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AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO PROGRAMA DE COLETA SELETIVA NO CENTRO

INTEGRADO DE GOVERNO (CIG) DO ESTADO DO PARÁ

Wanderson dos Santos Monteiro


Graduado em Engenharia Sanitária - UFPA. Especialista em Gestão Ambiental NUMA/UFPA.
Mestrando em Engenharia Civil – UFPA. Assessor Técnico da Secretaria de Estado de
Governo – SEGOV.

Rogério da Silva Santos


Graduado em Estatística – UFPA. Especialista em Controle Estatístico de Qualidade – UFPA.
Assessor Técnico da Secretaria de Estado de Governo – SEGOV.

Aline Christian Pimentel Almeida Santos


Graduada em Engenharia Sanitária - UFPA. Mestranda em Engenharia Civil – UFPA.
Pesquisadora do Grupo de Pesquisa de Hidráulica e Saneamento – GPHS.

Elizângela da Silva do Socorro Gomes


Graduada em Engenharia Sanitária - UFPA.

Willian Borges da Silva


Graduado em Arquitetura - UFPA.

RESUMO
O Decreto Estadual nº 801 de 2008 sinalizou uma mudança de perspectiva quanto ao destino final dos resíduos
sólidos gerados na Administração Pública do Governo Estadual. Etapa importante nesse processo foi a
implantação Piloto do Programa de Coleta Seletiva no Centro Integrado de Governo – CIG, que propiciou um
exemplo prático a orientar outros órgãos a aderirem ao Programa. Como em todo pioneirismo, muitas barreiras
iniciais a sua concretização tiveram de ser superadas, como por exemplo: sensibilizar os servidores; a “quebra” de
paradigmas em relação a cultura do desperdício, e apesar disso, os resultados obtidos mostram que as soluções
adotadas podem ser amplamente reproduzidas como forma de mitigar os impactos da produção de resíduos
recicláveis. Neste texto além dos números relativos ao Programa, contribuições valiosas serão disponibilizadas
como forma de subsidiar outras medidas semelhantes ao caso exposto.

PALAVRAS-CHAVES: Coleta seletiva, Política de Resíduos sólidos, Administração Pública.


INTRODUÇÃO
A crescente geração desenfreada de resíduos sólidos apresenta-se, atualmente, como um dos grandes problemas
ambientais. Atualmente 80% da população brasileira reside nas áreas urbanas produzindo aproximadamente 230
mil toneladas de lixo por dia. Cada brasileiro produz, em média, 700 gramas de lixo diariamente, podendo chegar
até mais de 1 kg, dependendo do poder aquisitivo e local em que mora (CEMPRE, 2000).

Segundo Veríssimo, et al. 2000, na Grande Belém, o lixo está presente nas ruas, praças, canais e terrenos baldios, é
geralmente disposto em condições inadequadas. Afirma ainda que, embora a coleta de lixo esteja acima da média
do Brasil, o tratamento e o destino final são precários na Grande Belém. Essa situação ocorre pelo fato de não
haver, dentro do sistema de gerenciamento de resíduos sólidos, uma medida preventiva, no caso, a coleta seletiva e
reciclagem, a fim de minimizar o quantitativo de resíduos que são encaminhados aos aterros sanitários e/ou são
dispostos em locais inapropriados.

A coleta, o tratamento e a destinação apropriada do lixo correspondem a uma das metas dos Objetivos do Milênio
liderados pela ONU (Organização das Nações Unidas). Nesse sentido, o Governo Federal vem assumindo várias
ações, a fim de conciliar os aspectos econômicos, sociais e ambientais referentes à gestão dos resíduos sólidos, e
instituiu em 25 de outubro de 2006 o decreto nº. 5940, que determina que todo material reciclável gerado nos
órgãos de administração direta e indireta sejam destinados às organizações de catadores de materiais recicláveis.
Consoante as medidas do Governo Federal, o Pará foi o 3º Estado brasileiro a criar decreto semelhante, sob o
número 801 de 15 de fevereiro de 2008, prevendo a criação do Comitê Estadual de Resíduos Sólidos do Estado do
Pará (CERES-Pa), com a missão de estimular e coordenar a destinação do material gerado nas instituições
estaduais.

