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LOGÍSTICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ANÁLISE E PROPOSTAS

PARA APLICAÇÃO EM UMA CONSTRUTORA

Alana Corsi1, Daiane M. G. Chiroli1, Fernanda C. Zola1, Franciely V. Aragão1


1 Universidade Estadual de Maringá (UEM)

aaacorsi@gmail.com; dmgenaro@gmail.com; fczola2@uem.br; fvaragao2@uem.br

Resumo: Com a crescente exigência do mercado as organizações passaram a


investir em áreas até então negligenciadas, como a logística. Dessa forma, visando
maior lucratividade e competitividade, a indústria da construção civil, conhecida por
desperdícios; improvisação e atrasos, passou a abordar a logística nas obras,
objetivando o gerenciamento dos suprimentos de forma eficiente visando suprir suas
atuais deficiências. O presente trabalho tem por objetivo analisar a aplicação da
logística em uma empresa do ramo da construção civil da cidade de Maringá-PR,
analisando diferentes concepções acerca do assunto, possibilitando evidenciar
restrições operacionais e consequentemente propor ações para aplicação mais
eficiente da área. Caracterizada como pesquisa exploratória e descritiva, com
procedimentos técnicos classificados como pesquisa-ação, havendo interação entre
pesquisador e representantes da empresa.
Palavras-Chave: Logística; Construção civil; Restrições operacionais.

1. Introdução

A construção civil é um das áreas que se manteve conservadora por muito


tempo, sem preocupar-se com inovar para competir. Essa cultura de considerar a
produção apenas da matéria prima em produto acabado, ignorando a otimização da
etapa de transformação, acarretou a uma imagem associada a atrasos,
desperdícios, e baixa qualidade. No entanto, devido a competitividade advinda da
globalização e à crescente concorrência, as empresas necessitaram buscar meios
de se tornarem mais competitivas. Uma das áreas que possibilitaria esse aumento
de competitividade é a logística.
A logística é uma das áreas que aplicada à indústria da construção civil
possibilita um melhor planejamento das atividades/produção; como aquisição de
matéria prima; fornecimento e manutenção de equipamentos; assim como
movimentação da mão de obra, atividades necessárias para o andamento das obras
(VIEIRA, 2010).
Deste modo, com o objetivo de analisar a aplicação da logística na construção
civil, uma construtora da cidade de Maringá, no estado do Paraná, foi selecionada
para a aplicação de um questionário, que objetiva compreender o entendimento da
organização acerca da logística e, posteriormente, realizar visita in loco em uma de
suas obras, viabilizando as análises presentes no trabalho.

2. Logística

Segundo o Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP)


(2006), logística é a parte do gerenciamento da cadeia de suprimentos que planeja,
implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente de matérias-primas,
materiais e produtos semiacabados, as informações a eles relativas, do início da
cadeia ao ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes.
Promove aumento de eficiência de uma organização, pois integra fabricante,
fornecedor e consumidor final, acarretando um processo mais ágil, seguro e lucrativo
(BEUREN; PIOLI, 2009). Ainda, essa integração possibilita o cumprimento da
missão da logística, que de acordo com Ballou (2001) é estar com o bem ou serviço
nas condições esperadas pelo cliente, na hora e lugar certos, contribuindo, assim,
para a melhoria contínua da empresa.

Com as exigências cada vez maiores, por parte dos clientes, as empresas
necessitaram adequar seus processos de modo a integrar e agregar maior valor ao
produto ou serviço final, permitindo maior competitividade. Além disso, essas
exigências fizeram com que as empresas buscassem materializar e implantar a
logística integrada juntamente com a filosofia da produção enxuta - Lean
Manufacturing (SANTOS, 2010) - que se baseia na eliminação progressiva de
desperdícios, fluxo contínuo de processos, produção de acordo com a demanda, just
in time - no tempo e quantidade pré-estabelecidos, e pela relação próxima e de
parceria com fornecedores. Também, capaz de reduzir o leadtime do momento em
que o cliente realiza o pedido até a entrega do produto final, removendo movimentos
que não agregam valor (OHNO, 1997).

Dessa forma, a logística é uma área a se investir nas organizações tornando-


as mais competitivas, além disso, é capaz de promover maior lucratividade, já que
conforme Ballou (2001, p.36), em 1990, os custos logísticos em organizações
variavam de 4 a 30% do valor das vendas, representando uma parcela significativa
de seus custos, sendo assim, com seu correto gerenciamento pode acarretar lucros
e reduzir custos.

