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CDD 378
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CAPÍTULO 1 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Introdução
Este capítulo tem por objetivo levar você à compreensão da abrangência
histórica e geográfica da colonização portuguesa e do surgimento das litera-
turas de expressão portuguesa por meio da expansão nos territórios africanos.
As literaturas de expressão portuguesa são eminentemente o resultado da
colonização de Portugal. Independente dessa influência, você perceberá que há
uma diferenciação que passa pela busca da alteridade, ou seja, da liberdade
de expressão ligada à cultura e à sua identidade pessoal.
Você estudou, em Literatura Portuguesa I e II, que Portugal ocupa uma espe-
cial posição geográfica no mapa da Europa (MASSAUD, 1999), tendo um redu-
zido território que se limita ao Norte e a Leste com a Espanha e ao Sul e a Oeste
com o Oceano Atlântico. Diante desse perfil territorial, temos a visualização de
Portugal como que empurrado contra o mar, por isso, ao partir para as buscas
e conquistas além-mar, como colonizador, Portugal representou um sentimento
e um caminho únicos para os povos que colonizou, pela forma como se deu a
colonização e a posterior independência dos países colonizados.
Com certeza, você já sabe que as aventuras navais portuguesas, iniciadas
no século XV, espalharam o idioma por quatro continentes, entre eles o conti-
nente africano. Esse continente sempre foi marcado, historicamente, por disputas
entre tribos rivais, que fizeram com que a África fosse uma grande “colcha
de retalhos”. Em todos os países que Portugal colonizou e explorou, levando
riquezas e até impondo sua cultura, deixou como herança a Língua Portuguesa
que liga mais de 35 milhões de habitantes africanos.
Para que você tenha uma melhor compreensão deste capítulo é necessária
uma visão histórica sobre a colonização portuguesa, também é importante
recordar seus estudos de Literatura Portuguesa I sobre o início das viagens portu-
guesas e busca por novos territórios e mercados.
Você precisa recordar autores importantes da Literatura Portuguesa que retra-
taram as viagens marítimas como, Luís Vaz de Camões, com sua obra principal,
Os Lusíadas. Essa obra é considerada como um canto de amor e exaltação, uma
epopeia aos feitos e às conquistas portuguesas.
É necessário, ainda, recordar a carta de Pero Vaz de Caminha, como
primeiro documento literário brasileiro, pois, na carta, Caminha descreve ao
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rei de Portugal o que a expedição encontrara no Brasil. Dessa forma, você terá,
com base nessa retomada de estudos, um aparato teórico literário importante
para ajudá-lo na compreensão deste capítulo.
Saiba mais
É por meio do pidgin que houve o primeiro contato que depois evoluiria para
o idioma denominado crioulo, no caso dos PALOPs (Países Africanos de Língua
Oficial Portuguesa): Angola, Moçambique e Cabo Verde. Esse idioma tinha o
objetivo puramente comercial, especialmente nos países em que o comércio era
muito valorizado.
O pidgin e o crioulo conviviam com as outras línguas de origem autóctone,
formando um imenso mosaico linguístico. Esse aspecto foi um fato de desunião
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CAPÍTULO 1 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
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CAPÍTULO 1 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Na literatura colonial, a África era vista como uma paisagem linda, ou até mesmo
um paraíso, tendo como protagonista o homem europeu. Era a literatura meramente
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CAPÍTULO 1 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Alguns escritores como João de Lemos, que escreveu Almas negras, e José
Osório de Oliveira, que escreveu Roteiro de África, empreenderam uma
busca por entender a mentalidade do homem negro. Suas obras tinham
uma intenção humanística.
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CAPÍTULO 1 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Saiba mais
Durante um bom tempo, o africano tentou adequar-se aos moldes que eram
ditados pela metrópole e isso influenciava, inclusive, em sua autoestima, pois se
achava bárbaro e deslocado se não tivesse em si e no exterior algo de parecido
com o padrão de exigência do europeu.
Era uma busca pela semelhança com o colonizador, fruto da considerada
inocente aculturação. Aos poucos, porém, com o contato com outros povos foi
importante para que os africanos visualizassem outra realidade por trás de tantas
máscaras da colonização.
