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EXPEDIENTE

Mesa diretora da asseMBLeia LegisLatiVa do


estado do ceará
ZEZINHO ALBUQUERQUE Presidente

TIN GOMES 1º Vice-presidente

MANOEL DUCA 2º Vice-presidente

AUDIC MOTA 1º Secretário

JOÃO JAIME 2º Secretário

JÚLIO CÉSAR FILHO 3º Secretário

AUGUSTA BRITO 4º Secretário

escoLa suPerior do ParLaMento cearense


uniPace
Elmano Freitas Presidente
Apresentação

O acesso ao ensino superior tem sido um grande desafio para os jovens que
concluíram o ensino médio, principalmente os egressos da escola pública, cujos
recursos nem sempre são suficientes ao atendimento das necessidades dos alunos.
Cientes dessas dificuldades e preocupados com a formação de milhares de jovens
em situação de carência financeira, a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, na
pessoa de seu Presidente Deputado José Albuquerque, e a Escola Superior do Par-
lamento Cearense, por meio de seu Presidente Deputado Elmano Freitas, deram
continuidade e ampliaram o Projeto Alcance que, desde o seu início em 2012, tem
buscado universalizar um benefício antes restrito a alunos com situação financeira
privilegiada.

Dessa forma, estamos disponibilizando as apostilas produzidas por profes-


sores do Projeto Alcance, distribuídas gratuitamente para que o aluno da capital ou
do interior possa acompanhar as aulas, que são ministradas de forma presencial ou
virtual.

Acreditamos que esse material didático servirá para abrir as portas de es-
colas superiores a nossos alunos, permitindo que isso seja revertido em sucesso
profissional e ascensão social para todos os que participam junto conosco de tão
valoroso projeto.

A Coordenação
EQUIPE PEDAGÓGICA:
Língua Portuguêsa: sérgio rosa | steller de paula | vicente júnior
Matemática: alexandre moura | fábio frota | robério bacelar
Ciências Humanas: márcio michiles | andré rosa | josé fernandes
Ciências da Natureza: lunásio neto | diego leitão | alexandre oliveira
Designer Gráfico: adriano costa | adriano-costa@hotmail.com
Tiragem Gráfica INESP: 2.000

Índice
Linguagens e Códigos
Literatura ........................................................................................................................... 08 a 15
Arte Renascentista e Barroca ............................................................................................. 16 a 25
Redação ............................................................................................................................. 26 a 28

Matemática
Combinatória ..................................................................................................................... 30 a 33
Razão e Proporção ............................................................................................................. 34 a 38
Razões Especiais ................................................................................................................ 39 a 43

Ciências Humanas
História do Brasil ................................................................................................................ 45 a 56
História Geral ..................................................................................................................... 57 a 63
Geografia ........................................................................................................................... 64 a 69

Ciências da Natureza
Biologia .............................................................................................................................. 71 a 78
Física .................................................................................................................................. 79 a 83
Química ............................................................................................................................. 84 a 88

Gráfica INESP - (85) 3277.3005


LINGUAGENS E CÓDIGOS
LITERATURA
ROMANTISMO - POESIA Surge um sentimento melancólico, descrente,
Competência de área 5 - Analisar, interpretar desesperado, uma insatisfação permanente
e aplicar recursos expressivos das linguagens, que foi batizada como spleen, mais comumente
relacionando textos com seus contextos, me- caracterizada como Mal do século.
diante a natureza, função, organização, estrutu-
ra das manifestações, de acordo com as condi-
ções de produção e recepção.
H15 - Estabelecer relações entre o texto literário
e o momento de sua produção, situando
aspectos do contexto histórico, social e político.
H16 - Relacionar informações sobre concep-
ções artísticas e procedimentos de construção
do texto literário.
H17 - Reconhecer a presença de valores so-
ciais e humanos atualizáveis e permanentes
no patrimônio literário nacional. Ofélia – John Everett Millais (1851-1852)

1. Romantismo (1836-1881): Arte Oitocentista Esse movimento foi marcado por três fatos fun-
• O Romantismo foi o primeiro movimento li- damentais:
terário brasileiro da Era Nacional. 1. aparecimento de um novo público leitor,
• O início do Romantismo coincide com a resultado de uma literatura mais popular,
independência de nosso país: reivindica- expressa numa linguagem mais acessível
va uma literatura autônoma que refl etisse a leitores sem cultura clássica;
nossa realidade. 2. surgimento do romance como forma mais
• Nesse quadro surgiu, em 1836, o Romantis- difundida e acessível de comunicação li-
mo brasileiro. terária;
3. consolidação do teatro, que ganha novo
3. Manifestações Artísticas impulso e, abolindo a rígida estrutura clás-
Na Europa, o Romantismo representou uma revo- sica, cria o drama.
lução na concepção de vida e de arte.
• Pregando a liberdade de criação, o predo- 4. Principais características do estilo romântico:
mínio do sentimento, o individualismo, 1. sentimentalismo: a valorização das emo-
insurgiu-se contra os valores clássicos. A ções e dos sentimentos leva ao subjeti-
fascinação do exótico e os temas naciona- vismo e ao egocentrismo (o eu é o centro
listas são uma tônica na arte romântica. do universo);
• Vítor Meireles, Almeida Júnior e Pedro 2. supervalorização do amor: o amor pas-
Américo voltaram-se para temas históri- sou a ser o valor mais importante em re-
cos e mitológicos. lação àquele cultivado pela burguesia: o
dinheiro;
3. mal do século: o desajustamento do
poeta sentimental, introvertido, face à re-
alidade gera uma sensação de angústia,
melancolia, insatisfação e tédio, que o
leva a buscar saídas, refúgios para seu
mal;
4. evasão: a saída para o mal do século é
a idealização, um mecanismo de fuga da
realidade que se dá por meio de:
a) evasão no espaço: exaltação da nature-
Obra de Victor Meireles

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LITERATURA
za concebida como extensão do eu do po- EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
eta: o cenário imita os estados de espírito QUESTÃO 01 - ENEM 2012 2ª aplicação:
da personagem; TEXTO I
b) evasão no tempo: volta à infância, volta
aos primórdios da constituição da nação A canção do africano
na busca de heróis nacionais (no Brasil Lá na úmida senzala,
essa busca concretizou-se no indianis- Sentado na estreita sala,
mo); Junto ao braseiro, no chão,
entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão...
De um lado, uma negra escrava
Os olhos no fi lho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia-voz lá responde
Ao canto, e o fi lhinho esconde,
Talvez p’ra não o escutar!
“Minha terra é lá bem longe,
c) idealização: da sociedade, do amor, da Das bandas de onde o sol vem;
mulher; Esta terra é mais bonita,
d) morte: a fuga mais radical e decisiva para Mas à outra eu quero bem.”
todos os confl itos. ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995
Formalmente, a ordem é liberdade: são usados (fragmento).

o verso livre (sem métrica nem estrofação) e TEXTO II


o verso branco (sem rima) ao mesmo tempo No caso da Literatura Brasileira, se é verdade
que renascem as formas medievais de estrofa- que prevalecem as reformas radicais, elas têm
ção, dando-se preferência a metros breves, de acontecido mais no âmbito de movimentos lite-
cadência popular (as redondilhas maiores e me- rários do que de gerações literárias. A poesia de
nores), usados ao lado de decassílabos. Castro Alves em relação à de Gonçalves Dias
não é a de negação radical, mas de superação,
5. As gerações românticas dentro do mesmo espírito romântico.
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003
1ª GERAÇÃO (NACIONALISTA OU INDIA-
(fragmento).
NISTA): caracterizou-se, sobretudo, pela
O fragmento do poema de Castro Alves exem-
criação do herói nacional, pelo lirismo
plifi ca a afi rmação de João Cabral de Melo Neto
amoroso e pelo paisagismo. Os princi-
porque:
pais autores são: Gonçalves de Magalhães
a) exalta o nacionalismo, embora lhe imprima
e Gonçalves Dias.
um fundo ideológico retórico.
2ª GERAÇÃO (BYRONIANA OU DO MAL
b) canta a paisagem local, no entanto, defen-
DO SÉCULO): caracterizou-se pela ob-
de ideais do liberalismo.
sessão à morte, sentimento de tédio,
c) mantém o canto saudosista da terra pátria,
pessimismo, individualismo, melanco-
mas renova o tema amoroso.
lia e morbidez.
d) explora a subjetividade do eu lírico, ainda
Os principais autores são: Álvares de Azeve-
que tematize a injustiça social.
do, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela.
e) inova na abordagem de aspecto social,
3ª GERAÇÃO (CONDOREIRA OU HUGO-
mas mantém a visão lírica da terra pátria.
ANA): seu emblema foi uma poesia de
caráter social - patriótica, antiescrava-
gista, abolicionista. Seu mais importante
poeta foi Castro Alves.

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LITERATURA
QUESTÃO 02 - ENEM 2009 CANCELADA Sem que eu veja a rua 15
TEXTO I E o progresso de São Paulo.
Canção do exílio ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Cfrculo

Minha terra tem palmeiras, do Livro. s/d.

Onde canta o Sabiá;


As aves, que aqui gorjeiam, Os textos A e B, escritos em contextos históri-
Não gorjeiam como lá. cos e culturais diversos, enfocam o mesmo mo-
tivo poético: a paisagem brasileira entrevista a
Nosso céu tem mais estrelas, distância. Analisando-os, conclui-se que:
Nossas várzeas tem mais fl ores, a) o ufanismo, atitude de quem se orgulha
Nossos bosques tem mais vida, excessivamente do país em que nasceu,
Nossa vida mais amores. é o tom de que se revestem os dois textos.
b) a exaltação da natureza é a principal ca-
[...] racterística do texto B, que valoriza a pai-
Minha terra tem primores, sagem tropical realçada no texto A.
Que tais não encontro eu cá; c) o texto B aborda o tema da nação, como o
Em cismar - sozinho, a noite - texto A, mas sem perder a visão crítica da
Mais prazer eu encontro la; realidade brasileira.
Minha terra tem palmeiras d) o texto B, em oposição ao texto A, revela
Onde canta o Sabiá. distanciamento geográfi co do poeta em re-
lação à pátria.
Não permita Deus que eu morra, e) ambos os textos apresentam ironicamente
Sem que eu volte para lá; a paisagem brasileira.
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá; QUESTÃO 03 ENEM 2010 2ª APLICAÇÃO
Sem qu'inda aviste as palmeiras Texto I
Onde canta o Sabiá. Se eu tenho de morrer na fl or dos anos,
DIAS, G. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998. Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
TEXTO II Cantar o sabiá!
Canto de regresso à Pátria Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morro
Minha terra tem palmares Respirando esse ar;
Onde gorjeia o mar Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os passarinhos daqui Os gozos do meu lar!
Não cantam como os de lá Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil;
Minha terra tem mais rosas Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
E quase tem mais amores O céu de meu Brasil!
Minha terra tem mais ouro Se eu tenho de morrer na fl or dos anos,
Minha terra tem mais terra Meu Deus! Não seja já!
Eu quero ouvir cantar na laranjeira, à tarde,
Ouro terra amor e rosas Cantar o sabiá!
Eu quero tudo de lá ABREU, C. Poetas românticos brasileiros. São Paulo: Scipione, 1993.

Não permita
Deus que eu morra Texto II
Sem que volte para lá A ideologia romântica, argamassada ao longo
do século XVIII e primeira metade do século
Não permita Deus que eu morra XIX, introduziu-se em 1836. Durante quatro de-
Sem que volte pra São Paulo cênios, imperaram o “eu”, a anarquia, o liberalis-

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LITERATURA
mo, o sentimentalismo, o nacionalismo, através QUESTÃO 04 - A produção de Álvares de Aze-
da poesia, do romance, do teatro e do jornalis- vedo situa-se na década de 1850, período co-
mo (que fazia sua aparição nessa época). nhecido na literatura brasileira como Ultrarro-
MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, mantismo. Nesse poema, a força expressiva da
1971 (fragmento).
exacerbação romântica identifi ca-se com a(o):
a) amor materno, que surge como possibili-
De acordo com as considerações de Massaud dade de salvação para o eu lírico.
Moisés no Texto II, o Texto I centra-se: b) saudosismo da infância, indicado pela
a) no imperativo do “eu”, reforçando a ideia menção às fi guras da mãe e da irmã.
de que estar longe do Brasil é uma forma c) construção de versos irônicos e sarcásti-
de estar bem, já que o país sufoca o eu cos, apenas com aparência melancólica.
lírico. d) presença do tédio sentido pelo eu lírico,
b) no nacionalismo, reforçado pela distância indicado pelo seu desejo de dormir.
da pátria e pelo saudosismo em relação à e) fi xação do eu lírico pela ideia da morte, o
paisagem agradável onde o eu lírico vivera que o leva a sentir um tormento constante
a infância
c) na liberdade formal, que se manifesta na QUESTÃO 05 - A respeito do Romantismo no
opção por versos sem métrica rigorosa e Brasil, pode-se afi rmar corretamente que:
temática voltada para o nacionalismo. a) sua ação nacionalista deu origem às con-
d) no fazer anárquico, entendida a poesia dições políticas que propiciaram a nossa
como negação do passado e da vida, seja Independência;
pelas opções formais, seja pelos temas. b) coincidiu com o momento decisivo de de-
e) no sentimentalismo, por meio do qual se fi nição da nacionalidade e colaborou para
reforça a alegria presente em oposição à essa defi nição;
infância, marcada pela tristeza. c) espelhou sempre as infl uências estrangei-
ras, em nada aproveitando os costumes e
ENEM 2014 2ª APLICAÇÃO a cor locais;
Soneto d) foi decisivo para o amadurecimento dos
Oh! Páginas da vida que eu amava, sentimentos nativistas que culminaram na
Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!... Inconfi dência Mineira;
Ardei, lembranças doces do passado! e) ganhou relevo apenas na poesia, talvez
Quero rir-me de tudo que eu amava! por falta de talentos no cultivo da fi cção.
E que doido que eu fui!como eu pensava QUESTÃO 06 UNIFOR -
Em mãe, amor de irmã! em sossegado “Eu deixo a vida como deixa o tédio
Adormecer na vida acalentado Do deserto, o poento caminheiro
Pelos lábios que eu tímido beijava! – Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro.”
Embora - é meu destino. Em treva densa Os versos acima exemplifi cam:
Dentro do peito a existência fi nda (a) a utilização de metáforas grandiosas para
Pressinto a morte na fatal doença! expressar a indignação com as injustiças
sociais, que caracteriza a obra de Castro
A mim a solidão da noite infi nda Alves;
Possa dormir o trovador sem crença. (b) a temática a procura da morte como solu-
Perdoa minha mãe - eu te amo ainda! ção para os problemas da existência que
se encontra em Álvares de Azevedo;
AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes,
1996.
(c) tratamento ao mesmo tempo irônico e lí-
rico a que Carlos Drummond de Andrade
submete o cotidiano;

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LITERATURA
(d) a presença da natureza como cenário III.Gonçalves de Magalhães semeou no Bra-
para o encontro do pastor com sua amada, sil as primeiras ideias românticas.
como ocorre em Tomás Antônio Gonzaga; IV.Esse poeta mineiro satirizou os desman-
(e) a exploração de ecos, assonâncias, alite- dos do governo português no período co-
rações em busca de uma sonoridade váli- nhecido como “o ciclo do ouro”.
da por si mesma, como se vê na obra de A sucessão histórica dos fatos acima enuncia-
Cruz e Sousa. dos foi a seguinte:
a) I, III, II e IV b) I, IV, II e III
QUESTÃO 07 UFES c) I, IV, III e II d) IV, I, II e III
“Minha terra não tem palmeiras... e) IV, I, III e II
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis ROMANTISMO - PROSA
Nas palmeiras que não há.” 1. Ficção Romântica
(Mário Quintana) A formação de um público leitor que buscava
distração, entretenimento, estimulou o apare-
O texto deve ser considerado uma: cimento da prosa literária romântica.
a) reafi rmação da estética romântica e seus
principais dogmas. Em 1844, Joaquim Manuel de Macedo inaugu-
b) negação da estética romântica, questio- rou o romance brasileiro com A Moreninha,
nando seu olhar que se detém mais na livro que teve maior receptividade do público em
paisagem que no social. função da trama e da linguagem acessível.
c) paródia de um texto de Oswald de Andra-
de, que assim se inicia: “minha terra tem Romances Indianistas:
palmares/ Onde gorjeia o mar.”. Criação de um herói nacional e exalta-
d) releitura acrítica da célebre “Canção do ção da natureza brasileira.
Exílio”, de Gonçalves Dias. Em Ubirajara, José de Alencar retrata o
e) releitura não crítica das estéticas naciona- índio ainda não tocado pela civilização, em
listas e sentimentalistas. estado puro.
Em Iracema, conta a lenda da fundação
QUESTÃO 08 F.C.CHAGAS - A poesia confes- do Ceará, descrevendo os primeiros contatos
sional e fantasia de Álvares de Azevedo perten- do índio com o colonizador.
ce a uma geração romântica situada entre a de: Em O Guarani, revela um índio vivendo
a) Gonçalves Dias e a de Cláudio Manuel da entre os colonizadores. Peri é retratado como
Costa um autêntico cavaleiro medieval, que põe sua
b) Gonçalves de Magalhães e a de Gonçal- vida a serviço de sua dama (Ceci). Este roman-
ves Dias; ce foi tema da ópera do mesmo nome de Carlos
c) Castro Alves e a de Cruz e Sousa; Gomes.
d) Gonçalves Dias e a de Castro Alves;
e) Cláudio Manuel da Costa e a de Tomás (ENEM - 2009)
Antônio Gonzaga. Pobre Isaura! Sempre e em toda parte esta con-
tínua importunação de senhores e de escravos,
QUESTÃO 09 - Considere os seguintes fatos: que não a deixam sossegar um só momento!
I. Gregório de Matos satirizou personalida- Como não devia viver afl ito e atribulado aque-
des públicas de sua terra, sendo igualmen- le coração! Dentro de casa contava ela quatro
te implacável com a corrupção do sistema inimigos, cada qual mais porfi ado em roubar-
colonial. -lhe a paz da alma, e torturar-lhe o coração:
II. O movimento abolicionista contou com o três amantes, Leôncio, Belchior, e André, e uma
apoio entusiástico de nosso maior poeta êmula terrível e desapiedado, Rosa. Fácil Ihe
condoreiro. fora repelir as importunações e insolências dos

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LITERATURA
escravos e criados; mas que seria dela, quando cento lençol, que lhe foi seguindo os velozes
viesse o senhor?!... passos. Por toda a parte melancolia; de todos
GUIMARÃES, B. A escrava Isaura. São Paulo: Ática, 1995 (adaptado). os lados tétricas perspectivas. É cair, porém,

daí a dias copiosa chuva, e parece que uma va-


QUESTÃO 10 - A personagem Isaura, como rinha de fada andou por aqueles sombrios re-
afi rma o título do romance, era uma escrava. cantos a traçar às pressas jardins encantados e
No trecho apresentado, os sofrimentos por que nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de
passa a protagonista: espantosa atividade. Transborda a vida.
a) assemelhavam-se aos das demais escra- TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática 1993 (adaptado).
vas do país, o que indica o estilo realista
da abordagem do tema da escravidão pelo
autor do romance. QUESTÃO 11 - O romance romântico teve fun-
b) demonstram que, historicamente, os pro- damental importância na formação da ideia de
blemas vividos pelas escravas brasileiras, nação. Considerando o trecho acima, é possí-
como Isaura, eram mais de ordem senti- vel reconhecer que uma das principais e per-
mental do que física. manentes contribuições do Romantismo para
c) diferem dos que atormentavam as demais construção da identidade da nação é a:
escravas do Brasil do século XIX, o que a) possibilidade de apresentar uma dimen-
revela o caráter idealista da abordagem do são desconhecida da natureza nacional,
tema pelo autor do romance. marcada pelo subdesenvolvimento e pela
d) indicam que, quando o assunto era o amor, falta de perspectiva de renovação.
as escravas brasileiras, de acordo com a b) consciência da exploração da terra pelos
abordagem lírica do tema pelo autor, eram colonizadores e pela classe dominante lo-
tratadas como as demais mulheres da so- cal, o que coibiu a exploração desenfreada
ciedade. das riquezas naturais do país.
e) revelam a condição degradante das mu- c) construção, em linguagem simples, realis-
lheres escravas no Brasil, que, como Isau- ta e documental, sem fantasia ou exalta-
ra, de acordo com a denúncia feita pelo ção, de uma imagem da terra que revelou
autor, eram importunadas e torturadas fi si- o quanto é grandiosa a natureza brasileira.
camente pelos seus senhores. d) expansão dos limites geográfi cos da ter-
ra, que promoveu o sentimento de unidade
(ENEM – 2009) do território nacional e deu a conhecer os
O SERTÃO E O SERTANEJO lugares mais distantes do Brasil aos brasi-
Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses leiros
campos, tão diversos pelo matiz das cores, o e) valorização da vida urbana e do progresso,
capim crescido e ressecado pelo ardor do sol em detrimento do interior do Brasil, formu-
transforma-se em vicejante tapete de relva, lando um conceito de nação centrado nos
quando lavra o incêndio que algum tropeiro, por modelos da nascente burguesia brasileira.
acaso ou mero desenfado, ateia com uma faú-
lha do seu isqueiro. Minando à surda na tou- ENEM 2012
ceira, queda a vívida centelha. Corra daí a ins- “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu
tantes qualquer aragem, por débil que seja, e biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista
levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, que colecionava desafetos, azucrinava D. Pe-
como que a contemplar medrosa e vacilante os dro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era
espaços imensos que se alongam diante dela. José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor
O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir de O Guarani e Iracema, tido como o pai do
com mais lentidão algum estorvo, vai aos pou- romance no Brasil. Além de criar clássicos da
cos morrendo até se extinguir de todo, deixando literatura brasileira com temas nativistas, india-
como sinal da avassaladora passagem o alva- nistas e históricos, ele foi também folhetinista,

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LITERATURA
diretor de jornal, autor de peças de teatro, ad- por meio da mescla de características lo-
vogado, deputado federal e até ministro da Jus- cais e dos aspectos culturais trazidos de
tiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas fora pela imigração europeia.
facetas desse personagem do século XIX, parte b) José de Alencar, representante, sobretu-
de seu acervo inédito será digitalizada. do, do romance urbano, retrata a temática
História Viva, n. 99, 2011. da urbanização das cidades brasileiras e
das relações confl ituosas entre as raças.
QUESTÃO 12 - Com base no texto que trata do c) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo
papel do escritor José de Alencar e da futura digi- acentuado realismo no uso do vocabulário,
talização de sua obra, depreende-se que: pelo temário local, expressando a vida do
a) a digitalização dos textos é importante para homem em face da natureza agreste, e as-
que os leitores possam compreender seus sume frequentemente o ponto de vista dos
romances. menos favorecidos
b) o conhecido autor de O Guarani e Iracema d) a literatura urbana brasileira, da qual um dos
foi importante porque deixou uma vasta obra expoentes é Machado de Assis, põe em
literária com temática atemporal. relevo a formação do homem brasileiro, o
c) a divulgação das obras de José de Alencar, sincretismo religioso, as raízes africanas e
por meio da digitalização, demonstra sua im- indígenas que caracterizam o nosso povo.
portância para a história do Brasil Imperial. e) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Si-
d) a digitalização dos textos de José de Alen- mões Lopes Neto e Jorge Amado são
car terá importante papel na preservação da romancistas das décadas de 30 e 40 do
memória linguística e da identidade nacional século XX, cuja obra retrata a problemá-
e) o grande romancista José de Alencar é im- tica do homem urbano em confronto com
portante porque se destacou por sua temáti- a modernização do país promovida pelo
ca indianista. Estado Novo.

ENEM 2009 QUESTÃO 14 ENEM 2013 2ª APLICAÇÃO


No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu Ora dizeis, não é verdade? Pois o Sr. Lúcio que-
a tese de que no Brasil havia duas literaturas in- ria esse cravo, mas vós lho não podíeis dar, por-
dependentes dentro da mesma língua: uma do que o velho militar não tirava os olhos de vós;
Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito ora, conversando com o Sr. Lúcio, acordastes
diferentes por formação histórica, composição ambos que ele iria esperar um instante no jar-
étnica, costumes, modismos linguísticos etc. dim...
Por isso, deu aos romances regionais que pu- MACEDO, J. M. A moreninha. Disponível em: www.dominiopublico.com.
br. Acesso em: 17 abr. 2010 (fragmento).
blicou o título geral de Literatura do Norte. Em
nossos dias, um escritor gaúcho, Viana Moog, O trecho faz parte do romance A Moreninha, de
procurou mostrar com bastante engenho que Joaquim Manuel de Macedo. Nessa parte do ro-
no Brasil há, em verdade, literaturas setoriais mance, há um diálogo entre dois personagens.
diversas, refl etindo as características locais. A fala transcrita revela um falante que utiliza
CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros ensaios. uma linguagem
São Paulo: Ática, 2003. a) informal, com estruturas e léxico colo-
quiais.
QUESTÃO 13 - Com relação à valorização, no b) regional, com termos característicos de
romance regionalista brasileiro, do homem e da uma região.
paisagem de determinadas regiões nacionais, c) técnica, com termos de áreas específi cas.
sabe-se que: d) culta, com domínio da norma padrão.
a) o romance do Sul do Brasil se caracteriza e) lírica, com expressões e termos emprega-
pela temática essencialmente urbana, co- dos em sentido fi gurado.
locando em relevo a formação do homem

14
LITERATURA
ENEM 2015 2ª APLICAÇÃO
Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que
atravessou o fi rmamento da corte como brilhan-
te meteoro, e apagou-se de repente no meio do
deslumbramento que produzira seu fulgor? Tinha
ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez
na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram
todos com avidez informações acerca da grande
novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não re-
petirei agora, pois a seu tempo saberemos a ver-
dade, sem os comentos malévolos de que usam
vesti-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em
sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Fir-
mina Mascarenhas, que sempre a acompanhava
na sociedade. Mas essa parenta não passava de
mãe de encomenda, para condescender com os
escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele
tempo não tinha admitido ainda certa emancipa-
ção feminina. Guardando com a viúva as deferên-
cias devidas à idade, a moça não declinava um
instante do fi rme propósito de governar sua casa
e dirigir suas ações como entendesse. Constava
também que Aurélia tinha um tutor; mas essa en-
tidade era desconhecida, a julgar pelo caráter da
pupila, não devia exercer maior infl uência em sua
vontade, do que a velha parenta.
ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006.

QUESTÃO 15 - O romance Senhora, de José


de Alencar, foi publicado em 1875. No fragmento
transcrito, a presença de D. Firmina Mascarenhas
como “parenta” de Aurélia Camargo assimila prá-
ticas e convenções sociais inseridas no contexto
do Romantismo, pois
a) o trabalho fi ccional do narrador desvalori-
za a mulher ao retratar a condição feminina
na sociedade brasileira da época.
b) o trabalho fi ccional do narrador mascara
os hábitos sociais no enredo de seu roman-
ce.
c) as características da sociedade em que
Aurélia vivia são remodeladas na imagina- GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
ção do narrador romântico. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
d) o narrador evidencia o cerceamento se- D C B E B B B D C E
xista à autoridade da mulher, fi nanceiramen- 11 12 13 14 15
te independente D D C D D
e) o narrador incorporou em sua fi cção há-
bitos muito avançados para a sociedade da-
quele período histórico.

15
ARTE RENASCENTISTA E BARROCA
Competência de área 4 - Compreender a arte RENASCIMENTO CULTURAL
como saber cultural e estético gerador de signi-
fi cação e integrador da organização do mundo
e da própria identidade.
H12 - Reconhecer diferentes funções da arte,
do trabalho da produção dos artistas em seus
meios culturais.
H13 - Analisar as diversas produções artísticas
como meio de explicar diferentes culturas, pa-
drões de beleza e preconceitos.
O termo Renascimento é utilizado para
H14 - Reconhecer o valor da diversidade artís-
englobar o fl orescimento artístico, cultural, cien-
tica e das inter-relações de elementos que se
tífi co e político ocorrido na Europa, principal-
apresentam nas manifestações de vários gru-
mente entre os séculos XV e XVI. “Que obra de
pos sociais e étnicos.
arte é o homem: tão nobre no raciocínio; tão vá-
Competência de área 5 - Analisar, interpretar
rio na capacidade; em forma e movimento, tão
e aplicar recursos expressivos das linguagens,
preciso e admirável, na ação é como um anjo;
relacionando textos com seus contextos, me-
no entendimento é como um Deus; a beleza do
diante a natureza, função, organização, estrutu-
mundo, o exemplo dos animais.”
ra das manifestações, de acordo com as condi-
Hamlet, William Shakespeare
ções de produção e recepção.
H15 - Estabelecer relações entre o texto literário
A frase de Hamlet traduz perfeitamente o Antro-
e o momento de sua produção, situando aspec-
pocentrismo que norteou o pensamento huma-
tos do contexto histórico, social e político.
no na época do Renascimento. O rígido teocen-
H16 - Relacionar informações sobre concep-
trismo medieval, que centrava suas atenções
ções artísticas e procedimentos de construção
na relação Deus-Homem, foi substituído pela
do texto literário.
glorifi cação do Ser Humano, pela relação Ho-
mem-Natureza. Para que isso ocorresse, foram
O HUMANISMO - “Desde o fi m do século XIV,
necessárias transformações estruturais asso-
na Itália, um grande número de homens cultos,
ciadas ao Absolutismo e ao crescimento da bur-
os humanistas (da palavra latina humanus, po-
guesia. Enriquecida com o comércio, a burgue-
lido, culto), apaixonou-se pela recordação da
sia procurou se fi rmar socialmente, opondo-se
Antiguidade Greco-Latina.” (GIRARDET, R e
aos valores projetados pela Igreja e pela nobre-
JAILLET, P.)
za feudal, difundindo seus valores através das
Assim, dá-se o nome de Humanismo a
artes, das letras e das ciências, que seguiam
esse movimento de glorifi cação do homem
concepções racionalistas, individualistas, pagãs
como centro e medida de todas as coisas, alia-
e antropocêntricas. Da mesma forma, a política
do a um movimento intelectual de valorização
de centralização monárquica levou diversos so-
da Antiguidade Clássica.
beranos a estimular a produção artística e literá-
O Humanismo foi um movimento intelec-
ria, visando à promoção pessoal e à atração de
tual e artístico, surgido na Itália no século XIV,
partidários para o absolutismo.
que alcançou seu estado pleno durante o Re-
Idade Média Renascimento
nascimento Cultural. Os humanistas rejeitavam
Teocentrismo Antropocentrismo
a visão teocêntrica do mundo e os valores me-
dievais, estabelecendo, então, uma visão an- Homem como ser sub- Homem como criação divina, per-
tropocêntrica. misso e pecador; feita, dotada de razão / Hedonismo;
Deus como única fonte
A natureza como fonte de conheci-
de conhecimento ver-
mento;
dadeiro;
Domínio cultural da Resgate dos Valores da Antiguidade
Igreja. clássica.

16
ARTE RENASCENTISTA E BARROCA
Principais características do Renascimento: * Antropocentrismo e Hedonismo
O Renascimento signifi cou uma nova arte, no-
vas mentalidades e formas de ver, pensar e re-
presentar o mundo e os humanos.

- antropocentrismo: (o homem como centro


do universo): valorização do homem como ser
racional e como a mais bela e perfeita obra da
natureza;

- otimismo: os renascentistas tinham uma ati-


tude positiva diante do mundo - acreditavam no
progresso e na capacidade humana e aprecia-
vam a beleza do mundo tentando captá-la em Davi, Michelangelo
suas obras de arte;
* Ideal Humanista - Resgate dos valores Clás-
- racionalismo: contrapondo-se à cultura me- sicos
dieval, que era baseada na autoridade divina,
os renascentistas valorizavam a razão humana
como base do conhecimento. O saber como fru-
to da observação e da experiência das leis que
governam o mundo.

