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Ortoépia e prosódia – ainda nos livros didáticos?

1
Terezinha Della Justina
2
Maria Inês Pagliarini Cox

Este artigo é parte de um estudo que investigou os discursos enredados


na abordagem da fonética e da fonologia em livros didáticos do ensino médio3.
O estudo integra um projeto de pesquisa4 que tem por objeto as relações
interdiscursivas entre enunciados sobre/do ensino de português e enunciados
da linguística. Embora, no ocidente, o ensino de língua materna enraíze-se na
chamada gramática tradicional, contemporaneamente, ele não pode mais fazer
vista grossa aos saberes produzidos pela linguística moderna. Por mais que a
linguística, como discurso outro, incomode, pela relação sempre tensa com a
gramática, seus enunciados vão se enredando nos enunciados sobre/do ensino
de português quer como conteúdo quer como ponto de vista a que se opõe
resistência. Assim, buscamos apreender os gestos de interpretação que
enunciados de livros didáticos perfilam ao incorporarem/citarem os saberes
originários da linguística quando tematizam a fonética e a fonologia e, mais
precisamente, a ortoépia e a prosódia. Conjeturamos, previamente, que os
enunciados sobre tais tópicos evidenciariam uma trama interdiscursiva,
envolvendo o discurso gramatical (DG) e o discurso linguístico (DL).
Os discursos são historicamente constituídos. E, por serem históricos,
podem sofrer rupturas em suas bases, ser desconstruídos, reconstruídos,
ressignificados. Há uma memória discursiva que os mantêm vivos, retomando-
os, repetindo-os, mas, intrinsecamente heterogêneos, também aninham forças
de mudança. Porém, quando muito arraigados e longevos, assumem ares de

1
Professora da UNEMAT, campus de SINOP. Email: (tekadellaj@gmail.com)
2
Professora do Programa de Mestrado em Estudos de Linguagem na UFMT. Email:
(minescox@hotmail.com)
3
Este estudo culminou com a dissertação “A fonética e a fonologia em livros didáticos do
ensino médio: posições discursivas em jogo”, defendida, em 2011, por Terezinha Della Justina,
junto ao MeEL/UFMT.
4
Trata-se do projeto “Enunciados da linguística em enunciados sobre/do ensino de português:
batalhas de sentidos”, coordenado pela professora Dra. Maria Inês Pagliarini Cox.
eternidade, tornando-se muito resistentes e difíceis de serem abalados e
silenciados no campo discursivo em que circulam. O DG é um desses
discursos patriarcais: por séculos dominou sozinho, cruzando fronteiras,
tempos e espaços, modelando leituras de fenômenos linguísticos e sendo
repetido por especialistas das Letras, mas também pelo senso comum.
As raízes tentaculares do DG começaram a ser abaladas no início do
século XX, com a irrupção do DL. A partir de então, o DG teve de dividir com o
DL a competência e o direito de enunciar sobre a língua, cada um elegendo o
outro como seu adversário. Assim, no espaço que eles compartem, grassa a
interincompreensão5, já que os dois veem/leem os fatos da língua pelo seu viés
interpretativo, mal-entendendo o ponto de vista do outro.
O advento da sociolinguística, na década de 1960, sacudiu a idéia de
“erro” gramatical, que vingara sem rivalidade alguma por séculos e séculos,
tornando-se alvo de desconfiança e descrédito. Os ares renovadores da
sociolinguística, aos poucos, chegaram à seara do ensino de língua materna,
abrindo uma ruidosa polêmica com os espíritos reacionários que persistem na
crença de que a língua é homogênea e estática, fazendo o papel de guardiões
da boa norma contra seus corruptores. A despeito da resistência dos filiados à
posição gramatical, a concepção de língua plural foi incorporada aos
documentos oficiais contemporâneos (PCNEF/1997, PCNEM/1998,
PCNEM+/2002, OCEM/2006) que orientam o ensino de língua portuguesa e,
consequentemente, começou a ser incluída nos livros didáticos, uma vez que o
Programa Nacional do Livro para o Ensino Médio – PNLEM, lançado em 2004
pelo MEC/SEB/FNDE, articula-se estreitamente com a proposta defendida por
tais documentos. Assim, entrar num arquivo formado por enunciados de livros
didáticos contemporâneos é, certamente, entrar num território de fricções entre
o DG e o DL.
Por DG, designamos o conjunto de enunciados que interpretam,
prescritivamente, a língua pelo viés do certo e do errado, recusando-se a ver
regularidade e gramaticalidade nos usos que não coincidem com a norma
padrão. Os principais veículos e suportes de difusão desse discurso são as
gramáticas normativas, os livros didáticos e os meios de comunicação de

