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e u N S A |Astrolabio

J. Miguel Serrano Ruiz-Calderón


Democracia y nihilismo
Vida y obra de Nicolás Gómez Dávila
Serie: Filosofía
JOSÉ MIGUEL SERRANO RUIZ-CALDERÓN

DEMOCRACIA
Y NIHILISMO
VIDA Y OBRA DE
NICOLÁS GÓMEZ DÁVILA

EDICIONES UNIVERSIDAD DE NAVARRA, S.A.


PAMPLONA
Primera edición: Febrero 2015

© 2015. José Miguel Serrano Ruiz-Calderón


Ediciones Universidad de Navarra, S.A. (EUNSA)
Plaza de los Sauces, 1 y 2. 31010 Barañáin (Navarra) - España
Teléfono: +34 948 25 68 50 - Fax: +34 948 25 68 54
e-mail: info@eunsa.es

ISBN: 9 78 -8 4-313-3037-8
Depósito legal: NA 56-2015

Queda prohibida, salvo excepción prevista en la ley, cualquier forma de reproducción, distribución,
comunicación pública y transformación, total o parcial, de esta obra sin contar con autorización escri­
ta de los titulares del Copyright. La infracción de los derechos mencionados puede ser constitutiva de
delito contra la propiedad intelectual (Artículos 270 y ss. del Código Penal).

Ilustración cubierta:
Still life, 1728. Jean Baptiste Simeón Chardin. Puskin Museum of fine Art, Moscú. Rusia

Imprime:
U lzam a D ig it a l , S.L. Pol. Areta. Huarte (Navarra)

Printed in Spain - Impreso en España


A mi sobrino Alvaro,
«in memoriam»
Indice

P r ó lo g o d e Julia Escobar........................................................ 11

I n t r o d u c c ió n . Un h o m b r e excepc io n a l en B o g o t á .................... 17

C a pit u lo I
UNA VIDA SUSTRATO DE UNA OBRA

1 .1 . N a c im ie n t o , ed u c a c ió n y v i d a ..................................................... 25
1 .2 . En t o r n o a la m isa n tro pía g o m e z d a v il ia n a ......................... 31
1 .3 . La b ib lio t ec a , c en tr o d e v i d a ...................................................... 38
1 .4 . L a v i d a i n a u t é n t i c a ........................................................................... 48
1 .5 . L a i n f l u e n c i a e n u n r e d u c i d o e n t o r n o ................................. 54

C a pít u lo II
OBRA, BIBLIOGRAFÍA E INFLUENCIAS

2 .1 . L a o b r a d e t o d a u n a v i d a .............................................................. 67
2 .1 .1 . «Notas»: un hijo natural reconocido................................. 69
2 .1 .2 . «Textos I»: la pretensión fallida del Ensayo.................... 73
2 .1 .3 . Dos artículos académicos...................................................... 81
2 .1 .4 . «Escolios a un texto implícito»........................................... 91
2 .2 . E d ic io n es d e la o bra g o m e z d a v il ia n a ...................................... 98
2 .3 . T r a d u c c io n e s ....................................................................................... 100
2 .4 . B ibliografía g ó m e z d a v il ia n a ......................................................... 104
8 Democracia y nihilismo

2 .4 .1 . Monografías............................................................ 1 0 4
2 .4 .2 . Libros colectivos. Números monográficos de revistas.... 1 1 3

III C a pít u lo
EL ESTILO DEL ESCOLIASTA

3 .1 . U n a ACTITUD Y UN ESTILO ........................................................................... 1 1 9

3 .2 . U na v id a ex presió n d e u n e s t i l o ......................................................1 2 4

3 .3 . L a c e n t r a l i d a d d e l e s c o l i o .......................................................... .....1 3 7
3 .4 . L a im p o r t a n c ia d e l t i e m p o ..................................................................1 4 1
3 .5 . L a i n c o m o d i d a d d e l r e a c c i o n a r i o .................................................1 4 3
3 .6 . D esc o n c ier t o a n t e e l reac c io n a rio b r il l a n t e .........................1 4 6

3 .7 . M o d est ia d e l e s c o l i a s t a ......................................................................1 4 9

3 .8 . C a r a c t e r íst ic a s d e l p e n sa m ie n t o r eac c io n a rio y v e n t a ­

jas d el e s c o l i o ...........................................................................................1 51

3 .9 . F rag m en ta ried a d y s i s t e m a ........................................................... .....1 5 3

3 .1 0 . R ea c c ió n y c o n s e r v a d u r is m o ....................................................... .....1 5 6

3 .1 1 . C rítica d e l e x t r e m ism o p o lític o ............................................... .....1 6 2


3 .1 2 . L a s o l e d a d d e l r e a c c i o n a r i o a u t é n t i c o .....................................1 6 3

C a pít u lo IV
RECHAZO DE LA PEDAGOGÍA
Y DE LA PROFESIONALIZACIÓN DE LA CULTURA

4 .1 . L as ven ta ja s d e u n a fo r m a c ió n n o a c a d é m ic a ..................... .....1 7 1

4 .2 . D espr ec io a l o ficio ped a g ó g ic o ......................................................1 7 6


4 .3 . La u t ilid a d d e lo in ú t il c o m o t ó p i c o ..................................... .....1 8 3

4 .4 . I n u t ilid a d y pr o g r esism o .......“....................................................... .....1 9 0


4 .5 . El c a m b io d e o b j e t o .......................................................................... .....1 9 2

V C a pít u lo
TEXTO O TEXTOS IMPLÍCITOS
EN LA OBRA DE NICOLÁS GÓMEZ DÁVILA

5 .1 . E sc o lio y texto ................................................................................... .....2 0 3


índice 9

5 .2 . L a r e l i g i ó n d e m o c r á t i c a c o m o t e x t o i m p l í c i t o ................. ..... 2 0 5
5 .3 . E l l e c t o r q u e e s c r i b e .................................................................................. 2 1 1
5 .4 . U n t e x t o co m e n ta d o : E r ic V o e g e lin ............................................. 2 1 3
5.4.1. Religión política, manifestación gnóstica y enfermedad
del alma.............................................................. ... 2 1 3
5 .4 .2 . Tradición limitada ............................................... ... 2 1 4
5 .5 . L a r e l i g i ó n a l a i n v e r s a ............................................................................... 2 1 6
5 .5 .1 . Democracia como religión antropoteísta.................. ... 2 1 6
5 .5 .2 . Dualismo vida temporal-vida eterna....................... ... 2 2 0
5 .5 .3 . Neutralidady ciencias sociales................................... 2 2 1
5 .5 .4 . Liberalismo y democracia...................................... ... 2 2 3
5 .6 . O r i g e n h e r é t i c o d e l a r e l i g i ó n d e m o c r á t i c a ....................... ..... 2 2 8

5 .6 .1 . Gnosticismo y cristianismo ........................................ 2 2 8


5 .6 .2 . Ideas cristianas que se han vuelto locas.................... ... 2 3 0
5 .6 .3 . Carencias delantropoteismo...................................... 2 3 3
5 .7 . I d e a s p r i n c i p a l e s d e l a r e l i g i ó n d e m o c r á t i c a ........................ ..... 2 3 5

5 .7 .1 . Voluntarismo........................................................... 2 3 6
5 .7 .2 . Progresismo ............................................................. 2 3 8
5 .7 .3 . Transmutación de los valores ..................................... 2 4 1
5 .7 .4 . Determinismo universal........................................ ... 2 4 1

C a p ít u l o V I
DIOS Y LA NADA. LA SUPERACIÓN DEL NIHILISMO

6 .1 . M ás a l l á d e l a c r í t i c a a l a r e l i g i ó n d e m o c r á t i c a ............. ..... 2 4 3
6 .2 . E n t r e e l h o m b r e y l a n a d a se a tr a v ie s a l a so m b ra d e D io s 245
6 .3 . E l p r e t e n d i d o n i h i l i s m o d e G ó m e z D á v i l a .................................. 2 5 0

6 .4 . P a g a n i s m o y s o m b r a d e D i o s ............................................................. ..... 2 5 4

6 .5 . P e s im is m o s c o n t e m p o r á n e o s ............................................................. ..... 2 5 9

6 .6 . L a s e r e n i d a d d e l e s c o l i a s t a .............................................................. ..... 2 6 6

B ib l io g r a f ía c it a d a 273
Prólogo:
El trabajo gustoso

El título de ecos juanramonianos con el que rubrico las pala­


bras que prologan esta obra de José Miguel Serrano no es sino una
paráfrasis pretendidamente ingeniosa del epígrafe bajo el que, en
2013, se produjeron en Madrid los homenajes a Nicolás Gómez
Dávila, organizados con ocasión del centenario de su nacimien­
to y propiciados por la Casa de América de Madrid, la UNIR y
la Embajada de Colombia (donde se celebró una segunda sesión
poco después), en los que el profesor Serrano Ruiz-Calderón, el
colombiano Rodrigo Cuéllar, lector entusiasta de don Colacho,
como le gusta presentarse y testigo de cargo de la causa colachista
y la que esto escribe, jugamos un papel que nos hemos comprome­
tido continuar en el futuro. Se titulaban aquellos encuentros «El
trabajo discreto», que es el que realizó don Nicolás durante toda su
vida en su triple y paciente labor de vigía, comentarista y custodio
de la cultura occidental desde la biblioteca de su casa, en la ciudad
de Botogá. Ambos eventos resultaron memorables pues con ellos
se consiguió reunir a un público bastante más numeroso de lo
que se podía haber esperado para un tema considerado «elistista»
y reaccionario y, desde todos los puntos de vista, políticamente
incorrecto con el que muy pocos se habían comprometido, entre
12 Democracia y nihilismo

los que es de justicia nombrar, de forma explícita en este caso, a su


editor en España, Jacobo Siruela, director de la Editorial Atalanta.
Creo que quienes asistieron a los mismos, e incluso los que no pu­
dieron hacerlo pero mostraron su adhesión —y estos tal vez m ás-,
pueden ser considerados de pleno derecho miembros de una secta
muy particular, la de los colachistas.
Porque don Colacho, como le llama la secta, fue siempre muy
claro en sus intenciones: «No es una obra lo que quisiera dejar.
Las únicas que me interesan se hallan a una distancia infinita de
mis manos, pero un pequeño volumen que, de cuando en cuando,
alguien abra, una tenue sombra que seduzca a unos pocos para que
atraviese el tiempo una voz inconfundible y pura» {Notas, Villegas
Editores, 2001). El resultado final {Notas /, Textos, Escolios a un
texto implícito., Nuevos escolios a un texto implícito) no ha sido tan
pequeño como él sugería cuando publicó su primera entrega, pero
«los pocos» a los que sedujo -que, como veremos en este libro, van
camino de convertirse en «muchos» a la luz del creciente número
de traducciones y de blogs y cuentas de twitter a él dedicados-
quedaron perdurablemente hechizados por esa «voz inconfundible
y pura».
Porque Nicolás Gómez Dávila es, de toda evidencia, eso que
se llama un escritor de culto, y también un escritor secreto, que
ha conseguido romper el pretendido maleficio y aislamiento de
su condición de tal, y si lo califico así es porque nadie como él
personifica esa «excepción cultural» que conlleva su condición su­
puestamente enigmática y solitaria (que en su caso no es tal como
pinta la leyenda, según matiza acertadamente el profesor Serrano),
alejado de la publicidad, de la crítica literaria y académica e inase­
quible al desaliento, eso sí. Con esta socorrida aunque peregrina
calificación, que no clasificación, a la que la crítica literaria recurre
en aquellos casos en los que un escritor se escapa del rasero de lo
común —escritores «raritos» o «difíciles» o de pocos pero fieles lee-
Prólogo: El trabajo gustoso 13

tores- se intenta explicar, más que agrupar, a una serie de escritores


que escapan a las demás clasificaciones (escritor popular, de masas,
o famoso) a las que generalmente se les contrapone. Mientras desa­
rrollo este tema, el escritor de culto y el escritor secreto me parecen
más próximos, si acaso se distinguen tan solo en que a este último
se le podría atribuir una estética del desdén (sería más el caso de
Gómez Dávila), mientras que el primero parecería estar más atraí­
do y abocado por el fracaso o el miedo a triunfar. Ninguno de los
dos carece de ambiciones -sin las cuales no escribirían nada- pero
se conforman con seguir adelante. A continuación aventuro lo que
podrían ser, grosso modo, los rasgos que los caracterizan:
1. Generalmente silenciados por sus contemporáneos, estos
escritores han trabajado a contracorriente, si no a solas, al
menos solos. No pertenecen a ninguna escuela, a ninguna
camarilla.
2. Son admirados y leídos por unos pocos lectores exigentes
que se encargan de difundir la buena nueva, difusión que
no obedece a ninguna ley de mercado, que es restringida
pero constante y que desde luego puede llegar a ser impor­
tante.
3. Parecería como si el autor triunfara a su pesar o no le im­
portara su éxito; se les podría aplicar lo que decía Nietzsche
sobre que para un libro es suficiente un lector e incluso
ninguno, «unus satis, nullus satis».
4. Existe una gran simpatía entre el autor y sus lectores que le
consideran un familiar, un amigo o, si se prefiere, un cóm­
plice. Estiman que hay algo indefinible en su escritura que
les habla como ningún otro autor. La impresión que tiene el
lector es que está escribiendo para él (individuo) y no para
los lectores (categoría) tanto como para sí mismo.
5. Es un a-contemporáneo, los seguidores de su culto pueden
aparecer en cualquier momento de la historia futura, sin
14 Democracia y nihilismo

querer por ello arrancarle su secreto, y aunque lo intentaran


no lo conseguirían.
6. Solo se llega a él mediante la iniciación personal e intrans­
ferible del neófito, a solas con el texto.
El autor de este libro, José Miguel Serrano Ruiz-Calderón, y
yo fuimos durante varios años vecinos de página en la extinta Ga­
ceta de los Negocios. Confío en que él lo recuerde como una buena
vecindad en la que yo intentaba compensar la altura filosófica de
su discurso con un acercamiento poético a la realidad de todas esas
cosas que, a quienes nos dedicamos a eso, nos toca analizar. Algún
tiempo después, el amor a la literatura y al pensamiento volvió a
unirnos por una vía inesperada para ambos: nuestra admiración
—que en el profesor Serrano se ve doblada por un conocimiento
profundo— por la obra y la persona de Nicolás Gómez Dávila.
Profesor de Filosofía del Derecho de la UCM -también lo ha
sido de la Facultad de Ciencias de la Información y de la Univer­
sidad de Cantabria-, esta acrisolada condición académica habla
mucho de su libertad crítica a la hora de enfrentarse a una obra
tan alejada, por no decir tan opuesta, a la tradición universitaria
al uso. Gómez Dávila —dice el profesor Serrano— le fue revelado
tardíamente pero su conversión ha sido total y a él ha dedicado pe­
regrinajes a los lugares santos que se han plasmado en otras tantas
obras: La sombra y la nada. En torno a un escolio de Nicolás Gómez
Dávilay Nicolás Gómez Dávila contra la Academia y la profesiona-
lización de la cultura, Nicolás Gómez Dávila. El atractivo del des­
engaño. El comentario a la religión democrática en Gómez Dávila,
La libertad en la obra de Nicolás Gómez Dávila, La figura literaria
del reaccionario auténtico. Nota sobre algunos aspectos de la obra de
Nicolás Gómez Dávila.
Y ahora este libro que es, quizás, uno de las más completas
aproximaciones a su obra y que marca sin duda un punto de in­
flexión en la bibliografía de los estudios gomezdavilianos. Un
Prólogo: El trabajo gustoso 15

libro necesario que pone en orden, de manera rigurosa y clara,


los enigmas, planteamientos y avatares de una de las aventuras
intelectuales más apasionantes de los últimos tiempos, aventura
que pone en jaque todos los géneros de reflexión posible, en todos
sus registros, ya sean los filosóficos, los religiosos y, por supuesto,
los poéticos; una aventura emprendida, no lo echemos en saco
roto ni lo olvidemos tampoco, por un pensador colombiano en
lengua castellana. Excelente el capítulo VI «Dios y la nada. La
superación del nihilismo», esclarecedora la interpretación de su
obra y de su rechazo de la pedagogía y de la profesionalización de
la cultura, como también lo son los capítulos dedicados al análisis
del texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila.
En suma, un necesario compendio de la misma y un libro im­
prescindible y fiable para iniciarse, transitar y profundizar por la
obra de ese «solitario de Dios», como le llamó Franco Volpi (uno
de sus principales exegetas) o si prefieren, de ese excéntrico, como
también le definió el gran historiador y escritor belga Simón Leys,
recientemente fallecido, quien le leyó a través de las traducciones
francesas, pero desde luego, de ese original y secreto escritor co­
lombiano llamado Nicolás Gómez Dávila, que dedicó su tiempo
y su fortuna a la lectura de su inmensa biblioteca personal, cuyos
casi 40.000 volúmenes tutela hoy la Biblioteca Luis Ángel Arango
del Banco de la República de Colombia. En el caso de Nicolás
Gómez Dávila, esos cuatro gatos que se supone le leen (pueden ser
2.000 o 3.000 y eso, en el conjunto de los compradores, que no
lectores de libros, son cuatro gatos) va paulatina e imparablemente
en aumento.
J u l ia E sc o ba r
Introducción:
Un hombre excepcional en Bogotá

Nicolás Gómez Dávila, don Colacho Gómez para los amigos


más cercanos que compartieron sus tertulias en la ciudad de Bo­
gotá, es un autor de una obra que apenas empieza a conocerse,
extraña al entorno en el que se desarrolló, alejada de los tópicos del-
pensamiento latinoamericano y esencialmente incómoda1. Cuan­
do falleció en 1994, se ha cumplido el vigésimo aniversario, aún no
había comenzado el proceso por el que ha conseguido el propósito

* N ota : Las referencias a Escolios, Nuevos escolios y Sucesivos escolios a un


texto implícito son a la Edición de Atalanta, Gerona, 2005. A Notas, Villegas,
Bogotá, 2.a ed., 2005; y Textos, Atalanta, Gerona, 2009.
1. Como describe Hernán Alejandro Olano García: «Lector incansable,
compartía las tardes de los domingos con un selecto grupo de contertulios: su
caballeroso adversario Gabriel García Márquez, quien expresó: Si no juera de
izquierda, pensaría en todo y para todo como él, y además Alberto Lleras Camargo,
Mario Laserna Pinzón, Douglas Botero Boshell, Francisco Pizano de Brigard,
Alvaro Mutis, Félix Wilches, Abelardo Forero Benavides, Hernando Téllez, Al­
berto Zalamea, Juan Gustavo Cobo Borda, Adolfo Castañón, y últimamente los
extranjeros Martyx^Mosebach, o sus traductores al alemán Günther Rudolph
Sigl y al italiano franco VolpT^ otros, que lo lanzaron al estrellato, ya que Gómez
Dávila nemo profeta in patria» (cf. «Aproximación al pensamiento de Nicolás
Gómez Dávila sobre los derechos fundamentales. Revisión de su obra De iure»,
Revista de Derecho, Universidad del Norte 34 (2010), 239-282, esp. p. 247.
18 Democracia y nihilismo

determinante de nuestro pensador, la proyección de su obra más


allá de sí mismo, hacia aquellas personas a las que él llamaba com­
patriotas, que son los que comparten no el lugar de nacimiento sino
sus inquietudes, sus valores o buena parte de sus ideas. Y ello pese
a que el autor bogotano, en su modestia, consideraba que el único
propósito de todo el ocio en que discurría su vida parecía ser dejar
un pequeño e íntimo libro: «No es una obra lo que quisiera dejar.
Las únicas que me interesan se hallan a una infinita distancia de
mis manos. Pero un pequeño volumen que, de cuando en cuan­
do, alguien abra. Una tenue sombra que seduzca a unos pocos. ¡Sí!
Para que atraviese el tiempo, una voz inconfundible y pura», Notas,
467. Nuestro pensador hizo bueno el «dictum» del mordaz satíri­
co francés De La Bruyére en Les Caracteres (1688): «Los hombres
están demasiado absortos en sí mismos para poder comprender o
escuchar a los demás: eso explica que quien tiene un gran mérito y
una modestia aún mayor pueda ser ignorado largo tiempo».
La descripción que de sí mismo realiza en el primer libro que
publicó don Colacho no era ciertamente complaciente, otro de los
rasgos de su carácter.

«Casi rico, casi buen mozo, casi inteligente, casi con talento;
mi vida ha consistido en un perpetuo perder el tren por unos pocos
minutos de retraso», Notas, 162.

Parte de este anonimato se puede deber a su escasa presencia en


los círculos académicos, con excepciones en las que luego incidire­
mos, o en la ausencia total de necesidad de publicar para vivir, do­
gal que ha maltratado a muchos de los grandes autores, sobre todo
a partir del siglo XIX. Pero puede ser también por el eco negativo
que tuvieron algunas de sus obras, en juicios de sujetos, que admi­
nistraban en cierta forma la filosofía académica de Colombia, tras
pasar por Alemania. Esta respuesta negativa llevó a alguno incluso
al ataque personal, provocado probablemente por el complejo de
Introducción: Un hombre excepcional en Bogotá 19

exclusividad que suele darse en quien tras haber estudiado el post­


grado en Alemania y habiendo seguido una carrera académica que
entró por la filosofía pero culmina en la enseñanza del español, de­
rivación probablemente no buscada, reivindica para sí ser el admi­
nistrador del canon centroeuropeo en Bogotá. Como don Colacho
fue buen lector de Schopenhauer, Kierkegaard o Nietszche pudo
sentir el consuelo de haber quedado excluido del «canon» en tan
honrosa compañía. Por otra parte, ningún calificativo de un profe­
sor a Gómez Dávila supera las diatribas de este respecto a aquellos.
Así Gutiérrez Girardot2 se referirá en fecha tardía, exactamen­
te en 1989, a la persona más que a la obra de don Colacho con
un conjunto de improperios que parecen propios de las polémicas
de café de los años veinte del siglo pasado: «Cachaquito» (por el
apelativo propio del bogotano), intimidante rastacuerismo (pues
suponía que presumía de culto), talante seudo wildeano... escolios
impotentes e indudablemente la peor acusación desde el monopo­
lista académico «autodidactismo», como si el encuentro con un
gran número de autores de la tradición requiriese necesariamente
el intermedio del grado o la presión del maestro. Este autodidactis­
mo que en Gutiérrez es crítica se vuelve inversamente en la voz de
un Volpi o un Savater mérito que lo asemeja, por ejemplo, a Emil
Cioran. Así empieza Volpi en su escrito El solitario de Dios: «Hay
escritores que parecen provenir de la nada. Que brotan imprevi­
siblemente de ambientes que les son ajenos, sin haber sido pre­
parados por nada ni por nadie, sin precedentes, sin pertenencias
ni señales de reconocimiento útiles para definirlos. Excéntricos,
incómodos, irregulares, son inclasificables e inconfundibles. Por
la manera como escribe y por aquello que escribe Nicolás Gómez
Dávila se cuenta sin duda entre ellos»3.

2. G utiérrez G irardot , R ., Colombia., un caso complejo, 1989.


3. V o lpi , F., El solitario de Dios, 2005.
20 Democracia y nihilismo

Desconcierta tanta acritud en Gutiérrez que tiene sin embargo


el mérito de haber valorado muy correctamente a Jorge Luis Bor-
ges y muestra tan lamentable miopía hacia su compatriota. Sin
ánimo de hacer análisis social también podemos darnos cuenta
de lo molesto que desde ese punto de vista puede ser la riqueza,
la biblioteca propia, el «otium» perfecto para alguno que anduvo
sobreviviendo con becas, Agregadurías culturales y luego degrada­
ciones desde estas, y el incierto mundo universitario colombiano.
Por supuesto la actitud que refleja algún escolio tampoco ayudaría
en una valoración benevolente:

«La cultura literaria y filosófica, que fue hasta ayer el costoso


orgullo de una clase, es hoy el negocio de un gremio», Escolios, 190.

Empezar estas páginas probablemente a través del más viru­


lento ataque sufrido por don Colacho sirve en todo caso como
muestra de una de las formas más académicas de recibir un pen­
samiento y también unos caracteres formales rigurosamente ori­
ginales. Aparece en el contexto de una evaluación de la práctica
profesional de la filosofía en Colombia, un trabajo con sabor local
pero ínfulas universales. El insulto sirve para halagar a otro, o
también puede pensarse que se halaga para insultar. De todas for­
mas está desenfocado de partida pues no hay nada de profesional
en la práctica de Gómez Dávila.
El párrafo publicado originalmente en un artículo de 1977
fue reproducido en 1989 sin modificación. Lo tomamos de Efrén
Giraldo:

«¿Qué crítica y discusión es posible en un país en el que to­


davía es posible que se conceda importancia a los “aforismos” de
cachaquito de Gómez Dávila y a su intimidante rastacuerismo inte­
lectual, quien disfrazándose de Wittgenstein y desde su más tomás-
rueda -vardezca posición sabanera registra sus boutades antimo­
dernas, creyendo, al parecer, que por su talante seudowildeano, son
Introducción: Un hombre excepcional en Bogotá 21

efectivamente filosofía? Pese al rastacuersimo intimidante de las ci­


tas plurilingües que encabezan los “Escolios” -escolios impotentes,
cabría decir-, al texto clamorosamente explícito de la modernidad,
una comparación entre el manejo de estos textos por Cruz Vélez y
el famoso Colacho, llegaría fácilmente a la conclusión de que el uno,
Gómez Dávila, no los maneja y el otro, Cruz Vélez, los maneja con
la exigente familiaridad que ellos requieren»4.

Debió mirar con más atención los escolios. Podría haber uti­
lizado la ironía para encubrir el odio impotente y superado así la
contrariedad de que Volpi o Jünger hagan caso a los «aforismos de
Cachaquito». Incluso recientemente en su autobiografía dialogada,
el filósofo alemán, miembro de la Academia pro Vita y referente
del clasicismo filosófico actual en Europa Robert Spaemann cita a
Gómez Dávila, al hilo del discurso, como se cita a los verdaderos
clásicos afirmando «“Simpatía y antipatía son los primeros actos
de la razón”, dice Gómez Dávila»5.
Pero hay que reconocer a don Colacho la cualidad de haber
asumido su propia posición, de aparente fracaso respecto a sus ín­
timas ambiciones, con una distancia que se muestra con claridad
en Notas y le sitúan a una enorme distancia de sus críticos más
injustos: «Dichosos los que pueden atribuir a la malevolencia o a
la hostilidad del mundo las razones de su fracaso. En lo que me
atañe, todos los que mi ambición citó acudieron a la cita, yo he
sido el solo a dejar de concurrir», Notas, 162.
Por el contrario, debemos decir que en hombres de cultura ale­
mana, avizores sin embargo de lo que ocurría en Colombia como
Ernesto Volkening6, autor entre otras obras de un magnífico tra­

4. G utiérrez G irardot , R., Colombia, un caso complejo, 1989, pp. 304-305.


5. S paem ann , R., Sobre Dios y el mundo, 2014, p. 26.
6. Cf. V o lk e n in g , E., Gabriel García Márquez. Un triunfo sobre el olvido,
2010.
22 Democracia y nihilismo

bajo, para algunos el mejor, sobre García Márquez, apreciaron el


valor de la obra gomezdaviliana y no creo que en ello les cegara
la amistad y así lo manifestaron en diversas ocasiones como en la
revista Eco en 1978 o antes en 19617.
Hay que reconocer una enorme ambición disfrazada en esa
modestia que atribuimos a Gómez Dávila, una ambición que ha
visto cumplida sobradamente tras su muerte, y que no era otra
sino incorporarse al comentario de la tradición en la que se inte­
graba. Surgirían aquí relacionados dos rasgos fundamentales: por
un lado, cierta voluntad de anonimato, de ser uno más en una
larga cadena; por otro, una fírme disidencia que le convierte en un
autor excepcional entre su entorno. Esta fidelidad y esa disidencia
parecen importarle más que los honores que, con razón, calificaba
duramente: «Increíble que los honores enorgullezcan a quienes sa­
ben con quienes los comparten», Escolios, 80.
Una atenta mirada a su biografía permitirá descubrir que este
rechazo a las «pompas mundanas» no procede de un desengaño
en su búsqueda, como sucedió a tantos sino de una mirada iróni­
ca que se fue forjando muy pronto, por lo que deducimos de sus
primeras obras.
Pero la cuestión no es tan solo que el honor suele caer en quien
no lo merece, algo constantemente sabido, pero a su vez algo que
negamos sistemáticamente cuando recibimos el más pequeño ho­
nor, sino que los honores tienen un efecto letal para el talento:
«El talento generalmente huye cuando los honores llegan», Nuevos
escolios, II, 1170.
Como en toda su obra, aquí también se encuentran los ecos de
sus antecesores, especialmente en el género fragmentario que con
tanto acierto cultivó Gómez Dávila y que le convierte en un autor

7. Véase V o lk en in g , E., «Anotado al margen de “El reaccionario” de Ni­


colás Gómez Dávila», 1978, pp. 95-99.
Introducción: Un hombre excepcional en Bogotá 23

de estilo estrictamente contemporáneo. Por ejemplo, se puede ob­


servar en este caso, y en otros como veremos, una notable coinci­
dencia con el científico y «escritor fragmentario» alemán Lichten-
berg que nos decía: «A lo largo de mi vida me han otorgado tantos
honores inmerecidos que bien podría permitirme alguna crítica
inmerecida»8. Y eso que a juicio del escritor bohemio afincado en
Viena Karl Kraus, gran articulista pero también espléndido autor
de «Dichos y contradichos», «Lichtenberg cavaba más hondo que
cualquiera pero no vuelve a lo alto. Habla bajo tierra, Solamente
lo oye aquel que también cava hondo»9.
La ironía de don Colacho le hubiese permitido aplicarse a
sí mismo, aunque más como máxima que hay que cumplir que
como escolio descriptivo, uno de sus escolios más certeros: «Muy
pocos se comportan con la discreción adecuada a su insignifican­
cia», Nuevos escolios, II, 1171.
Otro de los autores de fuerte influencia en la obra de Gómez
Dávila, el pesimista por excelencia Arthur Schopenhauer, se había
referido también a la peculiaridad de la fama, tras su larga travesía
del desierto. Cierto es que esta travesía, como buena travesía del
desierto, era involuntaria, mientras que Gómez Dávila no había
intentado nunca el salto a la influencia decisiva desde la construc­
ción de ningún sistema semejante al de El mundo como voluntad y
representación.
Esta fase de fama fue calificada de forma irónica por el autor
de Parerga y paralipómena cuando dice:

«Usted habrá visto alguna vez cómo antes de una representa­


ción, cuando el teatro se oscurece y está a punto de alzarse el te­
lón, uno de los empleados que encienden las lámparas y que aún

8. L ic h ten ber g , G. C., Aforismos, K-I/42, 1989, p. 95.


9. K raus, K ., Dichos y contradiciones, 2003.
24 Democracia y nihilismo

permanece ocupado en el proscenio se apresura a esconderse entre


bastidores justo en el momento en que sube el telón. Así es como
me siento, como ése que va con retraso, como ése que queda por ahí
descolgado mientras comienza la comedia de mi fama»10.

No puedo terminar esta introducción sin mostrar mi agrade­


cimiento a Rodrigo Cuéllar por su ayuda con los datos biográficos
de Nicolás Gómez Dávila y a Juan Antonio Martínez Muñoz por
sus sugerencias en la corrección.

10. «Carta de Schopenhauer a J. Fauendstadt», fechada en Frankfurt el 16


de octubre de 1850, cit. en Gesammelte Briefe, p. 250. Traducción recogida de
Luis Fernando Moreno Claros, en Introducción a Schopenhauer, tomo I, Biblio­
teca de Grandes Pensadores, Gredos, Madrid, p. XLI.
Capítulo I
Una vida sustrato de una obra

1.1. N a c im ie n t o , e d u c a c ió n y v id a

Si para Jean de La Bruyére no hay para el hombre sino tres


sucesos: nacer, vivir y morir, «No nos sentimos nacer, sufrimos por
morir y anhelamos vivir», la biografía de Gómez Dávila podría
verse resumida de forma acertada por el filósofo italiano Franco
Volpi, en buena medida su descubridor para el mundo académico,
mediante tres palabras: nació, escribió, murió. Nació en Bogotá
el 18 de mayo de 1913. Escribió básicamente en su casa bogotana
tras su vuelta de Francia en 1936, dond'e pasó su infancia y ado­
lescencia, murió el 17 de mayo de 1994 en esta residencia de la
carrera 11 con calle 77.
No se entiende muy bien su biografía sin la constante referen­
cia a su obra. En ella hay una definición pesimista del vivir, teñida
de una secreta ambición y de un constante anhelo. Por ello en su
libro Textos /, contrapone el lema de todo el escrito: «La vida es un
valor. Vivir es optar por la vida» con una definición pesimista del
primer texto: «Nuestro terrestre aprendizaje es un desposeimiento
minucioso. Cada atardecer nos desnuda. Nuestra ambición persi­
gue decrecientes pequeñeces. Vivir no es adquirir, sino abdicar»,
Textos, 18.
26 Democracia y nihilismo

Los elementos básicos de esta biografía los define el propio


Volpi:

«A los seis años se trasladó con su familia a París, donde asis­


tió a un colegio benedictino recibiendo una educación humanístico
cristiana. Una neumonía, que lo mantuvo en cam a casi dos años lo
costriñó a completar en casa su formación con preceptores privados.
Consiguió un impecable dominio del griego y del latín, y asimismo
una envidiable familiaridad con los clásicos del pensamiento y de la
literatura mundial». Regresó a Bogotá y allí se casó y tuvo tres hijos,
y probablemente el rasgo más destacado de su guerra diaria. «En el
curso de los años recogió en su casa un impotente edificio en estilo
Tudor una majestuosa biblioteca con más de treinta mil volúmenes,
donde se recluía cotidianamente, hasta la madrugada, para dedi­
carse a la lectura y a la escritura, es decir: a la “biblio terapia” como
forma de vida»1.

Por supuesto este sucinto resumen que al modo gomezdavi-


liano perfila solo lo esencial puede completarse con los datos de
toda su biografía. Sabemos que nació el 18 de mayo de 1913 en el
hogar de Nicolás Gómez Saiz y Rosa Dávila Ordóñez, situado en
Bogotá en la carrera 8 con calle 16. Sus padres se habían casado el
24 de abril de 1904 en el que sería el segundo matrimonio de Ni­
colás Gómez Saiz. En el primero había tenido dos hijos Hernando
e Isabel Gómez Tanco2. Del segundo tuvo tres hijos: el mismo
Nicolás, su hermano Ignacio, de notable influencia en el salto a la
publicación de los primeros escritos gómezdavilianos, y Teresa. La
familia Gómez Saiz se establecería en París alrededor de 1920. Es
pues plausible que, tras la vuelta de las congregaciones religiosas a

1. V o l p i , E, El solitario de Dios, 2009, p. 10.


2. En este punto yerran muchos, por ejemplo, Efrén Giraldo uno de
los últimos en atribuirle el nacimiento en Cajicá. G iraldo , E., La poética del
esbozo, 2014, p. 368.
Una vida sustrato de una obra 27

Francia tras la Primera Guerra Mundial, Nicolás Gómez Dávila


pudiera estudiar como se dice en un centro benedictino en París.
Su inglés lo adquirió en temporadas que pasó con su hermano
Ignacio en Inglaterra. Sin embargo, don Colacho no gustaba ha­
blar de sus años escolares, no sabemos si por alguna experiencia
desagradable al margen de la neumonía que lo mantuvo en casa
durante dos años. Cerca de 1932 hay datos que sitúan a los padres
de Gómez Dávila en Bogotá pero don Nicolás no volvió hasta
1936. Lo seguro es que en 1937 se casó con Emilia Nieto Ramos,
persona originaria de la misma(oligarquía^bogotana a la que per­
tenecía nuestro autor: Emilia eraTíija de Fernando Nieto Torres y
Soledad Ramos Urdaneta3. El 6 de abril de 1927 aparece citada en
el diario El Tiempo como dama de la Reina de los estudiantes de
Bogotá. Y el 4 de noviembre figura en la presidencia de honor de
un torneo de fútbol junto a otras señoritas.
Existió un anterior matrimonio, anulado canónicamente, de
Emilia Nieto, algo mayor que Nicolás Gómez Dávila. Es Moge-
bach quien cita este dato en su prólogo a la edición alemana de
Notas. La traducción, que debo al estudioso estadounidense Ste-
phen Wauck, sería la siguiente:
«Este joven de veinte años, que apenas había regresado de Pa­
rís, se enamoró de una mujer casada de veintiún años -n o me son
conocidos los esfuerzos necesarios para anular este matrimonio en
la Colombia de los años 20; pero fue el destino de este matrimonio
durar sesenta años, hasta la muerte de don Nicolás»4.

Los datos que tenemos es que doña Emilia Nieto Ramos casó
el 12 de junio de 1932 con el «caballero español» Joaquín A. Lo-
rente, quien era representante de diversas compañías norteame-

3. A este respecto véanse las páginas 15, 16 y 17 de O lano G arcía , H.,


Brocardos jurídicos, 2011. /
4. Notas, 2005, p. 500.
28 Democracia y nihilismo

ricanas en Colombia. La boda aparece referenciada el diario El


Tiempo, la Revista Bogotá de los estudiantes conservadores e inclu­
so en el noticiario cinematográfico Cineco. En 1933 aparece en la
crónica del diario El Tiempo junto a sus hermanas como Emilia
Nieto de Lorente. En 1935, sin embargo, en alguna crónica del
mismo diario el señor Lorente es mencionado solo en una fiesta
donde otros aparecen acompañados de sus esposas. No es hasta
1936 que don Colacho vuelve a Bogotá.
El caso es que el 16 de octubre de 1937 encontramos datos en
las crónicas de sociedad bogotanas que narran como un grupo de
amigos ofrecieron en el Country Club una comida con orquesta
a Nicolás Gómez Dávila y Emilia Nieto Ramos «que contraerán
matrimonio próximamente».
El artículo del diario El Tiempo sobre el matrimonio de doña
Emilia Nieto Ramos con nuestro autor está lleno de la cursilería
propia de las crónicas de sociedad, pero aparece un magnífico re­
trato de la novia, prueba de su belleza. A Nicolás Gómez Dávila
se le describe también con profusión de adjetivos, pero es muy lla­
mativo que se le considera ya un sujeto de enorme cultura. Deje­
mos hablar a la crónica, aunque dudo que el don Colacho Gómez
maduro perdonase esta reproducción:

«Es intelectual de muy pulidos quilates. Educado en renom­


bradas universidades europeas, su existencia ha sido y es toda de
estudio y meditación. Habilísimo políglota y experto conocedor e
interpretador de las ciencias, de la literatura y de las artes, no resulta
hiperbólico afirmar que a despecho de su juventud, Nicolás Gómez
Dávila, es ya uno de los pocos humanistas de que logre ufanarse
esta república».

Aunque según algún testigo presencial don Nicolás fue perse­


guido a sombrerazos por su biblioteca cuando publicó su obra No­
tas, puede pensarse que no se refería a su propio matrimonio cuan­
Una vida sustrato de una obra 29

do dijo: «El matrimonio corrompe lo que toca» o a continuación:


«Se fundó el matrimonio para que el hombre y la mujer puedan
ser cómplices ilesos y satisfechos de todas las mezquindades, las
injusticias y las vilezas, para que sean sin temor ávidos, hipócritas
y egoístas» y aún más adelante: «Nada me repugna tanto como
esa atmósfera tibia de sexualidad satisfecha que exhala una pareja
matrimonial», Notas, 217.
Junto a la inexactitud sobre sus estudios universitarios, es du­
doso que incluso completase el bachillerato oficial, lo relevante es
que con 23 años es considerado o es lo que se destaca de él, un
políglota de enorme cultura. El 12 de octubre de 1938 nacería su
hija Rosa Emilia Gómez Nieto, persona especialmente importante
para la promoción y conservación del acervo gomezdaviliano y
fuente fundamental de información y apoyo de los gomezdavilia-
nos extranjeros. Posteriormente nacerían Nicolás y Juan Ignacio.
Se ha mencionado un viaje a Europa en la década de los cua­
renta como un punto de inflexión en su vida. Lo es en cuanto
no volvió a viajar. Se ha relacionado también con un accidente
montando a caballo en su finca de Canoas-Gómez que le dejó,
por un tratamiento inadecuado, cierta secuela. Pero el accidente
fue anterior a su viaje a Europa en el año 1949, específicamente un
año antes. Entonces podemos pensar que la inflexión se produce
también ante la «decepción» que le produce una Europa destruida,
un origen de su tradición que no parece recuperar la situación pre­
via a la guerra, una Europa convertida en resto o en algo que a él
parecía molestarle especialmente, en museo: «Viajar por Europa es
visitar una casa para que los criados nos muestren las salas vacías
donde hubo fiestas maravillosas», Notas, 265.
Mucho más tarde, en la década de los setenta, publicaría en el
segundo tomo de Escolios a un texto implícito el texto que define
una actitud que al parecer no fue muy bien entendida en su casa,
al menos por su mujer:
30 Democracia y nihilismo

«Stabilitas loci - como la regla benedictina lo ordena. El errante


yerra», Escolios, II, 811.

Sobre el accidente del caballo que le dejó lo que ahora lla­


mamos una minusvalía, se han contado diversas versiones. Varias
fuentes se refieren a un hipotético partido de polo y a una caída
durante el mismo. La fuente reforzaría la visión aristocrática del
escritor, lo que explicaría el éxito de la versión. Sin embargo, no
hay evidencia de que Nicolás Gómez Dávila practicase ese depor­
te que sí practicaba de manera muy amateur su hermano Igna­
cio. Nicolás, en cambio, montaba habitualmente en su finca de
Canoas-Gómez. De ahí procede la otra versión, directa de su hija
Rosa Emilia. Gómez Dávila se habría caído de un caballo pasean­
do por la finca un día de viento mientras se cubría con la ruana
para encender un tabaco. Las consecuencias de la caída se agrava­
ron al dejarle la pierna mal y tener que volver a ser intervenido. El
caso cierto es que quedó con una molesta cojera5.
Esta explicación de cómo cayó del caballo y quedó cojo es co­
rroborada por Martin Mosebach en el relato de la visita a Gómez
Dávila que publicó en el diario Frankfurter Allgemeinte Zeitungú
11 de diciembre de 1993 con el título «Auf verlorenem Posten, der
kolumbianische Aphoristiker Gómez Dávila».
Don Colacho falleció antes del triunfo del puritanismo an­
titabaquista, probablemente hubiera ironizado sobre la vincula­
ción entre su hábito fumador de cigarros y la molesta lesión que le
acompañaría toda la vida.

5. Entre quienes sostienen el accidente de polo en un rumor que se alimen­


ta a sí mismo al menos desde Volpi se puede ver a Halim Badui-Quesada que cita
incluso fecha «Luego de un accidente jugando polo, Nicolás Gómez Dávila se
encerró en su biblioteca desde los 23 años». B adui-Q uesada , H., «Apuntes para
una biografía imaginaria», 2007, p. 168. La caída según esta cuenta habría sido en
el año 1936, una fecha que me parece temprana e incluso anterior al matrimonio.
Una vida sustrato de una obra 31

1.2. E n t o r n o a l a m is a n t r o p ía g o m e z d a v il ia n a

La «biblioterapia», que es el término utilizado por el traductor


al italiano y gran introductor del pensamiento gomezdaviliano
Franco Volpi, se inscribe en una tradición occidental considera­
da como un «diálogo continuo que atraviesa los veintiocho siglos
transcurridos desde los hexámetros de Homero a los últimos ver­
sos de Yeats»6.
El párrafo que hemos reproducido de Volpi, proyectado posi­
blemente más allá de lo que pretendía el autor italiano, ha servido
para reconstruir una imagen distorsionada de don Colacho como
una persona recluida, un misántropo en un sentido radical, total­
mente abstraído del acontecer diario, del mundo que le rodeaba.
Esto podría ser cierto solo en un sentido, a saber, la biblioterapia le
permitía alejarse del siglo en el que le cupo nacer, pero no lo es si
entendemos que era una especie de monje laico. Sí, su biblioteca,
en afortunada imagen de Volkening, parecía la de un monasterio
benedictino. Gómez Dávila dedicaba bastante tiempo al «labora»
e incluso a otros tipos de ocios. Cierto es, y la crónica que citába­
mos antes lo prueba, que se le consideraba una persona fundamen­
talmente dedicada al estudio.
La extensión de la imagen ha alcanzado incluso a los paisanos
de nuestro autor. Queda reflejada, por ejemplo, en el interesante
trabajo de Daniel Samper Pizano «El filósofo de la Historia que
sonreía» que dice a este respecto:

«Nicolás Gómez Dávila prácticamente se encerró durante 45


años en su biblioteca de 31000 volúmenes, una de las mayores co­
lecciones privadas de Colombia. Aunque nunca pasó por la Uni­
versidad, hablaba y leía en media docena de idiomas, incluyendo el

6. P izano de B rigard , F., «Semblanza de un colombiano universal»,


1988, pp. 9-20, esp. p. 11.
32 Democracia y nihilismo

griego y el latín. Sólo abandonaba su reclusión para caminar una


hora diaria, visitar rápidamente un almacén de telas —herencia fa­
miliar que le permitía una vida desahogada- y ocasionalmente para
reunirse con viejos amigos y conversar de Historia, Literatura, Re­
ligión y Filosofía. Alto, elegante y de aspecto inglés, parecía más un
cónsul británico que el mejor lector que quizás tuvo Colombia en la
segunda mitad del siglo XX.
Todas las tardes se instalaba en su poltrona con un buen puro
en la mano, un rimero de libros variados al lado y un calentador
eléctrico enfrente para combatir el frío de los Andes y se dedicaba
. a leer y pensar»7.

También es de Franco Volpi un resumen que vuelve sobre los


mismos tópicos y que introdujo con su habitual maestría en la
voz «Gómez Dávila» de la Enciclopedia de obras de Filosofía donde
revela que «A los veinte años volvió a Colombia, donde se dedicó
por completo a su trabajo en la soledad de su biblioteca. Después
de la Segunda Guerra Mundial, y en los años de la dictadura ins­
taurada en 1948, rechazó cargos políticos y el nombramiento de
embajador»8.
No en directa contradicción con lo dicho pero al menos como
matización de una visión demasiado conveniente al biógrafo -e n
cuanto alimenta una visión excepcional, casi romántica, del bogo­
tano aislado- debemos decir que existía una vida en paralelo con
la pura actividad de ocio lector y literario. Así Gómez Dávila ejer­

7. S am per P izan o , D., «El filósofo de la Historia que sonreía», 2003, p.


124.
8. V o lpi , F., Enciclopedia de obras de Filosofía, 2005, p. 836. La sucesión
temporal de los libros de Gómez Dávila sería Notas /, 1954, nueva edición
2003; Textos /, 1959, nueva ed. 2002; Escolios a un texto implícito, 2 vols., 1977;
Nuevos escolios a un texto implícito, 2 vols., 1986; Sucesivos escolios a un texto
implícito, 1992, Escolios a un texto implícito. Selección, 2001. A las que habría
que añadir las ediciones de Atalanta que citamos.
Una vida sustrato de una obra 33

cía la administración de sus bienes, su comercio de telas Nicolás


Gómez y compañía ubicado en la carrera 7 n. 17-45, viejo negocio
familiar y también la administración de la finca de Canoas-Gó-
mez. En su actividad diaria se incluía la visita al Jockey Club don­
de tenía9 también una asidua tertulia. Mosebach en el artículo
citado en el Franfurter Allgemeine Zeitung le atribuye, sin funda­
mento, la presidencia de ese club durante un largo periodo de su
vida. Allí, por ejemplo, conoció a Alvaro Mutis según la entrevista
que publicó el estudioso francés Philipe Billé «Lo conocía en 1954
en el Jockey Club de Bogotá, donde los dos éramos socios. Me lo
presentó el ensayista y narrador Hernando Téllez, colombiano de
ilustre memoria. Ese día Nicolás me regaló un ejemplar de su libro
Notas, editado por él, y que contiene sus primeros aforismos y es­
colios». También luego afirma que «Seguimos viéndonos casi cada
semana y se entabló entre nosotros un afecto y una amistad esen­
ciales y siempre presentes en mí». Cabe suponer que esos encuen­
tros se realizaban en las diversas tertulias donde podían coincidir,
tanto en el Jockey como en casa de Gómez Dávila. Desde luego la
mayor parte del fin de semana lo pasaba en Canoas-Gómez fuera
de Bogotá, desde allí regresaba todos los domingos a la tertulia
en su casa de la carrera 11 con calle 77 donde su mujer Emilia
les dejaba una enorme cafetera por todo acompañamiento. Allí
al parecer se hablaba un poco de todo como nos dice Francisco
Pizano de Brigard en las notas que se han recogido recientemente
en una publicación de la Universidad de los Andes. Entre los asi­
duos, Mauricio Galindo Hurtado ha citado como mínimo a los
siguientes:

«Gómez Dávila fue un magnífico conversador, como lo ates­


tiguan aquellos que pertenecieron al círculo de sus amistades. En

9. B illé , P., «Entrevista a Alvaro Mutis», pp. 60-61.


34 Democracia y nihilismo

torno a él se reunieron muchas tardes de domingo Alberto Lleras


Camargo, Mario Laserna, Alvaro Mutis, Alberto Zalamea, Francis­
co Pizano, Abelardo Forero Benavides, Hernando Téllez y Douglas
Botero, quienes acompañados tan sólo de una taza de tinto10, em­
pezaban hablando de los problemas del país y terminaban metidos
con la filosofía de Kant o la historia de Burckhardt. Después de su
retorno a Colombia, Gómez Dávila sólo saldría una vez más del
país. Fue en 1959, cuando en compañía de su esposa, recorrió los
países de Europa occidental durante seis meses en un automóvil
que había comprado al llegar. Cuando regresó a Bogotá, fue para
no salir nunca más»11.

De nuevo se introduce otra inexactitud en los relatos sobre


Gómez Dávila pues la fecha del viaje a Europa en este caso está
confundida.
Por lo que sabemos don Colacho tendía a escuchar, más que a
hablar, aunque sus intervenciones han sido recordadas con enorme
interés en las menciones que hicieron sus amigos o incluso en la
influencia que tuvo sobre alguno como Hernando Téllez. Al me­
nos eso parece apuntar Pizano de Brigard al recordar la relación
estrecha de Hernando con don Colacho como uno de los con­
tertulios principales. Pizano menciona también la influencia que
Gómez Dávila, sin proponérselo, ejercía a su alrededor:

«Dice que es de las muy pocas personas que vio ir mejorando a


medida que vivía y no lo contrario. Nos preguntamos cómo hubiera
podido ser el desarrollo de Téllez en diez años más. Es indudable
que la influencia de Nicolás sobre él era muy grande y que cuando
empezaron su amistad Téllez era liberal-progresista-revolucionario
y ateo. Al final era un escéptico en cuanto los resultados del pro­

10. Para lectores españoles, tinto es café solo.


11. G a lin do H urtado , M., «Un pensador aristocrático en los Andes»,
2001, pp. 13-26.
Una vida sustrato de una obra 35

greso y de la revolución, y sin ser tal vez un hombre religioso, no


le parecía el problema religioso un problema resuelto o absurdo; es
decir, aceptaba francamente que ese era un problema de primera
importancia»12.

La observación de Pizano probaría el valor respecto a una per­


sona inteligente de la falta de interés apologético de don Colacho,
del susurro frente al discurso, de la mano que entrega a otra en
contraste con el interés publicista.
Al hablar de la tertulia y enumerar los asistentes creo que tam­
bién se ha podido dar una imagen equívoca. En efecto, la tertulia
mantenida por muchos años da lugar a asistentes variados, a una
lista larga de quienes pudieron acudir esporádicamente. Si por el
contrario atendemos a las Conversaciones con Gómez Dávila de
Francisco Pizano de Brigard, encontramos unas pocas personas
en reuniones, unas en la tertulia de la casa y otras en el Jockey.
Los citados en el periodo comentado de octubre de 1964 hasta
la muerte de Hernando Téllez en 1967 son además de Nicolás
hijo, los siguientes: Francisco Pizano de Brigard, que es el relator
de un número limitado de encuentros, Hernando Téllez, Jorge
Franco, J. J. García, Mario Laserna, Jaime Laserna y Martinón
(apodo de Hernando Martínez-Rueda). Para Pizano de Brigard el
contrapunto, acompañante y animador esencial de la tertulia con
don Colacho era Hernando Tellez:

«Desde que no escribía ha muerto Hernando Téllez. Las reu­


niones donde Nicolás son ahora menos frecuentes, pues él era mi
compañero casi siempre. Jorge Franco no es muy asiduo y Mario
viaja, sale, invita a su casa y cuando no, le da el sueño muy tempra­
no; y por lo general no le gusta mucho este tipo de conversación.

12. P iz a n o d e B r ig a r d , R, Semblanza de un colombiano universal\ 2013,


p. 69.
36 Democracia y nihilismo

Téllez nos hace mucha falta y aun cuando no lo mencionamos,


sentimos su ausencia cuando nos reunimos. Nicolás anotaba cómo,
habiéndolo conocido con una amistad muy estrecha y una confian­
za muy grande por más de veinticinco años, hoy día es un enigma
para él como era verdaderamente Hernando»13.

Daniel Samper Pizano, periodista y escritor, hermano del pre­


sidente de la República Ernesto Samper Pizano, en un «recuerdo»
de don Colacho publicado en el diario El Tiempo de Bogotá lo
sitúa en alguna de lo que llama sus escasas salidas en la tertulia del
café El Automático, sito en la avenida Jiménez, «punto de encuen­
tro de la intelectualidad».
Un recuento de estas actividades permite deducir que Gómez
Dávila tenía mucho tiempo que dedicar al ocio, que en su caso
como hemos dicho era un ocio creativo, definidor a sus ojos de
toda una forma de vida que quedará reflejada ampliamente en su
obra. Acierta en este punto plenamente Volpi y no se debe llevar el
esfuerzo desmitificador más allá de una matización. El rasgo funda­
mental de la vida de Gómez Dávila es la dedicación a la lectura. En
ella emplearía lo que alguien convencionalmente llamaría su tiempo
f libre. Su actividad se centraba en la lectura anotada, única forma
que él tenía de hacer suyo lo leído según propia confesión. La nota
marginal, que sería el origen de los escolios que publicaba, se hacía
en hojas aparte, nunca en los libros, que aparecen inmaculados. Es­
tas notas luego, al parecer, se mecanografiaban y muy reelaboradas
acabaron siendo su obra más renombrada. De esta forma, si la rela­
ción de los libros que había en su biblioteca es esencial, la búsqueda
de los mismos en la Biblioteca Luis Angel Arango del Banco de la
República, donde solo los más antiguos se mantienen aparte del
Fondo general, no ofrece pistas de la impresión de la lectura en el

13. Ibíd., p. 6 8 .
Una vida sustrato de una obra 37

propio autor. Hay que irse a los escolios, donde raramente cita el
texto que le sirve de referencia, ya veremos si por afán de oculta­
ción, como parece afirmar en un sentido Rabier14, o por entender
que la tradición constituye una entidad única que se integra en la
referencia del escolio. Mero comentario, eso sí, muy cuidado donde ’
se diluyen el autor individual del texto de referencia y el escoliasta.
Samper cita, sin embargo, unos cuadernos donde realizaba las
anotaciones, ignoro en este caso la fuente, pues los cuadernos no
han aparecido tampoco:
«De pronto cogía un lápiz, abría un cuaderno verde de tapa
dura y escribía algunas líneas. Esas líneas eran los aforismos o esco­
lios, como él los bautizó»15.
Sobre la biblioteca-casa vuelve Juan Gustavo Cobo Borda en la
Revista de la Universidad de Antioquia:
«La capacidad de resistencia de la casa se debe sin lugar a dudas,
a la maravillosa biblioteca única en Colombia, donde lo mejor que
se ha escrito en Occidente, en su idioma original y en sus primeras
ediciones crea su propio orden mágico, de las cruzadas a los episto­
larios del siglo xvni: Los volúmenes de teología e historia, política y
arte se acumulan en doble hilera, invaden el piso y ascienden, al pie
de los estantes ya llenos, pero el ámbito no se halla saturado. Da, al
contrario, la sensación de una vastedad más amplia. Un lugar donde
es factible respirar.
Dos mesas, un calentador, tres o cuatro sillones con ruedas, y
uno fijo cerca de la lámpara, constituyen todo el mobiliario. En este
último, un hombre de 78 años, a quien no hace mucho operaron de
cataratas, relee a Charles Peguy»16.

14. C f. R a bier , M., «Nicolás-Gómez Dávila y las paradojas del conserva- \


durismo»,‘20l4, pp. 226-243.
15. S a m per P izan o , D., Bibliotecagomezdaviliana, 2003, p. 124.
16. C obo B orda , J. G., «El reaccionario que abolió el progreso», 2013,
p. 34.
38 Democracia y nihilismo

1.3. L a b i b l i o t e c a , c e n t r o d e v id a

Es pues la biblioteca, como ha señalado Rabier17, el referente


tanto de la obra como de la vida de Gómez Dávila. En cierta for­
ma la biblioteca acabó siendo su vida e inundó su casa de estilo
Tudor, hoy sede de una empresa aeronáutica, en apretadas estan­
terías de varias filas de libros. La conquista fue casi completa, al
final solo resistió el comedor. La biblioteca, al inundarlo todo,
se convirtió en forma de vida, en el lugar, por ejemplo, donde
jugaban sus hijos. De ahí podría derivarse en parte la afición a la
lectura nocturna que desarrolló don Colacho. Siendo el lugar don­
de vivía, también fue la biblioteca el lugar donde murió, pues allí
habían situado la cama de hospital donde pasó sus últimos días.
Su hija Rosa Emilia Gómez, en una entrevista publicada en
el diario El Tiempo, describió la vida familiar con unos caracteres
que contrastan con una imagen excesivamente formal del perso­
naje: «Llegábamos después del colegio, botábamos las maletas del
piso y en cuatro patas hacíamos las tareas. Desde que me acuerdo,
las paredes estaban cubiertas de libros: Y cuando se llenaron los es­
tantes con dos o tres filas de libros y libros superpuestos, mi papá
invadió otros espacios de la casa: primero una habitación, luego
la mansarda. Su biblioteca era su mundo. Ahí vivía, leía, escribía,
se reunía con sus amigos. Cuando enfermó bajamos su cama a la
biblioteca. Murió entre sus libros»18.
En la imagen y la vida gomezdaviliana es constante la centra-
lidad de la biblioteca. Quienes le visitan, tienen tertulias, ayudan
en la edición posterior de sus obras aluden a este aspecto. Si bien,
como hemos dicho, los libros al no estar anotados no nos dan

17. R a bier , M., «Biblioteca gomezdaviliana: las fuentes bibliográficas del


pensamiento de Nicolás Gómez Dávila», 2013, pp. 235-248.
18. G ó m e z N ie t o , R. E., «Entrevista», 2006.
Una vida sustrato de una obra 39

pruebas de las impresiones del autor en cada lectura, que solo ob­
tenemos a través de las Notas y los Escolios, la enumeración de las
obras al menos nos guía por donde don Colacho leía. Y ello en
cuanto, según testimonio de la familia, él solo compraba para leer
y no para coleccionar. Eso es al menos lo que dice Rosa Emilia
Gómez Nieto: «Allá el libro no se compraba en función de la bi­
blioteca o el precio sino porque le interesaba a mi papá»19. Sobre
este punto tenemos otro testimonio de Francisco Pizano que se
extiende también a su propia biblioteca y a la de Hernando Téllez.
El comentario incluye algún rasgo humorístico sobre cierto afán
cultural bogotano:

«Hablamos un poco de libros y le contamos a Hernando que


nos acaban de llegar a Nicolás y a mí algunos sobre la Revolución
francesa, que habíamos pedido hace un tiempo. La biblioteca de
Hernando es una biblioteca bien escogida y leída; claro que no resis­
te comparación, en ninguno de los dos aspectos (pero ¿cuál que yo
conozca la resiste?), con la de Nicolás. Le comienza a pasar como a
mí (siendo la mía de proporciones muy modestas, que la Pléiade de
la Nouvelle Revue Fran^aise me tiene invadido y en muchos casos
duplicado. Peor una vez embarcado en ella, ¿Cómo dejarla incom­
pleta? Por reírme un poco, le digo a Hernando que le hace falta por
lo menos 1,5 metros de Pléiade. Hernando me mira con su único
ojo y se sonríe, porque verdaderamente en muchas casas, con ese
ingenuo afán de cultura que ahora nos invade, le compran unos dos
metros de Pléiade y otro de Skira para distribuir entre porcelanas y
antigüedades sin mérito»20.