2.1. Logística na Construção civil

Por muitos anos o ramo da construção civil fundamentou-se na área técnico-


estrutural, negligenciando outras áreas, como a logística, não possuindo, deste
modo, um gerenciamento do fluxo de suprimentos eficiente, acarretando contínuos
desperdícios e improvisação, tornando as empresas do ramo menos competitivas
(BARBOSA et al., 2008). Para Farias e Santos (2003) otimizando o setor por meio
da logística, as áreas negligenciadas seriam revertidas para redução de atividades
de espera, inspeção e transporte, aumentando a produtividade e agregando valor ao
produto final.

A utilização da logística gerou mudanças radicais à indústria da construção


civil quanto à concepção produtiva, possibilitando o surgimento de novas técnicas de
fabricação; otimização da movimentação de materiais no canteiro de obras
(BARBOSA et al., 2008). Com isso, o gerenciador da cadeia de suprimentos ganha
destaque, exigindo então a caracterização do operador logístico (gerente de
suprimentos), trabalhando juntamente com o engenheiro de obras (gerente técnico),
que apresentará como função, segundo os autores, planejar; implementar e
controlar o fluxo de materiais; serviços; mão-de-obra e armazenagem dos
suprimentos, atribuindo a ele então o gerenciamento da cadeia de suprimentos, seja
de materiais, serviços ou mão de obra, deixando para o engenheiro de Obras a
função de fiscalizar a obra, de acordo com as especificações técnicas do projeto,
melhorando assim a integração e coordenação dos projetos, minimizando problemas
de descontinuidade da produção por falta de comunicação entre os projetos,
fazendo-se necessárias em todas as áreas do projeto.

3. Ferramentas de análise

A primeira ferramenta utilizada, na respectiva análise, é o 5W1H (what?/o


quê?; where?/onde?; when?/quando?; why/por quê?; who?/quem? e how?/como?),
a qual permite traçar estratégias de curto, médio e longo prazo em direção às metas
estabelecidas pela empresa. O método é utilizado para alocar recursos para a
elaboração de um plano de ação, visando melhorar a qualidade da organização
(Abbas e Possamai, 2008).

Outro método proposto é o Kanban, que é uma ferramenta desenvolvida para


colocar em prática a lógica do Sistema Toyota de Produção, definido como “cartão
utilizado por um estágio cliente, para avisar seu estágio fornecedor que mais
material deve ser enviado” (SLACK, 2002, p.494). Ademais em relação ao método,
de acordo com o autor, existem três tipos: Kanban de movimentação ou transporte;
Kanban de produção e Kanban de fornecedor. O Kanban proposto para a respectiva
análise é classificado por Slack (2002), como o Kanban de fornecedor, que tem
como objetivo avisar ao fornecedor quando o nível de estoque precisa receber
material, normalmente utilizado para fornecedores externos.

4. Metodologia

O presente trabalho possui caráter exploratório, apresentando uma pesquisa


descritiva, com análise dedutiva, sendo expressa como qualitativa e quantitativa.
Quanto aos procedimentos técnicos, foi realizada uma pesquisa-ação, em que
houve o envolvimento entre participante e representantes da empresa (THIOLLENT,
1985).

Dessa forma, a pesquisa é conduzida seguindo um conjunto de ações, não


cronológicos, que de acordo com Gil (1991, p.143), são:

a) Fase Exploratória: realizada com o intuito de determinar o campo de


investigação.

b) A etapa Formulação do Problema tem como função garantir que o


problema seja estabelecido, e também a solução de problemas práticos.

c) Na fase de Construção de Hipóteses constrói-se as seguintes


hipóteses do projeto:

Hipótese 01: A aplicação do sistema logístico gera benefícios explícitos para a


empresa?

Hipótese 02: A logística aplicada na empresa condiz com a logística prevista


na teoria?

d) Seleção da Amostra: seleciona-se uma construtora da cidade de


Maringá para aplicação do questionário e posteriormente uma das obras da
construtora é selecionada para que a visita in loco seja realizada.

e) Coleta de Dados: aplica-se um questionário no formato de entrevista


estruturada ao encarregado da construtora e, posteriormente, realiza-se a visita a
uma de suas obras, com o intuito de analisar o processo logístico in loco.

f) Análise e Interpretação dos Dados: os dados são minuciosamente


estudados, objetivando expor as restrições operacionais da construtora, para propor
melhorias ao sistema.

g) Elaboração do Plano de Ação: fase em que se realiza o planejamento


de ações, destinado a enfrentar o problema objetivo.

h) Divulgação dos Resultados: nesta última etapa, os resultados são


dispostos em um relatório formal para futura divulgação externa aos setores
interessados.

