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ARTIGO

Breve estudo de desempenho do enfermeiro com o Método Mãe Canguru em uma UTI Neonatal da Bahia
DOI 10.24118/revsf2525.4383.4.2.2019.579

Breve estudo de desempenho do enfermeiro com o Método Mãe


Canguru em uma UTI Neonatal da Bahia

Brief performance study of nurses using the Kangaroo Mother Method in a


Neonatal ICU in Bahia

Júlia Santos Nunes (Nunes, JS)


Graduada em Enfermagem (UESB), pós-graduada em Obstetrícia (UESC), auditora da
UNESA e mestre em Saúde Coletiva - Gestão de Saúde (UFBA)
E-mail: juliassenf@yahoo.com.br
ORCID: http://orcid.org/0000-0001-6180-5791

Taíse Ribeiro Oliveira (Oliveira, TR)


Graduada em Enfermagem (FTC), pós-graduanda em Urgência e Emergência (FTC)
E-mail: taiseenfa13@gmail.com
ORCID: http://orcid.org/0000-0001-6314-9521

Resumo

A prematuridade é um fator de risco para inúmeros recém-nascidos no mundo. Como


proposta para melhorar os cuidados, surge o Método Mãe Canguru, uma intervenção
que diminui a permanência na incubadora e consequentemente estabelece maior
contato entre mãe e recém-nascido. Esta pesquisa descritiva, exploratória e
quantitativa teve como objetivo verificar a performance do enfermeiro com o Método
Mãe Canguru na UTI Neonatal, visando aferir seus conhecimentos. Como resultado
identificou-se que os enfermeiros possuem bom conhecimento a respeito do método,
no entanto, em relação aos objetivos, há ausência de informações importantes.

Palavras-chave: Método mãe canguru, recém-nascido, prematuro

Abstract

Prematurity is a risk factor for countless newborns in the world. As a proposal to


improve care, emerges the Kangaroo Mother Method, an intervention that reduces the
incubator stay and consequently establishes greater contact between mother and
newborn. This is a descriptive and exploratory quantitative research that aims to verify
the performance of nurses using the Kangaroo Mother Method in the Neonatal ICU,
analyzing their knowledge. As a result, it was found that nurses have a good knowledge
about the method, but in relation to the objectives there are important information
gaps.

Key words: Kangaroo-mother method, newborn, premature

© REVSF. Rev. Saúde em Foco Rio de Janeiro, RJ v.4 n.2 p. 13-24 jul./dez. 2019
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Breve estudo de desempenho do enfermeiro com o Método Mãe Canguru em uma UTI Neonatal da Bahia
DOI 10.24118/revsf2525.4383.4.2.2019.579

Introdução

A prematuridade é um fator de risco para morbimortalidade de inúmeros recém-


nascidos no mundo. Nascer antes do tempo é um fator agravante para a saúde desses
recém-nascidos, que se tornam vulneráveis por não estarem prontos para desenvolver
funções fisiológicas, metabólicas e psicológicas que lhes são cobrados no ato do
nascimento.¹

Como proposta para melhorar os cuidados prestados ao recém-nascido pré-termo e ou


de baixo peso, foi implementado, em 1979, pelos doutores Edgar Rey Sanabria e Hector
Martinez, do Instituto Materno Infantil de Bogotá – Colômbia, o Método Mãe Canguru,
que é um tipo de assistência neonatal voltada para o atendimento do recém-nascido
prematuro internado na UTI Neonatal e que consiste em colocar o bebê em contato
pele a pele, da mãe, de forma precoce, evoluindo até a posição Canguru.

O presente estudo tem como objetivo analisar a atividade do enfermeiro de uma UTI
Neonatal, localizada no sudoeste da Bahia para verificar seu conhecimento sobre o
método canguru. Como resultado, identificou-se que os enfermeiros têm um bom
conhecimento a respeito do significado do método, porém, em relação aos objetivos há
falhas de informações importantes.

