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Departamento de Matemática
6 Derivadas parciais 25
6.1 Definição e interpretação geométrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
6.2 Diferenciabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Terceira Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
6.3 Vetor Gradiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Quarta Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
6.4 Regra da Cadeia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
6.5 Derivação de funções definidas implicitamente . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Quinta Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Primeira Prova . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
6.6 Derivada Direcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
6.7 Derivadas parciais de ordem superior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Sexta Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
6.8 Generalização do Teorema do Valor Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
6.9 Fórmula de Taylor com resto de Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
6.10 Extremos Locais: Máximos e Mı́nimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Sétima Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Segunda Prova . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
6.11 Multiplicadores de Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Revisão de Integrais de funções de uma variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
ii
7.5 Mudança de Variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Nona Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
iii
Aula 1: 24/02/2010
1. Superfı́cies especiais.
(a) Planos
(b) Cilindros
(c) Quádricas
(a) Domı́nio
(b) Gráfico
(c) Curvas de nı́vel
(a) Domı́nio
(b) Superfı́cies de nı́vel
6. Derivadas parciais.
1
7. Integral dupla.
(a) Definição
(b) Propriedades
(c) Teorema de Fubini
(d) Mudança de variáveis
(e) Aplicações
8. Integral tripla.
(a) Definição
(b) Propriedades
(c) Mudança de variáveis
(d) Aplicações
9. Funções vetoriais.
(a) Definição
(b) Operações
(c) Limite e continuidade
(d) Derivada
(e) Curvas parametrizadas: vetores tangentes, comprimento de arco
Bibliografia
1. Guidorizzi, H. L. - Um curso de cálculo, Vol. 2 e 3, LTC, Rio de Janeiro, 2001.
2
4. Flemming, D. M. e Gonçalves, M. B. - Cálculo B, Pearson Prentice Hall, São Paulo,
2007.
Avaliação
Serão aplicadas 4 provas. A média final será obtida como uma média aritmética entre as
notas dos semestres. A matéria da primeira prova será tudo o que for visto até o dia da prova.
A matéria da segunda prova será toda a matéria do primeiro semestre. A matéria da terceira
prova será a matéria que for vista do inı́cio do segundo semestre até o dia da terceira prova.
A matéria da quarta prova será toda a matéria do segundo semestre.
Se a nota da segunda prova for maior que a nota da primeira prova, então a nota do
primeiro semestre será a nota da segunda prova. Se a nota da segunda prova for menor ou
igual a nota da primeira prova, então a nota do primeiro semestre será a média aritmética
das notas da primeira e segunda provas.
Se a nota da quarta prova for maior que a nota da terceira prova, então a nota do segundo
semestre será a nota da quarta prova. Se a nota da quarta prova for menor ou igual a nota
da terceira prova, então a nota do segundo semestre será a média aritmética das notas da
terceira e quarta provas.
Somente os alunos que perderem uma das 4 provas, por motivo justificado, poderão fazer
outra prova no dia 02/12.
Ao final do curso os alunos que obtiverem média igual ou superior a 5,0 (cinco) e pelo
menos 70% de freqüência serão aprovados. Os alunos que tiverem média inferior a 5,0 (cinco)
e pelo menos 70% de freqüência poderão fazer uma prova de recuperação. Nesse caso a média
final é obtida fazendo-se a média aritmética entre a média anterior com a nota da recuperação.
Se a média final for igual ou superior a 5,0 (cinco) o aluno será aprovado, caso contrário será
reprovado. Os alunos que tiverem freqüência inferior a 70% serão reprovados por faltas.
As datas das provas:
Prova 1: Sexta, 30 de abril.
Prova 2: Sexta, 18 de junho.
Prova 3: Quinta, 30 de setembro.
Prova 4: Terça, 30 de novembro.
Prova Perdida: Quinta, 02 de dezembro.
Recuperação: Quinta, 09 de dezembro.
3
Aula 2: 26/02/2010
1 Superfı́cies especiais
1.1 Planos
Um plano no espaço fica completamente determinado por um ponto P0 (x0 , y0 , z0 ) do plano
e um vetor n que é ortogonal ao plano. Este vetor ortogonal n é chamado vetor normal.
Seja P (x, y, z) um ponto arbitrário do plano, e sejam r0 e r os vetores posição de P0 e P . O
vetor r − r0 é representado pelo segmento orientado com origem em P0 e extremidade em P .
O vetor n é perpendicular a r − r0 e também ortogonal a todos os vetores paralelos ao plano.
Figura 1: Plano em R3 .
4
1.2 Cilindros
Um método muito eficiente de esboçar superfı́cies no espaço tridimensional é calcular as
intersecções da superfı́cie com planos. Nesta e na próxima seção usaremos esse método para
esboçar as superfı́cies.
Definição 1. Um cilindro é uma superfı́cie que consiste de retas paralelas a uma reta dada
(chamada geratriz) e que passam por uma curva plana dada (chamada diretriz).
Figura 2: Superfı́cie z = x2 .
(a) (b)
Figura 3: Superfı́cies x2 + y 2 = 1 e y 2 + z 2 = 1.
5
1.3 Quádricas
Definição 2. Quádrica é o lugar geométrico dos pontos (x, y, z) de R3 que satisfazem uma
equação do segundo grau do tipo
Observamos que através de rotações e translações toda quádrica pode ser colocada em
uma das seguintes formas normais
Ax2 + By 2 + Cz 2 + J = 0 ou Ax2 + By 2 + Iz = 0.
y2 k2
x2 + = 1 − , z = k (se − 2 ≤ k ≤ 2),
9 4
y2 z2
+ = 1 − k 2 , x = k (se − 1 ≤ k ≤ 1),
9 4
z2 k2
x2 + = 1 − , y = k (se − 3 ≤ k ≤ 3).
4 9
A figura 4 mostra o esboço da quádrica que é chamada elipsóide pois a intersecção com os
planos coordenados são elipses.
Figura 4: Elipsóide.
6
Figura 5: Parabolóide Elı́ptico.
7
Aula 3: 03/03/2010
Exemplo: Esboce a superfı́cie z = y 2 − x2 .
Colocando x = k obtemos parábolas z = y 2 − k 2 com concavidade voltada para cima (veja
figura 6 (a) e (d)). Quando fatiamos por planos y = k obtemos parábolas z = −x2 + k 2 com
concavidade voltada para baixo (veja figura 6 (b) e (e)). Se colocamos z = k, com k 6= 0,
obtemos hipérboles y 2 − x2 = k. E se z = 0, obtemos retas y = ±x (ver figura 6 (c) e (f)).
(d) (e) (f )
x2 z2
Exemplo: Esboce a superfı́cie + y2 − = 1.
4 4
A intersecção com planos da forma z = k obtemos a elipse
x2 k2
+ y2 = 1 + ,
4 4
e as intersecções com os planos coordenados xz e yz são as hipérboles
x2 z 2 z2
− = 1 e y2 − = 1.
4 4 4
A superfı́cie obtida é chamada hiperbolóide de uma folha e é apresentada na figura 8.
8
Figura 8: Hiperbolóide de uma folha.
y R
D
(x, y)
f (x, y)
Observamos que se for apresentado apenas a lei de definição da função então fica suben-
tendido que o o domı́nio é o maior conjunto possı́vel de pares de números reais onde aquela
lei pode ser aplicada. Veja o exemplo a seguir:
Exemplo: Encontre o domı́nio da função
xy − 5
f (x, y) = √ .
2 y−x
Para que a raiz quadrada do denominador esteja bem definida temos que ter y ≥ x, e
como está no denominador, não podemos ter y = x. Portanto o domı́nio de f é D = {(x, y) ∈
R2 : y > x}. Na Figura 10 está representado o domı́nio de f .
9
y>x
y
2.2 Gráfico
Definição 4. Seja D ⊂ R2 e f : D → R. O gráfico de f é o conjunto
As curvas de nı́vel servem por exemplo para aplicações em topografia. Veja figura 12.
10
10m
4m
10m 4m 2m
2m
11
Aula 4: 05/03/2010
Exemplo: Esbocepalgumas curvas de nı́vel do exemplo anterior.
f (x, y) = k ⇔ 9 − x2 − y 2 = k ⇔ x2 + y 2 = 9 − k 2 .
Conforme no caso de duas variáveis, se for apresentado apenas a lei de definição da função
então fica subentendido que o o domı́nio é o maior conjunto possı́vel de triplas de números
reais onde aquela lei pode ser aplicada.
12
z R
D
(x, y)
f (x, y)
k=1
k=0
k = −1
k>0
k=0
k<0
13
4 Noções topológicas no plano e no espaço
Definição 8. Definimos a norma de um vetor (x, y) ∈ R2 como sendo o número real
p
k(x, y)k = x2 + y 2.
conjunto é formado pelos pontos do que estão dentro da circunferência de centro (2, 1) e raio
1.
Observe que na figura 18 a circunferência está tracejada pois seus pontos não pertence à
bola aberta.
Definição 10 (Ponto Interior). Seja A um subconjunto não vazio de R2 . Dizemos que (x0 , y0)
é um ponto interior de A se existir uma bola aberta de centro (x0 , y0 ) contida em A.
14
Primeira Lista de Exercı́cios
15
Aula 5: 10/03/2010
Exemplo: Seja A = {(x, y) ∈ R2 : x ≥ 0 e y ≥ 0}.
Qualquer ponto (x, y), com x > 0 e y > 0, é ponto interior de A. Basta escolher o raio
da bola menor que o mı́nimo entre x e y. No entanto, os pontos da forma (x, y), com x = 0
ou y = 0, não são pontos interiores. Qualquer bola aberta centrada em um ponto da forma
(x, 0) não está contida no conjunto A. Veja a figura 19.
Exemplos:
• O conjunto A = {(x, y) ∈ R2 : x > 0 e y > 0} é aberto, pois todos os seus pontos são
pontos interiores.
y2
• O conjunto B = {(x, y) ∈ R2 : x2 + < 1} é aberto. Veja a figura 20.
2
16
Em outras palavras, (a, b) é ponto de acumulação de A se existem pontos de A, distintos
de (a, b), tão próximos de (a, b) quanto se queira.
Observamos que podem ocorrer casos em que um ponto (a, b) pertence ao conjunto A, mas
não é ponto de acumulação de A. Nesse caso, esses pontos são chamados de pontos isolados
de A. Por exemplo, em um conjunto com um número finito de pontos todos os pontos são
isolados. Para cada ponto (a, b), basta escolher uma bola aberta que tenha como raio um
número menor que a distância mı́nima de (a, b) aos outros pontos do conjunto.
se para todo ε > 0 dado, existe δ > 0 tal que todo (x, y) ∈ A com a propriedade
0 < k(x, y) − (x0 , y0 )k < δ se tenha |f (x, y) − L| < ε.
17
A
δ
y0
x0
L−ε L L+ε
O limite de f (x, y), quando (x, y) tende a (x0 , y0 ) é L significa que se (x, y) está no domı́nio
de f e pertence à bola de centro (x0 , y0) e raio δ e (x, y) 6= (x0 , y0 ), então a imagem f (x, y)
pertence ao intervalo (L − ε, L + ε). Veja a figura 22.
Exemplo: Seja f (x, y) = k uma função constante. Mostre que lim(x,y)→(x0 ,y0 ) f (x, y) = k.
De fato, dado ε > 0, basta tomar um δ > 0 qualquer. Daı́ se 0 < k(x, y) − (x0 , y0 )k < δ
então temos |f (x, y) − L| = |k − k| = 0 < ε.
Exemplo: Seja f : R2 → R dada por f (x, y) = x. Mostre que lim(x,y)→(x0 ,y0 ) f (x, y) = x0 .
p p
Inicialmente observe que |x − x0 | = (x − x0 )2 ≤ (x − x0 )2 + (y − y0 )2 = k(x, y) −
(x0 , y0 )k.
De posse da observação anterior, dado ε > 0 qualquer, temos que encontrar δ > 0 que
satisfaça a definição de limite. Muito bem, escolha δ igual ao ε > 0 dado. Nesse caso, temos
que para todo (x, y) ∈ R2 vale:
18
Aula 6: 12/03/2010
−x2 + y 2
Exemplo: A função f (x, y) = tem limite em (0, 0)?
x2 + y 2
A resposta dessa pergunta é não, pois quando calculamos f nos pontos da forma (x, 0)
temos f (x, 0) = −1 e em pontos da forma (0, y) temos f (0, y) = 1. Para provarmos de
maneira rigorosa, suponha que o limite exista e seja L. Se L ≤ 0, temos
|f (0, y) − L| = |1 − L| = 1 − L ≥ 1.
Se L > 0, temos
|f (x, 0) − L| = | − 1 − L| = 1 + L > 1.
Portanto, dado ε = 1, não é possı́vel encontrar δ > 0 de tal forma que todos os pontos (x, y),
com 0 < k(x, y)k < δ, satisfaçam |f (x, y) − L| < ε.
Exemplo: A equação vetorial da reta α(t) = (x0 + at, y0 + bt) é um exemplo de caminho. É
a reta que passa pelo ponto (x0 , y0 ) e tem a direção do vetor (a, b). Veja figura 23-(a). Outro
exemplo de caminho é dado por β(t) = (t2 , t). Observe que esse caminho é a parábola x = y 2.
Veja figura 23-(b).
(x0 , y0 )
(a, b)
(a) (b)
lim f (α(t)).
t→t0
19
−x2 + y 2
Exemplo: Considere a função f (x, y) = e (x0 , y0 ) = (0, 0). Considere ainda os
x2 + y 2
caminhos α1 (t) = (t, 0) e α2 (t) = (0, t). Ambos caminhos passam pelo (0, 0) quando t = 0.
Temos
−t2
lim f (α1 (t)) = lim 2 = −1, e
t→0 t→0 t
t2
lim f (α2 (t)) = lim 2 = 1.
t→0 t→0 t
Proposição 1. Se existem pelo menos dois caminhos α1 e α2 , passando pelo ponto (x0 , y0),
tais que limt→t0 f (α1 (t)) 6= limt→t0 f (α2 (t)), então não existe lim(x,y)→(x0 ,y0 ) f (x, y).
Proposição 2. Se para algum caminho α o limite limt→t0 f (α(t)) não existe, então não existe
lim(x,y)→(x0 ,y0 ) f (x, y).
x
Exemplo: Usando a proposição anterior temos que não existe. De fato,
lim cos
(x,y)→(0,0) + y2 x2
1
se considerarmos o caminho α(t) = (t, 0), então o limite de uma variável real lim cos não
t→0 t
existe.
xy 2
Exemplo: Mostre que lim não existe. Para isso, considere os seguintes caminhos
(x,y)→(0,0) x2 − y 2
α1 (t) = (t + t2 , t) e α2 (t) = (t − t2 , t). Daı́ temos
t4 + t3 1+t 1
lim f (α1 (t)) = lim 4 3 2 2
= lim = , e
t→0 t→0 t + 2t + t − t t→0 2 + t 2
−t4 + t3 1−t 1
lim f (α2 (t)) = lim 4 3 2 2
= lim =− .
t→0 t→0 t − 2t + t − t t→0 −2 + t 2
Portanto não existe o limite.
Observação: Uma função g : D ⊂ R2 → R é limitada se existe M ∈ R tal que |g(x, y)| < M
para todo (x, y) ∈ D.
x3
Exemplo: Calcule lim .
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
x2
Inicialmente observe que x2 + y 2 ≥ x2 ≥ 0, portanto x2 +y 2
≤ 1. Então consideramos
x2 x3
f (x, y) = x e g(x, y) = x2 +y 2
. Dai f (x, y)g(x, y) = x2 +y 2
, g é limitada e lim f (x, y) = 0.
(x,y)→(0,0)
Portando usando a proposição anterior concluı́mos que o limite é zero.
20
Aula 7: 17/03/2010
f (x, y) L1
• lim = se L2 6= 0.
(x,y)→(x0 ,y0 ) g(x, y) L2
Observações:
• (x0 , y0) ∈ U.
• Existe lim f (x, y).
(x,y)→(x0 ,y0 )
Exemplos:
21
3. A função f : R2 → R dada por
2
x − y2
se (x, y) 6= (0, 0),
2
f (x, y) = x + y2
0 se (x, y) = (0, 0),
0 −t2 1
lim f (α1 (t)) = lim 2
= 0 e lim f (α 2 (t)) = lim 2
=− .
t→0 t→0 2t t→0 t→0 2t 2
lim x2 = 1.
(x,y)→(1,0)
De maneira análoga, usando o fato que o limite da função g(x, y) = y quando (x, y)
tende a (x0 , y0 ) é y0 e o item (3) da Proposição 4, prova-se que
lim y 2 = 0.0 = 0.
(x,y)→(1,0)
x2 − y 2 1
lim 2 2
= = 1.
(x,y)→(1,0) x + y 1
Pelo fato de (1, 0) ser um ponto de acumulação de R2 e f (1, 0) = 1 = lim(x,y)→(1,0) f (x, y),
concluı́mos que f é contı́nua no ponto (1, 0).
Demonstração: Dado ε > 0, inicialmente usamos a hipótese que g é contı́nua em f (x0 , y0)
para assegurar que existe δ1 > 0 tal que
22
A
f g
(x0 , y0)
g◦f
(x, y) ∈ A e k(x, y) − (x0 , y0 )k < δ =⇒ |g(f (x, y)) − g(f (x0 , y0 ))| < ε.
é contı́nua em todo ponto (x0 , y0 ) 6= (0, 0). A pergunta é: E no ponto (0, 0)? F é contı́nua?
Como f (0, 0) = 0 e (0, 0) é ponto de acumulação do domı́nio de F , devemos verificar se
3 2 2
lim(x,y)→(0,0) F (x, y) = 0. Observamos que x2x+y2 = x. x2x+y2 , onde x2x+y2 é limitada e x tende a
zero. Portanto F é contı́nua em todos os pontos de R2 .
23
Segunda Lista de Exercı́cios
2xy 2
4. Seja f (x, y) = .
x2 + y 4
(a) Considere a reta γ(t) = (at, bt), com a2 + b2 > 0; mostre que quaisquer que sejam
a e b,
lim f (γ(t)) = 0.
t→0
2xy 2
lim
(x,y)→(0,0) x2 + y 4
5. Calcule
f (x + h, y + k) − f (x, y) − 2xh − k
lim ,
(x,y)→(0,0) ||(h, k)||
onde f (x, y) = x2 + y.
24
Aula 8: 24/03/2010
6 Derivadas parciais
6.1 Definição e interpretação geométrica
Antes de estudarmos derivadas de funções reais de mais de uma variável real vamos recordar
a definição de derivabilidade de funções reais de uma única variável real. Seja I um intervalo
aberto de R e x0 ∈ I. Dizemos que uma função f : I → R é derivável em x0 se existe o
limite
f (x) − f (x0 )
lim .
x→x0 x − x0
Esse limite é denotado por f 0 (x0 ) e é chamado de derivada de f em x0 .
Geometricamente esse limite é interpretado como o coeficiente angular da reta tangente
ao gráfico de f no ponto (x0 , f (x0 )), isto é, se a reta tangente faz ângulo θ com o eixo x, então
f 0 (x0 ) = tan θ. Veja a figura 25.
f (x0 )
θ
x0
25
Se os limites da definição anterior existem para todo (x, y) ∈ U então podemos definir as
∂f ∂f ∂f
funções :U →Re : U → R. A função é chamada derivada parcial de primeira
∂x ∂y ∂x
∂f
ordem de f em relação a x e a função é chamada derivada parcial de primeira ordem de
∂y
f em relação a y.