A pesquisa foi conduzida em etapas, sendo que a primeira delas envolveu a


aplicação de um questionário à uma construtora da cidade de Maringá, desenvolvido
por tópicos, sendo eles: Perfil da organização; Perfil do respondente; Parte I:
questões relacionadas à logística e políticas da empresa; Parte II: questões relativas
aos fornecedores; Parte III: questões relativas aos materiais, Parte IV: questões
relativas à política de estoque e Parte V: questões relativas ao canteiro de obra. O
questionário foi aplicado a um encarregado da organização, com o intuito de
compreender quais práticas relacionadas à logística são de conhecimento e prática
da empresa. Após a aplicação do questionário, realizou-se visita a uma das obras da
construtora, sendo essa de grande porte -3000 metros quadrados- destinada a
construção de um posto de gasolina com conveniência e administração, com o
objetivo de analisar a logística praticada pela empresa. Com os dados coletados, foi
realizado um confronto entre as respostas obtidas com o questionário e com o que
foi presenciado em obra, possibilitando evidenciar as restrições operacionais da
aplicação da logística na obra/construtora e consequentemente a proposta de
melhoria.
5. Desenvolvimento

O questionário desenvolvido foi aplicado a um encarregado da construtora


com o intuito de compreender o entendimento do alta gerência acerca da logística,
assim como quais práticas logísticas são aplicadas às obras. Após, uma obra de
grande porte da construtora foi selecionada para realizar a visita in loco, sendo essa
destinada a construção de um posto de gasolina, com administração e conveniência.
Os dados coletados possibilitaram realizar uma análise em formato de confronto
entre dados do questionário e dados obtidos com a visita à obra, conforme Tabela 1.
Tabela 1: Confronto Questionário/visita in loco