O recém-nato, a família e o método canguru

A prematuridade entende-se por todo recém-nascido (RN) vivo com menos de 37


semanas completas de gestação, e quanto ao peso, determina recém-nascidos com
peso inferior a 2.500g, independente ao tempo de gestação. Essas são causas de
morbidade e mortalidade neonatal, com um percentual de 75%, podendo estar
associada a alguns fatores de risco.2

O RN prematuro apresenta vários problemas, cada um de acordo com o grau de


prematuridade, sendo este dividido em três grupos como:

 Extremamente prematuros os que nascem com 24 a 30 semanas de gestação;

 Moderadamente prematuro, aqueles nascidos entre a 31 a 36 semanas de


gestação;

 Prematuro limítrofe, definida pelo nascimento até a 37 semanas. 3

A prematuridade pode ocorrer por complicações relacionadas a fatores


epidemiológicos, obstétricos, ginecológicos, clínico-cirúrgico, iatrogênicos e
desconhecidos.4

Para que a taxa de prematuridade seja diminuida é de importância salientar que é


preconizado pelo Ministério da Saúde pelo menos 06 (seis) consultas pré-natais; sendo
a primeira no primeiro trimestre, as duas subsequentes no segundo trimestre e as três
restantes no terceiro trimestre.5 O acompanhamento obstétrico adequado no pré-natal
é de suma importância, pois é capaz de detectar diversas alterações de crescimento
fetal, assim como tratar e prevenir as possíveis causas de prematuridade, assegurando
um nascimento saudável, evitanto um afastamento precoce entre a mãe e o feto em
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uma possível internação em uma UTI Neonatal,5 que é um local frio, de luz intensa,
com ruídos, ambiente propício ao estímulo da dor, portanto, não acolhedor, o que pode
trazer diversos prejuízos ao RN.6

Com intuito de melhorar o ambiente, no Brasil, o Ministério da Saúde implantou no


Programa da Criança7 o Método Mãe Canguru, que presta atendimento biopsicossocial
voltado para uma singularidade de cuidados, promovendo o contato pele a pele ao
neonato e a sua família, buscando minimizar os efeitos da prematuridade, permitindo,
dessa forma, maior participação dos pais no cuidado.8

O método consiste na colocação do bebê na posição vertical sobre o peito da mãe com
a finalidade de obter um contato pele a pele o mais cedo possível e mantido
continuamente de forma prolongada, sendo realizado em três etapas:

 Na primeira os pais e familiares deverão ser orientados sobre as condições de saúde,


procedimentos de rotina hospitalar, a importância da amamentação, cuidados com
a mama, o armazenamento do leite ordenhado e os cuidados que devem realizar
com o RN, com intuito de obter uma compreensão sobre o assunto vivenciado,
ressaltando as vantagens do Método Mãe Canguru.9

 A segunda etapa consiste na adesão da posição canguru, pois o bebê encontra-se


estável e poderá ficar com acompanhamento contínuo de sua mãe, que aprende a
identificar as alterações que podem ocorrer com recém-nascido, como pausas
respiratórias, mudança de coloração da pele, entre outras.

 A terceira configura-se com a alta hospitalar, acompanhamento ambulatorial e


continuidade do método canguru em domicilio.9

Segundo Gomes, Martins e Hertel10 o método proporciona o aumento do vínculo


familiar, estimulando os pais a participarem dos cuidados ao neonato, oferece conforto
e acalento para o bebê prematuro através do contato constante, proporcionando maior
competência, confiança e segurança na lida com o RN, favorecendo a forma de
desenvolvimento.11

A partir desse vínculo identifica-se no neonato aumento no ganho de peso, com a


amamentação exclusiva e a livre demanda, sendo essa a única fonte de nutrição e
proteção nos primeiros seis meses de vida, contribuindo para o desenvolvimento,
diminuindo a infecção hospitalar e o risco de mortalidade neonatal.12

Segundo Santos13 a oxitocina liberada pela mãe tem efeito positivo para ambos, pois
na mãe reduz a ansiedade, aumenta a temperatura do peito, promovendo maior vínculo
afetivo durante a amamentação e aumento da adrenalina no prematuro, assim gerando
o desenvolvimento de reflexos de procura da mama, favorecendo os aspectos
nutricionais que são fundamentais para o desenvolvimento do prematuro.

