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ESQUEMAS DE

ARGUMENTAÇÃO

Adaptação dos esquemas de argumentação encontrados em WALTON,


Douglas. Argumentation Schemes. Cambridge University Press. NY, 2008.
“POSIÇÃO DE SABER”

Esquema

1. O sujeito S está em posição de saber fatos acerca do domínio D que


contém a afirmação A.
2. S afirma que A (ou que ¬ A).
Logo,
3. A (ou ¬ A).

Questões críticas

1. S realmente está em posição de saber que A (ou que ¬ A)?


2. S é uma fonte honesta e confiável?
3. S realmente afirmou que A (ou que ¬ A)?

Exemplo

“Perguntei pro moço no posto de gasolina como chega no hotel Belmond. Ele
disse que fica a umas três quadras daqui, virando à direita no Mc Donald’s,
então vamos seguir por esse caminho”.

1. O moço do posto de gasolina sabe onde fica o hotel Belmond.


2. O moço do posto de gasolina disse que o hotel Belmond fica a três
quadras daqui, virando à direita no Mc Donald’s.
Logo,
3. O hotel Belmond fica a três quadras daqui, virando à direita no Mc
Donald’s.
“OPINIÃO DE ESPECIALISTA”

Esquema

1. E é um especialista no assunto X, a que diz respeito a afirmação A.


2. E afirma que A (ou que ¬ A).
Logo,
3. A (ou ¬ A).

Questões críticas

1. O quanto de crédito podemos dar a E como uma fonte especialista?


2. O assunto X, em que E é um especialista, realmente tem a ver com A?
3. O que E afirmou que implica A?
4. E é uma fonte confiável como pessoa (honesto, imparcial, etc.)?
5. A é consistente com o que outros especialistas afirmam sobre o
assunto?
6. A foi afirmada com base em evidências e raciocínios plausíveis?

Exemplo

“O Dr. Fernandez me falou que é bom comer ovo no café da manhã, então
acho que é melhor comer mesmo”.

1. O Dr. Fernandez é um especialista na área da saúde.


2. O Dr. Fernandez disse que é bom comer ovo no café da manhã.
Logo,
3. Devemos comer ovo no café da manhã.
“OPINIÃO POPULAR”

Esquema

1. A (ou ¬ A) é geralmente aceita como verdade.


2. O fato de que A (ou ¬ A) é geralmente aceita como verdade é uma
razão em favor de que A (ou ¬ A).
3. Há razão para acreditar que A (ou ¬ A).

Questões críticas

1. Que evidências, como uma pesquisa estatística, por exemplo,


suportam a afirmação de que A (ou ¬ A) é “geralmente” aceita como
verdade?
2. Mesmo que A (ou ¬ A) seja geralmente aceita como verdade, há
alguma boa razão para acreditar que A (ou ¬ A)?

Exemplo

“A verdade é que a maioria das pessoas sabe que, para ser feliz, você tem que
casar. É fato”.

1. A maioria das pessoas acreditar que, para ser feliz, um indivíduo


precisa se casar.
2. Se a maioria das pessoas acredita que (1), temos boas razões para
pensar que (1).
Logo,
3. Há boas razões para pensa que para ser feliz, um indivíduo precisa se
casar.

OBS: O esquema “opinião popular” tende a ser um esquema fraco de


argumento. É possível, entretanto, combinar esse esquema de argumentação
com outros, aumentando assim a sua força. Por exemplo, podemos combinar
o esquema “opinião de especialista” com o esquema “opinião popular”:

1. Todos no grupo E aceitam que A (ou ¬ A).


2. E é um grupo de especialistas no domínio a que A (ou ¬ A) pertence.
Logo,
3. A (ou ¬ A).
“DO EXEMPLO”

Esquema

1. Nesse caso, o indivíduo I possui a propriedade F e também a


propriedade G.
Logo,
2. Geralmente, se um indivíduo possui F, esse mesmo indivíduo também
possui G.