Características gerais da Arte Renascentis-


ta:
* Racionalidade e Rigor Científi co

Escola de Atenas, Rafael Sanzio

* Paganismo

O nascimento de Vênus - Botticelli BARRO-


CO - Contexto Histórico
Durante a idade média, a sociedade feudal ti-
nha na Igreja Católica seu principal sustentá-
O Homem Vitruviano, Leonardo Da Vinci culo ideológico. Com a crise do feudalismo e
o Renascimento Comercial e Urbano, surge a

17
ARTE RENASCENTISTA E BARROCA
burguesia, que para crescer e se fortalecer, jun- conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus
to com os reis que defendiam o fortalecimento e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria
do Estado Nacional absolutista, precisa atacar e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e
a organização central do feudalismo: a Igreja. matéria. Destaque-se que o Barroco também
Ideologicamente, a Igreja também foi atacada se manifestou nos países protestantes.Porém,
devido à infl uência do Humanismo e do Renas- o Barroco protestante - que não nos interessa
cimento, visto que com eles expandiu-se o es- aqui - adquire uma feição burguesa e secular.
pírito crítico, desenvolveu-se o individualismo
e valorizou-se o apego à vida terrena. Aliado Características gerais:
a tudo isso, a Igreja sofria uma profunda crise - Surgiu na Europa em meados do século XVI
em sua disciplina, devido ao comportamento e chega ao Brasil no início do século XVII. Vale
escandaloso de alguns de seus representantes lembrar que, no Brasil, o Barroco manifesta-se
e da recorrência de práticas abusivas como a em dois momentos: a literatura barroca acaba
simonia e a venda de indulgências. Destarte, a no século XVII, junto com o declínio da socieda-
Reforma era inevitável, e os abusos cometidos de açucareira baiana. Porém, na nas artes plás-
pela Igreja serviram de tema e pretexto para que ticas e na arquitetura, o estilo barroco atingirá o
esta fosse atacada e a Reforma se precipitasse. seu auge somente nos séculos XVIII e início do
Portanto, “A Reforma foi produto de uma mul- XIX, em Minas Gerais.
tiplicidade de fatores políticos - oposição dos - Arte da Contrarreforma: expressa a crise do
reis ao supranacionalismo papal -, econômicos Renascimento e o confl ito ideológico proposto
- interesse da nobreza pelas terras da Igreja e pela Igreja, que tentava resgatar o Teocentris-
da burguesia na extinção da doutrina do “justo mo medieval.
preço” -, e intelectuais - ação do Humanismo, - Fusionismo: é a tentativa de conciliar forças
na sua crítica à Igreja.”. antagônicas: Antropocentrismo x Teocentrismo;
Com a Reforma ganhando força e se espalhan- matéria x espírito; terra x céu; pecado x perdão;
do pela Europa, a Igreja Católica convoca o culpa x salvação. Assim, o homem do barroco
Concílio de Trento (1545-1563), que se confi gu- oscila entre “a celebração do corpo, da vida ter-
ra como a principal manifestação da Contrarre- rena, do gozo mundano e do pecado e os cui-
forma. A Contrarreforma foi, portanto, a reação dados com a alma visando à graça divina e à
da Igreja Católica a certas inovações propostas salvação para a vida eterna”.
por segmentos reformadores e recorreu a instru- - Temática do desengano: é a constatação
mentos de perseguição, como a Inquisição e a da efemeridade da vida, da transitoriedade de
Congregação do Índice (encarregada da censu- tudo, da fugacidade do tempo, que, muitas ve-
ra de obras impressas e de elaborar a Lista dos zes, leva ao carpe diem.
Livros Proibidos). Foi nesse clima que o Barroco - Pessimismo: A vida terrena é marcada pela
surgiu e fl oresceu. Interessada em popularizar tristeza e pelo sofrimento, para caracterizá-la
a tradição e os ensinamentos cristãos, a Igre- como oposta à felicidade e à glória da vida ce-
ja Católica patrocinou artistas e artesãos, mul- lestial.
tiplicou a produção de ornamentos e imagens Características das Artes Plásticas Barro-
para a decoração dos templos, e irradiou essa cas:
tendência estética por diferentes lugares ao re- * Predomínio emocional sobre o racional;
dor do mundo. As obras barrocas romperam o seu propósito é impressionar os sentidos
equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre do observador, baseando-se no princípio
a arte e a ciência, que os artistas renascentis- segundo o qual a fé deveria ser atingida
tas procuram realizar de forma muito conscien- através dos sentidos e da emoção e não,
te; na arte barroca predominam as emoções apenas, pelo raciocínio;
e não o racionalismo da arte renascentista. * Grande carga de dramaticidade;
É uma época de confl itos espirituais e religiosos. * Busca de efeitos decorativos e visuais, atra-
O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de vés de curvas, contracurvas, sinuosidades

18
ARTE RENASCENTISTA E BARROCA
e colunas retorcidas; cia da fé.
* Violentos contrastes de luz e sombra;
* Pintura com efeitos ilusionistas;
* Luz artifi cial.

O BARROCO NAS ARTES PLÁSTICAS E NA


ARQUITETURA BRASILEIRA
Em Minas Gerais, graças ao dinheiro da mine-
ração, um grupo de novos-ricos vai motivar a
concorrência das Ordens Terceiras e Irmanda-
des, que concorrerão para ter a igreja mais bela
e ornamentada, possibilitando o surgimento de
artistas como Mestre Ataíde e Aleijadinho, mu-
latos, que se apropriarão das características do
Barroco Europeu, reconfi gurando-o sob uma
ótica brasileira. Teremos, então, no Brasil, o que
os críticos chamam de “Barroco tardio”, uma vez
que, quando o Barroco propaga-se pela provín-
cia de Minas Gerais, esse estilo já terá sido su-
perado e abandonado pelo resto do mundo.

A Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro


Preto
“No momento das missas, ocasião em que os
fi éis encontram-se reunidos, tudo é posto em
movimento: a música real dos cânticos, a mú-
sica simbólica das pinturas, o retorcimento das
formas pintadas, o tremor das luzes de velas,
castiçais e do candelabro central, a arquitetura
que ressoa e fortalece os efeitos, as palavras
proferidas pelo sacerdote no púlpito. Um gran-
de teatro em movimento, capaz de comover o
observador pelo estímulo sensorial e pelo apelo
afetivo.”

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
A importância da Igreja de São Francisco de QUESTÃO 01 (PUCRJ 2014)
Assis para a história da arte brasileira deve-se
ao encontro dos gênios de mestre Ataíde e de
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Mestre
Ataíde foi responsável pela realização da de-
coração do teto e por pinturas e douramentos.
Aleijadinho foi responsável por elementos do
projeto arquitetônico e por esculturas, talhas e
ornamentações postas, também, a serviço da
ilusão na igreja. Todos os elementos artísticos,
fundidos, com o objetivo de fazer da Igreja um
grande teatro, onde o todos os nossos sentidos
são estimulados com o objetivo de criar um am-
biente mais propício para a propagação e vivên- A imagem acima, “A Escola de Atenas”, é con-

19
ARTE RENASCENTISTA E BARROCA
siderada uma das maiores obras de arte renas- emancipa dos grilhões do dogma eclesiástico,
centista. Foi elaborada sob a forma de afresco, tanto mais a arte se volta para a realidade ime-
realizado entre os anos de 1506-1510, sob en- diata.”
comenda do Vaticano para ornar um dos apo- (Arnold Hauser.”História social da literatura e da arte”. 2. ed. Tradução de
Walter H. Geenen. São Paulo: Mestre Jou, 1972. p. 358)
sentos do palácio principal. Rafael Sanzio sou-
be representar de modo magistral o espírito de Com base no conhecimento histórico e tendo
sua época. No centro do afresco, as fi guras como referenciais a pintura e o texto de Hauser,
dos fi lósofos Platão e Aristóteles bem como de pode-se afi rmar que o Renascimento:
outros sábios da Antiguidade. Considerando o a) refl etiu, no universo cultural, as transfor-
contexto histórico retratado na obra e as pro- mações que ocorreram no período de tran-
posições que se seguem, marque a alternativa sição para uma sociedade fundamentada
CORRETA. no antropocentrismo.
I. A realização da grandiosa obra foi em par- b) resgatou os princípios culturais fundamen-
te possível pela prática do mecenato, que tais das antigas sociedades orientais, ser-
propiciava ao artista as condições mate- vindo como um elemento de propagação
riais para a produção de obras de arte e de desses princípios no mundo Ocidental.
inventos científi cos. c) representou uma ruptura na forma de in-
II. A técnica da perspectiva, a valorização do terpretar a natureza, propiciando inclusive
volume dos corpos pelo contraste claro- a possibilidade de o artista pintar fi guras
-escuro, e a utilização, no original, de femininas, o que era proibido pela Igreja
cores vivas revelam a preocupação em cristã na Baixa Idade Média.
representar as pinturas da forma mais rea- d) não alterou signifi cativamente a interpre-
lista possível. tação que os artistas tinham da realidade,
III. Apesar da crença em um conhecimento já que as imagens dos seres humanos ex-
racional do mundo, os intelectuais des- pressavam as fi guras simbólicas de santos
se contexto acreditavam na existência de cristãos.
Deus, que dotou o homem de raciocínio e) não teve grandes repercussões na socie-
para desvendar as leis do universo. dade ocidental, uma vez que foi um fenô-
IV. Os intelectuais renascentistas buscaram meno tipicamente italiano de rebeldia à
inspiração nos padrões estéticos e nos co- infl uência que a Igreja exercia no mundo
nhecimentos produzidos pelos clássicos das artes.
greco-romanos da Antiguidade.
a) I, II, III e IV QUESTÃO 03 (UNICAMP 2016 - Adaptada) - A
b) I e IV, apenas
c) II e III, apenas teoria da perspectiva, iniciada com o arquiteto
d) II e IV, apenas
e) I e III, apenas Filippo Bruneleschi (1377-1446), utilizou conhe-
cimentos geométricos e matemáticos na repre-
QUESTÃO 02 (PUCCAMP) - Leia o texto e ob- sentação artística produzida na época. A fi gura
serve o detalhe da pintura “Gioconda”, de Leo- a seguir ilustra o estudo da perspectiva em uma
nardo da Vinci. obra desse arquiteto. É correto afi rmar que, a
partir do Renascimento, a teoria da perspectiva

“Quanto mais a vida econômica e social se a) foi aplicada nas artes e na arquitetura, com

20
ARTE RENASCENTISTA E BARROCA
o uso de proporções harmônicas, o que
privilegiou o domínio técnico e restringiu a
capacidade criativa dos artistas.
b) evidencia, em sua aplicação nas artes e
na arquitetura, que as regras geométricas
e de proporcionalidade auxiliam a percep-
ção tridimensional e podem ser ensinadas,
aprendidas e difundidas.
c) fez com que a matemática fosse conside-
rada uma arte em que apenas pessoas
excepcionais poderiam usar geometria e
proporções em seus ofícios.
d) separou arte e ciência, tornando a mate-
mática uma ferramenta apenas instrumen-
tal, porque essa teoria não reconhece as
proporções humanas como base de medi-
da universal. A pintura e o poema, embora sendo produtos
e) teve sua aplicação restrita à arquitetura, de duas linguagens artísticas diferentes, parti-
diante da impossibilidade de os artistas ciparam do mesmo contexto social e cultural de
clássicos representarem elementos tridi- produção pelo fato de ambos:
mensionais em um plano. a) apresentarem um retrato realista, eviden-
ciado pelo unicórnio presente na pintura e
QUESTÃO 04 (Enem 2012) - LXXVIII (Ca- pelos adjetivos usados no poema.
mões, 1525?-1580) b) valorizarem o excesso de enfeites na apre-
Leda serenidade deleitosa, sentação pessoa e na variação de atitudes
Que representa em terra um paraíso; da mulher, evidenciadas pelos adjetivos do
Entre rubis e perlas doce riso; poema.
Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa; c) apresentarem um retrato ideal de mulher
marcado pela sobriedade e o equilíbrio,
Presença moderada e graciosa, evidenciados pela postura, expressão e
Onde ensinando estão despejo e siso vestimenta da moça e os adjetivos usados
Que se pode por arte e por aviso, no poema.
Como por natureza, ser fermosa; d) desprezarem o conceito medieval da idea-
lização da mulher como base da produção
Fala de quem a morte e a vida pende, artística, evidenciado pelos adjetivos usa-
Rara, suave; enfi m, Senhora, vossa; dos no poema.
Repouso nela alegre e comedido: e) apresentarem um retrato ideal de mulher
marcado pela emotividade e o confl ito inte-
Estas as armas são com que me rende rior, evidenciados pela expressão da moça
E me cativa Amor; mas não que possa e pelos adjetivos do poema.
Despojar-me da glória de rendido.
QUESTÃO 05 (UFRN) - Ao comentar a arte
CAMÕES, L. Obra completa. Rio de janeiro: brasileira, Benedito L. de Toledo faz a seguinte
Nova Aguilar, 2008. descrição: E se olharmos para o teto, veremos
o próprio céu retratado em pintura ilusionística
no forro, que foi rompido para mostrar o Paraí-
so com a Virgem, os anjos e os santos. A talha
usará colunas torcidas recobertas de vinhas e
povoada de querubins, aves, frutos, cada ele-

21
ARTE RENASCENTISTA E BARROCA
mento procurando vibrar e tomar todo o espa- nas feições, a escultura barroca no Brasil tem
ço possível. As colunas tortas serão as grandes forte infl uência do rococó europeu e está re-
eleitas porque sua estrutura helicoidal é o pró- presentada aqui por um dos profetas do pátio
prio movimento sem fi m. À noite, os interiores do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em
das igrejas revelam novas surpresas. A ilumi- Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão
nação à vela produz uma luz vacilante que faz por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua
vibrar o ouro da talha, dramatiza as pessoas e obra revela:
as imagens. Sente-se que se está num espaço a) liberdade, representando a vida de minei-
consagrado pelo perfume do incenso vindo do ros a procura da salvação.
altar-mor, onde é mais intenso o brilho do ouro b) credibilidade, atendendo a encomendas
na luz incerta das velas. dos nobres de Minas Gerais.
[adaptação] TOLEDO, Benedito Lima de. Apud FERREIRA, Olavo Leonel, c) simplicidade, demonstrando compromisso
HISTÓRIA DO BRASIL. São Paulo: Ática, 1995. p.166.
com a contemplação do divino.
O autor da descrição se refere ao caráter es- d) personalidade, modelando uma imagem
sencial do estilo: sacra com feições populares.
a) Barroco - lirismo, apelo à emoção, busca e) singularidade, esculpindo personalidades
de uma dinâmica infi nita, solicitação de to- do reinado nas obras divinas.
dos os sentidos.
b) Naturalista - solidez, despertar da fé pela QUESTÃO 07 - As obras barrocas romperam o
contemplação da natureza, quer do reino equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre
animal, vegetal ou mineral. a arte e a ciência, que os artistas renascentis-
c) Gótico - grandiosidade e leveza, tornada tas procuram realizar de forma muito conscien-
possível graças ao emprego de arcos em te; na arte barroca predominam as emoções
forma de ogiva e de inúmeros vitrais. e não o racionalismo da arte renascentista.
d) Neoclássico - ênfase na harmonia e no É uma época de confl itos espirituais e religiosos.
equilíbrio, apelo às faculdades racionais O estilo barroco traduz a tentativa angustian-
do homem e realce para os elementos es- te de conciliar forças antagônicas: bem e mal;
truturais da construção. Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado;
alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; es-
pírito e matéria. Nas esculturas barrocas, a au-
sência de equilíbrio e o predomínio da emoção
são refl etidos no predomínio das linhas curvas,
nos drapeados das vestes e no uso do doura-
do, nos gestos e nos rostos das personagens,
que revelam emoções violentas e atingem uma
dramaticidade desconhecida no Renascimento.
Diante disso, assinale o item cuja escultura seja
típica do Barroco:

BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. a) b)


São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.

QUESTÃO 06 (ENEM 2012) - Com contornos


assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e
22
ARTE RENASCENTISTA E BARROCA
amor e a sensualidade carnal.
O amor é fi nalmente um embaraço de pernas,
união de barrigas, um breve tremor de artérias.
Uma confusão de bocas, uma batalha de veias,
um rebuliço de ancas, quem diz outra coisa é
besta.
d) VAINFAS, R. “Brasil de todos os pecados”. Revista de História. Ano1, nº
c) 1. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, nov. 2003.

Vilhena descreve de seu amigo Filopono, no sé-


culo XVIII, a sensualidade nas ruas de Salvador.
Causa essencial de muitas moléstias nesta ci-
dade é a desordenada paixão sensual que atro-
pela e relaxa o rigor da Justiça, as leis divinas,
eclesiásticas, civis e criminais. Logo que anoite-
e) ce, entulham as ruas libidinosos, vadios e ocio-
sos de um e outro sexo. Vagam pelas ruas e,
Quando Deus redimiu da tirania sem pejo, fazem gala da sua torpeza.
VILHENA, L.S. “A Bahia no século XVIII”.Coleção Baiana. v. 1. Salvador:
Itapuã, 1969 (adaptado).
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido A sensualidade foi assunto recorrente no Bra-
O Povo Hebreu amado, e esclarecido, sil colonial.Opiniões se dividiam quando o tema
Páscoa fi cou da redenção o dia. afrontava diretamente os “bons costumes”.
Nesse contexto, contribuía para explicar essas
Páscoa de fl ores, dia de alegria divergências:
Àquele Povo foi tão afl igido a) a existência de associações religiosas que
O dia, em que por Deus foi redimido; defendiam a pureza sexual da população
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia. branca.
b) a associação da sensualidade às parcelas
Pois mandado pela alta Majestade mais abastadas da sociedade.
Nos remiu de tão triste cativeiro, c) o posicionamento liberal da sociedade oi-
Nos livrou de tão vil calamidade. tocentista, que reivindicava mudanças de
comportamento na sociedade.
Quem pode ser senão um verdadeiro d) a política pública higienista, que atrelava
Deus, que veio estirpar desta cidade a sexualidade a grupos socialmente mar-
O Faraó do povo Brasileiro. ginais.
DAMASCENO. D. (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. e) a busca do controle do corpo por meio de
discurso ambíguo que associava sexo,
QUESTÃO 08 (ENEM 2014) - Com uma ela- prazer, libertinagem e pecado.
boração de linguagem e uma visão de mundo
que apresentam princípios barrocos, o soneto QUESTÃO 10 (ENEM PPL 2014) - Sermão da
de Gregório de Matos apresenta temática ex- Sexagésima - Nunca na Igreja de Deus hou-
pressa por: ve tantas pregações, nem tantos pregadores
a) visão cética sobre as relações sociais. como hoje. Pois se tanto se semeia a palavra
b) preocupação com a identidade brasileira. de Deus, como é tão pouco o fruto? Não há
c) crítica velada à forma de governo vigente. um homem que em um sermão entre em si e
d) refl exão sobre os dogmas do cristianismo. se resolva, não há um moço que se arrepen-
e) questionamento das práticas pagãs na Bahia. da, não há um velho que se desengane.Que é
isto? Assim como Deus não é hoje menos oni-
QUESTÃO 09 (ENEM 2ª aplicação 2010) - potente, assim a sua palavra não é hoje menos
Gregório de Matos defi niu, no século XVII, o poderosa do que dantes era. Pois se a palavra

23
ARTE RENASCENTISTA E BARROCA
de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus nos portos brasileiros.
tem hoje tantos pregadores, por que não vemos b) a função dos mestres de açúcar durante a
hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, safra de cana.
tão grande e tão importante dúvida, será a ma- c) o sofrimento dos jesuítas na conversão
téria do sermão. Quero começar pregando-me dos ameríndios.
a mim.A mim será, e também a vós; a mim, para d) o papel dos senhores na administração
aprender a pregar; a vós, que aprendais a ouvir. dos engenhos.
VIEIRA, A. Sermões Escolhidos, v. 2. São Paulo: Edameris, 1965. e) o trabalho dos escravos na produção de
No Sermão da sexagésima, padre Antônio Viei- açúcar.
ra questiona a efi cácia das pregações. Para
tanto, apresenta como estratégia discursiva su- QUESTÃO 12 (ENEM 2011) - Quando os por-
cessivas interrogações, as quais têm por objeti- tugueses se instalaram no Brasil, o país era po-
vo principal: voado de índios. Importaram, depois, da África,
a) provocar a necessidade e o interesse dos grande número de escravos. O Português, o
fi éis sobre o conteúdo que será abordado Índio e o Negro constituem, durante o período
no sermão. colonial, as três bases da população brasilei-
b) conduzir o interlocutor à sua própria refl e- ra. Mas no que se refere à cultura, a contribui-
xão sobre os temas abordados nas prega- ção do Português foi de longe a mais notada.
ções. Durante muito tempo o português e o tupi vive-
c) apresentar questionamentos para os quais ram lado a lado como línguas de comunicação.
a Igreja não possui respostas. Era o tupi que utilizavam os bandeirantes nas
d) inserir argumentos à tese defendida pelo suas expedições. Em 1694, dizia o Padre Antô-
pregador sobre a efi cácia das pregações. nio Vieira que as famílias dos portugueses e ín-
e) questionar a importância das pregações dios em São Paulo estão tão ligadas hoje umas
feitas pela Igreja durante os sermões. com as outras, que as mulheres e os fi lhos se
criam mística e domesticamente, e a língua que
QUESTÃO 11 (ENEM 2012) - Em um engenho nas ditas famílias se fala é a dos índios, e a por-
sois imitadores de Cristo crucifi cado porque pa- tuguesa a vão os meninos aprender à escola.
deceis em um modo muito semelhante o que o TEYSSIER, P. História da língua portuguesa. Lisboa: Livraria Sá da Cos-
mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda ta, 1984 (adaptado).

a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois A identidade de uma nação está diretamente li-
madeiros, e a vossa em um engenho é de três. gada à cultura de seu povo, O texto mostra que,
Também ali não faltaram as canas, porque duas no período colonial brasileiro, o Português, o ín-
vezes entraram na Paixão: uma vez servindo dio e o Negro formaram a base da população e
para o cetro de escárnio, e outra vez para a es- que o patrimônio linguístico brasileiro é resulta-
ponja em que lhe deram o fel. A Paixão de Cris- do da:
to parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia a) contribuição dos índios na escolarização
sem descansar, e tais são as vossas noites e dos brasileiros.
os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; b) diferença entre as línguas dos colonizado-
Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em res e as dos indígenas.
tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os c) importância do padre Antônio Vieira para a
ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os no- literatura de língua portuguesa.
mes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa d) origem das diferenças entre a língua portu-
imitação, que, se for acompanhada de paciên- guesa e as línguas tupi.
cia, também terá merecimento de martírio. e) interação pacifi ca no uso da língua portu-
VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello& Irmão, 1951 (adaptado). guesa e da língua tupi.
O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira es-
tabelece uma relação entre a Paixão de Cristo e
a) a atividade dos comerciantes de açúcar

24
ARTE RENASCENTISTA E BARROCA
QUESTÃO13 (Mackenzie) b) implicou em uma adaptação das técnicas
às condições da Colônia, utilizando como
material a pedra-sabão em lugar do már-
more.
c) consolidou a pintura como modalidade ar-
tística na Colônia, disseminando escolas
para o ensino dessa técnica nas cidades.
d) privilegiou a proporcionalidade, a raciona-
lidade e o equilíbrio, associando-se às ca-
racterísticas da empresa colonial.
e) ampliou o horizonte temático dos artistas
coloniais, enfatizando cenas do cotidiano
que substituíram as cenas bíblicas renas-
O altar Mor da Matriz de Nossa Senhora do Pi- centistas.
lar, acima reproduzido, pode ser apontado como
um bom exemplo do Barroco brasileiro (século Texto
XVIII) ou Rococó. Acerca do tema, assinale a Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade,
alternativa correta. É verdade, Senhor, que hei delinquido,
a) Esse movimento artístico foi importante Delinquido vos tenho, e ofendido
instrumento didático de propaganda evan- Ofendido vos tem minha maldade.
gelizadora utilizado pela Igreja Católica, MATOS, Gregório de. Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade. In: Poemas
nesse contexto. escolhidos. Seleção, introdução e notas de José Miguel Wisnik. São
Paulo: Cultrix, s.d. p. 299.
b) A arte foi uma das prioridades da adminis-
tração metropolitana no Brasil, uma vez
que permitia o desenvolvimento de nossa
identidade nacional.
c) O artista português Antônio Francisco Lis-
boa, o Aleijadinho, foi enviado ao Brasil
para infl uênciar a arte brasileira a partir de
características das matrizes portuguesas.
d) Não existiu qualquer infl uência da arte
europeia nas manifestações artísticas co-
loniais, sendo, essas, consideradas im-
portantes focos de resistência ao domínio
metropolitano.
e) Não existe relação entre o ciclo do ouro
QUESTÃO 15 (UEG) - Ambas as imagens são re-
e o movimento artístico em questão, uma
alizadas em períodos distintos da história e apre-
vez que a Igreja Católica proibia aos fi éis
sentam em síntese semelhanças em relação:
qualquer atividade que gerasse lucro ex-
a) à complexidade e ao contraste.
cessivo.
b) à espontaneidade e à distorção.
c) à planura e ao geometrismo.
QUESTÃO 14 (UFG 2013) - O Barroco foi um
d) à suavidade e à organicidade.
estilo artístico predominante na Europa entre os
e) equilíbrio e harmonia.
séculos XVII e XVIII, alcançando a América Por-
tuguesa. Esse estilo é representativo do trânsito GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
cultural entre os continentes, pois: 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
a) incorporou à arquitetura religiosa os vitrais A A B C A D C C E A
góticos, auxiliando a Igreja reformista na 11 12 13 14 15
conversão das populações nativas ao pro- E E A B A
testantismo.
25
REDAÇÃO
Texto dissertativo-argumentativo e relação entrada de quem vem do exterior para fi ns de
do tema com outras áreas. trabalho e/ou residência, passando esta pes-
soa a ser denominada imigrante. A imigração
Dissertação tem crescido bastante no Brasil, principalmente
por causa de fenômenos climáticos ocorridos
em países vizinhos ou do eixo mais pobre das
Américas.

Gandalf, o sábio
Competência 2 - C2 Tema e Gênero - Com-
preensão do tema, domínio do Gênero textual
proposto e relação natural do tema com outras Acontece muito de o candidato escrever ape-
áreas do conhecimento humano (RCOACH). nas apresentado informações sobre o tema
Exige-se o domínio do gênero dissertativo- achando que está argumentando, ou seja,
-argumentativo utilizando repertório cultural as informações que ele usa não servem como
que demonstre conhecimento de outras áreas reforço ao ponto de vista. Assim, acaba disser-
que possam colaborar com o ponto de vis- tando quando deveria argumentar. Mas, se a
ta defendido. Resumindo, não se deve narrar informação apresentada reforça a tese de-
nem descrever, nem instruir, nem dialogar. fendida, proposta no início, então o texto é ar-
Esta competência testa o REPERTÓRIO CUL- gumentativo. Por exemplo, dizer queo Brasil,
TURAL do candidato, seu CONHECIMENTO embora não tenha políticas públicas específi cas
DE MUNDO quanto ao domínio do TEMA, dos para imigração, recebe digna e solidariamente
SUBTEMAS e TEMAS TRANSVERSAIS. os imigrantes não é apenas uma informação,
mas algo que reforça uma postura. Dizer que os
Dissertar x Argumentar imigrantes sempre fi zeram parte da nossa his-
Dissertar é discorrer, falar sobre, mostrar ou tória e exemplifi car com italianos e japoneses
expor conhecimento. Um texto dissertativo é é mostrar conhecimento, mas também é argu-
também um texto expositivo. Por isso, quando mentar, pois subentende que não somos xenó-
um texto é dissertativo, tudo que ele faz é apre- fobos. É preciso aprender a argumentar.
sentar ou expor o conhecimento que o autor
tem daquele tema, daquele assunto. A postu- Argumentação
ra é a de um sábio, de alguém que conhece
muito bem determinado assunto e que resol-
veu dizer a outras pessoas tudo o que sabe so-
bre aquele tema e suas naturais implicações.
Por exemplo, quando uma banca pede ao
candidato para dissertar sobre o tema “Liberda-
Platão e Aristóteles, os dialéticos
de de expressão” ou sobre mesmo sobre “Imi-
gração”, não está necessariamente pedindo ao
O texto argumentativo, por sua vez, apresenta
mesmo que escreva a “sua opinião” sobre aque-
um ponto de vista e, também, a exposição de
le assunto, apenas que exponha conhecimento
conhecimento sobre determinado assunto. No
válido sobre o tema. Resumindo, dissertar não é
entanto, ao tema são agregados fatos, estatís-
necessariamente argumentar. Vejamos, abaixo,
ticas, opiniões, exemplos etc. que reforçam
um exemplo de texto unicamente dissertativo.
esse ponto de vista, ou seja, surgem os argu-
mentos. Veja, abaixo, um exemplo de texto em
Ex. Imigração é o fenômeno protagonizado
que são utilizados argumentos de exemplo e
pelo mesmo indivíduo que migra, mas visto pela
comparação.
perspectiva do país que o acolhe. Ou seja, é a

26
REDAÇÃO
Ex. Asescolas da Finlândia têm em seus cur- A ESTRUTURA PROPOSTA PELO ENEM
rículos disciplinas como Culinária e Economia
Doméstica. Isto signifi ca que as crianças fi nlan-
desas, na vida adulta, tornam-se pessoas mais
independentes, responsáveis e proativas.
Se o Brasil seguisse tal exemplo poderia até
não representar um grande avanço em Educa-
ção, mas seria extremante benéfi co às compli-
cadas relações de gênero em nosso país.

Progressão textual (PT) Por conseguinte, a re-


dação do ENEM é um misto desses dois tipos
textuais, por isso é um texto expositivo-argu- Nesta estrutura são sugeridos 4 parágrafos. No
mentativo, no qual o candidato, ciente do tema primeiro deve-se abordar diretamente o TEMA
de que está tratando, lança uma tese ou ponto e, em seguida, lançar a TESE. Depois, a pala-
de vista, apresenta, em forma de argumenta- vra ARGUMENTOS nos diz, colocada no plural,
ção, os conhecimentos de que dispõe sobre o que serão necessários, no mínimo, dois pará-
tema discutido. grafos de argumentação em nome do ponto de
Tais conhecimentos (o repertório cultural) con- vista defendido. Por fi m, onde se lê PROPOSTA
vertem-se em informações (GI) que fazem com DE INTERVENÇÃO devem ser apresentadas
que o texto cresça ou progrida, o que denomi- sugestões ou soluções para o problema, algo
namos progressão textual (PT). que mude aquela realidade, porém de forma
exequível e respeitando os direitos huma-
Grau de informatividade (GI) Todo texto dis- nos.
sertativo bom é marcado pela exposição de
conhecimento de seu autor, ou seja, é um tex-
to que traz um grau de informatividade elevado,
informações que, às vezes, nem o corretor co- A tese corresponde ao ponto de vista defendi-
nhece. do por você que, de certa forma, tenta respon-
O candidato deve tentar informar o seu leitor, der por qual motivo aquele problema acontece,
deve ter a ousadia de fazer o corretor “aprender aconteceu ou chegou a tal ponto.
algo” com seu texto.
O texto argumentativo bom, por sua vez, apre-
senta riqueza de argumentos, ou seja, fatos, da-
dos e opiniões de autoridades que validam uma
tese ou pensamento. Se a tese sugere a pergunta “por quê?”, os ar-
Percebe-se, então, que esse texto não foi feito gumentos representam o repertório cultu-
com informações triviais, com o senso comum, ral (conhecimento de mundo) do candidato, ou
que pouco acrescenta à discussão. seja, a sua leitura sobre o tema, o seu conheci-
Para tanto, é essencial que o candidato domine mento sobre aquela problemática resumido em
o modelo do texto dissertativo-argumentativo e fatos, ideias, frases, exemplos, estatísticas
entenda o esquema que permeia a construção que colaboram com o ponto de vista defendido.
desse tipo de redação.

O texto precisa ter uma progressão, ou seja,


precisa ter seguimento. Isso é feito com as téc-
nicas de progressão (as conjunções, os relati-
vos, os sinônimos, os hiperônimos) e de enca-

27
REDAÇÃO
deamento dos parágrafos. ensinamento histórico. É que se preestabelece-
ra a vitória inevitável sobre a rebeldia sertaneja
RCOACH - Relação com outras áreas do Co- insignifi cante”.
nhecimento Humano. - Estabelecer relações
com outras áreas do conhecimento humano Comentário: Tendo por base o feixe de retas
(C2) é uma prática que melhora muito o GI de acima, é preciso observar que o livro Os sertões
um texto. Melhora a argumentação (C3) e prova é uma obra transversal, ou seja, cheia de te-
ao corretor que você tem leitura e domínio não mas, rica em vários assuntos. Ao mesmo tempo
apenas sobre o tema, mas sobre outros que o que o livro é Literatura e História toca em temas
tangenciam, temas transversais oriundos da inerentes à Sociologia, à Antropologia e à Ge-
interdisciplinaridade. Como aconteceu com o ografi a.
tema de redação proposto para o ENEM 2012.

• 2012 - O movimento imigratório para o Bra-


sil no século XXI. - Comentário: O movimento
migratório ou a imigraçãotem relações históri-
cas, culturais, sociológicas e jurídicas. O refe-
rencial “século XXI” dá um caráter histórico ou
temporal que tem como base a relação espacial
que é o Brasil. Isso faz com que o candidato
pense nos primeiros imigrantes e as infl uências
que trouxeram para os brasileiros ao longo dos
tempos, bem como os que chegam ao país hoje.

