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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE PERNAMBUCO


Gerência Educacional de Ensino Técnico
- Coordenadoria de Saneamento Ambiental -

TOPOGRAFIA
- Planimetria -

CEFET - PE Prof. Humberto Alencar


1

Índice

01 – Apresentação Pág.0
2
02 - Objetivos da topografia Pág.0
3
 Generalidades topográficas Pág.0
3
 Topografia – etimologia Pág.0
3
 Definição topografia Pág.0
3
 Planos de projeção Pág.0
3
 Ponto topográfico Pág.0
4
03 - Grandezas topográficas Pág.0
5
 Alinhamento Pág.0
5
 Poligonal Pág.0
5
 Ângulos topográficos Pág.0
6
 Unidades de medida Pág.0
7
04 – Escala Pág.0
8
 Definição Pág.0
9
 Divisão/Tipos Pág.0
9
 Erro de Graficismo Pág.1
0
05 – Instrumentos e Acessórios Topográficos Pág.1
0
06 – Azimute Pág.1
1
 Determinação Pág.1
1
 Fórmula geral Pág.1
2
07 – Rumo Pág.1
3
 Transformação rumo/Azimute Pág.1
4
 Transformação Azimute/rumo Pág.1
5

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2

08 – Levantamento topográfico Pág.1


5
 Definição Pág.1
5
 Tipos Pág.1
6
 Levantamento planimétrico – MÉTODOS Pág.1
6
- Irradiação Pág.1
6
- Interseção Pág.1
7
- Caminhamento perimétrico Pág.1
8
09 –Coordenadas retangulares Pág.1
8
 Projeções diretas Pág.1
9
 Correções Pág.2
0
 Projeções Compensadas Pág.2
4
 Coordenadas Absolutas Pág.2
4
10 – Cálculo de área Pág.2
5
11 – Locação Pág.2
7
 Locação por coordenadas retangulares Pág.2
8
12 - Bibliografia Pág.3
2

1 - Apresentação

Na última década, a topografia passou a ser normatizada pela


Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, objetivando a obtenção
de um padrão na execução dos levantamentos topográficos, bem como no
tratamento dos dados de campo. Teve o mercado abastecido com dezenas
de novos instrumentos e softwares, tudo com o objetivo de agilizar/facilitar
e melhorar a precisão na aquisição, processamento e apresentação dos
dados colhidos em campo.

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Diante destas inovações, não poderíamos deixar de buscar, pelo


menos, uma forma mais clara de expor alguns conteúdos. Por isso,
elaboramos esta apostila com o objetivo de facilitar a aprendizagem e o
ensino dos conteúdos de Topografia que nem sempre são compreendidos
como deveriam.

Esperamos que o estudo que ora se inicia seja agradável, assim como
seus resultados, afinal, esta apostila foi elaborada utilizando, além de parte
da nossa experiência profissional, bibliografias conceituadas na área, tudo
com o objetivo de facilitar o entendimento.

Dirigida aos técnicos em geral e demais profissionais interessados, esta


apostila traz em seu conteúdo, os assuntos de forma objetiva e sintética,
procurando sempre dar ênfase no essencial.

Esperamos também, que todo aquele que trabalha com topografia, ou


venha a trabalhar, continue com o compromisso voltado para a atualização e
aumente a busca por melhores resultados.

Por fim, aproveitamos a oportunidade para agradecer aos colegas de


trabalho que, direta ou indiretamente, colaboraram para que esta fosse
desenvolvida, especialmente ao Coord. do Curso de Saneamento Ambiental
(Ernani Júnior) pela sua participação.

O autor

______________________________________________________
2 - Objetivos da Topografia

2.1 - Generalidades Topográficas

É comum encontrar pessoas que não conhecem as aplicações da


Topografia. Talvez pelas necessidades de cada um ou, simplesmente, pela
falta de informações precisas sobre esta ciência que é indispensável para a
grande maioria das obras de engenharia.

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Dentre muitas aplicações da Topografia, poderíamos citar como


exemplo: a construção de rodovias e ferrovias; Construção de barragens;
construção de linhas de transmissão; redes de esgotos; obras de drenagem
urbana e agrícola; na agronomia; na construção de prédios, além de servir
de apoio para as industrias na montagem de máquinas e equipamentos.
Estes são apenas alguns exemplos de obras que, sem o apoio da Topografia,
ficariam comprometidas, ou seja, não seriam atendidas as exigências
mínimas de qualidade, necessárias a qualquer obra de infra-estrutura.

Como pudemos observar, as aplicações da Topografia são bastante


diversificadas porém, não são complicadas. Para que possamos entender e
utilizá-las corretamente será necessário apenas atenção e um certo
interesse que, aliados ao apoio de um professor, farão a diferença final entre
um profissional prático e outro (você) que escolheu fazer um curso de
Topografia ou qualquer outro que contenha em seu conteúdo esta matéria.

2.2 - Topografia - Etimologia

A origem da palavra Topografia vem do grego "TOPUS" (Lugar) e


"GRAPHEIN" (Descrição); logo, Topografia significa "Descrição do Lugar".

2.3 - Topografia - Definição

Podemos definir Topografia como sendo a ciência que se ocupa em


descrever, com precisão, os detalhes artificiais e naturais existentes na
superfície terrestre. Esta descrição é feita através de medidas angulares e
lineares. Estas, por sua vez, determinarão o contorno, a dimensão, e a
posição relativa de uma determinada porção da terra sem levar em
consideração, a curvatura resultante da sua esfericidade.

2.4 - Planos de Projeção

Todas as representações topográficas são feitas através de planos de


projeção (horizontal e vertical), onde são lançados todos os dados colhidos
em campo. No caso específico da Planimetria, utilizamos o plano horizontal
para fazer tal representação, a qual damos o nome de Planta
Topográfica.

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P -5

P -4

P -1

P -3

P -2

2.5 - Ponto Topográfico

Observando o desenho acima verificamos que sobre o plano existe


uma figura que representa fielmente um trabalho realizado em campo.
Observamos também que o mesmo é constituído de alinhamentos que se
uniram e formaram um polígono. Esta união, em campo, só é possível
graças ao auxílio de pontos materializados no terreno e que têm o objetivo
de identificar, exatamente, a origem e a extremidade de medidas angulares
e lineares. A estes pontos damos o nome de PONTOS TOPOGRÁFICOS.
Para materializar um ponto topográfico basta ter um corpo que possa
hospedá-lo. Normalmente, um ponto topográfico é materializado sobre
piquetes de madeira, marcos de concreto, e/ou sobre pavimentos através de
círculos à tinta. Esta materialização poderá ser feita através de um furo
sobre um piquete ou colocando um pequeno prego; Pintando um círculo com
tinta sobre pavimentos (sem esquecer do ponto ao centro) ou sobre marcos
de concreto. Não deveremos esquecer a nomenclatura que identificará o
ponto ora materializado.