Surgiu, então, para as literaturas africanas de expressão portuguesa aquilo
que Manuel Ferreira (1977) denominou de processo. Tentando periodizar esse
processo, o autor oferece um esquema que apresenta a emergência da literatura
africana, sobretudo no que toca à poesia, ligada ao que ele considera como “os
momentos/etapas do produtor do texto”
O escritor, para Ferreira (1977), num primeiro momento está em estado
quase absoluto de alienação, absorvido por completo pela cultura do colo-
nizador, reproduzindo, inclusive, seus ideais. Esse momento é marcado pelo
menosprezo e a alienação cultural.
Outro momento, para Ferreira (1977), corresponde à fase em que o escritor ganha
a percepção da realidade, apontando distinções geográficas e sociais em relação à
metrópole. O discurso revela uma grande influência do meio e contém alguns sinais
de sentimento nacional, como a dor de ser negro, o negrismo e o indigenismo.
Um terceiro momento apontado por Ferreira é aquele em que o escritor
adquire a consciência nacional de colonizado. Nesse momento, promove um
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Referências
ALMEIDA, Dalva Pontes de; ALMEIDA, Raquel Pontes de; CAETANO, Marcelo
Moraes. Considerações sobre as Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa.
Soletras, ano IX, n. 17. São Gonçalo: UERJ, jan./jun. 2009.
AUGEL, Moema Parente. O desafio do escombro. Rio de Janeiro: Garamond
Universitária, 2007.
CHABAL, Patrick. Lusophone Africa in historical and comarative perspective.
London: Hurst Company, 2002.
FERREIRA, Manuel. Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa. Lisboa: ICP,
1977.
MASSAUD, Moisés. A Literatura Portuguesa. 29. ed. São Paulo: Cultrix, 1999.
PIDGIN. Dicionário Aurélio on-line. Disponível em: <http://www.dicionariodo-
aurelio.com/dicionario.php?P=Pidgin> Acesso em: 10 ago. 2009.
Anotações
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CAPÍTULO 2 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
A questão da língua
nacional e a literatura
Juntei na mão
os meus poemas
e lanceio-os ao deserto
para que as areias
se transformem em protesto
Costa Andrade
Introdução
A língua nacional e o contato com a literatura nos países africanos coloni-
zados, em especial Moçambique, Angola, Cabo Verde, recebem uma atenção
especial por darem a você um panorama importante da construção sociocultural
das colônias africanas.
Você verá, neste capítulo, como a Língua Portuguesa foi um fator de unificação
comunicativa para os países colonizados por Portugal. Essa unidade linguística
proporcionada pela Língua Portuguesa tornou mais viável o diálogo entre as
colônias, além de ser uma ponte para o surgimento das literaturas de expressão
portuguesa e de todo o ideal de luta pela libertação dos países colonizados.
Para compreender melhor este capítulo, você precisará ter estudado o capí-
tulo anterior no qual apresentamos o contexto histórico para a compreensão da
formação da língua nacional nos países africanos colonizados por Portugal.
O objetivo principal, deste capítulo, é levar você a ser capaz de fazer
comparações entre a formação da Língua Portuguesa nos países colonizados
e a representação da literatura como forma de divulgar a cultura e a vivência
social desses povos e sua luta pela independência.
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CAPÍTULO 2 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Saiba mais
Para saber mais sobre o panorama didático da história literária das nações
africanas de Língua Portuguesa, você pode ler Literaturas africanas de ex-
pressão portuguesa, de Manuel Ferreira, do Instituto de Cultura Portuguesa,
Lisboa-Portugal.
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CAPÍTULO 2 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Saiba mais
Referências
ABDALA JÚNIOR, Benjamin; PASCHOALIN, Maria Aparecida. História social da
Literatura Portuguesa. São Paulo: Ática, 1985.
CHAVES, Rita. Experiência colonial e territórios literários. São Paulo: Ateliê
Editorial, 2005.
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CAPÍTULO 3 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Estudo panorâmico:
Literatura Angolana
Introdução
Este capítulo tem por objetivo levar você à compreensão do panorama da
Literatura Angolana, que é um dos países africanos representantes das literaturas
de expressão portuguesa.
Como um espaço de representação periférico, para Rita Chaves (2005),
a história das Letras em Angola se mistura ostensivamente à história do país.
O processo literário se fez seguindo a linha das lutas para conquistar a inde-
pendência nos mais diversos níveis, e é dentro desse contexto colonial que a
Literatura Angolana tem sua instância de resistência, decidida a construir sua
nacionalidade e sua identidade cultural.
