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BRASILIA-DF
2019
DALMO VIEIRA SANTOS JÚNIOR
BRASILIA-DF
2019
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho primeiramente a Deus, que iluminou meu caminho durante
essa jornada, me dando força e sabedoria.
Aos meus pais, por serem os grandes responsáveis pela minha formação pessoal,
pelo incentivo e apoio. Sei que não mediram esforços para que esse sonho se
realizasse, sem as suas compreensões, ajuda e confiança nada disso seria possível
hoje.
A minha esposa Dhiandra, por toda paciência, compreensão, carinho e amor, e por
me ajudar tantas vezes a achar soluções quando eu pensava que elas não iriam
aparecer. A minha filha Analu também que embora tenha nascido recentemente, já
faz com que o meu caminho próspero seja para o conforto dela.
A estes dedico meu trabalho de conclusão de curso, com todo meu amor e carinho.
Sem a ajuda, compreensão e confiança de todos vocês, este sonho não teria se
realizado, meu muito obrigado por vocês fazerem parte de um dos momentos mais
importantes da minha vida. Vocês são tudo pra mim. Amo vocês.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 01
2 DA PROVA- NO PROCESSO PENAL BRASILEIRO .............................................. 02
2.1 Conceito de prova ilícita ....................................................................................... 03
2.2 Teoria dos frutos da árvore envenenada ............................................................ 04
3 PROVAS ILÍCITAS NO CONTEXTO CONSTITUCIONAL ........................................ 06
3.1 Da aceitação das provas ilícitas diante dos princípios constitucionais.......07
3.1.1 Princípio da proporcionalidade ......................................................................... 07
3.1.2 Princípio do livre convencimento motivado .................................................... 08
3.2 Teoria da exclusão da ilicitude da prova............................................................. 09
4 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 10
5 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 11
RESUMO: Este trabalho avaliou a relevância da prova no Processo Penal, e sua
finalidade de ajudar na formação da convicção do juiz acerca da existência ou não
de determinada situação, pois a prova é um elemento fundamental para a decisão
de uma lide. Ainda que seja discutida a questão de sua licitude, a prova tem como
objeto fato jurídico relevante, isto é, aquele que possa influenciar no julgamento do
feito. O tema da pesquisa tem vários posicionamentos doutrinários e cabe no
presente estudo fazer uma análise sobre a admissibilidade das provas ilícitas no
âmbito do Processo Penal. É através do meio probatório que se utiliza todos os
elementos disponíveis para que seja demonstrada a verdade dos fatos, sendo
juntados nos autos todos os meios de provas necessários que possa contribuir com
a formação do convencimento do magistrado. Tendo como objetivo geral analisar a
admissibilidade das provas ilícitas no processo penal, frente aos princípios que
orientam as teorias sobre as provas ilícitas, tais como o princípio da
proporcionalidade, que diz que o quando há conflitos entre bens jurídicos tutelados
pelo ordenamento jurídico, o intérprete da lei, no caso o juiz, deverá observar qual
bem tem maior relevância no caso concreto, procurando sempre preservar os
interesses do acusado e o princípio do livre convencimento motivado, onde o
magistrado é livre para apreciar as provas produzidas em contraditório judicial,
podendo formar sua decisão não apenas nos elementos colhidos na investigação. A
pesquisa pretende demonstrar ao final que o princípio constitucional da
inadmissibilidade das provas ilícitas não é absoluto, assim como nenhuma norma do
ordenamento jurídico, pois no direito toda regra tem uma exceção, e evidenciar que
essas provas consideradas ilícitas, podem ser admitidas quando se valer do
princípio da proporcionalidade.
Palavras-chave:Prova;Provas Ilícitas; Admissibilidade; Princípios; Proporcionalidade
ABSTRACT: This study evaluated the relevance of the evidence in the Criminal
Procedure, and its purpose to help in forming the judge's conviction about the
existence or not of a certain situation, as the evidence is a fundamental element in
the decision of a dispute. Although the issue of its legality is discussed, the evidence
has as its object relevant legal fact, that is, one that may influence the judgment of
the fact. The research theme has several doctrinal positions and it is in the present
study to analyze the admissibility of illicit evidence in the Criminal Procedure. It is by
means of probation that all available elements are used to demonstrate the truth of
the facts, and all the necessary means of evidence that can contribute to the
formation of the magistrate's conviction are gathered in the file. With the general
objective of analyzing the admissibility of illicit evidence in criminal proceedings,
against the principles that guide the theories of illicit evidence, such as the principle
of proportionality, which says that when there are conflicts between legal assets
protected by the legal system, the interpreter of the law, in the case the judge, should
observe which good has greater relevance in the specific case, always trying to
preserve the interests of the accused and the principle of free will, where the
magistrate is free to appreciate the evidence produced in judicial contradictory, and
may form its decision not only on the evidence gathered in the investigation. The
research aims to demonstrate at the end that the constitutional principle of
inadmissibility of illicit evidence is not absolute, as well as no rule of the legal system,
since in law every rule has an exception, and to show that such evidence considered
illicit, can be accepted when it is valid. of the principle of proportionality.
Keywords: Proof; Unlawful Evidence; admissibility; Principles; Proportionality
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1 INTRODUÇÃO
Prova ilícita. Quando a prova for vedada, em virtude de ter sido produzida
com afronta a normas de direito material, será chamada de ilícita. Desse
modo, serão ilícitas todas as provas produzidas mediante a prática de crime
ou contravenção, as que violem normas de Direito Civil, Comercial ou
Administrativo, bem como aquelas que afrontem princípios constitucionais.
