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3.

méTOdO dAs vAZÕes mÍnImAs nOTURnAs

E m sistemas de abastecimento sem intermi-


tências e com pressurização normal os consu-
mos são mínimos entre as 02:00h e as 04:00h
zão que ingressa no setor neste horário obtém-se
o volume de vazamentos – sejam eles inerentes,
visíveis e não visíveis.
da manhã. Devido a este fato, torna-se mais fácil Este método é aplicável a DMC – Distritos de
estimá-los com maior segurança – frequentemen- Medição e Controle bem monitorados.
te correspondem a menos de 10% do volume que
ingressa no setor, mesmo em sistemas com bom
controle de vazamentos.
Deduzindo-se o consumo mínimo noturno, da va-
Figura 6 – método das
vazões mínimas noturnas

90,00 45,00

80,00 40,00
P0
70,00 35,00

60,00 30,00
Q0 Pi
50,00 25,00
Consumo
mínimo 20,00
40,00 noturno

30,00 15,00
volume de vAzAmentos
20,00 10,00

10,00 5,00

0,00 0,00
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Vazamentos Perdas inerentes do DMC Volume de entrada Pressão média

Obtido o volume de vazamentos na hora de va- zar a relação pressão / vazamento para calcular os
zão mínima noturna e com o monitoramento de volumes perdidos em cada hora do dia.
pressão média ao longo do dia, será possível utili- Na Figura 6 é possível observar graficamente o

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significado destes cálculos: a pressão média; nos horários de menor consu-


• Como P0, Q0 e Pi são variáveis conhecidas (me- mo ocorre o oposto.
didas), é possível calcular vazão de vazamentos • Não se pode, portanto, pegar o volume de vaza-
a cada hora; mentos da hora de menor consumo e multiplicar
• Observa-se na Figura 6 que a curva de volume de por 24: isto equivaleria a uma sobrestimação do
entrada no setor tem um comportamento oposto volume diário de vazamentos. O fator que mul-
à curva de pressão média; este é um indicativo tiplica o volume de vazamentos da hora de me-
de que o setor está estanque e o ponto médio nor consumo para achar o volume perdido diário
foi bem escolhido. chama-se FND = Fator Noite-Dia. Será um valor
• Observa-se que no horário de maior consumo o menor que 24, a não ser que o setor esteja re-
volume de vazamentos diminui, juntamente com gulado por VRP.

Figura 7 – Gráfico de
sequencia de vazões mínimas
45 noturnas em um DMC

40

35
Vazão mínima noturna

30

25

20
Consumo mínimo noturno
15

10
Perdas inerentes
5

0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Quantidade de dias

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No próximo item ver-se-á como calcular o Fator tado em 3 dias. O segundo e o terceiro destaques
Noite – Dia. no gráfico correspondem respectivamente a dois
vazamentos não visíveis que surgiram. As equipes
3.1 OUTRAS INFORMAÇÕES DO MONITORA- de detecção acústica foram acionadas e finalmen-
MENTO DE VAZÕES te os vazamentos foram encontrados e reparados,
O monitoramento de vazões na entrada dos DMC o que se refletiu na curva de vazões mínimas notur-
– Distritos de Medição e Controle produz ainda ou- nas (quarto e quinto destaques no gráfico).
tras informações importantes. Na Figura 7 mostra- Lambert chama a atenção para o fato de que
-se um gráfico de uma sequência de 180 dias de um simples olhar para a curva de volumes de en-
vazões mínimas noturnas em um DMC, com contro- trada permite ver se é um DMC com muitos ou
le de vazamentos já estabilizado e levado ao limite. poucos vazamentos. Exemplos são mostrados
Observa-se no gráfico que as vazões mínimas nas Figuras 8 e 9.
normais correspondem ao volume de perdas ine-
rentes somada com o consumo mínimo noturno.
Os picos que aparecem no gráfico correspondem a
vazamentos. O primeiro pico à esquerda correspon- Figura 8 – Gráfico de 7 dias
de a um vazamento visível, que surgiu e foi conser- de vazão em um DMC com
muitos vazamentos

14

12

10

0
1 136 271 406 541 676 811 946 1081 1216 1351 1486 1621 1756 1991

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O gráfico da Figura 8 apresenta-se com aspecto


mais cheio, pois as vazões mínimas estão mais
distantes do eixo das abscissas.
Figura 9 – Gráfico de 7 dias
de vazão em um DMC com
poucos vazamentos

0
1 133 265 397 529 661 793 925 1057 1189 1321 1453 1585 1717 1849

3.2 CALCULANDO O FATOR NOITE-DIA Onde,


Na Tabela 2 mostra-se um exemplo de como cal- Pi é a pressão média da rede em um horário
cular o Fator Noite – Dia. A fórmula é: qualquer do dia;
P0 é a pressão média na hora em que ocorre
FND = ∑ (Pi / P0)^N1 a vazão mínima noturna
N1 é o fator de escala na relação pressão-
-vazamento.