Questões críticas

1. É verdade que o indivíduo I, nesse caso particular, possui a


propriedade F e também a propriedade G?
2. Esse caso particular suporta a generalização da qual ele pretende ser
um exemplo?
3. Esse é um típico exemplo dos tipos de caso que essa generalização
abarca?
4. O quão forte é essa generalização?
5. As circunstâncias especiais desse exemplo enfraquecem a
generalização?

Exemplo

“Cara, eu conheci esse rapaz, o John, que é inglês, né. E ele é muito
inteligente. Então, acredite em mim, os europeus são pessoas muito
inteligentes”.

1. John é inglês.
2. Todo inglês é europeu.
Logo,
3. John é europeu.
4. John é muito inteligente.
Logo,
5. Os europeus são muito inteligentes.
“DA ANALOGIA”

Esquema

1. O caso C1 é similar ao caso C2.


2. A é verdadeira (falsa) em C1.
Logo,
3. A é verdadeira (falsa) em C2.

Questões críticas

1. Existem diferenças entre C1 e C2 que tendem a enfraquecer a força


da semelhança citada?
2. A é verdade (falsa) em C1?
3. Existe algum outro caso, C3, que também é semelhante a C1, no qual
A é falsa (verdadeira)?

Exemplo

Na época em que foi instaurado o Regime Militar, o Brasil estava afundando


em todos os aspectos da sociedade. O Regime Militar foi necessário. Hoje,
acontece a mesma coisa! Então, hoje se faz necessária a instauração de um
novo Regime Militar.

1. A conjuntura sociopolítica e econômica do Brasil na época em que foi


instaurado o Regime Militar no país é semelhante a atual conjuntura
sociopolítica e econômica.
2. A instauração do Regime Militar no Brasil foi necessária no passado.
Logo,
3. A instauração de um novo Regime Militar no país é necessária
atualmente.
“DAS PARTES”

Esquema

1. Todas as partes de X possuem a propriedade P.


Logo,
2. X possui a propriedade P.

Questões críticas

1. É verdade que todas as partes de X possuem a propriedade P?


2. É possível que X não possua a propriedade P ainda que suas partes
componentes possuam propriedade P?
3. Quando o todo (X) possui a propriedade P, todas as partes que
compõe X também possuem a propriedade P?

Exemplo

Cada indivíduo que integra a sociedade brasileira é tendencioso à corrupção.


Então eu acho que a sociedade brasileira em si tende a ser corrupta!

1. Todos os indivíduos que compõe a sociedade brasileira tendem à


corrupção.
Logo,
2. A sociedade brasileira tende a corrupção.
“DAS ALTERNATIVAS”

Esquema

1. Ou X ou Y podem ser o caso.


2. É plausível que X não seja o caso.
Logo,
3. É plausível que Y seja o caso.

Questões críticas

1. É possível que outra opção, Z, seja o caso?


2. Quais as razões para pensar que X não é o caso?

Exemplo

Está passando mal? Isso foi algo que você comeu na festa. Ou foi o salgadinho
ou foi aquela torta de queijo. Como eu não vi você comendo a torta, eu tô
achando que foi o salgadinho.

1. O que te deixou mal foi ou comer o salgadinho, ou a torta de queijo.


2. Você não comeu a torta de queijo.
Logo,
3. O que deixou mal foi o salgadinho que você comeu.
“CLASSIFICAÇÃO VERBAL”

Esquema

1. X possui a propriedade P.
2. Tudo que possui a propriedade P pode ser classificado como tendo a
propriedade P2.
Logo,
3. X possui a propriedade P2.

Questões críticas

1. Que evidência existe de que X definitivamente possui a propriedade


P, em oposição à evidência que indica margem para dúvidas sobre se
X deve ser assim classificado?
2. A classificação verbal em (2) é baseada apenas em uma suposição
sobre o uso de palavras que está sujeita a dúvida?

Exemplo

Os golfinhos são mamíferos, não peixes. Então o Flipper aqui no aquário é


mamífero também, sabiam?

1. Flipper é um golfinho.
2. Todo golfinho é classificado como mamírfero.
Logo,
3. Flipper é um mamírfero.
“ATOS E PESSOAS”

Esquema

1. Pessoa P cometeu os atos A.


2. O valor V é atribuído a atos A.
Logo,
3. P é V.

Questões críticas

1. Há boas razões que sustentam a crença de que P cometeu A?


2. Haveria algum conjunto de características especiais, neste caso, que o
tornem uma exceção à regra de que (2)?

Exemplo

Cara, a Vanessa traiu o namorado dela! Então, com certeza ela não é uma
pessoa fiel.