PT

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______________________________________________________
3 - Grandezas Topográficas

3.1 - Alinhamento Topográfico

É a distância horizontal existente entre dois pontos topográficos. Todo


alinhamento possui elementos (essenciais) que o caracterizam como tal. São
eles: Origem, Extremidade, Comprimento, e Direção. É importante
lembrar que, enquanto a medida estiver sendo efetuada na mesma direção
ainda estaremos no mesmo alinhamento.
B

A D A -B B

3.2 - Poligonal Topográfica

É a sucessão de vários alinhamentos topográficos, interligados por


pontos denominados vértices. Esta definição se aplica bem, principalmente
quando o método de levantamento topográfico utilizado é o do
caminhamento perimétrico. Veremos este método adiante com mais
detalhes.
Exemplo de Poligonal:

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P -5

P -4

P -1

P -3

P -2

Nos exemplos acima, observa-se que os ângulos existentes entre os


alinhamentos podem ser internos ou externos à poligonal. Tudo dependerá
do sentido que for escolhido para o caminhamento.

3.3 - Ângulos Topográficos

Existem ângulos verticais e horizontais. Somente os horizontais serão


objeto de estudo em Planimetria.

3.3.1 - ÂNGULOS HORIZONTAIS :

a) Direto, b) Azimute, c) Rumo, d) Deflexão.

a)DIRETO - Tem origem em um alinhamento anterior. Cresce sempre em


sentido horário. Seu valor angular varia entre 0°(zero grau) e 360°
(trezentos e sessenta graus);

N C

A
B

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b)AZIMUTE - Tem origem no norte magnético. Cresce sempre em sentido


horário. Seu valor angular varia entre 0°(zero grau) e 360° (trezentos e
sessenta graus);

C
N
N

A
B

c)RUMO - É o menor ângulo formado entre a linha norte-sul e o


alinhamento. Pode ter sua origem tanto no norte quanto no sul. Cresce em
sentido horário ou anti-horário. Seu valor angular varia entre 0°(zero grau)
e 90° (noventa graus) em cada quadrante;
N

d)DEFLEXÃO - Tem origem no prolongamento do alinhamento anterior e


fim no posterior. Cresce em sentido horário ou anti-horário. Seu valor
angular varia entre 0°(zero grau) e 180°.

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A
B

Observando as definições percebe-se que, cada ângulo citado tem sua


característica. Para que possamos identificá-los com maior facilidade,
bastará observar, basicamente, sua origem e sua variação (valor
máximo), já que seu objetivo está bastante claro, que é dar direção aos
alinhamentos.

3.4 - Unidades de Medida (Lineares e Angulares)

Utilizamos como unidade linear o metro (m), o quilômetro (Km), e a


estaca de 20 metros (Est.); Como unidade angular adotamos o grau
sexagesimal (° ’ ”), onde cada grau equivale a 60 minutos e cada minuto
equivale a 60 segundos.

3.4.1 - Transformações entre unidades Lineares

a) 4.550,50 m = Est. 227 + 10,50 m ;

Lê-se: quatro mil quinhentos e cinqüenta metros e cinqüenta centímetros é


igual a duzentas e vinte e sete estacas inteiras mais dez metros e cinqüenta
centímetros.

b) Est. 55 + 18,40 m = 1.118,40 m .

Lê-se: cinqüenta e cinco estacas inteiras mais dezoito metros e quarenta


centímetros é igual a um mil cento e dezoito metros e quarenta centímetros.

3.5 - OPERAÇÕES NO SISTEMA SEXAGESIMAL

40º50’20” 178º40’50”
+ 25º40’30” -75º50’55”
66º30’50” 102º49’55”

______________________________________________________
4 - ESCALA – Importância e Aplicações

Antes de começarmos o estudo desta “ferramenta”, indispensável na


execução de qualquer desenho, seja ele arquitetônico, técnico, topográfico,

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mecânico, etc., seria bom tecermos alguns comentários sobre sua


importância.
Para quem não tem idéia da sua importância, primeiro imagine como
seria representar uma minúscula peça de um relógio de pulso (ex: uma
engrenagem com 1 mm de diâmetro) em um pedaço de papel; depois
imagine também, como seria a representação de uma caneta em uma folha
de papel ofício; por último, imagine como seria a representação do ginásio
esportivo do CEFET – PE, utilizando para tal fim a mesma folha de papel
ofício. Percebe-se que, em cada um dos casos, serão utilizados
procedimentos diferentes para alcançar o objetivo. No entanto, nos três
casos citados, estaremos sempre utilizando a Escala como meio para
alcançarmos o objetivo final, que é a representação gráfica da área ou
objeto.

Questionamos: COMO SERÁ FEITA A REPRESENTAÇÃO, EM CADA UM


DOS CASOS CITADOS ACIMA ?

4.1 - ESCALA – Definição

Define-se Escala (E) como sendo a relação numérica existente entre


medidas gráficas (ℓ), que figuram em um determinado desenho, e suas
respectivas medidas reais ou naturais (L). Sendo assim, representamos
Escala da seguinte forma:
E = ℓ/L ou E = 1:M (no caso da escala de redução), donde:
E = Escala
ℓ = Valor Gráfico ou medida gráfica
L = Valor Natural ou real
M= Módulo ou fator

OBS.: A medida gráfica (ℓ) poderá ser menor ou poderá ser maior do
que a medida natural (L). Dependerá do tipo de Escala que estiver
sendo utilizada. Se for Escala de Ampliação, o valor gráfico será
maior do que o natural. Se for Escala de Redução, ocorrerá o
contrário.

4.2 - ESCALA – Divisão e Tipos

As Escalas são divididas em Numérica e Gráfica. A Escala Gráfica,


por sua vez, divide-se em Simples e Composta; A numérica é representada
por uma fração.
Utilizaremos em Topografia, a Escala Numérica. Esta, por sua vez, é
classificada em NATURAL, de AMPLIAÇÃO, e de REDUÇÃO. Cada uma
delas com as suas devidas aplicações.

Módulo ou Fator (M) – É um número que indica quantas vezes uma


determinada medida natural (L) foi ampliada ou reduzida. Dependerá da
escala que estiver sendo utilizada.

