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As formas elementares da vida religiosa

O livro de Emile Durkheim, As formas elementares da vida religiosa, tem como


objetivo a uma elaboração de uma teoria geral da religião. A sua análise fundamenta-se na
observação de instituições simples e primitivas. Para Durkheim, o totemismo representa ou
revela a essência da religião. A ciência descobre e apresenta a realidade profunda de todas as
religiões, porém, não recria nenhuma religião, mas demonstra a capacidade que as sociedades
tem produzirem os seus próprios deuses. “os interesses religiosos são apenas a forma
simbólica de interesses sociais e morais”.

Segundo Raymond Aron, As formas elementares da vida religiosa podem ser estudadas
a partir de três pontos de vista, pois a obra durkheiminiana comporta três aspectos de estudos.
O primeiro aspecto analisa e faz uma descrição minuciosa do sistema de clãs e do totemismo
de certas tribos australianas, e com algumas referências a algumas tribos americanas. Em um
segundo aspecto, Durkheim apresenta uma teoria da essência da religião, fundamentada em
uma análise do totemismo australiano. No terceiro aspecto, é realizada uma interpretação
sociologia de várias formas do pensamento humano.

Durkheim começa por definir o fenômeno religioso, para em seguida refutar as teorias
diferentes. A essência da religião comporta uma dupla divisão no mundo: fenômenos sagrados
e profanos. A religião não pode ser definida pela crença num deus transcendente, pois há
religiões superiores, como é o caso do Budismo que não professam a crença num deus pessoal
e transcendente. A definição de religião também não se dar simplesmente por conceitos de
mistério e sobrenatural. O sobrenatural só pode ser pensado com referência ao natural.

No mundo há uma bipartição entre o que é sagrado e o que é profano. O sagrado


constitui-se de um conjunto de coisas, de crenças e ritos. Na medida em que estes conjunto de
coisas, de crenças e ritos formam um sistema com certa unidade, surge, então, a religião. A
religião constituísse em um sistema solidário de crenças e de práticas relativas a coisas
sagradas, quer dizer, separadas, interditas, crenças e práticas que unem numa mesma
comunidade moral chamada igreja, todos os que aderem a ela.

A proposta durkheiminiana em sua teoria da religião é apresentar e “fundamentar a


realidade do objeto da fé sem admitir o conteúdo intelectual das religiões tradicionais”. Desta
forma, ele fala da importância do totemismo como a religião mais simples. Pois tal afirmação
implica a idéia de uma evolução na história da religião. A teoria da religião de Durkheim não
está fundamentada na análise de vários fenômenos religiosos, mas centra-se num caso bem
particular, que é o totemismo.

Durkheim faz uma análise das noções de clã e totem encontrados nesta religião simples.
O clã não é formado por laços de consanguinidade, mas é constituído por algo que exprime
sua identidade mediante a ligação com uma planta ou animal. Cada tribo australiana possuía
seu totem que figurava como um emblema ou brasão. Um símbolo atual que assemelhasse ao
totem australiano seria a bandeira. Segundo a concepção durkheiminiana, a origem do
totemismo clãnico está vinculado a “prioridade e anterioridade do culto que os indivíduos
prestam a sociedade”. O princípio do totemismo é reconhecimento do sagrado. Para os
australianos existe no mundo das coisas profanas uma força anônima e impessoal,
representada em algum animal ou planta. A estes objetos é que são dirigidos os cultos.

O totemismo é a religião, não de animais, ou de tais homens ou de tais imagens, mas


uma espécie de força anônima e impessoal, que se encontra em cada um destes
seres, sem, contudo se confundir com nenhum deles. Nenhum a possui por inteiro, e
todos dela participam. É a tal ponto independente dos sujeitos particulares nos quais
se encarna que os precede tal como lhes sobrevive. Os indivíduos morrem; gerações
passam e são substituídas por outras. Mas esta força permanece sempre atual, viva e
semelhante a si própria. Anima a geração de hoje, como animou a de ontem, como
animará a de amanhã. Se tomarmos a palavra num sentido muito amplo, poderemos
dizer que ela é o Deus que cada culto totêmico adora. Somente trata-se de um Deus
impessoal, sem nome, sem história, imanente ao mundo, difundido por uma
multiplicidade inumerável de coisas. (Durkheim, 2000)

A interpretação sociológica da religião proposta por Durkheim expressa dois aspectos


importantes. O primeiro aspecto seria a idéia de que, no totemismo, os homens adoram, sem o
saberem, a sua sociedade. O sagrado estando vinculado a uma força coletiva e impessoal
estaria representado na sociedade. O segundo aspecto estava no fato de as sociedades criarem
seus próprios deuses e religiões.
Bibliografia

Durkheim, Émile. As formas elementares da vida religiosa – o sistema totêmico na Austrália.


Editora: Martins Fontes, 2000.

Aron, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. Editora: Martins Fontes, 2003.

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