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Tabela 3 – Calculando N1 ADOTADO: 1,50
o Fator Noite -Dia
Pressões
Ordem Horário FND =∑ (Pi/P3-4)^N1
médias mca
No exemplo mostrado 1 00:00 - 01:00 22,00 0,88
FND = 18,86. Este valor
2 01:00 - 02:00 23,00 0,94
multiplicado pelo volume de
3 02:00 - 03:00 24,00 1,00
vazamentos da hora de va-
4 03:00 - 04:00 24,00 1,00
zão mínima noturna resulta-
rá no volume perdido diário. 5 04:00 - 05:00 23,00 0,94
O FND de um setor ou DMC 6 05:00 - 06:00 23,00 0,94
poderá mudar, dependendo 7 06:00 - 07:00 22,00 0,88
das medidas de intervenção 8 07:00 - 08:00 21,00 0,82
na infraestrutura do setor. 9 08:00 - 09:00 20,00 0,76
Por exemplo, o FND mudará 10 09:00 - 10:00 19,00 0,70
drasticamente quando for
11 10:00 - 11:00 18,00 0,65
instalada uma VRP para re-
12 11:00 - 12:00 17,00 0,60
duzir pressões. A troca de in-
13 12:00 - 13:00 16,00 0,54
fraestrutura e o intenso com-
bate a vazamentos também 14 13:00 - 14:00 17,00 0,60
podem aumentar a pressão 15 14:00 - 15:00 18,00 0,65
média do setor, aumentando 16 15:00 - 16:00 18,00 0,65
o FND, a não ser que haja 17 16:00 - 17:00 19,00 0,70
uma VRP na entrada regulan- 18 17:00 - 18:00 19,00 0,70
do as pressões. 19 18:00 - 19:00 20,00 0,76
20 19:00 - 20:00 20,00 0,76
21 20:00 - 21:00 21,00 0,82
22 21:00 - 22:00 21,00 0,82
23 22:00 - 23:00 22,00 0,88
24 23:00 - 00:00 22,00 0,88
PMS - TOTAIS: 20,38
FND 18,86

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3.3 CONSUMO MÍNIMO NOTURNO para cada elemento da amostra, em m³/h, ou ou-
O consumo mínimo noturno em um Distrito de tra unidade apropriada.
Medição e Controle pode ser levantado por meios c) Fazer a média de consumo da amostra e extrapo-
amostrais da seguinte forma: lar para o universo de consumidores residenciais;
a) Levantar a quantidade de consumidores de to- d) Caso haja grandes consumidores na área, de
das as categorias, residencial, comercial, indus- qualquer categoria, ler individualmente os medi-
trial e público. Presume-se que os consumidores dores destes consumidores, obtendo também
residenciais comporão mais de 90% do total de uma média em m³/h;
clientes, a não ser em áreas de comércio, indús- e) Somar a média obtida para os pequenos medi-
tria ou serviços. dores com a média obtida para os consumidores
b) No período noturno, entre às 02:00h e 04:00h de maior porte, em m³/h, e adotar como sendo o
da manhã ler uma amostra aleatória de pelo me- consumo noturno legítimo.
nos 30 consumidores residenciais; Fazer a média Este procedimento dará uma boa aproximação
de consumo entre a primeira e a segunda leitura do consumo mínimo noturno do DMC e dos DMCs
de condições similares. Bastará que o procedi-
mento seja refeito apenas eventualmente, para
Foto: ShutterStock

confirmação.
A Sabesp utiliza uma fórmula para estimar o
consumo mínimo noturno, na ausência de dados
específicos:

Parâmetro Valor

Consumo legítimo 0,34 L/hora por


habitante

Vazamentos internos 0,50 L/hora por ramal


nas instalações dos pressurizado
usuários pressurizadas
diretamente pela rede

Quanto maior for a perda real no DMC menos


relevância em termos relativos terá o consumo na
vazão mínima noturna. O inverso também é verda-
deiro: quanto melhor o controle de vazamentos,
menor a perda real e mais relevância terá o consu-
mo na vazão mínima noturna.

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4. APLICATIVO PARA MODELAGEM DE VAZAMENTOS EM DMC –
DISTRITOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

U tilizando a teoria estudada até agora nes-


te Guia é possível construir uma ferramen-
ta para modelagem de perdas reais no DMC
(aplicativo em planilha eletrônica), como a que
se mostra na Figura 10.
Entrando-se com os dados nos campos em
branco, o aplicativo realiza automaticamente
todos os cálculos, identificando automatica-
mente o horário de vazão mínima noturna,
que ficará em destaque na coluna “volume
de entrada”.
O aplicativo calculará os volumes horários
de vazamentos utilizando a relação pressão
/ vazamento.
A coluna “Consumo Autorizado + Perdas
Aparentes” é obtida por diferença entre as
colunas “volume de entrada” e “volumes ho-
rários de vazamentos”.
As “perdas inerentes IWA” são calculadas
em uma coluna. A coluna seguinte “perdas
inerentes DMC” é obtida pela multiplicação
do FCI por “perdas inerentes IWA”.
O consumo mínimo noturno é calculado se-
gundo a fórmula praticada por algumas unida-
des da Sabesp. Porém, o usuário é livre para
adotar outro critério e alimentar manualmente
o valor na planilha.
Somando-se as perdas inerentes do DMC
com o consumo mínimo noturno obtêm-se o
Figura 10 – Interface do aplicativo para
menor valor alcançável de perdas reais no modelagem de vazamentos em DMC
DMC, a menos que se altere a pressão média.