Questionário Visita in loco

Parte I: Logística e políticas da empresa


Apresenta preocupação com a prática logística
Falta de compreensão acerca das atribuições da
relacionada ao planejamento de canteiro de obra
Logística e, consequentemente, falta de métricas
e controle de estoque/materiais, porém falta
que controlem as atividades logísticas praticadas.
controle das práticas.
O engenheiro civil encarregado pela obra é
Não há um operador logístico específico para as
também responsável por todas as práticas
obras, apenas um engenheiro civil.
logísticas aplicadas à obra.
Os colaboradores efetivam a separação dos
A organização conscientiza seus funcionários a materiais que seriam descartados, realizando
adotarem práticas da Logística Reversa, como estoques com os mesmos, para que
reutilização de materiais e minimização de posteriormente seja realizada seleção dos que
desperdícios, e acata as exigências do órgão serão reutilizados para realização de aterros,
responsável pela fiscalização das práticas porém esses estoques são realizados em
ambientais (Instituto Ambiental do Paraná), além diversas partes da obra. Além disso, os
de realizar o Relatório de Impacto de Vizinhança funcionários são alertados da importância de
(RIV), que é obrigatório na cidade de Maringá. executar tal ação e cobrados pelo engenheiro
encarregado para que o que façam.
O engenheiro encarregado depende da empresa
matriz para realizar algumas tarefas que estão
A empresa não considera crucial o fluxo de
subordinadas à tomada de decisão da alta
informação internamente nessa e entre empresa
gerência - como pedido de alguns materiais.
e obras.
Assim, o fluxo de informação nem sempre ocorre
de maneira eficiente.
O terreno é planejado, com o intuito de torná-lo
Há preocupação com redução de movimentos acessível e permitir deslocamento dos materiais
que não agregam valor nas obras, porém, de forma eficiente. No entanto, mesmo com o
quando essas não dispõem de espaço suficiente planejamento, ocorrem movimentos improdutivos
para o canteiro de obras, alguns materiais ficam em demasia, apenas com deslocamento de
estocados em outros locais, criando estoques materiais de um lado da obra para o outro,
intermediários. causados pela extensão do terreno e localização
do canteiro.
O cronograma deve ser cumprido, no entanto
ocorrem atrasos por diversos motivos, como
O cronograma é de extrema importância para a
devido ao clima, à entrega retardatária de
organização e deve ser cumprido.
materiais e à falta de autonomia do engenheiro
encarregado.
Parte II: Fornecedores
Devido à importância da qualidade dos materiais,
esses, ao serem descarregados na obra, são
Os fornecedores são escolhidos pelo critério inspecionados de acordo com especificações,
qualidade. quantidade e qualidade. Também, por serem
escolhidos por qualidade, a localização do
fornecedor pode resultar em atrasos na entrega.
Ao detectar a necessidade de um material, o
engenheiro encarregado realiza o pedido de
forma eficiente, porém isso somente é efetivo
O contato com fornecedores ocorre de forma
para os que possuem autonomia. Ou seja, para
rápida e eficiente.
realizar o pedido de alguns materiais, o
encarregado deve entrar em contato com seu
superior para que este o faça.
Parte III: Controle de materiais
O engenheiro encarregado anota em planilha os
materiais que entram e que saem. O controle das
O controle dos materiais em obras é realizado quantidades dos materiais é feito a partir de
em planilhas do Excel e segue um cronograma aferições, quando possível, e outros são
pré-estabelecido. controlados dependendo da experiência do
engenheiro, que olha o nível do estoque e decide
se há necessidade ou não de realizar pedido.
Os materiais são descarregados no canteiro de
Os materiais são descarregados direto no destino obra, mas devido à distância da obra, onde são
final, não apresentando estoques intermediários. utilizados, ocorrem movimentações improdutivas
em demasia e estoques intermediários.
Parte IV: Política de Estoque
Todos os materiais apresentam quantidades em
A empresa adota um estoque de segurança para
estoque, sendo que quando se detecta a
atender às necessidades semanais de produção,
necessidade são repostos. Alguns materiais são
sendo que as quantidades de materiais
estocados em quantidades maiores, como as
dependem do tamanho da obra e do tipo de
ferragens, não necessitando realizar pedidos
material.
durante a execução da obra.
Algumas vezes, devido a atrasos por parte do
fornecedor ou por parte da alta gerência, os
Não ocorrem paradas devido à falta de materiais. estoques de segurança são consumidos,
obrigando a parada da obra até que os materiais
sejam repostos.
A organização não contabiliza os custos de se Não há métricas que contabilizem os custos da
manter estoques. manutenção de estoque.
O estoque de materiais como brita e areia são
realizados diretamente no chão, não contendo
barreiras que os mantenham em um determinado
espaço, dificultando seu controle. O estoque de
Os estoques são mantidos limpos e organizados. ferragens é realizado organizando-as por bitola.
Outros materiais que necessitam cuidados, como
impermeabilizantes, sacos de cimento, entre
outros, são estocados em um contêiner, evitando
roubos ou perda de qualidade do material.
Parte V: Canteiro de Obra/Área de vivência
O canteiro foi planejado, assim como as
passagens e a alocação estratégica dos portões,
Todas as obras apresentam um planejamento
porém, devido à grande extensão do terreno e da
detalhado do canteiro de obras, objetivando
distância obra-canteiro (obra efetivamente sendo
redução de movimentos que não agregam valor e
realizada e local de estoque dos materiais), há
evitando perda de material no deslocamento.
excesso de deslocamento de materiais e de
pessoas, que acarreta perda de produtividade e
desperdício de material.

O canteiro apresenta instrumentos que facilitam o


O canteiro apresenta materiais que facilitam o
deslocamento dos materiais, como o carrinho de
deslocamento e descarga de materiais.
mão.

Após o confronto entre respostas obtidas e análise in loco, os seguintes


pontos foram levantados como restrições operacionais da construtora:
- Sobrecarga do engenheiro civil;
- Falta de autonomia do engenheiro civil para realizar pedido de materiais:
acarreta atrasos na produção/cronograma e reformulação do planejamento de
produção diária, gerando tempo ocioso e/ou retrabalho;
- Passagens facilmente obstruídas: por intempéries ou devido ao descarte de
resíduos em diferentes locais, não apropriados/planejado, da obra, podendo ainda
ocasionar acidentes de trabalho e dificuldade de movimentação com equipamentos,
conforme Figura 1.

