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METODOLOGIA CIENTÍFICA

PRINCIPÍOS DE METODOLOGIA CIENTÍFICA PARA ELABORAÇÃO DE


TRABALHOS ACADÊMICOS: material para fins didáticos

CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE


SISTEMAS E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

PROFº. ME. WILLIAN JUNIO DE ANDRADE

Aparecida de Goiânia, Agosto de 2018.


METODOLOGIA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (40 horas/aula)

1.Ementa
Métodos e técnicas de pesquisas. Processo de leitura. Sistema de informação e uso dos
recursos bibliográficos. Tipos de pesquisa: estudos exploratórios, estudos descritivos, estudos
aplicados, estudos de hipóteses e causas. Planejamento da pesquisa; revisão bibliográfica,
delimitação do problema, formulação de hipóteses, definição de metodologia. Coleta de
dados. Tabulação, análise e interpretação de dados. Relatório de pesquisa e sua elaboração.
Estrutura e normalização do trabalho técnico-científico.
2. Objetivos
2.1 Geral 2.1.1 Oportunizar uma visão dialética da pesquisa e da metodologia científica com
teorias pertinentes ao proposto na bibliografia.
2.2 Específicos 2.2.1 Distinguir e caracterizar o conhecimento científico dos demais presentes
na sociedade; 2.2.2 Compreender os tipos de pesquisa e estudos foco da disciplina; 2.2.3
Habilitar o aluno para a leitura crítica da realidade e a produção do conhecimento; 2.2.4
Aprender como se realiza a coleta, tabulação e interpretação de dados alvo de uma pesquisa;
2.2.5 Observar quais são as formas de divulgar o conhecimento científico; 2.2.6 Caracterizar o
texto acadêmico; 2.2.7 Instrumentalizar o aluno para que, por meio do estudo, possa elaborar
trabalhos acadêmicos inseridos nas normas da ABNT.
3. Conteúdo programático
3.1 Distinção entre o conhecimento científico e outras formas de conhecimento; 3.2
Características do conhecimento científico; 3.3 Critérios de cientificidade; 3.4 Método e
técnicas de pesquisa; 3.5 Tipos de pesquisa; 3.6 Leitura e processos de leitura no e para o
trabalho científico; 3.6 Estudos exploratórios, descritivos aplicados; 3.7 Hipóteses, causas e
consequências; 3.8 Sistema de informação e usos dos recursos bibliográficos; 3.9
Planejamento de uma pesquisa; 3.10 Revisão bibliográfica, delimitação do problema,
formulação de hipóteses, definição de metodologia; 3.11 Coleta, tabulação e análise de dados;
3.12 Interpretação de dados; 3.13 As formas de divulgação do conhecimento científico; 3.14
O texto acadêmico: Projeto de pesquisa, síntese, resumo, resenha, sinopse, fichamento,
ensaio, seminário, monografia, artigo científico; 3.15 Relatório de pesquisa – conceito e
características; 3.16 Normas para referência- ABNT.

Bibliografia Básica
KOCHE, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Científica. Petrópolis: Vozes, 2003.
VELOSO, Waldir de Pinho. Metodologia do trabalho científico: normas técnicas para
elaboração de trabalho científico. 2 ed. Curitiba: Juruá, 2011.
VENTURA, Magda; MACIEIRA, Sílvio. Curso de Metodologia Científica. São Paulo:
Freitas Bastos, 2004.

Bibliografia Complementar
CARVALHO, Maria Cecília M. de. Construindo o Saber: Metodologia Científica:
Fundamentos e Técnicas. Campinas: Papirus, 2003.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia
científica. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
SUMÁRIO

PARTE I - A INICIAÇÃO AO TRABALHO ACADÊMICO................................. 6


1 - TIPOS DE CONHECIMENTO............................................................................ 7
2 - A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS TÉCNICO-CIENTÍFICAS...................... 8
3 - TIPOS DE TRABALHOS ACADÊMICOS......................................................... 10

PARTE II – ETAPAS IMPORTANTES PARA DESENVOLVER O


TRABALHO ACADÊMICO................................................................................. 11
4 - A IMPORTÂNCIA DA LEITURA....................................................................... 13
4.1 - Como ler um texto, um livro......................................................................... 13
4.2 - A técnica de sublinhar................................................................................... 14
4.3 - A técnica de esquematizar.............................................................................. 15
5 – FICHAMENTO, RESUMO E RESENHA .......................................................... 18
5.1 – Fichamento..................................................................................................... 18
5.2 - Resumo............................................................................................................ 20
5.3 - Resenha............................................................................................................ 22

6 - SEMÍNÁRIO: como organizar.............................................................................. 25


6.1 - Tipos de seminários........................................................................................ 26
6.2 – Roteiro de seminário...................................................................................... 27

PARTE III - A “CONSTRUÇÃO” DO TRABALHO ACADÊMICO........................30


7 - PROJETO DE PESQUISA: etapas na sua construção............................................30
7.1 - Elaboração do Trabalho Escrito......................................................................30
7.2- Formatação Básica ......................................................... ......32
7.3 - Elementos do projeto de pesquisa.................................................................34
7.4 - Exemplos de referências..................................................................................38

PARTE IV - RECOMENDAÇÕES PARA O TRABALHO ACADÊMICO......... 45


8 - CITAÇÕES........................................................................................................... 46
8.1 - Tipos de citações.......................................................................................... 46
8.2 - Localização das citações.............................................................................. 46
8.3 - Apresentação das citações........................................................................... 46
8.4 - Como fazer as citações................................................................................. 47

9 - ILUSTRAÇÕES.................................................................................................... 53
9.1 - O que são as ilustrações no trabalho científico......................................... 53
9.2 - Como proceder com o uso das ilustrações................................................. 53
9.3 - As ilustrações no texto................................................................................. 54
9.4 - A organização das informações no texto................................................... 54

10 - NOTAS, ABREVIATURAS, SIGLAS E NUMERAIS..................................... 60


10.1 - As notas......................................................................................................... 60
10.2 - As abreviaturas e siglas............................................................................... 61
10.3 - Os numerais.................................................................................................. 62

11 - EXPRESSÕES E ABREVIATURAS LATINAS............................................... 64

12 - REDAÇÃO DO TEXTO CIENTÍFICO: sugestões........................................... 71


PARTE I – A INICIAÇÃO AO TRABALHO
ACADÊMICO
1 – TIPOS DE CONHECIMENTO

O conhecimento está diretamente ligado ao homem, à sua realidade. O conhecimento


pretende idealizar o bem estar do ser humano, logo o conhecimento advém das relações do
homem com o meio. O indivíduo procura entender o meio partindo dos pressupostos de
interação do homem com os objetivos. É uma forma de explicar os fenômenos das relações,
seja, entre sujeito/objeto, homem/razão, homem/desejo ou homem/realidade. A forma de
explicar e entender o conhecimento passa por várias vertentes como: conhecimento
empírico (vulgar ou senso comum), conhecimento filosófico, conhecimento
teológico e conhecimento científico.
O conhecimento empírico surge da relação do ser com o mundo. Todo ser humano
apodera-se gradativamente deste conhecimento, ao passo que lida com sua realidade diária.
Não há uma preocupação direta com o ato reflexivo, ocorre espontaneamente. É um
conhecimento do tipo abrangente dentro da realidade humana. Não está calcada em
investigações.
O conhecimento filosófico surge da relação do homem com seu dia-a-dia, porém
preocupa-se com respostas e especulações destas relações. Não é um conhecimento estático,
ao contrário sempre está em transformação. Considera seus estudos de modo reflexivo e
crítico. É um estudo racional, porém não há uma preocupação de verificação.
O conhecimento teológico preocupa-se com verdades absolutas, verdades que só a fé pode
explicar. O sagrado é explicado por si só. Não há importância a verificação. Acredita-se que o
conhecimento é explicado pela religião. Tudo parte do religioso, os valores religiosos são
incontestáveis.
O conhecimento científico precisa ser provado. O conhecimento surge da dúvida e
comprovado concretamente, gerando leis válidas. É passível de verificação e investigação,
então acaba encontrando respostas aos fenômenos que norteiam o ser humano. Usa os
métodos para encontrar respostas através de leis comprobatórias, as quais regem a relação do
sujeito com a realidade.
Empírico Científico Filosófico Teológico

É o conhecimento
Esse tipo de que surge das Acredita que a fé
conhecimento surge a Engloba informações e reflexões que o religiosa possui a
partir da interação do fatos que foram homem faz sobre verdade absoluta e
ser humano com o comprovados, com as questões apresenta todas as
ambiente que o base em análises e imateriais e explicações para os
O que é rodeia. testes científicos. subjetivas. mistérios.

Valorativo, Valorativo, pois


apoiando-se nas lida com hipóteses Valorativo,
experiências Factual, lida com fatos que não podem ser apoiando-se nas
Valor pessoais. e ocorrências. observadas. doutrinas sagradas.

Verificação É verificável. É verificável. Não é verificável. Não é verificável.

Falível e
aproximadamente
Exatidão Falível e inexato. exato. Infalível e exato. Infalível e exato.

Assistemático, pois é
organizado com
bases nas
experiências de um É sistemático, pois
sujeito, e não em um Sistemático, pois é um busca uma Conhecimento
estudo para observar saber ordenado coerência com a sistemático do
Sistema o fenômeno. logicamente. realidade. mundo.

REFERÊNCIAS

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5.ed.


São Paulo: Atlas, 2003. p.234-251.

SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 2.ed. rev. atual. São Paulo: Martins
Fontes, 1993.
2 - A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS TÉCNICO-
CIENTÍFICAS

Para Marconi e Lakatos (2003, p. 83) o método é “o conjunto das atividades


sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo –
conhecimentos válidos e verdadeiros […]”.
Alguns especialistas afirmam que os primeiros registros de métodos descritos pelo
homem datam aproximadamente 4500 mil anos e remontam ao estudo da medicina no antigo
Egito. Outros defendem que o método científico iniciou na Grécia e outros afirmam que ele só
passou a ter o caráter que conhecemos hoje após Francis Bacon e René Descartes, no século
XVII. O fato é que há muito tempo o homem utiliza métodos e normas em seu cotidiano, seja
para realizar uma pesquisa, para desenvolver produtos, serviços ou atividades profissionais.

Normalização e padronização
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014), a normalização é “o
processo de formulação e aplicação de regras para a solução ou prevenção de problemas, com
a cooperação de todos os interessados, e, em particular, para a promoção da economia
global”.
O principal objetivo das normas ABNT para elaboração do trabalho científico é
manter um padrão na estrutura e apresentação dos trabalhos. Imagine se você resolvesse
escrever seu TCC utilizando a fonte Comic Sans, tamanho 16 e na cor verde. Seria no mínimo
bizarro. Desse modo, foi criado um conjunto de normas que servem como diretrizes no
desenvolvimento de pesquisas e que são aceitas por todos os envolvidos nos meios
acadêmicos e científicos.
Por meio das normas é possível que todos os trabalhos tenham a mesma estrutura e
aparência, facilitando o acesso às informações, a correção e avaliação dos projetos, visando
um nível mínimo de ordenação e resultados. Assim, por exemplo, uma monografia feita numa
universidade do Nordeste é facilmente compreendida por qualquer acadêmico no Brasil e no
mundo.
Uso na ciência atual
A tecnologia desempenha um papel fundamental no estabelecimento destas regras
como guias do desenvolvimento de pesquisas. Imaginem que há alguns anos atrás as
monografias eram feitas em máquinas de escrever, onde um simples erro significava ter que
digitar novamente uma página ou parte inteira do trabalho.
As ferramentas digitais estão ai para melhorar os processos, facilitar o
desenvolvimento científico e maximizar os resultados, possibilitando que os trabalhos
acadêmicos atendam da melhor maneira possível às finalidades a que se destinam. Hoje em
dia existem centenas de sistemas que ajudam os pesquisadores, estes recursos vão de uma
calculadora científica até o mais complexo software de compilação de dados.
Em outras palavras, as Normas ABNT para elaboração do Trabalho de Conclusão de
Curso servem para evitar a “bagunça” e tornar possível a investigação da ciência, sendo esta
uma parte indispensável do método científico, e o papel da tecnologia é tornar cada vez mais
simples a busca da verdade e os avanços da nossa sociedade.

“Descobrir” o caminho da investigação científica.

Elaborar trabalhos de acordo com a normatização para não


ocorrer a transcrição de manuais.

Produzir trabalhos com rigor científico para que os resultados


sejam reconhecidos no mundo científico.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de


trabalhos acadêmicos na graduação. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Normalização. São Paulo, 2014.


Disponível em: < http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-e >. Acesso em: 7 abr.
2015.
CARVALHO, A. M. et al. Aprendendo metodologia científica: uma orientação para os
alunos de graduação. 3.ed. São Paulo: O Nome da Rosa, 2000.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall,
2002.
3 – TIPOS DE TRABALHOS ACADÊMICOS

TRABALHOS ACADÊMICOS

Trabalhos acadêmicos-similares Dissertações Tese

- TCC
- Monografia
-Trabalhos de conclusão de curso:
especialização/e ou aperfeiçoamento
e outros
Obtenção do título de Obtenção do
mestre título de doutor
ou similar

Outros: relatórios técnico-científicos;


seminários; trabalhos de pesquisa

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: trabalhos


acadêmicos. Rio de Janeiro, 2005.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5.ed.


São Paulo: Atlas, 2003. p.234-251.

SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 2.ed. rev. atual. São Paulo: Martins
Fontes, 1993.
PARTE II
OS “CAMINHOS” PARA DESENVOLVER O
TRABALHO ACADÊMICO
4 – A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

4.1. Como ler um texto, um livro...Tipos de leitura

Segundo Barbosa (1994, p. 121), os tipos de leitura dividem-se essencialmente


em, leitura de informação – na qual destina-se basicamente no conhecimento de determinado
conteúdo por parte do leitor, sem uma preocupação com a retenção da informação; leitura de
consulta – aquela dirigida para situações emergentes e imediatas, como por exemplo, a
consulta de dicionários, enciclopédias, guias e endereços; leitura de para a ação – caracteriza-
se por ser uma leitura rápida, seletiva, em que o leitor realiza-a de forma espontânea, esta
realiza-se por exemplo, nas placas de sinalização, cartazes, manuais de instrução; leitura de
reflexão – destina-se a apreensão de conteúdos diversos, esta envolve o trabalho intelectual,
realizada em teses, ensaios, obras literárias, revistas científicas; leitura de distração – como o
próprio nome sugere, destina-se ao laser, sem portanto, existir uma finalidade científica
propriamente dita, ajuda a passar o tempo, exigindo do leitor o domínio perfeito do ato de ler;
e a leitura de linguagem poética – que segundo BARBOSA visa criar prazer no leitor pela
sonoridade com que são lidas as palavras, esta dirigi-se à leitura de poemas.
Lakatos & Marconi (1992, p. 20) também apresentam cinco tipos de leitura que se
consubstanciam nas apresentadas por BARBOSA, neste contexto, apresenta os seguintes tipos
de leitura: scanning – sendo aquela leitura que procura um determinado tópico da obra através
do índice; skimming – realizada nos títulos, subtítulos e ilustrações das obras; do
significado – que centra-se na busca do conteúdo principal, deixando os secundários, lendo
por isso de forma uniforme, sem voltar; do estudo – esta caracteriza-se por ser mais completa,
o leitor, lé, relé, apoia-se de dicionários e elabora resumos; critica – aquela que tem como
finalidade a formação de um ponto de vista sobre o conteúdo lido, recorrendo portanto, a
avaliação do conteúdo veiculado pelo texto quanto a solidez da argumentação.
Os tipos de leitura vão ser selecionados de acordo com os objetivos que pretendemos
alcançar, porém, há ainda a necessidade de frisar que aos tipos de leitura arrolados pelos
autores acima agregam-se as modalidades de leitura, para media-las no processo de ensino e
aprendizagem.

Perguntas importantes quando se lê:


a) O que é?
b) Quem?
c) Quando? Onde? Quais?
d) Por que?
e) Para que?

4.2. A técnica de sublinhar


A leitura informativa ou leitura de estudo, através da técnica de sublinhar, auxilia a
aprender os conteúdos e significados do texto.
O alicerce de toda aprendizagem é a ideia fundamental contida em cada texto,
capítulo, subdivisão ou parágrafo. É necessário separar os fatores textuais menos essenciais,
para não perder a unidade de pensamento. Por isso, sublinhar com traços verticais às margens,
usar cores e marcas diversas para cada parte importante analisada contribui para uma boa
leitura.
O desenvolvimento da técnica de sublinhar passa por algumas etapas, então algumas
noções básicas de sublinhar são essenciais, conforme segue abaixo:
a primeira leitura serve para a compreensão do assunto e como forma de esclarecimento das
dúvidas que surgiram na leitura, nesta fase é preferível não sublinhar, no entanto se ideias
importantes foram encontradas, coloque à margem um sinal convencional: “x”, “*”, “(.)”, “I”
etc.
1. reler o texto e identificar a ideia principal, os detalhes importantes, os termos técnicos,
as definições, as classificações, as provas;
2. o leitor deve habituar-se a sublinhar depois que releu um ou dois parágrafos, para
saber exatamente o que irá sublinhar. Usar como ajuda, os sinais colocados à margem,
para escolher o que sublinhar com mais segurança;
3. sublinhar as ideias centrais, utilizando dois traços para as palavras-chaves e um para os
detalhes mais importantes;
4. nos tópicos mais importantes deve-se assinalar, à margem do texto, com uma linha
vertical. E nos argumentos discutíveis deve-se assinalar um ponto de interrogação,
também a beira do texto;
5. cada palavra não compreendida deve-se consultar o dicionário e, se necessário anotar o
significado para melhor entendimento do texto;
6. ler o que foi sublinhado, para verificar se há sentido assim cada parágrafo deve ser
reescrito a partir das palavras destacadas;
7. E por fim, deve-se reconstruir o texto, em forma de esquema ou resumo, baseando-se
nas palavras sublinhadas.

4.3 A técnica de esquematizar o texto


Para Rauen “esquema é um tipo de produção textual que explicita a linha diretriz do
autor de um documento de base”.
Assim esquema é a apresentação do texto, colocando em destaque os elementos de
maior importância. Sua finalidade é difundir mais amplamente as informações facilitando
para o leitor sua compreensão. Utiliza-se o esquema como meio facilitador para a
memorização e a explicação do texto, usam-se muito pra tal feito linhas, setas, círculos
colchetes, entre símbolos diversos.
Na elaboração de esquemas, para que não fujam de seu projeto principal que é
simplificar ao leitor a compreensão do texto, algumas características devem ser ressaltadas e
observadas, segundo Salomon (2001):
1. Fidelidade ao texto original: deve conter as ideias do autor, sem modificação ou
pontos de vistas pessoais;
2. Estrutura lógica do assunto: partir sempre da ideia principal, depois para seus
respectivos detalhes;
3. Adequação ao assunto estudado e funcionalidade: o esquema deve ser flexível,
adaptado ao tipo de matéria a ser estudada. Os assuntos mais profundos com mais
detalhes e os mais fáceis apenas com palavras chaves;
4. Utilidade de seu emprego: o esquema deve facilitar a pesquisa assim como sua
revisão, deixando em evidencias seus pontos chaves;
5. Cunho pessoal: cada pessoa tem seu próprio jeito de fazer esquemas, portanto, um
esquema feito por alguma pessoa raramente ira servir á outra.
6. Resumir textos muito grandes e densos para que o leitor o entenda sem que aja uma
leitura completa do texto. Muito utilizado em estudos para provas, matéria a ser dada
por professores, métodos para a realização de trabalhos técnicos, entre outros.
7. Existem várias maneiras para elaboração de um esquema. Porém, é necessário que o
esquema expresse palavras que contém a ideia principal.
8. Um esquema deve estar de acordo com a realidade. Deve-se sintetizar o tema e não
modificá-lo, desenvolvendo o esquema de acordo com o tema.
9. Enfim, para elaboração de um esquema, são necessárias várias leituras do tema. Destas
leituras precisa-se marcar um ponto de partida, destacar a ideia principal e seguir uma
linha de fatos ligados entre si. Estes fatos devem conter as expressões principais.

Recomendações para elaboração de esquemas


a) Captar a estrutura da exposição do autor quer se trate de um livro, de uma seção, de um
capítulo. Pode-se obter o esboço inicial a partir dos títulos, subtítulos e das epigrafes. Estas
funcionam como guias e indicadores.
b) Colocar os títulos mais gerais numa margem e os subtítulos e divisões nas colunas
subsequentes e assim sucessivamente, caminhando da esquerda para a direita.
c) Utilizar o sistema de numeração progressiva (1, 1,1, 1,2, 1.2.1, 2 etc.) ou convencionar o
uso de algarismos romanos, letras maiúsculas, minúsculas, números, etc., para indicar as
divisões e subdivisões sucessivas.
d) Usar alguns símbolos convencionais e convencionar abreviaturas para poupar tempo e
facilitar a captação rápida das ideias. Assim, por exemplo:
→ para indicar: “produz”, “decorre”, “por conseguinte”, “conduz a”, “resulta” etc.
Ex.: grupo minoritário → marginalização;
♂ para indicar sexo masculino — homem;
♀ para indicar sexo feminino — mulher;
☺ para indicar sujeito — indivíduo, homem etc.
Exemplo
O industrialismo tem como imperativo máximo à conquista do velho pelo novo; e está
forçando a humanidade a marchar através da história a um ritmo cada vez mais rápido. Porém,
fixa somente a direção geral dessa marcha. A natureza geral do caminho define muitos
caracteres específicos que de outra maneira aparecem como mistos e inclusive acidentais.
Outra questão é porque um caminho ou outro é escolhido ou aceito pelos homens, ou imposto
a eles. O industrialismo é introduzido por elites nativas ou estrangeiras, grupos de homens que
pretendem conquistar a sociedade através da superioridade dos novos meios de produção. A
nova sociedade, ao longo do tempo e sob um ou outro auspício, está sempre destinada a
ganhar. A grande questão dramática não é se o industrialismo haverá de obter a supremacia,
mas qual será seu enfoque conceitual da organização da industrialização.
Esquema do exemplo
1.Industrialismo
1.1 Conquista do velho pelo novo;
1.2 Fixa a direção geral da marcha.

2. Caminho
2.1 Define muito dos caracteres específicos;
2.2 Por que um ou outro é escolhido?

3. Elite
3.1 Deseja conquistar a sociedade;
3.2 A nova é destinada a ganhar;
3.3 Como organizará a industrialização.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico:


elaboração de trabalhos na graduação. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia


científica. 3. ed.; rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1991.

MARCANTONIO, Antonia Terezinha; SANTOS, Martha Maria dos; LEHFELD, Neide


Aparecida de Souza. Elaboração e divulgação do trabalho científico. São Paulo: Atlas,
1993.

NUNES, Luiz Antonio. Manual da monografia jurídica: como se faz uma monografia, uma
dissertação, uma tese. 5. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Saraiva, 2007.

RAUEN, Fábio José. Roteiros de investigação científica. Tubarão: Ed. UNISUL, 2002.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 10 ed. São Paulo: Martins Fontes,
2001.

SIMIÃO, Daniel Schroeter. et al. Organizando a Informação: esquema, fichamento,


resumo. Disponível em:
<http://www.ucb.br/prg/comsocial/cceh/normas_organinfo_esquema.htm>. Acesso em: 25 de
nov. 2006, 18:30:30.
5 – FICHAMENTO, RESUMO E RESENHA

5.1 FICHAMENTO

A leitura de qualquer obra (livros, textos...) deve culminar com anotações do leitor,
considerando os objetivos do trabalho. Ao fazer as anotações o pesquisador pode utilizar a
ficha, um importante e necessário instrumento de trabalho. Assim, o fichamento é um registro
feito em fichas. Dessa maneira, fichamento é o “ato de fichar, ou seja, anotar ou registrar em
fichas, catalogar”1. De acordo com Jacobini (2004, p.17),
Fichamento designa o processo de registrar elementos de um discurso em meio material. O
termo lembra que o exercício de registrar esses elementos se deu, por um tempo considerável,
sobre fichas. O fichamento no âmbito da atividade de estudo e pesquisa visa à documentação
e à classificação de um conteúdo.
O fichamento, muitas vezes, é confundido com um simples resumo ou mesmo com a
interpretação de um texto. De maneira mais ampla, o fichamento pode conter (JACOBINI,
2004, p.17):
-Indicação da referência.
-Resumo do texto.
-Registro de comentários e críticas ao texto.
-Registro de idéias [...] a partir da texto.
-Transcrições do texto que poderão ser usadas posteriormente como citação no [..] próprio
trabalho

Como fazer fichas/fichamentos

No fichamento, deve-se registrar a identificação completa da obra (nome, autor,


editora, ano de publicação, local de publicação, edição), além de uma síntese (resumo) com os
principais conteúdos ou temas do texto.
De acordo com Lakatos e Marconi (1992, p.51-67) as fichas podem ser:

1
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3.ed.
rev.ampl. imp. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. p.899.
1 - Ficha bibliográfica: Além da síntese, também deve ser feita uma análise descritiva da
obra.

2 - Ficha de citações: consiste na reprodução fiel de frases ou sentenças consideradas


relevantes ao estudo em pauta. Assim, configura-se na reunião das frases mais importantes
citadas em um texto. Por isso devem ser transcritas entre aspas. É preciso ter especial atenção
para que as citações façam sentido, especialmente quando partes das frases são omitidas.
Neste caso, você deve utilizar reticências entre colchetes [...] ou parênteses (...).

3 - Fichas de resumo ou de conteúdo: São inseridas as ideias principais, mas com as suas
próprias palavras, embora também possam ser usadas citações. As ideias devem estar
organizadas de acordo com a ordem em que aparecem no texto. Você deve expressar sua
opinião e, inclusive, fazer os seus próprios esquemas. Esse tipo de fichamento também é
chamado de fichamento de leitura ou de conteúdo.

Todo material retirado da internet também pode ser organizado em fichas.

5.2 RESUMO

Resumir é colocar em poucas palavras o que o autor expressou em um texto mais


longo. Para resumir você utiliza as mesmas técnicas de sublinhar e elaborar esquemas. O
processo é o mesmo: ler inicialmente o texto, buscar compreensão das palavras desconhecidas
e sublinhar as palavras-chave, como foi exposto anteriormente. Com base nas palavras
sublinhadas você elabora o resumo. As indicações práticas para fazer um resumo a partir da
leitura de um texto, de um livro:

a) encontrar a ideia principal,


b) localizar detalhes importantes,
c) sublinhar,
d) fazer esquema,
e) usar frases curtas e diretas,
f) ler resumos de livros, artigos que se encontram nas revistas e publicações
especializadas,
g) não fazer o resumo enquanto se lê.

“DICA”: estas indicações de “como fazer o resumo” são importantes para elaborar as
citações indiretas colocadas nos trabalhos científicos.

Tipos de resumo

Resumo crítico: resumo redigido por especialistas com análise crítica de um documento. É
também chamado de resenha. Quando analisa apenas uma determinada edição entre várias,
denomina-se recensão (grifo nosso).

Resumo indicativo: indica apenas os pontos principais do documento, não apresentando


dados qualitativos e quantitativos. De modo geral, não dispensa a consulta ao original (grifo
nosso).

Esse tipo de resumo é encontrado nos catálogos de editoras e livrarias.

Resumo informativo: informa o leitor finalidades, resultados e conclusões do documento, de


tal forma que este possa [...] dispensar a consulta ao original (grifo nosso).

Estilo de resumo

a) O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do documento.


A ordem e a extensão destes itens dependem do tipo de resumo (indicativo ou informativo) e
do tratamento que cada item recebe no documento original.

b) O resumo deve ser precedido da referência do documento, exceto se o resumo estiver


inserido no próprio documento.

c) o resumo deve ser composto de uma seqüência de frases concisas, afirmativas e não de
enumeração de tópicos. Recomenda-se o uso de parágrafo único.

d) A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do documento. A


seguir, deve-se indicar a informação sobre a categoria do tratamento (memória, estudo de
caso, análise da situação etc.).

e) Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular.


f) As palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedidas da expressão
Palavras-chave:, separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto.

g) Devem-se evitar: símbolos e contrações que não sejam de uso corrente, fórmulas,
equações, diagramas etc., que não sejam absolutamente necessários. Quando seu emprego for
imprescindível, deve-se defini-lo na primeira vez que aparecem.