5
Empregamos os conceitos de interdiscurso e interincompreensão tal como Maingueneau (2005).
massa. Sua produtividade é, pois, garantida por sectários do purismo linguístico
que repelem os “erros” e os estrangeirismos como forças que arruínam o
português castiço.
Por DL, entendemos o conjunto de enunciados que vêm se constituindo
desde o limiar da chamada linguística moderna, pela abordagem descritiva e
explicativa da língua que chancela, com a sociolinguística, a leitura da variação
com um fenômeno inerente ao sistema. A língua passa a ser vista como um
conjunto de regras categóricas e variáveis e não apenas categóricas. Diante da
heterogeneidade, variação e mudança observadas nos usos linguísticos, o DL
não os interpreta como absolutamente certos ou errados, mas sim como
adequados ou inadequados relativamente aos contextos e registros. Tal
discurso propaga-se principalmente no espaço das universidades, entre
linguistas, encontrando, contudo, resistência para se expandir no domínio do
senso comum e da mídia e mesmo do ensino de língua materna.
Considerada essa conjuntura de mudança de paradigma no escopo do
ensino de língua materna, os autores de livros de língua portuguesa que
almejem sua inclusão no “Catálogo do PNLEM” não podem mais ignorar os
critérios sinalizados pelo edital de convocação para inscrição no processo de
avaliação e seleção de obras didáticas, em estreita sintonia com o DL. Afinal, a
Ficha de Avaliação anexada ao Catálogo do PNLEM/2009, publicado em 2008,
traz a questão “A obra apresenta problemas conceituais graves quanto aos
conteúdos linguísticos?” (BRASIL, 2008, questão f, item 3.1, p.131). Essa
pergunta nos parece tornar inadiável o diálogo com os conhecimentos
produzidos pelos vários ramos da linguística. Por exemplo, hoje seria um
equívoco desconhecer que a fonética e a fonologia são ciências distintas com
objetos próprios, assim como seria um equívoco desconhecer que elas são
ciências descritivas e explicativas e não normativas. Destarte, considerando que
a ortoépia e a prosódia constituem um capítulo privilegiado da gramática
normativa, como ficam no escopo do livro didático atual? Elas estão aí
presentes? Se sim, como são abordadas? Os chamados erros de ortoépia e
prosódia são ressignificados como casos de variação, à luz da interpretação do
português como uma língua plural, concepção abonada pelo seguinte critério de
eliminação do PNLEM: “Será eliminado o livro didático que não respeite as
diversidades linguísticas e culturais.” (BRASIL, 2007, p.39)? Movidas pelo
desejo de buscar respostas para tais questionamentos, debruçamo-nos sobre
as seções e/ou capítulos destinados à fonética e à fonologia em sete livros
didáticos do ensino médio, os seis primeiros constantes do Catálogo do
PNLEM/2009, conforme lista a seguir:

OBRAS E AUTORES

PORTUGUÊS: LINGUAGENS (L1)

Wiliam Roberto Cereja e Thereza Anália Cochar Magalhães


São Paulo: Atual, 2005
PORTUGUÊS (L2)

João Domingues Maia


São Paulo: Ática, 2004
PORTUGUÊS – PROJETOS (L3)

Carlos Emílio Faraco e Francisco Marto de Moura


São Paulo: Ática, 2005/2008
NOVAS PALAVRAS (1ª. série) (L4)

Emília Amaral, Mauro Ferreira, Ricardo Leite e Severino Antônio


São Paulo: FTD, 2005
PORTUGUÊS – DE OLHO NO MUNDO DO TRABALHO (L5)

Ernani Terra e José de Nicola


São Paulo: Scipione, 2004/2008
PORTUGUÊS (L6)

José de Nicola
São Paulo: Scipione, 2005/2008
PORTUGUÊS: LÍNGUA, LITERATURA E PRODUÇÃO TEXTUAL (L7)

Maria Luiza Abaurre, Marcela Nogueira Pontara e Tatiana Fadel


São Paulo: Moderna, 2000/2002

Analisando tais obras, observamos que elas, com exceção de L7, não
fazem, nas seções e/ou capítulos focalizados, qualquer referência às variações
do português no plano sonoro, silenciando completamente os conhecimentos
produzidos sobre esse tema pela fonética, fonologia, sociolinguística,
dialetologia, dentre outras disciplinas da macrolinguística. Nenhum outro tópico
gramatical seria tão propício à abordagem das variações linguísticas do
português quanto a fonética e a fonologia, já que, nesse plano, as variações são
abundantes e reconhecíveis até mesmo por quem não é especialista no assunto.
Quando ouvimos falantes comuns de português conversando sobre as
diferenças dialetais da língua que compartilham, é principalmente às variações
fonéticas que se referem – a diferença articulatória do português falado pelo
outro é o que é primeiro percebido pelos nossos ouvidos. Ademais, a Ficha 3 do
PNLEM/2009 inclui as seguintes questões, sinalizando a concepção de língua a
presidir o tratamento destinado aos conhecimentos linguísticos nos livros
didáticos do ensino médio:

• A concepção de língua contempla as dimensões estrutural e


sociocomunicativa da linguagem? (cf. seção 3.1a);
• A concepção de língua contempla sua natureza dinâmica e variável,
como um sistema adaptável ao contexto sociocultural? (cf. seção
3.1b);
• A gramática é considerada um sistema de regras de funcionamento
da língua que toma forma nas diversas situações de uso? É
considerada um conjunto de regras normativas a serem seguidas
incondicionalmente, em qualquer situação? (cf. seção 3.1c);
• A noção de norma contempla a concepção de variedade
concretizada socialmente – padrão de uso? Ou se refere
exclusivamente à variedade idealizada socialmente – padrão
normativo? (cf. seção 3.1d);
• A variação linguística é vista como um fenômeno próprio das
línguas? É avaliada negativamente? (cf. seção 3.1e);
• As atividades propostas contemplam a pluralidade de normas/usos
quanto a modalidades, registros e variedades? (cf. seção 3.2d).
• A obra apresenta problemas conceituais graves quanto aos
conteúdos linguísticos? (cf. seção 3.1f) (BRASIL, 2008, p.131 e 132)

Todos esses aspectos, francamente favoráveis a uma concepção


plural da língua, poderiam ser fácil e naturalmente contemplados na
abordagem da fonética e fonologia, uma vez que exemplos de variação nesse
estrato são numerosos. Porém, os enunciadores de L7 são os únicos, como já
dissemos, a mencionarem, ainda que de modo tangencial, o fenômeno da
variação linguística e, portanto, a dialogarem minimamente com o DL no
tocante a esse tópico, mesmo que tão somente para introduzir os princípios de
análise fonológica. Tais princípios consistem em inventariar todos os fones
ouvidos numa comunidade linguística heterogênea, mas que se reconhece
como falante de uma mesma língua, e em avaliar o valor fonológico dos fones
inventariados, separando o que vale como fonema do que é mera variante de
um fonema. Na SD1, uma diferença dialetal do português é descrita:

SD1. Na variedade de português falada em muitas partes da


Região Sudeste, observa-se que o som inicial de palavras como
“tia”, “dia”, “típico”, “tinha”, “direto” (e outros em que às consoantes
/t/ e /d/ segue-se a vogal /i/) é bastante diferente do som que se
ouve em palavras como “tela”, “dela”, “telha”, “deriva”, “todo”, “dor”,
“topa”, “dose”, “tudo”, “dúvida” (e outros em que às consoantes /t/ e
/d/ seguem-se outras vogais diferente de /i/). No entanto, apesar de
a diferença fonética ser considerável, nós nem a ouvimos mais.
Pronunciando essas palavras como na Região Sudeste,
percebemos que, antes da vogal /i/, o /t/ e o /d/ pronunciam-se com
africados, ou seja, com sons que apresentam um início oclusivo e
um final fricativo. Daí a característica de “explosão acompanhada
de um forte chiado” que apresentam o /t/ e o /d/ antes da vogal /i/.
Assim, para representar o som incial que identificamos como
africada antes da vogal /i/, a transcrição fonética seria, para os
exemplos dados, a seguinte (indicamos em negrito só os trechos
das transcrições fonéticas que você deve comparar): [‘tSSia], [‘dZZia],
[»tSSipikU], [‘tSSiNa], [dZZ’iretU], [‘tεla], [‘dεla], [‘te¥a], [de’riva], [‘todU],
[‘dox], [‘tçpa], [‘dçzi], [‘tudU], [‘duvida]. Já a transcrição dos
fonemas, nas mesmas palavras, seria: /tía/, /día/ /típiko/, /tíNa/,
/dirεtèo/, /tεlèa/, /dεlèa/, [té¥a/, /deriva/, /tódo/, /dór/, /tçpèa/, /dóze/,
/túdo/, /dúvida/.
Agora, vamos tirar uma conclusão muito importante a partir dessas
ocorrências fonéticas, para os estudos de fonologia: apesar da
diferença fonética observada, os sons [t] e [tS] “valem” uma unidade
fonológica apenas, são realizações de um único fonema, /t/, na
Língua Portuguesa. O mesmo é verdade em relação a [d] e [dZ],
que também “valem” apenas uma unidade fonológica na língua: o
fonema /d/. (L7, p.17).

