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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO


EE754 – ONDAS GUIADAS

Guias de Onda:
Fibras Ópticas
Prof. Lucas Heitzmann Gabrielli
Geometria

núcleo

2𝑎 casca
Perfis de índices
Monomodo degrau (125 µm) Multimodo degrau (140 µm) Multimodo gradual (125 µm)

≈ 8 µm
≈ 100 µm ≈ 50 µm

𝑛 𝑛 𝑛
𝑛1
𝑛1 𝑛1
𝑛2 𝑛2 𝑛2
𝑟 𝑟 𝑟

𝑛2 = 𝑛1 (1 − Δ) 𝑛2 = 𝑛1 (1 − Δ) 𝑛2 = 𝑛1 1 − 2Δ
𝑛1 ≈ 1,46 Δ ≈ 0,005 𝑛1 ≈ 1,47 Δ ≈ 0,01 𝑛1 ≈ 1,47 Δ ≈ 0,01
• Baixa distorção

Monomodo
• Transmissão por longas distâncias

• Altas taxas de transmissão


󰛒 Desempenho

• Geração de sinais via laser

• Fácil acoplamento do sinal


Multimodo

• Alinhamento de conexões menos crítico

• Fibras plásticas
󰛒 Custo

• Geração de sinais via LED


Modelo em óptica geométrica

𝑛2
𝑛0
𝜋
− 𝜃𝑡 𝑛1
𝜃𝑖 𝜃𝑡 2

𝑛2

𝜋 𝑛 𝜋 𝑛
− 𝜃𝑡 ≥ 𝜃crit = arcsin 󰚱 2 󰚲 ⇔ sin 󰚅 − 𝜃𝑡 󰚆 = cos 𝜃𝑡 ≥ 2 ⇔
2 𝑛1 2 𝑛1

𝑛2 𝑛02 𝑛22 󰞏𝑛12 − 𝑛22


⇔ 󰞏1 − sin2 𝜃𝑡 ≥ 2
⇒ 1 − 2 sin 𝜃𝑖 ≥ 2 ⇔ sin 𝜃𝑖 ≤
𝑛1 𝑛1 𝑛1 𝑛0

Abertura numérica: NA = 󰞏𝑛12 − 𝑛22 Cone de aceitação: 𝜃𝑎 = arcsin 󰙯 NA


𝑛 󰙰
0
Modelo eletromagnético

Calculamos os modos completos do guia circular dielétrico (com perfil degrau) utilizando os
mesmos métodos que para os guias já estudados. Escolhemos soluções para as componentes
longitudinais da forma:

⎧ cos(𝑚𝜑) ⎧ sin(𝑚𝜑)
󰛓 𝐸1 J𝑚 (𝑘𝑡1 𝑟)󰚵sin(𝑚𝜑) 󰚶, 𝑟 ≤ 𝑎
󰛓 󰛓 𝐻1 J𝑚 (𝑘𝑡1 𝑟)󰚵cos(𝑚𝜑)󰚶,
󰛓 𝑟≤𝑎
𝐸𝑧 = ⎨ 𝐻𝑧 = ⎨
󰛓 cos(𝑚𝜑) 󰛓 sin(𝑚𝜑)
󰛓 𝐸2 K𝑚 (𝛼𝑡1 𝑟)󰚵sin(𝑚𝜑) 󰚶, 𝑟 ≥ 𝑎 󰛓 𝐻2 K𝑚 (𝛼𝑡2 𝑟)󰚵cos(𝑚𝜑)󰚶, 𝑟≥𝑎
⎩ ⎩

A seguir, aplicando as condições de contorno (campos tangenciais à fronteira entre meios


contínuos) veríamos a necessidade de utilizar ambos 𝐸𝑧 e 𝐻𝑧 para satisfazer as equações,
concluindo que as soluções gerais desse guia são modos híbridos.