Para entender este capítulo, você deverá ter concretizado o estudo dos
outros dois capítulos anteriores que apresentaram um histórico das literaturas de
expressão portuguesa. Neste capítulo, falaremos sobre Angola e sua literatura,
abordaremos seus principais autores e a luta pela independência do país.
3.1 Angola
A história de Angola, como a de qualquer país colonizado, foi marcada por
momentos de repressão representados por um longo colonialismo. As marcas
deixadas pela colonização resultaram num índice alto de analfabetismo.
Só em 1948 que 3% da população alfabetizada resolveu dar uma atenção
especial ao número alto de analfabetismo e lança, em Luanda (capital), um
programa de alfabetização que apresentava como seu tema central “Vamos
descobrir Angola”. Em função de programas como esse, é que, a partir de
1950, vemos o nascimento da literatura angolana. Um dos textos inaugurais
dessa literatura foi Antologia dos novos poetas de Angola.
Essa obra contribuiu, em 1951, para a chamada Associação dos Naturais
de Angola, que reunia intelectuais e escritores com o objetivo de refletir sobre
a literatura que emergia naquele contexto sócio-histórico e, também, sobre o
processo de independência de Angola.
Como membros, alguns intelectuais, lançaram a revista Mensagem, que até
1952, publicou quatro exemplares que colaboraram para criar um clima de
desenvolvimento cultural e político, além de fortalecer a Literatura Angolana.
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CAPÍTULO 3 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Como você pôde ver, os aspectos culturais tiveram uma influência importante
nos movimentos pela libertação de Angola, servindo como veículos de luta e
expressão do desejo de liberdade.
E esse mesmo grupo de intelectuais que compunha a Associação dos
Naturais de Angola que, em 1957, lançou uma revista com o nome Cultura, com
o intuito de manter os mesmos ideais e revelar poetas talentosos que mostrariam
a angolanidade.
Essas representatividades, ou seja, os intelectuais da Associação dos Naturais
de Angola, e consequentemente da revista Cultura, possibilitaram a criação de
um movimento popular de libertação de Angola (MPLA). Esse movimento foi de
suma importância para a independência do país.
O MPLA, como representatividade, culminou em repressão policial, levando
o povo a pegar em armas e lutar por sua independência. Esse processo de luta
durou de 1948 a 1960, quando se iniciou um novo momento de representativi-
dade na literatura angolana.
Não podemos deixar de mencionar, ainda, que o MPLA aliado ao momento
histórico contribuiu para a criação da identidade desse povo, além da valori-
zação e da exaltação da sua cultura.
É a partir de 1961, com a luta armada, que a revista Cultura, em plena circu-
lação, animou os guerrilheiros com sua temática nacionalista, gerando um endureci-
mento e uma repressão por parte dos portugueses, por meio do ditador Salazar que
culminou com o encerramento da revista. A repressão do governo colonial gerou o
fechamento de tudo o que pudesse se referir aos ideais da independência.
Contudo essas ações do colonizador não conseguiram acabar com a lite-
ratura de Angola. Houve uma forte resistência por parte de autores, como, por
exemplo, José Luandino Vieira.
Saiba mais
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3. 2. 1 Agostinho Neto
Agostinho Neto nasceu em Catete, Angola, em 1922. Cumpriu seus estudos
primários e secundários em Angola. Licenciou-se em Medicina pela Universidade de
Lisboa. Sua ligação com a atividade política em Portugal foi muito forte e chegou a
fundar a revista Momento, com Lúcio Lara e Orlando de Albuquerque, em 1950.
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CAPÍTULO 3 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Amanhã
entoaremos hinos à liberdade
quando comemorarmos
a data da abolição desta escravatura
Nós vamos em busca de luz
Os teus filhos Mãe
(todas as mães negras
cujos filhos partiram)
Vão em busca de vida.
(Disponível em: <http://www.sitedeliteratura.com/Poesias/A_neto1.
htm>. Acesso em: 20 set. 2009.)
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CAPÍTULO 3 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
O sol já tinha fugido todo, lhe deram berrida nas estrelas inve-
josas e a lua nasceu, pelejando nas nuvens para lé do Rangel.
Um silêncio mais grosso caiu, mesmo com o roncar dos jipes
teimosos, em cima das cubatas escondidas e encostadas nas
pequenas ruas e quintais. Pela cara da noite corre um vento
amu que arreganha as chapas de zinco e levanta papéis e
folhas pelo musseque fora.