1. Vanessa traiu seu namorado.


2. A infidelidade está associada a pessoas que traem outras pessoas.
Logo,
3. Vanessa é infiel.

OBS: É possível reformular esse esquema a fim de justificar uma previsão


quanto ao comportamento de uma pessoa (a pessoa é infiel, pessoas infiéis
traem, logo, a pessoa vai trair).
“GRUPOS E MEMBROS”

Esquema

1. O grupo G possui a qualidade Q.


2. M é membro, ideia, hábito, produto ou método de G.
Logo,
3. M possuía qualidade Q.

Questões críticas

1. Que razões há para pensar que G possui Q?


2. É fato que M é membro (produto, etc...) de G?
3. Há algum conjunto de fatores que fazem com que M não possui Q?

Exemplo

A Google é uma empresa pioneira e com tecnologias de ponta. Então eu acho


que seus novos óculos interativos serão de ponta, sim.

1. A Google é uma empresa tecnológica de ponta.


2. Os óculos interativos são produto da Google.
Logo,
3. Os óculos interativos são tecnologia de ponta.
“INFERÊNCIA PRÁTICA”

Esquema

1. Eu possuo o objetivo O.
2. Realizar a ação A, é um meio para alcançar O.
Logo,
3. Eu devo, em termos práticos, realizar A.

Questões críticas

1. Quais outros objetivos que eu tenho e que deveriam ser considerados


dado que estes podem entrar em conflito com O?
2. Que ações alternativas à A, as quais também alcançariam O, deveriam
ser consideradas?
3. Entre a realização de A e outras ações alternativas possíveis, qual é a
opção, razoavelmente, mais eficiente?
4. Que motivos existem para argumentar que é possível, em termos
práticos, que eu realize A?
5. Que consequências de A, além de alcançar O, também devem ser
levadas em consideração?

Exemplo

Eu tenho o objetivo de chegar nos EUA e, por isso, eu preciso passar pela
fronteira com o México.

1. Eu tenho o objetivo de chegar EUA.


2. Passar pela fronteira dos EUA com o México é um meio para poder
chegar nos EUA.
Logo,
3. Eu devo, em termos práticos, atravessar a fronteira que há entre os
EUA e o México.
“DA IGNORÂNCIA”

Esquema

1. Se p fosse verdade, então p seria conhecida como verdade.


2. p não é conhecida como verdade.
Logo,
3. ¬p.

Questões críticas

1. Que razões há pare pensar que (1)?


2. O quanto foi investigado o assunto a fim de saber que (2)?
3. Há alguma razão para pensar que p pode ser verdadeira mesmo que
não seja conhecida como verdadeira?

Exemplo

Se tivesse como curar a Aids com tanto avanço na medicina, isso já teria sido
descoberto e ninguém descobriu a cura pra Aids.

1. Se uma cura da Aids fosse possível, seria conhecida.


2. Não se conhece cura pra Aids.
Logo,
3. Não há cura pra Aids.
“CAUSA E EFEITO”

Esquema

1. Geralmente, se A acontece, B deve acontecer em seguida.


2. Nesse caso, A.
Logo,
3. B vai acontecer.

Questões críticas

1. O quão forte é a generalização causal expressa em (1)?


2. A evidência mencionada (se houve alguma) é forte o suficiente para
estabelecer tal generalização causal?
3. Há outros fatores causais os quais poderiam interferir na produção de
B neste caso em particular?

Exemplo

O céu está cheio de nuvens escuras, então acho que vai chover.