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Existem também os benefícios fisiológicos, como o aumento da glicemia capilar,


reduções dos níveis de dor, benefícios com a colonização do bebé com a flora bacteriana
da pele da mãe auxiliando na prevenção e combate a infecções.13 A posição oferecida
pelo método proporciona calma e conforto ao RN, melhorando a oxigenação tecidual e
diminuição da frequência cardíaca, essa podendo estar associada com a diminuição de
estresse e episódios de choro.7 Em relação ao controle térmico, o contato pele a pele,
por apenas 30 minutos, contribui para a homeostase, evitando a perda de calor devido
à imaturidade dos centros nervosos do RN, que possui grande dificuldade para realizar
manutenção da temperatura corpórea.14

O MMC proporciona menor tempo dentro da UTI, o que resulta em diminuição do risco
de infecção hospitalar. Portanto, diante desses inúmeros benefícios a mudanças na
forma do atendimento, partindo para uma assistência humanizada só traz benefícios
para mãe, RN, profissionais e instituição.7

O enfermeiro e o método canguru: dificuldades e desafios

As principais dificuldades, dilemas e desafios relacionados ao método canguru são a


falta de estrutura para a enfermaria canguru, que consiste em um espaço que
possibilita a permanência materna em período integral durante a internação. O apoio é
imprescíndível para que as mães consigam participar do método, pois devido ao tempo
de internação a mãe tem um afastamento do convívio familiar e de suas atividades
cotidianas, desencadeando um fator estressante, por ser uma experiência desgastante
e desafiadora, ocasionando mudanças no ambiente familiar, afastamento, medo, falta
de apoio familiar e adesão da equipe de saúde as práticas estabelecidas.15,16

A adesão da equipe de saúde ao método é um fator determinante para sua execução


e, quando os profissionais da equipe, não aderem ao método, tornam difícil sua
execução.17

Segundo Hennig, Gomes e Gianini18 é grande a lacuna entre o conhecimento e aplicação


da prática em relação ao método canguru, pois requer mais que uma adoção de rotinas,
requer educação permanente no método para um prognóstico favorável.

De acordo com o Ministério da Saúde, todos os profissionais designados a trabalharem


com o método canguru necessitam de capacitação, com o curso de 30 horas em
Atenção Humanizada ao recém-nato e, a falta desse treinamento gera dificuldades no
ambiente de trabalho.7

Com a falta de adesão as normas estabelecidas, os profissinais não estão, de acordo


com a prática de enfermagem; pois os mesmos devem promover e adaptar situações
de enfrentamento; intervindo através de ações que contribuam para os momentos
vivenciados, tendo sensibilidade, interação e solidariedade, para poder contribuir para
a evolução do binômio.15

Segundo o método, o enfermeiro é responsável pelo desenvolvimento físico, psíquico e


social do RN; cabendo também, decidir sobre a adesão do método, devido a sua
capacidade de avaliar e a sua autonomia na prestação de cuidados e ensino,
proporcionando uma compreensão sobre a importância e eficácia do método, sempre
acompanhado por uma equipe multidisciplinar.15
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O método coloca a enfermagem mais próxima da família trazendo melhor resultado no


tratamento, devido a sua empatia, sensibilidade e habilidade, o que proporciona melhor
adaptação, ajudando a reduzir medos e receios no manuseio,19 cabendo explicar todas
as etapas e vantagens do método oferecendo apoio emocional, estimulando os pais em
todos os momentos, esclarecendo todas as dúvidas existentes.20

A equipe de enfermagem é responsável pelas aferições, peso, medicação, banho,


explicando sobre a importância da amamentação, encorajando o aleitamento materno,
cuidados com as mamas e auxiliando no posicionamento adequado do método de forma
humanizada. Deve também realizar ações educativas, abordando higiene, controle de
saúde e nutrição, orientação a família na alta hospitalar sobre todos os cuidados e
deveres com o RN, proporcionando um atendimento de forma continuada.7

Metodologia

Pesquisa descritiva, exploratória, qualitativa, realizada em uma instituição hospitalar


de caráter público, que atende pacientes oriundos do Sistema Único de Saúde,
localizada no Sudoeste da Bahia, especificamente, em Vitória da Conquista.

