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OLHANDO A CIDADE, DISCUTINDO A SOCIEDADE: EXPERIÊNCIA, PESQUISA

E A CIDADE COMO AMBIENTE PEDAGÓGICO1

Marcelo da Silva Araujo



RESUMO: objetiva-se relatar uma pesquisa com estudantes da 3ª série do Ensino Médio.
Esta uniu a reflexão teórica e conceitual à prática de pesquisa empírica. Tendo por objeto a
cidade e as múltiplas práticas sociais que nela se delineiam, esta surge como espaço para
exercitar criticamente a percepção sobre a cidadania. Assim, partindo da cidade como espaço
socialmente construído, a reflexão sobre temas como meio ambiente, arquitetura, política,
arte, lazer, educação, saúde, saneamento, religião e movimentos sociais, possibilitam a
compreensão sobre como as teorias se aplicam empiricamente, tornando-se fortes sugestões
para ideias e propostas concretas.

PALAVRAS-CHAVE: Relato de experiência; Cidade; Interpretação sociológica; Pesquisa


empírica.

ABSTRACT: the objective is to report a survey of students of the 3rd year of high school. This
united the theoretical and conceptual reflection to the practice of empirical research. Having
as object the city and the multiple social practices that are outlined in it, this comes as a space
for critical work the perception of citizenship. Thus, leaving the city as socially constructed
space, reflection on topics such as environment, architecture, politics, art, leisure, education,
health, sanitation, religion and social movements, enable understanding of how the theories
apply empirically, making are strong suggestions for ideas and concrete proposals.

KEYWORDS: Experience report; City; Sociological interpretation; Empirical research.

Introdução 3

Dizer que a cidade é o lugar da diversidade é uma afirmação que reforça uma
desnecessária obviedade. Para todas as ciências que dela se ocupam, e sem medo
de cometer uma redução ocidentalista e para lá de parcial, a cidade é o motor de
nossa civilização. Sem dúvida, ela se configura como o locus da vida econômica,
religiosa, política, afetiva, entre outras manifestações profundamente humanas da
hoje imensa maioria dos indivíduos que agem sobre o planeta.

No conjunto, as cidades dialogam com seus habitantes e com todos aqueles que de
alguma forma desejam dela tirar proveito, quer seja pela manutenção da
sobrevivência, quer pela necessidade social de compartilhar e de estar junto. Não
falamos apenas daquelas que, territorial ou sociologicamente, são denominadas

1 Este artigo foi originalmente escrito e utilizado como comunicação oral no III Encontro Nacional sobre
o Ensino de Sociologia na Educação Básica, de 31 de maio a 03 de junho de 2013, na Universidade
Federal do Ceará, dentro do grupo de trabalho Contribuições da Sociologia para a Pesquisa em
Educação.

Doutor em Antropologia e professor do Departamento de Sociologia do Colégio Pedro II.

Revista Perspectiva Sociológica, N.º 14, 2º sem. 2014.


grandes cidades ou das que sofrem sua influência direta. Mesmo aquelas cidades que
estão em torno de uma capital ou de um centro comercial importante contribuem com
sua pluralidade para formar o ser urbano que a constitui e é constituído cotidianamente
por elas.

Essas breves linhas servem para demonstrar que as diversas disciplinas que
compõem as ciências humanas, mas não só elas, se preocupam e aprendem muito
com a cidade, ou melhor, com a experiência urbana. Deste modo, a Sociologia, a
Antropologia e a Ciência Política, matrizes tradicionais dos cursos universitários
brasileiros de ciências sociais que disponibilizam seus conteúdos, metodologias e
orientações no processo de transposição para o Ensino Básico das instituições
formais de educação, têm como obrigação e como responsabilidade pedagógica e
formativa fazer da discussão das características e possibilidades fornecidas pela
cidade uma fonte de permanente aprendizado.

Assim, articuladas em torno do conteúdo e trabalhando em conjunto na forma, a


atividade não somente especulativa mas também interpretativa sobre os espaços
urbanos próximos pode conferir um qualitativo laboratório de exploração e,
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consequentemente, um canal para refinadas aquisições no campo do saber.

“O ar da cidade liberta”... E faz refletir e elaborar interpretações!

No estado do Rio de Janeiro, assistimos atualmente a um crescimento da importância


da região metropolitana em termos econômicos, políticos etc. A partir dos impactos
(econômicos, sociais, ambientais) do crescimento desenfreado, algumas abordagens
pedagógicas que têm o Ensino Básico como espaço de exercício contribuem
diferencialmente para o processo do ensino-aprendizagem. Deste modo, pesquisar a
própria cidade ou aquela em que desempenha boa parte das suas atividades diárias
torna-se mais do que uma curiosidade escolar: ela, a cidade, se transforma em espaço
para exercitar criticamente a percepção sobre a cidadania e a participação enquanto
ser social.