Relações temáticas transversais

Ex.:
Os sertões - Euclides da Cunha - “Malgrado
os defeitos do confronto, Canudos era a nos-
sa Vendéia. O chouan e as charnecas empare-
lham-se bem como o jagunço e as caatingas.
O mesmo misticismo, gênese da mesma aspi-
ração política; as mesmas ousadias servidas
pelas mesmas astúcias, e a mesma natureza
adversa, permitiam que se lembrasse aquele
lendário recanto da Bretanha, onde uma revol-
ta, depois de fazer recuar exércitos destinados
a um passeio militar por toda a Europa, só ce-
deu ante as divisões volantes de um general
sem fama, “as colunas infernais” do general
Turreau - pouco numerosas, mas céleres, imi-
tando a própria fugacidade dos vendeanos, até
encurralá-los num círculo de dezesseis campos
entrincheirados. Não se olhou, porém, para o

28
MATEMÁTICA

29
COMBINATÓRIA
Competência de área 1 - Construir signifi cados sar da seguinte forma: Se A e B são dois con-
para os números naturais, inteiros, racionais e juntos disjuntos, isto é, A ∩ Β = ∅,com respecti-
reais. vamente, x e y elementos, então A ∪ B possui x
H2 - Identifi car padrões numéricos ou princípios + y elementos.
de contagem. Ex. Numa lanchonete, o cardápio oferece 10 sa-
bores distintos de sucos e 8 tipos diferentes de
MÉTODOS DE CONTAGEM - A Análise Com- sanduíches.Lucas está com dinheiro para com-
binatória é o ramo da Matemática que nos per- prar apenas 1 suco ou 1 sanduíche. De quantas
mite enumerar todas as possibilidades de que maneiras distintas ele pode efetuar a sua com-
um evento aconteça, mesmo envolvendo gran- pra?
de quantidade de dados, sem a necessidade de Solução: Como Lucas só pode escolher um
contá-las uma a uma. Na resolução desses pro- suco ou um sanduíche, o número de opções
blemas, é bastante comum aparecer o produto distintas que ele pode fazer essa compra é igual
de números naturais consecutivos. Em muitos a 10 + 8 = 18.
desses casos, é possível abreviar esse pro-
cesso multiplicativo usando o conceito de FA- PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO (PRINCÍPIO
TORIAL. Dado um número natural n, defi nimos FUNDAMENTAL DA CONTAGEM) - Se um
como fatorial de n, n ≥ 2 (indicamos por n!), o evento A pode ocorrer de x maneiras diferentes
produto dos n primeiros naturais positivos, de ne, para cada uma dessas x formas possíveis,
até 1. Assim, temos: um outro evento B pode ocorrer de y formas dis-
2! = 2.1 = 2 tintas, então o número de maneiras de ocorrer
3! = 3.2.1 = 6 o evento A seguido do evento B é x.y. Usando a
3! = 3.2.1 = 6 teoria dos conjuntos, podemos proceder da se-
Etc. Note que a medida em que n aumenta, guinte forma: Se A e B são dois conjuntos com,
o cálculo de n! fi ca mais trabalhoso, portanto,
respectivamente, x e y elementos, então o nú-
para facilitar o processo, podemos interromper mero de elementos de AxB (A cartesiano B) é
o desenvolvimento indicando o último fator na x.y.
forma de fatorial. Ex. No exemplo anterior, Lucas só poderia es-
Observe: colher 1 suco ou 1 sanduíche. Imagine agora
10! = 10.9! ou 10! = 10.9.8! ou 10! = 10.9.8.7!, e
que Lucas está com dinheiro sufi ciente para
assim por diante. comprar 1 suco e 1 sanduíche. De quantas ma-
Portanto, para n∈N*, vale a propriedade: n! = neiras diferentes Lucas pode efetuar a sua com-
n.(n - 1)! pra?
Caso n = 2, temos que 1! = 1e para n = 1, temos Solução: Usando a ideia do Princípio Multipli-
que 0! = 1. cativo, se Lucas pode escolher um suco e um
Dentre os diversos métodos de contagem, va- sanduíche, o número de opções distintas que
mos inicialmente destacar dois deles: ele tem é 10x8 = 80.
• O PRINCÍPIO ADITIVO Nos exercícios a seguir, abordaremos a seguin-
• O PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO te habilidade da matriz de competências para a
prova de Matemática e suas Tecnologias:
PRINCÍPIO ADITIVO - Considere dois eventos H2 - Identifi car padrões numéricos ou princípios
A e B mutuamente exclusivos, isto é: a realiza- de contagem.
ção de um dos eventos exclui a realização do
outro. Se um evento A pode ocorrer de x manei- EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
ras diferentes e, para cada uma dessas x for- QUESTÃO 01 - A fi gura exibe um mapa repre-
mas possíveis, um outro evento B pode ocorrer sentando 13 países. Considerando-se como pa-
de y formas distintas, então o número de manei- íses vizinhos aqueles cujas fronteiras têm um
ras de ocorrer o evento A ou o evento B é x+y. segmento em comum, o número mínimo de co-
Usando a teoria dos conjuntos, podemos pen- res que se pode utilizar para colori-los, de forma

30
COMBINATÓRIA
que dois países vizinhos não tenham a mesma sobremesas, podendo o cliente escolhê-las ou
cor, é: não, de acordo com as opções do cardápio.
a) 2 Pratos
Saladas Bebidas Sobremesas
b) 3 quentes
c) 4 Água de
Tomate Frango Pudim
coco
d) 5
e) 6 Verde
Suco de
Strogonoff Sorvete
laranja
Suco de
QUESTÃO 02 - Dois amigos André e Beto dis- Batata Costela
uva
putam entre si um torneio de tênis de mesa.
Refrige-
Pelas regras que foram estabelecidas, fi cou de- Russa
rante
fi nido que seria declarado campeão do torneio
Qual o número mínimo de clientes que deverão
aquele que ganhar 2 jogos seguidos ou 3 alter-
estar presentes no restaurante para podermos
nados. Quantas são as maneiras de o torneio
garantir que existem pelo menos dois deles que
se desenrolar?
fi zeram exatamente o mesmo pedido?
a) 8 b) 10
a) 49 b) 97
c) 12 d) 14 e) 16
c) 121 d) 145 e) 181
QUESTÃO 03 - Um tabuleiro especial de xa-
QUESTÃO 06 (ENEM 2012) - O diretor de uma
drez possui 16 casas dispostas em 4 linhas e
escola convidou os 280 alunos de terceiro ano a
4 colunas. Um jogador deseja colocar 4 peças
participarem de uma brincadeira. Suponha que
distintas no tabuleiro, de tal forma que, em cada
existem 5 objetos e 6 personagens numa casa
linha e cada coluna, seja colocada apenas uma
de 9 cômodos; um dos personagens esconde
peça. De quantas maneiras as 4 peças poderão
um dos objetos em um dos cômodos da casa. O
ser colocadas?
objetivo da brincadeira é adivinhar qual objeto
a) 976 b) 842
foi escondido por qual personagem e em qual
c) 724 d) 654 e) 576
cômodo da casa o objeto foi escondido.Todos
os alunos decidiram participar. A cada vez um
QUESTÃO 04 - Um garçom anotou os pedidos
aluno é sorteado e dá a sua resposta. As res-
de três fregueses. Cada freguês pediu um prato
postas devem ser sempre distintas das anterio-
principal, um acompanhamento e uma bebida.
res, e um mesmo aluno não pode ser sorteado
Posteriormente, o garçom não sabia identifi car
mais de uma vez. Se a resposta do aluno esti-
o autor de cada pedido. Lembrava-se, porém,
ver correta, ele é declarado vencedor e a brin-
de que não havia qualquer coincidência entre
cadeira é encerrada. O diretor sabe que algum
os pedidos: os pratos principais eram diferentes
aluno acertará a resposta porque há:
entre si, o mesmo ocorrendo com os acompa-
a) 10 alunos a mais do que possíveis respos-
nhamentos e as bebidas. O número de manei-
tas distintas.
ras diferentes que o garçom poderia distribuir os
b) 20 alunos a mais do que possíveis respos-
pedidos entre os três fregueses é:
tas distintas.
a) (3!)³ b) (3³)!
c) 119 alunos a mais do que possíveis res-
c) 3! d) 3³! e) (3!)³!
postas distintas.
d) 260 alunos a mais do que possíveis res-
QUESTÃO 05 - No restaurante Sabor & Cia são
postas distintas.
oferecidas quatro opções de saladas, quatro
e) 270 alunos a mais do que possíveis res-
opções de bebidas, três opções de pratos quen-
postas distintas.
tes e duas sobremesas, conforme o cardápio.
Todos os clientes do restaurante, em seus pedi-
QUESTÃO 07 - Um mágico se apresenta em
dos, escolhem necessariamente uma bebida e
público vestindo calça e paletó de cores dife-
um prato quente, sendo opcionais as saladas e

31
COMBINATÓRIA
rentes. Para que ele possa se apresentar em uma estratégia para ver todos esses 16 lança-
24 sessões com conjuntos diferentes, qual é o mentos. Inicialmente alugará, em cada vez, um
número mínimo de peças (número de paletós fi lme de ação e um de comédia. Quando se es-
mais o número de calças) de que ele precisa? gotarem as possibilidades de comédia, o cliente
a) 10 b) 11 alugará um fi lme de ação e um de drama, até
c) 14 d) 20 e) 25 que todos os lançamentos sejam vistos e sem
que nenhum fi lme seja repetido. De quantas for-
QUESTÃO 08 - Um Grande Prêmio de Fórmu- mas distintas a estratégia desse cliente poderá
la 1 vai ser disputado por 24 pilotos, dos quais ser posta em prática?
3 são brasileiros. Em quantos resultados dessa a) 20x8!+(3!)x2 b)8!x5!x3!
prova é possível ter ao menos um piloto brasi- 8! x5! x3! 8! x5! x3!
leiro fi gurando em uma das três primeiras colo- c) d)
8
2 22
cações?
a) 4.192 b) 4.164 16!
e)
c) 4.024 d) 3.956 e) 3.912 28
QUESTÃO 09 (ENEM 2015) - Numa cidade,
QUESTÃO 11 (Enem 2013) - Um banco solici-
cinco escolas de samba (I, II, III, IV e V) parti-
tou aos seus clientes a criação de uma senha
ciparam do desfi le de Carnaval. Quatro quesi-
pessoal de seis dígitos, formada somente por
tos são julgados, cada um por dois jurados, que
algarismos de 0 a 9, para acesso à conta cor-
podem atribuir somente uma dentre as notas 6,
rente pela Internet. Entretanto, um especialista
7, 8, 9 ou 10. A campeã será a escola que obti-
em sistemas de segurança eletrônica recomen-
ver mais pontuação na soma de todas as notas
dou à direção do banco recadastrar seus usuá-
emitidas. Em caso de empate, a campeã será a
rios, solicitando, para cada um deles, a criação
que alcançar a maior soma das notas atribuídas
de uma nova senha com seis dígitos, permitindo
pelos jurados no quesito Enredo e Harmonia. A
agora o uso das 26 letras do alfabeto, além dos
tabela mostra as notas do desfi le desse ano no
algarismos de 0 a 9. Nesse novo sistema, cada
momento em que faltava somente a divulgação
letra maiúscula era considerada distinta de sua
das notas do jurado B no quesito Bateria.
versão minúscula. Além disso, era proibido o
1. Fantasia 2. Evolução 3. Enredo
Quesitos 4. Bateria uso de outros tipos de caracteres. Uma forma
e Alegoria e Conjunto e Harmonia Total
Jurado A B A B A B A B de avaliar uma alteração no sistema de senhas
Escola I 6 7 8 8 9 9 8 55 é a verifi cação do coefi ciente de melhora, que
Escola II 9 8 10 9 10 10 10 66 é a razão do novo número de possibilidades de
Escola III 8 8 7 8 6 7 6 50 senhas em relação ao antigo. O coefi ciente de
Escola IV 9 10 10 10 9 10 10 68 melhora da alteração recomendada é:
7 6 54
626
Escola V 8 9 8 8 8
Quantas confi gurações distintas das notas a se- a) b) 62!
6 10!
rem atribuídas pelo jurado B no quesito Bateria 10
tornariam campeã a Escola II? 62!4!
c) d) 62!-10! e) 626-106
a) 21 b) 90 10!56!
c) 750 d) 1250 e) 3125
QUESTÃO 12 - Para identifi car e organizar os
QUESTÃO 10 (ENEM 2014) - Um cliente de participantes de um congresso, serão feitos
uma videolocadora tem o hábito de alugar dois dois tipos de crachás: do tipo (I), destinado aos
fi lmes por vez. Quando os devolve, sempre palestrantes; e do tipo (II), destinado à plateia.
pega outros dois fi lmes e assim sucessivamen- Cada crachá do tipo (I) terá impresso um dos
te. Ele soube que a videolocadora recebeu al- algarismos de 1 a 5 seguido de uma das letras
guns lançamentos, sendo 8 fi lmes de ação, 5 de A, B ou C, por exemplo: 1B.Cada crachá do tipo
comédia e 3 de drama e, por isso, estabeleceu (II) terá impresso um dos algarismos de 1 a 7

32
COMBINATÓRIA
seguido de uma das letras A, B, C, D ou E e
ainda de uma das letras gregas α, β ou θ, por
exemplo: 2Aβ. Qual o número total de crachás
que podem ser confeccionados nessas condi-
ções?
a) 15 b) 45
c)120 d) 1275 e) 2025

QUESTÃO 13 - Uma prova consta de 4 testes


com 5 alternativas cada, sendo uma única alter-
nativa correta para cada teste. O número míni-
mo de alunos que deverão resolver essa prova
para se ter certeza de que, pelo menos, dois
deles fornecerão o mesmo gabarito é igual a:
a) 626 b) 375
c) 1025 d) 476 e) 21

QUESTÃO 14 - Um hacker está tentando inva-


dir um site do Governo e, para isso, utiliza um
programa que consegue testar 163 diferentes
senhas por minuto. A senha é composta por 5
caracteres escolhidos entre os algarismos de 0
a 9 e as letras de A a F. O programa testa cada
senha uma única vez e já testou, sem sucesso,
75% das senhas possíveis. Qual o tempo de-
corrido desde o início da execução desse pro-
grama?
a) 2 horas e 16 minutos
b) 1 hora e 40 minutos
c) 3 horas e 48 minutos
d) 3 horas e 12 minutos
e) 2 horas e 30 minutos

QUESTÃO 15 - A mala do Dr. Z tem um cade-


ado cujo segredo é uma senha composta por
cinco algarismos, todos variando de 0 a 9. Ele
esqueceu a sequência que escolhera, mas sabe
que atende às condições:
1ª) se o primeiro algarismo é ímpar, então o
último também é ímpar;
2ª) se o primeiro algarismo é par, então o últi-
mo algarismo é igual ao primeiro;
3ª) a soma dos segundo e terceiro algaris- GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
mos é 5. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Quantas senhas diferentes atendem às condi- B B E A E A A B C B
ções do Dr. Z? 11 12 13 14 15
a) 1800 b) 1420 A C A D A
c) 1280 d) 1100 e) 960

33
RAZÃO E PROPORÇÃO
Competência de área 3 - Construir noções de Como 30
= 0,6, podemos dizer que o número de
grandezas e medidas para a compreensão da 50
realidade e a solução de problemas do cotidia- mulheres é 60% do número de homens
no.
H10 - Identifi car relações entre grandezas e uni- Qual é a razão entre o número de homens e
dades de medida. o número de mulheres?
número de mulheres 30

Solução: número de homens = 50 ou 30:50
Razão
H12 - Resolver situação-problema que envolva
medidas de grandezas. número de homens 50
Razão → = ou 50:30
número de mulheres 30
H13 - Avaliar o resultado de uma medição na
30
construção de um argumento consistente. Como = 1,666..., podemos dizer que o número
80
Competência de área 4 - Construir noções de
de homens é aproximadamente 166,6% do nú-
variação de grandezas para a compreensão da
mero de mulheres
realidade e a solução de problemas do cotidia-
no.
Qual é a fração
número do número50de mulheres na
H15 - Identifi car a relação de dependência entre Razão →
de homens
= ou 50:30
sala? número de mulheres 30
grandezas.
Solução:
H18 - Avaliar propostas de intervenção na reali- número de mulheres 30
dade envolvendo variação de grandezas. Razão → = ou 30:80
número de pessoas 80
30
RAZÃO - Defi nimos como razão ou relação Como 80 = 0,375..., podemos dizer que a por-
entre dois números a e b, a comparação entre centagem do número de mulheres na sala é de
quantidades ou medidas através de uma divi- 37,5%
são. É o quociente a . A razão inversa é a . A
b b Note: A população
número de de uma cidade
mulheres 30 passou de
Razão é muito mais que uma divisão entre dois 4.135 habitantes em 1990 para 5.823 habitan-
Razão → = ou 30:80
número de pessoas 80
números, é uma forma de comparação entre os tes em 2017. Qual foi o percentual de aumento?
dois, a razão a diz quantas vezes a é de b, ou Solução: Queremos comparar a população fi -
b nal (5.823 habitantes) com a população inicial
a
seja, = k, se, então a=k.b. (4.135 habitantes).
b 5.823
a Então dividimos: 4.135 e assim percebemos
Ex. Se = 0,5 → a = 0,5 ⋅ b ou 50% de b
b que 5.823=1,4022 x 4.135 ou seja, 5.823 é
a
Ex. Se = 0,08 → a = 0,08 ⋅ b ou 8% de b 140,22% de 4.135. Como 4.135 era a totalidade
b dos habitantes, ou seja 100% então 140,22%-
a
Ex. Se = 1 → a = b 100%=40,22% foi o aumento percentual
30 de
b →
número de mulheres
a 1990 até 2017. Razão
número de pessoas 80
= ou 30:80
Ex. Se = 1,5 → a = 1,5 ⋅ b ou a é 150% de b
b
a PROPORÇÃO - É a30 igualdade
= 0,375...,entre duas razões.
Ex. Se = 2 → a = 2 ⋅ b ou o dobro de b ou 200% de b
b Se quatro números80
a, b, c e d formam, nesta or-
a a c
Ex. Se = 3 → a = 3 ⋅ b ou o triplo de b ou 300% de b dem, uma proporção, então = → a.d =b.c
b b d
Propriedades - Dados os números a, b, c e d (b
Então para comparar um número com o outro ≠ 0 e d ≠ 0), então:
basta efetuar a razão entre eles a c
1) (Fundamental) - = -  ad = bc
Exemplo: Nesta sala há 80 pessoas, sendo 50 b d
a c a+ b c + d
homens. Qual é a razão entre o número de mu- A) - = -  - = - (a  0 e c  0)
b d a c
lheres e o número de homens? 2)
a c a+ b c + d
B) - = -  - = -
Solução: b d b d
número de mulheres 30
Razão → = ou 30:50 3)
a c
-=-
a+c a c
- = - = - (b + d  0)
número de homens 50 b d

b +d b d

34
RAZÃO E PROPORÇÃO
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS QUESTÃO 03 - O dono de uma empresa foi pes-
QUESTÃO 01 - Manuela dividiu um segmento quisar preços e benefícios de 5 tipos de caneta,
de reta em cinco partes iguais e depois marcou uma vez que teria de comprar um grande núme-
1 1 ro. Os dados coletados foram os seguintes:
as frações e nas extremidades, conforme
3 2
Tipo de N.º médio de palavras que ela
a fi gura abaixo. Em qual dos pontos Manuela Caneta
Preço
escreve com a carga de tinta
2
deverá assinalar a fração ? I R$ 2,50 20000
5
II R$ 3,50 25000
III R$ 3,00 30000
IV R$ 4,00 35000
V R$ 5,00 40000
a) A b) B
c) C d) D Para que o dono da empresa tenha o melhor
e) Ponto médio entre A e B custo/benefício na compra das canetas, ele
Resposta:[B] deve comprar as do tipo:
Solução: a) I b) II
1 1 c) III d) IV e) V

2 3 = 1 Resposta:[C]
Medida de cada parte = 5 30 Solução:
1 1 11 N.º médio de
Ponto A = 3 + 30 =
30 Tipo de palavras que ela
Custo benefício
Preço (preço para cada
Caneta escreve com a carga
11 1 12 2 de tinta
1000 palavras)
Ponto B = + = =
30 30 30 5 I R$ 2,50 20000 0,125
Portanto, Manuela deverá representar a fração II R$ 3,50 25000 0,14
no ponto [B]. III R$ 3,00 30000 0,10
IV R$ 4,00 35000 0,11
QUESTÃO 02 - Na Física, as leis de Kepler V R$ 5,00 40000 0,125
descrevem o movimento dos planetas ao redor Portanto, a caneta que obteve o menor custo
do Sol. Defi ne-se como período de um planeta benefício é a de número III (R$ 0,10 é o menor
o intervalo de tempo necessário para que este valor para 1000 palavras).
realize uma volta completa ao redor do Sol. Se-
gundo a terceira lei de Kepler, “Os quadrados
dos períodos de revolução (T) são proporcio-
nais aos cubos das distâncias médias (R) do
Sol aos planetas”, ou seja, T² = kR³, em que k é EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
a constante de proporcionalidade. Sabe-se que QUESTÃO 01 (ENEM 2012) - José, Carlos e
a distância do Sol a Júpiter é 5 vezes a distância Paulo devem transportar em suas bicicletas
Terra-Sol; assim, se denominarmos T ao tempo uma certa quantidade de laranjas.
necessário para que a Terra realize uma volta Decidiram dividir o trajeto a ser percorrido em
em torno do Sol, ou seja, ao ano terrestre, a du- duas partes, sendo que ao fi nal da primeira
ração do “ano” de Júpiter será: parte eles redistribuiriam a quantidade de la-
a) 3 5 ⋅ T b) 5 3 ⋅ T ranjas que cada um carregava dependendo
c) 3 15 ⋅ T d) 5 5 ⋅ T e) 3 3 ⋅ T do cansaço de cada um. Na primeira parte
do trajeto José, Carlos e Paulo dividiram as
Resposta:[D]
laranjas na proporção 6 : 5 : 4, respectiva-
Solução: A duração do ano de Júpiter é tal que:
mente. Na segunda parte do trajeto José,
TJ2 = k ⋅ (5R)3 ⇔ TJ2 = 52 ⋅ 5 ⋅ kR3
Carlos e Paulo dividiram as laranjas na pro-
⇔ T=
J 52 ⋅ 5 ⋅ T 2 porção 4 : 4 : 2, respectivamente. Sabendo-
⇔ TJ = 5 5 ⋅ T. -se que um deles levou 50 laranjas a mais no
segundo trajeto, qual a quantidade de laran-

35
RAZÃO E PROPORÇÃO
jas que José, Carlos e Paulo, nessa ordem, Produção de resíduos domiciliares por habitante em
transportaram na segunda parte do trajeto? um país
a) 600, 550, 350 b) 300, 300, 150 ANO kg
c) 300, 250, 200 d) 200, 200, 100 1995 460
e) 100, 100, 50 2000 500
2005 540
QUESTÃO 02 (ENEM) - Uma cooperativa de Se essa produção continuar aumentando, man-
radiotáxis tem como meta atender, em no máxi- tendo o mesmo padrão observado na tabela, a
mo 15 minutos, a pelo menos 95% das chama- previsão de produção de resíduos domiciliares,
das que recebe. O controle dessa meta é feito por habitante no ano de 2050, em kg, será:
ininterruptamente por um funcionário que utiliza a) 780 b) 820
um equipamento de rádio para monitoramento. c) 860 d) 900 e) 940
A cada 100 chamadas, ele registra o número
acumulado de chamadas que não foram aten- QUESTÃO 06 - Em um laboratório, duas tornei-
didas em 15 minutos. Ao fi nal de um dia, a co- ras enchem dois recipientes, de mesmo volume
operativa apresentou o seguinte desempenho: V, com diferentes soluções aquosas. Observe
os dados da tabela:
Recipiente Solução Tempo de enchimento (s)
R1 ácido clorídrico 40
R2 hidróxido de sódio 60

Esse desempenho mostra que, nesse dia, a O gráfi co abaixo mostra a variação do volume
meta estabelecida foi atingida: do conteúdo em cada recipiente em função do
a) nas primeiras 100 chamadas tempo.
b) nas primeiras 200 chamadas
c) nas primeiras 300 chamadas
d) nas primeiras 400 chamadas
e) ao fi nal do dia

QUESTÃO 03 - A média de altura dos alunos


de uma sala é 1,68. Sabe-se que a média da al-
tura das meninas é 1,60 e a média de altura dos Considere que as duas torneiras foram abertas
meninos é de 1,80. A fração que corresponde às no mesmo instante a fi m de encher um outro re-
meninas da sala é: cipiente de volume V. O gráfi co que ilustra a va-
a) 3/5 b) 2/5 riação do volume do conteúdo desse recipiente
c) 3/4 d) 4/7 e) 5/8 está apresentado em:
a) b)
QUESTÃO 04 - Em um restaurante há 100
clientes dos quais 97% não são fumantes. Sa-
íram do restaurante n não fumantes e assim a
porcentagem de não fumantes fi cou reduzida a
96%. O valor de n é:
a) 1 b) 5 c) d)
c) 10 d) 20 e) 25

QUESTÃO 05 (ENEM) - A tabela seguinte apre-


senta a média, em kg, de resíduos domiciliares
produzidos anualmente por habitante, no perío-
do de 1995 a 2005.

36
RAZÃO E PROPORÇÃO
Texto para as questões 07,08 e 09
Pela Lei da Gravitação Universal de Newton, a
força (F) de atração gravitacional entre dois cor-
pos é diretamente proporcional às suas massas
M e m e inversamente proporcional à distância
R entre eles. A relação que traduz essa relação
k .M .m
entre F, M, m e R, é F = R 2 ,onde k é a cons-
tante de gravitação universal.

QUESTÃO 07 - Adotando a Força F dada em


N (Newton), distância R dada em m (metro) e
as massas M e m em quilograma (kg) qual o a) 800 b) 10.000
valor da força de atração entre duas pessoas c) 320.000 d) 400.000
de massa 80 kg distantes 40 cm uma da outra, e) 5.000.000
sabendo que a constante k = 6,67x10-¹¹?
a) 6,67x10-¹¹N b) 6,67x10-9N Questão11(ENEM) - “As empresas querem a
c) 26,68x10 N
-11
d) 2,668x10 N -6 metade das pessoas trabalhando o dobro para
e) 2,668x10 N-7 produzir o triplo.” (Revista Você S/A, 2004.)
Preocupado em otimizar seus ganhos, um em-
QUESTÃO 08 - O valor de R em função das presário encomendou um estudo sobre a produ-
outras grandezas é: tividade de seus funcionários nos últimos quatro
a) R = M.m
b) R = kM.m anos, entendida por ele,de forma simplifi cada,
F² F² como a relação direta entre seu lucro anual (L) e


k.M.m o número de operários envolvidos na produção
c) R = k. F. M. m d) R = F
(n). Do estudo, resultou o gráfi co abaixo:


k.M.m
e) R= F²

QUESTÃO 09 - Se dobrarmos as massas e a


distância entre os dois corpos observados, é
possível afi rmar que a força de atração entre
eles:
a) dobrará
b) será a metade
c) quadruplicará
d) será a quarta parte Ao procurar, no gráfi co, uma relação entre seu
e) permanecerá a mesma lucro, produtividade e número de operários, o
empresário concluiu que a maior produtividade
QUESTÃO 10 (ENEM) - Um engenheiro, para ocorreu em 2002, e o maior lucro:
calcular a área de uma cidade, copiou sua plan- a) em 2000, indicando que, quanto maior o
ta numa folha de papel de boa qualidade, re- número de operários trabalhando, maior é
cortou e pesou numa balança de precisão, ob- o seu lucro.
tendo 40 g. Em seguida, recortou, do mesmo b) em 2001, indicando que a redução do nú-
desenho, uma praça de dimensões reais 100 m mero de operários não signifi ca necessa-
X 100 m, pesou o recorte na mesma balança riamente o aumento dos lucros.
e obteve 0,08 g. Com esses dados foi possível c) também em 2002, indicando que lucro e
dizer que a área da cidade, em metro quadrado, produtividade mantêm uma relação direta
é de, aproximadamente: que independe do número de operários.
37
RAZÃO E PROPORÇÃO
d) em 2003, devido à signifi cativa redução de água igual à capacidade do Açude de Orós é:
despesas com salários e encargos traba- a) maior que 30 horas
lhistas de seus operários. b) menor que 5 horas
e) tanto em 2001, como em 2003, o que indi- c) maior que 5 horas e menor que 10 horas
ca não haver relação signifi cativa entre lu- d) maior que 10 horas e menor que 20 horas
cro, produtividade e número de operários. e) maior que 20 horas e menor que 30 horas

QUESTÃO 12 (ENEM) - Comprimam-se todos QUESTÃO 14 - Com uma frota de nove cami-
os 4,5 bilhões de anos de tempo geológico em nhões, uma transportadora levará 2.880 tam-
um só ano. Nesta escala, as rochas mais an- bores desde uma fábrica até uma loja onde o
tigas reconhecidas datam de março. Os seres produto será vendido no varejo. Cada um dos
vivos apareceram inicialmente nos mares, em caminhões transporta, no máximo, 40 tambores
maio. As plantas e animais terrestres surgiram por viagem da fábrica até a loja. O número mí-
no fi nal de novembro. (Don L. Eicher, Tempo Geológico) nimo de viagens que a frota deverá fazer para
efetuar o serviço é:
a) 5 b) 6
c) 7 d) 8 e) 9

QUESTÃO 15 - Uma torneira com vazamento


pinga, de maneira constante, 25 gotas de água
por minuto. Se cada gota contém 0,2 mL de
água, então, em 24 horas o vazamento será de:
a) 0,072 L b) 0,72 L
c) 1,44 L d) 7,2 L e) 14,4 L

Na escala de tempo acima, o sistema solar sur-


giu no início de janeiro e vivemos hoje à meia-
-noite de 31 de dezembro. Nessa mesma escala,
Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil também
no mês de dezembro, mais precisamente na:
a) manhã do dia 01 b) tarde do dia 10
c) noite do dia 15 d) tarde do dia 20
e) noite do dia 31

QUESTÃO 13 - O Açude de Orós, no Ceará, GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


um dos maiores reservatórios do Brasil, tem ca- 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
pacidade para armazenar 2 × 109 m³ de água. B E A E D C D D E E
Sabe-se que o Rio Amazonas lança no Oceano 11 12 13 14 15
Atlântico 50 milhões de litros de água por se- B E D D D
gundo. Com base nesses dados, é CORRETO
afi rmar que o tempo que o Rio Amazonas leva
para lançar no Oceano Atlântico um volume de

38
RAZÕES ESPECIAIS
Competência de área 3 - Construir noções de mensões reais de um objeto/ região e as suas
grandezas e medidas para a compreensão da dimensões em uma representação reduzida
realidade e a solução de problemas do cotidia- (mapa, maquete ou miniatura), é representada
no. sob a forma de fração. O numerador é sempre
H10 - Identifi car relações entre grandezas e uni- a unidade (1) e indica a distância no mapa, e o
dades de medida. denominador indica a distância real correspon-
H12 - Resolver situação-problema que envolva dente (número de vezes que a realidade foi re-
medidas de grandezas. duzida). No momento de calcular a escala de
H13 - Avaliar o resultado de uma medição na uma redução, é necessário que as distâncias,
construção de um argumento consistente. real e reduzida, estejam na mesma unidade de
Competência de área 4 - Construir noções de medida, normalmente em centímetros; porém a
variação de grandezas para a compreensão da escala propriamente dita não possui unidade de
realidade e a solução de problemas do cotidia- medida. A escala numérica pode ser represen-
no. tada de três formas diferentes.
H15 - Identifi car a relação de dependência entre 1
grandezas. 1: 100.000; 1/100.000; 100.000
H18 - Avaliar propostas de intervenção na reali-
dade envolvendo variação de grandezas. Relação: Escala x Tamanho da Redução
Os mapas de grande escala são mapas que
RAZÕES ESPECIAIS - Probabilidade de A se aproximam muito da realidade, ou seja, não
foram muito reduzidos. Têm escalas compreen-
didas entre 1/10.000 e 1 / 100.000. Por exem-
plo: 1/50.000 é superior a 1/80.000. Estes ma-
VELOCIDADE MÉDIA - É a razão entre a dis- pas representam pequenas áreas de território,
tância percorrida por um móvel e o tempo gasto mas com uma grande riqueza de detalhes.
para percorrê-la. Os mapas de pequena escala são mapas em
que a realidade foi muito reduzida, servindo
para representar grandes superfícies ou a totali-
dade do planeta, mas com pouca riqueza de de-
DENSIDADE DEMOGRÁFICA DE UMA RE- talhes, como exemplo temos os mapas-mundi.
GIÃO - É a razão entre o número de habitantes Têm escalas inferiores a 1/100 000.
de uma região e a área dessa região. O trabalho com escalas exigem o conhecimento
das transformações entre unidades de medida.
Abaixo as unidades de medida de comprimento.
Quilô- Hectô- Decâ- Decí- Centí- Milí-
Metro
DENSIDADE DE UM CORPO - É a razão entre metro metro metro metro metro metro
km hm dam m dm cm mm
a massa e o Volume do corpo.
Exemplos de transformações:
massa
6.000.000 cm 60 km 1,2 km m
Densidade = _____________
2 hm 200 m 0,04 km mm
Volume
2.300.000 mm m 0,2 m mm
ESCALA NUMÉRICA - É a razão entre um
300.000 cm m 2,4 hm cm
comprimento no desenho e o seu correspon-
4.500.000 dm km 20 m mm
dente comprimento no tamanho real, medidos
6800 m km 2,3 km m
na mesma unidade.
2500 cm km 0,23 dam dm
3.500.000 mm km 0,034 km cm

ESCALAS NUMÉRICAS - A escala numéri-


ca representa a relação existente entre as di-

39
RAZÕES ESPECIAIS
1cm 1cm 1
= =
Resolução: 3m 300 cm 300

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 - Se um corpo (amostra de ma-
téria) tem densidade maior que a densidade de
um líquido, esse corpo afunda no líquido; se a
densidade do corpo é menor que a do líquido,
o corpo boia. Aplicando esse princípio, resolva
o problema a seguir, sabendo que a densidade
da água é 1 g/cm³. Considere uma placa de fer-
ro com 102,18 kg obtida a partir de uma placa
retangular com 220 cm de comprimento por 120
cm de largura e 0,5 cm de espessura, da qual foi
retirado em cada vértice um quadrado de lado
10 cm, conforme mostra a fi gura 1. Dobrando a
peça representada pela fi gura 1, obtemos uma
Leitura de um mapa e cálculo de distâncias caixa sem tampa, representada pela fi gura 2.
reais
1. Identifi que a escala presente no mapa –
1: 13.000.000.
2. Meça com a régua a distância entre os pon-
tos que pretende descobrir a distância real.
Exemplo: Fortaleza – Natal (4cm)
3. Usa a regra da proporcionalidade para calcu-
lar a distância real.
1cm 4 cm
= ∴
13000000 cm x x = 52000000cm ∴ x=520km

Assinale a alternativa correta:


EXERCÍCIOS RESOLVIDOS a) A placa da fi gura 1 afunda quando coloca-
QUESTÃO 01 - Determine a distância entre da na água pois sua densidade é 6,3g/cm³,
duas cidades que estão representadas em um sendo portanto maior que a da água;
mapa cuja escala é 1:250.000, e que distam na b) A placa da fi gura 1 boia quando colocada
realidade de 50km. na água pois sua densidade é menor que
Resolução: A escala 1:250.000 signifi ca que a da água;
1cm no mapa representa a distância real de c) A placa da fi gura 2 afunda quando colo-
250.000cm, ou seja, 2,5km. Agora devemos fa- cada na água pois sua densidade é maior
zer uma simples regra de três na qual compara- que a da água;
remos as distâncias no mapa e a real, veja: d) A placa da fi gura 2 boia quando colocada
Mapa (cm) Re al (km)
na água pois sua densidade é menor que
1 2,5 → 2,5.x= 50 → x= 20
x 50
a da água;
e) Não temos dados sufi cientes para concluir
se as placas afundam ou boiam.
QUESTÃO 02 - Temos uma planta de uma sala
de aula sem escala. Nesta planta as janelas es-
QUESTÃO 02 - Um automóvel faz um percurso
tão representadas com 1cm, mas sabemos que
de uma cidade A até uma cidade B , percorren-
na realidade medem 3 metros. Neste problema
do a primeira metade do trecho com velocidade
sabemos a distância no mapa e a distância real,
média de 40km/h e a outra metade com velo-
determine a escala da planta.

