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1 UMA PRATICA
SUPERSTICIOSA?
CPAD
Todos os direitos reservados. Copyright © 1999 para a língua portuguesa
da Casa Publicadora das Assembléias de Deus.
239 - Apologética
Lima, Paulo Ccsar
LIMq Quebra de Maldição: uma Prática Supersticiosa?
.../ Paulo Cesar Lima
Ia ed. - Rio de Janeiro: Casa Publieadora das
Assembléias de Deus, 1999.
p. 72. cm. 14x21.
ISBN 85-263-0202-7
1. Apologética
CDD
239 - Apologética
Ia edição/1999
S U M A R IO
Duas palavras................................................................... :...... 7
A presentação.......................................................................... 15
Introdução................................................................................19
líntre a superstição e a revelação........................................23
A cultura do m e d o .................................................................29
Bênçãos e maldições sob tom p ro fé tic o ............................35
Definições equivocadas........................................................41
Bvidências bíblicas do falso ensino acerca da
maldição hereditária................................................... 45
Confundindo o humano com o e sp iritu al..........................55
Bquívocos no ensino sobre maldição hered itária............ 61
Interpretação do te x to ........................................................... 67
©QJa s
PALAVRAS
Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes de
nenhuma outra coisa se ocupavam senão de dizer e
ouvir alguma novidade (At 17.21).
T R A N S F O R M A N D O “ PEDRAS” EM “ PÃES”
Estranhamente, de uns tempos para cá, a maioria dos cris
tãos — membros e líderes — vem prescindindo da coerên
cia bíblica para dar lugar às formas mais espalhafatosas,
esquisitas, extravagantes, exóticas e desm oralizantes de
experiência. Não é que a experiência em si seja sem impor-
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D uas p a la v ra s
F A Ç A A S U A P A R TE
Parece mais fácil tom ar o mundo tenebroso e jogar toda a
culpa dos problemas nas costas do diabo, entorpecendo o
povo quanto aos apelos sociais, do que analisar imparcial
mente todas as situações, a fim de tomar as medidas neces
sárias no combate às injustiças sociais.
imagine se aplicássemos à seca do Nordeste o princípio
de que todos os territórios são ocupados por algum coisa-
mim, como denominaríamos o demônio que está ocupando
essa região? Segundo os portadores da idéia de um mundo
lenebroso, esse espírito mau seria chamado de Boca Arden-
le, ou coisa parecida. Todavia é só lembrar um pouquinho
que o problema da seca do Nordeste advém da poderosíssima
indústria da seca instalada naquele território. Suponho que ao
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Q u e b ra d e m aldição: u m a p rá tic a su p crtlcio sa?
IO
D uas p a la v ra s
NEUROSES, M A N IP U LA Ç Õ E S
E IM PO R TA Ç Õ ES
O grupo que vem transformando o mundo num armage-
dom espiritual, onde forças invisíveis do bem e do mal se
digladiam todo o tempo, criou uma neurose coletiva onde
indefesos cristãos vêm se metamorfoseando cm “caça-fan-
lasmas” ambulantes, afastando maus presságios, mandingas,
demônios imaginários e outros bichos semelhantes de ca
sas, quadros, esculturas, painéis, enfim, de qualquer coisa
com fisionomia, rosto ou cara estranha. Parece que era tudo
o que queriam: a transferência de suas culpas para as costas
do coisa-ruim. Foi tão bem-vinda a nova idéia que ganhou
ibope e adesão imediata, alastrando-se por todo país. A situ
ação chegou a um nível tão patológico que um grupo de
líderes evangélicos, reunido numa conferência sobre “guer
ra espiritual”, incentivou o povo cristão a pedir perdão aos
índios pelo roubo das suas terras e pelo que fizemos aos
negros na época da escravidão, a fim de que Deus pudesse
tirar a maldição da terra. Isso significa que o sacrifício de
Q u e b ra d c m aldição: um a p rã tic a su p crtic io sa !
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D uas p a la v ra s
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APRESENTAR AO
Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes dc
nenhuma outra coisa se ocupavam senão de dizer e
ouvir alguma novidade (At 17.21).
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A p re se n ta ç ã o
O A utor
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I N T ROE>U £ A O
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In tro d u ç ã o
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Q u e b ra d e m aldição: um a p rã tic a supcitlcio sa?
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CAPÍTULO UM
ENTEE A
SUPERSTIÇÃO
E A REVELAÇÃO
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E n tre a s u p e rstiç ã o c a rev elação
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Q u e b ra d e m aldição: um a p rã tic a su p crtic io sa !
