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Florianópolis
2019
Resumo
processo de retificação em superfícies planas. A máquina faz um rebolo abrasivo penetrar uma
pequena distância na peça e uma mesa a movimenta no plano, realizando o avanço do processo
que o rebolo esteja configurado da maneira correta. Aqui entra o processo de dressamento e as
boro cúbico, o processo deve ter alguns cuidados especiais. O processo apresenta diversas
vantagens e ao fim, uma máquina é selecionada e utilizada como exemplo para ilustrar quando
1 Introdução ............................................................................................................ 4
Referências .................................................................................................................. 19
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1 INTRODUÇÃO
Muito do avanço tecnológico ocorrido nos últimos dois séculos se deu pelo surgimento
envolvidas são alguns dos principais expoentes deste avanço. Em especial, o processo de
maioria dos outros processos. Esse é o diferencial que possibilitou o desenvolvimento de muitas
O objetivo deste trabalho é explorar um pouco uma dessas máquinas, a retificadora plana
tangencial (conhecida em inglês como surface grinder). A segunda seção dará uma visão geral
A terceira seção deste trabalho irá mais a fundo no aspecto da máquina ferramenta
necessário para o processo de retificação plana tangencial. Para isso serão detalhados os
rebolo de acordo. Por este motivo a quarta seção irá falar sobre o processo de condicionamento
Por fim, a quinta seção analisará as características que tornam a máquina mais adequada
2 O PROCESSO DE RETIFICAÇÃO
para obtenção de peças com alta qualidade em termos de geometria, dimensão e superfície sem
prejudicar a integridade física da peça. Nas últimas décadas, esse processo obteve grande
compostos cerâmicos, grande demanda por máquinas CNC de alta tecnologia e até na
gira a alta velocidade (20 - 140 m/s) enquanto é pressionada contra a peça, aplicando uma força
(MALKIN, 1989).
usinagem. Cabe a nós a identificação dessas variáveis e suprir o processo com insumos de alta
qualidade para extrair todo seu potencial. Esses insumos podem ser um manejo profissional
e bem documentada, para então lidarmos com perturbações prejudiciais, sendo desde
definida, onde a remoção do material é realizada pela ação de grãos abrasivos mais ou menos
disformes de materiais duros que são postos em interferência com o material da peça
(STOETERAU, 2014)
abrasivo que se movimenta verticalmente, enquanto a peça é fixada em uma mesa que se move
Esta máquina ferramenta é projetada para produzir superfícies planas ou canais retos, com
operação: (a) plana tangencial, (b) plana cruzada, (c) canal e (d) perfil.
fabricada no brasil pela Timemaster, pertencente ao grupo Ferramentas Gerais, ambas com forte
(TIMEMASTER, 2015). Como não tivemos restrições de escolha e pelo fato do manual ser
relativamente bem documentado auxiliando nas buscas de dados mais específicos e encontrar-
se na língua portuguesa, essa máquina ferramenta foi selecionada. Ela conta com as seguintes
características físicas:
Altura 1890mm
Largura 2400mm
Peso 3800kg
Fonte: (TIMEMASTER)
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A máquina é utilizada para trabalhos de tipo pequeno e médio porte e para a manutenção
de outras ferramentas.
vale lembrar que o transporte de cargas pesadas é ainda muito complicado no brasil, não
somente de um ponto de vista burocrático, mas também pelo planejamento que esse
equipamento passa até chegar ao seu destino, envolvendo engenheiros de diversas áreas para,
por exemplo, fixar a máquina adequadamente no caminhão e evitar estradas perigosas. Por isso
pode ser necessário mais uma etapa de planejamento na hora de adquirir uma máquina desse
porte.
A figura a seguir identifica as partes externas da máquina, para serem usadas como
Fonte: (TIMEMASTER)
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3.2 Subsistemas
Todas as máquinas ferramenta possuem pelo menos cinco subsistemas principais, que
(1970), caracteriza as máquinas ferramentas como modulares, isto é, é possível adquirir cada
tempo de uso à máquina por ter partes substituíveis que são produzidas por diferentes
fabricantes no mercado.
Esse subsistema é responsável pela fixação, na máquina, da peça a ser usinada. (CIMM,
2010). No caso da retifica plana tangencial, a situação ideal de operação seria de uma peça
posicionamento confiável, mas também é possível fixar diretamente na mesa através de outros
acessórios, como morsas, para casos de retificação de materiais não ferrosos (TIMEMASTER).
Esse subsistema tem a função de fixar e movimentar a ferramenta nos diversos eixos de
operação. Para a retifica plana tangencial a movimentação fica restrita ao eixo vertical guiada
por uma vara instalada internamente à coluna. O rebolo é preso na parte interna da “proteção
do rebolo” por parafusos entre duas flanges, ligado a coluna, que gira em sentido horário
(TIMEMASTER).
não é diferente, uma base com grande parte da massa da máquina sustenta os subsistemas
restantes e fica com a tarefa de amortecer vibrações que podem estar presentes no ambiente
(COELHO, 2019).
Na retifica plana, esse subsistema refere-se ao conjunto de elementos que faz o rebolo
rotacionar nas diferentes velocidades. É constituído pelo motor, engrenagens, polias, correias e
eixos para transmissão de movimento. O rebolo, na retificadora escolhida, pode ser acionado
(TIMEMASTER).