Extensão do resumo

Quanto a sua extensão os resumos devem ter:

a) de 150 a 500 palavras: trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros) e


relatórios técnico-científicos;
b) de 100 a 250 palavras: artigos de periódicos;
c) de 50 a 100 palavras: indicações breves

Os resumos críticos, por suas características especiais, não estão sujeitos a limite de
palavras.

Além das normas para elaboração de resumo, recomendadas pela ABNT, citadas
anteriormente, Santos (2002, p.39) mostra que

o resumo, normalmente um texto mais longo (10% a 25% do texto original), presta-
se ao mesmo propósito da sinopse. Apenas vai mais longe, já que levanta as idéias
essenciais do texto-base e deve manter o espírito do autor. Procura preservar suas
intenções e ênfases, tratando com mais detalhamento aquilo que o autor trata mais
longamente.

5.3 RESENHA
Como um gênero textual, uma resenha nada mais é do que um texto em forma de
síntese que expressa a opinião do autor sobre um determinado fato cultural, que pode ser um
livro, um filme, peças teatrais, exposições, shows etc. Possui algumas características básicas:

1. Identificação da obra: nome, autor, ano de publicação, resumo da carreira do


autor/produtor.
2. Descrição do conteúdo e síntese dos aspectos mais relevantes da obra.
3. Análise crítica, para as resenhas críticas, da obra a partir do ponto de vista do
resenhista, que passa a emitir uma opinião. Costuma destacar o valor social da obra, o
contexto de produção, estética, etc.
Tipos de Resenha

As resenhas apresentam algumas divisões que vale destacar. A mais conhecida delas é
a resenha acadêmica, que apresenta moldes bastante rígidos, responsáveis pela padronização
dos textos científicos. Ela, por sua vez, também se subdivide em resenha crítica, resenha
descritiva e resenha temática.
Na resenha acadêmica crítica, os oito passos a seguir formam um guia ideal para uma
produção completa:
1. Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que
você vai resenhar;
2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do
texto a ser resenhado;
3. Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco
narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo;
4. Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente o
texto resenhado;
5. Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua opinião.
Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações ou até
mesmo utilizando-se de explicações que foram dadas em aula. É difícil encontrarmos
resenhas que utilizam mais de 3 parágrafos para isso, porém não há um limite
estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico.
6. Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de
analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize elementos
sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc.
7. Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada
e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas
outras obras do escritor ou pesquisador.
8. Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e fala
algo como “Acadêmico do Curso de Tecnologia da FANAP”.

Na resenha acadêmica descritiva, os passos são exatamente os mesmos, excluindo-se o


passo de número 5. Como o próprio nome já diz, a resenha descritiva apenas descreve, não
expõe a opinião o resenhista.
Finalmente, na resenha temática, você fala de vários textos que tenham um assunto
(tema) em comum. Os passos são um pouco mais simples:

1. Apresente o tema: Diga ao leitor qual é o assunto principal dos textos que serão
tratados e o motivo por você ter escolhido esse assunto;
2. Resuma os textos: Utilize um parágrafo para cada texto, diga logo no início quem é o
autor e explique o que ele diz sobre aquele assunto;
3. Conclua: Você acabou de explicar cada um dos textos, agora é sua vez de opinar e
tentar chegar a uma conclusão sobre o tema tratado;
4. Mostre as fontes: Coloque as referências Bibliográficas de cada um dos textos que
você usou;
5. Assine e identifique-se: Coloque seu nome e uma breve descrição do tipo “Acadêmico
do Curso de Tecnologia da FANAP”.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de


trabalhos de graduação. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: resumo. Rio de


Janeiro, 2003.

INÁCIO FILHO, G. A monografia nos cursos de graduação. Uberlândia: UFU, 1992. 107p.

JACOBINI, M. L. de P. Metodologia do trabalho acadêmico. 2.ed. Campinas: Alínea, 2004.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Como resumir. In: ___. Metodologia do trabalho


científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e
trabalhos científicos. 4. ed. rev. São Paulo: Atlas, 1992. p.73-79.

______. Fichas. In: ___. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos,


pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 4.ed. rev. São
Paulo: Atlas, 1992. p.51-77.

SALOMON, D. V. Como resumir. In: ___. Como fazer uma monografia. 2. ed. rev. atual.
São Paulo: Martins Fontes, 1993. p.65-86.

SANTOS, A. R. dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 5.ed. rev. Rio


de Janeiro: DP & A, 2002.
SEVERINO, A. J. A documentação como método de estudo pessoal. In: ___. Metodologia do
trabalho científico. 21.ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000. p.37-42.
6 – SEMINÁRIO: como organizar

6.1 – Conceito

Seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate.


Geralmente, é empregada nos cursos de graduação e pós-graduação (e também em encontros,
congressos).

6.2 – Importância

É uma técnica que desenvolve não só a capacidade de pesquisa, de análise sistemática


de fatos, mas também o hábito do raciocínio, da reflexão, possibilitando ao estudante a
elaboração clara e objetiva de trabalhos científicos. Visa mais à formação do que à
informação (Nérici, [197-], p.364) (grifo nosso).

6.3 – Objetivos
De acordo com Nérici (1973) o seminário tem os seguintes objetivos:

a) ensinar pesquisando,

b) revelar tendências e aptidões para a pesquisa,

d) conferir espírito científico,

e) ensinar a utilização de instrumentos lógicos de trabalho intelectual,

f) ensinar a coletar material para análise e interpretação, colocando a objetividade acima da


subjetividade,

g) introduzir, no estudo, interpretação e crítica de trabalhos mais avançados em determinado


setor do conhecimento,

h) ensinar a trabalhar em grupo e desenvolver o sentimento de comunidade intelectual entre


os educandos e entre estes e professores,

i) ensinar a sistematizar fatos observados e a refletir sobre eles,

j) levar a assumir atitude de honestidade e exatidão nos trabalhos efetuados,

k) dominar a metodologia científica geral.


6.4 – Tipos de Seminários
Há dois tipos de seminários (PÁDUA, 1994, p.137-145):

6.4.1 – Seminário de Textos: técnica de estudo em grupo mais utilizada nos meios
acadêmicos para desenvolver um estudo aprofundado de um texto e a reflexão e discussão
sobre seus conceitos e/ou idéias fundamentais (PÁDUA,1994, p.137).

6.4.2 – Seminário de Temas: técnica de estudo também muito utilizada nos meios
acadêmicos como forma de despertar o interesse dos participantes para um determinado
assunto abrindo, assim, perspectivas diversas para a discussão do tema e permitindo uma
abordagem interdisciplinar (PÁDUA, 1994,p.141).

6.5 – Organização do Seminário

6.5.1 – Grupo de Estudo

Os grupos podem ser constituídos de quatro a seis elementos.

6.5.2 - Funções dos Componentes

a) Coordenador: geralmente, é o professor ou especialista em determinado assunto. Cabe a


ele:

- Propor o texto básico (e se necessário os textos complementares, para o seminário de


textos) ou temas (para seminário de temas, indicando as referências) para serem
estudados,

- estabelecer uma agenda de trabalho e duração,

- orientar as pesquisas,

- presidir e coordenar as sessões do seminário,

- fazer, ao final, uma apreciação geral dos resultados, complementando alguns itens, se
necessário.

b) Relator: é aquele que expõe os resultados dos estudos referentes a um tema específico do
programa de trabalhos. A exposição pode ser feita por um elemento, indicado pelo grupo,
ou por todos, repartindo as partes. Se o estudo for individual, a responsabilidade recai
exclusivamente sobre aquele aluno; mas se houver um grupo de estudos, ela é atribuída a
todos os participantes.
c) Secretário: é o estudante designado para anotar as conclusões parciais e finais do seminário,
após os debates.

d) Demais participantes: são todos os que participam do seminário (a classe toda). Depois da
exposição, devem participar, fazendo perguntas, pedindo esclarecimentos, colocando
objeções, reforçando argumentos ou dando alguma contribuição.

6.6 – Duração
O seminário, em geral, tem lugar no horário comum de aulas. Pode ter a duração de
um ou vários dias, dependendo da extensão, profundidade dos estudos e disponibilidade do
tempo.

As sessões, entretanto, devem durar de duas a três horas, no máximo, para melhor
aproveitamento.

As pesquisas e os estudos de um tema, para serem apresentados em seminários,


requerem várias reuniões prévias do grupo expositor.

6.7 – Temas (Assuntos)

Os temas dos seminários são os mais variados possíveis, pois essa técnica de estudo
pode ser aplicada em qualquer setor do conhecimento.

Algumas Fontes:

a) temas constantes de um programa disciplinar, mas que necessitam de conhecimentos mais


aprofundados;

b) temas complementares a um programa disciplinar;

c) temas novos, divulgados em periódicos especializados, referentes à disciplina em questão;

d) temas atuais, de interesse geral, com idéias renovadoras;

e) temas específicos, atualizados, adequados a um programa de seminário.


6.8 – Roteiro de Seminário
A técnica do seminário obedece ao seguinte roteiro:

a) Coordenador: propõe um determinado estudo, indica as referências mínimas e estabelece


um cronograma de atividades. Cada grupo escolhe, por sua vez, o(s) relator(es) e o
secretário.

b) Formação do(s) grupo(s): inicia-se o trabalho de pesquisa, de procura de informações


através das referências, documentos, entrevistas, observações etc. Depois o grupo se
reúne para discutir o material coletado, confrontar pontos de vista, formular conclusões e
organizar o material, sempre assessorado pelo coordenador.

Em seguida, os grupos deverão fazer uma síntese dos diferentes autores analisados,
resumo das contribuições, visando à exposição que deve apresentar:

 Introdução: breve exposição do tema central, dos objetivos e das referências


bibliográficas utilizadas;

 Desenvolvimento dos tópicos numa seqüência organizada: explicação, discussão e


demonstração;

 Conclusão: síntese de toda a reflexão, com as contribuições do grupo para o tema.


c) Conclusão dos estudos: a classe se reúne, sob a orientação do coordenador;

d) O relator, em plenário, apresenta os resultados dos estudos, obedecendo a uma seqüência


lógica e ordenada;

e) A classe, a seguir, participa das discussões e debates, solicitando esclarecimentos,


refutando afirmações ou reforçando argumentos.

f) Ao final, o coordenador do seminário faz uma síntese do trabalho apresentado. Se achar


incompleto, pode recomendar outros estudos.

LEMBRETES IMPORTANTES
O seminário não pode reduzir a uma aula expositiva apresentada por um colega e comentada
pelo professor: ele deve ser um círculo de DEBATES para o qual todos devem estar
suficientemente preparados.
6.9 – Texto-roteiro de seminário (para Seminários de Textos e Seminário de
Temas)

O texto roteiro deve ser preparado e entregue à classe com um mínimo de três dias de
antecedência, para que todos possam ter idéia do conteúdo a ser discutido.

O texto-roteiro deve conter (adaptado de PÁDUA, 1994, p.139):

a) Apresentação do assunto do seminário;

b) Esquema básico;

c) Localização do assunto no contexto da disciplina

d) Apresentação dos esclarecimentos dos principais conceitos;

e) Problematização: levantamento de questões para debate em classe


- O grupo deve elaborar questões para serem distribuídas aos demais grupos no dia
da realização do seminário para garantir o debate e aprofundar a discussão. O
professor (coordenador) deve orientar o grupo quanto ao número de perguntas a
serem levantadas para o debate.

f) Referências: utilizadas pelo grupo de acordo com as normas da ABNT/NBR 6023 –


referências.

REFERÊNCIAS
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho científico:
procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos
científicos. 4.ed. rev. São Paulo: Atlas, 1992. 214p.

NÉRICI, Imídeo G. Introdução à didática geral. 12. ed. atual. aum. Rio de Janeiro:
Científica, [197-]. v.1.

______. Educação e metodologia. 2.ed. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1973.

PÁDUA, E. M. M. de. Seminário. In: CARVALHO, M. C. (Org.). Construindo o saber.


4.ed. São Paulo: Papirus, 1994. p.137-145. cap.IV.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21.ed. São Paulo: Cortez, 2000.


278p.
PARTE III
A “CONSTRUÇÃO” DO TRABALHO ACADÊMICO
7 – PROJETO DE PESQUISA: etapas na sua construção

O projeto de pesquisa é a intenção de executar a pesquisa visando solucionar o


problema que levou o investigador a essa proposta. Para a elaboração de um projeto não há
regras fixas. Entretanto, algumas etapas são fundamentais para que os objetivos sejam
alcançados.
Dessa maneira, o Projeto deve ser um roteiro para a elaboração de pesquisa em uma
determinada área, que possibilita a produção do conhecimento e sua sistematização sobre o
tema específico a ser abordando. O tema abordado deve constituir-se no objeto de estudo da
pesquisa. A indicação do tema da pesquisa é o primeiro passo da elaboração do projeto.
O tema deve ser exposto de forma clara, apenas indicando o objeto a ser estudado.
Para realizar o trabalho de investigação científica o pesquisador deverá definir e explicitar o
tema ou objeto de análise de forma clara e direta. A delimitação do foco da pesquisa implica
em situar o tema espacial (delimitação geográfica) e temporalmente (período proposto para a
pesquisa), de acordo com o contexto geral da sua área de trabalho, assim como deve
apresentar, já nesse momento, uma indicação do problema que será discutido acerca do tema.
O Projeto de pesquisa deve ser escrito de forma tal que pessoas não especialistas no
tema, tais como as equipes das agências financiadoras ou organismos de política de pesquisa
possam compreender os argumentos apresentados. Se for necessário utilizar termos muito
especializados, estes devem ser definidos. Evitar uma linguagem pesada que dificulte a
compreensão das ideias desenvolvidas pelo proponente.
Nesse mesmo sentido, tomar em consideração que o especialista a quem será
encaminhado o projeto, deve ler muitos outros projetos. Se a redação é longa, complexa,
desordenada, pouco clara, pedante e com erros ortográficos ou gramaticais, o especialista
poderá até abandonar a leitura. Por fim, cabe menciona que uma redação sintética, bem feita,
é sinal de que o autor tem ideias bem claras e
precisas do que pretende fazer. As probabilidades do projeto ser aprovado aumentarão.