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4.3 - Representação das Escalas

A Escala Natural sempre será representada na forma 1/1 ou 1:1 (lê-


se um para um). Isto significa que, cada medida tomada no desenho,
corresponderá à mesma medida natural ou real.
Ex: Imagine uma caneta, cujo seu tamanho real seja de 15 cm. Se
desenharmos a mesma com 15 cm, significa que utilizamos a Escala Natural
ou simplesmente a Escala 1/1.

Na Escala de Ampliação, a representação será feita na forma E= M/1


ou E=M: 1. Ou seja, sempre que o Módulo da Escala vier no numerador da
fração, indicará que existe uma ampliação.
Ex: Uma engrenagem de relógio foi ampliada em cem vezes, para que
pudéssemos melhor observar os seus detalhes. Representaríamos a Escala
da seguinte forma: E = 100/1 ou E= 100:1 (lê-se cem para um).

Já na Escala de Redução, a representação será sempre E=1/M ou


E=1:M. Esta Escala é a que utilizamos em topografia, já que seria
impossível a representação de qualquer medição topográfica em
verdadeira grandeza, por pequena que fosse.
Ex: Se precisássemos desenhar o Ginásio Esportivo deste Centro, não seria
possível fazê-lo em verdadeira grandeza. E mesmo que fosse possível, seria
inútil. Para este e outros casos, onde a medida natural é maior do que a
folha de papel utilizaremos, sempre a Escala de Redução.

4.4 - ERRO DE GRAFICISMO

Erro de graficismo ou simplesmente limite de precisão gráfica,


nada mais é do que a menor representação gráfica que é possível fazer em
uma determinada escala. Está comprovado que o olho humano sem auxílio
de instrumentos consegue perceber um ponto desenhado até 1/5 do
milímetro, ou seja, 0,2 mm. Sendo assim, algumas dimensões, após
aplicarmos a escala do desenho, não serão representadas.

Ex: Na Escala 1/20.000 (um para vinte mil) a menor representação gráfica
possível será de 4 m. Ou seja, 0,2 mm na escala 1/20.000 estará valendo
4 m no desenho. Isto significa que qualquer dimensão com 4 m ou
menos, será representada apenas com um minúsculo ponto de 0,2
mm de diâmetro.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: De posse destas informações, passe a zelar


mais pela precisão nos traçados que envolvem escala. Caso contrário, um
simples descuido poderá ocasionar grandes erros no desenho.

______________________________________________________
5 - INSTRUMENTOS E ACESSÓRIOS TOPOGRÁFICOS

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Faremos uma breve exposição sobre os principais instrumentos,


equipamentos e acessórios topográficos utilizados tanto na Planimetria
quanto na altimetria.

a. Teodolito – Instrumento utilizado em levantamentos planimétricos,


altimétricos e planialtimétricos. Tem a finalidade de medir ângulos
horizontais e verticais, bem como determinar alinhamentos com precisão. A
precisão das suas leituras varia de acordo com o modelo e o fabricante.

b. Nível de Luneta – Instrumento utilizado com finalidade principal de obter


os desníveis do terreno. Isto pode ser facilmente conseguido com o auxílio
de uma mira falante.

c. Mira Falante – É uma régua graduada de centímetro em centímetro que


serve para obtenção dos desníveis do terreno. Podem ser de encaixe ou
dobráveis, e possuem, geralmente, comprimento de três ou quatro metros.

d. Trena – Instrumento de medição direta de distâncias. Normalmente


confeccionadas em fibra de vidro ou em aço. Podem ter tamanhos de 10, 20,
30, 50 ou até 100m.

e. Receptores GPS – Instrumento geodésico que tem a finalidade de


determinar as coordenadas geográficas, bem como a altitude, de pontos na
superfície terrestre. A determinação dos dados citados é feita através da
recepção de sinais emitidos por satélites em órbita no espaço.

f. Distanciômetro – Como o próprio nome sugere, distanciômetro é um


instrumento de medição indireta de distâncias. Trabalha acoplado a um
teodolito. A medição é feita através de raios infravermelhos com o auxílio de
prismas refletores.
g. Estação Total – Instrumento eletrônico que funciona como teodolito e
distanciômetro ao mesmo tempo. Ou seja, faz o trabalho dos dois
instrumentos citados com muito mais precisão e rapidez, além de possibilitar
a armazenagem de dados.

h. Bússola – Instrumento que tem a finalidade de determinar ângulos


Azimutais ou rumais. Temos a bússola que possui limbo e outra
(Declinatória) que utiliza o limbo do instrumento ao qual ela está acoplada.

i. Tripé – Suporte portátil que possui três pernas corrediças e uma base,
sobre a qual se acoplam os instrumentos como o teodolito, nível, etc.

j. Baliza – Haste de ferro, geralmente com 2 metros de comprimento e


seção circular com aproximadamente 1,5cm de diâmetro. Utilizada para
auxiliar nas medições angulares e lineares. São pintadas em intervalos
variados nas cores vermelho e branco para facilitar a visualização à distância
e dentro do mato.

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k. Umbrela ou Guarda Sol – Serve para proteger o instrumento dos raios


solares ou chuviscos esporádicos. A exposição dos instrumentos a estas
condições poderá causar sérios danos aos mesmos.

______________________________________________________
6 - Azimute Topográfico

Como já conhecemos a definição de Azimute, iremos nos ocupar


apenas com a sua determinação em campo, bem como a determinação da
fórmula geral para cálculo dos Azimutes dos alinhamentos.

6.1 - Determinação do Azimute em Campo

Como iremos trabalhar com Azimute magnético, a determinação será


feita através de uma bússola, seja ela Azimutal, rumal, ou declinatória. Esta
determinação é feita, geralmente, quando visamos um alinhamento
posterior (alinhamento de vante). Bastará para isto, liberar o movimento da
agulha da bússola. Este procedimento só será possível quando a bússola for
rumal ou Azimutal.

*Consultar o Prof. sobre a determinação com bússola declinatória.

Determinação da Fórmula Geral de Azimutes

C
N
N

A
B

Observando o desenho acima, percebe-se que:


AZ0-1 = 110º 00’ Azimute lido na bússola
AZ1-2=(AZ0-1+ 1-2)+180º calculado
AZ2-0=(AZ1-2+ 2-0)-180º calculado

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OBS.: Quando a soma dos dois primeiros termos for  180º, adiciona-se
180º;
Quando a soma dos dois primeiros termos for  180º, subtrai-se 180º;
Sendo assim, podemos escrever a seguinte fórmula geral :

6.2 - FÓRMULA GERAL DE AZIMUTES

AZn=(AZn-1+ n)±180º
Onde:
AZn= Azimute do alinhamento posterior ( Az de vante ) a ser calculado
AZn-1 = Azimute do alinhamento anterior
 n=Ângulo direto existente entre o alinhamento anterior e o posterior.