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E n tre a s u p e rstiç ã o e a rev elação
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CAPITULO DOIS
A CULTUR A
DO ME£>0
PROIBIÇÕES E TO LE R Â N C IA S
Certas maldições verbalizadas foram estritamente proibi
das, visando, num primeiro momento, resguardar o povo
contra a sua própria crença supersticiosa. Portanto, se você
acredita que algo de ruim pode ocasionalmente lhe aconte
cer pelo fato de alguém lhe rogar praga, com certeza isso lhe
afetará psicologicamente, assim como o contrário também é
verdadeiro.
A ironia disso tudo é que há pessoas que estão até hoje
presas por um “Deus te am aldiçoe!” Tal expressão talvez
tenha sido proferida por um líder de ânimo exaltado e, em
razão disso, alguns evangélicos vivem amordaçados a essa
palavra como se o seu destino tivesse sido determinado a
partir daí. Mas a verdade das Escrituras Sagradas é que
nenhum homem — seja ele quem for — tem o poder de
am aldiçoar uma pessoa com palavras im precatórias, no
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A c u ltu ra d o m ed o
U M A C O N C E P Ç Ã O A N T IG A
TG m N SFO ^M AD A
Para os antigos, uma palavra não era meramente um som
que saía dos lábios, mas uma pessoa, um agente enviado; as
sim também criam que a maldição proferida era um agente
ativo que fazia dano. Acreditava-se que, por trás das palavras,
estava a alma de quem a criara. Com o passar do tempo, no
entanto, começaram a entender que a palavra que não fosse
baseada em qualquer capacidade espiritual de realização tor-
nar-sc-ia em vã palavra (2 Rs 18.20). Contudo, continuavam
crendo que, dependendo da condição espiritual da pessoa que
falava, sua palavra se revestia de poder (Ec 8.4; 1 Cr 21.4).
Todavia, observem a evolução do povo cm relação à re
velação divina. Apostava-se que qualquer um podia aben
çoar ou amaldiçoar pessoas. Mas, nessa outra fase de sua
história, o povo começa a ter uma outra concepção sobre o
assunto.
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Q u e b ra d e m aldição: um a p rá tic a su p crtic io sa !
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A c u ltu ra d o m ed o
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CAPITULO TRÊS
BÊNÇÃOS E
MALDIÇÕES SOB
TOM PROFÉTICO
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B ênçãos c m aldições so b to m p ro fé tic o
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Q u e b ra d e m aldição: um a p rá tic a su pcrticiosa?
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B ênçãos c m aldições so b to m p ro fético
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CAPÍTULO QUATRO
DEFINIÇÕES
EQUIVOCADAS
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D efinições e q u iv o cad as
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Q u e b ra d e m aldição: u m a p rá tic a supcrticiosa?
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CAPITULO CINCO
E V ID Ê N C IA S
BÍBLIC A S D O
F A tS ®1C N $ I N O
ACERCA
M A L D IÇ Ã O
H E R E D IT Á R IA
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Evidencias bíblicas d o falso en sin o a c e rc a d a m aldição h e re d itá ria
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Q u e b ra d e m aldição: um a p rá tic a sup crticio sa?
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Evidências bíblicas d o falso en sin o a ce rc a d a m aldição h e re d itá ria
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Q u e b ra d e m aldição: u m a p rá tic a su p c rtic io sa t
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Evidências bíblicas d o falso en sin o a ce rc a d a maldiçfto licreclltiVrlft
SI
Q u e b ra d e m aldição: um a p rá tic a s u p c rtic io sa t
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Evidencias bíblicas do falso en sin o a c e rc a d a m aldição h e re d itá ria
que, movido pelo ódio, quer ver o mal do seu próximo, pois
segundo os ensinos de Jesus no Novo Testamento, tal atitude
vem sempre de um coração azedo c envenenado pelo ódio, o
que é absolutamente anticristão (Mt 5.43-48).
A G E N E A LO G IA DE JESUS
Não há estudo mais claro e definitivo 11a Bíblia, para
mostrar o equívoco da teoria da maldição hereditária do que
o da genealogia de Jesus, que nos livra das concepções mais
fatídicas e pessimistas sobre a vida. Concepções estas que,
11a maioria das vezes, levam-nos a viver uma “antivida”, pelo
fato de concebermos a sofrível idéia de que somos fruto de
um destino cruel, implacável e irremovível. No entanto, o
estudo da genealogia de Jesus exibe inquestionáveis evidên
cias sobre o fato de que ninguém pode diagnosticar o que
alguém vai se tornar, em razão de ser oriundo de uma linha
gem de pervertidos, pois, não obstante termos consciência
da forte influência que 0 meio exerce sobre uma pessoa, isso
não d eterm ina o seu destino. A lém disso, segundo a
genealogia de Jesus, as coisas não ocorrem assim. Não é
porque o avô foi ladrão que o neto terá de sê-lo. Por exem
plo, o afamado rei Davi veio de uma linhagem escusa, que
tinha no seu meio uma prostituta, mas nem por isso ele dei
xou de ser um homem segundo o coração de Deus. Por ou
tro lado, 0 mesmo estudo mostra que 0 inverso também é
verdade, ou seja, alguém que é oriundo de uma ascendência
de pessoas boas c éticas pode se tornar um abominável pe
cador, como foi o caso de M anassés, filho de Ezequias.