1. Geralmente, quando o céu está cheio de nuvens escuras, chove em


seguida.
2. O céu está cheio de nuvens escuras.
Logo,
3. Haverá chuva.
“DO SINAL”

Esquema

1. A é verdadeiro nessa situação.


2. Geralmente, nesse tipo de situação, quando A é verdadeiro, B é
verdadeiro.
Logo,
3. B é verdadeiro nessa situação.

Questões críticas

1. Qual é a força da correlação entre o sinal e o evento a ele associado?


2. Há outros eventos que seriam mais plausíveis quando consideramos A
nessa situação?

Exemplo

Há uma pegada grande e profunda aqui. Nesse tipo de ambiente essa pegada
indica que algum urso passou por aqui.

1. Há uma pegada com certas propriedades aqui.


2. Geralmente, quando há uma pegada com essas propriedades nessa
situação, um urso passou pelo lugar.
Logo,
3. Um urso passou por aqui.
“HIPOTÉTICO INFERENCIAL”

Esquema

1. Se o experimento E resultar em R, é plausível pensar que a hipóteses


H está correta.
2. E resultou em R.
Logo,
3. É plausível que H esteja correta.

Questões críticas

1. O que suporta a afirmação de que H está associada a R?


2. R realmente aconteceu como previsto?
3. Algum fator que não H poderia resultar em R?

Exemplo

Como você desativou a energia no seu apartamento e o relógio de luz no


térreo do seu prédio continuou contabilizando, deve haver alguma
irregularidade nele.

1. Se você desativar a energia em seu apartamento e o relógio de luz


continuar contabilizando, é plausível que haja alguma irregularidade
nele.
2. Você desativou a energia em seu apartamento e o relógio continuou
contabilizando.
Logo,
3. Há alguma irregularidade no seu relógio de luz.
“DA CONSEQUÊNCIA”

Esquema

1. É plausível pensar que, se a ação A for realizada, boas consequências


C irão suceder.
Logo,
2. A deveria ser realizada.

Questões críticas

1. O quão provável é de C acontecer caso A seja realizada?


2. Que evidências sugerem essa conexão?
3. Há consequências negativas associadas a A as quais deveriam ser
consideradas?

Exemplo

Eu acho melhor eu estudar, então tirarei uma boa nota na prova.

1. É plausível pensar que, se eu estudar, irei bem na prova.


Logo,
2. Devo estudar.

OBS: Esse esquema de argumentação pode ser convertido em um esquema


que trabalha com consequências negativas (Se A for realizada, coisas ruins
acontecerão, ou, se A não for realizada, coisas ruins acontecerão, etc.).
Embora esse esquema seja parecido com a inferência prática, as razões são
diferentes. Aqui a motivação está mais associada à moral ou à ética enquanto
na inferência prática a aquilo que, de um ponto de vista prático, deveria ser
feito ainda que não seja moral ou ético.
“DA ANGÚSTIA”

Esquema

1. Pessoa P está sofrendo (em angústia)


2. A ação A, se realizada, aliviará ou ajudara a aliviar o sofrimento de P.
Logo,
3. Deve-se realizar A.

Questões críticas

1. P realmente está em sofrimento?


2. A realmente aliviará ou ajudará a aliviar o sofrimento de P?
3. É possível realizar A?
4. Há efeitos negativos de realizar A que devem ser considerados?

Exemplo

É preciso que você aplique esse medicamente em seu filho para que ele
melhore.

1. Seu filho está sofrendo.


2. Aplicar esse remédio irá aliviar o sofrimento dele.
Logo,
3. Você deve aplicar esse remédio em seu filho.
“ARGUMENTO SOCRÁTICO1”

Esquema

1. S, em algum momento do diálogo, se comprometeu com a.


2. Se S se comprometeu com a, por inferência, também se comprometeu
com a’.
Logo,
3. Em algum outro ponto do diálogo adiante, quando a questão sobre a’
surgir, podemos assumir que S está comprometido com a’.

Questões críticas

1. Que evidências, nesse caso, suportam a asserção de que S está


comprometido com a?
2. Há espaço para perguntar se há uma exceção, nesse caso, para a regra
de que o comprometimento com a implica o comprometimento com
a’?

Exemplo

A Maria disse que apoia os ideias feministas, então, penso que ela também
apoia que homens e mulheres devem ter direito a aposentadoria em idades
iguais.