NOTA: Como é sabido, a variação máxima de um Azimute é 360º. Sempre


que ocorrer o contrário, deveremos subtrair 360º do resultado final do
nosso cálculo. Somente após este procedimento teremos o Azimute
definitivo. Ou seja, sempre que um Azimute calculado tiver valor
superior à 360º , subtrai-se 360º .

Exemplo:

AzA-B = 315º45’50”
 B-C = 257º50’30”
AzB-C = (315º45’50” + 257º50’30”)  180º
AzB-C = (573º36’20”) – 180º
AzB-C = 393º36’20” (Observar que o resultado é  360º. Subtrair 360º
deste valor).
AzB-C = 33º36’20” AZIMUTE FINAL

______________________________________________________
7 - Rumo Topográfico/Transformação em Azimute

Já sabemos que o Rumo é o menor ângulo formado entre a linha


norte-sul e o alinhamento. De posse desta informação, vejamos como ele
é determinado em campo. Veremos também, como poderemos diferenciar
um rumo de um Azimute.
A determinação de um rumo magnético em campo é semelhante à do
Azimute. Bastará ter à disposição uma bússola rumal (bússola que possui
quatro quadrantes variando de 0º a 90º em cada um deles).

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15

N

4ºQ 1º Q
W 9 0º 9 0º E
3º Q 2ºQ


S

RUMO NO 1º QUADRANTE

N
B
Az
R

R = AZ

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16

Ex.1: R = 30º15’40”NE (Nordeste)


AZ = 30º15’40”

RUMO NO 2º QUADRANTE

B Az

S
C

R = 180º - AZ
AZ = 180º - R

Ex. 2 : R = 30º15’40”SE(Sudeste)
AZ = 149º44’20"

RUMO NO 3º QUADRANTE

Az
C

D R
S

R = AZ – 180º
AZ = 180º + R

Ex. 3 : R = 30º15’40”SW (Sudoeste)

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17

AZ =210º15’40”

RUMO NO 4º QUADRANTE

A
R

D Az

R = 360º - AZ
AZ = 360º - R

Ex. 4 : R = 30º15’40”NW(Noroeste)
AZ = 329º44’20”

Exercícios
1 - Observe o desenho abaixo e calcule os azimutes dos alinhamentos CB e BA. O azimute
inicial (DC) mede 221º45’55”.

CαC-B = 71º15’20”
A

B αB-A = 148º07’55”

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2 – Ao medir um terreno numa planta encontrou-se as seguintes medidas: 75 mm X 255 mm.


Considerando que o fator de redução da escala é de 2500 vezes, você diria que as dimensões do
terreno são, respectivamente, __________ m e __________ m.

3 – Ao desenhar uma poligonal na escala 1/25.000, cometi um erro (no desenho) que equivale a
155 m no campo. Analisando os dados, você diria que o erro gráfico foi de __________ cm.

4 – Transforme o rumo abaixo em azimute.


RB-C = 73º52’44” SE AzB-C = ______________

5 – ___________________________________________ têm o objetivo de identificar, exatamente, a


origem e a extremidade de medidas angulares e lineares.

6 – Sabemos que ao chegar no ponto 5 de uma poligonal, lá estava a Est. 27 + 18,75. Para chegar
ao ponto 6, mediu-se uma distância de 427,95 m.

Questiona-se:
Ao chegar no ponto 6, em qual estaca estaremos, considerando que uma estaca equivale a 20 m?

Est. ______ + _________ m.

7 – Qual a distância (em metros) existente entre os pontos 8 e 9 de uma poligonal, cujos valores das
estacas são, respectivamente, Est. 55 + 13,55m e Est. 69 + 9,75m ?

Distância = ____________ m.

8 - Considere que a poligonal em estudo está desenhada em escala. Se o comprimento do


alinhamento 2-3 é 65,00m e o mesmo foi desenhado com 13cm, qual é a escala do desenho?

Escala = ____________
9 – Transforme o Azimute em Rumo.

a. Az3-4 = 155º40’30” R3-4 = _______________

10 – Um ponto topográfico pode ser materializado (marcado) sobre______________________ ,


_______________________.

11– O alinhamento C-1 está perfeitamente caracterizado pois possui _____________,


______________, ________________ e ____________________.

12 – Calcule os azimutes dos alinhamentos B-C, C-1 , considerando os seguintes dados:


RB-C = 45º NW AzB-C = ______________
αC-1 = 271º15’20” AzC-1 = ______________

13 – Os comprimentos de todos os alinhamentos foram transformados em estaca (unidade de


medida). Diante desta informação, calcule e informe qual é a extensão do alinhamento C-1,
sabendo-se que o vértice C = E7 + 18,60m e o vértice 1 = E11 + 18,60m.

D C-1 = ________________ m

______________________________________________________
8 - Levantamento Topográfico

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DEFINIÇÃO - Podemos definir levantamento topográfico como sendo


um conjunto de métodos/processos realizados em campo, que tem o
objetivo de coletar dados lineares e angulares (no caso da planimetria)
que irão colaborar na confecção da planta topográfica.

8.1 - Tipos de Levantamento Topográfico

Os levantamentos topográficos são divididos em : Planimétricos,


Altimétricos, e Planialtimétricos . De todos, trataremos apenas do
Planimétrico, objeto principal deste trabalho.

8.1.1 - Levantamento Planimétrico

Este tipo de levantamento irá representar todos os pontos e detalhes


levantados (medidos), sejam eles artificiais ou naturais, sobre um plano
horizontal .

P -5

P -4

P -1

P -3

P -2

8.1.1.1 - Métodos de Levantamento Planimétrico

Os métodos mais utilizados na realização de levantamentos


planimétricos são :

Irradiação - Método que consiste em escolher um único ponto que


servirá de estação, de onde serão visados todos os detalhes necessários à
construção da planta topográfica . Do ponto estação aos demais, serão
medidos ângulos e distâncias, bem como um ângulo de orientação.

Este método de levantamento, apesar de ser simples de realizar, tem suas


limitações. Ele geralmente é desenvolvido em pequenas áreas, desde que
sejam relativamente planas (além de não aceitar obstáculos) pois a
presença destes impediria as visadas.