(Disponível: <http://www.tempopresente.org/index.php?option
=com_content&task=view&id=4975&Itemid=147>. Acesso em: 20 set.
2009.)
3.3.2 Pepetela
Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos nasceu em Benguela, Angola, em
29 de outubro de 1941, conhecido como Pepetela, divide com Luandino o esta-
tuto de escritor mais conhecido e premiado de Angola (CHAVES, 2005).
Saiba mais
Para saber mais sobre Pepetela, você pode acessar o sítio <http://www.vi-
daslusofonas.pt/pepetela.htm> e ler o texto Artur Carlos Maurício Pestana
dos Santos. Nesse sítio, você encontrará informações interessantes sobre
Pepetela e sua obra.
Para Chaves (2005), em sua produção, Pepetela recorre a mitos, fontes histó-
ricas, subverte-se, reinventa o passado, critica e organiza a sua visão do que
tem sido a sociedade angolana. E, combinando elementos internos ao quadro
literário angolano com as marcas provenientes de outros processos, escolhe as
referências que melhor podem servir à sua proposta.
Para você visualizar melhor e ter uma compreensão mais ampliada do que
acabamos de comentar, leia um pequeno fragmento de Mayombe, romance de
Pepetela escrito entre 1970 e 1971 e publicado em 1980.
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Saiba mais
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CAPÍTULO 3 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Referências
CAETANO, Marcelo José. O eu e o outro em sagrada esperança. Caderno
CESPUC de pesquisa. PUC Minas, Belo Horizonte, n. 5, abr. 1999.
CHAVES, Rita. Experiência colonial e territórios literários. São Paulo: Ateliê
Editorial, 2005.
NETO, Agostinho. Adeus à hora largada. Disponível em: <http://www.sitedeli-
teratura.com/Poesias/A_neto1.htm>. Acesso em: 21 set. 2009.
PEPETELA, Mayombe. Disponível em: <http://www.vidaslusofonas.pt/pepetela.
htm> Acesso em: 21 set. 2009.
VIEIRA, Luandino. Dina. Disponível em: <http://www.tempopresente.org/index.
php?option=com_content&task=view&id=4975&Itemid=147>. Acesso em: 21
set. 2009.
Anotações
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CAPÍTULO 4 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Estudo panorâmico:
Literatura Caboverdiana
Introdução
Este capítulo tem como objetivo proporcionar a você um estudo histórico da
Literatura Caboverdiana.
Cabo Verde foi desabitado até a expansão mercantil de Portugal no século
XV. Com essa expansão, Cabo Verde tornou-se um entreposto de escravos
capturados no continente africano e foi transformado em um corredor por onde
passavam e estiveram os ingleses, os franceses, os alemães, os espanhóis e os
italianos.
Cabo Verde é considerado, por isso, um país de raízes românicas ou neola-
tinas e é resultado de um sincretismo ocasionado pelo trânsito marítimo dos
invasores, entre eles os portugueses e os franceses.
Para acompanhar bem este capítulo, você deve refazer uma leitura dos
capítulos anteriores e recordar que as colônias africanas do Império Português
já tinham seus dialetos antes da colonização, pois estudaremos um pouco da
história de Cabo Verde e de sua literatura, além de seus escritores mais represen-
tativos. Vamos começar com um perfil histórico-literário de Cabo Verde.
Saiba mais
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CAPÍTULO 4 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Saiba mais
Brasil e Cabo Verde têm afinidades históricas e se ligam por meio da música,
da literatura e do seu processo de formação histórica por questões étnicas. Alguns
escritores caboverdianos fizeram uma releitura de alguns poemas da Literatura
Brasileira, utilizando a técnica literária da paródia.
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CAPÍTULO 4 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Itinerário de Pasárgada
(Este poema é uma paródia ao Vou-me embora pra Pasárga-
da, de Manuel Bandeira)
Saudade fina de Pasárgada...
Em Pasárgada eu saberia
Onde é que Deus tinha depositado
O meu destino...
Saiba mais
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CAPÍTULO 4 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Drummondiana
A vida – sabemos – vai mal
A morte – coitada – nada tem a oferecer-nos de novo
Por isso
faz um poema josé
faz um poema suzana
faz um poema tomé
faz um poema ana
[...]