Nessa sequência discursiva, os enunciadores nomeiam um caso de


variação fonética do português de larga amplitude na comunidade de falantes
dessa língua – a africação dos fonemas /t/ e /d/ antes da vogal /i/, ou seja, nesse
contexto linguístico, ouvimos com frequência [tS] e [dZ] e não [t] e [d] como ocorre

antes das outras vogais. Não lhes interessa aí tratar da variação fonética do
português em si, mas sim explorar o conceito de fonema como um conjunto de
sons que vale um único fonema, na esteira do conceito de valor saussureano,
rememorado sob a forma de uma incisa discursiva6. Quer dizer, no plano
fonológico, um fonema não necessariamente representa um único fone ouvido no
plano fonético, ele pode representar um conjunto de fones – a relação entre
fonemas e fones não é de um para um. Embora o caso da africação tenha sido
usado apenas para ilustrar a aplicação dos princípios de análise fonológica, ele
deixa entrever a postura descritiva dos enunciadores diante do fenômeno
variação, interpretado por eles como um fenômeno natural do português.
Ademais, a postura descritiva ante a variação linguística, em L7, contrasta
gritantemente com a postura normativa adotada nos demais livros didáticos que
interpretam a variação de pronúncia como “erro”, “desvio”, exclusivamente nas
seções de ortoépia e prosódia, numa evidente submissão ao DG:

SD2. Ortoépia (ou ortoepia) trata da pronúncia correta das palavras.


Pronunciar incorretamente uma palavra é cometer cacoépia.
Ortoépia e cacoépia são palavras formadas por radicais gregos: orto
= ”correto”, “certo”; caco = “feio”, “mau”; épos = “palavra”. Também
podemos falar em ortofonia e cacofonia.
Como exemplos de erros de ortoépia, podemos citar:
“abóboda” em vez de abóbada
“alejar” em vez de aleijar
“adevogado” em vez de advogado
“estrupo” em vez de estupro
“guspe” em vez de cuspe

A prosódia trata da correta acentuação tônica das palavras. Assim,


cometer um erro de prosódia é, por exemplo, transformar uma
palavra oxítona em paroxítona, ou uma proparoxítona em paroxítona.
Os erros de prosódia recebem o nome de silabada. Observe alguns
exemplos de silabada:
Pronunciar em vez de
sútil sutil
côndor condor
ávaro avaro
rúbrica rubrica
interim ínterim
leucocito leucócito

Algumas palavras admitem dupla pronúncia, ambas consideradas


corretas, é o caso de ortoépia ou ortoepia e também de:
acróbata ou acrobata
hieróglifo ou hieroglifo
liqüidação ou liquidação

6
As incisas discursivas são formas não marcadas de heterogeneidade discursiva e consistem
em sequências ou fragmentos de sequências discursivas oriundos de outros discursos que, ao
serem interiorizados, não deixam marcas de sua procedência externa, nem de seu processo de
apropriação” (INDURSKY, 1992, p. 345).
projétil ou projetil
réptil ou reptil
sóror ou soror
xérox ou xerox
zângão ou zangão (L5, p. 203 e 204)

Na SD2, a variação de pronúncia é nomeada como “erro” de ortoépia


ou de prosódia. E na interpretação de tais enunciadores, quem erra a ortoépia
“comete” uma cacoépia e quem erra a prosódia “comete” uma silabada. O uso
do verbo “cometer”, investido de um sentido negativo relacionado à infração de
uma norma/lei, remete-nos a uma ordem jurídica que classifica os
comportamentos linguísticos desviantes da lei gramatical como criminosos,
exceto nos casos que admitem a dupla pronúncia como possível. Quem diz
[ale’Zar] é um criminoso da língua. Mas que falante de português brasileiro,

numa situação de uso vernacular da língua, diz [alej’Zar]? Nenhum. Portanto,

somos todos criminosos. Incorremos, todos, no crime de lesa-língua. Nosso


crime é nomeado pelo códice gramatical como cacoépia. Que falante de
português diz [advo’gadu] sem introduzir uma vogal [e] ou [i] depois de [d]?
Nenhum. Quem, como falante de português brasileiro, não ouve com
frequência formas como [es’trupu] ao invés de [es’tupru], [‘guspi] ao invés de
[‘kuspi]? Se o critério para decidir a pronúncia padrão fosse a frequência
estatística e não o que os gramáticos dizem, certamente, em muitas
comunidades sociais, a forma padrão seria [es’trupu] e [‘guspi], já que muito
mais frequentes do que [es’tupru] e [‘kuspi]. Se “acrobata” e “acrobata”,
“hieróglifo” e “hieroglifo”, “liqüidação” e “liquidação”, “projétil” e “projetil”,
“réptil” e “reptil”, “sóror” e “soror”, “xérox” e “xerox”, “zangão” e “zangão”
são admitidas como formas com dupla prosódia, porque não admitir que
palavras como “rúbrica” e “rubrica”, “interim” e “ínterim” também são
passíveis de dupla pronúncia? Os enunciadores da SD2 copiam cegamente o
disposto pelos gramáticos quanto às variações de pronúncia e prosódia: o que
pode nas gramáticas normativas pode no livro didático; o que não pode lá, não
pode cá. Trata-se, pois, de um mimetismo completamente subserviente ao
DG, que nem se pergunta pelos critérios que balizam a decisão quanto ao que
pode e o que não pode. Se o gramático – a suposta autoridade no assunto –
diz que pode, então pode. E o que dizem os gramáticos sobre a ortoépia e a
prosódia? Dizem que