40
RAZÕES ESPECIAIS
cidade média de 60km/h. A velocidade média QUESTÃO 06 (ENEM 2013 1ª Aplicação) - A
com que fez o percurso de A até B é de aproxi- Secretaria de Saúde de um município avalia um
madamente: programa que disponibiliza, para cada aluno de
a) 13,3m/s b)13,9m/s uma escola municipal, uma bicicleta, que deve
c)14,4m/s d)15m/s e)15,5m/s ser usada no trajeto de ida e volta, entre sua casa
e a escola. Na fase de implantação do progra-
QUESTÃO 03 (ENEM 2001) - Um município de ma, o aluno que morava mais distante da escola
628 km² é atendido por duas emissoras de rádio realizou sempre o mesmo trajeto,representado
cujas antenas A e B alcançam um raio de 10km na fi gura, na escala 1 : 25 000, por um período
do município, conforme mostra a fi gura. Para de cinco dias
orçar um contrato publicitário, uma agência pre-
cisa avaliar a probabilidade que um morador
tem de, circulando livremente pelo município,
encontrar-se na área de alcance de pelo menos
uma das emissoras. Essa probabilidade é de,
aproximadamente:

a) 20%
b) 25%
c) 30%
d) 35% Quantos quilômetros esse aluno percorreu na
e) 40% fase de implantação do programa?
a) 4 b) 8
QUESTÃO 04 (ENEM 2013) - Numa escola com c) 16 d) 20 e) 40
1.200 alunos foi realizada uma pesquisa sobre
o conhecimento desses em duas línguas es- QUESTÃO 07 (ENEM 2013 1ª Aplicação -
trangeiras, inglês e espanhol. Nessa pesquisa Adaptada) - A fi gura apresenta dois mapas, em
constatou-se que 600 alunos falam inglês,500 que o estado do Rio de Janeiro é visto em dife-
falam espanhol e 300 não falam qualquer um rentes escalas.
desses idiomas. Escolhendo-se um aluno des-
sa escola ao acaso e sabendo-se que ele não
fala inglês qual a probabilidade de que esse alu-
no fale espanhol?
1 5
a) 2 b) 8
1 5 5
c) 4 d) 6 e) 14
Há interesse em estimar o número de vezes
QUESTÃO 05 (ENEM 2011 1ª Aplicação) - Sa- que a escala desse mapa desse aumentada.
be-se que a distância real, em linha reta, de uma Esse numero é:
cidade A, localizada no estado de São Paulo, a a) menor que 10
uma cidade B, localizada no estado de Alagoas, b) maior que 10 e menor que 20
é igual a 2.000km. Um estudante, ao analisar c) maior que 20 e menor que 30
um mapa, verifi cou com sua régua que a distân- d) maior que 30 e menor que 40
cia entre essas duas cidades, A e B, era 8 cm. e) maior que 40
Os dados nos indicam que o mapa observado
pelo estudante está na escala de: QUESTÃO 08 (ENEM 2013 1ª Aplicação) - A
a) 1 : 250 b) 1 : 2 500 c) 1 : 25 000 fi gura apresenta dois mapas, em que o estado
d) 1 : 250 000 e) 1 : 25 000 000 do Rio de Janeiro é visto em diferentes escalas.

41
RAZÕES ESPECIAIS
QUESTÃO 12 (ENEM 2011 1ª Aplicação) -
Para uma atividade realizada no laboratório de
Matemática, um aluno precisa construir uma
maquete da quadra de esportes da escola que
tem 28 m de comprimento por 12 m de largura.
A maquete deverá ser construída na escala de 1
: 250. Que medidas de comprimento e largura,
em cm, o aluno utilizará na construção da ma-
Há interesse em estimar o número de vezes quete?
que foi ampliada a área correspondente a esse a) 4,8 e 11,2 b) 7,0 e 3,0
estado no mapa do Brasil. Esse numero é: c ) 11,2 e 4,8 d ) 28,0 e 12,0
a) menor que 10 e) 30,0 e 70,0
b) maior que 10 e menor que 20
c) maior que 20 e menor que 30 QUESTÃO 13 (ENEM 2009 2ª Aplicação) - A
d) maior que 30 e menor que 40 fi gura a seguir mostra as medidas reais de uma
e) maior que 40 aeronave que será fabricada para utilização por
companhias de transporte aéreo. Um engenhei-
QUESTÃO 09 (ENEM2012 1ª Aplicação/Prova ro precisa fazer o desenho desse avião em es-
Cinza) - Um biólogo mediu a altura de cinco ár- cala de 1:150.
vores distintas e representou-as em uma mes-
ma malha quadriculada, utilizando escalas dife-
rentes, conforme indicações na fi gura a seguir.

Para o engenheiro fazer esse desenho em uma


folha de papel, deixando uma margem de 1 cm
em relação às bordas da folha, quais as dimen-
sões mínimas, em centímetros, que essa folha
Que árvore representa a maior altura real?
deverá ter?
a) I b) II
a) 2,9 cm × 3,4 cm b) 3,9 cm × 4,4 cm
c) III d) IV e) V
c) 20 cm × 25 cm d) 21 cm × 26 cm
e) 192 cm × 242 cm
QUESTÃO 10 - Sabe-se que um terreno tem
97.200m2 de área. Para representá-la por um
QUESTÃO 14 (UFG 2012) - Os sistemas de
retângulo de 6 cm por 2 cm, que escala devere-
medidas de capacidade para líquidos no Reino
mos utilizar?
Unido e nos Estados Unidos utilizam unidades
a) 1: 9.000.000 b) 1: 3.000.000
com o mesmo nome, mas com medidas diferen-
c) 1: 9.000 d) 1: 3.000
tes, como mostra a tabela a seguir, em valores
e) 1: 300
aproximados, no sistema internacional:
QUESTÃO 11 - A maquete de um prédio foi Unidades e suas abre- Estados Unidos
viações
Reino Unido

construída na escala 1: 150; se para encher Onça fl uida (fl oz) 29,57 mL 28,41 mL
completamente a piscina da maquete, foram uti- Galão (gal) 128 fl oz = 3,78 L 160 fl oz = 4,55 L
lizados 400ml, então a piscina real comportará, BRITISH IMPERIAL SYSTEM. Encyclopædia Britannica, 2011. Disponível em:
<www.britannica.com/EBchecked/topic/80231/British-Imperial-System>. Acesso
em litros: em: 5 set. 2011. [Adaptado].
a) 60 b) 1.350
O ácido peracético, poderoso desinfetante utili-
c) 9.000 d) 900.000
zado na indústria de alimentos, em uma de suas
e) 1.350.000
42
RAZÕES ESPECIAIS
formulações comerciais na Inglaterra, apresen-
ta uma solução de CH3COOOH (15% v/v), H2O2
(23% v/v), CH3COOH (16% v/v) em veículo es-
tabilizante, com a recomendação de se diluir 4
onças do produto em um galão de água (3750
ppm). Um consumidor dos Estados Unidos que
seguir esta recomendação obterá uma solução
de ácido peracético com concentração:
a) menor em, aproximadamente, 940 ppm
b) menor em, aproximadamente, 760 ppm
c) menor em, aproximadamente, 150 ppm
d) maior em, aproximadamente, 760 ppm
e) maior em, aproximadamente, 940 ppm

QUESTÃO 15 (UEPA 2012) - No Pará, o peri-


go relacionado às altas velocidades no trânsito
tem aumentado os riscos de acidentes, princi-
palmente em Belém. Considerando que a “dis-
tância de freagem” é a distância que o carro
percorre desde o momento que os freios são
acionados até parar e que o modelo matemá-
tico que expressa essa relação é dado por D
= K . V², onde D representa a distância de fre-
agem em metros, K é uma constante e V é a
velocidade em Km/h. Assim, um automóvel que
tem seus freios acionados estando a uma velo-
cidade de 80 Km/h ainda percorre 44 metros até
parar. A distância de freagem de um automóvel
que tem seus freios acionados, estando a uma
velocidade de 160 Km/h é:
a) 2 vezes a distância de freagem se estives-
se a 80 Km/h.
b) 3 vezes a distância de freagem se estives-
se a 80 Km/h.
c) 4 vezes a distância de freagem se estives-
se a 80 Km/h.
d) 5 vezes a distância de freagem se estives-
se a 80 Km/h.
e) 6 vezes a distância de freagem se estives-
se a 80 Km/h.
GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A C E E E E A D D C
11 12 13 14 15
E C D E C

43
CIÊNCIAS HUMANAS
HISTÓRIA DO BRASIL
Competência de área 3 - Compreender a pro- va liberada a importação de mercadorias trans-
dução e o papel histórico das instituições so- portadas ou estrangeiros em paz com a Coroa,
ciais, políticas e econômicas, associando-as Portugal pagaria 16% de taxas alfandegárias
aos diferentes grupos, confl itos e movimentos e outros países 24%. As mudanças coloniais
sociais. prosseguiram, foi liberado o estabelecimento
H11 - Identifi car registros de práticas de grupos de indústrias e manufaturas. Na prática essa
sociais no tempo e no espaço. providência não atingiu seus objetivos, dava-se
H13 - Analisar a atuação dos movimentos so- liberdade industrial, mas não condições para o
ciais que contribuíram para mudanças ou ruptu- desenvolvimento industrial, pois faltava capital
ras em processos de disputa pelo poder, políti- e um mercado consumidor interno. Além disso,
cas e econômicas. sem proteção alfandegária tornava-se impos-
H15 - Avaliar criticamente confl itos culturais, so- sível competir com os produtos britânicos. Em
ciais, políticos, econômicos ou ambientais ao 1810, foram assinados outros acordos: o Trata-
longo da história. do de Aliança e Amizade e Tratado de Comér-
cio e Navegação. Que defi niam: nomeação de
PERÍODO JOANINO E PRIMEIRO REINADO juízes ingleses para julgar súditos ingleses no
TRANSFERÊNCIA DA CORTE REAL PARA O Brasil; liberdade religiosa para os ingleses; co-
BRASIL - Em 1806, controlando praticamente brança de taxa alfandegária de 15%; porto de
toda a Europa, Napoleão decretou o bloqueio Santa Catarina livre; proibição de Santa Inqui-
continental, proibindo os países europeus de sição no Brasil; fi m do tráfi co negreiro. D. João
comerciarem com os ingleses. Pretendia sufo- criou a Escola Médica em Salvador e Rio de
car economicamente a Inglaterra, devido à inca- Janeiro, a Academia de Belas-Artes, Academia
pacidade de conquistá-la militarmente. Portugal Militar, Arquivo Militar, Biblioteca, Imprensa Ré-
estava numa situação complicada, de um lado gia, Teatro, Jardim Botânico e Banco do Brasil.
Napoleão exigia que D.João fechasse seus por- Além de ter trazido a Missão Artística Francesa.
tos aos ingleses, de outro lado o Lorde Stran- Em relação à política externa, com apoio britâni-
gford forçava o regente a assinar a convenção co invadiu a Guiana Francesa, depois devolvido
secreta, que transferiria a sede para o Brasil, para França em 1817. Também anexou a Pro-
entregava a esquadra portuguesa ,a Ilha da Ma- víncia Cisplatina, que em 1825 conquistou sua
deira, um porto livre e novos tratados comerciais independência e se tornou Uruguai. Em 1815 o
com a Inglaterra. Em Lisboa corria a notícia de Brasil foi elevado à condição de Reino Unido a
que as tropas francesas tinham invadido o norte Portugal e Algarves, medida apoiada pelos par-
de Portugal, os fi dalgos conseguiram levantar ticipantes do Congresso de Viena, fortalecendo
milhões em ouro e diamantes e cerca de meta- a permanência de D. João no Brasil. Enquanto
de do dinheiro em circulação do reino. Todos os em Portugal a situação era calamitosa, a regên-
nobres queriam embarcar, damas distintas afo- cia era controlada pelo militar inglês Beresford,
gavam-se na tentativa enquanto a população altamente tirano. A crise econômica agrava-se e
presenciava desolada a fuga. Com a fuga da a difusão de ideias liberais fi zeram nascer a Re-
família real a grande vitoriosa foi a Inglaterra, o volução Liberal do Porto em 1820. Os objetivos
império da América do Sul e o da Grã-Bretanha eram a constitucionalização do país, expulsão
fi caram ligados. de Beresford e o retorno de D. João. Pressiona-
do pelos súditos em Portugal, D. João retornou
FAMÍLIA REAL NO BRASIL - O governo de e entregou a regência para seu fi lho, D. Pedro
D.João sofreu as consequências da ocupação I, foi espalhada a notícia de que os navios que
francesa em Portugal, das pressões político- conduziriam a Corte estavam repletos de ouro e
-econômicas britânicas e da crescente rebeldia que o Banco do Brasil teria sido saqueado.
da política da colônia. Diante dessas circuns-
tâncias, ainda em Salvador, D.João assinou a PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA - As pre-
carta régia que abria os portos brasileiros. Fica- tensões recolonizadoras de Portugal eram evi-

45
HISTÓRIA DO BRASIL
denciadas em decretos que objetivavam enfra- e senador. Esse projeto fi cou conhecido pelo
quecer o poder de D. Pedro e forçá-lo a retornar nome de Constituição de Mandioca. D. Pedro
ao país natal. Eis algumas ideias centrais des- ordenou a dissolução da Assembleia constituin-
ses decretos: unifi cação dos exércitos portu- te, motivado pela decisão dos deputados de ne-
gues e brasileiro; nomeação de um governador gar o poder de veto imperial sobre as leis cria-
das armas, obediente a ordens diretas de Por- das pela assembleia. Procurando impedir sua
tugal; extinção das repartições públicas e dos dissolução, a assembleia manteve-se reunida
tribunais criados no período joanino; criação de durante a noite, usando uma guarda de honra
impostos alfandegários adicionais. A presença D. Pedro desalojou os deputados e prendeu
de D. Pedro no Brasil difi cultava as pretensões quem reagiu. Dissolvida a assembleia consti-
das cortes portuguesas de recolonizar o Brasil. tuinte, D. Pedro convocou o conselho de Esta-
O regente recebeu uma petição com 8 mil as- do para elaborar um novo projeto constituinte.
sinaturas solicitando sua permanência. O epi- Caracterizada pela centralização do poder, um
sódio do Dia do Fico marcou a primeira adesão governo monárquico e hereditário, catolicismo
pública de Pedro a uma causa brasileira. Reina- como religião ofi cial, poder do Estado sobre a
va hostilidade entre Brasil e Portugal, foi então Igreja, voto censitário e eleições indiretas, além
D. Pedro nomeado Defensor Perpétuo do Brasil da criação do poder Moderador, que aumentava
pela maçonaria e pelo senado da câmara do Rio o poder do executivo exercido pelo imperador.
de Janeiro. Indignado com as ordens de Portu- Descontentes pela dissolução da assembleia
gal que o diminuíam e estimulado pelo apoio no e a outorga da constituição de 1824, foi pro-
Brasil decreta a Independência sendo aclama- clamada em Pernambuco a Confederação do
do imperador constitucional. Porém, a declara- Equador. Foi publicado um manifesto convidan-
ção de independência não provocou mudanças do outras províncias a aderirem ao movimento,
profundas na estrutura social do país, que pas- Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Paraíba.
sou a depender economicamente da Inglaterra. A Confederação do Equador adotou um regi-
Os grandes benefi ciados pela independência me republicano e provisoriamente utilizou a
foram os proprietários rurais. A independência constituição da Colômbia. A decisão de abolir
não foi aceita imediatamente por todos. Gover- os escravos afastou a aristocracia rural, que no
nadores de algumas províncias resistiram à de- princípio apoiava o movimento, essas divisões
cisão de D.Pedro apoiados por forças militares facilitaram a repressão. Obtendo um emprésti-
lusitanas, por exemplo na Bahia e Grão-Pará. mo dos ingleses, o governo conseguiu reprimir
E foram assinados tratados de reconhecimen- a revolta. O absolutismo de D. Pedro foi eviden-
to internacionais para que o novo Estado criado ciado e isso foi uma das razões da perda de
fosse aceito. prestígio do imperador.

PRIMEIRO REINADO - A Assembleia Consti- ABDICAÇÃO DE D. PEDRO - Os principais


tuinte que havia sido convocada em junho de motivos da abdicação do imperador foram a
1822, portanto antes da independência, só viria dissolução da Assembleia, que se opusera ao
a se reunir em maio de 1823. Os confl itos polí- absolutismo de D. Pedro, a sua aproximação
ticos afastaram da constituinte os mais comba- com os portugueses, a repressão à Confedera-
tivos liberais. Ficavam garantidas a elaboração ção do Equador, a crise econômica e a Questão
de uma constituição por uma maioria conserva- Cisplatina. Com a morte de seu pai era D. Pedro
dora. Em 1823, foi apresentado um projeto de o sucessor nato, mas ele hesitava entre ir para
constituição que determinava a inelegibilidade Portugal e fi car no Brasil. Os brasileiros temiam
de estrangeiros, restringia os poderes do impe- que ele assumisse o trono português e a coloni-
rador, garantia a liberalização da economia e zação voltava a ser possível. D. Pedro abdicou
mantinha a escravidão. O voto seria censitário, em nome de sua fi lha, mas seu irmão Miguel to-
o elitismo do projeto fi cou caracterizado até na mou o trono e gerou uma guerra civil. D. Pedro
divisão de renda entre candidatos a deputado passou a utilizar verbas brasileiras para manter

46
HISTÓRIA DO BRASIL
sua fi lha no trono, o Brasil já estava em crise determinações da Constituição de 1824.
econômica e os fundos enviados prejudicavam
mais ainda. A imprensa nacional se opôs, mas LIBERAIS MODERADOS OU CHIMANGOS-
sofreu forte repressão, culminando com o as- buscavam estabelecer reformas que aproxi-
sassinato do jornalista Líbero Badaró. Mesmo massem o império brasileiro de uma estrutura
sem provas do envolvimento do imperador, sua federalista que viesse garantir uma relativa au-
omissão foi altamente criticada, resolveu então tonomia das províncias.
amenizar a situação indo até Minas Gerais, mas
foi mal recebido. No seu retorno os portugueses LIBERAL EXALTADO OU FARROUPILHA -
do Rio de Janeiro resolveram organizar uma re- partilhavam de vários projetos para o Brasil, va-
cepção para o imperador. Irritados com a fes- riando da redução do poder real até a sua total
ta os brasileiros saíram às ruas e entraram em extinção.
choque com os portugueses, a Noite das Gar-
rafadas. Mesmo criando um Ministério brasileiro GUARDA NACIONAL - Composta de cida-
que ao se negar a reprimir manifestações po- dãos de alta renda, a nova tropa, formada em
pulares foi desfeito. Formado então o ministé- 1831, mostrou-se um considerável instrumento
rio dos Marqueses integrado por portugueses, repressor. Dando o titulo honorário de coronel
o povo reunido até com a adesão da guarda para parte dos fazendeiros, estes assumiriam o
pessoal do imperador aderiu à manifestação . controle de milícias regionais dispostas a abafar
O imperador sem muito o que fazer abdicou em revoltas. Essa guarda cumpriu um importante
nome de seu fi lho D. Pedro II, que fi cou sob tu- papel controlador e ao mesmo tempo indicador
tela de José Bonifácio. do excessivo poder das elites nacionais e da
tendência de descentralização da época.
PERÍODO REGÊNCIAL - REGÊNCIA TRINA
PROVISÓRIA - Após a renúncia de D. Pedro I, ATO ADICIONAL DE 1834 - O projeto
o Brasil fi cou sem governante. Segundo a cons- descentralizador seria a direção política a ser
tituição de 1824, na ausência do imperador, o seguida pela nova lei. Como maior símbolo do
país deveria ser governado por uma regência poder era o poder Moderador, este foi suspenso
composta de 3 pessoas eleitas pela assembleia durante o regime regêncial, junto com o conselho
brasileira, que no momento da renúncia estava de Estado, principal instrumento consultivo do
em recesso. A vaga foi preenchida por Nicolau monarca. Visando a fortalecer o poder local, o
Vergueiro, José Campos e Francisco Silva. As ato adicional criou as assembleias legislativas
ações desse ministério foram readmitir o gabi- provinciais, que poderiam nomear funcionários
nete do ministério dos brasileiros e anistiar os e legislar quanto à questão tributária, rompendo
presos políticos. com o controle econômico exercido pelo governo
imperial. Quanto ao formato político, optou-
REGÊNCIA TRINA PERMANENTE - A regên- se pela Regência Una. Apesar de o comando
cia trina foi composta pelo brigadeiro Francisco regêncial ser exercido por uma só pessoa, a
Silva, e pelos deputados João Bráulio e José medida apresentou um ato descentralizador,
Carvalho e foi eleita pela assembleia geral, con- visto que o regente escolhido seria por um pleito
vocada pelos regentes e para estabelecer os que incluía os eleitores provinciais.
rumos políticos da nação. Apesar da presença
dos 3 regentes, quem realmente se destacou foi REGÊNCIA UNA DE FEIJÓ - Apesar das con-
o ministro da justiça, o padre Feijó, defensor de cessões liberais e da maior autonomia política
um poder executivo forte e independente. das províncias, nota-se que o Brasil continuava
vivendo um período de instabilidade. Na medida
ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA: em que o Padre Feijó governava e demonstrava
RESTAURADORES OU CARAMURUS - de- o seu caráter autoritário, o parlamento reduzia
fensores do poder do imperador conforme as cada vez mais o seu apoio ao regente, ao mes-

47
HISTÓRIA DO BRASIL
mo tempo que este entrava em confl ito com a sido denunciado por ex-escravos. A repressão
Igreja Católica ao defender o fi m do celibato cle- do governo foi violenta, 5 escravos condenados
rical. Assim, sofrendo um enorme desgaste na à morte e fuzilados, além de mais de 400 presos
condução do governo, Feijó renunciou ao cargo e deportados para a Africa.
de regente, dando fi m à fase conhecida como
maré liberal. SABINADA - BAHIA - Tomando o poder , os
rebeldes conseguiram expulsar os representan-
REGÊNCIA UNA DE ARAUJO LIMA - Era o iní- tes do governo central e proclamar a república
cio do chamado regresso conservador, período bahiense, separada do restante do Brasil. Para
em que a elite buscou frear as transformações obter o apoio de parcela da população negra, os
do Brasil visando à manutenção de uma ordem revoltosos prometeram liberdade para os escra-
aristocrática. Durante o seu governo, houve vos nascidos no Brasil. A república durou ape-
uma tentativa de abafar as revoltas regênciais nas 4 meses, já que as tropas fi éis à regência
que explodiam no Brasil, nessa ocasião culpa- tomaram Salvador, prendendo alguns líderes do
vam o ato adicional pelas revoltas. Classifi can- movimento.
do o ato de ato da Anarquia. Para solucionar
o problema foi aprovada a Lei Interpretativa do BALAIADA - MARANHÃO - A situação do Ma-
Ato Adicional, responsável pelo fortalecimento ranhao não era diferente das outras regiões do
do poder central em detrimento das províncias. Brasil, apresentando uma população miserável
sendo mais da metade composta por escravos.
GOLPE DA MAIORIDADE - Apesar da lei in- Grupos populares invadiram vilas para libertar
terpretativa o Brasil ainda enfrentava as revol- parentes e enfrentar os poderosos locais e de-
tas regênciais. Na busca de uma solução que safi ar o governo. Com o apoio do governo cen-
garantisse o interesse dos setores elitistas, foi tral, a revolta foi reprimida de forma exemplar,
criado pelos liberais o Clube da Maioridade, que sendo inclusive o militar responsável aclamado
desejava antecipar a ascensão de D. Pedro II O Pacifi cador.
e colocar fi m nos confl itos existentes. O gru-
po teve com o passar dos meses o apoio dos REVOLUÇÃO FARROUPILHA- RIO GRANDE
grupos mais conservadores temerosos de uma DO SUL - A luta pela reintegração do sul foi in-
fragmentação política. tensa. Com a chegada do Barão de Caxias, foi
conseguido um acordo a paz de Ponche Verde,
REBELIÕES REGÊNCIAIS que além de anistiar os presos políticos garantiu
CABANAGEM - PARÁ - A reação do governo que o governo imperial pagaria as dívidas do
central conseguiu acabar com o movimento governo republicano, os gaúchos indicariam o
na capital Belém, em maio de 1836, utilizando novo presidente da província, os ofi ciais seriam
uma esquadra. Porém foram necessários apro- incorporados ao exército imperial, eram decla-
ximadamente 4 anos para conseguir destruir a rados livres os escravos que tinham lutado nas
resistência ao governo central que persistia no tropas republicanas, seriam devolvido os prisio-
interior do Pará. A cabanagem foi um movimen- neiros de guerra e demarcado a fronteira com o
to violento, durante a rebelião morreram mais Uruguai.
de 40.000 pessoas. Cabe destacar que essa
revolta marcou o primeiro movimento brasileiro SEGUNDO REINADO
em que a população de menor renda conseguiu QUESTÃO POLÍTICA INTERNA - O golpe da
êxito por certo tempo ao ascender ao poder po- maioridade de D. Pedro II interessava aos libe-
lítico de uma província. rais e aos conservadores. O golpe da maiorida-
de uniu em torno do menino imperador os inte-
REVOLTA DOS MALÊS - BAHIA - Mesmo com resses da aristocracia rural, cujo objetivo era,
uma relativa organização o movimento não ob- através da monarquia, pôr fi m às manifestações
teve o sucesso esperado, principalmente por ter populares e resolver institucionalmente as dis-

48
HISTÓRIA DO BRASIL
senções que ocorriam em seu próprio meio. poder político era exercido pelos latifundiários,
Com apenas 14 anos e 7 meses o imperador no caso a família Cavalcanti ocupando tanto
foi aclamado, as últimas rebeliões regênciais fo- os partidos conservador como o liberal. Com
ram debeladas. A paz interna favoreceu a con- os partidos controlados, os verdadeiros liberais
solidação dos proprietários rurais no poder e a eram os membros do Partido da Praia. Com a
criação de instituições parlamentares cujas di- queda do ministério liberal em 1848, foi nome-
vergências eram resolvidas sem intromissão de ado um presidente conservador para Pernam-
outros setores sociais. Só não foi possível so- buco, os praieiros se revoltaram e infl uênciados
lucionar as dissidências entre os partidos Libe- pela ideologia do socialismo utópico divulgaram
ral e Conservador, que refl etiam as desavenças o Manifesto ao Mundo, que reivindicava: voto
internas da aristocracia rural. No dia seguinte a livre e universal, liberdade de imprensa, autono-
sua aclamação, D.Pedro II nomeava seu minis- mia dos poderes, nacionalização do comércio,
tério, composto de liberais que tinham apoiado federalismo, extinção do poder Moderador e do
o golpe da maioridade. O gabinete ministerial senado vitalício. Conseguiram derrubar o presi-
confrontava-se com uma câmara de maioria dente da província de Pernambuco, venceram
conservadora, que impedia o livre funcionamen- algumas batalhas, mas acabaram sendo derro-
to do Executivo, o que foi resolvido com a con- tados pelas forças imperiais. Apesar da facilida-
vocação de eleições. Devido à fraude e à vio- de da repressão, a Revolução Praieira foi um
lência essa eleição ganhou o nome de eleição movimento de destaque na defesa dos interes-
do cacete. O partido liberal assaltava as mesas ses populares no Brasil.
eleitorais, com a conivência da polícia, ocasio-
nando assassinatos e espancamentos. Os li-
QUESTÃO EXTERNA
berais conquistaram a maioria e provocaram a
BRASIL - INGLATERRA - Tensões diplomáti-
derrubada, foram demitidos os presidentes das
cas entre Brasil e Inglaterra surgiram relaciona-
das à questão da extinção do tráfi co negreiro,
províncias, juízes de paz e funcionários públi-
cos que fossem do conservador. Devido a este
além dos problemas relacionados com a ado-
comportamento começou uma pressão para ção da tarifa Alves Branco, que implantava uma
que o imperador dissolvesse o ministério, e as-
política protecionista alfandegária prejudicando
sim foi feito os liberais afastados e os conserva-
os interesses britânicos acostumados com as
dores assumiram os cargos. Os conservadores
facilidades comerciais com o Brasil. Em 1861,
criaram diversas leis reacionárias como a volta
quando um navio inglês afundou no sul do país e
do conselho de Estado, reformas no sistema ju-
sua carga foi pilhada, o representante diplomáti-
diciário colocando os liberais longe do contro-
co da Inglaterra William Cristhie passou a exigir
le político, D.Pedro II resolve então afastar os
uma indenização ao governo imperial. A tensão
conservadores e recolocar os liberais, mas ao
aumentou com a prisão pela polícia brasileira
de 3 ofi ciais britânicos que a paisana tinham
assumirem o poder não se comportaram como
alegavam em seus discursos, até uma alternân-
promovido desordens nas ruas do Rio de Janei-
ro. Cristhie não só exigiu a soltura dos ofi ciais
cia de partidos conseguira amenizar esse con-
fl ito. Foi criada então a condição para implan-
como queria a punição dos políciais responsá-
tação do Parlamentarismo brasileiro em que a
veis pela prisão. D. Pedro II aceitou indenizar
fi gura do presidente do conselho de ministros
e soltar os ofi ciais, mas não puniu os políciais
deveria assumir o papel executivo mas no Brasil
brasileiros. Em represália, Cristhie ordenou o
aprisionamento de 5 navios brasileiros. Os co-
ao contrário dos parlamentarismos tradicionais.
A câmara era dissolvida caso não tivesse maio-
merciantes ingleses se tornaram alvos de mani-
festações populares. O confl ito foi levado para
ria de parlamentares do partido nomeados pelo
imperador, ao invés do executivo se subordinar
o âmbito internacional, foi escolhida a Bélgica.
ao legislativo. Que deu parecer favorável ao Brasil o governo
inglês não aceitou e as relações diplomáticas
REVOLUÇÃO PRAIEIRA - Em Pernambuco o foram rompidas. Dois anos depois, preocupada

49
HISTÓRIA DO BRASIL
com o crescimento da infl uência paraguaia a In- volveu um sistema econômico autossustentável,
glaterra se aproximou do Brasil restabelecendo o país acabou com o analfabetismo, organizou
as relações diplomáticas. fábricas, ferrovias, siderurgias e redes de co-
municação. Esse desenvolvimento foi comple-
QUESTÃO PLATINA - Se o Brasil, em relação mentado por uma política militar promovida por
à Inglaterra, sofria consideráveis intervenções Solano Lopez. Com o objetivo de ampliar a área
sua postura em relação aos países do sul foi territorial, o governo paraguaio desejava anexar
idêntica. Porém nesse caso, era o Brasil que se alguns territórios pertencentes ao Brasil, Argen-
mostrava autoritário. Envolvido em disputas de tina e Uruguai. O objetivo era obter uma saída
fronteira, interessado em garantir o controle da para o mar. Dessa forma, o governo paraguaio
navegação nos rios da região e com preocupa- ordenou o aprisionamento do navio brasileiro
ção com as potências locais o governo imperial Marquês de Olinda. Após essa postura hostil
realizou intervenções militares. O Brasil chegou o governo brasileiro declarou guerra ao Para-
a intervir no Uruguai, Argentina e Paraguai. No guai. A guerra acabou provocando a formação
caso do Uruguai, o Brasil que havia anexado o da tríplice aliança (Argentina, Uruguai e Brasil).
território (Cisplatina), ainda infl uênciava a polí- Apesar das primeiras vitórias terem sido para-
tica interna daquele país dividido em dois par- guaias, não conseguiu resistir aos ataques da
tidos: Blanco e Colorado. O primeiro contava tríplice aliança que contava ainda com o apoio
com a participação dos grandes proprietários de fi nanceiro britânico, já que a Inglaterra deseja-
terra, sob a liderança de Oribe, com o apoio do va expandir a sua área de infl uência e via no
presidente Rosas, que desejava unir ao Uruguai confl ito a possibilidade de acúmulo de capital.
e formar um poderoso país na região. Já o par- Como consequência dessa desastrosa guerra,
tido Colorado contava com o apoio dos comer- merece destaque a destruição do Paraguai e a
ciantes do Uruguai, liderados por Rivera, que ti- perda de parte de seu território, o endividamen-
nha o apoio do Brasil e de Urquiza, governador to do Brasil com a Inglaterra e o fortalecimento
da província argentina Entre Rios e opositor de do exército brasileiro, que a partir da guerra do
Rosas. Paralelamente, os fazendeiros gaúchos Paraguai exerceu um grande papel político no
estavam em confl ito com os fazendeiros uru- Brasil, inclusive no período republicano.
guaios ligados ao Partido Blanco. Com a vitó-
ria de Oribe nas eleições e com a intensifi cação QUESTÃO ECONÔMICA - Durante a primei-
dos confl itos com os fazendeiros gaúchos o im- ra metade do século XIX a balança comercial
perador brasileiro intervém na região. Em uma mostrou constante fl utuação, começando a
mesma campanha militar o exército brasileiro apresentar saldos positivos com a ascensão da
invadiu Montevidéu e Buenos Aires, depondo produção, cafeeira, na década de 1860. Nesse
os governantes Oribe e Rosas e empossando período a moeda foi valorizada, o câmbio se
Rivera e Urquiza. Em 1864, ocorreu um novo estabilizou e a acumulação de capital derivada
confl ito na região, envolvendo Uruguai, Argen- das exportações de café possibilitou a concre-
tina e Paraguai. Novamente o confl ito estava tização de obras administrativas relevantes. O
associado aos problemas enfrentados pelos fa- mercado interno ampliou-se consideravelmen-
zendeiros gaúchos e pelos membros do partido te. São Paulo tornou-se um centro signifi cati-
Blanco, que realizavam ações militares nas fa- vo com a introdução do trabalho assalariado. A
zendas brasileiras. Mais uma vez o Brasil inva- aristocracia cafeeira, exercia também funções fi -
diu o Uruguai, e o Paraguai, que era um país nanceiras. Comprava a produção excedente de
fortalecido por sua política econômica e por outros produtores agrícolas, custeava a compra
uma considerável força militar, rompeu relações de equipamentos e o estabelecimento de novas
diplomáticas com o Brasil. Era o prelúdio para a plantações e fazia até mesmo empréstimos a fa-
Guerra do Paraguai. zendeiros com difi culdades. Tornou a produção
mais empresarial, introduzindo melhoramentos
GUERRA DO PARAGUAI - O Paraguai desen- técnicos , substituindo o escravo pelo trabalho