Una curiosidad sobre La Pléiade es la broma que se permi­


te Fréderic Schiffter en su ensayo sobre pensamiento Le charme

19. R a bier , M., Biblioteca gomezdaviliana, 2013, p. 236.


20. P izano de B rigard , F., Semblanza de un colombiano universal, 2013.
p. 52.
40 Democracia y nihilismo

des penseurs tristes. Uno de esos pensadores tristes que tienen en­
canto es el propio Gómez Dávila, que aparece junto a Sócrates,
el Eclesiastés, La Rochefoucauld, Mme. du Deffand, Hérault de
Séchelles, Cioran, Caraco, Henri Roorda o Roland Joccard. Pre­
cisamente al comentar a Cioran bromea sobre el hecho de que se
le hubiese incluido en La Pléiade recordando a un tipo de Bia-
rritz que era propietario de diversos restaurantes y que tenía la
colección. Como era de suponer, hacía pasar a sus visitantes a su
biblioteca, donde les hablaba de todo menos de literatura, encar­
nando a juicio de Schiffter al ignorante bibliómano de Luciano de
Samosata. Añade Schiffter que los pocos ejemplares que él tuvo de
La Pléiade eran robados21.
De todas formas toda persona que lee y adquiere libros con
asiduidad sabe la diferencia que existe entre la voluntad de leer y
la capacidad que uno tiene de leer todo lo que se propone. En este
punto hay también que considerar que la vuelta sobre libros ya
leídos es una constante en la obra gomezdaviliana, principalmente
como ejercicio espiritual.
Afortunadamente contamos, además del catálogo del Fondo
Gómez Dávila de la República, con el listado original o Alpha que
sus hijos hicieron al desmontar la biblioteca. En el listado de la
Colección Gómez Dávila de la Biblioteca Luis Angel Arango hay
un total de 27582 volúmenes que corresponden a 16935 títulos.
El listado Alpha tiene más volúmenes y títulos. Las diferencias
señaladas por Rabier22 en el artículo que venimos citando se deben
a dos razones: por un lado, el catálogo del Biblioteca Luis Angel
Arango está realizado con más cuidado e información en cuanto
al nombre de autor e incluye edición y año; por otra parte, no
todos los libros de la biblioteca desmontada del primer catálogo

21. S c h iffter , F., Le charme des penseurs tristes, 2013, p. 9 7 .


22. R a bier , M., Biblioteca gomezdaviliana, 2013, p. 238.
Una vida sustrato de una obra 41

se vendieron a la Luis Ángel Arango. En conclusión, aunque en el


listado Alfa no figura la edición, sí es útil para dar algunas pautas
generales sobre la formación y los gustos gomezdavilianos.
Sobre el inventario que vio en su redacción original, Halim
Badui ha escrito que: «Gracias al inventario realizado durante casi
dos años por sus hijos después de la muerte de Gómez Dávila, se
evidencia la riqueza de sus ejemplares: 143 volúmenes con toda la
obra de Goethe, 28 textos inéditos de Rousseau, miles de libros de
autores como Aristóteles, Platón, Anaxímenes, Tales de Mileto,
Anaxágoras, Séneca, Santo Tomás de Aquino, Espinosa, Kant,
Schopenhauer, Heidegger, Kierkegaard, Hegel, Engels; Marx,
Nietszche...»23.
La primera evidencia es que la mayor parte de la biblioteca está
en francés. Según Rabier son 7106 títulos. Esto es evidente respec­
to a los autores franceses que son mayoría pero también respecto a
los clásicos grecolatinos, muchos están en ediciones francesas con
preferencia a las alemanas o inglesas, y por supuesto respecto a los
autores de lenguas que don Colacho no dominaba. En este punto
no hay ninguna duda. Dostoievski o Tolstoi o Gogol están en
francés, que es el idioma en el que parece manejarse especialmente
bien Gómez Dávila. Cierto es además que en los momentos de su
formación no hay color entre las traducciones al francés o al espa­
ñol de clásicos, por ejemplo rusos.
Los otros dos idiomas en los que hay más libros, considerando
que Gómez Dávila intentaba en lo posible leer en lengua original,
son el inglés en segundo lugar con 4937 títulos y el alemán con
2816. En ambos se encuentra el grueso de los clásicos de estas
lenguas, aunque hay un claro desequilibrio a favor del inglés en
literatura del siglo XX por la presencia casi completa del renaci­

23. B a d u i - Q u esada , H., «Apuntes para una biblioteca imaginaria»,


2007, p. 181.
42 Democracia y nihilismo

miento católico inglés con Chesterton, o Belloc. Como curiosidad


hay que señalar el gusto de don Colacho por P. G. Wodehouse.
A continuación se situarían las obras en español con 718 títu­
los y en italiano con 454. En estas lenguas hay predominio litera­
rio. Por ejemplo, en español se observa un claro desequilibrio entre
los autores que podríamos denominar de formación del idioma,
está todo Azorín y mucho Eugenio D’Ors, respecto a obras de
pensamiento. Por otra parte, este desequilibrio no puede sorpren­
der en ninguna biblioteca.
Todos los que le trataron insisten en el dominio de los clásicos
en los idiomas originales griego y latín, y en efecto, suman 298
títulos. Finalmente, hay 69 títulos en portugués.
No hay presencia destacada de libros en otros idiomas, aunque,
tal como se ha dicho, aparecen algunas excepciones. Por ejemplo,
si bien las obras de Kierkegaard se tienen preferentemente en edi­
ciones francesas, es cierto que hay también ediciones danesas, por
lo que parece que no es una leyenda su empeño en intentar acer­
carse a este autor en su difícil idioma original. Este empeño es,
desde mi punto de vista, muy indicativo del modo en el que Gó­
mez Dávila valora la superación de la crisis filosófica y religiosa, y
da cuenta de la ambivalencia de la posición religiosa gomezdavilia­
na, en el sentido de que es un cristiano románico que realiza una
aproximación antiescolástica o al menos extraescolástica24.
Una clasificación por materias resulta muy difícil de realizar,
pues los gustos de Gómez Dávila son muy diversos y van desde la
arquitectura a la economía o psicología. De nuevo con afán de con­
traste respecto a lo que se ha señalado en los resúmenes biográficos
se observa una gran presencia de la poesía en la biblioteca, eviden­
temente en los idiomas originales. Por ejemplo, de Pessoa solo está
la poesía. En este punto no falta ninguno de los grandes autores de

24. Cf. B a rtyzel , J ., «El estilo ro m á n tico en el ca to licism o » , 2008, p. 54.


Una vida sustrato de una obra 43

la poesía occidental y es la faceta donde probablemente hay más


textos en español. Como contraste a sus gustos en otras áreas hay
que señalar su preferencia por Antonio Machado entre los poetas en
español del siglo XX, tal como relata su hija Rosa Emilia y corrobora
Francisco Pizano al referirse al final de una de sus tertulias:

«Acabamos leyendo a Antonio Machado. Siempre que lee­


mos versos acabamos en Machado, que además Hernando lee
admirablemente»25.

Casi tan importantes como las presencias son las ausencias.


Halim Badui-Quesada vuelve sobre otro tópico de nuestro autor,
en este caso, dato indiscutible: el extrañamiento al mundo latino­
americano:

«La literatura estaba presente con la obra completa en espléndi­


das ediciones príncipes de autores como Cervantes, Lope de Vega,
Shakespeare, Víctor Hugo, Paul Valery, Marcel Proust, Stephan
Mallarmé, Julio Verne, Bertolt Brecht, Thomas Mann y James
Joyce. De literatura latinoamericana no poseía casi nada, ningu­
no de los autores del boom estaba representado, ni siquiera García
Márquez. Sólo dos libros de Cortázar y dos de Borges, además de
algunas obras de sus amigos colombianos Alvaro Mutis y Juan Gus­
tavo Cobo Borda quien también posee una espléndida biblioteca
que no debe perderse de vista»26.

La biblioteca se ha salvado, en cierta medida, del destino de


muchas otras bibliotecas reunidas por grandes lectores: el des­
membramiento. La familia para mantenerla unida la vendió a la

25. P izano de B rigard , E, Semblanza de un colombiano universal, 2013,


p. 54.
26. B a d ui - Q uesada , H., «Apuntes para una biblioteca imaginaria», 2007,
p. 181.
44 Democracia y nihilismo

Biblioteca del Banco de la República. Allí los libros posteriores a


1950 pasaron a la Sala General, mientras los anteriores se podrán
leer en su momento con el cúmulo de dificultades que suelen po­
ner para estas labores algunos bibliotecarios. Eso sí, el legado no
permanece unido en una «Sala Gómez Dávila» de la Biblioteca, lo
que es una lástima.
En la «Sala Libros Raros y Manuscritos» de la Biblioteca Luis
Angel Arango, sin mención especial a Gómez Dávila, se encuen­
tran tres incunables de su legado:
De Marullo Tarcaniota, Michele, d. 1500, se encuentra Hym-
ni et epigrammata Marulli, editado en Florencia por Societas Co-
lubris, 1497, que aparecía con el número 10270 en la relación Alfa
de la biblioteca gomezdaviliana. Del papa Pío II, editado en 1496
en Núremberg, la Epistole Enee Siluij, o Carta a Mehomed //, que
aparece con el 12161 de la biblioteca original y es una epístola
de gran relevancia en la descripción de la posible respuesta de la
Cristiandad al Turco. Finalmente, de Johannes Cassianus, De Ins-
titutis cenobiorum origi[n]e, causis et remediis vitiorum; Collatio[n]
ibus patrum, impreso en Basilea por Joannem Amerbach, 1497,
con el número 2908.
Otros libros del legado fueron los relatos de viajes de León el
Africano de 1556, una edición de Maquiavelo de 1550, las Leyes
de India o más precisamente la recopilación de las Leyes de Indias
realizada durante el reinado de rey Carlos II. Parece, por lo tanto,
que sin ser exactamente un coleccionista Gómez Dávila reunió un
número relevante de obras valiosas.
En el primer artículo sistemático sobre la biblioteca gomezda­
viliana, ciertamente en relación con la de Hernando Medel, Halim
Badui-Quesada destaca especialmente las siguientes posesiones:

«Gómez Dávila conservaba además, piezas tan importantes


como varios incunables italianos, españoles y flamencos; 500 tomos
Una vida sustrato de una obra 45

de la patrología griega y latina; la edición de 1550 de las Opere, de


Nicolás de Maquiavelo; una Biblia en latín de 1551 y la Biblia Sacra
Veteris de 1558; una edición de 1532 con las obras de Petrarca, y la
segunda edición del Diccionario de la Lengua Castellana de 1726,
entre muchos otros»27.

En muchos casos la mera lectura del catálogo de una biblio­


teca puede darnos una idea cierta de la orientación ideológica de
un autor. Alfredo Andrés Abad Torres, en una especie de primera
reivindicación, alude a la vastedad de las fuentes para, en cierta
forma, suavizar la asimilación completa Gómez Dávila al conser­
vadurismo o reaccionarismo. Dice a este respecto:

«Basándose en el contexto del joven pensador durante su es­


tancia en París, se ha querido fundar una conexión ideológica con
escritores como Justus Mósser, Charles Maurras, Maurice Barres,
Juan Donoso Cortés entre otros. Pero la lectura de Gómez Dávi­
la ofrece un panorama mucho más amplio que la reducción de su
dependencia o identidad con el fenómeno reaccionario, a pesar de
que la mayor parte de la crítica sobre su pensamiento hace énfasis
en la pertenencia que el autor tuviese con respecto al pensamiento
reaccionario o conservador»28.

Nosotros coincidimos con Rabier, aceptando la pluralidad de


fuentes y la notable preeminencia del pensamiento clásico -n o en-
marcable en las diferencias ideológicas de la modernidad- en que
la primacía de las fuentes del pensamiento político se encuentra en
lo que de forma genérica -forma que requerirá numerosas matiza-
ciones en su momento por el juego de los términos conservador,
contrarrevolucionario, reaccionario, conservatista- se ha denomi­
nado pensamiento conservador. En este sentido y atendiendo so­

2 7 . Ib íd ., p. 1 8 2 .
2 8 . A b a d T o r r e s , A ., Pensar lo implícito, 2 0 0 8 , p. 3 1 .
46 Democracia y nihilismo

bre todo al pensamiento inglés, francés y alemán, podemos decir


que no falta ningún título de los fundamentales. Estas escuelas de
influencia en atención a la bibliografía son: 1) la escuela intelectual
de la Acción Francesa, 2) Los contrarrevolucionarios franceses, 3)
la contra-ilustración y el romanticismo alemán, 4) los pensadores
de la Revolución conservadora alemana, 5) los románticos, apo­
logistas del cristianismo y conservadores ingleses y el liberalismo
intelectual y económico europeo29.
Siendo apreciable la división de Rabier, me parece, en cierta
medida, tan arbitraria como cualquier división. Personalmente yo
empezaría colocando la influencia contrarrevolucionaria por de­
lante de la influencia de la Acción Francesa y distinguiría como
muy notable la presencia de los liberales conservadores franceses
con Chateaubriand y Tocqueville a la cabeza. De los ingleses hay
un peso notable de los amigos distribucionistas Chesterton y Be-
lloc. Las referencias al campesinado y a la destrucción capitalista
que se encuentran en los escolios podrían tener esa procedencia.
Finalmente me atrevería a distinguir un grupo de los malditos ca­
tólicos o cristianos donde situaría a Barbey dAurevilly, Baudelai-
re, Dostoievski por los ortodoxos y a León Bloy, base este último
de su crítica burguesa.
Sobre la lectura gomezdaviliana, su profundidad y su exten­
sión, tenemos también otro testimonio de Pizano, que nos da al­
guna clave. Según esta, y atendiendo a los propios cálculos de Gó­
mez Dávila, nuestro autor no pudo asumir la lectura del conjunto
de la biblioteca que llegó a reunir. De nuevo habla Gómez Dávila
por la pluma de Pizano:
«Al observar las pilas de libros que, falto de espacio en los es­
tantes, Nicolás ha ido amontonando en mesas, sillas y rincones,

29. Cf. R a b ie r , M., «Nicolás Gómez Dávila y las paradojas del conserva-
durism-ov20,M. 8 '* ¿4 7 f/ | r-v r’; ^ ;•** 2
Una vida sustrato de una obra 47

comentamos la imposibilidad de leer aún una parte mínima y esco­


gida de lo que hoy se publica. Nicolás dice que, según sus cálculos
leer diez mil en toda una vida de lectura es el máximo posible.
Cincuenta años a doscientos libros por año, o sea uno cada dos o
tres días, diez horas diarias de lectura, y lo que se olvida y lo que
hay que releer, ¡y lo que hay que dar de tiempo a un libro de pensa­
miento maduro y denso!, y lo que se pierde en libros que no valían
la pena, que después parecen insignificantes. Nicolás dice que en
esta época le parece muy difícil tener un criterio literario firme.
Que no le parece que la crítica haya en general pecado por haber
desconocido a los buenos escritores sino por haber consagrado a
tantos malos. Como caso agudo cita, por ejemplo, los premios No­
bel concedidos a los grandes escritores y a los que hoy aparecen ya
como insignificantes»30.

Parece, en consecuencia, que según sus propios cálculos y aun


cuando superó con mucho los cincuenta años de lector, nuestro
autor no tuvo tiempo de dominar la totalidad de su biblioteca.
Debemos introducir otra matización. Gómez Dávila es excep­
cional por el tamaño y selección de su biblioteca y por la vastedad
de su cultura, sin embargo, no es excepcional porque pertenecien­
do a la familia y a la clase a la que estaba vinculado fuese extraor­
dinario tener una biblioteca al menos aceptable y ciertas ínfulas
intelectuales. Si miramos el catálogo de bibliotecas donadas o ven­
didas al Banco de la República, o a las menciones a bibliotecas
del siglo XIX colombiano, constatamos que la de Gómez Dávila
fue una entre otras, aunque probablemente una de las mejores.
Es más, no se ha hecho que yo sepa el esfuerzo de saber cuál es la
base heredada de la biblioteca gomezdaviliana, lo que resultaría
interesante para determinar la posterior selección de nuestro autor.

30. P iz a n o d e B r ig a r d , F., Semblanza de un colombiano universal\ 2013,


p. 50.
48 Democracia y nihilismo

No tanto sobre las bibliotecas más clásicas del XIX sino sobre
las contemporáneas en Colombia a la de don Colacho tenemos un
interesante artículo, más exactamente una serie de artículos firma­
dos por diversos autores, de la Revista La Tadeotn un volumen que
se refiere a «Bibliotecas con nombre propio»31.

1.4. L a VIDA INAUTÉNTICA

El pensamiento gomezdaviliano contrapone la vida normal,


cotidiana, con los afanes de todos los días, que constituiría una

31 . Po m g o , M., Z alam ea , A. y otros, «Bibliomanía. Bibliotecas con nombre


propio», Revista La Tadeo 65 (2001), 95-111. Se citan entre otras la de Bernardo
Mendel, emigrado austriaco que reunió también más de treinta mil volúmenes y
estaba centrada en historia austriaca y europea, música y temas latinoamericanos.
En esto último sería una biblioteca opuesta a la de don Colacho. Esta biblioteca
se perdió para Colombia, cosa que como sabemos no ha ocurrido con la biblio­
teca gomezdaviliana. También la de Fernando Martínez Sanabria, arquitecto que
reunió sobre arte y literatura unos veinte mil títulos. Otro vienés -amigo de Ber­
nardo Mendel- dedicó su vida a la construcción de una biblioteca, centro sobre
el que giraba la casa, que fue adquirida ejemplar a ejemplar con preferencia a la
compra de otras bibliotecas. Alberto Zalamea describe la de don Colacho, con B
mayor, donde en un salón principal diseñado probablemente por Pablito de la
Cruz en los años cuarenta se encontraba el más erudito y a la par el más sencillo
de los hombres con los que trató el periodista. El desorden frente al orden de don
Colacho es descrito en la biblioteca del poeta León de GreifF, denominada de
forma más que simbólica el cuarto del búho. Se cita también a Bernardo Ramírez
que donó también su biblioteca desorganizada al Banco de la República «que
ya la organizaría». En filosofía destacó la de Abel Naranjo Villegas que también
superó los veinte mil volúmenes. La mayor, la de Alfonso Palacio Rudas con más
de 90000 volúmenes y también centro cultural donde giraba la vida y la propia
casa. O finalmente la de Germán Arciniegas donada a la Biblioteca Nacional de
Colombia. La singularidad completa de Gómez Dávila es, por tanto, respecto a
este interés bibliófilo en el siglo XX colombiano, la reflexión que realiza desde su
biblioteca y que se expresa en los Escolios.
Una vida sustrato de una obra i 49

forma inauténtica de vida o que sería la forma de vida en la que no


se aprende nada, con la vida verdadera en el diálogo con las obras
del pasado. Lo expresó con claridad nuestro autor: «El hombre no
debe su experiencia a la vida, sino a los ratos de ocio que le deja»,
Escolios I, 104. Aun cuando don Colacho batalló pasivamente por
la segunda, es notorio que tuvo, como todos, que padecer la pri­
mera forma de vida.
Así el eremitismo de don Colacho, como vemos muy relativo,
debe situarse también en el contexto de su generación y de su Bo­
gotá, donde fuera del club y las casas de los amigos no era usual
otro tipo de vida social. Si atendemos a la crónica del periódico
El Tiempo referente de la vida bogotana de cierta época, Nicolás
Gómez Dávila y doña Emilia Nieto de Gómez aparecen reiterada­
mente citados en diversas actividades y reuniones desde los años
treinta32.
También desmiente, por cierto, el diario El Tiempo el aleja­
miento total de la vida pública. Don Colacho por su posición
y antecedentes familiares desperdició la oportunidad de ejercer
mayor protagonismo del que tuvo. Al parecer rechazó cargos de
cierta responsabilidad, incluso una embajada en Londres y quizás,
como tanteo, una candidatura a la Presidencia de la República, lo
que podría ser sin embargo parte de la «leyenda del personaje». La

32. Por ejemplo, el 30 de septiembre de 1937, en un baile en el Palacio


de San Carlos; el 16 de diciembre de 1937, en una novena de aguinaldos; el 16
de mayo de 1938, en un almuerzo en «Soratama», casa de campo de Ignacio
Gómez Dávila; el 2 de septiembre de 1939, en un baile homenaje a Gloria
Villegas; el 28 de octubre de 1961, en el enlace de Roberto Aparicio Gómez y
Pilar Uribe Holguín, en el que fue padrino de bodas; el 29 de octubre de 1968,
en el homenaje a Carlos Sanz de Santamaría, y por supuesto, en los grandes
acontecimientos familiares como el matrimonio de Nicolás Gómez Nieto con
Gladys Pombo Kopp, el 24 de octubre de 1965, en la Capilla de Santa María de
los Angeles en Bogotá o el de Juan Manuel Gómez Nieto y Sylvia Pérez Uribe,
en noviembre de 1970.
50 Democracia y nihilismo

anécdota procede probablemente del hecho de que su hermano,


hijo de la primera mujer de su padre Hernando Gómez Tanco,
fue candidato presidencial. Sin embargo, aparecen como datos
constatados al menos su nombramiento el 31 de marzo de 1943
como miembro de la Comisión de Defensa Económica Nacional
en sustitución de Mariano Ospina Pérez, cargo que declinó. De­
bemos resaltar dos cosas, en primer lugar, Gómez Dávila apenas
tenía treinta años cuando fue propuesto para ese puesto. En se­
gundo lugar, es especialmente relevante que el cargo económico
le fue concedido durante la presidencia del liberal de tendencia
socialdemócrata Alfonso López Pumarejo. Aunque sustituiría al
conservador Mariano Ospina, cubriendo, en cierto sentido, una
cuota. Mucho más adelante, el 22 de mayo de 1968, sería nom­
brado miembro de la Junta Directiva de la Corporación Nacional
para el desarrollo del Chocó, con la presidencia de Carlos Lleras
Restrepo (liberal) y el ministro Douglas Botero, gran amigo suyo.
Compartió la responsabilidad con el conservador Ospina Pérez y
el liberal Lleras Camargo, ambos expresidentes de la República.
También aparece su participación por designación en el gobierno
de la municipalidad de Bogotá o su presencia destacada en actos
del partido conservador. Sin ánimo de ser exhaustivos podemos
citar su participación el 15 de diciembre de 1970 en el homenaje
a Abelardo Forero Benavides como ministro de Gobierno o el 12
de septiembre de 1976 en la comida de honor de Ignacio Vélez
Escobar y Raimundo Emiliani Román como presidente y vicepre­
sidente del Directorio Nacional Conservador.
En Notas, recordemos que es su obra primeriza, redactada sin
ánimo de publicar en los años cuarenta y cincuenta, nos daba las
claves de cómo su relación displicente con la política activa, a la
que tantas veces estuvo llamado, no era casual sino que es un ele­
mento buscado de su trayectoria vital, fuertemente vinculado, cla­
ro está, a su ideal del reaccionario auténtico:
Una vida sustrato de una obra 51

«A la política militante, como a la polémica estética, no logra­


mos escapar sino cuando hemos comprendido que ningún ideal
dura en el tiempo, y que no vale la pena, luego, luchar por tan
vacilantes victorias», Notas, 128.

En cuanto a la justificación de la actividad política, esta solo


parece plausible cuando se puede lograr algo, veremos que con el
tiempo se ratificará en su impresión de que en las actuales circuns­
tancias eso es imposible:

«La acción política puede justificarse cuando la necesidad de los


acontecimientos parece permitir un Estado acorde a nuestro secreto
deseo; pero ni la lucha contra lo inevitable, ni el esfuerzo para man­
tener un Estado indiferente a toda nobleza, merecen distraernos de
nuestros seguros placeres», Notas, 128.

Al ver las pequeñas infidelidades que cometió a su ideal de


vida no podemos sino recordar otra de sus ironías, algo amarga
pero extraordinariamente descriptiva de la vida de casi todos noso­
tros: «Vivir es transigir y transigir es envilecerse», Notas, 85.
En el aspecto más puramente económico su actividad estuvo
relacionada con el Banco Hipotecario de Colombia, fundado el 21
de abril de 1910 por su abuelo, el general Juan Manuel Dávila, y
su padre, Nicolás Gómez Saiz, entre otros. El 13 de junio de 1944
cambia el nombre por el de Banco de los Andes, que se fusionó
el 21 de diciembre de 1967 con el Banco de Bogotá. Estuvo en el
consejo del Banco de los Andes, probablemente de forma inter­
mitente desde el año 1944 hasta como mínimo el 30 de enero de
1964. Podemos decir, sin desvirtuar al personaje, que su actividad
financiera fue muy intensa. Compaginar esta dedicación con su
crítica del burgués, excluyendo la presencia de un absoluto cinismo
o una especie de doble vida requiere una explicación que esperamos
desarrollar en el contexto del reaccionario literario. Como en todo,
hay un escolio extraordinariamente lúcido que ilumina la cuestión:
52 Democracia y nihilismo

«Clase social alta es aquella para la cual la actividad económica


es medio, clase media aquella para la cual es fin.
El burgués no aspira a ser rico, sino más rico», Escolios, I, 323.

En este aspecto es claro que Gómez Dávila se comportó siem­


pre con los caracteres que atribuía a los miembros de la clase alta,
evitando cualquier tipo de tentación «burguesa».
En cuanto a su relación con la vida cultural de su época, de
nuevo tenemos que matizar una impresión que se ha difundido y
que le situaría como una figura absolutamente aislada. Es cierto
que, aun cuando la referencia a su nombramiento para la Comi­
sión de Defensa Económica lo cita como doctor Gómez Dávila,
no hay constancia de que pasase por las aulas universitarias, ni
como alumno ni como profesor de la enseñanza regular.
En enero de 1943 presentó una renuncia no aceptada al cargo
de calificador del premio de literatura «Ciudad de Bogotá» desig­
nado por el Concejo de la ciudad, junto a él fue nombrado el padre
Félix Restrepo, director de la Academia Colombiana de la Lengua.
En la biografía del fundador de la Universidad de los Andes,
Mario Laserna reconoce que Nicolás Gómez Dávila, entonces en
la treintena, fue su mentor y le aconsejó trasladarse a estudiar a
la Universidad de Columbia, lo que mostraría que al menos para
otros no entendía que la enseñanza universitaria fuera perjudicial.
A su vuelta Mario Laserna decidió fundar la Universidad de
los Andes. En el proyecto fundador aparecen amigos y conocidos
de Gómez Dávila como Francisco Pizano de Brigard y Alberto
Lleras Camargo. El actual rector Pablo Navas al comentar el tex­
to de homenaje al centenario de Gómez Dávila publicado por la
Universidad de los Andes da la clave de la importancia de don
Colacho en la puesta en marcha de este proyecto:

«La Universidad de los Andes se quiere unir a esta celebración,


porque don Nicolás desempeñó un papel fundamental en su géne-
Una vida sustrato de una obra 53

sis. Además de ser uno de los fundadores, fue miembro activo de su


Consejo Directivo en los primeros años, y durante toda su vida fue
contertulio de los que tuvieron sus riendas. Mario Laserna, funda­
dor distinguido de esta Universidad, escribió hace unos años que
es muy posible que esta institución no hubiera sido fundada sin el
apoyo y orientación de don Nicolás»33.

El 26 de junio de 1957 la Universidad Nacional abrió un cur­


so en Bogotá con el genérico título de «Problemas Nacionales».
Nicolás Gómez Dávila fue ponente de la quinta semana que se
denominó «Presente y futuro de la Cultura en Colombia», el 26
de noviembre de 1980 participó en el Foro ANIF sobre financia­
ción de la cultura en Colombia que llevó por título «La cultura, la
identidad y el desarrollo cultural en América». El expositor prin­
cipal fue Arturo Uslar Pietri y colaboraron Germán Arciniegas,
Pedro Gómez Valderrama, Nicolás Gómez Dávila y Alvaro Mutis.
A estas actividades debemos unir sus escasas pero relevantes pu­
blicaciones en alguna revista universitaria y por supuesto el home­
naje de la Universidad de El Rosario sobre el que volveremos al
centrarnos en su obra.
Puede decirse, en conclusión, que Nicolás Gómez Dávila era
un miembro destacado de la oligarquía bogotana y que sin em­
bargo tenía un rasgo propio, conocido claramente en el ambiente
donde se movía. Este rasgo se componía de su gran biblioteca, su
enorme cultura y su dedicación al estudio. Solo muy tardíamente
se supo que además había producido una obra sin parangón en el
pensamiento del siglo XX en español, hasta el extremo de que Vol­
pi lo incluirá en su Diccionario de obras filosóficas, de donde, por
ejemplo, excluye a José Ortega y Gasset.

33. N avas, P., «Presentación», 201 3 , p. 9.


54 Democracia y nihilismo

1.5. La in f l u e n c ia e n u n r e d u c id o e n t o r n o

La tardía aparición de los Escolios no significa, sin embargo,


que para un reducido grupo de amigos su presencia intelectual no
fuera decisiva. A todos nosotros nos ha impresionado la frescura y
contundencia de Notas, obra dedicada a sus amigos, en edición no
comercial, en los años cincuenta, además se tenía constancia del
saber de don Colacho a través precisamente de su conversación.
Pizano nos da cuenta de ello al narrar un almuerzo con Mario
Laserna que volvía de Alemania:

«El martes siguiente almorzamos con él y Nicolás en el Jockey


Club y nos cuenta un poco de su viaje. Comenta con Nicolás lo
expuesto por algunos filósofos y teólogos en un congreso en Ale­
mania, al cual asistió por espacio de diez o quince días. Lo extraor­
dinario de la conversación es la profunda erudición de Nicolás y la
memoria precisa y fresca que posee. El que parece haber llegado del
congreso en Alemania es Nicolás; se mueve con tal precisión en un
tema expuesto por Mario de improviso, es capaz de tal precisión,
conoce tan claramente los temas y sus figuras principales, y tiene
puntos de vista tan personales y maduros, que entendiendo yo muy
poco sobre la materia como es este caso, es sin embargo para mí un
enorme placer intelectual escucharlo»34.

Dado, sin embargo, lo reducido de este entorno no puede ex­


trañar que el aprecio por la figura del Gómez Dávila siga un mo­
vimiento que va desde el extranjero a Colombia, e incluso de la
lectura por autores en otros idiomas a la lectura en español.
[ Este viaje de ida y vuelta tiene una explicación. Gómez Dávi-
\ la es un autor francés, si se quiere europeo, en el extrañamiento.
Posición que comparte con otros latinoamericanos de peso como

34. P iz a n o d e B r ig a r d , F., Semblanzas de un colombiano universal\ 2013,


p. 59.
Una vida sustrato de una obra 55

Borges o el mismo Vargas Llosa. De nuevo es Volpi quien nos da


la clave de este rasgo que no es excepcional:

«En resumen, desde el profundo de América Latina revive en


las sentencias de este pensador-escritor “colonial”, el alma de la vieja
Europa. Por lo demás, -p a r a completar la irreverencia— la gran lite­
ratura griega de la Antigüedad clásica ¿no ha sido también en buena
parte una literatura colonial?»35.

Son pues rasgos definitorios de nuestro autor la formación eu­


ropea y más específicamente francesa, y también la proximidad
reaccionaria a autores rusos, franceses o alemanes de los años vein­
te y treinta del siglo xx. Su francofilia es común a buena parte de
los autores iberoamericanos de su generación, heredada claramen­
te de sus inmediatos antepasados, y en todo caso solo en conflicto
con la otra gran influencia procedente de Inglaterra.
Gómez Dávila personifica así el prototipo del escritor que tra­
baja en los márgenes de una cultura, donde se mantiene con ma­
yor pureza el apego a todo lo que perteneció a ella, quizás en el
momento en el que comienza la decadencia. Pero al mismo tiempo
es precisamente en los márgenes donde muchas veces se alcanza y
cumple la perfección del estilo. Esto indudablemente ocurre con
los Escolios gomezdavilianos.
No es, al contrario que Joseph Roth, un provinciano que llega
desde las fronteras del Este del Imperio a la capital, en este caso
desde la lejana Galitza a la Viena agonizante, para acabar expulsa­
do de ella, como el judío, primero socialista y luego tradicionalista
y católico, autor de La cripta de los capuchinos56. Gómez Dávila
es propiamente un autor reaccionario francés que desarrolla su
actividad redactora cuando esa posición hace tiempo que se ha

35. V o l p i , F., El solitario de Dios, 2009, p. 10.


36. R o t h , J., La cripta de los capuchinos, 2005.
56 Democracia y nihilismo

extinguido y se ve obligado a chocar con el reto del nihilismo.


Reto que hace suyo y en buena medida supera. De ahí su enorme
atractivo para quienes han centrado su labor precisamente en esa
crisis, como por ejemplo Volpi o Jünger, aunque cada uno de estos
dé soluciones diversas.
El autor situado en los márgenes de una cultura, extrañado de
ella, o incluso que llega a esta desde afuera, constituye un auténti­
co tipo, tal como refiere el autor belga y lector de Gómez Dávila,
según propia confesión, Simón Leys. Este, que juega con su con­
dición de belga como extraño al núcleo de la cultura francesa cita
a Cioran a este respecto cuando menciona a Borges y compara la
condición del escritor balcánico con la del latinoamericano, afir­
mando que «ni en Francia, ni en Inglaterra hay alguien que tenga
una curiosidad comparable a la de Borges, una curiosidad que lle­
ga hasta la manía»37.
Por eso en las referencias a su lectura en tantos autores de sen­
sibilidad contemporánea, incluso en sus amigos literatos de diversa
extracción, no encontramos una afirmación como «vaya, otro re­
accionario francés», ni siquiera «vaya, un reaccionario francés muy
perfecto o que escribe bien en español». El reto que nos propone
es distinto, de ahí su encanto para escritores de procedencia tan
diversa.
Su situación en los márgenes colombianos crea otro reto. A
pesar de su anticolombianismo, del que podemos dar todo tipo de
pruebas, con una tendencia provocadora que explicaría en parte
su plena adscripción al «nemo profeta in patria,», sería conveniente
observar cuánto de su humor, de su peculiar lectura de los clásicos,
incluso de su religiosidad no procede precisamente de su carácter
cachaco. Su exaltación del campesino y su crítica al hortera ahon­
dan esta impresión. Pocas páginas muestran más su carácter, y

37. Leys, S., Le studio de Vinutilité, 2 012, p. 16.


Una vida sustrato de una obra 57

desde mi punto de vista su acierto como su contundente descrip­


ción de la vulgaridad:

«La vulgaridad nace cuando pretendemos ser lo que no somos.


Nadie, ni nada, es vulgar cuando se contenta con ser lo que es. La
vulgaridad es un fenómeno de aquellas sociedades donde la inesta­
bilidad de las clases sociales favorece la confusión, donde no ocu­
pando nadie un puesto seguro cualquiera puede adueñarse de una
situación simulada.
El obrero, que es obrero, no es vulgar; pero es vulgar el obrero
que imita al burgués. Vulgar el campesino que imita al hombre de
ciudad; vulgar el pequeño burgués que imita al burgués rico; vulgar
el burgués rico que imita al aristócrata; vulgar el aristócrata que
imita una imagen pretérita de sí mismo. Vulgar el ignorante que
imita al sabio o el palurdo que imita al refinado. La vulgaridad es la
característica propia de toda edad burguesa», Notas, 222.

En relación con el anticolombianismo de nuestro autor, sirva


de muestra esta dura descripción del carácter colombiano:

«Características del colombiano: imposibilidad de lo concreto;


en sus manos todo se vuelve vago; falta de moralidad; la noción de
deber le es desconocida; la única regla es el miedo del gendarme o
del diablo; en su alma ninguna estructura moral, ni intelectual, ni
social; ignora toda tradición; sometido positivamente a cualquier
influencia, nada lo marca; nada fructifica, ni dura, en ese suelo de
contextura uniforme, movedizo, plástico e inconsistente», Notas,
225.
Cierto es que el mismo Gómez Dávila se define como un co­
lombiano a la antigua, relacionado con una forma de ver las cosas
que parecen alejarse, aunque sea en una pequeña parte, del cos­
mopolitismo. De nuevo se cumple la constante de su búsqueda de
un lugar, de una patria, en otro tiempo. Ese tiempo no puede ser
cercano, Gómez Dávila no se vincula a una realización lograda, ni
58 Democracia y nihilismo

tampoco concreto. Como afirma en una reveladora definición de


sí mismo, recogida en el tomo II de Nuevos escolios:

«Canónigo obscurantista del viejo capítulo metropolitano de


Santa Fe, agria beata bogotana, rudo hacendado sabanero, somos
de la misma ralea.
Con mis actuales compatriotas sólo comparto pasaporte», Nue­
vos escolios, II, 1182.

Compensan estos escritos o al menos matizan los párrafos en


sus obras de enorme agresividad hacia sus connacionales quizá
más precisamente frente al carácter colombiano. Debe servir de
consuelo a sus lectores de Colombia que de ser don Colacho de
cualquier otra nacionalidad indudablemente hubiese mostrado la
misma mordacidad respecto a cualquier tipo de compatriotas.
Otro de los caracteres peculiares de Gómez Dávila, por el que
se distingue de un buen número de autores, es su aparición tardía
en el mundo literario o intelectual, del que estaba retirado y del
que no buscaba claramente ni emolumentos, que no necesitaba,
ni fama, de la que le retraía una notable timidez y quién sabe si
cierto temor al fracaso. La recepción agresiva de algunos inte­
lectuales, y antes de esto el silencio con que fueron acogidos sus
primeros trabajos, prueba que tenía cierta razón. Por supuesto su
peculiaridad no llega al extremo del escritor conocido totalmen­
te con carácter postumo como, por ejemplo, el aforista francés
Joubert.
También es peculiar más que excepcional Gómez Dávila por
cuanto parece alejarse de toda escuela concreta y cercana, situán­
dose en un peculiar aislamiento, casi un limbo. En cierta forma
surge de la nada, aunque hay explicaciones de su excepcionalidad
precisamente en ciertos caracteres del mundo criollo y de la adap­
tación que realizó del pensamiento francés. Como indica Volpi en
el prólogo a la última edición de las Notas:
Una vida sustrato de una obra 59

«Hay escritores que parecen provenir de la nada. Que brotan


imprevisiblemente de ambientes que les son ajenos, sin haber sido
preparados por nada ni por nadie, sin precedentes, sin pertenen­
cias o señales de reconocimiento útiles para definirlos. Excéntri­
cos, incómodos, irregulares, son inclasificables, y por lo mismo
inconfundibles»38.

Su contertulio Pizano dice que en amplias partes del mundo


hasta finales del siglo xix, para todas las élites, y el primer tercio del
siglo XX, para algunos menos, esta tradición occidental a la que nos
hemos referido estaba viva, es decir, se traducía en pensamientos,
acciones, lugares comunes. Basta ver como para nuestros abuelos
las referencias clásicas no se explicaban, apenas se enunciaban; hoy
en día, por el contrario, se precisa un largo rosario de referencias
bibliográficas. Esta tradición común estaba especialmente viva en­
tre lo que me atrevería a denominar la aristocracia criolla, aún más
que entre sus contemporáneos españoles.
Por el contrario, para la generación que empezaba a acudir al
colegio en los años treinta, en la que se integra Francisco Pizano,
este recuerdo apenas se mantenía: nada de griego, poco latín y,
eso sí, leves reseñas que permitían aún añorar la tradición. Lue­
go nada. Los hijos de esa generación perdimos la posibilidad de
comunicarnos a través de los siglos con la tradición común, no
solo en las lenguas originales sino incluso en las referencias de las
buenas traducciones. Hay una enorme fractura, expresado en el
lema del siglo XX, más gimnasia y menos latín (por cierto, de cierta
resonancia nazi).
Esta es la base del carácter único de Gómez Dávila. Su per­
fecto conocimiento de todas las lenguas cultas de la tradición y
su propia dedicación al estudio le permitieron ser guía de los más

38. Volpi, F., Una voz inconfundible y pura, 2003, p. 11.


60 Democracia y nihilismo

cercanos y facilitan que su obra realice esa misma función. Del


homenaje que en 1988 le rindieron sus amigos me permito recoger
esta larga cita donde se describe lo que sintieron ante él y también
cómo lo consideraron estos:

«Para quienes lo han circundado, Nicolás Gómez Dávila ha


sido la puerta y el generoso guía en el camino que recorre ese uni­
verso; para sus lectores será tal vez la última oportunidad de cono­
cer entre nosotros cómo es un hombre eminentemente civilizado,
un espíritu profundamente hecho y nutrido por la plenitud de la
riqueza espiritual contenida en el universo occidental. Su obra nos
introduce en un mundo ante cuya amplitud de temas y profundi­
dad histórica nuestra visión resulta plana, recortada y curiosamente
provinciana, Sus escolios constituyen un comentario continuo a esa
rica y compleja vida que se desenvuelve a lo largo de la historia de
Occidente. Por su lente van pasando una y otra vez los interrogan­
tes, las reflexiones, los elementos de esa discusión que durante 28
siglos ha suscitado la condición humana al hombre occidental»39.

De lo dicho hasta ahora se puede deducir la inexactitud de su


definición como «el solitario de Bogotá». En efecto, Gómez Dá­
vila puede ser considerado solitario en relación con el mundo cul­
tural europeo, más precisamente con el contacto personal con ese
mundo. Para un autor como Volpi, insertado en la Academia, en
las relaciones internacionales, en las revistas de mayor renombre,
don Colacho respecto a eso es un solitario. Cabría preguntarse,
sin embargo, si en relación con la vida cotidiana y las amistades
concretas no sería más solitario el propio Volpi que un hombre con
los conocimientos y contactos de Gómez Dávila. El aislamiento,
cierto respecto a los circuitos intelectuales internacionales, se com­
pleta con la escasa relación con la vida académica colombiana. Al

y
39. Ibíd., p. 11.
Una vida sustrato de una obra 61

no participar en la docencia o en la gestión universitaria, nunca


fue considerado Gómez Dávila «como uno de los nuestros» en ese
ámbito profesional. Círculos profesionales a los que como veremos
dedica un buen número de sus improperios.
Si en vez de atender al grupo estrictamente académico, nos
centramos en la vida intelectual, y teniendo en cuenta, por otra
parte, que Nicolás no era nada complaciente con las corrientes
intelectuales de su época, podemos deducir de nuevo que la sole­
dad de Gómez Dávila era más que relativa. El elenco de quienes
participaron en el homenaje que le rindió el Colegio del Rosario es
prueba de la categoría de las personas que se relacionaron con él.
Figuran Alberto Zalamea, Francisco Pizano de Brigard, Hernan­
do Téllez, Alvaro Mutis, Juan Gustavo Cobo Borda, Gerd-Klaus
Kaltenbrunner y Adolfo Castañón. Además el número de intelec­
tuales de diverso tipo que aparecen en las tertulias, o le tratan en
las obras, o le mencionan es prueba de que Gómez Dávila en la
Bogotá de su tiempo no estaba en absoluto aislado del círculo que
le podía interesar. Tiene además la cultura colombiana anterior y
contemporánea a Gómez Dávila una peculiaridad respecto a la
que podemos observar hoy en día en este lado del Atlántico. Hay
una notable implicación entre política y algunas formas de inte­
lectualidad. Ciertamente no nos referimos aún a la condición del
intelectual como viene siendo definida desde el siglo xix, figura
con la que don Colacho nunca pudo sentirse a gusto, sino con la
cultura de la clase dirigente, que es lo que alabará en numerosos
escolios. Respecto a esa clase dirigente culta o amante de la cultura
don Colacho, como hemos señalado, no estaba en una posición
solitaria.
Parte del equívoco del aislamiento puede venir de los extran­
jeros, admiradores de don Colacho que o bien lo conocieron en
su vejez o bien trataron con personas que lo recordaban en sus
últimos años. Entonces sí, muertos algunos de sus mejores amigos,
62 Democracia y nihilismo

dispersos o en sus ocupaciones otros muchos, de los cuales no po­


cos eran más jóvenes, puede hablarse de la soledad del bogotano.
Sería excesivamente incompleto este esbozo si omitiéramos la
referencia a la religiosidad de don Nicolás. Sin alardes y con mo­
destia insiste en que es la única justificación de la vida del hombre.
Al dedicar todo un capítulo a este aspecto no nos extendemos en
él. Tan solo señalamos algunos datos íntimos relatados por Rosa
Emilia Gómez. Don Colacho era hombre de misa dominical y de
lectura diaria de dos libros. Los evangelios en latín, en la versión
de la Vulgata y la Imitación de Cristo de Tomas de Kempis. Por
el estado en el que se conservan, por la familia, estos dos ejem­
plares parece que se utilizaba más asiduamente el primero que el
segundo. En este punto es preciso afirmar con reiteración uno de
los leitmotiv de su pensamiento: «Dios es el estorbo del hombre
moderno», Escolios, I, 327.
¿Cómo se veía a sí mismo don Colacho? Hay numerosas re­
ferencias, en Escolios, a su fracaso o su falta de talento. En Notas,
por ejemplo, encontramos un párrafo muy revelador de, al menos,
aquello que intentaba o que anhelaba como forma de vida, y la
enorme dificultad con la que se topaba, posiblemente por el am­
biente, o más exactamente por todo ambiente en el que se puede
ver inmersa una persona:

«Una erudición profunda y fina, un tacto intelectual delicado


y sutil, una apreciación sensual y rica de la vida y de las artes, una
afición honda pero mesurada, irónica y discreta a las ideas, un refi­
namiento enemigo de toda manifestación ostentatoria en el arte de
vivir, una lucidez capaz de cinismo y de compasión, virtudes todas
que el contacto cotidiano con seres groseros y vulgares embota y
mella, mina y destruye», Notas, 220.

De su carácter las referencias que conservamos son, por una


parte, exclusivamente de sus amigos y familiares, no parecía tener
Una vida sustrato de una obra 63

enemigos que escribieran personalmente sobre él y, por otra, de su


obra, que refleja sobre todo su actitud irónica. Algunos detalles
permiten observar un humor cáustico que probablemente no era
bien entendido por todos, pero que solía mostrar en pocas pala­
bras y ante auditorios reducidos.
Vienen al caso algunas anécdotas. Las dos primeras son rela­
tadas por Francisco Pizano de Brigard. Una se refiere a su juicio
sobre los expertos en atención a la subida del precio del dólar:

«Yo les pregunto su opinión sobre la posible subida del precio


del dólar. Los signos económicos y las conveniencias políticas pare­
cen indicar que no habrá fluctuaciones, por lo menos en el próximo
semestre. Los banqueros y economistas parecen estar de acuerdo en
que no subirá en el futuro próximo. Nicolás dice que está de acuer­
do, pero que hay un signo que lo inquieta. Le preguntó cuál es ese
signo negativo. “La unanimidad dé los técnicos en afirmar que no
subirá”, me responde»40.

La segunda tiene por protagonista a su hijo Nicolás, que tuvo


cierta actividad política y que sufrió, en un sentido leve, el humor
de su padre:

«Nicolás le pide a Nicolás hijo que nos muestre las declaraciones


que ha hecho para un periódico de provincia en su calidad de con­
cejal de Soacha. Nicolás hijo ha comenzado a intervenir en política
desde hace poco. “Yo como hijo de Soacha”, “esta región de tanto
porvenir”, “desde el marco de la plaza hasta la última vereda”. Ni­
colás ha aprendido rápidamente ese lenguaje necesario al político
democrático. Nos reímos porque la demagogia en ese nivel llega ya
a lo cándido, a lo transparente y a lo cómico pero si Nicolás quie­
re entrar en la política, ¿qué puede hacer distinto, si quiere tener

4 0 . P iz a n o de B r ig a r d , E , Semblanza de un colombiano universal\ 2013,


p. 4 3 .
64 Democracia y nihilismo

éxito, que adular un poco a esos ingenuos campesinos y trabajar


para obtener los teléfonos automáticos, las escuelas y otras cosas
que ofrece?»41.

Otro comentario nos lo proporciona Juan Gustavo Cobo Bor­


da cuando al ser preguntado sobre cómo eran las relaciones de don
Colacho contesta: «Era un hombre cordial y sobre todo, cariñoso.
Su familia, sus nietos, y algunos probados amigos, con cuyos des­
lices se divertía. El caso, por ejemplo, de Mario Laserna, político
conservador y fundador de la Universidad de los Andes, quien se
afilió al movimiento guerrillero M-19 para ser senador. Nicolás,
resignado, se limitó a preguntarle: “¿Cuánto pagaste?”»42.
Es justo matizar que su sorna estaba suavizada por una magní­
fica educación, que moderaba mucho la exhibición de sus notables
conocimientos. Parece que los reservaba para los cercanos, com­
portándose de forma muy discreta. De nuevo debemos fiarnos de
Francisco Pizano:

«Era extraordinario cómo, cuando alguno comentaba algún


libro de reciente lectura, por ejemplo, don Nicolás recordaba los
episodios, los personajes, las fechas y los detalles de una novela que
había leído muchos años atrás y cómo la ponía en contexto. Sin
embargo nunca acaparaba la palabra ni interfería la intervención de
quien fuera, si no era con una observación muy a propósito. Su só­
lida y extensa erudición, nutrida por una selecta biblioteca de trein­
ta mil volúmenes, se manifestaba siempre en forma muy discreta.
Desprovisto de toda vanidad, nunca hizo alardes de sabiduría, sino
al contrario tenía la facultad de hablar al nivel de su interlocutor,
desde un tema serio hasta la conversación inane de club»43.

41. Ibíd., pp. 47-48.


42. C obo B o r d a , J. G., «El reaccionario que abolió el progreso», 2013/
43. P iz a n d o d e B r i g a r d , F., Semblanza de un colombiano universal, 2013,
p.12.
Una vida sustrato de una obra 65

No puede confundirnos la humildad o la apariencia de acepta­


ción de lo inane en la vida social. En su obra Notas, que como dejó
sentado Volpi es el único lugar donde Gómez Dávila se revela a sí
mismo y a su vida personal mediante la escritura, el autor trasluce
una ambición que le domina y una notable arrogancia en el juicio
sobre los demás. En Escolios, por el contrario, o bien se cubre o
bien decide que lo personal o íntimo no es objeto del comentario
relevante a la «Tradición común». Incluso podemos pensar que la
edad le enseñó a mostrarse menos arrogante o a abandonar total­
mente esa actitud.
El párrafo de Notas prueba al menos la opinión irónica que
mantenía sobre algunos interlocutores en las conversaciones irre­
levantes, lo introduce Volpi: «Pero, también, del fondo de ese
abismo emerge, indomable, el sentimiento de superioridad que le
otorga la inteligencia, disimulado apenas por una deferente mo­
destia, en realidad alimentado por una contundente arrogancia»44.
Arrogancia que Volpi encuentra en la siguiente nota: «La facilidad
con la cual puedo pasar un día entero sin pensar en nada, absorto
el espíritu en cualquier trivialidad que se presente y reducido casi a
la simple función de espejo, me aclara el misterio de la vida común
de los hombres, cuya sin igual vacuidad debería devorarlos en arre­
batos de aburrimiento y de tedio», Notas, 232-233.

44. Volpi, F., El solitario de Dios, 2005, pp. 76-77.


Capítulo II
Obra, bibliografía e influencias

2.1. La OBRA DE TODA UNA VIDA

Al trazar la vida de su héroe, en buena medida la imagen del


humanista que busca la inmortalidad, la permanencia en el tiem­
po al menos, el escritor aragonés Baltasar Gracián describe un tri­
ple ideal. Este proceso que lleva a la formación del hombre discre­
to puede servirnos a la hora de clasificar la obra de Gómez Dávila,
obra que también se concreta prácticamente en tres momentos. El
héroe de Gracián aspira a formarse a sí mismo en el ideal de digni­
dad humana y también pervivir mediante la fama. Gómez Dávila,
que duda a veces de su talento, también parece buscar al menos
esa permanencia que es inherente a toda persona que pública, con
ciertas matizaciones. Este ideal es así descrito por Aurora Egido:
«La triple repartición de la vida confirmaría, a su vez, el carácter
escolar que el peregrinaje del hombre adquiere en su obra: La pri­
mera empleó en hablar con los muertos, la segunda, con los vivos; la
tercera consigo mismo. De este modo, el paseo por los libros termi­
na por ser un camino interior que, después de alcanzar los saberes,
viajar por todo el mundo y relacionarse con los eminentes, acaba
con la contemplación de los visto y lo vivido»1.

1. E g id o , A., Bodas de arte e ingenio, 2014, p. 436.


68 Democracia y nihilismo

Al ser don Colacho un lector, que escribe, supuestamente, para


fijar las ideas, quedarían explicadas dos peculiaridades de su obra.
La primera es el número escaso de publicaciones, que podrían
resumirse en tres, aunque con la matización que impone el hecho
de que los Escolios son una obra de enorme extensión, especial­
mente si la comparamos con la de otros aforistas como el propio
Joubert, los Pensées de Pascal, los aforismos del mismo Lichten­
berg, Lee, Gracián, etc. La agrupación de volúmenes sería enton­
ces Notas, Textos y Escolios.
La segunda propiedad es que don Colacho publica en la ma­
durez. Su primera publicación fuera de comercio realizada para
sus amigos en México es de 1954. Parece que surge a iniciativa de
su hermano Ignacio que ya había publicado alguna novela más o
menos escandalosa y se preparaba a tratar el «bogotazo»2, proba­
blemente el acontecimiento político de mayor impacto del siglo
XX colombiano. Es decir, Gómez Dávila publica su primer trabajo

cuando tenía 41 años. Volveremos sobre la particularidad de que


el volumen no fue considerado por el autor como una obra aca­
bada, surge en relación con ello una nueva leyenda según la cual
su hermano lo publicó sin su permiso, lo que explicaría algunas
erratas claras en la edición fuera de comercio. El caso es que Notas
I no se edita en sentido estricto hasta el año 2001 por Villegas en
Bogotá, muerto el autor hacía siete años y cuando el impacto de su
obra en el extranjero había sido notable.
Gómez Dávila tardará cinco años más en decidirse a otra pu­
blicación, con un conjunto de artículos, a veces prácticamente
aforismos entrelazados, que denominó con el título genérico de
Textos /. Tenía entonces 46 años.

2. Ignacio Gómez Dávila, fallecido en 1971, había escrito entre otras las
novelas Horas de despacho, 1949, Puntos de vista, 1950, El cuarto sello, 1950 y
sobre todo Viernes 9 sobre el magnicidio de Jorge Eliécer Gaitán.
Obra, bibliografía e influencias 69

La obra que le haría famoso, en una sucesión de volúmenes


puede considerarse de plena madurez e incluso tardía. Escolios a un
texto implícito I y //se publicó en 1977 por la editora oficial Insti­
tuto Colombiano de Cultura, cuando el autor tenía 64 años. Los
Nuevos escolios a un texto implícito I y II, fueron publicados por la
también oficial Procultura en 1986 cuando contaba con 73 años,
y los Sucesivos, de nuevo por el oficial Instituto Caro y Cuervo en
1992, es decir, con 79 años, dos años antes de morir.
En cierta manera, Notas es un diálogo con los muertos, un
conjunto de anotaciones a los libros que iba leyendo, aunque tam­
bién incluye creaciones y conclusiones. Textos y los artículos en
revistas académicas serían un intento de comunicación, animado
indudablemente por los amigos; un diálogo, desde mi punto de
vista, frustrado con sus coetáneos. Los Escolios son en buena me­
dida un diálogo consigo mismo, si se me permite forzar la mano
para encuadrarlo en la tríada de Baltasar Gracián.

2.1.1. «Notas»: un hijo natural reconocido

Quienes no tuvimos la fortuna de conocer a Gómez Dávila y


recibir el regalo de la edición personal de Notas /, hemos llegado
normalmente a esta obra tras leer al menos en parte los Escolios.
Podríamos, en consecuencia, sucumbir a la tentación de leerla
como una obra menor, parcial, no acabada, en el camino de la ela­
boración definitiva del que a la postre sería su gran trabajo. De he­
cho, es significativo que teniendo Rosa Emilia Gómez dedicados
los libros de su padre, le negara la dedicatoria de Notas arguyendo,
como hemos dicho, que se trataba de un hijo natural reconocido.
No es fácil dilucidar si la versión de que Notas se publicó con­
tra su beneplácito es plausible. Es probable que su hermano le in­
dujese a publicar un trabajo que tiene indudable mérito pero que
no es una obra acabada. Desde luego no tiene la perfección formal
70 Democracia y nihilismo

del escolio, el estilo que los ha hecho famosos e inimitables; en


cambio, posee un algo salvaje, de un Gómez Dávila que se protege
menos, que escribe como para no publicar, lo que da al escrito un
indudable atractivo.
Hay datos que nos inducen a pensar que esta apreciación como
hijo natural no reconocido está construida un poco a posteriori
cuando don Colacho perfeccionó los escolios y observó la imper­
fección de la obra primeriza. Entre estos destaca la corrección per­
sonal a mano de algunas erratas o el hecho de que los volúmenes
fueran regalados por él a algunos amigos e incluso a personas que
acababa de conocer, tal como cuenta Alvaro Mutis del encuentro
que tuvieron en el Jockey Club al presentarlos Hernando Téllez y
donde don Colacho le entregó el libro.
La forma no se ha logrado aún, esbozada presenta dudas y
vacilaciones. Oscila entre una breve frase «Un sepulcro vacío» en
la página 477 de la edición de Villegas hasta una nota sobre la
historiografía de dos páginas y media en la página 142 dentro de
la misma edición que contiene un total de 477 páginas.
Sea como fuere se trata de un eslabón necesario de una cadena
que manifiesta su voz limpia y pura. Esta inconfundible voz es
la que nos deslumbra a sus lectores, la que nos apresa, impresio­
nados todos por quien nunca buscó impresionar con lo que nos
dejara escrito. Tan solo susurrar o susurrarse en una serie de textos
que empezaron por ser notas al hilo de la lectura, para concluir
convirtiéndose en frases preferentemente breves, dotadas con los
significados y matices más precisos3. Frases inolvidables, mejores
cuanto más breves, en conformidad con la correspondencia entre
estilo y contenido que hemos descrito.

3. S t e v e n s o n , R. L., «La elección de las palabras», epígrafe de «Aspectos


técnicos del estilo en la literatura», en Escribir. Ensayos sobre literatura, 2013,
p. 27.
Obra, bibliografía e influencias 71

Mucho hemos comentado los gomezdavilianos sobre la evolu­


ción que desarrolla la obra desde unas Notas aurórales, escritas a
la manera de programa-boceto, descripción de vida, a la luz de las
categorías vitales diltheyanas de valor, propósito y sentido, cuando
don Colacho rondaba el cuarto decenio de su vida, pasando por
unos Textos que bien podemos definir como constitutivos de un
ensayo fallido o al menos nunca completado, en la cincuentena,
para culminar en la obra maestra de su última etapa, la que pro­
piamente ha dado celebridad al bogotano, en unos Escolios de ple­
na madurez, que luego fueron Nuevos y Sucesivos, prolongándose
casi hasta el mismo momento de su muerte, con el fervor de una
curiosidad que no desmayó nunca, y de una pasión que no se apa­
garía sino con su vida.
Según una visión extendida, en el camino a la escritura frag­
mentaria de Gómez Dávila, Notas sería una etapa. Efrén Giraldo,
que ha centrado su trabajo en el estilo gomezdaviliano, siguien­
do la estela que comenzó Francia Helena Goenaga, comenta a
este respecto: «Una de las pruebas de que la dedicación exclusiva
a la escritura fragmentaria acaba en una postura radical ante el
lenguaje es que, después de la publicación inadvertida de sus dos
primeros libros Textos I y Notas 7), el autor renunció a la forma
ensayística compuesta de varios párrafos que desarrollan ideas, y
se empezó a inclinar por modestas notas a las que después agrupó
bajo la designación de “escolios”»4.
Aceptando la posición de que los Escolios son la culminación,
el capo lavoro, si hemos de reconocer que el resto de la producción
de Gómez Dávila resulta digna de encomio y no se le debe negar la
condición de propia de textos que marcan una impronta significa­
tiva. De hecho, no se puede trabajar sobre el colombiano prescin-

4. G , E., «Nicolás Gómez Dávila. “La estética, el escolio y el en­


ir a l d o

sayo”», 2013, p. 21.


72 Democracia y nihilismo

diendo de sus Notas y resulta más fácil aprehender su pensamiento


tras la oportuna lectura de El reaccionario auténtico. En el árbol
genealógico que Hoyos traza del conjunto de la obra de Gómez
Dávila resultaría que las Notas «son verdaderas notas de trabajo de
quien tiene el proyecto de una obra importante»5.
No en vano en las Notas había hecho algo que muy pocos en­
tre nosotros nos atreveríamos a hacer, elegir entre todos los libros
leídos el mejor, aunque ciertamente con el carácter dubitativo y
escéptico del autor: «Si hubiera de elegir entre todos los libros el
más grande, yo elegiría la Historia de las guerras del Peloponeso.
Ninguna inteligencia humana puede compararse a la inteligencia
olímpica, serena, soberana, de Tucídides»6.
Hay pues que trazar una diferencia entre la opinión que el
propio Gómez Dávila expresó sobre esta primera obra y el valor
que tiene para el gomezdaviliano. Como casi siempre, fue Volpi
quien da la descripción más acertada: «Se trata de una obra muy
particular: un texto experimental, compuesto por apuntes, máxi­
mas, observaciones, frases y juicios, que más tarde él seleccionó y
reintegró en su obra mayor, Escolios, de la que Notas es la primera
propuesta. Por eso Notas quedó fuera del comercio, no fue reedita­
da y el segundo tomo previsto no vio la luz nunca»7.
Pero más adelante, en el texto donde refunde todos sus ante­
riores comentarios sobre la obra de Gómez Dávila El solitario de
Dios, el mismo Volpi en aparente contradicción da un superior
valor a Notas, precisamente para acceder al escritor que se tapa o
enmascara en los Escolios:

5. H oyos V á sq u ez , G., «Don Nicolás Gómez Dávila, pensador en espa­


ñol y reaccionario auténtico», 2008, p. 1087.
6. Notas, 389.
7. V o lpi , E, Entre pocas palabras, 2007, p. 9; Í d ., Una voz inconfundible
y pura, 2003, p. 12.
Obra, bibliografía e influencias 73

«Afortunadamente disponemos de un apoyo hermenéutico que


el propio Gómez Dávila, sin quererlo, nos dejó: las Notas. Este vo­
lumen tiene un valor documental insustituible: nos permite entrar
en el laboratorio de don Nicolás, observar sus movimientos crea­
tivos desde el principio, entender el espíritu que los alienta, intuir
la genialidad y gustar el estilo ya inconfundible, construido sobre
fulminantes cortocircuitos lingüísticos y mentales. En fin, Notas no
da la clave -especulativa, poética, a veces también personal y bio­
gráfica- para ensimismarnos en la perspectiva gomezdaviliana»8.

Los temas de Notas son premonitorios de los que trata en Es­


colios, de forma que podemos decir que estos últimos son la últi­
ma etapa de la obra de toda una vida. Por el estilo más extenso,
en algunos casos el autor se explaya y se explica más. Se pierde
ciertamente en intensidad pero es posible decir que en cuanto al
estilo buscado, el propósito de la lectura, los autores de referencia,
los grandes temas como Dios, no es posible el conocimiento de
Gómez Dávila sin acceder a Notas. De ahí la urgencia de su publi­
cación en España.

2.1.2. « Textos I»: la pretensión fallida del ensayo

En 1959 la editorial Voluntad de Bogotá publicaba un volumen


que con el título genérico de Textos I reunía una serie de ensayos
breves en los que Gómez Dávila trataba algunas de las cuestiones
que habían quedado iniciadas en Notas. Los nuevos textos parecen
prolongar los apuntes o casi poemas en prosa, al estilo de Baude-
laire, que habíamos visto en su primera obra, evolucionando hacia
el texto extenso y desarrollado, aunque mantiene el mismo estilo
preciso, cortado, poco prolijo que culminaría en los Escolios: con
posterioridad publicaría el último de los Textos en la Revista Eco,

8. V o l p i, E , El solitario de Dios, 2005, p. 25.


74 Democracia y nihilismo

Librería Buchholz, n.° 14, junio de 1961, más adelante se editaría


un texto sobre derecho llamado «De iure» en la Revista del Colegio
Mayor de Nuestra Señora del Rosario, Bogotá, LXXXI, 1988, n.°
542, abril-junio, 67-65, en el mismo número donde se le rindió
homenaje por un grupo numeroso de amigos. Finalmente, en 1995
publicaría un ensayo denominado «El reaccionario auténtico» en
la Revista de la Universidad de Antioquia, Medellín, n.° 240, abril-
junio, 16-33, que ha sido reeditado por la misma revista al cum­
plirse en centenario del autor en el número 314, octubre-diciembre.
Precisamente en ese número Efrén Giraldo manifiesta su
opinión de que Textos mantiene una línea aforística aunque en­
cadenada en el ensayo. En sus palabras: «De los dos volúmenes,
Textos I es, sin duda alguna, el que más fielmente suscribe una
estética del aforismo dentro del ensayo»9. A ello ayuda la división
del volumen en diez textos sin títulos ni apartados, aunque simé­
tricamente distribuidos en párrafos. La propia estética ayuda en
esta caracterización aforística. Sigue diciendo Giraldo: «Los textos
están separados entre sí por una página en blanco y, a su vez, las
partes de estos textos se hallan espaciadas por varios altos de ren­
glón, fenómeno tipográfico que le otorga valor, tanto al espacio
vacío como a las palabra que lo interrumpen».
Al editarse en España por Atalanta, Textos incorporará el ar­
tículo que hemos citado sobre «El reaccionario auténtico» de la
Revista de la Universidad de Antioquia.
En la introducción a la edición española Jacobo Siruela se re­
fiere a un aspecto sobre el que también merece la pena detenerse:

«Como ya ocurrió anteriormente con su primera obra publi­


cada, Notas, este libro también fue promovido gracias al empeño

9. G , E., «Nicolás Gómez Dávila. “La estética, el escolio y el en­


ir a l d o

sayo”», 2013, p. 24.


