Vous êtes sur la page 1sur 5

Juizado Especial Cível de Campo Bom

Processo 087/3.09.0002261-2
Autor Sandro Bica Bueno
Réu Consórcio Sponchiado S/A
Data 1.o de Março de 2010
Prolator Luiz Fernando de Moura Ramos

Vistos.
Relatório dispensado, nos termos do artigo 38 da Lei n° 9.099/95.
Decido.
No que diz com a desistência de consorciados, a matéria é
recorrente no âmbito dos Juizados Especiais, aplicando-se o disposto na
Súmula 15 das Turmas Recursais, nos seguintes termos:
SÚMULA Nº 15

CONSÓRCIO.

LEGITIMIDADE. – Administradora de consórcio é parte


passiva legítima para responder ação de consorciado
visando à restituição de parcelas pagas.

TERMO. – As parcelas pagas pelo consorciado


deverão ser restituídas ao final, até trinta dias após o
encerramento do grupo. Tratando-se, porém, de
consórcio de longa duração e tendo sido pagas
poucas parcelas pelo consorciado desistente, devida
é a restituição imediata.

CORREÇÃO MONETÁRIA. – Referidas parcelas


deverão ser corrigidas monetariamente, a partir de
cada pagamento, pelos índices do IGP-M.

JUROS. – Encontrando-se encerrado o grupo de


consórcio, os juros de mora legais incidem a partir da
citação. Caso o grupo esteja em andamento,
referidos juros incidirão, se não houver
adimplemento, a partir do termo fixado para a
restituição, em caso de ser determinada a restituição
ao final, ou a partir da citação, em caso de ser
determinada a restituição imediata.
DEVOLUÇÃO MONETARIAMENTE DESATUALIZADA. –
PERCENTUAL REDUTOR. – É nula a cláusula que
estabelece a devolução de referidas parcelas ao
consorciado por seu valor histórico e nominal, bem
assim aquele que determina a incidência de um
percentual redutor.

É entendimento pacífico das Turmas Recursais no sentido de


que, para que ocorra a devolução imediata das cotas adimplidas, é
necessário que tenha havido quitação de “poucas parcelas” equivalente ao
patamar de até 20% do montante. No caso em tela, como já disse, pagou
apenas uma parcela do avençado, e requer a devolução desta parcela.
Desse modo, a devolução dos valores pagos deve ocorrer de de
forma imediata.
Outrossim, com relação a taxa de administração, a jurisprudência
predominante das Turmas Recursais afinava-se com a jurisprudência do
STJ, que vinha entendendo ser de 10% o patamar máximo da taxa de
administração nos consórcios, quando de valor superior a 50 salários
mínimos, e 12% quando inferior, nos termos do art. 42, caput, do Dec.
70.951/72.
Contudo, em recente acórdão (12.11.2008), o STJ mudou sua
orientação a respeito do tema, uniformizando o entendimento das Turmas
que lidam com a matéria. De fato, nos Embargos de Divergência no REsp
n. 927.379, os Ministros da Segunda Seção do STJ, por unanimidade,
fixaram a orientação de que "as administradoras de consórcio possuem total
liberdade para fixar a respectiva taxa de administração, nos termos do art.
33 da Lei 8.177/91 e da Circular n. 2.766/97 do BACEN, não sendo
considerada ilegal ou abusiva, portanto, as taxas fixadas em percentual
superior a 10% (dez por cento).
Com relação à clausula penal, não há comprovação de que o
autor ficou ciente de sua incidência quando contratou, assim que para esta
incidência, é necessária a prova de que houve prejuízo ao grupo, de resto
não demonstrada.
Quanto aos juros moratórios, estes são de 12% ao ano e têm
como termo inicial, no caso em tela, a citação.
A correção monetária incide a contar de cada desembolso
realizado pelo autor, tendo como índice o IGP-M.
Do montante a ser restituído para o autor, deverão ser deduzidas
a taxas de adesão/administração e seguro, porque serviços efetivamente
prestados pela ré.
Nesse sentido:

CONSÓRCIO. BENS IMÓVEIS. 120 MESES. DESISTÊNCIA DO


CONSORCIADO. PERCENTUAL CONSIDERÁVEL DE PARCELAS
PAGAS. DEVOLUÇÃO DOS VALORES DESEMBOLSADOS
SOMENTE APÓS O ENCERRAMENTO DO GRUPO CONSORTIL. -
Legalidade da taxa de administração fixada em percentual superior a
10%, segundo atual entendimento uniformizado do STJ (Embargos de
Divergência no REsp nº 927.379, J. em 12.11.2008). - Permite-se
deduzir do valor a ser restituído ao consorciado a taxa de adesão
pactuada e o valor relativo ao seguro. - É descabido o desconto de
cláusula penal porque não há prova de que tenha sido dada ciência
ao consorciado das condições gerais do contrato no momento da
adesão - Correção monetária pelo índice IGP-M por melhor repor o
desgaste da moeda no período. Juros de mora a contar da citação.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (Recurso Cível Nº
71002116101, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais,
Relator: Afif Jorge Simões Neto, Julgado em 03/06/2009).