Participaram da pesquisa seis enfermeiros em atividade na UTI neonatal da unidade


referida, compondo uma amostra não probabilística por acessibilidade. Para coleta de
dados foi desenvolvido um questionário com 10 perguntas sobre análise de
desempenho do enfermeiro com o MMC em uma UTI neonatal da Bahia. O questionário
foi aplicado nos três turnos de trabalho, no mês de junho de 2018.

A análise dos dados foi realizada e interpretada a partir da técnica de análise de


conteúdo de Bardin21, por meio de exploração de questionário, em que as respostas
foram transcritas, usando método de classificação das indagações que são necessárias
para uma análise minuciosa, as codificações dos dados e sua conclusão é a
interpretação da análise de comunicação utilizada.

Quanto aos aspectos éticos, foi solicitado Ofício de Requerimento da pesquisa na


Faculdade de Tecnologia e Ciência. A partir disso, a documentação foi encaminhada ao
Conselho de Ética do Hospital, para autorização. Os informantes da pesquisa e o gestor
da instituição foram esclarecidos quanto ao objetivo do trabalho ficando livre a
participação. Uma vez aceito, os participantes assinaram o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, e o termo de Anuência ao Gestor pelo gerente da unidade,
respeitando os aspectos éticos exigidos pela Resolução CNS 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde. Posteriormente foi realizado o cadastro na Plataforma Brasil,
aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa, sob o número 2.696.987.

Resultado

Obteve-se como resultado a seguinte amostra: os 06 enfermeiros entrevistados tinham


idade entre 30 e 40 anos. Em relação ao grau acadêmico 4 informaram graduação sem
formação específica em neonatologia e 2 informaram pós-graduação específica em
relação ao trabalho que desenvolvem na UTI Neonatal. O tempo médio de exercício
profissional na área foi 11 anos.

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Observou-se que são profissionais relativamente jovens, maior parte sem capacitação
adequada. Nascimento22 ressalta a necessidade de o profissional ter uma capacitação
adequada ao meio em que atua, pois, o ambiente exige comportamentos específicos
dos profissionais, cabendo-lhe o exercício de assistência e orientação correta, assim
como apoio psicológico, melhorando a atenção e as estratégias de saúde da população
a que atende, permitindo a resolução dos problemas de saúde e dos serviços em
questão.

No que tange à abordagem da temática, após a transcrição dos dados, foi possível o
delineamento de três categorias:

 O Método Mãe Canguru na visão dos enfermeiros;


 Benefícios e resultados esperados;
 Desafios para execução do método.

O MÉTODO MÃE CANGURU NA VISÃO DOS ENFERMEIROS

Quando questionados em relação a compreensão acerca do Método Mãe Canguru,


verificou-se que grande parte deles possui conhecimento do assunto, fazendo
referência ao posicionamento, o contato pele a pele, porém, apenas o enfermeiro ‘E,4’
traz um conceito mais completo. Abaixo, verificam-se as falas:

“Consiste no contato pele a pele entre Mãe e Rn” (E,3).

“Metodologia implantada p/ Rn baixo peso, prematuro que se encontra internado na


UTI, o qual ficará internado juntamente c/a mãe, essa realizará os cuidados em seu
Rn, assim como ofertar seu leite cru, mantê-lo em contato com a pele, posição canguru
p/ favorecer seu melhor desenvolvimento, assim como o método também pode ser
realizado apenas nas visitas diárias dos pais” (E,4).

“Contato pele a pele, terapia simples, barata que é de grande ajuda na recuperação da
saúde mãe e filho” (E,2).

Quando indagados acerca das orientações em relação ao contato mãe-bebe na UTI,


ficou constatado que os mesmos compreendem o método como uma maneira de ligação
entre o binômio, não considerando em suas orientações a importância desse para uma
maior adesão.