Obra, bibliografía e influencias 75

de su hermano Ignacio, en una edición exclusiva y fuera de comer­


cio, de trescientos ejemplares, “dedicada a sus amigos”. Aunque su
autor agradeció el gesto fraterno, no le agradó que se llevaran sus
papeles a la imprenta sin haber pasado antes por su exigente criba y
corrección final, y desde entonces se cuidó mucho de poner a buen
recaudo todas sus notas, y no volvió a dejar ninguna hoja que fuese
un folio mecanografiado con cierto carácter definitivo»10.

El equívoco surge del hecho de que la Editorial Voluntad era


afamada y de amplia difusión en Colombia y no hay otros datos
que nos permitan pensar que Textos no fuese un hijo reconocido
y corregido por Gómez Dávila. Antes bien, la edición parece muy
cuidada. De hecho, sí está entre las obras dedicadas a Rosa Emilia
y sabemos que la última parte, o el último texto, fue reeditado
inmediatamente en una revista de la trascendencia de Eco.
Sin embargo, hay datos que sustentan la opinión de Siruela no
tanto respecto al «robo» del manuscrito sino al carácter privado
de la edición. En efecto en la edición de Villegas de 2002 se hace
constar que «La primera edición de Textos / fue realizada en 1959
por su autor, con carácter limitado y no comercial». Por otra parte,
su amigo y beneficiario indudable de algún ejemplar, Francisco
Pizano de Brigard, al citarlo dice explícitamente: «Edición limita­
da no comercial hecho por Gómez Dávila mismo. Las referencias
responden...»11.
La numeración de los volúmenes, que en países como Italia
tiene como justificación el control por parte del autor, en este caso
parece apuntar más a la edición por cuenta del autor aunque no
figura expresamente esta circunstancia.

10. S iruela , J., «Introducción», a Textos, 20\0.


11. P izano de E, Semblanza de un colombiano universal\ 2013,
B rigard ,
p. 22.
76 Democracia y nihilismo

La obra está precedida de un auténtico escolio: «La vida es


un valor. Vivir es optar por la vida». A continuación, los textos,
normalmente de pocas páginas, manteniendo el estilo gnómico se
van desgranando, sin títulos ni epígrafes, como hemos dicho. La
tensión de cada párrafo es tal que resulta de difícil lectura, precisa­
mente por la atención que hay que prestar a una forma de escribir
que no contiene ni un término superfluo, ni un párrafo de alivio,
ni un lugar donde cubrirse.
El primer texto, de apenas tres páginas, se abre con contun­
dencia: «El hombre nace rebelde. Su naturaleza le repugna. El
hombre ansia una inmanencia divina. El mundo entero sería el
cuerpo insuficiente de su implacable anhelo», Textos, 17.
El segundo, dos páginas, contiene otra sentencia de idéntica
fuerza: «La filosofía se enriquece a costa del abandono de la vida»,
Textos, 21.
En el tercero, quince páginas, se relaciona el hombre, el deseo,
el fracaso y el tiempo: «Ser consciente es, luego, ser consciente del
fracaso, de la imposibilidad final de todo empeño. La conciencia
del hombre es conciencia de su impotencia, es conciencia de su
condición», Textos, 33.
El cuarto texto es revelador de la forma de comprender la rea­
lidad a la que dedica sus mejores esfuerzos el maestro. En princi­
pio parece tratar de la genealogía de la incineración de los muer­
tos. Primero, rito mágico de protección de los vivos ante el temor a
los muertos: «El hombre obturó la puerta de recintos infernales. El
hombre intentaba escapar a la persecución de los muertos», Textos,
41. Luego, rito de purificación: «Ese fuego protector de los vivos, que
una violencia sacramental enciende, perdió sus funciones de barrera
flamígera para trocarse en el vehículo litúrgico que transporta al
espíritu errante y gemebundo hacia comarcas sagradas», Textos, 42.
Finalmente aparece el hombre moderno, siempre en el filo de
precipitarse hacia más allá de la completa barbarie, hacia la anima­
Obra, bibliografía e influencias 77

lidad. Esta idea de que sin civilización, sin sentido de la trascen­


dencia el hombre cae a la condición animal es constante en Textos.
Es un animal utilitario e higiénico que ha creado el Estado para
su brutal tarea de deshumanización, como concluye respecto al
resistente a este proceso:

«Al anciano prisionero que dialoga en la mañana luminosa y


fúnebre, a la nocturna angustia de sudor y de sangre, el orgullo
moderno mostrará grupos sumidos en pavura y espanto que las
ametralladoras en hilera, encauzan hacia los hornos crematorios».
Textos, 44.

El quinto, ocho páginas, es desde mi punto de vista el que es­


clarece el sentido de la religión, y en consecuencia, la antropología
gomezdaviliana. Ha dado lugar también a una notable polémica
durante el Congreso de la Universidad de La Sabana debido, desde
mi punto de vista y al de muchos asistentes, señaladamente Urba-
nek, a que algunos realizan una lectura aislada y errónea del texto.
Leído en relación con la antropología desarrollada en los tex­
tos anteriores y con los escolios posteriores la conclusión es clara.
El hombre animal religioso nace como hombre en su referencia a
Dios, y sin ella se desliza a la inhumanidad. En la posición plató­
nica que asume el bogotano, esto, evidentemente, no significa que
el hombre «invente» a Dios o a la religión. Precisamente la religión
plenamente inventada, como veremos, es la religión democrática
donde el hombre se toma a sí mismo por Dios.
En esta clave se entiende la primera frase, otro escolio; «En­
tre el nacimiento de Dios y su muerte se desarrolla la historia del
hombre», Textos, 45.
El hombre, un animal, rompe sin embargo la continuidad bio­
lógica. Esta ruptura es así descrita «El hombre aparece cuando el
terror, que invade toda la vida ante la incertidumbre o la amena­
za, se substituye el horror sagrado. Una inexplicable ruptura de
78 Democracia y nihilismo

la homogénea substancia de las cosas revela una presencia ajena


al mundo y distinta de las presencias terrestres. El hombre es un
animal poseedor de una insólita evidencia», Textos, 47.
No es muy gomezdaviliano realizar una exégesis extensa de los
textos del bogotano, pero debido precisamente a los equívocos de
algún exégeta conviene recordar el final de la frase «una insólita
evidencia» es un descubrimiento, no una invención. En este con­
texto se lee: «El hombre aparece cuando Dios nace, en el momento
en que nace, y porque Dios ha nacido», Textos, 48.
Y finalmente el vértigo y el riesgo que se producen precisamente
en el tópico de la muerte de Dios: «Que pueda Dios morir no es,
luego una vana amenaza. El hombre puede perder lo que había re­
cibido. Un hombre eterno en un mundo inmóvil garantizaría sólo
la permanencia de Dios. Pero el hombre surgido en las lontananzas
pliocenas puede sumergirse en el vasto océano animal. Sólo lo se­
para de la bestia tenebrosa la frágil evidencia que su orgullo olvida»,
Textos, 52. De nuevo la evidencia como asidero del hombre.
El hombre será sucedido entonces por un ser que no será hu­
mano. Así lo dice en dos escolios que culminan el texto:

«El hombre morirá, si Dios ha muerto, porque el hombre no es


más que el opaco esplendor de su reflejo, no es más que su abyecta
y noble semejanza».

Y termina: «Un animal astuto e ingenioso sucederá, tal vez,


mañana al hombre. Cuando se derrumben sus yertos edificios, la
bestia satisfecha se internará en la penumbra primitiva, donde sus
pasos, confundidos con otros pasos silenciosos, huirán de nuevo
ante el ruido de hambres milenarias», Textos, 53.
Pero si Textos tiene una importancia autónoma, un peso que ni
más ni menos explicaría luego la obra de plena madurez, Escolios
a un texto implícito es por la inclusión de una definición relativa­
mente extensa de la religión democrática.
Obra, bibliografía e influencias 79

En efecto, en su artículo del homenaje colectivo publicado por


la Revista de Nuestra Señora del Rosario, reproducida en el magnífi­
co volumen Semblanza de un colombiano universal. Conversaciones
con Nicolás Gómez Dávila, Francisco Pizano de Brigard afirma:
«El texto implícito está contenido en las páginas 61 a 100 de su
libro Textos I (Bogotá, 1959) y su tema es la democracia»12.
El afamado texto clave aparece en las páginas 55 a 84 de la
edición de Atalanta. Especialmente a partir de la página 62: «La
democracia es una religión antropoteísta. Su principio es una op­
ción de carácter religioso, un acto por el cual el hombre asume el
hombre como Dios. Su doctrina es una teología del hombre-dios;
su práctica es la realización del principio en comportamientos, en
instituciones y en obras».
Preceden varios textos, individualizables como este, que van
desgranando una de las claves, e insisto en este punto que es solo
una de las claves, del pensamiento gomezdaviliano.
Sigue luego una reflexión sobre la novela y otros géneros litera­
rios, que se abre de nuevo con otro escolio: «Un vaho de inanidad
emana de las buenas novelas como desde un cementerio de ateos»,
Textos, 85. Obsérvese tan sólo que habla de las buenas.
Sobre la conciencia y el aburrimiento se suceden veintiuna pá­
ginas. Otra frase puede servirnos de lema:
«El hombre, en cambio, no es meramente un animal que afron­
ta, con ingenio, los medrosos usos de la vida. Asediado de extrava­
gantes amenazas, aventurado entre riesgos imprevistos, no sólo la
muerte lo conmina. En instantes de tregua, cuando nada arriesga
y nada teme, la convicción de un fracaso lo invade, repentinamen­
te, con el hálito premonitorio de una fosa. Experiencias insólitas
ulceran el liso tejido de sus actos. En su ficticia integridad anida
una pululación de larvas. El hombre es el único animal sujeto al

12. Ibíd.,2013.
80 Democracia y nihilismo

aburrimiento; el único animal capaz de error, de envilecimiento, y


de pecado», Textos, 88.

La cadencia se articula en una sucesión de escolios, que en


su conjunto van alcanzando la perfección que eclosionará veinte
años después, pero que está presente desde las primeras aproxi­
maciones.
Luego vienen otras veinte páginas. Desde la definición del
hombre práctico a la articulación de la teoría y su relación con el
técnico, finalmente unas líneas sobre la teoría de la historia que
culmina en la mención de la Iglesia católica, no concebida en este
caso en su verdad trascendente sino en su valor explicativo:

«Heredera de todas las angustias, sólo la Iglesia nos franquea el


recinto de seda, donde el desdén de rostros impasibles, en la noche
que rasga el chillido las aves y el silbido de las flechas, se humilla un
solio profanado.
Hija de las esperanzas inmortales, sólo la Iglesia nos hermana
a la meditación que cubre los peñascos asiáticos de una inmóvil
epifanía de estatuas.
Su liturgia secular reitera el gesto de las consagraciones primi­
tivas.
Un villório neolítico amasa un blanco pan en las grutas del
Carmelo.
En la Iglesia perdura la postración del primer simio ante la im­
pasibilidad de los astros», Textos, 129.

El último texto (excluido el añadido del reaccionario autén­


tico), vuelve sobre el despertar de la conciencia, la angustia de la
muerte y la peculiar esperanza del hombre. Respecto a lo primero:

«En esa luz helada, el hombre se conoce como un ser sitiado por
la muerte. Su vida se despliega en sucesión indefinida de precarios
eventos, imprevistamente redimidos. Morir es la expectativa lógica
Obra, bibliografía e influencias 81

del ser que ninguna necesidad sujeta, y cuya existencia no traspasa


el recinto donde su evidencia la enclaustra», Textos, 135.

Y finaliza casi con una nota autónoma:

«Carne del mundo, donde la carne resucita.


Es el fracaso mismo; es en la materia deleznable, en la tierra
friable, en la arena lábil; es en lo voluble, en la mudanza, en la blan­
da carne amenazada, donde el hombre halla el firme suelo de sus
sueños.
Mito que el corazón añora y adivina, que el hombre ignora;
pero que tal vez su terco fervor no desearía si no fuese prometido a
su ardiente posesión», Textos, 148.

2.1.3. Dos artículos académicos

Con posterioridad a Textos Nicolás Gómez Dávila insiste por


dos veces en el género ensayístico. La primera ocasión para dar
cuenta de sus tesis sobre el derecho es un inédito que publica en
la Revista del Colegio Mayor de Nuestra Señora del Rosario. La pe­
culiaridad del escrito es que, frente a la simplificación que podría
hacerse del pensamiento tradicional, don Colacho parece moverse
en claves schopenharianas o nietzscheanas para definir el dere­
cho, que tiene, para él, una indudable traducción positiva. Hemos
de decir frente a la pretensión simplificadora que la postura de
don Colacho es mucho más tradicional y, por tanto, mucho más
opuesta al verdadero «enemigo», el derecho natural racionalista,
de lo que pudiera considerarse.
El escrito aparece en la revista citada acompañando un home­
naje a Gómez Dávila en el que intervino un buen número de sus
amigos y en el que se caracterizó su posición como escoliasta. El
homenaje contiene además lo más parecido a un intento sistemá­
tico de interpretar una parte concreta de la realidad que hizo don
82 Democracia y nihilismo

Colacho. Se publicó en abril-mayo de 1988 y se encuentra entre las*


páginas 67 y 95 de la revista13.
El mejor resumen-comentario de este trabajo fue realizado por
el profesor de Derecho Romano de la Universidad de Cantabria
Francisco Cuena Boy, uno de los intervinientes en el Congreso
por el centenario de Gómez Dávila que organizó en Bogotá la
Universidad de La Sabana14. La aproximación romanista, pegada
al texto, y con sentido histórico de Cuena contrasta con la que rea­
lizó Olano García en un trabajo anterior en el que desde el título
busca una imposible aproximación del bogotano a una posición
convencional «de derechas» anclada en una lectura de los derechos
fundamentales basada en la «naturaleza»15.
«De iure» aspira a perfilar «la estructura de un posible discurso
coherente en torno al derecho, la justicia y el Estado», «De iure»,
70.
Este discurso coherente puede ser desconcertante al menos a
los ojos del profesor Cuena: «¿Es forzoso que un pensador reac­
cionario, católico por más señas y en buena medida preconciliar,
profese una doctrina jurídica iusnaturalista? No, no es necesario.
Quien diga lo contrario opta por la comodidad o, simplemente no
ha leído bien a Don Nicolás Gómez Dávila».
El elemento fundamental se relaciona claramente con el prin­
cipio «iustitia est ad alterum». De esta forma lo jurídico «Está dado
en el acto del sujeto que reconoce a otro sujeto». En consecuencia,
el acto jurídico es un «acto solidario de dos sujetos distintos» que
funda lo jurídico como convenio. De nuevo surge la posición clá-

13. «De iure», 1988, pp. 67-95.


14. C uena B oy , F., «Nicolás Gómez Dávila, la historia, el derecho», 2011,
pp. 1-28
15. O lano G arcía , H. A., «Aproximación al pensamiento de Nicolás Gó­
mez Dávila», 2010, pp. 239-282.
Obra, bibliografía e influencias 83

sica «estare pactis». El convenio entonces lógicatnente no puede


contener una autorización a una parte de «convenir la alterabilidad
libre de los términos convenidos en el convenio» «De iure», 71.
Como indica Cuena, Gómez Dávila enuncia las tres reglas de
las que depende cualquier forma jurídica.
1. «Lo jurídico es convenio».
2. «El convenio es obligación de respetar lo convenido».
3. «El convenio es obligación de respetar el convenio».
Sobre esta base se definen algunos conceptos jurídicos funda­
mentales:
Derecho es la regla de conducta que nace del convenio.
Derecho objetivo «es el conjunto empírico de reglas de dere­
cho», y derecho subjetivo, «la pretensión emanada de la regla y la
prestación que la constituye».
En conclusión «todo derecho es derecho positivo», «De iure»,
74.
Ahora bien, si es cierto que lo que confiere a un contenido
axiológico su carácter jurídico es el convenio, esto no quiere decir
que se pueda convenir lo que se quiera. Como indica el mismo
Gómez Dávila, el derecho «no es meramente lo que se quiere con­
venir, sino lo que se debe convenir», y añade «el derecho no es sino
forma, pero su materia es axiológica».
Combinado con el tradicionalismo propio de Gómez Dávila el
convenio en sentido amplio explica la importancia dada al derecho
consuetudinario. En otro orden de cosas, es la misma razón por
la que don Colacho muestra su simpatía hacia la libertad concreta
tradicional frente a la construcción teórica. De nuevo con el estu­
dioso palentino y catedrático de la Universidad de Cantabria: «El
papel del derecho consuetudinario es el de ser instancia intermedia
entre la categoría jurídica y su concreta realización histórica, entre
el derecho puro y el derecho positivo. De este modo, si el derecho
puro es convenio, el “consentimiento histórico” es el esquema de su
84 Democracia y nihilismo

implantación temporal»16. Este consenso no es una imposición ar­


tificial sino, en palabras de Gómez Dávila, «acumulación histórica
de reglas que legitima un consenso cotidiano e implícito».
Tiene esta preeminencia del derecho consuetudinario tras­
cendencia política, precisamente por su función de barrera a la
construcción ideologizada, construcción que precisamente favore­
ció, como Gómez Dávila no ignoraba, el mismo derecho natural
racionalista, en la base del pensamiento y proceso revolucionario.

«Ello es debido a que, según él mismo señala, el derecho se


convierte fácilmente en simple arma política allí donde no es con­
suetudinario, donde se irrespeta, por tanto su carácter orgánico en
el sentido del escolio anterior. Lo cual le lleva a afirmar que no es
en los derechos humanos, ni en las constituciones ni en el derecho
natural donde cabe buscar protección eficaz contra la arbitrariedad
del Estado, sino sólo en el derecho consuetudinario». . /

Así los derechos del hombre no serían verdaderos derechos sino


máscara ideológica, idea que reitera en los Escolios y que coincide
con la de algún iusnaturalista como MicheJ/Villey17.
Por supuesto el antiiusnaturalismo de Gómez Dávila coincide
también con el peculiar iusnaturalismo de Villey en su oposición a
la ley cuando se identifica con el derecho o como fuente principal
del derecho18.
La. relación entre derecho y naturaleza no es simple o ingenua
y había sido explicada anteriormente por el propio Gómez Dávila.
Nos habla así de lo que es propio a la naturaleza humana y realiza

16. C uena B oy, E , «Nicolás Gómez Dávila, la historia, el dercho», 2011,


p. 16.
17. Véase el trabajo V illey , M., «Iusnaturalismo. Ensayo de definición»,
1990-1991, PP. 341-350.
18. Cf. «De iure», 1988, p. 76.
Obra, bibliografía e influencias 85

una peculiar, y brillante, aproximación al único modo de describir


el derecho natural, la gran metafísica jurídica19 que entiende que
podría ser aceptable:

«En caso de que exista un orden esencial y natural de la socie­


dad humana, no se trata de un orden inviolable como el conjunto
de leyes de la mecánica celeste. Por lo tanto, una institución social
como la familia no comporta una necesidad semejante a la de la
respiración, por ejemplo. En verdad ese orden no puede ser sino la
condición de un estado social determinado, violarlo, sin embargo,
puede implicar la destrucción de todo lo que, en él, coexiste. Así,
ese orden puede no ser esencial al hombre como organismo, para
sobrevivir, pero sí a todo lo que hay de propiamente humano en el
hombre», Notas, 92.

Gómez Dávila, en su aversión al estoicismo, no puede aceptar


la tendencia naturalística que es observable especialmente en el
Digesto. Tendencia criticada entre otros por el profesor Francisco
Carpintero20.
Y también en Notas había dado cuenta de la peculiar relación
entre justicia y fuerza que condiciona la misma realización de la
justicia: «El acto justo existe -independientemente de toda consi­
deración utilitaria—, pero no se realiza sino cuando la fuerza cae en
manos de aquellos a quienes favorece», Notas, 207.
En 1995, en la Revista de la Universidad de Antioquia Gómez
Dávila realiza la definitiva definición de su postura, y de su idea
de libertad, en uno de sus escritos más logrados: «El reacciona­
rio auténtico». Cuando tantos dudan de lo que realmente signi­
fica «reaccionario» en el contexto gomezdaviliano, las diecisiete

19. C f. L egaz y L acambra , L ., «El pensamiento dialéctico», 1971, pp. 37-


66, p. 27.
2 0 . C a r p in t e r o B e n ít e z , E , La ley natural\2 0 1 1 .
86 Democracia y nihilismo

páginas de «El reaccionario auténtico» son la guía que aclara la


dispersión de los Escolios y constituyen un providencial resumen
dentro de los escritos de nuestro autor. Como en el conjunto de
sus trabajos, cada página es divisible en párrafos autosuficientes, y
cada uno de ellos, en auténticos escolios.
Comienza definiendo la posición reaccionaria en relación con
la protesta o sorpresa que despierta en el progresista la mera pre­
sencia del reaccionario. O más precisamente, la repulsión que pro­
duce en los progresistas. Y en la definición a lo largo de los densos
párrafos, casi escolios, que se contienen en «El reaccionario autén­
tico» de la sorpresa despertada por el «reaccionario auténtico», se
produce una firme reivindicación, de una actitud, más que de una
«doctrina», pues nuestro reaccionario «literario» debe distinguirse
de las formas inauténticas de reacción, es decir, del hombre que
reacciona en política por el vértigo del progreso:

«... pero solos el periodista, el político, y el tonto, no se azoran,


secretamente, ante la tenacidad con las más altas inteligencias de
Occidente, desde hace ciento cincuenta años, acumulan objeciones
contra el mundo moderno. Un desdén complaciente no parece, en
efecto, la contestación adecuada a una actitud donde puede herma­
narse un Goethe o un Dostoievski», Textos, 151.

El artículo es probablemente una redacción final de trabajos


que venía perfilando desde los años cincuenta y que no tuvieron
oportunidad de publicarse en Textos /. Prueba de ello sería la co­
lumna de Hernando Téllez «Boceto del reaccionario» publicado
en el diario El Tiempo de Bogotá el 3 de agosto de 1960. Con
amistad que no nubla el criterio, el contertulio más querido de don
Colacho parece apuntar más allá de una mera explicación del vo­
lumen Textos /. En el reaccionario se retrata al amigo, su actitud,
la quintaesencia de su esfuerzo valorado por encima de cualquier
otro autor al que se hubiera referido Téllez. Es, desde mi punto de
Obra, bibliografía e influencias 87

vista, una apología en respuesta al vacío con el que se había despre­


ciado la obra de Gómez Dávila. Basta leer el comienzo:

«El reaccionario es un animal humano, a quien los progresis­


tas consideran como una especie de bestia prehistórica, cuya sola
presencia los incomoda y escandaliza. Ningún otro tipo de pensa­
miento consigue exasperarlos más eficaz y coléricamente. No con­
ciben siquiera la posibilidad de que alguien, capaz de profesar un
conjunto de ideas que niegan la totalidad del sistema en sus dos
fases, la comunista y la capitalista, pueda existir como tal, como
criatura humana. Les parece que esa existencia constituye no solo
un anacronismo intelectual sino sencillamente una infracción, una
equivocación, un error imperdonable de la biología». V¿

Si mencionábamos a los progresistas en plural es porque Gó­


mez Dávila distingue entre las razones de la oposición del pro­
gresista radical —que es quien «convencido de la racionalidad de
la historia se asigna el deber de colaborar en su éxito» y que, en
consecuencia, «se inclina sobre el hecho inminente para favorecer
su advenimiento, porque al actuar en el sentido de la historia la
razón individual coincide con la razón del mundo», Textos, 153- y
las del progresista liberal que, «en cambio, se instala en una pura
contingencia [...] La historia del progresista liberal no es un pro­
ceso necesario, sino el ascenso de la libertad humana hacia la plena
posesión de sí misma. El hombre forja su historia imponiendo a la
naturaleza los fallos de su libre voluntad».
En su brillante «Anotado al margen de “El reaccionario” de Ni­
colás Gómez Dávila», Ernesto Volkening enumera las diferencias
de los dos progresistas que coincidirán, sin embargo, plenamen­
te en la respuesta ante el reaccionario. «Hablando del progresista
radical (cuya genealogía se remonta hasta Hegel, del “progresista
liberal” (que es, simplemente un liberal de los tiempos de Benja­
mín Constant en estado fosilizado) y de la actitud asumida por los
88 Democracia y nihilismo

dos frente al reaccionario, dice Nicolás Gómez Dávila: «Ambos


censuran su pasiva lealtad a la derrota»21.
Es la percepción de la historia y la valoración de los hechos,
si se quiere la intervención estrictamente humana en el progreso,
lo que diferencia ambos tipos de figuras triunfantes y totalmente
equivocadas: «El progresista radical, por una parte, no compren­
de como el reaccionario condena un hecho que admite, y el pro­
gresista liberal, por otra, no entiende cómo admite un hecho que
condena», Textos, 152.
La figura de los dos progresistas era aún más política en la
lectura de Hernando Téllez de la que se deriva directamente de los
textos de partida:

«... la presencia, la existencia de un tipo de pensamiento por


fuera de la corriente histórica, y que implica un sistema de valores
radicalmente diferente del que el comunismo o el capitalismo acep­
tan, crea en el ánimo del progresista una indignación bien curiosa,
y explicable, por lo demás. El pensamiento reaccionario que niega
íntegra y globalmente, en nombre de unos valores determinados, la
propuesta capitalista y la comunista, ataca, con su sola negatividad,
el núcleo esencial de los dos aspectos de la alternativa, es decir, la
hipótesis de la bondad de uno y otro».

Ingenua lectura que sirve de consuelo de uno mismo mediante


una interpretación de la historia montada al alcance de una expli­
cación humana. Eso parece el progresismo al que nuestro autor
niega el carácter adulto con el que el hombre contemporáneo se
ha consolado a medias. Atreverse es ir más allá y en ese atreverse
surgen los grandes espíritus del XIX y del XX que se deciden a mirar
de frente a una realidad muchas veces amarga y decepcionante. Es

21. V o lk en in g , E., «Anotado al margen de “El reaccionario” de Nicolás


Gómez Dávila», 1978.
Obra, bibliografía e influencias 89

por ello que Gómez Dávila reivindica, casi solo, la imagen adulta y
erguida del reaccionario. Al leerle resuenan los ecos del historiador
que asumió con mayor entereza esa actitud. Como no pensar en
Burkhardt, en toda la obra del profesor de Basilea, ante este esco­
lio, otra vez cumbre y resumen: «El reaccionario, sin embargo, es
el estulto que asume la vanidad de condenar la historia, y la inmo­
ralidad de resignarse a ella», Textos, 154.
Y Volkening, le entiende después de las incomprensiones de
una sociedad dominada por las vulgarizaciones del historicismo
marxista: «Condenándose a la impotencia, reduciéndose aparente­
mente a su mínima expresión, el reaccionario en realidad se torna
inatacable e invencible»22.
La actitud reaccionaria resulta, así definida, en una figura cla­
rificadora de la imagen que Gómez Dávila tenía sobre sí mismo,
o al menos el tipo ideal que en cierta forma queda dibujado en su
vida concreta, la manera en la que comprendía la actitud estética y
política; en suma, cierta justificación de su vida:

«Si el reaccionario admite la actual esterilidad de sus principios


y la inutilidad de sus censuras, no es porque le baste el espectáculo
de las confusiones humanas. El reaccionario no se abstiene de ac­
tuar porque el riesgo lo espante, sino porque estima que actualmen­
te las fuerzas sociales se vierten raudas hacia una meta que desdeña.
Dentro del actual proceso las fuerzas sociales han cavado su cauce
en la roca, y nada torcerá su curso mientras no desemboquen en el
raso de una llanura incierta. La gesticulación de los náufragos sólo
hace fluir sus cuerpos paralelamente a distinta orilla.
Pero si el reaccionario es impotente en nuestro tiempo, su con­
dición, lo obliga a testimoniar su asco.
La libertad, para el reaccionario, es sumisión a un mandato».
Textos, 157-158.

2 2 . Ibíd.
90 Democracia y nihilismo

Esta sumisión, según Volkening, prueba su aguda inteligencia.


Es una inteligencia en la abstención: «Absteniéndose, el reaccio­
nario conserva su integridad y su independencia que, unidas a su
inteligencia igualmente insobornable (no hay reaccionario tonto:
parece contradictio in adiecto), constituyen rasgos archicaracterísti-
cos de lo que pudiéramos llamar su “complexión moral”».
Y Téllez volvía sobre la alarma que el talante reaccionario,
pese a su nulo efecto práctico, despierta en los representantes del
sistema:

«El peligro real de esa rebelión intelectual, es nulo, por lo me­


nos durante este y el próximo milenio. Y, sin embargo, la indigna­
ción que esa negativa produce entre reformistas y revolucionarios,
entre capitalistas y comunistas, parecería anunciar una amenaza
inmediata contra el victorioso proceso en el que se desenvuelven
las formas políticas, económicas y sociales del progresismo y del
comunismo».

«El reaccionario auténtico» concluye con una serie de escolios


que van definiendo una actitud personal. Estos escolios ensarta­
dos han sido utilizados ampliamente por quienes admiran a don
Colacho para definir concretamente la personal manera en que él
era reaccionario:

«Ser reaccionario es defender causas que no ruedan sobre el ta­


blero de la historia, causas que no importa perder».
«Ser reaccionario es saber que sólo descubrimos lo que creemos
inventar; es admitir que nuestra imaginación no crea, sino desnuda
blandos cuerpos.»
«Ser reaccionario no es abrazar determinadas causas, ni abogar
por determinados fines, sino someter nuestra voluntad a la necesi­
dad que no constriñe, rendir nuestra libertad a la exigencia que no
compele; es encontrar las evidencias que nos guían adormecidas a la
orilla de estanques milenarios».
Obra, bibliografía e influencias 91

«El reaccionario no es el soñador nostálgico de pasados aboli­


dos, sino el cazador de sombras sagradas sobre las colinas eternas»,
Textos, 159.

Ernesto Volkening, amigo y al mismo tiempo agudo comen­


tarista de la actualidad de la literatura colombiana, hace en este
trabajo una pregunta que de resolverse aclararía con precisión la
verdadera entidad del reaccionario auténtico. Si resultase aclarada
en un sentido, sería una cualidad universal, apartada de la figu­
ra específicamente contemporánea del reaccionario político; si se
concluyese en el otro, tendríamos un reaccionario político espe­
cialmente poderoso, pero incluible en una categoría convencional:

«Queda un último interrogante que abre las más interesantes


perspectivas y podría formularse así: ¿representa el reaccionario un
tipo categorial en el sentido de una antropología política, o sea un
fenómeno que puede aparecer en cualquier momento de la histo­
ria, pero sobre todo en la fase tardía de una civilización, v.gr. de la
Grecia de Tucídides, la Roma de Tácito, la Francia de la Fronde o
estará la reacción vinculada a una sola constelación histórica, la de
la revolución de 1789, como lo da a entender aquel pasaje donde
habla el autor de “la tenacidad con que las más altas inteligencias de
Occidente, desde hace ciento cincuenta años, acumulan objeciones
contra el mundo moderno”?»23.

2.1.4. «Escolios a un texto implícito»

Desde su primera obra publicada, Notas /, Gómez Dávila mos­


tró su mayor precisión conceptual, su mejor estilo literario, en la
producción de aforismos, que él denominaría finalmente escolios,
aunque dubitativamente había ensayado el término «notas», para
darle quizá un tono menos rotundo, menos acabado. En la tipo-

2 3 . Ibíd.
92 Democracia y nihilismo

logia que hemos descrito los Escolios son el momento en el que


el autor habla consigo mismo, alcanzada la plena madurez de su
pensamiento y el medio en que este se manifestaba.
Sin embargo, aun cuando hay escolios en Notas y gran parte
de Textos está, compuesta en una sucesión de escolios encadenados,
los Escolios a un texto implícito aparecen como una obra de plena
madurez, al menos editada cuando esta se había alcanzado tanto
en el aspecto formal como en la fase vital.
Por supuesto debemos pensar que Gómez Dávila compartía
con sus amigos algunos de los aforismos que iba redactando y de
los que solo algunos habían sido publicados en obras anteriores.
Los Escolios son así una labor de toda una vida que va decantándo­
se hasta cotas de mayor perfección. ^^ t ^
En 1956 la espléndida iniciativa culíural que supuso la Revista
Mito, animada por Hernando Téllez/uno de los más íntimos con­
tertulios, publicó una serie de escolios, con un pequeño estudio
previo del propio Téllez. La Agenda Cultural Alma Mater, revista de
la Universidad de Antioquia, lo ha reproducido en febrero de 2012.
En este texto Hernando Téllez dará algunas de las descrip­
ciones de los escolios que han inspirado buena parte de lo que
podríamos llamar la crítica gomezdaviliana.
Se vuelve sobre dos tópicos, tomados del propio Gómez Dá­
vila, uno que concibe al escolio como un precipitado del proceso
de maduración de la lectura meditada; el otro, el que compara el
escolio con la aguda punta de diamante. Téllez como Gómez Dá­
vila lo expresa con admirable concisión:

«Como en los casos clásicos de La Bruyére o de La Rochefou-


cauld o de Joubert, el aforismo de Gómez Dávila es una especie de
precipitado final en que se resuelve, se expresa y sintetiza un largo
proceso de meditación, y en que se cristaliza y codifica una vas­
ta corriente de experiencia y sabiduría. “Quien así escribe”, dice el
Obra, bibliografía e influencias 93

mismo autor a propósito de su forma gnómica de expresión literaria,


“no toca sino las cimas de la idea, una dura punta de diamante”.
Una dura punta de diamante, He ahí la definición perfecta y la
calificación, no menos perfecta de sus notas y para sus notas. Todo
cuanto no aparece explícito en ellas, en esa apretada estructura, se
halla, sin embargo, como en la punta de diamante, subyacente, in­
corporado, tácito. Y del mismo modo que en su punta de diamante
se encuentra resumido el sordo trabajo milenario de la tierra, en su
nota se integra, para florecer en un solo acto imperial de la inteli­
gencia, todo el legendario proceso de la cultura»24.

Así pues, los escolios son denominados notas y no se hace re­


ferencia al texto implícito aunque se supone implícito dando una
de las claves de la pregunta más reiterada entre los publicistas, más
que entre los lectores de Gómez Dávila, a saber, cuál es el famoso
texto al que se referirán los escolios. Un texto que aquí aparece
condensado en el repetido diamante.
Téllez describe dos propiedades más de estas notas. Una es casi
una definición, a la que no he visto prestar quizás la atención de­
bida en la literatura anterior. «Una confesión pascaliana acuñada
en la fórmula literaria de La Bruyére. Esta podría ser, acaso, una
aproximada descripción de la tentativa, intelectual, persona e ínti­
ma, de Gómez Dávila y de su expresión formal».
La segunda se refiere a la lengua española que perfila el bogo­
tano: «El idioma español que aparece literariamente irreductible a
la maravillosa minimidad y economía de la sentencia de La Bruyé­
re o del pensamiento joubetiano, encuentra en la frase de Gómez
Dávila, para tal empresa, un molde intachable. Desde el bronco
balbuceo de los cantares de gesta hasta la ondulación elocuentísi­
ma de la prosa de Ortega, nuestro idioma es un soberbio estrépito
marcial, algo así como un vasto y explícito rumor de espadas». De

24. T éllez, H., «La obra de Nicolás Gómez Dávila», 2012.


94 Democracia y nihilismo

nuevo el eco de Notas y los prolegómenos de Escolios aparecen en


este párrafo. Más adelante Téllez define la prosa de Gómez Dávila
como la veían quienes tenían acceso a sus escritos repartidos entre
amigos y comentados en tertulias:

«En la escritura literaria de Gómez Dávila el estilo se vuelve


pura piel, fina corteza adherida biológicamente, íntimamente, al
hueso de la idea. Con su obra entramos al reino astrigente y puro de
las ideas, iluminado en todos sus recintos por la belleza y la gracia
de la belleza. Una belleza esencial al propósito, otorgada con mano
rigurosa. Y con esa obra nos encontramos ante el esquivo y supremo
hallazgo de un grande, de un verdadero escritor»25.

De los escolios que se publican como notas algunos tienen casi


la redacción definitiva: «Cuando una milagrosa providencia nos
concede el destino que anhelábamos, nada nos sorprende tanto
como descubrir que aceptar el cumplimiento de nuestros sueños
requiere una resignación desolada».
Otros parecen expresar un anhelo personal que luego sería
completado en la redacción de los escolios: «¿Morará mi corazón
eternamente bajo la sombra de la viña, cerca de la tosca mesa,
frente al esplendor del mar?».
Y que posteriormente iría precedido: «A través de mil nobles
cosas perseguimos a veces solamente el eco de alguna trivial emo­
ción perdida».
En 1977, completando algunas de las paradojas de su vida, el
antiestatista y antiprofesional de la cultura Gómez Dávila tras dos
autoediciones publicó Escolios a un texto implícito en la Editorial
Instituto de Cultura. La edición tiene dos volúmenes: uno de 477
y otro de 505 páginas. E incluye entre seis a ocho escolios por pá­
gina. Ocupan entre la página 63 y la 858 de la edición de Atalanta.

25. Ibíd.
Obra, bibliografía e influencias 95

El tomo Escolios a un texto implícito I está precedido de una


serie de textos cuidadosamente escogidos que muestran tanto la
intención de Nicolás Gómez Dávila como su peculiar sentido del
humor. Muy significativamente no traduce estos textos y los pu­
blica en su idioma original.
El primero: «Quel fanatisme! Exclama le pharmacien, en se
penchant vers le notaire», pertenece al capítulo octavo de la parte
segunda de Madame Bovary de Gustave Flaubert. La escena mues­
tra a una mujer que ha ganado un premio agrícola y anuncia con
simple felicidad que dedicará el dinero a encargar al cura algunas
misas. El farmacéutico le dice al notario: «¡Qué fanatismo!». Que­
da así representado, por un lado, el espíritu campesino de Gómez
Dávila con el que le gustaba asimilarse, hasta definirse un cam­
pesino medieval indignado, y por otro, el espíritu burgués en sus
más conspicuos representantes, que tanto despreciaba y del que
tan poco esperaba.
El segundo texto es del Quijote. La escena que muestra es aque­
lla en la que en el capítulo XIX, parte segunda, don Quijote repro­
cha a Sancho, una vez más, su costumbre de hablar encadenando
dichos y proverbios. Sancho parece decir que él sí se entiende con
tanto refrán, y aun cuando Gómez Dávila tiene un sentido culto
del lugar común que utiliza, sus referencias al valor de esos lugares
comunes es constante. Su asimilación a Sancho puede extrañar,
pero se mueve en el sentido que hemos visto en la cita anterior.
El resto de los textos son de Diógenes Laercio, Shakespeare,
Paul Valéry, Nietzsche y Petrarca. Fruto de intensas lecturas y de
cuidada selección, reflejan la amplitud de la tradición occidental
en la que Gómez Dávila se integra, y también las preferencias de
nuestro autor, que son muy significativas y muy acentuadas.
La crítica se ha detenido especialmente en el texto de Shakes­
peare que pertenece al poema «El rapto de Lucrecia». El párrafo
del que solo reproduce los dos últimos versos dice:
96 Democracia y nihilismo

«For much imaginary work was there;


Conceit deceitful, so compact, son kind,
That for Achilles s image stood his spear
Griped in an armed hand; himself, behind
Was left unseen, save to the eye of mind:
A hand, a foot, a leg, a head,
Stood for the whole to be imagined».

Como ha señalado Stephen Wauck en su blog Don Colacho


blogspot.com.es -e l más extenso análisis de estos epigramas, en
relación con Gómez Dávila, publicado hasta ahora-, nuestro au­
tor utiliza el texto para justificar su decisión de escribir aforismos
en lugar de tratados. Volpi también pone en relación este texto
con la caracterización de Gómez Dávila como un hombre común,
incluso mediocre, que aprovecha un medio que supuestamente no
exige mucho de él. La ironía, por supuesto, es clara en cuanto la
«punta de diamante» que representa cada escolio, sugiere mucho
más que lo que permitiría una prolija explicación.
De los escolios recogidos en este volumen el primero se refiere
al estilo: «Un texto breve no es un pronunciamiento presuntuoso,
sino un gesto que se disipa apenas esbozado», Escolios, 69. El últi­
mo es una confesión de su peculiar reaccionarismo y una descrip­
ción de cómo entiende la tradición: «No pertenezco a un mundo
que perece. Prolongo y transmito una verdad que no muere», Es­
colios, 858. El texto sería reeditado siete años después de la muerte
del autor en 2001 por Villegas Editores con un prólogo de Mario
Laserna Pinzón y un epílogo de Franco Volpi.
En una entrevista publicada por Philipe Billé, el editor Juan
Gustavo Cobo Borda da algunas claves de aquella edición, al me­
nos desde su perspectiva:

«Con mi compulsiva manía de editor, ya desde el primer mo­


mento de nuestra relación quería divulgarlos. Había leído algunos
Obra, bibliografía e influencias 97

en Mito, presentados por el inolvidable Hernando Téllez, publiqué


otros en Eco, y por fin en 1977, gracias al respaldo de Gloria Zea,
de quien era asistente de la dirección en el Instituto Colombiano
de Cultura, el milagro de esos dos tomos de 477 y 500 páginas
respectivamente»26.

Cobo Borda señala que esta labor editorial sobre los escolios
fue la más formativa de su vida y se atribuye un importante papel
corrector: «Esa fue mi verdadera escuela y mi auténtica universi­
dad, incluido el post-grado: recibir las voluminosas carpetas, lle­
varlas a la Editorial Andes, y corregir, feliz, noche tras noche, las
pruebas. “Tache, tache, don Juan Gustavo, que uno escribe tantas
bobadas”».
Nueve años después de publicarse su primer libro de escolios
en dos tomos se editaron unos Nuevos escolios a un texto implícito
también en dos volúmenes -uno de 208 páginas y otro de 2 1 2 -
también por una editora oficial, Procultura de la Presidencia de
la República. Esta vez los escolios se abren con casi una confesión
personal: «Camino entre tinieblas. Pero me guía el olor de la reta­
ma», Nuevos, 861.
Y vuelve en el último sobre la reacción, probablemente refi­
riéndose a la misma recepción de su obra: «Al reaccionario nunca
lo juzgan por lo que dice, sino por lo que suponen que dijo», Nue­
vos, 1256.
Finalmente, dos años antes de su muerte todavía perfiló otra
serie de escolios, menos numerosa ciertamente que las dos entregas
anteriores, que también publicó en una editorial oficial: Sucesivos
escolios a un texto implícito apareció en 1992 en la serie La Gra­
nada Entreabierta, Instituto Caro y Cuervo de Bogotá, con 186
páginas. Se abre con un ataque «La historia de la incredulidad

26. B il l é , P. (ed.), Studia Daviliana, 2003.


98 Democracia y nihilismo

es más rica aún en episodios grotescos que la historia religiosa»,


Sucesivos, 1257, ironía evidentemente referida a ambas historias.
Culmina con lo que podría considerarse un lema y resumen de su
vida, aunque nunca sabremos si fue intencionado: «Escribir es la
única manera de distanciarse del siglo en que le cupo a uno nacer»,
Sucesivos, 1407.
Dos años después de Sucesivos escolios fallecería nuestro autor
el 17 de mayo de 1994, como hemos comentado, en una cama que
habían trasladado a su biblioteca. Comienza entonces la historia
de su recepción, apenas iniciada en vida, y de la difusión de su
obra.

2 .2 . E d ic io n e s d e la o b r a g o m e z d a v il ia n a

La cuidada edición de Atalanta de Escolios a un texto implícito


recoge lo que en su momento era una completa bibliografía de
Nicolás Gómez Dávila; sin embargo, hay ciertas carencias y desde
luego desde la edición se han producido algunas novedades.
El conjunto de la obra de Gómez Dávila, salvo sus dos ensayos
académicos a los que nos hemos referido, «El reaccionario autén­
tico» y «De iure», cayó bajo el cuidado de la Editorial Villegas de
Bogotá, especializada entonces en libros de arquitectura y arte.
El editor Villegas ha venido realizando un notable esfuerzo de
difusión, constreñido, eso sí, fundamentalmente a Colombia. En
el año 2001 Villegas editó Escolios a un texto implícito. Selección,
que contiene una acertada selección de escolios realizada por su
hija Rosa Emilia y que conserva la idea original, es decir, evita
la agrupación por temas. En el año 2002, en rústica como en el
caso anterior, Villegas reedita Textos I manteniendo el número I
del título original, aunque como es sabido nunca hubo un Textos
II. Al año siguiente se publica en el mismo formato Notas, con un
Obra, bibliografía e influencias 99

estudio introductorio de Volpi y se anuncia una edición de cinco


tomos de Escolios. Finalmente la editorial parece cambiar de idea
y realiza una edición de la Obra Completa en 2005, que es propia­
mente una edición de los escolios completos. Como dice la propia
editorial, son «Seis tomos con todos los Escolios de Nicolás Gómez
Dávila, el pensador más importante de Colombia, reconocido en
Europa, particularmente en Alemania e Italia, por su aporte a la
filosofía moderna».
No terminará aquí el esfuerzo editorial de Villegas sino que en
el año del centenario de su nacimiento (2013) editará un volumen
bilingüe español-inglés de Escolios con el título Scholia to an im-
plicit text que son una selección de la que en su momento hiciera
Rosa Emilia Gómez y que corrió a cargo del profesor alemán Till
Kinzell, quien venía escribiendo sobre el autor bogotano desde el
año 2002.
En la introducción al volumen El solitario de Dios, Benjamín
Villegas explica las razones que le llevaron a este magnífico em­
peño editorial, evidentemente poco rentable, pero que le sitúa a la
postre como el «editor» de Gómez Dávila, título con el que proba­
blemente pasará a la historia de la literatura colombiana.
El texto «Un colombiano universal» se inicia con una con­
fesión muy personal: «Desde el momento mismo en que conocí
su obra me rendí ante ella, no he tenido la menor duda en afir­
mar que Nicolás Gómez Dávila es el pensador más importante
que ha producido el país a lo largo de su historia, Pero, no sólo
de Colombia: es difícil encontrar, al lado de Nietzsche, Schopen-
hauer Schegel, Novalis o Canetti, una producción aforística que
se le acerque». Y añade más adelante: «A nosotros, como editores y
como colombianos, la divulgación de esta obra, referencia obliga­
da de lucidez y profundidad, nos llena de orgullo y satisfacción»27.

2 7 . V ille g a s , B ., «Un colom biano universal», p p . 9 y 11.


100 Democracia y nihilismo

En España, junto a alguna edición no autorizada que no co­


mentaré, la obra de Gómez Dávila ha sido publicada por la Edi­
torial Atalanta en dos volúmenes. En el primero, del año 2009,
se reúnen bajo el título Escolios a un texto implícito los cinco vo­
lúmenes de Escolios precedidos de la inigualable introducción de
Franco Volpi titulada con enorme acierto El solitario de Dios. Esta
introducción de 42 páginas sigue siendo a mi entender lo mejor
que se ha escrito sobre Gómez Dávila y reproduce el volumen que
de Franco Volpi se recoge en los Escolios completos de Villegas.
En 2010 la misma editorial publicó con el título de Textos lo
que en Colombia se había titulado Textos /. El volumen contiene
una introducción de Jacobo Siruela. La peculiaridad de la edi­
ción española es que incorpora el artículo editado en la Revista de
la Universidad de Antioquia «El reaccionario auténtico», aunque,
desde mi parecer, inexplicablemente no incluye «De iure»28. Fal­
tan, por tanto, por editar en España Notas y «De iure».

2.3. T r a d u c c io n e s

La obra de Gómez Dávila comenzó a ser traducida, todavía en


vida del autor, al alemán. La Editorial Karolinger de Viena fue la
que acometió en primer lugar esta labor, fundamentalmente por
la intervención del ensayista, novelista y guionista alemán Arthur
Mosebach y también del pensador, filósofo y propagandista cató­
lico Gerd-Klaus Kaltenbrunner, otro gran difusor de la obra de
don Colacho. En 1987 se publica la versión en alemán de Escolios
a un texto implícito con el título Einsamkeiten. Glosse und Text in
einem, traducción de Günther Rudolf Sigl, epílogo de Franz Nie-
dermayer. En 1992 Gómez Dávila pudo ver traducidos sus Nuevos

28. Probablemente, sí haya una explicación, que es el complejo mundo de


los derechos de las ediciones de Gómez Dávila.
Obra, bibliografía e influencias 101

escolios: AufVerlorenen Posten. Neue Scholien zu einem inbergriffe-


nen. La traducción fue realizada por Michael Mebner y la edición
contiene un ensayo de Francisco Pizano de Brigard. En 1994 se
tradujo Sucesivos escolios: Aufzeichnungen des Besiegten. Fortgesetzte
Scholien zu einem inbegriffenene Text. Esta vez la traducción es de
Giinter Maschke, con un epílogo de Martin Mosebach.
Es decir, en el año de la muerte de Gómez Dávila estaban tradu­
cidos todos sus escolios al alemán, luego vendría el resto de su obra:
Textos con «De iure» y «El reaccionario auténtico» en 2003, Texte
und andere Aufsátze, traducción realizada por Herminio Redon­
do, epílogo de Till Kinzel y bibliografía de Franco Volpi. En 2005
aparece la versión de Notas: Notas. Unzeitgemabe Gedanken. La tra­
ducción es de Ulrico Kunzmann, prólogo de Martin Mosebach y
epílogo de Franco Volpi, en esta ocasión editado por Matthes &
Seitz. La misma Karolinger publicaría el conjunto de los escolios
en un volumen en 2006: Scholien zu einem inbegriffenen Text, con
traducción de Th. Knefeli y G. R. Siegl.
Por otra parte deben destacarse dos antologías, una de Martin
Mosebach titulada Das Leben ist die Guillotine der Wahrheiten,
y publicada por Hans Magnus Enzensberger en Die Andere Bi-
bliothek, y otra seleccionada por Michael Klonovsky, comercia­
lizado como edición de bolsillo por Reclam Verlag y titulada Es
genügty dass die Schonheit unseren Uberdruss streift.
Ya hemos mencionado a Till Kinzel en la traducción al inglés,
la única editada oficialmente, de una selección de escolios, cons­
truida sobre la que realizara su hija Rosa Emilia para la misma
editorial. La introducción y selección es del citado Till Kinzel y la
traducción de Roberto Pinzón. Aun cuando mi juicio en inglés es
claramente discutible y mi lectura de literatura, sobre todo poesía,
relativamente escasa, los escolios, en la traducción mencionada,
carecen desde mi punto de vista del vigor, el ritmo y el sentido
poético del original español.
102 Democracia y nihilismo

Por la importancia del traductor y el impacto cultural en su


país es preciso mencionar la edición en italiano que realizó Franco
Volpi del libro Escolios I de Gómez Dávila con el título In margine
a un testo implícito, en la editorial Adelphi de Milán, con tres edi­
ciones marzo de 2001, septiembre de 2001 y marzo de 2005. Hay
una cuarta edición. La traducción es de Lucio Sessa. Posterior­
mente, en 2007, la misma editorial e idénticos editor y traductor
publicaron el segundo volumen de Escolios con el título Tra Poche
parole, de la que existen dos ediciones.
Anteriormente la revista Cristianith había realizado otra traduc­
ción del artículo «El reaccionario auténtico» con el título «II vero
reazionario», que apareció en el doble número 287-288, marzo 1999.
También se ha traducido una selección de escolios, en este caso
de la obra completa titulada Pensieri antimoderni, a cargo de Anna
K. Valerio, Padova-Salerno: Edizioni di Ar, 2008. Y en el año del
centenario se ha publicado una traducción del quinto texto de
Textos 7(1959) con el título: Alie origini del mondo, a cargo de An­
tonio Lombardi, Villasanta (MB): Limina Mentís, 2013.
El tercer gran grupo de traducciones y uno de los más influ­
yentes por haber generado tres congresos sobre Gómez Dávila con
participación de algunos de los más notorios gomezdavilianos es
el que ha realizado la Editorial polaca Furta Sacra, animada por
el profesor Krysztof Urbanek. Tenemos un completo relato de la
recepción de Gómez Dávila en Polonia publicado en la Revista
Pensamiento y Cultura29.
En 2006 Furta Sacra publica la traducción de Sucesivos escolios
a un texto implícito. En 2007, Nuevos escolios a un texto implícito.
Tomo I (Varsovia, 2007), y en 2009, Nuevos escolios a un texto
implícito. Tomo II.

29. U rbanek , K., «La recepción de la obra de Nicolás Gómez Dávila en


Polonia», 2013, pp. 33-49.
Obra, bibliografía e influencias 103

En el año 2013, también por Furta Sacra, se publicó la traduc­


ción polaca de «El reaccionario auténtico», incluida en el volumen
El reaccionario auténtico. A Nicolás Gómez Dávila en el centenario
de su nacimiento que contiene once artículos de investigadores de
cinco países.
Por la importancia cultural del idioma y por el peso específico
de los autores gomezdavilianos en esa lengua, debemos referirnos a
las traducciones al francés publicadas, aunque nos consta que hay
alguna obra ya traducida pero inédita como la versión de Notas-
que ha hecho Michael Rabier.
En 2003 se tradujo Escolios a un texto implícito, exactamente
una selección de escolios con el artículo «Un ángel cautivo en el
tiempo» de Franco Volpi con un título algo truculento30: Les ho-
rreurs de la démocratie. Scolies pour un texte implicite, selección y
prefacio de Samuel Brussell, traducción de Michel Bibard y publi­
cado por Éditions du Rocher (coll. Anatolia).
La misma editorial publicó en 2005 una nueva selección con
el título Le réactioñnaire authentique, con idénticos editores y
traductores y con una brillante introducción del escritor alemán
Martin Mosebach, con una selección de Samuel Brussell.
Finalmente, hay una recopilación de aforismos bajo el título
Carnets d ’un vaincu, publicada en 2009 por Éditions de lArche y
traducida del español por Alexandra Templier.
En los Países Bajos la labor gomezdaviliana ha correspondido
al hispanista Robert Lemm, quien igualmente ha publicado sobre
Miguel de Unamuno o Jorge Luis Borges. En 2013 ha editado y
traducido «El reaccionario auténtico» con el título De Athentieke
reactionair en la Editorial Uitgeverij de Blauwe Tijger.

30. Así, en su reseña del libro Patrick Dionea no entiende que se haya
sacrificado el título original por este que se aparta tanto de la técnica gomezda­
viliana de escribir en voz baja. D io n n e , P., «Reseña», 2008, pp. 554-556.
104 Democracia y nihilismo

Por supuesto, junto a las ediciones mencionadas se pueden en­


contrar traducciones de los escolios a diversos idiomas en internet.
Así hay escolios y otros textos en sueco, checo, italiano o inglés,
pero dudo que esta obra que redacto pueda sustituir la continua
actualización de un buen buscador en la red.

2.4. B ib lio g r a fía g ó m e z d a v ilia n a

La bibliografía gómezdaviliana ha ido creciendo con el paso


del tiempo y la creciente fama del autor, y ello aunque, como algu­
na vez dijo la escritora Julia Escobar, los «colachianos» son celosos
de la excesiva propagación de un autor que casi gustamos guardar­
nos para nosotros mismos. La difusión se ha acelerado en 2013,
año del centenario de su nacimiento, y este 2014, vigésimo aniver­
sario de su muerte. Como es inevitable, la calidad de los escritos
sobre nuestro autor es muy variada, yendo desde piezas notables de
escritores consagrados, fundamentalmente Volpi, hasta los prime­
ros trabajos de ensayistas que han centrado su labor precisamente
en el maestro o memorias de conocedores de la obra gomezdavi-
liana. Por supuesto también hay trabajos desde mi punto de vista
prescindibles, fruto del entusiasmo, unas veces, y del oportunis­
mo, otras. Por ello una bibliografía debe ser crítica. No creo que
fuera útil una mera enumeración de los artículos publicados sobre
nuestro autor. Como en el texto ya citamos buena parte de los
escritos que se le han dedicado, en este capítulo nos limitaremos a
centrarnos en las monografías y en las colecciones de artículos en
números monográficos de revistas.
Los trabajos sobre Gómez Dávila pueden dividirse, con la
artificialidad de toda clasificación, entre los europeos, funda­
mentalmente centrados en el pensamiento gomezdaviliano, sin
menospreciar su calidad literaria, y los colombianos, que han he­
Obra, bibliografía e influencias 105

cho especial hincapié en Gómez Dávila como escritor, haciendo


referencia a la literatura gnómica. Por supuesto es una división
grosso modo pues, por una parte, hay filósofos consagrados como
Gutiérrez en Colombia que han trabajado sobre Gómez Dávila
con gran acierto, y por otra, cabe destacar a uno de los grandes
introductores en Alemania como es Martin Mogebach, polígra­
fo que, entre otros géneros, ha cultivado la novela. En España el
impacto del colombiano en diversos escritores es destacado. Es
posible crear quizás un tercer grupo donde incluiríamos a quienes
desde su ciencia particular se han acercado a la obra del bogotano,
fundamentalmente desde el derecho o la historia.

2.4.1. Monografías

El solitario de Dios. Franco Volpi publicó en la Editorial Vi­


llegas, unido a los cinco tomos de los Escolios completos -e s decir,
los dos de Escolios, los dos de Nuevos y el de Sucesivos—, un sexto
volumen que lleva por título El solitario de Dios, que es el induda­
ble referente de la lectura gomezdaviliana, y ello aunque se aleja
de la posición reaccionaria del autor, que trata, sin embargo, con
cuidadoso respeto. Por su conocimiento especial de Schopenhauer,
de Niestzche y del nihilismo contemporáneo, el título de la obra
El solitario de Dioses especialmente significativo. Cualquier lectura
interpretada de Gómez Dávila parte del texto de Volpi, aunque sea
para discrepar posteriormente de él. Gomezdavilianos de diverso
origen e interpretaciones, en las antípodas del propio pensamiento
de Volpi tuvieron en él un referente y un apoyo. Así Urbanek o Bi­
llé le citan con afecto. El hecho además de que esté incluido en las
dos grandes colecciones de Escolios. La de Villegas en Bogotá y la
de Atalanta en Madrid, en este caso como introducción, hace que
sea la vía natural de estrenarse en los misterios del pensamiento
gomezdaviliano, sin pretender ni poder sustituir en ningún caso el
106 Democracia y nihilismo

placer de la lectura directa de los escolios. Pues, en efecto, el propio


Volpi nos advierte de la necesidad de huir de los atajos nuestro em­
peño: no hay alternativa a la voluptuosa inmersión en los Escolios:

«El universo creado por esta obra, donde estilo e ideas31 se com­
pactan en granítica unidad, se presenta como un recinto cerrado:
no hay paso racional ni deducción lógica que sirva para entrar, La
única manera de hacerlo es lanzarse dentro. Comprender, en este
caso, es en verdad cuestión de empatia. Hay que saber adentrarse en
el ideario del autor, conjugando intuiciones y visiones, simpatías e
idiosincrasias, predilecciones y anatemas».