O objeto cidade é um dos mais acessíveis temas potencializadores da pesquisa social


e sociológica. Levando-se em consideração, em particular, os municípios de Niterói,

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São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Magé, Rio Bonito, que fazem parte da chamada Região
Metropolitana, e a própria cidade do Rio de Janeiro, as possibilidades de produzir
conhecimento, considerando, simultaneamente, as suas singularidades e similitudes,
são bem instigantes. Temas como trânsito, meio ambiente, arquitetura, política, poder,
arte, população em situação de rua, lazer, território, educação, saúde, saneamento,
religião, movimentos sociais, entre outros, são fortes sugestões para pensar temáticas
a partir das quais ideias e propostas concretas podem surgir.

Pensando na reflexão, no debate e na prática de pesquisa de base empírica e


etnográfica, o relato de experiência que dá substância a esta comunicação baseou-se
em pesquisas escolares de alunos da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Pedro II.
Localizado em Niterói, importante cidade da região metropolitana do estado do Rio de
Janeiro, o campus atende apenas ao segmento do Ensino Médio, contando com um
diversificado público que acede a ele por intermédio de concurso. Deste modo, a
pluralidade de proveniências geográficas e de posicionamento social partilha de
semelhanças com o ambiente da cidade, quando temos em mente a já clássica
realidade “partida”, com uma “zona sul” e uma “zona norte” definidas.
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Tendo sido capital de Estado (Niterói) e sendo capital, Rio de Janeiro, crescem de
forma acelerada, aumentando o poder de atração sobre as cidades próximas e que
orbitam em torno delas. Porém, elas também se veem obrigadas a atender e acolher
uma igual pluralidade de manifestações de identidade e pertencimento (as turmas de
jovens que transitam pela cidade e fazem dos shoppings e praças espaços
privilegiados de sociabilidade), de demonstração de fé (a multiplicação de igrejas,
fenômeno perceptível em quase todas as cidades de médio ou grande porte) e a
incessante degradação ambiental (ocasionando desastres há muito anunciados,
como a tragédia da comunidade carente conhecida como Morro do Bumba ou partes
da Zona Oeste do Rio de Janeiro), para citar apenas alguns exemplos.

Assim, no tema “A cidade como construção social”, os alunos realizaram pesquisas


bibliográficas e etnográficas sobre temas tradicionalmente urbanos, buscando
compreender como as teorias sobre a cidade podem ser aplicadas empiricamente.
Para tanto, propostas distintas foram feitas, cabendo aos grupos organizarem-se,
atribuindo funções e levantando materiais que contemplassem a discussão. Como
resultado, travaram-se debates sobre a diversificação religiosa nas grandes cidades
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como um possível sintoma de uma necessidade de retomada do religioso em um
mundo cada vez mais individualista e acelerado, a emergência de coletividades de
jovens (denominadas, pelos próprios alunos, de “tribos urbanas”) que se agregam a
partir de gostos e sensibilidades que passam pela música e pelo consumo de sinais
de pertencimento à modernidade, a questão dos movimentos sociais urbanos, da
sexualidade e da sociedade de controle e do monitoramento permanente (este
autoexplicativo em razão da profusão de câmeras e sistemas de vigilância, mas
também de formas “brandas” e voluntárias de controle, como a exposição nas redes
sociais).

Programa, proposta e conceitos

Para este relato de experiência convém, desde já, esclarecer algumas informações
preliminares.

O Colégio Pedro II, autarquia federal da educação, possui um departamento de


Sociologia, cuja disciplina é ensinada em 2 tempos semanais de 45 minutos nas 3
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séries do Ensino Médio, arranjo identicamente praticado do 7º ao 9º anos do Ensino
Fundamental, onde é ministrada a disciplina Ciências Sociais. Como funciona em 6
dias na semana (de 2ª a sábado), no sábado as aulas têm o horário um pouco
reduzido: 40 minutos.

Tal carga horária distribui-se entre os 3 trimestres letivos, que preveem, como
avaliações formais, uma certificação individual de 70 pontos e um instrumento
avaliativo preferencialmente não individual (dupla ou mais componentes) no valor de
30 pontos. O caso em questão se insere nesta última modalidade, que ocorreu na
forma de exibição de vídeos e seminários temáticos, confeccionados a partir das
experiências de campo e do levantamento de material bibliográfico.

Assim, programa (ver abaixo) e proposta (ver no Anexo) buscaram interligar a noção
de cidade como construção sociológica à reflexão conceitual de sala de aula – que
subsidiou a pesquisa bibliográfica dos próprios alunos para qualificarem
sociologicamente seus objetos – e às práticas de pesquisa de campo.

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Unidade I – A Cidade como Construção Pontos nodais
Social
●Desenvolvimento
1 – Metrópole e Desenvolvimento ●Segregação socioespacial
2 - Formas de Exclusão na Cidade ●Movimentos sociais urbanos
3 – Violência Urbana
Tema motivador: Favela e controle social no Rio de Janeiro

O programa, que é do 1º trimestre letivo, possibilita aos alunos a aproximação


reflexiva, teórica e conceitual, de uma realidade vivenciada por eles no cotidiano.
Nessa altura da vida escolar, última série do Ensino Básico, os alunos já acumularam
uma rica discussão acerca do tema, especialmente quando conjugadas as
contribuições das demais disciplinas das humanidades (destaque feito à Geografia, à
História, à Filosofia e à Literatura). Conceitos como metrópole, exclusão e
segregação, em si mesmos complexamente polissêmicos, já foram satisfatoriamente
absorvidos e servem como ponto de partida analítico do tema, figurando entre os
pontos nodais a serem destacados no período.