Podemos contudo simplificar significativamente o problema assumindo que a diferença de índices


entre a casca e o núcleo é muito pequena, o que é verdade para a maior parte das fibras ópticas.
Equação de onda em meios não homogêneos
Da lei de Gauss (elétrica) em um meio sem fonte temos:
∇𝜀
∇ ⋅ 𝐃 = ∇ ⋅ (𝜀𝐄) = ∇𝜀 ⋅ 𝐄 + 𝜀∇ ⋅ 𝐄 = 0 ⇔ ∇ ⋅ 𝐄 = ⋅𝐄
𝜀
Utilizando essa igualdade na derivação convencional da equação de onda:

∇ × ∇ × 𝐄 = 𝜔 2 𝜇𝜀𝐄 ⇔
⇔ ∇(∇ ⋅ 𝐄) − ∇2 𝐄 = 𝜔 2 𝜇𝜀𝐄 ⇔
∇𝜀
⇔ ∇2 𝐄 + 𝜔 2 𝜇𝜀𝐄 = ∇ 󰚛 ⋅ 𝐄󰚜
𝜀
No lado esquerdo dessa igualdade as componentes vetoriais retangulares não se misturam umas
às outras; o lado direito é responsável pelo acoplamento entre componentes.

Caso ∇𝜀
𝜀 ≈ 0 o campo elétrico tenderá a manter sua polarização. O mesmo ocorre com o campo
magnético em relação a ∇𝜇
𝜇 .
Aproximação de guiamento fraco

Consideramos que 𝑛1𝑛−𝑛2 ≪ 1. Nesse caso os modos guiados pela fibra óptica serão (na nossa
1
aproximação) linearmente polarizados. Considerando o campo elétrico transversal polarizado em
𝐮𝑦 (análogo para 𝐮𝑥 ):
𝐄𝑡 = 𝐸𝑦 𝐮𝑦

Como vimos nos guias laminares, um guia dielétrico em condição de guiamento fraco 𝑛1 ≳ 𝑛2
suporta um modo similar a uma onda plana. Neste caso:
1 𝐸𝑦 𝐸𝑦
𝐇𝑡 ≈ 𝐮𝑧 × 𝐄𝑡 = − 𝐮𝑥 = 𝐻𝑥 𝐮𝑥 ⇒ 𝐻𝑥 = −
𝜂 𝜂 𝜂

Por fim as componentes longitudinais serão dadas pelas leis de Faraday e Ampère:


𝑗 ∂𝐸𝑦 𝑗 ∂𝐻𝑥 𝑗 ∂𝐸𝑦
𝐻𝑧 = 𝐸𝑧 = =−
𝜔𝜇 ∂𝑥 𝜔𝜀 ∂𝑦 𝜔𝜀𝜂 ∂𝑦
Equação de onda
Devemos resolver ainda a equação de onda (homogênea) para determinar 𝐸𝑦 em cada meio:

∇𝑡2 𝐄 + 𝑘𝑡2 𝐄 = 0 ⇒ ∇𝑡2 𝐸𝑦 + 𝑘𝑡2 𝐸𝑦 = 0

A solução já conhecida em coordenadas cilíndricas é escolhida na forma:

⎧ cos(𝑚𝜑)
󰛓 𝐴J𝑚 (𝑘𝑡1 𝑟)󰚵sin(𝑚𝜑) 󰚶,
󰛓 𝑟≤𝑎
𝐸𝑦 = ⎨ (𝛼𝑡2 = 𝑗𝑘𝑡2 )
󰛓 cos(𝑚𝜑)
󰛓 𝐵K𝑚 (𝛼𝑡2 𝑟)󰚵sin(𝑚𝜑) 󰚶, 𝑟≥𝑎

O termo em Y𝑚 (𝑘𝑡1 𝑟) que apareceria na região 𝑟 ≤ 𝑎 diverge em 𝑟 = 0, sendo portanto
eliminado da solução. Similarmente, I𝑚 (𝛼𝑡2 𝑟) diverge em 𝑟 → ∞, não representando solução
fisicamente aceitável.