CEFET - PE Prof. Humberto Alencar


20

E- 3 E- 1

E- 2

Procedimento : Escolher um ponto no terreno, em local estratégico, de


onde poderão ser visados todos os detalhes que constituirão a planta
topográfica. Deste ponto, medir todas os ângulos e distâncias para os
detalhes, bem como um ângulo de orientação.

Interseção - Este método consiste na determinação de pontos através


da interseção de ângulos. Estes ângulos são obtidos de duas estações,
localizadas estrategicamente para facilitar as visadas.

A BASE
B

E- 3 E- 1

E- 2

Procedimento : Escolher dois pontos que servirão de base para as medidas


a serem realizadas. Medir a distância desta base (única distância medida).
Estacionar o teodolito em um dos pontos e realizar todas as medidas
angulares necessárias. Repetir este último procedimento com o teodolito
estacionado no outro ponto.

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Caminhamento Perimétrico - Consiste em percorrer uma série de


alinhamentos, medindo seus comprimentos e determinando os ângulos que
estes alinhamentos fAzem entre si. Este trajeto dá origem a uma linha
poligonal ( ou simplesmente poligonal ), e esta poderá ser aberta ou
fechada.

C A

Procedimento : Estacionar o teodolito em um dos pontos (geralmente o


primeiro) e fazer uma visada à ré em um alinhamento anterior ou outra
direção tomada como referência; fazer uma visada a vante para o
alinhamento posterior anotar o ângulo e medir a distância. Repetir este
procedimento nos demais pontos do caminhamento. Não esquecer o
ângulo de orientação.

Exercícios

1 - Os levantamentos topográficos são divididos em 3 tipos. São eles:


_______________, ________________ , e o ___________________ .

2 – No método das Irradiações, os detalhes são levantados a partir de uma


________________________________________, de onde serão visados todos os
_______________________________ e medidos _________________________ e
___________________ .

3 – No método das Interseções, a determinação dos pontos é feita através da


_________________________________ . Neste método os ângulos são obtidos a
partir de _________________________________________________________.

______________________________________________________
9 - CÁLCULO DE COORDENADAS RETANGULARES

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22

Antes de começar o cálculo propriamente dito, torna-se necessário


tecer alguns comentários sobre o que significa calcular coordenadas
retangulares e qual a sua importância.

Calcular coordenadas, nada mais é do que transformar as coordenadas


polares (Azimutes e Distâncias) dos alinhamentos, em Coordenadas
Retangulares, ou seja, de posse do azimute e da distância de um
alinhamento, poderemos, através de fórmulas matemáticas, fazer a
conversão, a transformação de um sistema para o outro. Esta conversão é
feita a partir do momento que se conhece o valor das projeções dos
alinhamentos em estudo, que é feita sobre o eixo das abscissas e das
ordenadas (PLANO CARTESIANO). A estas Projeções, damos o nome de
PROJEÇÕES DIRETAS. Estas, por sua vez, se constituirão nas Coordenadas
Retangulares Absolutas dos vértices da Poligonal.

B
Or d e n a d a s

A b s c is s a s E

Conhecendo-se as coordenadas (calculadas) dos pontos que compõem uma


determinada poligonal, ficará bem mais fácil e muito mais preciso, fazer a
representação destes pontos em uma folha de papel. A esta representação
damos o nome de Planta Topográfica. Esta planta será concebida sem os
erros inerentes a outro método de desenho tradicional, que utiliza
Transferidor e Escalímetro na sua confecção.

9.1 - CÁLCULO DAS PROJEÇÕES DIRETAS

Como já foi dito anteriormente, projeção direta é a projeção ortogonal


do alinhamento, que possui distância e uma direção (azimute ou rumo), nos
eixos das abscissas e das ordenadas. Estas projeções serão obtidas
multiplicando-se o seno do Az ou do rumo pela distância, para conseguir a
projeção direta horizontal; e multiplicando-se o co-seno do azimute pela
distância, para obtermos a projeção direta vertical.
Vejamos como funciona a transformação analisando os dados a seguir:

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23

Alinhamento a-b Aza-b = 33º33’18” Da-b = 117,60 m


Alinhamento b-c Azb-c = 156º39’21” Db-c = 103,40 m
Alinhamento c-d Azc-d = 229º30’50” Dc-d = 53,90 m
Alinhamento d-a Azd-a = 296º12’41” Dd-a = 72,40 m

N
N
B
Az
R

B Az
A

S
S C

A
Az R
C
D Az

D R
S
O resultado das operações com os dados fornecidos constituirão as
Projeções Diretas Ortogonais sobre os eixos horizontal e vertical do Plano
Cartesiano. No entanto, quando se calculam as Projeções, verifica-se a
ocorrência de erros (acidentais, instrumentais, grosseiros, etc.). Estes erros,
se forem TOLERÁVEIS, serão distribuídos proporcionalmente por todos os
alinhamentos da Poligonal em estudo. Resumindo, somente após a
distribuição dos erros ou compensação é que chegaremos às coordenadas
absolutas ou finais que permitirão a confecção da Planta Topográfica da
área levantada.

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24

O erro encontrado após o cálculo das projeções diretas horizontais será


conhecido quando realizarmos a soma algébrica das projeções +(positivas)
com as – (negativas). O mesmo acontecerá com as projeções verticais
quando o objetivo for encontrar o erro vertical.
OBS: Se não existisse erro nas medidas (angulares e lineares), o
resultado das operações entre as projeções positivas e negativas
seria nulo.

B
Or d en a da s

A
Ev A'
C
A b s c is s a s X
Eh

ATENÇÃO !
Desenho meramente ilustrativo. NÃO corresponde aos dados do
cálculo.

Erro de Projeção Horizontal (Eh)

Eh = (Ph+) + (Ph-)

Erro de Projeção Vertical (Ev)

Ev = (Pv+) + (Pv-)

Erro Absoluto

Ea =  (Eh)2 + (Ev)2
Ea = 0,056 m

Funções Trigonométricas Projeções Diretas


Vért. Azimutes Co-seno Seno Dist. VERT.(N+/S-) HOR.(E+/W-)
A 33º33’18” 0,83335 0,55274 117,60 98,003 65,002
B 156º39’21” 0,91814 0,39625 103,40 -94,936 40,973

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C 229º30’50” 0,64926 0,76056 53,90 -34,995 -40,994


D 296º12’41” 0,44168 0,89717 72,40 31,978 -64,955
Perímetro 347,30 Ev=0,050m Eh=0,026m

No preenchimento da Planilha de compensação, observamos que foram


colocadas duas colunas para as Projeções Diretas. Uma para as abscissas
(E+ e W-) e uma para as ordenadas (N+ e S-). Observemos abaixo o
motivo.