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CAPÍTULO 4 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Saiba mais
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CAPÍTULO 4 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
do povo africano. Sua obra é composta por: A arma da Teoria e A prática revo-
lucionária, entre outros escritos esparsos. Veja a seguir um pequeno fragmento
de uma poesia de Amílcar, escrita em 1945.
Ilha
Tu vives — mãe adormecida —
nua e esquecida,
seca,
fustigada pelos ventos,
ao som de músicas sem música
das águas que nos prendem…
Ilha:
teus montes e teus vales
não sentiram passar os tempos
e ficaram no mundo dos teus sonhos
— os sonhos dos teus filhos —
a clamar aos ventos que passam,
e às aves que voam, livres,
as tuas ânsias! [...]
Saiba mais
Você poderá ler este e outros poemas do escritor Amílcar de Castro, na ínte-
gra, acessando o sítio <http://www.didinho.org/a%20poesia%20de%20
amilcar%20cabral.htm>.
Amílcar Cabral compreendeu como ninguém os problemas fundamentais
da sua época. Apesar de sua literatura ter sido pouco estudada e divulga-
da, retratou nela a realidade concreta da sociedade africana. Seu principal
elemento ideológico sempre foi a luta pela libertação nacional.
Para você saber mais sobre o escritor Amílcar Cabral, acesse o sítio <http://
www.didinho.org/africaanteolegadopoliticodeamilcarcabral.html>. Nele,
você terá uma visão mais abrangente sobre a obra de Amílcar e sua histó-
ria de vida e luta pela independência de seu país.
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CAPÍTULO 4 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Prelúdio
Quando o descobridor chegou à primeira ilha
nem homens nus
nem mulheres nuas
espreitando
inocentes e medrosos
detrás da vegetação.
Havia somente
as aves de rapina
de garras afiadas
as aves marítimas
de voo largo
as aves canoras
assobiando inéditas melodias.
E a vegetação
cujas sementes vieram presas
nas asas dos pássaros
ao serem arrastados para cá
pelas fúrias dos temporais.
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CAPÍTULO 4 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Você: brasil
Eu gosto de você, Brasil,
porque você é parecido com a minha terra.
Eu bem sei que você é um mundão
e que a minha terra são
dez ilhas perdidas no Atlântico,
sem nenhuma importância no mapa.
Eu já ouvi falar de suas cidades:
A maravilha do Rio de Janeiro,
São Paulo dinâmico, Pernambuco, Bahia de Todos-os-Santos.
Ao passo que as daqui
Não passam de três pequenas cidades.
Eu sei tudo isso perfeitamente bem,
mas Você é parecido com a minha terra.
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CAPÍTULO 4 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Saiba mais
Referências
BARBOSA, Rogério Andrade. No ritmo dos tantãs: antologia poética dos países
africanos de Língua Portuguesa. Brasília: Thesaurus, 1991.
LOPES, Manuel. Os flagelados do vento leste. São Paulo: Círculo do Livro, s/d.
PUC. Guia de produção textual da PUC-RS. Disponível em: <http://www.pucrs.
br/gpt/ >. Acesso em: 21 set. 2009.
Anotações
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CAPÍTULO 5 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Estudo panorâmico:
Literatura Moçambicana
Introdução
Este capítulo tem como objetivo fazer com que você tenha uma noção do
panorama da Literatura Moçambicana e da importância dela para o cenário
das literaturas de expressão portuguesa.
Para que você possa acompanhar este capítulo, é necessário que tenha
compreendido toda a caminhada sobre as literaturas de expressão portuguesa que
estamos fazendo desde o primeiro capítulo deste caderno. Um ponto fundamental
é entender que nosso foco está voltado para as literaturas africanas de expressão
portuguesa e, a partir desse ponto, compreender que elegemos alguns países
representantes dessa literatura, entre eles, Moçambique. É interessante, porém, que
você saiba que outros países africanos também foram colonizados por Portugal e,
também fazem parte desse cenário das literaturas de expressão portuguesa.
Então vamos nos deter em nosso tema central para este capítulo que é o
estudo panorâmico da literatura moçambicana. Ressaltaremos características da
literatura moçambicana, sua importância para o cenário literário das literaturas
de expressão portuguesa e seus principais autores.