Mesmo tendo sido filho de um pai temente a Deus, de um
caráter ilibado, Manassés tornou-se um monstro, a figura
mais trágica da história dos reis de Judá e Israel. Por último,
dando continuidade ao estudo, temos José e Maria, os pais
terrenos de Jesus, os quais, segundo a teoria da maldição
hereditária, deveríam ser pessoas exacerbadamente malig
nas, pois vieram de uma ascendência extremamente compíi-
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Q u e b ra d e m aldição: u m a p rá tic a s u p c rtic io sa t
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CAPITULO SEIS
CONFUHD1NPO
OH VMANOCOM
O ESPIRITUAL
M ALDBÇÃO DE R E L A C IO N A M E N TO O U
M A U S -TR A T O S PSICOLÓGICOS?
Interpretar os traumas humanos como efeitos de uma
m aldição lançada por uma pai em m om ento de tensão
e desequilíbrio em ocional é pura tem eridade e grotesca
superstição.
Estou convicto de que as palavras exercem uma influên
cia muito grande sobre a vida das pessoas. Sem sombra de
dúvida, algumas pessoas são mais afetadas do que outras.
Por exemplo, um pai que diz constantemente para um filho
que ele não presta, não vale nada e que jam ais será alguém
na vida trará traumas irreparáveis à vida de seu filho. Isso é
como desfazer o mundo psicológico de alguém e levar to
dos os seus valores pessoais, sentimentais e emocionais à
falência. No entanto, na vida de alguns elementos, isso tam
bém pode soar como desafio, que serve para motivá-los a
lutar para provarem que os pais estavam errados. Seja como
for, é sempre bom reparar naquilo que estamos dizendo aos
nossos filhos. Agora, coisa bem diferente é um pai, em meio
a um a discussão exaltada, dizer palavras duras e ferinas a
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C onfundindo o h u m an o com o e sp iritu a l
um filho. Ora, qualquer filho sabe muito bem o pai que tem,
e não será uma palavra de reprimenda que vai tomá-lo me
lhor ou pior do que já é.
De fato, temos que tomar muito cuidado com o que fala
mos para os nossos filhos, mas dizer que uma palavra profe
rida fora de hora pode amaldiçoar uma criança é absurdo e
superstição. Primeiro, um pai que amaldiçoa um filho com
palavras, desejando que isso realmente aconteça, não tem
classificação. Segundo, nenhum pai, em sã consciência, de
seja o mal do filho. Terceiro, a Bíblia não se preocupa muito
com quem é amaldiçoado, mas com aquele que amaldiçoa;
isso porque a preocupação bíblica não reside no fato de uma
maldição pegar ou não, mas sim, na reação colérica da pes
soa que desencadeia a vontade de destruir.
M A L D IÇ Ã O IM P O S TA A SI MESMO O U
C O M P LE X O DE INFERIORIDADE?
O velho complexo vem sendo, há tempo, o causador da
destruição psicológica de muita gente.
São milhares de pessoas que vivem debaixo de profun
das melancolias, desgastadas pelos mais variados comple
xos. É gente que não sabe pensar no melhor, mas sempre no
pior em relação a si mesma. Não consegue ser feliz com o
que tem, porquanto é intimamente infeliz, deixando-se com
plicar por coisas pequenas, verdadeiras besteiras, devido à
própria neurose.
Uma pessoa complcxada vive constantemente no limiar
do desespero, pois é o ser humano mais difícil de se convi
ver e o mais fácil de se odiar. Todavia, está muito longe de
ser verdade dizer que complexo é maldição. Primeiro, por
que todo ser humano — alguns menos, outros mais — tem
complexos. Segundo, porque um gordo ou um magro não
desejar ser o que é — faz parte da vida — , porque ninguém
é de ferro. Terceiro, porque complexo não se tira expulsan
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Q u e b ra d e m aldição: um a p rá tic a s u p ertic io sa !