∂f ∂f
Exemplo: Seja f : R2 → R dada por f (x, y) = x2 + 5y 3 + 3xy. Calcule (1, 2), (1, 2),
∂x ∂y
∂f ∂f
(x, y) e (x, y).
∂x ∂y
Considere g(x) = f (x, 2) = x2 +6x+40 e h(y) = f (1, y) = 5y 3 +3y +1. Logo g 0 (x) = 2x+6
e h0 (y) = 15y 2 + 3. Portanto
∂f ∂f
(1, 2) = g 0(1) = 8 e (1, 2) = h0 (2) = 63.
∂x ∂y
∂f ∂f
As funções ∂x
e ∂y
são dadas por
∂f ∂f
(x, y) = 2x + 3y e (x, y) = 15y 2 + 3x.
∂x ∂y
∂f ∂f
(x, y) = 2y e (x, y) = 2x − 4.
∂x ∂y
∂f ∂f
(x, y) = yexy e (x, y) = xexy .
∂x ∂y
∂f
Exemplo: Calcule a função ∂x
, onde a função f : R2 → R é dada por
3
x − y2
, se (x, y) 6= (0, 0),
2 2
f (x, y) = x + y
0, se (x, y) = (0, 0).
Para os
pontos
0 (x, y) 6= (0, 0), usamos a regra de derivação de funções de uma variável
f f 0g − f g0
dada por = e calculamos
g g2
Para o ponto (x, y) = (0, 0) temos que calcular usando a definição de derivada parcial.
x3 −02
∂f f (x, 0) − f (0, 0) −0
x2 +02 x
(0, 0) = lim = lim = lim = 1.
∂x x→0 x−0 x→0 x−0 x→0 x
26
Portanto temos que
4
x + 3x2 y 2 + 2xy 2
, se (x, y) 6= (0, 0),
∂f
[x2 + y 2]2
(x, y) =
∂x
1, se (x, y) = (0, 0).
f (x0 , y0)
y0
x0
θ
27
Aula 9: 26/03/2010
No Cálculo I vale o seguinte resultado “Se f : A ⊂ R → R é derivável em x0 ∈ A, então f
é contı́nua em x0 ”. Veremos no próximo exemplo que uma função f : A ⊂ R2 → R pode ter
as derivadas parciais em um ponto (x0 , y0 ) ∈ A e mesmo assim não ser contı́nua nesse ponto.
tem derivadas parciais em (0, 0), mas não é contı́nua em (0, 0).
∂f
Inicialmente vamos calcular (0, 0) usando a definição
∂x
∂f f (x, 0) − f (0, 0) 0−0
(0, 0) = lim = lim = 0.
∂x x→0 x−0 x→0 x − 0
Analogamente temos
∂f f (0, y) − f (0, 0) 0−0
(0, 0) = lim = lim = 0.
∂y y→0 y−0 y→0 y−0
Para mostrar que f não é contı́nua em (0, 0), vamos mostrar que o limite lim f (x, y)
(x,y)→(0,0)
não existe. Para isso consideramos os caminhos α1 (t) = (t, t) e α2 (t) = (t, 0). Logo
t2 1 t.0
lim f (α1 (t)) = lim 2
= e lim f (α2 (t)) = lim 2 = 0.
t→0 t→0 2t 2 t→0 t→0 t + 02
Da mesma forma que definimos as derivadas parciais para funções de duas variáveis pode-
mos definir para funções de três variáveis da seguinte forma:
Definição 18. Sejam U ⊂ R3 um aberto, f : U → R uma função e (x0 , y0 , z0 ) ∈ U. Defini-
mos as derivadas parciais com respeito a x, y e z no ponto (x0 , y0 , z0 ) respectivamente pelos
seguintes limites (quando eles existem):
∂f f (x, y0 , z0 ) − f (x0 , y0 , z0 )
(x0 , y0 , z0 ) = lim ,
∂x x→x0 x − x0
∂f f (x0 , y, z0) − f (x0 , y0 , z0 )
(x0 , y0 , z0 ) = lim e
∂y y→y0 y − y0
∂f f (x0 , y0 , z) − f (x0 , y0, z0 )
(x0 , y0 , z0 ) = lim ;
∂z z→z 0 z − z0
Exemplo: Calcule as derivadas parciais da função f (x, y, z, w) = exyz + w 2z. Temos
∂f ∂f
(x, y, z, w) = exyz yz, (x, y, z, w) = exyz xz,
∂x ∂y
∂f ∂f
(x, y, z, w) = exyz xy + w 2 e (x, y, z, w) = 2wz.
∂z ∂w
28
6.2 Diferenciabilidade
No curso de Cálculo I, dizemos que uma função f : A ⊂ R → R é diferenciável em x0 ∈ A se
existe o limite
f (x) − f (x0 ) f (x0 + h) − f (x0 )
lim = lim .
x→x0 x − x0 h→0 h
E como
f (x0 + h) − f (x0 ) f (x0 + h) − f (x0 ) − ah
lim = a ⇐⇒ lim = 0,
h→0 h h→0 h
podemos afirmar que f : A ⊂ R → R é diferenciável em x0 ∈ A se existe a ∈ R tal que
f (x0 + h) − f (x0 ) − ah
lim = 0.
h→0 |h|
Inspirado na observação anterior temos a seguinte definição de diferenciabilidade para
funções de duas variáveis.
Definição 19. Sejam A ⊂ R2 um aberto, f : A → R uma função e (x0 , y0 ) ∈ A. Dizemos
que f é diferenciável em (x0 , y0) se existem a, b ∈ R tais que
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0) − ah − bk
lim = 0.
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
Exemplo: Prove que a função f (x, y) = x2 y é diferenciável em todo ponto (x0 , y0) ∈ R2 .
Considere a = 2x0 y0 e b = x20 . Temos
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0) − ah − bk
lim =
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
2x0 hk + h2 y0 + h2 k
lim √ =
(h,k)→(0,0) h2 + k 2
h h h
lim 2x0 k √ + hy0 √ + hk √ = 0.
(h,k)→(0,0) h2 + k 2 h2 + k 2 h2 + k 2
h
Na última linha acima usamos o fato que a função √ é limitada e as funções 2x0 k,
h2 + k2
hy0 e hk tendem a zero quando (h, k) → (0, 0).
Teorema 3. Sejam A ⊂ R2 um aberto, f : A → R uma função e (x0 , y0) ∈ A. Se f é
diferenciável em (x0 , y0) então f é contı́nua em (x0 , y0).
E(h, k)
lim =0
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
29
E(h, k)
Observe que lim k(h, k)k = 0 e lim = 0 implica que lim E(h, k) =
(h,k)→(0,0) (h,k)→(0,0) k(h, k)k (h,k)→(0,0)
0.
Observamos ainda que lim [ah+bk] = 0. Portanto, passando o limite quando (h, k) →
(h,k)→(0,0)
(0, 0) na expressão f (x0 + h, y0 + k) = f (x0 , y0 ) + ah + bk + E(h, k), obtemos
Portanto
lim f (x, y) = f (x0 , y0 ),
(x,y)→(x0 ,y0 )
concluindo a demonstração.
30
Aula 10: 31/03/2010
∂f
ou seja, (x0 , y0 ) = a.
∂x
Analogamente, fazendo h = 0 temos
∂f
ou seja, (x0 , y0 ) = b.
∂y
∂f ∂f
E(h, k) = f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) − (x0 , y0 ).h + (x0 , y0 ).k.
∂x ∂y
Observações:
1. Se uma das derivadas parciais não existir, então f não será diferenciável nesse ponto.
2. Se ambas derivadas parciais existirem em (x0 , y0 ), mas o limite do corolário anterior não
existir ou não for zero, então f não será diferenciável em (x0 , y0 ).
31
Exemplos:
p
1. A função f : R2 → R dada por f (x, y) = x2 + y 2 é contı́nua em (0, 0), mas não é
diferenciável nesse ponto.
De fato, as funções h(x, y) = x2 e m(x, y) = y 2 são contı́nuas logo a função n(x, y) =
2 2
(h + m)(x,
√ y) = x + y é contı́nua. Sabemos do curso de Cálculo I que a função
r(u) = u é contı́nua. E comop a composição de funções contı́nua é uma função contı́nua,
concluı́mos que f (x, y) = x2 + y 2 = r(n(x, y)) é contı́nua em qualquer ponto (x, y).
Em particular ela é contı́nua em (0, 0).
Para provar que f não é diferenciável em (0, 0) veremos que f não possui as derivadas
parciais em (0, 0). Observe que
√
∂f f (x, 0) − f (0, 0) x2
(0, 0) = lim = lim .
∂x x→0 x−0 x→0 x
√ √
x2 x2
Esse limite não existe pois para x > 0 temos = 1 e para x < 0 temos = −1.
x x
∂f
Isto é, os limites laterais são distintos. O mesmo ocorre para (0, 0).
∂y
2. A função
2xy 2
, se (x, y) 6= (0, 0),
x2 + y 4
f (x, y) =
0, se (x, y) = (0, 0),
3. A função
x3
, se (x, y) 6= (0, 0),
x2 + y 2
f (x, y) =
0, se (x, y) = (0, 0),
x2
lim x=0 e é limitada
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
Portanto
x3
lim = 0 = f (0, 0).
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
32
∂f ∂f
Agora vamos verificar se existem as derivadas parciais (0, 0) e (0, 0).
∂x ∂y
x3
∂f f (x, 0) − f (0, 0) −0
x2 +02 x3
(0, 0) = lim = lim = lim 3 = 1
∂x x→0 x−0 x→0 x−0 x→0 x
Resta verificar se
E(h, k)
lim = 0,
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
h3
onde E(h, k) = f (0 + h, 0 + k) − f (0, 0) − 1.h − 0.k = − h. Chame
h2 + k 2
h 3
E(h, k) h2 +k 2
−h −hk 2
G(h, k) = = √ = √ .
k(h, k)k h2 + k 2 (h2 + k 2 ) h2 + k 2
−t3 −t
lim G(α(t)) = lim √ = lim √ ,
t→0 t→0 (t2 + t2 ) 2t2 t→0 2 2|t|
Portanto o limite
f (0 + h, 0 + k) − f (0, 0) − 1.h − 0.k
lim
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
33
Terceira Lista de Exercı́cios
xy 2 ∂z ∂z
2. Considere a função z = x2 +y 2
. Verifique que x +y = z.
∂x ∂y
∂z ∂z
3. Considere a função z = xsen xy . Verifique que x +y = z.
∂x ∂y
4. Seja φ : R → R uma função de uma variável real, diferenciável e tal que φ0 (1) = 4. Seja
g(x, y) = φ( xy ). Calcule
∂g
(a) ∂x
(1, 1).
∂g
(b) ∂y
(1, 1).
(
x+y 4
∂f ∂f x2 +y 2
se (x, y) 6= (0, 0)
5. Determine ∂x
e ∂y
sendo f (x, y) = .
0 se (x, y) = (0, 0)
(a) f (x, y) = x2 + y 2 .
(b) f (x, y) = 2x + y 3 .
(c) f (x, y) = x2 − 2xy + 3y 2 + x − y.
(d) f (x, y) = x4 + 4xy + y 4 .
(a) f (x, y) = x2 y 2.
1
(b) f (x, y) = .
xy
1
(c) f (x, y) = .
x+y
8. A função f é diferenciável? Justifique com detalhes.
x2 − y 2
(a) f (x, y) = se (x, y) 6= (0, 0) e f (0, 0) = 0.
x2 + y 2
34
x2 y
(b) f (x, y) = se (x, y) 6= (0, 0) e f (0, 0) = 0.
x2 + y 2
x4
(c) f (x, y) = 2 se (x, y) 6= (0, 0) e f (0, 0) = 0.
x + y2
(d) f (x, y) = x4 + y 3 .
(e) f (x, y) = ln(1 + x2 + y 2 ).
(f) f (x, y) = cos(x2 + y 2).
9. Determine o conjunto dos pontos em que a função dada é diferenciável. Justifique com
detalhes.
xy
x2 +y 2
se (x, y) 6= (0, 0)
(a) f (x, y) = .
0 se (x, y) = (0, 0)
x3
x2 +y 2
se (x, y) 6= (0, 0)
(b) f (x, y) = .
0 se (x, y) = (0, 0)
(
xy 3
x2 +y 2
se (x, y) 6= (0, 0)
(c) f (x, y) = .
0 se (x, y) = (0, 0)
35
Aula 11: 07/04/2010
Agora vamos discutir uma condição suficiente para diferenciabilidade. Vamos mostrar que
se as derivadas parciais existem em todo ponto de uma vizinhança de (x0 , y0) e são funções
contı́nuas em (x0 , y0 ), então a função é diferenciável em (x0 , y0 ).
Antes de enunciarmos o teorema que dá uma condição suficiente de diferenciabilidade,
vamos recordar um dos mais importantes teoremas do curso de Cálculo I.
f (b) − f (a)
= f 0 (c).
b−a
f (a + h) − f (a) = f 0 (c)h.
Demonstração: Como A é aberto e (x0 , y0) ∈ A, segue que existe uma bola aberta de
centro em (x0 , y0 ) contida em A. Sejam h e k números reais pequenos o suficiente para que
(x0 + h, y0 + k) ∈ B. Podemos escrever
∂f ∂f
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) − (x0 , y0 )h − (x0 , y0)k =
∂x ∂y
∂f ∂f ∂f ∂f
(x̄, y0 + k) − (x0 , y0) h + (x0 , ȳ) − (x0 , y0) k.
∂x ∂x ∂y ∂y
36
√
Dividindo a expressão por k(h, k)k = h2 + k 2 temos
∂f ∂f
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) − ∂x
(x0 , y0 )h − ∂y
(x0 , y0 )k
=
k(h, k)k
∂f ∂f h ∂f ∂f k
(x̄, y0 + k) − (x0 , y0 ) √ + (x0 , ȳ) − (x0 , y0) √ .
∂x ∂x h2 + k 2 ∂y ∂y h2 + k 2
Agora fazemos o limite com (h, k) tendendo a (0, 0). Pelo fato das funções derivadas parciais
∂f
∂x
e ∂f
∂y
serem contı́nuas em (x0 , y0 ) segue que as expressões entre colchetes na equação anterior
tendem a zero. Por outro lado, as funções √h2h+k2 e √h2k+k2 são limitadas. Concluı́mos que
∂f ∂f
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) − ∂x
(x0 , y0)h − ∂y
(x0 , y0 )k
lim = 0.
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
37
Calculando agora
∂f ∂f
f (0 + h, 0 + k) − f (0, 0) − ∂x
(0, 0)h − ∂y
(0, 0)k
lim =
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
h2 + k 2 1 √ 1
lim √ sen 2 2
= lim h2 + k 2 sen 2 = 0,
(h,k)→(0,0) 2
h +k 2 h +k (h,k)→(0,0) h + k2
√ 1
pois h2 + k 2 tende a zero e sen h2 +k 2 é limitada.
Passamos agora a provar que as derivadas parciais não são contı́nuas em (0, 0). Vimos que
∂f
∂x
(0, 0) = 0. Nos pontos (x, y) 6= (0, 0) derivamos usando a regra do produto e obtemos
1 2x 1
2xsen 2 − 2 cos 2 , se (x, y) 6= (0, 0),
∂f
x +y 2 x +y 2 x + y2
(x, y) =
∂x
0, se (x, y) = (0, 0).
∂f
lim (α(t))
t→0 ∂x
∂f
não existe. Logo ∂x
não é contı́nua em (0, 0).
∂f
De modo análogo prova-se que ∂y
não é contı́nua em (0, 0).
38
Aula 12: 09/04/2010
Vimos que se uma função f : A ⊂ R2 → R, com A aberto, é diferenciável em (x0 , y0) ∈ A
temos
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) − ∂f
∂x
(x0 , y0)h − ∂f
∂y
(x0 , y0 )k
lim = 0.
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
Chamando x = x0 + h e y = y0 + k temos
∂f ∂f
f (x, y) − f (x0 , y0 ) − ∂x
(x0 , y0)(x − x0 ) − ∂y
(x0 , y0 )(y − y0 )
lim = 0.
(x,y)→(x0 ,y0 ) k(x, y) − (x0 , y0)k
Agora vamos chamar
Portanto temos
f (x, y) = T (x, y) + E(x, y) com
E(x, y)
lim = 0.
(x,y)→(x0 ,y0 ) k(x, y) − (x0 , y0 )k
Observações:
1. A função T (x, y) é a única função afim (isto é, uma função que tem como gráfico um
plano) que aproxima f (x, y) com um erro E(x, y) que tende a zero “mais rapidamente”
que k(x, y) − (x0 , y0 )k quando (x, y) tende a (x0 , y0).
39
Exemplo: Seja f (x, y) = 3x3 y − x2 . Determine as equações do plano tangente e da reta
normal ao gráfico de f pelo ponto (1, 1, f (1, 1)).
Calculando f (1, 1) obtemos f (1, 1) = 3.13 .1 − 12 = 2. As derivadas parciais são dadas
por ∂f
∂x
(x, y) = 9x2 y − 2x e ∂f
∂y
(x, y) = 3x3 . Calculando no ponto (1, 1) vem ∂f ∂x
(1, 1) = 7 e
∂f ∂f ∂f
∂y
(1, 1) = 3. Como a equação do plano tangente é z −f (1, 1) = ∂x (1, 1)(x−1)+ ∂y (1, 1)(y −1)
obtemos z − 2 = 7(x − 1) + 3(y − 1), ou seja, a equação do plano tangente é
7x + 3y − z = 8
e a reta normal é
(x, y, z) = (1, 1, 2) + λ(7, 3, −1), λ ∈ R.
2y − z = 1
Exemplo: Determine o plano que passa pelos pontos (1, 1, 2) e (−1, 1, 1) e que seja tangente
ao gráfico de f (x, y) = xy.
Seja (a, b, f (a, b)) o ponto em que o plano tangencia o gráfico de f . Esse plano é dado por
Como os pontos (1, 1, 2) e (−1, 1, 1) pertencem ao plano, basta substituir esses valores na
equação do plano e determinar os valores de a e b. Temos
b + a − 2 = ab,
−b + a − 1 = ab.
x + 6y − 2z = 3.
x3
Exemplo: Considere f (x, y) = . Mostre que todos os planos tangentes ao gráfico de
x2 + y 2
f passam pela origem.
Calculando as derivadas parciais temos
40
∂f −x3 (2y) −2x3 y
(x, y) = 2 = .
∂y (x + y 2 )2 (x2 + y 2 )2
Os planos tangentes ao gráfico de f pelo ponto (a, b, f (a, b)) são dados por
a3 a4 + 3a2 b2 −2a3 b
z− = (x − a) + (y − b).
a2 + b2 (a2 + b2 )2 (a2 + b2 )2
f (0 + h, 0 + k) − f (0, 0) − ∂f
∂x
(0, 0)h − ∂f
∂y
(0, 0)k hk 2
G(h, k) = √ =√
h2 + k 2 h2 + k 2
e escolhendo o caminho α(t) = (t, t) temos
t3 1 t
lim G(α(t)) = lim √ = lim √
t→0 t→0 2t2 2t2 t→0 2 2 |t|
o qual não existe.
41
Aula 13: 14/04/2010
Sejam A ⊂ R2 um aberto e f : A → R uma função diferenciável em (x0 , y0) ∈ A. Considere
a transformação linear (função linear)
∂f ∂f
L : R2 → R dada por L(h, k) = (x0 , y0 )h + (x0 , y0)k.
∂x ∂y
E(h, k)
lim =0
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
∆f ∼
= df.
42
Exemplo: Seja f : R2 → R dada por f (x, y) = x2 y.