N
N
B
Az
R

A B Az

S
S C

A
Az R
C
D Az

D R
S

9.2 - CORREÇÕES HORIZONTAIS E VERTICAIS (Ch e Cv)

As correções a que nos referimos é a correção das Projeções diretas,


que possuem erros. As correções (quando conhecidas) serão somadas
algebricamente com as Projeções Diretas, dando origem às Projeções
Compensadas. Os valores das correções serão dados pelas fórmulas abaixo

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26

e serão calculadas uma a uma, ou seja, para cada alinhamento haverá uma
correção. Porém, antes de conhecermos as correções, é necessário que
calculemos o erro unitário (a cada metro medido) para cada projeção (Epmh
e Epmv).

O Epmh (erro unitário na projeção horizontal) será obtido após dividir o Eh


(erro de projeção horizontal) pelo Perímetro da Poligonal; Da mesma
forma calcularemos o Epmv (erro unitário na projeção vertical), só que
utilizando o Ev (erro de projeção vertical).

Epmh = Eh Epmv = Ev
P P

Epmh = 0,026 Epmv = 0,050


347,30 347,30

 Epmh = 0,00007486323064 m

 Epmv =0,0001439677512 m

Ch = Epmh . DH

Cv = Epmv . DH

Ch = Correção Horizontal
Cv = Correção Vertical
DH = Distância Horizontal de cada alinhamento
Epmh = Erro unitário nas projeções horizontais
Epmv = Erro unitário nas projeções verticais

Dist.(m) Projeções Diretas (m) Correções (m)


VERT.(N+/S-) HOR.(E+/W-) VERT. HOR.
117,60 98,003 65,002 -0,017 -0,009
103,40 -94,936 40,973 -0,015 -0,008
53,90 -34,995 -40,994 -0,008 -0,004
72,40 31,978 -64,955 -0,010 -0,005
347,30 Ev=0,050m Eh=0,026m -0,050 -0,026

ATENÇÃO !

Observar que a soma das CORREÇÕES deverá ser SEMPRE igual ao ERRO
das Projeções diretas, porém, com o sinal contrário. Somente assim o
erro será eliminado. NESTE EXEMPLO, as correções tiveram sinal positivo
porque o erro foi negativo. Caso o erro tivesse sinal positivo as correções
seriam negativas.

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27

9.3 - PROJEÇÕES COMPENSADAS HORIZONTAIS E VERTICAIS

Projeções compensadas, como o próprio nome já diz, são projeções cujos


erros já foram distribuídos/compensados. Poderemos obtê-las através da
soma algébrica das Projeções diretas com as respectivas correções.

Pch = (Ph) + (Ch) Pcv = (Pv) + (Cv)

Projeções Diretas (m) Correções (m) Proj. Compensadas (m)


VERT.(N+/S-) HOR.(E+/W-) VERT. HOR. VERT. HOR.
98,003 65,002 -0,017 -0,009 97,986 64,993
-94,936 40,973 -0,015 -0,008 -94,951 40,965
-34,995 -40,994 -0,008 -0,004 -35,003 -40,998
31,978 -64,955 -0,010 -0,005 31,968 -64,960
Ev=0,050m Eh=0,026m -0,050 -0,026 0 0

9.4 - COORDENADAS ABSOLUTAS

Com o conhecimento das projeções compensadas já poderíamos, se


quiséssemos, fazer o desenho da Poligonal em estudo. Porém, a presença
de valores positivos e negativos dificultaria o desenho e o cálculo da área.
Para evitarmos estes problemas, teremos que transportar todos os dados
das projeções compensadas (positivos e negativos) para o quadrante do
plano cartesiano onde as abscissas e ordenadas são positivas. Isto poderá
ser feito, pelo menos, de duas maneiras. Uma delas é arbitrando o valor
inicial e a outra é partindo de pontos que já possuam coordenadas
conhecidas. Neste último caso, deveremos usar estas coordenadas
conhecidas para amarrar o nosso trabalho.

Neste exemplo prático utilizamos coordenadas arbitradas para o ponto


inicial. Os valores utilizados permitiram transformar os dados negativos das
projeções compensadas em positivos.

Vért Proj. Compensadas Coord. Absolutas


. VERT. HOR. N (Y) E (X)
A 97,986 64,993 532,000 100,000
B -94,951 40,965 629,986 164,993
C -35,003 -40,998 535,035 205,958
D 31,968 -64,960 500,032 164,960
0 0 532,000 100,000

De posse das coordenadas absolutas (X;Y) poderemos fazer o desenho da


planta topográfica
bem como calcular a área da poligonal.

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28

______________________________________________________
10 - Cálculo de Área Pelo Método Analítico

10.1 – O MÉTODO DE GAUSS

O cálculo analítico de área pelo método de GAUSS sempre partirá das


coordenadas absolutas, obtidas através da transformação das coordenadas
polares em retangulares. Após estas transformações, ou obtenções das
coordenadas absolutas (retangulares), o objetivo será conhecer a área da
poligonal em estudo.
Sendo uma das formas mais utilizadas (e precisa) para se calcular
áreas de poligonais, este método é, sem dúvida, indispensável para todos
que estudam ou praticam Topografia.

A 2

3
C

Observando o desenho acima, percebe-se que as áreas 1, 2, e 3, somadas,


resultam em uma figura trapezoidal maior; e que as áreas 1 e 3 separadas,
também formam figuras trapezoidais. Sendo assim, se subtrairmos as áreas
1 e 3 da área total, teremos a área da figura 2, objeto do nosso estudo,
representada pelos pontos A, B, e C.

A fórmula geral para o cálculo de área é a seguinte:

A =  En . ( Nn+1 – Nn-1 ) / 2

Onde:
A = Área a ser calculada
En = Abscissa de um ponto ou estação
Nn+1 = Ordenada do ponto ou estação posterior
Nn-1 = Ordenada do ponto ou estação anterior

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29

Encontraremos o mesmo valor para a área da poligonal, se


substituirmos as abscissas por ordenadas e vice-versa. Porém,
encontraremos os valores com sinais contrários.
A =  Nn . ( En+1 – En-1 ) / 2
A = Área a ser calculada
Nn = Ordenada de um ponto ou estação
En+1 = Abscissa do ponto ou estação posterior
En-1 = Abscissa do ponto ou estação anterior

A seguir, daremos um exemplo de como proceder para se calcular uma


determinada área, utilizando o método de GAUSS.