Notamos aqui que, assim como ocorreu para os guias metálicos circulares, há a existência de 2
famílias de soluções geradas pela escolha entre seno ou cosseno.
Componentes longitudinais
⎧ 𝑗 cos(𝑚𝜑) − sin(𝑚𝜑)
󰛓 ′
󰛒 cos 𝜑 − 𝑚
󰛓 𝜔𝜇1 𝐴 󰛕𝑘𝑡1 J𝑚 (𝑘𝑡1 𝑟)󰛑 𝑟 J𝑚 (𝑘𝑡1 𝑟)󰛑 󰛒 sin 𝜑󰛖 , 𝑟≤𝑎
󰛓 sin(𝑚𝜑) cos(𝑚𝜑)
𝐻𝑧 =
⎨ cos(𝑚𝜑) − sin(𝑚𝜑)
󰛓 𝑗
󰛓 𝜔𝜇 𝐵 󰛕𝛼𝑡2 K𝑚 ′
(𝛼 𝑟)󰛑 󰛒 cos 𝜑 − 𝑚
K (𝛼 𝑟)󰛑 󰛒 sin 𝜑󰛖 , 𝑟 ≥ 𝑎
󰛓 2 𝑡2
sin(𝑚𝜑)
𝑟 𝑚 𝑡2
cos(𝑚𝜑)

⎧ cos(𝑚𝜑) − sin(𝑚𝜑)
󰛓 − 𝑗 𝐴 󰛕𝑘𝑡1 J ′ (𝑘𝑡1 𝑟)󰛑 󰛒 sin 𝜑 + 𝑚
J (𝑘 𝑟)󰛑 󰛒 cos 𝜑󰛖 , 𝑟≤𝑎
󰛓 𝜔𝜀 𝜂 𝑚 𝑟 𝑚 𝑡1
󰛓 1 1
sin(𝑚𝜑) cos(𝑚𝜑)
𝐸𝑧 =
⎨ cos(𝑚𝜑) − sin(𝑚𝜑)
󰛓
󰛓 − 𝜔𝜀𝑗 𝜂 𝐵 󰛕𝛼𝑡2 K𝑚

(𝛼𝑡2 𝑟)󰛑 󰛒 sin 𝜑 + 𝑚 K𝑚 (𝛼𝑡2 𝑟)󰛑 󰛒 cos 𝜑󰛖 , 𝑟 ≥ 𝑎
󰛓 2 2
sin(𝑚𝜑)
𝑟
cos(𝑚𝜑)

Onde usamos:
∂ d𝑟 ∂ d𝜑 ∂ ∂ 1 ∂ ∂ ∂ 1 ∂
= + = cos 𝜑 − sin 𝜑 = sin 𝜑 + cos 𝜑
∂𝑥 d𝑥 ∂𝑟 d𝑥 ∂𝜑 ∂𝑟 𝑟 ∂𝜑 ∂𝑦 ∂𝑟 𝑟 ∂𝜑
Condições de contorno
Aplicamos as condições de contorno em 𝑟 = 𝑎 considerando que 𝜀1 ≈ 𝜀2 , 𝜇1 ≈ 𝜇2 e 𝜂1 ≈ 𝜂2 :
′ ′ J (𝑢) K (𝑤)
𝐴𝑘𝑡1 J𝑚 (𝑘𝑡1 𝑎) = 𝐵𝛼𝑡2 K𝑚 (𝛼𝑡2 𝑎)
󰚵 ⇒ 𝑢 𝑚−1 = −𝑤 𝑚−1
𝐴J𝑚 (𝑘𝑡1 𝑎) = 𝐵K𝑚 (𝛼𝑡2 𝑎) J𝑚 (𝑢) K𝑚 (𝑤)

onde usamos:
′ 𝑚 ′ 𝑚
J𝑚 (𝑧) = − J (𝑧) + J𝑚−1 (𝑧) K𝑚 (𝑧) = − K (𝑧) − K𝑚−1 (𝑧)
𝑧 𝑚 𝑧 𝑚
e as grandezas 𝑢 e 𝑤 são definidas como:

𝑢 = 𝑘𝑡1 𝑎 = 𝑘0 𝑎󰞏𝑛12 − 𝑛𝑒2

𝑤 = 𝛼𝑡2 𝑎 = 𝑘0 𝑎󰞏𝑛𝑒2 − 𝑛22

𝑣 = 󰞎𝑢 2 + 𝑤 2 = 𝑘0 𝑎󰞏𝑛12 − 𝑛22 (frequência normalizada)

A 𝑛-ésima solução da equação transcendental para 𝑛𝑒 define o modo LPmn.