Assim exposto, opino pela PROCEDÊNCIA PARCIAL do


pedido aduzido pelo autor, para condenar a ré a proceder na restituição dos
valores pagos, de forma imediata, atualizados pelo IGPM a contar de cada
desembolso, e com incidência de juros de 12% ao ano a contar da citação.
Poderá a ré abater da restituição os valores das taxas de adesão,
administração e seguro.
Sem condenação em custas e honorários advocatícios, nos termos
do artigo 55, da Lei n° 9.099/95.
À consideração superior.
Homologada,
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Campo Bom, 1.o de março de 2010.

LUIZ FERNANDO DE MOURA RAMOS


JUIZ LEIGO

Vistos, etc. Face à recente determinação do STJ de suspensão dos


processos de cobrança de parcelas consorciais, determino a suspensão do
presente feito até a decisão final. Reproduzo o precedente em testilha:
¿Reclamação nº 3.752 - GO (2009/0208182-3) O que pretende a
reclamante é a suspensão liminar de todos os processos nos quais tenha
sido estabelecida controvérsia semelhante à dos autos, ou seja, em que se
discuta o prazo para devolução das parcelas pagas ao consorciado
que se retira antecipadamente do grupo. Aduz que ¿embora esta
reclamação verse sobre um caso individual, retrata ela um problema
reiterado que todas as administradoras de consórcio têm enfrentado,
referente a condenações em sede de Juizados Especiais e Turmas recursais
em desacordo com a jurisprudência dessa Corte Superior ¿. A concessão da
liminar exige a demonstração do periculum in mora , que se traduz na
urgência da prestação jurisdicional, bem como a caracterização do fumus
boni juris , consistente na plausibilidade do direito alegado. Para tanto, está
o Relator autorizado a proceder a um juízo prévio e perfunctório de
viabilidade do pedido principal, pois, apresentando-se este
manifestamente inadmissível ou contrário à jurisprudência dominante de
Tribunal Superior, o seu aparente insucesso prejudica a concessão da
liminar. Na hipótese em exame, a princípio, a pretensão se mostra razoável,
de forma a revelar presente a fumaça do bom direito, vez que, ao menos
num juízo perfunctório, restou demonstrada divergência entre o acórdão
reclamado e a jurisprudência do STJ. Com efeito, além do julgado alçado a
paradigma pela reclamante, REsp 1.033.193/DF, 3ª Turma, Rel. Min.
Massami Uyeda, DJe de 01.08.2008, existem dezenas de outros acórdãos
desta Corte assentando que ¿em caso de desistência do plano de consórcio,
a restituição das parcelas pagas pelo participante far-se-á de forma
corrigida, porém não de imediato, e sim em até trinta dias a contar do prazo
previsto contratualmente para o encerramento do grupo correspondente
¿ (AgRg no REsp 1.066.855/RS, 3ª Turma, Rel. Min. Sidnei Beneti, DJe
de 05.11.2009. No mesmo sentido: AgRg no Ag 1.094.786/GO, 4ª
Turma, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJe de 30.11.2009; AgRg
no Ag 1.098.145/MT, 3ª Turma, minha relatoria, DJe de 14.05.2009; e
AgRg no Ag 960.921/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros,
DJe de 03.03.2008). Patente, portanto, a divergência entre o acórdão
prolatado pela Turma Recursal da 11ª Região em Ceres/GO e o
entendimento jurisprudencial já consolidado deste STJ. No que tange ao
periculum in mora , o valor envolvido nesta reclamação ¿ pouco mais de
R$5.000,00 ¿ não seria, a rigor, suficiente para caracterizar um risco da
dano expressivo à reclamante. Todavia, o problema não pode ser encarado
de forma isolada. Há de se levar em consideração o risco potencial que
o entendimento contido no acórdão reclamado traz para os contratos de
consórcio em geral, pondo em perigo a perfeita continuidade e até mesmo a
sobrevida dessas poupanças coletivas, em detrimento não apenas das
respectivas administradoras, mas sobretudo dos consorciados que
permanecem no grupo. Visto sob está ótica, o problema ganha proporções
preocupantes, a justificar a concessão da liminar pleiteada, com vistas ao
sobrestamento dos processos que versem sobre controvérsia semelhante à
dos autos. Forte em tais razões, defiro a medida liminar ora pleiteada,
para, com supedâneo no art. 2º, I, da Resolução 12/09 do STJ, determinar a
suspensão de todos os processos em trâmite em Juizados Especiais Cíveis
nos quais tenha sido estabelecida controvérsia semelhante à dos presentes
autos, consistente na discussão acerca do prazo para devolução das parcelas
pagas ao consorciado que se retira antecipadamente do grupo, até o
julgamento final desta reclamação.¿ Intimem-se. DDC

Vous aimerez peut-être aussi