1. Calcule a diferencial df .
2. Usando a diferencial, calcule um valor aproximado para ∆f , quando passa de x = 1 e
y = 2 para x = 1, 02 e y = 2, 01.
3. Qual é o erro cometido na aproximação.
Solução: Para o ı́tem 1., a diferencial é dada por
∂f ∂f
df = (x, y)dx + (x, y)dy.
∂x ∂y
Portanto
df = 2xydx + x2 dy.
Para o ı́tem 2., usamos o fato que ∆f ∼
= df . Daı́
∆f ∼
= df = 2xydx + x2 dy = 2.1.2.(0, 02) + 12 .(0, 01) = 0, 08 + 0, 01 = 0, 09.
Para o ı́tem 3., calculamos ∆f e depois comparamos com df .
∆f = f (1.02, 2.01) − f (1, 2) = (1.02)2 (2.01) − 2 = 0.091204
Portanto o erro é 0.001204.
Exemplo: Calcule um valor aproximado para a variação ∆A na área de um retângulo quando
os lados variam de x = 2 e y = 3 para x = 2.01 e y = 2.97.
Solução: Considere a função A(x, y) = xy. Logo
∂A ∂A
dA = (x, y)dx + (x, y)dy = ydx + xdy.
∂x ∂y
Logo
∆A ∼
= dA = 3(0.01) + 2(−0.03) = −0.03
Por curiosidade ∆A = (2.01)(2.97) − (2)(3) = 5.9697 − 6 = −0.0303, logo o erro cometido é
de 0.0003.
43
Quarta Lista de Exercı́cios
5. Seja β um plano que é tangente aos gráficos de f (x, y) = 2+x2 +y 2 e g(x, y) = −x2 −y 2 .
Mostre que a2 + b2 = 1, sendo (a, b, f (a, b) o ponto em que β tangencia o gráfico de f .
6. Calcule a diferencial.
(a) z = x3 y 2.
(b) z = sen(xy).
(c) T = ln(1 + p2 + v 2 ).
2 −y 2
7. Seja z = xex .
(a) f (x, y) = x2 y.
(b) f (x, y) = xy .
2 −y 2
(c) f (x, y) = ex .
44
Aula 14: 16/04/2010
α0 ( π2 )
(0, 2)
E(x, y)
com lim = 0.
(x,y)→(x0 ,y0 ) k(x, y) − (x0 , y0 )k
45
Substituindo x = γ1 (t) e y = γ2 (t) temos
∂f ∂f
f (γ(t)) − f (γ(t0 )) = (γ(t0 ))(γ1 (t) − γ1 (t0 )) + (γ(t0 ))(γ2 (t) − γ2 (t0 )) + E(γ(t)).
∂x ∂y
Em outras palavras
46
2
Exemplo: Seja F (t) = f (et , sent) onde f (x, y) é uma função diferenciável.
47
Aula 15: 23/04/2010
Exemplo: Suponha que f : R2 → R é diferenciável e que f (3x + 1, 3x − 1) = 4 para todo x.
Mostre que
∂f ∂f
(3x + 1, 3x − 1) = − (3x + 1, 3x − 1).
∂x ∂y
Solução: Chamando x = t e derivando vem
∂f dx ∂f dy ∂f ∂f
0= (3t + 1, 3t − 1) + (3t + 1, 3t − 1) = 3 (3t + 1, 3t − 1) + 3 (3t + 1, 3t − 1).
∂x dt ∂y dt ∂x ∂y
Daı́, dividindo por 3 e voltando a chamar t = x temos o requerido.
Sejam A ⊂ R2 e B ⊂ R2 conjuntos abertos, f : A → R e g, h : B → R funções
diferenciáveis tais que g(B) × h(B) ⊂ A. Considere a função F : B → R dada por F (u, v) =
f (g(u, v), h(u, v)). O objetivo agora é calcular
∂F ∂F
e .
∂u ∂v
∂F
Para calcular ∂u
, basta fazer v constante e aplicar a regra da cadeia. Portanto temos
∂F ∂f ∂g ∂f ∂h
= + .
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u
∂F
Para calcular ∂v
, basta fazer u constante e aplicar a regra da cadeia. Portanto temos
∂F ∂f ∂g ∂f ∂h
= + .
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v
∂F ∂F
Exemplo: Seja F (r, θ) = f (x, y), onde x = r cos θ e y = rsenθ, calcule e .
∂r ∂θ
Utilizando a fórmula anterior temos
∂F ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂f
(r, θ) = (x, y) (r, θ) + (x, y) (r, θ) = (x, y) cos θ + (x, y)senθ
∂r ∂x ∂r ∂y ∂r ∂x ∂y
e
∂F ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂f
(r, θ) = (x, y) (r, θ) + (x, y) (r, θ) = (x, y)(−rsenθ) + (x, y)r cos θ,
∂θ ∂x ∂θ ∂y ∂θ ∂x ∂y
portanto
∂F ∂f ∂f
(r, θ) = cos θ (r cos θ, rsenθ) + senθ (r cos θ, rsenθ)
∂r ∂x ∂y
e
∂F ∂f ∂f
(r, θ) = −rsenθ (r cos θ, rsenθ) + r cos θ (r cos θ, rsenθ).
∂θ ∂x ∂y
48
Definição 26. Sejam A ⊂ R2 , f : A → R, e g : I ⊂ R → R uma função tal que o gráfico
de g está contido em A. Dizemos que a função g é definida implicitamente pela equação
f (x, y) = 0 se para todo x ∈ I tivermos f (x, g(x)) = 0.
√
Exemplo: A função y(x) = 1 − x2 é definida implicitamente por x2 + y 2 = 1.
A idéia agora é calcular a derivada g 0(x) de uma função derivável y = g(x) definida
implicitamente por uma equação f (x, y) = 0, onde f é uma função diferenciável. Sabemos
que f (x, g(x)) = 0 para todo x. Então é só derivar e aplicar a regra da cadeia. Logo
∂f dx ∂f dg
(x, y) + (x, y) (x) = 0
∂x dx ∂y dx
isto é
∂f ∂f
(x, y) + (x, y)g 0(x) = 0,
∂x ∂y
portanto temos
∂f
(x, y)
g 0(x) = − ∂x ,
∂f
(x, y)
∂y
∂f
desde que (x, y) 6= 0.
∂y
No exemplo anterior temos f (x, y) = x2 + y 2 − 1, logo
∂f
(x, y) 2x x
g 0(x) = − ∂x =− = −√ .
∂f 2y 1 − x2
(x, y)
∂y
Analogamente, pode-se calcular a derivada h0 (y) de uma função derivável x = h(y) definida
implicitamente por uma equação f (x, y) = 0, onde f é uma função diferenciável. Sabemos
que f (h(y), y) = 0 para todo y. Então é só derivar e aplicar a regra da cadeia. Logo
∂f dh ∂f dy
(x, y) (y) + (x, y) = 0
∂x dy ∂y dy
isto é
∂f ∂f
(x, y)h0(y) + (x, y) = 0,
∂x ∂y
portanto temos
∂f
(x, y)
0 ∂y
h (y) = − ,
∂f
(x, y)
∂x
∂f
desde que (x, y) 6= 0.
∂x
49
Exemplo: A função diferenciável y = y(x) é definida implicitamente pela equação y 3 + xy +
dy
x3 = 3. Expresse em termos de x e y.
dx
Solução 1 : Considere f (x, y) = y 3 + xy + x3 − 3. Daı́ temos
∂f
(x, y) 3x2 + y
y 0 (x) = − ∂x =− 2 .
∂f 3y + x
(x, y)
∂y
3x2 + y
y 0 (x)(3y 2 + x) + (3x2 + y) = 0 ⇒ y 0(x) = − .
3y 2 + x
50
Quinta Lista de Exercı́cios
1. Seja f (x, y) = x2 + y 2 e seja γ(t) = (x(t), y(t)) uma curva diferenciável cuja imagem
está contida na curva de nı́vel f (x, y) = 1. Seja γ(t0 ) = (x0 , y0). Prove que o produto
escalar de γ 0 (t0 ) com ∇f (x0 , y0 ) é zero. Interprete geometricamente.
dz
2. Calcule dt
nos casos abaixo.
(a) z = senxy, x = 3t e y = t2 .
(b) z = x2 + 3y 2, x = sent e y = cost.
(c) z = ln(1 + x2 + y 2 ), x = sen3t e y = cos3t.
∂f ∂f
4y (x, y) − x (x, y) = 2.
∂x ∂y
∂f ∂f
4y (x, y) − x (x, y) = 0.
∂x ∂y
x2
Prove que f é constante sobre a elipse 4
+ y 2 = 1.
7. A imagem da curva γ(t) = (2t, t2 , z(t)) está contida no gráfico de z = f (x, y). Sabe-se
que f (2, 1) = 3, ∂f
∂x
(2, 1) = 1 e ∂f
∂y
(2, 1) = −1 Determine a equação da reta tangente a γ
no ponto γ(1).
∂f ∂f
x (x, y) − y (x, y) = 0.
∂x ∂y
9. Sejam f = f (t) e g = g(x, y) funções diferenciáveis tais que g(t, f (t)) = 0, para todo
∂g ∂g
t. Suponha que f (0) = 1, ∂x (0, 1) = 2 e ∂y (0, 1) = 4. Determine a equação da reta
tangente a γ(t) = (t, f (t)), no ponto γ(0).
51
10. Sejam f = f (x, y, z) e g = g(x, y) funções diferenciáveis tais que para todo (x, y) no
domı́nio de g, f (x, y, g(x, y)) = 0. Suponha que g(1, 1) = 3, ∂f
∂x
(1, 1, 3) = 2, ∂f
∂y
(1, 1, 3) =
∂f
5 e ∂z (1, 1, 3) = 10. Determine a equação do plano tangente ao gráfico de g, no ponto
(1, 1, 3).
x y z
11. Seja F (x, y, z) = f y , z , x . Mostre que
∂F ∂F ∂F
x +y +z = 0.
∂x ∂y ∂z
52
Aula 16: 28/04/2010
53
Aula 17: 30/04/2010
1 1
1. Esboce a curva de nı́vel c = da função f (x, y) = .
2
x + 2y 2
2
p
3. Seja f (x, y) = x2 + y 2, (x, y) ∈ R2 . Calcule o plano tangente ao gráfico de f passando
pelo ponto (3, −4, 5).
2
(
√x , se (x, y) 6= (0, 0)
4. Considere a função f (x, y) = x2 +y 2 .
0, se (x, y) = (0, 0)
Boa Prova!
54
Resolução da Prova
√ √
− 2 2
−1
2
2. (a) A função √ x2 pode ser escrita como x. √ x
. Usando o fato que a função
x +y 2 x2 +y 2
√x é limitada e a função x tende a zero quando (x, y) tende a (0, 0). Concluı́mos
x2 +y 2
que
x2
lim p = 0.
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
(b) O limite não existe. Pois se considerarmos o caminho α(t) = (t, −t) teremos
−2t3 −1
lim f (α(t)) = lim = lim .
t→0 t→0 2t4 t→0 t
55
4. (a) A função f é contı́nua, pois o ponto (0, 0) é um ponto de acumulação do domı́nio
de f e nesse caso basta verificar se o limite de f (x, y) quando (x, y) tende a (0, 0)
é igual a f (0, 0). Pelo item a) da questão 2 o limite é zero e da definição da função
o valor de f (0, 0) também é zero.
∂f
(b) Temos que ∂x
(0, 0) não existe pois
∂f f (x, 0) − f (0, 0) x
(0, 0) = lim = lim
∂x x→0 x−0 x→0 |x|
∂f f (0, y) − f (0, 0) 0
(0, 0) = lim = lim = 0.
∂y y→0 y−0 y→0 y
(c) A função f não é diferenciável em (0, 0) pois não possui a derivada parcial com
relação à variável x nesse ponto.
∂f f (x, 0) − f (0, 0) 0
(0, 0) = lim = lim = 0 e
∂x x→0 x−0 x→0 x
∂f f (0, y) − f (0, 0) 0
(0, 0) = lim = lim = 0 e
∂y y→0 y−0 y→0 y
56
Aula 18: 05/05/2010
Exemplo: Suponha que a função diferenciável z = g(x, y) é dada implicitamente pela equação
∂g ∂g
f (x, y, z) = 0, onde f é diferenciável. Calcule e .
∂x ∂y
∂z
Solução: Para obter , derivamos em relação a x a expressão
∂x
f (x, y, g(x, y)) = 0.
Logo
∂f ∂ ∂f ∂ ∂f ∂
(x, y, z) [x] + (x, y, z) [y] + (x, y, z) [g(x, y)] = 0.
∂x ∂x ∂y ∂x ∂z ∂x
∂ ∂
Usando o fato que ∂x
[x] =1e ∂x
[y] = 0 temos
∂f
∂g (x, y, z)
(x, y) = − ∂x .
∂x ∂f
(x, y, z)
∂z
57
uma função diferenciável y = g(x) que é definida implicitamente por y 3 + xy + x3 = 4 e sua
derivada é dada por
∂F
(x, y) y + 3x2
g 0(x) = − ∂x =− .
∂F x + 3y 2
(x, y)
∂y
∂F
Observação: No Teorema das Funções Implı́citas, se a hipótese (x0 , y0 ) 6= 0 for sub-
∂y
∂F
stituı́da por (x0 , y0 ) 6= 0, então existirão intervalos I e J, com x0 ∈ I e y0 ∈ J, tais que
∂x
para cada y ∈ J, existe um único h(y) ∈ I, com F (h(y), y) = 0. A função h : J → I é
diferenciável e
∂F
(h(y), y)
∂y
h0 (y) = − .
∂F
(h(y), y)
∂x
∂F ∂F
(x, y, g(x, y)) (x, y, g(x, y))
∂g ∂x ∂f ∂y
(x, y) = − e (x, y) = − .
∂x ∂F ∂y ∂F
(x, y, g(x, y)) (x, y, g(x, y))
∂z ∂z
58
Exemplo: Mostre que a equação ex+y+z + xyz = 1 define implicitamente pelo menos uma
∂g ∂g
função diferenciável z = g(x, y) e expresse ∂x e ∂y em temos de x, y e z.
Solução: Considere a função de classe C 1 dada por F (x, y, z) = ex+y+z + xyz − 1. Temos que
∂F
(x, y, z) = ex+y+z + xy. Portanto fazendo (x0 , y0, z0 ) = (0, 0, 0) temos F (x0 , y0, z0 ) = 0 e
∂z
∂F
(x0 , y0, z0 ) = 1 6= 0. Portanto, pelo Teorema das Funções Implı́citas, segue que existe uma
∂z
função diferenciável z = g(x, y) que é definida implicitamente por ex+y+z + xyz = 1 e suas
derivadas parciais são dadas por
∂F
∂g (x, y, z) ex+y+z + yz
(x, y) = − ∂x = − x+y+z
∂x ∂F e + xy
(x, y, z)
∂z
e
∂F
(x, y, z)
∂g ∂y ex+y+z + xz
(x, y) = − = − x+y+z .
∂y ∂F e + xy
(x, y, z)
∂z
59
Aula 19: 07/05/2010
Observe na figura 29 que o vetor v é tangente à curva de nı́vel que passa por (1, 1).
(1, 1)
u
β (x0 , y0)
A partir de agora veremos qual a relação que existe entre o vetor gradiente e as curvas de
nı́veis de uma função diferenciável.
Aproveitamos esse momento para recordar que um vetor u é perpendicular a um vetor w
se, e somente se,
hu, wi = 0.
hv, γ 0 (t0 )i = 0.
√ √
Exemplo: Considere a curva γ : [0, 2π] → R2 dada por γ(t) = ( 2sent, 2 cos t). Mostre
que o vetor u = (3, 3) é perpendicular à curva γ no ponto t = π4 .
61
Aula 20: 12/05/2010
Já vimos que se f : A → R é uma função diferenciável definida no aberto A ⊂ R2 , então
o vetor gradiente de f no ponto (x0 , y0 ) ∈ A é dado por
∂f ∂f
∇f (x0 , y0 ) = (x0 , y0), (x0 , y0 ) .
∂x ∂y
Vimos também na regra da cadeia que se h(t) = f (γ(t)) é a composição de duas funções
diferenciáveis, então h é diferenciável e
Exemplo: Considere a função diferenciável f (x, y) = x3 y 3 − xy. Seja γ(t) uma curva diferen-
ciável que passa pelo ponto (1, 2) e que está contida na curva de nı́vel f (x, y) = 6. Determine
a equação da reta tangente à curva γ(t) passando pelo ponto (1, 2).
h(a, b), (x − x0 , y − y0 )i = 0.
Agora passamos a resolver o exercı́cio. Pelo teorema anterior sabemos que ∇f (1, 2) é perpen-
dicular a curva γ no ponto (1, 2). Temos que
∂f ∂f
∇f (1, 2) = (1, 2), (1, 2) .
∂x ∂y
62
Teorema 10. Sejam f : A ⊂ R2 → R uma função definida em um aberto A ⊂ R2 , (x0 , y0) ∈
∂f
A e u = (a, b) 6= (0, 0) um vetor de R2 . Se f é diferenciável em (x0 , y0), então (x0 , y0)
∂u
existe e
∂f
(x0 , y0) = h∇f (x0 , y0), ui.
∂u
Demonstração: Considere g(t) = f (x0 + at, y0 + bt). Como f é diferenciável, então g é
diferenciável. E pela Regra da Cadeia temos
∂f ∂f
g 0(0) = (x0 , y0 )a + (x0 , y0 )b = h∇f (x0 , y0 ), (a, b)i = h∇f (x0 , y0 ), ui.
∂x ∂y
∂f ∂f
E como g 0 (0) = ∂u
(x0 , y0 ) segue que (x0 , y0 ) = h∇f (x0 , y0 ), ui.
∂u
Antes de enunciarmos o próximo resultado, recordamos um resultado de Geometria Analı́tica
∇f (x0 , y0)
u= .
k∇f (x0 , y0)k
∂f
E nesse caso, o valor de (x0 , y0 ) é k∇f (x0 , y0 )k.
∂u
∂f
Demonstração: Pelo Teorema 10 temos ∂u
(x0 , y0 ) = h∇f (x0 , y0 ), ui, e pela observação
anterior ao Teorema 11 temos
63
Aula 21: 14/05/2010
Observação: O Teorema 11 diz que, estando em (x0 , y0 ), a direção e sentido que se deve
tomar para que f cresça mais rapidamente é a do vetor ∇f (x0 , y0 ), ou seja, o vetor gradiente
aponta na direção de maior crescimento da função.
Solução: É a direção e sentido do vetor gradiente ∇T (2, 12 ). E como ∇T (x, y) = (2x, 6y),
então é a direção e sentido do vetor (4, 3).
64
Exemplo: Seja f (x, y) = 3x4 y 5 − 4x3 y + 4. Calcule todas as derivadas parciais de segunda
ordem.
∂2f
∂ ∂f ∂
12x3 y 5 − 12x2 y = 60x3 y 4 − 12x2 ,
(x, y) = (x, y) =
∂y∂x ∂y ∂x ∂y
∂2f
∂ ∂f ∂ 4 4 3
= 60x4 y 2,
(x, y) = (x, y) = 15x y − 4x
∂y 2 ∂y ∂y ∂y
∂2f
∂ ∂f ∂
15x4 y 4 − 4x3 = 60x3 y 4 − 12x2 .
(x, y) = (x, y) =
∂x∂y ∂x ∂y ∂x
∂2f ∂2f
Observe que (x, y) = (x, y).
∂x∂y ∂y∂x
Exemplo: Considere a função
xy 3
, se (x, y) 6= (0, 0),
x2 + y 2
f (x, y) =
0, se (x, y) = (0, 0).
