provocados pelo quadro caótico da circulação de automóveis nos espaços urbanos das grandes cidades. Mediante a esse cenário, vê-se que há dificuldade por parte dos órgãos competentes de desenvolver meios para reduzir os problemas recorrentes da mobilidade urbana. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados como o aumento do uso de transportes individuais e a má qualidade aliados a baixa oferta nos transportes coletivos públicos. Em primeira análise, cabe pontuar que as políticas públicas de incentivos à produção industrial de veículos automotores, em especial carros e motos, introduzidos na década de 50, as quais persistem até hoje, aliadas ao aumento da renda do brasileiro com a concessão de crédito ao consumidor contribuem para o crescimento da frota de veículos individuais. Comprova-se isso por meio de dados dos Ministérios dos Transportes, onde a frota veicular aumentou 138% entre os anos de 2002 a 2012, tendo em média duas pessoas para cada veículo. Diante disso, percebe-se que o tempo de deslocamento dentro dos espaços urbanos aumenta, gerando impactos de cunho ambiental, social, econômico e de saúde para a população. Ademais convém frisar que o uso de transporte individual inviabilizou a projeção de sistemas de transportes públicos, que são direcionados para a maioria da população das cidades, como também a má qualidade deste serviço. Uma prova disso está em noticiários televisivos os quais demonstram diariamente a superlotação, falta de infraestrutura e logística do serviço de transporte coletivo. Dessa forma, vê-se que o uso exagerado de modais individuais levou ao sucateamento e marginalização de outros modais de transporte coletivos, deteriorando as cidades e acarretando na distribuição injusta e antidemocrática dos espaços urbanos. Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para atenuar a problemática. É imprescindível que os Ministérios dos Transportes, Meio Ambiente, Cidades e Federação das Indústrias adotem ação constante para controlar a produção, comercialização e uso de modais individuais. Além disso, é essencial que promovam melhorias nos transportes coletivos, melhorando vias de circulação, infraestrutura, qualidade de serviço, com adoção de tarifas menores, com trânsito focado para esse tipo de transporte e incentivo para implantação de outros modais não motorizados com políticas de conscientização dos autores da mobilidade de forma constante através das mídias de comunicação. Logo, poder-se-á afirmar que a pátria educadora oferece mecanismos exitosos para que se possa construir uma cidade mais inclusiva e justa na distribuição dos espaços urbanos.