50
HISTÓRIA DO BRASIL
assalariado, empregando capitais na abertura LEI DO VENTRE LIVRE - Dando continuidade
de novas indústrias e no setor fi nanceiro. Entre a um projeto elitista que visava à lenta extinção
1830 e 1860 despontaram no Brasil cerca de do trabalho compulsório, essa lei propunha que
70 fábricas. O principal fator desse surto indus- todos os escravos nascidos a partir daquela
trial foi o fi m do tráfi co negreiro, pois os capitais data seriam considerados livres. Porém, a lei
até então destinados ao comércio de escravos estabelecia a responsabilidade do senhor da fa-
passaram a ser empregados na lavoura cafeei- zenda de cuidar da criança até os 21 anos de
ra em outros empreendimentos. A tarifa Alves idade, sendo que os senhores se aproveitavam
Branco também contribuiu para criar condições do trabalho dos escravos livres sob o pretexto
para o surto industrial ,ao aumentar taxas alfan- de que estavam colaborando para a formação
degárias. Outro fator importante foi a política de dos libertos pela lei.
emissão monetária que procurou amenizar os
problemas causados pelo défi cit da balança co- LEI DO SEXAGENÁRIO - Declarava livres os
mercial e ao mesmo tempo, por colocar mais escravos com 60 anos ou mais. Essa lei benefi -
moeda em circulação tornou-se mais fácil a ob- ciava, em última instância, os proprietários, afi -
tenção de empréstimos, incentivando investi- nal, os poucos escravos que chegavam a essa
mentos em novas atividades econômicas. idade não tinham condição de assumir traba-
O Barão de Mauá foi o mais destacado empre- lhos pesados, sendo então libertos e dispensa-
endedor do segundo reinado. Produziu dezenas dos das fazendas. Quando um escravo conse-
de barcos a vapor, investiu no setor de transpor- guia chegar a essa idade e se interessava por
tes, construiu a primeira ferrovia brasileira, ban- se benefi ciar dessa lei, era muito difícil a aplica-
cos, setores públicos urbanos, fábricas. Mudan- ção da nova legislação, devido à ausência de
ças de comportamento do governo brasileiro comprovantes que pudessem assegurar a sua
em relação às políticas protecionistas, somado idade, afi nal, todos os documentos relativos à
ao fato dos antagonismos entre ele e os capi- vida de cada cativo fi cavam sob a posse do seu
tais ingleses, com a guerra do Paraguai, Mauá proprietário.
manifestou-se contrário a ela, tornando-se defi -
nitivamente malvisto pelo governo imperial. LEI ÁUREA - Assinada em 13 de maio de 1888
pela princesa Isabel, visto que o imperador se
QUESTÃO ABOLICIONISTA encontrava em viagem, essa lei estabelecia a
BILL ABERDEEN - Desde o início do século liberdade para todos os escravos no Brasil. En-
XIX, a Inglaterra já pressionava o Brasil para tretanto, a lei Áurea foi omissa sobre possíveis
pôr fi m ao tráfi co de escravos, levando as au- indenizações a serem pagas aos escravos pe-
toridades legais a formalizar uma lei proibindo los anos de trabalho gratuito aos seus senho-
o tráfi co em 1831. Porém essa lei não saiu do res. Muitos permaneceram nas fazendas onde
papel, mantendo-se a entrada de levas de es- já trabalhavam como escravos, visto que pudes-
cravos africanos e percebendo-se que as tenta- sem permitir seu desenvolvimento econômico.
tivas para acabar com a vinda de escravos para Não tinham muitas opções de trabalho, acaba-
o Brasil não funcionavam, os ingleses mudaram vam por conta disso muitas vezes incorporados
de tática. O parlamento inglês aprovou uma lei à criminalidade.
chamada BILL ABERDEEN, que determinava
que os navios ingleses teriam autoridade para TRABALHO IMIGRATÓRIO - No sistema de
aprisionar qualquer navio negreiro que encon- parceria, o fazendeiro custeava a vinda do imi-
trassem, de qualquer nacionalidade. grante e o sustento durante os primeiros anos
no Brasil. Os novos trabalhadores deveriam
LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS - O Brasil criou produzir o café e os produtos de subsistência.
uma nova lei que proibia o tráfi co de escravos Após certo período, um terço do lucro seria en-
e que, ao contrário das ordens anteriores, mos- tregue aos imigrantes e o restante fi caria com o
trou-se mais efi caz, haja vista a pressão exerci- proprietário. Os fazendeiros tinham mentalidade
da pelo próprio governo para a sua execução.
51
HISTÓRIA DO BRASIL
escravocrata e tratavam o imigrante sem muita (MANIFESTO DOS REVOLUCIONÁRIOS DA CONFEDERAÇÃO
DO EQUADOR, 1824)
diferença em relação ao escravo, algumas re-
giões da Europa chegaram a proibir a vinda de O texto dos Confederados de 1824 revela um
novos imigrantes. Posteriormente, o governo momento de insatisfação política contra a:
brasileiro interveio realizando o sistema de imi- a) extinção do Poder Legislativo pela Consti-
gração subvencionada, que com o dinheiro pú- tuição de 1824 e sua substituição pelo Po-
blico, pagava a passagem para o imigrante sob der Moderador.
a fi scalização governamental, evitando o abuso b) mudança do sistema eleitoral na Constitui-
dos governantes. ção de 1824, que vedava aos brasileiros o
direito de se candidatar ao Parlamento.
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM c) atitude absolutista de D. Pedro I, ao dissol-
QUESTÂO 01 - “O certo é que, se os marcos ver a Constituinte de 1823 e outorgar uma
cronológicos com que os historiadores assi- Constituição que conferia amplos poderes
nalam a evolução social e política dos povos, ao Imperador.
não se estribassem unicamente nos caracteres d) liberalização do sistema de mão de obra
externos e formais dos fatos, mas refl etissem nas disposições constitucionais, por pres-
a sua signifi cação íntima, a independência bra- são do grupo português, que já não deti-
sileira seria antedatada de 14 anos...” nha o controle econômico.
(Caio Prado Júnior - “Evolução Política do Brasil”) e) restrição às vantagens do comércio do
O processo de independência do Brasil carac- açúcar pelo reforço do monopólio portu-
terizou-se por: guês e aumento dos tributos contidos na
a) ser conduzido pela classe dominante que Carta Constitucional.
manteve a monarquia como garantia de
seus privilégios. QUESTÃO 03 - Em 1824, Frei Caneca criticou
b) ter uma ideologia democrática , alterando a Constituição outorgada por D. Pedro I dizen-
o quadro social imediatamente após a in- do que o poder moderador era a chave mestra
dependência. da opressão da nação brasileira e que a Cons-
c) evitar a dependência dos mercados inter- tituição não garantia a independência do Brasil,
nacionais, criando uma economia autôno- ameaçava sua integridade e atacava a sobera-
ma. nia da nação.
(Baseado em Frei Caneca, “Crítica da Constituição Outorgada”, ENSAIOS
d) grande participação popular, fundamental POLÍTICOS, Rio de Janeiro, Editora Documentário, p. 70-75)
na prolongada guerra contra as tropas me- A Confederação do Equador, em 1824, se ca-
tropolitanas. racterizou como um movimento de:
e) promover um governo descentralizado e a) emancipação política de Portugal
liberal através da Constituição de 1824. b) oposição à Abertura dos Portos
c) garantia à política inglesa
QUESTÂO 02 -“Brasileiros! Salta aos olhos a d) apoio aos atos do imperador
(...) perfídia, são paténtes os reiterados per- e) reação à política imperial
juros do Imperador, e está conhecida a nossa
ilusão ou engano em adotarmos um sistema QUESTÃO 04 - “Mais importante, o país é aba-
de governo defeituoso em sua origem e mais lado por choques de extrema gravidade; não
defeituoso ainda em suas partes componentes. mais os motins... mas verdadeiros movimentos
As constituições, as leis e todas as instituições revolucionários, com intensa participação popu-
humanas são feitas para os povos e não os po- lar, põem em jogo a ordem interna e ameaçam
vos para elas. Eis, pois, brasileiros, tratémos de a unidade nacional. Em nenhum outro momento
constituir-nos de um modo análogo às luzes do há tantos episódios, em vários pontos do país,
século em que vivemos (...), desprezemos as contando com a presença da massa no que ela
instituições oligárquicas, só cabidas na encane- tem de mais humilde, desfavorecido. Daí as
cida Europa.” notáveis confl agrações verifi cadas no Pará, no

52
HISTÓRIA GERAL
Maranhão, em Pernambuco, na Bahia, no Rio mente marcada por um surto de industria-
Grande do Sul.” lização, estimulado pelo Estado.
(Francisco Iglésias, “BRASIL, SOCIEDADE DEMOCRÁTICA”.) e) pela redefi nição do poder monárquico e
A Revolução Farroupilha (1835 - 1845) no Rio pela formação dos partidos políticos, sem
Grande do Sul, inscrita no quadro nacional de que se alterassem as estruturas sociais e
revoltas provinciais, apresenta um conjunto econômicas estabelecidas.
complexo de condicionamentos específi cos.
Do ponto de vista econômico, é correto apontar QUESTÃO 06 - Quintino Bocaiúva, pouco antes
como um desses condicionamentos: da Proclamação da República, disse:
a) o incentivo do governo central à economia “Sem a força armada ao nosso lado, qualquer
colonial alemã e italiana, em prejuízo da agitação de rua seria não só um ato de loucu-
pecuária. ra... mas principalmente uma derrota de rua an-
b) as restrições legais do governo central ao tecipada.”
ingresso de escravos nas charqueadas A propósito da participação dos militares na Pro-
gaúchas. clamação da República, pode-se afi rmar que:
c) a proibição da livre exportação de trigo e a) o Republicanismo era um movimento uni-
gado sul-rio-grandenses para o Uruguai e forme, articulado por uma aliança sólida e
a Argentina. permanente com os militares.
d) a falta de estímulo estatal à nascente in- b) Silva Jardim e Benjamim Constant eram
dústria gaúcha, que competia desigual- partidários de uma revolução popular,
mente com o Rio de Janeiro e São Paulo. apoiada pelos militares, de plena cidada-
e) a importação do charque platino, sem pro- nia.
teção para a produção similar gaúcha no c) a pluralidade de propostas políticas e so-
mercado interno brasileiro. ciais existente se traduzia em divergências
variadas, como o papel dos militares .
QUESTÃO 05 - Os confl itos do período regên- d) revela o desinteresse de todas as lideran-
cial e dos primeiros anos do governo de D. Pe- ças do exército com relação à questão da
dro II revelam que a emancipação política do cidadania, da adesão popular .
Brasil trouxe consigo o risco da fragmentação e) o Republicanismo brasileiro foi inspirado
do território em vários países independentes, tal pelos EUA, onde os militares desempe-
como havia acontecido na América espanhola. nharam um papel insignifi cante.
“Sabinada” na Bahia, “Balaiada” no Maranhão e
“Farroupilha” no Rio Grande do Sul foram algu- QUESTÃO 07 - Na segunda metade do século
mas das lutas que ocorreram no Brasil em um XIX, o Brasil passou por um processo de moder-
período caracterizado: nização, expresso por construções de ferrovias
a) por um regime centralizado na fi gura do e avanços em outros setores da comunicação.
imperador, impedindo a constituição de Contudo, essa modernização não atingiu igual-
partidos políticos e transformações sociais mente todo o território. As condições históricas
na estrutura agrária. relacionadas com a ampliação da rede em ritmo
b) pelo estabelecimento de um sistema mo- crescente foram:
nárquico descentralizado, o qual dele- a) expansão da cafeicultura, principalmente
gou às Províncias o encaminhamento da em São Paulo, e o escoamento da produ-
“questão servil”. ção para o exterior.
c) por mudanças na organização partidária, b) reservas de minério de ferro, do quadrilá-
o que facilitava o federalismo, e por trans- tero ferrífero, pouco acessíveis e dema-
formações na estrutura fundiária de base siado distantes dos centros urbanos mais
escravista. expressivos.
d) por uma fase de transição política, decor- c) políticas de industrialização e de refl ores-
rente da abdicação de Dom Pedro I, forte- tamento.

53
HISTÓRIA DO BRASIL
d) capitais externos em busca de lucros para b) As divergências entre as várias classes da
a indústria automotiva e para as empresas sociedade brasileira estavam representa-
distribuidoras de petróleo. das nos programas partidários.
e) devastações de pinhais para a extração de c) Do ponto de vista ideológico, não havia
madeira e para a produção de papel. diferenças entre os liberais e conservado-
res, pois eram “farinha do mesmo saco”.
QUESTÃO 08 - “...esta estrada de ferro, que se d) Os conservadores sempre estiveram no
abre hoje ao trânsito público, é apenas o primei- poder e os liberais sempre estiveram na
ro passo de um pensamento grandioso. Esta oposição.
estrada, Senhor (D. Pedro II), não deve parar e, e) Ambos tinham infl uência ideológica exter-
se puder contar com a proteção de Vossa Ma- na nos seus programas, apesar de proibi-
jestade, seguramente não parará senão quando do por lei.
tiver assentado a mais espaçosa de suas esta-
ções na margem esquerda do rio das Velhas.” QUESTÃO 10 - “A enorme visibilidade do po-
(Barão de Mauá, quando da inauguração da estrada de ferro Rio-Petrópo- der era sem dúvida em parte devida à própria
lis, em 1854.)
monarquia com suas pompas, seus rituais, com
Há mais de um século, teve início no Brasil um o carisma da fi gura real. Mas era também fruto
processo de industrialização e crescimento ur- da centralização política do Estado. Havia qua-
bano acelerado. Podemos identifi car, como con- se unanimidade de opinião sobre o poder do
dições que favoreceram essas transformações: Estado como sendo excessivo e opressor ou,
a) a crise provocada pelo fi m do tráfi co de es- pelo menos, inibidor da iniciativa pessoal, da li-
cravos que deu início à política de imigra- berdade individual. Mas (...) este poder era em
ção e liberou capitais internacionais para a boa parte ilusório. A burocracia do Estado era
instalação de indústrias. macrocefálica: tinha cabeça grande mas bra-
b) os lucros auferidos com a produção e a co- ços muito curtos. Agigantava-se na corte mas
mercialização do café, que deram origem não alcançava as municipalidades e mal atin-
ao capital para a instalação de indústrias gia as províncias. (...) Daí a observação de que,
e importação de mão de obra estrangeira. apesar de suas limitações no que se referia à
c) a crise da economia açucareira do nordes- formulação e implementação de políticas, o go-
te que propiciou um intenso êxodo rural e a verno passava a imagem do todo-poderoso, era
consequente aplicação de capitais no se- visto como o responsável por todo o bem e todo
tor fabril em outras regiões brasileiras. o mal do Império.”
d) os capitais oriundos da exportação da bor- Carvalho, J. Murilo de. TEATRO DE SOMBRAS. Rio de Janeiro, IUPERJ/
racha amazônica e da introdução de mão Vértice, 1988.

de obra assalariada nas áreas agrícolas O fragmento acima refere-se ao II Império brasi-
cafeeiras. leiro, controlado por D. Pedro II e ocorrido entre
e) a crise da economia agrícola cafeeira, com 1840 e 1889. Do ponto de vista político, o II Im-
a abolição da escravatura, ocasionando a pério pode ser representado como:
aplicação de capitais estrangeiros na pro- a) palco de enfrentamento entre liberais e
dução fabril. conservadores que, partindo de princípios
políticos e ideológicos opostos e se uniram
QUESTÃO 09 - A partir do golpe da maioridade, no Golpe da Maioridade.
em 1840, a vida partidária brasileira resumiu- b) jogo de aparências, em que a atuação polí-
-se a dois partidos: o antes partido progressista tica do Imperador conheceu as mudanças
passou a chamar-se partido liberal e o regres- e os momentos de indefi nição refl etindo as
sista passou a chamar-se partido conservador. incertezas dos setores sociais hegemôni-
Pode-se considerar como característica desses cos
partidos: c) cenário de várias revoltas de caráter regio-
a) Os partidos do império sempre tiveram pla- nalista devido à incapacidade do governo
taformas políticas bem defi nidas. imperial controlar as províncias e regiões
54
HISTÓRIA DO BRASIL
mais distantes da capital. ras e evitar a escravização.
d) universo de plena difusão das ideias li- c) às políticas militares, estabelecidas desde
berais, o que implicou uma aceitação por D. João VI, para a ocupação das fronteiras
parte do Imperador da diminuição de seus do sul e para a constituição de proprieda-
poderes, conformando a situação. des de criação de gado.
e) teatro para a plena manifestação do poder d) à política do partido liberal para atrair no-
moderador que, desde a Constituição de vos grupos europeus para as áreas agrí-
1824, permitia amplas possibilidades de colas e implantar um meio alternativo de
intervenção políticas para o Imperador produção, baseado em minifúndios.
e) à política ofi cial de povoamento baseada
QUESTÃO 11 - “Principal responsável pelas nos contratos de parceria como forma de
transformações econômicas, sociais e políticas estabelecer mão de obra assalariada nas
ocorridas no Brasil na segunda metade do sé- áreas de agricultura de subsistência.
culo XIX, reintegrou a economia brasileira nos
mercados internacionais, contribuiu decisiva- QUESTÃO 13 - Leia os trechos do poema.
mente para o incremento das relações assala- O Leão Britânico ruge,
riadas de produção e possibilitou a acumulação Impera,
de capital que, disponível, foi aplicado em sua Domina,
própria expansão e em alguns setores urbanos Quer o mundo a seus pés;
como a indústria, por exemplo. Foi ainda res- (...)
ponsável pela inversão na balança comercial O Leão não admite concorrência,
brasileira que, depois de uma história de cons- Para isso tem dentes ávidos,
tantes défi cits, passou a superavitária entre os Estômago de máquina a vapor,
anos de 1861 a 1885”. O parágrafo acima refe- Cérebro capaz de gerar navios,
re-se: Frotas, esquadras inteiras,
a) à Borracha b) ao Cacau Ele próprio ancorado
c) ao Algodão d) à Cana-de-Açúcar No canal da Mancha.
e) ao Café O Leão se alimenta de ouro, prata,
De toneladas de algodão,
QUESTÃO 12 - Leia o poema adiante e, a se- Devora carne humana
guir, responda: Com sua boca de fornalha.
“Itália, bela, mostre-se gentil
e os fi lhos seus não a abandonarão, Que é esse esquilo
senão, vão todos para o Brasil, Que incomoda a sua cauda?
e não se lembrarão de retornar. Essa república insubmissa
Aqui mesmo ter-se-ia no que trabalhar Fora do controle de suas unhas?
sem ser preciso para a América emigrar... (...)
...A todo momento se ouve dizer
eu vou lá onde existe a colheita do café.” Com intrigas e chacinas,
(Citado em Zuleika Alvim, BRAVA GENTE! OS ITALIANOS EM SÃO Há que se jogar irmão contra irmão
PAULO, 1986)
Na América Latina.
No século XIX, a imigração europeia para o Bra- (Raquel Naveira. “Guerra entre irmãos”. Campo Grande: s/ed., 1993, p.
sil foi um processo ligado: 17-8)

a) a uma política ofi cial e deliberada de po- O poema traduz uma interpretação do envolvi-
voamento, desejosa de fi xar contingentes mento direto da Inglaterra na Guerra do Para-
brancos em áreas estratégicas e atender guai.Ao longo do século XIX, a política externa
grupos de proprietários. do Brasil Império caracterizou-se por constan-
b) a uma política organizada pelos abolicio- tes confl itos na região platina, porque:
nistas para substituir paulatinamente a a) as estâncias gaúchas deviam ser indeniza-
mão de obra escrava das regiões cafeei- das pelos danos causados por invasores
55
HISTÓRIA DO BRASIL
paraguaios, que deixaram de pagar-lhes alvoroço na cidade do Rio de Janeiro. Afi nal era
as indenizações. a própria encarnação do rei [...] que aqui de-
b) os franceses tinham pretensão de dominar sembarcava. D. João não precisou, porém, ca-
o Rio da Prata e, como eram aliados do minhar muito para alojar-se. Logo em frente ao
Brasil, exigiam constantemente a presen- cais estava localizado o Palácio dos Vice-Reis”.
ça de nossa esquadra nessa região. (Lilia Schwarcz. “As Barbas do Imperador”.)
c) o Brasil, para defender o princípio da livre O signifi cado da chegada de D. João ao Rio de
navegação na Bacia Platina, intervinha mi- Janeiro pode ser resumido como:
litarmente na região. a) decorrência da loucura da rainha Dona
d) o Brasil envolvia-se constantemente na Maria I, que não conseguia se impor no
política interna dos países platinos, sem- contexto político europeu.
pre defendendo os “blancos” do Uruguai. b) fruto das derrotas militares sofridas pelos
e) da proclamação de nossa independência portugueses ante os exércitos britânicos e
até meados do século XIX a intervenção de Napoleão Bonaparte.
na região do Prata foi exclusivamente di- c) inversão da relação entre metrópole e
plomática, passando, depois disso, a ser colônia, já que a sede política do império
militar. passava do centro para a periferia.
d) alteração da relação política entre monar-
QUESTÃO 14 - Antes da guerra com o Brasil, cas e vice-reis, pois estes passaram a con-
o Paraguai tinha uma economia estável, com trolar o mando a partir das colônias.
estradas de ferro, siderurgia e grande número
de indústrias. A balança comercial era favorá-
vel e não havia analfabetismo infantil no país.
SOBRE A Guerra do Paraguai (1864-1870) É
CORRETO AFIRMAR QUE:
a) opôs Argentina e Uruguai ao Paraguai de
Solano López; o Brasil apoiou o governo
paraguaio, que conseguiu vencer o confl i-
to.
b) iníciou-se após desentendimentos milita-
res na região do Prata; o Brasil, em aliança
com a Argentina, lutou contra o Uruguai,
que foi incorporado ao território brasileiro .
c) foi marcada pela extrema violência e des-
truiu economicamente o Paraguai; o Bra-
sil, por meio da guerra, ampliou sua inter-
ferência política na região do Prata.
d) terminou com a derrota do Paraguai para
a Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uru-
guai); o Brasil auxiliou, após o confl ito, a
recuperação do Paraguai .
e) trouxe o fi m da ditadura do paraguaio So-
lano López e a incorporação do Paraguai GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
à América Unida idealizada pelo exército 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
do Brasil. A C E E E C A B C B
11 12 13 14 15
QUESTÃO 15 - “... quando o príncipe regente E A C C C
português, D. João, chegou de malas e baga-
gens para residir no Brasil, houve um grande

56
HISTÓRIA GERAL
Competência de área 3 - Compreender a pro- Consequências da desagregação dos genos
dução e o papel histórico das instituições so- • Origem da propriedade privada
ciais, políticas e econômicas, associando-as • Origem da divisão da sociedade
aos diferentes grupos, confl itos e movimentos • Origem das cidades-estados
sociais. • Escravidão
H11 - Identifi car registros de práticas de grupos
sociais no tempo e no espaço. Evolução política da Grécia - Período Homéri-
H13 - Analisar a atuação dos movimentos so- co (1700 a.C. - 800 a.C).
ciais que contribuíram para mudanças ou ruptu- A invasão dos dórios, o início dos tempos homé-
ras em processos de disputa pelo poder. ricos. Esse período foi caracterizado pelo pro-
H15 - Avaliar criticamente confl itos culturais, so- cesso de desintegração dos genos. No plano so-
ciais, políticos, econômicos ou ambientais ao cial, essa desintegração gerou consequências:
longo da história.sociedades a divisão de classes, dominantes e dominados;
grandes proprietários, pequenos proprietários e
Assuntos os demiurgos (artesãos).
1. Grécia
2. Roma Período Arcaico (800 a.C.)
Caracterizado pelo desenvolvimento e evolu-
GRÉCIA ção das cidades-estado, pela emigração e pelo
ANÁLISE GERAL - Para começarmos bem a surgimento de muitas colônias gregas como: no
nossa abordagem devemos iniciar pela coloni- Sul da Itália e da Sicília (Magna Grécia). Tarento
zação do povo grego, chamados de pelasgos, e Siracusa na Sicília; Marselha e Nice no Sul da
ou pelágios, em referência aos povos que se França; Málaga no Sudeste da Espanha, além
deslocam através do mar, uma das principais de outras como: Bizâncio, Odessa e Sibaris.
formas de riqueza que esses gregos consegui- Obviamente, não vamos falar de todas as cida-
ram com o passar do tempo. Também, é bom des gregas por uma questão de tempo e prati-
destacar sua estrutura territorial era dividida em cidade. Vamos nos ater nas mais importantes:
Grécia Continental, parte peninsular, asiática e
insular. São vários os povos que começaram Esparta e Atenas.
essa forma de colonização da região balcânica, Esparta - características
dentre eles destacam-se os aqueus, os dórios, Esparciatas: classe dominante que vivia das
os eólios, os jônios e os cretenses, quer dizer funções ligadas ao Estado. Recebiam terras do
uma variedade de povos arianos ou indo-euro- Estado que eram cultivadas pelo hilotas.
peus, cujas histórias e lendas serão entendidas Periecos: proprietários de terras, comercian-
para melhor compreensão da Grécia. tes, artesãos e soldados.
Hilotas: para alguns historiadores, eram escra-
O início da História Grega vos do Estado, porém outros os consideravam
Os aqueus, depois de dominarem os cretenses, como servos por estarem presos à terra e não
invadiram a Grécia com outros de língua índo- podiam ser vendidos nem trocados.
-europeia - os jônios e eólios. Os aqueus viviam
sob um regime de comunidade primitiva. Houve Evolução política
uma evolução dos grupos humanos em exten- O regime político sofreu transformações propor-
sas famílias - os genos, cuja reunião dos genos cionais às mudanças na estrutura econômica e
formavam as fratrias, e a união de fratrias for- social.
mava a tribo e a evolução da tribo fez surgir a Diarquia: dois reis que exerciam o poder exe-
pólis. cutivo e ofi cializavam cerimônias religiosas.
Gerúsia: conselho composto pelos dois reis,
com 28 homens (gerontes) com mais de 60
anos, que também era chamado de Conselho

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HISTÓRIA GERAL
dos Anciãos. Se você tiver curiosidade sobre o assunto, os
Éforos: cinco magistrados que exerciam o po- principais deuses são:
der executivo. Os mais antigos eram filhos de Cronos:
Ápela: composta de todos os cidadãos dórios • Poseidon: deus dos mares
que decidiam os assuntos políticos e adminis- • Hades: dos infernos
trativos. • Zeus: senhor dos deuses
• Hera: mulher de Zeus
Atenas - características • Deméter: deusa da terra
Organização • Héstia: deusa do lar
Eupátridas: eram os grandes proprietários de
terras, ou seja, a elite dominante. Os mais novos eram filhos de Zeus:
Metecos: estrangeiros que não tinham o direito • Afrodite: deusa do amor
de exercer a política, não possuíam proprieda- • Apolo: deus da adivinhação, da luz e das
des e viviam do comércio e das manufaturas. artes
Escravos: podiam ser escravos de guerras, • Artêmis: a lua
fi lhos de pais escravos ou ainda estrangeiros • Ares: deus da guerra
(metecos) condenados por dívidas. • Hefaístos: deus do fogo
Uma das principais características políticas ate- • Atena: deusa da razão e da paz
nienses foi a criação do processo democrático, • Hermes: deus das comunicações
totalmente diferenciado do atual.
Os heróis mais conhecidos eram: Perseu, Ja-
Período Clássico são, Teseu, Édipo e Hércules.
Principais características
• existência da propriedade privada; ROMA
• formação completa do homem (física, inte- Análise geral
lectual e artística) e extremo crescimento A História de Roma dividiu-se em três grandes
da região de Atenas; períodos:
• plutocracia; - 1° Monarquia - com o domínio de sete reis.
• cosmopolita; - 2° República - Expansão de seu território e
desenvolvimento de instituições sociais e eco-
Período Helenístico (338 a.C. - 30 a.C) nômicas.
Alexandre assumiu o poder do pai, Filipe II. - 3° Império - grandes confl itos internos e exter-
Alexandre dominou os persas na Ásia Menor. nos levaram à decadência de Roma.
Subjugou o Egito onde lá fundou a Alexandria,
dominou a Babilônia, na Mesopotâmia e através Monarquia Romana
da guerra subjugou os príncipes indianos. - genos (ou gens) - organização fundamental da
Alexandre estimulou o casamento de gregos sociedade romana.
com mulheres persas e egípcias e o fusão da Características dos Gens:
cultura grega com a cultura oriental. Essa fusão - propriedade coletiva dos bens.
de culturas fi cou conhecida como helenismo. - solidariedade e muita assistência mútua.
- direito de herança dos bens aos descendentes
A Cultura Grega masculinos.
Diferente dos outros povos antigos, para os gre-
gos os deuses tinham fraquezas, raivas e não Cúria Romana - é o conjunto de dez gens.
estavam muito distantes dos homens. Ao con- Constituía uma organização social, com práti-
trário, os deuses gregos sentiam paixões por cas religiosas próprias, com seus templos e sa-
mulheres mortais, chegavam a ter fi lhos com cerdotes.
tais mulheres que eram chamados de semideu- Tribo - formada por dez cúrias. Comandada por
ses. um chefe eleito, tinha função militar e religiosa.

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HISTÓRIA GERAL
Instituição política encarregada da direção turial e Senado.
da vida social: - Função: eleição dos magistrados, aprovação
1. Senado: formado por velhos cidadãos, res- ou não das leis romanas.
ponsáveis pela defesa dos genos. Função: pro- - constituído: mais altos funcionários da re-
por leis e fi scalizar a ação do rei. pública, eleitos pela assembleia dos cidadãos
2. Assembleia Curial: compunha-se de cida- (mandato temporário).
dãos agrupados em cúria. Função: aprovar ou - Cônsules - 2 cônsules - comandar o exército
rejeitar leis, eleger altos funcionários, aclamar e dirigir o Estado.
o rei. - Pretores - administravam a justiça.
3. Rei: exercia função de chefi a militar, religiosa - Censores - cuidavam do recenseamento dos
e judicial, mas não tinha poder absoluto, sendo cidadãos.
fi scalizado pela assembleia e senado. - Edis - manutenção dos edifícios públicos.
- a posição do rei não era hereditária, por isso - Questores - cobravam os impostos e adminis-
seu poder era relativo. travam as fi nanças.
- Ditador - pleno poder, durante seis meses.
Classes sociais:
Patrícios - poderiam desempenhar altas fun- Exigências e conquistas dos plebeus e pa-
ções públicas e religiosas, pois desfrutavam de trícios:
direitos políticos, eram detentores de grandes Comício da plebe: presididas por tribunos da
propriedades de terra. plebe.
Clientes - homens livres, a maioria estrangeiros, Leis das doze tábuas: leis válidas para patrí-
prestavam serviços aos patrícios em troca de cios e plebeus, embora fosse favorável aos ple-
auxílio econômico e proteção social. beus (código escrito de leis).
Plebeus - romanos que tiveram um bom nasci- Lei da Canuleia: autorizava o casamento entre
mento, comerciantes, artesãos e camponeses; patrícios e plebeus (só quem se favorecia eram
- eram livres para possuir terras e exercer ativi- os plebeus ricos).
dades no comércio e nas manufaturas. Eleição dos magistrados: aos poucos os ple-
- deveres: pagamento de tributos e prestação beus foram conquistando acesso às mais diver-
de serviço militar. sas magistraturas romanas.
- não tinham direito de cidadão e nem de exer- Lei Licínia: fi m da escravização por dívida.
cer cargos públicos.
- impedidos de receber terras vindas das con- Tibério e Caio Graco:
quistas militares, apesar de serem força indis- - na qualidade de tribunos da plebe, promove-
pensável ao exército. ram reformas sociais.
4. Escravos: eram prisioneiros de guerra, prin- - objetivo: atenuar o sofrimento da massa po-
cipalmente quando chegou a república. pular, cortando a ameaça de uma explosão so-
- utilizados, nas mais diversas funções, depen- cial.
dendo do seu grau de educação e habilidade: 1. lei agrária: limitava o crescimento do latifún-
- serviços domésticos, trabalho agrícola, capa- dio;
tazes, secretários, professores, artesãos e mi- - obrigava o Estado a distribuir terras aos po-
neiros. bres.
2. lei frumental: concedia pão dos armazéns
República Romana do estado ao povo por preço inferior ao do mer-
Instituições Romanas cado.
1. Senado - ocupava-se dos mais diversos as-
suntos públicos: administração, fi nanças, decla- Guerras Púnicas (Roma X Cartago)
ração de guerra ou paz. Causa: o controle comercial do mar mediterrâ-
2. Assembleia dos cidadãos ou magistratu- neo, criando o fortalecimento militar de Roma
ras – formada por: comício curial, comício cen- (MARE NOSTRUM).

59
HISTÓRIA GERAL
Fim da República: QUESTÃO 02 (ENEM) - Durante a realeza, e
1° Triunvirato: nos primeiros anos republicanos, as leis eram
- formado por Pompeu, Crasso e Júlio César transmitidas oralmente de uma geração para
para governar Roma. outra. A ausência de uma legislação escrita
- rivalidade entre Pompeu e Júlio César permitia aos patrícios manipular a justiça con-
- César tornou-se ditador. forme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os
- ditadura de César: assumiu todos os poderes, plebeus conseguiram eleger uma comissão de
cônsul, tribuno, sumo sacerdote, supremo co- dez pessoas – os decênviros – para escrever
mandante do exército. as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia,
Promoveu uma reorganização político-adminis- para estudar a legislação de Sólon.
trativa em Roma. COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo. Martins Fontes, 2000.