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CAPÍTULO 5 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Saiba mais
Para você conhecer mais sobre a literatura moçambicana e como ela está
hoje, leia a entrevista de Luiz Alberto Machado com o escritor e ator mo-
çambicano Rogério Manjate. Para ver na íntegra essa entrevista, acesse
o sítio <http://www.palavrarte.com/entrevistas/entrev_rogeriomanjate.
htm>. Você terá a oportunidade de conhecer esse autor e como ele entende
a literatura de seu país.
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CAPÍTULO 5 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Com toda a sua vigorosa produção que contém toda uma dimensão de resis-
tência e intervenção, esse autor está dentro daquilo que Chaves (2005, p.189) deno-
minou de moderna poesia moçambicana. Sua obra é representada por um conjunto
de cinco títulos Xigubo, Karingana ua Karingana, Cela 1, Maria e Badalaze das
Hienas, além de um sem número de poemas publicados em revistas e antologias.
Esse poeta/jornalista moçambicano é destaque em todo processo de liber-
tação. A primeira fase de sua produção é marcada pela expressão neorrealista,
em que traz o tema da tradição popular tribal. Em sua obra, o ser humano é
mostrado cheio de problemas e complicações. O objetivo do autor é conscien-
tizar o leitor do seu real estado de vida.
Sua segunda fase apresenta a negritude. Sua poesia contém versos longos
que enaltecem o negro e suas raízes africanas.
Na terceira fase, o autor representa a “moçambicanidade”, em que a identi-
dade nacional do seu povo é o centro da busca pela verdade e por suas raízes,
tal poesia expressa um desejo profundo pela libertação.
Na última fase, a quarta, Craveirinha apresenta uma poesia escrita em
grande parte na prisão. Leia os versos, a seguir, que são dessa fase.
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CAPÍTULO 5 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Pelo fragmento, você pode ver que a obra de Craveirinha tem muito de sua
vivência e sua experiência pelos bairros de Moçambique. Para você compreender
melhor o perfil aqui traçado por Chaves, leia o fragmento a seguir de Mulata
Margarida
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CAPÍTULO 5 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Saiba mais
Para ter acesso na íntegra aos textos do poeta José Craveirinha, que foi um
representante importante da poesia de Cabo Verde, acesse o sítio <http://
www.jornaldepoesia.jor.br/cravei.html>. Leia sobre o autor, pesquise sobre
seus textos e tente encontrar neles que as características que apresentamos
neste capítulo.
5. 3 Eduardo White
White nasceu em 21 de novembro de 1963 em Quelimane, capital da
Zambézia.
Sua obra tem uma qualidade apurada na linguagem e na coerência da
concepção literária (CHAVES, 2005). Escreveu a edição em separado do
poema Homoíne: amar sobre o Índico (1984), O país de mim (1988), Poemas
da ciência de voar e da engenharia de ser ave (1992), Os materiais do amor
seguido de o desafio à tristeza (1996) e Janela para oriente (1999), Dormir com
Deus e um navio na língua (2001), As fadas do escorpião (2002) e O homem
a sombra e a flor e algumas cartas do interior (2004). Todas essas obras são
curtas, mas demonstram a densidade do que Eduardo White tem a dizer. São os
sentidos guardados no espaço que a sua palavra cuidada e sedutora desvela.
Para Chaves (2005), a poesia de White se distingue no contexto da
produção em que se insere pela presença maciça da temática amorosa, fator
que o distancia da profunda marca social que nos habituamos a ver destacada
na literatura de Moçambique.
A poesia de Eduardo reflete a energia de um espaço histórico em flagrante
processo de estruturação. Esses reflexos são a história de seu país, a situação
dramática de seu povo e a necessidade de intervir de alguma maneira.
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CAPÍTULO 5 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Digo-te:
– Eu já amava e escrevia versos
Nas paredes do útero de minha mãe [...]
Nesse fragmento, amar e escrever versos são como duas incógnitas de uma
mesma equação. Para Chaves (2005), ao lado da rebeldia de seus poemas, a
aposta de Eduardo White é na crença, na necessidade de resistir e na possibi-
lidade de fazê-lo.
Em seus poemas, inscrevem-se sinais da confiança numa réstia de espe-
rança. Contrariando a tendência ao pessimismo a que a desmedida tragédia
convida sua poesia, mergulhada num tempo e num espaço definidos, procura
detectar sintomas que possam justificar a busca da beleza que é, afinal, uma das
manifestações da relevância do amor.