M A L D IÇ Ã O P L A N E JA D A
O U SUPERSTIÇÃO?
É assustadora a maneira como a sociedade brasileira, na
sua maioria, está atolada nas práticas mais abjetas de magia
negra, sempre planejando mal para o próximo, principalmen
te se este for alvo do seu ciúme, da sua inveja, do seu des
peito e do seu desejo de vingança.
O Brasil é um dos únicos países do mundo onde se gas
tam verdadeiras fortunas para se fazer o mal. O que as pes
soas gastam para realizar “trabalhos” contra alguém ou
desfazê-los é algo inimaginável. Não há barreiras nem dis
tância. O que o pai-de-santo mandar fazer, eles fazem e com
precisão.
Há terreiros no Rio de Janeiro que desavergonhadamente
colocam placas chamativas do tipo “fazemos e desfazemos
C onfundindo o h u m an o com o e sp iritu a l
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Q u e b ra d e m aldição: u m a p rá tic a su p crticio sa?
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CAPITULO SETE
EQUÍVOCOS NO ENSINO
SOBRE MALPIÇÃO
HEREt»TÀK<4>
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Equívocos no en sin o s o b re m aldição h e re d itá ria
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Q u e b ra d e m aldição: um a p rá tic a su p erticio sa?
G EO G R A FIA M A L D IT A
A neurose das maldições vai longe. O que tem de gente
fazendo apelo nas igrejas para que se faça orações exorcistas
por um banheiro barulhento, um quarto cheirando a morte,
uma cozinha depressiva ou um quintal supostamente amaldi
çoado não é brincadeira.
Mas o problema da maldição geográfica está na divisão
que se faz do mundo. Quando se divide os lugares em santos
e profanos, cria-se uma topografia maldita de proporções
inimagináveis.
Tempos atrás, chegou ao meu conhecimento que um gru
po de cristãos fanatizados estava desenterrando “cabeça de
jum ento” em terrenos abandonados para desligar pessoas de
suas pseudomaldições. Isso não é nada comparado com o
ensinamento bizarro de uma suposta maldição federal lançada
pelos índios e negros sobre o Brasil.
Faz algum tempo que houve em Brasília, Distrito Fede
ral, um congresso de grande repercussão sobre maldição fe
deral, onde se ensinou que o Brasil só deixaria de ser amal
diçoado quando a igreja pedisse perdão a Deus pelos índios
que tiveram as suas terras saqueadas pelos nossos ancestrais
e pelos negros que, à época da escravidão, foram vilipendi
ados pelos senhores de engenho.
A meu ver, trata-se de um ensinamento tão descaracteri
zado em termos bíblicos que dispensa qualquer comentário.
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Equívocos no en sin o s o b re m aldição h e re d itá ria
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ara facilitar o aprendizado, trazemos a lume uma
série de questões que foram abordadas e anali
sadas pelo autor deste livro.
O leitor deve, para melhor aproveitamento do
que acabou de ler, fazer uma detida reflexão sobre cada per
gunta apresentada, a fim de desenvolver também um senso
de apercebimento das informações pretendidas pelo autor.
Tudo dependerá exclusivamente do leitor e do seu desejo
de saber mais para poder ajudar pessoas que estejam presas
a uma maldição que lhe foi verbalizada.
Este estudo deve ser feito, se possível, em reuniões do
mésticas, grupos de vida, congregações fam iliares, enfim,
em qualquer lugar onde o povo, sob supervisão pastoral,
reúne-se para estudar a Palavra de Deus, com vistas a desco
brir sua vontade.
Q u e b ra d e m aldição: um a p rá tic a su p erticio sa?
3. O que o a u to r q u e r d iz e r, q u a n d o fa la de “ e rro
e sse n c ia l” ?
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In te rp r e ta ç ã o d o te x to
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Q u e b ra d e m aldição: u m a p rá tic a s u p e rtic io sa t
13. C om o v o cê a v a lia a e v o lu ç ã o p e la q u al to d o s
n ó s tem os que p a ssa r, em term o s d e 'c o n h e c im e n to de
D eus, para que possam os nos livrar de práticas su p ersti
ciosas que, m uitas vezes, fazem p arte da n o ssa p ró p ria
c u ltu ra?
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In te rp r e ta ç ã o d o te x to
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UMA PRATICA
SUPERSTICIOSA?
A u to r
M in is tro d o E v a n g e lh o , p ó s -g ra d u a d o em C iê n c ia d a R e lig iã o .
A u to r d e O s Temas Mais Difíceis da Bíblia e Dizimista, eu?!,
p u b lic a d o s pela C P A D .