“Inicia o contato entre a mãe e o bebe o mais breve possível para o estreitamento de
vínculo, de maneira segura para ambos, estimular a lactação e participação dos
cuidados dos pais com o bebe, colocar na posição canguru sempre que possível e for
desejado” (E,1).

“Humanização o mais precoce possível” (E,5).

“Estimular o mais precoce possível desde que os dois tenham condições” (E,6).

Já quando questionados em que situação o método pode ser empregado, responderam


que deveria ser o mais precoce possível, mas não houve relato dos requisitos

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necessários para que o RN possa ser incluído no método, o que pode denotar uma falta
de conhecimento sobre o assunto.

“O mais precoce possível desde que a mãe e o RN estejam em condições” (E,3).

“A partir do momento que o bebê e a genitora estejam aptos para ser realizado sob
supervisão da esquipe” (E,2).

Segundo Santos13 o Ministério da Saúde define o Método Mãe-Canguru como sendo


uma forma de promover alterações no organismo de ambos, devido ao fato da pele,
maior órgão do corpo humano, recebe estímulos sensoriais que promove a liberação
de ocitocina, o que desenvolve um importante papel na mãe, afetando seu humor e
facilitando o contato com o bebê. Caracteriza-se como um método de assistência
neonatal voltada para o recém-nascido em contato pele a pele com seus pais, sendo
realizado o mais cedo possível, permitindo, dessa forma, uma maior participação dos
pais no cuidado ao recém-nascido.23

BENEFÍCIOS E RESULTADOS ESPERADOS

Ao serem indagados sobre a aplicação do Método Mãe Canguru, na UTI, quais benefícios
são capazes de proporcionar ao bebê resultados satisfatórios por meio da melhora
clínica e maior vínculo entre mãe e filho, demonstraram um bom conhecimento, sendo
comprovado pelas falas abaixo. Mais uma vez indicando um conhecimento importante,
mas não aprofundado acerca do assunto.

“Estreitamento de vínculo entre bebê e sua família, aumento de ganho de peso,


melhora do padrão respiratório, diminuição do período de internamento,
desenvolvimento psicomotor e redução de infecções, estabelece confiança e
competência dos pais nos cuidados com seu filho após alta” (E,1).

“Aumenta o vínculo afetivo entre mãe e bebê; contato pele a pele promove melhora
clínica; estimula aleitamento materno; reduz o estresse e a dor; proporciona maior
competência e confiança aos pais” (E,5).

Quanto aos resultados esperados pela equipe de enfermagem com o Método Mãe
Canguru, indicaram uma melhor assistência ao binômio e um fortalecimento da ligação
entre os dois e uma recuperação mais rápida.

“Melhora a qualidade da atenção aos prematuros e a família” (E,2).

“Fortalecimento do vínculo afetivo, da competência p/o cuidado, melhora clínica,


rapidez para ganho de peso” (E,4).

Diversas vantagens23 podem ser citadas na adesão do método, entre elas:

 O aumento do vínculo mãe-filho;


 Menor tempo de separação entre eles;
 Estímulo ao aleitamento materno;
 Redução dos níveis de dor;
 Melhora na oxigenação tecidual;

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 Diminuição do estresse;
 Melhor controle térmico;
 Menor tempo na UTIN;
 Maior competência e confiança dos pais no manuseio de seu filho de baixo peso,
mesmo após a alta hospitalar;
 Melhor relacionamento da família com a equipe de saúde.

DESAFIOS PARA EXECUÇÃO DO MÉTODO

Os profissionais enfermeiros perceberam que as mães têm dificuldades, por acharem


que são as únicas responsáveis para realização do método, podendo gerar conflitos na
sua vivência. Portanto, a enfermagem tem papel indispensável na inserção da família
ao método.

Outra dificuldade encontrada a respeito dos desafios para a enfermagem na adesão do


método foi o fato de alguns enfermeiros conhecerem de forma empírica o Método Mãe
Canguru, mesmo sabendo dos benefícios que traz ao binômio, sendo necessária a
educação continuada. Este fato ficou evidenciado nas falas a seguir:

“Em minha opinião a equipe de enfermagem incentiva e tem boa adesão ao método
canguru, acredito que é preciso sensibilizar a família dos RN’s quanto a importância do
método e a disponibilidade dos mesmos para permanência maior na unidade” (E,5).