Distribuiu terras entre os soldados, impulsionou A superação da tradição jurídica oral no mundo
a colonização e contribuiu com grandes obras. antigo, descrita no texto, esteve relacionada à:
2° Triunvirato: composto por Marco Antônio a) adoção do sufrágio universal masculino
(Gália Cisalpina), Otávio (Sicília e da África) e b) extensão da cidadania aos homens livres
Lépido (Gália Narbonesa e a Espanha). c) afi rmação de instituições democráticas
d) implantação de direitos sociais
Império e) tripartição dos poderes políticos
Período de maior instabilidade, onde as con-
quistas chegaram a um auge,gerando uma dis- QUESTÃO 03 (ENEM) - O fenômeno da escra-
puta intensa pelo poder. vidão, ou seja, da imposição do trabalho com-
Causas do declínio pulsório a um indivíduo ou a uma coletividade,
- O fi m das batalhas, que acaba também a fonte por parte de outro indivíduo ou coletividade, é
de recursos de todo o império. algo muito antigo e, nesses termos, acompa-
- O cristianismo, que se torna religião mas na nhou a história da Antiguidade até o século XIX.
verdade é a ideologia de combate à escravidão Todavia, percebe-se que tanto o status quanto
mais forte existente. o tratamento dos escravos variavam muito da
- As invasões dos bárbaros, considerado o fator Antiguidade greco-romana até o século XIX em
imediato para o fi m até da Idade Antiga. questões ligadas à divisão do trabalho. As varia-
ções mencionadas dizem respeito:
a) Ao caráter étnico da escravidão antiga, pois
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM certas etnias eram escravizadas em virtude
QUESTÃO 01 (ENEM) - No contexto da po- de preconceitos sociais.
lis grega, as leis comuns nasciam de uma con- b) À especialização do trabalho escravo na
venção entre cidadãos, defi nida pelo confronto Antiguidade, pois certos ofícios de prestígio
de suas opiniões em um verdadeiro espaço pú- eram frequentemente realizados por escra-
blico, a ágora, confronto esse que concedia a vos.
essas convenções a qualidade de instituições c) Ao uso dos escravos para a atividade agro-
públicas. exportadora, tanto na Antiguidade quanto
MAGDALENO, F. S. A territorialidade da repre- no mundo moderno, pois o caráter étnico
sentação política: vínculos territoriais de com- determinou a diversidade de tratamento.
promisso dos deputados fl uminenses. São Pau- d) À absoluta desqualifi cação dos escravos
lo: Annablume, 2010. No texto, está relatado um para trabalhos mais sofi sticados e à violên-
exemplo de exercício da cidadania associado cia em seu tratamento, independentemente
ao seguinte modelo de prática democrática: das questões étnicas.
a) Direta b) Sindical e) Ao aspecto étnico presente em todas as for-
c) Socialista d) Corporativista mas de escravidão, pois o escravo era, na
e) Representativa Antiguidade greco-romana, como no mun-
do moderno, considerado uma raça inferior.

60
HISTÓRIA GERAL
QUESTÃO 04 (ENEM) - Somos servos da lei Secam por seus maridos, orgulho e raça de Ate-
para podermos ser livres (Cícero). O que apraz nas.
ao príncipe tem força de lei (Ulpiano). As frases Os versos da composição remetem à condição
acima são de dois cidadãos da Roma Clássi- das mulheres na Grécia antiga, caracterizada,
ca que viveram praticamente no mesmo século, naquela época, em razão de:
quando ocorreu a transição da República (Cíce- a) sua função pedagógica, exercida junto às
ro) para o Império (Ulpiano). Tendo como base crianças atenienses.
b) sua importância na consolidação da demo-
as sentenças acima, considere as afi rmações:
cracia, pelo casamento.
I. A diferença nos signifi cados da lei é ape- c) seu rebaixamento de status social frente
nas aparente, uma vez que os romanos aos homens.
não levavam em consideração as normas d) seu afastamento das funções domésticas
jurídicas. em períodos de guerra.
II. Tanto na República como no Império, a lei e) sua igualdade política em relação aos ho-
era o resultado de discussões entre os re- mens.
presentantes escolhidos pelo povo roma-
no. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
III. A lei republicana defi nia que os direitos de QUESTÃO 01 - “Vendo Sólon [que] a cidade
um cidadão acabavam quando começa- se dividia pelas disputas entre facções e que
vam os direitos de outro cidadão. alguns cidadãos, por apatia, estavam prontos
IV. Existia, na época imperial, um poder aci- a aceitar qualquer resultado, fez aprovar uma
ma da legislação romana. lei específi ca contra eles, obrigando-os, se não
Estão corretas, apenas: quisessem perder seus direitos de cidadãos, a
a) I e II b) I e III escolher um dos partidos.”
c) II e III d) II e IV e) III e IV (Aristóteles, em A Constituição de Atenas)
A lei visava:
QUESTÃO 05 (ENEM) - Mulheres de Atenas
(Chico Buarque e Augusto Boal) a) diminuir a participação dos cidadãos na
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de vida política da cidade.
Atenas. b) obrigar os cidadãos a participar da vida po-
Vivem pro seus maridos, orgulho e raça de Ate- lítica da cidade.
nas. c) aumentar a segurança dos cidadãos que
Quando amadas, se perfumam. participavam da política.
Se banham com leite, se arrumam. d) deixar aos cidadãos a decisão de partici-
Suas melenas. par ou não da política.
Quando fustigadas não choram. e) impedir que confl itos entre os cidadãos
Se ajoelham, pedem, imploram. prejudicassem a cidade.
Mais duras penas.
Cadenas. QUESTÃO 02 - Analise o comentário abaixo
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de
sobre a situação da mulher romana. “Suas qua-
Atenas.
lidades domésticas, virtude, docilidade, genti-
Temem por seus maridos, heróis e amantes de
Atenas. leza, bom caráter, dedicação ao tricô, piedade
As jovens viúvas marcadas. sem superstição, discrição nas roupas e na ma-
E as gestantes abandonadas. quiagem, por que relembrá-las? Por que falar
Não fazem cenas. do seu carinho e devoção aos familiares, já que
Vestem-se de negro, se encolhem. você tratava tão bem meus pais quanto os seus
Se conformam e se recolhem. [...]”
Às suas novenas. Elogio fúnebre a Túria. apud FUNARI, Pedro
Serenas. Paulo Abreu. Roma: vida pública e vida privada.
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de 4 ed. São Paulo: Atual, 1993, p.47.
Atenas. Considerando a ideia básica do texto, é correto

61
HISTÓRIA GERAL
afi rmar que: acentua do processo infl acionário, escas-
a) a mulher usufruía de prerrogativas idên- sez de mão de obraescrava.
ticas às desfrutadas pelo homem na vida
em sociedade. QUESTÃO 05 - Segundo Marilena Chauí, “a
b) a mãe de família dirigia, com toda a inde- Filosofi a surge quando alguns gregos, admira-
pendência, a educação dos fi lhos e os ne- dos e espantados com a realidade, insatisfeitos
gócios do marido. com as explicações que a tradição lhes dera,
c) o respeito dedicado à mulher romana ga- começaram a fazer perguntas e buscar respos-
rantiu a sua emancipação da tutela mascu- tas para elas”.
lina, a partir do regime republicano. (Convite à Filosofia. 4ª ed., São Paulo: Atica, 7995, p. 23)
d) as condições de liberdade, reservadas à É legado da Filosofi a grega para o Ocidente eu-
mulher, tinham como limite a autoridade do ropeu:
pai de família. a) A aspiração ao conhecimento verdadeiro,
e) a independência feminina constituía uma à felicidade e à justiça, indicando que a hu-
vitória, acatada pela nobreza romana, manidade não age caoticamente.
após a implantação do Império. b) A preocupação com a continuidade entre a
vida e a morte, através da prática de em-
QUESTÃO 03 - Dentre os legados dos gregos balsamento e outros cuidados funerários.
da Antiguidade Clássica que se mantêm na vida c) A criação da dialética, fundamentada na
contemporânea, podemos citar: luta de classes, como forma de explicação
a) a concepção de democracia com a partici- sociológica da realidade humana.
pação do voto universal; d) O nascimento das ciências humanas, im-
b) a promoção do espírito de confraterniza- plicando conhecimentos autônomos e com-
ção por intermédio do esporte e de jogos; partimentados.
c) a idealização e a valorização do trabalho e) A produção de uma concepção de história
manual em todas as suas dimensões; linear, que tratava dos fi ns últimos do ho-
d) os valores artísticos como expressão do mem e da realização de um projeto divino.
mundo religioso e cristão;
e) os planejamentos urbanísticos segundo QUESTÃO 06 - Importantes transformações
padrões das cidades-acrópoles. políticas, econômicas e sociais ocorreram com
a expansão romana pelo Mediterrâneo, entre
QUESTÃO 04 - A expansão de Roma duran- elas:
te a República, com o consequente domínio a) fortalecimento econômico da elite patrícia,
da bacia do Mediterrâneo, provocou sensíveis concentração da população nas zonas ru-
transformações sociais e econômicas, dentre rais, crescimento do trabalho livre.
as quais: b) supremacia política dos generais, abolição
a) marca do processo de industrialização, do trabalho escravo, fi xação da plebe no
êxodo urbano, endividamento do Estado. campo.
b) fortalecimento da classe plebeia, expan- c) austeridade moral, monopólio dos cargos
são da pequena propriedade, propagação públicos pelos plebeus e erradicação da
do cristianismo. infl uência da cultura grega.
c) crescimento da economia agropastoril, d) emigração da população do campo para a
intensifi cação das exportações, aumento cidade, predomínio da atividade comercial,
do trabalho livre. grande aumento do número de escravos.
d) enriquecimento do Estado romano, apa- e) fortalecimento da família tradicional, con-
recimento de uma poderosa classe de co- centração da economia nas atividades
merciantes, aumento do número de escra- agropastoris, preservação do monoteísmo.
vos.
e) diminuição da produção nos latifúndios,

62
HISTÓRIA GERAL
QUESTÃO 07 - O sistema educativo espartano contatos com outras cidades-Estado.
visava: e) correta, se aplicada exclusivamente ao pe-
a) à formação de soldados fortes e disciplina- ríodo das Guerras Médicas contra Esparta
ridade para a defesa da Pátria; e sua liga aristocrática.
b) à formação de bons cidadãos, acentuando
a importância do amor à Pátria, às ciên- QUESTÃO 10 - A crise do Império Romano foi
cias, letras e artes; marcada por um processo que:
c) ao equilíbrio harmônico entre o físico e o a) alterou as relações sociais e políticas, de-
espírito de seus cidadãos; terminando novos vínculos, assentados,
d) à formação política democrática e de seus principalmente, na posse de terras;
cidadãos. b) foi responsável pela consolidação e ex-
pansão das instituições políticas e sociais
QUESTÃO 08 - Jesus Cristo pregava no idio- romanas por toda a Europa;
ma aramaico; o Novo Testamento foi escrito c) criou novas atividades econômicas e in-
em grego e a liturgia da Igreja no Ocidente foi, tensifi cou as relações comerciais entre o
desde o fi nal da Antiguidade, rezada em latim, o Império Romano do Ocidente e o Império
que comprova: Romano do Oriente;
a) o afastamento dos princípios da nova reli- d) favoreceu o crescimento das cidades, de-
gião com relação à fi losofi a clássica. vido ao êxodo rural provocado pelos cons-
b) a intenção dos prelados de restringir o Cris- tantes ataques dos invasores bárbaros;
tianismo às fronteiras do Império romano. e) transformou as terras de cultivo em pasta-
c) o quadro de diversidade cultural existente gens cercadas, tornando-as propriedades
no período do surgimento do novo credo. privadas, o que ocasionou a marginaliza-
d) o projeto eclesiástico de expandir a religião ção dos agricultores.
em meio aos bárbaros germânicos.
e) a permanência do vínculo do Cristianismo
romano com os homens pobres.

QUESTÃO 09 - “Democracia e imperialismo fo-


ram duas faces da mesma moeda na Atenas do
século V a.C.”. Tal afi rmativa é:
a) correta, já que a prosperidade proporcio-
nada pelos recursos provenientes das re-
giões submetidas liberava, aos cidadãos
atenienses, o tempo necessário a uma
maior participação na vida política.
b) falsa, pois aquelas práticas políticas eram
consideradas contraditórias, tanto que GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
fora em nome da democracia que Atenas 01 02 03 04 05
enfrentara o poderoso Império Persa nas A B B E C
Guerras Peloponésicas.
c) correta, pois foi o desejo de manter a Gré-
cia unifi cada e de estender a democracia a
GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTAR
todas suas cidades que levou os atenien-
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
ses a se oporém ao imperialismo esparta-
C D B D A D A C A A
no.
d) falsa, já que o orgulho por seu sistema po-
lítico sempre fez com que Atenas fi casse
fechada sobre si mesma, desprezando os

63
GEOGRAFIA
A GLOBALIZAÇÃO E O MUNDO PÓS-1990 economia, na política, na cultura e também na
Competência de área 2 - Compreender as área logística. Com isso a globalização signifi ca
transformações dos espaços geográfi cos como a remoção das fronteiras e, portanto, represen-
produto das relações socioeconômicas e cultu- ta uma ameaça para aquele Estado-Nação que
rais de poder. vigia quase sempre suas fronteiras. Acima de
H6 - Interpretar diferentes representações gráfi - qualquer coisa a globalização expressa formas
cas e cartográfi cas dos espaços de vida, valores, opiniões, pensamentos, ideias,
geográfi cos. teorias, ideologias sobre o que chamaríamos,
H7 - Identifi car os signifi cados histórico-geográ- simplesmente de política Global da Globaliza-
fi cos das relações de poder entre as nações ção. Mediante os dados e fatos de um fenôme-
H8 - Analisar a ação dos estados nacionais no no de amplitude inigualável, como faces de um
que se refere à dinâmica dos fl uxos prisma que refl ete várias realidades complexas.
populacionais e no enfrentamento de problemas Também alimenta dilemas inacreditáveis.O atu-
de ordem econômico-social. al processo da globalização é o núcleo central
H9 - Comparar o signifi cado histórico-geográfi - de nosso tempo, a força de aglutinar, difunde e
co das organizações políticas e integra todas as demais características.
socioeconômicas em escala local, regional ou A globalização também estimula a autonomia
mundial. dos antes estatais locais, as cidades, municí-
H10 - Reconhecer a dinâmica da organização pios, estados ou províncias – em relação ao
dos movimentos sociais e a importância da governo central. Com novas possibilidades co-
participação da coletividade na transformação municacionais, os governos locais estão atuan-
da realidade histórico-geográfi ca. do cada vez mais no cenário internacional, por
conta própria, e isso vem dar menos poder cen-
INTRODUÇÃO - Globalização é como um pris- tral para um país e mais poder para o estado.
ma que refl ete várias realidades complexas. In-
tensifi ca múltiplas conexões entre governos e A GLOBALIZAÇÃO E A SOBERANIA NACIO-
sociedades, entre público e privado, entre mer- NAL - A globalização também vem trazendo
cado e cultura, conformando o sistema mundial. consigo inúmeras organizações intergoverna-
Aumenta o grau de interdependência da produ- mentais de cooperação e de integração, tanto
ção, das fi nanças e dos serviços, na veloz pro- no âmbito mundial, como por exemplo a (OEA)
pagação das redes de comunicação, dos ricos e União Europeia e a liga Árabe, e sub-regional,
das ameaças ambientais, constituindo a dimen- como o Mercosul e o Nafta. Em todas elas, mas
são planetária da vida. Parece ser a inaugura- em diferentes graus, os Estados membros ce-
ção do mundo maravilhoso, mas não seria tam- dem parte de sua soberania nacional a fi m de
bém a receita para o desastre? É bom lembrar estabelecer e aplicar políticas comuns. E com
que, se no império da globalização tudo parece isso há menos poder nacional e mais poder su-
representar a união de todos num só mundo, pranacional. As fronteiras nacionais começam a
isso não signifi ca que vivemos todos harmonica- sofrer um processo devido à interdependência
mente integrados, com respeito e entendimento sentida e experimentada cada vez mais pelos
humano, como se a felicidade tivesse batido a Estados. E com isso está havendo um período
nossa porta. Com as ideias de um só mundo, de transição complexo, cuja marca é esta: glo-
a globalização vem com tremendo impacto em balização x soberania nacional. E como a glo-
nosso dia a dia, a palavra globalização produz, balização entra sem pedir passagem ou seja,
como mágica, uma sensação estranha de que, ignora as fronteiras nacionais desreispeitando
estamos vivendo todo conectado. Estados, so- os limites do Estado, quem perde com isso com
ciedades, pessoas, culturas, mercados, meios certeza é o Estado, pois ele perde o papel de
de transportes, de comunicação e de informa- ser o único, exclusivo, impenetrável, guardião
ção. E assim a globalização vem tornando seus de um conjunto de patrimônios. O Estado está
rumos e trazendo mudanças na tecnologia, na num beco sem saída, se está aberto à globa-

64
GEOGRAFIA
lização, perde poder; se quer se fechar, se for que somente os indianos recebem 10 bilhões
possível esta hipótese, perde também porque de dólares de seus compatriotas no exterior. No
se desconecta ou pode ser desconectado do México, segundo maior volume de divisas, esse
sistema-mundo. E quem ganha? Na verdade a valor chega a 9,9 bilhões de dólares e nas Filipi-
globalização benefi cia atores privados, as em- nas, o terceiro, a 8,4 bilhões.
presas transnacionais, as ONG e a sociedade HAESBAERT. R.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A nova des-ordem mun-

civil de um modo geral. São estes os principais dial. São Paulo: Edunesp, 2006.

atores da globalização que vão ganhando espa- Um aspecto do mundo globalizado que facilitou
ços que antes o Estado monopolizava ou queria a ocorrência do processo descrito, na transição
monopolizar. Perdas e ganhos, na era da globa- do século XX para o século XXI, foi o(a):
lização, podem ser avaliados como um jogo de a) integração de culturas distintas
soma de zero. O tanto de perdas de soberania b) avanço técnico das comunicações
nacional equivale ao tanto de ganhos obtidos c) quebra de barreiras alfandegárias
pelos atores privados e pela nova dimensão d) fl exibilização de regras trabalhistas
de valores compartilhados. E assim a nação de e) desconcentração espacial da produção
jogo de soma de zero, implica que sempre ha-
verá um ganhador e um perdedor. Não admite QUESTÃO 02 (ENEM 2016) - A mundialização
que ambos saiam ganhando. introduz o aumento da produtividade do traba-
lho sem acumulação de capital, justamente pelo
O MUNDO MULTIPOLAR- PÓS 1990 - O enfra- caráter divisível da forma técnica molecular-di-
quecimento e desorganização política da União gital do que resulta a permanência da má distri-
Soviética refl etiu-se nos países-satélites socia- buição da renda: exemplifi cando mais uma vez,
listas e em 1991, com a criação da CEI a Or- os vendedores de refrigerantes às portas dos
dem Bipolar chegou ao fi m.A Guerra Fria que se estádios viram sua produtividade aumentada
estendeu de 1947, a partir da Doutrina Truman graças ao "just in time" dos fabricantes e distri-
até 1991, com o fi m da União Soviética, tem buidores de bebidas, mas para realizar o valor
seu desfecho fi nal com a abertura de novos ho- de tais mercadorias, a forma do trabalho dos
rizontes geopolíticos e econômicos que darão vendedores é a mais primitiva. Combinam-se,
início a uma Nova Ordem Mundial - a Ordem pois, acumulação molecular-digital com o puro
Multipolar. Ao contrário do que ocorreu durante uso da força de trabalho.
a Ordem Bipolar, o novo mundo multipolar se OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista e o ornitorrinco. Campinas:
mostra nas mãos daqueles que detêm o poderio Boitempo, 2003.
econômico e não mais necessariamente o po- Os aspectos destacados no texto afetam direta-
der bélico. São considerados atualmente como mente questões como emprego e renda, sendo
os novos “polos de poder”: os EUA, o Japão e possível explicar essas transformações pelo(a):
a União Europeia e sem sombras de dúvidas, a) crise bancária e o fortalecimento do capital
a China. Nações como a Rússia voltam a ser industrial.
cada vez mais infl uentes o que demonstra que a b) inovação toyotista e a regularização do tra-
Nova Ordem Mundial ainda está se “moldando”. balho formal.
c) impacto da tecnologia e as modifi cações
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM na estrutura produtiva.
QUESTÃO 01 (ENEM 2016) - Dados recentes d) emergência da globalização e a expansão
mostram que muitos são os países periféricos do setor secundário.
que dependem dos recursos enviados pelos e) diminuição do tempo de trabalho e a ne-
imigrantes que estão nos países centrais. Gran- cessidade de diploma superior.
de parte dos países da América Latina, por
exemplo, depende hoje das remessas de seus QUESTÃO 03 (ENEM 2015) - Tanto potencial
imigrantes. Para se ter uma ideia mais concreta, poderia ter fi cado pelo caminho, se não fosse o
recentes dados divulgados pela ONU revelaram reforço em tecnologia que um gaúcho buscou.

65
GEOGRAFIA
Há pouco mais de oito anos, ele usava o bico QUESTÃO 05 (ENEM 2015) - Um carro esporti-
da botina para cavoucar a terra e descobrir o vo é fi nanciado pelo Japão, projetado na Itália e
nível de umidade do solo, na tentativa de saber montado em Indiana, México e França, usando
o momento ideal para acionar os pivôs de irri- os mais avançados componentes eletrônicos,
gação. Até que conheceu uma estação meteo- que foram inventados em Nova Jérsei e fabri-
rológica que, instalada na propriedade, ajuda a cados na Coreia. A campanha publicitária é de-
determinar a quantidade de água de que a plan- senvolvida na Inglaterra, fi lmada no Canadá, a
ta necessita. Assim, quando inicia um plantio, o edição e as cópias, feitas em Nova Iorque para
agricultor já entra no site do sistema e cadastra serem veiculadas no mundo todo. Teias globais
a área, o pivô, a cultura, o sistema de plantio, o disfarçam-se com o uniforme nacional que lhes
espaçamento entre linhas e o número de plan- for mais conveniente.
tas, para então receber recomendações direta- REICH, R. O trabalho das nações: preparando-nos para ocapita-
mente dos técnicos da universidade. lismo no século XXI. São Paulo: Educador, 1994 (adaptado).
CAETANO. M. O valor de cada gota. Globo Rural.n. 312. out. A viabilidade do processo de produção ilustrado
2011. pelo texto pressupõe o uso de:
A implementação das tecnologias mencionadas a) linhas de montagem e formação de esto-
no texto garante o avanço do processo de: ques.
a) monitoramento da produção. b) empresas burocráticas e mão de obra ba-
b) valorização do preço da terra. rata.
c) correção dos fatores climáticos. c) controle estatal e infraestrutura consolida-
d) divisão de tarefas na propriedade. da.
e) estabilização da fertilidade do solo. d) organização em rede e tecnologia da infor-
mação.
QUESTÃO 04 (ENEM 2015) - No fi nal do século e) gestão centralizada e protecionismo eco-
XX e em razão dos avanços da ciência, produ- nômico.
ziu-se um sistema presidido pelas técnicas da
informação, que passaram a exercer um papel QUESTÃO 06 (ENEM 2015) - A Unesco conde-
de elo entre as demais, unindo-as e asseguran- nou a destruição da antiga capital assíria deNi-
do ao novo sistema uma presença planetária. mrod, no Iraque, pelo Estado Islâmico, com a
Um mercado que utiliza esse sistema de técni- agência da ONU considerando o ato como um
cas avançadas resulta nessa globalização per- crime de guerra. O grupo iníciou um processo
versa. de demolição em vários sítios arqueológicos em
SANTOS, M. Por uma outra globalização.Rio de Janeiro: Record, uma área reconhecida como um dos berços da
2008 (adaptado). civilização. Unesco e especialistas condenam
Uma consequência para o setor produtivo e destruição de cidade assíria pelo Estado Islâ-
outra para o mundo do trabalho advindas das mico
transformações citadas no texto estão presen- Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 30 mar.
tes, respectivamente, em: 2015(adaptado).
a) Eliminação das vantagens locacionais e O tipo de atentado descrito no texto tem como
ampliação da legislação laboral. consequência para as populações de países
b) Limitação dos fl uxos logísticos e fortaleci- como o Iraque a desestruturação do(a):
mento de associações sindicais. a) homogeneidade cultural
c) Diminuição dos investimentos industriais e b) patrimônio histórico
desvalorização dos postos qualifi cados. c) controle ocidental
d) Concentração das áreas manufatureiras e d) unidade étnica
redução da jornada semanal. e) religião ofi cial
e) Automatização dos processos fabris e au-
mento dos níveis de desemprego. QUESTÃO 07 (ENEM 2015) - Atualmente, as
represálias econômicas contra as empresas

66
GEOGRAFIA
de informática norte-americanas continuam. A características político-econômicas comuns, no
Alemanha proibiu um aplicativo dos Estados sentido de:
Unidos de compartilhamento de carros; na Chi- a) adotarem o liberalismo político na dinâmi-
na, o governo explicou que os equipamentos e ca dos seus setores públicos.
serviços de informática norte-americanos repre- b) constituírem modelos de ações decisórias
sentam uma ameaça, pedindo que as empresas vinculadas à social-democracia.
estatais não recorram a eles. c) instituírem fóruns de discussão sobre in-
SCHILLER, D. Disponível em: www.diplomatique.org.br. Acesso- tercâmbio multilateral de economias emer-
em: 11 nov. 2014 (adaptado). gentes.
As ações tomadas pelos países contra a espio- d) promoverem a integração representativa
nagem revelam preocupação com o(a): dos diversos povos integrantes de seus
a) subsídio industrial territórios.
b) hegemonia cultural e) apresentarem uma frente de desalinha-
c) protecionismo dos mercados mento político aos polos dominantes do
d) desemprego tecnológico sistema-mundo.
e) segurança dos dados
QUESTÃO 10 (ENEM 2014) TEXTO I
QUESTÃO 08 (Enem 2014) - Em 1961, o pre-
sidente De Gaulle apelou com êxito aos recru-
tas franceses contra o golpe militar dos seus
comandados, porque os soldados podiam ouvi-
-lo em rádios portáteis. Na década de 1970, os
discursos do aiatolá Khomeini, líder exilado da
futura Revolução Iraniana, eram gravados em
fi ta magnética e prontamente levados para o
Irã, copiados e difundidos.
HOBSBAWM, E. Era dos extremos: o breve século XX (1914- TEXTO II
1991). São Paulo: Cia. das Letras, 1995. A Índia deu um passo alto no setor de teleaten-
Os exemplos mencionados no texto evidenciam dimento para países mais desenvolvidos, como
um uso dos meios de comunicação identifi cado na: os Estados Unidos e as nações europeias. Atu-
a) manipulação da vontade popular almente mais de 245 mil indianos realizam liga-
b) promoção da mobilização política ções para todas as partes do mundo a fi m de
c) insubordinação das tropas militares oferecer cartões de créditos ou telefones celu-
d) implantação de governos autoritários lares ou cobrar contas em atraso.
e) valorização dos socialmente desfavoreci- Disponível em: www.conectacallcenter.com.br. Acesso em: 12
dos nov. 2013 (adaptado).
Ao relacionar os textos, a explicação para o pro-
QUESTÃO 09 (ENEM 2014) cesso de territorialização descrito está no(a):
a) aceitação das diferenças culturais
b) adequação da posição geográfi ca
c) incremento do ensino superior
d) qualidade da rede logística
e) custo da mão de obra local

QUESTÃO 11 (ENEM 2014) - O cidadão norte-


-americano desperta num leito construído se-
gundo padrão originário do Oriente Próximo,
Na imagem, é ressaltado, em tom mais escuro, mas modifi cado na Europa Setentrional antes
um grupo de países que na atualidade possuem de ser transmitido à América. Sai debaixo de

67
GEOGRAFIA
cobertas feitas de algodão cuja planta se tornou c) Intensifi cação do controle informacional e
doméstica na Índia. No restaurante, toda uma adoção de barreiras fi tossanitárias.
série de elementos tomada de empréstimo o d) Aumento da circulação mercantil e desre-
espera. O prato é feito de uma espécie de cerâ- gulamentação do sistema fi nanceiro.
mica inventada na China. A faca é de aço, liga e) Expansão do protecionismo comercial e
feita pela primeira vez na Índia do Sul; o garfo descaracterização de identidades nacio-
é inventado na Itália medieval; a colher vem de nais.
um original romano. Lê notícias do dia impres-
sas em caracteres inventados pelos antigos se- QUESTÃO 13 (Enem 2012) - Uma mesma em-
mitas, em material inventado na China e por um presa pode ter sua sede administrativa onde os
processo inventado na Alemanha. impostos são menores, as unidades de produ-
LINTON, R. O homem: uma introdução à antropologia. São Pau- ção onde os salários são os mais baixos, os ca-
lo; Martins, 1959 (adaptado). pitais onde os juros são os mais altos e seus
A situação descrita é um exemplo de como os executivos vivendo onde a qualidade de vida é
costumes resultam da: mais elevada.
a) assimilação de valores de povos exóticos. SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI:no loop da montanha
b) experimentação de hábitos sociais varia- russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001 (adaptado).
dos. No texto estão apresentadas estratégias em-
c) recuperação de heranças da Antiguidade presariais no contexto da globalização. Uma
Clássica. consequência social derivada dessas estraté-
d) fusão de elementos de tradições culturais gias tem sido:
diferentes. a) o crescimento da carga tributária.
e) valorização de comportamento de grupos b) o aumento da mobilidade ocupacional.
privilegiados. c) a redução da competitividade entre as em-
presas.
QUESTÃO 12 (ENEM 2013) - Disneylândia d) o direcionamento das vendas para os mer-
Multinacionais japonesas instalam empresas cados regionais.
em Hong-Kong e) a ampliação do poder de planejamento dos
E produzem com matéria-prima brasileira Estados nacionais.
Para competir no mercado americano
[...] QUESTÃO 14 (Enem 2011) - As migrações
Pilhas americanas alimentam eletrodomésticos transnacionais, intensifi cadas e generalizadas
ingleses na Nova Guiné nas últimas décadas do século XX, expressam
Gasolina árabe alimenta automóveis america- aspectos particularmente importantes da pro-
nos na África do Sul blemática racial, visto como dilema também
[...] mundial. Deslocam-se indivíduos, famílias e co-
Crianças iraquianas fugidas da guerra letividades para lugares próximos e distantes,
Não obtêm visto no consulado americano do envolvendo mudanças mais ou menos drásticas
Egito nas condições de vida e trabalho, em padrões
Para entrarem na Disneylândia e valores socioculturais. Deslocam-se para so-
ANTUNES, A. Disponível em: www.radio.uol.com.br. Acesso em: ciedades semelhantes ou radicalmente distin-
3 fev. 2013 (fragmento).
tas, algumas vezes compreendendo culturas ou
Na canção, ressalta-se a coexistência, no con- mesmo civilizações totalmente diversas.
texto internacional atual, das seguintes situa- IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasi-
ções: leira, 1996.
a) Acirramento do controle alfandegário e es- A mobilidade populacional da segunda meta-
tímulo ao capital especulativo. de do século XX teve um papel importante
b) Ampliação das trocas econômicas e seleti- na formação social e econômica de diver-
vidade dos fl uxos populacionais. sos estados nacionais. Uma razão para os

68
GEOGRAFIA
movimentos migratórios nas últimas déca- regionalizar um espaço tão heterogêneo e, em
das e uma política migratória atual dos pa- parte, fl uido, como é o espaço mundial contem-
íses desenvolvidos são: porâneo?
a) a busca de oportunidades de trabalho e o HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C.W. A nova des-ordem
aumento de barreiras contra a imigração. mundial. São Paulo: UNESP, 2006.
b) a necessidade de qualifi cação profi ssional O mapa procura representar a lógica espacial
e a abertura das fronteiras para os imi- do mundo contemporâneo pós-União Soviética,
grantes. no contexto de avanço da globalização e do ne-
c) o desenvolvimento de projetos de pesqui- oliberalismo, quando a divisão entre países so-
sa e o acautelamento dos bens dos imi- cialistas e capitalistas se desfez e as categorias
grantes. de “primeiro” e “terceiro” mundo perderam sua
d) a expansão da fronteira agrícola e a expul- validade explicativa. Considerando esse objeti-
são dos imigrantes qualifi cados. vo interpretativo, tal distribuição espacial aponta
e) a fuga decorrente de confl itos políticos e o para:
fortalecimento de políticas sociais. a) a estagnação dos Estados com forte iden-
tidade cultural.
QUESTÃO 15 (ENEM 2011) b) o alcance da racionalidade anticapitalista.
c) a infl uência das grandes potências econô-
micas.
d) a dissolução de blocos políticos regionais.
e) o alargamento da força econômica dos pa-
íses islâmicos.