Como forma de atender ao Decreto Estadual, houve a primeira experiência de implantação de um Projeto de
Coleta Seletiva de material reciclável, que se deu no Centro Integrado de Governo (CIG), espaço que abriga quatro
órgãos da Administração Direta do Estado (Secretaria de Estado de Governo, Secretaria de Estado de Integração
Regional, Secretaria de Estado de Projetos Estratégicos e Vice-governadoria), com o objetivo de minimizar o
desperdício dos materiais recicláveis, além de promover sua separação e destinação às organizações de catadores.
O presente artigo tem por escopo apresentar o impacto do programa de coleta seletiva no consumo de materiais
recicláveis gerados no Centro Integrado de Governo (CIG).

OBJETIVOS
O presente artigo tem como objetivos apresentar o impacto do programa de coleta seletiva no consumo de
materiais recicláveis gerados no Centro Integrado de Governo (CIG).

MÉTODO
Inicialmente foi constituída uma comissão coordenadora interna com representantes de cada setor do CIG o qual
fora chamado de Eco-Time. Esta equipe foi responsável por desenvolver o Programa de Gerenciamento de
Resíduos Soldos, assim como buscar meios para sensibilização dos servidores e o monitoramento do referido
programa.

Estas atividades foram realizadas mediante as seguintes fases:

a) Constituição da comissão interna coordenadora: Organizou-se uma comissão com representantes de cada
setor do CIG para implantar e dar continuidade ao projeto;
b) Elaboração do diagnóstico sobre os resíduos sólidos gerados: Realizou-se o diagnóstico da produção de
recicláveis no CIG, e com isso, foi elaborado o plano de gerenciamento de resíduos;
c) Estruturação logística e operacional: A partir da etapa anterior, identificaram-se os locais de
acondicionamento com a disposição dos coletores com as devidas cores que simbolizam a educação ambiental. Foi
realizado também, treinamento com os funcionários responsáveis pela coleta dos resíduos.
d) Implantação do projeto no CIG: Esta fase iniciou com pequenas ações de separação e minimização de
matérias recicláveis, principalmente papel e copos descartáveis. Nesse caso, os coletores, já localizados em pontos
estratégicos do CIG, facilitaram a viabilidade do projeto. E para sua efetividade foram realizadas reuniões
periódicas, boletins mensais, cartazes com informações sobre o que é coleta de lixo, sua importância, vantagens,
como cada um deve separar seu lixo, como e onde os materiais separados ficarão armazenados, como será a coleta
interna e externa, e sua destinação.
e) Lançamento do Projeto: Para melhor visibilidade do programa, foi divulgado, numa atividade solene onde
estavam presentes: Governo Estadual, servidores, organização de catadores e convidados;
f) Monitoramento do projeto: Nesta etapa, houve o acompanhamento e gerenciamento da coleta, do
armazenamento e destinação dos materiais, assim como, o levantamento das quantidades de material coletado e a
verificação do impacto econômico, financeiro e ambiental do programa.

Resultados
Após a implantação do Programa foi realizado o monitoramento do consumo dois materiais recicláveis mais
utilizados no CIG. Os materiais são papel A4 e copos descartáveis de 5 e 200 ml.

A figura 1 apresenta o consumo de copos descartáveis de 200 ml em pacotes de 100 unidades no CIG no período
de Janeiro a dezembro de 2008.