Degenerescências

Quando 𝑚 ≠ 0 a existência das famílias de soluções com seno e cosseno resulta em modos de
dupla degenerescência em 𝜑.

Além disso, a escolha da polarização do campo elétrico transversal é livre. Apesar de termos
partido do campo polarizado em 𝐮𝑦 , uma rotação de 90° resultaria em um campo polarizado
em 𝐮𝑥 para qualquer um dos modos encontrados.

Dessa forma, os modos LPmn com 𝑚 ≠ 0 apresentam degenerescência quádrupla (seno/cosseno


e 2 polarizações), enquanto os modos LP0n tem degenerescência dupla (2 polarizações).
Corte
A situação de corte ocorrerá quando 𝛼𝑡2 → 0, i.e., 𝑢 → 𝑣. Utilizando a equação transcendental
obtemos as frequências normalizadas de corte:
J𝑚−1 (𝑣𝑐𝑚𝑛 ) K (𝑤)
𝑣𝑐𝑚𝑛 = lim −𝑤 𝑚−1 = 0 ⇒ J𝑚−1 (𝑣𝑐𝑚𝑛 ) = 0
J𝑚 (𝑣𝑐𝑚𝑛 ) 𝑤→0 K𝑚 (𝑤)
No caso 𝑚 = 0 as frequências de corte serão dadas pelas raízes de J−1 , que são as mesmas de
J1 . Ainda neste caso observa-se que a equação transcendental tem solução para qualquer 𝑣 > 0,
de maneira que não há corte para o modo LP01 (𝑣𝑐01 = 0).

Assim, usando 𝜒𝑚𝑛 para representar a 𝑛-ésima raíz de J𝑚 excluindo o zero (como fizemos para
os guias metálicos circulares) teremos:

⎧0 𝑚 = 0, 𝑛 = 1
󰛓
𝑣𝑐𝑚𝑛 = 𝜒1(𝑛−1) 𝑚 = 0, 𝑛 > 1

󰛓𝜒 𝑚≥1
⎩ (𝑚−1)𝑛

Note que os modos LP0(n+1) e LP2n terão frequências de corte iguais.


Curvas universais
1 LP
01

0,8 11

21
02
0,6
𝑛𝑒2 −𝑛22
𝑛12 −𝑛22

31
𝑏=

0,4 12

41

0,2
22
03
51
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
𝑣
Potência
Das condições de contorno podemos determinar o valor da constante 𝐵:
J𝑚 (𝑘𝑡1 𝑎)
𝐵= 𝐴
K𝑚 (𝛼𝑡2 𝑎)
Substituindo esse valor na expressão para 𝐸𝑦 e trocando 𝐴 por 𝐸0 , obtemos a seguinte
expressão para a componente 𝐮𝑧 do vetor de Poynting:

⎧ |𝐸0 |2 2 cos2 (𝑚𝜑)


󰛓 J
󰛓 2𝜂1 𝑚 𝑡1 (𝑘 𝑟)󰚵 󰚶, 𝑟≤𝑎
1 ∗ sin2 (𝑚𝜑)
𝓢 ⋅ 𝐮𝑧 = ℜ {𝐄 × 𝐇 } ⋅ 𝐮𝑧 =
2 ⎨ |𝐸0 |2 J𝑚
2
(𝑘𝑡1 𝑎) cos2 (𝑚𝜑)
󰛓
󰛓 2𝜂2 K𝑚
2
2 (𝛼 𝑎) K𝑚 (𝛼𝑡2 𝑟)󰚵 󰚶, 𝑟 ≥ 𝑎
⎩ 𝑡2 sin2 (𝑚𝜑)