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B C A E D B E B C E
11 12 13 14 15
D B B A C

O espaço mundial sob a “nova des-ordem” é um


emaranhado de zonas, redes e “aglomerados”,
espaços hegemônicos e contra-hegemônicos
que se cruzam de forma complexa na face da
Terra. Fica clara, de saída, a polêmica que en-
volve uma nova regionalização mundial. Como

69
CIÊNCIAS DA NATUREZA

70
BIOLOGIA
VIROSES, SOROS E VACINAS constituídos por células, embora dependam de-
Competência de área 4 - Compreender intera- las para a sua multiplicação. Alguns vírus pos-
ções entre organismos e ambiente, em particu- suem enzimas. Por exemplo, o HIV tem a en-
lar aquelas relacionadas à saúde humana, re- zima Transcriptase reversa que faz com que o
lacionando conhecimentos científi cos, aspectos processo de Transcrição reversa seja realizado
culturais e características individuais. (formação de DNA a partir do RNA viral). Esse
H13 - Reconhecer mecanismos de transmissão processo de se formar DNA a partir de RNA vi-
da vida, prevendo ou explicando a manifesta- ral é denominado retrotranscrição, o que deu o
ção de características dos seres vivos. nome retrovírus aos vírus que realizam esse
H14 - Identifi car padrões em fenômenos e pro- processo. Os outros vírus que possuem DNA
cessos vitais dos organismos, como manuten- fazem o processo de transcrição (passagem da
ção do equilíbrio interno, defesa, relações com linguagem de DNA para RNA) e só depois a tra-
o ambiente, sexualidade, entre outros. dução. Estes últimos vírus são designados de
Antes de começar, devemos destacar adenovírus.
que qualquer enfermidade causada por um VÍ-
RUS pode ser denominada virose. De acordo 1.3. Como agem as viroses no organismo
com especialistas, chamamos de virose as do- Muitos pacientes reagem com descrédito, mas
enças em que ainda não há certeza sobre qual o diagnóstico não poderia ser mais acertado.
foi o seu vírus causador. “Virose é qualquer infecção causada por vírus”.
Ondas de febre, dor de cabeça e mal-estar pe-
1. Vírus - Os vírus são seres muito simples e riodicamente tomam escolas, famílias e ambien-
pequenos (medem menos de 0,2 µm), formados tes de trabalho. No momento, a maioria dos bra-
basicamente por uma cápsula proteica envol- sileiros conhece alguém com estes sintomas.
vendo o material genético, que, dependendo do Alguns pensam que é gripe; outros dizem que é
tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os dois resfriado, e a surpresa vem quando o médico de-
juntos (citomegalovírus). A palavra vírus vem fi ne como virose. As viroses mais comuns são
do Latim vírus que signifi ca fl uído venenoso ou causadas por adenovírus, que provocam con-
toxina. Atualmente é utilizada para descrever juntivite, resfriados e problemas respiratórios
os vírus biológicos, além de designar, metafo- em geral, e por enterovírus, responsáveis por
ricamente, qualquer coisa que se reproduza de problemas intestinais. As viroses respiratórias
forma parasitária, como ideias. O termo vírus costumam ser confundidas com gripe, resfriado
de computador nasceu por analogia. A palavra e pneumonia, mas existem algumas diferenças
vírion ou víron é usada para se referir a uma fundamentais. As viroses costumam acabar no
única partícula viral que estiver fora da célula período de uma semana, mas os especialistas
hospedeira. chamam a atenção para uma possível confusão
com as infecções de origem bacteriana, que
1.2. A Estrutura Viral - Tipicamente, estas par- têm sintomas similares mas demandam trata-
tículas carregam uma pequena quantidade de mento com antibióticos. “Convulsões, secreção
ácido nucleico (seja DNA ou RNA, ou os dois) amarelada, dor torácica, difi culdade para respi-
sempre envolto por uma cápsula proteica de- rar ou o retorno da febre depois de ter regredido
nominada capsídeo. As proteínas que compõe podem ser indicativos de infecção bacteriana”,
o capsídeo são específi cas para cada tipo de enumera. Ele alerta para os riscos do uso indis-
vírus. O capsídeo mais o ácido nucleico que criminado de antibióticos.
ele envolve são denominados nucleocapsídeo.
Alguns vírus são formados apenas pelo núcleo 1.4. Situação Brasileira: Surto de Viroses
capsídeo, outros no entanto, possuem um en- assusta o Brasil - Milhares de pessoas procu-
voltório ou envelope externo ao nucleocapsí- raram atendimento nas unidades de saúde nas
deo. Esses vírus são denominados vírus en- Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste do
capsulados ou envelopados. Os vírus não são Brasil nos últimos meses, quase todas apresen-

71
BIOLOGIA
tando os mesmos sintomas. O diagnóstico mais resposta imune em que há produção de células
comum é virose. É no verão que os germes que de memória. Esse processo é importante, pois
transmitem as viroses se proliferam com mais quando nosso corpo entrar em contato nova-
facilidade. Isso sem falar que com o excesso de mente com esse antígeno, a resposta será mais
calor, associado às chuvas, as pessoas fi cam rápida e intensa do que da primeira vez. Uma
mais expostas, ou seja, mais suscetíveis a con- vez no organismo, os antígenos presentes nas
trair uma doença. As piscinas, por exemplo, são vacinas estimulam a produção de anticorpos
um “prato cheio” para a transmissão de algu- pelo sistema imunológico, produzindo células
mas viroses. Como não é uma doença de no- de memória. Dessa forma, caso o organismo
tifi cação obrigatória não existem dados gerais seja invadido pelo microrganismo pelo qual foi
sobre a incidência de virose, mas na prática, os imunizado, ele reagirá de forma rápida e inten-
médicos sabem que nessa época do ano os ca- sa contra os invasores, destruindo-os e não
sos aumentam entre 10% e 15%. Segundo os deixando que a doença se desenvolva, ou em
especialistas, as viroses são um grupo de do- certos casos, se desenvolva de forma branda.
enças que a gente denomina quando ainda não Algumas vacinas são aplicadas em várias do-
tem o diagnóstico estabelecido. Fazem parte a ses em nosso organismo. Isso acontece porque
dengue, a febre amarela, o resfriado comum, o tempo que os anticorpos permanecem em
a gripe, o rotavírus. É uma gama de doenças nosso organismo é variável, e dependendo do
muito alta, mas poucos casos são de dengue e tipo de vacina faz-se necessária a aplicação de
febre amarela. E segundo eles, a melhor forma outra dose que chamamos de reforço. Após o
de fugir das viroses é a prevenção. “Lavar sem- reforço, o sistema imunológico será estimulado
pre as mãos, após espirrar ou assoar o nariz, a produzir os anticorpos que protegerão o or-
e evitar compartilhar os utensílios como copo e ganismo contra determinada doença. Dizemos
talheres. Porque passa pela saliva, pelas gotí- que a vacina é um caso de imunização ativa,
culas respiratórias”, explicou. E, claro, sempre pois é o nosso próprio organismo que produz os
que possível, a utilização de vacinas e soros. anticorpos para sua defesa.

2. VACINAS E SOROS - E é importante enten- 2.2. Soro - Os soros, por sua vez, são compos-
der para não ocorremos em erros graves, que tos por anticorpos retirados do corpo de outros
por vezes invadem a grande mídia. Então, va- animais previamente tratados. Para a fabrica-
mos facilitar as coisas: Primeiramente devemos ção dessa substância, o antígeno é colocado
lembrar que tanto o soro quanto a vacina ga- em mamíferos de grande porte, normalmente
rantem a imunização do nosso organismo cavalos, e espera-se que o animal produza o
contra substâncias invasoras. Essa imuniza- anticorpo necessário. Amostras do sangue são
ção pode ocorrer de maneira ativa, como é o então colhidas e purifi cadas para a fabricação
caso das vacinas, ou de forma passiva, como do soro. Há casos como acidentes com animais
quando utilizamos os soros. Na imunização venenosos ou acidentes com objetos suspeitos
ativa, nosso corpo vai ser estimulado a se de- de estarem contaminados com a bactéria cau-
fender contra uma invasão, ou seja, ele será sadora do tétano, em que o organismo necessi-
estimulado a produzir anticorpos. Já na imuni- ta de uma defesa rápida. Nesses, faz-se neces-
zação passiva, nosso organismo receberá os sária a utilização de anticorpos já “prontos”, que
anticorpos já fabricados, não precisando, por- são encontrados nos soros imunes produzidos
tanto, produzi-los. a partir do próprio veneno ou toxina bacteria-
na. Esses soros possuem anticorpos que con-
2.1. Vacina - As vacinas são compostas pelos seguem neutralizar imediatamente os agentes
organismos causadores de uma doença, mortos nocivos, impedindo a progressão da infecção
ou então atenuados, ou seja, tratados de modo ou da intoxicação. Portanto, o soro é conside-
que não causem a doença. Ao entrar em con- rado uma imunização passiva, pois o organis-
tato com nosso corpo, eles desencadeiam uma mo não consegue produzir células de memória

72
BIOLOGIA
como acontece com as vacinas. Após a aplica- b) Substituição de casas de barro por casas
ção do soro, esses anticorpos desaparecem da de alvenaria, haja vista que o mosquito se
circulação em poucos dias, pois o organismo os reproduz na parede das casas de barro.
considera como sendo corpos estranhos, e por c) Remoção dos recipientes que possam acu-
isso começam a produzir outros anticorpos es- mular água, porque as larvas do mosquito
pecífi cos para combatê-los. Diante disso, é im- se desenvolvem nesse meio.
portante que o organismo não receba o mesmo d) Higienização adequada de alimentos, visto
soro mais de uma vez, pois uma segunda inje- que as larvas do mosquito se desenvolvem
ção desencadearia uma reação imunitária con- nesse tipo de substrato.
tra o soro, o que poderia causar danos à saúde. e) Colocação de fi ltros de água nas casas,
visto que a reprodução do mosquito acon-
tece em águas contaminadas.

QUESTÃO 02 (ENEM 2010) - Investigadores


das Universidades de Oxford e da Califórnia de-
senvolveram uma variedade de Aedes aegypti
geneticamente modifi cada que é candidata para
Dessa forma, ninguém toma vacina para curar uso na busca de redução na transmissão do ví-
uma doença. Você pode achar que estou inven- rus da dengue. Nessa nova variedade de mos-
tando, mas já li em Jornais que os cientistas es- quito, as fêmeas não conseguem voar devido à
tão criando uma “vacina para curar a AIDS!” Va- interrupção do desenvolvimento do músculo das
cina é prevenção. Já o Soro é um tipo de cura, asas. A modifi cação genética introduzida é um
uma vez que o organismo já está exposto ao gene dominante condicional, isso é, o gene tem
antígeno e precisa de um combate rápido. As- expressão dominante (basta apenas uma cópia
sim, enquanto as vacinas contêm antígenos e do alelo) e este só atua nas fêmeas. FU, G. et
induzem o organismo a produzir anticorpos, os al. Female-specifi cfl ightlessphenotype for mos-
soros já contêm anticorpos prontos. As vacinas, quito control. PNAS 107 (10): 4550-4554, 2010.
graças às “células de memória”, que podem Prevê-se, porém, que a utilização dessa varie-
garantir uma imunidade duradoura; os soros dade de Aedes aegypti demore ainda anos para
curam a doença, proporcionando uma prote- ser implementada, pois há demanda de muitos
ção rápida, mas temporária. Um tema bastan- estudos com relação ao impacto ambiental. A
te recorrente nas provas do Enem é o conceito liberação de machos de Aedes aegypti dessa
de vírus, vacina e soro. Esses dois agentes variedade geneticamente modifi cada reduziria o
imunizadores sempre têm local garantido em número de casos de dengue em uma determi-
provas de Vestibular como o ENEM. Agora que nada região porque:
relembramos um pouco sobre o tema, vamos a) diminuiria o sucesso reprodutivo desses
ver como ele é abordado nas provas do Enem. machos transgênicos.
b) restringiria a área geográfi ca de voo dessa
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM espécie de mosquito.
QUESTÃO 01 (ENEM 2011) - Durante as es- c) difi cultaria a contaminação e reprodução
tações chuvosas, aumentam no Brasil as cam- do vetor natural da doença.
panhas de prevenção à dengue, que têm como d) tornaria o mosquito menos resistente ao
objetivo a redução da proliferação do mosquito agente etiológico da doença.
Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue. e) difi cultaria a obtenção de alimentos pelos
Que proposta preventiva poderia ser efetivada machos geneticamente modifi cados.
para diminuir a reprodução desse mosquito?
a) Colocação de telas nas portas e janelas, QUESTÃO 03 (ENEM 2011) - A Síndrome da
pois o mosquito necessita de ambientes Imunodefi ciência Adquirida (AIDS) é a mani-
cobertos e fechados para sua reprodução. festação clínica da infecção pelo vírus HIV, que

73
BIOLOGIA
leva, em média, oito anos para se manifestar. cobra e vacina contra a leptospirose.
No Brasil, desde a identifi cação do primeiro b) vacina contra o vírus da febre amarela,
caso de AIDS em 1980 até junho de 2007, já soro antiofídico caso seja picado por uma
foram identifi cados cerca de 174 mil casos da cobra e antibiótico caso entre em contato
doença. O país acumulou, aproximadamente, com a Leptospira sp.
192 mil óbitos devido à AIDS até junho Página c) soro contra o vírus da febre amarela, an-
5 de 14Curso Wellington – Biologia Viroses – tibiótico caso seja picado por uma cobra e
Prof Hilton Franco de 2006, sendo as taxas de soro contra toxinas bacterianas.
mortalidade crescentes até meados da década d) antibiótico ou soro, tanto contra o vírus da
de 1990 e estabilizando-se em cerca de 11 mil febre amarela como para o veneno de co-
óbitos anuais desde 1998. [...] A partir do ano bras, e vacina contra a leptospirose.
2000, essa taxa se estabilizou em cerca de 6,4 e) soro antiofídico e antibiótico contra a Lep-
óbitos por 100 mil habitantes, sendo esta esta- tospirasp e vacina contra a febre amarela
bilização mais evidente em São Paulo e no Dis- caso entre em contato com o vírus causa-
trito Federal. dor da doença.
Disponível em: http://www.aids.gov.br. Acesso em: 01 maio 2009
(adaptado).
QUESTÃO 05 (ENEM 2007) - O Aedes aegypti
A redução nas taxas de mortalidade devido à é vetor transmissor da dengue. Uma pesquisa
AIDS a partir da década de 1990 é decorrente: feita em São Luís - MA, de 2000 a 2002, ma-
a) do desenvolvimento de drogas que per- peou os tipos de reservatório onde esse mos-
mitem diferentes formas de ação contra o quito era encontrado. A tabela abaixo mostra
vírus HIV. parte dos dados coletados nessa pesquisa.
b) do aumento do uso de preservativos nas
relações sexuais, que torna o vírus HIV
menos letal.
c) da melhoria das condições alimentares
dos soropositivos, a qual fortalece o siste-
ma imunológico deles.
d) das melhorias sanitárias implementadas
nos últimos 30 anos, principalmente nas
grandes capitais.
De acordo com essa pesquisa, o alvo inicial
e) das campanhas que estimulam a vacina-
para a redução mais rápida dos focos do mos-
ção contra o vírus e a busca pelos serviços
quito vetor da dengue nesse município deveria
de saúde.
ser constituído por:
a) pneus e caixas d’água.
QUESTÃO 04 (ENEM 2011) - A vacina, o soro
b) tambores, tanques e depósitos de barro.
e os antibióticos submetem os organismos a
c) vasos de plantas, poços e cisternas.
processos biológicos diferentes. Pessoas que
d) materiais de construção e peças de carro.
viajam para regiões em que ocorrem altas inci-
e) garrafas, latas e plásticos.
dências de febre amarela, de picadas de cobras
peçonhentas e de leptospirose e querem evitar
QUESTÃO 06 (ENEM 2002) - Uma nova preocu-
ou tratar problemas de saúde relacionados a
pação atinge os profi ssionais que trabalham na
essas ocorrências devem seguir determinadas
prevenção da AIDS no Brasil. Tem-se observa-
orientações. Ao procurar um posto de saúde,
do um aumento crescente, principalmente entre
um viajante deveria ser orientado por um mé-
os jovens, de novos casos de AIDS, questionan-
dico a tomar preventivamente ou como medida
do-se, inclusive, se a prevenção vem sendo ou
de tratamento:
não relaxada. Essa temática vem sendo abor-
a) antibiótico contra o vírus da febre amarela,
dada pela mídia: “Medicamentos já não fazem
soro antiofídico caso seja picado por uma
efeito em 20% dos infectados pelo vírus HIV.

74
BIOLOGIA
Análises revelam que um quinto das pessoas c) as ações I e III, apenas
recém-infectadas não haviam sido submetidas d) as ações II e III, apenas
a nenhum tratamento e, mesmo assim, não res- e) as ações I, II e III
ponderam às duas principais drogas anti-AIDS.
Dos pacientes estudados, 50% apresentavam QUESTÃO 08 (ENEM 2009) - Estima-se que
o vírus FB, uma combinação dos dois subtipos haja atualmente no mundo 40 milhões de pes-
mais prevalentes no país, F e B”. soas infectadas pelo HIV (o vírus que causa a
(Adaptado do “Jornal do Brasil”, 02/10/2001.) AIDS), sendo que as taxas de novas infecções
Dadas as afi rmações acima, considerando o en- continuam crescendo, principalmente na Áfri-
foque da prevenção, e devido ao aumento de ca- ca, Ásia e Rússia. Nesse cenário de pandemia,
sos da doença em adolescentes, afi rma-se que: uma vacina contra o HIV teria imenso impacto,
I - O sucesso inicial dos coquetéis anti-HIV pois salvaria milhões de vidas. Certamente se-
talvez tenha levado a população a se des- ria um marco na história planetária e também
cuidar e não utilizar medidas de proteção, uma esperança para as populações carentes
pois se criou a ideia de que estes remédios de tratamento antiviral e de acompanhamento
sempre funcionam. médico.
TANURI, A.; FERREIRA JUNIOR, O. C. Vacina contra Aids: desa-
II - Os vários tipos de vírus estão tão resisten- fios e esperanças. Ciência Hoje (44) 26, 2009 (adaptado).
tes que não há nenhum tipo de tratamento
Uma vacina efi ciente contra o HIV deveria:
efi caz e nem mesmo qualquer medida de
a) Induzir a imunidade, para proteger o orga-
prevenção adequada.
nismo da contaminação viral.
III - Os vírus estão cada vez mais resistentes
b) Ser capaz de alterar o genoma do organis-
e, para evitar sua disseminação, os infec-
mo portador, induzindo a síntese de enzi-
tados também devem usar camisinhas e
mas.
não apenas administrar coquetéis.
c) Produzir antígenos capazes de se ligarem
Está correto o que se afi rma em:
ao vírus, impedindo que este entre nas cé-
a) I, apenas b) II, apenas
lulas do organismo humano.
c) I e III, apenas d) II e III, apenas
d) Ser amplamente aplicada em animais, vis-
e) I, II e III
to que esses são os principais transmisso-
res do vírus para os seres humanos.
QUESTÃO 07 (ENEM 2001) - A partir do pri-
e) Estimular a imunidade, minimizando a
meiro semestre de 2000, a ocorrência de casos
transmissão do vírus por gotículas de sa-
humanos de febre amarela silvestre extrapolou
liva.
as áreas endêmicas, com registro de casos em
São Paulo e na Bahia, onde os últimos casos
QUESTÃO 09: (ENEM DE 2011) - O vírus do
tinham ocorrido em 1953 e 1948. Para controlar
papiloma humano (HPV, na sigla em inglês)
a febre amarela silvestre e prevenir o risco de
causa o aparecimento de verrugas e infecção
uma reurbanização da doença, foram propostas
persistente, sendo o principal fator ambiental do
as seguintes ações:
câncer de colo de útero nas mulheres. O vírus
I. Exterminar os animais que servem de re-
pode entrar pela pele ou por mucosas do corpo,
servatório do vírus causador da doença.
o qual desenvolve anticorpos contra a ameaça,
II. Combater a proliferação do mosquito trans-
embora em alguns casos a defesa natural do
missor.
organismo não seja sufi ciente. Foi desenvolvi-
III. Intensifi car a vacinação nas áreas onde a
da uma vacina contra o HPV, que reduz em até
febre amarela é endêmica e em suas regi-
90% as verrugas e 85,6% dos casos de infec-
ões limítrofes.
ção persistente em comparação com pessoas
É efetiva e possível de ser implementada uma
não vacinadas.
estratégia envolvendo: Disponível em: HTTP://g1.globo.com. Acesso em: 12 jun 2011.
a) a ação II, apenas
O benefício da utilização dessa vacina é que
b) as ações I e II, apenas

75
BIOLOGIA
as pessoas vacinadas, em comparação com as nos ovos do Aedes aegypti um gene que o tor-
não vacinadas, apresentam diferentes respos- nará estéril - seus fi lhos serão incapazes de se
tas ao vírus HPV em decorrência da: desenvolver) se desenvolvem até a fase adulta
a) alta concentração de macrófagos. e são levados até um local com alta incidência
b) elevada taxa de anticorpos específi cos an- da dengue, onde são liberados. Ali, os machos
ti-HPV circulantes. adultos procuram pelas fêmeas da região e cru-
c) aumento na produção de hemácias após a zam com elas. No entanto, seus fi lhos nunca
infecção por vírus HPV. chegarão a ultrapassar a fase de larva e causar
d) rapidez na produção de altas concentra- dano à população. Desse modo, a próxima ge-
ções de linfócitos matadores. ração de mosquitos fi ca comprometida.
e) presença de células de memória que atu- (Fonte:http://veja.abril.com.br/notícia/saude/brasil-produz-mosqui-
am na resposta secundária. to-transgenico-para-combater-dengue adaptado)
Ao tomar conhecimento da pesquisa, um grupo
QUESTÃO 10 (ESTILO ENEM) - O Brasil dará de ambientalistas realizou uma manifestação
início à produção em larga escala de mosquito alegando que esse processo reduzirá o número
transgênico que será utilizado para o combate que insetos a um número crítico o que causará
à dengue. Neste sábado, o ministro da Saúde um desequilíbrio ambiental. A reclamação des-
participa na Bahia da inauguração da fábrica se grupo:
com maior capacidade de produção mundial do a) é coerente, pois existe uma íntima e du-
mosquito da dengue estéril. A unidade funcio- radoura relação ecológica entre os diver-
nará em Juazeiro, na sede da empresa pública sos grupos animais e inserir os mosquitos
Moscamed, especializada na produção de inse- transgênicos afetará esse equilíbrio.
tos transgênicos para controle biológico de pra- b) é coerente, pois o equilíbrio ecológico, uma
gas. O laboratório será capaz de produzir por vez alterado necessitará de um longo pro-
semana quatro milhões de machos transgêni- cesso de reestruturação para se recompor.
cos do Aedes aegypti. c) é coerente, pois apesar de serem produzi-
dos mosquitos apenas do sexo masculino,
todas as larvas que se formarão desses
machos morrerão ainda na fase inicial, le-
vando a extinção dessa espécie, compro-
metendo assim, o equilíbrio.
d) não é coerente, pois além de não ter como
objetivo exterminar todos os mosquitos,
esse processo visa à redução de uma es-
pécie que não se originou no nosso país,
daí a origem do seu nome Aedes aegypti.
e) não é coerente, pois ao fazer isso com os
mosquitos masculinos, somente as larvas
de mosquito desse mesmo sexo serão afe-
tadas, o que reduzirá apenas a incidência
da doença.

QUESTÃO 11 (ESTILO ENEM) - Em um site de


discussões e tira-dúvidas na internet, observou-
-se o seguinte questionamento:
Pergunta:
Qual a diferença entre vírus e bactéria?
Melhor Resposta:
Os machos trangênicos (os cientistas inserem Além do fato de os vírus serem bem menores

76
BIOLOGIA
que as bactérias, a diferença reside no fato de ginalmente em 1938. O livro, narrado em ter-
os vírus serem acelulares (embora possuam ceira pessoa, aborda uma família de retirantes
DNA OU RNA). Bactérias são seres procariontes do sertão brasileiro condicionada a sua vida su-
unicelulares quem têm vida própria e totalmen- bumana, diante de problemas sociais como a
te independente de qualquer outro organismo seca, a pobreza, a fome, e, como se não fosse
vivo; já os vírus, para poderem ter funções vitais bastante, por doenças que formam, consecu-
como reprodução e desenvolvimento, precisam tivamente, no caleidoscópio de sentimentos e
“atacar” uma célula viva (seja ela uma bactéria emoções que essa sua condição lhe obriga a
ou uma célula de corpos animais ou vegetais). viver e a procurar meios de sobrevivência.
Os vírus não possuem membrana, citoplasma, Em Vidas Secas, o autor se mostra mais huma-
organelas nem nenhuma das estruturas celula- no, sentimental e compreensivo, acompanhan-
res que represente vida, embora muitos críticos do o pobre vaqueiro Fabiano e sua família com
digam que ela é sim considerada uma forma de simpatia e uma compaixão indisfarçáveis. Além
vida! de ser o mais humano e comovente dos livros
(http://br.answers.yahoo.com/question - adaptado) de fi cção de Graciliano Ramos, Vida Secas é o
A partir dessa resposta dada ao primeiro inter- que contém maior sentimento da terra nordes-
nauta podemos afi rmar que: tina, daquela parte que é áspera, dura e cruel,
a) Todas as informações estão corretas e não sem deixar de ser amada pelos que a ela estão
há restrições sobre nenhuma das informa- ligados teluricamente. O que impulsiona os se-
ções no texto. res desta novela, o que lhes marca a fi sionomia
b) Nem todas as informações estão corretas, e os caracteres, é o fenômeno da seca. Ape-
pois pelo menos a reprodução viral ocorre sar de não estar tão evidente em seus textos,
independentemente. algumas das pessoas descritas por Graciliano,
c) As informações referentes aos vírus estão provavelmente estão infectadas com o verme
corretas, mas alguns detalhes sobre as Schistosoma mansoni. Doença conhecida no
bactérias como a total independência me- dito popular como “barriga d’água”. O ciclo de
recem ressalvas, pois existem tanto bacté- vida do Schistosoma mansoni e as condições
rias autótrofas como heterótrofas e dessas socioambientais de um local são fatores deter-
podem ser parasitas. minantes para maior ou menor incidência dessa
d) As informações sobre as bactérias estão doença. O aumento da incidência da esquistos-
completamente corretas e sem qualquer somose deve-se à presença de:
observação, mas o conceito de vírus preci- a) roedores, ao alto índice pluvial e à inexis-
sa ser modifi cado, pois todos os especia- tência de programas de vacinação.
listas aceitam os vírus como seres vivos. b) insetos hospedeiros e indivíduos infecta-
e) As informações no texto estão completa- dos, à inexistência de programas de vaci-
mente erradas e impossíveis de se extrair nação.
qualquer verdade. c) indivíduos infectados e de hospedeiros in-
termediários e à ausência de saneamento
QUESTÃO 12 (ESTILO ENEM) básico.
d) mosquitos, à inexistência de programas
de vacinação e à ausência de controle de
águas paradas.
e) gatos e de alimentos contaminados, e à
ausência de precauções higiênicas.

QUESTÃO 13 (ESTILO ENEM) - Impressiona-


dos com a notícia do poder arrasador com que
Vidas Secas é um romance de Graciliano Ra- o vírus Ebola vem dizimando uma certa popu-
mos, escrito entre 1937 e 1938, publicado ori- lação na África, alguns alunos de um colégio

77
BIOLOGIA
sugeriram medidas radicais para combater o ví- dos pacientes, o material genético que os médi-
rus desta terrível doença. Considerando-se que cos desejam. (Folha de São Paulo-dez/92).
este agente infeccioso apresenta características Tal técnica é possível, pois, na célula hospedei-
típicas dos demais vírus, assinale a alternativa ra, o DNA do vírus:
que contenha a sugestão mais razoável: a) inativa as diferentes funções vitais.
a) descobrir urgentemente um potente antibi- b) comanda a produção de proteínas.
ótico que possa destruir a sua membrana c) inibe a respiração celular.
nuclear. d) induz uma mensagem deletéria.
b) alterar o mecanismo enzimático mitocon- e) estimula a duplicação do DNA celular.
drial para impedir o seu processo respira-
tório.
c) injetar nas pessoas contaminadas uma
dose maciça de bacteriófagos para fago-
citar o vírus.
d) cultivar o vírus “in vitro”, semelhante à cul-
tura de bactérias, para tentar descobrir
uma vacina.
e) impedir, de alguma maneira, a replicação
da molécula de ácido nucléico do vírus.

QUESTÃO 14 (ESTILO ENEM) - Os vírus são


minúsculos “piratas” biológicos porque invadem
as células, saqueiam seus nutrientes e utilizam
as reações químicas das mesmas para se re-
produzir. Logo em seguida os descendentes
dos invasores transmitem-se a outras células,
provocando danos devastadores. A estes da-
nos, dá-se o nome de virose, como a raiva, a
dengue hemorrágica, o sarampo, a gripe, etc.
(Texto modificado do livro “PIRATAS DA CÉLULA”, de Andrew
Scott.)
De acordo com o texto, é correto afi rmar:
a) Os vírus utilizam o seu próprio metabolis-
mo para destruir células, causando viro-
ses.
b) Os vírus utilizam o DNA da célula hospe-
deira para produzir outros vírus.
c) Os vírus não têm metabolismo próprio.
d) As viroses resultam sempre das modifi ca-
ções genéticas da célula hospedeira.
e) As viroses são transcrições genéticas in-
duzidas pelos vírus que degeneram a cro-
matina na célula hospedeira. GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
QUESTÃO 15 (ESTILO ENEM) - “Medicina do C C A B B C D A E D
futuro recruta vírus “bonzinhos” para vencer 11 12 13 14 15
câncer e AIDS através de batalhas genéticas.” C C E C B
Utilizando vírus inofensivos como vetores de
genes, cientistas estão colocando, nas células

78
FÍSICA
Competência de área 6 - Apropriar-se de co- se contraia. Dizemos que ao se aplicar a força
nhecimentos da Física para, em situações pro- sobre a mola há a realização de um trabalho.
blema, interpretar, avaliar ou planejar interven- Este trabalho corresponde à energia transfe-
ções científi cotecnológicas. rida da pessoa para a mola. A fi gura 2 repre-
H21 - Utilizar leis físicas e (ou) químicas para senta a mola já comprimida e com uma trava
interpretar processos naturais ou tecnológicos no carrinho, impedindo que o mesmo se liberte.
inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) A mola comprimida armazena energia. Essa ener-
do eletromagnetismo. gia, porém, só pode ser manifestada ao se retirar
H23 - Avaliar possibilidades de geração, uso ou a trava do carrinho. A energia armazenada na
transformação de energia em ambientes espe- mola é denominada de Energia Potencial Elásti-
cífi cos, considerando implicações éticas, am- ca. Potencial porque pode se manifestar e elásti-
bientais, sociais e/ou econômicas. ca porque está em um corpo elástico deformado.
Agora, observando a fi gura 3, percebemos que
ENERGIA E TRABALHO - Não existe uma defi - o carrinho se libertou. Ao ser retirada a tra-
nição do que é energia, mas sabemos que a sua va, a energia potencial que estava armazena-
existência possibilita a execução de trabalho. A da na mola se manifestou, fazendo com que
energia armazenada nos alimentos, por exem- o carrinho adquirisse movimento. Novamen-
plo, faz com que os órgãos do corpo de uma te temos a realização de trabalho. Agora esse
pessoa funcionem corretamente. Os combustí- trabalho corresponde à energia transferida da
veis fazem com que os veículos automotores se mola para o carrinho. A energia que o carrinho
locomovam. Da mesma forma, a energia elétrica adquiriu é denominada de Energia Cinética.
produzida pela bateria faz com que os elétrons Energia Cinética: é a energia que está relacio-
dos fi os condutores de energia se locomovam. nada ao movimento dos corpos.
Ao falar de energia é de extrema importância Energia Potencial (gravitacional, elástica,
ressaltar o Princípio de Conservação da Ener- elétrica, etc.): é a energia que um corpo possui
gia. Princípio este que, segundo Lavoisier, diz: em relação à posição particular que ele ocupa.
“Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo Na ausência de atrito, a energia mecânica total
se transforma”. De forma a exemplifi car conver- de um sistema se conserva, havendo apenas a
sões de energia de um modo geral, considere- transformação de energia potencial em energia
mos uma mola relaxada (fi gura 1), ou seja, uma cinética e vice-versa. Veja:
mola que não está esticada. Veja: Emec= Ec + Ep

É de grande importância deixar bem claro que o


trabalho e as formas de energia são grandezas
escalares.

Trabalho de uma força - Trabalho é a medida


da energia que é transferida para um corpo, em
razão da aplicação de uma força ao longo de um
deslocamento. Em Física, trabalho é normalmen-
te representado por W (que vem do inglês work)
ou mais usadamente a letra grega tau . τ
Para calcular o trabalho de uma força é impor-
tante ressaltar que ele pode ser:
Trabalho de uma força constante e paralela
ao deslocamento: é calculado quando se tem
Para comprimir a mola é necessário um gasto a força sendo aplicada no mesmo sentido do
de energia. Assim, aplica-se uma força em uma deslocamento. Pode ser calculado da seguinte
de suas extremidades, de forma que a mesma

79
FÍSICA
forma: peratura de, no máximo, 3 ºC em relação à tem-
peratura da água do rio captada pelo sistema
de arrefecimento. Considere o calor específi co
Como o ângulo entre a força e o deslocamento da água igual a4 kJ/kg ºC. Para atender essa
é zero faz com que o cosseno deste ângulo seja determinação, o valor mínimo do fl uxo de água,
igual a 1, tornando a expressão equivalente à: em kg/s, para a refrigeração da usina deve ser
mais próximo de:
a) 42 b) 84
Onde D é o deslocamento sofrido pelo corpo. c) 167 d) 250 e) 500
Trabalho de uma força constante e não para- QUESTÃO 02 (ENEM 2016) - A usina de Itai-
lela ao deslocamento: pu é uma das maiores hidrelétricas do mundo
em geração de energia. Com 20 unidades gera-
doras e 14.000MW de potência total instalada,
apresenta uma queda de 118,4 m e vazão no-
minal de 690 m/s por unidade geradora. O cál-
Quando temos a aplicação da força constante e culo da potência teórica leva em conta a altura
não paralela, como no esquema acima, calcula- da massa de água represada pela barragem, a
mos o trabalho da seguinte forma: gravidade local (10 m/s²) e a densidade da água
(1.000 kg/m³). A diferença entre a potência teó-
rica e a instalada é a potência não aproveitada.
Disponível em: www.itaipu.gov.br. Acesso em: 11 mai. 2013
Onde ? é o ângulo formado entre a força e o (adaptado).
deslocamento sofrido pelo corpo. No SI (Sis-
Qual e a potência, em MW, não aproveitada em
tema Internacional de Unidades) o trabalho é
cada unidade geradora de Itaipu?
dado em joule, que é representado pela letra (J)
a) 0
e a força é dada em newton (N). Essa unidade
b) 1,18
é uma homenagem ao físico britânico James
c) 116,96
Prescott Joule. No sistema CGS, a unidade de
d) 816,96
trabalho é o erg= dina x centímetro.
e) 13.183,04
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 03 (ENEM 2015) - Um garoto foi
QUESTÃO 01 (ENEM 2016) - Durante a pri-
à loja comprar um estilingue e encontrou dois
meira fase do projeto de uma usina de geração
modelos: um com borracha mais “dura” e outro
de energia elétrica, os engenheiros da equipe
com borracha mais “mole”. O garoto concluiu
de avaliação de impactos ambientais procuram
que o mais adequado seria o que proporcionas-
saber se esse projeto está de acordo com as
se maior alcance horizontal, D, para as mesmas
normas ambientais. A nova planta estará loca-
condições de arremesso, quando submetidos à
lizada a beira de um rio, cuja temperatura mé-
mesma força aplicada. Sabe-se que a constan-
dia da água é de 25 ºC, e usará a sua água
te elástica kd (do estilingue mais “duro”) é o do-
somente para refrigeração. O projeto pretende
bro da constante elástica km (do estilingue mais
que a usina opere com 1,0WM de potência elé-
“mole”).
trica e, em razão de restrições técnicas, o dobro Dd
dessa potência será dissipada por seu sistema A razão entre os alcances D , referentes aos
m
de arrefecimento, na forma de calor. Para aten- estilingues com borrachas “dura” e “mole”, res-
der a resolução número 430, de 13 de maio de pectivamente, é igual a:
2011, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, 1 1
a) . b) .
com uma ampla margem de segurança, os en- 4 2
genheiros determinaram que a água só poderá c) 1. d) 2. e) 4.
ser devolvida ao rio com um aumento de tem-

80
FÍSICA
QUESTÃO 04 (ENEM 2015) - Uma análise cri- taico em seu topo tenha uma área de 9,0 m² e
teriosa do desempenho de Usain Bolt na quebra rendimento de 30%. Desprezando as forças de
do recorde mundial dos 100 metros rasos mos- resistência do ar, o tempo que esse carro solar
trou que, apesar de ser o último dos corredores levaria, a partir do repouso, para atingir a veloci-
a reagir ao tiro e iniciar a corrida, seus primeiros dade de 108 km/h é um valor mais próximo de:
30 metros foram os mais velozes já feitos em a) 1,0 s b) 4,0 s
um recorde mundial, cruzando essa marca em c) 10 s d) 33 s e) 300 s
3,78 segundos. Até se colocar com o corpo reto,
foram 13 passadas, mostrando sua potência du- QUESTÃO 06 (ENEM 2012) - Os carrinhos de
rante a aceleração, o momento mais importante brinquedo podem ser de vários tipos. Dentre
da corrida. Ao fi nal desse percurso, Bolt havia eles, há os movidos a corda, em que uma mola
atingido a velocidade máxima de 12 m/s. em seu interior é comprimida quando a criança
Disponível em: http://esporte.uol.com.br. Acesso em: 5 ago. 2012 puxa o carrinho para trás. Ao ser solto, o carri-
(adaptado)
nho entra em movimento enquanto a mola volta
Supondo que a massa desse corredor seja igual à sua forma inicial. O processo de conversão de
a 90 kg, o trabalho total realizado nas 13 primei- energia que ocorre no carrinho descrito também
ras passadas é mais próximo de: é verifi cado em:
a) 5,4 x 10² J b) 6,5 x 10³ J a) um dínamo
c) 8,6 x 10³ J d) 1,3 x 10 J 4
b) um freio de automóvel
e) 3,2 x 104 J c) um motor a combustão
d) uma usina hidroelétrica
QUESTÃO 05 (ENEM 2015) - Um carro solar e) uma atiradeira (estilingue)
é um veículo que utiliza apenas a energia so-
lar para a sua locomoção. Tipicamente, o carro QUESTÃ O7 (ENEM 2011) - Uma das modali-
contém um painel fotovoltaico que converte a dades presentes nas olimpíadas é o salto com
energia do Sol em energia elétrica que, por sua vara. As etapas de um dos saltos de um atleta
vez, alimenta um motor elétrico. A imagem mos- estão representadas na fi gura:
tra o carro solar Tokai Challenger, desenvolvido
na Universidade de Tokai, no Japão, e que ven-
ceu o World Solar Challenge de 2009, uma cor-
rida internacional de carros solares, tendo atin-
gido uma velocidade média acima de 100km/h.