∂2f ∂2f
Calcule (0, 0) e (0, 0).
∂x∂y ∂y∂x
∂f
Solução: Vamos calcular . Inicialmente para os pontos (x, y) 6= (0, 0).
∂y
∂f f (0, t) − f (0, 0)
(0, 0) = lim = 0.
∂y t→0 t
∂f
Portanto a função é dada por
∂y
3x3 y 2 + xy 4
, se (x, y) 6= (0, 0),
∂f
(x2 + y 2)2
(x, y) =
∂y
0, se (x, y) = (0, 0).
65
Agora podemos calcular a derivada de segunda ordem
∂f ∂f
(t, 0) − (0, 0)
∂ ∂f ∂y ∂y 0−0
(0, 0) = lim = lim = 0.
∂x ∂y t→0 t t→0 t
∂2f
Portanto (0, 0) = 0.
∂x∂y
∂f
Agora vamos calcular . Inicialmente para os pontos (x, y) 6= (0, 0).
∂x
∂f y 3(x2 + y 2 ) − xy 3 (2x) y 5 − x2 y 3
(x, y) = = .
∂x (x2 + y 2 )2 (x2 + y 2)2
∂f f (t, 0) − f (0, 0)
(0, 0) = lim = 0.
∂x t→0 t
∂f
Portanto a função é dada por
∂x
5
y − x2 y 3
, se (x, y) 6= (0, 0),
∂f
(x2 + y 2)2
(x, y) =
∂x
0, se (x, y) = (0, 0).
66
Aula 22: 19/05/2010
Na última aula vimos dois exemplos em que em um deles tivemos as derivadas parciais
de segunda ordem mistas iguais, e no outro diferentes. O próximo resultado fornece uma
condição suficiente para que as derivadas mistas sejam iguais.
67
Aplicações da derivada de ordem superior
Sejam z = f (x, y), x = x(t) e y = y(t) diferenciáveis. Pela Regra da Cadeia sabemos que
dz ∂f dx ∂f dy
= (x, y) + (x, y) .
dt ∂x dt ∂y dt
∂f
Se a função também é diferenciável então
∂x
∂2f ∂2f
d ∂f ∂ ∂f dx ∂ ∂f dy dx dy
(x, y) = (x, y) + (x, y) = 2
(x, y) + (x, y) .
dt ∂x ∂x ∂x dt ∂y ∂x dt ∂x dt ∂y∂x dt
Exemplo: Seja f uma função de classe C 2 e seja ainda g(t) = f (3t, 2t + 1). Expresse g 00 (t)
em termos das derivadas parciais de f .
Solução: Chame g(t) = f (x, y) com x = 3t e y = 2t + 1. Daı́ temos
d ∂f dx ∂f dy ∂f ∂f
g 0(t) = [f (x, y)] = + =3 +2 .
dt ∂x dt ∂y dt ∂x ∂y
Logo
00 d ∂f d ∂f
g (t) = 3 (x, y) + 2 (x, y) .
dt ∂x dt ∂y
Mas
∂2f ∂2f
d ∂f ∂ ∂f dx ∂ ∂f dy
(x, y) = (x, y) + (x, y) = 3 2 (x, y) + 2 (x, y)
dt ∂x ∂x ∂x dt ∂y ∂x dt ∂x ∂y∂x
e
∂2f ∂2f
d ∂f ∂ ∂f dx ∂ ∂f dy
(x, y) = (x, y) + (x, y) = 3 (x, y) + 2 2 (x, y)
dt ∂y ∂x ∂y dt ∂y ∂y dt ∂x∂y ∂y
Portanto
2
∂2f
2
∂2f
00 ∂ f ∂ f
g (t) = 3 3 2 (x, y) + 2 (x, y) + 2 3 (x, y) + 2 2 (x, y) ,
∂x ∂y∂x ∂x∂y ∂y
e usando o Teorema de Schwarz obtemos
∂2f ∂2f ∂2f
g 00(t) = 9 (x, y) + 12 (x, y) + 4 (x, y),
∂x2 ∂x∂y ∂y 2
onde x = 3t e y = 2t + 1.
68
∂f
Exemplo: Seja f (x, y) de classe C 2 e seja g dada por g(t) = t2 (x, y), onde x = t2 e y = t3 .
∂x
Expresse g 0(t) em termos das parciais de f .
Solução:
d ∂f 2 d ∂f
[g(t)] = 2t (x, y) + t (x, y) =
dt ∂x dt ∂x
∂f 2 ∂ ∂f dx ∂ ∂f dy
= 2t (x, y) + t (x, y) + (x, y) =
∂x ∂x ∂x dt ∂y ∂x dt
2
∂2f
∂f 2 ∂ f 2
= 2t (x, y) + t (x, y)2t + (x, y)3t
∂x ∂x2 ∂y∂x
Portanto
∂f ∂2f ∂2f
g 0 (t) = 2t (x, y) + 2t3 2 (x, y) + 3t4 (x, y),
∂x ∂x ∂y∂x
onde x = t2 e y = t3 .
69
Sexta Lista de Exercı́cios
1. Mostre que cada uma das equações abaixo define implicitamente pelo menos uma função
dy
diferenciável y = y(x). Expresse dx em termos de x e y.
(a) x2 y + seny = x.
(b) y 4 + x2 y 2 + x4 = 3.
5. É dada uma curva γ que passa pelo ponto γ(t0 ) = (1, 3) e cuja imagem está contida na
curva de nı́vel x2 + y 2 = 10. Suponha que γ 0 (t0 ) 6= (0, 0).
7. Determine uma reta que seja tangente à elipse 2x2 + y 2 = 3 e paralela à reta 2x + y = 5.
9. Seja z = f (x, y) diferenciável em R2 e tal que ∇f (x, y) = g(x, y).(x, y), para todo (x, y)
em R2 , onde g(x, y) é uma função de R2 em R dada.
(a) Com argumentos geométricos, verifique que é razoável esperar que f seja constante
sobre cada circunferência de centro na origem.
70
(b) Prove que f é constante sobre cada circunferência de centro na origem.
Sugestão: g(t) = f (Rcost, Rsent) fornece os valores de f sobre a circunferência
x2 + y 2 = R2 .
∂f
10. Calcule (x0 , y0 ) sendo dados:
∂v
(a) f (x, y) = x2 − 3y 2, (x0 , y0 ) = (1, 2) e v o versor de (2, 1).
2 −y 2
(b) f (x, y) = ex , (x0 , y0) = (1, 1) e v = (3, 4).
x
(c) f (x, y) = arctg , (x0 , y0 ) = (3, 3) e v o versor de (1, 1).
y
x ∂f
11. Seja f (x, y) = x.arctg . Calcule (1, 1), onde u é unitário e aponta na direção e
y ∂u
sentido de maior crescimento de f no ponto (1, 1).
12. Uma função diferenciável f (x, y) tem, no ponto (1, 1), derivada direcional igual a 3 na
direção (3, 4) e igual a −1 na direção (4, −3). Calcule:
(a) ∇f (1, 1).
∂f
(b) (1, 1) onde v o versor de (1, 1).
∂v
13. Seja f (x, y) = xy. Determine a reta tangente ao gráfico de f no ponto (1, 2, f (1, 2)),
que forma com o plano xy ângulo máximo.
x3
14. Seja f (x, y) = se (x, y) 6= (0, 0) e f (0, 0) = 0. Mostre que
x2 + y 2
∂f
(0, 0) 6= ∇f (0, 0).u,
∂u
onde u = √1 , √1 . Explique.
2 2
∂2f ∂2f
15. Verifique que + = 0, onde f (x, y) = ln(x2 + y 2 ).
∂x2 ∂y 2
( 2 −y 2
xy xx2 +y 2 se (x, y) 6= (0, 0) ∂2f ∂2f
16. Seja f (x, y) = . Calcule (0, 0) e (0, 0).
0 se (x, y) = (0, 0) ∂x∂y ∂y∂x
17. Seja u = f (x − at) + g(x + at), onde f e g são duas funções quaisquer de uma variável
real e deriváveis até a segunda ordem. Verifique que
∂2u 2
2∂ u
= a .
∂t2 ∂x2
18. Expresse g 00 (t) em termos de derivadas parciais de f , sendo g(t) = f (5t, 4t).
∂f
19. Considere a função z = x (2x, x3 ). Verifique que
∂x
2 2
dz ∂f 3 ∂ f 3 2∂ f 3
= (2x, x ) + x 2 (2x, x ) + 3x (2x, x ) .
dx ∂x ∂x∂y ∂y 2
71
Aula 23: 21/05/2010
P0 P1 = {P ∈ R2 : P = P0 + λ(P1 − P0 ) com 0 ≤ λ ≤ 1}
1 2
P0 P1 ∪ P1 P2 ∪ · · · ∪ Pn−1 Pn
P0
P3
P1
P4
P2
72
Teorema 13 (Generalização do Teorema do Valor Médio). Sejam A um conjunto aberto do
R2 , P0 e P1 dois pontos de A tais que o segmento P0 P1 ⊂ A. Nessas condições, se f : A → R
for diferenciável em A, então existirá pelo menos um ponto P interno ao segmento P0 P1 (isto
é, pertence ao segmento P0 P1 mas não é extremidade), tal que
Demonstração: Considere g : [0, 1] → R dada por g(t) = f (P0 + t(P1 − P0 )). Como
f é diferenciável em A e P0 P1 ⊂ A, então g é contı́nua em [0, 1] e diferenciável em (0, 1).
Aplicando o Teorema do Valor Médio, existe t ∈ (0, 1) tal que
Pela Regra da Cadeia temos g 0 (t) = h∇f (γ(t)), γ 0(t)i, onde γ(t) = P0 + t(P1 − P0 ). Logo
γ 0 (t) = (P1 − P0 ). Portanto
Observação: Pode ocorrer de uma função ter gradiente nulo em todos os pontos de um
aberto sem que seja constante nesse aberto. Por exemplo, considere o aberto A = {(x, y) ∈
R2 : 0 < x < 2, 0 < y < 1 e x 6= 1}, e f : A → R definida por
2, se 0 < x < 1 e 0 < y < 1,
f (x, y) =
1, se 1 < x < 2 e 0 < y < 1.
Exemplos:
73
2. O conjunto da figura 33 é conexo por poligonais.
Demonstração: Seja P0 = (x0 , y0 ) um ponto de A. Vamos mostrar que para qualquer outro
ponto P = (x, y) ∈ A temos f (x, y) = f (x0 , y0 ). Como A é conexo por poligonais existem
pontos P1 , P2 , . . . , Pn = P em A tais que P0 P1 ∪ · · · ∪ Pn−1 Pn ⊂ A. Daı́, pela Generalização
do Teorema do Valor Médio, vale que para todo i = 1, 2, . . . , n, existe Pi interno a Pi−1 Pi tal
que
f (Pi ) − f (Pi−1 ) = h∇f (Pi ), (Pi − Pi−1 )i = h0, (Pi − Pi−1 )i = 0.
Portanto f (Pi ) = f (Pi−1) para todo i, e daı́ f (P ) = f (Pn−1 ) = · · · = f (P0 ), ou seja, f (x, y) =
f (x0 , y0 ).
74
Aula 24: 26/05/2010
Observações:
f (P1 ) − f (P0 ) P1 − P0
= h∇f (P ), i.
kP1 − P0 k kP1 − P0 k
P1 − P0 f (P1 ) − f (P0 ) ∂f
E se chamamos v = , temos = (P ).
kP1 − P0 k kP1 − P0 k ∂v
2. Se uma função diferenciável f (x, y) é constante em um aberto A ⊂ R2 , então ∇f (x, y) =
(0, 0) para todo (x, y) ∈ A.
Demonstração: Considere h : A → R dada por h(x, y) = g(x, y) − f (x, y). Nesse caso
temos que h está definida em um conjunto aberto conexo por poligonais e
Daı́, usando o Teorema 14, temos que h é constante. Seja k tal que h(x, y) = k para todo
(x, y) em A. Logo g(x, y) − f (x, y) = k, ou seja, g(x, y) = f (x, y) + k.
Definição 34. Um campo de vetores F : A → R2 dado por F (x, y) = (P (x, y), Q(x, y)) é
conservativo se existe uma função ϕ : A → R diferenciável tal que ∇ϕ(x, y) = F (x, y) para
todo (x, y) de A. Nesse caso, a função ϕ é chamada função potencial de F .
Exemplo: Dado F (x, y) = (5x4 y 4 , 4x5 y 3), temos que a função ϕ(x, y) = x5 y 4 é uma função
potencial para F .
Uma pergunta natural que se pode fazer é a seguinte. Todos os campos de vetores são
conservativos? A resposta é que em geral não. Veremos a seguir uma condição necessária
para ser conservativo.
∂P ∂Q
= .
∂y ∂x
75
Demonstração: Se F é conservativo, então existe uma função ϕ : A → R tal que
∂ϕ ∂ϕ
=P e = Q.
∂x ∂y
∂Q ∂2ϕ ∂2ϕ ∂P
= = = .
∂x ∂x∂y ∂y∂x ∂y
g 00 (t)
g(1) = g(0) + g 0 (0)(1 − 0) + (1 − 0)2 , (1)
2!
com t ∈ (0, 1). Agora vamos usar a Regra da Cadeia para calcular g 0 (t) e g 00 (t).
d ∂f ∂f
g 0 (t) =
[f (x0 + th, y0 + tk)] = (x0 + th, y0 + tk)h + (x0 + th, y0 + tk)k
dt ∂x ∂y
00 d ∂f ∂f
g (t) = (x0 + th, y0 + tk)h + (x0 + th, y0 + tk)k =
dt ∂x ∂y
d ∂f d ∂f
=h (x0 + th, y0 + tk) + k (x0 + th, y0 + tk) =
dt ∂x dt ∂y
∂ ∂f ∂ ∂f
=h (x0 + th, y0 + tk)h + (x0 + th, y0 + tk)k +
∂x ∂x ∂y ∂x
∂ ∂f ∂ ∂f
+k (x0 + th, y0 + tk)h + (x0 + th, y0 + tk)k =
∂x ∂y ∂y ∂y
76
Substituindo essas informações em (1) temos
∂f ∂f
f (x0 + h, y0 + k) = f (x0 , y0) + (x0 , y0)h + (x0 , y0 )k+
∂x ∂y
77
Aula 25: 28/05/2010
Exemplo: Calcule o polinômio de Taylor de ordem 1 da função f (x, y) = ex+5y no ponto
(x0 , y0 ) = (1, 0).
∂f ∂f
Solução: Inicialmente calculamos as derivadas parciais (x, y) = ex+5y e (x, y) = 5ex+5y .
∂x ∂y
Dai vem
P1 (x, y) = f (1, 0) + ∂f
∂x
(1, 0)(x − 1) + ∂f
∂y
(1, 0)(y − 0) =
= e + e(x − 1) + 5ey =
= ex + 5ey.
Nesse momento recordaremos o polinômio de Taylor de ordem r − 1 e o resto de Lagrange
para funções g : [a, a+h] → R de classe C r . O teorema principal afirma que, nessas condições,
existe t ∈ (a, a + h) tal que
onde
∂f ∂f
P1 (x, y) = f (x0 , y0 ) + (x0 , y0 )(x − x0 ) + (x0 , y0 )(y − y0 )
∂x ∂y
e
1 ∂2f ∂2f ∂2f
2 2
E1 (x, y) = (x, y)(x − x0 ) + 2 (x, y)(x − x0 )(y − y0 ) + 2 (x, y)(y − y0 ) .
2! ∂x2 ∂x∂y ∂y
Para obtê-lo foi usada a função g(t) = f (x0 + th, y0 + tk). Nesse caso temos
∂f ∂f
g 0 (t) = h+ k,
∂x ∂y
78
e o resto de Lagrange é
1 ∂3f ∂3f
3
E2 (x, y) = (x, y)(x − x0 ) + 3 (x, y)(x − x0 )2 (y − y0 )+
3! ∂x3 ∂x2 ∂y
∂3f ∂3f
2 3
+3 (x, y)(x − x0 )(y − y0 ) + 3 (x, y)(y − y0 ) .
∂x∂y 2 ∂y
De maneira análoga podemos calcular o polinômio de Taylor de ordem r
r
" i #
X 1 X i ∂if
Pr (x, y) = f (x0 , y0 ) + (x , y )(x − x0 )i−j (y − y0 )j
i! j ∂xi−j ∂y j 0 0
i=1 j=0
onde
i i!
= .
j j!(i − j)!
Exemplo: Calcule o polinômio de Taylor de ordem 3 da função f (x, y) = ex+5y no ponto
(x0 , y0 ) = (0, 0).
∂f
Solução: Inicialmente calculamos as derivadas parciais de ordem 1, 2 e 3. Temos (x, y) =
∂x
2 2 2
∂f ∂ f ∂ f ∂ f
ex+5y , (x, y) = 5ex+5y , 2
(x, y) = ex+5y , (x, y) = 5ex+5y , 2
(x, y) = 25ex+5y ,
∂y ∂x ∂x∂y ∂y
∂3f ∂ 3
f ∂ 3
f ∂ 3
f
(x, y) = ex+5y , (x, y) = 5ex+5y , (x, y) = 25ex+5y e (x, y) = 125ex+5y .
∂x3 ∂x2 ∂y ∂x∂y 2 ∂y 3
∂f ∂f ∂2f ∂2f ∂2f
Portanto temos (0, 0) = 1, (0, 0) = 5, 2 (0, 0) = 1, (0, 0) = 5, 2 (0, 0) = 25,
∂x ∂y ∂x ∂x∂y ∂y
∂3f ∂3f ∂3f ∂3f
(0, 0) = 1, (0, 0) = 5, (0, 0) = 25 e = 125.
∂x3 ∂x2 ∂y ∂x∂y 2 ∂y 3
Portanto o polinômio de Taylor é
1 1
P3 (x, y) = 1 + [1(x − 0) + 5(y − 0)] + [1(x − 0)2 + 2.5(x − 0)(y − 0) + 25(y − 0)2 ]
1! 2!
1
[1(x − 0) + 3.5(x − 0) (y − 0) + 3.25(x − 0)(y − 0)2 + 125(y − 0)3 ],
3 2
3!
e daı́
1 25 1 5 25 125 3
P3 (x, y) = 1 + x + 5y + x2 + 5xy + y 2 + x3 + x2 y + xy 2 + y .
2 2 6 2 2 6
79
2. Um ponto (x0 , y0) ∈ A é chamado um ponto de mı́nimo global de f se f (x, y) ≥
f (x0 , y0) para todo (x, y) ∈ A.
80
Aula 26: 02/06/2010
Exemplo: Considere f (x, y) = x2 + y 2 . Temos que (0, 0) é uma ponto de mı́nimo global de
f e 0 é valor mı́nimo de f , pois 0 = f (0, 0) ≤ f (x, y) para todo (x, y) em R2 .
nı́vel, e que intercepta o triângulo é a curva de nı́vel k = 3/2 e a de menor nı́vel é em k = −3.
Portanto o ponto de máximo global é (3/2, 3/2) e o ponto de mı́nimo global é (0, 3).
O gráfico de f é dado na figura 35. Nesse caso, o ponto (0, 0) é um ponto de mı́nimo local,
(3, 0) é um ponto de máximo local e todos os pontos (x, y) que satisfazem x2 + y 2 = 4 são
pontos de máximo globais.
81
Definição 36. Seja f : A ⊂ R2 → R diferenciável. Um ponto (x0 , y0 ) ∈ A é chamado um
∂f ∂f
ponto crı́tico de f , ou ponto singular de f , se (x0 , y0 ) = 0 e (x0 , y0) = 0, isto é, se
∂x ∂y
∇f (x0 , y0 ) = (0, 0).