Ortoépia é a parte da gramática que trata da correta pronúncia dos


fonemas.
Preocupa-se não apenas com o conhecimento exato dos valores
fonéticos dos fonemas que entram na estrutura dos vocábulos,
considerados isoladamente ou ligados na enunciação da oração,
mas ainda com o ritmo, a entoação e expressão convenientes à boa
elocução. (BECHARA, 2009, p.76)
[...]
Prosódia é a parte da fonética que trata da correta acentuação e
entoação dos fonemas. (BECHARA, 2009, p.84)

Nessas definições de Bechara (2009), a qualificação de


“pronúncia”, “acentuação” e “entoação” dos fonemas como “correta” e de
“elocução” como “boa” se faz a partir de uma ideologia purista de língua que
categoriza os fatos linguísticos em corretos/incorretos, bons/ruins e justifica e
autoriza a prática normativa, com o intuito de sanear a fala dos vícios da plebe
ignara. Vale ressaltar ainda a presença da perspectiva grafocêntrica, uma vez
que a forma escrita é tomada como parâmetro para a avaliação do que é
pronúncia correta ou incorreta, sem considerar que o falante pode não
conhecer a forma escrita. É como se a língua falada derivasse da escrita e não
o inverso. Um suposto padrão de pronúncia cristalizado na escrita é eleito
como a lei a que os falantes devem se submeter. Contudo, a ortografia não é
uma representação da fala; é apenas “[...] uma representação gráfica que
permite a leitura. Não vou ler Camões na pronúncia dele, mas na minha”
(CAGLIARI, 2011, p.).
O enunciador de SD3 é também um dos enunciadores de SD2,
porém, seu posicionamento como sujeito aí evidencia um mal estar em relação
ao DG:

SD3. Pronunciar corretamente as palavras, preocupando-se com a


acentuação, é condição essencial para uma comunicação perfeita.
(p.39)
A ortoepia ou ortoépia ( do Gr. orthós, “reto”, “direto” = épos,
“palavra”) trata da correta articulação e pronúncia das palavras.
Certos desvios de ortoépia caracterizam a linguagem coloquial que,
ao articular uma palavra, normalmente obedece à lei do menor
esforço. Dessa forma, são comuns casos como:

“róba” em vez de rouba “alejar” em vez de aleijar “adivogado” em


vez de advogado

A prosódia trata da correta acentuação tônica das palavras.


[...]
Um desvio de prosódia é, por exemplo, transformar uma palavra
paroxítona em proparoxítona (o que configura uma silabada). Veja
alguns exemplos:

tonicidade correta desvio de prosódia


ruBRIca rúbrica
filanTROpo filântropo
aVAro ávaro
iBEro íbero
aziAgo azíago
noBEL nóbel
ruIM rúim
ÍNterim interim
reCORde récorde (L6, p.39)

Embora o enunciador de SD3 se refira à “pronúncia correta das


palavras”, à “articulação correta”, à “comunicação perfeita”, silencia os termos
“erro” e “errado” e “incorreto”, recorrendo ao termo “desvio”, um sinônimo com
valor eufêmico que ameniza a aura negativa que envolve a noção de “erro”,
desde que o DL ressignificou a língua como sendo centralmente heterogênea
e passou a interpretar a imensa maioria dos supostos “erros” de pronúncia e
prosódia como “variação linguística” natural e normal nos idiomas vivos. O
termo “desvio” pode ser menos marcado como léxico do DG, porém ainda
carreia a significação de que existe UMA norma – um padrão normativo – em
relação à qual se classificam as formas outras como desvios. É o que se
patenteia no contraste entre a coluna de palavras com “tonicidade correta” e a
coluna de palavras correspondentes com “desvios de prosódia”. Além de levar
o enunciador a substituir o termo “erro” pelo termo “desvio”, o fantasma dos
sentidos produzidos pelo DL o faz vincular “desvios de ortoépia” com
“linguagem coloquial”. Contudo, no universo semântico do DL, a linguagem
coloquial, um registro distenso, se distingue da linguagem formal não por
desviar-se da norma padrão, mas por possuir normas próprias, uma gramática
singular. Com a sociolinguística, a língua passou a ser compreendida como
um sistema dinâmico e variável. Os exemplos mencionados como desvios pelo
enunciador da SD3 – róba, alejar e adivogado – são absolutamente normais
na linguagem coloquial. Essa categorização da diferença linguística como
desvio nos coloca diante de um sujeito não mais à vontade com o DG,
incomodado com a presença do DL no campo das Letras. Porém, embora
testemunhe a interdiscursividade entre o DG e DL na forma da
heterogeneidade e do dialogismo constitutivo, não o faz sob a forma da
heterogeneidade mostrada, conforme a distinção feita por Authier-Revuz
(2004)7 e retomada por Maingueneau (2005, p. 112), pois não há menção
explícita, melhor dizendo, dissensão mostrada em relação ao Outro no fio do
discurso. Também na SD4, abaixo, deparamo-nos com a clivagem do sujeito
enunciador:

SD4. A pronúncia das palavras é bastante variável. Como se


pronuncia a vogal das palavras ossos e ovos? Com som aberto (ó)
ou com som fechado (ô)? Como se pronuncia a palavra Nobel?
Dando mais intensidade à sílaba no ou à sílaba bel? Para ajudar a
esclarecer essas dúvidas, a fonologia desenvolve estudos sobre a
pronúncia adequada das palavras, segundo a variedade padrão da
língua portuguesa. Esses estudos chamam-se ortoepia e prosódia.
A ortoépia trata da pronúncia adequada dos fonemas e das
palavras, de acordo com a variedade padrão da língua.
A prosódia trata da acentuação e da entoação adequadas dos
fonemas, de acordo com a variedade padrão da língua. (L1, p.184)

O primeiro enunciado da SD4, sem dúvida, pode ser identificado como


sendo gerado pela formação discursiva da linguística, embora não haja
referência explícita a ela. Contudo, o alinhamento do sujeito enunciador com o
DL começa a oscilar a partir daí. As perguntas que vêm depois dele – “Como
se pronuncia a vogal das palavras ossos e ovos? Com som aberto (ó) ou com
som fechado (ô)? Como se pronuncia a palavra Nobel? Dando mais
intensidade à sílaba no ou à sílaba bel?” –, inserindo uma conjunção alternativa

7
Maingueneau (2005) recorreu aos conceitos de heterogeneidade constitutiva e
heterogeneidade mostrada propostos por Authier-Revuz (2004, p. 37) com base no conceito de
dialogismo de Bakhtin (1988), que pressupõe, como lei constitutiva do discurso, que “o lugar do
‘outro discurso’ não é ao lado, mas no discurso”. A heterogeneidade mostrada pode ser
marcada, percebida na superfície linguística de um texto, ou não-marcada, apresentada de
forma velada, diluída no “novo” texto.
“ou” entre as variantes de uma palavra e não a conjunção aditiva “e”, remetem-
nos para o DG e para a concepção de língua como sendo una e invariável.
Essa derrapagem em direção ao DG continua a ocorrer no enunciado
imediatamente após as perguntas – “Para ajudar a esclarecer essas dúvidas, a
fonologia desenvolve estudos sobre a pronúncia adequada das palavras,
segundo a variedade padrão da língua portuguesa”. A fonologia, no sentido que
lhe dá o DL, não se incumbe do estudo da “pronúncia adequada das palavras,
segundo a variedade padrão”, muito menos chancela a postura normativa
embutida na “ortoépia” e na “prosódia”; é sua função descrever-explicar o que
ocorre no plano fonético-fonológico em todas as variedades de uma língua e
não normatizar-corrigir a suposta pronúncia inadequada pelo metro de uma
suposta pronúncia padrão. Apenas em relação ao caleidoscópio de variedades
linguísticas de uma língua é que faz sentido usar o termo
“adequado/inadequado”.

O conceito de “adequação”, que gerou a categoria avaliativa


adequado/inadequado, foi proposto pelo sociolinguista americano Hymes na
década de 1960. Hymes (1972) cunhou esse termo simultaneamente à
proposição do conceito de competência comunicativa, complementar ao
conceito de competência linguística proposto por Chomsky. O conceito de
competência comunicativa pressupõe a articulação entre as normas
gramaticais e formais de uma língua e a situação de uso, o interlocutor e o
assunto. No escopo do conceito de competência comunicativa, a “adequação”
é, pois, a sintonia entre normas linguísticas e normas sócio-culturais de uso, ao
passo que a “inadequação” é a dissonância entre essas duas instâncias.
Assim, deixar de falar em certo/errado e passar a falar em
adequado/inadequado é já um índice da interação semântica entre o DG e o
DL. Entretanto, essa mudança de nome pode ser apenas uma mudança de
rótulo e não, efetivamente, uma mudança discursiva no modo de significar os
usos outros da língua.