1. Maria se comprometeu com os ideias feministas.


2. Se Maria se comprometeu com os ideais feministas, por inferência, se
comprometeu com a afirmação de que homens e mulheres devem ter
direito à aposentadoria com idades iguais.
Logo,
3. Maria se compromete com a afirmação de que homens e mulheres
devem ter direito à aposentadoria com idades iguais.

1
Nomenclatura minha por se assemelhar a um dos padrões de argumentação adotados por
Sócrates durante o Elenchus. Esse esquema foi inspirado no esquema cujo nome original é
“Argument from commitment – Version 2”.
“AD HOMINEM”

Esquema

1. P é uma pessoa mau caráter.


Logo,
2. O argumento A de P deve ser rejeitado.

Questões críticas

1. O quão bem suportada por evidências é a premissa (1)?


2. A questão do caráter de P é relevante no tipo de diálogo2 em que o
argumento está sendo usado?
3. A conclusão de A deve ser rejeitada (absolutamente) ainda que outras
evidências que suportam A tenham sido apresentadas ou a conclusão
deveria meramente ter sua credibilidade reduzida em virtude do corpo
total de evidências?

Exemplo

Muitos “intelectuais” eram, na verdade, picaretas! Veja Marx, por exemplo.


Ele era preguiçoso em coletar fatos e, muitas vezes, desonesto em relatá-los.
Portanto, não se podia confiar nele para usar evidências factuais de maneira
objetiva.

1. Marx era preguiçoso em coletar fatos e desonesto em relatá-los.


Logo,
2. O que Marx dizia não é confiável.

2
Para Walton, só faz sentido avaliar um argumento em linguagem natural como plausível ou
implausível/forte ou fraco em um contexto específico de diálogo. Para a compreensão
aprofundada dos tipos de diálogos que Walton conceitualiza, ver The New Dialectic:
Conversational Contexts of Argument (1998).
“COMPROMISSO INCONSISTENTE”

Esquema

1. Sujeito S declarou ou indicou que está comprometido com A


(geralmente, em virtude do que ele disse ou fez).
2. Outras evidências nesse caso particular mostram que S não está
comprometido com A.
Logo,
3. Os comprometimentos de S são inconsistentes.

Questões críticas

1. Que evidência supostamente indica que S está comprometido com A?


2. Quais evidências, nesse caso particular, indicam que ele não está
comprometido com A?
3. Como as evidências de (1) e (2) se relacionam com a conclusão de que
S não está comprometido com A?

Exemplo

O David vive militando em defesa da promoção da universidade pública e


gratuita de qualidade. Mas o mesmo David é um aluno turista, todo mundo
sabe! Então, sinceramente, não sei qual é a dele.

1. David declarou estar comprometido com a promoção da universidade


pública e gratuita de qualidade.
2. As evidências que temos de que David não é um estudante assíduo
sugerem que ele não está, de fato, comprometido com a promoção da
universidade pública e gratuita de qualidade.
Logo,
3. Os comprometimentos de David são inconsistentes.
“DO VIÉS”

Esquema

1. Se o sujeito S está enviesado, é pouco provável que S tenha levado em


conta evidências nos dois (ou mais) lados da questão Q ao concluir
que C.
2. S está enviesado.
Logo,
3. É pouco provável que S tenha levado em conta evidências nos dois
(ou mais) lados de Q ao concluir que C.

Questões críticas

1. Que evidência há para que S esteja enviesado?


2. Ainda que S esteja enviesado, há outras evidências que suportam C?

Exemplo

O Fernando leva em consideração somente suas próprias experiências quanto


a questão da educação pública. Ele, que nasceu em berço de ouro,
provavelmente não tem uma posição parcial ao afirmar que as universidades
publicas devem ser privatizadas.

1. Se o Fernando está enviesado, é pouco provável que tenha


considerado evidências que favorecem os dois lados da questão
quanto à privatização das universidades públicas, ao concluir que as
universidades públicas devem ser privatizadas.
2. Fernando está enviesado.
Logo,
3. É pouco provável que tenha considerado evidências que favorecem os
dois lados da questão quanto à privatização das universidades
públicas, ao concluir que as universidades públicas devem ser
privatizadas.
“LADEIRA ESCORREGADIA”

Esquema

1. A está em consideração como uma proposta que parece, a princípio,


ser uma boa opção adotada.
2. A plausivelmente levaria, nestas circunstâncias e até onde sabemos, a
A1, a qual por sua vez levaria a A2 e assim sucessivamente até An.
3. An é um resultado péssimo/desastroso.
Logo,
4. Nesse caso, A não deve ser adotada.