“É a conscientização de toda a equipe para começar algo novo que ira ser bom não só
p/ criança e família como também para a rotatividade da equipe” (E,2).

“A conscientização dos profissionais quanto às vantagens do método, bem como a


capacita-los p/isso. Incentivar os genitores à adesão do método” (E, 4).

Os enfermeiros entendem que a implantação do método em si não traz maiores


dificuldades, que estaria relacionada a uma maior capacitação da equipe e
conscientização da família, porém apesar de serem esses requisitos indispensáveis,
também é necessário um espaço físico e estrutura adequada para permanência da
genitora.

“Não vejo dificuldade, basta haver uma divulgação, capacitação e implantação do


método” (E, 4).

“A insegurança da equipe e mãe” (E, 6).

Segundo Veras e Yépez16 a falta de apoio familiar e fatores socioeconômicos são umas
das grandes dificuldades à efetivação do método, pois a maioria das famílias vivenciam
situações em que a renda familiar é baixa e a mulher necessite retornar para o trabalho
antes do término da licença maternidade.

Outro desafio é a participação do enfermeiro no método, que por não possuir atração
ou afinidade pelo tipo de trabalho desenvolvido; devido a mudança de atitudes em
relação ao cuidado e manuseio do bebê e à participação da família; precisa ter maior
entendimento sobre o estado do bebê, com abordagem comunicativa.24

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Considerações finais

Ao findar o estudo foi possível responder aos objetivos e verificar a visão do enfermeiro
sobre o Método Mãe Canguru em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, bem
como constatar o conhecimento dos mesmos em relação aos benefícios para o recém-
nascido, indicando que, apesar da compreensão acerca do método, é necessário ainda
um maior aprofundamento técnico científico.

Foi demonstrado pelos enfermeiros um bom conhecimento a respeito da conceituação


do método, porém, a ausência de outros aspectos necessários em relação aos objetivos
do método deve ser alvo de estudo, para que sejam preenchidos por conhecimento
científico, técnico e prático, afim de que possam tomar decisões rápidas e concretas,
transmitindo segurança e assim diminuindo os riscos que ameacem a integridade e a
vida.

Percebeu-se que o nível de conhecimento dos enfermeiros sobre o assunto abordado


foi aceitável, porém ainda há necessidade de um conhecimento mais aprofundado, pois
a execução do Método Mãe Canguru depende da capacidade técnico-científica do
enfermeiro.

Sugere-se a realização de mais estudos referentes ao Método Mãe Canguru, pois o


papel do enfermeiro, diante do tema é de grande importância para adesão e
tratamento, e é de sua responsabilidade a constante atualização dos assuntos de
interesse da sua área para se estabelecer confiança e sucesso no tratamento.

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recém-nascido de baixo peso, método mãe canguru. Brasília: Ministério da Saúde;
2002ª.

© REVSF. Rev. Saúde em Foco Rio de Janeiro, RJ v.4 n.2 p. 13-24 jul./dez. 2019
ARTIGO
Breve estudo de desempenho do enfermeiro com o Método Mãe Canguru em uma UTI Neonatal da Bahia
DOI 10.24118/revsf2525.4383.4.2.2019.579

ANEXO

Questionário

1-Qual sua idade?


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2-Qual seu grau acadêmico? E o tempo de exercício profissional?


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3-Tem formação especifica em neonatologia?


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4-Quais são as orientações em relação ao contato mãe-bebe na UTIN?


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5-O que você entende sobre o método mãe canguru?


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6-A sua equipe tem estratégias relacionadas ao método mãe canguru?


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7-Quais são os benefícios para o bebe na UTIN, quando se aplica o método


mãe canguru?
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8-Quais são os resultados esperados pela equipe de enfermagem com o método


mãe canguru?
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9-Qual seria o maior desafio para a enfermagem na adesão do MMC?


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10- Na sua opinião o que dificulta a implantação do método mãe canguru na


UTIN?
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