7.1 Elaboração do Trabalho Escrito


O trabalho escrito deve ser elaborado de acordo com a estrutura básica abaixo:
Sobre o Texto
O texto escrito conterá de 25 a 40 páginas (entre introdução, desenvolvimento e
considerações finais) – respeitando-se a estrutura básica para trabalhos acadêmicos.
a) Elementos Pré-textuais:
Capa
Folha de rosto.
Folha de Autorização
Dedicatória e Agradecimentos (Opcional)
Resumo em língua vernácula– Deverá ser elaborado em parágrafo único, contendo, no
mínimo 300 e, no máximo, 300 palavras (sem contar as palavras-chave). Abaixo do resumo
devem ser apresentadas as palavras-chave, que serão antecedidas pela palavra “Palavras-
chave:”, e separadas por ponto e vírgula.
Resumo em língua estrangeira – Poderá ser escrito em inglês (Abstract), espanhol
(Resumen) ou francês (Resumé). O resumo em língua estrangeira obedece aos mesmos
critérios do resumo em língua vernácula.
Lista de ilustrações, tabelas, abreviaturas e siglas, símbolos, gráficos e quadros
(quando houver)
Sumário: Divisão do conteúdo do trabalho, em capítulos, itens ou subitens, com a
numeração que aparece no corpo do trabalho e número de página em que se inicia. É
importante padronizar a forma de apresentação. Obs.: O próprio roteiro do conteúdo do
Projeto Interdisciplinar poderá ser utilizado como Sumário do trabalho.

b) Elementos Textuais:
Introdução: Parte inicial do trabalho que contém o 1) tema, 2) os objetivos do trabalho
(gerais e específicos) a 3) Justificativa e a 4) Metodologia, ou seja, nessa parte orientação
teórica é indica, bem como as divisões do trabalho e outros elementos necessários para situar
o leitor.
Desenvolvimento: Parte principal do trabalho, onde se desenvolve o roteiro do conteúdo
do Projeto Interdisciplinar. Nessa parte será desenvolvida a fundamentação teórica. É de
fundamental importância que os conceitos teóricos, obedeçam as regras da ABNT para
Citações diretas ou indiretas.
Considerações Finais: Parte final do texto onde são apresentadas considerações referentes
aos objetivos do trabalho.
c) Elementos Pós-Textuais:
Referências (obrigatório): A elaboração das Referências deve seguir as normas da
ABNT.
Apêndices: texto ou documento elaborado pelo autor, utilizado para ilustrar ou comprovar
seu trabalho, identificados do mesmo modo que o apêndice.
Anexos: texto ou documento não elaborado pelo autor, utilizado para ilustrar ou
comprovar seu trabalho, identificados do mesmo modo que o apêndice.

7.2 Formatação Básica


Folha papel A4, na cor branca.
Margem superior e esquerda: 3,0 cm.
Margens inferior e direita: 2,0 cm.
Para citações longas, acima de três linhas deve-se observar o recuo de 4 cm da margem
esquerda, espaçamento entre linhas 1,0 e tamanho da fonte 10.
Texto justificado com recuo de 1,5 cm na primeira linha.
Fonte: Arial
Cor: preta, exceto nas ilustrações
Tamanho da fonte:
◦12 para títulos e subtítulos;
◦12 para textos;
◦10 para citações acima de 03 linhas, notas de rodapé, número de página, legenda de
ilustrações e de tabelas.
Espaçamento:
◦1,5 entre linhas do texto;
◦Simples entre linhas de notas de rodapé, resumos, referências, legendas de
ilustrações e tabelas, fichas catalográficas, citações acima de 03 linhas;
◦1 espaço simples entre referências;
◦1 espaço 1,5 entre títulos e textos.
Tópicos e subtópicos: os tópicos devem ser com letras maiúsculas e os subtópicos somente
com iniciais maiúsculas.
Numeração de página no canto superior direito.
Todas as ilustrações devem ser centralizadas em relação à margem. Se forem copiadas
devem apresentar a fonte bibliográfica abaixo da ilustração, precedida da palavra fonte em
letra maiúscula e minúscula, dois pontos e a fonte. A palavra "Ilustração", Gráfico ou
Quadro deve ser escrita centralizada em relação à margem seguida do número e separada por
hífen, acima da ilustração. Não há necessidade de se colocar a palavra "número" ou "nº." O
título da figura, do gráfico ou quadro, deve ser por extenso, a fonte 12. Se o título ocupar
mais de uma linha, a segunda linha deverá iniciar abaixo da primeira palavra do título. A
figura, o gráfico ou o quadro, deve ser colocado após sua citação no texto, deixando-se um
espaço de 1,5 cm entre o texto e a figura. Após a figura, o texto prossegue a um espaço de
1,5 cm. Se o espaço da página não permitir, a figura, o gráfico ou o quadro, deve aparecer na
página seguinte, enquanto o texto prossegue normalmente no restante da página anterior.
Preferencialmente as ilustrações devem aparecer em escala de cinza. Todavia, se os
acadêmicos optarem por ilustrações coloridas, estas devem ser impressas com tinta colorida
e de forma nítida.
Todas as páginas são contadas a partir da folha de rosto, porém, a numeração da página
tem início a partir da introdução.
Marcadores e Numeração, quando necessários no texto devem estrar justificados em
relação à margem esquerda, com recuo de 2,5 cm.

7.3 Elementos do projeto de pesquisa:

1. Título

O título é a nominação da pesquisa. Geralmente, um trabalho apresenta um título geral


e um título técnico que aparece como subtítulo, especificando a temática abordada. Quando a
pesquisa se realizar em um determinado espaço (geográfico) e período (cronológico), estas
informações poderão constar do título.

2. Introdução

A introdução tem por objetivo conduzir o leitor ao assunto ou problema que deu
origem à pesquisa, proporcionando uma visão geral do trabalho a ser realizado. Assim, na
Introdução podem constar: a) breve histórico sobre o assunto; b) objetivo(s); c) justificativa
do projeto; d) pequena revisão de literatura, se não houver um item separado para as letras b,
c, e d.
A introdução também pode ser escrita, considerando quatro questões: a) relevância
científica: o que a pesquisa pode acrescentar à ciência onde se inscreve; b) relevância social:
que benefícios poderão trazer à comunidade com a divulgação do trabalho; c) interesse: o que
levou o pesquisador a propor e escolher o tema; d) viabilidade: quais são as possibilidades
concretas desta pesquisa vir a ser realizada (AZEVEDO, 1993).

3. Objetivos

Os objetivos definem o que se quer alcançar com o desenvolvimento da pesquisa e


quais são os resultados esperados. Este é o único capítulo de todo o Projeto que deve aparecer
na forma de tópicos, ao contrário dos demais que deverão ser apresentados em texto cursivo e
problematizado. Assim, ele é geralmente curto, e não deve conter muitos objetivos,
especialmente em Ciências Humanas, pois poderá desvirtuar a pesquisa para meandros que
não se conseguirá alcançar. Dessa forma, os objetivos dividem-se em:

a) Objetivo Geral: apresenta o contexto mais amplo e abrangente da pesquisa.

b) Objetivos Específicos: apresentam o detalhamento do problema a ser estudado. Os


objetivos específicos definem etapas do trabalho a serem realizadas para que se
alcance o objetivo geral. Podem ser: exploratórios, descritivos e explicativos. Assim,
deve-se sempre utilizar verbos no infinitivo para iniciar os objetivos:

 Exploratórios (conhecer, identificar, levantar, descobrir)


 Descritivos (caracterizar, descrever, traçar, determinar)
 Explicativos (analisar, avaliar, verificar, explicar)

“SOBRE OS OBJETIVOS”...

Os objetivos dividem-se em:

a) Gerais: são os de alcance a longo prazo. São mais amplos e descrevem resultados finais
que apresentam linguagem mais genérica. Os verbos mais utilizados são: Compreender,
Conhecer, Saber, Proporcionar.

b) Específicos: são os de alcance a curto prazo, caracterizam-se pela linguagem mais precisa,
limitada e indicam imediatismo. Esses objetivos mais simples são alcançáveis em menor
tempo e explicam o desempenho observável. Alguns verbos que poderão ser usados na
elaboração de objetivos específicos nos projetos de pesquisa são:

Acompanhar; adquirir; analisar; aplicar; apontar; apresentar; arrolar; assinalar; assistir;


avaliar; caracterizar; citar; classificar; colocar; comparar; compor; correlacionar; construir;
criticar; definir; demonstrar; descrever; desenhar; destacar; determinar; elaborar; escrever;
especificar; estabelecer; examinar; explicar; fazer; formular; identificar; ilustrar; indicar;
informar; interpretar; investigar; justificar; listar; localizar; mostrar...
(JOSÉ et al, 1983, p.33-35)

4. Formulação do Problema

O ponto de partida para a pesquisa é a formulação do problema. Ao se propor o


problema, este deve ser empírico, ter possibilidade de solução e estar compatível com os
recursos disponíveis para não se criar expectativa, além daquilo que se pretende investigar
(SEVERINO, 1996). A elaboração de perguntas sobre o tema é uma sugestão para se
construir a problematização ou a problemática da pesquisa.

5. Hipótese(s) da Pesquisa

A hipótese é uma resposta provisória ao problema. É uma proposição submetida a


teste que pode ser considerada verdadeira ou falsa no final do processo de investigação. Da
mesma forma que o problema, a hipótese deve ser formulada no contexto do referencial
teórico adotado pelo pesquisador. Entretanto, é importante considerar que, de acordo com o
enfoque teórico-metodológico da pesquisa, esse item não precisa ser considerado. A
formulação clara do problema e a elaboração dos objetivos, por si, já conduzem à(s)
resposta(s) do que se espera com a pesquisa.

“DICAS”...
O QUE É HIPÓTESE?
Hipótese: uma proposição, ou seja, uma expressão verbal suscetível de ser declarada
verdadeira ou falsa (GIL, 2002, p.31).
Hipótese é caracterizada como uma “verdade provisória” [...] É uma afirmação a respeito de
algo ainda desconhecido ou, pelo menos, não satisfatoriamente conhecido (SANTOS, 2002,
p.53).
Hipótese é uma conjectura a respeito de algo. É uma resposta antecipada, provisória, relativa
a alguma situação (COSTA, 2001, p.27).
6. Referencial Teórico

Este item do projeto de pesquisa, também chamado de fundamentação teórica ou


revisão de literatura, representa o momento em que o pesquisador procura conhecer o que já
foi produzido sobre o tema, através de um rigoroso levantamento bibliográfico. A leitura é de
fundamental importância nesta etapa porque vai definir o quadro teórico que permitirá o
desenvolvimento da pesquisa. Consiste em apresentar um resumo do que já foi escrito sobre o
tema. Uma pesquisa não parte do zero, por isso o pesquisador deverá fazer uma pesquisa
prévia sobre o que já foi escrito sobre o tema sobre o qual pretende estudar.
Mesmo que seja uma pesquisa de campo inédita, que avalia uma situação concreta
desconhecida em um dado local, alguém ou um grupo, em algum lugar, já deve ter feito
pesquisas iguais ou semelhantes, ou mesmo complementares de certos aspectos da pesquisa
pretendida. Uma procura de tais fontes, documentais ou bibliográficas, torna-se
imprescindível para que não haja duplicação de esforços.
A citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a
contribuição da pesquisa realizada, demonstrar contradições ou reafirmar comportamentos e
atitudes.
 A literatura indicada deverá ser condizente com o problema em estudo.
 Citar literatura relevante e atual sobre o assunto a ser estudado.
 Apontar alguns dos autores que serão consultados.
 Demonstrar entendimento da literatura existente sobre o tema.

7. Metodologia
É o “caminho” a ser percorrido na pesquisa. Nesta etapa, também conhecida como
procedimentos metodológicos, o pesquisador, após ter caracterizado o problema, elaborado os
objetivos e definido o quadro teórico, vai delinear os procedimentos (métodos) e as técnicas
(materiais) a serem seguidos na pesquisa.
A metodologia da pesquisa num planejamento deve ser entendida como o conjunto
detalhado e sequencial de métodos e técnicas científicas a serem executados ao longo da
pesquisa. Assim, as seguintes perguntas podem ser feitas para auxiliar na construção do texto:
COMO FAZER? COM QUÊ? QUANDO? O QUE? COM QUEM? ONDE?.
As hipóteses serão fundamentais nesse momento porque indicarão ao pesquisador,
ainda sem o conhecimento devidamente aprofundado sobre o tema, ávido por respostas, a
selecionar os meios mais adequados para obter indicações e/ou conclusões acerca das suas
indagações.
Numa pesquisa bibliográfica a metodologia consiste em descrever as fontes de
pesquisa (as referências iniciais) e o processo de estudo, a proposta de seleção das leituras,
isto é, porque alguns autores foram escolhidos e outros não.
A metodologia compreende ainda na indicação de como será feita a análise do material
pesquisado ou do tipo de análise que será efetuada: seletiva, crítica ou reflexiva, descritiva,
analítica etc.
Na pesquisa documental ou de campo é necessário ainda delimitação e descrição (se
necessário) dos instrumentos e fontes escolhidos para a coleta de dados: entrevistas,
formulários, questionários etc. A indicação do procedimento para a coleta de dados, que
deverá acompanhar o tipo de pesquisa selecionado, isto é:
a) para pesquisa experimental; indicar o procedimento de testagem;
b) para a pesquisa descritiva: indicar o procedimento da observação: entrevista, questionário,
análise documental, entre outros.