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O IVI obtido em um DMC com medições de ape-


nas 24 horas deve ser visto com restrições. O in-
dicador foi concebido para ser calculado com vo-
lumes anuais, condições nas quais se pode obter
uma média mais confiável. O cálculo apresentado
na planilha é apenas uma referência teórica e não
Figura 11 – Gráfico do
deve ser utilizada como cálculo final de IVI do DMC.
comportamento das vazões,
O aplicativo também irá montar um gráfico como pressões médias e perdas
o do exemplo (Figura 11). reais em DMC.

120,00 30,0

100,00 25,0

80,00 20,0

60,00 15,0

40,00 10,0

20,00 5,0

0,00 0,0
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21:

22:

23:

Vazamentos Perdas inerentes do DMC Volume de entrada Pressão média

Na planilha eletrônica, pode ser necessário o va dos volumes de entrada. Esta simetria indica o
ajuste manual da escala de pressões médias, de- comportamento esperado das duas variáveis.
pendendo da amplitude dos valores de pressão Observa-se também que a curva de volume de
que ocorrerem no DMC. O ajuste manual da escala vazamentos segue o mesmo padrão da curva de
pode fazer com que a curva de pressão média seja pressão média, dado pela programação da planilha.
vista com uma simetria quase perfeita com a cur- Esta planilha pode ser programada nos supervi-

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sórios das centrais de telemetria dos sistemas de e) Deve ocorrer a determinação correta das pres-
abastecimento, de modo a se obter os gráficos au- sões médias no ponto de PMS, para que se pos-
tomaticamente. Será, no entanto necessário apli- sa aplicar criteriosamente a relação entre pressão
car filtros para eliminar valores espúrios ou perío- média e vazamento, o que começa pela escolha
dos em que as condições de validação do método adequada do ponto de pressão a monitorar no
não ocorreram. sistema para representar a PMS. A verificação do
comportamento de oposição entre os gráficos de
4.1 CONDIÇÕES PARA pressão média e vazão de entrada (volume dispo-
VALIDAÇÃO DO MÉTODO nibilizado) indica que o ponto escolhido para o mo-
O método de modelagem de vazamentos em nitoramento da pressão média foi adequado.
DMC a partir de vazões mínimas noturnas requer f) Nos casos de sistemas não setorizados, com
um conjunto de circunstâncias que devem estar múltiplas entradas, a PMS pode ser determinada
atendidas, para que os resultados sejam conside- de acordo com o método das cotas médias ponde-
rados válidos. radas, mostrado neste Guia.
a) O(s) DMC estudado(s) deverá(ão) estar g) A determinação do expoente N1 a ser utilizado
estanque(s) e não sujeito(s) a intermitências no na relação pressão-vazamento, poderá ser levan-
abastecimento de modo a que no final do período tado em campo de forma específica para os siste-
noturno não esteja mais ocorrendo reposição nos mas estudados ou, alternativamente, poderão ser
tanques domiciliares da água consumida durante utilizados valores de literatura, coerentes com as
o dia (ou seja, é admissível apenas a reposição do características dos sistemas;
consumo momentâneo ou noturno); h) A determinação de consumos mínimos notur-
b) No caso de sistemas com intermitência, deverá nos aceitáveis no horário de vazão mínima noturna
ser assegurado o abastecimento contínuo ao DMC pode ser feita amostralmente, pela leitura de mi-
a ser testado, de modo a assegurar as condições cromedidores, conforme o método ensinado neste
citadas; Guia ou com base em fórmulas empíricas adequa-
c) O setor deve ser monitorado por no mínimo 24 damente determinadas;
horas nas variáveis horárias: vazão de entrada i) O comportamento dos gráficos da vazão de en-
(m³/h) e pressão média (mca). Todavia, idealmen- trada no sistema e o da pressão média do sistema
te este monitoramento deve ser contínuo, durante deve apresentar a coerência esperada para a inter-
todo o ano. Assim será possível calibrar o balanço dependência existente entre estas duas variáveis.
hídrico top down do DMC. j) Os equipamentos de medição, as condições de
d) Os dados de vazão horária e pressão média ho- instalação dos equipamentos e as condições de
rária devem ser médias de, no mínimo, 4 leituras contorno dos testes deverão ser documentados,
por hora. No período de mínima noturna é desejá- de modo a que se possa avaliar, ainda que estima-
vel que os equipamentos tenham leituras registra- tivamente, as incertezas associadas aos proces-
das a cada minuto; sos de medição.

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