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Educação e
Comunicação em Saúde
Sumário
CAPÍTULO 1 – Qual a Importância da Comunicação nas Ações de Controle Social?..............05
Introdução.....................................................................................................................05
Síntese...........................................................................................................................20
Referências Bibliográficas.................................................................................................21
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Capítulo 1
Qual a Importância da
Comunicação nas Ações de
Controle Social?
Introdução
Você se lembra da frase do apresentador Abelardo Barbosa (o famoso Chacrinha), “Quem não se
comunica se trumbica”? Pois bem, essa expressão ainda faz sentido. Por exemplo: quando se per-
cebe que muitos eventos não obtêm sucesso por falta de investimento em comunicação. Em outras
palavras, se a mensagem (informações sobre o evento) não for divulgada e/ou direcionada ao pú-
blico-alvo (a quem interessa o evento), será impossível alcançar as expectativas (sucesso do evento).
Como você observou no exemplo descrito, comunicar é imprescindível para que exista a interação
entre os envolvidos em determinado contexto, de maneira que a informação não seja vista apenas
como um “repasse de palavras”, mas percebida como uma mensagem viva a ser recebida, compre-
endida e praticada.
Você deve ter notado as campanhas instrucionais, preventivas e de conscientização para a saúde
divulgadas diariamente por meio de diferentes veículos, entre os quais outdoors, TV, folders, rádios
comunitárias e redes sociais.
Promover a saúde e prevenir doenças são os principais objetivos das instituições como o Sistema
Único de Saúde (SUS), por exemplo. Mas por que a comunicação é tão importante nessa área? Por-
que é assim que se estabelece a relação entre a comunidade e os profissionais da saúde, e a troca
de informações amplia-se por meio de diversos canais. Portanto, a comunicação é fundamental
para que se possa educar, humanizar e promover estratégias de controle em benefício da sociedade.
No dia a dia, são utilizados diversos tipos de comunicação. E para que não seja somente um “lan-
çamento de palavras”, é necessário seguir todo um processo para que os objetivos – prevenção de
doenças, humanização da saúde, por exemplo – sejam alcançados.
Neste capítulo, você saberá quais são os tipos de comunicação e as suas diferenças. Entenderá,
também, como se dá o processo de divulgação, percebendo que sempre há um responsável pela
disseminação das informações e que, por meio da comunicação, é possível produzir saúde!
Você já percebeu que, a todo instante, está-se expressando alguma informação? Por exemplo, a
maneira como alguém se veste e/ou age são mensagens percebidas por quem está ao lado, ou
próximo. Mas será que somente esses fatores comunicam, ou o tom de voz e o olhar também trans-
mitem mensagens? Será que essa transmissão significa linguagem, ou não?
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Educação e Comunicação em Saúde
Torquato (1991) reconhece que a comunicação consiste na forma de se expressar e, por isso,
é preciso dominá-la. O autor ainda acredita que esse fenômeno tem um imenso potencial para
influenciar as pessoas a cooperarem, participarem, liderarem e serem solidárias.
No ambiente profissional, comunicar-se bem e entender o que o outro diz, ou está tentando dizer,
são fatores de extrema importância. Por exemplo: se você for médico, ao receber um paciente
que sente muitas dores, mas não consegue expressar verbalmente o que está sentindo, precisará
estar atento aos sinais de comunicação verbal e não verbal emitidos por ele e por você durante a
internação. Assim, será possível dar as instruções adequadas, adotando procedimentos que não
prejudicarão o paciente (SILVA, 2006, p. 14).
Mas o que seriam sinais verbais e não verbais de comunicação? Veja a seguir.
Mas quais são os principais fatores para o sucesso desse tipo de comunicação? Clareza e obje-
tividade, conforme descritos a seguir.
Clareza: tanto na fala quanto na escrita, é preciso ser claro, ou seja, evitar emitir mensagens que
não possam ser compreendidas pela pessoa que a recebe. “O texto claro é aquele que é facil-
mente compreendido pelo destinatário, tanto no que se refere à organização das ideias, quanto à
prática do material linguístico.” (GOLD, 2003, p. 65). Veja um exemplo: “O enfermeiro informou
ao paciente que seria internado”. Quem seria internado, o paciente ou o enfermeiro? Observe
que a frase possui duplo sentido (ocorrência gramatical denominada como ambiguidade) e é um
caso comum de falta de clareza na comunicação.