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O objeto favela, espaço físico e social emblemático de diversas questões urbanas no
estado do Rio de Janeiro, e as tentativas do poder público e privado de controle social
sobre ela, bem como as tentativas dos pesquisadores de apreender suas
particularidades, torna-se o catalisador da dinâmica pedagógica que a proposta de
trabalho coloca. Na prática, dois dos três trabalhos aqui citados não giram em torno
do tema, porém a questão da moradia aqui apresentada discute-o indiretamente.

Acerca da proposta, a mesma é feita de forma bastante amarrada, sendo publicizada


pelos professores por intermédio de orientações que se assemelham a um edital:
diretrizes como formato, temas e prazo são detalhadamente delineadas a fim de
dirimir ao máximo possível as dúvidas que poderiam atrapalhar a confecção da
pesquisa e de seu resultado. Porém, naturalmente os professores colocam-se à
disposição para o esclarecimento das dúvidas mais persistentes, particularmente para
as necessárias sugestões bibliográficas.

Os temas propostos, originalmente batizados de “Sociologia Urbana, Sociologia


Humana” e cujos resultados são apresentados através da alternância entre um vídeo

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produzido pelos alunos e sua apresentação na forma de seminários, como
mencionado acima, são os seguintes: Sociedade de controle: formas de
monitoramento e de controle coletivo via tecnologia; Vida social e multiplicação
religiosa contemporânea; Juventude urbana contemporânea e suas particularidades
estéticas; Cidades e questão ambiental; Sexualidades, territorialização e
modos/estilos de vida e Moradia, direitos e movimentos sociais.2

Os temas e conceitos acima expressos estão informados por algumas elaborações


teóricas discutidas em sala de aula, visando a preparar o aluno para uma primeira
aproximação com a temática urbana. A primeira delas, o texto “A Cidade como
Categoria Sociológica”, do antropólogo Ruben Oliven, é, na verdade, uma compilação
do percurso dos temas clássicos sobre sociologia urbana.

Este texto tem o valor de propor uma metodologia que recorta os autores clássicos a
partir das variáveis dependente (cuja preocupação são os fatores históricos de
formação das cidades), independente (cujo foco está na função da cidade) e
contextual (que ilumina a própria cidade como causa maior das transformações). Com
esta distinção metodológica das formas de abordagem, o texto auxilia os alunos a
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compreenderem como os autores tidos como pilares da Sociologia (Karl Marx, Émile
Durkheim e Max Weber) pensam a cidade, organizando, assim, o seu próprio
pensamento na hora de analisarem e debaterem os dados recolhidos com base, como
veremos, em perspectivas teóricas e conceituais complementares.

Outra referência bibliográfica importante é a noção de que a cidade pode ser


transformada em um laboratório social e de que ela se organiza e se apresenta por
intermédio de uma ecologia, a ecologia urbana, como na acepção de Robert Ezra Park
(1979 [1916]). Para este autor, e para a chamada Escola Sociológica de Chicago,
importante e pioneiro centro de pesquisa sobre o ambiente urbano da qual fez parte,
a perspectiva da cidade é de que ela era um laboratório para “estudar a sociedade”, o
comportamento coletivo. Não é à toa que Park (1864-1944) está o tempo todo

2 Em regra, trabalha-se, neste trimestre, outros temas afetos à cidade, mas estes, a fim de facilitar a
pesquisa com um número menor de abordagens, são propostos e elaborados na forma de um trabalho
de sociologia visual, cuja proposta na íntegra também se encontra no Anexo deste texto. Seus temas
(ver Anexo) são Violência: espaços e formas de manifestação; O espaço visual da cidade: arte pública
e propaganda; Lazer, entretenimento e seus circuitos; e Exclusão e segregação urbanas: população
em situação de rua e trabalho informal.

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preocupado em mandar seus discípulos e alunos não somente para as grandes
cidades, mas também para as cidades pequenas e para o interior.

No pensamento de Park, de acordo com Joseph (2005, p. 111), uma cidade é “algo
esponjoso que atrai e repele ao mesmo tempo”. Está longe, contudo, de ser a priori a
única forma de reunião, tampouco a melhor delas. Ela não é apenas um meio que
tolera as diferenças; ela as premia, assim como acentua as “excentricidades”, sejam
elas profissionais ou culturais.

Uma cidade, por sua expansão e irradiação, corresponde a um processo triplo de


atração, incorporação e reforço cumulativo. Esse processo dilui as diferenças: uma
grande metrópole reúne pessoas porque elas são diferentes. A densidade multiplica
e sobredetermina as dependências e os laços, transformando a cidade, antes de tudo,
num “estado de espírito, um corpo de costumes e tradições e de sentimentos e
atitudes organizados...” (PARK, 1979 [1916], p. 26-29),

Por fim, o texto “A cidade como objeto de estudo: diferentes olhares sobre o urbano”,
de Maria Josefina Sant´Anna, que arremata passagens dos teóricos pós-Escola de
Chicago, bem como discute as sociologias latino-americana e brasileira. Destaque 9

feito à Henri Léfèbvre em sua teorização da ênfase no urbano como um espaço


socialmente produzido e à Manuel Castells na sua defesa da importância dos
movimentos sociais e da inexistência de um corte profundo entre rural e urbano (estes,
segundo ele, não se encontram em contraposição aberta mas sim em constante
interpenetração). A alternativa brasileira ao Paradigma da Marginalidade e as noções
de espoliação urbana e de periferização, de Lucio Kowarick (1979) também são
lembrados como peças fundamentais para compreender o nascimento e o
desenvolvimento da sociologia urbana fora dos centros europeus e estadunidenses.

