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ABSTRACT
Introduction: Dengue is a viral disease transmitted by the Results: Phytochemical screening detected the presence of
mosquito Aedes aegypti L. No vaccine has yet been proteins and amino acids, and Depsides depsidonas, phenols
validated, so there is a need to develop new products with and tannins, alkaloids, steroids and triterpenoids, saponins
new modes of action and cause less environmental impact. and polysaccharides in the extract from leaves and stems of
Objective: To evaluate the toxicity of Jatropha curcas against J. curcas. The efficacy analysis of both extracts (leaf and
the larvae of A. aegypti and determine the preliminary stem) of J.curcas on A. aegypti showed significant insecticidal
phytochemical profile. Methods: The extracts of leaves and effect on the 3rd stage larvae of this mosquito and differed
stem of J. curcas were macerated for seven days in 500 mL statistically with the control group at both assessment periods
of 70% ethanol and using a rotary evaporator. The extracts (** p <0.01). Conclusion: The results of this study
were subjected to phytochemical screening and larvicidal contributed phytochemical information of this kind, but also
activity. For the bioassay, the extracts in the concentration of the potential of this plant in controlling larvae of A. aegypti.
100μg/ml were suspended in disposable cups containing Descriptores: Jatropha curcas. Biological Analysis. Aedes.
100ml of distilled water and 15 larvae in 3rd stage of A.
aegypti each cup. Data were analyzed using the statistical
program SISVAR 4.8, with a significance level of p<0.05.
1
Farmacêutico. Mestre em Ciências Biológicas (Farmacologia) pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Doutorando em
Farmacologia e Biotecnologia pela UNESP. Botucatu-SP, Brasil. E-mail: fbeserra@ibb.unesp.br
2
Engenheiro Agronômico. Doutor em Ciências Biológicas (Biologia Molecular) pela Universidade de Brasília (UNB). Professor
Adjunto III da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Gurupi-TO, Brasil. E-mail: rwsa@uft.edu.br
3
Farmacêutica. Doutora em Ciências dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Professor Adjunto II da
UFLA. Lavras-MG, Brasil. E-mail: elisangelacarvalho@dca.ufla.br
4
Farmacêutica. Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Professor Assistente do Centro
Universitário de Gurupi - UnirG. Gurupi-TO, Brasil. E-mail: jaquecmb@yahoo.com.br
5
Farmacêutico. Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de São Paulo. Professor Assistente do Centro
Universitário de Gurupi - UnirG. Gurupi-TO, Brasil. E-mail: brunofarmaburiti@hotmail.com
Fernando Pereira Beserra. Rua Benedito Mathias Blumer, nº 35, Jardim Paraíso.
Botucatu-SP. CEP: 18610-310 E-mail: fbeserra@ibb.unesp.br
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Bezerra FP, Aguiar RWS, Carvalho EEN, Borges JCM, Vale BN
Revista Amazônia Science & Health. Jatropha curcas L. (Euphorbiáceae) como novo bioinseticida: análise fitoquímica
2014 jul/set;2(3):17-25. preliminar e atividade larvicida contra Aedes aegypti (Diptera: culicidae)
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Revista Amazônia Science & Health. Jatropha curcas L. (Euphorbiáceae) como novo bioinseticida: análise fitoquímica
2014 jul/set;2(3):17-25. preliminar e atividade larvicida contra Aedes aegypti (Diptera: culicidae)
RESULTADOS
Tabela 1: Rendimento dos extratos hidroalcoólicos das folhas e caule de J. curcas concentrados
após secagem
Fração obtida Peso da fração seca Rendimento obtido
Fração etanólica das folhas 4,99 g 3,32 %
Fração etanólica do caule 4,36 g 2,90 %
Tabela 2: Triagem fitoquímica preliminar dos extratos hidroalcoólicos das folhas e caule de J. curcas
Classe de Metabólito secundário Teste / Reagente Folhas Caule
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2014 jul/set;2(3):17-25. preliminar e atividade larvicida contra Aedes aegypti (Diptera: culicidae)
Tabela 3: Valores médios e desvio padrão da porcentagem (%) de mortalidade das larvas de A.
aegypti tratadas com de extrato das folhas e caule de J. curcas
Legenda: Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão da média e a significância
estatística foi determinada pelo teste de F e Tukey; **p<0,01. Médias de mesma letra maiúscula para
coluna e minúscula para linha não se diferem estatisticamente.
Para efeito da mortalidade das larvas de significativas entre si pelo teste de Tukey,
A. aegypti, interação entre os extratos do caule e mostrando que os extratos testados nas mesmas
folha de J. curcas e período de exposição (24 e concentrações apresentaram a mesma eficácia
48 horas), não apresentaram diferenças em ambos os períodos de avaliação.