Objetividade: é preciso ser direto para expressar aquilo que se quer. Comunicar-se com ob-
jetividade é falar ou escrever com precisão, sem incluir informações desnecessárias à situação
comunicativa. Observe um exemplo de texto sem objetividade:
Lembre-se de que a objetividade é tendência da comunicação, que está cada vez mais dinâmica,
rápida e interativa. Afinal, as pessoas não têm tempo a perder com perguntas “O que você quis
dizer?” ou “Por que você fala tanto para dizer uma coisa tão simples?”
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Educação e Comunicação em Saúde
Atitudes tais como: bom ânimo, atenção, produtividade, prazer e outras atitudes positivas
demonstram que há satisfação no trabalho. Porém, o contrário: baixa produtividade, desânimo,
falta de satisfação e força para o trabalho, insatisfação perene, críticas excessivas evidenciarão
que não há prazer ou satisfação no trabalho, mesmo que verbalmente o empregado ou executivo
ao ser perguntado se está satisfeito com seu trabalho diga ‘sim’. Evidencia-se que mesmo que
a linguagem verbal diga que sim, a linguagem não-verbal transmite que não.
Para estudar o desdobramento da comunicação não verbal, é fundamental entender que a postu-
ra é um grande veículo de transmissão de mensagens. Além do caráter, a postura expressa uma
atitude (PEASE; PEASE, 2005). Assim, é possível trazer duas observações sobre a postura: tanto
pode indicar a posição do corpo (mãos abertas, ombros caídos etc.) quanto o comportamento
de quem a expressa.
Chegar atrasado ou faltar muito ao trabalho, mexer no celular enquanto conversa com alguém,
ou elevar a voz ao falar com um paciente, por exemplo, são atitudes que revelam posturas que
expressam desinteresse, agressividade e indiferença. Ou seja, comunicam essas informações sem
o uso das palavras.
A maneira como você se veste também passa uma mensagem, por isso é importante usar roupas
adequadas para situações distintas. Por exemplo: um médico que usa boné ao dar palestra à
comunidade; uma enfermeira que exibe decote acentuado ao atender o paciente, um agente de
saúde que veste camiseta-regata ao inspecionar um restaurante.
Lembre-se de que, mesmo na falta da palavra escrita ou falada, há um tipo de comunicação que
expressa significados de acordo com diferentes situações.
VOCÊ SABIA?
Quando se fala ao telefone, o tom de voz comunica mais do que as palavras. De acor-
do com a pesquisa de Albert Mehrabian (1967), doutor pela Universidade da Califór-
nia, a comunicação face a face utiliza 55% da linguagem corporal, 38% do tom de voz
e 7% das palavras usadas, enquanto na comunicação telefônica utiliza-se 82% do tom
de voz e 18% das palavras usadas (PEASE; PEASE, 2005).
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Educação e Comunicação em Saúde
Observe a figura 4, que representa como se dá a comunicação de acordo com o processo clássico.
CONTEXTO
CANAL
EMISSOR
MENSAGEM RECEPTOR
RUÍDOS
FEEDBACK
FEED
Analisando a figura anterior, você pôde perceber que o processo comunicativo obedece a uma
sequência de elementos interligados, que são o emissor, a mensagem, o contexto, o canal, o
receptor, os ruídos e o feedback. Mas o que significam? Acompanhe!
Canal: meio de comunicação a ser utilizado para encaminhar a mensagem, por exemplo: tele-
fone, rádio, TV ou outdoor.
Contexto: situação em que ocorre a comunicação, ou seja, entre amigos em uma festa; no hos-
pital, com o paciente; ou entre colegas, no ambiente de trabalho.
Mensagem: informação encaminhada pelo emissor ao receptor. A mensagem pode ser um avi-
so, um convite, um esclarecimento, um pedido, um anúncio etc.
Receptor: pessoa (ou grupo) que recebe a mensagem. Os leitores de uma revista, por exemplo,
são os receptores da informação.
Feedback: retorno esperado da comunicação nas formas verbal ou não verbal, também conhe-
cido como “retroalimentação da mensagem”. Por exemplo: se você encaminhou um convite por
e-mail e o receptor não confirmou o recebimento da informação, tampouco confirmou a sua
presença no evento, portanto não houve feedback – e a comunicação não se efetivou. Um sorriso
que indique a aceitação de alguma informação também pode ser considerado feedback.
No entanto, se a mensagem não for compreendida, quem é o responsável? Nesse caso, o emissor
é o grande responsável pela qualidade e pela recepção da informação, desde a seleção das pa-
lavras ou dos sinais adequados ao público-alvo até a seleção do melhor veículo de comunicação.