Concebida também como magia, essa poesia confronta-se com o esforço
pela ruptura dos limites postos pelas contingências do que é humano (CHAVES,
2005). Nesse constante debruçar-se sobre a escrita, a consciência sobre o lugar
do poeta no mundo é alimentada num jogo que inclui elementos externos e
influxos intensos à própria natureza da literatura na sua contemporaneidade.
Saiba mais
Se você deseja saber mais sobre a vida e a obra desse importante es-
critor moçambicano, acesse o sítio <http://books.google.com.br/
books?id=Fpe4L4zKu9MC&pg=RA2-PA63&lpg=RA2PA63&dq=Eduardo
+White+o+pa%C3%ADs+de+mim&source=bl&ots=wynHK0HvAC&sig=-
sorh4RYmRX3XyiknyfMrbp5fQ4&hl=pt-BR&ei=Nd2uSpejGdPQlAeYnJTvBg
&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=9#v=onepage&q=Eduardo%20
White%20o%20pa%C3%ADs%20de%20mim&f=false>. Nesse sítio, você
encontrará um estudo de Rita de Cássia Natal Chaves sobre o autor.
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A Velhota
A velhota era insípida e os miúdos eram chatos e barulhen-
tos, sempre com porcarias para resolver. Claro que isso
não era nada que se comparasse àquilo do bar, de há bo-
cado, ou de todos os outros bares, restaurantes, átrios de
cinemas ou quaisquer outros lugares no género em que to-
dos me olhavam duma maneira incomodativa, como que a
denunciar em mim um elemento estranho, ridículo, exótico e
sei lá o que mais. Que nojentos! E eu sem poder rebentar
exactamente por causa do raio da velhota e dos ranhosos
dos miúdos! Aquilo do bar, ainda há bocado, era afinal o
que se passava: eu não consegui bater o tipo porque ele
era todos os outros, e exactamente como isso é que ele me
bateu. Não adianta contemporizar, tudo é a mesma coisa.
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Saiba mais
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CAPÍTULO 5 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Referências
A POESIA eterna. José Craveirinha. Disponível em <http://br.geocities.com/
poesiaeterna/poetas/mocambique/josecraveirinha.htm> Acesso em: 22 set.
2009.
CHAVES, Rita. Angola e Moçambique: Experiência colonial e territórios literá-
rios. São Paulo: Ateliê Editorial, 2005.
Anotações
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O Brasil e as Literaturas
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CAPÍTULO 6 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Africanas de Língua
Portuguesa
Introdução
Este capítulo tem como objetivo proporcionar a você um panorama das
relações de influência da cultura brasileira nas Literaturas Africanas de Língua
Portuguesa, principalmente no que tange a alguns autores que foram citados por
escritores africanos.
A interação entre as culturas brasileira e africana vai além das raízes da
colonização portuguesa, fator que já identifica o Brasil com os países africanos
de Língua Portuguesa. Destacamos, neste capítulo, alguns escritores brasileiros
que despertaram o interesse dos escritores africanos.
Nesse âmbito, encaixa-se a produção nacional conhecida como prosa regio-
nalista de 1930, e os autores contemplados pelos escritores africanos foram
Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Érico Veríssimo e,
principalmente, Jorge Amado. Esses escritores estão ligados aos escritores afri-
canos pela forma de denúncia das contradições sociais, do sofrimento “da gente
pobre” e das injustiças sociais. Dessa forma, a literatura é uma ponte para as
transformações necessárias e abre um caminho de ligação importante com as
literaturas africanas de expressão portuguesa.
Para você compreender bem este capítulo, é necessário que tenha compreen-
dido os capítulos anteriores e estar ciente do processo de colonização sofrida, não
só pelos países africanos, mas pelo Brasil e a forma em que se deu a independência
dos países africanos colonizados por Portugal e a independência brasileira.
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CAPÍTULO 6 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Saiba mais
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CAPÍTULO 6 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Referências
CÂNDIDO, Antônio. Formação da Literatura Brasileira. 6. ed. Belo Horizonte:
Itatiaia, 1981.
CHAVES, Rita. Experiência colonial e territórios literários. São Paulo: Ateliê
Editorial, 2005.
Anotações
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CAPÍTULO 7 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Pós-colonialismo, alteridade
e multiculturalismo
Introdução
Este capítulo tem como objetivo levar você a compreender alguns conceitos
ligados ao pós-colonialismo e a sua historicidade, bem como as representações do
que sejam alteridade e multiculturalismo nas literaturas de expressão portuguesa.