Além destes, somamos outros textos ao conjunto dos materiais pedagógicos que
fornecem suporte na preparação para as referidas pesquisas, como “O Brasil e suas
Favelas”, de Suzana Taschner (2003), “A base da violência”, de Edmilson Marques
(2007), “Favelização contemporânea”, de Selmo Nascimento (2010), “O passado nas
cidades do futuro”, de Cristina Meneguello, “A vida nas cidades”, de Nildo Viana
(2007). Completamos estes materiais com os vídeos “Cidade”, coleção Ecce Homo

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(52’) e “Obras para a Copa e as Olimpíadas desapropriam ilegalmente”, do canal de
esportes ESPN (19’46).

Cidade e sociedade: o ambiente urbano como espaço pedagógico

Como afirmei acima, são muitos os temas trabalhados. Deste modo, opto por recortar
3 deles para discutir seus resultados como demonstração do potencial das cidades
para a educação. Lembro, mais uma vez, que a orientação, em linhas gerais, era
realizar um documentário que contivesse no máximo 15 minutos, a partir de pesquisa
de campo e que resultasse da associação com a literatura disponível sobre o tema.

Sociedade de controle: formas de monitoramento e de controle coletivo via tecnologia

Apesar da conformação mais jornalística da abordagem, utilizando-se de materiais


captados da internet (o que, em si, não desmerece o trabalho, uma vez que indica a
habilidade de apropriarem-se adequadamente na pesquisa de materiais à disposição
10
no mundo virtual), os alunos demonstram uma reflexão madura sobre o tema,
discutindo-o teórica e conceitualmente.

Tema que notadamente faz parte de seu cotidiano, e por isso, num sentido amplo,
automaticamente significativo para seu aprendizado, a sociedade de controle via
tecnologia tal como discutida inicia-se em casa (mães e pais que aprimoram formas
de monitorar a utilização da internet pelos filhos), estende-se à escola (câmeras,
detectores de metal, bloqueios para sites etc.) e aplica-se ao mundo da rua, com os
sensores e detectores nos bancos, as câmeras nas ruas, os cartões magnéticos de
acesso, entre outros. Mais do que nós, a geração destes jovens pode tender a
naturalizar estes mecanismos, uma vez que já nasceram sob a égide deles. Assim,
discutir sobre a existência e funcionamento destas formas modernas de controle,
refletindo sobre seus inegáveis benefícios e prejuízos, sensibiliza ainda mais os
alunos ao que está a sua volta, bem como apura seu senso crítico sobre as formas de
poder investidas em diversos elementos da realidade.

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Trabalhar a noção de controle dos corpos e das ações demandou dos alunos dar um
passo atrás na elaboração de sua argumentação. Aproximando as formas de controle
e monitoramento em questão da noção de sociedade disciplinar de Foucault, para a
qual a organização da sociedade prima pelo tolhimento da liberdade em prol e por
intermédio de regras e normas para tornar os corpos dóceis, os alunos fazem uma
importante gradação teórica sobre o tema. Ou seja, ao compreenderam, pela leitura
de Foucault, que a começar pelo nosso modo de andar e sentar perante nossa família
(aqui especialmente no caso das meninas) até o nosso modo de agir perante as
eleições políticas ou noutras instituições (inclusive na vestimenta, na reprodução
cantada do hino e nos horários praticados no Colégio) somos vigiados e disciplinados.
A incorporação de tais regras e normas pelos sujeitos reduz, ao perpetrarem vigilância
e disciplina sobre as mesmas, em grande medida a necessidade de agirem
concretamente o tempo todo dos órgãos.

Entretanto, continuando sua reflexão conceitual, afirmam que o momento é de


transição (o que não significa a ultrapassagem, mas sim a coexistência com a
sociedade disciplinar, tal como Foucault a concebe). Utilizando-se de Gilles Deleuze,
argumentam que estamos gradativamente passando a uma Sociedade de Controle, 11

onde saímos de uma forma de “encarceramento completo para uma espécie de


controle aberto e contínuo”. Isso torna o indivíduo multifacetado, repartindo sua
identidade e fragilizando seu lugar no mundo, já que o controle e o poder estão
diluídos em várias esferas da vida cotidiana – e não somente nos tradicionais espaços
e instituições fechadas a que Foucault se referia.