3.2.5 Avanço
vertical pode ser configurado de 0,005mm até 0,05mm, e o avanço transversal da mesa de 0,1
(CIMM, 2010)
Líquidos especiais são usados durante a usinagem para facilitar o processo: auxiliando
lubrificação e refrigeração, a alternativa no meio termo são os, amplamente usados, fluidos
lubri-refrigerantes.
vamos estimar a retificação seriada de cabeçotes de motores de quatro cilindros com uma área
total de 40x30cm2.
Posicionando o bloco de motor de forma que seu comprimento de 40cm fique alinhado
obtemos 3,43 segundos, por passe. A cada passe a mesa é deslocada 0,5mm transversalmente,
sendo necessário 60 passes para cobrir toda a área do motor, e adicionamos 1 segundo no
processo a cada final de passe, para a maquina fazer outro passe de retificação. Temos então,
265,8 segundos ou aproximadamente 5 minutos para a cobertura total da área do bloco de motor
sem contar o tempo de configuração da máquina. Esse tempo seria dobrado se, por exemplo,
rebolos fossem trocados ao longo de cada passagem para obter um acabamento ainda mais fino.
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3.4 Insumos
usinagem de materiais possuem além de matérias primas brutas para fabricação de produtos,
mas também de todos os agregados que participam do processo de fabricação na fábrica, tais
o material de ligação que mantém os grãos no lugar e poros na superfície que fornecem espaço
que esta propriedade se mantenha constante dentro de uma grande faixa de temperatura. A
dureza dos grãos é geralmente medida pelo método Knoop, que permite medição de dureza
sobre áreas muito pequenas, e a Tabela 2 mostra a dureza de vários tipos de abrasivos medidos
a temperatura ambiente.
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boro cubico (cubic boron nitrite – CBN). Neste tipo de rebolo, o material de ligação mais
comum é metálico, por sua melhor capacidade de ligação. Entretanto, o espaço intragranular
rebolos superabrasivos são projetados para longos períodos de trabalho com poucas operações
de dressamento (mais detalhes na seção 3.4.2), chegando até a tecnologia single layer (camada
HOFFMEISTER, et al., 2011). Isso é necessário pois os grãos abrasivos podem sofrer
microfraturas, afundar no material ligante ou até mesmo ser arrancado dele. O processo de
dressamento de rebolos de superabrasivos pode ser feito de diversas formas, de acordo com
• Mecânico (MD);
• Por descarga elétrica (EDD);
• Eletrolítico em operação (ELID);
• Via laser pulsado (PLD);
• Combinado (CD).
Para cada tipo de rebolo existe uma ferramenta de dressamento adequada. A Tabela 3
mostra a relação entre os rebolos de grão de diamante e CBN ligados de diferentes maneiras.
encontrado no mercado, um rebolo de CBN ligado por metal. Neste caso o truing é feito pelo
2008), e posterior afiação, também chamada de dressamento. O truing é o processo que obtém
a concentricidade entre a superfície do rebolo e o eixo de rotação, além de poder gerar perfis.
Figura 8 – Processo de (a) truing ou geração de forma e (b) dressamento de rebolos com superabrasivos
CBN CBN
⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑉𝑠,𝑆𝑖𝐶
Fonte: adaptado de (LEFEBVRE, SINOT e TORRANCE, 2013)
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O truing feito por Wheel Brake Control utiliza um rebolo de carbeto de silício (SiC)
montado em um mancal e acoplado a um freio centrifugo que resiste à rotação imposta pelo
2008).
O dressamento com Wheel Stick Push em rebolos de CBN é feito geralmente com um
bastão de óxido de alumínio (MALKIN e GUO, 2008). O bastão é fixado na mesa e aproximado
ao rebolo enquanto este rotaciona, movimentando-se transversalmente para atingir toda a face
Figura 9 – Esquerda: topografia do rebolo depois do truing. Direita: topografia do rebolo após o
dressamento
principal propaganda dessa máquina, que garante alta rigidez e precisão, baixa distorção
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do texto era fornecer ao leitor uma breve introdução aos conceitos mais
relevantes do processo de retificação plana tangencial. Para isso foram utilizados diversos
Por fim, é importante ressaltar que este texto é apenas uma breve introdução e muitos
detalhes importante não foram trazidos à discussão. Desta forma, recomenda-se consultar as
fontes mencionadas nas referências para maiores informações, em especial: a obra de Rowe
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Material especial que suporta ambientes altamente agressivos. Desenvolvido pela NSK.
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Referências
DENG, H.; XUN, Z. Dressing methods of superabrasive grinding wheels: A review. Journal
of Manufacturing Processes, Xiangtan, Março 2019.
FERRARESI, D. Fundamentos da Usinagem dos Metais. São Carlos: Edgard Blucher, 1969.
LEFEBVRE, A.; SINOT, O.; TORRANCE, A. Optimization of dressing conditions for a resin-
bonded diamond wheel by topography analysis. Machining Science and Technology, Dublin,
p. 312-324, 2013.
MALKIN, S.; GUO, C. Grinding Technology - Theory and Applications of Machining with
Abrasives. 2ª. ed. New York: Industrial Press, 2008.
ROWE, W. B. Principles of Modern Grinding Technology. 2ª. ed. Oxford: Elsevier, 2014.