Para que os serviços prestados na área da saúde tenham qualidade e retorno positivo, é impres-
cindível uma boa comunicação com o público de interesse. A esse respeito, observe as afirma-
ções a seguir:
a comunicação em saúde é uma das estratégias que poderá ser utilizada para orientar, divulgar
e, sobretudo contribuir para que pessoas, comunidades possam reconhecer efetivamente a
necessidade da promoção e educação em saúde e da participação coletiva nas decisões de
matérias relacionadas à saúde (RIBEIRO; CRUZ; MARÍNGOLO, 2013, p. 3).
Veja que o principal objetivo da comunicação em saúde é divulgar e orientar as pessoas sobre
aquilo que lhes é de direito. Assim, este tipo de ação cumpre o seu papel, o de estimular a
integração dos sujeitos nas políticas de saúde dos governos e municípios a fim de encorajar a
participação e o exercício à cidadania. Se uma campanha de conscientização e autocuidado
for elaborada com responsabilidade e planejamento, certamente a informação passará adiante,
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[...] uma ação que acontece num contexto ou quadro social ou psicossocial; tais contextos se
definem, entre outros atributos, por apresentarem um “idioma” de “representações sociais” que
os indivíduos acessam para estabelecerem contatos uns com os outros.
Por isso, a comunicação em saúde deve ser entendida como prática de cidadania ao permitir a
comunidades distintas o acesso às informações que integrem o seu cotidiano. Para isso, o SUS é
o principal responsável por estabelecer modelos de comunicação, bem como profissionais capa-
citados, para esclarecer à população aquilo que lhe é de direito.
A respeito do SUS, Ribeiro, Cruz e Maríngolo (2013) afirmam que o sistema está compreendido
em três redes de atenção à saúde:
Estas redes são responsáveis por promover as ações e serviços de forma a atender às necessidades
da população (RIBEIRO; CRUZ; MARÍNGOLO, 2013, p. 2-3). Também de acordo com as autoras
citadas, o SUS destaca-se mundialmente em termos de política e avanços na promoção da saúde.
No entanto, os usuários desse sistema ainda encontram dificuldades para o acesso às informações.
Nesse mesmo contexto, a autora citada acredita que a comunicação deve estar mais próxima e
voltada a atender ao perfil das várias comunidades do país, ou seja, de diferentes classes sociais
e níveis de conhecimento.
A abordagem por meio das comunidades favorece práticas mais dialógicas e plurais ao destacar
a construção coletiva dos materiais de acordo com as diversas realidades existentes no Brasil.
Assim, também é possível trabalhar melhor com a cidadania, fortalecendo a autonomia dos
indivíduos e das comunidades, e não apenas normatizar condutas, ampliando a participação
da sociedade. (CARDOSO, 2007, p. 17)
Observe que a prática do diálogo se faz fundamental na comunicação, pois é por esse meio
que a orientação e conscientização acontecem. Um exemplo bastante comum ocorre no cenário
dos agentes comunitários de saúde. É importante lembrar que atividades desse cargo tiveram
início em 1994, período em que foi lançado o Programa Saúde da Família (PSF) pelo Ministério
da Saúde. Mas você sabe qual é a função destes profissionais? Pois bem, um agente de saúde
é aquele que tem por objetivo “cuidar” da saúde da família, integrando-se a esse ambiente.
Entre as atribuições do agente de saúde estão visitar gestantes, acompanhando a gestação, o
nascimento e o desenvolvimento da criança; registrar nascimentos; cadastrar as famílias nas
políticas básicas de saúde; estimular a participação da comunidade nas atividades promovidas
pela Secretaria de Saúde; orientar o autocuidado; entender o perfil da comunidade por meio de
coleta de dados feitos em visitas domiciliares etc. Em todas essas atividades, o diálogo deve estar
presente, permitindo a compreensão e a integração dos públicos atendidos de forma efetiva.
A participação comunitária é outra das funções a serem exercidas pela área comunicacional da
saúde para beneficiar os sistemas de saúde pública e privada. Nogueira-Martins e De Marco
(2010) destacam dois ambientes em que podem ser implementadas ações de melhoria na comu-
nicação. Acompanhe no Quadro 1:
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Educação e Comunicação em Saúde
Observe que na área da saúde (e em tantas outras que envolvem o controle social) a informação
é um direito de todos, afinal, o controle social existe para dar vida à cidadania –que se constrói
por meio de um elemento fundamental: a informação transparente e educativa.
Em vista do que foi explanado até então, é importante lembrar-se de que a comunicação em
saúde deve ser feita com responsabilidade e cuidado para que a mensagem chegue aos recep-
tores de forma clara e objetiva. E que, principalmente, que essa mensagem seja capaz de mudar
– para melhor – o comportamento da comunidade a respeito dos cuidados com a saúde.