“DICAS”...
SOBRE O MÉTODO DE INTERPRETAÇÃO E O MÉTODO DE PESQUISA

Método de interpretação (grifo nosso) [...] diz respeito à concepção de mundo do


pesquisador, sua visão da realidade, da ciência, do movimento etc. É a sistematização das
formas de ver o real, a representação lógica e racional do entendimento que se tem do mundo
e da vida. O método de interpretação refere-se, assim a posturas filosóficas, ao
posicionamento quanto às questões da lógica e, por que não dizer, à ideologia e à posição
política do cientista. O método é, nesse sentido, o elemento de relação entre os vários campos
da ciência e de cada um com Filosofia. Pode-se dizer que ele é o arcabouço estrutural sobre o
qual repousa qualquer conhecimento científico. Mesmo a postura de negação ao método é a
exteriorização de uma posição metodológica. Concluindo, método de interpretação é uma
concepção de mundo normatizada e orientada para a condução da pesquisa científica; é
aplicação de um sistema filosófico ao trabalho da ciência (MORAES; COSTA, 1984, p.27)

[...] O método da pesquisa (grifo nosso) refere-se ao conjunto de técnicas utilizadas em


determinado estudo. Relaciona-se, assim, mais aos problemas operacionais da pesquisa que a
seus fundamentos filosóficos. Pode-se dizer que a utilização de um método de pesquisa não
implica diretamente posicionamentos políticos ou concepções existenciais do pesquisador,
resultando muito mais das demandas do objeto tratado e dos recursos técnicos de que dispõe.
Lênin, por exemplo, em seu livro Desenvolvimento do capitalismo na Rússia, faz um intenso
dos métodos quantitativos, apesar de o marxismo (seu método de interpretação) priorizar a
vai qualitativa para o entendimento da realidade social. O que ocorre é que determinadas
posturas interpretativas impõem ao trabalho científico o uso exclusivo de certas técnicas de
análise [...]. De todo modo, a opção por uma metodologia de pesquisa não define, a priori, os
resultados interpretativos do trabalho executado. Estudos orientados por diferentes métodos
de interpretação podem fazer uso da mesma metodologia de pesquisa (MORAES; COSTA,
1984, p.27-28).

7. Cronograma

A delimitação do tempo, inicial e final, da pesquisa é importante porque demonstra a


duração de cada item, necessário ao desenvolvimento do plano. O cronograma pode ser
organizado de forma mensal, bimestral, trimestral, semestral.

A organização dos ítens que compõem o cronograma vai depender do tipo de pesquisa
proposta. A sugestão apresentada é para um projeto de dissertação de mestrado e tem por
objetivo auxiliar o pesquisador na organização de seu cronograma.

Nos projetos de pesquisa para elaboração de dissertação ou tese deverão estar previstos
os seguintes itens: defesa do exame de qualificação, defesa da dissertação, defesa da tese

8. Orçamento (Recursos)

O orçamento (previsão de custos) deve constar no projeto de pesquisa, se houver


solicitação de recursos. Assim, é importante considerar gastos com pessoal e com materiais
(de consumo e/ou permanentes) para a realização da pesquisa.

9. Referências

As referências correspondem à relação das fontes utilizadas para a elaboração do


projeto: livros, revistas científicas, jornais, revistas, vídeos, documentos eletrônicos, CD-
ROM...). Na conclusão final do trabalho estas referências serão acrescidas de outras obras.

7.4 Exemplos de referências quanto à origem das fontes consultadas:

AUTOR (pessoa física)


a) 1 autor:

MINADEO, Roberto. Marketing internacional: conceitos e casos. Rio de Janeiro: Thex, 2001.
BEIRÃO, Nirlando. Cláudio Bernardes: A psicanálise da prancheta. São Paulo: DBA, 1999.

b) 2 autores:

GOMES, Josir Simeone; SALAS, Joan M. Amat. Controle de gestão: uma abordagem
contextual e organizacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
c) 3 autores:
SOUZA, Donaldo Bello de; SANTANA, Marco Aurélio; DELUIZ, Neise. Trabalho e
educação: centrais sindicais e reestruturação produtiva no Brasil. Rio de Janeiro: Quartet,
1999.
d) Mais de 3 autores:

GRINOVER, Ada Pellegrini et al. Juizados especiais criminais: comentários a Lei 9.099, de
26-09-1995. 2. ed. rev. atual. e aum. São Paulo: R. dos Tribunais, 1997.

e) Responsabilidade intelectual destacada

CARVALHO, Maria Cecilia Maringoni de (Org.). Construindo o saber: metodologia


cientifica, fundamentos e técnicas. 5. ed. São Paulo: Papirus, 1995. 175 p.

PINTO, Diana Couto; LEAL, Maria Cristina; PIMENTEL, Marília A. Lima (Coord.).
Trajetórias de liberais e radicais pela educação pública. São Paulo: Loyola, 2000.

f) Sobrenomes que indicam parentesco:

OLIVEIRA JUNIOR, José Alcebíades de; LEITE, José Rubens Norato (Org.). Cidadania
coletiva. Florianópolis: Paralelo, 1996.

g) Sobrenomes ligados por hífen:

ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith; GEWANDSZNAJDER, Fernando. Método nas ciências


naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 2001.

 AUTOR (entidade)

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DAS ALFÂNDEGAS. Glossário de termos aduaneiros


internacionais. Tradução Oswaldo da Costa e Silva. Brasília, DF: LGE, 1998.

BRASIL. Presidência da República. Comunidade solidária: três anos de trabalho. Brasília,


DF: Imprensa Nacional, 1998.

 TRABALHOS ACADEMICOS, DISSERTAÇÕES E TESES


NOGUEIRA, Ângela Guiomar. Competências gerenciais: o caso Telerj. 1998. 122 f.
Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 1998.

AMARAL NETO, Francisco dos Santos. Da irretroatividade da condição no direito civil


brasileiro. 1981. 383 f. Tese (Doutorado em Direito) - Faculdade de Direito da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1981.

 EVENTOS NO TODO
SIMPÓSIO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA EDUCAÇÃO DO NORDESTE, 1.,
1996, Fortaleza. Gestão e participação. Fortaleza: ANPAE, 1996.

REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA


CIÊNCIA, 46., 1994, Vitória. Anais... Vitória: UFES, 1994.

CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2., 1997, Belo Horizonte. Educação,


democracia e qualidade social: consolidando um plano nacional de educação. Belo Horizonte:
APUBH, 1997.

 TRABALHOS APRESENTADOS EM EVENTOS


QUINTELLA, Heitor M.; SOUZA, Levi P. Cultura de negócios: nova perspectiva dos estudos
sobre o comportamento organizacional, estudo de caso em duas emissoras de TV educativa.
In: ENCONTRO DA ANPAD, 25., 2001, Campinas. Resumo dos trabalhos. Campinas:
[s.n.], 2001.

 OBRAS SEM AUTORIA


EDUCAÇÃO formal: entre o comunitarismo e o universalismo. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, 1996.

 REFERÊNCIAS LEGISLATIVAS
BRASIL. Medida provisória n.º 2.052, de 26 de outubro de 2000. Dispõe sobre o acesso ao
patrimônio genético, a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado, a
repartição de benefícios e o acesso à tecnologia e a transferência de tecnologia para sua
conservação e utilização, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, 27 out. 2000. Seção 1-E, p. 87.

 PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS (REVISTAS E JORNAIS)


EMPRESÁRIOS da Argentina querem a suspensão temporária do Mercosul. O Globo, Rio de
Janeiro, 27 set. 2001. Economia, p. 28.

PANZUTTI, Nilce. Impureza e perigo para povos de floresta. Ambiente e sociedade,


Campinas, ano. 2, n. 5, p. 69-77, jul./dez. 1999.

ALMEIDA, Eros Ramos de Portugueses são estrelas de evento esvaziado. O Globo, Rio de
Janeiro, 27 set. 2001. Segundo Caderno, p. 2.

 NOTAS
Entrevistas
POSSI, Zizi. Movida a paixão. São Paulo, 2001. Entrevista concedida a Lucy Dias em 10 set.
2001.
Palestras
FARIAS, Edvaldo de. Formação Profissional & Mercado de Trabalho em Educação Física.
2001. Palestra realizada na Universidade Estácio de Sá em 28 ago. 2001.

 VÍDEOS
VACAS sagradas dão os melhores bifes. Belo Horizonte: Sete, [199-]. 2 fitas de vídeo, (ca
108 min), VHS, son., color.

DE um show: transforme seu business em um show. Palestrante Luiz Marins. Rio de Janeiro:
COMMIT, 2001. 1 fita de vídeo (32 min.), VHS, son., color.
STAR Wars I: a ameaça fantasma. Direção e roteiro: George Lucas. Produção: Rick
McCallum. Intérpretes: Liam Neeson; Ewan McGregor; Natalie Portman; Jake LLoyd: Ian
McDiarmid e outros. Manaus: VIDEOLAR 2000. 1 fita de vídeo (133 min), VHS, son., color.

 CD MUSICAL
ANA Carolina. [Rio de Janeiro]: BMG, c2001. 1 CD (53 min).

 DOCUMENTOS VIA INTERNET


a) Artigo de periódico com autoria:

ARRUDA, Maria Cecília Coutinho; NAVRAN, Frank Indicadores de Clima Ético nas
Empresas. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 40, n. 3, jul./set. 2000.
Disponível em: <http://www.rae.com.br/rae/artigos_on_line.htm>. Acesso em: 28 set. 2010.

b) Artigo de periódico sem autoria:

LÍDERES do PT discutem em SP propostas do partido para 2002. JB Online, Rio de Janeiro,


28 set. 2001. Disponível em: <www.jb.com.br>. Acesso em: 28 set. 2010.

c) Trabalho apresentado em eventos:

MARQUES JÚNIOR, Alaôr Messias.; PIMENTA, Ana Lúcia Neves. A informação jurídica
como instrumento para o exercício da cidadania. In: CONGRESSO BRASILEITO DE
BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 19., 2000, Porto Alegre. Anais eletrônico...
Porto Alegre: PUC-RS, 2000. Temário Livre. Disponível
em:<http://www.pucrs.br/cbbd2000/>. Acesso em: 28 set. 2000.

d) Trabalho acadêmico

ALVES, Maria Leila. O papel equalizador do regime de colaboração estado-município na


política de alfabetização. 1990. 283 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade
de Campinas, Campinas, 1990. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/cibec/bbe-online/.
Acesso em: 28 set. 2001.
e) Lista de discussão na Internet

BIBIAMIGOS Discussion List. Lista de Discussão sobre Biblioteconomia e Ciência da


Informação. Bibi Amigos no Brasil. Disponível em:< bibamigos@egroups.com. Acesso em:
21 ago. 2001.

10. Apêndices e Anexo (s)


São documentos complementares, colocados ao final do texto para não alongá-lo e não
interromper a seqüência lógica da exposição. Apêndices são elementos pós-textuais, que
complementam o projeto, elaborados pelo próprio pesquisador. Podemos trazer como
exemplos os questionários, formulários da pesquisa ou fotografias.
Os anexos são textos elaborados por outras pessoas e não pelo pesquisador. Como exemplo
temos: mapas, plantas documentos originais e fotografias tiradas por outros.
Só devem aparecer nos projetos de pesquisa anexos extremamente importantes:
 Os apêndices localizam-se após as referências e os anexos, após os apêndices, se
houver. Seus critérios de apresentação são:
 são numerados individualmente com algarismos arábicos (quando há apenas um
apêndice e/ou anexo, estes não devem ser numerados);
 cada apêndice e/ou anexo pode ser antecedido por uma página de rosto, na qual devem
constar, escritos em letras maiúsculas estilo normal e centralizados na 13ª linha do texto,
a palavra APÊNDICE e/ou ANEXO, seguida do número de ordem, de um hífen entre
espaços correspondentes a uma letra, e do respectivo título;
 cada anexo e/ou apêndice inicia-se em página distinta;
 na página de rosto do anexo recomenda-se incluir elementos que identifiquem a fonte
da qual foi extraído o conteúdo do anexo (autor, título,local e data).

A seguir, a organização do projeto de pesquisa:

Anexos

Referências

[Elementos textuais]

Sumário

Lista de Tabelas

Lista de Ilustrações

Folha de Aprovação

Folha de Rosto

Capa
IMPORTANTE:

De acordo com a ABNT/NBR 6027: sumário. Rio de Janeiro, 2003: os elementos pré-
textuais não devem constar no sumário.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de
trabalhos na graduação. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024: numeração


progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 2003.

______. NBR 10520: apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 6023: referências. Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 15287: projeto de pesquisa. Rio de Janeiro, 2005.

AZEVEDO, I. B. de. O prazer da produção científica: diretrizes para elaboração de


trabalhos acadêmicos. 2.ed. ampl. Piracicaba: UNIMEP, 1993.

BEAUD, M. Arte da tese: como preparar e redigir uma tese de mestrado, uma monografia ou
qualquer outro trabalho universitário. Tradução de Glória de Carvalho Lins. 2.ed. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.

COSTA, S. F. Método científico: os caminhos da investigação. São Paulo: Harbra, 2001.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

JOSÉ, E. M. A. et al. Objetivos educacionais. In: ___. Diretrizes para prática de ensino.
Curitiba: HDV, 1983.p.33-35.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5.ed.


São Paulo: Atlas, 2003.

MORAES, A. C. R.; COSTA, W. M. da. O ponto de partida: o método. In: ___. Geografia
crítica: a valorização do espaço. São Paulo: HUCITEC, 1984. p.26-34.

REY, L. Planejar e redigir trabalhos científicos. 2. ed. rev. amp. São Paulo: Edgard
Blucher, 1993.

SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 2. ed. rev. atual. São Paulo: Martins
Fontes, 1993.

SANTOS, A. R. dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 5. ed. rev. Rio


de Janeiro: DP&A, 2002.

SEABRA, G. de F. Pesquisa científica: o método em questão. Brasília: UnB, 2001.


SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 20.ed. rev. ampl. São Paulo: Cortez,
1996.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21.ed. rev. ampl. São Paulo: Cortez,
2000.

SILVA, A. M.; PINHEIRO, M. S. de F.; FRANÇA, M. N. Guia para normalização de


trabalhos técnico-científicos: projetos de pesquisa, monografias, dissertações, teses. 5.ed.
rev. atual. Uberlândia: UFU, 2005.

SOUZA, F. das C. de. Escrevendo e normalizando trabalhos acadêmicos: um guia


metodológico. Florianópolis: UFSC, 1997. (Série Didática).

TROPPMAIR, H. Orientação para elaboração de projeto ou plano de pesquisa. Documentos


da ARGEO, Rio Claro, n.1, p.1-12, 1983.

VIEIRA, S. Como escrever uma tese. 3.ed. São Paulo: Pioneira, 1996. (Manuais de Estudo).
PARTE IV
RECOMENDAÇÕES PARA O TRABALHO
ACADÊMICO
8 – CITAÇÕES

“A citação2 é a menção de uma informação extraída de outra fonte” (NBR 10.520,


2002, p.1). As citações são importantes em um trabalho, desde que colocadas de forma
correta.

8.1. Tipos de citações

8.1.1. Citação Direta: transcrição textual de parte da obra do autor consultado

8.1.2. Citação Indireta: transcrição livre do texto, ou seja, em que se comenta ou parafraseia a
idéia do autor consultado sem reprodução literal do texto.