Figura 1: Logística reversa


- Localização do canteiro de obra: esse se mostrou a maior problemática do
planejamento do terreno. O canteiro de obra, estoque e área de vivência se
localizam em lado oposto onde haverá efetivamente a construção da obra da
administração e conveniência do posto, ou seja, local onde mais haverá
necessidade de materiais. Exemplo de deslocamento excessivo são os tijolos, pois
estes são descarregados em local próximo ao canteiro de obras, mas utilizados na
construção da administração/conveniência, ou seja, necessitam ser descarregados
no canteiro; carregados em lotes menores para local próximo a obra, criando um
estoque intermediário; e por fim, carregados para o local onde se está levantando a
alvenaria. Outro material com deslocamento excessivo é a massa, preparada no
canteiro de obras, mas utilizada na etapa de alvenaria. Os demasiados
deslocamentos improdutivos não agregam valor, devendo ser reduzidos ao máximo;
- Gestão visual dos materiais: a gestão dos materiais é feita por levantamento
ou de forma visual, ocasionando problemas, já que a primeira pode despender muito
tempo, e a segunda por depender exclusivamente da presença e experiência do
engenheiro. Ademais, os materiais não apresentam um padrão de estocagem, ou
seja, os montes de areia e brita ficam espalhados no canteiro, sem delimitação,
dificultando o levantamento, assim como os sacos de cimento que não apresentam
um padrão de empilhamento, conforme a Figura 2.

Figura 2: Canteiro de obra


Assim, com a falta de padrão de estocagem, o controle de materiais é
dificultado e ineficiente, além de depender da experiência do engenheiro.
- Métricas para a logística: a construtora não apresenta métricas para a
logística, logo, não consegue contabilizar os benefícios que a aplicação da área
pode trazer à empresa, negligenciando-a.

6. Proposta de melhoria

Com o intuito de corrigir os pontos problemáticos observados na análise da


construtora, utilizaram-se ferramentas da qualidade para propor ações de melhorias,
cumprindo assim seu objetivo.

A primeira ferramenta proposta foi o 5W1H, conforme a Tabela 2.


Tabela 2: 5W1H

O que? Por quê? Quem? Quando? Onde? Como?


Para que as tarefas
sejam realizadas
Contratar Anunciando em sites de
de forma eficaz e Nas obras
um A Assim que trabalho as
para não da
operador empresa. iniciar a obra. especificações do
sobrecarregar o empresa.
logístico. profissional logístico.
engenheiro da
obra.
Ter um
Para que não
responsá Atribuir a tarefa de
ocorram atrasos no Nas obras
vel pelo A Assim que realizar todos os
cronograma devido da
pedido de empresa. iniciar a obra. pedidos ao operador
à descentralização empresa.
todos os logístico.
dos pedidos.
materiais.
Para que os Não deixando acumular
colaboradores resíduos próximo às
Manter
possam transitar O Durante todo Nas obras passagens, criando
as
com suas operador período de da caminhos que não
passagen
ferramentas logístico. obra. empresa. possam ser obstruídos
s livres.
livremente e com facilmente, com o uso
segurança. de tábuas, por exemplo.
Realizar uma análise
detalhada do local onde
Na etapa de
Para haver o mais haverá
Planejar O planejamento Nas obras
mínimo necessidade de
o operador do terreno da
deslocamento material, para alocar o
canteiro. logístico. (início das empresa.
possível. canteiro, objetivando o
obras).
mínimo deslocamento
possível.
Implantar Aplicar uma ferramenta
ferrament Para obter maior que controle os níveis
Nos
a de controle dos O Durante todo de estoque, para
estoques
análise estoques, operador o período de materiais incontáveis, e
das
visual facilitando sua logístico. obra. criar um padrão de
obras.
nos mensuração. empilhamento para
estoques. materiais contáveis.
Contabilizando os
Criar Para contabilizar os custos de pedido,
O mais
métricas lucros e promover A Na transporte,
rápido
para melhoria contínua à empresa. empresa. armazenamento interno,
possível.
logística. área. estoque e do produto
direto.