Com tudo o que estudou até o momento, você deve estar se perguntando: como auxiliar a mu-
dança de um comportamento, se não conheço o perfil e o contexto da sociedade que receberá a
minha informação? Para obter a resposta, continue atento ao conteúdo desse material.
Quando você projeta um dos braços para a frente, mostrando a palma da mão, significa que
sua intenção é comunicar a mensagem: “pare, espere!”, não é mesmo? Nesse caso, onde está a
linguagem? Está no gesto que você usou, pois por meio dessa ação a mensagem foi transmitida
ao receptor.
No que se refere à linguagem falada, existem várias formas de dizer uma palavra, ou mensagem,
entre as quais a coloquial (forma popular que normalmente se fala no cotidiano. Por exemplo:
você “tá” bem?) e a formal, ou seja, a linguagem que obedece os padrões gramaticais que re-
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de formalismo existente na situação; com
o modo de expressão, isto é, se trata de um registro oral ou escrito [...] (CEREJA; MAGALHÃES,
2005, p. 23).
Mas por que falar em linguagem e suas variações? Porque antes de se emitir determinada mensa-
gem, é necessário identificar quem é o receptor para que ele entenda aquilo que se quer transmitir.
Seria impossível utilizar esse mesmo vocabulário para conversar com qualquer pessoa que não
tivesse conhecimentos na área jurídica. Por isso, é importante adaptar a fala à situação comuni-
cativa. Mas antes que você questione se deve falar errado para que o outro entenda, saiba que
a regra é: utilize palavras simples e conhecidas, que possam transmitir a mensagem com clareza.
Saber determinar e comunicar exata e compreensivelmente o que significa estar ou ser uma
pessoa saudável é uma habilidade imprescindível em qualquer procedimento médico, na medida
em que contribui para o entendimento geral das metas do cuidado com a saúde, permitindo,
assim, que profissionais e pacientes possam agir de uma forma mais confiante e responsável.
Veja que a habilidade de comunicação é fator imanente aos procedimentos informativos sobre
saúde e, para isso, o comunicador deve ser responsável por aquilo que emite e a quem emite,
para que não ocorram prejuízos na compreensão da mensagem. Escolher a função adequada da
linguagem fará a grande diferença. Veja a seguir.
Dessa forma, a linguagem desempenha determinada função, de acordo com a ênfase que se
queira dar a cada ato de comunicação (CEREJA; MAGALHÃES, 2005, p. 33). São seis as funções
desempenhadas pela linguagem: fática, poética, conativa, referencial, emotiva e metalinguística,
conforme descritas a seguir.
Fática: quando você testa o canal de comunicação, ou o receptor, está utilizando a linguagem
fática. Expressões como “olá!” e “entendeu?” são exemplos desse tipo de comunicação.
[...] nos cumprimentos diários (“bom dia”, “boa tarde”, “oi”, “tudo bem?”, “como vai?”), nas
conversas de elevador (“está quente, não?”), nas primeiras palavras de uma aula (“sentem-se”,
“vamos começar?”, “pronto?”, “atenção, gente! (CEREJA; MAGALHÃES, 2005, p. 36).
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Poética: é aquela que se vale de recursos linguísticos para “embelezar” a mensagem. Veja um
exemplo de campanha publicitária para estimular a amamentação: “Amamentação em todos os
momentos: mais saúde, carinho e proteção.”
Conativa: os verbos de chamamento (ande, faça, compre, venha etc.) fazem parte desse tipo de
função da linguagem, que “[...] ocorre quando o locutário é posto em destaque e é estimulado
pela mensagem” (CEREJA; MAGALHÃES, 2005, p. 34).
Referencial: encontra-se em mensagens de cunho informativo, por exemplo: “Nos últimos cinco
anos, o mosquito da dengue vem sendo controlado para evitar a transmissão da doença.”
Emotiva: serve para despertar sentimentos em outra pessoa. A linguagem emotiva tem a função
de mexer com o sentimento do receptor. Música, poesia e romances têm este tipo de caracterís-
tica em sua linguagem.
Metalinguística: destaca um tema a partir da mesma veiculação desse tema. Por exemplo, um
filme sobre um filme; um programa de TV que discute os programas de TV etc.
A finalidade da educação em saúde não é informar para a saúde, mas de transformar saberes
existentes. Essa prática propõe o aprimoramento das responsabilidades dos profissionais que
trabalham com a saúde, em razão, principalmente pelo desenvolvimento da compreensão da
situação de saúde (SOUZA; JACOBINA, 2009, p. 624).