8.1.3. Citação de Citação: transcrição direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso
ao original. Utiliza-se a palavra apud (em latim: ao pé, junto de,
perto de).

8.2. Localização das citações

As citações podem aparecer:

8.2.1. no texto;

8.2.2. em notas de rodapé

8.3. Apresentação das citações

8.3.1. Nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição responsável ou
título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e minúsculas, quando estiverem
entre parênteses, devem ser em letras maiúsculas.

Exemplos

De acordo com Ehlers (1999), a nova alternativa de exploração dos recursos naturais,
denominada de “sustentabilidade” foi reafirmada em 1992 na Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92).

“O informe científico é um tipo de relato escrito que divulga os resultados parciais ou totais
de uma pesquisa [...]” (LAKATOS; MARCONI, 1992, p.89).

2
As citações estão de acordo com a ABNT/NBR 10.520 – ago./2002.
8.3.2. Especificar no texto a(s) página(s), volume(s), tomo(s) ou seção (ões) da fonte
consultada nas citações diretas. Este(s) deve(m) seguir a data, separado(s) por vírgula e
precedido(s) pelo termo que o(s) caracteriza, de forma abreviada. Nas citações indiretas a
indicação da(s) página(s) consultada(s) é opcional.

Exemplos

Até 1947, as exportações americanas de soja eram relativamente marginais (BERTRAND;


LAURENT; LECLERQ, 1987, p.68).

Pinazza e Araújo (1993, p.103) ao mostrarem os desencantos com a Revolução Verde dizem
que “[...] a erradicação da fome demanda muito mais inteligência, boa vontade e coragem
política do que bilhões de dólares”.

“As ações coletivas, políticas e discursos agrupados sob a égide do ambientalismo são tão
diversificados que se torna praticamente impossível considerá-lo um único movimento”
(CASTELLS, 1999, v.2, p.143).

8.4. Como fazer as citações

8.4.1. Citações diretas

a) As citações, no texto, de até três linhas, devem estar encerradas entre aspas duplas. As
aspas simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação (grifo nosso).

Exemplo 1

O cooperativismo no Brasil surge no final do século XIX. Entretanto, a ausência de


legislação específica, na fase inicial de implantação, não estimulou sua disseminação. De
acordo com Silva e Miranda Costa (2000, p.79), “essa legislação ganha os seus primeiros
contornos em 1907, através do decreto do governo federal; em 1932 ocorre uma consolidação
parcial da mesma”.

Exemplo 2

Kautsky, ao tratar do cooperativismo agrário em seu livro A Questão Agrária afirma


que “[...] na sociedade moderna, qualquer cooperativa de produção, desde que prospere, desde
que expanda, tende a transformar-se numa empresa capitalista” (KAUTSKY, 1972, p.123-
124).
b) As citações, no texto, com mais de três linhas, devem ser destacadas com recuo de 4 cm
da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem as aspas (grifo nosso).

Exemplo 1

O ponto de partida da modernização da agricultura foi a “Revolução Verde”, um


programa idealizado pelo grupo econômico americano Rockfeler no início dos anos 1940. O
objetivo deste programa foi

contribuir para o aumento da produção e produtividade agrícola no mundo, através


do desenvolvimento de experiências no campo da genética vegetal para a criação e
multiplicação de sementes adequadas às condições dos diferentes solos e climas e
resistentes às doenças e pragas, bem como a descoberta e aplicação de técnicas
agrícolas ou tratos culturais mais modernos e eficientes. (BRUM, 1988, p.44).
Exemplo 2

Dentre os tipos de cooperativas existentes, o destaque é para as cooperativas agrárias


ou agropecuárias, que, de acordo com Rech (2000, p.40)

são as mais comuns no Brasil e têm como objetivo organizar as atividades


econômicas e sociais de seus sócios, produtores rurais, integrando-os, orientando-os
e colocando à disposição deles uma série de serviços [...] Existem múltiplos
exemplos deste tipo de cooperativa. Entre elas, destacam-se as cooperativas de trigo
e soja do Rio Grande do Sul e as de leite em diversos estados do Brasil.

8.4.2. Citações indiretas

Exemplo 1

A segunda etapa de superação da crise agrícola mineira, corresponde à expansão da


agricultura capitalista no cerrado, a partir do plano pioneiro de colonização PADAP, sucedido
dos planos estaduais: Plano Noroeste e PCI e federais: POLOCENTRO e PRODECER. Os
planos criaram as condições tecnológicas e infra-estruturais para a evolução do processo de
desenvolvimento da exploração agrícola intensiva no cerrado (NABUCO; LEMOS, 1986).

Exemplo 2

O número insuficiente de mão-de-obra e a falta de cuidados durante e após a colheita


de café, de acordo com Souza e Carvalho (1997), Bartholo e Guimarães (1997), são alguns
dos fatores que propiciam a mecanização das lavouras.

Exemplo 3
Piaget (1978) constatou, tanto na sucessão das fases do período sensório-motor,
quanto na das grandes fases do desenvolvimento, uma continuidade total das respectivas
condutas, o que torna patente o papel da experiência e da história na gênese e na formação dos
conhecimentos.

Exemplo 4

Becker; Farina; Scheid (1994) ao mostrarem a importância das fichas de apontamentos


concluem que é preciso de mais organização e mais profundidade nas pesquisas e as
anotações são indispensáveis.

8.4.3. Citação de citação

Exemplo 1

Pardinas (1977 apud LAKATOS; MARCONI, 1992, p.79) entende


por “conhecimento científico, aquele voltado para a obtenção e
comunicação de resultados desconhecidos até o momento da
publicação do livro ou artigo, com fins de explicação e/ou predição do
comportamento de certos fenômenos”.
Exemplo 2

Parágrafo “é a unidade de composição constituída por um ou mais de


um período, em que se desenvolve determinada idéia central, ou
nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente
relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela”. (GARCIA,
1981 apud OLIVEIRA, 2005, p.76).
8.4.4. Citações usando respostas transcritas de entrevistas, questionários, relatos
de história oral

Sugere-se a transcrição destacada graficamente (itálico com ou sem aspas), inseridas


no texto ou com recuo de 4cm da margem esquerda).

Exemplo 1

A mão-de-obra assalariada temporária, contratada para a colheita, principalmente do


café (maio a agosto/setembro), é originária não só da região do Triângulo Mineiro/Alto
Paranaíba, mas também de outros estados como Bahia, Alagoas, Pernambuco, Maranhão,
além do norte de Minas. Alguns proprietários ainda utilizam a mão-de-obra vinda do Paraná.

No entanto, ao estabelecerem uma comparação sobre a utilização da mão-de-obra das


diversas regiões do país, os proprietários entrevistados alegam que mais recentemente, têm
preferido os trabalhadores do Norte/Nordeste porque: “são mais trabalhadores, não são
mercenários, alguns são pequenos produtores de feijão (Bahia) e vêm com a família. Apesar
da falta de prática dos nordestinos, logo, com um pouco de esclarecimento, conseguem
aumentar a produtividade. Os trabalhadores de São Paulo e Paraná são mais agressivos: têm
escola, são mais vivos”.

Exemplo 2

No contexto da agricultura empresarial no cerrado mineiro, também foi analisada a


situação dos pequenos produtores, com destaque para os produtores de leite. Estes têm
enfrentado sérias dificuldades, diante das novas normas assinadas pelo governo federal sobre
o Programa Nacional de Melhoria de Qualidade do Leite.

Na opinião dos entrevistados3, a situação é grave, mediante as seguintes afirmativas:

os pequenos não vão sobreviver; tendência, se não desaparecer, é mudar para outra
atividade. Precisa criar outra fonte de renda”. Para eles, as alternativas são:
“necessidade de se criar uma associação entre pequenos produtores, já que o
grande é que tem em mãos a mecanização; desenvolver programas para os
pequenos produtores em regime de economia familiar, porque o pequeno tem fazer
para sobreviver”.

Lembretes:
a) Citar o nome do autor da(s) resposta(s) mediante autorização.

b) Citar as iniciais do nome do autor da(s) resposta(s) ou simplesmente colocar: resposta 1,


resposta 2 ..., se não houver autorização para publicação.

c) Ver texto:
WHITAKER et al. A transcrição da fala do homem rural: fidelidade ou caricatura? In:
WHITAKER, D. C. A. Sociologia rural: questões metodológicas emergentes. Presidente
Wenceslau/São Paulo: Letras à Margem, 2002. p.115-120.

8.5. Outras observações importantes

1) Devem ser indicadas as supressões, interpolações, comentários, ênfase ou destaques do


seguinte modo:

a) Supressões: [...]

3
Presidentes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais.
b) Interpolações, acréscimos ou comentários: [ ]

c) Ênfase ou destaque: grifo ou negrito ou itálico.

2) Quando se tratar de dados obtidos por informação oral (palestras, debates, comunicações,
etc.), indicar entre parênteses a expressão “informação verbal”, mencionando-se os dados
disponíveis, somente em nota de rodapé.

Exemplo: Tricart constatou que na Bacia do Resende, no Vale do Paraíba, há indícios de


cones de dejeção (informação verbal).

3) Na citação de trabalhos em fase de elaboração, deve ser mencionado o fato, indicando-se os


dados disponíveis, somente em notas de rodapé.

Exemplo: Poetas Rio-grandenses, de autoria de Elvo Clemente, a ser editado pela


EDIPUCRS, 2001 (em fase de elaboração).

4) Para enfatizar trechos da citação, deve-se destacá-los indicando esta alteração com a
expressão “grifo nosso” entre parênteses, após a idealização da citação.

Exemplo: [...] para que não tenha lugar a produção de degenerados, quer physicos quer
moraes, misérias, verdadeiras ameaças à sociedade (SOUTO, 1916, p.46, grifo nosso).

5) Caso o destaque seja do autor consultado, usa-se a expressão “grifo do autor”.

Exemplo: [...] b) desejo de criar uma literatura independente, diversa, de vez que,
aparecendo o classicismo como manifestação de passado colonial [...] (CÂNDIDO, 1993, v.2,
p.12, grifo do autor).

6) Quando houver coincidência de autores com o mesmo sobrenome e data, acrescentam-se as


iniciais de seus prenomes; se mesmo assim existir coincidência, colocam-se os prenomes por
extenso.

Exemplos: SILVA, M., (1930)


SILVA, L., (1930)
RIOS, Carlos (1929)
RIOS, Ciro (1929)
7) As citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicadas num mesmo ano, são
distinguidas pelo acréscimo de letras minúsculas após a data sem espacejamento.

Exemplos: (OLIVEIRA, 1951a)

(OLIVEIRA, 1951b)
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: apresentação de
citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002.

WHITAKER, D. C. A. Sociologia rural: questões metodológicas emergentes. Presidente


Wenceslau/São Paulo: Letras à Margem, 2002.

Sugestão: para maiores informações sobre as citações, consultar a seguinte referência:


SILVA, Ângela M.; PINHEIRO, M. S. F.; FRANÇA, M. N. Guia para normalização de
trabalhos técnico-científicos: projetos de pesquisa, monografias, dissertações, teses. 5.ed.
atual. Uberlândia: EDUFU, 2005.
9 - ILUSTRAÇÕES

9.1. O que são as ilustrações no trabalho científico

As ilustrações (gravuras, fotografias, mapas, desenhos, esquemas, gráficos, quadros,


fórmulas, plantas, organograma, fluxogramas e outros) podem ser utilizadas nos trabalhos
científicos e são importantes para esclarecer, explicar e tornar mais simples a compreensão do
texto. Em suas considerações sobre as ilustrações, França (1998) faz a seguinte observação:

toda ilustração que já tenha sido publicada anteriormente deve conter, abaixo da
legenda, dados sobre a fonte (autor, data, página) de onde foi extraída (Lei 5988 de
14/12/73, Cap. IV, art. 51, que regulamenta os direitos autorais). Como nas demais
citações a referência bibliográfica completa, relativa à fonte da ilustração, deve
figurar na listagem bibliográfica final. (FRANÇA, 1998, p.86).

A ABNT-NBR 14724 (2005, p.9) considera “ilustrações (gravuras, fotografias,


mapas, desenhos, esquemas, gráficos, quadros, fórmulas, plantas, organograma, fluxogramas
e outros) e tabelas (grifo nosso).

Ainda com relação às ilustrações, uma observação a ser feita é sobre os mapas e
cartogramas, dois recursos muito utilizados nos trabalhos de Geografia. Entretanto, têm-se
discutido esta inclusão e a sugestão dada é considerar os cartogramas em separados na
organização da LISTA DE ILUSTRAÇÕES. Assim, poder-se-á considerar:

- LISTA DE FOTOS
- LISTA DE GRÁFICOS
- LISTA DE MAPAS
- LISTA DE CARTOGRAMAS
- LISTA DE QUADROS
Além da LISTA DE ILUSTRAÇÕES, há também a LISTA DE TABELAS, se elas
forem necessárias no trabalho acadêmico.

9.2. Como proceder com o uso das ilustrações

a) Devem ser centradas na página, ou intercaladas, em princípio, no texto, logo após serem
citadas.

b) São relacionadas em lista própria, antes do sumário.


c) Qualquer que seja seu tipo, sua identificação aparece na parte inferior precedida da
palavra a que corresponde (foto, mapa, gráfico...), seguida de seu número de ordem de
ocorrência no texto em algarismos arábicos, do respectivo título e/ou legenda explicativa e
da fonte, se necessário.

9.3. Como as ilustrações podem ser colocadas no texto

A indicação das ilustrações ou tabela pode integrar o texto ou localizar-se entre


parênteses no final da frase.

Exemplos
a) Foto
- A foto 1 mostra o cultivo de alface em sistema de hidroponia.
- Nas propriedades familiares há o cultivo de alface em sistemas de hidroponia (Foto 1).
b) Quadro
- No quadro 1 encontram-se relacionadas as associações dos cafeicultores do cerrado.
- A Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) foi criada em 1986 (Quadro 1).
c) Tabela
- A tabela 1 mostra os cultivos de café e soja no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba no período
1970-1985.
- No Triângulo Mineiro, o cultivo do café passou de 160t em 1970 para 32.903t em 1985
(Tabela 1).