Demonstração: Se (x0 , y0 ) é um ponto de máximo local, então existe uma bola aberta B
de centro (x0 , y0 ) e raio ε > 0, tal que f (x, y) ≤ f (x0 , y0 ) para todo (x, y) ∈ B. Considere
g, h : (−ε, ε) → R dadas por g(t) = f (x0 + t, y0 ) e h(t) = f (x0 , y0 + t). Temos que h(t) ≤ h(0)
e g(t) ≤ g(0) para todo t ∈ (−ε, ε), ou seja, 0 é ponto de máximo para g e para h. Dai, por
∂f
resultado do Cálculo I, segue que g 0 (0) = 0 e h0 (0) = 0. Mas temos que g 0(0) = (x0 , y0 ) e
∂x
∂f
h0 (0) = (x0 , y0 ). Portanto (x0 , y0) é ponto singular de f .
∂y
Exemplo: A recı́proca do teorema anterior não é válida. Por exemplo, a função f (x, y) =
x2 −y 2 possui (0, 0) como ponto singular, mas (0, 0) não é nem ponto de máximo local e nem de
∂f ∂f
mı́nimo local. De fato, temos que (x, y) = 2x e (x, y) = −2y, ou seja, ∇f (0, 0) = (0, 0).
∂x ∂y
Porém f (0, 0) = 0 e existem pontos arbitrariamente próximos de (0, 0) nos quais f assume
valores positivos e pontos nos quais f assume valores negativos.
Observação: Pelo que vimos nos dois últimos teoremas, se um ponto (x0 , y0 ) está o interior
do domı́nio da função e é um extremo local (isto é, um ponto de máximo local ou um ponto
de mı́nimo local), então ele necessariamente é um ponto singular. Portanto, quando queremos
encontrar pontos de máximo ou de mı́nimo, devemos procurar primeiro os pontos singulares.
82
Solução: Vejamos quem são os pontos singulares. Calculando as derivadas parciais e igualando
a zero temos o seguinte sistema de equações:
∂f
(x, y) = 3x2 + y = 0
∂x
∂f
(x, y) = −2y + x = 0
∂y
Pela segunda equação obtemos x = 2y e substituindo na primeira temos
3(2y)2 + y = 0,
∂2f ∂2f
Calculando agora as derivadas de segunda ordem temos (x, y) = 6x e (x, y) = −2.
∂x2 ∂y 2
Portanto temos
∂2f ∂2f
(0, 0) = 0 ≤ 0 e (0, 0) = −2 ≤ 0.
∂x2 ∂y 2
Então (0, 0) é candidato a ponto de máximo local.
Temos ainda
∂2f ∂2f
1 1 1 1
− ,− = −1 ≤ 0 e − ,− = −2 ≤ 0.
∂x2 6 12 ∂y 2 6 12
1 1
Então − , − também é candidato a ponto de máximo local.
6 12
83
Aula 27: 09/06/2010
84
∂f ∂f a b
Das hipóteses temos (x0 , y0 ) = (x0 , y0) = 0, a > 0 e > 0. Pelo que vimos
∂x ∂y b c
no inı́cio da demonstração também temos Q(h, k) ≥ 0. Logo
1
f (x0 + h, y0 + k) = f (x0 , y0) + Q(h, k) ≥ f (x0 , y0).
2!
Portanto f (x, y) ≥ f (x0 , y0) para todo (x, y) na bola B, e daı́ (x0 , y0 ) é ponto de mı́nimo local
de f .
3x2 − 3 = 0,
3y 2 − 3 = 0,
2
Portanto H(1, 1) > 0, H(−1, −1) > 0, H(−1, 1) < 0 e H(1, −1) < 0, e também ∂∂xf2 (1, 1) =
2
6 > 0 e ∂∂xf2 (−1, −1) = −6 < 0. A conclusão é que (1, 1) é ponto de mı́nimo local, (−1, −1) é
ponto de máximo local e (−1, 1) e (1, −1) são pontos de sela.
Exemplo: Construir uma caixa sem tampa com a forma de um paralelepı́pedo retângulo
com 1m3 de volume conforme a figura 36. O material utilizado nas laterais custa o triplo
do material usado no fundo. Determine as dimensões da caixa que minimizam o custo do
material.
85
1
Solução: Sejam a, b e c as dimensões da caixa. Temos que abc = 1, logo c = ab . A área lateral
da caixa é 2ac + 2bc e a área do fundo da caixa é ab. Então a função que deve ser minimizada
é
f (a, b) = 3(2ac + 2bc) + ab,
1
onde c = ab
. Portanto temos
6 6
f (a, b) = + + ab.
b a
Calculando as derivadas parciais temos
∂f 1
=6 − 2 +b=0
∂a a
e
∂f 1
=6 − 2 +a=0
∂b b
√
Portanto temos ba2 = ab2 = 6, ou seja, a = b. Daı́ a3 = 6 implica que a = b = 3 6. Vamos
verificar agora o sinal da função hessiana e da derivada de segunda ordem em relação a a.
Temos
∂2f 12 ∂2f ∂2f 12
2
= 3
, = 1 e 2
= 3,
∂a a ∂a∂b ∂b b
logo
√ √ 2 √ √
= 4 − 1 = 3 > 0 e ∂ f ( 3 6, 3 6) = 2 > 0
3 3
2 1
H( 6, 6) =
1 2 ∂a 2
√
3
√
3
√
3
√
3
Portanto
√ ( 6, 6) é um ponto de mı́nimo e as dimensões da caixa devem ser a = 6, b = 6
3
6
ec= .
6
86
Aula 28: 11/06/2010
A partir de agora, estudaremos problemas de máximos e mı́nimos em conjuntos compactos.
Vejamos algumas definições.
Definição 38.
1. Um conjunto A ⊂ R2 é limitado se existe uma bola aberta B de centro (0, 0) e raio k
tal que A ⊂ B, isto é, k(x, y)k < k para todo (x, y) em A.
87
Solução: Calculando as derivadas parciais de f e igualando a zero vemos que o único ponto
singular de f é (0, 0). O hessiano nesse ponto é H(0, 0) = −1 < 0 e daı́ (0, 0) é um ponto de
sela.
Para os pontos da fronteira de A, usamos a parametrização (cos t, sent), com t variando
de 0 a 2π. Logo analisamos os pontos de máximo e mı́nimo da função g(t) = f (cos t, sent) =
sen(2t)
cos tsent = , com 0 ≤ t ≤ 2π. Temos
2
0 π 3π 5π 7π
g (t) = cos(2t) = 0 ⇐⇒ t ∈ , , , .
4 4 4 4
88
Sétima Lista de Exercı́cios
1. Determine o polinômio de Taylor de ordem 1 da função dada, em torno do ponto (x0 , y0)
dado.
2. Determine o polinômio de Taylor de ordem 2 da função dada, em torno do ponto (x0 , y0)
dado.
7. Determinada empresa produz dois produtos cujas quantidades são indicadas por x e
y. Tais produtos são oferecidos ao mercado consumidor a preços unitários p1 e p2 ,
respectivamente, que dependem de x e de y conforme equações: p1 = 120 − 2x e p2 =
200−y. O custo total da empresa para produzir e vender quantidades x e y dos produtos
é dado por C = x2 +2y 2 +2xy. Admitindo que toda produção da empresa seja absorvida
pelo mercado, determine a produção que maximiza o lucro.
8. Para produzir determinado produto cuja quantidade é representada por z, uma empresa
utiliza dois fatores de produção (insumos) cujas quantidades serão indicadas por x e y.
Os preços unitários dos fatores de produção são, respectivamente, 2 e 1. O produto será
oferecido ao mercado a um preço unitário 5. A função produção da empresa é dada por
z = 900 − x2 − y 2 + 32x + 41y. Determine a produção que maximiza o lucro.
89
9. Determine o ponto do plano 3x + 2y + z = 12 cuja soma dos quadrados das distâncias
a (0, 0, 0) e (1, 1, 1) seja mı́nima.
10. Seja f (x, y) = x2 (y 4 − x2 ) e considere, para cada vetor v = (h, k), a função gv (t) =
f (ht, kt). Verifique que t = 0 é ponto de máximo local de cada gv , mas que (0, 0) não é
ponto de máximo local de f .
11. Estude a função dada com relação a máximo e mı́nimo no conjunto dado.
12. Suponha que T (x, y) = 4−x2 −y 2 represente uma distribuição de temperatura no plano.
Seja A = {(x, y) ∈ R2 : x ≥ 0, y ≥ x, 2y + x ≤ 4}. Determine o ponto de A de menor
temperatura.
13. Estude com relação a máximos e mı́nimos a função dada com as restrições dadas.
90
Aula 29: 16/06/2010
91
Aula 30: 18/06/2010
2. Mostre que a equação x2 y + seny = x define implicitamente pelo menos uma função
dy
diferenciável y = y(x) e expresse em termos de x e y.
dx
3y 2
4. Determine o ponto, situado no primeiro quadrante, da elipse de equação 3x2 + = 18
2
no qual a reta tangente é paralela à reta x + y = 10.
Boa Prova!
92
Resolução da Prova
∂2f ∂2f
(x, y) = 2 − 9sen(3x + 4y) (0, 0) = 2
∂x2 ∂x2
∂2f ∂2f
(x, y) = 1 − 12sen(3x + 4y) (0, 0) = 1
∂x∂y ∂x∂y
∂2f ∂2f
(x, y) = −16sen(3x + 4y) (0, 0) = 0
∂y 2 ∂y 2
Portanto
P2 (x, y) = 3x + 4y + x2 + xy.
93
4. Usando a propriedade que o vetor gradiente é perpendicular à curva de nı́vel, temos que
o vetor normal à reta tangente à elipse num ponto (a, b) é
Para que a reta tangente à elipse seja paralela à reta x+y = 10, devemos ter que (6a, 3b)
seja paralelo ao vetor (1, 1). Portanto concluı́mos que b = 2a. Por outro lado, o ponto
3y 2
(a, b) tem que satisfazer a equação da elipse 3x2 + = 18 e ainda tem que estar no
2
primeiro quadrante, ou seja, a > 0 e b > 0. Logo
3(2a)2
3a2 + = 18 ⇒ a2 = 2.
2
Finalmente temos que o ponto é
√ √
P = ( 2, 2 2).
1 1
Portanto o ponto − , − é um ponto de mı́nimo local de f .
4 2
94
Aula 31: 23/06/2010
Demonstração: Seja α(t) = (α1 (t), α2 (t)) uma parametrização de g(x, y) = 0 e suponha-
mos que α(t0 ) = (x0 , y0). Defina uma função de uma variável t por F (t) = f (α(t)). Como
f (x0 , y0 ) é um extremo, então F 0 (t0 ) = 0. Mas
F 0 (t) = h∇f (α(t)), α0(t)i.
Daı́ 0 = F 0 (t0 ) = h∇f (α(t0 )), α0 (t0 )i = h∇f (x0 , y0), α0 (t0 )i. Então o vetor ∇f (x0 , y0) é
ortogonal a α0 (t0 ). Mas α0 (t0 ) é tangente a curva g(x, y) = 0 e ∇g(x0 , y0 ) é ortogonal a
curva g(x, y) = 0. Portanto ∇f (x0 , y0) é paralelo a ∇g(x0 , y0), ou seja, existe λ ∈ R tal que
∇f (x0 , y0 ) = λ∇g(x0 , y0 ).
temos
y = λ8x,
x = λ2y,
2
4x + y 2 − 4 = 0.
95
Das duas primeiras equações temos y = 16λ2 y, ou seja, y = 0 ou λ = ± 14 . Claro que
se y = 0 então pela segunda equação temos x = 0 e a terceira equação não é satisfeita.
Para λ = 41 temos y = 2x e dai calculando
√ √ a intersecçãoda reta y = 2x com a elipse
√ √
4x2 + y 2 = 4 encontramos os pontos 22 , 2 e − 22 , − 2 . Para λ = − 41 temos y = −2x
2 2
e dai calculando a√ intersecção
√ √ da reta y = −2x com a elipse 4x +y = 4 encontramos os pontos
2 2
√ √ √
2
− 2 , 2 e 2 , − 2 . Calculando os valores de f nesses pontos temos f ( 2 , 2) = 1,
√ √ √ √ √ √
f ( 22 , − 2) = −1, f (− 22 , 2) = −1 e f (− 22 , − 2) = 1. Logo os pontos de máximo são
√ ! √ !
2 √ 2 √
, 2 e − ,− 2 ,
2 2
Exemplo: Ache o volume da maior caixa retangular de lados paralelos aos planos coordena-
dos, que possa ser inscrita no elipsóide 16x2 + 4y 2 + 9z 2 = 144.
Multiplicando a primeira equação por x, a segunda por y, a terceira por z e somando obtemos
24xyz = 2λ(16x2 + 4y 2 + 9z 2 ) = 288λ. Portanto xyz = 12λ.
Multiplicando a√primeira equação por x e substituindo xyz = 12λ, chegamos à conclusão
que λ = 0 ou x = 3. A solução λ = 0 tem que ser desprezada, senão terı́amos volume zero.
Multiplicando a segunda
√ equação por y e substituindo xyz = 12λ, chegamos à conclusão
que λ = 0 ou y = 2 3. Finalmente multiplicando a√terceira equação por z e substituindo
xyz = 12λ, chegamos à conclusão que λ = 0 ou z = 4 3. Portanto, o maior volume da caixa
inscrita é √ √ √ √
V ( 3, 2 3, 4 3) = 192 3 ' 333.
Observação: Algumas aplicações podem envolver mais de um vı́nculo. Por exemplo achar
os extremos de f (x, y, z) sujeita a dois vı́nculos g(x, y, z) = 0 e h(x, y, z) = 0. Nesse caso a
condição que tem que ser satisfeita é
96
Aula 32: 25/06/2010
cos 2x = cos(x+x) = cos x cos x−senxsenx = cos2 x−sen2 x = cos2 x−(1−cos2 x) = 2 cos2 x−1.
cos 2x 1
Portanto temos cos2 x = + e daı́
2 2
Z
cos 2x 1 sen2x 1
Z
2
cos xdx = + dx = + x + k.
2 2 4 2
u = g(x) ⇒ du = g 0 (x)dx.
97
Exemplos:
Z √π
2
1. Calcule x cos x2 dx.
0
Solução: Fazendo a substituição u = x2 temos du = 2xdx. Logo xdx = 12 du. Portanto
temos
1 1 1
Z Z
2
x cos x dx = cos udu = senu + k = senx2 + k.
2 2 2
Daı́
Z √π √ π2
2 1 1 1
x cos x2 dx = senx2 = −0= .
0 2 0 2 2
x
Z
2. Calcule dx.
1 + x2
Solução: Fazemos a substituição u = x2 + 1. Daı́ du = 2xdx e daı́ vem
x 11 1 1
Z Z
2
dx = du = ln u + k = ln(1 + x2 ) + k.
1+x 2u 2 2
x
Z
3. Calcule dx.
1 + x4
Solução: A substituição u = 1 + x4 não dá certo, mas a substituição u = x2 leva a
du = 2xdx e
x 1 1 1 1
Z Z
4
dx = 2
du = arctan u + k = arctan(x2 ) + k.
1+x 21+u 2 2
Z √
4. Calcule x3 1 + x2 dx.
senx
Z
5. Calcule dx.
cos3 x
Solução: Fazemos a substituição u = cos x, logo du = −senxdx. Daı́
senx 1 1 1
Z Z
3
dx = − 3
du = 2 + k = + k.
cos x u 2u 2 cos2 x
Z
6. Calcule sen4 x cos3 xdx.
sen4 x cos3 x = sen4 x cos2 x cos x = sen4 x(1 − sen2 x) cos x = (−sen6 x + sen4 x) cos x.
98
Então, fazendo a substituição u = senx temos
Z Z Z
sen x cos xdx = (−sen x + sen x) cos xdx = (−u6 + u4 )du =
4 3 6 4
u7 u5 sen7 x sen5 x
− + +k =− + + k.
7 5 7 5
2
Z
7. Calcule dx.
3 + 2x2
Solução: Observe que podemos escrever
2 2 1 2 1
2
= 2 2 = 2 .
3 + 2x 3 1 + 3x 3
q
2
1+ 3
x
r r
2 2
Fazendo a substituição x = u, temos du = dx e daı́
3 3
r Z √ r !
2 3 2 1 6 2
Z
2
dx = 2
du = arctan x + k.
3 + 2x 2 31+u 3 3
99
Aula 33: 03/08/2010
7 Integral dupla
7.1 Definição
Inicialmente faremos a definição de somas de Riemann. Considere um retângulo R = {(x, y) ∈
R2 : a ≤ x ≤ b e c ≤ y ≤ d}. Sejam P1 = {a = x0 < x1 < x2 < · · · < xn = b} e
P2 = {c = y0 < y1 < y2 < · · · < ym = d}. O conjunto
P = {(xi , yj ) : i = 1, 2, . . . , n e j = 1, 2, . . . , m}
a b
∆yj
∆xi Xij
100
onde f (Xij ) = 0 se Xij 6∈ B, ∆xi = xi −xi−1 , ∆yj = yj −yj−1 , chama-se soma de Riemann
de f relacionada à partição P e aos Xij .
Observe que se f (Xij ) > 0, então f (Xij )∆xi ∆yj é o volume do paralelepı́pedo de altura
f (Xij ) e base Rij . Veja a figura 39.
Indicaremos por ∆ o maior dos ∆x1 , ∆x2 , . . . , ∆xn e ∆y1 , ∆y2 , . . . , ∆ym . Observe que se
∆ tende a zero, então todos os ∆xi e ∆yj tendem a zero.
n X
X m
Definição 40. Dizemos que o número f (Xij )∆xi ∆yj tende a L quando ∆ tende a
i=1 j=1
zero e escrevemos m
n X
X
lim f (Xij )∆xi ∆yj = L
∆→0
i=1 j=1
Observação 2.
RR
• A área de B é igual a B
dxdy.
• Se f : B ⊂ R2 → R é integrável em B com f (x, y) ≥ 0 para todo (x, y) ∈ B, então o
volume do conjunto A = {(x, y, z) ∈ R3 : (x, y) ∈ B e 0 ≤ z ≤ f (x, y)} é dado por
ZZ
Volume de A = f (x, y)dxdy.
B
101
Exemplo: Seja f (x, y) = kRRdefinida no retângulo R = {(x, y) ∈ R2 : a ≤ x ≤ b e c ≤ y ≤ d}.
Prove que f é integrável e R f (x, y)dxdy = k(b − a)(d − c).
102
Aula 34: 05/08/2010
Portanto f + g é integrável e
ZZ ZZ ZZ
(f (x, y) + g(x, y))dxdy = f (x, y)dxdy + g(x, y)dxdy.
B B B
Proposição
RR 7. Se f : B ⊂ R2 → R é integrável em B e f (x, y) ≥ 0 para todo (x, y) ∈ B,
então B f (x, y)dxdy ≥ 0.
103
Demonstração: Como f (x, y) ≥ 0 para todo (x, y) ∈ B, então dado qualquer partição
P = {(xi , yj ) : i = 1, 2, . . . , n e j = 1, 2, . . . , m} temos que
n X
X m
f (Xij )∆xi ∆yj ≥ 0.
i=1 j=1
Portanto ZZ
f (x, y)dxdy ≥ 0.
B
2
Proposição 8. SeRR f, g : B ⊂ R →RR R são integráveis em B e f (x, y) ≤ g(x, y) para todo
(x, y) ∈ B, então B f (x, y)dxdy ≤ B g(x, y)dxdy.