Na apresentação oral dos resultados, na forma de seminários, o grupo percebeu que


a acepção mais evidente, entre os entrevistados, da noção de sociedade de controle
refere-se às suas formas visíveis e de cooptação (como no depoimento do
entrevistado, em que menciona câmeras e satélites, e da jovem que lembra os
benefícios da prevenção ou da resolução policial dos assaltos captados por câmeras
nos espaços público ou privado). Segundo eles, isso aproxima-se mais da noção de
sociedade disciplinar, cujos veículos são identificáveis. Discutiram também a menção
de uma entrevistada à mídia como sua fonte de informação, ponderando ser este mais
uma manifestação da sociedade de controle, uma vez que inegavelmente a mesma

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também é utilizada, por vezes e como diria Theodor Adorno (1978), de forma a
entorpecer nossa capacidade crítica.

A criatividade em fazer a pesquisa dentro de um shopping center (na praça de


alimentação) é um elemento de destaque: o próprio shopping center, tanto em sua
concepção arquitetônica quanto no patrulhamento dos agentes patrimoniais, é um
espaço de práticas disciplinares e de controle às quais, como afirmam os alunos, os
indivíduos se autocolocam, autovigiando-se – isso sem mencionar as formas rápidas
e quase imperceptíveis de controle presentes em propagandas, por exemplo, já que
o poder do marketing controla os olhares dos indivíduos nestes espaços. Também na
perspectiva dos frequentadores, estes espaços de convivência e consumo são os
lugares onde “todos podem e querem espiar todos”.

Assim, ao elegerem um espaço de convivência e consumo como campo de pesquisa


sobre as formas de controle social contemporâneas, os alunos instruem-se através da
reflexão acerca da incorporação dos dispositivos disciplinares sem a necessidade,
como dizem, de “algum tipo de autoridade investida de poderes capazes de impor os
procedimentos de poder e de saber.”
12

Por fim, recuperando o discurso oficial de que a principal razão para a proliferação
das câmeras de segurança, como instrumentos mais visíveis do monitoramento e do
controle diretos, é a manutenção da segurança, propõem que é necessário maior
investimento em pesquisas sobre os porquês da criminalidade e da violência,
arrematando, com um argumento fundamentalmente sociológico, com o fato de que
as pessoas entrevistadas incorporaram a ideia de que há pessoas ou mecanismos –
sempre referidos por “eles” – responsáveis por esse monitoramento. Deste modo, os
entrevistados, recorte que são de uma realidade social maior, aprovam-nos
tacitamente, mesmo sob pena de não ter “muito acesso às informações que eles têm”,
como afirma uma entrevistada. Além disso, a partir da análise do que diz outra
entrevistada, as formas de monitoramento controlam as “ações externas”, isto é, estão
ali para garantir a segurança física já que não é possível “adivinhar a índole das
pessoas”, o que demonstra a incorporação do discurso disciplinador pelos próprios
sujeitos.

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Vida social e multiplicação religiosa contemporânea

Nós, docentes de Sociologia do Colégio Pedro II, temos por hábito de ofício (e de
formação) relacionar a presença dos clássicos da disciplina em quase todos os temas,
a fim de demonstrar para os alunos sua importância na edificação do capital temático
da área. Contudo, apesar do caráter indiscutivelmente essencial de alguns temas, os
mesmos não entram nominalmente no currículo praticado. Digo que não entram
nominalmente pois estão presentes nas discussões e debates das aulas como uma
referência ainda profundamente presente na organização da visão de si e do mundo
dos mais distintos indivíduos. A religião é um destes temas.

Justamente por este motivo, a religião em sua dimensão contemporânea de


diversidade e multiplicação de doutrinas e denominações é um assunto “bom pra
pensar” e para refinar a competência analítica e interpretativa dos alunos. O fato
mesmo de muitos destes jovens terem religiosidade e por vezes uma religião,
praticando-a com alguma regularidade, torna a pesquisa e o debate sobre seus
resultados um terreno fértil para a melhor compreensão da realidade e, o que é mais
13
importante, para o exercício das leituras acerca dessa pluralidade e de suas regras
de funcionamento interno.

Iniciando pela discussão conceitual e teórica de Émile Durkheim, presente nas Formas
elementares da vida religiosa, obra de referência adotada, o grupo apresenta a religião
como uma instituição constitutiva da existência das coletividades humanas, de
aspecto comunitário e que se coloca como fato social, já que é reflexo das crenças da
sociedade. Ultrapassando o âmbito propriamente religioso, a religião impregna o
cotidiano das pessoas, moldando sua visão de mundo e a percepção da realidade.

A pesquisa de campo buscou, em diversas denominações religiosas, as


“conceituações nativas” acerca do fenômeno religioso, privilegiando os discursos dos
atores sobre seu próprio universo de crença, sobre sua própria religião ou
denominação religiosa. Com isso, exercitam uma ferramenta importantíssima das
ciências sociais, especialmente da Sociologia e da Antropologia, que é a confrontação
de noções dos próprios informantes sobre o que informam. Nesse caso, não somente

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sobre o que informam, mas acima de tudo sobre sua concepção do que é certo e do
que é errado.