9.4. Como organizar as informações das ilustrações


a) Distribuição das informações no mapa (sugestão)
Exemplo 1

Título Título

Legenda Escala

Autor/Org./Ano.
Fonte: Atlas

Mapa 1
Exemplo 2

MINAS GERAIS (Título): ocupações de terra e assentamentos (subtítulos) – 1999 (data)

Legenda Escala

Autor/Org./Ano.
Fonte:Atlas

Mapa 1

b) Utilização de fotografias
Exemplo 1

Foto 1 – Fazenda Esperança, Uberlândia (MG):


plantação de tomates longa-vida.
Autor: PESSÔA, V. L. S., jan./2001.
Exemplo 2: Como utilizar as fotografias em diferentes épocas

Foto 1 – Biblioteca Pública - 1950


Fonte: Arquivo Público Municipal
Foto 2 – Biblioteca Pública, cidade (estado): Restaurada
em 2000 no centenário da cidade
Autor: PESSÔA, V. L. S. ago./2002.

c) Utilização de gráficos (Sugestão)


Exemplo 1

Uberlândia (MG): uso da terra - 1980

20% 13%

Terras em descanso
27% Lavoura temporária
lavoura permanente
Pastagens
40%

Gráfico 1 – Uberlândia (MG): uso da terra - 1980


Fonte: IBGE – Censo Agropecuário – MG – 1980
Org. PESSÔA, V. L. S./2001

Exemplo 2

Uberlândia (MG): organização dos produtores -


1999
20%

50%

30%
Associações
Sindicato
Associação/sindicato

Gráfico 1 – Uberlândia (MG): organização dos produtores - 1999


Fonte: Pesquisa de Campo/jan./1999
Org. PESSÔA, V. L. S./2001

Exemplo 3
Gráfico 1 - Uberlândia (MG): uso
da terra - 1980

20% 13%

Terras em
descanso
27% Lavoura
temporária
Lavoura
40% permanente

Gráfico 1 – Uberlândia (MG): uso da terra - 1999


Fonte: IBGE – Censo Agropecuário – MG - 1980
Org. PESSÔA, V. L. S./2001

Outra forma de construir gráficos e mapas é utilizar os programas para confecção


destas ilustrações por meio do computador.

d) Tabelas: em sua apresentação, as tabelas:

- têm numeração independente e consecutiva;

- o título é colocado na parte superior, precedido da palavra Tabela e de deu número de ordem
em algarismos arábicos;

- as fontes citadas na construção de tabelas e notas eventuais aparecem no rodapé após o fio
de fechamento;

- caso sejam utilizadas tabelas reproduzidas de outros documentos, a prévia autorização do


autor se faz necessária, não sendo mencionada na mesma;

- devem ser inseridas o mais próximo possível do trecho a que se referem;

- se a tabela não couber em uma folha, deve ser continuada na folha seguinte e, nesse caso,
não é delimitada por traço horizontal na parte inferior, sendo o título e o cabeçalho repetidos
na folha seguinte;

- nas tabelas utilizam-se fios horizontais e verticais para separar os títulos das colunas no
cabeçalho e fechá-la na parte inferior, evitando-se fios verticais para separar as colunas e fios
horizontais para separar as linhas.

Exemplos
Tabela 1 – Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba: café e soja - 1970-1985
Ano Triângulo Mineiro Alto Paranaíba
Café (Ton.) Soja (Ton.) Café (Ton.) Soja (Ton.)
1970 160 1.902 13.615 83
1975 1.529 31.482 8.157 12.896
1980 19.252 139.569 48.407 68.407
1985 32.903 257.534 99.201 194.987
Fonte: IBGE – Censos Agropecuários (MG) – 1970/75/80/85.
Org. PESSÔA, V. L. S.; SILVA, P. J. (1999).
OU
Fonte: Pesquisa de Campo/jan./1999
Org. PESSÔA, V. L. S.; SILVA, P. J. (se os dados forem resultados de Pesquisa de Campo)

- Como colocar as notas eventuais que aparecem no rodapé após o fio de fechamento (o
modelo é fictício):

Tabela 2 – Área dos Lagos sobre a Área Total dos Principais Parques Criados em Renascer
entre 1970 e 1980
TIPO ÁREA TOTAL (m2) ÁREA DO LAGO ÁREA DO
(m2) LAGO/ÁREA
TOTAL (%)
1
Parque Sol 1.200.000 355.000 29,58
Parque Estrela 530.000 105.000 19,09
2
Parque Lua 375.550 80.800 21,15
Parque Saturno 150.270 ... ...
Fonte: Prefeitura Municipal.
NOTAS: Sinal convencional utilizado:
... Dado não disponível
(1) Dado aproximado
(2) Dado obtido somando o setor náutico e o setor de pesca.

e) Quadro: os quadros são apresentações de tipo tabular que não empregam dados estatísticos
Exemplo
Localidade Estado Nº de Cooperados
Uberlândia MG 27
Araguari MG 08
Pontalina GO 06
Paracatu MG 03
Patrocínio MG 02
Brasília DF 01
Canápolis MG 01
Ceres GO 01
Goiânia GO 01
Monte Alegre MG 01
Monte Carmelo MG 01
TOTAL - 54
Quadro 2 – MercoUberlândia: procedência dos cooperados - 2000
Fonte: Pesquisa de Campo/2000 – MercoUberlândia.
Org. RESENDE, S. A.

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e
documentação – trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio de Janeiro, 2005.

AZEVEDO, I. B. de. O prazer da produção científica: diretrizes para a elaboração de


trabalhos acadêmicos. 2.ed. ampl. Prefácio de Hugo Assmann. Piracicaba: UNIMEP, 1993.

FRANÇA, J. L. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 4.ed. rev. e


ampl. Belo Horizonte: UFMG, 1998.

INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL


(IPARDES). Tabelas. Curitiba: Ed. da UFPR, 2000.
10 – NOTAS, ABREVIATURAS, SIGLAS E NUMERAIS

10.1. As notas

As notas são observações sobre o texto e que não devem ser incluídas nele. Nas notas
são feitos comentários, são dadas indicações das citações feitas ou são colocadas tradução de
textos citados em língua estrangeira. Podem ser citadas:

10.1.1. No rodapé: são as notas de rodapé e podem ser:

10.1.1.1. Notas de referência: notas que indicam fontes consultadas ou remetem a


outras partes da obra onde o assunto foi abordado. Sua numeração é feita por
algarismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva para todo o capítulo.

Exemplo:

No texto:
A modernização tecnológica, enquanto induzida pela intervenção do Estado, reflete a
intensificação do processo de inserção da agricultura dos países subdesenvolvidos na
economia mundial constituída1
No pé da página onde aparece a nota:
_______________________
1
AGUIAR, R.C. de. Abrindo o pacote tecnológico: Estado e pesquisa agropecuária no
Brasil. São Paulo: Polis; Brasília:CNPq, 1986. p.76.

10.1.1.2. Notas explicativas: notas usadas para comentários, esclarecimentos ou


explanações, que não possam ser incluídas no texto. Sua numeração é feita com
algarismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva para todo o capítulo
ou parte.

1. Para maior aprofundamento sobre as noções de pluriatividade na agricultura e agricultura


em tempo parcial ver ALENTEJANO (1999,2000); GRAZIANO DA SILVA (1997);
SCHNEIDER (1994,1999).
2. Agricultura “tradicional” refere-se à agricultura que utiliza intensivamente os recursos
naturais (a fertilidade natural do solo) e a mão-de-obra direta.
10.1.2. No final do trabalho, são as notas colocadas depois das referências. A numeração
corresponde à mesma ordem em que aparecem no texto.
10.2. As abreviaturas e siglas

a) A apresentação, pela primeira vez no texto, de uma abreviatura ou sigla deve ser precedida
do nome por extenso.

Ex.: Universidade Federal de Uberlândia – UFU.

b) Quando houver abreviaturas específicas do trabalho e siglas desconhecidas deve-se


organizar lista prévia, ordenadas alfabeticamente pela sigla, seguida do nome por extenso.

Ex.: EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária); ONU (Organização das


Nações Unidas).

c) Quando as siglas aparecerem em pequeno número, podem ser registradas no próprio texto,
separadas por hífen, de forma por extenso.

Ex.: Em 1975 foi criado o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados – POLOCENTRO -


cujo principal objetivo foi ocupar o cerrado de forma “racional”.

d) Nas citações posteriores à primeira, pode-se mencionar apenas a sigla.

Ex.: O POLOCENTRO foi responsável pela modernização da agricultura no cerrado


brasileiro.

e) Unidades de peso e medida, segundo convenção, são abreviadas quando seguem os


numerais.

Ex.: 15g; 15ml.

f) Quando anunciadas, isoladamente, devem ser escritas por extenso.

Ex.: quilo, porcentagem, metro.

g) Nas abreviaturas de unidades e medidas e nas siglas não se usa ponto (.).

Ex.: 2cm , 5cm , ONU , OEA


h) Nas formas abreviadas das palavras não se usa plural.

Ex.: Coordenadores (Coord.), Organizadores (Org.), Editores (Ed.).


i) Nomes geográficos não são abreviados, a não ser quando se tratar de abreviaturas aceitas
universalmente.

Ex.: USA ou EUA, UK. Sempre escreve-se por extenso; Minas Gerais, São Paulo...

j) Meses do ano, em língua portuguesa:

Ex.: são abreviados pelas três primeiras letras (jan., fev., ...) exceto maio.

11.3. Os numerais

a) Nos trabalhos científicos aconselha-se escrever por extenso os números de uma só palavra
(um, dezesseis, cem) e usar algarismos para os números de mais de uma palavra. No entanto,
por se tratar apenas de convenção, pode-se adotar uma outra alternativa: escrever os números
de 0 a 9 por extenso e a partir de 10 usar os algarismos.

Ex.: Cinco anos de idade, 35 anos de idade.

b) A forma escrita por extenso pode ser empregada para indicar quantidade aproximada e
unidades de ordem elevada.

Ex.: Foram entrevistadas cerca de quinhentas pessoas.

c) Nos números seguidos de unidades padronizadas é obrigatório o uso do algarismo.

Ex.: 5m, 8cm, 40ml.

d) No início de frases, aconselha-se a evitar o uso de números. Quando se quer expressar


porcentagem, é recomendável adotar o símbolo próprio: %. Só se usa o símbolo precedido de
um número.

Ex.: 75% , 100%.

e) Nas referências às páginas e volumes de uma publicação, usam-se sempre os cardinais.

Ex.: Na página 76, v.4 encontra-se a informação sobre...


f) Nunca se deve usar a letra I (maiúscula) para representar o número um.

Ex.: O número 1 da fila receberá...

g) Nas referências ao primeiro dia do mês, usa-se o número ordinal, enquanto que, com
relação aos outros dias do mês, usa-se o cardinal.

Ex.: No primeiro de maio de 1950 foi realizada a primeira assembléia...; No dia 15 de


novembro de 1889 foi proclamada a República do Brasil.

h) Para designar horas do dia, usa-se sempre numeral cardinal.

Ex.: 8:30

Observações: pelo fato dos algarismos romanos apresentarem certa dificuldade para a leitura,
aconselha-se substituí-los, sempre que possível, por algarismos arábicos. Ex.: Experiência 2,
Tabela 5, Figura 1.

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: apresentação de
citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002.

AZEVEDO, I. B. de. O prazer da produção científica: diretrizes para a elaboração de


trabalhos acadêmicos. 2.ed. ampl. Prefácio de Hugo Assmann. Piracicaba: UNIMEP, 1993.

FRANÇA, J. L. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 4.ed. rev.


ampl. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
11 – EXPRESSÕES E ABREVIATURAS LATINAS

É muito comum o uso de termos, expressões e abreviaturas latinas, embora devam ser
evitadas, uma vez que dificultam a leitura. Em alguns casos é preferível repetir tantas vezes
quantas vezes forem necessárias as indicações bibliográficas. Essas expressões só podem ser
usadas quando fizerem referências às notas de uma mesma página ou em páginas
confrontantes (grifo nosso). As expressões mais usadas são:

1) Ibidem ou Ibid. = é usado quando se fizerem citações de um mesmo documento, variando


apenas a paginação. Só pode ser usada na mesma página ou folha da citação a que se refere.

Exemplo
No texto:
A chamada “Revolução Verde” foi um programa que tinha como objetivo [...] contribuir para
o aumento da produção e produtividade agrícola no mundo.1
Atrás dos aparentes objetivos generosos e humanitários da “Revolução Verde” ocultavam-se
poderosos interesses econômicos.2

No pé da página onde aparece a nota:


________
1
BRUM, 1988, p.44
2
Ibid.,p.45

2) Idem ou Id. (do mesmo autor) = substitui o nome, quando se tratar de citação de diferentes
obras do mesmo autor. Só pode ser usada na mesma página ou folha da citação a que se
refere.

Exemplo:
No texto:
Milton Santos faz considerações importantes sobre as novas relações campo-cidade,
conforme pode-se constatar nas exposições a seguir.
Durante alguns séculos, campo e cidade interagiam mutuamente, mas com o processo que se
inicia coma s grandes navegações e consolida-se coma revolução industrial, não é mais
possível ficarmos imunes às mudanças e continuarmos com os mesmos conceitos e
classificações hierárquicas.1
A cidade é um pólo indispensável ao comando técnico da produção, a cuja natureza se
adapta, e é um lugar de residência de funcionários da administração pública e das empresas,
mas também de pessoas que trabalham no campo e que, sendo agrícolas, são também
urbanas, isto é, urbano-residentes.2

No pé da página onde aparece a nota:


___________
1
SANTOS, 1988, p.54
2
Id., 2000, p.91

Observação: O termo “Ibidem” já significa “na mesma obra”, sendo portanto, redundante o
uso de “Idem, Ibidem”, na mesma citação.

3) Op. cit. (na obra citada) = é usada em seguida ao nome do autor, referindo-se à obra citada
anteriormente, na mesma página, quando houver intercalação de outras notas. Só pode ser
usada na mesma página ou folha da citação a que se refere.