Esta modesta introducción que pretendemos debe mucho a la


lectura de Volpi. En primer lugar, la descripción de nuestro autor
como «El solitario de Dios», descartadas ciertas exageraciones que
no son de Volpi sobre esa soledad, es especialmente adecuada y
dan la clave de la vida y obra de Gómez Dávila como superación
del nihilismo desde un pesimismo bienhumorado, que es proba­
blemente la constante del bogotano. Sirve también Volpi para no
dejarse cegar exclusivamente por la «Religión democrática» como
tema principal e ir al sentido de la relación del escritor solitario,
pesimista tucidiano, con Dios. De ahí las diferencias de Gómez
Dávila con los otros grandes aforistas del siglo xx, tales como Cio-
ran, Caracó o Lee, con quienes se ha comparado con razón.
Tan compleja es esta relación-divergencia con los nihilistas que
Volpi puede encabezar sin causar ningún tipo de sorpresa todos
los capítulos de su magnífico libro El nihilismo32 con un escolio
de Gómez Dávila.
Así desde el primer capítulo donde menciona el escolio «Entre
el hombre y la nada se atraviesa la sombra de Dios» hasta el último

31. V olpi, E, El solitario de Dios, 2009, p. 25.


32. Id., El nihilismo, 2011.
Obra, bibliografía e influencias 107

que se abre con «Aún a sabiendas de que todo perece debemos


construir en granito nuestras moradas de una noche».
Della Storia. En 2008, los discípulos del catedrático italiano
Marco Tangheroni publicaron tras su muerte un volumen titula­
do Della Storia. In margine ad aforismi di Nicolás Gómez Dávila.
Marco Tangheroni, nacido en Pisa y criado en Cagilari, fue desta­
cado medievalista e historiador de la navegación. Ocupando entre
otras la cátedra de Historia Medieval de la Universidad de Pisa.
En el libro, que aparece introducido por el escolio «Nadie debe
tomarse a lo serio. Esperar tan sólo resultarlo», el autor agradece
a Giovanni Cantoni el hecho de que le hubiese introducido en la
lectura de El solitario de Dios. Aclara que este no es un ensayo so­
bre Gómez Dávila sino que, quizás como El nihilismo de Volpi, se
redacta al hilo de los escolios que Tangheroni va leyendo primero
en traducciones italianas y luego en la obra completa. Como a
tantos nos ha pasado, el autor italiano encuentra que los escolios,
muy numerosos sobre la historia, son inspiradores de su trabajo
y en cierta forma sintetizan y aclaran lo que uno mismo estaba
barruntando. En muchas cuestiones, el escolio gomezdaviliano,
incluso al golpear al académico o al especialista, o posiblemente
por ello, Aclara su trabajo de forma magistral. Y así trufado de
escolios Tangheroni desarrolla la idea sobre la historia, la epis­
temología y la filosofía de la historia, en capítulos dedicados a
«La complejidad, los límites y el misterio de la historia», «Sobre
la originalidad de la investigación histórica», «Sobre el deterni­
nismo y la causalidad». «Sobre la crítica de Kierkegaard a Hegel»,
«De lo general y lo particular». «Sobre la historia, los sistemas y
las estructuras», «Sobre la verdad de la historia», «La utilidad de
la historia y la relación entre el pasado y el presente» y finalmente
«El inexperto histórico».
La tumba habitada. Francia Elena Goenaga, poetisa y profe­
sora de la Universidad de los Andes, publicó en el año 2011 un
108 Democracia y nihilismo

desarrollo de la parte de su tesis doctoral, leída en la Universidad


de París, que había consagrado a los moralistas franceses y a la
relación de la forma de escribir de Gómez Dávila con ellos. Esta
parte tiene 54 páginas y se titula La tumba habitada. Nicolás Gó­
mez Dávila, el caso colombiano. Aun cuando el trabajo se centra en
la relación con los moralistas franceses, el tono es decididamente
literario. El título está tomado de la obra gomezdaviliana y sirve
para referirse a la modernidad. El libro busca centrarse también
en la visión histórica de Gómez Dávila. La autora tiende a pensar
que en algún momento Gómez Dávila se sitúa como moderno
al criticar la revolución industrial. Creo que eso solo es posible si
admitimos que el reaccionario es siempre postrevolucionario y no
puede actuar como si la revolución no hubiera ocurrido, aunque
esta resolvería a mi entender precipitadamente la duda planteada
por Volkening, a saber, si no existiría un «tipo» reaccionario, fun­
damentalmente literario, que se situara en el tiempo antes de la
Edad Moderna. Evidentemente, acierta más Francia Helena cuan­
do sitúa a Gómez Dávila como antimoderno pues «En su crítica
hay una mirada melancólica de un “orden” y una “jerarquía” que
las sociedades democráticas rechazan». La tumba habitada remite
también a la idea de la caracterización de la modernidad como
una eterna vivencia del Viernes Santo. Personalmente discrepo en
lo de eterna pues se trata de un periodo histórico que vive bajo la
muerte de Dios. Un Dios que evidentemente para don Colacho
está muerto en la cultura moderna, no en lo real.
Pensar lo implícito. En torno a Gómez Dávila. En el año 2008
el profesor Alfredo Abad Torres de la Universidad Tecnológica de
Pereira publicó una amplia monografía dedicada a Nicolás Gómez
Dávila. Es la primera obra, salvo error, que se dedica íntegramente
a nuestro autor desde el punto de vista filosófico.
Como es notorio, el título del libro se centra en la referencia
a la obra principal de Gómez Dávila Escolios a un texto implícito.
Obra, bibliografía e influencias 109

Podemos observar que aborda dos de los temas fundamentales que


se plantean sobre la obra gomezdaviliana, siendo el primero la re­
ferencia a la forma del escolio, el otro es la determinación de cuál
es el posible texto implícito citado en el título de su primer libro
de escolios. Con 196 páginas es hasta ahora el intento más serio
de abordar en el mundo académico la obra gomezdaviliana. Abad,
por otra parte, ha participado sistemáticamente en las actividades
gomezdavilianas desde Varsovia a Trento o Bogotá y pertenece a la
sociedad de estudios gomezdavilianos. Igualmente ha coordinado
números monográficos sobre nuestro autor.
Abad, que ha abordado tanto la literatura gnómica como las
figuras de filósofos contemporáneos y nihilistas como Cioran o
Nietzsche, desarrolla su labor en la estela de Franco Volpi. Cen­
trado en la figura de Gómez Dávila como escritor antimoderno,
pero a su vez plenamente inscrito en la modernidad, el trabajo de
Abad pone especial empeño en emancipar a Gómez Dávila de una
apropiación conservadora, por un lado, con lo que estaríamos de
acuerdo, pero también parece intentar disminuir su carga reac­
cionaria, por otro, lo que resulta más dudoso. En consecuencia,
Abad incide en el paralelismo del bogotano con el pensamiento
nietzscheano o con nihilistas de la influencia contracultural de
Cioran y minusvalora la presencia del pensamiento reaccionario
en la obra de don Colacho, en contra, por ejemplo, de lo que ha
señalado Rabier33.
Como instrumento de esta caracterización de Gómez Dávila,
Abad realiza una distinción en los escolios entre los que alimen­
tan un proceso centrífugo o de apertura y centrípeto con forma
más sentenciosa. Diversos autores han criticado esta posición que
clasifica de forma excesivamente rígida los escolios y no resulta

33. R a bier , M., «Nicolás Gómez Dávila y las paradojas del conservacio-
nismo», 2014, pp. 226-243.
110 Democracia y nihilismo

aclaratoria de la actitud de Gómez Dávila. Por otra parte, si bien


hay una clara insistencia en la ubicación excéntrica de Gómez Dá­
vila respecto a la sociedad de su época, me temo que no se insiste
suficientemente en la excentricidad respecto a las corrientes domi­
nantes en el «establishment» filosófico y, por lo tanto, el reaccio­
nario literario resulta descrito como demasiado poco reaccionario.
Sea como fuere, es preciso reconocer que el texto de Abad mues­
tra un conocimiento de los escolios por el que ha adquirido fama
proverbial entre los gomezdavilianos, insiste con acierto en la sin­
gularidad de Gómez Dávila y su aparición como figura aislada e
intenta una compleja caracterización entre la escritura concéntrica
o sentencia y fragmento cerrado y la apertura disgregación y plura­
lidad de los pensamientos, máximas y reflexiones. Finalmente su
lectura del «texto implícito» como proyección de una estética de la
existencia, en línea con Volpi, es muy seductora y acertada.
Brocardos jurídicos. En septiembre de 2011 el profesor de la
Universidad de La Sabana, Hernán Alejandro Olano García, pu­
blicó un libro titulado Brocardos jurídicos que contiene básicamen­
te dos partes. La primera con datos biográficos y citas sobre Gó­
mez Dávila y la segunda, que constituye el núcleo del libro, donde
clasifica los escolios que hacen referencia a lo jurídico en general
y a los siguientes temas en particular: el Estado, el marxismo, la
justicia y los derechos fundamentales.
En los datos biográficos Olano realiza una documentación
interesante como se desprende de las veces que lo hemos citado
en este texto. Sin embargo, su clasificación de escolios, que no es
exhaustiva, es muy discutible. No se trata tan solo de la tendencia
a la no clasificación por temas que acompaña a todo lo que podría­
mos denominar el purismo gomezdaviliano, sino a la completa
falta de idoneidad del método elegido de clasificación.
Gómez Dávila abomina de la referencia a los derechos huma­
nos y su posición hacia los textos constitucionales contemporá­
Obra, bibliografía e influencias 111

neos, y especialmente los latinoamericanos, es demoledora. En­


tiendo en este sentido que es erróneo clasificar escolios en atención
a los derechos constitucionales de la Constitución colombiana. El
criterio de clasificación debería haber sido, es evidente, más inter­
no a la obra analizada34.
Studia Daviliana. En el año 2003 el polígrafo y profesor fran­
cés Philippe Billé (ed.) publicó el libro Studia Daviliana. Études
sur Nicolás Gómez Dávila.
Aunque Billé aparece como el editor del libro, realmente es
el autor de casi todos los contenidos, salvo evidentemente las re­
producciones de textos de Gómez Dávila y las respuestas a las en­
trevistas que incluye. El libro tiene como subtítulo Estudios sobre
Nicolás Gómez Dávila reunidos por Philippe Billé. E incluye biblio­
grafía, análisis, testimonio y fragmentos escogidos del reacciona­
rio colombiano. La cubierta es de Bruno Richard y la edición es
del propio Billé. De las entrevistas destacan una con Alvaro Mu­
tis donde relata cómo se conocieron y otra del editor de Escolios
a un texto implícito, Juan Gustavo Cobo Borda. Los fragmentos
traducidos son de Notas, Escolios, Nuevos y Sucesivos. Hay un inte­
resante índice onomástico de los autores, personajes y lugares que
aparecen citados en el conjunto de los escritos gomezdavilianos.
También los artículos de Mosebach en el Frankfurter Allgemeinte
Zeitungy Savater en El País.
El centenario de Nicolás Gómez fue celebrado por la Uni­
versidad de los Andes, lo más parecido a un alma mater que tuvo

34. Al analizar la biografía gomezdaviliana uno puede confundirse al loca­


lizar un libro de Camilo Noguera Pardo titulado con ambición Biografía intelec­
tual de Nicolás Gómez Dávila. El título no corresponde al contenido. Hay que
atender más bien al subtítulo Esbozos escogidos de sus influencias, para encontrar
unas 120 páginas donde se anota la influencia del moralismo francés, Pascal,
Chateaubriand y Rochefoucauld. El libro está editado por la Escuela de Filoso­
fía y Humanidades, Universidad Sergio Arboleda, Bogotá, 2012.
112 Democracia y nihilismo

nuestro autor, con un doble homenaje. En primer lugar se presen­


tó en una jornada gomezdaviliana la edición bilingüe Scholia to an
implicit text, editado por Villegas, además se publicó el volumen
de Francisco Pizano de Brigard Semblanza de un colombiano uni­
versal. Conversaciones con Nicolás Gómez Dávila. Con un prólogo
de actual rector de la Universidad de los Andes Pablo Navas. El
volumen reúne, junto a una breve introducción del autor, dos tex­
to, uno de ellos inédito. Los textos son del más fiel de los contertu­
lios y buen amigo de Nicolás Gómez Dávila, Francisco Pizano de
Brigard. Este, hijo del famoso pintor colombiano prematuramen­
te malogrado Roberto Pizano Restrepo, nació en París en 1926,
dándose la coincidencia de que don Colacho pasaba entonces su
infancia en esa ciudad. Estudió Arquitectura en la Universidad
de Michigan y fue cofundador de la Universidad de los Andes y
decano de Artes y Ciencias antes de ser rector de la Universidad
entre 1968 y 1970. Posteriormente sería presidente de la misma. Su
amistad con Gómez Dávila fue continuada en el tiempo, e íntima,
y fruto de ella es el volumen que comentamos. Tiene el pequeño
libro 69 páginas y une, como hemos dicho, dos textos. El primero:
«Semblanza de un colombiano universal», es la colaboración de
Francisco Pizano al homenaje de la Revista del Colegio Mayor de
Nuestra Señora del Rosario. El segundo es un inédito titulado con
el nombre genérico de «Conversaciones con Nicolás Gómez Dávi­
la». Como indica el mismo autor:

«Las reuniones registradas aquí son algunas de las sucedidas en


tres años, es decir una muy pequeña parte de las que hubo entre los
años cincuenta y noventa, cuando murió don Nicolás. La asistencia
variaba mucho por la ausencia del país de algunos, por las enfer­
medades o las diferentes circunstancias de la vida y de la muerte,
de manera que en los quince o diecinueve últimos años de su vida,
años en los que don Nicolás estuvo varias veces enfermo de cuidado
y no volvió a salir de su casa, tuvo pocos visitantes. Mario Laserna
Obra, bibliografía e influencias 113

lo visitaba con alguna frecuencia; con Abelardo Forero y Douglas


Borero conversaba por teléfono. En forma regular solamente lo visi­
tábamos Diego, mi hijo, y yo»35.

Creo que con los textos de Volkening y Hernando Téllez el li­


bro refleja el Gómez Dávila más cercano, aunque indudablemente
tiene razón el propio Francisco Pizano cuando concluye que la
mejor manera de conocer al autor es leerlo directamente.
La poética del esbozo. Sin ser propiamente una monografía go-
mezdaviliana, también en el vigésimo aniversario de la muerte de
nuestro autor, el Departamento de Humanidades y Literatura de la
Universidad de los Andes ha publicado el libro de Efrén Giraldo La
poética del esbozo. Baldomero Sanín Cano, Hernando Téllez, Nicolás
Gómez Dávila. En esta obra Giraldo establece las convergencias
estilísticas entre estos tres representantes del ensayo colombiano del
siglo xx. Más centrado en la forma que en el fondo el libro utiliza
un lenguaje fuertemente academicista, en el sentido universitario.
De sus 470 páginas dedica unas setenta a Gómez Dávila.

2.4.2. Libros colectivos. Números monográficos de revistas

Mención aparte merecen las obras colectivas sobre Gómez Dá­


vila, normalmente números monográficos de revistas que se han
publicado especialmente en Colombia.
El homenaje de los amigos. De singular valor es el volumen pu­
blicado en 1988, es decir, en vida de Gómez Dávila por la Revista
del Colegio Mayor de Nuestra Señora del Rosario, en el que parti­
ciparon un número destacado de sus contertulios más el profesor
alemán Gerd-Klaus Kaltenbrunner. El volumen surgió de la ini-

35. P izano d e B rigard , E, Semblanza de un colombiano universal. Conver­


saciones con Nicolás Gómez Dávila, 2013, p. 13.
114 Democracia y nihilismo

dativa de Alberto Zalamea quien era entonces editor de la revista


y quiso homenajearlo «en vida». El tomo incluye también una an­
tología de escritos de Nicolás Gómez Dávila, 6 páginas de Notas,
12 de Textos, algunos escolios inéditos y el artículo «De iure» al
que ya nos hemos referido.
Se trata de un homenaje que, por una vez, el autor recibió en
vida, lo que contradice el tópico de Gómez Dávila como autor
fundamentalmente oculto. Cierto es que la mayoría de los inter-
vinientes son amigos de Gómez Dávila, pero precisamente por
ello se puede dar por cumplida la pretensión de la vida beata de
Gómez Dávila: entre libros y con unos pocos amigos.
Los textos incluidos son de: Alberto Zalamea «Homenaje a
Nicolás Gómez Dávila»; Francisco Pizano de Brigard «Semblanza
de un colombiano universal: las claves de Gómez Dávila»; Her­
nando Téllez «La obra de Nicolás Gómez Dávila, una dura punta
de diamante»; Alvaro Mutis «Donde se vaticina el destino de un li­
bro inmenso»; Juan Gustavo Cobo Borda «Escolio a los Escolios»;
Gerd-Klaus Kaltenbrunner «Un pagano que cree en Cristo. El
antimodernista colombiano Nicolás Gómez Dávila en alemán»,
y Adolfo Castañón «Retrato de un pastor de libélulas: Nicolás Gó­
mez Davila».
Indudablemente, junto al libro de Volpi, es el conjunto de tex­
tos imprescindibles y sería deseable que se reeditara completo.
Paradoja. En diciembre de 2007, la Universidad Tecnológica
de Pereira publica en Paradoja. Revista de Filosofía, bajo la direc­
ción de Alfredo Abad, un número monográfico titulado «Nicolás
Gómez Dávila. Crítica e interpretación». Se incluye un editorial
de Alfredo Abad y artículos de: Franco Volpi «Entre pocas pala­
bras»; Francia Elena Goenaga Olivares «La tumba habitada. Una
reflexión sobre la “modernidad” en la obra de Nicolás Gómez Dá­
vila»; Tim Kinzel «Nicolás Gómez Dávila, Henry David Thoreau,
el romanticismo y el arte de la lectura»; Conrado Giraldo Zulua-
Obra, bibliografía e influencias 115

ga «Nicolás Gómez Dávila, entre la tradición y la innovación»;


Alfredo Andrés Abad «La filosofía como epifanía», y Krzyschof
Urbanek «En torno a Nicolás Gómez Dávila». El libro reúne como
vemos algunos de los autores de monografías fundamentales sobre
Gómez Dávila como Volpi, Abad, Goenaga o Kinzel y editores o
traductores como Urbanek.
Furta Sacra. No creo equivocarme al afirmar que la labor más
continuada en el tiempo se ha producido en Polonia, a través de la
Editorial Furta Sacra dirigida por el profesor Krzysztof Urbanek.
Junto a las traducciones en su momento señaladas, la editorial par­
ticipó en tres congresos sobre la obra de Gómez Dávila y publicó
las actas de los mismos, en lo que constituye la mayor recopilación
de artículos sobre nuestro autor. Pese a que un número apreciable
de artículos están en polaco, idioma prácticamente ininteligible
como bromean los naturales del país, hay resúmenes en español y
algunos artículos en español, inglés, alemán, italiano o francés. El
primer volumen se edita en Varsovia en 2008 y reúne las ponencias
del coloquio internacional «Para qué un filósofo en un tiempo me­
diocre... Nicolás Gómez Dávila (1913-1994) y su obra» celebrado
en la Universidad Nicolás Copérnico de Torun. Se encuentran ar­
tículos de: Franco Volpi «Nascondersi tra poche parole: in “poin-
tillieme aforístico di Gómez Dávila”»; Jacek Bartyzel «El estilo
románico en el catolicismo. El perfil espiritual de Nicolás Gómez
Dávila»; Lukasz Dominiak «La vida escondida como un camino
de la verdad. Observaciones hermeneúticas a los escolios de Nico­
lás Gómez Dávila»; Borna J. Obidzinska, Krzysztof Urbanek «Del
desemboque a la fuente. El retorno a la cultura y la civilización en
el pensamiento de Nicolás Gómez Dávila»; Agata Mietek «Con­
servar el hilo de la tradición. Consideraciones sobre el problema de
la educación en la obra de Nicolás Gómez Dávila»; Miguel Ayuso
«Conservación, tradición y reacción. Una reflexión en torno de la
obra de Nicolás Gómez Dávila»; Adam Wielomski «La teología
116 Democracia y nihilismo

política de Nicolás Gómez Dávila. Sebastian Stodolak. Breve es­


tudio de la crítica de la democracia en la obra de Nicolás Gómez
Dávila»; Radoslaw Kolatek «La concepción reaccionaria de la ley
y del estado en Nicolás Gómez Dávila»; Karon Dobrzeniecki «La
conceptualización de la noción de la “jurisprudencia reaccionaria”
según los escritos de Nicolás Gómez Dávila»; Michal J. Czarnecki
«La imagen de la ciencia en la obra de Nicolás Gómez Dávila»;
Martin Dardzinski «La visión en la obra de Nicolás Gómez Dávi­
la», y Tomasz Gabis «Las memorias del primer traductor polaco».
En 2010 se publicó el volumen en dos tomos La abstersión de la
inteligencia. Nicolás Gómez Dávila: ¿un pensador actual?, que reúne
las ponencias del congreso celebrado en Przegorzaly (Cracovia) los
días 21 y 22 de octubre de 2009 auspiciado por la Universidad
Jageloniana.
Los artículos de autores polacos tienen como en el anterior vo­
lumen un resumen traducido al español, los de autores extranjeros
están en el idioma original y en polaco. Los trabajos recogidos son
los siguientes: Adam Danek «Nicolás Gómez Dávila como arjetis-
ta»; Sebastian Stodolak «El solitario de Bogotá. Un breve estudio
de la soledad»; Maciej Zakrzewski «Escolios ante el desenlace. La
crítica del bolchevismo y de la democracia a la luz de los escritos de
Marian Zdziechowski y Nicolás Gómez Dávila»; Krzysztof Urba-
nek «Al margen de la muerte de Dios. Unas observaciones sobre la
cuestión: Nicolás Gómez Dávila y Friedrich Willhelm Nietzsche»;
Sylwia Zawadzka «La crítica del racionalismo moderno según Ni­
colás Gómez Dávila»; Piotr Musiewicz «Sobre la fe y la razón. La
similitud entre las teorías de Nicolás Gómez Dávila y John Henry
Newman»; Jacek Bartyzel «Sobre las trampas de las asociaciones
precipitadas. Un comentario al escolio de Nicolás Gómez Dávi­
la: “Santo Tomás: ¿un orleaniste’ de la filosofía?”»; Jakub Kawka
«La teoría del Sacro Imperio en el pensamiento de Nicolás Gómez
Dávila y las ideas política de la Hispanidad»; Piotr Wilkowski «La
Obra, bibliografía e influencias 117

noción de la “prescripción” a través de los siglos. Desde la Roma


antigua hasta Nicolás Gómez Dávila»; Giovannni Cantoni «Ni­
colás Gómez Dávila: un ‘pensatore reazionario’ postmoderno e
la sua strumentazione letteraria»; Radomir Maly «¿Es capaz de
conmover al cristiano actual la filosofía reaccionaria del Nicolás
Gómez Dávila?»; Alfredo Andrés Abad Torres «Las raíces gnós-
ticas de la modernidad»; Miguel Ayuso «Nación y nacionalismo.
Una reflexión sobre el pensamiento de Nicolás Gómez Dávila»;
José Díaz Nieva «Conservatismo y conservadores en Colombia»;
Till Kinzel «Nicolás Gómez Dávila ais lehrer des Lesens». Hay
también un apéndice con la crítica de Urbanek al libro de Abad
Pensar lo implícito que se titula «La crítica del libro de Alfredo
Andrés Abad Torres Pensar lo implícito. En torno a Gómez Dávila».
El 19 de abril de 2012 se celebró un congreso en la Univer­
sidad de Varsovia sobre la cuestión de «Nicolás Gómez Dávila:
filosofía, derecho, política». Las actas fueron publicadas de nuevo
por Furta Sacra en el volumen El reaccionario auténtico. A Nicolás
Gómez Dávila en el centenario de su nacimiento. Se incluyen traba­
jos de: Francia Helena Goenaga Olivares «Cómo leer un escolio:
el caso de Nicolás Gómez Dávila»; Wiktor Pskit «La lengua vista
por el reaccionario»; Pawel Bany «La visión de la filosofía en los
escolios de Nicolás Gómez Dávila»; Krzysztof Urbanek «En torno
al fideísmo. La cuestión de la prueba de la existencia de Dios y la
orientación intelectual de Nicolás Gómez Dávila»; Radomir Maly
«Nicolás Gómez Dávila: ¿un apologista de la Iglesia Católica?»;
Till Kinzel «Nicolás Gómez Dávila und die Frage nach Gott in
der Religionphilosophie des 18. Jahrhunderts»; José Miguel Se­
rrano Ruiz-Calderón «El comentario a la religión democrática
en Gómez Dávila»; Alfredo Andrés Abad Torres «Las críticas de
Nietzsche y Gómez Dávila al filisteismo»; Alexander Stepkowski
«La identidad cultural de la teoría jurídica de Nicolás Gómez Dá­
vila»; Jaroslaw Sliwczynski «El problema del soberano en Nicolás
118 Democracia y nihilismo

Gómez Dávila»; Filip Ludwin «Jean-Jacques Rousseau como con­


trarrevolucionario» y, por último, el texto «El reaccionario autén­
tico» del propio autor bogotano.
Finalmente, todavía en el año 2013 la Revista de la Universidad
de Antioquia publicó en el número 314, junto a la reedición del ar­
tículo de Gómez Dávila «El reaccionario auténtico», los siguientes
artículos: de Efrén Giraldo «La estética, el escolio y el ensayo»; de
Juan Gustavo Cobo Borda, editor de los Escolios a un texto implí­
cito, el artículo «El reaccionario que abolió el progreso»; de Darío
Ruiz Gómez «El necesario pensamiento de derechas», y de Felipe
Restrepo David «El amanecer y el deseo».
Capítulo III
El estilo del escoliasta

3 .1 . U na actitud y un estilo

La obra de Nicolás Gómez Dávila solo conoció el éxito postu­


mo ya que el escritor colombiano se cuidó de situarse fuera de los
circuitos culturales dominantes de su época. Cuando su obra fue
alcanzando la madurez, la cultura colombiana huía del absoluto
dominio de la «aristocracia» -con todos los matices que merezca
el título- criolla y pasaba al control completo de los intelectuales.
Evidentemente don Colacho no era un intelectual ni opositó o,
como se dice en Latinoamérica, aplicó para ello. En palabras de
Edgar Giovanni Rodríguez Cubero:

«Es en este contexto que Nicolás Gómez Dávila ofrece las pri­
meras muestras de atipicidad, al parecer no le interesó nunca que
su obra tuviese amplia difusión, por el contrario, sus textos (por
lo menos durante su vida) tenían una circulación restringida y re­
ducida a un grupo de amigos personales que más que un debate y
una confrontación permanente, le aseguraban tertulias y ratos de
esparcimiento. En la actualidad, quienes estudian su legado, acep­
tan la gran dificultad de ofrecer un relato biográfico más o menos
completo del autor»1.

1. R odríguez C ubero , E. G., «El romanticismo de Nicolás Gómez Dávi­


la. ..», 2 009, p. 168.
120 Democracia y nihilismo

El desconocimiento de la obra de Gómez Dávila, que solo muy


tardíamente rompió el cerco que él mismo se impuso, únicamente
puede sorprender en parte a quien se acerca a ella. En un sentido
la calidad indudable del escolio debía haberse abierto camino en
el mundo cultural pero en otro tanto los temas abordados como
la forma utilizada eran extraños al contexto latinoamericano y,
lo que es más significativo, no concordaba con lo que los lectores
de los países culturalmente dominantes esperaban de un escritor
latinoamericano. Entre los escoliastas no es sorprendente el éxito
tardío e incluso el anonimato hasta la muerte, tal como ocurrió
con uno de los grandes inspiradores de Gómez Dávila, el «último»
de los moralistas franceses Joubert, que debió su fama postuma al
esfuerzo de su amigo Chateaubriand. En aquel parece cumplirse
la máxima de don Colacho: «Que el público se sorprenda de que
no ocupemos tal lugar y no se pregunte por qué no lo ocupamos»,
Nuevos escolios II, 1177.
Ciertamente, en el conjunto de la obra de Gómez Dávila pa­
rece radicar una ambición que se entrevé con su modestia. Una
ambición que de alguna forma ya definía su admirado Baudelaire:
«Crear un tópico, eso es el genio.
Debo crear un tópico»2.

El escribir parece generar en él una duda. Es el leer y el pensar


lo que primeramente le atrae. En cierta manera, su escribir se reve­
la como una cierta impotencia, la de no poder pensar sin el lápiz
y el papel:
«El diario, la nota, el apunte, que traicionan a todo gran espíritu
que de ellos usa, pues al exigirle poco, no le dejan manifestar ni
sus dotes, ni sus raras virtudes, ayudan al contrario, como astutos
cómplices, al mediocre que los emplea.

2. B a u d e la ir e, C., Escritos íntimos, 1994, p. 70. La cita es de Fusées.


El estilo del escoliasta 121

Le ayudan, porque sugieren una prolongación ideal, una obra


ficticia que no los acompaña.
El lector generoso se ofusca ante ellos, alucinado por el recuerdo
de alguna obra, igualmente subalterna, que abandono desprevenido
un espíritu, en sus otra obras sin engaño y sin trampa soberano»,
Notas, 513.

En la correspondencia del novelista francés Gustave Flaubert,


a quien se reconoce unánimemente la condición de epistoligrafo
fascinante, ya se había aportado la idea: «Sólo puedo pensar con la
pluma en la mano»4.
De aquí la contradicción con la postura de Oscar Wilde, quien
llegó a afirmar que la vida prácticamente se vivía o se escribía.
Pero nuestros autores piensan que se vuelve sobre ella escribiendo:
«Cuando no conocía la vida, escribía; ahora que conozco su sig­
nificado, no tengo más que escribir. La vida no puede escribirse:
sólo puede vivirse»5.
Gómez Dávila consideraba esta reflexión desde la lectura
como un proceso de sedimentación. De hecho, su obra en las
formas valiosas que nos ha legado ha pasado por un proceso de
decantación, en el tiempo y en el esfuerzo. Usando con singular

3. Conrado Giraldo Zuluaga destaca igualmente en la revista Escritos,


2006, p. 504, la siguiente razón recogida también en notas para su timidez
publicando: «La abundancia de lo mediocre y nuestra propia incertidumbre
nos aconsejan no escribir, o si no logramos evitarlo, hacerlo discretamente para
nosotros solos. Que escribir sea para nosotros un juego o el más serio de nues­
tros actos; conviene que tengamos con lo escrito el mismo pudor que con los
gestos del amor que tanto satisfacen, pero que a todos repugnan», Notas I, p.
66. Por otra parte, no podemos ignorar el escolio que clausura sus Escolios y
la posibilidad de «fuga» que permite la escritura, una forma de abandonar la
propia época.
4. Jean Bruneau ha cuidado la edición de su correspondencia, Correspon-
dance, tomo I, 1831-1851, Bibliotheque de la Pleyade, París, 1973.
5. W i l d e , O., Paradoja y genio, Aforismos, 2002, p. 24.
122 D e m o c r a c ia y n ih ilis m o

acierto las propias palabras de don Colacho, Volpi deja este pro­
ceso definido:

«Don Nicolás pretende escribir “con austeridad y sencillez”


{Notas, 47) y conferir a sus frases la “dureza de la piedra y el temblor
de la rama” {Escolios, II, 253), Pues “aún en filosofía, sólo el estilo
impide la transformación del texto en simple documento” {Escolios,
II, 65), y nada es suficientemente importante para que no importe
como está escrito. Para acertar es indispensable un trabajo paciente
y disciplinado de lima, sin el cual llega inevitablemente el jaque.
Con escarnio del público: “El escritor que no ha torturado sus frases
tortura al lector” {Escolios, II, 109)»6.

Por ello su madurez se encuentra lejos de este juicio sobre la


juventud: «La opinión del joven no revela lo que piensa, sino a
quien ha leído», Escolios, 183.
En nuestro autor el escolio es lectura sedimentada y comenta­
rio fugaz en apariencia, pero fruto de un enorme esfuerzo. No es
una ocurrencia, una frase ingeniosa, ni siquiera esa forma pura­
mente literaria de la greguería que busca la sorpresa en la observa­
ción cotidiana.
Todo ello sitúa a Gómez Dávila en una posición de espectador
que describe de nuevo en Notas en concordancia con otros autores
del mismo siglo XX con los que no había tenido ciertamente con­
tacto.

«Imposible vivir sin lucidez, imposible renunciar a la plena con­


ciencia de mi vida.
Actor desastrado, busco una silla de espectador.
No pudiendo contribuir noblemente al drama del mundo, pre­
fiero que se me jubile como inepto a que se me admita como com­
parsa o figurante», Notas, 49.

6 . V o l p i, E , El solitario de Dios, 2 005, p . 29.


El estilo del escoliasta 123

Es difícil no encontrar el paralelo de esta forma de estar y de


mirar y la que encabeza la biografía, o como quiera que podamos
describir esas peculiares memorias, de Peter F. Drucker cuando se
describe a sí mismo y dice:

«Los testigos, los observadores no tienen historia propia. Aun­


que también se encuentran en el escenario, no participan de la ac­
ción. Ni siquiera forman parte del público. A diferencia del resto de
figurantes, cuya suerte depende de los espectadores, el observador
sólo tiene poder sobre sí mismo. Sin embargo, su posición marginal,
entre bambalinas -más o menos como el bombero en el teatro-, le
permite apreciar ciertos detalles que ni el actor ni el público advier­
ten. Por decirlo de otro modo, ve la realidad de manera distinta. Los
observadores reflexionan. Y la reflexión, antes que un espejo, es un
prisma: refracta»7.

Modelo de espectador que tiene su anticipación con matices en


el fláneur de Baudelaire, tipo de sujeto aparecido en medio de la
creación de multitudes y que se ve rodeado por estas, mantenién­
dose a su vez distante, en medio de la multitud y entretenido en la
pura observación de la misma. En esta multitud aparece refugiado
el fl&neur. Walter Benjamín cita a Laforgue cuando describe el
modelo sobre el que vuelve Baudelaire, modelo ciertamente ligado
al spleen:

«Decía Jules Laforgue de Baudelaire que había sido el pri­


mero de hablar de París “como alguien diariamente condenado a
la existencia metropolitana”. Bien podría haber dicho que fue el

7. D r u c k e r , P. E, Mi vida y mi tiempo, 2009, p. 25. Incluyo el título en


inglés de 1978 (Aventuras de un espectador), por ser más explícito que el de
la edición española. Especialmente resulta reveladora su descripción de como
abandonó un desfile socialista el día 11 de noviembre de 1923, Día de la Re­
pública de Viena, donde llevaba la bandera y asumió su papel, definitivo, de
espectador. Ver pp. 26 y ss.
124 Democracia y nihilismo

primero que habló también del opio que se da sólo a este conde­
nado para lograr su alivio. La multitud no es sólo el más reciente
asilo del desterrado; es también el narcótico más reciente para el
abandono»8.

Esta empatia es la naturaleza de la ebriedad a la que se aban­


dona el poeta en medio de una multitud que percibe como una
mercancía, en palabras de Benjamin.
No debemos llevar, sin embargo, la imagen de la postura del
espectador demasiado lejos, la posición descomprometida se ob­
serva en la vida que hemos denominado inauténtica, pero hay un
intenso empeño en la forma de leer que practica y preconiza. Así,
frente a su postura de espectador ante la vida, la posición de Gó­
mez Dávila en la lectura es radicalmente activa y comprometida:
«Leer sin comprometerse no es más que una futilidad laboriosa.
Todo libro debe tener para nosotros la faz indeterminada de un
destino y toda lectura debe dejarnos más ricos o más pobres, más
dichosos o más tristes, más seguros o más inciertos, pero nunca
intactos», Notas, 93.

3.2. U na vida expresión de un estilo

De siempre se ha considerado que el concepto platónico de


estilo es una consecuencia natural del concepto griego del logos,
en el que cada idea es perfecta, tanto en la sustancia como en la
forma: «Cuando un pensamiento se reviste de su forma esencial,
resulta el estilo. El pensamiento y la forma son una unidad indi­
visible. El atributo característico y necesario del estilo es su inevi-
tabilidad; la idea dejaría de ser ella misma si estuviera expresada

8. B en jam ín , W ., Charles Baudelaire: un lírico en la época del altocaptialis­


mo, 2008, Libro I, volumen 2, p. 145
El estilo del escoliasta 125

de otra forma. Cualquier cambio en la forma causa un cambio


en la sustancia»9. Así lo creía Jean Starobinski (n. 1920) al pos­
tular una idea de estilo que bien lejos de contraponer un fondo
de ideas a una forma lingüística, esto es, bien lejos de percibir el
estilo como simple ornamento, entiende que este nos suministra
una serie de indicios develadores del escritor, hasta el extremo que
en ocasiones se convierte en autor final y nos revela la verdad in­
terna del autor10. Recuérdese cómo Albert Thibaudet con ocasión
de su decidida reivindicación de Chateaubriand, frente a quienes
le reprochaban que sus textos autobiográficos estaban plagados de
errores, omisiones y mentiras, no duda en replicar: «Su manera de
ordenar aposteriori su vida es consistente con su arte...», tenemos
que «ver su persona en función de su obra, y también como su
consecuencia»11. El estilo es no solo una regla de escritura, sino
también, y de manera muy determinante, una línea de vida. ^
De aquí que no podamos sorprendernos cuando el pensador,
ensayista y traductor italiano Franco Volpi define la unidad entre
estilo y pensamiento que presenta la obra de Gómez Dávila en las
páginas dedicadas a Escolios a un texto implícito, en el Dizionario
delle operefilosofiche. Según este filósofo, el estilo y la idea se funden
en una unidad cristalina, de la que emana un aura particular en
concordancia con el singular proyecto estilístico de nuestro autor,
según el cual la frase debe tener la dureza de la piedra y el temblor
de una hoja12. Una forma de eternidad, por decirlo con Nietzsche,
«concisión que no síntesis, brevedad que no pequeñez»13.

9. T e n n e y , E. A., v o z «Estilo», en Diccionario de la literatura mundial»,


pp. 265-266. S t e v e n s o n , R. L., «Aspeaos técnicos del estilo en la literatura»,
2013, pp. 25-50; R ay m o n d , Q., Ejercicios de estilo. Cátedra, Madrid, 1991.
10. Cf. S ta r o b in sk i, J., «Le style de l’autobiographie», 1974, pp. 87 y ss.
11 . T h ib a u d e t , A., Réflexions sur la critique, 1939, pp. 27 y ss.
12. Cf. V o lp i, F., Dizionario delle operefilosofiche, 2000, p. 440. Z '
13. R e c a s B a y ó n , J., Relámpagos de lucidez. El arte del aforismo, 2014.
126 Democracia y nihilismo

Precisamente es en el estilo donde Frédéric Schiffter sitúa la


oposición entre el intelectual y el reaccionario. Como dice el au­
tor francés sobre los modelos de Voltaire o de Zola, Sartre había
definido al intelectual como un novelista o un filósofo decidido
a mezclarse en aquello que no le afecta y a enrolar su pluma al
servicio de una causa política que trasciende su propia obra. Gó­
mez Dávila para quien las ideas de menos de mil años no son
plenamente fiables no tuvo nada de intelectual sartriano. Nada
le parecería más degradante que servir de tonto útil a un poder
instaurado o en proyecto de serlo o a la causa de los derechos del
hombre. El reaccionario no tiene más que un ídolo: el estilo14.
Se confirmaría así el dictum de Robert Louis Stevenson, «El
estilo es la marca indeleble de todo maestro», al extremo de que
el germen de no pocas obras es estilístico15, y el estilo es la esencia
del pensamiento16. No en vano, el radical norteamericano Henry
David Thoreau (1817-1869) gustaba comentar: «En cuanto al es­
tilo en la escritura, si uno tiene algo que decir, saldrá de él con la
misma naturalidad con la que una piedra cae al suelo». Comenta­
rio que determinó la pertinente valoración de la frase por parte de
Robert Louis Stevenson:

«Cuando la verdad fluye de la persona, vestida con el estilo ade­


cuado y sin un esfuerzo aparente, es porque el esfuerzo se ha hecho
-y el trabajo, prácticamente, se ha terminado- antes de sentarse a
escribir. Sólo después de pensarla una y otra vez surgirá la expresión
perfecta del mismo modo que cae del árbol una fruta madura; y
cuando Thoreau escribía sentado a su mesa, totalmente despreo­
cupado era porque había estado vigorosamente activo durante su
paseo. Ya que ni la claridad ni la belleza del lenguaje llegan a una

14. Cf. S c h iffte r ,E, Le charme des penseurs tristes, 2013, p. 135.
15. Cf. S tev en so n , R. L., «Apuntes sobre el realismo», 2013, p. 65 y 68.
16. Cf. Íd ., «(El evangelio según) Walt Whitman», p. 320.
El estilo del escoliasta 127

criatura viviente sino a través de una prolongada relación con el


tema que se trae entre manos»17.

Tal parece que el esfuerzo fragmentario, traducido en frases


pulidas, diamantinas, despojadas de lo puramente ornamental,
con la debida elipsis de lo inútil, frases forzadas hasta el máximo,
reescritas -ta l y como prueban las diferencias estilísticas entre No­
tas y Escolios— genera una composición completa que se expresa en
el tantas veces citado escolio sobre el puntillismo en la escritura.
Estaba en su natural hacerlo así, desde su propia experiencia.
Además conviene no olvidar que el lenguaje no puede reducirse
a la condición de mero instrumento en manos del escritor, sino
que -ta l y como nos recuerda el profesor de cultura española con­
temporánea de la Universidad de Princeton Ángel G. Loureiro—lo
constituye18; así lo entendía Paul Valéry al reconocer expresamente
que no poco de lo que ofrece en su autobiografía es producto del
lenguaje y de sus formas19.
Tal vez resulte pertinente convocar de nuevo a Robert Louis
Stevenson y a sus «Apuntes sobre el realismo», en los que después
de reiterar que el germen de algunas obras es estilístico, contras­
ta a los artistas de indiferente energía e imperfecta devoción a sus
propios ideales -que hacen el ingrato esfuerzo de estilo una sola
vez, y que tras ello y una vez conformado su estilo característico
se pegan a él de por vida— con los artistas que pertenecientes a un

17. S t e v e n s o n , R. L., «Henry David Thoreau: su carácter y sus opinio­


nes», 2013, pp. 342-343. Acaso Gómez Dávila y su obra ofrezcan una de las
más sólidas confirmaciones del valor verdad de que está dotado el aserto que
acompaña a la antología de Javier Recas Relámpagos de lucidez. El arte del afo­
rismo: Desde su humilde silueta cada una de estas miniaturas es una auténtica
radiografía de su autor. En pocos géneros existe tan intensa conexión entre vida
y obra.
18. L o u r e ir o , Á. G., «Problemas teóricos de la autobiografía», 1991, p. 3.
19. V a lé r y , P, Oeuvres, 1957, p. 1632.
128 Democracia y nihilismo

orden superior, «no pueden quedarse satisfechos con un proceso,


si continúan aplicándolo acabara indefectiblemente por degenerar
hacia lo académico y lo obvio». Estos últimos verán en cualquier
trabajo nuevo en el que se embarquen la señal de un no menos nue­
vo compromiso en el que participen todas las fuerzas de su mente,
«y los nuevos puntos de vista que acompañen al crecimiento de su
experiencia se verán marcados por alteraciones de mayor alcance, a
la altura de su arte. A la crítica le encanta obsesionarse con distin­
guir los distintos periodos de Rafael, Shakespeare y Beethoven»20.
Somos conscientes, sin embargo, de que el estilo gomezdavi-
liano, culmina en los escolios, antes tenemos más bien ensayos,
intentos, muchas veces no destinados a la publicación.
Por su parte el editor de Escolios y Sucesivos escolios, Juan Gus­
tavo Cobo Borda, considera igualmente que el estilo se tensa hasta
alcanzar la perfección de los escolios:
«Como todo pensar llevado a su extremo, el aforismo, el ceñir el
abismo, se hunde en la poesía. Nietzsche se transmuta en Dionisio
y danza. Gómez Dávila concluye Textos así: “Es en lo voluble, en la
mudanza, en la blanda carne amenazada, donde el hombre halla el
firme suelo de sus sueños”».
Y añade respecto a la culminación de estilo:
«Para castigar aún más el idioma, para cortarle el amanera­
miento de viejas palabras vacías, hubo que esperar muchos años, de
1959 a 1977, a los dos sólidos volúmenes que el Instituto Colom­
biano de Cultura editó en casi mil páginas y a solo $50 por tomo.
Fue una divertida ironía. Gómez Dávila, que no podía creer en la
cultura difundida por el Estado, alcanzó a ver cómo sus urticantes
diatribas circulaban y se divulgaban»21.

20. S tev en so n , R. L., «Apuntes sobre el realismo», 2013, p. 69.


21. C obo B o rd a, J. C ., «El reaccionario que abolió el progreso», 2013,
p. 33.
El estilo del escoliasta 129

Creo que el primer efecto que produce Gómez Dávila sobre


quienes se aproximan a él está definido por la siguiente frase de
Proust: «Cuando se trabaja para agradar a otros, se puede fracasar,
pero las cosas que se hacen para contentarse a uno mismo tienen
siempre la posibilidad de llegar a interesarle a alguien»22.
Gómez Dávila, que nunca buscó interesar, ha logrado cautivar
a unos pocos, quizás los que hemos tenido la fortuna acercarnos a
una obra todavía poco difundida y constituimos la comunidad de
sus lectores. Acaso le sería aplicable lo que de sí mismo dijera Karl
Krauss: «Soy famoso pero todavía no se ha corrido la voz».
Entre las varias razones que pueden aducirse para justificar
el desmedido interés que despierta su obra en quienes la conocen
y con frecuencia le tienen por autor de culto que crea adicción y
cuya lectura para muchos de ellos ha significado un salto evoluti­
vo, lectores que son de muy variada extracción, postura ideológica
e incluso gustos, me quedaría con dos razones, que explicarían,
según mi opinión, el efecto de los textos de Gómez Dávila sobre
lectores tan dispares. Estas serían, de un lado, la clarividencia en
la percepción de la realidad -qu e al decir de Emile Michel Cioran
aqueja a quienes atesoran la lucidez como un don primordial y
no precisan de desarrollarla o adquirirla—y, de otro, su nulo afán
catequético.
Así lo declara -y resulta suficientemente ilustrativo- en el es­
colio donde define su actitud, el enfoque elegido y la estrategia
discursiva, y en el que confiesa el egoísmo que determina su activi­
dad. Egoísmo que, precisamente por serlo, se transforma en gene­
rosidad para los lectores, que lejos de precavernos cautelosamente
contra la acción de alguien que pretende persuadirnos y conven­
cernos, más bien nos deslumbra con la fugaz y precisa percepción
de los complejos procesos de la experiencia que contienen sus tex-

22. P roust , M., Pastiches et mélanges, 1992, pp. 108-109.


130 Democracia y nihilismo

tos. En sus obras nos aguardan tanto él -quien hace del lenguaje
su territorio vital- como la perfección desnuda.
Por expresarlo en palabras que probablemente no han sido
consideradas con la atención debida: «El escritor neto no catequi­
za, sólo ambiciona que su frase sea el cazador inmortal del instan­
te», Escolios, II, 653.
La gracia del escoliasta se encuentra indudablemente en la capa­
cidad de describir un mundo aparentemente contradictorio. Es más,
la posibilidad de dar forma a las contradicciones del propio sujeto
humano y también, cómo no, del mismo autor intelectual. Hemos
leído un Gómez Dávila contra la ambición y contra la pretensión de
convencer pero a su vez damos con un Gómez Dávila que afirma:
«Sin vanidad no hay obra intelectual posible», Notas, 438.
Para decir una página más adelante: «Estas notas no aspiran a
enseñar nada a nadie sino a mantener mi vida en cierto estado de
tensión».
Como hemos apuntado, la primera sorpresa que produce la
lectura de la honda y precisa obra escrita del bogotano, incluso
más allá del estilo -aunque este sea ciertamente medio indispen­
sable del esfuerzo gomezdaviliano- es su clarividencia. Esto es,
sus excepcionales dotes para comprender y discernir claramente
las cosas, virtud a la que suma su acierto en la interpretación y
descripción precisa de la realidad, sin inhibiciones ni impostura
alguna. Acierto que se ve reforzado por la ausencia de cualquier
intención pedagógica y catequista, y por encima de todo, por la
autonomía de la fiel y objetiva franqueza de la descripción y re­
gistro de lo que ve y conoce respecto a cualquier otro propósito o
sutileza: «nihil sapientiae odiosius acumine nimio», nada es más
odioso para la sabiduría que la excesiva agudeza.
Gómez Dávila fabrica sus textos en un intento de percibir lo
que existe y, al hacerlo, esclarecerse a sí mismo su pensamiento.
Por ello, el riesgo que pretende evitar, y que consigue eludir con
El estilo del escoliasta 131

una sinceridad muchas veces feroz, no es otro sino la inveterada


tendencia que tenemos los hombres al autoengaño, a la autojus-
tificación, a creernos nuestras propias máscaras, falsificadoras, a
maquillar nuestras acciones y decisiones mejorando los motivos
y propósitos reales. Alejándonos del Tomás que describe el ensa­
yista, médico poeta y humanista norteamericano Oliver Wendell
Holmes Sr., padre del gran disidente, en cada Tomás hay tres To­
más: el Tomás que él cree ser, el Tomás que es y el auténtico Tomás
a quien solo Dios conoce.
Gómez Dávila fue siempre enormemente duro consigo mismo,
hasta el extremo de que sus escritos no parecen redactados para la
publicación -ciertamente esto es claro Notas, I, a tenor de la his­
toria que hemos narrado antes-. Tamaña sinceridad y dureza le es
necesaria una vez que advierte que él mismo constituye el mayor
obstáculo para la materialización de sus propósitos. Aun así, los
mismos depurados escolios incluyen confidencias y afirmaciones
que hemos visto en otros escritores fragmentarios como Cioran.
Michel Eyquem de Montaigne bien podría ser la guía de ruta
de esta etapa de un trayecto que recorre con firmeza el bogotano,
que tiene al bordelés por faro en este y tantos otros temas. Pro­
bablemente coincidiera en esto con Robert Louis Stevenson que
Montaigne es el más original de los autores en orden a retratar
la vida, casi como si se dirigiese tan solo a sí mismo y no pensase
para nada en un hipotético lector al que hacer partícipe de sus
confidencias. Acaso por entender «que se pueda exigir al ser hu­
mano que afronte la verdad»23. Resuenan en Notas y en algunos
de los escolios potentes ecos del inicio de los Essais—Ensayos, título
sin duda modesto para uno de los evangelios de la espiritualidad
moderna-: «Si hubiera querido buscar con ello el favor del mundo,

23. B a c h m a n n , I., Se puede exigir al ser humano que afronte la verdad,


2 0 1 2 , p p . 1 1 1 -1 2 2 .
132 Democracia y nihilismo

ya me habría vestido mejor y me habría presentado con unos an­


dares estudiados. Pero quiero que se me vea aquí retratado en mi
forma más sencilla, natural y ordinaria, sin artificio ni contención
porque es a mí a quien pinto»24.
Don Colacho había extraído la quintaesencia de esta actitud
en otra de sus primeras notas, texto que, en principio, no parece
aplicarse a sus logros:

«Lucidez, penetración, comprensión, delicadeza, sutileza, son


las cualidades que hacen la gravedad, la seriedad y el significado de
una vida», Notas, 60.

Cobo Borda nos da la clave de su caracterización: la lucidez y


la impotencia, esta segunda, como repite don Colacho, es la clave
de la ironía:

«Lúcido e impotente, reconoce que solo de causas perdidas se


puede ser partidario, pero lo que importa, en su caso, no es el rigor
de una doctrina, sino lo flexible de una actitud»25.

Lo expresa en un escolio que, al definir su pensamiento, se está


definiendo a sí mismo: «El pensamiento reaccionario es impotente
y lúcido», Escolios, I, 384.
Hay que tener un gran valor para hablarse con una determina­
ción y una ironía desencantada, que recuerda también, entre otras,
a las agudas descripciones del último Chateaubriand, que subraya
el carácter siempre inquietante del descubrimiento de uno mismo:

«¿Quedará después de mí la obra inspirada por mis cenizas y


destinada a mis cenizas? Es posible que mi trabajo valga poco; es
posible que, al ver la luz, estas memorias palidezcan: al menos, las

24. M o n ta ig n e , M . de, Ensayos, 2005, p. 47.


25. C obo B o rd a, J. G., «El reaccionario que abolió el progreso», 2013,
p. 30.
El estilo del escoliasta 133

cosas que me habré contado a mí mismo me habrán servido para


matar el tedio de estas últimas horas mías que nadie quiere y de las
que no sé qué hacer»26.

Esta actitud, expresión de la conciencia de sí, comparecerá en


escolios posteriores en lo que constituye la enunciación de su per­
sonal «beatus ille», definición que no nos resistimos a repetir «vivir
con lucidez una vida sencilla, callada, discreta, entre libros inteli­
gentes, amando a unos pocos seres», Escolios, I, 263.
Sin embargo, el acercamiento a lo real, alejado del acontecer
cotidiano —que ofusca el verdadero conocimiento en vez de pro­
porcionarlo- no es perturbador. Al aprehender el mundo en su
desnuda realidad, a la luz de la lectura de los clásicos (ese de donde
venimos que tanto nos cuesta practicar)27, don Colacho nos trans­
mite la serenidad que ha adquirido, no solo en la realidad filtrada
mediante una lectura libresca -qu e en todo caso libera al lector de
su estado de aislamiento28- , sino por la actitud espiritual de quien
domina a través de la ironía. En este ámbito comparece de nuevo
la ambivalencia de don Colacho, su esfuerzo puntillista, que ora
ironiza sobre la propia ironía ora la define como la actitud vital
que permite precisamente la serenidad necesaria.
El hombre que no quiso convencer a nadie -persuadido de que
el escritor y el lector son personas autónomas, no solo filosófica­
mente, sino también jurídicamente, ya que la cultura del libro es
la cultura del sujeto: «El escrito y el autor, dos identidades autóno­
mas y soberanas se dan cita en el texto»29 —produce así un efecto

26. Memorias de ultratumba, Libro Cuadragésimo Segundo, capítulo 17,


2607).
27. Albero Suárez, M., «Sin estrépito no hay fracaso. Apuntes para una
definición», p. 14.
28. B r o e k m a n , J. M., «Prólogo», 1997, p. ix.
29. Ibíd., p. x.
134 Democracia y nihilismo

que explícitamente no busca-. Don Colacho reúne seguidores que


en puridad son propiamente lectores de libros, la forma textual
característica del mundo occidental30.
No hay una doctrina gómezdaviliana a la que se pueda acceder
a través de algún tipo de atajo que acorte el recorrido. A Gómez
Dávila se le lee por el placer de la lectura, o por la empatia y la
coincidencia, por afinidades electivas, o por la hermandad de al­
mas entre autor y lector. Entiendo que, en una primera lectura,
Gómez Dávila parece decir lo que ya pensábamos y lo dice mejor
de lo que ninguno de nosotros podría expresarlo, luego conforme
se avanza en su conocimiento, nuestro pensamiento se amolda a lo
que él dice y con cierta vanidad nos mentimos musitando que en
alguna forma ya lo habíamos previsto o lo teníamos presente, aun­
que no lo hubiéramos expresado de manera explícita. No conozco
a ningún gomezdaviliano que no haya encontrado el tipo de con­
suelo que mejor que nadie supo describir Volpi, en el texto que
bien puede considerarse como el mayor y mejor reconocimiento
de que han sido objeto los escritos de don Colacho:

«De vez en cuando, en noches de insomnio, hemos abierto las


páginas de este solitario de Dios, hemos oído su voz inconfundible
y pura, compartido su solitaria meditación. Desde entonces su obra
es nuestro libro de cabecera»31.

Es esa lectura lo que nos une primariamente a los seducidos


por su obra. Leer es «ir al encuentro de otro» {intendere), saber
interpretar (intelligere), quitar lo superfluo (putare), reagrupar lo
disperso (cogitare) y sopesar {pensare)32. Luego vendría el resto,
Gómez Dávila como camino, trayecto y tradición que nos acerca

30. Cf., ibíd., p. ix.


31. V o lp i, E, El solitario de Dios, 2005, p. 51.
32. Cf. B a r n e s , A., Elogio del libro de papel, 2014.
El estilo del escoliasta 135

a muchos a un mundo que parecía condenado al olvido, perdido,


al que de no leerle no tendríamos noticia cierta ni podríamos apre­
henderlo.
En un momento en el que la completa europeización del mun­
do se produce simultáneamente con la conclusión de Europa como
entidad, en todo un cruce dialéctico de decadencia (Untergang) y
cumplimiento (Vollendung) que ofrece el verdadero significado de
la partición hegeliana, esta tradición a la que se refiere Pizano de
Brigard en su elogio de Gómez Dávila en el número monográfico
de la Revista de Nuestra Señora del Rosario es polimorfa y su con-
ceptualización no deja, por ello mismo, de ser compleja. Tradición
cultural occidental que bebe sus raíces en el pensamiento europeo,
del que nos hemos ocupado extensamente en otras sedes y que,
como es notorio, tiene un carácter siempre renovadamente vivo.
No en vano, tal y como han puesto de manifiesto algunos antro­
pólogos, el quantum innovaciones o la dosis de novedad que nues­
tra mente y nuestros sentidos son capaces de asimilar es siempre
limitada33. Lo que determina que la percepción de la novedad se
encuentra sujeta siempre a ciertos umbrales máximos y mínimos34.
Ha de tenerse en cuenta que, según una concepción abusivamente
moderna de la temporalidad, numerosos estudiosos contribuyen a
forzar el modelo estilizado de la sociedad tradicional y a presen­
tarlo como la contrafigura de una ideologizada sociedad moderna,
caracterizando a la tradición como lo residual, lo rutinario, lo que
no deja resquicio alguno a la novedad65. Las tradiciones vivas serían

33. C f. P a l o s , J . L. y C a r r i ó - I n v e r n i z z i , D., «El estatuto de la imagen en


la Edad Moderna», 2008, p. 18.
34. Cf. F e r n á n d e z S e b a s t i á n , J., «Ex innovado traditio/ Ex traditio inno­
vado. Controversias y ruptura en historia intelectual», 2013, p. 56.
35. C f. B r a u d e l , F., Las estructuras de lo cotidiano: lo posible y lo imposible,
1984.
136 Democracia y nihilismo

aquellas que progresan precisamente como consecuencia de sus


disputas y conflictos internos36:
«La tradición vital es raíz extensa y profunda por donde se ali­
mentan los tallos que siguen creciendo. Es capaz de asimilar la in­
novación sin romperse, pero cuando se pierde el respeto, “la socie­
dad, en su incesante afán de renovarse se consume frenéticamente a
sí misma”», Escolios, I, 294.
En un marco en el que constituye un lugar común entender
que acomodarse al cambio e ir con los tiempos, con lo que se lleva,
constituye un imperativo: «el deber ser, lo que se es»37.
La observación de Pizano de Brigard pone en suerte el objeto
de estas páginas. Ni Gómez Dávila, ni el propio Francisco Pizano
tratan de la utilidad del esfuerzo de uno o del aprendizaje del otro.
El primero comenta aquello a lo que se dedica y atiende en cuanto
es la forma de vida que calma su ser; el segundo describe lo que re­
cibió, lo que le permitió acceder a un nivel espiritual. Este, a pesar
de ser natural al hombre y por tanto accesible, lo cierto es que se
trata de una propiedad que tienen pocos hombres -los llamados,
un tanto abusivamente, hombres representativos que en virtud de
tener tal condición no representan sino «cimas agudas de la espe­
cie». Se trata de «valores excelsos pero no arquetípicos de la huma­
nidad que silenciosamente hacen marchar el mundo38- . Como no
traer aquí la provocadora afirmación del ensayista francés Alain
Finkielkraut: «En la democracia [...] no hay un mundo más allá y
todos los hombres son iguales salvo en la realidad»39.
Ambos rompen con la utilidad, cuestión puesta de moda de
nuevo, cuando el burgués, descrito por Gómez Dávila -quien

36. Cf. M a c I n t y r e , A., Tras la virtud, 2004, pp. 275 y 319.


37. L e g a z y L a c a m b r a , L ., «El pensamiento dialéctico», 1971, p. 39.
38. M a r a ñ ó n y P o s a d i l l o , G., «Una ventana y un interior», 1932, p. 3.
39. F in k ie lk r a u t , A., «La metamorfosis de la realidad», 2002, pp. 50.50.
El estilo del escoliasta 137

acoge siguiendo la caracterización de aquel ideal tipo por parte


de León Bloy40—, ha pasado a controlar toda la cultura y, en con­
secuencia, ha reducido todo lo valioso, todo lo imaginable, al me­
dio de una vida mediocre. Vida sosegada y mediocre, propia de
un tipo humano especial que responde a cierta mentalidad, que
adopta su conducta a una idea singular de la vida y del mundo, y
que obedece a ciertos principios y reglas de comportamiento41 que
describía, con su radical originalidad estilística, en una de sus pri­
meras cartas de su celebrado epistolario, otro indiscutible referente
de esta crítica, el gran escritor de Galitzia Joseph Roth42.

«¿Te acuerdas del señor Csallner? Es el farfullador de alemán


que acostumbra a pedirme prestados los apuntes. Nos hemos he­
cho buenos amigos. Tiene muchas bellas cualidades. Entre ellas,
una guapa novia. Disfruta de la hermosa perspectiva de media
docena de hijos, una barriguilla y una cátedra en Budapest: un
filisteo en casa»43.

3.3. La centralidad del escolio

Alfredo Abad, al analiza especialmente el estilo del colombia­


no ratifica la tesis de que el escolio es la forma fundamental de

40. Autor que abre su exégesis de los lugares comunes con una caracteri­
zación que parece proceder de Baudelaire: «En un sentido moderno y lo más
amplio posible, el verdadero Burgués, es decir, el hombre que no hace ningún
uso de la facultad de pensar y que vive o parece vivir sin haber sentido un solo
día la necesidad de comprender cosa alguna, el auténtico e indiscutible Burgués
está necesariamente limitado en su lenguaje a un pequeñísimo número de fór­
mulas.» B lo y , L., Exegesis de los lugares comunes, 2007, p. 17.
41. G a r c í a d e V a l d e a v e l l a n o y A r a c is , L., «Burgueses y burguesía»,
1961, p. 25.
42. Cf. B r o n s e n , D., Joseph Roth. Eine biographie, 1974.
43. R o t h , J., Cartas, 2009, p. 32.
138 Democracia y nihilismo

expresión de Gómez Dávila y los cinco volúmenes que publicó le


situarían como un «clásico de la literatura y un derrotero filosófico
del pensar contemporáneo»44, De tal manera que no basta com­
pararlo con el estilo consagrado de autores de la talla de Cioran,
Nietzsche, La Rouchefoucault, Joubert, Lichtenberg, etc. Aun
cuando la tradición que sustenta esta literatura se encuentra en los
moralistas franceses el propio Abad nos previene de la existencia
de importantes diferencias y matices45.
Sería incorrecto descartar que su actitud sea plenamente con­
temporánea, influida, en ocasiones a la contra, por la misma ten­
sión que ocupó a Cioran. Basta comparar los temas que a ojos de
Savater atrajeron la atención de Cioran con los que aborda Gómez
Dávila:

«Cioran es tan filósofo como el que más o menos: por su forma


-ensayística o aforística, dos de las más preciadas, por numerosos
autores- y por sus temas: muerte, existencia, tiempo, vida, Dios,
historia, libertad...»46.

En cambio, Cioran, al redactar aforismos, los consideraba


como el resultado. Más que verdaderos aforismos cada uno de ellos
aparece como la conclusión de toda una página. En este sentido
Cioran se compara con el tribunal que no nos da sino la conclusión
de sus deliberaciones47. En su revista Die Fackel, el más importante
satírico del siglo xx, Kart JCraus no dudó en sostener que «Alguien
que piensa escribir aforismos no debe dispersar la pluma»48 o que

44. A b a d T o r r e s , A ., Pensarlo implícito, 2008, p. 65.


45. Cf. B a ld e n s p e r g e r , E, «L’arriére plan espagnol des Máximes de La
Rochefoucauld», 1936.
46. S a v a t e r , F., Ensayo sobre Cioran, 1992, p. 29.
47. «Entretien avec Fritz J. Raddatz», 1995, p. 1736.
48. S c h e i c h l , S. P., «Postfacio a Kart Kraus», 2003, p. 187.
El estilo del escoliasta 139

«una aforismo no ha de decir la verdad, sino superarla. Con una


sola frase ha de ir más allá de la verdad»49.
Toda la obra Gómez Dávila se encuentra marcada por una
sorprendente lucidez que suscita la admiración entre sus muy di­
versos lectores; destaca la fuerza de un notable pesimismo, fruto
de esa agudeza, así como una indudable melancolía, efectos que
producen sin duda el escolio para mi más querido:

«¿Quién no teme que el más trivial de sus momentos presentes


parezca un paraíso perdido a sus años venideros?», Escolios, I, 115.

Melancolía que alimenta su sarcasmo ante el futuro que le de­


fine, en esencia, como antiprogresista:

«El futuro es fastidioso, porque allí nada impide que el imbécil


aposente sus sueños», Escolios, I, 117.

