunto
significativo de atividades novas surge a partir dessa adoção, tais como preparação e
divulgação de relatórios para as RAEs, preparação de RAEs, alinhamento e preparação da
comunicação da Estratégia, comunicação constante das decisões tomadas nas RAEs, etc.
Enfim, repousa sobre esta equipe de suporte grandes responsabilidades e desafios, haja
vista a natureza dessas atividades, quase todas novas. Na organização estudada, as
discussões ficaram em torno de questões como: se haveria necessidade de formalização
deste grupo, se deveria ser criada uma área formal dentro da estrutura da empresa, com
pessoas dedicadas em tempo integral, ou se a constituição de um grupo de pessoas com
dedicação parcial, que funcionaria sob demanda, seria suficiente. A organização optou por
adotar esta última opção. Mas qual seria a solução mais adequada, quais são os benefícios
137
e problemas de cada uma das alternativas, são perguntas ainda a serem respondidas,
dignas, portanto, de uma investigação mais aprofundada.
138
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SNELL, Robin; MAN-KUEN CHAK, Almaz. The learning organization: learning and
empowerment for whom?. Management Learning. v..l 2, p. 337-364. Sep.1998.
Apêndices
144
Prezado Sr(a),
Para as questões objetivas, bastará clicar no quadrinho referente à opção desejada. Se desejar mudar
de opinião, basta clicar novamente que a opção é desmarcada.
Para as questões subjetivas, bastará posicionar o cursor no início do campo e digitar a resposta
desejada, em forma textual.
Atenciosamente,
4. Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte dos líderes
da empresa?
5. Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte do corpo
funcional da empresa?
6. Como você classifica a capacidade da equipe de líderes de pensar atentamente a
respeito da estratégia e de vincular suas atividades a esta estratégia
7. Houve boa vontade e cooperação na busca de solução conjunta dos problemas
durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico?
15
COUTINHO, A.R; KALLÁS. D. (Org). Gestão da Estratégia. Experiências e Lições de Empresas Brasileiras. Rio de Janeiro: Campus. 2005
Universidade Católica de Brasília - UCB
Mestrado de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação -MGCTI
Questões 0 1 2 3 4 5
16. Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as
teorias anunciadas (tais como regras / posições / premissas) e as teorias
efetivamente utilizadas durante as discussões ocorrida no desenvolvimento do
Projeto de Planejamento estratégico?
17 Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as
teorias anunciadas (tais como regras / posições / premissas) e as teorias
efetivamente utilizadas durante as discussões nas Reuniões Estratégicas?
Uma das boas práticas recomendadas para RAEs é que os líderes façam questionamentos e não interrogação, dando aos
membros da equipe um investimento em solução e a oportunidade de se superar. Questionamentos fomentam discussões que
16
procuram respostas (instigadoras) enquanto a interrogação procura culpados (ameaçadora)
18. Em que medida você percebe que houve predomínio do questionamento (se
comparado com a interrogação) durante as RAEs?
19. Que análise você faz do perfil das discussões ocorridas durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de
Planejamento Estratégico, particularmente em relação a estes dois pontos de vista (questionamento x
interrogação)?
16
Que é fundamentada no estabelecimento de um diálogo intenso entre o mestre e o aprendiz
17
BARROWS, E. Conduzindo a conversa: O comportamento eficiente da liderança para reuniões de revisão do BSC. Balanced Scorecard
Report. Harvard Business School, v. 7 n. 5. Set.-Out., 2005
Universidade Católica de Brasília - UCB
Mestrado de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação -MGCTI
“Reconhecer erros é uma das mais importantes formas de crescimento. É preciso dividir com o time as vitórias, os acertos, e
também os erros. Tenho um exemplo pessoal de um grande erro que eu cometi. Demiti uma pessoa por ter avaliado mal uma
área e depois percebi que não era nada daquilo. Fui buscar o profissional em casa. Então errar a gente erra, mas o importante
é sempre que possível, tentar consertar. ” (Zeca Rudge, Presidente do Unibanco AIG, em cuja gestão o BSC foi implantado)18
“Pode-se criar uma cultura propícia à tomada de riscos ao admitir abertamente seus erros e ao explicar o que aprendeu com
eles” (Jack Welch – ex-presidente da GE – Revista Exame abril/2005).
20. Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é,
capacidade de admitir e reconhecer erros, por parte da equipe de líderes, durante as
RAEs?
21. Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é,
capacidade de admitir e reconhecer erros, por parte da equipe de líderes, durante o
desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico ?
22. Como você vê o processo de lidar com erros ou falhas por parte da Equipe de Líderes, durante o
desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico e as RAEs?
24. Houve clima de confiança e liberdade para a exposição de idéias durante as RAEs e
o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico?
18
COUTINHO, A.R; KALLÁS. D. (Org). Gestão da Estratégia. Experiências e Lições de Empresas Brasileiras. Rio de Janeiro: Campus. 2005
Universidade Católica de Brasília - UCB
Mestrado de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação -MGCTI
31. Comente sobre como você está vendo o processo de implementação do ciclo de aprendizado (revisão da hipótese
estratégica) durante as RAEs.
19
COUTINHO, A.R; KALLÁS. D. (Org). Gestão da Estratégia. Experiências e Lições de Empresas Brasileiras. Rio de Janeiro: Campus. 2005
Universidade Católica de Brasília - UCB
Mestrado de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação -MGCTI
A finalidade de uma reunião de análise estratégica é produzir recomendações quanto à melhoria de uma organização na direção
de seus objetivos estratégicos e não o controle de pessoas e tarefas. O foco fica então no aprendizado e não no controle.20
33. Como você classifica as RAEs realizadas quanto ao predomínio de foco das
discussões nas questões estratégicas em detrimento às questões operacionais?
36. Em relação à pergunta anterior, como acha que se deu essa tradução? O que contribuiu para esta tradução (ou
prejudicou)?
38. Em que medida você acredita que tenha havido agregação de novos valores
institucionais com a adoção do BSC?
20
COUTINHO, A.R; KALLÁS. D. (Org). Gestão da Estratégia. Experiências e Lições de Empresas Brasileiras. Rio de Janeiro: Campus. 2005
Universidade Católica de Brasília - UCB
Mestrado de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação -MGCTI
39. Como você vê a empresa em relação à sua identidade institucional com a adoção do BSC, ou seja, que benefícios
a metodologia trouxe para o reconhecimento das potencialidades e limitações da empresa e na agregação
de novos valores aos princípios institucionais?
40 Em relação às duas perguntas anteriores, que valores você acredita que tenham sido agregados?
41. a) Que fatores podem interferir positivamente de modo a incrementar o aprendizado durante as RAEs?
b) Que fatores podem interferir negativamente de modo a prejudicar o aprendizado durante as RAEs?
42. Caso você queira fazer algum comentário ou observação adicional, por favor, utilize o espaço abaixo.
154
Estatísticas
Respondentes Valores
Desvio
Nº Questão em Média Moda
Padrão
Válidos branco Mín. Máx.
Em que medida você acredita que o Projeto
de Planejamento Estratégico da Conab
1 reflete a visão compartilhada dos líderes
da empresa? 41 0 2 5 3,63 4 0,80
Como você vê a capacidade de
mobilização das lideranças em
internalizar a visão compartilhada
2 construída e de transmiti-la ao resto da
organização, transformando a estratégia em
tarefa de todos?
41 0 1 4 2,71 3 0,93
Como você avalia as competências
adquiridas dos líderes, enquanto grupos,
3 para implementar a estratégia e promover a
mudança com o BSC?
41 0 1 5 3,05 3 0,77
Como você classifica o grau de
4 conhecimento da estratégia por parte
dos líderes da empresa?
41 0 3 5 3,78 4 0,65
Como você classifica o grau de
5 conhecimento da estratégia por parte do
corpo funcional da empresa? 40 1 1 4 2,18 2 0,81
Como você classifica a capacidade da
equipe de líderes de pensar atentamente
6 a respeito da estratégia e de vincular suas
atividades a esta estratégia.
41 0 2 5 3,07 3 0,69
Houve boa vontade e cooperação na
busca de solução conjunta dos problemas
7 durante as RAEs e desenvolvimento do
Projeto de Planejamento Estratégico?