Conhecer o perfil da densidade de potência dos modos da fibra pode ser útil na identificação dos
mesmos em laboratório.
Modo LP01

𝑎 𝑎

𝑣 = 1,0 𝑣 = 7,0
Modo LP02

𝑎 𝑎

𝑣 = 4,3 𝑣 = 8,0
Modo LP11

𝑎 𝑎

𝐸𝑦 ∝ cos(𝜑) 𝐸𝑦 ∝ sin(𝜑)
Modo LP21

𝑎 𝑎

𝐸𝑦 ∝ cos(2𝜑) 𝐸𝑦 ∝ sin(2𝜑)
Modo LP??

𝑎 𝑎

𝐸𝑦 ∝ cos(𝑚𝜑) 𝐸𝑦 ∝ sin(𝑚𝜑)
Perdas

• 1965: primeira demonstração de transmissão de dados (perdas de 1 dB/m)

• 1966: Charles K. Kao propôs o uso de sílica de alta pureza para diminuir as perdas (Nobel
em 2009)

• 1970: demonstração de apenas 17 dB/km (Corning)

• Atualmente: 0,17 dB/km (Corning)

• Quando a atenuação não é fator crítico: fibras plásticas

• A atenuação determina a distância máxima entre repetidores


Fontes de atenuação
8
• Absorção pelo material (cresce Bandas: O E S C L U

1ª janela
rapidamente na sílica acima de 1,7 µm
e devido à presença de ligações O-H

Absorção material [dB/km]


apresenta picos em torno de 1,39 µm, 6
1,24 µm e 950 nm)
Início de
• Espalhamento Rayleigh: provocado por 1980
flutuações microscópicas de densidade da 4
fibra e outras imperfeições (∝ 𝜆 −4 ) Fim de
1980
• Espalhamentos inelásticos Raman
2
e Brillouin: espontâneos (pequena
contribuição) e estimulados
Atual
(problemáticos para altas intensidades)
0
• Perdas por curvatura 0,7 1 1,3 1,6 1,9
Comprimento de onda [µm]
Dispersão
A velocidade de propagação da onda depende de sua frequência, assim um pulso, que
necessariamente contém componentes em uma banda de frequências, acabará distorcido pelo
guia (alargamento e achatamento).

A principal consequência desse processo é a limitação da taxa de transmissão de informação.

As principais causas de dispersão em guias em geral são:

• Dispersão intermodal: sinal transportado em diferentes modos de propagação, incluindo


modos degenerados

• Dispersão intramodal ou cromática, resultante de:

− Dispersão material: o índice de refração do dielétrico varia com o comprimento de onda

− Dispersão de guia de onda: a constante de propagação depende das dimensões do guia


em relação ao comprimento de onda
Pulso gaussiano
Utilizamos o comportamento modal da fibra para descrever a propagação de um pulso de
distribuição espectral 𝐹 (𝜔). Considerando apenas 1 modo propagante, podemos escrever:
𝐄(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝜔) = 𝐄0 (𝑥, 𝑦)𝐹 (𝜔)𝑒 −𝑗𝛽𝑧

Se considerarmos o sinal de portadora 𝜔0 modulado por um pulso gaussiano no tempo com


largura 𝜏 obtemos:

1 𝑡 2 √ 1
𝑓(𝑡) = exp 󰚷− 󰚛 󰚜 + 𝑗𝜔0 𝑡󰚸 ⇒ 𝐹 (𝜔) = 󰝾 𝑓(𝑡)𝑒 −𝑗𝜔𝑡 d𝑡 = 𝜏 2𝜋 exp 󰚡− 𝜏 2 (𝜔 − 𝜔0 )2 󰚢
2 𝜏 2
−∞

ℜ 𝑓(𝑡) 𝐹 (𝜔)