Demonstração: Como f (x, y) ≤ g(x, y) para todo (x, y) ∈ B, então g(x, y) − f (x, y) ≥ 0
para todo (x, y) ∈ B. Daı́, pela Proposição 7 segue que
ZZ
(g(x, y) − f (x, y))dxdy ≥ 0.
B
∆yj
Figura 40: Interpretação geométrica do Teorema de Fubini.
104
Seja R = {(x, y) ∈ R2 : a ≤ x ≤ b e c ≤ y ≤ d} um retângulo e f : R ⊂ R2 → R uma
função integrável em R. Para cada y fixo em [c, d] podemos considerar a função x 7→ f (x, y).
Chamemos de fy (x) = f (x, y). Se para cada y a função fy é integrável em [a, b], então
podemos considerar a função Z b
α(y) = f (x, y)dx.
a
Observe que se f (x, y) ≥ 0 para todo (x, y), então α(y) é a área da figura hachurada na figura
40.
Em breve vamos enunciar o Teorema de Fubini que afirma que
ZZ Z d Z b
f (x, y)dxdy = f (x, y)dx dy.
R c a
Portanto teremos ZZ Z d
f (x, y)dxdy = α(y)dy.
R c
Observe que se tomamos uma partição P2 = {c = y0 < y1 < · · · < ym = d} de [c, d] então a
somas de Riemann da função α são da forma
m
X
α(ξj )∆yj .
j=1
E α(ξj )∆yj é o volume do sólido de base α(ξj ) (figura hachurada na figura 40) e altura ∆yj ,
ou seja, as somas de Riemann de α se aproximam das somas de Riemann de f .
105
Aula 35: 10/08/2010
Daı́ segue
n
X Z b n
X
mij ∆xi ≤ f (x, y)dx ≤ Mij ∆xi ,
i=1 a i=1
ou seja,
n
X n
X
mij ∆xi ≤ α(y) ≤ Mij ∆xi .
i=1 i=1
106
A partir de agora faremos diversas aplicações das propriedades das integrais duplas e do
Teorema de Fubini.
Exemplos:
RR
1. Calcule R
(x + y)dxdy, onde R = [0, 1] × [1, 2].
Solução: Usando o teorema de Fubini temos
Z 2 Z 1 " 1 #
2
x2
ZZ Z
(x + y)dxdy = (x + y)dx dy = + xy dy =
R 1 0 1 2 0
2 2
y y2
1 1 1
Z
+ y dy = + = 1 + 2 − − = 2.
1 2 2 2 1 2 2
Observe que invertendo a ordem de integração, também podemos resolver da seguinte
forma
Z 1 Z 2 Z 1 " 2 #
y2
ZZ
(x + y)dxdy = (x + y)dy dx = xy + dx =
R 0 1 0 2 1
Z 1 2 1
1 x 3x 1 3
2x + 2 − x − dy = + = + = 2.
0 2 2 2 0 2 2
R1 R2 R2R1
2. Calcule −1 0 xy 2 dxdy e 0 −1 xy 2 dydx.
Solução:
" 2 # 1
1 2 1 2 2 1
2y 3
xy 4
Z Z Z Z
2 2
xy dxdy = dy = 2y dy = = .
−1 0 −1 2 0 −1 3 −1 3
2Z 1 Z 2 " #
3 1 2 2
x2
xy 2x 4
Z Z
xy 2 dydx = dy = dy = = .
0 −1 0 3 −1 0 3 3 0 3
107
xydxdy, onde B = {(x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 1 e 0 ≤ y ≤ x2 }.
RR
4. Calcule B
Solução: A região B é mostrada na figura 42. Seja R = [0, 1] × [0, 1]. E defina uma
1
Figura 42: Região B.
função F : R ⊂ R2 → R por
xy se (x, y) ∈ B,
F (x, y) =
0 se (x, y) 6∈ B.
Portanto 1
1
x5 x6
1
ZZ Z
xydxdy = dx = = .
B 0 2 12 0 12
Corolário 3. Sejam c, d : [a, b] → R duas funções contı́nuas em [a, b] tais que para todo
x ∈ [a, b], c(x) ≤ d(x). Seja B o conjunto de todos os pontos (x, y) tais que a ≤ x ≤ b e
c(x) ≤ y ≤ d(x). Conforme na figura 43. Se f for contı́nua em B, então
ZZ Z "Z #
b d(x)
f (x, y)dxdy = f (x, y)dy dx.
B a c(x)
d(x)
c(x)
a b
108
Aula 36: 12/08/2010
Corolário 4. Sejam a, b : [c, d] → R duas funções contı́nuas em [c, d] tais que para todo
y ∈ [c, d], a(y) ≤ b(y). Seja B o conjunto de todos os pontos (x, y) tais que c ≤ y ≤ d e
a(y) ≤ x ≤ b(y). Conforme na figura 44. Se f for contı́nua em B, então
ZZ Z "Z d
#
b(y)
f (x, y)dxdy = f (x, y)dx dy.
B c a(y)
B b(y)
c
a(y)
Exemplos:
1 √
1 − x2
√
− 1 − x2
−1
109
Uma outra solução possı́vel é usando o Corolário 4.pPodemos colocar a variação de y
no intervalo [−1, 1] e a variação de x como 0 ≤ x ≤ 1 − y 2 . Daı́ temos
Z 1 "Z √1−y2 # Z 1 2 √1−y2
x
ZZ
(x − y)dxdy = (x − y)dx dy = − xy dy =
B −1 0 −1 2 0
1
1 y2
Z p
= − 2
− y 1 − y dy =
−1 2 2
1
y y3 2 p
1 1 1 1 2
= − + (1 − y 2)3 = − + − = .
2 6 6 −1 2 6 2 6 3
1
y = 1−x
Solução:
Z 1 Z 1−x Z 1 1−x
Z 1
2 2
V ol V = (1 − x )dydx = (1 − x )y 0
dx = (1 − x − x2 + x3 )dx =
0 0 0 0
1
x2 x3 x4
1 1 1 12 − 6 − 4 + 3 5
= x− − + =1− − + = = .
2 3 4 0 2 3 4 12 12
RR
3. Calcule B
xydxdy onde B é o triângulo de vértices (−1, 0), (0, 1) e (1, 0).
Solução: A reta que liga os pontos (−1, 0) e (0, 1) é y = x + 1 e a reta que liga os pontos
(0, 1) e (1, 0) é y = −x + 1. Portanto se usarmos o Corolário 4, colocamos y variando
no intervalo [0, 1] e x variando de y − 1 a −y + 1, portanto
Z 1 Z −y+1 Z 1 2 −y+1 Z 1
(1 − y)2y (1 − y)2 y
xy
xydxdy = dy = − dy = 0.
0 y−1 0 2 y−1 0 2 2
110
(0, 1)
y =x+1
y = −x + 1
(1, 0)
(−1, 0)
Solução: Inicialmente, devemos fazer a figura com a região de integração. Temos que y
√ √
varia no intervalo [0, 1] e x varia entre y e 1. A curva x = y é a mesma que y = x2 .
Veja a figura 48. Então invertendo temos
0 1
Z 1 Z x2 R1 x2 R1
sen(x3 )dydx = 0
(ysen(x3 ))0 dx = 0
x2 sen(x3 )dx =
0 0
1
1 1
= − cos(x3 ) = − (cos(1) − 1).
3 0 3
111
Oitava Lista de Exercı́cios
RR
1. Seja A o retângulo 1 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ 1. Calcule A
f (x, y)dxdy sendo f (x, y) igual a
2. Calcule
112
6. Inverta a ordem de integração
Z 1 Z x
(a) f (x, y)dy dx.
0 0
Z "Z √ 2
1 1−x
#
(b) √
f (x, y)dy dx.
−1 − 1−x2
Z 1 Z 1
(c) f (x, y)dy dx.
0 x2
"Z √ #
Z 1 2x
(d) √
f (x, y)dy dx.
0 x−x2
Z π Z cosx
4
(e) f (x, y)dy dx.
0 senx
"Z x+7
#
Z 2 3
(f) q f (x, y)dy dx.
7+5x2
−1 3
"Z √ #
Z 3 3x
(g) f (x, y)dy dx.
0 x2 −2x
113
Aula 37: 17/08/2010
Exemplos:
√
Z 1 Z 2−x2
1. Inverta a ordem de integração de f (x, y)dydx.
0 x
Solução: Da forma √como está definido, o x está variando no intervalo [0,
√1] e o y está
variando entre x e 2 − x2 . A curva y = x √ é uma reta e a curva y = 2 − x2 é um
arco de circunferência de centro (0, 0) e raio 2. Veja a figura 49. Como podemos ver
√
2
0 1
√
2. Utilizando a integral dupla calcule a área de B, onde B = {(x, y) ∈ R2 : x3 ≤ y ≤ x.
√
Solução: As curvas y = x3 e y = x são dadas na figura 50.
√
y= x
1
y = x3
114
7.4 Aplicações
Volume de um sólido de revolução
Vejamos um problema de calcular o volume de um sólido de revolução, obtido pela rotação
do gráfico de uma função f : [a, b] → R, com f (x) ≥ 0, em torno do eixo x. Veja a figura 51.
f (Mi )
f (mi )
∆xi
r3 r3 2r 3 4πr 3
3 3 3
=π r − − −r + = π 2r − = .
3 3 3 3
115
Área lateral de um sólido de revolução
Vejamos um problema de calcular a área lateral de um sólido de revolução, obtido pela
rotação do gráfico de uma função f : [a, b] → R, com f (x) ≥ 0, em torno do eixo x. Veja a
figura 51.
Solução: Inicialmente calculamos a área lateral de um cone de geratriz G e raio da base R.
Podemos “planificar” o cone conforme na figura 52.
R
2πR
A área total do cı́rculo πG2 está para o perı́metro 2πG assim como a área do cone está
para o arco 2πR. Portanto, resolvendo a regra de três temos que
x
r G
g
R
Podemos dizer que a área do tronco de cone é 2πg vezes o ponto médio dos raios.
116
Aula 38: 19/08/2010
Voltamos agora ao problema de se calcular a área lateral de um sólido de revolução, obtido
pela rotação do gráfico de uma função positiva f : [a, b] → R em torno do eixo x. Tomamos
uma partição P = {a = x0 < x1 < · · · < xn = b} do intervalo [a, b]. Aproximamos a área
lateral do sólido de revolução pela soma das áreas laterais dos n troncos de cone Ti mostrados
na figura 54.
θi
∆xi
xi−1 ti xi
Observe que se ti é o ponto médio do intervalo [xi−1 , xi ], então f (ti ) é o ponto médio dos
raios do tronco de cone Ti . Daı́, pelo que vimos acima, a área lateral do tronco de cone Ti é
2πgf (ti ). Ainda olhando para a figura 54 temos f 0 (ti ) = tan θi , logo
p p p 1 1 g
1 + (f 0 (ti ))2 = 1 + (tan θi )2 = sec2 θi = | sec θi | = = ∆xi = .
| cos θi | g
∆xi
p
Portanto g = 1 + (f 0 (ti ))2 ∆xi , ou seja,
p
Área lateral Ti = 2πf (ti ) 1 + (f 0(ti ))2 ∆xi .
Somando todas as áreas laterais do troncos de cone e passando ao limite quando a partição
tende a zero obtemos
n
X Z b
p p
Área lateral Sólido = lim 2πf (ti ) 1 + (f 0 (ti ))2 ∆xi = 2πf (x) 1 + (f 0 (x))2 dx.
∆→0 a
i=1
117
Coordenadas Polares
Fixado um semi-eixo Ox no plano, cada ponto P fica determinado por suas coordenadas
polares (θ, ρ), onde θ é o ângulo entre OP e Ox e ρ é a medida de OP . Veja a figura 55.
y P
ρ
θ
O x X
Quando ρ < 0 interpretamos o ponto (θ, ρ) como o ponto simétrico, em relação à origem, do
ponto (θ, −ρ).
π
Exemplo: Marque o ponto , −2 em coordenadas polares.
4
Solução: Veja a figura 56.
(π/4, 2)
2
π/4
2
(π/4, −2)
π
Figura 56: Ponto , −2 em coordenadas polares.
4
Exemplo: Um ponto P desloca-se no plano de modo que a relação entre suas coordenadas
polares é ρ = θ, com 0 ≤ θ ≤ 2π. Desenhe o lugar geométrico descrito por P .
Solução: Um método prático para fazer um esboço da curva, consiste em montar uma tabela
colocando os valores conforme abaixo
θ 0 π/4 π/2 3π/4 π 5π/4 3π/2 7π/4 2π
ρ 0 π/4 π/2 3π/4 π 5π/4 3π/2 7π/4 2π
118
Figura 57: Curva ρ = θ em coordenadas polares.
119
Aula 39: 24/08/2010
Exemplo: Desenhe o lugar geométrico de equação em coordenadas polares ρ = cos(2θ). Esta
curva é chamada Rosácea.
Solução: Os seguintes pontos satisfazem a equação
θ 0 √π/8 π/4 3π/8
√ π/2 5π/8
√ 3π/4 √
7π/8 π . . .
ρ 1 2/2 0 − 2/2 −1 − 2/2 0 2/2 1 . . .
θ
θi−1
α
β
Seja P = {α = θ0 < θ1 < · · · < θn = β} uma partição do intervalo [α, β]. Veja a figura 60.
Sejam θi0 o ponto de mı́nimo de ρ = ρ(θ) em [θi−1 , θi ], e θi00 o ponto de máximo de ρ = ρ(θ)
em [θi−1 , θi ]. Vamos denotar por
Ai = {(θ, ρ) : θi−1 ≤ θ ≤ θi e 0 ≤ ρ ≤ ρ(θ)}.
120
Usando a fórmula de área de setor circular que vimos antes e a propriedade que θi0 e θi00 são
pontos de mı́nimo e de máximo de ρ = ρ(θ) temos
Passando ao limite quando o maior dos intervalos da partição tende a zero vem
n n
X ρ(θ0 )2 ∆θi
i
X ρ(θ00 )2 ∆θi
i
lim ≤ Área A ≤ lim .
∆→0
i=1
2 ∆→0
i=1
2
E portanto
β β
ρ(θ)2 ρ(θ)2
Z Z
dθ ≤ Área A ≤ dθ,
α 2 α 2
ou seja,
β
1
Z
Área A = ρ(θ)2 dθ.
2 α
1 2π 1 2π
Z Z
2
Área da Cardióide = (1 − cos θ) dθ = (1 − 2 cos θ + cos2 θ)dθ.
2 0 2 0
1 cos 2θ 1 sen2θ
Recorde que cos2 θ = + . Então uma primitiva de cos2 θ é θ + . Daı́
2 2 2 4
2π
1 1 sen2θ 3π
Área da Cardióide = θ − 2senθ + θ + = .
2 2 4 0 2
121
da curva. Seja P = {a = s0 < s1 < · · · < sn = b} uma partição do intervalo [a, b]. Chame de
L(γ, P ) o comprimento da poligonal que passa pelos pontos γ(s0 ), γ(s1 ), . . . , γ(sn ). Temos
Para cada i = 1, . . . , n, podemos usar o Teorema do Valor Médio para dizer que existe um ξi
entre si−1 e si tal que
||γ(si ) − γ(si−1 )|| = ||γ 0 (ξi )||∆si .
E portanto temos
n
X
L(γ, P ) = ||γ 0 (ξi )||∆si ,
i=0
e passando ao limite quando o maior dos intervalos da partição ∆ tende a zero temos por um
lado que L(γ, P ) tende ao comprimento de γ e por outro lado as somas de Riemann convergem
para a integral, então temos que
Z b
Comprimento de γ = ||γ 0(s)||ds.
a
Podemos definir a função s(t), que é o comprimento da curva γ de γ(a) até γ(t), por
Z t
s(t) = ||γ 0(s)||ds
a
122
Aula 40: 26/08/2010
Considere agora um retângulo R = [u0 , u0 + ∆u] × [v0 , v0 + ∆v] e ϕ : Ω ⊂ R2 → R2 uma
aplicação de classe C 1 no aberto Ω tal que R ⊂ Ω. Veja a figura 61.
v y
Q
∂ϕ
v0 + ∆v ∂v P
ϕ
R ∂ϕ
∂u
v0
y0 M N
u
u0 u0 + ∆u x0 x
Sejam (x0 , y0) = ϕ(u0 , v0 ) e B = ϕ(R) = {ϕ(u, v) : (u, v) ∈ R}. A curva v 7→ ϕ(u0 , v)
desempenha o mesmo papel da curva γ(s) da aula passada, e o vetor ∂ϕ ∂v
(u0, v) desempenha o
0
mesmo papel de γ (s). Então
∂ϕ
o comprimento de MQ é aproximadamente
(u0 , v0 )
∆v
∂v
e, analogamente
∂ϕ
∂u (u0 , v0 )
∆u.
o comprimento de MN é aproximadamente
123
Portanto, calculando o produto vetorial temos
i j k
∂x ∂x
∂ϕ ∂ϕ ∂x ∂y ∂u ∂v
(u, v) ∧ (u, v) =
0 = k.
∂u ∂v ∂u ∂u
∂y ∂y
∂x ∂y
∂u ∂v
0
∂v ∂v
∂(x, y)
a área de B é aproximadamente ∆u∆v.
∂(u, v)
Rij Bij
124
Exemplos:
sen(x2 + y 2)dxdy, onde B = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ 1, y ≥ 0}.
RR
1. Calcule B
Solução: A idéia é usar as coordenadas polares
x = ρ cos θ,
y = ρsenθ.
π 1 π
1 1 1 π
Z Z
= − cos(ρ2 ) dθ = − cos(1) + dθ = (1 − cos(1)).
0 2 0 0 2 2 2
cos(x − y)
ZZ
2. Calcule dxdy, onde B é o trapézio 1 ≤ x + y ≤ 2, x ≥ 0 e y ≥ 0.
B sen(x + y)
Solução: Usaremos a seguinte mudança de coordenadas
x = u+v
u = x − y, 2
,
⇒ u−v
v = x + y. y= 2 .
2
ϕ
Buv
1 B
1 2
125
Observe que as retas x + y = 1 e x + y = 2 são levadas nas retas v = 1 e v = 2
respectivamente. E as retas x = 0 e y = 0 são levadas nas retas u = −v e u = v
respectivamente. Olhe a figura 63. Então, usando a fórmula de mudança de variáveis,
temos
cos(x − y) cos(u) 1 1 2 v cos(u)
ZZ ZZ Z Z
dxdy = dudv = dudv =
B sen(x + y) Buv sen(v) 2 2 1 −v sen(v)
2 v 2 Z 2
1 sen(u) 1 2sen(v)
Z Z
= dv = dv = dv = 1.
2 1 sen(v) −v 2 1 sen(v) 1
126
Nona Lista de Exercı́cios
1. Encontre o Volume e a Área Lateral do sólido obtido pela revolução do gráfico da função
y = f (x) em torno do eixo x em cada um dos casos abaixo.
(a) ρ = 1 − cosθ.
(b) ρ = 6 − 6senθ.
(c) ρ = sen(2θ).
(a) ρ = 2 e ρ = 4cosθ.
(b) ρ = 1 − senθ e ρ = 3senθ.
5. Calcule
(d) B sen(4x2 + y 2 )dxdy onde B é o conjunto de todos os (x, y) tais que 4x2 + y 2 ≤ 1
RR
e y ≥ 0.
√
RR 3
y−x 2
(e) B (x + 2y)dxdy onde B é o triângulo de vértices (0, 0), (1, 0) e (0, 1).
1+y+x
RR
(f) B xdxdy onde B é o conjunto, no plano xy, limitado pela cardióide ρ = 1 − cosθ.