Além disso, notou-se que a construtora depende da experiência de um


profissional para o controle de estoque, por meio de aferições, e que com esse
método de controle há perda de tempo. Logo, visando facilitar o controle de estoque,
tornando-o mais eficiente e visual, propõe-se a aplicação da ferramenta Kanban.
A utilização da ferramenta tem por objetivo controlar os níveis de estoque,
utilizando, para isso, cartões coloridos de forma a tornar visual os níveis de estoque,
dispensando as práticas de aferições, e ainda, tornando tal tarefa possível para
qualquer colaborador, no caso de imprevistos. Para seu funcionamento, é
necessário que o estoque dos materiais seja padronizado, possibilitando que os
cartões demonstrem o nível que os mesmos se encontram. Para isso, as cores
verde, amarelo e vermelho serão utilizadas, sendo que o cartão verde demonstrará o
nível máximo de estoque, obedecendo as normas e a necessidade de material da
obra; o cartão amarelo demonstrará que o nível está aceitável, mas deve-se ficar
atento; e o cartão vermelho alertará que o estoque está baixo, detectando a
necessidade imediata de realizar o pedido.
Para sua implantação, os seguintes passos podem ser seguidos:
1. Realizar o cálculo de necessidade de material por período; para
possibilitar dimensionar o estoque;
2. Planejar o local que cada material será estocado, realizando os ajustes
necessários, como realizar uma base que delimite os montes de areia e brita, não
possibilitando que estes se espalhem, planejando o número de sacos de cimento
que ficarão na base e a altura máxima de sacos na pilha, considerando a norma
regulamentadora e a necessidade de material;
3. Dimensionar os níveis de estoque, de acordo com as cores já
estabelecidas, ou seja, quando o estoque estará em nível Máximo (Verde); nível
satisfatório (amarelo), e nível abaixo do recomendado (vermelho);
4. Por fim, inserir os cartões coloridos nivelados com o estoque, a fim de
demonstrar visualmente a situação real do estoque, facilitando assim seu controle.

7. Considerações Finais

A partir do respectivo estudo, foi possível detectar algumas restrições


operacionais relacionadas à aplicação da logística no ramo da construção civil. Os
principais pontos identificados foram em relação à falta de compreensão acerca das
atribuições da logística; à falta de métricas que possibilitariam o entendimento dos
reais benefícios que essa poderia proporcionar, e com o planejamento das
atividades logísticas.
Após a detecção das restrições operacionais, e com o auxílio das ferramentas
5W1H e Kanban, foram propostas algumas medidas a fim de corrigir os pontos
problemáticos, além de colaborarem com a implementação de uma logística mais
eficiente.
Por fim, após as análises realizadas, tem-se a condição de responder as
hipóteses levantadas na seção que trata da metodologia.
- Hipótese 01: A aplicação da logística não gera benefícios explícitos para a
construtora analisada, pois esta não apresenta métricas que o possibilitem,
mostrando em números o quanto uma logística, bem aplicada, pode beneficiar uma
organização.
- Hipótese 02: As atribuições da logística são aplicadas pela organização,
porém não há a compreensão exata dos limites da logística e de seus benefícios.
Sendo assim, as atividades da área, praticadas, não apresentam devida importância,
gerando exatamente o contrário do proposto pela logística: movimentos que não
agregam valor, atrasos, e deslocamento em demasia.
Assim, pode-se concluir que a organização apresenta práticas logísticas,
mesmo que inconscientemente. No entanto essa não a considera indispensável por
não conter métricas que provem o real benefício da área. Dessa forma, seguindo o
modelo de ações proposto pelo respectivo estudo, a organização poderá corrigir
suas ações e obter assim maiores retornos com a aplicação da área.

Referências

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intangíveis para a maximização da percepção da qualidade em serviços. Revista Gestão e Produção.
São Carlos. V. 15, n. 3, 2008.

BALLOU, R. H.. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. 4ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2001.

BARBOSA, A. A. R.; MUNIZ, J.; SANTOS, A. U.. Contribuição da Logística na Indústria da


Construção Civil Brasileira. Revista Ciências Exatas – Universidade de Taubaté (UNITAU) – BRASIL
– VOL. 2, N. 1, 2008.

BEUREN, I. M.; PIOLI, F. L. S.. Logística integrada em indústria madeireira de Santa Catarina.
Revista ABCustos: Associação Brasileira de Custos. Santa Catarina, V. IV, n. 2, mai/ago 2009.

BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.. Logística empresarial: O processo de integração da cadeia de


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FARIAS, J. R. F.; SANTOS, C. A. B.. Construção Civil: um sistema de gestão baseada na logística e
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SANTOS, Z. A. S. et al.. A Logística integrada como fonte de vantagem competitiva: o caso de uma
empresa do setor de mineração. Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP), São
Carlos-SP, Ed. XXX, 2010.

THIOLLENT, M.. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 1985.

VIEIRA, P. A.. Logística aplicada à construção civil: um estudo de caso na empresa RN Engenharia
em formiga – MG. 2010. 66 f. Centro Universitário de Formiga (UNIFOR), Minas Gerais, 2010.

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