𝜔0 𝜔
Propagação
Após a propagação até um ponto 𝑧 o pulso no tempo será dado por:

1
𝑔(𝑡, 𝑧) = 󰝾 𝐹 (𝜔)𝑒 −𝑗𝛽𝑧 𝑒 𝑗𝜔𝑡 d𝜔
2𝜋
−∞

Introduzimos aqui a dependência entre 𝛽 e 𝜔 considerando apenas os 3 primeiros termos da série


de Taylor em torno de 𝜔0 :

d𝛽 (𝜔 − 𝜔0 )2 d2 𝛽 (𝜔 − 𝜔0 )2
𝛽(𝜔) ≈ 𝛽(𝜔0 ) + (𝜔 − 𝜔0 ) 󰝍 + 󰝍 = 𝛽0 + (𝜔 − 𝜔0 )𝛽1 + 𝛽2
d𝜔 2 d𝜔 2 2
𝜔0 𝜔0

Fazendo as substituições necessárias:


2
𝜏 −𝑗(𝛽0 𝑧−𝛽1 𝜔0 𝑧) 1 𝑡′ 𝜏 ′ = 󰞎𝜏 2 + 𝑗𝛽2 𝑧
𝑔(𝑡, 𝑧) = 𝑒 exp 󰛕− 󰚱 󰚲 + 𝑗𝜔0 𝑡 ′ 󰛖 󰚵
𝜏′ 2 𝜏′ 𝑡 ′ = 𝑡 − 𝛽1 𝑧
Propagação
Separando as partes real e imaginária de 𝜏 ′−1 , obtemos:
𝜏 1 𝑡 − 𝛽1 𝑧 2 𝑗(𝜔0 𝑡−𝛽0 𝑧+𝜃)
𝑔(𝑡, 𝑧) = 󰞐 ″ exp 󰛕− 󰚛 󰚜 󰛖𝑒
𝜏 2 𝜏″

𝛽2 𝑧 2
𝜏 ″ = 󰞑𝜏 2 + 󰚛 󰚜
𝜏
𝛽2 𝑧 𝑡 − 𝛽1 𝑧 2 1 𝛽 𝑧
𝜃= 2󰚛 ″
󰚜 − arctan 󰚛 22 󰚜
2𝜏 𝜏 2 𝜏
Essa derivação resulta em 3 importantes conclusões:
• O pico do pulso move-se segundo 𝑧 = 𝛽1 ,
𝑡
resultando na definição da velocidade de grupo:
d𝛽 −1 1
𝑣𝑔 = 󰙯 d𝜔 󰙰 = 𝛽1

• Ocorre um achatamento do pulso de um fator 󰞎 𝜏𝜏″

• Há também um alargamento Δ𝜏 do pulso: 𝜏 ″2 = 𝜏 2 + Δ𝜏 2 , com Δ𝜏 = 𝛽2 𝑧


𝜏
Dispersão cromática
Vimos que o alargamento do pulso que se propaga no guia será inversamente proporcional à sua
largura inicial e diretamente proporcional à distância de propagação e à dispersão do guia:
𝛽2 𝑧
Δ𝜏 =
𝜏
O fator de dispersão está diretamente ligado à variação da velocidade de grupo, sendo assim
conhecido como dispersão de velocidade de grupo (GVD):
d𝛽1 d −1 1 d𝑣𝑔
𝛽2 = = (𝑣𝑔 ) = − 2
d𝜔 d𝜔 𝑣𝑔 d𝜔

Em fibras é comum especificar-se o parâmetro de dispersão 𝐷 (em unidades de ps/km/nm), para


simplificar o cálculo do alargamento em função da largura de banda inicial do pulso:
d𝛽1 2𝜋𝑐 1 d𝑣𝑔
𝐷= = − 2 0 𝛽2 = − 2
d𝜆0 𝜆0 𝑣𝑔 d𝜆0

