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Luís de Camões, Rimas – Conteúdo 10º ano

- Retoma

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Texto A Texto B
Mote
Busque Amor novas artes, novo engenho,
Quem ora soubesse
para matar-me, e novas esquivanças;
onde o Amor nasce,
que não pode tirar-me as esperanças,
que o semeasse!
que mal me tirará o que eu não tenho.

Voltas
De Amor e seus danos Olhai de que esperanças me mantenho!
me fiz lavrador; Vede que perigosas seguranças!
semeava amor Que não temo contrastes nem mudanças,
e colhia enganos; andando em bravo mar, perdido o lenho1.
não vi, em meus anos,
homem que apanhasse
o que semeasse.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Vi terra florida
de lindos abrolhos,
lindos para os olhos,
duros para a vida; Que dias há que n'alma me tem posto
Mas a rês perdida um não sei quê, que nasce não sei onde,
que tal erva pasce vem não sei como, e doi não sei porquê.
em forte hora nasce.
1: embarcação Luís de Camões, Rimas

1. Apresenta a temática comum aos dois


Com quanto perdi,
textos. Justifica a tua opção.
trabalhava em vão;
se semeei grão, 2. Identifica o recurso expressivo associado
grande dor colhi.
ao sentimento amoroso e explicita o seu
Amor nunca vi
que muito durasse, valor, presente nos dois textos.
que não magoasse.
3. Refere dois efeitos do sentimento amoroso
Luís de Camões, Rimas e transcreve dos Textos A e B os versos que
os ilustram.

4. Em ambos os textos, o sujeito poético


surge metaforicamente referido.

4.1 Identifica essas metáforas.

4.2 Explica o seu valor expressivo.

5. Descreve a estrutura externa (formal) de


cada um dos textos.

5.1 Partindo dessa descrição, integra os


poemas na vertente da produção lírica
camoniana.
Os grandes temas da lírica camoniana

O amor é, sem dúvida, um tema dominante nas


composições de Camões, embora possa sofrer diversos
matizes: do mais divertido ao mais sério, do mais
espirituoso ao mais trágico, do mais espiritual ao mais
sensual.
Relacionado com o amor surge o retrato da amada,
muitas vezes elaborado segundo o modelo petrarquista: a mulher de pele e olhos claros,
sorriso sereno, sensata e angelical.
A morte da amada, a sua ausência física permanente, é outro tema no qual o
poeta deixa transparecer a sua mágoa, a sua dor, irremediável e eterna.
O destino implacável, “a má fortuna”, a saudade e a nostalgia de um bem passado
e já perdido são também linhas temáticas que cunham diversas composições, bem como
a referência a uma Natureza que ora reflete o esta do de espírito do sujeito poético, ora
acentua a sua dor, dor essa que, muitas vezes, é consequência da morte da amada.
Mas não é possível elencar os principais temas sem referir os poemas de reflexão
autobiográfica de experiência vivida, nos quais o sujeito poético pensa na sua vida,
sente-se normalmente infeliz, um amante incompreendido, cansado e solitário, já sem
esperança de uma vida melhor. O sujeito poético confessa o seu cansaço, o seu desalento
e o seu pessimismo. O seu estado de alma espelha uma vivência marcada pelo desterro,
pela miséria, pelos erros cometidos, pelos desamores, por um destino cruel e impiedoso.
Outros aspetos muito focados pelo poeta estão relacionados com o desconcerto
do mundo, a mudança, e a passagem inexorável do tempo.

Lírica camoniana
Na lírica camoniana coexiste a poética
tradicional e o estilo renascentista.

Características da corrente tradicional Características da corrente


-As formas poéticas tradicionais: cantigas, renascentista
vilancetes, esparsas, endechas, -O estilo novo: soneto, canção, écloga, ode,
trovas... entre outros.
-Uso da medida velha: redondilha menor e -Medida nova: decassílabos.
maior. -O amor surge, à maneira petrarquista,
-Temas tradicionais e populares; a menina como fonte de contradições, entre a
que vai à fonte; o verde dos campos vida e a morte, a água e o fogo, a esperança
e dos olhos; o amor e o desengano;
-Temas tradicionais e populares; a menina -A conceção da mulher, outro tema essencial
que vai à fonte; o verde dos campos da lírica camoniana, em íntima
e dos olhos; o amor simples e natural; a ligação com a temática amorosa e com o
saudade e o sofrimento; a dor e a mágoa; o tratamento dado à Natureza (“locus
ambiente cortesão com as suas “cousas de amenus”), oscila igualmente entre o polo
folgar” e as futilidades; a exaltação da platónico (ideal de beleza física, espelho da
beleza de uma mulher de condição servil, beleza interior), representado pelo modelo
de olhos pretos e tez morena (a “Barbara, de Laura e o modelo renascentista de Vénus.
escrava”); a infelicidade presente e a
felicidade passada.

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