40 1 2 5 3,90 4 0,71
Houve sinergia e integração entre as
equipes de trabalho durante as RAEs e
8 desenvolvimento de Projeto de
Planejamento Estratégico?
40 1 2 5 3,83 4 0,64
Houve sinergia e integração entre as
equipes de líderes e a equipe de
9 desenvolvimento durante as RAEs e
desenvolvimento do Projeto de
Planejamento Estratégico?
40 1 1 5 3,80 4 0,72
Houve alinhamento de objetivos e
expectativas intra-grupos e entre equipes
durante as RAEs e desenvolvimento do
10
Projeto de Planejamento Estratégico?
40 1 2 5 3,45 3 0,71
157
Estatísticas
Respondentes Valores Desvio
Nº Questão em
Média Moda
Padrão
Válidos Mín. Máx.
branco
Houve responsabilidade quanto aos
compromissos assumidos suas
11 conseqüências, pelos líderes, durante as
RAEs?
33 8 1 5 3,64 4 0,78
Em que medida você identificou rivalidade
ou competitividade intra-equipes e entre
equipes durante as RAEs e
12
desenvolvimento do Projeto de
Planejamento Estratégico?
38 3 0 5 2,18 3 1,33
Houve reconhecimento das
contribuições/ sugestões e idéias durante
13 as RAEs e desenvolvimento do Projeto de
Planejamento Estratégico?
39 2 0 5 3,54 4 1,02
Como você avalia a capacidade de
trabalho em equipe dos líderes durante as
14
RAEs
32 9 2 5 3,81 4 0,69
Como você avalia a capacidade de
trabalho em Equipe dos líderes durante o
15 desenvolvimento do projeto de
Planejamento Estratégico da Conab?
39 2 1 5 3,72 4 0,76
Com que freqüência você teve oportunidade
de identificar divergências entre as
teorias anunciadas (tais como regras/
posições / premissas) e as teorias
16 efetivamente utilizadas durante as
discussões ocorridas no
desenvolvimento do Projeto de
Planejamento estratégico?
38 3 0 4 2,37 3 1,05
Com que freqüência você teve oportunidade
de identificar divergências entre as
teorias anunciadas (tais como regras/
17 posições/premissas) e as teorias
efetivamente utilizadas durante as
discussões nas Reuniões Estratégicas?
32 9 0 4 2,47 3 0,98
Em que medida você percebe que houve
predomínio do questionamento ( se
18 comparado com a interrogação) durante
as RAEs?
32 9 0 5 3,22 4 1,16
19 Questão aberta
Em que medida você acredita que tenha
havido tolerância a falhas, isto é,
capacidade de admitir e reconhecer erros,
20
por parte da equipe de líderes , durante as
RAEs?
31 10 1 5 3,06 3 1,09
158
Estatísticas
Respondentes Valores Desvio
Nº Questão em
Média Moda
Padrão
Válidos Mín. Máx.
branco
Em que medida você acredita que tenha
havido tolerância a falhas, isto é,
capacidade de admitir e reconhecer erros,
21 por parte da equipe de líderes, durante o
desenvolvimento do projeto de
Planejamento Estratégico?
38 3 1 5 3,05 3 0,98
Questão aberta
22
0 41
Predominou um clima de descontração e
otimismo durante as RAES e durante o
23 desenvolvimento do Projeto de
Planejamento Estratégico?
40 1 2 5 3,90 4 0,78
Houve clima de confiança e liberdade para
a exposição de idéias durante as RAEs e o
24 desenvolvimento do Projeto de
Planejamento Estratégico?
40 1 1 5 3,90 4 0,87
Houve resistência à aceitação de idéias,
sugestões, projetos, propostas ou produtos
25 durante as RAEs e o desenvolvimento do
Projeto de Planejamento Estratégico?
40 1 0 5 2,43 3 1,24
Houve aceitação da diversidade de visões
e idéias (abertura) durante as RAEs e o
desenvolvimento do Projeto de
26
Planejamento Estratégico?
40 1 1 5 3,35 3 0,95
Como você avalia a capacidade de
implementação do ciclo de uso
(monitoramento) da execução da
estratégia (análises de status de
27
indicadores, andamento de iniciativas etc),
por parte da Conab?