2𝜋𝑐0 𝜆02
Δ𝜏 = Δ𝜔𝛽2 𝑧 ≈ 󰚱− Δ𝜆0 󰚲 󰛇− 𝐷󰛈 𝑧 = Δ𝜆0 𝐷𝑧
𝜆02 2𝜋𝑐0
Dispersão cromática

Podemos fazer um cálculo da dispersão cromática identificando separadamente as componentes


de dispersão provocadas pelo material e pelo guia:

Δ𝜏 = Δ𝜏mat + Δ𝜏wg = Δ𝜔𝑧𝛽2 󰜸 + Δ𝜔𝑧𝛽2 󰜸


mat wg

Para a dispersão material consideramos uma onda não guiada (onda plana) propagando-se em
um material de índice de refração homogêneo que varia com o comprimento de onda.

Qual é esse índice e como determinar sua variação com o comprimento de onda?

No caso da dispersão de guia de onda consideramos os materiais não dispersivos (não variam
com a frequência) e calculamos o efeito do guia baseado nas curvas universais.
Dispersão (material)
1,46 60
d2 𝛽 1 d𝑛 d2 𝑛
= 󰚱2 + 𝜔 󰚲 ⇔
d𝜔 2 𝑐0 d𝜔 d𝜔 2

Dispersão material [ps/km/nm]


𝜆02 d2 𝑛

Índice de refração (SiO2)


⇔ 𝛽2 = 1,454 0
𝑐0 𝜔 d𝜆02

Dependendo da escolha de índice


1,448 −60
utilizado (𝑛𝑒 ou 𝑛1 /𝑛2 ):

𝜆0 d2 𝑛𝑒
𝐷=− 1,442 −120
𝑐0 d𝜆02
𝜆0 d2 𝑛
𝐷mat = −
𝑐0 d𝜆02
1,436 −180
0,7 1 1,3 1,6 1,9
Δ𝜏mat = Δ𝜆0 𝐷mat 𝑧
Comprimento de onda [µm]
Dispersão de guia de onda
Escrevemos a solução 𝛽 em função de 𝑏
1,6 introduzindo a variável Δ𝑛 = 𝑛1 − 𝑛2 :
LP01
1,2 𝛽 = 𝑘0 󰞏𝑛22 + 𝑏(𝑛12 − 𝑛22 ) ≈ 𝑘0 (𝑛2 + 𝑏Δ𝑛)

Assim:
0,8
𝑣 dd𝑣(𝑣𝑏)
2

d2 𝛽 1 d2
2

= [𝑘 (𝑛 + 𝑏Δ𝑛)] ⇔
d𝜔 2 𝑐02 d𝑘02 0 2
0,4
Δ𝑛 d𝑣 d2 (𝑣𝑏) Δ𝑛 d2 (𝑣𝑏)
⇔ 𝛽2 = = 𝑣 ⇒
𝑐02 d𝑘0 d𝑣 2 𝑐0 𝜔 d𝑣 2
0 Δ𝑛 d2 (𝑣𝑏)
⇒ 𝐷wg = − 𝑣
𝑐0 𝜆0 d𝑣 2
0 1 2 3 4 5
𝑣
Temos então que Δ𝜏wg = Δ𝜆0 𝐷wg 𝑧.
Dispersão intermodal
A dispersão intermodal é provocada pelas diferentes velocidade de grupo de cada modo.

Uma aproximação aceitável para a máxima dispersão intermodal pode ser obtida considerando o
comportamento de onda plana dos modos fracamente guiados em um meio de índice 𝑛𝑒 .

Como o valor de 𝑛𝑒 é limitado entre 𝑛1 para modos distantes do corte e 𝑛2 para modos
próximos do corte, podemos utilizar esses valores para determinar o máximo atraso possível entre
sinais propagando-se em modos distintos:

Δ𝑡int = 𝑡max − 𝑡min 𝑧


󰛑 𝑧 ⇒ Δ𝑡int ≈ Δ𝑛
𝑡 ≈ 𝑐 𝑛𝑒 𝑐0
0

Considerando ambos os processos de dispersão (cromática e intermodal):


2 2
Δ𝜏tot = Δ𝑡int + Δ𝜏 2 = Δ𝑡int
2
+ (Δ𝜏mat + Δ𝜏wg )2
Perfil parabólico
Fibras multimodo de perfil parabólico permitem uma equalização das velocidades de propagação,
praticamente eliminando a dispersão intermodal.