¿Cómo no traer aquí la impugnación de la idea de un progreso


ilimitado construida por el optimismo moderno y especialmente
por Condorcet que realiza E. M. Cioran: «En estas condiciones
fue escrita la ilusión de las ilusiones»50.
Como sabe historia, a Gómez Dávila le ocurre lo mismo que
a otros autores del siglo xx: rechaza precisamente la utopía por el
conocimiento de lo acontecido, por conocer el verdadero relato de
los hechos. No en vano los totalitarios, los falsificadores de la reali­
dad, han puesto especial empeño precisamente en la manipulación
del pasado, allí es donde dominan precisamente los utopistas, que
incapaces de controlar el presente construyen utopías a la medida
de sus deseos. Paradójicamente este empeño de manipulación se

49. K r a u s, K ., Dichos y contradichos, 2003, p.l 15.


50. Cioran, E., «Acorralados en el futuro» 1991. El mismo se publicó
anteriormente en la revista Claves de la Razón Práctica., n.° 13, junio 1991.
140 Democracia y nihilismo

realiza precisamente hacia el futuro, donde se agolpan los sueños


y las promesas.
No es sorprendente, en este sentido, que la huida de Gómez
Dávila no se produce hacia el pasado —tal como se estilaba en la
antigüedad clásica, en donde las utopías estaban reflejadas en un
mítico pasado de libertad en el que la Humanidad era feliz- pues
no hay intento de reconstruir una época ideal, ni tampoco hacia
un futuro de sueños51, que más bien le parecen pesadillas. Se sitúa
en otro lugar, en otra forma de vida, entre sus libros.
Conviene recordar que el lugar del escéptico, según Cioran
-inspirador en tantas cosas de nuestro autor-, es el presente. En
palabras de aquel:

«La vida no es posible más que por las deficiencias de nuestra


imaginación y de nuestra memoria»52.

Es notoria la vinculación entre esta observación de Cioran y


la archiconocida de uno de los autores de referencia de ambos:
Friedrich Nietzsche, que hacía de esa dificultad el leitmotiv de su
opúsculo «De la utilidad y los inconvenientes de la historia para la
vida»53. En este sentido, Iturmendi Morales opone la memoria de
las palabras que se relaciona con el futuro, con la memoria de las
huellas que:

«... en cuanto memoria biológica se encuentra vuelta exclusi­


vamente hacia el pasado que es entendido no sólo como lo anterior
sino como lo condicionante; pudiendo afirmarse que un exceso o
una sobresaturación de historia perjudica a la vida»54.

51. «¿Por qué fatigar tu espíritu con proyectos eternos que lo sobrepasan?»,
Odas, Libro II, x i-xii.
H o r a c io ,
52. C io r a n , E., citado en S a v a te r , E, Ensayo sobre Cioran, 1992, p. 68.
53. N ie t z s c h e , F., Antología, 1988, pp. 53-113.
54. It u r m e n d i M o r a l e s , J., Acerca de la historia recordada, 1997, p. 792.
El estilo del escoliasta 141

Eñ su obra Textos Gómez Dávila aclara esta carga demoledora:

«Pero la simultaneidad nos delude, el tiempo nos veda un cum­


plimiento sucesivo. Todo acto es fecundo, y nadie puede abolir sus
consecuencias. El vaho del pasado nos impregna. Inhábiles para
retornar a nuestras encrucijadas pretéritas, no podemos pasearnos
en el tiempo como un obscuro corredor. La vida ignora el arre­
pentimiento, y olvidó erigir confesionarios en sus vanos templos»,
Textos, 19.

3 .4 . L a importancia del tiem po

Conociendo la afición de Gómez Dávila por Tucídides, puede


pensarse que su forma de acercamiento, más que a la historia mo­
numental o la historia anticuaria, se referiría a la historia crítica:
«... una historia que enjuicia y sentencia acerca de la vida pasada,
aun cuando lo haga juzgando no desde criterios o por considera­
ciones de justicia, sino por la propia vida, lo que la convierte en
necesariamente injusta»55.
Se inscribe así Gómez Dávila en la línea de recuperación del
tiempo al que se lanza en cierta medida el hombre tradicional va­
puleado por la aceleración que marca nuestra época. Como decía­
mos en su momento, no tener tiempo no es causa sino síntoma,
no tenemos tiempo en cuanto nos lo han cambiado. Esto se logra
mediante la imposición de un tiempo exterior. El hombre siempre
había temido el desbaratarse del tiempo que implica perder la pro­
pia vida. Siempre había buscado el hombre la permanencia aunque
fuese una efímera permanencia de poder detenerse a contemplar
el mundo y decidir, aun cuando sea unas pocas veces. En su en­
sayo El lenguaje y los mitos el pensador español Rafael Gambra lo

55. Ibíd., p. 793.


142 Democracia y nihilismo

expresaba con la idea de que el robo del tiempo comenzó cuando


nos quitaron el pasado y nos lanzaron al futuro:

«Naturalmente, lo que gana la vida en aceleración lo pierde en


intensidad y en profundidad. Ni el dolor no el goce de la conquista
son comparables a un régimen de cambio vertiginoso a lo que son
en un régimen de estabilidad humana, El hombre se acostumbra
al cambio y contempla con creciente indiferencia cuanto le rodea y
adviene. El futuro se hace pasado casi sin sentirse como presente. Ni
la tragedia ni el goce místico son de nuestra época. Ello es debido a
que el principal factor de contención para esa especie de erosión ace­
leradora de la experiencia humana estribaba precisamente en aquel
espontáneo enfrentamiento entre un tiempo interior de la propia
vida, al que el hombre se apega, y un tiempo exterior y cósmico, al
que el hombre resiste»56.

Para Gambra la tradición es tiempo interior, herencia recons­


truida, esencial para situar al sujeto en el mundo y desde el mun­
do. En este sentido el acercamiento intelectual de Gambra a la tra­
dición es desde la persona o al menos, en la primera fase, desde la
conciencia. Se define así una respuesta desde el existencialismo al
mecanicismo en cuanto este entrega el tiempo interior al exterior:

«Aquí tenemos claramente expresada, en el orden histórico so­


cial, la misma idea que, para la descripción de la conciencia, apun­
tan W. Jaspers y Bergson. Suponerla constituida por asociación de
elementos o unidades, por estados de conciencia aislados, es no ver
el dato inmediato y primario de una realidad total, fluyente, es afir­
mar el derecho de la onda sobre el río, cuando la observación y la
intuición nos dan el derecho del río sobre la onda, de la conciencia
sobre sus estados, de la Tradición en la Historia y la sociedad»57.

56. G am b ra , R ., El lenguaje y los mitos, 1985.


57. Id., «El concepto de tradición en la filosofía actual», 1945, pp. 545-
573.
El estilo del escoliasta 143

3 .5 . L a incom odidad del reaccionario

No cabe duda de que Gómez Dávila puede generar cierta inco­


modidad en sus admiradores, es decir, en los entusiastas lectores de
sus escolios. Se produce esta desazón al toparse en lo acertado de su
crítica con el hecho de que Gómez Dávila es un reaccionario58. Aun­
que ciertamente buena parte de su atractivo vital y literario proce­
derá de ese reaccionarismo peculiar que le sitúa más cerca del vaga­
bundo o anarca de Jünger que del restaurador de pasados gloriosos.
En admiradores más convencionales, o menos dotados intelectual­
mente, la sorpresa llega a tal punto que pretenden justificar esta
admiración desvinculando a don Colacho de su reaccionarismo59.
Creo que es un grave error, que consiste en domesticar al cimarrón
para que resulte más conveniente desde el punto de vista político60.

58. En este punto de desconcierto puede citarse a Savater: «En la mayoría


de las ocasiones, los aforismos del pensador colombiano son demoledoramente
certeros y tan válidos desde mis propios presupuestos como puedan serlo desde
los de quienes compartan los suyos, tan opuestos... De ahí lo contradictorio
y casi agónico de mi pasión por Gómez Dávila: no comparto ninguno de sus
axiomas, pero sí la mayoría de lo que se deduce de ellos. Sobre todo cuando
niega y rechaza, aunque mucho menos cuando afirma», S a v a te r , E, «Nicolás
Gómez Dávila. El reaccionario inconformista», 2007.
59. Por supuesto hay quien considera que Gómez Dávila no es lo sufi­
cientemente tradicional, en cuanto no modula todo su pensamiento sobre las
bases de las distinciones de escuela de los tradicionalistas políticos españoles.
Cf. A y u so , M., «Nación y nacionalismo. Una reflexión sobre el pensamiento
de Nicolás Gómez Dávila», 2009, p. 83. En el mismo sentido, «Conservación,
tradición y reacción. Una reflexión en torno a la obra de Nicolás Gómez Dávila,
2008, pp. 105-145.
60. Véase A b a d T o r r e s , A. A., Pensar lo implícito, 2008, p. 12: «Frecuen­
temente relacionado con el pensamiento reaccionario, Nicolás Gómez Dávila
ha sido encasillado en esta perspectiva que si bien le hace justicia temática, no
precisa completamente aspectos de honda importancia que han sido ignorados
y que de acuerdo a mi perspectiva, han sido desaprovechados, en el sentido de
144 Democracia y nihilismo

Ciertamente los rasgos que se han definido como propios de


los antimodernos, entendiendo por estos los pensadores que ple­
namente inscritos en la Modernidad han teorizado contra ella
aparecen en gran parte en la obra de don Colacho que puede ser
excepcional en el contexto colombiano, pero se inscribe con fuerza
en toda una tradición contra la ruptura precisamente con la tra­
dición. Antoine Compagnon, en una caracterización más literaria
que ideológica da las siguientes claves de ese antimodernismo que
puede observarse en Gómez Dávila: una Figura histórica y política:
«la Contrarrevolución», una figura filosófica: la «Antiilustración»,
una figura moral o existencial: «el pesimismo», una figura religio­
sa o teológica: «el pecado original», una estética: «lo sublime», una
figura de estilo: «la imprecación»61.
En realidad, de todos los elementos probablemente del que
esté más alejado don Colacho sea de la imprecación sustituida por
una ironía que a veces se torna en puro sarcasmo, pero el recurso
a la imprecación le es ajeno a quien como hemos visto tiene pocas
ganas de convencer. Además, para Gómez Dávila cierto fanatismo
revela inseguridad, es más, esta inseguridad la transciende prácti­
camente a toda apologética:

«Quisiera poder escribir con austeridad y sencillez. No detesto


del todo, cierto énfasis, a veces amable cuando lo acompaña la iro­
nía y una discreta sorna; peor abomino del tono sentimental, de esas
frases que suenan como una mezcla de corazón compungido y de
dolor de muelas», Notas, 51.

La figura filosófica de la Antiilustración presenta matices im­


portantes en todos los antimodernos. Notablemente De Maistre

que a través de ellos es posible identificar a un pensador mucho más vasto y


significativo».
61. C o m p a g n o n , A., Los antimodernos, 2007, pp. 23-24.
El estilo del escoliasta 145

mantiene una aguda polémica con la Ilustración que a la vez que


condena influye necesariamente en él. En otros autores como
Chateaubriand esto había sido aún más claro, aunque ciertamente
el autor de Memorias de ultratumba siempre fue situado entre dos
campos.
Con los matices que se quiera se pueden aplicar a don Colacho
estas frases de Antoine Compagnon con las que este culmina su
obra Los antimodernos:

«Gracq llama a Chateaubriand un reaccionario con encanto.


No encontramos definición más perfecta del antimoderno: la reac­
ción más el encanto, es decir, la travesía de la reacción, la reacción
contra la reacción, o la ironía de la reacción y la recalificación del
pesimismo. Gracq añade -estamos en 1960- que se trata de un
“tipo de nuestra época, reactualizado en más de un sentido”. ¿En
quién está pensando? Sin duda en él mismo. Modernos desengaña­
dos o contrariados, y reaccionarios con encanto, los antimodernos
son el colmo de lo moderno»62.

Afortunadamente para quienes nos sentimos cómodos en la


actitud reaccionaria, el intento de alejar a Gómez Dávila de su
reaccionarismo, aunque sea para revalorizarlo, no es unánime.
Por ejemplo, Óscar Torres Duque en un valioso artículo titulado
precisamente «La pasión del anacronismo», no duda en citar la
reseña sobre el reaccionario publicada en el diario El Tiempo por
Hernando Téllez para situar a Gómez Dávila plenamente en la
actitud reaccionaria. Una actitud que provoca una enorme in­
comprensión, probablemente por la base progresista o si se quiere
«evolucionista» que los progresistas aplican al propio devenir del
pensamiento.

62. Ibíd., p. 252.


146 Democracia y nihilismo

3 .6 . D esconcierto a n te el reaccionario brillante

Hay que decir que el desconcierto ante el reaccionarismo de


los autores reaccionarios brillantes ha sido muy común63. Al me­
nos desde el primero que merece con total claridad ese calificativo
tras la Revolución: Joseph de Maistre. En él se encuentran bas­
tantes de los rasgos que nos desconciertan y seducen en la obra
del propio Gómez Dávila: ferocidad, brillantez, admiración por
autores alejados de su pensamiento, decepción ante todo propósito
político concreto.
Véase si no el juicio de Cioran sobre Joseph de Maistre, similar
al que luego veremos repetido en tantos sobre Gómez Dávila:

«Mantener los equívocos, desconcertar con convicciones tan


claras como las suyas es una proeza. Era inevitable que sus contem­
poráneos acabaran por interrogarse sobre la seriedad de su fanatis­
mo, que pusieran de relieve las restricciones que él mismo había
aportado a la brutalidad de sus propósitos y señalaran con insisten­
cia sus raras complicaciones con la sensatez. No seremos nosotros
quienes le haremos el agravio de considerarle un tibio. Retendremos
de él, por el contrario, su magnífica, su espléndida impertinencia,
su falta de equidad, de moderación y, a veces, de decencia. Si no nos
irritase, ¿tendríamos aún la paciencia de leerle? Las verdades de las
que se hizo apóstol son aún válidas únicamente por la deformación
apasionada que su temperamento les infligió»64.

Parece indiscutible que De Maistre, padre del pensamiento


reaccionario contemporáneo, tiene un importante papel en la obra
de Gómez Dávila; si bien cuando lo cita con cierta ironía es para
reconocer que se quedó corto:

63. Cf. H ir sc h m a n , A . O., Retóricas de la intransigencia, 1 9 9 1 .


64. C io r a n , E ., Ensayo sobre el pensamiento reaccionario, 2000, pp. 8-9.
A r t e t a A isa , A ., «La piedad en Cioran», 1991, p p . 52-57.
El estilo del escoliasta 147

«Si bien Joseph de Maistre afirma que el demonio tan solo des­
truye, la historia posterior demuestra que también construye». Es-
eolios, I, 185.
El camino más adecuado en nuestra pesquisa es entonces fijar
lo que significa precisamente ser un reaccionario auténtico, es de­
cir, en el sentido que define el propio Gómez Dávila en sus esco­
lios y en el texto que lleva ese título, superando por nuestra parte
la tentación de construir una divergencia entre Gómez Dávila y el
reaccionarismo.
No puede olvidarse, como ha indicado Antoine Compagnon,
que los contrarrevolucionarios entran en conflicto con la revolu­
ción en los términos modernos que la definen y enmarcan. Se
puede distinguir entonces entre contrarrevolución y antirrevolu-
ción, siendo la segunda mera resistencia durante el periodo revo­
lucionario, y la primera, una teorización sobre la revolución, por
lo tanto, sobre lo moderno. Que de aquí pueda derivarse que los
contrarrevolucionarios son estrictamente los modernos porque
son quienes teorizan más exactamente sobre la modernidad pare­
ce una deducción excesiva por paradójica. Si se aceptara esta tesis
de Compagnon Gómez Dávila sería un gran «moderno» y podría
verse descrito en las frases del profesor francés:
«Por consiguiente, de acuerdo con la distinción entre antirre-
volución y la contrarrevolución, nos interesan menos los antimo­
dernos (el conjunto de fuerzas que se oponen a lo moderno), que
aquellos a los que convendría más bien llamar contra-modernos
puesto que su reacción está fundamentada en un pensamiento de
los moderno. Sin embargo, contramoderno no es un buen término.
Por eso continuaremos hablando de antimodernos, sin olvidarnos
de esta puntualización: los antimodernos no son los adversarios de
lo moderno, sino los pensadores de lo moderno, sus teóricos»65.

65. C o m p a g n o n , A., Los antimodernos, 2007, p. 77.


148 Democracia y nihilismo

Lo dicho no significa que ignoremos el valor de la excepcio-


nalidad de Gómez Dávila dentro del propio pensamiento reaccio­
nario, o si se quiere, no comprendamos que el reaccionarismo es
completamente distinto después de Heidegger y los acontecimien­
tos sucedidos en los años treinta y cuarenta del siglo pasado. De
hecho, la postura de Gómez Dávila puede asimilarse en parte al
nihilismo peculiar, que busca la superación de la propia negación
nihilista que puede identificarse en autores muy excepcionales
como Jünger, al menos tal como lo describe el novelista rumano
Vintila Horia. Cierto es que Jünger busca dejar atrás el nihilis­
mo después de haberse insertado plenamente en él y de incurrir
en errores, como su primera admiración por un Hitler contra el
que luego conspiró, error que nunca cometió nuestro colombiano,
hombre difícilmente entusiasta ante cualquier tipo de desfiles66.
Por supuesto, su caracterización reaccionaria se ve reforzada
por su actitud literaria. Su inclinación por la literatura frente a la
vida activa le iguala con el grueso de los autores reaccionarios, aun
cuando no compartió en vida el éxito de aquellos o, al menos, no
pudo crear la controversia que ellos suscitaron:

«De Chateaubriand a Proust al menos, entre “El genio del cris­


tianismo” y “En busca del tiempo perdido”, pasando por Baudelaire
y tantos otros, el genio antimoderno se refugió en la literatura, e
incluso en la literatura que consideramos moderna, en la literatu­
ra convertida en canon por la posteridad, literatura no tradicional

66. Como indica Vintila Horia: «Sin embargo, Nietzsche había encontra­
do un camino, en Así habló Zaratustra,, que condujera más allá del nihilismo, y
ese camino era el superhombre. Es así como hay que interpretar las oleadas de
nihilismo que azotan el mundo bajo nuestras miradas, cumpliendo las profecías
de Nietzsche, con el fin de que el obrero sea el realizador de este cumplimiento,
de esa total aniquilación a través de la técnica y que algo nuevo surja más allá
de los límites de esta destrucción», H o r ia , V., Viaje a los centros de la Tierra,
1987, p. 138.
El estilo del escoliasta 149

pero propiamente moderna en la medida en que es antimoderna,


literatura cuya resistencia ideológica es inseparable de su audacia
literaria»67.

3 .7 . M o destia del escoliasta

El escolio, en cuanto es un comentario marginal a un texto,


pretende una modestia de la que carecen otras formas de la es­
critura fragmentaria. Cierto es que, pese a su denominación, y al
carecer del texto implícito, los escolios de Gómez Dávila aparecen
unas veces como aforismos, otras como sentencias. El origen de
la escritura fragmentaria se sitúa en nuestra tradición en la litera­
tura de frase redonda y contundente que cabe observar tanto en
el Antiguo Testamento como en otras muestras gnómicas de los
presocráticos. Para la modernidad, Abad cita la influencia de los
ensayos de Montaigne por su carácter fragmentario, opuesto al
tratado. Esta paternidad es parcial e incluso dudosa, sobre todo
cuando observamos el peso del aforismo como expresión litera­
ria en el acervo cultural de la literatura en español, especialmen­
te en algunos de sus autores más representativos, como Baltasar
Gracián. Es un lugar común la notable influencia que terminaría
ejerciendo el aragonés en el pensamiento contemporáneo por su
recepción en Schopenhauer. En todo caso, los citados pueden in­
cluirse en su totalidad entre las influencias de Gómez Dávila68.
El escoliasta, en su modestia, no nos abruma con sentencias,
ni fabrica una sabiduría práctica, útil para manejarse en un mun­
do determinado, ni pretende la originalidad de un pensamiento.
Tampoco al estilo del filósofo macinteriano aspira a superar las
contradicciones de una tradición al enfrentarse con otras tradicio­

67. C o m p a g n o n , A., Los antimodernos, 2007, p. 16.


68. C f. A b a d T o r r e s , A ., Pensar lo implícito, 2008, p. 68.
150 Democracia y nihilismo

nes o con nuevas circunstancias. Su pretensión es concreta: «Los


que carecemos de talento traducimos meramente textos anónimos
y públicos en el idioma de nuestras preocupaciones personales»,
Escolios, I, 121.
Esta modestia le sitúa en la línea de los grandes autores de la
escritura fragmentaria. Alguno como Lichtenberg rechazaba tam­
bién el término «aforismos»: «Los cuadernos eran borradores. Li­
chtenberg jamás hubiera dado el nombre de aforismos a sus ideas
en proceso. En sus cuadernos sólo usó dos veces la palabra y no
en relación a sí mismo»69. Como diría el propio Lichtenberg, de
nuevo seguido por Gómez Dávila: «He escrito buena cantidad de
borradores y pequeñas reflexiones. No esperan el último toque
sino los rayos de sol que los despierten»70. Quiero decir que no
hay dejar de enfatizar la reclamación de Gómez Dávila de ser un
escoliasta, pensando que disfraza bajo ella un empeño fundamen­
talmente aforístico o hubiese centrado su actividad literaria en de­
ducir de la vida inauténtica pautas de comportamiento para mane­
jarse en ella. Realmente en los escolios tenemos un comentario al
margen de multitud de lecturas. Idéntica humildad se ha descrito
en Joubert, alejado de las sinfonías y sistemas y que se conformaba
con el mero sonido de su arpa eolia: «Soy como un arpa eolia, que
da algunos sonidos bellos, pero que no ejecuta ningún aire. Nin­
gún viento constante sopla sobre mí»71.

69. V i l l o r i o , J., «Introducción» a L ic h t e n b e r , G. C., Aforismos, 1989,


p. 59, W i l d e , O., Paradoja y genio. Aforismos, Introducción a cargo de Luis
Antonio deVillena, 1993.
70. L ic h t e n b e r g , G. C., Aforismos, 1989, p. 106 de la edición citada. Afo­
rismos> ed. de Juan del Solar, Edhasa, Barcelona, p. 10. Evidentemente, Gómez
Dávila no compartía los supuestos aforismos, realmente condensación de tópi­
cos protestantes (casi de algarada de Pope day) contra los católicos que utilizaba
Lichtenberg.
71. J o u b e t , J ., Máximes etpensées, 2004, p. 9.
El estilo del escoliasta 151

Por supuesto los autores de la escritura gnómica practican una


notable ironía dentro de su aparente modestia. Esta peculiar ironía
consiste en afirmar que se limitan al fragmento cuando realmente
o bien creen que este enseña más que los pesados sistemas o bien,
en la misma línea, piensan que el fragmento no es superable en
cuanto todo sistema parte de una pretensión falsa:

«Acusar al aforismo de no expresar sino parte de la verdad equi­


vale a suponer que el discurso prolijo puede expresarla toda», Nue­
vos escolios, II, 1170.

Es notorio que en este esfuerzo Nicolás Gómez Dávila tuvo


especial cuidado en el lenguaje. Frente a otros casos de la escritu­
ra fragmentaria, los escolios de Gómez Dávila parecen especial­
mente bien redactados. Son claros, precisos, redondos, escritos
no como se habla sino como se debería hablar. Esta atención al
lenguaje no tiene un interés solo estético, en el caso de que se pu­
diera decir «solo estético» en Gómez Dávila, sino que parten de
un especial cuidado respecto a las palabras, que son definitorias
de la forma de pensar de Gómez Dávila: «Quien acepte el léxi­
co del enemigo se rinde sin saberlo. Antes de hacerse explícitos
en las proposiciones, los juicios están implícitos en los vocablos»,
Escolios, I, 334. El escolio aparece entonces como la ventana por
donde nos podemos asomar a la honda tradición donde transcu­
rre la vida del escoliasta.

3 .8 . C aracterísticas d el pensam iento reaccionario

Y VENTAJAS DEL ESCOLIO

Es preciso destacar que Gómez Dávila a través del género del


escolio encuentra el medio para transmitir las características dis­
tintivas de la tradición de pensamiento en la que se inscribe: «Ser
152 Democracia y nihilismo

reaccionario es haber aprendido que no se puede demostrar, ni


convencer, sino invitar», Sucesivos escolios, 1406. Además la opción
por el escolio no es tan sólo una decisión estilística, ni siquiera
ideológica en el sentido débil de un conjunto de ideas, sino que
de nuevo con Volpi supone la asunción de toda una opción vital:

«Detrás de la vocación de escoliasta hay algo más que sustan­


cial. Al asumir la actitud de limitarse a anotar escolios en el margen
de una texto implícito;^ hace evidente una elección de vida y de
pensamiento antes que de escritura y de estilo. Se trata de una de­
cisión que privilegia la reserva, la modestia, el ethos de la humildad.
Para Nicolás Gómez Dávila el estilo corresponde a una disciplina de
vida: “Esta notas no aspiran a enseñar nada a nadie, sino a mantener
mi vida en cierto estado de tensión”»72.

Prácticamente lo mismo se ha dicho sobre Georg Christoph


Lichtenberg, indiscutiblemente uno de los más reputados creado­
res de textos fragmentarios:

«Lichtenberg detestaba los prólogos, esos desesperados pararra­


yos que intentan salvar a un libro de la destrucción. Enemigo del
proselitismo y de cualquier táctica suasoria, jamás trató de defender
su obra, y no sólo eso: hizo lo posible por no escribirla»73.

En el mismo sentido, Cioran -quien nunca dejó de reconocer


que prácticamente toda su obra está en fragmentos, su predilec­
ción por el fragmento es más bien una cuestión de temperamen­
to74- asume la modestia del texto redactado que nunca puede con­
siderarse acabado en sentido estricto:

72. V o lp i, F., El solitario de Dios, 2005, pp. 15-16.


73. V illo r o , J., «Introducción» a L ic h e t e n b e r , G. C ., Aforismos, 1989,
p. 11.
74. C io r a n , E., Entretiens, 1995, p. 77.
El estilo del escoliasta 153

«Una obra está acabada cuando no puede ya ser mejorada, aun­


que se la sepa insuficiente e incompleta. Se está tan exageradamente
fatigado de ella que ya no se tiene el valor de añadirle ni una sola
coma, aunque fuese indispensable»75.

Por otra parte, es notorio que la escritura fragmentaria desde sus


antecedentes griegos dista de tener un único sentido o, si se prefiere,
estilo. Por ejemplo, como hemos dicho dentro del escolio de Gómez
Dávila, el mismo Abad ha encontrado una diversidad de sentidos
entre las contrapuestas formas de la literatura fragmentaria76.

3 .9 . F ragmentariedad y sistem a

La fragmentariedad frente al tratado está, por otra parte, en


la raíz de la elección del género por un buen número de autores.
Gracián, quien fuera, según mi parecer, el más destacado de quie­
nes optan por la escritura fragmentaria en la Modernidad, parece
abandonar el tratado para inclinarse por una forma que ofrece una
gran pluralidad de matices. Como dice Emilio Blanco:

«Esas imágenes repetidas contribuyen, como queda dicho, a au­


mentar la sensación de unidad del libro, pese al fragmentarismo.
Esa unidad, con todo, es fruto de la lectura consciente del libro. Es

75. S a v a t e r , F., Ensayo sobre Cioran,, 1992, p. 173.


76. «La paradoja consiste en evidenciar las contradicciones palpables entre
el género fragmentario de la sentencia y del aforismo. Ambos son identificables
en la escritura del pensador y conforman dos aspectos simultáneos a través
de los cuales se estructura una incongruencia palpable dentro de la antítesis
sentencia-aforismo. Dentro de los escolios, son identificables indistintamente
fuerzas centrípetas y centrífugas que abarcan ambas las disposiciones fragmen­
tarias haciendo que se fracture la unidimensionalidad interpretativa con que a
veces se identifica la escritura y el pensamiento del autor», A b a d T o r r e s , A.,
Pensar lo implícito, 2008, p. 13.
154 D e m o c r a c ia y n ih ilis m o

el lector, pues, quien debe reconstruir el sistema de pensamiento


expuesto desordenadamente por Gracián. Como fruto de esa desor­
ganización, el Oráculo manual no presenta una estructura definida,
Y no se trata tanto de incapacidad del jesuita, es que no lo buscó
en absoluto. Más que un esfuerzo por sistematizar, da la impresión
de que Gracián intentó evitar esa organización de los contenidos, y
que por ello escogió la forma de la colección de aforismos frente a
los tratados anteriores»77.

Conviene recordar que el propio Gómez Dávila, que no traza


diferencias entre las formas variadas de los escolios, nos transmite
que estos no son propiamente un conjunto de aforismos: «El lector
no encontrará aforismos en estas páginas.
Mis breves frases son los toques cromáticos de una composi­
ción pointilliste», Escolios, I, 69.
De ahí que Gómez Dávila distinguiese en sus Notas, como
hemos visto casi escrito programático, dos formas aceptables de
escribir, inclinándose claramente por una de ellas, aunque en una
forma mínima intentase también la otra. Esta forma breve, sentida
como una necesidad, es descrita como sigue:

«Escribir de la segunda manera es asir el tema en su forma más


abstracta, cuando apenas nace, o cuando muere dejando un puro
esquema. La idea es aquí un centro ardiente, un foco de seca luz.
De ella provendrían consecuencias infinitas, pero no es aún sino
germen, y promesa en sí encerrada. Quien así escribe no toca sino
las cimas de una idea, una dura punta de diamante. Entre las ideas
juega el aire y se extiende el espacio. Sus relaciones son secretas, sus
raíces escondidas. El pensamiento que las une y las lleva no se revela
en su trabajo, sino en sus frutos, en ellas, desatadas y solas, archipié­
lagos que afloran en un mar desconocido. Así escribe Nietzsche, así
quiso la muerte que Pascal escribiese», Notas, 56.

77. B l a n c o , E., «Introducción», 2009, p. 63.


El estilo del escoliasta 155

En conclusión, encontramos en la fragmentariedad de Gómez


Dávila la posibilidad de optar, de coger y de dejar, de aceptar y
rechazar, lo que explicaría su éxito. Es por ello que el escolio tiene
entre nosotros una aceptación tan extendida; no necesita el lector
articularse en todo el discurso del autor, coincidir con él, sino ad­
mirar su precisión en la crítica.
Si el lector encuentra esta ventaja en la aproximación a Gómez
Dávila, no podemos olvidar lo que él mismo afirma sobre la forma
de escribir que había buscado. Una forma en la que el autor, por
utilizar la expresión taurina, no toma ninguna ventaja:

«La ventaja del aforismo sobre el sistema es la facilidad con que


se demuestra su insuficiencia.
Entre pocas palabras es tan difícil esconderse como entre pocos
árboles», Escolios, I, 352.

Pero, claro, en el fondo Gómez Dávila sí toma una precaución


más que una ventaja:

«Escribir corto para concluir antes de hastiar», Escolios, I, 97.

Su postura se vuelve entonces militante contra el modelo filo­


sófico de la Edad Contemporánea, basado en el sistema. Frente a
las fórmulas favoritas de todos los ismos, empezando por el propio
idealismo y culminando en la posición marxista, responde con
una fórmula que explica también su posición fragmentaria:

«La idea desarrollada en sistema se suicida», Escolios, I, 143.

De nuevo esta aversión al sistema centra a Gómez Dávila en la


posición más postmoderna o superadora de la Modernidad, frente
a la pesadez y al discurso plúmbeo del sistemático. Enlaza también
Gómez Dávila con los excepcionales díscolos de la talla del propio
Cioran o del mismísimo Nietzsche, a decir de Savater sobre el
primero:
156 Democracia y nihilismo

«Nietzsche sospechaba en el gusto por lo sistemático una falta


de honradez y aspiraba a contrarrestarlo con la fidelidad a la pujan­
za siempre dispersa de la propia fuerza; Cioran conoce otro preven­
tivo aún más eficaz contra el sistema del hastío: “Que la disconti­
nuidad, el cansancio de todo razonamiento sostenido, fundado, la
obsesión pulverizada, el horror al sistema, el horror a la insistencia,
a la duración de una idea”»78.

3.10. R eacción y conservadurismo

Cuando el reaccionario muestra una aversión completa y casi


única por el conservador, se refiere al sentido político y actual del
término pues no incluye la acepción primera del término «conser­
vador» que desarrolló el mismo Chateaubriand, objeto predilecto
de admiración por el propio Gómez Dávila. Así es otro tópico
la escasa simpatía que el reaccionario auténtico muestra por los
conservadores en sentido político y con los restauracionistas. Res­
pecto a estos últimos manifiesta un profundo desdén, que casi me
aventuraría a considerar fundamentado, de forma paradójica, en
la obra de Chateaubriand: «Toda restauración es un jacobinismo
invertido», Escolios, //, 714. Pues como señala Fumaroli, pese a la
inclinación de Chateaubriand por la política restauracionista, su
experiencia es crítica por la erosión de «ese precioso patrimonio
de costumbres civiles y de “moral de los deberes” acumulado por
la “Vieja Europa” aristocrática» por la acción de «la moral de los
intereses que vuelve bárbara y brutal la era de las democracias»79.
Así el propio Chateaubriand no se engaña sobre los protago­
nistas de la Restauración:

78. S a v a te r . E, Ensayo sobre Cioran, 1992, p.30.


79. E, Memorias de ultratumba, 2004, p. x liv .
C h a t e a u b r ia n d ,
El estilo del escoliasta 157

«Imperialistas al terminarse el reinado de aquel a quien con­


sideraban un usurpador; pero no lo era que vosotros, criaturas de
este usurpador, sobrepasarais en exageración los sentimientos de los
realistas. Los ministros, los grandes dignatarios prestaron a porfía
juramento a la legitimidad; todas las autoridades civiles y judiciales
hacían cola para jurar odio a la nueva dinastía proscrita, amor a la
antigua estirpe que ellas habían condenado cientos de veces. ¿Quién
escribía esas proclamas, esas cartas acusatorias y ultrajantes para
con Napoleón de que estaba inundada Francia? ¿Unos realistas? No:
los ministros, los generales, las autoridades, elegidos y mantenidos
por Bonaparte»80.

Todo esto producía una situación extraña, podíamos decir que


irreversible. Mucho de la actitud de Gómez Dávila puede también
rastrearse en las siguientes palabras de Chateaubriand:

«Los partidos actuaban sin pensar en la forma de gobierno que


habían adoptado; todo el mundo hablaba de Constitución, de li­
bertad, de igualdad, de derechos de los pueblos, y nadie los quería;
verborrea de moda: se pedían, de forma irreflexiva, noticias de la
Carta, mientras se esperaba que no tardara en fracasar. Liberales y
realistas se inclinaban por el absolutismo, atenuado por las costum­
bres: era el temperamento y la forma de ser de Francia. Dominaban
los intereses materiales; no se quería renunciar en modo alguno a lo
que se había hecho, se decía durante la Revolución»81.

Realmente el reaccionario auténtico solo en escasas ocasiones


puede identificarse con el conservador y pese a la relación que
hemos observado entre el propio don Colacho y los conservado­
res políticos, el reaccionario en la época actual encuentra en el
conservador a un enemigo, una especie de colaboracionista con el

80. Ibíd., Libro Vigésimo Segundo, Capítulo 23, p. 1175.


81. Ibíd., Libro Vigésimo Tercero, Capítulo 20, p. 1273.
158 Democracia y nihilismo

régimen detestado: «El reaccionario no se vuelve conservador sino


en las épocas que guardan algo digno de ser conservado», Escolios,
II, 496.
Por supuesto, el término usurpado finalmente por el Partido
Conservador británico, convertido en una socialdemocracia agua­
da y luego en una prototipo neoliberal, o por los conservadores
del xix en muchos países incluido España, donde eran los viejos
progresistas reconvertidos, choca con la definición que de Philippe
Bénéton recupera Michael Rabier por la que se «ha definido el
conservadurismo como un movimiento intelectual y político de
la era moderna que nace con ella puesto que lo hace contra ella»
y que se ha constituido «para la defensa del orden político y social
tradicional de las sociedades europeas» como lo opuesto a la Revo­
lución francesa y más generalmente al proyecto político moderno
liberal o socialista»82.
Se distinguen así a decir de Karl Mannheim un conservadu­
rismo natural que se definiría por el miedo a la innovación como
actitud psicológica de un conservadurismo consciente que se opo­
ne al progresismo. El término en este sentido sería lanzado por
Chateaubriand con el periódico Le Conservateur.
El conservadurismo tendría pues en su sentido más ideológico,
si puede usarse esta palabra tan poco conservadora, una vincula­
ción con lo concreto y en su genealogía se remitiría a Justus Móser
y su relación con el romanticismo alemán83.
Pero como no ignora el propio Rabier, la referencia a la socie­
dad tradicional europea y a sus formas políticas es equívoca en el
reaccionario auténtico pues en su crítica no ya de la revolución
sino de la propia modernidad torna hacia el pasado medieval y

82. B é n é t o n , P., Le conservatisme, 1988.


83. Cf. R a b ier, M., «Nicolás Gómez Dávila y las paradojas del conserva­
durismo», 2014, p. 228.
El estilo del escoliasta 159

dentro de este, Gómez Dávila, abomina en cierto sentido de las


construcciones góticas y escolásticas para afianzarse en una posi­
ción «románica»84.
Por seguir con el tópico que hemos citado, no es fácil encon­
trar el punto que conserva Gómez Dávila o más bien es un lugar
inexistente en plenitud, reflejando una actitud, una forma de ver
las cosas, de enfrentar la vida, de descomprometerse en un sentido
de vida práctica y comprometerse en la lectura y escritura.
El tema, como es evidente, no es sencillo pues, o se busca una
caracterización más o menos exacta de lo que es la revolución, o
se debe admitir que todos somos revolucionarios, de la revolución
que sea. Al presentar la obra de Edmund Burke Reflexiones sobre
la Revolución francesa, E. Tierno Galván, con el objeto de situar la
obra del conservador británico^ realiza una caracterización, desde
la utopía, del revolucionario-contrarrevolucionario:

«A mi juicio sólo con una palabra se puede designar cumpli­


damente a Burke; Burke es conservador. En la medida en que es
conservador es incompatible con la exageración o la extremosidad.
Toda utopía le es extraña. La categoría con la que el conservador
vive la situación que encuentra históricamente dada es la satisfac­
ción. A lo que más teme es al desorden, porque el desorden político
altera el presente»85.

Según esta interpretación, lo que no es conservador sería la


huida del presente, la marcha hacia la utopía, pero ¿no es acaso
más difícil de caracterizar la posición de quien conserva cual­
quier cosa establecida que se encuentre en su época? ¿Y no serían
la mayor parte de las épocas, al menos desde las convulsiones
revolucionarias, indignas de conservarse? Evidentemente, lo que

84. B a r t y z e l,J., Para qué un filósofo en tiempo mediocre, 2008, p. 54.


85. T ie rn o , E., «Prólogo», 1978, pp. 10-11.
160 Democracia y nihilismo

se ha conocido como pensamiento conservador, ha buscado ca­


racterizarse con notas más definitorias, pero de nuevo surge el
problema, pues esas notas podrían pasar a definir una situación
revolucionaria o contrarrevolucionaria respecto a un presente
dado «no conservador».
Es cierto que Cioran definía al reaccionario como el conser­
vador que se ha quitado la máscara. Pero cabe trazar diferencias
precisamente en el firme pesimismo del primero y su falta de com­
promiso con toda situación establecida. Como dice en el Ensayo
sobre el pensamiento reaccionario:

«La doctrina de la Caída ejerce una fuerte seducción sobre los


reaccionarios, de cualquier color que sean; los más empedernidos
y lúcidos saben además que recursos ofrece contra el prestigio del
optimismo revolucionario: ¿no postula acaso la invariabilidad de la
naturaleza humana, condenada sin remedio a la decadencia y a la
corrupción? En consecuencia, ningún desenlace, ninguna solución
existe en los conflictos que asolan a las sociedades, ni posibilidad al­
guna tampoco de cambio radical que pudiera modificar su estruc­
tura: la historia, tiempo idéntico, es el marco en el que se desarrolla
el proceso monótono de nuestra degradación. El reaccionario, ese
conservador que se ha quitado la máscara, adoptará siempre lo peor
y lo más profundo de las sabidurías: la concepción de lo irreparable,
la visión estática del mundo»86.

El filósofo italiano Augusto del Noce consideraba que la ver­


dadera crítica de la sociedad del bienestar, paradigma que Gómez
Dávila no cita pero al que se refiere indirectamente, consiste en
rebasar la oposición entre progresista y reaccionario. La posición
reaccionaria necesitaría así la afirmación revolucionaria como par­
te constitutiva de su ser:

86. C io r a n , E., Ensayo sobre el pensamiento reaccionario, 2000, p. 28.


El estilo del escoliasta 161

«La oposición a la sociedad del bienestar no se puede llevar a


partir de una postura reaccionaria, por la sencilla razón de que la
oposición entre “progresista” y “reaccionario” forma parte de su len­
guaje. Reaccionario es el que se opone al progresista, convencido en
el fondo de que ya ha perdido la batalla»87.

Precisamente esa batalla perdida define al reaccionario autén­


tico que justifica su actitud y su acción en la asunción de la derro­
ta, en la mirada escéptica y el talante estético de quien no quiere
reinstaurar ningún tipo de sociedad del pasado. La antropología,
recuérdese, es pesimista y tiene como presupuesto el dogma del
pecado original: «Los hombres se dividen en dos bandos: los que
creen en el pecado original y los bobos», Escolios I, 173. Y cla­
ro, con el pecado original entendemos la verdadera razón de los
problemas humanos, incluidos los sociales: «Llamar sociales los
problemas que dependen de la naturaleza misma del hombre, sólo
sirve para simular que podemos resolverlos». Escolios I, 118. Lo
que define propiamente a nuestro autor como el más antimoderno
de los escoliastas88.
El antimodernismo no es un reaccionarismo meramente re­
activo pues los autores como don Colacho habían bebido en unas
fuentes que están en la modernidad. Por ello siendo la posición
tradicionalista, en un sentido lato, algo que puede encontrarse en
toda sociedad, la línea literaria de autores como Gómez Dávila
supone una específica novedad:

«Sin embargo, una diferencia capital separa la moderna sensibi­


lidad antimoderna del eterno prejuicio contra el cambio. La fecha

87. D e l N o c e , A., Agonía de la sociedad opulenta, 1979, p. 43.


88. «Por eso la cuarta figura de lo antimoderno deber ser religiosa o teo­
lógica; de modo que el pecado original forma parte del decorado antimoderno
habitual», C o m p a g n o n , A., Los antimodernos, 2007, p. 23.
162 Democracia y nihilismo

del nacimiento de aquella, históricamente localizada, es indudable:


La Revolución Francesa como decisiva ruptura y giro fatal. Había
tradicionalistas antes de 1789, los ha habido siempre, pero no anti­
modernos en el pleno y moderno sentido de la palabra»89.

En este punto, por supuesto, también podemos recordar al


mismo Cioran: «Quien habla en nombre de los otros es siempre
un impostor»90.
Y esto no solo se aplica a la pura acción política, sino que per­
mite dilucidar al posición ética de cualquiera: «Quienes disculpan
su abyección pretendiéndose víctimas de las circunstancias son
socialistas doctrinarios. El socialismo es la filosofía de la culpabi­
lidad ajena», Escolios, I, 77.
El error moderno sobre la causa de los problemas sociales es in­
teresado. Se afirma que los problemas son solucionables por el Es­
tado para darle a este un poder que no cederíamos gustosos de otra
forma. El extremo se ha alcanzado en la política constructivista de
gobiernos como los que hemos disfrutado en nuestros países, que
han disminuido la libertad incidiendo en las supuestas libertades:
«El político necesita convencer al pueblo de que todos los proble­
mas son sociales, para poder esclavizarlo», Escolios, I, 118.

3.11. C rítica del extrem ism o político

Por otra parte, lo que puede sorprender a algunos es que, desde


su radical discrepancia hacia el mundo moderno, Nicolás Gómez
Dávila mostrase muy poco afecto por el extremismo político: «El
extremismo político sirve para disculpar la mediocridad intelec­
tual», Escolios, I, 338. O lo que es lo mismo: «Las ideas tiranizan

89. Ibíd., p. 14.


90. C io r a n , E., Précis de décomposition, 1949.
El estilo del escoliasta 163

al que tiene pocas», Escolios, I, 343. O, si se prefiere, de una forma


muy gráfica y climática: «El hombre es un animal de clima medio:
en cualquier extremo de una idea muere congelado», x'
Es decir, hay en Gómez Dávila, como lector amplísimo de
lectura sabia y lentamente digeridas, como espíritu aristocrático,
una enorme liberalidad de trato, una comprensión desde el pesi­
mismo. Un pesimista suavemente escéptico no solo no puede ser
nunca un fanático, sino que además repele al fanatismo. Algunas
de sus actitudes pueden, entonces, acercarse a cierto dandismo.
Un peculiar dandismo con convicciones pero que teme con fuerza
al predicador y al entusiasta.
Es justo, pues, preguntarse si la característica exclusiva que
Abad cree encontrar en Gómez Dávila es propia de este peculiar
reaccionario o es común a todo un reaccionarismo literario que se
encuentra en incapacidad de actuar en un mundo que le ha sobre­
pasado. Estos rasgos que Abad cree exclusivos se definirían como:

«Alejándose de la construcción teórica de una posición políti­


ca que dé cuenta de una disposición cuyo fin sea el de cambiar la
orientación de la modernidad, el reaccionario, Gómez Dávila en
este caso, no se dispone a construir una teoría política sino a dar tes­
timonio de la purulencia que define el mundo contemporáneo»91.

3 .1 2 . La s o l e d a d d e l r e a c c io n a r io a u t é n t ic o

De aquí procede la soledad de Gómez Dávila en lo que se


refiere a su posición teórica; aunque, como vimos, gozó de cierto
número de amigos que distan de constituir lo que luego se llamó
una generación. Su soledad es diversa de la que se predica respecto
a otros representantes de la literatura fragmentaria, como el propio

9 1 . A bad T o r r e s , A., Pensar lo implícito, 2 0 0 8 , p. 4 3.


164 Democracia y nihilismo

Lichtenberg del que se ha dicho: «En sus textos Lichtenberg se pre­


senta como un campeón del aislamiento. Sin embargo, su soledad
no debe ser vista como una forma de vida sino como un princi­
pio intelectual (la posibilidad de pensar en sí mismo sin atender
a los “ruidos” en derredor»92. Así probablemente el aislamiento de
Gómez Dávila se pareció más al de un Schopenhauer, aunque se
conformó con su fortuna y no se vio sometido al fracaso de una
vida académica como el autor alemán93.
Su simpatía romántica le precipita en antipatía hacia todo in­
tento de construcción sistemática. Menos confía en la convicción
que no proceda de un claro camino personal. Por eso dirá que
«Para el pensamiento reaccionario, la verdad no es objeto que una
mano entregue a otra mano, sino conclusión de un proceso que
ninguna impaciencia precipita», Textos, 55. Por todo ello, sin caer
en el error de negar o disminuir la base reaccionaria de su for­
mación o de su biblioteca, son justas las apreciaciones de autores
como Abad que insisten en la peculiaridad de Gómez Dávila o, si
se quiere, la posibilidad de utilizar sus aportaciones desde diversos
campos. De nuevo con Volpi:

«Es cierto que entre los volúmenes de su biblioteca se encuen­


tran, en primera fila, los escritos de Justus Móser, el padre del
conservatismo rural, y la edición rusa de las obras completas de

92. V i l l o r o , J., en L ic h t e n b e r g , G. C, Aforismos, 1989, p. 21.


93. Este fracaso en la Universidad de Berlín, frente a su aborrecido Hegel,
es descrito de la siguiente manera por Safranski: «Todo esto es lo que quería
explicar Schopenhauer a un puñado de estudiantes en la Universidad de Berlín
durante el verano de 1820. Hegel explicaba en la sala contigua ante un audi­
torio repleto. En el semestre siguiente, Schopenhauer tendrá que recoger sus
bártulos: no se imparte el curso por falta de interés. Eso significa para él una
catástrofe existencial, ¿le ayudará su filosofía a superarla? Schopenhauer había
hecho una filosofía: ¿Qué hará ahora esta filosofía por el filósofo?», S a fr a n s k i,
R., Schopenhauer y los años salvajes de la filosofía, 2008, p. 329.
El estilo del escoliasta 165

Kostantin Leont’ev, célebre fustigador del europeo medio como ins­


trumento e ideal de la destrucción universal. Además de Joseph de
Maistre, Donoso Cortés y otras fuentes del pensamiento reacciona­
rio que lo han acompañado desde su juventud parisina, tales como
Maurice Barres y Charles Maurras, de quienes se podría averiguar
la influencia en su formación»94.

En otro de sus escasos textos que venimos citando «El reac­


cionario auténtico» Gómez Dávila perfila una figura que también
es determinable a través del desorden en que se publicaron sus
escolios. En ellos se descubre la falta de afán pedagógico, de apo­
logética que define al reaccionario auténtico. Su característica es la
conciencia de la aparente esterilidad de sus acciones:

«Si el reaccionario admite la actual esterilidad de sus principios


y la inutilidad de sus censuras, no es porque le baste el espectáculo
de las confusiones humanas. El reaccionario no se abstiene de actuar
porque el riesgo lo espante, sino porque estima que actualmente las
fuerzas sociales se vierten raudas hacia una meta que desdeña», «El
reaccionario», 157.

Por ello la figura que construye resulta totalmente ajena al


mundo contemporáneo que no puede entender una figura, si se
me permite la expresión, tan poco práctica. La extrañeza del pro­
gresista la define con precisión:

«El progresista radical, por una parte, no comprende cómo el


reaccionario condena un hecho que admite, y el progresista liberal,
por otra, no entiende cómo admite un hecho que condena», «El
reaccionario», 152.

Curiosamente existe un paralelismo entre este reaccionario y


el tipo sorprendentemente nuevo que Savater creyó identificar en

94. V o l p i, E , El solitario de Dios, 2005, p. 31.


166 Democracia y nihilismo

su tesis sobre Cioran; aquel que, pese a su intención, no deja de


mostrarse como un cómplice de un discurso que aborrece:

«Es difícil no colaborar con el Orden casi constantemente: sólo


escapan quizá a ello ciertas creaciones ambiguas del arte, del pen­
samiento, de la política; Cioran edifica su texto en la vigilancia de
cualquier complacencia apologética. Será cómplice, como todos los
vivientes, pero cómplice involuntario»95.

Y el mismo apátrida rumano-francés al definir los rasgos de


un gran número de sabios reaccionarios, comenzando por el pri­
mero De Maistre, parece realizar una descripción del para él des­
conocido Gómez Dávila:

«Con frecuencia, el reaccionario no es más que un sabio hábil,


un sabio interesado que, explotando políticamente las grandes ver­
dades metafísicas, escruta sin indulgencia ni piedad lo más recóndi­
to del fenómeno humano para proclamar su horror»96.

Al quitar valor moral a la historia no necesita justificarse en la


victoria, ni desde su pesimismo buscar esperanzas que no sean es­
trictamente escatológicas: «Ser reaccionario es defender causas que
no ruedan sobre el tablero de la historia, causas que no importa
perder», «El reaccionario», 157.
De ahí procede buena parte de la simpatía que acumulará el
antimodernismo ya desde sus primeros autores, simpatía que pa­
rece en todo caso construida «a posteriori»:

«Los vencidos y las víctimas nos conmueven y los antimoder­


nos se parecen a las víctimas de la historia. Mantienen una parti­
cular relación con la muerte, la melancolía y le dandismo: Cha-

95. S a v a te r , E, Ensayo sobre Cioran, 1992, p. 34.


96. C io r a n , E., Ensayo sobre el pensamiento reaccionario, 2000, p. 29.
El estilo del escoliasta 167

teaubriand, Baudelaire, Barbey d’Aurevilly son los héroes de la


antimodernidad»97.

Evidentemente, esta utilización de la historia se vincula más al


escepticismo que deriva de su admirado Tucídides que a los opti­
mistas lanzados a encontrar «el sentido de la historia» o el trayecto
inexorable que lleva no se sabe dónde: «El historiador que trata las
épocas como simples etapas de procesos, convierte la que estudia
en mero prólogo de su tiempo, o en prehistoria de su anhelo»,
Escolios, I, 233.
En este punto se encuentra con lo más granado del pensa­
miento contemporáneo que, a su juicio, tiene su cumbre en escri­
tores y pensadores que pueden calificarse de reaccionarios, según
sus propios parámetros, pero que generalmente no recibirían la
calificación de tales en la mayor parte de nuestro pensamiento.
La diferencia, por tanto, entre progresista y reaccionario es el
triunfo de uno y la razón del otro. El reaccionario, parafraseando
a Gómez Dávila, no ocupará nunca el centro de la obra, se limita
a predecir el final:

«El progresista siempre triunfa y el reaccionario siempre tiene


razón.
Tener razón en política no consiste en ocupar el escenario, sino
en anunciar desde el primer acto los cadáveres del quinto», Escolios,
I, 153.

Es así como recluta las mentes que le acompañan en su peculiar


reaccionarismo. Mentes que describe en «El reaccionario auténtico»:

«Para aplacar sus recelos, el progresista acostumbra interpre­


tar esa actitud intempestiva y chocante cómo disfraz de intereses o
como síntoma de estulticia; pero solo el periodista, el político, y el

97. C o m p a g n o n , A., Los antimodernos, 2007, p. 14.


168 Democracia y nihilismo

tonto, no se azoran, secretamente, ante la tenacidad con las que las


más altas inteligencias de Occidente, desde hace ciento cincuenta
años, acumulan objeciones contra el mundo moderno. Un desdén
complaciente no parece, en efecto, la contestación adecuada a una
actitud donde puede hermanarse un Goethe o un Dostoievski», «El
reaccionario», 151.

No pretendemos hacer ningún descubrimiento al afirmar que,


sobre todo en Francia pero también en buena parte de Europa el
genio literario de los siglos XIX y XX fue esencialmente antimoderno:

«Casi toda la literatura francesa de los siglos xix y xx preferida


por la posteridad es, si no de derechas, al menos antimoderna. A
medida que pasa el tiempo Chateaubriand se impone a Lamartine,
Baudelaire a Victor Hugo, Flaubert a Zola, Proust a Anatole Fran-
ce, o Valéry, Gide Claudel. Colette -la maravillosa generación de
los clásicos de 1870- a las vanguardias históricas de principios del
siglo xx»98.

Y acertaba el bogotano en lo que se refiere a Dostoievski, toda


vez que el gran autor ruso, el más grande novelista de todos los
tiempos, mantiene una posición literaria reaccionaria99 que, sin
embargo, no concuerda, en la estricta y concreta política eslavista
o en el reaccionarismo utilitario, sin vinculación religiosa, que di­

98. C o m p a g n o n , A., Los antimodernos, 2007, p. 17.


99. «En todas sus novelas extensas, las convicciones positivas de Dostoie­
vski aparecen principalmente como contraste y trasfondo de las nocivas doctri­
nas que él deseaba socavar y destruir, o presentar condenadas a autodestruirse.
Por ejemplo, en Los hermanos Karamazov, aunque su ideal religioso aparece
extensamente retratado en el padre Zosimo, este ideal no surge tan directamen­
te de las raíces vivas de sus propias experiencias personales. Sólo en El idiota
incluye Dostoievski una descripción de lo que sintió ante el pelotón de fusila­
miento, ante su propio encuentro con la inminencia de la muerte», F ra n k , J.,
Dostoievski, los años milagrosos. 1865-1871, 1997, p. 357.
El estilo del escoliasta 169

rigió en buena medida la acción de los gobiernos zaristas con los


que convivió en su madurez. Le aleja del aristocratismo gomezda-
viliano la directa aproximación al alma popular rusa que practica
el autor de Los hermanos Karamazov (1879-1880)100. Don Colacho
parece encontrarse más cercano al alma del campesino vendeano,
o quizás a los aristócratas empujados por este a la lucha que a la del
colombiano. Probablemente en esto influye el sentido político que
se le puede atribuir a la rebelión vendeana: «La guerra de la Vendée
es el único conflicto político que despierta mi irrestricta simpatía
sin inquietar mi razón», Notas, 465.
Se trata, por lo tanto, de la antítesis aristocratizante del sentido
popular tradicional que describe el gran autor ruso. Cabe recordar
que al resumir en El diario de un escritor el patriótico discurso que
para más de un intérprete constituyó una conclusión triunfal a su
carrera —pronunciado con ocasión del acto de inauguración del
monumento moscovita a Aleksandr Sergeievich Pushkin- atribu­
yó a quien liberó a la moderna literatura rusa de la excesiva artifi-
ciosidad caracterizadora de su lengua literaria a lo largo del siglo
x v m y los inicios del siglo XIX las siguientes características:

«Que Pushkin es el primero que, con su profundamente pers­


picaz y genial inteligencia y su corazón puramente ruso, encontró y
señaló la más importante y enfermiza aparición de nuestra intelec-

100. Como indica Frank, refiriéndose al esfuerzo de Dostoievski en su pri­


mera revista tras su vuelta «La revista de Dostoievski presentaba una ideología
conocida entonces como pochvennichvestvo, un retorno a la tierra pochva, un
regreso las propias raíces. Su propósito principal era estimular un esfuerzo por
colmar la inmensa brecha de la cual había él sufrido tanto, en Siberia, entre los
campesinos y la occidentalizada clase superior. Sus cuatro años de vida en un
nivel de igualdad con los presos campesinos, creía Dostoievski, le habían dado
una visión única de la mentalidad del campesino ruso y le habían mostrado lo
quiméricas que eran las expectativas revolucionarias de la intelectualidad radi­
cal», ibíd., p. 22.
170 D e m o c r a c ia y n ih ilis m o

tual sociedad históricamente apartada de la tierra, y que se eleva so­


bre el pueblo. Señaló y destacó ante nosotros nuestro tipo negativo,
al hombre que se inquieta y no se reconcilia y que no cree en la tierra
natal ni en sus fuerzas originarias, que niega a Rusia y así mismo
al final (es decir, su sociedad, la capa intelectual que surgió sobre
nuestra tierra natal), que no desea tener nada que ver con otros y
que sufre sinceramente»101.

En ello se encuentran buena parte de las claves de lectura de


Gómez Dávila que, alejado del activismo, no pretende, en for­
ma alguna, ninguna restauración de un orden ideal recientemente
perdido. De ahí la culminación de su definición del reaccionario
auténtico, que debemos repetir de nuevo y que convierte al bogo­
tano en un autor inútil en la estricta arena política: «El reacciona­
rio no es el soñador nostálgico de pasados abolidos, sino el cazador
de sombras sagradas sobre doctrinas eternas», «El reaccionario»,
159. Y se aproxima así a los libros y se aleja del entusiasmo vital de
todos los extremismos del siglo xx.

101. Diario de un escritor, 1880, agosto (número único), 2 010, p. 1446.


Capítulo IV
Rechazo de la pedagogía y
de la profesionalización de la cultura

4 .1 . L as ventajas de una formación no académica

La forma de vida en la que se identifica Gómez Dávila, la


que resulta en definitiva perfilada en la lectura asistemática de
sus escolios, planteó desde un principio una alternativa a la Mo­
dernidad. El propio don Colacho asumió que era una indudable
ventaja el haberse formado al margen de los cauces académicos y
se identifica en una posición antipedagógica que, ahora que nos
vemos asaltados por el tópico y la jerga de ese gremio, tiene un va­
lor superior. Gómez Dávila en su vida y en su obra es plenamente
alternativo en un sentido muy radical1.

1. Como dice Alfredo Abad Torres: «Siendo un imperativo constante el


llamado a la secularización de la educación, es decir, a la implementación de
una estructura pedagógica que supla los requerimientos de la modernidad, Gó­
mez Dávila contradice esa estructura teórica y prácticamente, educándose mar­
ginalmente, lejos del frenesí secular, conforme a una regla si se quiere monástica
seguida con celo al interior de su biblioteca, plasma en su vida práctica una
actitud coherente con las ideas que expone en contra de una modernidad orto­
doxa en sus lineamientos, es decir, incapaz de admitir una línea marginal que
evada el camino elegido por los derroteros esbozados a través de los metarrelatos
modernos» (Cf. Pensar lo implícito. En torno a Gómez Dávila, 2008, p. 50).
172 Democracia y nihilismo

Contando con los medios para llevar una vida plenamente


ociosa, encarnó una postura apartada de la enseñanza reglada que
no recibió, probablemente al principio por causas exteriores: una
neumonía. Pero al formarse al margen del sistema de enseñanza,
tampoco sintió la necesidad de integrarse en él. Todo esto gene­
ra un sujeto atípico, casi extraño a la Edad Contemporánea. Es
cierto que ha habido personas similares, pero normalmente nos
encontramos con automarginados lanzados a la bohemia y a un
grupo. Gómez Dávila ni fue bohemio ni se integró en ningún gru­
po, tampoco sintió la necesidad de nomadismo, que ha sido tan
característica del hombre actual, más cuando tiene pretensiones
intelectuales.
Su aversión con la Academia, usado el término en el senti­
do enfático que se usa hoy en día en el discurso oficial, ha sido
ampliamente correspondida por los académicos, que juegan a la
disidencia integrada en un sistema con todas las notas clásicas del
escalafón, incluida la más criticable de todas, el irrelevante doc­
torado «honoris causa». Así, por ejemplo, en una entrevista con
título de apariencia crítica «Nuestros filósofos no son nuestros ge­
nios: Insolencias de un disidente», el analítico Rubén Sierra Mejía,
dice en justa correspondencia a la aversión gomezdavilian: «Se nos
habla de Nicolás Gómez Dávila como de un gran pensador. Pero
léanlo con cuidado, y encontrarán frases suyas, que se dicen afo­
rismo, no son más que ocurrencias, no son más que ocurrencias a
las que se les puede agregar y “viceversa”, sin que afecte para nada
su sentido»2.
«Moderado» juicio si se compara con las diatribas de Gómez
Dávila que aborrecía la profesión de enseñante, manifestada en los
propios enseñantes: «Enseñar exime de la obligación de aprender»,

2. I s a z a , J . A. y D u q u e , N. A., «Nuestros filósofos no son nuestros genios:


Insolencias de un disidente», 2010, p. 196.
Rechazo de la pedagogía y de la profesionalizado!! de la cultura 173

Escolios, II, 559, y a la profesionalización de las actividades pro­


piamente intelectuales nacidas del ocio: «El profesional le profesa
desdén al aficionado para esconder su envidia», Escolios, II, 566.
Criado en la lectura de los moralistas franceses, gusta de volver
como un calcetín sus aforismos, como el de Joubert: «Enseñar es
aprender dos veces»3.
Pero probablemente Joubert tampoco incide en la pedagogía
consciente —él que estuvo en silencio prácticamente toda su vida—,
nueva coincidencia con nuestro autor. Más bien parece referirse,
como veremos en Gómez Dávila, a la sugerencia, al ejemplo, a una
suerte de enseñanza por osmosis:

«Yo he dado mis flores y mi fruto; no soy más que un tronco


desnudo; pero cualquiera que se siente a mi sombra y me escuche se
volverá más sabio»4.

