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O Discípulo e a Questão do Afeto

Huberto Rodhen quando versa sobre filosofia nos afirma que a filosofia oriental
trata da alma da filosofia, enquanto a ocidental nos revela o corpo da filosofia.
Porém, é o próprio Rodhen quem diz que alma sem corpo é fantasma e que corpo
sem alma é cadáver.
Ao ensinar deste modo. O filósofo catarinense, propõe o que ele chama de “filosofia
univérsica” que é uma filosofia que une a alma ao corpo, o uno ao verso, o oriente e
o ocidente. É a filosofia integral.
Rodhen não foi espírita, não sabemos se ele estudou a codificação kardequiana,
todavia não temos dúvida de que ele hoje desencarnado, já despido da ilusão do
corpo físico, nos apoiaria quando afirmamos que a filosofia espírita como Kardec a
viu, evolucionista e unida ao Evangelho de Jesus, a filosofia espírita cristã, é a
verdadeira filosofia integral.
Podemos hoje adotando a mesma proposta de Rodhen dizer que o Evangelho nos
revela a alma da verdade universal, e que a doutrina espírita nos revela o corpo da
mesma. Se dissociarmos o Evangelho da Doutrina Espírita não o entenderemos em
seu aspecto mais profundo de maior instrumento de realização do Ser; do mesmo
modo, se adotarmos a Doutrina Espírita sem a luz transformadora do Evangelho
estaremos cometendo o mesmo erro daquele que valoriza mais o corpo do que o
espírito.
Estudar reencarnação, mediunidade, imortalidade da alma, evolução, entre outros
princípios doutrinários é extremamente importante para compreendermos a
finalidade da vida; todavia se faz essencial unirmos todos estes conceitos à moral
ensinada pelo Meigo Rabi Galileu, sem o que estes conhecimentos não passarão de
elementos fomentadores do nosso orgulho e de elaboração intelectual de
pouquíssima utilidade.
Paulo de Tarso em duas de suas epístolas – aos gálatas e aos romanos – faz
raciocínio semelhante e é muitas vezes incompreendido. Segundo o apóstolo dos
gentios não realizaremos um perfeito ajustamento ao Criador (sendo este o objetivo
maior da vida) através das obras da lei, mas pela fé.
Não esqueçamos que fé é uma tradução do grego “pistis” que tem mais o sentido de
“adesão a uma proposta”, de fidelidade. Converter “pistis” para o latim “credere”
que em português deu “crer” é um grande engano.
O que Paulo chama de “obras da lei” na verdade é o que hoje chamamos de “obra
da imposição”; ou seja, a criatura já consciente de que deve buscar um
comportamento ético porque este é o promotor de seu crescimento espiritual, o faz
mais por constrangimento do que por espontaneidade. O que permanece na virtude
porque se tornou bom, este é que já realizou em si a conquista desta qualidade. É
este que Paulo diz que fez o ajustamento pela fé, pois transformou-se segundo a
orientação do Evangelho.
Não temos dúvida de que a “obra da lei” é um excelente instrumento didático,
porém este recurso cessa quando adotamos o Evangelho como filosofia de vida.
É o próprio Paulo quem confirma:
“Assim a lei se tornou nosso pedagogo até Cristo, para que fôssemos justificados
pela fé. Chegada, porém, a fé, não estamos mais sob pedagogo…” (Gálatas, 3: 24 e
25)
Todos estes comentários nos remetem ao movimento espírita. Nós, os divulgadores
da mensagem do “cristianismo redivivo”, não podemos abrir mão do exemplo
evangélico como instrumento de educação.
É comum no movimento espírita a divergência de opinião sobre alguns aspectos
doutrinários; até aí nada de mal. Porém, estas divergências têm levado a intrigas,
brigas, e até mesmo ao rompimento entre companheiros que muito teriam a
contribuir se pelo Evangelho superassem as diferenças. Foi Jesus quem afirmou
que os seus seguidores seriam reconhecidos por muito se amarem. E foi o maior
divulgador da mensagem cristã quem compreendendo esta verdade e a importância
do afeto no relacionamento entre aqueles que ele denominava “santos” asseverou:
“Que nosso amor seja sem hipocrisia, detestando o mal e apegado ao bem; com
amor fraterno, tendo carinho uns para com os outros cada um considerando o
outro como mais digno de estima. Sede diligentes, sem preguiça, fervorosos de
espírito, servindo ao Senhor, alegrando-vos na esperança, perseverando na
tribulação, assíduos na oração, tomando parte nas necessidades dos santos,
buscando proporcionar a hospitalidade. (Rm, 12: 9 a 13).
Ou ainda:
“Ora, um servo do Senhor não deve brigar; deve ser manso para com todos,
competente no ensino, paciente na tribulação. É com suavidade que deve educar os
opositores, na expectativa de que Deus lhes dará não só a conversão para o
conhecimento da verdade, mas também o retorno à sensatez…” (Timóteo, 2: 24 a
26)
Que bom será o dia em que nós, que também somos discípulos do Cristo, como
Paulo pudermos dizer:
“Deus me é testemunha de que eu vos amo a todos com a ternura de Cristo Jesus. E
é isto que eu peço; que vosso amor cresça cada vez mais, em conhecimento e em
sensibilidade, a fim de poderdes discernir o que mais convém para que sejais puros
e irreprováveis no dia de Cristo, na plena maturidade do fruto de justiça que nos
vem por Jesus Cristo para a glória e o louvor de Deus.” (Filipenses, 1: 8 a 11)
Conhecimento e sensibilidade, amor e instrução, doutrina e Evangelho, estes os
grandes desafios para cada um de nós; mas tudo, conforme orientação do apóstolo,
para a nossa edificação (ver 2Cor, 12: 19), ou ainda, para o aperfeiçoamento de cada
um. (2Cor, 13: 9).

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