EST. COORDENADAS ABSOLUTAS


N (ordenadas) E (abscissas)
A 50 160
B 170 100
C 100 50

EA = 160 NA = 50
EB = 100 NB = 170
EC = 50 NC = 100

Observar a fórmula geral e substituir pelos respectivos valores

A =  En . ( Nn+1 – Nn-1 ) / 2

A = EA.(NB – NC) + EB.(NC – NA) + EC.(NA – NB) / 2

Substituindo os valores teremos:


A = 160.(170 - 100) + 100.(100 - 50) + 50.(50 - 170) / 2
A = 160.(70) + 100.(50) + 50.(-120) / 2
A = 11.200 + 5.000 - 6.000 / 2
A = 10.200 / 2
A = 5.100 m2

Para quem achou complicado calcular a área utilizando a fórmula apresentada,


poderá, AGORA, fazer o mesmo cálculo via DETERMINANTE.

EST COORDENADAS ABSOLUTAS


N(ordenadas) E(abscissas)
A 50 160

B 170 100

C 100 50

A 50 160

Para se obter a área da poligonal bastará fazer o somatório do produto das


abscissas pelas ordenadas e subtrair do somatório do produto das ordenadas
pelas abscissas. De posse destes valores, dividi-se por dois e pronto. Já temos o
valor da área que procuramos.

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30

Vale lembrar que tudo que foi feito precisa estar em módulo objetivando evitar
resultados negativos.

Área=|(EA . NB) + (EB . NC) + (EC . NA)–(NA . EB) + (NB . EC) + (NC . EA) / 2|

Substituindo os dados teremos:


A=|(160 . 170)+(100 . 100)+(50 . 50)–(50 . 100)+(170 . 50)+(100 . 160) /2|
A = 5.100 m2
FICOU CLARO ?
Observação: Para transformar a área (que está em m 2) em hectares (ha), bastará
dividi-la por 10.000, pois 1 ha equivale a 10.000 m2 .

Exercícios

1 – O desenho fornecido abaixo representa um Levantamento topográfico


_________________________________________ , realizado utilizando o método
_________________________________________ .

2 – O levantamento em estudo foi feito na seqüência (ordem crescente), com início


no ponto 1 (P1), cujo valor da estaca neste ponto é igual a E0 + 0,00m.
Diante destas informações, responda:
A – Qual o valor da estaca no ponto 6 (P6)?
B – Qual o perímetro da poligonal?

3 – O maior intervalo entre os pontos, na horizontal, é 110m. Na vertical é de 80m


Se a escala do desenho é 1/750, quais serão as dimensões mínimas do papel,
necessárias à execução do desenho?

Dimensão 1 = _________ mm Dimensão 2 = ___________ mm.

4 – Considerando os dados fornecidos, calcule as coordenadas retangulares dos


pontos P2, P3 e P4.
OBS.: NÃO É NECESSÁRIO CALCULAR OS ERROS NEM FAZER AS CORREÇÕES.

5 – De posse das coordenadas absolutas, calcule a área da poligonal estudada.

6 – Qual o rumo do alinhamento 5-6?


R56 = ____________ ______ .

P1 P6
N

P2 P5

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31

P3 P4

7 – De posse das coordenadas absolutas, calcule a área da poligonal.


Est. N E
165.848,56
1 0 557.670,897
166.258,94
2 5 556.941,457
166.871,45
3 8 557.564,452

Área = _________________ m2

8 – Observe a planilha abaixo e preencha os dados ausentes (Eh; Ev; Correções,


e Projeções Compensadas)

Proj. Diretas Correções Proj.Compensadas


Dist.
N+ / S- E+ / W- V H V H
134,16 120,055 -60,069
86,02 -69,985 -50,074
120,83 -49,985 110,000
341,01 ΣN= ΣE=
ΣS= ΣW=
Ev= Eh=

______________________________________________________
11 - Locação Topográfica á Teodolito

A locação topográfica é um procedimento realizado com o objetivo de


implantar, em campo, dados que foram pré-determinados em um projeto
específico.
Na locação não podemos simplesmente escolher pontos quaisquer e
realizar medições. Teremos que obedecer, na íntegra, o que já foi
estabelecido previamente pelo projetista.
Vale salientar que existe a Locação Altimétrica e a Planimétrica. A
planimétrica será objeto do nosso estudo imediato.
Vejamos os exemplos a seguir:

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32

P -5

P -4

9 0 °

P -1

9 0 °
P -3

P -2

Pode-se perceber através do desenho, que fazer locações não é


complicado. Isto não significa que não devamos tomar cuidado com as
medidas realizadas. Na Locação, qualquer descuido poderá dar margem a
erros que colocarão a execução das obras sob suspeita, por estar em
desacordo com o projeto.
A Locação sempre será utilizada na execução de obras de engenharia
(Ex: locação de eixos e curvas circulares e/ou de transição - utilizada na
construção de estradas de rodagem e ferrovias bem como na construção de
canais de irrigação); seja na locação de outras obras de engenharia
(Ex:construção de edificações, tubulações de água e esgoto, linhas de
transmissão de energia, gasodutos, etc.); na implantação/demarcação de
limites de propriedades, sejam elas urbanas ou rurais.

De posse de qualquer projeto, cabe ao Profissional de topografia fazer


a correta leitura e interpretação dos dados fornecidos pelo projetista a fim
de executar, fielmente, a marcação conforme determinado no projeto. Estes
dados podem vir de forma tradicional (ângulos diretos e distâncias); podem
vir através de Azimutes e distâncias ou podem vir através de coordenadas
retangulares.
Com o advento do georreferenciamento e o uso cada vez maior de
ferramentas de CAD, está cada vez maior o número de obras que trazem
seus projetos e respectivos dados em coordenadas retangulares. Diante
desta realidade, a responsabilidade pela interpretação do que deve ser
locado passou a ser, basicamente, do profissional de topografia. Isto, por
incrível que pareça, ainda assusta muitos profissionais, antes acostumados a
receber os dados prontos (ângulos diretos e distâncias). Hoje ele recebe
dados que precisam ser interpretados, transformados e adequados,
inclusive, ao tipo de equipamento que será utilizado para a locação.