En cierta medida don Colacho enlaza, para desconcierto de


determinados lectores, con la posición de algunos autores contem­
poráneos, plenamente contemporáneos podríamos añadir, como
el escritor rumano Emil Cioran, al extremo que este ha sido cali­
ficado de nihilista al menos en la lectura de su divulgador Savater.
También debe recordarse que el viejo hacedor de aforismos Cio­
ran mantenía siempre una clara posición crítica frente al discurso
pedagógico: «Existe un punto de vista filosófico desde el cual el
discurso pedagógico es imposible»5.
De hecho, Cioran, aun cuando sin la posibilidad ni las con­
diciones de Gómez Dávila, quien estaba dotado de una fortuna

3. J o u b e r t , J ., Máximes etpensées, 2004, p. 177.


4. Ibíd., p. 7.
5. S a v a te r , E, Ensayo sobre Cioran,* 1992, p. 28. C io r a n , E., «Entretiens»,
1995; G a r c í a G u a l, C., «Cioran entrevistado o Diógenes en París», 1996, pp.
62 ss.
174 Democracia y nihilismo

que le permitió desarrollar la vida buscada y anhelada, dedicó la


primera etapa de su vida a la lectura incesante, beneficiándose en
parte de las becas del Estado francés para la realización de una
tesis que nunca escribió, lo que ha dado lugar a alguna crítica que
le reprocha que no se hubiera dedicado a ninguna actividad pro­
ductiva. Aun así, acaso podamos preguntarnos si la lucidez como
hallazgo no es lo más «productivo» que pudo generar en unos años
en los que los millones de tesis de las universidades de Francia, y
de muchos otros países, aportaron más bien poco. Yves Peyré, en
el glosario que incluyó en su edición de las obras de Emil Cioran,
no omite la mención que el rumano hace a la tesis que no llegó
a redactar sobre la ética de Nietzsche dentro de la voz «bicicleta»,
aludiendo con ello al largo viaje que Cioran hizo por Francia con
ese medio de locomoción. Al respecto el mismo Cioran sugiere
que tal vez las autoridades académicas francesas le dejaron disfru­
tar de la beca, probablemente, por entender más meritorio llevar
Francia sobre sus piernas6.
Volviendo a nuestro autor, Gómez Dávila nunca dejé de exaltar
el ideal del ocio creativo clásico, aristotélico, frente a la profesionali-
zación. En este sentido, su opinión sobre los profesionales de la cul­
tura se expresa en un profundo desdén, que explicaría el rechazo de
los inmediatos, pero paradójicamente también la recuperación por
la filosofía profesional de un académico como Volpi. Se cumpliría,
en este comentarista de Schopenhauer -u n aficionado-, Nietzsche
-automarginado- o Gómez Dávila, el escolio de este último: «El
oficio del profesional, en las ciencias del espíritu por lo menos, es el
estudio de las obras del aficionado», Escolios, I, 102.
Claro que él pudo permitírselo con su fortuna y no cayó en
la forma de prostitución que tan duramente juzgaba Baudelaire.
Este, acuciado por las deudas, ironizaba sobre sí mismo:

6. Peyré, Y. y B o n d y , E, E. Cioran, Oeuvres, 1995, p. 1758.


Rechazo de la pedagogía y de la profesionalizado!! de la cultura 175

«Por el ocio, en parte, me he hecho grande.


En mi detrimento; porque el ocio, sin fortuna, aumenta las deu­
das, y las afrentas provienen de las deudas.
Pero con gran provecho para mí, en lo tocante a la sensibilidad,
a la meditación, a la cualidad del dandismo y del diletantismo.
El resto de los hombres de letras son, en su mayoría, viles pica­
pedreros ignorantes»7.

Antes, frente a la dura vida, había definido el ideal:

«Dandismo.
¿Qué es el hombre superior?
No es el especialista.
Es el hombre de Ocio y de Educación general.
Ser rico y amar el trabajo»8.

Esta postura en cierto sentido es similar a la de nuestro Gó­


mez Dávila pero se distingue sin embargo, de aquella. En efecto,
Baudelaire jugó a la provocación del dandi, cosa de la que se aleja
Gómez Dávila que no parece encuadrar exactamente en el juego
personal de irritación de los «viejos valores», caducos apenas na­
cidos de la burguesía. Gómez Dávila, aun cuando no fue siempre
el maduro retirado en la biblioteca tras su accidente a caballo, no
parece que ejerciera en Bogotá el papel del dandi parisino. No se
trata tanto de la búsqueda del anonimato no publicando, que es
característica de Gómez Dávila, sino de la actitud general hacia el
exterior. En efecto, también Baudelaire dudó en dar lo mejor de su
producción a la imprenta.
Podríamos pensar que Gómez Dávila se aproxima más a la
imagen que hemos descrito del ocio clásico, si es que ese ocio es
posible en nuestros días, que a la figura que en cierta forma en­

7. Baudelaire, C., «Mi corazón al desnudo», XXI, 56, 1994, p. 100.


8. Ibíd., p. 92.
176 Democracia y nihilismo

carna Baudelaire tal como describe, intentando la imitación, el


escritor español Cesar González Ruano:

«Hasta el momento de emanciparse de su familia no puede ini­


ciarse en el dandismo. Baudelaire sabe perfectamente que el verdade­
ro dandi no ha de ser padre ni hijo de familia, esposo ni aún amante
y, si esto es posible, tampoco tener una profesión, «otra profesión». Él
lo procura por todos los medios negándose a que se le encasille como
escritor profesional. Sólo así se es dandi, esto es: gran desinteresado
de las obligaciones y ambiciones que parecen fatales al hombre, plan­
ta solitaria y única que al morir deja el sólo perfume y recuerdo de su
desdén agudo, de su arrogancia impar y sin transigencias»9.

4.2. D e s p r e c io a l o f ic io p e d a g ó g ic o

El desprecio de Gómez Dávila se extiende a la instrucción en


general y a todo el oficio pedagógico. De hecho, de las cosas más
suaves que atribuye a la pedagogía es su analfabetismo: «Sólo pro­
fanos y catecúmenos creen en la importancia de la instrucción.
Todo pedagogo es furtivamente analfabeto», Escolios, I, 167.
En esta línea hay de nuevo paralelismo con otro extraño como
Cioran, que al abandonar el camino universitario no se vio obliga­
do a adoptar un tono serio y un pensamiento impersonal. Como le
dijo una vez a un filósofo francés, titular de una cátedra, «le pagan
para que sea impersonal»10.
Línea, es evidente, a la que se puede incorporar de nuevo al
«modelo» que encarnó mejor que nadie Baudelaire, con su con­
tundente sentencia:

9. G o n z á l e z R u a n o , C., Baudelaire, 1958, p. 78.


10. «Entretien avec Georg Caryat Focke», 1992, en C io r a n , E., Oeuvres,
1995, p. 1789.
Rechazo de la pedagogía y de la profesionalizado!! de la cultura 177

«¿No es el trabajo la sal que conserva como momias a las


almas?»11.

De ahí el odio al mundo contemporáneo que ha exaltado el tra­


bajo sobre cualquier otra actividad y ha matado el ocio. Como Gó­
mez Dávila dice en Textos en la crítica a la sociedad democrática:

«El culto al trabajo, con que el hombre se adula a sí mismo, es


el motor de la economía capitalista», Textos, 80.

Desprecio a la filosofía académica o profesional que se había


vuelto clásico casi desde que esta se restableció plenamente en la
universidad alemana de finales del xvm y xix. Los marginados
como Schopenhauer no tardaron en tomar cumplida venganza de
quienes controlaban las cátedras en obras ya clásicas como Sobre
la filosofía de universidad2.
Atacando la posición hegeliana y en general la filosofía oficial
de su época el gran pesimista, tras ver las relativas ventajas para los
jóvenes universitarios, había afirmado:

«Pero en general me he ido haciendo poco a poco de la opinión


de que las citadas ventajas de la filosofía académica quedan supera­
das por el perjuicio que la filosofía como profesión causa a la filoso­
fía como libre investigación de la verdad, por el daño que la filosofía
por encargo del poder político depara a la filosofía por encargo de la
naturaleza y la humanidad»13.

Lo peor, evidentemente, para Schopenhauer no es esta relativa


subordinación sino el entusiasmo con la que esta es acogida por
quienes deberían resistirse a esta forma radical de filisteísmo:

11. C., Escritos íntimos, 1994, p. 71. La cita e s


B a u d e la ir e , de Fusées.
12. Sch op en h au er, A., 1991.
13. I b íd ., pp. 24-25.
178 Democracia y nihilismo

«Los filósofos de universidad, con todo, viéndose limitados has­


ta este extremo, están contentos con la situación. Porque lo que en
realidad les importa no es sino conseguir con honor unos honrados
ingresos para sí mismos, sus mujeres y sus niños, e incluso disfrutar
de una cierta consideración por parte de la gente. Por el contrario,
la naturaleza profundamente agitada de un verdadero filósofo, todo
cuyo supremo interés está puesto en la búsqueda de la clave de nues­
tra existencia, que es tan enigmática como penosa, pertenece para
ellos a los personajes de la mitología; cuando no les parece como si
estuviera poseído de monomanía, en el caso de que se percatara de
su existencia»14.

Es indudable que la impersonalidad de la que habla Cioran


es una máscara interesada a la que se ha llegado tras «superar» o,
más bien, esconder la filosofía de Estado criticada por Schopen-
hauer:

«Fueron estos objetivos estatales de la filosofía de la universidad


los que le confirieron al hegelianismo un favor ministerial tan in­
sólito. Ya que, para éste, el Estado es “el organismo ético absoluta­
mente perfecto”, con lo que permite que el Estado absorba la entera
finalidad de la vida humana. ¿Podría darse mejor disposición que
ésta para futuros licenciados en Derecho e inminentes funcionaros
del Estado? De ella se sigue que toda su esencia y su ser, en cuerpo y
alma, quedan por entero entregados al Estado, como los de la abeja
a su colmena, y que sólo tienen que trabajar, en este mundo y en el
otro, para contribuir, como si fuesen útiles engranajes, a la conser­
vación de la gran maquinaria del Estado, y al desarrollo del mismo,
ultimus fin is bonorum. Se trata, en fin, de una verdadera apoteosis
del filisteísmo, en la que el licenciado en Derecho y el hombre se­
rían una misma cosa»15.

14. Ibíd., p. 27.


15. Ibíd., p. 29.
Rechazo de la pedagogía y de la profesionalizado!! de la cultura 179

Crítica de la labor universitaria que contrasta indudablemente


la realidad de esta con el ideal de la acción universitaria o, si se
prefiere, con su auténtico telos que explica la pervivencia, aunque
en conflicto de la institución. Como dijo Josef Ratzinger a los
profesores reunidos en El Escorial en su memorable discurso:

«Ciertamente, cunde en la actualidad esa visión utilitarista de la


educación, también la universitaria, difundida especialmente desde
ámbitos extrauniversitarios. Sin embargo, vosotros que habéis vivi­
do como yo la Universidad, y que la vivís ahora como docentes, sen­
tís sin duda el anhelo de algo más elevado que corresponda a todas
las dimensiones que constituyen al hombre. Sabemos que cuando
la sola utilidad y el pragmatismo inmediato se erigen como criterio
principal, las pérdidas pueden ser dramáticas: desde los abusos de
una ciencia sin límites, más allá de ella misma, hasta el totalitarismo
político que se aviva fácilmente cuando se elimina toda referencia
superior al mero cálculo de poder. En cambio, la genuina idea de
Universidad es precisamente lo que nos preserva de esa visión reduc­
cionista y sesgada de lo humano.
En efecto, la Universidad ha sido, y está llamada a ser siempre,
la casa donde se busca la verdad propia de la persona humana. Por
ello, no es casualidad que fuera la Iglesia quien promoviera la insti­
tución universitaria, pues la fe cristiana nos habla de Cristo como el
Logos por quien todo fue hecho (cf. Jn, 1, 3), y del ser humano crea­
do a imagen y semejanza de Dios. Esta buena noticia descubre una
racionalidad en todo lo creado y contempla al hombre como una
criatura que participa y puede llegar a reconocer esa racionalidad.
La Universidad encarna, pues, un ideal que no debe desvirtuarse ni
por ideologías cerradas al diálogo racional, ni por servilismos a una
lógica utilitarista de simple mercado, que ve al hombre como mero
consumidor».

Gómez Dávila no piensa de forma personal como acción


frente a una impersonalidad que exigiría el tedio académico, la
180 Democracia y nihilismo

superación de las pruebas de evaluación de agencias y colegas.


Él piensa por el puro pensar y lo expresa, como veremos, porque
no conoce otra forma de concretar lo pensado. Por ello, al aco­
ger el sentido aristotélico del ocio creativo, no cree en absoluto
que la extensión de la cultura provoque un aumento de la labor
cultural, una mejora de los frutos, lo que un contemporáneo, él
diría un tonto, llamaría progreso. Su clasismo, en este sentido, es
completo:

«La cultura no llenará jamás el ocio del trabajador, porque sólo


es el trabajo del ocioso», Escolios, I, 104.

Libre de las denominadas preocupaciones sociales -y cons­


cientemente provocador— arremete contra la extensión de la en­
señanza, especialmente de la primaria (aunque como hemos visto
su actitud crítica se refería también a la enseñanza universitaria
restringida). El intento de homogeneización cultural, lo que ahora
se llama globalización, aparece como empobrecedor, en última
instancia como una falsificación de lo verdadero: «La educación
primaria acabó con la cultura popular; la educación universitaria
está acabando con la cultura», Escolios, I, 208.
Discrepa así con radicalidad buscada de quienes piensan que el
paso de una sociedad liberal aristocrática a una verdadera demo­
cracia, donde el sufragio universal no sea un dogal o el preludio
de la barbarie, se lograra mediante la extensión de la educación.
El mito de cuando todos estemos preparados que chocará en la
segunda mitad del siglo xx con la conciencia del deterioro de la
cultura de masas. Por ello Gómez Dávila no podría sino estar en
desacuerdo con los razonamientos de Renán:

«La moral, lo mismo que la política, se resume por lo tanto en


esta solemne frase: educar al pueblo: La moral tendría que haberlo
prescrito siempre; la política lo prescribe hoy con más fuerza que
Rechazo de la pedagogía y de la profesionalizado!! de la cultura 181

nunca, desde que el pueblo ha sido admitido en la participación de


los derechos políticos»16.

Este desprecio al tópico contemporáneo del trabajo se extien­


de, por supuesto, a la misma idea de entretenimiento. Segundo
tópico de la sociedad de consumo, que fuerza al hombre al trabajo
para el fin de semana y al agotador fin de semana para recuperarse
del trabajo.
En cierta medida, Gómez Dávila invirtió la posición de su
admirado Montaigne. Este pensaba en el ocio o soledad creativa
como culminación retirada de una vida activa, Nicolás Gómez,
por el contrario, hizo del retiro el núcleo de su actividad con un
claro desprecio de la vida activa. Montaigne había dicho en el ca­
pítulo XXXIX de sus Ensayos, «De la soledad»:

«Que uno esté administrando sus bienes, estudiando, cazando


o practicando cualquier otro ejercicio, hay que hacerlo entregándose
hasta el límite del placer, y guardarse de seguir cuando se empieza
a estar a disgusto. Hay que reservarse trabajos y ocupaciones sólo
mientras lo necesitemos para mantenernos vivos y para protegernos
de los inconvenientes que trae consigo el extremo opuesto, un ocio
blando y dormilón... A mí sólo me gustan los libros placenteros
o fáciles, que me estimulan, o los que me sirven de consuelo y me
aconsejan sobre cómo ordenar mi vida y mi muerte»17.

Gómez Dávila piensa entonces contra el tedio de la vida, pero


no como consuelo de unos últimos años tras haberse dedicado a
lo verdaderamente importante. Tan trascendente es esta función
contemplativa que solo publica casi por casualidad, sin buscar un
reconocimiento que le vino por sorpresa, empujado por unos ami­
gos a los que les costaba guardarse su descubrimiento.

16. R e n á n , E ., Lavenir de la science, 1947-1961, t. III, p. 1000.


17. M o n ta ig n e , M . de, Ensayos, 2005, p. 370.
182 Democracia y nihilismo

Y de nuevo en paralelo con Cioran les une el insomnio, que en


Gómez Dávila se traduce en la lectura hasta el amanecer, hasta el
extremo de frustrar la entrada de los ladrones y que en el rumano
se convierte en casi una actitud vital18. El insomne ya no se limita
a tener más tiempo sino que se sitúa fuera de la humanidad, fuera
de los vivientes, a las ocho de la mañana uno se encontraría exacta­
mente en el mismo punto que a las ocho de la tarde19. No en vano
Cioran en su primera obra había calificado al hombre como un ser
inadaptado al sueño. Un sueño que permite mantener en la vida una
agradable discontinuidad, mientras que los insomnios engendran
el sentimiento de agonía, una tristeza incurable, la desesperación20.
Otro insomne como Karl Kraus había calificado con cierta
ironía también los desesperados intentos de engañar al sueño:

«Quien quiere dormir y no puede es más impotente que quien


debe dormir y no quiere. Este tiene la excusa de la ley natural, y
desde luego puede desafiarla recurriendo al café. Aquel se hace pres­
cribir una buena conciencia; si no le sirve, una novela alemana y,
por último, morfina. Estos recursos no son dignos. La naturaleza
humana es vencida por el sueño; y como no puede vencerlo, que
aprenda a engañarlo. Que dibuje uno en el aire las figuras que más
le gustan; la gente no se mete en la cama sin los juguetes más absur­
dos: un ternero de ocho patas, una cara donde la lengua emerge por
la frente o el rey de los elfos con la corona y el rabo»21.

18. «Lector nocturno hasta la madrugada (los cacos varias veces frustrados
por ese lector insomne no lograron robarlo sino en la jornada diurna), desde
muy joven Nicolás Gómez ha sido siempre, y ante todo, un escritor sin nunca
desviar su esfuerzo hacia otras metas ni dejarse tentar por otras ambiciones»,
P i z a n o d e B r i g a r d , F., «Semblanzas de un colombiano universal», 1988 p. 17.
19. «Entretien avec Leo Gillet», 1982, en C i o r a n , E., Oeuvres., 1995, p.
1754.
20. «Sur le cimes du désespoir, L’homme. Animal insomniaque», 1995,
p. 77.
21. K r a u s , K ., Dichos y contradichos, 2003, p. 171.
Rechazo de la pedagogía y de la profesionalizado!! de la cultura 183

Pero nadie como el introductor de Poe en Europa para descri­


bir la angustia ante el sueño. En efecto, Baudelaire avisaba en sus
Fusées:

«A propósito del sueño, aventura siniestra de todas las noches,


podría decirse que los hombres se duermen diariamente con una au­
dacia tal que sería incomprensible si no la supiéramos consecuencia
del desconocimiento del peligro»22.

4 .3 . L a u t i l i d a d d e l o i n ú t i l c o m o t ó p i c o

La apelación a la utilidad de lo inútil es no solo una paradoja,


sino también una obviedad como corresponde a un tópico de éxito
muy contemporáneo y que se encuentra en un proceso de expan­
sión semántica que no parece tener fin. Su invocación se produce
a la manera de una reacción desesperada, en un momento en el
que toda la cultura, y especialmente la practicada en el sistema
académico, se ha visto reducida a un sistema utilitario aplicado de
formación profesional. El escenario presente parece especialmente
peligroso en cuanto, frente al virulento debate desarrollado al res­
pecto en el pasado, hoy nos encontramos más bien ante constata­
ciones nostálgicas, que no dejan de ser contradictorias en extremo,
en la medida en que han sido asumidas por voces progresistas.
En este punto, por obvio casi no es necesario decirlo, se pueden
apreciar grandes diferencias entre el argumentario que despliega
Gómez Dávila sobre la cuestión, y el de la corriente principal del
pensamiento progresista, con añoranza de clasicismo, que forma el
núcleo duro de la protesta actual23.

22. B a u d e l a i r e , C., Escritos íntimos, 1994, p. 61.


23. Como dice Juan Fernando Mejía refiriéndose a Gómez Dávila como
uno de los lectores de Nietzsche en Colombia: «A continuación me referiré
184 Democracia y nihilismo

Es notorio que la primera de estas diferencias - a la hemos de­


dicado recientemente un artículo publicado en Nueva Revista y
además había sido objeto de casi un monólogo de buena parte de
los intervinientes en el encuentro que con el auspicio de la Emba­
jada de Colombia en Madrid y la Universidad Internacional de
La Rioja celebramos en noviembre de 2013 en la Casa de Amé­
rica- es el rechazo de Gómez Dávila a la cultura académica y al
microcosmos de los espacios universitarios24. Ahora, cuando se ha
generalizado en la cultura el uso de la expresión thats academic
para desacreditar el punto de vista de un adversario, lo que supone
un revival antiintelectualista tan arraigado en la cultura estadou­
nidense del pasado.
A pesar de su sinuosa originalidad, que dificulta cualquier ten­
tativa de encasillamiento, pueden identificarse ecos de la prover­
bial actitud de Arthur Schopenhauer, o de los argumentos que se
manejaron con anterioridad en la revuelta universitaria alemana
contra la cultura filistea, e incluso de los exhibidos con ocasión de

a tres autores que lograron que su enseñanza se independizara de los canales


habituales de la comunicación del saber en Colombia. No dependieron ni úni­
ca ni necesariamente del aula, ni de que su público se hubiese o se estuviese
formado profesionalmente en filosofía. Su producción intelectual fue crítica
con las instituciones y con la sociedad desde diversos -sería exacto decir opues­
tos- puntos de vista. Todos ellos se forjaron como pensadores de manera activa,
dejando en su obra el testimonio de que han sido lectores-escritores y lectores
que escribieron para compartir su experiencia de lectura e involucrar en ella
a nuevos posibles lectores. En los tres casos la lectura de Nietzsche y de otros
autores se manifiesta como escritura y cumple la función de conducir a otros
a esos textos con cuyo trato se ha vivificado el propio pensamiento. Se cumple
en ellos la condición que se resaltaba al principio: se trata de maestros, de ex­
perimentadores del lenguaje y de formadores tanto de comunidad académica
como de público lector». M e j i a M o s q u e r a , J. F., «Zuleta, Cruz Vélez y Gómez
Dávila. Tres lectores colombianos de Nietzsche», 2000, p. 268.
24. S e r r a n o R u i z - C a l d e r ó n , J . M . , «Nicolás Gómez Dávila contra la
Academia y la profesionalización de la cultura», 2013, pp. 155-167.
Rechazo de la pedagogía y de la profesionalización de la cultura 185

la ruptura de la República de las Letras con las universidades en la


crisis del Renacimiento y la Modernidad.
Gómez Dávila desprecia a la cultura profesional, y dentro de
esta especialmente a la académica, y al hacerlo incluye en su ale­
gato impugnatorio a las instituciones educativas, de las que nunca
disfrutó al no haber seguido enseñanzas regladas en su singular
proceso de formación. Aunque en otra de sus paradojas colaboró,
como tantas veces se ha dicho, en la fundación de la Universidad
de los Andes. Diseñada esta a imagen de las universidades esta­
dounidenses, paradigma del éxito y fracaso del sistema educativo
contemporáneo. La virulencia es similar a la que desplegó la es­
cuela socrática frente a los sofistas. En este punto contamos con
un escolio que no nos cansamos de repetir, nosotros, menesterosos
que hemos hecho de la enseñanza una forma de vida:

«El gremio de los filósofos profesionales sufre de inanición fi­


losófica si no ingurgita, de vez en cuando, un aficionado: Sócrates,
Descartes, Hume, Kierkegaard, Nietzsche», Escolios, II, 481.

En cualquier caso, Gómez Dávila concluye que no puede ha­


blarse de que nos encontremos ante un proceso de decadencia
del género de los descritos por tantos autores, y del que seleccio­
naremos por su oportunidad al especialista en el Renacimiento
Nuccio Ordine en obras del impacto del panfleto «La utilidad de
lo inútil» -usado el término panfleto en el sentido más clásico y
menos despectivo-, por lo que no tiene sentido reclamar regene-
racionismo alguno al entender que el filisteísmo habría dominado
el conjunto de la cultura oficial en la Modernidad. Para reforzar
el peso de su alegato don Nicolás, exaltador del filósofo amateur,
oculta o al menos omite o disimula la procedencia y vinculación
académica de algunos de sus pensadores favoritos como el mismo
Nietzsche, que fue un profesor reconocido, si bien disidente, en la
Basilea de Suiza, o Schopenhauer, quien fracasó como docente en
186 Democracia y nihilismo

la Universidad de Berlín -lo que para él significó una catástrofe *


vital—25 tal vez por coincidir sus clases con las de su gran adver­
sario, la estrella del momento, Hegel, quien se encontraba en la
cúspide -l a coincidencia horaria en aulas contiguas fue además
a petición del propio Schopenhauer («lo más conveniente sería:
las mismas horas en las que el profesor Hegel imparte su curso
principal»), subestimando con temeridad la fuerza magnética de
Hegel como docente- o Jacob Burckhardt, colega de Nietzsche
en Basilea, que bien puede ser calificado como todo un profesor
de profesores y maestro de maestros.
Hay una nota que reconcilia a Gómez Dávila en parte con la
cultura universitaria, aunque probablemente el juicio favorable no
alcance más allá del primer tercio del siglo XX:

«Meinecke, Hazard, Trevelyan, espíritus juiciosos, equilibra­


dos, quizás lentos pero serios, graves, los mejores y más típicos fru­
tos de la alta cultura universitaria europea», Notas, 385.

Es justo reconocer que el propio Nuccio Ordine, aunque di­


simula el impacto del discurso izquierdista en el desastre cultural
que nos atenaza, hace un recorrido en su obra sobre la presión bur­
guesa contra la cultura que se prolongó durante el siglo XIX y que,
por supuesto, tiene su antecedente en John Locke, quintaesencia a
la vez que responsable de mucho de los que nos ocurre. (También
es verdad que Ordine atemorizado por su atrevimiento lo absuelve
en algunas líneas complacientes).
Y así se sucede un listado de autores, de los cuales algunos
aparecen también en las referencias gomezdavilianas. En la revuel­
ta contra lo útil y tras los clásicos que brillan con mayor apresto
vendrán Leopardi, Gautier, Baudelaire, Dickens, Ionesco, Calvi-

25. S a fr a n sk i, R., Schopenhauer y los años salvajes de la filosofía, 2008, pp.


331-349.
Rechazo de la pedagogía y de la profesionalización de la cultura 187

no, Hugo, Tocqueville, Herzen, Bataille o Newman e incluso fi­


lósofos de la praxis como Gramsci o filósofos de la ciencia como
Poincaré.
Pero la diferencia radical que más distancia a Gómez Dávila
de los reivindicadores más recientes de la utilidad de lo inútil,
se encuentra en la descripción que de este tópico ofrece nuestro
autor. Creo que no especulo aventuradamente al decir que don
Colacho nunca hubiera titulado un texto de una forma similar.
No se puede salvar lo inútil por lo útil, es un error similar al que
se incurre cuando se intenta salvar a la Iglesia por los efectos so­
ciales de su actividad, o por lo que ahorra al Estado; o cuando se
justifica la religión por la cultura -y se dice que ha servido para
producir en el pasado y aún ahora importantes obras de arte-; o
como ocurría en aquellos últimos años del bachillerato en España
cuando se defendía al latín por la capacidad que tenía su estudio
de ordenar la cabeza. La aparente paradoja se manifiesta al res­
catar lo inútil precisamente por lo que tiene de útil, es decir, jue­
ga a la aparente inutilidad, en vez de reivindicar, como entiende
oportuno hacerlo Gómez Dávila lo verdaderamente inútil como
muestra de la superioridad de que está dotada su irrenunciable
condición cultural.
Cierto es, sin embargo, que la mención a la utilidad de lo inútil
tiene indudable eco clásico que es el que toma Nuccio Ordine y
específicamente en la posición del sabio chino Zhuang Zi, al que
en una obra de orientación aún más próxima a Gómez Dávila que
a la del propio Ordine cita Simón Leys al decir: «Todo el mundo
comprende la utilidad de lo que es útil, pero ignora la utilidad de
lo inútil»26.
Acierta, en este punto Abad, cuando define la cosmovisión de
Gómez Dávila en los siguientes términos:

26. Leys, S., Le studio de l ’inutilité, 2012, p. 7.


188 Democracia y nihilismo

«Se trata por ende de una cosmovisión definida por dos rasgos
específicos: carácter ocioso del oficio literario que deriva en linaje
aristócrata y escepticismo manifiesto en la desconfianza hacia el
hombre y su autonomía»27.

Podría aducirse que realmente Ordine y otros autores, entre


los que se encuentra una de las mentes analíticas más relevantes
de nuestro tiempo, el fundador del Instituto de Estudios Avan­
zados de la Universidad de Princeton Abraham Flexner, quien
escribió un panfleto con el título «Sobre la utilidad de los conoci­
mientos inútiles»28, que precisamente recordaba la importancia de
la investigación básica -inútil solo en apariencia para el desarrollo
tecnológico-, se mueven en una argumentación paradójica que
no incurre en este error más que en el enunciado. Pero precisa­
mente la radicalidad de Gómez Dávila, al igual que la anterior
radicalidad platónico-socrática, nos permite ver las limitaciones y
los errores en que incurre Ordine. Véase si no la, desde mi pun­
to de vista lamentable, justificación de la cultura por sus efectos
sociales:

«En los pliegues de las actividades consideradas superfluas, en


efecto, podemos percibir los estímulos para pensar un mundo me­
jor, para cultivar la utopía de poder disminuir, si no eliminar, las
injusticias generalizadas y las dolorosas desigualdades que pesan (o
deberían pesar) como una losa sobre nuestras conciencias. Sobre
todo en los momentos de crisis económica, cuando las tentaciones
del utilitarismo y del más siniestro egoísmo parecen ser la única
estrella y la única ancla de salvación, es necesario entender que las
actividades que no sirven para nada podrán ayudarnos a escapar de
la prisión, a salvarnos de la asfixia, a transformar una vida plana,

27. A b a d T o r r e s , A ., Pensar lo implícito, 2008, p. 53.


28. Recogido en O r d i n e , N ., La utilidad de lo inútil\ 2013.
Rechazo de la pedagogía y de la profesionalizado!! de la cultura 189

una no-vida, en una vida fluida y dinámica, una vida orientada por
la curiositas respecto al espíritu y las cosas humanas»29.

Por el contrario, nuestro autor responde desde la superioridad


de la distancia, superando el activismo juvenil y definiendo el sano
egoísmo: «La madurez de espíritu comienza cuando dejamos de
sentirnos encargados del mundo», Escolios, I, 71.
Es evidente que un hombre que piensa así, necesariamente
debe escribir de ética, de política o de filosofía de una forma radi­
calmente distinta a la que es común en nuestro entorno, en el que
goza de aceptación generalizada reconocer que la constitución del
yo se hace en el ámbito público, y donde predomina una oscilación
pendular entre la queja o la provocación, por un lado, y el insopor­
table afán reformador, por otro. Frente a lo que se aduce respecto al
primado contemporáneo del subjetivismo, lo cierto es que el sujeto
encuentra cada vez menos razones para actuar respecto a sí mismo,
y muchas más para actuar en relación con el mundo, el prójimo o
el progreso, especialmente el progreso, el desarrollo y la reforma.
En Notas nuestro autor denuncia estas tesis que han terminado
por imponer su hegemonía:

«Cuando únicamente nos preocupan los demás, cuando el fu­


turo del mundo nos inquieta: la civilización, la sociedad, su suerte,
su destino, estamos huyendo nuestro más seguro deber y olvidando
la búsqueda de nuestra perfección, nos refugiamos en la pueril vani­
dad de sentirnos encargados del mundo.
Nuestro problema no es el mundo, es nuestra inteligeñcia y
nuestra sensibilidad, es nuestra alma, por insignificante que sea,
insustituible y única», Notas, 64.

La intuición es descorazonadora para el hombre moderno,


pues si no encuentra una función que desarrollar en el mundo,

29. Ibíd., p. 18.


190 Democracia y nihilismo

en el sentido de volcarse en un intento de transformarlo de forma


arbitraria y libre, lo que le justificaría, no parece que le quede nada
por hacer una vez que la ética y hasta la justificación personal se
han vuelto puramente sociales.
Gómez Dávila define con contundencia la ética egoísta. De­
finición que no puede dejar de admirarnos a nosotros que, de he­
cho, vivimos bajo la máscara de morales generosas, que apenas
consiguen encubrir lo que no dejan de ser sino las más diversas
manifestaciones del egoísmo:

«Los más graves pecados no son los que cometemos contra la


sociedad.
Sólo es punible lo que degrada, en nosotros, la más alta ideal del
hombre», Notas, 50.

En Escolios volverá sobre el tópico, cerrando las frases y con­


centrando la sentencia condenatoria inapelable sobre el «despren­
dimiento» y la supuesta «generosidad» de quienes se vuelcan des­
interesadamente en objetivos y empresas colectivas:

«Quienes defienden lo existente luchan por algo concreto: un


privilegio, una estructura social, un bien encarnado; en contra,
quien batalla por un programa abstracto puede creer que defiende
lo universal.
El izquierdista se cree generoso porque sus metas son borrosas»,
Escolios, I, 77.

4 .4 . I n u t i l i d a d y p r o g r e s is m o

No nos sorprende a los gomezdavilianos que, aun cuando el


filósofo italiano Nuccio Ordine recopile con acierto y gusto pági­
nas preclaras sobre la inutilidad del conocimiento y el valor que ha
de reconocerse a tal conocimiento inútil, sus conclusiones se vean
Rechazo de la pedagogía y de la profesionalización de la cultura 191

lastradas por la necesidad que siente quien como él participa de


una concepción progresista de la historia, de tener que justificar
el progreso, ese azote que según Gómez Dávila nos escogió Dios.
La idea de progreso indefinido de la historia y de la perfecti­
bilidad del hombre y de las sociedades -procedente de la filosofía
dominante en el siglo xvill, en el que esta concepción adquirió
carta de naturaleza como explicación global del devenir de mun­
do, tal como hemos tratado en otras páginas— es hoy uno de los
vectores ideológicos de la nueva religión democrática30, que es a su
vez una religión de la humanidad transformada, que en ocasiones
adopta el disfraz de panteísmo. En este punto cabe sostener que
cualquier intento de buscar valores absolutos, aunque sean cons­
truidos o, más bien, descubiertos desde uno mismo, presenta nota­
bles dificultades. Un ejemplo de este tipo de intentos frustrados se
encuentra en la supuesta fundamentación que del valor ofrece —en
su en obra postuma e inconclusa- Ronald Miles Dworkin. Obra
que ha de ser acogida con todas las reservas que nos merecen los
trabajos recopilados y dados a la luz de la publicación sin la aquies­
cencia explícita del autor31.
Este representante hegemónico y convencional de la teoría del
derecho angloamericana más estrictamente contemporánea, ha
intentado reconstruir el mundo de los valores a los que remite su
justificación del derecho en una objetividad que presenta como
una especie de «religión sin Dios». Esta expresión es la que acuña
como título precisamente de su ensayo. Pese a dedicar unas pági­
nas a separarse del panteísmo, no parece que logre su intento de

30. S e r r a n o R u i z - C a l d e r ó n , J . M., «Gnosticismo y religión democráti­


ca», 2013, pp. 365-392.
31. Como síntoma de un esfuerzo vano por intentar encubrir la religión
del hombre bajo una mínima capa de objetividad, sin sustento material, es
paradigmático el intento vano de Dworkin, o probablemente de sus editores:
Religión without God, 2013.
192 Democracia y nihilismo

definir una especie de nuevo género de religión, algo esencialmen­


te distinto de lo que define y crítica, por ejemplo, C. S. Lewis al
referirse a la religión panteísta32.
Ahora bien, para ser justos, y tras el comentario que hemos
realizado sobre la obra Notas, aún más cuidadosos debemos de ser
en la valoración de la conferencia transformada en libro Religión
sin Dios, ampliada, reconvertida y corregida por una editora una
vez que falleció Ronald Dworkin.
A don Colacho este pseudopanteísmo no le hubiera impresio­
nado. Ya nos advertía que el único refugio del hombre moderno es
o bien divinizarse a sí mismo o bien caer en el nihilismo. Respecto
a quienes se deciden por el segundo camino, muestra una abierta
simpatía. Respecto a los optan por el primero, por el contrario,
ninguna en absoluto.

4 .5 . El c a m b io d e o b je t o

Gómez Dávila aprecia el valor de lo inútil, precisamente a par­


tir del cambio de objeto de la vida humana. O si se quiere, tras
encontrar un nuevo centro en el diálogo consigo mismo a través
de los clásicos que tiene como fin la perfección personal.
Francia Helena Goenaga lo expresa con acierto y delicadeza:

32. «Pantheism is the most primitive of all religions. It is immemorial


in India. The Greeks rose above it only at their peak, in the thought of Pla­
to and Aristotle; their successors relapsed into the great Pantheistic system of
the Stoics. Modern Europe escaped it only while she remained predominantly
Christian; with Giordano Bruno and Spinoza it returned. With Hegel it beca-
me almost the agreed philosophy of highly educated people, while the more
popular Pantheism of Wordsworth, Carlyle and Emerson conveyed the same
doctrine to those on a slightly lower cultural level. So far from being the final
religious refinement, Pantheism is in fact the permanent natural bent of the
human mind», Miracles (1974, 1.a ed.: 1947), p. 86.
Rechazo de la pedagogía y de la profesionalización de la cultura 193

«Y quien escucha es aquel que calla, que comprende. Volvemos


de nuevo a privilegiar el sentido del oído más que el del habla, para­
fraseando e inviniendo la máxima de Da Vinci, diríamos que para
Gómez Dávila “el escuchar contiene el hablar”.
“La confusión es el resultado normal del diálogo. Salvo cuando
un solo autor lo inventa”».

El diálogo en Nicolás Gómez Dávila es un monólogo. «El


otro» es «el uno»33.
Este cambio de objeto se sustenta en una serie de presupues­
tos que definen el valor del conocimiento y la moralidad egoísta.
Presupuestos que sintetizamos con la arbitrariedad de toda clasifi­
cación o síntesis más o menos sistemática en una obra voluntaria­
mente asistemática:
El ocio intelectual, la lectura desinteresada, la escritura como
meditación, la reconstrucción personal del pensamiento, el autor
como texto implícito, la diferencia entre civilización y técnica, la
relación de un solitario a otro solitario.
1. El ocio intelectual: El hombre, capaz de lo mejor como un
esfuerzo de superación apenas alcanzado, suele moverse en una
absoluta mediocridad e inmoralidad. Esto es cierto respecto a todo
hombre y especialmente respecto a uno mismo. La vida verdadera­
mente valiosa de un hombre, o si se quiere la parte de su vida que
le hace especialmente valioso, es el ocio intelectual. El negocio no
enseña nada, pero no enseña en un sentido profundo, pues don
Colacho no niega que exista una forma práctica de organizarse,
que permite un tipo de supervivencia que alguien denominaría
exitosa, pero que, finalmente, muestra su auténtico rostro en el
fracaso inevitable. La actitud de don Colacho es en apariencia la
propia de un espectador.

33. O liv ares, F. H., La tumba habitada, 2 0 1 1 , p. 37.


194 Democracia y nihilismo

Surge aquí una peculiar modestia, desengañado, tal como he­


mos referido en otras páginas, de sus propias posibilidades, de su
talento, encuentra el consuelo en la contemplación del mundo.
Mundo que, frente al desengaño que produce a quien permanece
en la inmediatez de las percepciones y de las meras apariencias, tan
desfiguradoras siempre, ofrece un atractivo de belleza a quienes
saben elevarse sobre él. De esta forma, el que hemos denominado
pesimismo gomezdaviliano queda notablemente matizado.

«¿Por qué sufrir de no tener ningún talento, de sentir tan vano


nuestro deseo de grandeza, cuando tanta belleza se ofrece a nuestros
ojos? ¿Qué importa lo que somos, si nuestro orgullo, al fin olvida­
do, si nuestra humildad, por fin adquirida, nos permiten amar el
esplendor del mundo?», Notas, 57.

2. La lectura desinteresada: La lectura, en el sentido de rela­


ción con lo antiguo, es el único camino de aprendizaje. Pero para
aprender o, más precisamente, para recibir en uno mismo el efecto
de la lectura que es, ante todo, espiritual, el lector ha de desnudarla
de cualquier pretensión que le aparte de un propósito puro, em­
pezando por erradicar todo tipo de tentación filistea. De aquí que
Gómez Dávila muestre una forma de desprecio tan notable hacia
el profesional de actividades como la filosofía o hacia la función
negativa y taxidermista del crítico literario. De igual forma define
en una de sus primeras notas a la propia lectura, dándonos toda
una lección, o más específicamente, una precisa descripción, de
cómo él entiende el acto de la lectura:

«El libro que no divierte, ni agrada, corre el riesgo de perder el


único lector inteligente: el que busca su placer en la lectura y sólo
su placer.
Es cierto que nuestro deber consiste en refinar más y más este
placer hasta que nos sea dado encontrarlo, raro y puro, en los sitios
Rechazo de la pedagogía y de la profesionalizado!! de la cultura 195

más ásperos y en los más áridos; peor toda ocupación con las letras
que no tenga por raíz cierto epicureismo de la inteligencia y una
sensual afición, carece de solidez, de intensidad y de compresión
luminosa», Notas, 44.

En un pasaje posterior contenido ya en Escolios, definirá su


ideal de vida: «Seamos livresques, es decir: sepamos preferir a
nuestra ilimitada experiencia individual la experiencia acumulada
en una tradición milenaria», Escolios, I, 370.
3. La escritura como meditación: La escritura supondría un
paso adelante dentro del camino de aprendizaje en cuanto permi­
tiría perfilar el propio pensamiento. Por eso, ya las propias notas
son presentadas como una forma de escribir que apenas consigue
romper el silencio:

«Ya que el orgullo me calla, intentaré entregarme a las delicias


de una meditación que nada interrumpe.
Inicio aquí un desfile monótono.
Sin presumir una importancia de que carecen estas notas, las
escribo con una sencillez desinteresada, similar a la de nuestra ac­
titud ante las imágenes que preceden al sueño. Las proclamo de
nula importancia y, por eso, son notas, glosas, escolios; es decir, la
expresión verbal más discreta y más vecina del silencio», Notas, 50.

Quizás alguno podría hacerlo sin escribir, pero en otro de sus


escolios más recordados don Colacho relaciona escritura con ne­
cesidad de perfilar el pensamiento.
La forma de escribir no catequética sirve al propio autor que
se presenta a sí mismo en la función que ya hemos denominado
como de espectador. Ya hemos tratado en otras páginas esa rela­
ción entre espectador, bystander en la terminología de Drucker, y
lucidez en la interpretación del mundo. Bystander es interpretado
como alguien que contempla un evento pero no participa en él.
En su diario, Drucker lo dice con claridad, en las páginas donde
196 Democracia y nihilismo

narra su abandono de la marcha socialista de Viena, «Aquel frío y


ventoso día de noviembre descubrí que era un testigo, un observa­
dor. Los observadores nacen más que se hacen»34. Esta podría ser,
en parte, la actitud de Gómez Dávila respecto al mundo moderno.
Aunque siempre insiste en el valor y la función terapéutica de su
asco. De nuevo retomará el tópico en Escolios: «Los que denuncian
la esterilidad del reaccionario olvidan la noble función que ejerce
la clara proclamación de nuestro asco», Escolios, I, 119.
Puede afirmarse que los transformadores se limitan a sí mis­
mos; obsesionados por su ambición, cierran la apertura de su visor,
en una actitud inequívocamente ideológica en el sentido fuerte del
término. La posición, entre otros, de Gómez Dávila, permite en
su lectura activa transmitir algo. Acaso podríamos decir que él lo
ofrece y sus lectores lo tomamos.
4. La reconstrucción personal del pensamiento: Gómez Dávila
distingue la actitud de quien considera que el pensamiento para
hacerse propio deberá reconstruirse desde el principio, en contras­
te con quienes se proponen enseñar o catequizar que bien pueden
aceptar lo que otros han elaborado. El que sigue la vía intenta­
da por Gómez Dávila, de ecos socráticos e incluso nietszcheanos,
debe formarse a sí mismo a través de la construcción crítica de su
pensamiento. Don Colacho lo explícita en una larga nota que con­
trasta con el laconismo de los escolios; sin embargo, su claridad,
precisamente en cuanto la escribió al inicio de su obra, cuando se
encontraba en la cuarta década de su vida, describe perfectamente
tanto la forma de leer, las razones del escribir y el mismo ideal de
vida asumidos por él:
«El que no se propone ni enseñar ni predicar, no tiene por qué
preocuparse de la ciencia en sí sino solamente preocuparse de la

34. Drucker, P. E, M i vida y mi tiempo, 2009, p. 29.


Rechazo de la pedagogía y de la profesionalizado!! de la cultura 197

ciencia suya. No es lo que el hombre sabe sino lo que yo puedo saber


que debe importarme.
Saber es una ambición que cualquier hipocresía intelectual fal­
sifica, ya que este propósito no cumple sólo cuando el problema se
disuelve totalmente en significados inteligibles.
El que enseña o predica puede honradamente contar con la
ciencia de quienes son más sabios o más inteligentes que él y con­
tentarse con transmitir un depósito sellado. Aquí no hay necesaria­
mente simulación, aun cuando se avance más allá de uno mismo.
Pero aquel para quien sólo saber es importante, tiene que ir a la raíz
de toda noción, partir de lo más bajo y lo más simple para elevarse
paulatinamente, aceptar como etapas de esa ascensión únicamente
sus soluciones personales y preferir quedarse indefinidamente en la
mitad del camino a acoger pasivamente la ayuda de una solución
que no haya inventado o que no sea capaz de recrear en sí con ple­
nitud inteligible», Notas, 126.

Tal actitud expresa y explica lo que el propio Gómez Dávila


define y caracteriza como su escepticismo. Se trata de un método
similar al de la escritura puntillista, un punto de partida sobre el
que reconstruye. Insiste sobre este extremo en otro párrafo del
tomo en el que hemos centrado nuestro comentario:
«Mi escepticismo no es un rechazo de todo principio, de toda
norma o de toda regla, sino la imposibilidad de recibir regla, norma
o principio, de otras manos, y la necesidad de crearlos lentamente,
dentro del proceso de mi inmediato vivir», Notas, 108.

Sería, sin embargo, aventurado atribuir por ello a Gómez Dá­


vila una actitud pasiva o meramente diletante, apenas superadora
del esplín. La justificación del sentido de la vida, tal y como he­
mos visto, se encuentra en un mundo que trasciende al sujeto o,
quizás mejor, en un mundo en cuya contemplación, en la mirada
y toma en consideración de sus valores objetivos, el sujeto alcanza
un primer sentido:
198 Democracia y nihilismo

«Pero ese honrado temor nos desvía, porque un mero hedonis­


mo no basta para reducir a sistema nuestra actitud. Esas aficiones
y esos placeres no existen separados de una actividad incesante del
espíritu que, insatisfecho con una contemplación pasiva, sin fin as­
pira, más allá de sí mismo, a un ideal de verdad, de lucidez, de
sinceridad y de nobleza», Notas, 135. /

El esfuerzo reconstructor, sin embargo, no es apto para todos.


Es gravoso y requiere atreverse. Hay ecos nietzscheanos en la larga
sucesión de notas donde describe la contradicción entre la necesi­
dad de verdades socialmente aceptadas y el atreverse del solitario:

~ «La humanidad necesita sistemas de conceptos, moradas per­


manentes, estables refugios. La vida espiritual, en su plenitud de
libertad, con su secreto escepticismo y su misteriosa confianza, no
\ conviene sino a la inteligencia capaz de esperar en la desesperación
y de perseverar en el desastre», Notas, 148.

5. La diferencia entre civilización y técnica: En el sentido de la


llamada por Friedrich von Gottl-Ottlilienfeld (1878-1968) técnica
real, esto es, la intervención planificada en el mundo exterior, la
modificación instrumental de la naturaleza y la acción para do­
minarla35, explica que el hombre se encuentre siempre, y ahora de
una forma más amenazadora, al borde de la barbarie, de nojj^aber
quienes sean capaces de poner en práctica la forma de hacer suyo
el conocimiento que postula Gómez Dávila.
La crítica y los reproches tanto al técnico como al especialista
no ceden en dureza a los que, tal como hemos visto, prodiga nues­
tro autor al universitario y al profesor en general. El especialista y
el técnico serían pues modelos humanos que definen la moderni­
dad más estricta y que reclaman la ácida crítica de Gómez Dávila,

35. Cf. G o t t l-O t t lilie n fe ld , F. von, WirstchaftundTechnick 1923,1, 2.


Rechazo de la pedagogía y de la profesionalización de la cultura 199

siempre abierto, más allá de pomposas y vacuas declaraciones de


intenciones, a la interdisciplinariedad36
«Esta automatización es reconocible y mucho más palpable en
los arquetipos de unidimensionalidad representados en el técnico y
el especialista, productos de la estructura moderna fundamentados
en el ideal de la pedagogía propia de la época»37.

El mismo Abad nos presenta una ajustada selección de notas


en las que don Colacho arremete contra aquellos:
«Un técnico es un peón que por azada tiene una fórmula», No­
tas, 324.
«Los técnicos son como los gusanos que, sin saber cómo, pro­
ducen seda», ibíd.
«Bruto como un profesional», ibíd.

Tras textos tan breves, ahora, una vez más la nota es extensa,
y de nuevo esculpe de manera inmejorable la expresión de una
idea que más tarde precisará en varios escolios. Toda ella participa
de una percepción sumamente crítica de la técnica que recuerda
la hostilidad y las ominosas admoniciones de Martin Heidegger
en relación con la técnica38 y del mundo técnico en cuanto «trai­
ciona» su vinculación a la «aletheia» a la que fuerza. Crítica que
ya no se centra tan solo en la posición subalterna, sino que tiene
en cuenta la significativa vinculación entre progreso y técnica en
orden a la destrucción del propio ser humano. Equivocarse es hu­
mano, perseverar en el error es diabólico39:

36. C f. O n c i n a C o v e s , E , «Introducción. Historia conceptual:¿algo masque


un métodor>>, 2013, p. 11.
37. Pensar lo implícito, 2008, p . 49.
A b a d T o r r e s , A .,
38. A., Nosotros: los modernos. Cuatro lecciones, 2006.
F in k ie lk r a u t ,
39. C a n g u i l h e m , G, «Prólogo» a I d ., Ideología y racionalidad en la historia
de las ciencias de la vida: Nuevos estudios de historia y de filosofía de las ciencias,
2005, p. 9.
200 Democracia y nihilismo

«Confundiendo peligrosamente la civilización con los instru­


mentos que nos facilitan la utilización del mundo, hemos llegado a
atribuirá su frágil sustancia la vida robusta y tenaz de éstos.
El hombre difícilmente olvida o pierde las diversas técnicas que
inventa; demasiadas razones conspiran para salvarlas, pero bastan el
carácter impersonal del hecho técnico y su susceptibilidad de trans­
mitirse, sin residuo, de una inteligencia a otra para rescatarlas de
cualquier naufragio.
La civilización, en cambio, es frágil de toda la fragilidad de los
sentimientos, es como ellos fugaz, como ellos inimitables; nadie
puede enseñarla y tan sólo la aprende quien nace leal a su luz.
f Podemos asistir a un insospechado desvanecer de la civilización
/ en medio de un incomparable florecimiento de las técnicas, porque
I la civilización es una mera calidad del alma, un temple espiritual,
es como una dirección o rumbo del ser, como una atención y una
intención.
Vulgarmente nos creemos herederos de todos los siglos porque
hemos recogido sus restos; pero el que se adueña de un cadáver no
es amo del espíritu que lo habita, ni es el vagabundo que se aloja
en las ruinas señor de sus esplendores extinguidos y de sus muertos
prestigios.
El espíritu escondido en los despojos de una civilización no ha­
bla sino al que con su propia vida lo vivifica y al que con su propio
ardor lo inflama. Cuando perecen ciertos refinamientos del espíritu
y cierta delicadeza de los sentimientos, nada nos autoriza a esperar
que de ese olvido puedan resurgir para restaurar el maravilloso edi­
ficio de inteligencia y de sensibilidad que un día levantaron en el
alma incierta, inconstante y tenue del hombre», Notas, 103.

No sorprenden en este sentido los paralelismos del pensamien­


to de personas que mantienen las mismas inquietudes, aún sin
haberse conocido y quién sabe si antes de haberse leído. En su
discurso de recepción del doctorado honoris causa por la Univer­
sidad de Lovaina, Simón Leys, lector tardío de Gómez Dávila, al
Rechazo de la pedagogía y de la profesionalizado!! de la cultura 201

identificar los elementos definidores de «la marea de mierda» que


estaba anegando la «torre de marfil» universitaria cita en línea con
nuestro autor «la democratización» y la «utilidad»40.
Pero el riesgo de desaparición de la civilización tal como él lo
entiende no procede exclusivamente de la técnica, del saber apli­
cado, o de los instrumentos que la ciencia pone en nuestra mano,
sino que incluso la misma mentalidad científica - a pesar de que
la ciencia se presente en la cultura como el relato del éxito inago­
table41- constituye una amenaza al ámbito más querido para el
maestro de Bogotá, la libertad:

«Toda sociedad que se cree dueña de su historia, que se halla se­


gura de sus propósitos, convencida de la excelencia de sus principios
y persuadida de poseer la verdad tiraniza y oprime.
Como la ciencia nos amenaza ya con un conjunto imponente
de verdades, la sociedad que las acoja puede, empleando algunas
deshonestas extrapolaciones, transformarlas en el instrumento de
un despotismo ilimitado.
La duda y un irracionalismo metafísico son las condiciones ne­
cesarias de la aparición y de la supervivencia del individuo», Notas,
80.

6. La relación de un solitario a otro solitario: Precisamente por


eso la labor más alta de quien se hace a sí mismo de esta manera
es ceder, con modestia y sentido de sus limitaciones el testigo, tal
y como dice la nota que hemos recogido. Pero esta forma de pasar
el testigo se produce siempre entre un solitario que la cede y otro
solitario que la recibe, abandonando la argumentación y trans­
mitiéndose en un lugar muy cercano al silencio. Gómez Dávila
se propone limitar el elenco de sus interlocutores, al exigirles la

40. L e y s , S., «Pour prendre congé. Une idee de l’université», 2012, 290.
41. Cf. S c h e i n e s , G., Las metáforas delfracaso, 1991.
202 Democracia y nihilismo

misma condición irrenunciable que él se impusiera a sí mismo en


la indagación y la creación, la soledad:

«Así Gómez Dávila comienza a poner límites a su exclusiva co­


munidad de interlocutores, a su “élite”, agregando una cadena más
a las isotopías que componen su obra: silencio, soledad, memoria».
«Nada más interesante que meditar solitariamente sobre proble­
mas insolubles, ni más tedioso que discutir sobre ellos con terceros».

Excepto si el tercero es también un solitario.

«El hombre no se comunica con otro hombre sino cuando el


uno escribe en su soledad y el otro lo lee en la suya.
Las conversaciones son o diversión, o estafa, o esgrima»42.

42. G o e n a g a O liv ares, F. E., La tumba habitada, 2011, p. 37.


* Capítulo V
Texto o textos implícitos
en la obra de Nicolás Gómez Dávila

5 .1. E s c o l io y t e x t o

Por lo visto hasta ahora podemos decir que hay cierto acuerdo
sobre la definición de escolio en Nicolás Gómez Dávila, y ello pese
a las dudas más o menos retóricas que nuestro autor manifestaba
sobre si componía aforismos o no. Esta concordancia se vuelve
fuerte discrepancia cuando se aborda el «texto implícito» al que se
refiere el título de la principal obra del bogotano. Sabemos que el
escolio es un modesto comentario a un texto dotado de autoridad,
donde el autor, por decirlo de alguna forma, se esconde1. Autor
apenas conocido sobre texto dotado de autoridad propia, contem­
plado de forma canónica. En el mundo jurídico esa fue la forma

1. Así precisa Francia Elena Goenaga: «El escolio, en efecto, tiene la inten­
ción de esclarecer un texto (segunda palabra de título), que en la Edad Media
tenía un nombre propio: los diálogos de Platón o un fragmento de la Metafísica
de Aristóteles, por ejemplo, mediante la escritura de anotaciones en los márge­
nes o en las interlineas del manuscrito; produciendo, de esta manera, otro texto,
en donde la voz de la primera autoridad, la del texto comentado, resonaba en el
segundo y humilde texto anónimo del escoliasta». G o e n a g a O l i v a r e s , F. E., La
tumba habitada. Nicolás Gómez Dávila, el caso colombiano, 2011, p. 5.
204 Democracia y nihilismo

adoptada para «recibir» el Digesto en los primeros comentaristas,


relectura reverencial que transforma sorprendentemente el texto,
evidentemente de forma inadvertida. Por el contrario, en el caso
de los escolios de Gómez Dávila, al no explicitarse el texto, la uni­
dad se adquiere sobre el acto de escribir del nuevo autor, verdadero
hilo conductor entre la sucesión de escolios2. En cierta manera, los
gomezdavilianos, si esta secta existe, nos unificamos por el aprecio
a la escritura sintética que surge de la lectura peculiar que realizaba
el propio don Colacho3.
Veremos hasta qué punto el anhelo de encontrar un solo texto
implícito no debe ponerse también en cuestión. Para la mayoría de
los intérpretes la labor de El solitario de Dios se extiende principal­
mente en el comentario de un texto que no se explicita, un texto
implícito, en cierta forma, misterioso.

2. Como indica Francia Elena Goenaga «El escolio es comentario de texto


y también método, camino andado para llegar a comprender. ¿Pero qué co­
menta don Nicolás?, ¿cuáles son sus textos? El texto delimitado físicamente por
frases y párrafos, cubiertas y lomo, no lo conocemos con exactitud, en ocasiones
aparece como cita en el comentario, pero no corresponde a un fragmento de­
terminado o a una obra en particular. Solamente sabemos que está allí, tal vez
sobre un atril, en la biblioteca de la calle 74 con carrera 11, en Bogotá. De tal
manera, que el escolio aquí es la autoridad, en cuanto tiene voz y nombre pro­
pio: Nicolás Gómez Dávila (NGD), y el texto se convierte en una voz anónima
implícita para el lector», ibíd., p. 7.
3. De nuevo con Goenaga: «Luego, tenemos aquí una paradoja, porque si
hay un texto leído cuyo título exacto permanece en el anonimato y, dos, porque
el comentario no se convierte, a su vez, en texto explícito. Así, aquel primer
texto explícito que se convierte en anónimo e implícito en cada escolio, está
presente como origen de la reflexión, de la iluminación, del impulso de llenar
cuadernos con anotaciones producto de la lectura, produciendo una especie de
traslación no sólo de sentido sino de autoridad. ¿Cómo hacer para que la auto­
ridad del texto no se pierda? De la única manera como puede hacerlo el lector
(en este caso NGD), convirtiéndose él mismo en texto», ibíd.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 205

5.2. L a r e l i g i ó n d e m o c r á t i c a c o m o t e x t o im p líc it o

En conclusión, «el gran debate» parece ser cuál es el texto im­


plícito a los Escolios. Philippe Billé, uno de los más agudos y «mar­
ginales» comentaristas de Gómez Dávila, intentó una clasificación
de las repuestas que se han producido. Nosotros guiándonos por él
tratamos, sin embargo, de añadir alguna otra hipótesis.
Billé resumió, en el año 2004, tres posibilidades:
La primera la formula en un conocido texto el amigo y conter­
tulio de don Colacho Gómez, Francisco Pizano de Brigard, quien
sostuvo que el texto implícito está constituido por las páginas 61
a 100 del volumen Textos / publicado en 1959. La base de esta
hipótesis, en principio tan sorprendente y reductiva, sería una de­
claración del propio Nicolás Gómez Dávila.
La segunda, a la que se refieren tanto José Miguel Oviedo
como principalmente Franco Volpi, sugiere que el texto implícito
sería el texto constituido por el sistema que no redactó, es decir, al
que renunció «prefiriendo la verdad en trizas de los escolios».
Una tercera posibilidad, apuntada por Pizano en el mismo ho­
menaje del Colegio de Nuestra Señora del Rosario y por Óscar
Torres Duque, es que el texto en cuestión sería el conjunto de la
tradición cultural de Occidente. Podríamos incluir aquí una va­
riación y situar la biblioteca, en su lectura, como el texto implícito
en su versión más concreta.
Detengámonos primero en estas hipótesis que ni siquiera ago­
tan todas las opciones, para sumar luego alguna otra e incluso
atrevernos con una idea propia.
El gran amigo de don Nicolás y más asiduo acompañante en
sus años finales Francisco Pizano de Brigard había sido contun­
dente y afirmaba que ese supuesto texto «velado» era la religión
democrática. Aún en vida del autor, fue categórico y concretó el
texto implícito en una de las contribuciones de Gómez Dávila: «El
206 Democracia y nihilismo

reaccionario auténtico»: «El texto implícito está contenido en las


páginas 61 a 100 de su libro Textos / (Bogotá, 1959) y su tema es la
democracia». Citemos el párrafo que enuncia el argumento central:
«La democracia es una religión antropoteísta. Su principio es
una opción de carácter religioso, un acto por el cual el hombre asu­
me al hombre como Dios. Su doctrina es una teología del hombre-
dios; su práctica es la realización del principio en comportamiento,
en instituciones, y en obras»4.
En el curso de los debates personales tras el encuentro gomez-
daviliano de Varsovia que tuvo lugar en la Facultad de Derecho
de esa Universidad el 19 de abril de 2012, se abrió paso una idea
que harían más fuertes, por un lado, las dudas que mantenemos
sobre la posibilidad de que la religión democrática fuese ese texto
buscado y anhelado, mientras que, por otro, nos hacían pensar
que en cierta forma estábamos en una búsqueda iniciada en un
malentendido. Sin despreciar la opinión de Francisco Pizano, co­
rroborada por su hijo Diego en el Congreso gomezdaviliano de
la Universidad de La Sabana, la idea me parece discutible, aun
cuando la pronunciara en algunas ocasiones don Colacho, por dos
razones: primero, no creo que existan motivos para pensar que
desde el principio de su labor comentarista los Escolios aparezcan
como comentario de un único texto concreto, ni de una sola rea­
lidad a la que se remiten los textos. Segundo, la idea de la religión
democrática como explicación universal tropieza con el hecho in­
discutible de que una buena parte de los escolios no tienen que ver
directamente con la religión democrática.
Otra cuestión sería que el texto de la religión democrática sir­
viera como una guía de interpretación de la obra gomezdaviliana
o expresara su preocupación más directa o incluso su hallazgo más

4. P iz a n o d e B r ig a r d , F., Semblanza de un colombiano universal’ 2013,


p. 12.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 207

valorado por el propio autor. Eso sí sería más aceptable y nos daría
una clave de cuál es la razón por la que Nicolás Gómez Dávila
comunicó esa idea a Francisco Pizano.
La solución de Volpi que hemos citado en segundo lugar tie­
ne tras de sí el aval del estudioso con mayor prestigio de quienes
han tratado la obra de Gómez Dávila, especialmente en su faceta
filosófica. Además incluye una invitación a la reconstrucción de
«texto implícito», un trabajo tentador e imposible pues la frag-
mentariedad es el elemento definidor, y la falta de sistema, una
característica esencial.
Mejor las palabras de Volpi para observar el salto lógico desde
el texto implícito comentado hacia el texto implícito proyectado.