Assim, continuando o exposto acima, os alunos põem em prática uma forma


etnográfica de compreender a realidade social que desnuda os elementos
fundamentais das religiões (como a querela da formação como princípio da autoridade
religiosa, mencionada por uma entrevistada, o obstáculo erguido aos “desviantes”
sexuais, no que tange à negação do casamento gay, entre outras coisas), já que este
é o intuito de sua tarefa. O mesmo se aplica ao termo “sem os costumes” voltado a
“uma classe entre aspas mais alta” da entrevistada, ao falar de sua denominação
religiosa. Na exposição oral, o grupo discutiu sociologicamente essa fala,
interpretando-a como uma forma de hierarquização e de segregação, já que a
ausência de costumes numa igreja dissidente visa a atrair e manter os referidos fiéis.3

As conclusões a que o grupo chegou é que existe uma função social nas religiões.
Mas, para além desta constatação quase “natural” dos discursos dos fiéis
entrevistados, houve a constatação de uma hierarquização no seio de um segmento
da sociedade que lida discursivamente com o espírito e que, portanto, não deveria,
14
por suposição, se envolver com questões de fundo político relacionadas à
autenticidade, autoridade e legitimidade ou não das instituições religiosas.

Apesar da utilização inadequada da noção de desintegração presente na teoria de


Durkheim, que é compreendida pelo grupo como promotor do “pluralismo religioso
exacerbado”, a ideia de que o recorte espacial (geográfico) ajuda a determinar as
clivagens nos costumes, posto que se dirigem a segmentos socialmente distintos da
coletividade, é correta na medida que discursos com distintas modulações no que
tange à forma de atrair público são utilizados para públicos distintos.

Moradia, direitos e movimentos sociais

Preocupando-se em iniciar por uma conceituação dos movimentos sociais, carro chefe
do trabalho realizado, os alunos caracterizam sua contribuição para a compreensão

3No vídeo, com profunda perspicácia sociológica, o grupo pergunta à outra entrevistada, na cena
seguinte à supracitada, se uma igreja a ser fundada ou recém fundada tem um público-alvo, testando
as diversas versões e modos de ver de fiéis igualmente diversos.

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de um cenário que vai além da simples discussão escolar de um conteúdo. Num ano
marcado, nos planos nacional e internacional, pelos eventos que renovaram a
presença massiva dos cidadãos nos rumos da política e da sociedade, por intermédio
da ocupação de importantes e emblemáticos espaços caracterizados pelas decisões
institucionais e políticas (como é o caso da chamada Primavera Árabe e do Occupy),
os alunos optaram por discutir circunstâncias que envolvem a atual e corrente situação
da cidade do Rio de Janeiro às vésperas dos megaeventos esportivos que lá terão
lugar: a Copa das Confederações de Futebol, a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos
Olímpicos.

Considerando toda a controvérsia político-legislativa e sobretudo social que cerca o


evento, os alunos resolveram olhar o problema por um de seus vieses mais
angustiantes, uma vez que trata de cidadãos dos quais são retirados um direito social
constitucional (Título II, capítulo II, art. 6º e 7º, inciso IV) pelos administradores
públicos em prol dos preparativos dos jogos.

Optando por uma conceituação que destaca “o caráter sociopolítico e cultural” dos
movimentos sociais, pela via da “expressão de demandas” e pelo prisma das “forças
15
sociais” em movimento, ou seja, na defesa da mobilização como geradora de uma
força coletiva e reivindicadora de um direito garantido pelas leis, o vídeo, em sua
composição, alterna a exibição de clipe musical pró-ocupação de imóveis sem função
social de uso (este embala a eleição simpática do grupo ao movimento social em
questão), com passagens explicativas da legislação urbana (o Estatuto da Cidade) e
entrevistas com uma moradora afetada pela política de remoções e com militantes de
organizações não governamentais que atuam na questão do direito à habitação
urbana.

Como jovens participantes de Grêmios Estudantis e de instâncias corporativistas de


ação pública, como sindicatos e movimento estudantil, a pesquisa e seus resultados
apontam para uma busca pessoal e formativa de informações e experiências mais
críticas de ação - posto que envolve, via de regra, a tensão entre os interessados e as
forças policiais do Estado. Logo, ela já é, de partida, uma forma de educação e de
ação pedagógica.

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Refletindo sobre a distinção conceitual e prática entre velhos movimentos sociais (as
diversas vertentes do sindicalismo e dos movimentos estudantis) e novos movimentos
sociais, percebem que apesar de uma leitura mais branda da atuação dos NMS, cuja
marca muitas vezes é de parceria com o Estado, o exemplo colhido, do Movimento
dos Trabalhadores Sem Teto, é de resistência e reivindicação. Assim, a relativização
dos termos “invasão” e “ocupação”, utilizados pelos que desejam criminalizar as
práticas de reivindicação sociais, é uma demonstração de que os conceitos têm o
poder de criar a realidade, como dizia Bourdieu (1983). Com isso, percebem que o
poder ou autoridade para nominar, tão comumente acionada pelas elites decisórias
ou econômicas (ou ambas), dá vida aos mais diversos elementos, o que pode
ocasionar a imagem dos reivindicadores de um direito como baderneiros, agitadores,
invasores, “classes perigosas”, etc.