41 0 1 5 2,85 3 0,88
28 Questão aberta
0 41
Como você avalia os Relatórios de
Análise estratégica quanto a completude,
qualidade e profundidade das informações
29
e das análises?
39 2 1 5 3,49 4 0,94
Como você avalia a capacidade de
implementação do ciclo de
aprendizagem da execução da estratégia
30
(revisão da hipótese estratégica)?
38 3 1 5 2,79 3 0,96
Questão aberta
31
159
Estatísticas
Respondentes Valores
Nº Questão Média Moda Desvio
em
Válidos Mín. Máx. Padrão
branco
Como você analisa as RAEs realizadas
quanto ao predomínio do aprendizado se
32
comparado ao controle?
32 9 2 5 3,28 3 0,68
Como você classifica as RAEs realizadas
quanto ao predomínio de foco das
discussões nas questões estratégicas em
33
detrimento às questões operacionais?
31 10 1 5 2,90 3 0,91
Em que medida o projeto de Planejamento
Estratégico tem gerado um aprendizado
capaz de proteger a empresa em relação
34
às mudanças estruturais do ambiente ,
em particular na esfera do Governo
Federal? 39 2 1 5 3,10 3 1,17
Em que medida você percebe que o Projeto
35 de Planejamento Estratégico conseguiu
traduzir/refletir os dilemas da Conab?
41 0 1 5 3,63 4 0,94
36 Questão aberta
Em que medida você acredita que a
construção e implantação do Planejamento
37 Estratégico na Conab podem fortalecer os
seus princípios fundamentais, valores e a
identidade institucional?
41 0 2 5 4,37 5 0,73
Em que medida você acredita que tenha
havido agregação de novos valores
38
institucionais com a adoção do BSC?
41 0 2 5 3,93 4 0,88
39 Questão aberta
40 Questão aberta
41 Questão aberta
42 Questão aberta
160
da empresa?
% 7,32 34,15 46,34 12,20 100
Como você vê a capacidade de
mobilização das lideranças em internalizar
a visão compartilhada construída e de Freq. 5 10 18 8 41
2
transmiti-la ao resto da organização,
transformando a estratégia em tarefa de
todos? % 12,2 24,39 43,9 19,5 100
Como você avalia as competências
adquiridas dos líderes, enquanto grupos,
3 para implementar a estratégia e promover a Freq. 2 4 26 8 1 41
mudança com o BSC?
% 4,88 9,76 63,41 19,51 2,44 100
Como você classifica o grau de
conhecimento da estratégia por parte Freq. 14 22 5 41
4
dos líderes da empresa?
% 34,1 53,7 12,2 100
Como você classifica o grau de
conhecimento da estratégia por parte do Freq. 9 16 14 1 1 41
5
corpo funcional da empresa?
% 21,95 39,02 34,1 2,44 2,44 100
Como você classifica a capacidade da
equipe de líderes de pensar atentamente
6 a respeito da estratégia e de vincular suas Freq. 7 25 8 1 41
atividades a esta estratégia.
% 17,07 61 19,5 2,44 100
Houve boa vontade e cooperação na
busca de solução conjunta dos problemas Freq. 1 9 23 7 1 41
7 durante as RAEs e desenvolvimento do
Projeto de Planejamento Estratégico?
% 2,44 21,95 56,10 17,07 2,44 100
Houve sinergia e integração entre as
equipes de trabalho durante as RAEs e Freq. 1 9 26 4 1 41
8 desenvolvimento de Projeto de
Planejamento Estratégico? % 2,44 21,95 63,41 9,76 2,44 100
Houve sinergia e integração entre as
equipes de líderes e a equipe de
desenvolvimento durante as RAEs e Freq. 1 9 26 4 1 41
9
desenvolvimento do Projeto de
Planejamento Estratégico?
% 2,44 21,95 63,41 9,76 2,44 100
Houve alinhamento de objetivos e
expectativas intra-grupos e entre equipes Freq. 3 18 17 2 1 41
urante as RAEs e desenvolvimento do
10
Projeto de Planejamento Estratégico?