«Entonces, el texto “implícito” al que aluden los Escolios es la


obra ideal, perfecta, tan sólo imaginada, en la que se prolongan y se
cumplen las proposiciones de don Nicolás».

El fragmento no significa una renuncia sino un medio de al­


canzar el conocimiento completo, de nuevo con Volpi: «Es más:
afirmar que el fragmento no es apto para expresar la totalidad,
significa presuponer que el discurso prolijo la contenga toda. Este
tiende además a ocultar la ruptura del ser, mientras que «el frag­
mento es el medio de expresión del que aprendió que el hombre
vive entre fragmentos» {Nuevos escolios, III, 87).
La totalidad surge entonces del fragmento pero solo para quien
sabe leer. «Para quien sabe leer, y sólo para él, el conjunto de los
toques cromáticos brinda una solución de la totalidad»5.
La propuesta es atractiva, sugerente y probablemente es la que
goza de más éxito. Tiene un problema metodológico. Parece que
Gómez Dávila proyecta un texto implícito, que es adivinado por
el lector encarnado en el mismo proyecto gomezdaviliano. Esto

5. V o l p i, E , El solitario de Dios, 2 005, p p . 14-15.


208 Democracia y nihilismo

no parece tan claro. El modo gomezdaviliano de escritura no pro­


yecta un texto, tan solo un conocimiento fragmentario que una
mano entrega a otra mano, supongo que tras un recorrido similar
al realizado por el propio autor.
En la línea descrita por Volpi, pero centrándose directamente
en el mismo escoliasta antes que en el texto, nos habla Francia
Elena Goenaga en una hipótesis que podríamos denominar del
autor como texto implícito. Esta idea abonaría la intuición de que
el texto implícito no es otro que el propio don Colacho en sus lec­
turas. Se trataría, por una parte, del texto acumulado y leído en la
biblioteca como referencia, y por otra, el texto es el mismo autor
en cuanto se construye en el escolio que es el modo de «aprivoiser»
para conocer, por usar el término acuñado por los existencialistas.
Esto es lo que nosotros podemos entender de lo que ha seña­
lado Goenaga:
«Luego tenemos aquí una paradoja, primero porque sí hay un
texto leído cuyo título exacto permanece en el anonimato y, dos,
porque el comentario se convierte, a su vez, en texto explícito. Así,
aquel primer texto explícito que se convierte en anónimo e implíci­
to en cada escolio, está presente como origen de la reflexión, de la
iluminación, del impulso de llenar cuadernos con anotaciones pro­
ducto de la lectura, produciendo una especie de traslación no sólo
en el sentido sino de autoridad. ¿Cómo hacer para que la autoridad
del texto no se pierda? De la única manera como puede hacerlo el
lector (en este caso NGD), convirtiéndose el mismo en texto»6.

En la misma línea se mueve Gonzalo Muñoz cuando afirma


que «el texto implícito son sus lecturas, sus pensamientos, sus con­
versaciones, lo que ve y escucha, en definitiva, su vida»7.

6. G oenaga O livares , F. E ., La tumba habitada,, 2 0 1 1 , p. 7.


7. M uñoz B ara llo bre , G., «Nicolás Gómez Dávila, el camino del solita­
rio», p. 80.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 209

La tercera opción que trata Billé es la que se refiere al texto


implícito como el conjunto de la tradición occidental. Los Escolios
se refieren, en efecto, a una parte esta tradición, unas veces para
criticar algunos autores que la integran, otras para caracterizarla
en su valor, no pocas para adherirse a la opinión de autores ape­
nas citados o al menos para inspirarse en ellos como sustrato del
aforismo. Ahora bien, es claro que la lectura de Gómez Dávila
es intencionadamente selectiva y, por tanto, no incluye ni mucho
menos algo así como el «el conjunto de la tradición occidental».
Sería al menos un^i parte y así surgiría otra posible hipótesis, apun­
tada por Kinzell ijue se remitiría a la propia biblioteca, en cuanto
leída como texto implícito.
Podríamos unir algunas otras explicaciones a las arriba se­
ñaladas. Una es también planteada por Francia Elena Goenaga
como «radicalización» o profundización de la que hemos mencio­
nado como hipótesis principal de la religión democrática. Según
esta hipótesis, sin desmerecer la importancia de la religión demo­
crática, es preciso realizar una propuesta más radical o si se quiere
más teológica. Piensa que el centro de referencia de la obra del
bogotano es un principio cartesiano, Dios8. La opción es sugeren-
te, pues Dios es lo único de lo que merece la pena hablar o por
decirlo en un escolio: «Todo fin diferente de Dios nos deshonra»,
Escolios, I, 75, aunque podemos añadir que lo que se dice acerca
del Ser por excelencia es siempre poco. Dios es, desde luego, algo
más complejo que el principio cartesiano y en Gómez Dávila es

8. «La crítica a la democracia constituye, desde luego, el centro del pen­


samiento reaccionario de Gómez Dávila, pero no es el texto implícito de los
Escolios, su centro es un principio cartesiano: Dios. De no ser así las tautologías,
las isotopías, presentadas por Gómez Dávila no tendrían sentido, como tampo­
co lo tendría la estética que hemos llamado trascendente. Dios aparece como la
límpida estructura en donde se ordenan todas las verdades, y el arte es una de
ellas». G o e n a g a O l i v a r e s , F. E., La tumba habitada., 2011, pp. 30-31.
210 Democracia y nihilismo

culminación y explicación vital. De hecho, para algunos autores


la fe en Dios sería la explicación más coherente de la resistencia a
la tentación nihilista de don Colacho; si Nicolás Gómez Dávila
no dio en Cioran sería en cierta forma por lo único de lo que
nunca dudó.
Una opción que se aleja de la corriente principal es la que ha
introducido Michael Rabier, en el sentido de que el texto implícito
es aquel que no puede hacerse explícito precisamente por su ex­
tremada incorrección política, al tratar autores a los que se puede
considerar estigmatizados o censurados por los «bien pensantes»:

«Destacamos aquí una verdadera estrategia que se enmarca se­


gún nuestra interpretación en un indudable “arte de escribir” en el
sentido que Strauss dio a esta fórmula en su famoso ensayo epóni-
mo explicando que “la finalidad de la persecución sobre la literatura
radica, precisamente, en obligar a todos los escritores que sostienen
opiniones heterodoxas a desarrollar una peculiar técnica de escritu­
ra: la técnica que tenemos en mente cuando hablamos de escribir
entre líneas”. Podríamos incluir en esta, aquella técnica alusiva go-
mezdaviliana que le inspiró Montaigne y la de ocultación de fuen­
tes, el famoso “texto implícito”. No es que Gómez Dávila tuviera
que sufrir algún tipo de persecución política durante toda su vida
en Colombia, al contrario, tuvo propuestas de cargos políticos que
rechazó. Sin embargo, no fue hasta hace poco tiempo reconocido
por los académicos de su país. Tal vez, efectivamente, sostuvo pun­
tos de vista heterodoxos para con su época que le llevaron a concebir
otra manera de concebir sus ideas»9.

No es fácil resolver qué es el texto implícito que comentan los


escolios. Probablemente es ya una duda sin solución. Sí es posible
poner de relieve las debilidades de cada una de las propuestas.
La observación de Rabier, por ejemplo, sería acertada respecto a

9. R a b ie r , M ., Biblioteca gomezdaviliana, 2013, pp. 246 -2 4 7.


Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 211

un académico francés y ahora español, pero en lo que se refiere


al don Colacho que autoedita, que distribuye entre amigos, que
muestra opciones que van del clasismo más estricto a la crítica al
postconcilio o al mismo Concilio Vaticano II, al antimarxismo, a
la explícita antidemocracia, no veo que sea acertada.

5.3. E l l e c t o r q u e e sc r ib e

Una vía de determinar el texto implícito sería fijarnos en las


«confesiones» que don Colacho realiza sobre su propia labor: la
lectura «comprometida» de cada libro que se hace propio en el
aprecio o en el desprecio, la necesidad de pensar escribiendo, defi­
nida de forma irónica como una limitación, la filosofía como for­
ma de vida, la admiración a la obra ajena que engendra un verda­
dero juicio sobre la realidad, una humildad intelectual notable que
lleva al mero esbozo pero unida a una feroz sinceridad, solo en los
escritos que probablemente no estuviesen pensados para ver la luz.
Casi todo lo resume en una de sus más largas notas:

«Anhelo que estas notas, pruebas tangibles de mi desistimiento,


de mi dimisión, salven de mi naufragio mi última razón de vivir.
Imposible me es vivir sin lucidez, imposible renunciar a la plena
conciencia de mi vida.
Actor desastrado, busco una silla de espectador.
No pudiendo contribuir noblemente al drama del mundo, pre­
fiero que se me jubile como inepto a que se me admita como com­
parsa o figurante.
Ciertamente no creo que para pensar, meditar o soñar sea siem­
pre necesario escribir. Hay quien puede pasearse por la vida los ojos
bien abiertos, calladamente.
Hay espíritus suficientemente solitarios para comunicarse a sí
mismos, en su silencio interior, el fruto de sus experiencias.
212 Democracia y nihilismo

Mas yo no pertenezco a ese orden de inteligencias tan abruptas;


requiero el discurso que acompaña el ruido tenue del lápiz, resba­
lando sobre la hoja intacta.
Última razón de vivir: el deseo de comprender.
Secreto anhelo perdurable.
Ambición desmedida, pero ambición consciente de la estrechez
del recinto que el destino le otorga. Ambición tenaz, decidida a ocu­
par el diminuto espacio concedido.
No se me oculta la mediocridad de los resultados que cabe lo­
grar, pero me basta la sola actividad del espíritu que piensa.
No veo, luego, en estos cuadernos el repositorio de raras reve­
laciones; me contento con arrancar a mi estéril inteligencia unas
pocas centellas fugitivas», Notas, 49.

Desde estas líneas es posible plantear algunas hipótesis:


Primero concuerdo con Abad en que bajo la fórmula gene­
ral del escolio hay diversos géneros, aunque ciertamente se puede
buscar una fórmula más querida o reiterada en Gómez Dávila, fór­
mula derivada de Joubert, pero ciertamente endurecida, tal como
indica Volpi:

«Lo que distingue a Gómez Dávila son las tintas más fuertes, la
sistemática búsqueda de la sentencia contundente, el entimema pre­
ferido a la máxima argumentativa y al razonamiento completo»10.

La variedad de formas, con la inclinación citada, nace, sin em­


bargo, de un único método, la lectura aún más que la escritura
como deduce Francia Elena Goenaga. Y de cada texto leído surge
un comentario, un escolio, muchas veces derivado de la autoridad
de lo leído, de su autor, otras de la discrepancia de Gómez Dávila
con el autor o de la crítica a la anticultura predominante, crítica
engarzada a su vez en otro texto inspirador, de ahí las páginas de

10. V olpi, F., «Entre pocas palabras», 2007, p. 10.


Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 213

don Colacho sobre la superioridad de la lectura sobre la llamada


«vida».
Un escolio a un texto implícito, que se suma a otro escolio a
un texto implícito y así sucesivamente hasta juntar un conjunto
de escolios a un texto implícito donde desde mi punto de vista no
tiene sentido buscar un solo texto comentado. Al final, si ese texto
existe, solo puede componerse a través del conjunto de las lecturas
comentadas del propio don Colacho, es decir, no es un texto au­
tónomo al autor sino el conjunto de textos con escolios anotados.
No pienso, en consecuencia, que la obra de Gómez Dávila sea
meramente un comentario sobre la religión democrática, una es­
pecie de crítica desde todos los ángulos a ese fenómeno moderno.

5.4. Un t e x t o co m en tad o : E r ic V o e g e l in

5.4.1. Religión política, manifestación gnóstica


y enfermedad del alma

Es indudable, sin embargo, que en este comentario general,


la apreciación exacta de la religión tiene una importancia capital.
Una religión ciertamente centrada en Dios, por paradójico que pa­
rezca esto se ha echado de menos a lo largo del siglo XX, y alejada,
en consecuencia, del conjunto de utilidades. Como acertadamente
dice nuestro autor:

«Ni la religión se originó en la urgencia de asegurar la solida­


ridad social, ni las catedrales fueron construidas para fomentar el
turismo», Escolios, I, 84.

Si pensamos que los escolios son comentarios a diversos textos,


es notorio que la labor de quienes nos acercamos a su vez al co­
mentario sobre los mismos escolios es, entre otras, la de identificar
214 Democracia y nihilismo

los diversos textos implícitos. Si por la vastedad de las lecturas de


/ Gómez Dávila esto es difícil en algunos casos, aunque nuestro
autor ni mucho menos oculta el texto implícito ni tiene ninguna
intención de originalidad, en otros el texto es indiscutible por la
fidelidad del comentario.
En este caso la crítica a la religión democrática como religión
política, primero, como manifestación gnóstica, segundo, y como
enfermedad del alma, en tercer lugar, sigue las huellas del autor
austriaco Eric Voegelin11.

5.4.2. Tradición limitada

Hay autores (que casi podríamos identificar con «el comen­


tario polaco») que limitan aún más la tradición a la que se refiere
Gómez Dávila. Entendámonos, nadie duda de su extenso comen­
tario de toda la obra occidental, de su aprecio por los antiguos, de
su conocimiento de los modernos, pero a la hora de analizar sus
preferencias, toda una corriente se detiene en lo que puede deno­
minarse su peculiar teología política. Todo se centra en un escolio:
«Las corrientes históricas no fluyen en dirección satisfactoria sino

11. Tres pasos descritos por Peter J. Opitz: «El primero de estos intentos
decantó en su concepción de las religiones políticas. A partir de ella Voegelin
reconstruyó los procesos a través de los cuales la cultura comunitaria cristiana
sostenida y traspasada por el cristianismo como religión del espíritu, se disolvió y
fue progresivamente solapada, desplazada y destruida por una religiosidad intra-
mundana que adquirió su forma ideológica y política en los movimientos de ma­
sas del comunismo, del fascismo y del nacionalsocialismo [...] y como esencia de
ese proceso se señalaba la inmanentización de la idea cristiana de redención, que
adquirió su forma especulativa y encontró su traducción política en las filosofías
de la historia de la Ilustración francesa así como en las de Hegel y Marx. Voegelin
conceptualizó en New Science o f politics el tipo especulativo que subyace a este
proceso, y a la vez lo impulsa, al identificar la “esencia de la Modernidad como el
avance del gnosticismo”», O p it z , P. J., «La tesis sobre la gnosis», 2009. p. 62-63.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 215

en el trecho del v al xn». Lo que a juicio de Jacek Bartyzel se aleja


de una típica alabanza más para los conservadores de la Edad Me­
dia en cuanto incluye «siglos oscuros» y excluye el siglo xm (el de
la armonización entre fe y razón). Para el polaco «la visión del re­
accionario de Bogotá se puede interpretar en la manera siguiente:
la pasión por la nueva, más poderosa que cualquier otra dosis del
conocimiento antiguo provocó en los intelectuales del siglo xm la
actitud de subordinación a la ciencia y sobreestimación de las ca­
pacidades epistemológicas de la razón. Nicolás Gómez Dávila no
vacila en llamarlo embobamiento creciente por la ciencia» y car­
garlo a la responsabilidad de la crisis moderna de la religiosidad»12.
Así Gómez Dávila, a juicio de Adam Wielomski, se aleja en
cierta forma de autores como Donoso y el conjunto de los reac­
cionarios, pues junto a la preferencia antes citada por los siglos V
a XII añade otro escolio: «Los tres traspiés de la Iglesia han sido: el '
aristotelismo, el jesuitismo y la comisión bíblica»13.
Por supuesto, si seguimos la clave interpretativa de Voegelin
que hemos señalado, la crítica al xm se produciría principalmente
por la crisis que el difícil equilibrio de la fe sufre en ese momento,
tiempo en cierta forma de apogeo de la civilización cristiana, pero
también de desarrollo de la tentación gnóstica que penetra en unos
hombres a los que el realismo cristiano respecto a la condición hu­
mana les puede parecer excesivamente duro. Florecen entonces las
sectas gnósticas, ciertamente en paralelo a la construcción tomista.
(Infravalorada por don Colacho)14.

12. B a r t y z e l , J., «El estilo románico en el catolicismo», 2008, p. 56.


13. W i e l o m s k i , A., «La teología política de Nicolás Gómez Dávila», 2008,
p. 158.
14. Este juego de apogeo y crisis es así descrito por Voegelin: «Estamos
ante la extraña situación de que cuanto más se difunde socialmente la fe cris­
tiana, cuantos más hombres mantiene bajo presión institucional y cuanto más
claramente se elabora su esencia, más amenazada se encuentra esta fe. En la Alta
2 16 Democracia y nihilismo

5.5. L a RELIGIÓN A LA INVERSA

5.5.1. Democracia como religión antropoteísta

Volviendo a la crítica de la religión democrática, que desarrolla


de forma sistemática a lo largo de 29 páginas extraordinariamente
densas, don Colacho centra el debate en lo que entiende por de­
mocracia en sentido estricto, respecto a la cual afirma que debe
manifestar su discrepancia no solo todo cristiano, sino también
todo espíritu abiertamente religioso. En efecto, para Gómez Dá­
vila la democracia no es una forma de gobierno, ni un sistema
electoral, es una religión o, si se quiere, la religión a la inversa:

«La democracia no es procedimiento electoral, como lo imagi­


nan católicos cándidos; ni régimen político, como lo pensó la bur­
guesía hegemónica del siglo xix; ni estructura social, como lo ense­
ña la doctrina norteamericana; ni organización económica, como lo
exige la tesis comunista», Textos, 58.

Como religión la democracia es antropoteísta, se traduce en la


divinización del hombre; de nuevo en sus palabras:

Edad Media la amenaza alcanzó su punto crítico en virtud de su éxito social


entre las masas. De hecho, el cristianismo había abarcado institucionalmente a
los hombres de la sociedad occidental y en la nueva cultura urbana su esencia
había accedido a su más elevada claridad bajo el influjo del gran movimiento de
órdenes; y al mismo tiempo que su grandeza se había hecho visible su debilidad:
grandes masas de hombres cristianizados, que no eran suficientemente fuertes
para la aventura heroica de la fe, se tornaron receptivos a ideas que podían
darles un grado mayor de certeza que la fe sobre el sentido de su existencia.
La realidad del ser, tal como es conocida en su verdad por el cristianismo, es
difícil de soportar y la fuga de una realidad que se ha avizorado claramente, tal
como se da en las construcciones gnósticas, seguirá siendo siempre un fenóme­
no ampliamente difundido allí donde el cristianismo haya penetrado en una
civilización», V o e g e l i n , E., «Sustituto de la religión. Los movimientos de masas
gnósticos de nuestra época», 2009, pp. 179-180.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 217

«La democracia es una religión antropoteísta. Su principio es


una opción de carácter religioso, un acto por el cual el hombre asu­
me al hombre como Dios», Textos, 62.

De aquí se deduce que la democracia exige el ateísmo como


única forma de mantener precisamente la divinidad del hombre15,
aun cuando muchas veces los demócratas puedan no ser conscien­
tes de ello, o el debate público tienda a engañarse sobre la verdade­
ra razón de la democracia:

«La democracia no es atea porque haya comprobado la irreali­


dad de Dios, sino porque necesita rigurosamente que Dios no exis­
ta», Textos, 66.

Debe entenderse que la extensión del ateísmo en las demo­


cracias en sentido estricto, y para Gómez Dávila las populares lo
eran16, no es meramente un proceso de crisis de la religión o un
dato observable estadísticamente, sino una exigencia política de
primera magnitud17. Por ello, la divinización del hombre propia

15. Como indica Sebastián Stodolak: «El punto de partida del filósofo se
podría llamar un argumento teológico. Nicolás Gómez Dávila afirma que la
democracia ilícitamente excluye a Dios como fuente del poder. Por lo mismo
la democracia se basa en la sacrilega convicción de la soberanía del pueblo»,
S t o d o l a k , S ., «Breve estudio de la crítica de la democracia en la obra de Nicolás
Gómez Dávila», 2008, p. 171.
16. No creo que sea ingenuidad ni literalismo la descripción de toda de­
mocracia bajo un carácter común, lo que no quiere decir que nuestro autor no
valore el resto liberal en las democracias partitocráticas.
17. La raíz está también en el sentido moralizante absoluto de la revolu­
ción. Según Dalmacio Negro: «Considerada en su conjunto, el espíritu de la
revolución fue de orden moral, con un claro tinte religioso, más que político
y social: de ahí su fuerza. Buscando la perfección, un concepto religioso, su
espíritu era moralizante: “las otras revoluciones no exigían sino la ambición, la
nuestra impone virtudes” decía Robespierre, el Incorruptible. La idea directriz
de la revolución consistía en erradicar definitivamente el azar y el mal para crear
218 Democracia y nihilismo

de la democracia, tiene su contraposición en la petvivencia reli­


giosa más allá de núcleos relativamente aislados, en capas extensas
de la población que resisten a lo largo de siglos en «non serviam»
democrático, en contra de lo que, en cierta forma, pensaba Gómez
Dávila.
De esta forma, y una vez que concluimos que el ateísmo es exi­
gido por la divinización del hombre, se explica que don Colacho
mantenga solo alguna esperanza en el ateo que no ha dado el paso
definitivo, o en palabras del bogotano: «No hay que desesperar del
ateo mientras no adore al hombre», Escolios, I, 265.
Por supuesto, en el juego de la paradoja que tanto agradaba a
Gómez Dávila, este piensa que a veces ciertos anticipos de la re­
ligión democrática tienen aspectos ambivalentes, tal como ocurre
con Rousseau:

«El orfismo y Rousseau ocupan en la historia una posición se­


mejante.
Si ambos, por una parte, impulsaron el movimiento democrá­
tico y la religiosidad gnóstica, ambos, por otra, propiciaron el senti­
miento religioso y la actitud reaccionaria.
Difícil explicar a Burke sin el clima rousseauniano o a Platón
sin el clima órfico», Nuevos escolios, II, 1062.

La exigencia antirreligiosa explicaría que los demócratas en


sentido estricto, que hoy tienden a denominarse laicistas, por
poner el acento precisamente en este aspecto de la doctrina de­
mocrática, históricamente hayan manifestado una notable deriva
violenta hacia la religión, exceptuando si se quiere, como es obvio,
a la religión democrática.

u n a n u e v a h is t o r ia y u n a n u e v a tie rr a feliz. J ü n g e r la v io c o m o la d is o lu c ió n d e l
m a l e n ta n to e l m a l, c o m o u n t u m o r m á s o m e n o s e n c a p s u la d o h a s t a e n t o n c e s ,
s e d if u n d ió c o m o u n a m e t á s t a s is » , N e g r o P a v ó n , D ., Historia de las formas de
Estado, 2010 , p p . 181- 182.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 219

Indudablemente también en estos aspectos don Colacho mos­


traba su superior ironía, alejada del mero ingenio o juego de pa­
labras, a lo Wilde, para deshacer de un solo golpe muchas torres
presuntuosas:

«De los modernos sucedáneos de la religión probablemente el


menos abyecto es el vicio», Escolios, I, 100.

En efecto, el moralista contemporáneo vuelve con violencia a


su actitud antireligiosa:

«Quienes presenciaron la violencia irreligiosa de las convulsio­


nes democráticas, creyeron observar una sublevación profana con­
tra la alienación sagrada. Aun cuando la animosidad popular sólo
estalle esporádicamente en tumultos feroces o burlescos, una crítica
sañuda del fenómeno religioso, y un laicismo militante, acompa­
ñan, sorda y subrepticiamente, la historia democrática», Textos, 59

Por supuesto, la denuncia de esta pasión no es nueva. Otro


autor fragmentario, aunque ciertamente más conocido por el im­
pacto revolucionario de su poesía, Baudelaire, había descrito esta
pasión popular con inimitable acidez:

«El pueblo es adorador nato del fuego.


Fuegos artificiales, incendios, incendiarios.
De poder imaginar a un adorador nato del fuego, una Parsis
nato, podríamos crear una novela corta»18.

Y todo ello por que como insiste el conjunto de la línea anti­


moderna, en contra de los diversos modos adaptativos, las cuestio­
nes fundamentales son siempre teológicas.

«Todo acto se inscribe en una multitud simultánea de contex­


tos; pero un contexto unívoco, inmoto, y último, los circunscribe

18. B a u d e la ire , C., Escritos íntimos, 1994, p . 60. La cita e s d e Fusées.


220 Democracia y nihilismo

a todos. Una noción de Dios, explícita o tácita, es el contexto final


que los ordena», Textos, 61.

5.5.2. Dualismo vida temporal-vida eterna

Dalmacio Negro observa igualmente, de la mano de don Co­


lacho, que la peculiar moralización democrática tiene el efecto de
romper el dualismo vida temporal-vida eterna:

«Lo más grave es que, apoyado en las religiones políticas, ideolo­


gías o bioideologías que hace suyas, el Estado ha suprimido, o por lo
menos suspendido o puesto en entredicho, el dualismo fundamental
vida temporal-vida eterna, con lo que la fe religiosa y las institucio­
nes religiosas han perdido su capacidad integradora, y también la
Iglesia su auctoritas [...] Eso explica que el Estado y la religión políti­
ca democrática deban suplir las funciones de la religión tradicional y
las Iglesias, ya que decía Gómez Dávila “la pérdida del sentido de la
trascendencia desequilibra y perturba todos los actos humanos”»19.

De ser cierta la apreciación de don Colacho, el debate contem­


poráneo, al menos tal como aparece en los medios, es un debate
trucado, donde es posible que algunos precisamente al confundir
los términos exactos de la polémica lleven siempre las de perder.
En efecto, la raíz del debate laicista no se explicita casi nunca.
Ocurre lo mismo que acontece con la denominada neutralidad
moral, forma conocida de imponer una determinada visión parcial
y omnicomprensiva, por utilizar la expresión polémica macinte-
riana en crítica a Rawls. No estamos, en general, hablando de la
presencia o exclusión de la religión de la vida pública o del espacio
público, como nos dicen y como se acepta en el propio debate por
los interlocutores religiosos que porfían sobre la expresión pública

19. N e g r o Pavón, D., La situación de las sociedades europeas, 2 008, p. 52.


Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 221

de la religión. La razón de la expulsión de las religiones del espacio


público, empezando literalmente por la pretendida expulsión de la
calle, es que ese espacio quiere reservarse para la religión democrá­
tica o, como decía Rousseau, para la religión civil.

5.5.3. Neutralidad y ciencias sociales

Alasdair Maclntyre ha mostrado, en lo que se refiere al pensa­


miento fundamentalmente, la falsedad de ciertas neutralidades. La
exclusión de Dios, en nuestro caso la sustitución por un hombre
inventado, produce un efecto indudable en la comprensión total de
la realidad, desde la ciencia, a la filosofía o al mismo orden social.
Parafraseándolo en su definición de las implicaciones de creer en
Dios (en el original inglés Theism, distinto de nuestro teísmo) afir­
ma que no es un conjunto de doctrinas sobre Dios, sino que afecta
a la naturaleza del orden natural y social en cuanto creado y soste­
nido por Dios, como concreción de sus propósitos. Para los teístas
(en el sentido utilizado) entender como son las cosas es inseparable
de entenderlas como «informadas por los propósitos de Dios». Por
lo que todo estudio sobre física, historia o ciencia política que omi­
ta toda referencia a Dios será incompleto de forma muy importan­
te. Finalmente esto coloca a cualquier teísta como un extraño ante
la interpretación puramente secular de esas disciplinas20.
Esta prohibición de la referencia a Dios provoca igualmente un
efecto en el conjunto del saber, efecto apenas disimulado por las
imposiciones totalitarias y que explica en buena medida el descon­
cierto contemporáneo, se trata de la incomprensión de la realidad
en su conjunto, que tiene su paradigma en la disolución de la ar­
ticulación de los saberes en la universidad contemporánea. Como
dice Maclntyre, para la física los seres humanos están compuestos

20. Cf. M a c In t y r e , A., Godyphilosophy, universities, 2009, p. 15.


222 Democracia y nihilismo

por partículas fundamentales que interactúan con la probabilísti-


ca generalización del quantum mecánico. Para la química somos el
lugar de ensamblaje de elementos y compuestos; para la biología,
organismos celulares que pertenecen a especies; para los historia­
dores, algo explicable tras largas transformaciones históricas; etc21.
Dalmacio Negro, en esta línea, centra su crítica en el naciona­
lismo, al que atribuye las características que Gómez Dávila ve en
la democracia en sentido estricto:

«El Estado-Nación heredó el problema de la Iglesia, unida por


la Monarquía al Estado según la fórmula “el Trono y el Altar”. Igual
que en los países protestantes, pero respetando la supremacía del
Papa en tanto cabeza de la Iglesia romana. Esto daba cierta inde­
pendencia a las iglesias particulares, por lo menos en los asuntos
estrictamente religiosos y morales. La sustitución del cristianismo
por el culto al Ser Supremo o a la Razón como una religión civil,
fue bastante transitoria, pues aquél seguía siendo abrumadoramente
mayoritario entre el pueblo. Pero a la larga tendría consecuencias.
La teología política de Rousseau facilitó con su doctrina im­
plícita del Estado Moral y la ciudadanía, la sustitución del Pueblo
Dios por el pueblo-sociedad-nación como un ente moral. Y de la
doctrina del Estado Moral emergió el nacionalismo como una ate-
oideología en competencia con el cristianismo»22.

El mismo Dalmacio Negro no le quita peso en este sentido al


denominado Estado del Bienestar, al que considera perfecciona­
miento del Estado Totalitario, citando a Gómez Dávila, aunque
ciertamente cortando el escolio correspondiente:

«El Estado de Bienestar que les ha sucedido (se refiere a los


totalitarios) es todavía más totalitario, si bien no apela directamen­

21. Cf. ibíd., p. 175.


22. N e g r o P a v ó n , D., Historia de las formas de Estado, 2010, p. 191.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 2 23

te a la violencia. Interviene en todo legalmente, incluso directa o


indirectamente en la conciencia, en la vida más íntima, y es por
eso el verdadero Estado Totalitario. Retrospectivamente, con una
perspectiva histórica, los anteriores fueron algo así como un ensayo
prematuro y preparatorio. Citando otra vez a Gómez Dávila: Llá­
mase Estado Totalitario el que resulta de la tentativa de reemplazar
con una integración estatal la integración social»23.

Ciertamente don Colacho es consciente de la peculiaridad a-


religiosa de los nuevos sucedáneos religiosos que exige una recons­
trucción aún más radical de la que se produjo en el cambio de
paganismos y cristianismo.

«Hoy no basta una apologética del cristianismo. Ni siquiera una


apologética de la religión.
Requerimos hoy una introducción metódica a esa visión del
mundo fuera de la cual el vocabulario religioso carece de sentido.
No hablemos de Dios a quienes no juzgan plausible que se hable
de los dioses», Escolios, I, 123.

5.5.4. Liberalismo y democracia

En un sentido muy clásico Gómez Dávila es consciente de


la diferencia entre libertad y democracia, relación que el teórico
Bertrand de Jouvenel, enlazando con una tradición muy francesa,
donde se pueden situar Chateaubriand y Tocqueville, ambos que­
ridos por nuestro autor, describe con precisión:

«No sería justo, sin embargo, tratar esta transformación política


como si no hubiera sido más que un sencillo cambio de un sobe­
rano a otro. Si no hubiera habido otra cosa, no se comprendería

23. N e g r o P a v ó n , D., La situación de las sociedades europeas, 2008, p. 50.


El escolio sigue así: «destruida por la mentalidad liberal y democrática».
224 Democracia y nihilismo

que a la noción de democracia, que strictu sensu no significa más


que una soberanía radicada en el pueblo y ejercida en nombre del
pueblo, se encuentren incorporadas las nociones, en buena lógica
ajenas de libertad y legalidad. Su presencia aquí es un testimonio.
Como la presencia de conchas en la cima de una montaña atestigua
que estuvo el mar en otro tiempo, así también las asociaciones emo­
tivas de libertad y legalidad con la democracia evocan que se quiso
algo más que un simple cambio de soberano. Lo^ que se pretendió
fue civilizar al minotauro, convertir al dominador impulsado por
sus apetitos en un simple mecanismo purgado de todo elemento
subjetivo y ejecutor impasible de leyes justas y necesarias, incapaz
de atentar contra la libertad individual; un servidor, en fin, de las
grandes ideas de legalidad y libertad»24.

Como los grandes republicanos romanos, Gómez Dávila


vinculará siempre la libertad con la aristocracia libre de temores:
«Nada más noble que el aristócrata liberal -como Tocqueville—
para quien la libertad de todos es el privilegio que compete defen­
der a la clase dirigente», Escolios, I, 79.
Por contraste asociará la falta de libertad precisamente al de­
magogo, al demócrata estricto en su terminología, que se alza con
el poder con el apoyo de una masa que valora escasamente la liber­
tad: «El pueblo no ovaciona sino al futuro tirano», Nuevos escolios,
II, 1074.
Difícil es resolver cómo se integra esa posible aristocracia imagi­
nada con una antropología tan firmemente pesimista, proyectando
siempre esa posible aristocracia hacia el pasado, pues del futuro no
puede esperarse nada y en el presente no hay nada que encontrar.
De forma muy elocuente el principal riesgo para la libertad de
ese sentido democrático viene por la brutal imposición del gusto

24. J o u v e n e l , B. de, Sobre el poder. Historia natural de su crecimiento,


2011, p. 318.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 225

de la masa. Algo que ya describió con claridad Tocqueville res­


pecto al gusto plebeyo norteamericano, gusto de los primeros de­
mócratas, y que tuvieron que pagar duramente los autores de esa
nacionalidad. Esa era al menos la opinión del gran traductor de
Poe, Baudelaire, al construir su diatriba sobre el trato de la nación
americana al primero de sus literatos. En su prólogo biográfico a
las obras de Poe se mostró inmisericorde con los inmisericordes:

«La opinión pública en las sociedades democráticas se erige en


despiadada dictadora. No esperéis de ella ni caridad ni indulgencia,
ni ductilidad alguna en la aplicación de sus leyes sordas y ciegas,
para los casos múltiples de vida moral. Parece que del desposorio
ateo de la libertad con la plebe ya ha nacido una nueva tiranía, la
tiranía de las bestias, la zoocracia, que por su insensibilidad feroz
recuerda al ídolo de Jaggernaut»25.

Insensibilidad que al contrario de lo que piensan otros autores


surge de la exaltación sensiblera burguesa: «El sentimentalismo,
la benevolencia, la filantropía, son las incubadoras de las grandes
matanzas democráticas», Nuevos Escolios, II, 1080.
No es el menor de los problemas de la democracia (junto a
la absolutización totalitaria que citaba Dalmacio Negro, y que
Gómez Dávila sentencia en una dura apreciación sobre Rousseau:
«Totalitarismo es la realidad empírica de la “voluntad general”
Escolios, 1084) la creación de un gobierno de expertos, es decir,
una tecnocracia. Se produce así la paradoja de la peculiar religión,
el hombre es llamado a todo, es decir, a la participación política
completa, aunque se crean las condiciones del caos. Luego, por el
contrario, incluso en los aspectos más íntimos el Estado somete al
ciudadano al gobierno de expertos:

25. Tomo la traducción de G o n z á le z R u an o , C., Baudelaire, 1958, pp.


132-133.
226 Democracia y nihilismo

«La gravedad de la situación actual yace en su esencia misma,


que exige a cada individuo una actividad y una política económica
sana y recta, negándole simultáneamente la posibilidad de hacerlo.
Se lo exige, primero teóricamente, ya que el Estado actual, cual­
quiera que sea su aspecto superficial, es una democracia, es decir, un
Estado donde el individuo es sujeto y objeto de la soberanía.
Todo individuo se halla así teóricamente obligado a la plena
conciencia política.
Se lo exige, en segundo lugar, de manera concreta, ya que el
individuo tiene que formar parte del cuerpo político y no hallarse
meramente en él.
Pero inversamente, le niega la posibilidad de hacerlo, y se lo
niega de doble manera.
En primer lugar, el Estado actual, al exigir democráticamente
la participación inteligente del individuo en la vida, de la sociedad,
se obliga a someter, indistintamente a todos, problemas de cuya so­
lución la mayoría es incapaz; fomenta luego un caos de opiniones,
donde se prepara el desorden y la decadencia del Estado.
Así, niega al individuo la posibilidad de una actividad política
sana, recta, atinada y justa.
En segundo lugar, aspirando el Estado a que la competencia
técnica regule todas sus actividades, el individuo se encuentra sa­
crificado a la parcialidad pragmática del experto. Sus más íntimas
necesidades escapan a su voluntad, para que las determine exterior-
mente una razón o una norma cuya justificación elude su inteligen­
cia», Notas, 199-200.

Un largo camino ha llevado a esta radical pérdida de libertad,


camino que ha recorrido, a juicio de don Colacho, la misma bur­
guesía. Agente de la industrialización fue luego fautor del domino
del experto:

«La burguesía, en el marco feudal, se localiza en pequeños cen­


tros urbanos donde se estructura y civiliza.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 22 7

Al romperse el marco, la burguesía se expande sobre la sociedad


entera, inventa el Estado nacional, la técnica racionalista, la urbe
multitudinaria y anónima, la sociedad industrial, la masificación
del hombre y, en fin, el proceso oscilatorio entre el despotismo de la
plebe y el despotismo del experto», Nuevos escolios, 1083.

Este proceso de implantación de la tiranía total requiere una


subversión de las autoridades naturales, es decir, de toda autori­
dad que no tenga su base en el mismo Estado. Proceso que se ha
agudizado en los últimos tiempos a través de las teorías que han
trasladado el viejo esquema de la lucha de clases al conjunto de la
vida social: «La condición suficiente y necesaria del despotismo es
la desaparición de toda especie de autoridad social no conferida
por el Estado», Nuevos escolios, I, 972.
Aun cuando seguimos la clave interpretativa de Voegelin no
debemos llevar las similitudes demasiado lejos, pues don Colacho
se aparta en elementos esenciales de la lectura del austriaco. Frente
a aquel la claridad del escolio gomezdaviliano se produce cuando,
a diferencia del autor germano-americano (o del propio Dalma­
cio Negro), Gómez Dávila en línea con el reaccionarismo clásico,
extiende los males de las «nuevas religiones políticas» a la propia
democracia moderna entendida en sentido estricto. Por el contra­
rio, Voegelin no usa el término «democracia» cuando dice: «Por
movimientos gnósticos han de entenderse movimientos como: El
progresismo, el positivismo, el marxismo, el psicoanálisis, el co­
munismo, el fascismo y el nacionalsocialismo»26.
La vinculación entre democracia y positivismo aclara también
el proceso de desencantamiento del mundo, un proceso de raíz en
el mismo cristianismo pero que con el positivismo alcanza su cul­
minación. Voegelin, sin embargo, nos muestra con acierto cómo

26. V oegelin , E., «Sustituto de la religión», p. 149.


228 Democracia y nihilismo

en ese avance se observa una oscilación desde el entusiasmo de


Comte y la amargura de Weber. En sus palabras:

«La evolución de la humanidad hacia la racionalidad de la cien­


cia positiva era para Comte un desarrollo indudable, progresivo;
para Weber, en cambio, se trataba de un proceso de desencanta­
miento («Entzauberung») y de secularización («Entgóttlichung»)
del mundo. Por el tono de sus lamentos ante la pérdida del en­
cantamiento divino del mundo, por su aceptación del racionalismo
como un destino que había que soportar aunque fuera deseable,
por sus quejas ocasionales de no encontrar su alma a tono con lo
divino, llego casi a descubrir su fraternidad con los sufrimientos de
Nietzsche»27.

5.6. O r ig e n h e r é t ic o d e l a r e l ig ió n d e m o c r á t ic a

5.6.1. Gnosticismo y cristianismo ^ u *!l e

Ahondando en la tesis chestertoniana de la verdad^católica que


se ha vuelto loca28, Gómez Dávila, con notable acierto, sitúa el ori­
gen de la doctrina democrática precisamente en el propio cristia­
nismo, o más exactamente, en las herejías que sucediéndose desde
la Antigüedad atravesaron la Edad Media para eclosionar en los
albores de la Modernidad:

«La moderna religión democrática se plasma, cuando el dua­


lismo bogomilo y cátaro se combina, y fusiona, con el mesianismo
apocalíptico. En los parajes de su nocturna confluencia, una som­
bra ambigua se levanta», Textos, 74.

Como había afirmado Voegelin:

27. V o e g e l i n , E ., Nueva ciencia de la política, 1968, p. 39.


28. C f. C h e s t e r t o n , G. K., Ortodoxia,, 1987.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 229

«Evidentemente nuestra comprensión de los movimientos polí­


ticos modernos contemporáneos y posteriores a la Ilustración gana­
rá una nueva profundidad cuando dejemos de ver como “nuevas”
las ideas de Comte, Marx, Lenin y Hitler sobre la transfiguración
definitiva de la historia, y las veamos como especulaciones escatoló-
gicas que se remontan al misticismo activista del siglo xm; cuando
dejemos de considerar la dialéctica hegeliana o marxista de la histo­
ria como un nuevo historicismo y un nuevo realismo, y la conside­
remos como un nuevo ascenso de la especulación gnóstica»29.

Lówith, por otra parte, interpreta igualmente que la idea de


progreso es una secularización del Eschaton cristiano y añade que
las posturas anticristianas como las de Nietzsche y Heidegger de­
penden del «horizonte teoantropológico abierto por el cristianis­
mo». Lo que es respondido por el mismo Del Noce, parafraseando
a Voegelin, que insiste en que la diferencia entre gnosis antigua y
moderna se encuentra en que la primera ateíza el mundo en nom­
bre de la trascendencia divina, mientras que la segunda lo hace en
nombre de un inmanentismo radical30.
La posición de Lówith no aprecia el carácter absolutamente
herético de la secularización del escatón y la necesaria actitud an­
tirreligiosa que genera el paraíso inmanente. Véase si no el siguien­
te párrafo, ciertamente poco concorde con la actitud que Gómez
Dávila toma de Voegelin:

«Nosotros, los hombres del presente, interesados en la unidad


de la Historia Universal, de su progreso hacia un fin último, o, por

29. V o e g e lin , E., History ofpolitical ideas> vol. IV , Renaissance and Refor-
mation,, 1998, p. 178.
30. Véase a B o r g h e s i , M., Secularización y nihilismo, 2007, p. 50. L ó w i t h ,
K., El sentido de la historia. Implicaciones teológicas de la filosofía de la historia,,
1973. D e l N o c e , A., «Eric Voegelin e la critica dell’idea di modernitá», intro­
ducción a la edición italiana de Nueva ciencia de la política, 1968.
230 Democracia y nihilismo

lo menos, hacia un mundo mejor, nos encontramos todavía en la


línea del monoteísmo profético y mesiánico; somos todavía judíos
y cristianos, no obstante lo poco que podamos pensar de nosotros
mismos en tales términos; pero al lado de esta tradición predomi­
nante somos también los herederos de la sabiduría clásica. Estamos
en la línea del politeísmo clásico cuando nos interesamos en la plu­
ralidad de las diversas posturas y exploramos con curiosidad ilimi­
tada la totalidad del mundo natural e histórico, guiados solamente
por un conocimiento desinteresado, sin preocupación alguna en la
redención»31.

5.6.2. Ideas cristianas que se han vuelto locas

En un conocido pasaje de su obra Ortodoxia, el polígrafo in­


glés vincula los males actuales con ideas cristianas que se han vuel­
to locas. Ciertamente el fragmento de Chesterton, tantas veces
mal citado, es extraordinariamente revelador, e indudablemente
conocido por Gómez Dávila. El pasaje tiene tres elementos: el pri­
mero es una sacudida de la religión, específicamente una sacudida
del catolicismo, el segundo es la liberación de vicios, pero el tercero
y clave de la paradoja es dejar sueltas las virtudes (cristianas), que
producen aún mayor daño. Con Chesterton:

«Cuando alguna teoría religiosa es sacudida, como lo fue el


Cristianismo en la Reforma, no sólo los vicios quedan sueltos y
vagan causando daños por todas partes; pero también quedan
sueltas las virtudes, y éstas vagan con mayor desorden y causan
todavía mayores daños. Pudiéramos decir que el mundo moderno
está poblado por las viejas virtudes cristianas que se han vuelto
locas. Y se han vuelto locas, de sentirse aisladas y de verse vagando
a solas»32.

31. L ó w i t h , K., El sentido de la historia,, 1974, p. 26.


32. Ortodoxia, p. 54.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 231

O como afirma don Colacho: «La idea peligrosa no es la falsa,


sino la parcialmente correcta», Sucesivos, 1262.
De ahí que la religión democrática pueda compararse con
otras formas religiosas, especialmente con el gnosticismo, con
quien comparte numerosos elementos, aunque cabe apreciar tam­
bién diferencias33.
Ciertamente Voegelin, en sus textos, y más específicamente
en Nueva ciencia de la política, había señalado el carácter híbrido
del gnosticismo como herejía cristiana, pero también como movi­
miento férreamente anticristiano en cuanto construía una forma
de teología civil, al principio menos explícita, disfrazado un su­
puesto cristianismo:

«El experimento gnóstico de construir una teología civil estaba,


sin embargo, sembrado de peligros, que procedían de su carácter
híbrido en cuanto derivación del cristianismo [...] Los movimien­
tos gnósticos no se contentaban con llenar el vacío que suponía la
carencia de una teología civil, no que tendían a eliminar el Cristia­
nismo. En sus primeras fases, el ataque se disfrazaba todavía como
un movimiento de “espiritualización” o “reforma” cristiana, pero
en las últimas, al hacérsenos radicalmente inmanente el escatón, se
transformó en abiertamente anticristiano»34.

33. Cf. en este sentido todo el artículo de Alfredo Andrés Abad Torres:
«Las raíces gnósticas de la modernidad», «Las últimas páginas del primer
tomo de Nuevos escolios a un texto implícito y las primeras del tomo segundo
detallan algunas impresiones que Nicolás Gómez Dávila tuviera con respec­
to al gnosticismo y la supuesta influencia que sus doctrinas tuvieron en el
nacimiento del pensamiento moderno. Dichas impresiones no elaboran una
tesis definida pero sí consolidan una visión negativa del movimiento gnóstico
catalogado por el autor como la fuente perversa d ela divinización del hombre
y por ende, de las creencias nacidas en el mundo moderno que se desprenden
de tal consideración», AA. W , Nicolás Gómez Dávila, Mys liciel wspólczesny?,
2010, p. 239.
34. V o e g e l i n , E., Nueva ciencia de la política, 1968, p. 252.
232 Democracia y nihilismo

No sería, en consecuencia, para don Colacho la religión demo­


crática una forma de panteísmo sino un peculiar antropoteísmo:

«Las religiones antropoteístas forman un grupo homogéneo de


actitudes religiosas, que no es lícito confundir con las teologías pan-
teístas. El dios del panteísmo es el universo mismo como vuelo de
un gran pájaro celeste; para el antropoteísmo, el universo es estorbo
o herramienta del dios humano», Textos, 63.

Como señala igualmente Opitz, ese peso de la Gnosis es es­


pecialmente apreciado por Hans Urs von Balthasar, de enorme
influencia en Voegelin e igualmente en Gómez Dávila:

«... la gnosis no deja de brotar en todas y cada una de las es­


taciones del desarrollo espiritual de Occidente cuando el hombre,
existencialmente hastiado de la fe, busca insensatamente apoderarse
de ella; al colocar en el lugar de la redención a través del Dios que
desciende en lo “cotidiano” la autorredención del hombre cuya aspi­
ración trasciende lo “cotidiano” y se eleva sobre él»35.

La relación sorprendente entre el gnosticismo y buena parte de


las concepciones contemporáneas, especialmente el existencialis-
mo heideggeriano es presentada con indudable acierto por Hans
Joñas, que sin pretensiones de elaboración de una «filosofía de la
historia» señala en el último capítulo de su estudio La religión
gnóstica. El mensaje del Dios extraño y los comienzos del cristianis­
mo36, al menos los siguientes paralelismos: primero, la ruptura en­

35. Cit. por O p it z , P. J. y H o l l w e c k , T., Voegeliana-Occasional Papers 64


(Márz 2008): Irenaus von Lyon. Geduld des Reifens. Die christliche Antwort auf
den gnostischen Mythus des zweiten Jahrhunderts, hrsg. v. Hans Urs von Baltha­
sar, Verlag Benno Schwabe & Co., Klosterbert/Basel, 1943, S. 13.
36. J o ñ a s , H., La religión gnóstica. El mensaje del Dios extraño y los comien­
zos del cristianismo, 2003.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 233

tre el Dios creador de un universo hostil y el Dios desconocido, en


consecuencia, el abandono del hombre ante un mundo natural­
mente inexplicable (frente a la antigua idea de Cosmos o incluso
de Creación que dirige a Dios); segundo, el esfuerzo liberador del
hombre se realiza a través de una profundización en la alienación
respecto al mundo. Lo que hay que superar es pues el propio mun­
do, a través del Salvador venido de fuera y a través del conocimien­
to (gnosis). En este segundo caso es claro que el mundo se supera
a través del poder y como dice Joñas: «La superación aquí, por
supuesto, no es sino una cuestión de poderío tecnológico»37.
No es solo la ruptura de la idea de cosmos lo relevante, aún
más lo es lo que Joñas denomina antinomismo gnóstico. Aun sien­
do menos radical que la muerte de Dios en Nietszche, esta muerte
del señor del cosmos dejó una profunda huella en los primeros
siglos de nuestra era. La similitud entre ambas épocas en lo que se
refiere a la creación de valor la establece Joñas:

«En otras palabras, para todo lo concerniente a la relación del


hombre con la realidad que lo rodea; ese Dios oculto es una con­
cepción nihilista: ningún nomos emana de él, ninguna ley para la
naturaleza y, así, ninguna ley para la actuación humana como parte
del mundo natural»38.

5.6.3. Carencias del antropoteísmo

Es evidente que el antropoteísmo tiene una enorme dificultad,


que no se nos puede escapar en cuanto miembros de la especie hu­
mana. Nadie que se conozca a sí mismo o, sobre todo, que trate con
sus congéneres puede aceptar la divinización de los hombres que
son sus contemporáneos, ni siquiera de ninguna abstracción como

37. Ibíd., p. 346.


38. Ibíd., p. 349.
234 Democracia y nihilismo

la humanidad que pudiese alzarse sobre los elementos comunes de


esos mismos hombres39. Pero para ello, los antropoteísmos tuvieron
siempre su solución, no es tanto, para Gómez Dávila, un acto al
modo de Lucifer -que se creyó lo que era- sino una ilusión que
proyecta una imagen fantástica hacia el pasado o hacia el futuro:

«El antropoteísmo, ante la miseria actual de nuestra condición,


define la divinidad del hombre como una realidad pasada, o como
una realidad futura. En su presente de infortunio, el hombre es un
dios caído, o un dios naciente».

Los primeros antropoteísmos, el gnosticismo y antes las sectas


órficas proyectaron ese hombre dios hacia el pasado. La religión
democrática se convierte, en cambio, en un antropoteísmo futu­
rista.
Respecto a esta diría Voegelin en lo que hemos calificado de
texto implícito:

«En la gnosis moderna, la posibilidad de salvación queda ase­


gurada o bien por la postulación de un espíritu absoluto que, en
el despliegue dialéctico de la consciencia, llega a sí mismo desde
el extrañamiento, o bien de un proceso dialéctico-materialista de
la naturaleza que, en su marcha hacia la libertad del existir plena­
mente humano, atraviesa el extrañamiento de Dios y la propiedad
privada, o bien por medio de la postulación de una voluntad de la
naturaleza que lleva al hombre más allá de sí mismo y lo convierte
en superhombre»40.

39. De nuevo Chesterton considera esa creencia en sí mismo un claro


indicio de locura: «Si usted consultara su experiencia de los negocios humanos,
y no su filosofía tan feamente individualista, reconocería usted que el creer en sí
mismo es uno de los síntomas más inequívocos de la degeneración». C h e s t e r ­
t o n , G. K., Ortodoxia,, 1987, p. 20.

40. V o e g e l in , E., «Ciencia, política y gnosis», en El asesinato de Dios y


otros escritos políticos, p. 79.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 235

Para sostener ese mito, vinculado al concepto de progreso, es


preciso un enorme esfuerzo de construcción ideológica:

«La doctrina democrática es una superestructura ideológica,


pacientemente adaptada a sus postulados religiosos. Su antropolo­
gía tendenciosa se prolonga en apologética militante. Si la una de­
fine al hombre de manera compatible con su divinidad postulada;
la otra, para corroborar el mito, define al universo de manera com­
patible con esta artificiosa definición del hombre. La doctrina no
tiene finalidad especulativa. Toda tesis democrática es argumento
de litigante, y no veredicto de juez», Textos, 64.

Precisamente el sistema, y uso la palabra prohibida en Gómez


Dávila con enorme precaución, que puede encontrarse en una par­
te de su pensamiento surge como la descripción de las exigencias,
más históricas que lógicas, que tiene la religión democrática. En
efecto, hacer al hombre Dios tiene un conjunto de decisiones más
que ideas que se desenvuelven a lo largo de la historia reciente y
que definen nuestro pensamiento actual, ese sobre el que ironiza
Gómez Dávila. En ese sentido sí podemos entender que la hipó­
tesis que sobre el texto implícito ha mantenido Pizano de Brigard
ha sido muy acertada pues en las páginas de su obra Textos que
comentamos se encuentra una importante clave de lectura del
conjunto de la obra del bogotano.

5.7. I deas principales de la religión democrática

La religión democrática entendida como antropoteología apa­


rece asociada a una serie de ideas que para nuestro autor son exi­
gencias. Las cuales son imprescindibles para mantener la ficción
del hombre-Dios.
236 Democracia y nihilismo

5.7.1. Voluntarismo

La primera exigencia de la religión democrática es, a juicio del


bogotano, el voluntarismo:

«Para que el hombre sea dios, es forzoso atribuirle la voluntad


como esencia, reconocer en la voluntad el principio, y la materia
misma de su ser. La voluntad esencial, en efecto, es suficiencia pura.
La voluntad esencial es atributo tautológico de la autonomía abso­
luta. Si la esencia de un ser no es voluntad, el ser no es causa de sí
mismo, sino efecto del ser que determina su esencia [...] El hombre
democrático no tiene naturaleza, sino historia voluntad inviolable
que su aventura terrestre disfraza, pero no altera», Textos, 64-65.

Nunca se exageran los riesgos implícitos en este voluntarismo,


al divinizarse la nueva voluntad, desaparecen los límites, tal como
reconoce otro liberal clásico Bertrand de Jouvenel en su impres­
cindible El poder:

«Si se imagina que las leyes de la comunidad no pueden ser en


modo alguno modificadas, el déspota tendrá que atenerse a ellas. Si
se imagina que en estas leyes hay una parte inamovible que corres­
ponde a los decretos divinos, eso al menos será fijo.
j Y aquí se entrevé que de la soberanía popular puede salir un
despotismo mucho más radical que de la soberanía divina»41.

Don Colacho, al definir al hombre que se cree el demócrata,


da las características que también se proyectarán en el Estado, por
supuesto democrático, base o efecto de la autonomía que se presu­
me del hombre:

«Para la antropología democrática, los hombres son voluntades


libres, soberanas e iguales», Textos, 65.

41. J ouvenel, B. de, El poder, 1974, p. 48.


Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 237

Esta radical autonomía, o autonomía a secas, un non serviam


perenne ha sido analizada por Joseph Ratzinger que traza también
una brillante paradoja entre obediencia y libertad:

«Aquí es importante subrayar que se trata de obediencia y que


es precisamente la obediencia la que da la libertad. El tiempo mo­
derno ha hablado de la liberación del hombre, de su plena autono­
mía; por tanto, también de la liberación de la obediencia de Dios.
La obediencia debería dejar de existir; el hombre es libre, es au­
tónomo: nada más. Pero esta autonomía es una mentira: es una
mentira ontológica, porque el hombre no existe por sí mismo y para
sí mismo, y también es una mentira política y práctica, porque es
necesaria la colaboración, compartir la libertad. Y, si Dios no existe,
si Dios no es una instancia accesible al hombre, sólo queda como
instancia suprema el consenso de la mayoría. Por consiguiente, el
consenso de la mayoría se convierte en la última palabra a la que
debemos obedecer. Y este consenso -lo sabemos por la historia del
siglo p asad o - puede ser también un consenso en el mal»42.

Estado que, a riesgo de repetirnos, se fundamenta en la reli­


gión secular. También lo dice Dalmacio Negro:

«La respuesta del siglo al silencio de Dios fue el recurso a una


nueva religión enteramente secular, mundana, inmanentista, y al
espíritu científico, cuyo cometido consiste justamente en explorar
lo inmanente. Una religión artificiosa, constructivista, pretendida­
mente ateiológica, hontanar de las sacralizaciones, que ha suscitado
y suscita las ateiologías contemporáneas legitimadoras de la políti­
ca. En esta religión descansan las ideologías como religiones de la
política»43.

42. B e n e d ic t o XVI, Homilía concelebración eucarística con los miembros de


la Pontificia Comisión Bíblica.
43. N e g r o P a v ó n , D., Historia de lasformas de Estado, 2010,p. 197.
238 Democracia y nihilismo

5.7.2. Progresismo

Entre esas exigencias, y junto al voluntarismo que hemos des­


crito, aparece en segundo lugar la idea de progreso. De nuevo aquí
enlaza Gómez Dávila con una tradición cercana en la que destaca
el imprescindible Baudelaire:
«Nada hay tan absurdo como el progreso; que el hombre como
lo prueba la experiencia cotidiana, es siempre semejante e igual al
hombre, es decir, siempre al hombre en estado salvaje. ¿Qué son los
peligros del bosque y de la pradera comparados con los enfrenta­
mientos y conflictos diarios de la civilización? Que el hombre abra­
ce a su víctima en el bulevar o atraviese de parte a parte a su presa
en selvas ignotas: ¿no estamos ante el hombre eterno, ante el más
perfecto animal de presa?»44.

O como dice en M i corazón al desnudo, insultando de paso a


los belgas (sujetos que para él se encuentran en algún lugar entre
el molusco y el simio):
«La creencia en el progreso es una doctrina de perezosos, una
doctrina de belgas. El individuo que cuenta con sus vecinos para
hacer su cometido.
El progreso (verdadero, es decir, moral) sólo puede darse en el
individuo y por el individuo mismo.
Pero el mundo está compuesto por gentes que sólo son capaces
de pensar en común, en bandas. Las Sociedades belgas son un buen
ejemplo.
Están también los que sólo se divierten en manada, el héroe
verdadero se divierte sólo»45.

No consta que Gómez Dávila compartiera la irracional aver­


sión a los belgas que manifestaba el genial poeta francés que veni-

44. B a u d e l a ir e , C , Escritos íntimos,, 1994, p. 70.


45. Id., M i Corazón al desnudo, IX, 15; cito Escritos íntimos. 1994, p. 84.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 239

mos tratando. Pero por supuesto hay influencias de Baudelaire en


escolios como este: «De progreso se podrá hablar si se logra hacer
al hombre menos feo, menos bruto, menos caco», Nuevos escolios,
I, 1202.
El efecto de la fe en el progreso no puede despreciarse por
su capacidad de movilización. Peculiarmente, y por razón de la
evolución histórica, la filosofía muta de contemplación en motor
histórico, precisamente al mismo tiempo que observa la inevitabi-
lidad de los acontecimientos respecto a los que los actos del indi­
viduo son puramente elementos causales. Recordando la tesis XI
de Marx sobre Feuerbach: «Los filósofos han interpretado hasta
ahora el mundo en modos diversos, ahora se trata de cambiarlo».
No debemos, sin embargo, olvidar que la inevitabilidad de
los acontecimientos históricos daba cuenta de la cienficidad de
la doctrina marxista, de ahí su completa desaparición ante el in­
cumplimiento de las previsiones: «El marxista serio no abraza la
causa comunista, constata la inevitabilidad de su victoria», Nuevos
escolios, I, 987.
Hay, sin embargo, una petición de principio en la misma idea
de progreso y en su definición de lo posterior necesario y superior
a lo anterior. Una reconstrucción hacia el pasado que tiende a ex­
plicarlo como una causa de un presente que se hace así inevitable.
Este profetismo a la inversa es objeto de otro de los geniales sarcas­
mos de Gómez Dávila:

«No logfando realizar lo que anhela, el “progreso” bautiza an­


helo lo que realiza», Escolios, I, 78.

Progresismo cuya raíz puede rastrearse hasta los intentos de


Joaquín de Fiore46. En palabras de Voegelin:

46. Tractatus super quatuor evangelio,, Roma, 1930. Como indica Voege­
lin: «Joaquín rompió con la concepción agustiniana de la sociedad cristiana al
2 40 Democracia y nihilismo

«En este primer intento occidental de hacer inmanente el


significado de la historia no se perdió la conexión con el Cris­
tianismo. La nueva era de Joaquín comportaría un aumento de
la plenitud histórica, pero este no se debería a una erupción in­
manente, sino que se lograría por medio de una nueva y trascen­
dental irrupción del Espíritu Santo. La idea de una culminación
radicalmente inmanente fue incubándose con lentitud a través de
un largo proceso que, en general, podría denominarse «desde el
humanismo a la ilustración. Sólo en el siglo xvin, con la idea de
progreso el aumento de significado histórico llegó a convertirse en
un fenómeno completamente intra-humano, sin irrupciones tras-
cedentales. Esta segunda fase del proceso inmanentista será llama­
da secularización»47.