Para você acompanhar este capítulo, é preciso que tenha entendido toda a
trajetória teórica apresentada nos capítulos anteriores, em relação aos países
africanos de literatura portuguesa. Busque compreender o processo de coloni-
zação desses países e o processo de independência, pois essa caminhada repre-
senta a alteridade e o multiculturalismo no pós-colonialismo, temas que iniciamos
nos capítulos anteriores e que aprofundaremos neste capítulo.
A alteridade, na África, surge como uma condição de hierarquia, de
subjugo, relacionada com o conflito gerado pelas relações entre o colonizado e
o colonizador.
É diante do fato de usar a expressão da metrópole, não apenas no seu aspecto
discursivo, mas também no seu aspecto comportamental e ideológico que ocorre
para o africano uma notória visualização de algo em desajuste em relação ao
ambiente europeu que ele constrói. A partir disso, ocorre a sua busca pela alteridade
e a descoberta, por intermédio dessa alteridade, da diversidade multicultural.
7.1 A alteridade
O fenômeno da alteridade na literatura de expressão portuguesa na África
é representado por uma tensão criativa na busca pela identidade, em que a
chamada africanização do elemento linguístico, a Língua Portuguesa, se confi-
gura numa grande força para a construção dessa mesma alteridade.
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Saiba mais
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CAPÍTULO 7 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Cela 1
José Craveirinha
[...] Aqui estou neurastênico
Como um cão
Danado a lamber a salgada
Crosta das velhas feridas
E em que língua
E com que rosto
Aos meus filhos órfãos de pai
Eu vou dizer que se esqueçam? [...]
(CRAVEIRINHA, 1980, p. 10)
Saiba mais
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CAPÍTULO 7 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Pepetela, Manuel Rui Monteiro, Manuel dos Santos Lima e José Sousa Jamba
são alguns dos autores representativos da literatura pós-independência, que você
já teve oportunidade de estudar em capítulos anteriores.
Nessa nova etapa, a narrativa moçambicana tem seu representante, de
início, em Albino Magaia, autor da novela Malungate, de 1987. Ainda dessa
geração, temos um autor que enfatiza e denuncia a tirania e o terror Ungulani
Ba Ka Xosha.
Ao contrário de como a independência era retratada em escritos ante-
riores, agora a mensagem de independência tem um caráter voltado para uma
mensagem de paz. Os autores estavam dispostos a utilizar o português, língua
colonizadora, como uma representação do idioma e da unidade nacional.
Nos musseques, bairros de Angola, por exemplo, a sintaxe do português é utili-
zada e, entre os seus principais escritores da moderna literatura angolana, desta-
cam-se Cordeiro da Matta, Assis Júnior, Viriato da Cruz, Mário Pinto de Andrade,
António Jacinto, Agostinho Neto e Luandino Vieira, este último já estudado por
você em capítulos anteriores, além do mencionado Pepetela, entre outros.
Já em Cabo Verde, a representação da literatura pós-colonialismo esteve
ligada ao movimento literário que se formou em torno da revista literária
Claridade, revelando autores como Baltazar Lopes da Silva, Manuel Lopes, José
Barbosa, Antonio França e Germano Almeida, entre outros.
Saiba mais
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CAPÍTULO 7 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Saiba mais
06 LETRAS – 7º PERÍODO – 4ª PROVA – 03/12/2009 – 368 of 438 APROVADO NÃO ( ) SIM ( ) ____________
CAPÍTULO 7 • LiTerATUrAs de exPressãO POrTUgUesA
Referências
ALMEIDA, Dalva Pontes de; ALMEIDA, Raquel Pontes de; CAETANO, Marcelo
Morais. Considerações sobre as Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa.
Soalternativas, ano IX, n. 17. São Gonçalo: 60 UERJ, jan./jun.2009.
CHAVES, Rita. Experiência colonial e territórios literários. São Paulo: Ateliê
Editorial, 2005.
CRAVEIRINHA, José. Cela 1. Lisboa: Edições 70, 1980.
HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte:
UFMG, 2003.
Mensagem final
Espero ter atingido suas expectativas e contribuído, por meio desta disciplina,
para ampliar sua visão e seu conhecimento sobre a formação das Literaturas
de Expressão Portuguesa. Continue estudando os conteúdos de literatura como
forma de aplicá-los em sala de aula.
Abraços fraternos e desejos de sucesso!
Anotações
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