Questões críticas

1. O que realmente indica que cada acontecimento sucedera de modo


que A resultará em An?
2. Que outros acontecimentos são necessários para preencher a
sequência de eventos de modo que ela se torne plausível de acontecer?
3. Quais são os links mais fracos da sequência sobre os quais questões
críticas deveriam ser feitas quanto a um determinado evento conduzir
a outro?

Exemplo

As pessoas hoje discutem a legalização da posse de armas de fogo. Ao que


vejo, se liberarem a posse de arma de fogo para pessoas comuns, elas
naturalmente vão andar armadas. Se as pessoas andarem armadas, elas vão
acabar utilizando as armas de forma passional durante conflitos banais do dia
a dia. Se as pessoas usarem suas armas passionalmente, muitos vão morrer
desnecessariamente, o que é um cenário tenebroso de se imaginar. Então,
não, não sou a favor do porte legal de armas para qualquer pessoa que queira
ter uma.

1. A legalização do porte de armas de fogo para pessoas comuns está em


discussão.
2. A legalização do porte de armas de fogo para pessoas comuns, em
nosso contexto, levaria ao uso dessas armas no dia a dia, o que por sua
vez levaria ao uso dessas armas em conflitos cotidianos e,
consequentemente, altos índices de crimes passionais com vítimas
fatais.
3. Um elevado incide de crimes passionais com vítimas fatais por arma
de fogo é um cenário desastroso.
Logo,
4. Não devemos legalizar o porte de armas de fogo para pessoas comum.
“DA PROIBIÇÃO”

Esquema

1. A é proibido.
2. Não se deve fazer aquilo que é proibido.
Logo,
3. Não se deve faze A.

Questões críticas

1. A é, de fato, proibido?
2. Existe alguma razão para que A nessas circunstâncias ainda que seja
proibido (uma exceção)?

Exemplo

O consumo de maconha aqui no Brasil é proibido, então não existe desculpa


pra esse povo que consome essa droga.

1. O consumo de maconha é proibido no Brasil.


2. Não se deve fazer aquilo que é proibido.
Logo,
3. No Brasil, não se deve consumir maconha.

OBS: Este esquema pode ser convertido para um esquema sobre obrigatoriedade.
“DA PERCEPÇÃO”

Esquema

1. Sujeito S teve a percepção p.


2. Se S teve a percepção p, é plausível que p.
Logo,
3. P.

Questões críticas

1. As circunstâncias em que S teve p tornam p um indicador confiável?


2. Há alguma outra evidência para que p?

Exemplo

A testemunha relata que, durante o tiroteio, viu o acusado atirando contra os


policiais.

1. A testemunha teve a percepção (visual) do acusado atirando contra os


policiais.
2. Se (1), é plausível que o acusado tenha atirado contra os policiais.
Logo,
3. É plausível que o acusado tenha atirado contra os policiais.
“DA MEMÓRIA”

Esquema

1. Sujeito P lembra que m.


2. Lembrar que m, à primeira vista, é uma razão para pensar que m.
Logo,
3. É razoável pensar que m.

Questões críticas

1. m originalmente se baseou em crenças falsas?


2. P expressa dúvidas quanto a m?
3. m era tomado em descrédito por outras razões antes de P se lembrar?

Exemplo

A testemunha lembra de ter visto o acusado saindo (andando) do local onde


aconteceu o crime, então, sim, eu acho que ele estava lá.

1. A testemunha se lembra de ter visto o acusado saindo da cena do


crime.
2. O fato da testemunha se lembrar que viu o acusado saindo da cena do
crime, à primeira vista, é uma boa razão para pensar que o acusado, de
fato, saiu (andando) da cena do crime.
Logo,
3. É razoável pensar que o acusado saiu (andando) da cena do crime.

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