El antiprogresismo de don Colacho es tan consciente y com­


pleto que no dudo en manifestar su irónica discordancia, incluso
con la incorporación del término al lenguaje del magisterio ponti­
ficio. «El Sucesor de los Apóstoles proclama urbi et orbi, desde el
solio pontificio, que encabezará el “progreso de los pueblos” hacia
un paraíso suburbano», Escolios, I, 38648.

aplicar el símbolo de la Trinidad al curso de la historia. Según él, la historia de


la humanidad tenía tres periodos, que se corresponden con las tres personas de
la Santísima Trinidad [...] Del cálculo de su duración se desprendía que la edad
del Hijo tocaría a su fin hacia el año 1260. El caudillo de la primera Edad fue
Abrahám; el de la segunda, Cristo y Joaquín predecía que hacia 1260 aparecería
el “Dux de Babyloné”, el señor de la tercera Edad», V o e g e l in , E., Nueva ciencia
de la política, 1968, p. 174.
47. V o e g e l in , E., Nueva ciencia de la política, 1968, p . 186.
48. Parece referirse a la carta encíclica Populorum Progressio del papa Pablo
VI a los obispos, sacerdotes, religiosos y fieles de todo el mundo y a todos los
hombres de buena voluntad sobre la necesidad de promover el desarrollo de los
pueblos, de 26 de marzo de 1967, donde por otra parte no se acepta el sentido
del término «progreso» que criticamos.
Texto o textos implícitos en la obra de Nicolás Gómez Dávila 241

5.7.3. Transmutación de los valores

La relación voluntad/progreso en la nueva religión requiere


igualmente una peculiar teoría de los valores o, más exactamente,
su transmutación:

«Según la doctrina democrática, el valor es un estado subjetivo


que comprueba la concordancia entre una voluntad y un hecho. La
objetividad del valor es función de su generalidad empírica, y su
carácter normativo proviene de su referencia vital. Valor es lo que la
voluntad reconoce como suyo», Textos, 68. *7

5.7.4. Determinismo universal

Finalmente, la última tesis de la apologética democrática es el


determinismo universal.
Por supuesto, este determinismo está ligado a la idea de pro­
greso antes analizada, como base de la propia descripción de la
historia. Recordemos con Tangheroni que el determinismo es la
doctrina de la necesidad causal. Si determinismo y causalidad no
se identifican, sí es cierto que la proyección desde las ciencias fí­
sicas a las ciencias humanas del determinismo creó entre otras la
peculiar doctrina progresista, que de forma paradójica libera al
hombre convirtiéndolo como individuo en un mero agente causal.
O parafraseando a don Colacho, el determinismo histórico no es
otra cosa que el síntoma del entumecimiento que aflige al histo­
riador49.
Desde el punto de vista histórico eso significa que desde el
pasado se establece una relación necesaria y determinada entre pa­
sado y presente. Pero a su vez, y volviendo al sistema de análisis
que se convierte en dato analizado, el pasado se observa, si se me

49. T a n g h e r o n i, M., Della storia, 2008, p. 63.


242 Democracia y nihilismo

permite, como mera preparación del presente. La libertad absoluta


del hombre, su reinado o deificación requiere un universo rígido.
De aquí procederá el absoluto positivismo del ideal democrático,
la reducción del derecho a un equilibrio momentáneo: «La justi­
cia, en una democracia individualista y liberal es lo que existe en
cualquier momento», Textos, 70.
Y lo mismo, en otro sentido, ocurre en la democracia colecti­
vista: «Para la democracia colectivista y despótica, la realización
del propósito democrático prima sobre toda consideración cual­
quiera. Todo es lícito para fundar una igualdad real que permita
una igualdad auténtica, donde la soberanía del hombre se corona
con la posesión del universo», Textos, 73.
De esta forma y en su crítica de la religión democrática, Gó­
mez Dávila, pese a su simpatía por el sistema de libertades forma­
les, que considera con acierto aristocrático, busca menos compro­
miso del que acepta su comentado Voegelin. Véase, si no, el texto
esperanzado con el que Voegelin en los años cincuenta comenta
la contraposición entre las democracias anglosajonas y el totalita­
rismo soviético, texto con el que culmina su Nueva ciencia de la
política:

«En esta situación existe una chispa de esperanza porque las


democracias americana e inglesa, cuyas instituciones representan
con mayor solidez las verdad del alma, son a la vez las potencias más
fuertes en el orden existencial. Pero serán precisos todos nuestros
esfuerzos para que esa chispa llegue a convertirse en llama que de­
tenga la corrupción gnóstica y restaure las fuerzas de la civilización.
En nuestros días, el destino se encuentra aún en la balanza»50.

50. V oegelin , E., Nueva ciencia de la política, 1968, p. 292.


Capítulo VI
Dios y la nada.
La superación del nihilismo

6.1. M ás allá de la crítica a la religión democrática

La religión democrática, en la que nos hemos centrado en el


capítulo anterior, aparece como un elemento criticado, negativo,
en el que don Colacho cifra la parte fundamental de la desviación
moderna. El no compartirla le sitúa en un lugar muy determina­
do, el de los críticos de la modernidad, los disidentes; unos reaccio­
narios, otros decadentes. Entre los segundos destacaría Fernando
Pessoa en el Libro del desasosiego, cuando describe el abandono
contemporáneo de Dios por la fe en la humanidad, adoración bio­
lógica que le resulta imposible, precisamente desde su decadentis­
mo. La diferencia con nuestro autor es que este último sí parece
tener el don de seguir adorando al Dios, en cierta forma añorado
por Pessoa. Dada la concurrencia de temas es posible imaginar que
este texto de Pessoa fuera también un texto implícito:

«Nací en un tiempo en que la mayoría de los jóvenes había per­


dido la creencia en Dios, por la misma razón por la que sus mayores
la habían tenido -sin saber por qué. Y entonces, como el espíritu
humano tiende naturalmente a criticar porque siente, y no porque
244 Democracia y nihilismo

piensa, la mayoría de los jóvenes escogió a la Humanidad1 como


sucedáneo de Dios. Pertenezco, sin embargo, a aquel género de
hombres que están siempre al margen de aquello a que pertenecen,
no viendo sólo la multitud de la que son parte, sino también los
grandes espacios que hay al lado. Por eso ni abandoné a Dios tan
ampliamente como ellos, ni acepté nunca a la Humanidad. Consi­
deré que Dios, siendo improbable, podría existir, pudiendo por lo
tanto deber ser adorado; pero que la Humanidad, siendo una mera
idea biológica, y no significando más que la especie animal huma­
na, no era más digna de adoración que cualquier especie animal»2.

Más duro aún se muestra don Colacho con la adoración de


la humanidad. Su mera mención produce o el preludio de una
traición o la llamada a la matanza. Ironiza así sobre la situación de
Comte. «La palabra humanidad en boca del católico es signo de
apostasía, en boca del incrédulo presagio de matanzas», Escolios,
I, 409.
Absurdo y duro Dios ese de la humanidad, aunque no con­
viene desviarse de nuestra intención y entretenernos con lo falso
cuando en esta intervención buscamos lo verdadero. Como se dice
en Nuevos escolios, I: «La humanidad es el único Dios totalmente
falso», 917.
Nuestro autor, en su desdén, también afirma, casi susurra, las
razones que explican su distancia respecto al mundo moderno y,
en consecuencia, el antídoto a la misma enfermedad moderna del
hastío. Critica desde un observatorio y sería bueno descubrir los
cimientos de este.

1. En su carta a Strauss del 17 de noviembre de 1948, Voegelin en crí­


tica a Husserl había expresado sus reticencias respecto a la «entelequia de la
humanidad» que se introduce en el espíritu griego, de una forma que luego
recordaremos en los escolios centrados en la religión democrática, V o e g e l in , E.
y S t r a u s s , L., Fe y filosofía. Correspondencia 1934-1964, 2009, p. 47.
2. P e s so a , E, Libro del desasosiego, 2013, p. 15.
Dios y la nada. La superación del nihilismo 245

6 .2 . E n tre el h om bre y la nada se atraviesa la sombra d e D ios

Recurrimos pues a un solo escolio como guía de este capítulo:


«Entre el hombre y la nada se atraviesa la sombra de Dios», Nuevos,
I, 974. No es necesariamente mi preferido -supongo que todos
tenemos un escolio preferido-, pero apunta a algunos de los gran­
des temas de la obra gómezdaviliana, la insuficiencia del hombre,
la amenaza de la nada, y la sombra de Dios como presencia, algo
que basta para descomponer buena parte de la amenaza sentida
con fuerza en el mundo contemporáneo. Pues la nada remite al ni­
hilismo y este, en diversas formas, al pesimismo contemporáneo.
Precisamente, la sombra de Dios se interpone entre lo que podría­
mos llamar pesimismo gomezdaviliano y el pesimismo nihilista.
Pero la sombra se atraviesa, casi contra la voluntad humana,
deshaciendo el vértigo del vacío, de la nada. Me interesa especial­
mente la selección de los términos del escolio. No creo que ningu­
na palabra sea casual en los escolios, algunas quizás en las notas no
depuradas, pero en el texto reescrito y corregido personalmente,
hasta la saciedad en algunos casos, no creo que en ningún caso
diga algo no querido. Dicho de otra forma, el hombre, por sus
fuerzas, se dirige hacia la oscilación de la nada pero en esa realidad
contemplativa se atraviesa la sombra de Dios, que detiene el mo­
vimiento natural.
Por lo tanto, lo que se atraviesa, casi contra la voluntad huma­
na, tanto en el pagano como en el cristiano, es, en principio, la
sombra de Dios. Esto explica las reticencias de don Colacho hacia
cierta teología que considera reductora de Dios. La sombra es en
cierta medida solo eso, mera sombra, pero no conviene olvidar que
en el caso de don Colacho se vuelve persona, es decir, concreta, de
una forma indubitada.
Dios es fuente de un conocimiento que permite la vida del
hombre. Así hay que leer el conjunto de la obra gómezdaviliana,
246 Democracia y nihilismo

que no puede aislarse en partes inconexas, sin que esto signifi­


que construir un sistema que vaya más allá de un vocabulario que
mantiene su sentido a lo largo de las distintas obras y de los dis­
tintos escolios. Esto es especialmente relevante en términos como
reaccionario o sobre todo Dios. Se observa, en algunos lectores,
un juego ambiguo que consiste en aislar un gomezdavila de otro,
según las obras. Esta tendencia se agudiza en la lectura de Textos
como un algo aislado. Algunos parece que leen a Gómez Dávi­
la como si el hombre creara a Dios, y no fuera Dios, el Dios al
que se refiere don Colacho, la fuente de la humanización. Pero la
sombra se interpone ante la nada, y humaniza al hombre en una
forma concreta, siempre amenazada. Este Dios es siempre idéntico
y concreto para Gómez Dávila: «Dios no es una invención sino un
hallazgo», Nuevos, II, 1134.
Este hallazgo del hombre, cuando se hace cultural, provoca
una definición inversa a la que estamos acostumbrados. No es el
hombre quien define a Dios sino Dios o los dioses quienes definen
a los hombres: «El hombre no crea a sus dioses a su imagen y seme­
janza, sino se concibe a la imagen y semejanza en los dioses en que
cree», Escolios, I, 114. Dos observaciones: en primer lugar, Gómez
Dávila desprecia la posibilidad de que el hombre invierta su papel
con Dios, convirtiéndose en un creador (o asesino). En segundo
lugar, el hombre se concibe conforme a los dioses en que cree, y la
fuente de esa creencia, como veremos en el conjunto del texto, es
compleja, unas veces, pero muy directa otras.
A este respecto nos hace una confesión que muestra, por un
lado, que al asomarse a la nada se produce en él una reacción de
aferramiento; por otro, también prueba que su «inocencia» respec­
to a la existencia o no existencia de Dios no es tan total como ca­
bría deducir de ciertos escolios: «Siempre me ha bastado vislumbrar
el paisaje de la conciencia desolada, para sentirme arrastrado por
un viento de confianza irresistible ante los pies de Dios», Notas, 97.
Dios y la nada. La superación del nihilismo 247

Nadie se arrastra con confianza hacia una idea y menos a los


pies de una idea, y por supuesto nadie es arrastrado por un viento,
imagen universal de la intervención ajena, superior, divina.
Un ser arrastrado que define la situación exacta del creyente
o al menos del creyente a lo Gómez Dávila: «Creer en Dios no es
creer en Dios, es no poder no creer en él», Nuevos, I, 909.
Bien podríamos aplicarle a él esta sentencia: «Que ciertos hom­
bres auténticamente grandes nos irriten se debe a los admiradores
que tienen. Pero nadie es totalmente inocente de los admiradores
que conquista», Escolios, I, 138.
En este punto, el maestro es responsable de la pluralidad de
afectos de quienes le seguimos. Desde aquellos que son entusiastas
por su forma literaria a algunos, como yo, redimidos por medio de
su ironía de la depresión ante la contemplación del mundo verda­
dero. Y no cabe duda que entre esos destacan también expertos en
el nihilismo, y aun autores que pueden considerarse ellos mismos
nihilistas.
El indicio más significativo de la excepcionalidad de don Co­
lacho, tanto en su situación entre los escritores reaccionarios del
siglo XX, como en su lugar único entre los desengañados, lo hemos
encontrado en quien fue indudablemente el mayor de sus comen­
taristas, Franco Volpi. A partir de la descripción del italiano es
posible definir la peculiar posición de nuestro autor, pesimista en­
tre el optimismo cristiano; cristiano, y por tanto amarrado a una
fuerte esperanza, entre el conjunto de los autores contemporáneos
que él comentaba. Autores que indudablemente compartían los te­
mas sobre los que este reflexiona. Volpi, tras haber sido uno de los
grandes artífices de la «recuperación» de Ernst Jünger, introduce
en sus estudios a Gómez Dávila como uno de los grandes margi­
nados del siglo XX. Por otra parte, la alabanza más significativa en
España de Gómez Dávila se había realizado por Savater, autor de
una tesis sobre Cioran. Si buscásemos en Google los nombres se­
248 Democracia y nihilismo

guidos de estos autores, Nietzsche, Cioran, Jünger, Gómez Dávila,


aparecerían las decenas de textos que los relacionan. Disidentes
todos, unos reaccionarios o conservatistas, otros nihilistas. Así en
su imprescindible libro El nihilismo3, Volpi puede, sin forzar en
absoluto, comenzar cada capítulo con un escolio de nuestro ho­
menajeado. Es decir, su comentario sirve de pórtico en la edición
del libro, realmente de culminación de cada capítulo, para centrar
las grandes cuestiones del siglo xx. Lejano en cierta forma, pero
cercano a las dudas, tribulaciones e inquietudes de nuestros con­
temporáneos.
El primer escolio que menciona Volpi es el citado como títu­
lo de esta intervención: «Entre el hombre y la nada se atraviesa la
sombra de Dios». La breve descripción nos permite situar correc­
tamente la posición de don Colacho, que no se identifica con el
nihilismo, y no lo hace gracias a Dios, en el sentido más literal de
esta expresión. No podemos evidentemente resumir aquí la genial
descripción de Volpi, para mí la mejor introducción al nihilismo
con permiso del Sobre la línea de Jünger. Nos basta un breve resu­
men que sirva a nuestro propósito: esto es, señalar las coincidencias
y la radical diferencia entre Gómez Dávila y el nihilismo4.
Ciertamente esa nada constituye el obstáculo mayor en la tarea
de definir el nihilismo, y ello porque es difícil que un espíritu pue­
da alcanzar su representación. Como afirma Ernst Jünger:

«Por esto, también se pone el nihilismo sólo en relación con la


periferia, con las tierras de nadie de la Nada, y nunca con el poder
fundamental mismo. Del mismo modo que se puede experimentar
el morir, pero no la muerte. Según esto, es también pensable el con­
tacto inmediato con la Nada, pero entonces la consecuencia tiene

3. V o l p i , E, El nihilismo, 2011.
4. Véase por ejemplo el capítulo segundo, «Turgueniev y su presunta pa­
ternidad», en ibíd., p. 19.
Dios y la nada. La superación del nihilismo 249

que ser la aniquilación repentina, como si saltara una chispa del


absoluto. A menudo, como es el caso de Malraux y Bernanos, se la
describe en relación con el suicidio abrupto»5.

Es la definición de nihilismo que Volpi rastrea en Nietzsche,


específicamente en sus Fragmentos postumos de 1887 y que para
don Colacho explica solo el mundo privado de trascendencia; es
decir, el mundo en el que no cree6: «Nihilismo: falta de fin; falta de
respuesta al “¿para qué?”; ¿qué significa nihilismo? Que los valores
supremos se desvalorizaron» (Nietzsche, 1988, XII, 350)7. Mundo
que precisamente ha triunfado en los lugares comunes del siglo,
en la mayoría de los autores leídos, tal como describe la novelista
Nancy Huston en su obra Professeurs de desespoirP. Desesperación
que realmente se encontraba en la propia experiencia vital de los
escritores más influyentes9.

5. Acerca del nihilismo: J ü n g e r , E., Sobre la línea, y H e id e g g e r , M., Hacia


la pregunta del ser, 1994, pp. 25-26.
6. A este respecto se permite en relación con Nietzsche, a quien respetaba,
alguna ironía. En Notas., 62, dice: «Para vengar los ataques de Nietzsche contra
sus discípulos, Cristo irónicamente resolvió crear a los nietzscheanos».
7. La cita de Volpi a Nietzsche es de Samtliche Werke. Kritische Studienaus-
gabe, ed. G. Colli y M. Montinaria, De Gruyter-dtv, Berlin-München.
8. Cf. H u s t o n , N., Professeurs de desespoir, 2004.
9. Por este motivo en el encabezamiento de cada capítulo del libro sobre el
nihilismo de Volpi aparece una serie de escolios gomezdavilianos: unos son ob­
servaciones vitales de cierto matiz aristotélico (a pesar de que el Estagirita no es
el autor favorito de don Nicolás), «para corregir un defecto, el hombre prefiere
a la cualidad antagónica el defecto simétrico»; algunos incluso tienen sentido
metafísico: «El hombre persigue sombras infernales en su afán por encontrar
sus ángeles perdidos»; también vuelve sobre el sentido equívoco de su sensua­
lismo: «Sólo una cosa no es vana: la perfección sensual del instante». Y también
la sucesión de afirmaciones filonihilistas: «La inteligencia consume todo lo que
arrojamos a su llama y se nutre en fin de sus propios fuegos». «Cuando las cosas
nos parecen ser sólo lo que parecen, pronto parecen ser menos aún». «¿Hacia
dónde va el mundo? Hacia la misma transitoriedad de donde viene». «Los pro-
250 Democracia y nihilismo

Podemos concluir invocando un áserto de don Colacho: «Aun


a sabiendas que todo perece, debemos construir en granito nues­
tras moradas de una noche», Escolios, I, 610. ¿Afirmación heroica,
jugando a un como si? Como si hubiese esperanza, como si hubie­
se Dios, como si las cosas durasen. Eso sería fácil si no fuera por­
que Gómez Dávila se relaciona directamente con un espectador
que da sentido, precisamente, a construir en granito las propias
moradas: «Gracias al orgullo llegó la santidad: Dios le pareció el
único espectador que valía la pena entretener», Escolios, I, 111.

6.3. E l preten dido nihilism o de G ó m ez D ávila

El correcto entendimiento del pensamiento de nuestro autor se


ha visto perjudicado (quizás otros pudieran pensar que, por el con­
trario, la circunstancia le ha beneficiado) por su atracción sobre los
nihilistas, que ponen el acento en algunas de sus actitudes y, como
hemos visto, en algunos de sus temas. Pero desde mi punto de
vista los simpatizantes nihilistas para hacer esto deben olvidar dos
elementos esenciales, presentes en la obra gomezdaviliana: por un
lado, la ironía que matiza la desesperación; por otro, la fe en Dios
que justifica la imposibilidad de caer en esa misma desesperación.

blemas metafísicos no acosan al hombre para que los resuelva, sino para que
los viva». «Las verdades convergen hacia una sola verdad, pero las rutas han
sido cortadas». A veces adornado por una tremenda misantropía: «Donde hay
dos hay traición». Para volver a Dios: «Dios es la condición trascendental de la
absurdidad del universo», o al sentido de la filosofía: «El profano se ríe de las
soluciones del filósofo porque ignora sus problemas», o «El hombre común
yerra en la oscuridad, el filósofo se equivoca a la luz del día». Y vuelve sobre el
sentido o sinsentido de la historia o de la técnica: «La verdad está en la historia
pero la historia no es la verdad», «La máquina moderna es más compleja cada
día, y el hombre moderno cada día más elemental».
Dios y la nada. La superación del nihilismo 251

La rebelión contra Dios despierta, eso sí, respeto en el concienzu­


do lector de Dostoiesvki; de aquí que debamos citar otro escolio:

«La rebelión contra Dios es demente, pero no estulta.


Ante un universo impasible, resignación y rebeldía son igual­
mente necias», Escolios, I, 126.

No se puede, por tanto, eludir la enorme diferencia, funda­


mentada en la presencia de Dios, entre Gómez Dávila y los nihi­
listas. La misma definición de nihilismo de Franco Volpi nos da
la clave:

«Pero el escenario ya está delineado. Pronto también Dios se


eclipsará. Primeramente sólo como una hipótesis: todo ha de ima­
ginarse “como si Dios no existiese” {etiamsi Deus non daretur). Lue­
go, de verdad: todo ha de repensarse, en primer lugar el sentido de
nuestra existencia, tomando nota del hecho de que “Dios ha muer­
to”. Entonces, cuando la trascendencia pierde su fuerza vinculante
y enmudece, el hombre abandonado a sí mismo reclama su liber­
tad. Más bien, no le queda sino tomársela: el hombre es la libertad
misma, puesto que ya no es sino lo que proyecta ser, y todo le está
permitido. Que esa libertad sea una libertad desesperada, que in­
funde más angustia que plenitud de ser es un hecho con el cual el
existencialismo ha tratado de convivir»10.

Una descripción sincera, clara, de un rigor extraordinario, no


pocas veces complaciente con el nihilismo, puede enmarcarse con
escolios del autor bogotano, católico y autodidacta. Un hombre
que transitó por la lectura del mal de nuestro siglo y que, sin em­
bargo, no cayó en él. Más cerca de un pesimismo barroco o inclu­
so tucidiano que de la desesperación. Como hemos dicho, la clave,
yo creo que la única clave, que marca esa distancia es Dios. Sin Él

10. V olpi, E, El nihilismo, 2011, p. 23.


252 Democracia y nihilismo

volvería el nihilismo: «Si el hombre es el único fin del hombre, una


reciprocidad inane nace de ese principio como el mutuo reflejarse
de dos espejos vacíos», Escolios, I, 79.
Este Dios es un Dios personal, tomado como fundamento de
la explicación y de la presencia de cada ser humano, de uno mis­
mo, en el mundo. Así lo afirma con otro escolio: «Para Dios no
hay sino individuos» {Escolios, I, 73). No se lanzará nunca Gómez
Dávila a la pedagogía banal o a la reconstrucción de un nuevo
Titán. Como dice con sin igual sarcasmo: «Muerto Dios, a los
pobres titanes no les queda sino emprender la urbanización de la
tierra», Escolios, I, 195. Creo que Gómez Dávila ni siquiera puede
encontrarse en la función del hombre que supera el nihilismo, tal
como lo define el genial autor alemán Ernst Jünger, precisamente
en el número 22 y final de Sobre la linead1.
Hombre que pasa la línea, en el sentido de ir más allá de la
misma, en vez de detenerse en ella y reconstruirse a través de un
nuevo lenguaje, como contrapone Heidegger12.

11. J ü n g e r , E., «El reproche del nihilismo se cuenta hoy entre los más
populares y todos lo dirigen con placer a su enemigo. Es probable que todos
tengan razón. Deberíamos pues cargar con el reproche y no detenernos con
aquellos que sin descanso están a la búsqueda de culpables. Quien menos co­
noce la época es quien no ha experimentado en sí el increíble poder de la Nada
y no sucumbió a la tentación. El propio pecho: esto es como antiguamente en
la Tebaida, el centro del mundo de los desiertos y de las ruinas. Aquí está la
caverna ante la que se agolpan los demonios. Aquí está cada uno, da igual de
que clase y rango, en lucha inmediata y soberana, y con su victoria se cambia
el mundo. Si él es aquí más fuerte, entonces retrocederá en sí la Nada. Dejará
en la orilla de playa los tesoros que estaban sumergidos. Ellos compensarán los
sacrificios», Sobre la línea.*2010, p. 69.
12. «Pero el intento de decir con usted en el diálogo epistolar algo de
línea, topa con una dificultad especial, cuya razón consiste en que usted habla
el mismo lenguaje en el “más allá” sobre la línea, es decir, en el espacio más
acá y más allá de la línea», J ü n g e r , E. y H e id e g g e r , M., Acerca del nihilismo,
2010, p. 85.
Dios y la nada. La superación del nihilismo_________________________________ 253

Cuestión difícil entonces esta del pesimismo de unos y de


otros. Muchas veces tenemos la tentación de pensar que son ca­
racteres, o funciones asumidas en virtud de esos caracteres, las
que acercan o alejan a los diversos autores. Piénsese en lo que hace
Jünger cuando sitúa conjuntamente a Bloy y Nietzsche: «Con esta
intención se ve a espíritus fuertes servirse de la violencia niveladora
inherente a los métodos y terminologías nihilistas. A ello pertene­
ce el «filosofar a martillazos» del que se vanagloriaba Nietzsche, o
el título de «empresario de derribos» que León Bloy imprime en su
tarjeta de visita»13.
Es difícil, en consecuencia, negar la importancia del carácter
de cada autor, pues Jünger sitúa con razón a un católico ferviente
como Bloy en la actitud de Nietzsche, en cuanto aquel tenía una
actitud de zaherir y convencer, que no tiene nada que ver con otro
católico ferviente como Gómez Dávila. Este, por su parte, descri­
be situaciones o apunta a necesidades actuales, pero sin ningún
asomo apologético:

«Hoy no basta una apologética del cristianismo. Ni siquiera una


apologética de la religión.
Requerimos hoy una introducción metódica a esa visión del
mundo fuera de la cual el vocabulario religioso carece de sentido.
No hablemos de Dios a quienes no juzgan plausible que se hable
de los dioses», Escolios, I, 123.

¿Ecos de nuevo de Pessoa?

«Haya o no dioses, de ellos somos siervos»14.

Los grandes autores atraen los temas e incluso se atraen entre


sí. Dicho de otra forma, sus referencias son comunes e incluso los

13. Sobre la línea, 1994 p. 51.


14. P e s so a , E, Libro del desasosiego, 2013, p. 32.
254 Democracia y nihilismo

atisbos de soluciones se asemejan; recordemos aquí la coincidencia


con el Jünger del prólogo al primer tomo de Radiaciones15:
El aprecio de Gómez Dávila por Jünger era correspondido. El
segundo se dirigió a la editorial austríaca Karolinger para pregun­
tar quién era ese colombiano del que estaban publicando las obras,
en una carta que permanece inédita del 12 de enero de 1994 en
la que le define como «Una mina para los amantes del conserva-
tismo».

6 .4 . P aganismo y sombra de D ios

Volvemos a nuestro tópico, «Entre el hombre y la nada se atra­


viesa la sombra de Dios». La Sombra a la que nos venimos refi­
riendo es evidentemente la del Dios cristiano; pero don Colacho
no desdeña el paganismo, heredero como es de toda una tradición
que considera caída en la crisis que define la realidad actual. Aun
cuando no pueden ignorarse las diferencias entre Dios y los dioses,
sí parece notorio que de unos se pudo pasar a reconocer al otro.
En este punto tiene un escolio casi escandaloso para un lector
poco atento. Como tantas veces lo enuncia en primera persona,
para fijar con precisión su postura personal: «Más que un cristia­
no, quizás soy un pagano que cree en Cristo», Escolios, I, 314. Su
peculiaridad es combinada, bueno es decirlo, con una visión es­

15. «Poe, Melville, Hólderlin, Tocqueville, Dostoievski, Burckhardt,


Nietzsche, Rimbaud, Conrad, a todos ellos se los encontrará conjurados con
frecuencia en estas páginas como augures de las profundidades del Maelstrom
a que hemos descendido. Entre esos espíritus están también León Bloy y Kier-
kegaard. La catástrofe fue prevista en todos sus detalles. Pero a menudo los
textos eran jeroglíficos -hay así obras para las cuales no hemos madurado como
lectores hasta hoy. Se asemejan a transparentes cuyos letreros son desvelados
por el resplandor del mundo del fuego», J ü n g e r , E., Radiaciones I, Tiempo de
memoria, 2005, p. 11.
Dios y la nada. La superación del nihilismo 255

trictamente de Dios como persona concreta y, por tanto, con una


aproximación cristiana.
De lo primero van dando cuenta una serie de escolios, que rela­
cionan su actitud general y su religiosidad con las bases más profun­
das de la civilización; y también con lo que se ha venido en llamar
la Tradición común. Sabiendo las diferencias que marca la fe, no
duda en encontrar paralelos o, más precisamente, prefiguraciones.
En la moral la cuestión le parece clara: «Ni cristianismo ni
paganismo, enseñan éticas altruistas.
Tanto la moral cristiana, como la moral pagana, son indivi­
dualismos éticos, que imponen deberes sociales, tan solo como
medios de nuestra perfección terrestre o de nuestra salvación enig­
mática», Escolios, I, 79.
Su afirmación en este sentido es absoluta. No concibe su pa­
ganismo como una derivación personal, casi una rareza, ni como
una opción entre varias. Es la única forma de ser conscientemente
católico: «Sólo es católico cabal el que edifica la catedral de su
alma sobre criptas paganas», Escolios, I, 188.
O bien, «El paganismo es el otro Antiguo Testamento de la
Iglesia», Escolios, 224.
Esta atracción de lo Antiguo a lo radicalmente Nuevo sitúa a
Gómez Dávila en toda una tradición, que cristianiza todo lo bue­
no de la historia humana: «Un pensamiento católico no descansa
mientras no ordene al coro de los héroes y de los dioses en torno a
Cristo», Escolios, I, 247.
Probablemente su idea más atrevida, o situada a contracorrien­
te de lo generalmente aceptado, y en última instancia de las bases
de la reforma protestante, se encuentra en un juicio muy centrado
en la realidad de los años sesenta:

«El catolicismo languidece cuando rehúsa nutrirse de substan­


cia pagana.
256 Democracia y nihilismo

Los convidados declinan la invitación al festín celeste cuando


los advierten que el Walhalla no lo prefigura», Escolios, I, 311.

O como afirma refiriéndose a Dios: «El cristianismo comple­


ta el paganismo agregando al temor a lo divino la confianza en
Dios», Nuevos, II, 1248.
No sé si no podríamos encontrar mucho de J. R. R. Tolkien
en esta actitud de don Colacho16, que fundamenta su cristianismo
sobre bases paganas, aunque luego cristianiza el resultado, de for­
ma que los nuevos héroes carecen de la dureza pagana, suavizados
por la caridad.
Su aprecio pagano no debe pues confundirnos. Del paganis­
mo final no tiene buena opinión, especialmente del estoicismo,
pues sitúa en la evolución «filosófica» pagana dos de los males
que nos aquejan. Uno es el intelectualismo. El otro, al que dedica
muchos de sus más agudos escolios, es el moralismo.

«La tentación del paganismo no es la inmoralidad sino la mora­


lidad. Un pagano incrédulo inventó la ética», Escolios, I, 232.

16. La reconstrucción de una literatura pagana por un autor ferviente­


mente cristiano es así descrita por Stratford Caldecott respecto a Tolkien: «Era
la mística de la Europa del Norte (que a veces denominó Northernnees) lo que
llamó la atención de una forma particular, un espíritu que sintió en las sagas
nórdicas o irlandesas, por ejemplo en el “Profecy of Seeres” un la Edad Mayor
que trata sobre el inicio y el fin del mundo. Él creía que la mitología de su pro­
pia tierra en particular había sido perdida o destruida [...] Era necesario que
fuera recuperada, de igual modo a como Nikolaj Grundrvig había compilado
las leyendas danesas y noruegas, o como los hermanos Grimm lo “Teutónico”
en el siglo XIX, o Snorri Sturluson las sagas irlandesas en el siglo x in . Estos hom­
bres habían sido cristianos que intentaron preservar aquello que percibieron
como enriquecedor o bello en el material pagano», C a l d e c o t t , S., El poder
de anillo, 2013, p. 32. Ciertamente la tendencia gomezdaviliana es respecto al
paganismo grecolatino, sin veleidades nórdicas, aunque ciertamente hay una
cita al Walhalla.
Dios y la nada. La superación del nihilismo 257

De ahí su afirmación, tan sorprendente es un mundo como el


de los cincuenta y sesenta que se había lanzado a la moralización:
«La ética entusiasma al incrédulo, mientras que el creyente man­
samente se resigna a la moral», Escolios, I, 304.
No es sencillo en la época de la reducción de la religión, cual­
quier religión, al papel subalterno de «proporcionar» valores mo­
rales para sostener el orden social, entender el papel secundario
que tiene la ética en cualquier espíritu realmente religioso. Ni que
decir tiene que esta pérdida del verdadero papel subalterno de la
ética afecta no solo al pensamiento laico, sino que está vinculado
a buena parte del aggiornamiento religioso.
Nuestro autor, en este sentido, se muestra especialmente ácido
con los teólogos que trasladan a Dios las condiciones subalternas
del demiurgo platónico. A esto dedica este escolio, que casi ha
permanecido como una de esas notas que le publicaron. Si Gómez
Dávila, prodigio de concisión, no pudo decirlo de forma más bre­
ve, no seremos nosotros quienes nos atrevamos a aligerar la cita:

«El Dios de ciertos teólogos católicos es esperar un heredero


opulento platónico. Aunque implícitamente profesen la creación ex
nihilo, estos teólogos reintroducen en su esquema cosmogónico una
materia prima, pues someten a pautas extrínsecas al alfarero divino,
afirmando que Dios quiere el bien porque es bien, en lugar de ense­
ñar que es bien porque Dios lo quiere.
Estos teólogos exigen una estructura de razones, de valores, de
principios frente a un Dios sojuzgado. Para una teología semejante
el creador es un demiurgo servil.
Ese Dios obediente a normas éticas, como un moralista agnós­
tico, no es el Dios de la retama israelita, no de la teología trinitaria.
Tanto las metáforas bíblicas como los conceptos patrísticos sólo
tratan de exponer la omnipotencia de Dios. El motivo que acuerda
allí las intervenciones caprichosas es el mismo que erige la economía
trinitaria.
258 Democracia y nihilismo

El Dios insondable es que le absorbe en sí mismo la razón que


ordena y obra, el soplo que vivifica y sustenta. Cuando logos y pneu-
ma se integran en la trascendencia inefable, el Yahveh judaico ex­
tiende su omnipotencia en el dogma cristiano», Escolios, I, 376.

Como decimos, la forma más despreciable de reducción de


Dios, a ojos de don Colacho, sería la moralización. Riesgo que dis­
crimina desde la primera crítica nietzscheana a la actitud militante
de León Bloy.
De la insuficiencia de la moral, y de su oposición al moralis-
mo, da cuenta en otra sucesión de escolios. Primero como ética y
desacralización: «La ética es la primera etapa de la desacralización
del universo», Escolios, I, 108. Igualmente al evitar toda explica­
ción moralista de la existencia de Dios y, de paso, golpear con
fuerza a la base del iusnaturalismo y el «etiamsi daremus»: «Lejos
de garantizar a Dios, la ética no tiene suficiente autonomía para
garantizarse a sí misma», Escolios, I, 140.
Y, por supuesto, carga contra la reducción del cristianismo
a «moral evangélica», aunque creo que no se refiere al «proyecto
ilustrado», sino a la patulea con la que se enfrentó en los sesenta
y setenta: «Cierto modo de hablar de la “moral evangélica” delata
inmediatamente al ateo», Escolios, I, 239.
Sobre la personalidad de Dios la afirmación más contundente,
de indudable raíz joanista, es la breve sentencia: «La verdad es
persona», Escolios, I, 112.
Son numerosas las pruebas de su clara advertencia de la radical
fisura que ha realizado la Redención, hasta el extremo de afirmar
con contundencia que «El santo no es un tipo distinto de hombre
sino una nueva especie humana», Escolios, I, 358.
Pero el santo, la nueva especie de hombre, no debe su situación
a su esfuerzo de «purificación». Como buen agustiniano siempre
está atento don Colacho a la fuerza de la gracia, y buscando en este
Dios y la nada. La superación del nihilismo 259

caso con la paradoja juega con una de sus favoritas: la injusticia de


Dios. Ya avisaba en Notas: «El pelagianismo es insostenible, y en
todas partes vemos triunfar las injusticias de la gracia», Notas, 75.

6.5. P esim ism o s contemporáneos

Hemos centrado nuestra argumentación en ver la diferencia


entre una actitud gomezdaviliana, realista respecto al hombre, y
por tanto pesimista, y el pesimismo (o el optimismo reconstructor
que frente a él reacciona) que se encuentra en el espíritu del tiem­
po. Nuestro lema repetido es, en este sentido, revelador: Dios o
más bien su sombra apenas se atraviesan entre el hombre y la nada.
En principio, un asidero que no invita al optimismo.
Por somero que sea el escrutinio al que sometamos a su obra
estará justificado que el autor tenga una bien ganada fama de pe­
simista.
Algunos escolios serían en extremo indicativos. Comenzaré
invocando un juicio radical, sentencioso y sin alternativas: «Toda
vida es un experimento fracasado», Escolios, I, 325. Es difícil en­
contrar un juicio más firme y a la vez más alejado del progresismo
imperante o de la literatura del final feliz. En todo caso, tal y
como intuye al respecto Nicola Abbagnano, todos los autores afi­
nes al pesimismo niegan la posibilidad del progreso y, en general,
de toda mejora en el campo específico en el que se hace valer.
Preguntado sobre la crítica al progreso, Jünger había dado una
explicación más «circular» pero igualmente divergente de la inter­
pretación lineal de la historia o del progreso del universo:

«Para mí se trata de un antropoformismo con el que el hombre


moderno ha intentado leer la historia. Un sucedáneo de la idea del
“espíritu del mundo”. Hay que tomar distancia respecto de él y ob-
260 Democracia y nihilismo

servar, más bien, el universo y su historia desde el punto de vista del


principio de la conservación de la energía»17.

Sobre los supuestos triunfos, en Notas había sentenciado en un


auténtico preescolio: «Todo triunfo que se prolonga culmina con
un fracaso, y sólo ignora el horror de sobrevivir a su hora sideral
quien muere en la meridiana exaltación de su victoria», Notas, 106.
En Textos, al referirse a la conciencia humana había vinculado
nuevamente condición del hombre y fracaso: «Oscilando ente la
decepción y la quimera, entre la privación invencible y la posesión
nugatoria, el acto humano no tiene plenitud. Lo imposible que
nos seduce, nos repele; lo posible que nos espera, nos hastía. La
condición del hombre es el fracaso», Textos, 28.
Quien intima con la lectura de Gómez Dávila sabe que ese
duro juicio no conlleva jamás la desesperación del autor y mucho
menos la renuncia a la existencia, ni tampoco se traduce en la
maldición de esta. Exactamente lo contrario es lo que ocurre con
el Cioran que se expresa en Des larmes et des saints: «Pardonnerai-je
jamais a la terre de mavoir compté parmi les siens a titre d’intrus
seulement?»18.
Admitamos pues que estamos ante un pesimista; sí, un pesimis­
ta distinto del que encontraríamos al fijarnos en la literatura y filo­
sofía más estrictamente contemporánea. Nunca supera la posición
irónica ante el hombre y lo humano; nunca pretende una recons­
trucción después del esfuerzo genealógico, tal como se atribuye a
Nietzsche, que reclamaba para sí una absoluta excepcionalidad, una
división del tiempo como no se veía desde hacía dos mil años, o in­
cluso un poco más cuando se produjo el error de Sócrates (tentación

17. J ü n g e r , E., L os titanes venideros, 1998, p. 20.


18. Las citas de Emil Cioran son siempre a través de la edición de Oeuvres,
Quarto, Gallimard, 1995. C io r a n , E., Des larmes et des saints, p. 330.
Dios y la nada. La superación del nihilismo 261

que Htidegger recuerda con la contundente afirmación de origen


nietzscheano: «Casi dos milenios y ni un solo Dios nuevo»); tampo­
co pretende don Colacho una mera comprensión del nihilismo que
nos atenaza, una comprensión completa que sirviera para superarlo,
quién sabe en el futuro, tal como se dice de Heidegger; menos aún,
cae nuestro autor en la angustia, en la náusea de los existencialistas.
Más bien lo veríamos situado en el desengaño, si este se ha produ­
cido, de los barrocos. Presente en Montaigne o hasta en Tucídides,
pero lejos aún de un Cioran o de un Albert Caraco.
El autor alemán Ernst Jünger, uno de los grandes que siempre
apreció la aforística y ha ensalzado la brevilocuencia, en su genial
caracterización del nihilismo, había descrito y definido las diferen­
cias entre el optimismo, el pesimismo y el derrotismo. Y esa carac­
terización nos sirve para situar a Gómez Davila en contraposición
con cualquiera de las tres posturas descritas por este autor. Podría­
mos adelantar aquí la tesis con la que pretendemos concluir (algo
demasiado explícito y, yo diría que poco gomezdaviliano): la diver­
gencia se sustenta siempre en la «sombra de Dios». Una presencia de
la que parece que Gómez Dávila no había dudado nunca, situándo­
le en el escuadrón de los hombres afortunados, al que me gustaría
haber pertenecido: «La única cosa de la que nunca he dudado: la
existencia de Dios». Sombra de Dios que se proyecta, sin duda, en
la mención del Salmo 73 por parte de Ernst Jünger en «Jardines y
carreteras», primera parte del primer tomo de sus memorias; Salmo
que parecía resonar en aquel frente de «dróle de guerre»:

«¿Quién hay para mí en los cielos?


Estando contigo, nada deseo en la tierra.
M i carne y mi corazón se consumen,
pero la Roca de mi corazón y mi lote es Dios para siempre.
Es cierto: los que se alejan de Ti se pierden;
aniquilas a todo lo que reniega de Ti».
262 Democracia y nihilismo

Mención religiosa que fue firmemente rechazada por los nihi­


listas que dirigían Alemania hacia el desastre, aún en el año de la
supuesta gran victoria de 1940. Tal fue la reacción de esa forma
nueva de ver al soldado que trasluce Ernst Jünger en su diario
—alejado del entusiasmo transformador de Tempestades de acero—
que la cita del Salmo, que en apariencia era inocente, fue prohibida
en las sucesivas ediciones de la obra e incluso se silenció al autor
con el tradicional procedimiento de negar papel para la publica­
ción de sus libros19.
Respecto al papel de la Biblia en aquellos momentos oscuros,
advierte de nuevo el alemán:

«Y una vez más ha demostrado ser la Biblia el libro de los libros,


profética también para nuestro tiempo; y no sólo profética, sino
asimismo consoladora en grado sumo y, por tal, el manual de todo
saber, un manual que ha vuelto a hacer compañía a innumerables
personas durante su paso por el mundo del horror»20.

Sorprende el temor totalitario ante la mera mención, por parte


de un gran combatiente de la Gran Guerra, de un Salmo que se in­
terpretaba como una petición a Dios de una derrota del III Reich21.
Salmo que parece que subyace también al escolio que comen­
tamos, pues hay una coincidencia admirable en quienes tratan los
mismos temas. Escolio que como decíamos contiene dos constan­

19. Véase la nota introductoria de Andrés Sánchez Pascual a la edición


española de Radiaciones I. Diarios de la Segunda Guerra Mundial (1939-1943).
20. J ü n g e r , E., Radiaciones /, 2005, p. 11.
21. El texto no puede ser más inocente en apariencia: «En la mañana de
este día, en que se ha celebrado mi cuadragésimo quinto cumpleaños ha brilla­
do un hermoso sol en el despejado bosquecillo de chopos. Rehm ha sido, como
siempre, el primero en entrar a la barraca a felicitarme y ha dejado encima de la
mesa unas flores y unas naranjas. Luego me he vestido y delante de la ventana
abierta he leído el Salmo 73», ibíd., p. 109.
Dios y la nada. La superación del nihilismo 263

tes en nuestro autor, el escepticismo sistemático y la fe en Dios y


solo en Dios.
Ciertamente cabe también un sarcasmo sobre el propio pesi­
mismo, como el que se permite Cioran a costa del suicidio, que
hace observar que su «pesimismo» supera cualquier ilusión nietzs-
cheana:

«Ne se suicident que les optimistes, les optimistes qui ne peu-


vent plus l’étre. Les autres, n’ayant aucune raison de vivre, porquí
en aurient-ils de mourir?»22.

Don Nicolás desconfía del sistema y, por eso, tiende muchas


veces a desconcertarnos:

«Siempre se trata de suicidio cuando algo auténtico muere», Es­


colios■, I, 153.

Como precedente de estos dos autores, ya Fernando Pessoa ha­


bía expresado, con precisión inigualable, el esfuerzo que se requie­
re incluso para ser pesimista. Esfuerzo que en la línea de Cioran
entiende que no merece la pena:

«No es este el concepto de los pesimistas, como el de Vigny,


para quien la vida es una cadena, donde él trenzaba paja para dis­
traerse. Ser pesimista es tomar cada cosa como algo trágico, y esa
actitud es una exageración y una incomodidad»23.

Jünger, en este aspecto, también vuelve a la actitud «heroica»,


una actitud que sería difícil encontrar en Gómez Dávila, vuelvo
a pensar que precisamente por su fe. Ciertamente cuando Jün­
ger define el pesimismo busca ejemplos cercanos a los intereses
de Gómez Dávila, al caracterizar a Burckhardt como el verdadero

22. C io r a n , E., Syllogismes de l'amertume, en Oeuvres, 1995, pp. 783-784.


23. P e s so a , E, Libro del desasosiego, 2013, p. 17.
264 Democracia y nihilismo

pesimista, o al advertir que esta forma verdadera puede romper en


optimismo, tal como sucede en Bernanos (de nuevo la sombra de
Dios). En palabras de Jünger:

«No hay que ver al pesimismo como contradictorio respecto a


este optimismo. La catástrofe está rodeada de corrientes pesimis­
tas, en particular de corrientes pesimistas culturales. El pesimismo
puede manifestarse (como en Burckhardt) como aversión a lo que
se ve venir, y entonces se vuelven los ojos a imágenes más bellas,
aunque pasadas. Entonces hay conversiones repentinas al optimis­
mo, y como en Bernanos, la luz resplandece cuando se ha vuelto
completamente oscuro. La absoluta superioridad del enemigo se
vuelve precisamente en contra de él. En fin, existe el pesimismo,
que aunque sabe que el nivel bajó, también cree posible la grandeza
sobre la nueva superficie y, en particular, concede valor a la perse­
verancia, a mantener el puesto perdido. En esto radica el mérito de
Spengler»24.

Probablemente don Colacho destila estas y otras lecturas


cuando sentenciaba:

«El optimismo es la adulteración de la esperanza.


El pesimismo su posesión viril», Escolios, I, 149.

Y manifiesta el límite de sus anhelos terrestres: «La Tierra no


será nunca un paraíso pero quizás se pudiera evitar que siga apro­
ximándose a una imitación cursi del infierno», Nuevos, II, 1158.
La que hemos denominado, en general, actitud heroica que
busca superar el nihilismo sin la esperanza religiosa, aparece tam­
bién en el rebelde «del mediodía» que tan exactamente describe
Camus, en un intento quizás desesperado, intento que acabó con­
tra un árbol, como tantas pretensiones desesperadas:

24. Jü n g e r, E. y H ed id e g g er , M ., Acerca del nihilismo, 2010, p. 19.


Dios y la nada. La superación del nihilismo 265
T

«En el mediodía del pensamiento, el rebelde rechaza así la di­


vinidad para compartir las luchas y el destino comunes. Elegimos
Itaca, la tierra fiel, el pensamiento audaz y frugal, la acción lúcida,
la generosidad del hombre que sabe. En la luz, el mundo sigue sien­
do nuestro primer y último amor»25.

El nihilismo final, tal como encontramos descrito en Cioran,


se hace pocas ilusiones sobre el hombre. De hecho, su descripción
es muchas veces de un agudo antihumanismo, superado el mo­
mento en el que el nihilismo parecía la exaltar al hombre futuro.
El antihumanismo de Cioran es nuevamente demoledor:

«Si j’etais Dieu, je me ferais n’importe quoi, sauf homme. Com-


me Jesús serait grand s’il était un peu plus misanthrope»26.

Entre la desconfianza radical en el hombre que relata Cioran


con inigualables páginas, y la esperanza en Dios, que no en el
hombre, Jünger y Camus formarían un tercer género, alejado del
optimismo reconstructor y más cerca de ciertas lecturas de la raíz
nietzscheana: una actitud tras los desengaños de la Segunda Gue­
rra Mundial, de los regímenes que la precedieron y siguieron, y del
clima intelectual en el que les tocó vivir (mucho más tiempo al
primero que al segundo).

25. C a m u s , A., El hombre rebelde, 1996, p. 357. Antes explica que el re­
chazo de la divinidad es precisamente el rechazo a que el hombre se haga Dios:
«A falta de algo mejor, se han divinizado a sí mismos y su desdicha ha co­
menzado: esos dioses tienen los ojos reventados. Kalayev y sus hermanos del
mundo entero rechazan, por el contrario, la divinidad, porque rehúsan el poder
ilimitado de dar muerte. Eligen, y con ello nos dan un ejemplo, la única regla
original hoy en día: hay que aprender a vivir y morir, y para ser hombre hay que
negarse a ser dios».
26. C io r a n , E., «Le crépuscule des pensées», en Oeuvres, 1995, p . 388.
266 Democracia y nihilismo

6 .6 . L a ser en id a d del esco liasta

Lo que hemos pretendido en este escrito es algo bien distin­


to de la mera caracterización negativa del mundo moderno. Aun
cuando reconozco que solo por la agudeza de la diatriba ya me­
recería la pena la lectura de la obra gomezdaviliana, hemos bus­
cado, más bien, las claves afirmativas del pensamiento del autor.
Pretendemos encontrar la razón de la divergencia de don Colacho
respecto al pesimismo moderno. Si se quiere, la razón última de su
serenidad. Pues frente a otros autores escoliastas actuales, este es el
rasgo más distintivo del maestro. En definitiva, pienso que no es
solo la fortuna personal o la familia lograda lo que aleja a Gómez
Dávila de Cioran, por ejemplo; al contrario, hay algo concreto que
da razón de su peculiar actitud vital.
He pretendido, para no caer en la mera genealogía de lo que
acontece, de las ideas que nos dominan, situarme sobre la decons­
trucción, para acercarme al ancla que convierte a don Colacho en
un autor tan extraordinario. Por supuesto, en sus escolios había
sido feroz en esta labor genealógica: «Este siglo se hunde lenta­
mente en un pantano de esperma y mierda. Cuando manipule
los acontecimientos actuales, el historiador futuro deberá ponerse
guantes», Escolios, I, xxx. Esa agresividad no cede ante la de Cioran
o Caraco; sin embargo, está dotada de una fuerte ironía que surge
de su espíritu singular. Aun cuando su definición de ironía tam­
poco es muy complaciente («La ironía transforma en benevolencia
el odio impotente», Escolios, I, 108, nos dice), lo cierto es que le
da una gran distancia y le permite no traslucir la amargura que
encontramos en otro católico excepcional y escéptico del siglo xx
como Evelyn Waugh27.

27. Creo que la enorme distancia entre lo intentado y lo logrado, sobre la


destrucción por el mundo de las buenas intenciones, incluso para acudir a una
Dios y la nada. La superación del nihilismo 267

Don Colacho, en efecto, duda de sus propias posibilidades, de


sí mismo, tanto en el aspecto literario, como en su moralidad o en
su pensamiento. Su juicio sobre nuestros congéneres es severísimo
y también sobre la cultura contemporánea. Pero en él no está la
angustia que encontramos en el existencialismo antes citado. No
es posible rastrear lo que describe Jünger en Heidegger:

«Heidegger da en la diana. La angustia es un estado de ánimo


totalmente particular, indeterminado. Cuando llega se la percibe en
todas partes, y sin embargo es imposible localizarla en un sitio exac­
to. Sí, tal vez es el estado de ánimo fundamental del hombre, ese
extraño ser que atraviesa el tiempo y en su lucha contra la Nada ha de
hacer frente a dos pruebas inevitables: la de la duda y la del dolor»28.

Esto es lo que define el carácter de Nicolás Gómez Dávila,


esa melancolía del tiempo pasado, es decir, esa actitud del reaccio­
nario que vemos en algunos literatos como Tolkien o en Waugh
y que nunca genera la desesperación. Hay una enorme serenidad
que no debe confundirse con la actitud estoica, que tanto critica­
ba; ni tampoco con el alzarse solo en medio de la tormenta del
héroe sobre la línea tal como describe Ernst Jünger, primero en

guerra se expresan de forma inigualable en la trilogía de La espada del honor y


especialmente en Guy Crouchback. Léase, si no, el diálogo del último capítulo
de Unconditional Surrender. «Is there any place that is free from evil? It is too
simple to say that only the Nazis wanted war. These Communits wanted it too.
It was the only way in which they could come to power. Many of my people
wanted it, to be revenged on the Germans, to hasten the creation of the natio-
nal state. It seems to me there was a will to war, a death wish, everywhere. Even
good men though their private honour would be satisfied by war. They could
assert their manhood by killing and being killed. They would accept hards-
hips in recompense for having been selfish and lazy. Danger justified privilege.
I knew Italians -not very many perhaps- who felt this. Were there none in
England?».W a u g h , Evelyn, 1984, p. 566.
28. J ü n g e r , E, L os titanes venideros, 1998, p . 106.
2 68 Democracia y nihilismo

Tempestades de acero29 y luego en el mismo Sobre la línea. Esa sere­


nidad nuestro autor la define, por ejemplo, de la siguiente forma:
«La serenidad es el estado de ánimo del que encargo a Dios, de
una vez por todas, de todas las cosas», Nuevos, I, 1166.
Lo que a nuestro parecer remite al poema de S. Teresa de Jesús:

«Nada te turbe, /nada te espante,


todo se pasa, /Dios no se muda,
la paciencia /todo lo alcanza.
Quien a Dios tiene /nada le falta.
¡Sólo Dios basta!»30.

Dios es, por tanto, la explicación del mirar sereno de don Co­
lacho. Un mirar sereno peculiar, pues parte precisamente de un
fiero desengaño frente al mundo: «Contra el infortunio quizá bas­
ten el humor, el ingenio, el carácter, ¿pero cómo consolarnos, sin
Dios, de la insuficiencia de nuestras dichas?», Escolios, 231.
De nuevo ecos de Agustín al comienzo de las Confesiones:

«Con todo quiere alabarte el hombre, pequeña parte de tu crea­


ción. Tú mismo le incitas para que le agrade alabarte, porque nos
hiciste para ti, y nuestro corazón está inquieto mientras no descanse
en ti»31.

Vemos así explicada la distancia del mundo y el afecto a Dios.


También la superioridad que mantiene nuestro autor respecto a
los que caen en los sucesivos desencantos que marcan la edad más
contemporánea. En esta actitud agustiniana surge la madurez:
«La madurez de espíritu comienza cuando dejamos de sentir­
nos encargados del mundo», Escolios, I, 71.

29. J u n g e r , E., Tempestades de acero, 2005. Cf. J ü n g e r , E. y H e id e g g e r ,


M., Acerca del nihilismo, 2010.
30. T e r e sa d e J e s ú s , Mística s. xvi, 2009, p. 894.
31. A g u s t ín d e H ip o n a , Confesiones, 1, 1,1. 2007.
Dios y la nada. La superación del nihilismo 269

Sabemos que don Colacho nunca oculta sus lecturas? Inscrito


en una tradición, sigue los diversos jalones de la misma, a través los
textos implícitos a los que se remite. De ahí que Agustín trasluzca
tras toda la monumental obra del bogotano. Y con el santo recuer­
da la radical oposición, mantenida permanentemente hasta el fin
de los tiempos, realmente su culminación, entre las dos ciudades,
definidas por los dos amores contrapuestos:

«Amor Dei usque ad contemplum sui.


Amor sui usque ad contemplum Dei»32.

Se resuelve también en clave agustiniana la necesidad de creer


para entender o, si se quiere, el camino que marca la creencia
como clave de interpretación de la realidad. Voegelin, en un sen­
tido general y sin referirse a la fe concreta, lo había dicho en su
correspondencia a veces polémica con Leo Strauss:

«Respecto a la relación entre la ciencia (especialmente la me­


tafísica) y la revelación, me parece que, en principio, Agustín ha
mostrado el camino. El conocimiento revelado es, en la formación
del conocimiento humano, el conocimiento de lo previamente dado
a la percepción»33.

Y como cita en la segunda parte de un escolio: «Credo ut inte-


lligam es el epígrafe de todo tratado de metodología cualquiera»,
Escolios, I, 366. Pero de nuevo don Colacho nos guía y, lejos de
sustituir este pesimismo por alguna fuerza optimista, nos da la
clave del verdadero valor del hombre; reaparece la sombra de Dios:

«El hombre solamente es importante si es verdad que un Dios


ha muerto por él», Sucesivos, 1309.

32. Id., Civitas Dei, cap. 28, Libro XIV.


,
33. Carta 22 de abril de 1951 en Correspondencia 1934-1964 , 2009, p.
122.
270 Democracia y nihilismo

Nos da entonces una pista sobre su posible «ingenuidad» en el


sentido romano del que nunca ha sido esclavo. Ya vimos que esa
«ingenuidad» no excluye el asomarse al vacío, y tampoco excluye
algunos tipos de duda. Siguiendo en esto al Lewis de Una pena en
observación, teme o quizás describe el temor de que a Dios no le
importemos. Creo que Lewis le da un matiz de tentación de indi­
ferencia, casi culpa de Dios, que no aparece ni mucho menos en el
escolio de nuestro autor: «Lo difícil no es creer en Dios sino creer
que le importemos», Nuevos, I, 891.
O como de forma íntima indica san Josemaría Escrivá: «Cristo
ha padecido por ti y para ti, para arrancarte de la esclavitud del
pecado y de la imperfección»34.
Creo que a veces no se presta atención a la importancia del
eros en un autor tan explícitamente platónico. No puede, en otro
sentido, obviarse la relación que don Colacho establece entre el
conocimiento del mundo y el amor de Dios, y la especial corres­
pondencia entre amor humano y amor de Dios. Algunos escolios
son especialmente expresivos:
En Notas fue preciso en este auténtico preescolio: «Amar es ver
a un ser como Dios lo ve», Notas, 350.
O en la misma línea: «Amar es comprender la razón que tuvo
Dios para crear a lo que amamos», Escolios, I, 217.
Y así el amor nos da el verdadero acceso a la realidad: «Las
cosas adquieren su significado cuando las columbramos en su si­
tuación divina tales como son para Dios. Es decir, como son en
realidad; porque la realidad no es más que la referencia de las cosas
a Dios», Notas, 53.
Hemos visto la nada y el viento que arrastra al hombre a los
pies de Dios, hemos visto el pesimismo atemperado, la esperanza

34. J o s e m a r ía E s c r iv á d e B a l a g u e r , Forja, pto. 14, cap. «Deslumbra­


miento».
Dios y la nada. La superación del nihilismo 271

adulta, el alejamiento del nihilismo e incluso de la confianza en el


mundo. Esta querría ser mi conclusión, pero no puedo obviar que
don Colacho hace muchas veces de la derrota una actitud ética y
estética.
En este punto mantiene la posición del reaccionario literario,
semejante en cierta forma al Valle-Inclán de las sonatas. Lo dice
en otro escolio:

«El fracaso del cristianismo es doctrina cristiana», Escolios, I, 194.

Incluso juega con su inevitabilidad en la trayectoria de toda


una vida, por lo que habría que prepararse para ella o morirse a
tiempo. Pocas veces hemos leído un texto tan preciso y revelador
como este, donde el texto implícito puede rastrearse también en
la contemplación de la vida. En Notas, 106, afirma: «Todo triunfo
que se prolongue culmina con un fracaso, y sólo ignora el horror
de sobrevivir a su hora sideral quien muere en la meridiana exalta­
ción de su victoria».
Cortés, Bolívar, Napoleón, César, Gonzalo Fernández de Cór­
doba, Pompeyo, todos nos dan razones para justificar la posición
gómezdaviliana. Solo algún gran sufriente como Dostoievski tuvo
la fortuna de ver alborear su triunfo tras una vida de fracasos.
En esta estética de la derrota (como diría don Nicolás: «Siem­
pre hay Termopilas en donde morir», Nuevos, I, 907), inevitable
desde un punto de vista inmanente, a veces parece como si don
Colacho se acercase a las posiciones que hemos descrito en Jünger.
Mientras, el hombre queda en el mundo; en una actitud escép­
tica propia del que conoce, del que se conoce. Que no busca más
de lo que encuentra, desengañado y, por lo tanto, lúcido. A todos
susurra la obra de don Nicolás, ayudando a la contemplación de lo
real, convocando en una amistad que supera la distancia y el tiem­
po. Sin haberle conocido, hoy hemos acudido a su convocatoria,
quizás soñando con estar a la altura de lo que describe.
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Nicolás Gómez Dávila es una figura que tiene un difícil encaje en
el pensamiento contemporáneo, ya que su originalidad le sitúa en un
territorio intelectual absolutamente personal y atípico, especialmente
enfrentado a los vicios académicos. A la vez, y por contraste, ha
construido una obra plenamente actual. Partiendo del desengaño como
actitud vital, lo que le iguala a sus maestros Burckhardt, Montaigne
y Tucídides, se sitúa en la única posición desde la que es posible intentar
una crítica de los grandes tópicos de la cultura moderna: la religión
democrática y el nihilismo, el capitalismo o el socialismo. Para no caer
en la apologética o en la pedagogía se centra en una genealogía del
error que desarrolla en una obra principalmente aforística. Su crítica
ácida que le aproxima a Nietzsche o Cioran se aparta, sin embargo,
de la desesperación de estos gracias a una ironía aristocrática y una
firme creencia en Dios.

|Astrolabio

José Miguel Serrano Ruiz-Calderón (Sevilla, 1960) es Profesor Titular de


Filosofía del Derecho de la UCM. Sobre Nicolás Gómez Dávila ha pronunciado
conferencias e intervenido en Congresos en universidades de España, Polonia
y Colombia, igualmente ha escrito artículos en las Revistas Foro, Nueva
Revista, Pensamiento y Cultura y Anuario de Derecho Eclesiástico del
Estado. Miembro de la Academia Pontificia Para la Vida, ha publicado entre
otros «Retos Jurídicos de la Bioética» «Nuevas Cuestiones de Bioética»
«Eutanasia y vida dependiente» y «La Eutanasia».

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