127
ZZ
(d) xdxdy, onde B é a região, no plano xy, limitada pela curva (dada em coorde-
B
π π
nadas polares) ρ = cos3θ, − ≤ θ ≤ .
6 6
ZZ
(e) dxdy, onde B é a região, no plano xy, limitada pela curva (dada em coorde-
B
π π
nadas polares) ρ = cos2θ, − ≤ θ ≤ .
8 4
x2 y 2
7. Calcule a área da região delimitada pela elipse + 2 = 1 com (a > 0) e (b > 0).
a2 b
8. Sejam A = {(x, y) ∈ R2 : 1 + x2 ≤ y ≤ 2 + x2 , x ≥ 0 e y ≥ x + x2 } e B = (u, v) ∈ R2 :
1 ≤ v ≤ 2, v ≥ u e u ≥ 0}.
128
Aula 41: 31/08/2010
ZZ p
Exemplo: Calcule x2 + y 2 dxdy, onde B é o triângulo de vértices (0, 0), (1, 0) e (1, 1).
B
x = ρ cos θ,
Solução: Faremos a mudança de coordenadas polares A reta y = 0 corresponde
y = ρsenθ.
à reta θ = 0, a reta y = x corresponde à reta θ = π4 e a reta x = 1 corresponde à curva ρ = sec θ
(pois ρ cos θ = 1). Aplicando a fórmula de mudança de variáveis temos
π π sec θ π
sec θ
ρ3
1
ZZ p Z Z Z Z
4 p 4 4
2 2
x + y dxdy = ρ2 ρdρdθ = dθ = sec3 θdθ.
B 0 0 0 3 0 3 0
Observamos que uma primitiva de sec3 θ é 21 [sec θ tan θ + ln | sec θ + tan θ|] + k. Daı́
1 √ √
1 2 2
ZZ p
2 2
x + y dxdy = √ + ln √ + 1 − ln |1| = ( 2 + ln(1 + 2)).
B 6 2 2 6
8 Integral tripla
8.1 Definição
Inicialmente faremos a definição de somas de Riemann. Considere um Bloco A = {(x, y, z) ∈
R3 : a ≤ x ≤ a1 , b ≤ y ≤ b1 e c ≤ z ≤ c1 }. Sejam P1 = {a = x0 < x1 < x2 < · · · < xm = a1 },
P2 = {b = y0 < y1 < y2 < · · · < yn = b1 } e P3 = {c = z0 < z1 < z2 < · · · < zp = c1 }. O
conjunto
P = {(xi , yj , zk ) : i = 1, 2, . . . , m, j = 1, 2, . . . , n e k = 1, 2, . . . , p}
é chamado partição do bloco A. Uma partição determina mnp blocos Rijk = {(x, y, z) ∈
R3 : xi−1 ≤ x ≤ xi , yj−1 ≤ y ≤ yj e zk−1 ≤ z ≤ zk }. Veja a figura 64.
129
A. Para cada i = 1, . . . , m, j = 1, . . . , n e k = 1, . . . , p seja Xijk ∈ Rijk um ponto escolhido
arbitrariamente. O número
m X n X p
X
f (Xijk )∆xi ∆yj ∆zk ,
i=1 j=1 k=1
onde f (Xijk ) = 0 se Xijk 6∈ B, ∆xi = xi − xi−1 , ∆yj = yj − yj−1 , ∆zk = zk − zk−1 , chama-se
soma de Riemann de f relacionada à partição P e aos Xijk .
Indicaremos por ∆ o maior dos ∆x1 , ∆x2 , . . . , ∆xm , ∆y1 , ∆y2 , . . . , ∆yn e ∆z1 , ∆z2 , . . . , ∆zp .
Observe que se ∆ tende a zero, então todos os ∆xi , ∆yj e ∆zk tendem a zero.
m X p
n X
X
Definição 42. Dizemos que o número f (Xijk )∆xi ∆yj ∆zk tende a L quando ∆
i=1 j=1 k=1
tende a zero e escrevemos
m X p
n X
X
lim f (Xijk )∆xi ∆yj ∆zk = L
∆→0
i=1 j=1 k=1
RRR
Observação 3. O volume de B é igual a B
dxdydz.
130
Aula 42: 02/09/2010
O Teorema de Fubini também é válido para integrais triplas e através dele pode-se demons-
trar os seguintes resultados. Considere K ⊂ R2 e g, h : K → R duas funções contı́nuas tais
que g(x, y) ≤ h(x, y) para todo (x, y) ∈ K. Considerando o conjunto
então Z Z "Z #
ZZZ h(x,y)
f (x, y, z)dxdydz = f (x, y, z)dz dxdy.
B K g(x,y)
De maneira análoga, podemos obter o mesmo resultado quando o conjunto B é dado por
então Z Z "Z #
ZZZ h(x,z)
f (x, y, z)dxdydz = f (x, y, z)dy dxdz,
B K g(x,z)
então Z Z "Z #
ZZZ h(y,z)
f (x, y, z)dxdydz = f (x, y, z)dx dydz.
B K g(y,z)
ZZZ
Exemplo: Calcule xdxdydz, onde
B
B = {(x, y, z) ∈ R3 : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ x e 0 ≤ z ≤ x + y}.
Z 1 Z x Z x+y Z 1 Z x Z 1 Z x
xdzdydx = [xz]x+y
0 dydx = (x2 + xy)dydx =
0 0 0 0 0 0 0
1 x 1 4 1
xy 2 3x3
3x 3
Z Z
2
x y+ dx = dx = = .
0 2 0 0 2 8 0 8
Exemplo: Calcule o volume do conjunto B formado por todos os pontos (x, y, z) de R3 que
satisfazem x2 + y 2 ≤ z ≤ 2 − x2 − y 2 .
131
Solução: Inicialmente observamos que o gráfico de f (x, y) = x2 + y 2 é um parabolóide com
concavidade para cima e o gráfico de g(x, y) = 2 − x2 − y 2 é um parabolóide com concavidade
para baixo. Calculando a intersecção de z = x2 + y 2 com z = 2 − x2 − y 2 é dada por z = 1
e x2 + y 2 = 1. Seja K = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ 1}. O conjunto B do enunciado pode ser
escrito como
B = {(x, y, z) ∈ R3 : (x, y) ∈ K e x2 + y 2 ≤ z ≤ 2 − x2 − y 2 }.
Temos
ZZZ Z Z "Z 2−x2 −y 2
# ZZ
V ol B = dxdydz = dz dxdy = (2 − 2x2 − 2y 2 )dxdy.
B K x2 +y 2 K
Para resolver essa última integral, podemos usar uma mudança de coordenadas polares x =
ρ cos θ e y = ρsenθ. Como a região K é um cı́rculo de centro (0, 0) e raio 1, então a variação
é de ρ é de 0 a 1 e a variação de θ é de 0 a 2π. Portanto
1 2π 1 1
ρ2 ρ4
ZZ Z Z Z
2 2 2 3
(2 − 2x − 2y )dxdy = (2 − 2ρ )ρdθdρ = 4π (ρ − ρ )dρ = 4π − = π.
K 0 0 0 2 4 0
∂(x, y, z)
A notação denota o determinante Jacobiano
∂(u, v, w)
∂x ∂x ∂x
∂u ∂v ∂w
∂y ∂y ∂y
∂u ∂v ∂w .
det
∂z ∂z ∂z
∂u ∂v ∂w
132
Aula 43: 09/09/2010
sen(x + y − z)
ZZZ
Exemplo: Calcule dxdydz, onde
B x + 2y + z
n π o
B = (x, y, z) ∈ R3 : 1 ≤ x + 2y + z ≤ 2, 0 ≤ x + y − z ≤ e0≤z≤1 .
4
Considere a seguinte mudança de variáveis
u = x + y − z,
v = x + 2y + z,
w = z.
Daı́
∂x ∂x ∂x
∂u ∂v ∂w
2 −1 3
∂(x, y, z) ∂y ∂y ∂y
= det = det −1 1 −2 = 1.
∂(u, v, w) ∂u ∂v ∂w
0 0 1
∂z ∂z ∂z
∂u ∂v ∂w
Portanto temos
Z π Z 2Z 1 Z πZ 2
sen(x + y − z) senu senu
ZZZ
4 4
dxdydz = dwdvdu = dvdu =
B x + 2y + z 0 1 0 v 0 1 v
Z π Z π √ !
4 4 π 2
senu [ln v]21 du = ln 2senudu = ln 2 [− cos u]04 = 1 − ln 2.
0 0 2
8.4 Aplicações
Coordenadas Esféricas
Da mesma forma que conseguimos localizar um ponto do plano usando coordenadas po-
lares, podemos localizar um ponto do espaço usando coordenadas esféricas. Seja P = (x, y, z)
um ponto do espaço e considere P1 a projeção de P no plano xy, isto é, P1 = (x, y, 0). Veja a
133
z
P
φ ρ
y
θ w
x
P1
figura 65. Sejam ρ = kOP k e w = kOP1 k. Sejam ainda θ a medida do ângulo entre OP1 e OX
e φ a medida do ângulo entre OP e OZ. O ponto P fica completamente determinado pelas
coordenadas esféricas (ρ, φ, θ). Podemos facilmente encontrar a relação entre as coordenadas
esféricas e as coordenadas cartesianas usando a trigonometria. Observe que
w
senφ =
ρ
w = ρsenφ
=⇒
z = ρ cos φ.
cos φ = z
ρ
Também temos a relação
x
cos θ =
w
x = w cos θ
=⇒
y = wsenθ.
senθ = y
w
Portanto a mudança de variáveis é dada por
x = ρsenφ cos θ,
y = ρsenφsenθ,
z = ρ cos φ.
2π π 2π π 2π
r 3 senφ r 3 cos φ 2r 3 2r 3
4
Z Z Z Z
dφdθ = − dθ = dθ = 2π = πr 3 .
0 0 3 0 3 0 0 3 3 3
134
Coordenadas Cilı́ndricas
Da mesma forma que foi feito para as coordenadas esféricas, podemos identificar um
ponto P = (x, y, z) de R3 da seguinte forma. Seja P1 a projeção de P sobre o plano xy, isto é,
P1 = (x, y, 0). Consideramos θ a medida do ângulo entre OP1 e OX e consideramos ρ = kP1 k.
Dessa forma o ponto P fica completamente determinado pelas suas coordenadas cilı́ndricas
(ρ, θ, z). Veja a figura 66.
P
y
θ ρ
x
P1
Z rZ 2π r r r
ρ2
Z Z
ρhdθdρ = [ρhθ]2π
0 dρ = 2πρhdρ = 2πh = πr 2 h.
0 0 0 0 2 0
135
Décima Lista de Exercı́cios
1. Calcule
RRR √
(a) 1 − z 2 dxdydz onde B é o conjunto 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ z ≤ 1, 0 ≤ y ≤ z.
RRRB
(b) B
dxdydz onde B é o conjunto x2 + y 2 ≤ z ≤ 2x + 2y − 1.
RRR x2
(c) e dxdydz onde B é o conjunto 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ x e 0 ≤ z ≤ 1.
RRRB
(d) B
xdxdydz onde B é o conjunto x2 ≤ y ≤ x, 0 ≤ z ≤ x + y.
x2 y 2
+ + z 2 ≤ 1, x ≥ 0.
4 9
p
5. Calcule o volume do conjunto z ≥ x2 + y 2 e x2 + y 2 + z 2 ≤ 2ax, com a > 0.
136
Aula 44: 14/09/2010
9 Funções Vetoriais
Nesta seção estudaremos as funções com valores vetoriais, introduziremos os conceitos de
limite e continuidade e de derivada.
9.1 Definição
Definição 43. Uma função cujo domı́nio é um conjunto de números reais e cuja imagem é
um conjunto de vetores é chamada uma função vetorial.
Uma função vetorial definida em um intervalo I ⊂ R, com valores em R3 , é denotada por
α(t) = (x(t), y(t), z(t)), t ∈ I,
onde x(t), y(t) e z(t) são funções reais definidas em I.
9.2 Operações
Definimos as operações de adição de duas funções vetoriais e multiplicação de uma cons-
tante por uma função vetorial, da mesma forma que para vetores. Logo, se k ∈ R e α, β : I ⊂
R → R3 são funções vetoriais dadas por α(t) = (x1 (t), y1 (t), z1 (t)) e β(t) = (x2 (t), y2 (t), z2 (t)),
então definimos a soma α + β e a multiplicação kα por:
(α + β)(t) = α(t) + β(t) = (x1 (t) + x2 (t), y1(t) + y2 (t), z1 (t) + z2 (t)),
137
9.4 Derivada
Definição 46. A derivada da função vetorial α : I ⊂ R → R3 é a função α0 : X ⊂ I → R3 ,
definida por
α(t + ∆t) − α(t)
α0 (t) = lim ,
∆t→0 ∆t
onde X é o conjunto dos pontos t ∈ I para os quais o limite acima existe.
Segue das definições 44, 46 e da definição de derivada de uma função real que
Exemplo: Esboce a curva parametrizada por α(t) = (cos 3t, sen3t, 4t), com 0 ≤ t ≤ 4π e
calcule o seu comprimento.
Solução: Inicialmente observamos que as duas primeiras componentes da curva satisfazem a
equação x2 +y 2 = 1. Logo a curva “vive” em um cilindro que possui como base a circunferência
138
de centro na origem e raio 1. Observe ainda que enquanto t varia de 0 a 4π, temos que 3t varia
de 0 a 12π, ou seja, a circunferência é percorrida 6 vezes. Portanto a curva é uma hélice que
vai do ponto (1, 0, 0) ao ponto (1, 0, 16π) dando 6 voltas em torno do eixo z. Veja o esboço
na figura 67.
Calculando o vetor tangente temos α0 (t) = (−3sen3t, 3 cos 3t, 4). Daı́
√
kα0 (t)k = 9sen2 3t + 9 cos2 3t + 16 = 5
e Z 4π Z 4π
0
Comprimento de α = kα (t)kdt = 5dt = 20π.
0 0
139
Aula 45: 23/09/2010
10 Integral de Linha
Agora definiremos os campos de vetores.
Exemplo: F (x, y) = (x, y) (veja Figura 68−(a)) e G(x, y) = (x, 0) (veja Figura 68−(b)).
(a) (b)
Observação 4. Recordemos que o trabalho τ realizado por uma força constante F para deslo-
car uma partı́cula de α(a) até α(b), onde a imagem de α é um segmento de reta, é dado por
Usando o fato que F é contı́nua ao longo de C e γ é de classe C 1 , seque que hF (γ(t)), γ 0(t)i
é integrável e portanto
n
X Z b
0
τ = lim hF (γ(ξi )), γ (ξi )i∆ti = hF (γ(t)), γ 0(t)idt.
∆→0 a
i=1
140
γ(tn )
γ(t1 )
γ(t2 )
γ(t0 )
Definição 48. Consideremos uma curva C em R3 parametrizada por γ(t) = (x(t), y(t), z(t)),
com t ∈ [a, b], onde γ é de classe C 1 e F (x, y, z) = (F1 (x, y, z), F2 (x, y, z), F3 (x, y, z)) um
campo vetorial contı́nuo definido em C. Definimos a integral de linha de F ao longo de C por
Z Z b
F dγ = hF (γ(t)), γ 0(t)idt. (2)
C a
Quando a curva C é fechada, isto é, γ(a) = γ(b), então a integral de linha é denotada por
I
F dγ.
C
−y x
Z
Exemplo: Calcule F dγ onde F (x, y) = , 2 e C é parametrizada por
C x + y x + y2
2 2
141
Z
Exemplo: Calcule xdx+(x2 +y+z)dy+xyzdz onde C é parametrizada por γ(t) = (t, 2t, 1)
C
para t ∈ [0, 1].
Solução: Nesse caso, o campo vetorial é F (x, y, z) = (x, x2 + y + z, xyz) e γ 0 (t) = (1, 2, 0).
Z Z b Z 1
0
F dγ = hF (γ(t), γ (t)idt = h(t, t2 + 2t + 1, 2t2 ), (1, 2, 0)idt =
C a 0
1 1
2t3 5t2
2 5 31
Z
2
(2t + 5t + 2)dt = + + 2t = + + 2 = .
0 3 2 0 3 2 6
x2 y2
Z
Exemplo: Calcule −ydx + xdy onde C é a elipse + = 1, orientada no sentido
C 4 9
anti-horário.
Solução: A elipse pode ser escrita como
x 2 y 2
+ = 1.
2 3
x y
Assim chamamos de cos t e de sent. Portanto uma parametrização da elipse orientada
2 3
no sentido anti-horário é dada por γ(t) = (2 cos t, 3sent), com t ∈ [0, 2π]. Dai temos
Z Z 2π Z 2π
F dγ = h(−3sent, 2 cos t), (−2sent, 3 cos t)idt = 6dt = 12π.
C 0 0
142
Aula 46: 28/09/2010
143
Aula 47: 30/09/2010
Boa Prova!
144
Resolução da Prova
2 1 2 1 2 2
xy 4 x2
ZZ Z Z Z Z hxi
3 3
(b) xy dxdy = xy dy dx = dx = dx = =
R 1 0 1 4 0 1 4 8 1
4 1 3
− = .
8 8 8
2. (a) De acordo com a figura 70-(a) temos
√
3
Z 1 Z y
f (x, y)dxdy.
−8 −2
1
1
−2
1 −1 1
−8
(a) (b)
1 1 1
x5
π
Z Z
2 4
3. (a) V olume Bf = π f (x) dx = π x dx = π = .
0 0 5 0 5
Z 1 1 √
p Z
(b) Área Bg = 2π g(x) 1 + (g 0(x))2 dx = 2π (2x + 1) 1 + 4dx =
0 0
√ Z 1 √ √
2 5π (2x + 1)dx = 2 5π(x2 + x)10 = 4 5π.
0
145
1 1 1 1 1
x3
1
Z Z Z Z
2 2
4. (a) (2 − x − y )dxdy = dy = 2x − − xy 2 2
2 − − y dy =
0 0 0 0 0 3 3
3 1
5y y 4
− = .
3 3 0 3
(b) Inicialmente, para descobrir a variação de x, calculamos a intersecção das curvas
y = 3x e y = 4 − x2 . Logo a equação 3x = 4 − x2 implica nas soluções x = 1 e
x = −4. Veja a figura 71. Portnto temos
Z 1 Z 4−x2 Z 1
(x + 4)dydx = (x + 4)(4 − x2 − 3x)dx =
−4 3x −4
1 1
−x4 7x3
Z
3 2 2
(−x − 7x − 8x + 16)dx = − − 4x + 16x =
−4 4 3 −4
−4
π/6 π/6
cos3 θsenθ cos4 θ
9/16 9/16
Z
dθ = − =− + = 0.
−π/6 3 12 −π/6 12 12
2π 2π
1 senθ θ cos θ
Z
+ dθ = − = π.
0 2 3 2 3 0
146
Décima Primeira Lista de Exercı́cios
1. Para cada um dos seguintes pares de equações paramétricas, esboce a curva e determine
sua equação cartesiana.
(a) x = −1 + t, y = 2 − t, t ∈ R.
(b) x = cos2 t, y = sen2 t, t ∈ R.
(c) x = t2 − 4, y = 1 − t, t ∈ R.
(d) x = cos t, y = −3 + sent, t ∈ [0, 2π].
(a) a reta 2x − 3y = 6.
(b) a parábola x2 = 4ay.