DISCUSSÃO
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2014 jul/set;2(3):17-25. preliminar e atividade larvicida contra Aedes aegypti (Diptera: culicidae)
Alguns trabalhos têm demonstrado que hostilis, onde observaram a perda da mobilidade
espécies pertencentes à Família Euphorbiaceae com o início de duas horas de tratamento e
possuem propriedade larvicida. Essas plantas estado letárgico em 24 horas de exposição.
apresentam bioativos, principalmente da classe Nesse sentido, ressalta-se que a diferença no
dos terpenos, sendo estes compostos tempo de letalidade pode ocorrer pelos variados
considerados os grandes promissores na mecanismos de ação dos vegetais nas larvas e
obtenção de substâncias com propriedades também pela forma em que esses extratos
inseticidas dessas espécies. penetram por ingestão ou por contato.
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Viegas Junior ressalta que os modos de As diferenças de toxicidade dos extratos
ação mais ativos da espécie J. curcas podem de J. curcas sobre o A. aegypti, possivelmente
estar diretamente relacionados aos terpenóides, estão relacionados com a variação dos teores de
visto que tais substâncias possuem muitas vezes princípios ativos, pois se observa uma taxa de
a finalidade de protegê-las contra a herboviria, mortalidade de larvas maior no extrato das
sendo a inibição da acetilcolinesterase um dos folhas, quando comparado com o extrato do
mecanismos mais encontrados. caule, tanto em 24 horas, como em 48 horas de
Estudos realizados por Rahuman e exposição.
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colaboradores em 2008 , revelaram a atividade Conforme analisado, no presente trabalho
inseticida de cinco plantas da família não foi possível realizar o teste larvicida com
Euphorbiaceae, usando extratos de acetato de concentrações diferentes de modo a obter a CL 50
etila, butanol e de éter de petróleo sobre larvas e de nenhum composto químico puro, porém
de A. aegypti e C. quinquefasciatus, sendo uma vez identificados, estes testes poderão ser
avaliada a maior taxa de mortalidade no extrato realizados numa etapa posterior a essa
acetato de etila de Euphorbia tirucalli L. e J. pesquisa. Assim, esses resultados indicam a
curcas L. possibilidade de uso integrado dessa parte da
Foi evidenciado, recentemente, efeito planta para combater esses mosquitos,
larvicida do extrato aquoso das folhas de diminuindo os impactos ambientais e
J.curcas sobre Rhipicephalus microplus, um contribuindo com a saúde da população e do
importante parasita na bovinocultura mundial. meio ambiente.
Segundo os autores, os resultados de
mortalidade larvar observados foram: T1:0%;
seguida de T2:14%; T3:41%; T4:52%; T5:61%;
T6:61,5% e T7:80%. O tratamento com o extrato CONCLUSÃO
aquoso de pinhão manso sobre larvas do R.
(Boophilus) microplus, resultou em 80% de Os resultados obtidos neste estudo
mortalidade apenas quando administrado na indicam o potencial inseticida contra larvas de A.
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concentração de 64%. aegypti causado pelos extratos de J. curcas.
Devido ao grande uso de inseticidas, o Esses resultados evidenciam que os efeitos
desenvolvimento de resistência é um processo desses extratos são atribuídos possivelmente
que ocorre com muita frequência, pois os pela presença elevada de compostos terpênicos
espécimes resistentes são selecionados ao e saponinas, os quais em grande quantidade
longo do tempo e consequentemente geram podem apresentar características tóxicas e até
populações maiores, necessitando de mudança mesmo letais aos seres vivos.
periódica dos inseticidas utilizados ou a Novas investigações serão necessárias
substituição por métodos físicos e biológicos pelo com a espécie J. curcas, pois o nível de
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maior tempo possível. atividade larvicida apresentado pelos extratos
Em relação às alterações observadas vegetais nesse estudo, indica que em
pelos extratos de J. curcas nas larvas de A. concentrações maiores pode haver uma maior
aegypti, analisou-se as mesmas segundo sua eficácia na mortalidade das larvas de A. aegypti.
movimentação. As larvas pertencentes ao grupo Fica evidente também a necessidade do
controle apresentaram grande locomoção, fracionamento desses extratos em diferentes
observado através de contrações do corpo e polaridades, bem como, a determinação da
reações a qualquer toque com o auxílio da pipeta composição química, visando o isolamento e a
de plástico. Porém, as larvas submetidas ao purificação, para proporcionar um maior grau de
extrato das folhas de J. curcas começaram a exatidão desses compostos encontrados na
apresentar diminuição de seus movimentos após espécie.
uma hora de exposição e ficaram totalmente
letárgicas após 24 horas de contato.
O mesmo fato também ocorreu no trabalho
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realizado por Medeiros , utilizando extratos de
Aspidosperma pyrifolium, Mimosa verrucosa, M.
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