350
Nº de pacotes de copos

300
250
200
150
100
50
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2008
Figura 1: Número de pacotes (com 100 unidades) de copos descartáveis de 200 ml consumidos no CIG no
período de janeiro a dezembro de 2008

Por meio da figura 1 observa-se que de janeiro a março de 2008 a média de consumo de copos descartáveis de 200
ml era de 310 pacotes (31.000 copos) mensalmente. Após o lançamento do Programa de Coleta Seletiva (31 de
março) nota-se uma ligeira queda no consumo no mês de abril, cerca de 215 pacotes (21.500 copos), sendo
acentuada a partir de maio, mantendo uma média de 120 pacotes mensais (12.000 copos) o que representou uma
diminuição de mais de 50% no consumo mensal. De agosto a dezembro observa-se aumento no consumo ficando
na média de 230 pacotes (23.000) por mês nesse período.
A figura 2 apresenta o consumo de copos descartáveis de 5 ml em pacotes de 100 unidades no CIG no período de
Janeiro a dezembro de 2008.

120

100
Nº de pacotes de copos

80

60

40

20

0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2008
Figura 2: Número de pacotes (com 100 unidades) de copos descartáveis de 5 ml consumidos no CIG no
período de janeiro a dezembro de 2008

De acordo com os dados apresentados na Figura 2 observa-se que o consumo de copos descartáveis de 5 ml teve
média mensal de 96 pacotes (9.600 copos) no período de janeiro a março de 2008. Após o lançamento do
Programa de Coleta Seletiva (31 de março) o consumo de copos registrado no mês de abril ainda pode ser
considerado alto, ficando em 11 pacotes (1.100 copos) vindo a cair a partir do mês de maio mantendo média
mensal de 73 pacotes (7.300 copos) até o mês de julho. Em agosto e setembro nota-se alta no consumo que volta a
cair em outubro e se mantendo estável em novembro e dezembro com média de 85 pacotes (8.500 copos) por mês.

A Figura 3 apresenta o consumo de papel A4 no CIG no período de janeiro a dezembro de 2008.

250
Nº de Resmas de papel A4

200

150

100

50

0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2008
Figura 3: Consumo de resmas de papel A4 no CIG no período de janeiro a dezembro de 2008
Analisando o Gráfico 3 observa-se que o consumo de papel A4 no período de janeiro a dezembro de 2008 teve
grande variação, sendo o mês de julho o que apresentou menor consumo, abaixo de 50 resmas de papel, os meses
que apresentaram maior consumo foi janeiro e setembro com aproximadamente 200 resmas de papel A4
consumidas em cada mês.

De forma geral, observa-se que o consumo de papel A4 é relativamente variado, esse comportamento pode ser
explicado devido o consumo estar altamente correlacionado com o número de demandas do CIG, na forma de
relatórios, comunicados internos e externos, dentre outros.

O consumo de copos descartáveis de 200 ml e de 5 ml apresentou significativa queda após o lançamento do


Programa de Coleta Seletiva no CIG. Porém após os primeiros meses voltou a crescer. Identificou-se como uma
das possíveis causas do aumento de consumo de copos descartáveis a falta de dinâmicas que façam com que os
servidores se sintam parte importante do processo, como, serem informados mensalmente do quantitativo de
material destinado as organizações de catadores, quais as organizações beneficiadas com o material no período e
quanto foi a renda gerada com a comercialização do material e outros.

CONCLUSÃO
Considera-se, a partir da experiência relatada, que o grande desafio para que um Programa de Coleta Seletiva tenha
êxito é a sensibilização de todos os servidores do Órgão, por meio de ações que os façam responsáveis pelos
resultados alcançados com o Programa, sejam eles negativos em determinado momento ou positivos em outro.

Para tal, uma ampla divulgação dos números relativos ao consumo de materiais descartáveis alcançados num dado
período, para que haja visibilidade do Programa. Além disso, as ações de sensibilização devem ser de forma
contínua para que se atinja uma eficácia a tal ponto de gerar um hábito duradouro em todos que fazem parte do
processo.

BIBLIOGRAFIA
VERÍSSIMO, A; ALENCAR, C; LEÃO, N. Belém sustentável 2007. Belém: Instituto do Homem e Meio
Ambiente da Amazônia, 2008.

COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA RECICLAGEM; INSTITUTO DE PESQUISA TECNOLÓGICA.


Lixo municipal – Manual de gerenciamento integrado. São Paulo, 2000.

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