Enfim, sempre que o objeto da topografia for atender o que


estabelece o projeto, estaremos realizando uma locação, e o seu
desafio é o cumprimento fiel de tudo que foi projetado, seja qual for

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33

a forma. Para utilizar formas diferentes o profissional precisa estar


preparado para os desafios que se apresentam a cada dia. Um das
maneiras de se preparar é praticando na escola. Depende de cada
um.

______________________________________________________
11.1 - Locação por Coordenadas Retangulares

Como o próprio título já sugere, para se fazer uma locação por


coordenadas retangulares basta ter em mãos as coordenadas dos pontos a
serem locados, pontos estes fornecidos pelo Projetista. Os demais
procedimentos são idênticos aos da locação comum (por coordenadas
polares - ângulo direto e distância).

Como já foi dito anteriormente, locar por coordenadas não é nenhum


“bicho de sete cabeças”. Qualquer um que tenha conhecimento sobre
azimute e rumo, que conheça os quadrantes da circunferência e o teorema
de Pitágoras, certamente terá muita facilidade em realizar os cálculos e a
locação definitiva.

No exemplo a seguir utilizaremos uma poligonal com três vértices,


cujas coordenadas absolutas são conhecidas. No entanto (imaginemos), um
dos vértices (3) não se encontra mais no campo. O mesmo foi arrancado.
Diante desta situação, para que se possa locá-lo isto poderá ser feito a partir
do ponto (vértice) 1 ou 2 (tanto faz). Façamos a partir do 2.

EST. COORDENADAS ABSOLUTAS


N (ordenadas) E (abscissas)
1 50 160
2 170 100
3 100 50

1º passo – Encontrar a direção do alinhamento 2-3, ou seja, em que


direção o vértice 3 se encontra em relação ao 2. Lembrar que a direção de
um alinhamento pode ser dada por um ângulo direto, uma deflexão, um
azimute ou rumo. Neste caso específico utilizaremos rumo ou azimute.

Cálculo do Rumo2-3

R2-3 = ArcTg (∆E2-3/∆N2-3)


∆E2-3 = E3–E2 ∆N2-3 = N3–N2
substituindo os termos teremos:
R2-3 = ArcTg (50 – 100 / 100 – 170)
R2-3 = ArcTg (- 50 / - 70) = 0,714285714
R2-3 = 35º32’16” SW
Az2-3 = 215º32’16”

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34

Observando os sinais, percebe-se que o rumo procurado (e


conseqüentemente o azimute-direção do alinhamento 2-3) está no terceiro
quadrante, pois possui o seno e co-seno negativo.

Relembrando conceitos trigonométricos sobre seno e co-seno, temos que:

1º Quadrante SEN +
COS +
2º Quadrante SEN +
COS -
3º Quadrante SEN -
COS -
4º Quadrante SEN -
COS +

Ver na circunferência abaixo o porquê dos sinais apresentados.

N
CO S +

CO S +

4º Q 1º Q

SENO - SENO +
W E
SENO - SENO +

3º Q 2º Q
CO S -

C O S -

Esta é apenas uma das formas de se fazer esta dedução. Outra forma é a
gráfica, observando diretamente no desenho (ver com o Professor).

Para completar a locação, caso os azimutes dos alinhamentos não sejam


conhecidos, será necessário calcular o azimute 2-1, que é o AZ de ré do
alinhamento1-2. O cálculo é idêntico ao da página anterior.

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35

N = -7 0
3

E
E = -5 0

2º Passo – Calcular a distância entre os dois vértices (2 e 3). Com este


procedimento completaremos as condições para a locação do ponto em
questão (vértice 3).

Cálculo da Distância 2-3

De posse dos valores de ∆E e ∆N, bastará utilizar o teorema de


Pitágoras para a determinação da distância, uma vez que a mesma nada
mais é do que a hipotenusa do triângulo retângulo, cujos catetos estão
representados por ∆E e ∆N. sendo assim, teremos:

D2-3 = √∆E2 + ∆N2 = D2-3 = √(-50)2 + (-70)2


D2-3 = 86,02 m

O cálculo dos dados para a locação já está pronto, pois já se conhece a


direção e a distância, ambos necessários e indispensáveis à locação de
qualquer ponto, seja vértice ou detalhe. Não há diferença no procedimento.
Apesar disso, caso ainda se sinta inseguro(a) em locar com estes
dados(Azimute e Distância), poderá calcular o ângulo direto existente entre
os alinhamentos envolvidos, utilizando para este fim a fórmula geral de
azimutes (consulte o Professor sobre este procedimento).

AZn=(AZn-1+ n)±180º

ATENÇÃO! Não confundir azimute do alinhamento anterior (AZ n-1),


com azimute de ré. O primeiro é o azimute 1-2. O segundo é o azimute 2-1,
diferentes em 180º.

Cálculo do Ângulo Direto ( ) - OPCIONAL


2-3

 n = (AZn - AZn-1)± 180º

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36

Apesar de ser um procedimento correto, legal, hoje em dia não se


calcula mais o  n, pois resulta em perda de tempo considerável, além de
tornar o procedimento mais sujeito á erros de cálculo pelos motivos abaixo
descritos.

Vejamos:

Quando o resultado da subtração de (AZn - AZn-1) for positivo e >180º,


subtrair 180º;
Quando o resultado da subtração de (AZn - AZn-1) for positivo e <180º,
adicionar 180º;
Quando o resultado da subtração de (AZn - AZn-1) for negativo, adicionar
180º. Se o sinal continuar negativo, adicionar 360º. Somente após este
procedimento conheceremos o ângulo direto entre os dois alinhamentos em
estudo. UFA!. Por isso julgamos este procedimento opcional. Diríamos até
desnecessário.

Pelos motivos expostos, as locações modernas (quando feitas á


teodolito) são feitas com os dados calculados inicialmente, ou seja, Azimute
e distância.

12 - Bibliografia

ESPARTEL, Lélis. CURSO DE TOPOGRAFIA.


Editora Globo – 1973.

SEIXAS, José Jorge de. TOPOGRAFIA - 1º volume.


Editora Universitária – 1981.

CARDÃO, Celso. TOPOGRAFIA – VII Edição. Edições


Engenharia e Arquitetura- 1990.

SILVEIRA, Luiz Carlos da. CÁLCULOS GEODÉSICOS NO


SISTEMA UTM APLICADOS À TOPOGRAFIA. Editora
e livraria Luana – 1990.

OLIVEIRA, Cêurio de. DICIONÁRIO CARTOGRÁFICO.

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37

IBGE – 1993.

GONZAGA, Sérgio Luiz de Araújo. APOSTILA DE


PLANIMETRIA. Gráfica do CEFET-PE – 1995.

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