𝑟
𝑎
𝑛
𝑛1

𝑛2

−𝑎
Exercícios
1 Suponha que queremos projetar um enlace óptico para a transmissão de dados por uma
distância de 1 km. Escolhemos uma fonte LED de 850 nm com 1,0 mW de potência e largura
espectral típica de 50 nm. Os dados serão enviados por uma fibra multimodo de índice degrau.
Assumiremos uma perda de fonte para a fibra de 12 dB. Na extremidade detectora consideramos
uma perda de 1,5 dB da fibra para o detector. Finalmente, adotamos conectores ópticos em cada
extremidade (0,7 dB cada) conectando a fibra à fonte e ao detector. A margem de potência
desejada para o sistema é de 8 dB. Deseja-se utilizar um fotodiodo PIN com −35 dBm de
sensibilidade como detector.

Dados da fibra:
• Tipo: multimodo (índice degrau) • Atenuação: 4 dB/km
• Diâmetro do núcleo: 50 µm • Dispersão cromática: 0,1 ns/nm/km
• NA: 0,24 • Dispersão modal: 15 ns/km

a. Verifique se o detector escolhido satisfaz a margem de segurança desejada. Qual seria a


máxima distância de transmissão possível nas condições do projeto?
b. Considerando o critério de que o alargamento do pulso transmitido deva ser de até a metade
do período do sinal e os tempos de subida do transmissor e do receptor são respectivamente
10 ns e 0,3 ns, determine se o sistema é capaz de operar a uma taxa de transmissão de dados
de 20 Mbit/s. Qual seria a distância máxima de transmissão suportada pelo sistema a essa
taxa?
c. Qual a nova distância suportada pelo sistema caso substituíssemos a fibra de índice degrau
por uma de índice gradual com características similares exceto a dispersão intermodal de
apenas 3 ns/km?

2 Uma fibra multimodo com núcleo de 50 µm de diâmetro é projetada para limitar sua
dispersão intermodal em 10 ns/km. Qual é a abertura numérica da fibra? Qual é o limite de
taxa de bits para transmissão de 10 km em 880 nm? Considere o índice da casca 1,45, a largura
espectral da fonte 50 nm e a dispersão cromática da fibra 0,1 ns/nm/km.

3 Uma fibra óptica monomodo de índice degrau é projetada para operar com corte em 1,1 µm.
O índice de refração da casca é 1,445 e do núcleo 1,450. Determine o raio do núcleo dessa fibra
e seu índice efetivo em 1,5 µm.
4 Uma fibra de perfil degrau com casca de sílica (SiO2) e núcleo com índice 1% acima da casca
é projetada para apresentar corte em 1,2 µm. Quantos e quais modos propagantes suportará essa
fibra em 900 nm? Considere que, apesar do índice da sílica variar para cada frequência, o degrau
de 1% é constante (i.e., o índice do núcleo acompanha a variação relativa da casca).

5 Uma medida feita em uma fibra monomodo resultou em um valor de 0,02 para o parâmetro
2 em 0,8 µm. Calcule o valor de 𝛽2 e da dispersão 𝐷.
d2 𝑛
𝜆02 d𝜆
0

6 Um pulso a 900 nm de largura espectral 25 nm é transmitido por uma fibra de SiO2.


Determine a dispersão material desse sistema. Qual deverá ser a largura do pulso após 1 km de
propagação?

7 Uma fibra com núcleo de 5,1 µm de diâmetro e índices 1,447 na casca e 1,454 no núcleo
é alimentada por um laser em 1,3 µm com pulsos de 3 nm de largura espectral. Calcule o
alargamento e a largura dos pulsos após 1 km de propagação devido somente à dispersão de guia
de onda.

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