É o que parece ocorrer na SD4, já que a “adequação” é apresentada não


relativamente a todas as variedades do português, não como padrão de uso,
mas exclusivamente em relação à “variedade padrão”. O enunciador não adere
efetivamente ao DL; recorre ao termo “adequado” para substituir o termo
“certo”, mas, pelo processo de interincompreensão (MAINGUENEAU, 2005), o
traduz pela grade semântica do DG. Não é porque se sente convencido de que
em matéria de língua não existe nada certo e nada errado, de que tudo é
relativo, que o enunciador da SD3 usa o termo “adequado”, mas sim porque
deseja evitar o termo “certo”, investido de uma carga semântica altamente
negativa no espaço dos estudos linguísticos e do ensino de línguas
contemporaneamente. Em resumo, vemos um termo do léxico do DL repor um
termo do léxico do DG como mero eufemismo, sinonímia que, por si só, não
tem o poder de afetar os sentidos, uma vez que, para a análise de discurso, os
sentidos não estão nas palavras em estado lexical, mas nas formações
discursivas e ideológicas em que elas se inscrevem. Como afirma Orlandi, o
sentido

[...] não existe em si mesmo, mas é determinado pelas posições


ideológicas colocadas em jogo no processo sócio-histórico em que as
palavras são produzidas. As palavras mudam de sentido segundo as
posições daqueles que as empregam. Elas ‘tiram’ seu sentido dessas
posições, isto é em relação às formações ideológicas nas quais essas
posições se inscrevem. (ORLANDI, 2000, p. 42),

No caso da SD4, os enunciadores podem até ter trocado os termos


“certo/errado” por “adequado/inadequado”, constrangidos pelos documentos
oficiais que hoje pautam o ensino de língua materna e não podem mais ser
ignorados pelos autores/editores de livros didáticos que desejam ver suas
obras recomendadas e incluídas no PNLEM, mas não mudaram de posição
discursiva. Eles não podem fazer ouvidos moucos ao PCNEM + (2002, p.75)
que recomenda que “o aluno participe de diversas situações de discurso, na
fala ou na escrita, para que tenha oportunidade de avaliar a adequação das
variedades linguísticas às circunstâncias comunicativas”. Eles não podem fazer
vista grossa às questões da ficha 3 do Catálogo do PNLEM/2007, mencionadas
no início desta seção. Diante do alinhamento do discurso oficial com o DL, os
enunciadores que falam em L1 têm de exibir marcas de que estão em sintonia
com os princípios e postulados que regem a proposta de ensino de língua
materna em vigor e circulam nos documentos citados. É, pois, nessa
conjuntura que vemos os enunciadores da SD4, que falam interpelados pelo
DG, usarem o léxico do DL, que lhes é estrangeiro, e o traduzirem segundo seu
próprio idioma: certo = adequado, errado = inadequado, variedade padrão =
língua portuguesa. O alinhamento com o DG e sua ideologia purista fica
patente nas atividades propostas na SD5, também recortada de L1:

SD5. Quais dos pares de palavras abaixo não admitem dupla


pronúncia?
a) antiquíssimo – antiqüíssimo
b) sanguinário – sangüinário
c) questão – qüestão
d) projétil – projetil
e) réptil –reptil
f) liquidação – liqüidação
g) acróbata – acrobata (L1, p. 185)

Na SD5, na pergunta “Quais dos pares de palavras não admitem dupla


pronúncia?”, o predicado peremptório não se coaduna com uma concepção de
língua como sendo dinâmica, plural e variável. O enunciador do DG “pode não
admitir dupla pronúncia” para o par c) questão-qüestão, mas essa variação é
real, talvez mesmo mais real do que aquelas admitidas como possíveis. Na SD6,
a seguir, os enunciadores de L1 deixam à mostra a dobra da escrita sobre a
oralidade:
SD6. Não se intercala e ou i nos encontros consonantais nas
palavras pseudônimo, pneu, absoluto, absurdo, admissão e
frear.
São pronunciadas de acordo com a grafia as palavras
beneficência, mortadela, gratuito (ui é ditongo), ruim (ui é hiato),
irrequieto, salsicha, caderneta” (L1, p. 184),