Compreendendo que os movimentos sociais são “objetos de estudo permanente”,


tomam abertamente partido dos sujeitos investigados. Questionam, num contraste
entre a realidade social prescrutada e a reflexão teórica absorvida nas aulas, a noção
de desvio social ou anomia, típicas de uma sociologia funcionalista à Émile Durkheim
e de alguns dos mais eminentes autores da Escola de Chicago, como Robert Park 16

(op. cit.) e entendem, por fim, que as regras criadas para qualificar como desvio o que
infraciona a norma devem ser relativizadas já que o desvio não é uma qualidade
inerente ao ato, mas uma consequência da aplicação das regras e sanções ao
transgressor.

Conclusão

As conclusões a que chegaram os alunos autores da pesquisa apresentam os


espaços urbanos como espaços potencialmente pedagógicos e informativos quando
explorados. Objetivando impulsionar minimamente e de forma semi-autônoma, uma
vez que os temas foram pré-determinados pelo professor, as experiências práticas de
pesquisa, a conferência de sentido ao que se aprende nas aulas de sociologia fica
fortalecida. Experienciar os temas como complemento ao seu manuseio conceitual dá
carne e sangue à disciplina.

Revista Perspectiva Sociológica, N.º 14, 2º sem. 2014.


Desta forma, a atividade de pesquisa aguçou o interesse dos alunos. E isso ocorreu
independentemente das opções de carreira universitária de cada um, se
considerarmos o momento da trajetória escolar em que se encontram. Assim, além de
conhecerem melhor o perfil de uma pesquisa em Sociologia, muitos demonstraram
inclinação – e efetivamente a concretizaram em seus ingressos nos cursos de
graduação – para o investimento educacional nas humanidades, notadamente a
História, a Geografia e a Sociologia/Antropologia/Ciências Sociais.

A atividade deu mais combustível, a partir de inúmeros pedidos, para a realização de


uma ideia antiga: o oferecimento de um minicurso sobre Sociologia Urbana. Nele, não
somente o docente, mas os licenciandos (estagiários) e mesmo os ex-alunos, agora
estudantes dos primeiros períodos da graduação em Ciências Sociais e/ou Sociologia,
ministrarão as aulas e orientarão os trabalhos de pesquisa exigidos pelo minicurso de
forma supervisionada. Ou seja, é a sociologia dos problemas urbanos em movimento.

Referências bibliográficas

17
ADORNO, Theodor e HORKHEIMER, Max. "A indústria cultural: o lluminismo como
mistificação de massa". In: LIMA, Luis Costa. Teoria da cultura de massa, RJ:
Paz e Terra, 1978.
BOURDIEU, Pierre. Questões de Sociologia, RJ: Marco Zero, 1983
DELEUZE, Gilles. Conversações, SP: Editora 34, 2004.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder, RJ: Graal, 1986.
JOSEPH, Isaac. A respeito do bom uso da Escola de Chicago. In: VALLADARES,
Lícia do Prado (org.). A Escola de Chicago: impacto de uma tradição no Brasil e
na França. Belo Horizonte: Ed. UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ, 2005.
PARK, Robert Ezra. A cidade: sugestões para a investigação do comportamento
humano no meio urbano [1916]. In: VELHO, Otávio Guilherme (org.). O
fenômeno urbano. 4ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

Leituras complementares

KOWARICK, Lúcio. A espoliação urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.


MARQUES, Edmilson. “A base da violência”. In: Revista Sociologia, número especial
1, SP: Escala, 2007.
MENEGUELLO, Cristina. “O passado nas cidades do futuro”. In:
http://www.comciencia.br/reportagens/framereport.htm. Acessado em
08/09/2009.
SANT´ANNA, Maria Josefina Gabriel. “A cidade como objeto de estudo: diferentes
olhares sobre o urbano”. In:

Revista Perspectiva Sociológica, N.º 14, 2º sem. 2014.


http://www.comciencia.br/reportagens/cidades/cid24.htm. Acessado em
23/04/2013.
SILVA, Selmo Nascimento. Favelização contemporânea (manuscrito).
TASCHNER, Suzana Pasternak (2003) – O Brasil e suas Favelas. In: Pedro Abramo
(org.) A Cidade da Informalidade. O Desafio das Cidades LatinoAmericanas.
Sette Letras, Rio de Janeiro.
VIANA, Nildo. “A vida nas cidades”. In: Revista Sociologia, número especial 1, SP:
Escala, 2007.
Video “Cidade”, coleção Ecce Homo, 52’ e
Video “ESPN: obras para a Copa e as Olimpíadas desapropriam ilegalmente”,
acessado http://www.youtube.com/watch?v=YqZlmgsmmXE, acessado em
04/10/2011.

Anexos

COLÉGIO PEDRO II – CAMPUS NITERÓI


DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA
SÉRIE: 3ª E.M.

VÍDEO “SOCIOLOGIA URBANA, SOCIOLOGIA HUMANA

I – DO FORMATO DOS GRUPOS E DOS MATERIAIS PARA CONFECÃO


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A) Os vídeos serão realizados em grupos compostos por 5 alunos(as), salvo exceções
que serão devidamente analisadas.

B) Todos os trabalhos resultarão de pesquisas documentais (entrevistas, literaturas


diversas, internet, documentários, programas de rádio e TV, jornais impressos, folders
e informativos, peças publicitárias, etc.) e de campo. Neste último caso, quando
possível, desejado e/ou necessário, os grupos podem visitar espaços que se
relacionem direta ou indiretamente com o tema em questão.