Percebemos então que há dentro do processo penal a vedação
probatória, ou seja, o princípio da liberdade probatória não é absoluto. Tanto o
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A teoria dos frutos da árvore envenenada não é absoluta, para que não soe
como arbítrio. A sua incidência, como adverte Denílson Feitoza Pacheco,
sofre várias limitações, como a limitação da fonte independente (
independent source limitation) , a limitação da descoberta inevitável
(inevitable Discovery limitation) e a limitação da contaminação expurgada (
purged taint limitation), as quais de pode ainda acrescentar a teoria da boa-
fé, ou good faith exception.
Nessa ordem, temos:
Prova absolutamente independente ou teoria da fonte independente,
Descoberta inevitável ou exceção da fonte hipotética independente,
Contaminação expurgada, conexão atenuada ou doutrina de mancha
purgada. A linha assumida é evitar a declaração da ilicitude de prova que
decorra de uma ilícita, se o vínculo entre ambas, em que pese existir, é por
demais superficial. A fragilidade do laço impediria a aplicação das
6
O artigo 155 do Código de Processo Penal relata que “O juiz formará sua
convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativas
colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas”. Ou seja, o juiz ao analisar o caso em concreto, buscará a prova que
melhor caiba, usando seu poder de livre apreciação, o juiz apreciará então qual bem
jurídico deve prevalecer, qual integridade deverá ser preservada.
O princípio do livre convencimento motivo consiste na liberdade que é
dado ao juiz de julgar de forma livre, ou seja, livre para apreciar e decidir
sobre as provas que a ele são apresentadas, desde que sejam motivados
todos os seus atos. Esse princípio se extrai do art. 155, do CPP, que diz:
O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas.
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A liberdade que o julgador tem, permite que ele de forma livre, aprecie
todo o conjunto probatório e extrai as provas essências para que se forme seu
juízo de certeza. As provas entre si não existem hierarquia, devendo o juiz
julgar qual prova pesa mais dentro do processo.
Essa liberdade que o princípio concede ao magistrado não é de forma
ampla, não é porque ele tem essa liberdade que as suas decisões não devam
ser fundamentadas. Essa liberdade que o juiz tem, não pode ser confundida
com arbítrio, cabendo então o dever de fundamentar todas as suas decisões
a partir das provas que foram trazidas nos autos, dizendo o porquê do seu
convencimento, sempre assegurando o direito das partes e o interesse social.
Citamos o conceito de Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar a
respeito desse princípio:
A liberdade do julgador lhe permite avaliar o conjunto probatório em sua
magnitude e extrair da prova a sua essência, transcendendo ao formalismo
castrador do sistema da certeza legal. Não existe hierarquia entre as
provas, cabendo o juiz imprimir na decisão o grau de importância das
provas produzidas. Quanto aos elementos informativos colhidos na fase
preliminar, não devem ser valoradas na sentença, afinal, não foram
passiveis de contraditório nem ampla defesa, e sequer estão no antiplano
das provas. E não se figa que se trata só das decisões condenatórias, pois
para absolver, como a duvida milita em favor do réu, não seria necessário o
magistrado socorrer se aquilo que foi trazido pelo inquérito, e se o fizer,
neste caso, não haverá prejuízo. A exceção se deve ás provas cautelares,
não repetíveis e antecipadas.
Essa liberdade, por sua vez, não é sinônimo de arbítrio, cabendo ao
magistrado, alinhado ás provas trazidas aos autos, fundamentar a decisão,
revelando, com amparo no manancial probatório, o porquê do seu
convencimento, assegurando o direito das partes e o interesse social.
Fernando da Costa Tourinho Filho (2012, p. 67) faz um comentário importante
a respeito do livre convencimento motivo, que cumpre aqui salientar:
O juiz, em face das provas existentes nos autos, tem inteira liberdade na
sua apreciação. Pode desprezar o depoimento de quatro testemunhas, por
exemplo, e respaldar sua decisão num único depoimento. Esse é o princípio
do livre convencimento motivado. Confere-se ao juiz inteira liberdade na
apreciação das provas, conquanto fundamente suas decisões.
Depois de feita esse estudo, conseguimos compreender a importância desse
princípio, e como ele é importante dentro do sistema processual penal.
Informa que a prova, aparentemente ilícita, deve ser reputada como válida,
quando a conduta do agente na sua captação está amparada pelo direito
(excludente de ilicitude).
Percebe-se que a ilicitude é apenas aparente, ficta, pois a legítima defesa, o
estado de necessidade, etc. (causas justificantes), autorizam a medida.
Imaginemos que o réu tenha que praticar conduta típica, como a violação
de domicílio, prevista legalmente como crime (art. 150, Código Penal), para
produzir prova fundamental em favor de sua inocência. Estaria suprimindo um
bem jurídico alheio (tutela domiciliar), para salvaguardar outro bem jurídico
(liberdade), em face de um perigo atual (a existência de persecução penal),
ao qual não deu causa, cujo sacrifício não era razoável exigir. Está em
verdadeiro estado de necessidade, que vai excluir a ilicitude da conduta. A
prova produzida é lícita, válida, valorável em qualquer sentido.
4 CONCLUSÃO
5 REFERÊNCIAS
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BRASIL. Código de Processo Penal. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
MORAES, Alexandre; Direito Constitucional. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
PACELLI, Eugênio de Oliveira. Curso de processo penal. 15. ed. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2011.
RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 20.ed. São Paulo: Atlas, 2012.