Exemplo
No texto:
O fenômeno da modernização da agricultura deve ser percebido dentro do contexto da
economia mundial e da estratégia da sua expansão no após guerra, bem como no âmbito da
economia brasileira e do avanço de sua internacionalização, de que a agricultura é parte
integrante.1
A modernização da agricultura brasileira vem sendo feita com o fim de atender
precipuamente aos interesses dos grandes proprietários rurais e das empresas comerciais e
industriais [...]2
O processo de modernização ainda não se completou, não é global, pois não atinge todo o
país, todas as atividades agropecuárias e todos os produtores.3
No pé da página onde aparece a nota:
______
1
BRUM, 1988,p.66
2
ANDRADE, 1979,p.42
3
BRUM, op.cit.,p.69
4) Loc. cit. (no lugar citado) = é empregada para mencionar a mesma página de uma obra já
citada ou quando houver também intercalação de outras notas de indicação bibliográfica. Só
pode ser usada na mesma página ou folha da citação a que se refere.

Exemplo
No texto:
A agricultura moderna surge a partir dos séculos XVIII e XIX quando, em diferentes regiões
do oeste europeu, intensifica-se a adoção de sistemas de rotação de culturas com plantas
forrageiras, especialmente as plantas leguminosas, e se aproximam as atividades agrícola e
pecuária. Essa fase, conhecida como Primeira Revolução Agrícola, resultou em enormes
aumentos de produtividade, atenuando os problemas de escassez crônica d alimentos em
várias partes da Europa.1
No final do século XIX e início do século XX, uma série de descobertas científicas e
tecnológicas, como os fertilizantes químicos, o melhoramento genético da plantas e os
motores de combustão interna, possibilitaram o progressivo abandono dos sistemas
rotacionais e o divórcio da produção animal e vegetal. Tinha início uma nova fase da história
da agricultura, a Segunda Revolução Agrícola [...]2
No pé da página onde aparece a nota:
______
1
EHLERS, 1999, p.45
2
EHLERS,1999, loc.cit.

5) Passim (aqui e ali; em diversas passagens) = é usado quando se quer fazer referência a
diversas páginas de onde foram retiradas as idéias do autor, evitando-se a indicação repetitiva
dessas páginas. Geralmente, indica-se a página inicial e final do trecho que contem as
opiniões e os conceitos utilizados.

Exemplo
No texto:
De acordo com Altieri1, exemplos de programas promovidos por ONGs, utilizando
abordagens agroecológicas, podem ser encontrados em diferentes partes do mundo. Para
Altieri, os diversos lugares são: cultivo ou aldeias na África; promoção de sistemas agrícolas
integrados em Bangladesh; conservação dos solos nas encostas na América Central;
reconstruindo terraços abandonados nos Andes; recriando a agricultura inca nos Andes
Peruanos; melhora na oferta de alimentos e na renda das pequenas propriedades
mediterrâneas do Chile.
No pé da página onde aparece a nota:
_______
1
ALTIERI, 1998, passim OU
1
ALTIERI, 1998, p.38-45 passim
6) Et seq. (seguinte ou que se segue) = é usada quando não se quer mencionar todas as
páginas da obra referenciada. Indica-se a primeira página, seguida da expressão et seq.

Exemplo
No texto:
Rodrigues1, ao fazer a classificação do turismo rural propriamente dito, sugere dois grandes
grupos relacionados basicamente ao patrimônio cultural- o primeiro, de cunho histórico e o
segundo, de natureza contemporânea. No primeiro, o turismo de cunho histórico, inclui-se o
turismo rural tradicional, com atividades de origem agrícola; de origem pecuarista; de
colonização européia. No segundo, o turismo rural contemporâneo, estão as seguintes
atividades: hotéis-fazenda; pousadas rurais; spas rurais; segunda residência campestre;
campings e acampamentos rurais; turismo de caça e pesca; turismo rural místico ou religioso;
turismo rural científico-pedagógico; turismo rural etnográfico.

No pé da página onde aparece a nota:


______
1
RODRIGUES, 2001, p.110 et seq.

7) Cf. (confira) = é normalmente usada para fazer referência a trabalhos de outros autores ou a
notas do mesmo autor.

Exemplo
No texto:
O conceito de desenvolvimento sustentável consiste essencialmente em potencializar aqueles
esquemas de desenvolvimento que têm como objetivo a satisfação das necessidades da
geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazer suas
necessidades, seja uma área rural, um município, um país ou o conjunto da biosfera.1

No pé da página onde aparece a nota:


_______
1
Cf.GUZMÁN, 1998.

Além destas abreviaturas, expressões e termos, há outras que podem ser utilizadas nos
trabalhos:

1) Sic (assim, assim mesmo) = é usada para destacar erros gráficos ou de outra natureza,
informando ao leitor que estava assim mesmo, no texto original.
Exemplo
[...] todo aquele devedor que for renitente em pagar sua dívida e que buscar surterfúgio (sic)
para ... (FERREIRA, 1986, p.245).

2) Apud (citado por, segundo) = é a única expressão que também pode ser usada no texto. É
usada para citações.

Exemplo
No texto:
a) Silva (1973 apud ABREU, 1980, p.3) diz ser...
b) [...] o viés organicista da burocracia estatal e o antiliberalismo da cultura política de
1937, preservado de modo encapuçado na Carta de 1946(VIANNA, 1986, p.172 apud
SEGATTO, 1995, p.214-215).
c) No modelo serial de Gough (1972 apud NARDI, 1993), o ato de ler envolve um
processamento serial que começa com uma fixação ocular sobre o texto,
prosseguindo da esquerda para a direita de forma linear.
d) Falarei pouco da importância de uma boa educação;nem me deterei tampouco em
provar que a que se pratica é má;mil outros o fizeram antes de mim, e não me agrada
encher um livro com as coisas que todo mundo sabe.1

No pé da página onde aparece a nota:


_______
1
ROUSSEAU, 1968, p.5 apud CALLAI, 1996, p.19

3) ca: usada para datas aproximadas.

Exemplo
As transformações no espaço rural foram constatadas quando a ferrovia chegou na região no
final do século XIX (SILVA,ca.1920)

4) e.g. (exempli gratia) ou v.g. (verbi gratia): por exemplo

5) il. ou ilust.: ilustrações ou ilustrado.

Exemplos
- O livro contem 40 p.il.
- O livro contem 55 il. (ou ilust.)
6) in: em (usado nas referências).

Exemplo
ANDRADE, Manuel C. de. Evolução histórica e perspectivas de mudanças na agricultura.
In:___. Agricultura e capitalismo. São Paulo: Ciências Humanas, 1979. p.19-27.

7) fl.: folha/folhas.

Exemplo
- A monografia tem 57 fl.
- As 57 fl. do processo foram analisadas.

8) p.: páginas.

Exemplo
- A primeira parte da obra tem 50 p.

9) S.l (sine loco): sem local / s.n.(sine nomine):sem editora.

Exemplo
SANTOS, J. O bairro rural: um espaço em transformação. [S.l; s.n], 1902. 20p.
SILVA, J. A agricultura tradicional nas regiões serranas. São Paulo: [s.n.], 1904. 20 p.

Quando as informações sobre o local, editora e ano de publicação estão incompletas, usa-se
também a expressão: s.n.t (sem notas tipográficas).

10) v.: volume.

Exemplo
-No v.IV, cap. 3, p.50-70
-No v.3, n.5, p.7-10

11) vid.: vide

12) v.o.: ver original

13) et al. ou et alii.: e outros: usado em referências bibliográficas quando há mais de três
autores.
Exemplo
BORGES, J. et al. OU
BORGES, J. et alii.

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: apresentação de
citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002.

FRANÇA, J. L. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 4.ed. rev.


ampl. Belo Horizonte: UFMG, 1998. p.116- 119.

GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo a


pensar. 17.ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1997.

SILVA, A. M.; PINHEIRO, M. S. de F.; FRANÇA, M. N. Guia para normalização de


trabalhos técnico-científicos: projetos de pesquisa, monografias, dissertações, teses. 5.ed.
rev. atual. Uberlândia: EDUFU, 2005.

TARGINO, M. da Graças. Citações bibliográficas e notas de rodapé: um guia para


elaboração. Ciência e Cultura, São Paulo, v.38, n.12, p.1984-1991, dez. 1986.
12 – REDAÇÃO DO TEXTO CIENTÍFICO: algumas normas
básicas

Ao escrever um trabalho científico, o pesquisador deve seguir os padrões exigidos


pela ciência. Entretanto, muitos não dominam a linguagem científica, indicando uma
deficiência na formação desses investigadores.

A correção dessa falha exige muito esforço, paciência e disposição para gastar o
tempo que for necessário para superar as dificuldades.

Acima de tudo deve-se ter humildade, para reconhecer as próprias limitações e


trabalhar continuamente para eliminá-las. Produzir um texto adequado é tarefa árdua
e demorada mesmo para aqueles que dominam a linguagem científica. (VALENTTI,
s/d, p.7).
A partir dessas considerações, algumas “sugestões” de como escrever um trabalho
científico serão apresentadas para tornar o texto claro e objetivo.

PRINCÍPIOS DE UMA BOA COMUNICAÇÃO

1. Organize um roteiro com as idéias e a ordem em que serão apresentadas, antes de iniciar a
redação.

2. Faça uso de um dicionário e de uma gramática sempre que surgirem dúvidas.

3. Torne a leitura fácil e agradável, escrevendo frases curtas e parágrafos breves. Comece
parágrafos importantes com sentenças-chave, indicando o que virá em seguida. Conclua
com parágrafo resumido.

4. Use os verbos nos mesmos tempos e os pronomes nas mesmas pessoas. Escolha um
tratamento e mantenha-se nele ao longo do trabalho.

Sugestões

** VOZ ATIVA (dê preferência a esta forma de redigir):


Organizamos a relação de dados de acordo com o levantamento feito no Cartório de
Registro Civil. (VOZ ATIVA)

** VOZ PASSIVA
a) A relação de dados foi organizada de acordo com o levantamento feito no Cartório de
Registro Civil.
b) Organizou-se a relação de dados de acordo com o levantamento feito no Cartório de
Registro Civil.
5. Evite os circunlóquios: vá direto ao assunto e faça as afirmações de forma forte, não só para
criar impacto, mas para marcar bem suas posições.

Circunlóquio Uso mais adequado

Parece-me que a empresa, devido talvez à má Os balancetes mostram que a empresa está
administração, está em dificuldades em dificuldades financeiras.
financeiras.

O último, mas não menos importante... Por último...

Nós, de nossa parte, temos esperança que a Esperamos que o edital do concurso para
falta de vagas para professor seja resolvida de preenchimento de vagas docentes seja
forma rápida. publicado no prazo de cinco dias.

Se de alguma forma for possível... Se for possível.

6. Evite apelar para as “falácias lógicas”. O texto deve ser escrito segundo parâmetros éticos,
com absoluto respeito aos objetos de estudos, às fontes empregadas e aos leitores
(AZEVEDO, 1993).

Exemplo de falácias lógicas:

- “Quem for inteligente, concordará com nossa hipótese”... (apelo à vaidade do leitor).

- “Gostaria de ter me aprofundado no assunto, mas não foi possível”... (apelo à


bondade do leitor para relevar falhas do redator).

- “Porque Demerval Saviani disse”... (apelo à autoridade de um autor).

7. Evite o uso de advérbios vagos e adjetivação desnecessária.

Exemplos:
a) Advérbios: muito; pouco; razoavelmente; atualmente...

b) Adjetivação desnecessária:

Incorreto Correto
Absolutamente perfeito Perfeito
Bem verdadeiro Verdadeiro
Quase perfeito Imperfeito
Muito relevante Relevante
8. Evite o uso de:

a) ecos (ex. “... eliminação da vegetação”)


b) cacófatos (ex. “... uma por cada”... soa como “uma porcada”).
c) regionalismo, jargões (Input; Output), modismos, palavras e frases longas: prefira as
palavras conhecidas.

9. Não use eufemismo, porque a linguagem acadêmica não permite esse tipo de linguagem.

Ex. as pessoas não “falecem” – elas “morrem”.

10. Evite o uso de gírias: só devem ser empregadas se forem transcrição de depoimentos.

11. Ao usar palavras estrangeiras, estas devem ser grafadas em itálico ou com aspas simples.

Ex.: status quo, ‘status quo’

12. Peça alguém para revisar seu trabalho. Uma redação incorreta pode indicar negligência de
sua parte e impressionar mal o leitor.

CONSELHOS PRÁTICOS PARA A REDAÇÃO DE UM TRABALHO ACADÊMICO


(AZEVEDO, 1993, p.24)

1) Escreva frases breves e parágrafos curtos. Diga o que quiser no menor espaço que
conseguir. Não alongue as frases com o uso abusivo de “o qual”, “cujo” e gerúndios. Você
terá menos chances de parecer complicado.
2) Encadeie as frases e os parágrafos logicamente [...], desembocando naturalmente no
que vem a seguir. Você terá menos chance de parecer ter “composto” uma colcha de
retalhos.
3) Evite apelar para generalizações (do tipo: “a maioria acha”, “todos sabem”). Você terá
menos chance de parecer superficial.
4) Evite repetir palavras, especialmente verbos e substantivos. Use sinônimos. Você terá
menos chance de parecer possuir um vocabulário pobre.
5) Evite modismos lingüísticos, como “em nível de”, “colocação”, “Gadotti vai dizer
que...”, etc. Você terá menos chance de parecer um “deslumbrado” com o jargão
universitário.
6) Evite tautologias, como “os alunos são a razão de ser da Escola Prof. Delgado.” Cada
frase deve ser produto de uma reflexão. Você terá menos chance de parecer apressado.
7) Abstenha-se de superlativos, aumentativos, diminutivos e adjetivos em demasia.
Você terá menos chance de parecer pernóstico.
8) Faça poucas citações diretas; opte por reescrevê-las, creditando-as aos seus autores.
Você terá menos chance de ser tido como um mero compilador.
9) Use as notas de rodapé para definições e informações que, embora sucessivas, acabam
truncando por demais o texto. Você terá menos chance de parecer óbvio.
10) Lembre-se que você está escrevendo para um leitor real. Não vale a pena escrever para
não ser lido.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, I. B. de. O prazer da produção científica: diretrizes para elaboração de trabalho


acadêmicos. 2.ed. ampl. Piracicaba: UNIMEP, 1993.

BARRAS, R. Os cientistas precisam escrever: guia de redação para cientistas, engenheiros e


estudantes. Tradução de Leila Novaes e Leônidas Hegenberg. São Paulo: T. A. Queiroz/USP,
1979.

TILIBRA. Dicas TILIBRA: como escrever melhor. Bauru, s/d.

VALENTTI, W. C. Cientistas precisam ter estilo. Jornal do Conselho Regional de Biologia.


p.7.

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