II – DO PRODUTO FINAL

A) Os resultados das pesquisas deverão ser apresentados em vídeos. Os grupos


deverão apresentar uma sinopse impressa do material produzido.
B) A fim de complementar a pesquisa qualitativa, podem ser apresentados dados
estatísticos, gráficos, tabelas, indicadores sociais e outra ferramentas analíticas,
objetivando ilustrar e/ou comprovar os resultados das pesquisas.
C) O trabalho deverá ser realizado em formato de vídeo, tendo entre 10 e 15 minutos
e entregue em um único DVD.
D) A prova trimestral poderá conter uma ou duas questões referentes ao
conteúdo dos trabalhos.

III – DOS TEMAS E DA CONFECÇÃO

Revista Perspectiva Sociológica, N.º 14, 2º sem. 2014.


Embora os temas sejam diretamente influenciados pela sociologia urbana, os
trabalhos podem se utilizar de relações que ultrapassem este âmbito. Isto significa
que as associações com outras expressões e movimentos são não somente
apropriadas mas também enriquecedoras.
Os temas escolhidos são:

1ª – Sociedade de controle: formas de monitoramento e de controle coletivo via


tecnologia;
2ª – Vida social e multiplicação religiosa contemporânea;
3ª – Juventude urbana contemporânea e suas particularidades estéticas;
4ª – Cidades e questão ambiental;
5ª – Sexualidades, territorialização e modos/estilos de vida;
6ª – Moradia, direitos e movimentos sociais;

Os grupos deverão entregar uma sinopse de uma lauda ao professor, contendo:


- nome da instituição (no cabeçalho);
- unidade (no cabeçalho);
- nome do professor (no cabeçalho);
- disciplina (no cabeçalho);
- nomes dos participantes (no cabeçalho);
- turma (no cabeçalho);
- título e apresentação do trabalho.

A formatação seguirá o padrão A4, Times 12, margens 2,5; 3,0; 2,5; 3,0 e as
fontes de pesquisa utilizadas devem constar no fim da lauda – recomenda-se a citação
bibliográfica concordante com a norma (ver exemplo nos livros didáticos). 19
Vale lembrar que é permitida e sugerida a consulta a outros professores de
Sociologia, assim como aos professores de História, Geografia, Filosofia e Literatura.

IV – DOS CRITÉRIOS DE JULGAMENTO E AVALIAÇÃO

A composição da nota segue as exigências do formulário de avaliação.

Além do acima disposto, os elementos abaixo são considerados essenciais.


Deste modo, a existência deles implica na seguinte distribuição dos pontos:

1º - Estrita observância às orientações estabelecidas: 0,5 ponto;


2º - Apresentação/disposição visual organizada de modo a facilitar a compreensão:
0,5 ponto;
3º - Qualidade da contribuição para a construção de conhecimento sobre o tema: 1,0
ponto.

OBS.: os critérios acima observarão, na prática:


 Clareza;
 Criatividade;
 Domínio conceitual.

Quaisquer questões ou dúvidas serão esclarecidas diretamente com o(a)


professor(a).

Revista Perspectiva Sociológica, N.º 14, 2º sem. 2014.


COLÉGIO PEDRO II
Campus NITERÓI/Sociologia
Série: 3ª E.M 1º trim
Fotografia, Cidade e Sociologia Visual

1. PROPOSTA: o trabalho será realizado em dupla e cada dupla fotografará uma


experiência urbana inspirada em um dos 4 temas abaixo, elaborando uma breve
análise sociológica sobre o que foi abordado.

2. TEMAS

1ª – Violência: espaços e formas de manifestação;


2ª – O espaço visual da cidade: arte pública e propaganda;
3ª – Lazer, entretenimento e seus circuitos;
4ª – Exclusão e segregação urbanas: população em situação de rua e trabalho
informal.

A escolha do tema é livre. Considerando que haverá repetições de temas, as duplas


deverão se utilizar de exemplares diferentes de outra(s) dupla(s) que optar(am) pelo 20
mesmo tema.

3. SOBRE AS IMAGENS

As imagens serão produzidas no centro ou bairros importantes para a circulação


dos pedestres de São Gonçalo, de Niterói ou do Rio de Janeiro, devendo ser
coloridas e de preferência em papel fotográfico comum. A apresentação das
imagens obedecerá, na ordem abaixo, aos seguintes requisitos:

1) Título dado pela dupla – centralizado, Times 16, cor preta e negritado;
2) Local, data e hora – alinhado à esquerda, Times 14 e cor preta;
3) Descrição com o motivo da escolha, de NO MÍNIMO 4 e NO MÁXIMO 10 linhas
– modo justificado, Times 14 e cor preta (OBS.: o ideal é que a fotografia esteja
colada em papel cartão do tamanho da metade de uma folha ofício).

4. SOBRE A ANÁLISE

Deverá ser feita uma breve análise sociológica do tema escolhido. Portanto, será
produzida, de modo reflexivo e conceitual, a análise sobre a problemática
apresentada na imagem, tendo em vista as discussões das aulas e dos textos
sobre sociologia urbana.

Revista Perspectiva Sociológica, N.º 14, 2º sem. 2014.

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