Apenas o DG pode afirmar que “Não se intercala e ou i nos encontros


consonantais nas palavras pseudônimo, pneu, absoluto, absurdo, admissão” (L1,
p. 184), pois o DL leria como normal a presença dessas vogais entre as duas
consoantes. Aliás, a pronúncia com a vogal é estatisticamente mais significativa
do que a pronúncia sem a vogal, uma vez que, sem a vogal, os grupos
consonantais mencionados constituem combinações de fonemas completamente
esdrúxulas em relação às estruturas silábicas produtivas na modalidade oral da
língua portuguesa. Igualmente, apenas o enunciador interpelado pelo DG pode
afirmar que “São pronunciadas de acordo com a grafia as palavras beneficência,
mortadela, gratuito (ui é ditongo), ruim (ui é hiato), irrequieto, salsicha, caderneta”
(L1, p. 184), tomando, na contramão de tudo o que se enunciou conforme o DL,
a escrita como modelo para a fala.
Vemos os enunciadores de L1 divididos entre terem de atender aos
mandamentos dos novos tempos do ensino de língua portuguesa e não
desejarem se afastar da segurança dos saberes familiares, originários do DG. A
resistência é previsível, afinal, os discursos se esforçam para preservar suas
identidades. Seria insensato pensar que um discurso com tão longa tradição
desapareceria da noite para o dia ou aceitaria a derrota facilmente. Também não
podemos subestimar o não domínio e a falta de experiência dos enunciadores de
livros didáticos com o DL, como óbices para a mudança de paradigma.
Excetuando-se por L7, se fôssemos responder às questões da Ficha de
Avaliação do PNLEM/2009 anteriormente citadas, uma vez realizada a presente
análise, a situação seria a seguinte:

• A concepção de língua contempla as dimensões estrutural e


sociocomunicativa da linguagem? NÃO
• A concepção de língua contempla sua natureza dinâmica e variável,
como um sistema adaptável ao contexto sociocultural? NÃO
• A gramática é considerada um sistema de regras de funcionamento
da língua que toma forma nas diversas situações de uso? NÃO É
considerada um conjunto de regras normativas a serem seguidas
incondicionalmente, em qualquer situação? SIM
• A noção de norma contempla a concepção de variedade
concretizada socialmente – padrão de uso? NÃO Ou se refere
exclusivamente à variedade idealizada socialmente – padrão
normativo? SIM
• A variação linguística é vista como um fenômeno próprio das
línguas? NÃO É avaliada negativamente? SIM
• As atividades propostas contemplam a pluralidade de normas/usos
quanto a modalidades, registros e variedades? NÃO.

No que diz respeito aos fenômenos do nível fonético-fonológico, a posição


dominante, identificada entre os enunciadores que falam nos livros didáticos (L1,
L2, L3, L4, L5 e L6), remete-se ao DG, com a reafirmação da concepção de
língua como um sistema de regras categóricas imutáveis e da postura normativa
e corretiva diante da alteridade linguística. Diante disso, a ortoépia e a prosódia
não só não desapareceram dos livros didáticos, como ainda constituem matéria
privilegiada para o exercício do normativismo.
Ao focalizarmos tal matéria, tínhamos por objetivo compreender como
enunciados de livros didáticos de português respondem aos parâmetros e
orientações curriculares, bem como aos critérios do PNLEM, quanto ao
postulado da inclusão do tema ‘diversidade linguística’ no tocante ao nível
fonético e fonológico, contribuindo para a promoção de uma educação linguística
que forme cidadãos livres de quaisquer preconceitos linguísticos. Constatamos
que, à parte L7, todos os outros livros parecem se fingir de surdos ou de cegos
diante de um eixo nuclear do PCNEM – o respeito à diversidade (BRASIL, 1998,
p. 123). No trabalho com a língua portuguesa, esse princípio deveria destronar a
norma padrão como a única expressão correta da língua e entronar uma
concepção de língua como sendo heterogênea em todos os seus níveis. Em
termos operacionais, isso significa que a língua deve ser tomada como plural em
todas as páginas do LD e no trato com todas as matérias e não apenas num
capítulo exclusivo dedicado à variação linguística. Textualmente, o PCNEM
(BRASIL, 1998, p. 130) sugere que “A variante padrão pode ser comparada com
outras variantes em seus aspetos fonológicos, sintáticos, semânticos”,
reforçando a abrangência da concepção de língua como um conjunto de
variedades.
Assim, pelo que vimos desenrolar-se nas páginas dedicadas à fonética e
à fonologia, estamos longe de construir uma sociedade democrática e plural em
que as diferenças linguísticas, quando contrapostas à norma padrão, não sejam
alvo de avaliação negativa, preconceituosa e discriminatória. Apenas os saberes
produzidos no campo da linguística podem nos ajudar a tirar o manto sagrado
que envolve a norma padrão, revelando a história de lutas classificatórias que a
legitimou como “a” língua. Sem isso, nossos alunos continuarão a crer que há
apenas uma forma correta de usar a língua, desconhecendo o fato de que o
valor atribuído à norma padrão não é linguístico, mas político, ou seja, relativo ao
“[...] poder econômico e simbólico de certos grupos sociais que autorizam sua
legitimidade” (BRASIL, 1998, p. 127). Se a educação formal persistir nessa trilha,
nossos alunos serão cidadãos que, inocentemente, vão continuar a praticar as
mais sórdidas manifestações de preconceito linguístico.
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