Desprezando-se as forças dissipativas (resis-


tência do ar e atrito), para que o salto atinja
a maior altura possível, ou seja, o máximo de
energia seja conservada, é necessário que:
Considere uma região plana onde a insolação a) a energia cinética, representada na etapa
(energia solar por unidade de tempo e de área I, seja totalmente convertida em energia
que chega à superfície da Terra) seja de 1.000 potencial elástica representada na etapa
W/m², que o carro solar possua massa de 200kg IV.
e seja construído de forma que o painel fotovol-
81
FÍSICA
b) a energia cinética, representada na etapa sar o menor impacto ambiental?
II, seja totalmente convertida em energia a) Termelétrica, pois é possível utilizar a água
potencial gravitacional, representada na do rio no sistema de refrigeração.
etapa IV. b) Eólica, pois a geografi a do local é própria
c) a energia cinética, representada na etapa para a captação desse tipo de energia.
I, seja totalmente convertida em energia c) Nuclear, pois o modo de resfriamento de
potencial gravitacional, representada na seus sistemas não afetaria a população.
etapa III. d) Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a
d) a energia potencial gravitacional, repre- energia solar que chega à superfície do lo-
sentada na etapa II, seja totalmente con- cal.
vertida em energia potencial elástica, re- e) Hidrelétrica, pois o rio que corta o muni-
presentada na etapa IV. cípio é sufi ciente para abastecer a usina
e) a energia potencial gravitacional, represen- construída.
tada na etapa I, seja totalmente convertida
em energia potencial elástica, representa- QUESTÃO 10 (UECE 2016) - Considere que a
da na etapa III. cabine de um elevador despenque sem atrito
em queda livre de uma altura de 3m, que cor-
QUESTÃO 08 (ENEM 2010) - Com o objetivo responde aproximadamente a um andar. Consi-
de se testar a efi ciência de fornos de micro- derando que a cabine tenha massa de 500 kg e
-ondas, planejou-se o aquecimento em 10°C de a aceleração da gravidade seja 10 m/s², a ener-
amostras de diferentes substâncias, cada uma gia cinética ao fi nal da queda será, em kJ:
com determinada massa, em cinco fornos de a) 15.000 b) 1.500
marcas distintas. Nesse teste, cada forno ope- c) 15 d) 1,5
rou à potência máxima. O forno mais efi ciente
foi aquele que: QUESTÃO 11 (UECE 2016) - Um estudo rea-
a) forneceu a maior quantidade de energia às lizado pela Embrapa Agrobiologia demonstrou
amostras. que a produção do etanol de cana-de-açúcar
b) cedeu energia à amostra de maior massa tem um balanço energético em torno de 9 : 1, o
em mais tempo. que signifi ca que, para cada unidade de energia
c) forneceu a maior quantidade de energia fóssil consumida durante o processo produtivo,
em menos tempo. são geradas nove unidades de energia renová-
d) cedeu energia à amostra de menor calor vel na forma de etanol. Sobre essa energia, é
específi co mais lentamente. correto afi rmar que houve, durante o processo
e) forneceu a menor quantidade de energia de produção do etanol:
às amostras em menos tempo. a) conversão entre diversas formas de ener-
gia, principalmente química.
QUESTÃO 09 (ENEM 2010) - Deseja-se insta- b) criação de energia química do etanol.
lar uma estação de geração de energia elétrica c) conversão de energia térmica contida na
em um município localizado no interior de um cana-de-açúcar em energia química do
pequeno vale cercado de altas montanhas de etanol.
difícil acesso. A cidade é cruzada por um rio, d) transformação de energia mecânica da ca-
que é fonte de água para consumo, irrigação na-de-açúcar em energia térmica do eta-
das lavouras de subsistência e pesca. Na re- nol.
gião, que possui pequena extensão territorial, a
incidência solar é alta o ano todo. A estação em QUESTÃO 12 (UECE 2016) - Um projétil de
questão irá abastecer apenas o município apre- uma arma de fogo tem massa 10g e sai do cano
sentado. Qual forma de obtenção de energia, com velocidade 350m/s. Considerando somen-
entre as apresentadas, é a mais indicada para te o movimento de translação, uma moto de 350
ser implantada nesse município de modo a cau- kg teria a mesma energia cinética de translação

82
FÍSICA
desse projétil caso se deslocasse a uma veloci-
dade de:
a) √35 m/s b) 3,5 m/s
c) 35 m/s d) √3,5 m/s

QUESTÃO 13 (UECE 2016) - O gasto de ener-


gia pelo corpo humano depende da atividade
física em execução. Ficar sentado consome de
3 a 7 kJ/mim, em pé há um gasto de 6 a 10 kJ/
min caminhar consome de 5 a 22 kJ/min e jogar
voleibol faz uso de 14 a 39 kJ/min. Consideran-
do as taxas máximas de consumo energético,
pode-se dizer corretamente que as atividades
que mais preservam recursos energéticos no
organismo são, em ordem crescente:
a) sentado, em pé, caminhada, voleibol
b) voleibol, caminhada, em pé, sentado
c) sentado, em pé, voleibol, caminhada
d) voleibol, caminhada, sentado, em pé

QUESTÃO 14 (UECE 2015) - Na geração de


energia elétrica com usinas termelétricas, há
transformação de energia térmica em elétrica.
Na geração a partir de hidrelétricas, a conversão
para energia elétrica se dá primariamente a partir
de energia:
a) potencial elétrica da água nos reservatórios.
b) potencial gravitacional da água nas repre-
sas.
c) potencial elástica nas turbinas.
d) cinética da água armazenada em repouso
nas represas.

QUESTÃO 15 (UECE 2015) - O período atual


de estiagem no Ceará tem tornado bastante co-
mum o uso do popularmente conhecido poço
profundo. Considere um poço desse tipo com
uma profundidade de 80m abaixo da superfí-
cie. Suponha também que o nível do espelho
d’água esteja a 10m do fundo. Assuma que o
nível referência para cálculo da energia poten-
cial seja a superfície onde se localiza a parte GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
superior do poço, ou seja, massas localizadas 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
na superfície têm energia potencial gravitacio- C C B B D E C C D C
nal zero. Durante o bombeamento, a energia 11 12 13 14 15
potencial gravitacional da água desde o fundo A D B B C
do poço até chegar ao nível do solo:
a) diminui b) é constante e positiva
c) aumenta d) é constante e negativa

83
QUÍMICA
Competência de área 5 - Entender métodos e Determine:
procedimentos próprios das ciências naturais e a) Massa de O2(g) que reage.
aplicá-los em diferentes contextos. b) Volume de CO2 produzido, nas CNTP.
H17 - Relacionar informações apresentadas em Dados: (C = 12u; O = 16u)
diferentes formas de linguagem e representação
usadas nas ciências físicas, químicas ou bioló- Solução:
gicas, como texto discursivo, gráfi cos, tabelas, a) C + O2 → CO2 b) C + CO2 → CO2
relações matemáticas ou linguagem simbólica. 1mol 1 mol 12g 22,4 L
12g 32g 24g X L
Competência de área 7 - Apropriar-se de co- 24g – X X = 44,8L CO2
nhecimentos da química para, em situações X = m(O2) = 64g
problema, interpretar, avaliar ou planejar inter-
venções científi cotecnológicas.
H24 - Utilizar códigos e nomenclatura da quími- 1.1. Rendimento - Devido a uma série de fa-
ca para caracterizar materiais, substâncias ou tores, tais como aparelhagem mal esterilizada,
transformações químicas. defi ciência do operador, impureza das substân-
H25 - Caracterizar materiais ou substâncias, cias reagentes etc., sabemos que, ao efetuar-
identifi cando etapas, rendimentos ou implica- mos, uma reação química, os produtos são ob-
ções biológicas, sociais, econômicas ou am- tidos em quantidades menores que as previstas
bientais de sua obtenção ou produção. teoricamente (Qt).
São aqueles que envolvem as quantidades das Procedimento
substâncias que participam de uma reação quí- I. Determinar a quantidade teórica (Qt).
mica. É a parte da Química que estuda o cál- Essa quantidade teórica seria obtida se o rendi-
culo das massas, número de mols, volume etc; mento fosse de 100%. Rendimento teórico (Rt)
em uma reação química. Os coefi cientes de Qt → Rt = 100%
uma reação química balanceada indicam a pro- II. Calcular a quantidade real (Qr) a ser obti-
porção de cada substância que reage e que é da, considerando-se um rendimento infe-
produzido. Essa proporção pode ser em mols, rior a 100%. Rendimento real (Rr).
massa, número de moléculas, volume nas mes- Qt → Rt =100%
mas condições de temperatura e de pressão ou Qr → Rr <100%
volume nas CNTP (a relação entre volumes só
é válida para substâncias na fase gasosa). 1.2. Pureza ou impureza de reagentes - Salvo
Exemplo: na indústria farmacêutica e em outras que este-
Relações 1 N2(g) + 3 H2(g)  2 NH3(g) jam diretamente ligadas à saúde pública, é nor-
Mols 1 mol 3 mols 2 mols mal o uso de reagentes impuros que contêm,
N° de moléculas 6,02.1023 18,06.1023 12,04.1023 além da substância que irá reagir efetivamente,
Massa 28 g 6 g 34 g outras tantas misturadas. Nos problemas que
Volume (T e P ctes.) 1 L 3 L 2L envolvem impurezas é aconselhável que de iní-
Volume nas CNTP 22,4 L 67,2 L 44,8 L cio, se determine a massa da substância que
Para a resolução de um problema de cálculo reage (substância pura).
estequiométrico, proceda da seguinte maneira: Amostra (mtotal = massa da substância pura que
I. escrever a equação química; reage (mp) + massa de impureza (mimp)
II. balancear a equação química; mt = massa total da amostra
III. grifar o que foi dado e pedido; mp =massa da substância pura
IV. regra de três; mi =massa da impureza
Exemplo: mt = mp + mi
• 24g de carbono reagem com o oxigênio
gasoso produzindo gás carbônico, de acordo Procedimento
com a equação: I. Trabalhe somente com a parte pura, pois
C + O2 → CO2 as impurezas não vão reagir.

84
QUÍMICA
Amostra →100% excesso. Então, o reagente B é o limitante. O
Pura(?) → P% mesmo procedimento realizado para mol, pode
II. Resolvo a questão através de uma regra ser feito para as outras unidades possíveis de
de três, utilizando a quantidade da subs- serem calculadas em um cálculo estequiométri-
tância pura encontrada no procedimento co.
anterior.
Observações:
1.3. Reagente em excesso ou quantidade de I. Se o produto dos extremos for igual ao pro-
dois ou mais reagentes - Quando estamos duto dos meios, não existe reagente em
realizando uma reação química em laboratório, excesso, isto é, os reagentes foram con-
com o objetivo de obtermos a maior quantidade sumidos totalmente (pelo menos teorica-
possível de um composto, muitas vezes usa- mente).
mos um grande excesso de um determinado II. Se existe reagente em excesso, signifi ca
reagente. Quando realizamos uma reação entre que o reagente foi consumido apenas par-
duas substâncias ou mais, difi cilmente usamos cialmente, isto é, no fi nal sobra sem reagir
exatamente as quantidades equivalentes dos uma certa quantidade.
reagentes.
1.4. Equações sucessivas - Substância co-
Procedimento - Verifi car se existe reagente em mum entre duas equações é aquela que na
excesso. Sempre que em uma questão forem primeira funciona como produto e na segunda
fornecidas as quantidades (em massa, mols, como reagente.
moléculas, volumes etc.) de dois ou mais re- Exemplo:
agentes, devemos fazer a verifi cação se existe I. S + O2 → SO2
reagente em excesso. Não trabalhe com o rea- II. SO2 + 2 NaOH → Na2SO3 + H2O
gente em excesso. O reagente que não está em
excesso é denominado de reagente limitante. Reação Global: S + O2 + 2 NaOH → Na2SO3 +
H2O
Procedimento prático para verificar se exis- A substância comum entre as duas equações é
te reagente em excesso - Quando se trabalha o SO2 (produto e reagente)
com quantidade de matéria, número de mols,
pode-se usar o seguinte procedimento para ve- Procedimento
rifi car qual o reagente que está em excesso. I. Balancear cada equação química;
Seja uma equação hipotética A + B → C. II. Igualar o coefi ciente da substância comum,
Usando-se 2 mols de A para reagir com 1 mol multiplicando a equação por um número;
de B, qual o reagente em excesso? III. Somar as duas ou mais equações, de for-
A + B → C ma a se obter uma única equação;
1 mol 1 mol 1 mol IV. No processo de soma as substâncias que
2 mols 1 mol X mol se repetem de um lado e do outro das re-
Caso você faça o produto dos meios pelo ações devem ser simplifi cadas, enquanto
produto dos extremos, vai verifi car que um dos que as presentes do mesmo lado devem
produtos é igual a 2 (1x2) e o outro é igual a 1 ser somadas;
(1x1). Conclui-se assim que há reagente em ex- V. Relacionar o que foi dado e pedido e re-
cesso, pois estes produtos são diferentes. Caso solver a regra de três baseado na equação
os produtos fossem iguais, signifi caria que não química obtida a partir da soma das rea-
existiria reagente em excesso, e assim eu po- ções anteriores.
deria calcular a quantidade de produto formada
a partir de qualquer um dos reagentes. Maior EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
produto, indica qual o reagente que está em QUESTÃO 01 (Enem) - Para proteger estrutu-
excesso. O reagente “A” possuí quantidade em ras de aço da corrosão, a indústria utiliza uma

85
QUÍMICA
técnica chamada galvanização. Um metal bas- QUESTÃO 03 (ENEM) - No Japão, um movi-
tante utilizado nesse processo é o zinco, que mento nacional para a promoção da luta contra
pode ser obtido a partir de um minério denomi- o aquecimento global leva o slogan: 1 pessoa,
nado esfalerita (ZnS), de pureza 75% Conside- 1 dia, 1 kg de CO2 a menos! A ideia é cada
re que a conversão do minério em zinco metáli- pessoa reduzir em 1 kg a quantidade de CO2
co tem rendimento de 80% nesta sequência de emitida todo dia, por meio de pequenos gestos
equações químicas: ecológicos, como diminuir a queima de gás de
2 ZnS + 3 O2 → 2 ZnO + 2 SO2 cozinha. Um hambúrguer ecológico? É pra já!
ZnO + CO → Zn + CO2 Disponível em: http://lqes.iqm.unicamp.br. Acesso em: 24 fev.

Considere as massas molares: ZnS (97g/mol); 2012 (adaptado).

O2 (32g/mol); ZnO (81g/mol); SO2 (64g/mol); Considerando um processo de combustão com-


CO (28g/mol); CO2 (44g/mol); e Zn (65g/mol). pleta de um gás de cozinha composto exclusi-
Que valor mais próximo de massa de zinco me- vamente por butano (C4H10), a mínima quanti-
tálico, em quilogramas, será produzido a partir dade desse gás que um japonês deve deixar
de 100kg de esfalerita? de queimar para atender à meta diária, apenas
a) 25 b) 33 com esse gesto, é de: Dados: CO2 (44 g/mol);
c) 40 d) 50 e) 54 C4H10 (58 g/mol)
a) 0,25 kg b) 0,33 kg
QUESTÃO 02 (ENEM) - Grandes fontes de c) 1,0 kg d) 1,3 kg e) 3,0 kg
emissão do gás dióxido de enxofre são as in-
dústrias de extração de cobre e níquel, em de- QUESTÃO 04 (FMP) - O vidro é um sólido iôni-
corrência da oxidação dos minérios sulfurados. co com estrutura amorfa, a qual se assemelha
Para evitar a liberação desses óxidos na atmos- à de um líquido. Forma-se pela solidifi cação rá-
fera e a consequente formação da chuva ácida, pida do líquido, em que os cristais não conse-
o gás pode ser lavado, em um processo conhe- guem se organizar. Seu principal componente é
cido como dessulfurização, conforme mostrado a sílica, (SiO2), que constituiu 70% do vidro e é
na equação (1). fundida juntamente com óxidos de metais, que
CaCO3(s) + SO2(g) → CaSO3(s) + CO2(g) (1) alteram o arranjo das ligações do sólido, tornan-
do-o uma estrutura semelhante a de um líquido.
Por sua vez, o sulfi to de cálcio formado pode ser
Ao ser gravado na sua decoração, a sílica do
oxidado, com o auxílio do ar atmosférico, para
vidro sofre ataque do íon F- como a seguir:
a obtenção do sulfato de cálcio, como mostrado
SiO2(s) + 6 HF(aq) → SiF62−(aq) + 2 H3 O+(aq)
na equação (2). Essa etapa é de grande inte-
resse porque o produto da reação, popularmen- Para criar um efeito decorativo em uma jarra
te conhecido como gesso, é utilizado para fi ns que pesa 2,0kg, a massa de ácido fl uorídrico
agrícolas. que deve ser empregada é:
2 CaSO3(s) + O2(g) → 2 CaSO4(s) (2) a) 4,0kg b) 2,8kg
As massas molares dos elementos carbono, c) 700,0kg d) 666,7kg
oxigênio, enxofre e cálcio são iguais a 12g/mol, e) 560,0kg
16g/mol, 32g/mol e 40g/mol, respectivamente.
BAIRD, C. Química ambiental. Porto Alegre: Bookman. 2002 QUESTÃO 05 (Fac. Albert Einstein - Medicin)
(adaptado). Um resíduo industrial é constituído por uma mis-
Considerando um rendimento de 90% no pro- tura de carbonato de cálcio (CaCO3) e sulfato
cesso, a massa de gesso obtida, em gramas, de cálcio (CaSO4).O carbonato de cálcio sofre
por mol de gás retido é mais próxima de: decomposição térmica se aquecido entre 825 e
a) 64 b) 108 900 ºC, já o sulfato de cálcio é termicamente
c) 122 d) 136 e) 245 estável. A termólise do CaCO3 resulta em óxido
de cálcio e gás carbônico.
CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)

86
QUÍMICA
Uma amostra de 10,00g desse resíduo foi aque- QUESTÃO 08 (IFSP) - No Brasil, o etanol (álco-
cida a 900 ºC até não se observar mais alte- ol etílico) é obtido principalmente por processos
ração em sua massa. Após o resfriamento da fermentativos. O material a ser fermentado pode
amostra, o sólido resultante apresentava 6,70g. ser obtido de cana-de-açúcar, batata, mandioca
O teor de carbonato de cálcio na amostra é de, e cereais em geral. A partir da glicose obtém-se,
aproximadamente: o etanol conforme as reações:
a) 33% b) 50% C12H22O11 + H2O → 2C6H12O6
c) 67% d) 75% sacarose glicos e
C6H12O6 → 2C2H5 OH + 2CO2
QUESTÃO 06 (UERJ) - Durante a Segunda glicos e e tanol
Guerra Mundial, um cientista dissolveu duas
Dados: massas molares: H=1g/mol; C=12g/mol
medalhas de ouro para evitar que fossem con-
E O=16g/mol. A partir de 68,4kg de sacarose, a
fi scadas pelo exército nazista. Posteriormente,
massa de etanol que é possível obter é de:
o ouro foi recuperado e as medalhas novamen-
a) 18,4kg b) 9,2kg
te confeccionadas. As equações balanceadas a
c) 73,6kg d) 36,8kg e) 55,2kg
seguir representam os processos de dissolução
e de recuperação das medalhas.
QUESTÃO 09 (FMP) - O alumínio tem um largo
Dissolução:
Au(s) + 3 HNO3(aq) + 4 HC (aq) → HAuC 4(aq) + 3 H2O(  ) + 3 NO2(g) emprego no mundo moderno, como, por exem-
plo, em latas de refrigerante, utensílios de cozi-
nha, embalagens, na construção civil, etc. Esse
Recuperação: metal de grande importância possui caráter an-
3 NaHSO3(aq) + 2 HAuC 4(aq) + 3 H2O(  ) → 3 NaHSO4(aq) + 8 HC (aq) + 2 Au(s)
fótero, que, colocado em ácido clorídrico ou em
Admita que foram consumidos 252g de HNO3 uma solução aquosa de hidróxido de sódio con-
para a completa dissolução das medalhas. centrado, é capaz de reagir, liberando grande
Nesse caso, a massa, de NaNSO3, em gramas, quantidade de calor. Uma latinha de refrigerante
necessária para a recuperação de todo o ouro vazia pesa, em média, 13,5kg. Uma experiência
corresponde a: com cinco latinhas foi realizada em um labora-
Dados: H=1; N=14;0=16; Na=23; S=32. tório para testar sua durabilidade como indicado
a) 104 b) 126 na reação abaixo.
c) 208 d) 252 2A (s) + 6HC (aq) → 2AC 3(aq) + 3H2(g)

O volume, em litros, de gás hidrogênio sob tem-


QUESTÃO 07 (MACKENZIE) - 11,2g de su-
peratura de 0 ºC e pressão de 1atm é de:
cata, contendo ferro, reagiram com quantida-
a) 11,2 b) 16,8
de sufi ciente de ácido clorídrico em solução
c) 84 d) 28 e) 56
produzindo solução de cloreto de ferro II e gás
hidrogênio. O gás formado foi aprisionado em
QUESTÃO 10 (PUCSP) - Após determinado
um balão com 1L de volume, exercendo uma
processo industrial, obtém-se uma mistura con-
pressão de 2,46atm, sob temperatura de 27 ºC.
tendo sulfato de sódio (Na2SO4) e carbonato de
Considerando-se que somente o ferro que rea-
sódio (Na2SO3). Uma amostra contendo 10,0g
giu seja capaz de produzir o gás hidrogênio, é
dessa mistura foi completamente neutralizada
possível afi rmar que o teor de ferro, na sucata,
com 100mL de uma solução 1,00mol.L-1 de HCl.
é de:
O sulfato de sódio não reage com ácido clorí-
Dados:
drico e o carbonato de sódio reage segundo a
- massa molar (g.mol-1) Fe = 56
reação representada a seguir.
- constante universal dos gases ideais (R) = Na2CO3(s) + 2 HC (aq) → 2 NaC (aq) + CO2(g) + H2O(  )
0,082 atm.L.mol-1.k
a) 90% b) 80% O teor de carbonato de sódio na mistura é de
c) 70% d) 60% e) 50% a) 44% b) 53%
c) 70% d) 90%

87
QUÍMICA
QUESTÃO 11 (Ufpa) - Suplementos de cálcio NaN3 → Na + N2
podem ser ministrados oralmente na forma de Na + KNO3 → K 2O + Na2O + N2
pastilhas contendo 1g de CaCO3. No estômago,
Considerando uma pastilha de 150g de azida
esse sal reage com ácido estomacal segundo a
de sódio com 90% de pureza, o volume apro-
equação:
CaCO3(s) + 2 HC (aq) → CO2(g) + CaC 2(aq) + H2O(  ) ximado de gás nitrogênio produzido nas condi-
ções ambientes é de: Dados: Volume molar de
Considerando que após 5 minutos da ingestão gás nas condições ambientes = 25l/mol e mas-
de uma pastilha desse suplemento o rendimen- sa molar do NaN = 65g/mol.
3
to da reação seja de 60%, a massa (em g) de a) 60l b) 75l
dióxido de carbono produzida será de: c) 79l d) 83l e) 90l
Dados: Massas molares (g mil-1): H=1,0; C=12,0;
O=16,0; Cl = 35,5; Ca = 40,0. QUESTÃO 14 (UCS) - O ácido sulfanílico, uti-
a) 0,13 b) 0,26 lizado na fabricação de corantes, pode ser ob-
c) 0,44 d) 0,67 e) 0,73 tido industrialmente por meio da reação entre
o ácido sulfúrico e a anilina, de acordo com a
QUESTÃO 12 (UEG) - O ácido nítrico, em ex- equação química representada abaixo.
cesso, reagiu com 200g de cobre metálico puro H2SO4(aq) + C6H5NH2(  ) → C6H7NO3 S(s) + H2O(  )
conforme a equação química a seguir.
Cu(s) + 4HNO3(aq) → Cu(NO3 )2(aq) + 2NO2(g) + 2H2O(  ) A massa de anilina necessária para se prepa-
rarem 150g de ácido sulfanílico utilizando-se
Nas condições normais de temperatura e pres- quantidade sufi ciente de ácido sulfúrico e espe-
são (CNTP), o volume produzido de NO2(g), em rando-se um rendimento de 100% é, em valores
litros, é de aproximadamente arredondados, de:
Dado: Cu = 63,5. Dados: C = 12; H = 1; N = 14; O = 16; S = 32.
a) 35 b) 45 a) 80,6g b) 77,7g
c) 70 d) 100 e) 141 c) 60,3g d) 54,9g e) 49,1g

QUESTÃO 13 (PUCPR) - O airbag é um equi- QUESTÃO 15 (ACAFE) - Assinale a alternativa


pamento de segurança na forma de bolsas in- que contém o valor da massa de cloreto de alu-
fl áveis que protege os ocupantes de veículos mínio produzido após reação de 8mol de ácido
em caso de acidente e tem como princípio fun- clorídrico com 4mol de hidróxido de alumínio.
damental reações químicas. Esse dispositivo Dados:
é constituído de pastilhas contendo azida de H : 1,0 g mol; O : 16 g mol; A : 27 g mol; C : 35,5 g mol.
sódio e nitrato de potássio, que são acionadas
a) 712g b) 534g
quando a unidade de controle eletrônico envia
c) 133,5 d) 356g
um sinal elétrico para o ignitor do gerador de
gás. A reação de decomposição da azida de
sódio (NaN3) ocorre a 300 ºC e é instantânea,
mais rápida que um piscar de olhos, cerca de
20 milésimos de segundo, e desencadeia a for-
mação de sódio metálico e nitrogênio molecu-
lar, que rapidamente infl am o balão do airbag. O
nitrogênio formado na reação é um gás inerte,
GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
não traz nenhum dano à saúde, mas o sódio
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
metálico é indesejável. Como é muito reativo,
C C B B D C E D C B
acaba se combinando com o nitrato de potás-
11 12 13 14 15
sio, formando mais nitrogênio gasoso e óxidos
B E D A D
de sódio e potássio, segundo as reações a se-
guir:

88
FOLHA DE REDAÇÃO

ALUNO(A)__________________________________________________________________________________

DATA:________/________/________
TÍTULO (OPCIONAL)
01
02
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RESERVADO AO CORRETOR
Competências Pontos Níveis INSTRUÇÕES
1. Preencha o seu nome e assine nos locais apropriados.
I 1 2 3 4 5 2. A transcrição da sua redação deve ser feita preferencialmente com
caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transpa- CORRETOR
II 1 2 3 4 5 rente.
3. Em nenhuma hipótese, haverá substituição desta folha por erro de
III 1 2 3 4 5 preenchimento do participante.
4. Escreva a sua redação com letra legível. No caso de erro, risque
IV 1 2 3 4 5 com um único traço e escreva, em seguida, o respectivo substitutivo.
Lembre-se: parênteses não podem ser usados para tal finalidade. Nome
5. Não será avaliado texto escrito em local indevido. Respeite rigoro-
V 1 2 3 4 5 samente as margens.
6. Não será permitido utilizar material de consulta. Data:_____/_____/_____
Total 7. Não será permitido o empréstimo de qualquer material entre os par-
ticipantes.
Média (Nota Final) • Atenção: A redação será corrigida a partir de 8 linhas.

89
GRADE CORREÇÃO
Nível 0,0 | Nível 40,0 | Nível 80,0 | Nível 120,0 | Nível 160,0 | Nível 200,0
COMPETÊNCIA CRITÉRIOS (Níveis)
0. Demonstra desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita.
1. Demonstra domínio insuficiente da norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramati-
cais, de escolha de registro e de convenções da escrita.
2. Demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando muitos desvios gramaticais, de escolha
I de registro e de convenções da escrita.
Demonstrar domínio da norma 3. Demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais e de con-
padrão da língua escrita. venções da escrita.
4. Demonstra bom domínio da norma padrão, com poucos desvios gramaticais e de convenções da es-
crita.
5. Demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando escassos desvios
gramaticais e de convenções da escrita.
0. Foge ao tema proposto.
1. Desenvolve de maneira tangencial o tema ou apresenta inadequação ao tipo textual dissertativo-argu-
II
mentativo.
Compreender a proposta de
2. Desenvolve de forma mediana o tema a partir de argumentos do senso comum, cópias dos textos mo-
redação e aplicar conceitos das
tivadores ou apresenta domínio precário do tipo textual dissertativo-argumentativo.
várias áreas de conhecimento
3. Desenvolve de forma adequada o tema, a partir de argumentação previsível e apresenta domínio ade-
para desenvolver o tema,
quado do tipo textual dissertativo-argumentativo.
dentro dos limites estruturais
4. Desenvolve bem o tema a partir de argumentação consistente e apresenta bom domínio do tipo textual
do texto dissertativo-
dissertativo-argumentativo.
argumentativo.
5. Desenvolve muito bem o tema com argumentação consistente, além de apresentar excelente domínio
do tipo textual dissertativo-argumentativo, a partir de um repertório sociocultural produtivo.
0. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes.
1. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pouco relacionados
ao tema.
2. Apresenta informações, fatos e opiniões, ainda que pertinentes ao tema proposto, com pouca articula-
III
ção e/ou com contradições, ou limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de redação
Selecionar, relacionar, organizar
em defesa de seu ponto de vista.
e interpretar informações, fatos,
3. Apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém pouco orga-
opiniões e argumentos em
nizados e relacionados de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista.
defesa de um ponto de vista.
4. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, com indícios de autoria, em defesa de seu ponto de vista.
5. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, configurando autoria, em defesa de seu ponto de vista.
0. Apresenta informações desconexas, que não se configuram como texto.
IV
1. Não articula as partes do texto ou as articula de forma precária e/ou inadequada.
Demonstrar conhecimento
2. Articula as partes do texto, porém com muitas inadequadas na utilização dos recursos coesivos.
dos mecanismos linguístico
3. Articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos.
necessários para a construção
4. Articula as partes do texto, com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos.
da argumentação.
5. Articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos.
0. Não elabora proposta de intervenção.
1. Elabora proposta de intervenção tangencial ao tema ou a deixa subentendida no texto.
V 2. Elabora proposta de intervenção de forma precária ou relacionada ao tema mas não articulada com a
Elaborar proposta de solução discussão desenvolvida no texto.
para o problema abordado, 3. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema mas pouco articulada à discussão desenvolvida
respeitando os valores no texto.
humanos e considerando a 4. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema e bem articulada à discussão desenvolvida no
diversidade sociocultural. texto.
5. Elabora proposta de intervenção inovadora relacionada ao tema e bem articulada à discussão desen-
volvida em seu texto, com detalhamento.
Aspectos considerados na avaliação de cada competência

a) Adequação ao Registro b) Norma Gramatical


c) Convenções da Escrita
• Grau de formalidade. • Sintaxe de concordância, regência • Escrita das palavras (ortografia,
Comp. I • Variedade linguística adequada e colocação.
ao tipo de texto e à situação de • Pontuação. acentuação).
• Maiúsculas / minúsculas.
interlocução. • Flexão.
a) Tema b) Estrutura
• Compreensão da proposta. • Encadeamento das partes do
Comp. II
• Desenvolvimento do tema a partir texto
de um projeto de texto. • Progressão temática.
c) Indícios de Autoria
a) Coerância Textual • Presença de marcas pessoais
Comp. III • Organização do texto quanto à b) Argumentatividade manifestas no desenvolvimen-
sua lógica interna e externa. to temático e na organização
textual.
b) Coesão Gramatical
a) Coesão Lexical
• Adequação no uso de recursos • Adequação no emprego de co-
nectivos, tempos verbais, pontua-
Comp. IV lexicais, tais como: sinônimos,
ção, sequência temporal, relações
hiperônimos, repetição, reiteração
anafóricas, conectores intervoca-
etc.
bulares, interparágrafos etc.

Cidadania ativa com proposta solidária,


Comp. V
compartilhada e inovadora.

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