Mas para isso, são necessários profissionais capacitados para interagir com os diversos públicos
de interesse e isso se dá no período de sua formação técnica. Nogueira-Martins e De Marco
(2010) ressaltam algumas habilidades a serem desenvolvidas pelo profissional da área da saúde,
expostas no Quadro 2. Confira!
Divulgação científica: divulgação de estudos científicos sobre a área da saúde em nível amplo
e leigo.
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• palestras;
• fóruns de discussão;
• peças teatrais;
• campanhas (semanais, quinzenais, mensais, anuais etc.);
• feiras;
• visitas dos agentes de saúde;
• workshops (oficinas);
• aulas.
Para fixar o que aprendeu até então, observe o exemplo a seguir:
Caso
Imagine a seguinte situação: Maria é enfermeira e proferiu uma palestra às mulheres da cidade a
respeito da prevenção do câncer de mama. Para transmitir a mensagem desejada, a palestrante
utilizou os seguintes instrumentos: data show (projetor multimídia) e microfone. No final do en-
contro, Maria só ouviu elogios a respeito da sua explanação.
Emissor: Maria.
• declarações contraditórias;
• mudanças bruscas de assunto;
• respostas superficiais;
• frases incompletas;
• estilo obscuro;
• maneirismo de fala;
• interpretações literais de metáforas;
• interpretações metafóricas de comentários literais.
Diante do exposto, reflita: você já percebeu que a ocorrência de ruídos é mais comum do que
se imagina? Quantas mensagens você recebe e não consegue entender, mesmo fazendo várias
considerações sobre o que ela poderia querer dizer? Quantas vezes fez uma pergunta e recebeu
respostas confusas e bem longe daquilo que esperava? E mais: quem nunca conversou com al-
guém prolixo, que falou, falou e falou e não disse nada? Pois esses são exemplos cotidianos, e
a sua função é saber evitá-los.
Portanto, lembre-se que a comunicação não consiste apenas em levar uma mensagem a alguém,
afinal, se o receptor não compreender o significado e o objetivo da mensagem, não existirá
comunicação! É preciso planejamento para que as ações de controle social tenham resultado
positivo. Identificar o público e suas necessidades, definindo a melhor estratégia para cada situ-
ação, são princípios basilares da efetividade da comunicação e educação em saúde.
Um dos grandes estudiosos da comunicação e educação em saúde é Paulo Marchiori Buss, autor
de cerca de 80 publicações e figura atuante e experiente na promoção e divulgação das infor-
mações sobre o tema.
VOCÊ O CONHECE?
Paulo Marchiori Buss é membro titular da Academia Nacional de Medicina. Em seu
vasto currículo, destacam-se os cargos que ocupou e ocupa nas instituições de Saúde
de abrangência mundial, entre os quais International Association of National Institutes
of Public Health (IANPHI), International Association for Health Policy (IAHP), Federação
Internacional para a Cooperação entre Centros de Pesquisa em Sistemas e Serviços
de Saúde (FICOSSER ), Asociación Latino-americana de Medicina Social (ALAMES),
Associação Latino-americana e do Caribe de Educação em Saúde Pública (ALAESP) e
da Canadian Public Health Association (CPHA). Para saber mais sobre sua contribuição
para a comunicação educativa em saúde, acesse o endereço: http://www.crics8.org/
agendas/program/person.php?lang=pt&id=8.
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Síntese Síntese
Ao concluir este capítulo, espera-se que você tenha aprimorado seus conhecimentos sobre a im-
portância da comunicação para a educação em saúde. Durante este estudo, você foi capaz de:
• perceber que a comunicação não verbal é mais poderosa que a verbal, pois mesmo
estando calados, estamos expressando alguma coisa;
______. Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, cap. 2, art. 7º. Dispõe sobre as condições
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos ser-
viços correspondentes e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L8080.htm>. Acesso em: 17 dez. 2015.
GOLD, M. Redação empresarial: escrevendo com sucesso na era da globalização. 2. ed. São
Paulo: Makron Books, 2003.
NYE, R. Cometa Halley no quartel. Produção Pyramid Film, EUA, 2013. Direção de Rob Nye.
vídeo, 2min15s. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=sR0zegK6nU8>. Acesso
em: 1 nov. 2015.
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Educação e Comunicação em Saúde
SILVA, V. C. da; ROCHA, C. M. F. A comunicação em saúde no Sistema Único de Saúde: uma re-
visão de literatura. Lume UFRGS. Porto Alegre, 2013. Disponível em: < https://www.lume.ufrgs.
br/bitstream/handle/10183/97638/000921305.pdf?sequence=1>. Acesso em: 1 nov. 2015.