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Primeiramente, ela afirma que uma ação moral requer escolha e escolha
requer habilidade de fazer o contrário. Essa é a primeira coisa a ser negada.
Deus é Soberano; o que quer que Ele faça é justo, por essa mesma
razão, porque Ele o fez. Se Ele pune o homem, o homem é punido
justamente, e assim, o homem é responsável. Isso responde à forma de
argumento que se segue: O que Deus faz é justo, a punição eterna não é justa,
portanto Deus não pune. Se o objetor quer dizer que ele recebeu uma
revelação especial de que não existe punição eterna, não poderemos tratar
com ele nesse ponto. Se, contudo, ele não estiver reivindicando uma revelação
especial da história futura, mas apenas um princípio filosófico pelo qual
pretende mostrar que a condenação eterna é injusta, a distinção entre nossas
posições torna-se imediatamente óbvia. Calvino tinha rejeitado essa visão do
universo faz uma lei, quer de justiça ou de evolução, no lugar do legislador
supremo. Tal visão é o dualismo platônico que põe um Mundo das Idéias
superior ao Artífice. Deus em tal sistema é finito ou limitado, confinado a
seguir ou obedecer ao modelo. Mas aqueles que proclamam a Soberania de
Deus determinam o que é a justiça observando o que Deus realmente faz. O
que Deus fizer é justo. O que Ele manda os homens fazerem, ou não, é
similarmente justo ou injusto.
Esse montante é suficiente para a nossa solução. Admito que resta dizer
muitas outras coisas. A necessidade dos meios ou causas secundárias,
imediatas, poderia ser mencionada; o pecado como base judicial da punição
divina, porque Deus determinou que assim fosse, poderia ser mencionado;
apêndices e réplicas adicionais poderiam ser agregados. Apenas uma precisa
ser examinada. A visão aqui proposta faz de Deus o Autor do pecado? O
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CALVINO, João – As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa. [tradução Odayr Olivetti].
São Paulo: Cultura Cristã, 2006. v. 3, p. 48.
Fonte: http://www.trinityfoundation.org/journal.php?id=75