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A ASSOCIAÇÃO ENTRE TRABALHO E QUALIDADE DE VIDA NA


TERCEIRA IDADE E OS FATORES QUE A CONDICIONAM

Diante do fenômeno de envelhecimento das populações, é essencial pesquisar como o


trabalho afeta a população idosa quanto a fatores como saúde e bem-estar psicofísico, além de
se realizar estudos que investiguem a real capacidade de se integrar efetivamente essa massa no
mercado de trabalho. Decorrente desse fenômeno, ocorre no Brasil um aumento da participação
da população idosa no mundo do trabalho.
O trabalho remunerado, de acordo com diversos estudos, é fonte de satisfação para
muitos idosos, pois garante-lhes a manutenção de vínculos sociais, de um senso de realização
e importância, além de benefícios para a saúde mental. Porém é importante ressaltar: há indícios
de que a permanência com satisfação no mercado de trabalho na terceira idade parece
condicionada a certos fatores. Homens com alto nível de escolaridade, de situação
social/financeira acima da média e com quadro de saúde estável fazem parte do estrato da
terceira idade que mais se sente satisfeito ao permanecer sujeito ao trabalho remunerado.
A taxa de ocupação na terceira idade é maior entre pessoas que não recebem renda
proveniente de aposentadoria ou pensão, portanto a permanência destas no mercado é fruto
principalmente da necessidade de incrementar a renda. A associação entre trabalho na terceira
idade e qualidade de vida não é consenso entre estudiosos. Cabe citar um estudo de Jun
Nakahara1, cuja conclusão é de que essa associação somente ocorreu com os idosos que
exerciam trabalhos não remunerados. Denota-se que entre o grupo que compôs o seu estudo, a
maior parte trabalha por necessidade, devido a estarem submetidos a difíceis condições
socioeconômicas.
Em um estudo ligado a Universidade do Estado do Rio de Janeiro2, buscou-se analisar
essa suposta associação entre trabalho na terceira idade e qualidade de vida. A conclusão foi a
seguinte: “O grupo de idosos que ainda trabalhava relatou estar mais satisfeito com a vida,
comparado com aqueles que pararam de trabalhar, exceto para o domínio de satisfação para os

1
O artigo em questão se chama “Effects of Social Activities Outside the Home on Life Satisfaction Among
Elderly People Living Alone”.
2
“o estudo foi autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto e pela
Comissão de Ética em Pesquisa da Sub-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade do Estado Rio
de Janeiro”. Priscila Ribeiro, Daniele Almada, Jéssica Souto e Roberto Lourenço. Permanência no
mercado de trabalho e satisfação com a vida na velhice. Ciênc. saúde
coletiva[online]. 2018, vol.23, n.8, pp.2685
2

meios de transporte”3. As chances de permanecer ativo e satisfeito no mercado são maiores para
homens do que para mulheres, para aqueles com alto grau de escolaridade e para pessoas com
alta renda. A satisfação com o trabalho na terceira idade está condicionada a uma série de fatore,
dentre eles, além dos já citados, pode-se incluir também o acesso ao sistema de saúde privado,
pois a inclusão no mercado de trabalho na terceira idade também depende de um quadro de
saúde estável.4

REFERÊNCIAS
RIBEIRO, Pricila Cristina Correa; ALMADA, Daniele Soares Queiroz; SOUTO, Jéssica
Faria e LOURENÇO, Roberto Alves. Permanência no mercado de trabalho e
satisfação com a vida na velhice. Ciênc. saúde coletiva[online]. 2018, vol.23, n.8,
pp.2683-2692. ISSN 1413-8123.

3
Priscila Ribeiro, Daniele Almada, Jéssica Souto e Roberto Lourenço. Permanência no mercado de trabalho
e satisfação com a vida na velhice. Ciênc. saúde coletiva[online]. 2018, vol.23, n.8, pp.2686
4
Cabe ressaltar que os autores do artigo “Permanência no mercado de trabalho e satisfação com a vida na
velhice” levantam a hipótese de que os idosos entrevistados nesse estudo ligado a UERJ podem não ser
representativos da população em geral, e que representariam a parte da população idosa mais “privilegiada”
(tendo em vista os fatores condicionantes já citados) e que está mais apta a encontrar satisfação e qualidade de
vida no trabalho.

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