(c) a circunferência (x − a)2 + (y − b)2 = r 2 .
x2 y 2
(d) a elipse + 2 = 1, x ≥ 0.
a2 b
3. Encontre o comprimento do caminho percorrido por uma partı́cula que se move ao longo
das curvas de equações dadas durante o intervalo de tempo especificado em cada um
dos casos abaixo:
→
− →
−
(a) F (x, y, z) = (x + y + z) k e γ(t) = (t, t, 1 − t2 ), com 0 ≤ t ≤ 1.
→
− →
−
(b) F (x, y) = x2 j e γ(t) = (t2 , 3), com −1 ≤ t ≤ 1.
→
− →
− →
−
(c) F (x, y) = x2 i + (x − y) j e γ(t) = (t, sent), com 0 ≤ t ≤ π.
→
− →
− →
− →
−
(d) F (x, y, z) = x2 i + y 2 j + z 2 k e γ(t) = (2cost, 3sent, t), com 0 ≤ t ≤ 2π.
Z
5. Calcule xdx − ydy, onde γ é o segmento de extremidades (1, 1) e (2, 3), percorrido no
γ
sentido de (1, 1) para (2, 3).
Z
6. Calcule xdx + dy + 2dz, onde γ é a interseção do parabolóide z = x2 + y 2 com o plano
γ
z = 2x + 2y − 1; o sentido de percurso deve ser escolhido de modo que a projeção de
γ(t), no plano xy, caminhe no sentido anti-horário.
Z
7. Calcule dx+dy +dz, onde γ é a interseção entre as superfı́cies y = x2 e z = 2−x2 −y 2 ,
γ
x ≥ 0, y ≥ 0 e z ≥ 0, sendo o sentido de percurso do ponto (1, 1, 0) para o ponto (0, 0, 2).
147
→
− →
− →
−
(a) F (x, y) = y i + x j .
→
− →
− →
− →
−
(b) F (x, y, z) = (x − y) i + (x + y + z) j + z 2 k .
→
− →
− →
− →
−
(c) F (x, y, z) = x i + y j + z k .
−
→ →
−
r
F (x, y, z) = f (r) ,
r
→
− →
− →
− →
−
onde −
→r = x i + y j + z k e r = ||−
→
r ||. Prove que F é conservativo.
→
− p
(Sugestão: Verifique que ∇ϕ = F onde ϕ(x, y, z) = g x2 + y 2 + z 2 , sendo g uma
primitiva de f .)
148
Aula 48: 05/10/2010
Z
Exemplo: Calcule xdx + xydy onde C é a curva parametrizada por γ(t) = (t, |t|), com
C
t ∈ [−1, 1].
Solução: Observe que a curva γ(t) é dada por (t, −t) para t variando de −1 a 0 e é dada por
(t, t) para t variando de 0 a 1. Veja a figura 72.
−1 1
Logo
Z Z 0 Z 1 Z 0 Z 1
2
F dγ = hF (t, −t), (1, −1)idt + hF (t, t), (1, 1)idt = (t + t )dt + (t + t2 )dt =
C −1 0 −1 0
1 1
t2 t3
1 1 1 1 2
Z
2
(t + t )dt = + = + − + = .
−1 2 3 −1 2 3 2 3 3
Z
Exemplo: Calcule xdx + ydy onde C é a curva cuja imagem é a poligonal de vértices
C
(0, 0), (2, 0) e (2, 1), orientada de (0, 0) para (2, 1).
Solução: Inicialmente desenhamos a curva conforme a figura 73.
(2, 1)
(0, 0) (2, 0)
Próximo passo é achar uma parametrização para a curva. Seja C1 o segmento de reta que
vai de (0, 0) a (2, 0) e C2 o segmento que vai de (2, 0) a (2, 1). Uma parametrização para C1
149
pode ser γ1 (t) = (t, 0), com t ∈ [0, 2]. E uma parametrização para C2 pode ser γ2 (t) = (2, t),
com t ∈ [0, 1]. Portanto temos
Z 2 Z 1 2 2 2 1
t t 1 5
Z Z Z
xdx+ydy = xdx+ydy + xdx+ydy = tdt+ tdt = + = 2+ = .
C C1 C2 0 0 2 0 2 0 2 2
Z
Exemplo: Calcule −ydx + xdy onde C é a curva cuja imagem é o triângulo de vértices
C
(0, 0), (1, 0) e (1, 1), orientado no sentido anti-horário.
Solução: Conforme no exemplo anterior, dividimos a curva C em três componentes C1 , C2 e C3
que são os lados do triângulo. As parametrizações para C1 , C2 e C3 são dadas respectivamente
por γ1 (t) = (t, 0), com t ∈ [0, 1], γ2 (t) = (1, t), com t ∈ [0, 1] e γ3 (t) = (−t, −t), com
t ∈ [−1, 0]. Portanto temos
Z Z Z Z
−ydx + xdy = −ydx + xdy + −ydx + xdy + −ydx + xdy =
C C1 C2 C3
Z 1 Z 1 Z 0
(0.1 − t.0)dt + (−t.0 + 1.1)dt + (t.(−1) + (−t).(−1))dt = 1.
0 0 −1
150
Demonstração: Por hipótese o campo F é conservativo, então existe uma função ϕ tal
que ∇ϕ = F . O fato de F ser de classe C 1 implica que ϕ é de classe C 2 . Portanto podemos
aplicar o Teorema de Schwarz nas componentes de F . Sejam P , Q e R as componentes de F .
Quando n = 2 admitimos R = 0. Portanto temos
∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
P = , Q= eR= .
∂x ∂y ∂z
Dai segue que
∂R ∂Q ∂2ϕ ∂2ϕ
− = − = 0,
∂y ∂z ∂y∂z ∂z∂y
∂P ∂R ∂2ϕ ∂2ϕ
− = − =0e
∂z ∂x ∂z∂x ∂x∂z
∂Q ∂P ∂2ϕ ∂2ϕ
− = − = 0.
∂x ∂y ∂x∂y ∂y∂x
Portanto RotF = 0.
Portanto, usando o teorema anterior, não dá para decidir se o campo é ou não conser-
vativo. Vamos tentar encontrar uma função potencial para o campo.
∂ϕ
Se ϕ for uma função potencial para F , então = x. Logo
∂x
x2
ϕ(x, y) = + f (y).
2
∂ϕ y2
Derivando em relação a y obtemos = f 0 (y) = y. Portanto f (y) = + c e assim
∂y 2
uma função potencial para o campo F é dada por
x2 y 2
ϕ(x, y) = + +c
2 2
e assim F é conservativo.
151
Aula 49: 07/10/2010
Definição 51. A expressão P (x, y)dx + Q(x, y)dy será chamada forma diferencial. Dize-
mos que uma forma diferencial P (x, y)dx + Q(x, y)dy é uma forma diferencial exata se
existe uma função diferenciável ϕ tal que
∂ϕ ∂ϕ
(x, y) = P (x, y) e (x, y) = Q(x, y).
∂x ∂y
Em outras palavras, uma forma diferencial P (x, y)dx + Q(x, y)dy é exata se o campo
F (x, y) = (P (x, y), Q(x, y)) é um campo conservativo. Daı́, temos o seguinte resultado
Proposição 12. Se P (x, y)dx+Q(x, y)dy é uma forma diferencial exata definida em Ω, então
então RotF = 0 em Ω.
152
Z
Exemplo: Calcule xdx + ydy, onde C é parametrizada por γ(t) = (arctan t, sent3 ), com
C
t ∈ [0, 1].
Solução: Inicialmente, observamos que F (x, y) = (x, y) é um campo conservativo, que possui
x2 y 2
uma função potencial dada por ϕ(x, y) = + . Então, aplicando o teorema anterior temos
2 2
π π 2 sen(1)2
Z
xdx + ydy = ϕ(γ(1)) − ϕ(γ(0)) = ϕ , sen(1) − ϕ(0, 0) = − .
C 4 32 2
Exemplo: Daremos um exemplo agora de um campo não conservativo e que possui o rota-
cional zero. Considere
−y x
F (x, y) = , , com (x, y) 6= (0, 0).
x2 + y 2 x2 + y 2
(ii) Vamos mostrar que F não é conservativo argumentando por contradição. Suponhamos
que F seja conservativo, logo existe uma função potencial ϕ para F . Seja γ(t) = (cos t, sent).
Como γ(0) = γ(2π), aplicando o teorema anterior temos
Z
F dγ = ϕ(γ(2π)) − ϕ(γ(0)) = 0.
γ
153
Teorema 28. Seja F um campo de classe C 1 em Ω. Se F é conservativo, então
R
F dγ é
independente do caminho.
No próximo resultado usaremos a noção de conjunto conexo por caminhos. Dizemos que
um conjunto Ω é conexo por caminhos se para quaisquer dois pontos A e B de Ω existir um
caminho γ : [a, b] → Ω com γ(a) = A e γ(b) = B.
Teorema
R 29. Seja F um campo de classe C 0 em Ω e Ω é um conjunto conexo por caminhos.
Se F dγ é independente do caminho, então F é conservativo.
∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
Vamos denotar o campo F por F = (P, Q, R) e provemos que = P, =Qe = R.
∂x ∂y ∂z
Seja X = (x, y, z) ∈ Ω. Como Ω é aberto, existe uma bola de centro X contida em Ω. Escolha
h > 0 tal que (x + h, y, z) ∈ Ω. Logo temos
R X+(h,0,0) RX R X+(h,0,0)
ϕ(x + h, y, z) − ϕ(x, y, z) A
F dγ − A
F dγ X
F dγ
lim = lim = lim .
h→0 h h→0 h h→0 h
∂ϕ
Na próxima aula usaremos a expressão anterior para mostrar que = P e concluir a
∂x
demonstração.
154
Aula 50: 14/10/2010
Daı́
R X+(h,0,0) Rh
∂ϕ X
F dγ 0
P (x + t, y, z)dt P (x + h, y, z)
(x, y, z) = lim = lim = lim = P (x, y, z).
∂x h→0 h h→0 h h→0 1
Na penúltima igualdade foi aplicado a regra de L’ Hospital. E de maneira análoga prova-se
∂ϕ ∂ϕ
que =Qe = R.
∂y ∂z
d
K
c
a b
155
Demonstração: Observamos que
Z Z Z Z Z
P dx + Qdy = P dx + Qdy + P dx + Qdy P dx + Qdy + P dx + Qdy,
γ γ1 γ2 γ3 γ4
onde γ1 (t) = (t, c), com a ≤ t ≤ b, γ2 (t) = (b, t), com c ≤ t ≤ d, γ3 (t) = (b − t, d), com
0 ≤ t ≤ b − a, e γ4 (t) = (a, d − t), com 0 ≤ t ≤ d − c. Assim temos
Z Z b Z Z d
P dx + Qdy = P (t, c)dt, P dx + Qdy = Q(b, t)dt,
γ1 a γ2 c
Z Z b−a Z Z d−c
P dx + Qdy = −P (b − t, d)dt e P dx + Qdy = −Q(a, d − t)dt.
γ3 0 γ4 0
e
d Z b Z d Z d
∂Q ∂Q
ZZ Z
b
(x, y)dxdy = (x, y)dx dy = [Q(x, y)]a dy = [Q(b, y) − Q(a, y)]dy.
K ∂x c a ∂x c c
Z
Exemplo: Usando o Teorema de Green, transforme a integral de linha (x4 − y 3 )dx + (x3 +
γ
y 5 )dy numa integral dupla e calcule, sendo γ(t) = (cos t, sent) com t ∈ [0, 2π].
Solução: Inicialmente observamos que a região K delimitada pela curva é a região interior à
circunferência de raio 1 e centro (0, 0). Portanto, poderemos usar coordenadas polares com o
156
ρ variando de 0 a 1 e θ variando de 0 a 2π. Pela forma que foi dada a integral de linha temos
que P (x, y) = x4 − y 3 e Q(x, y) = x3 + y 5 . Portanto temos
∂Q ∂P
− = 3x2 + 3y 2.
∂x ∂y
E aplicando o Teorema de Green obtemos
1 2π 1
ρ4
3π
Z ZZ Z Z
4 3 3 5 2 2 3
(x − y )dx + (x + y )dy = (3x + 3y )dxdy = 3ρ dθdρ = 6π = .
γ K 0 0 4 0 2
−y x
onde γ(t) = (cos t, sent), com t ∈ [0, 2π]. De fato, as funções e são de classe
x2 + y 2 x2 + y 2
C 1 no aberto Ω = R2 \ {(0, 0)} e γ é a fronteira do cı́rculo K = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ 1}.
Porém, K 6⊂ Ω, pois (0, 0) ∈ K e (0, 0) 6∈ Ω.
157
Aula 51: 19/10/2010
SEMANA DA MATEMÁTICA.
158
Aula 52: 21/10/2010
SEMANA DA MATEMÁTICA.
159
Aula 53: 26/10/2010
Exemplo: Dadas duas curvas conforme a figura 75, mostre que
ZZ
∂Q ∂P
Z Z
P dx + Qdy + P dx + Qdy = − dxdy.
γ1 γ2 K ∂x ∂y
K1 V
K
γ1
A B γ2
K2 C
D
Z
Aplicando o Teorema de Green nas regiões K1 e K2 temos que a última expressão é igual a
Z Z
P dx + Qdy + P dx + Qdy =
DSABV CD DCZBAY D
Z Z Z Z
P dx + Qdy + P dx + Qdy + P dx + Qdy + P dx + Qdy+
DSA AB BV C CD
Z Z Z Z
P dx + Qdy + P dx + Qdy + P dx + Qdy P dx + Qdy =
DC CZB BA AY D
Z Z Z Z
P dx + Qdy + P dx + Qdy = P dx + Qdy P dx + Qdy.
DSAY D BKCZB γ1 γ2
160
Demonstração: Basta observar que o rotacional de F é dado por
∂R ∂Q ∂P ∂R ∂Q ∂P
− , − , −
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
∂Q ∂P
e portanto o produto do Rotacional de F com o vetor k = (0, 0, 1) é − . Daı́ o resultado
∂x ∂y
segue direto do Teorema de Green.
Antes de definir o fluxo através de uma curva, vejamos uma definição de curva regular e
de campo de vetores normais unitários ao longo da curva.
Seja γ(t) = (x(t), y(t)) uma curva regular e injetora em [a, b]. Vamos considerar dois
campos de vetores ao longo de γ:
1
n1 (t) = (y 0 (t), −x0 (t))
||γ 0(t)||
e
1
n2 (t) = (−y 0(t), x0 (t)) .
||γ 0 (t)||
Observe que n1 e n2 são vetores normais à curva γ, pois hn1 (t), γ 0 (t)i = 0 e hn2 (t), γ 0 (t)i = 0
para todo t ∈ [a, b]. E também são unitários, pois tem norma 1 para todo t ∈ [a, b].
Sejam F : Ω ⊂ R2 → R2 um campo contı́nuo, γ : [a, b] → Ω uma curva regular injetora e
n um dos campos vetoriais n1 ou n2 definidos logo acima. Considere Fn (t) : [a, b] → R dada
por Fn (t) = hF (γ(t)), n(t)i. Temos que Fn é a componente escalar de F ao longo de γ na
direção de n. Veja a figura 76.
Fn (t)
θ
γ(t) F (γ(t))
161
Definição 55 (Divergente). Dado um campo de vetores F = (P, Q, R) de classe C 1 , definido
em um aberto Ω ⊂ R3 , definimos o divergente de F por
∂P ∂Q ∂R
divF = + + .
∂x ∂y ∂z
Recordamos aqui que um métodoprático para lembrar as definições de gradiente, diver-
∂ ∂ ∂
gente e rotacional é considerar ∇ = , , e daı́ o gradiente é o produto por escalar
∂x ∂y ∂z
entre ∇ e f , divergente é o produto escalar entre ∇ e F = (P, Q, R) e o rotacional é o produto
vetorial entre ∇ e F = (P, Q, R).
Para interpretar o divergente de um campo F = (P, Q) definido em um aberto de R2 ,
basta considerar R = 0 na definição anterior.
Teorema 32 (Teorema da Divergência no Plano). Sejam F = (P, Q) um campo de classe
C 1 em um aberto Ω ⊂ R2 e K um compacto, com interior não vazio, contido em Ω, cuja
fronteira é a imagem de uma curva γ(t) = (x(t), y(t)), t ∈ [a, b], fechada, simples, regular e
orientada no sentido anti-horário. Seja n a normal exterior a K, então
Z ZZ
hF, nidt = divF dxdy.
γ K
Demonstração: Antes de mais nada, observamos que nas condições das hipóteses do teo-
rema temos que a normal exterior a K é dada por n(t) = n1 (t). Logo temos
Z b Z b
(y 0(t), −x0 (t))
Z
0
hF, nidt = hF (γ(t)), n(t)i||γ (t)||dt = F (γ(t)), 0 (t)||
||γ 0(t)||dt =
γ a a ||γ
Z b
= h(P (γ(t)), Q(γ(t))), (y 0(t), −x0 (t))i dt =
a
b ZZ
∂P ∂Q
Z
Green
= −Qdx + P dy = + dxdy =
a K ∂x ∂y
ZZ
= divF dxdy.
K
x2 y 2
Exemplo: Usando o Teorema de Green, calcule a área da elipse + 2 = 1.
a2 b
∂Q ∂P
Solução: Inicialmente observamos que se Q(x, y) = x e P (x, y) = 0 então temos − = 1.
∂x ∂y
Para γ e K nas condições do Teorema de Green temos
Z ZZ
xdy = 1dxdy = Área de K.
γ K
Uma curva que parametriza a elipse no sentido anti-horário é γ(t) = (a cos t, bsent), com
t ∈ [0, 2π]. Logo
Z Z 2π Z 2π
Área de K = xdy = a cos tb cos tdt = ab cos2 tdt = abπ.
γ 0 0
162
Décima Segunda Lista de Exercı́cios
Z
1. Calcule F dγ, onde γ é uma curva fechada, simples, C 1 por partes, cuja imagem é a
γ
fronteira de um conjunto compacto B e F (x, y) = (2x + y, 3x − y).
Z
2. Calcule F dγ, onde F (x, y) = (4x3 y 3 , 3x4 y 2 + 5x) e γ é a fronteira do quadrado de
γ
vértices (−1, 0), (0, −1), (1, 0) e (0, 1).
Z
3. Calcule hF, nidt sendo dados
γ
(a) F (x, y) = (0, y), γ a fronteira do quadrado de vértices (0, 0), (1, 0), (1, 1), (0, 1) e n
a normal unitária que aponta para fora do quadrado, sendo γ orientada no sentido
anti-horário.
(b) F (x, y) = (x2 , 0), γ(t) = (2cost, sent), 0 ≤ t ≤ π, e n a normal unitária com
componente y ≥ 0.
(c) F (x, y) = (x, y), γ(t) = (t, t2 ), 0 ≤ t ≤ 1, e n a normal unitária com componente
y < 0.
163
Aula 54: 28/10/2010
11 Integral de Superfı́cies
11.1 Noções sobre superfı́cies e planos tangentes
Definição 56. Por superfı́cie parametrizada σ entendemos a imagem de uma aplicação
σ : A → R3 , onde A ⊂ R2 é aberto e as componentes de σ são diferenciáveis.
Im σ
z
σ(u, v)
v
A σ
(u, v) y
u
x
Portanto a imagem de σ é o plano que passa pelo ponto (0, 1, 2) e tem como vetores diretores
(1, 2, 1) e (2, −1, 1).
164
Exemplo: Considere a superfı́cie dada por σ : A ⊂ R2 → R3 , onde A = [0, 2π] × [0, 1] e
x = cos u,
σ: y = senu, (u, v) ∈ A.
z = v,
Esta superfı́cie é um cilindro que tem como base a circunferência contida no plano xy, centrada
na origem e de raio 1, e de altura 1. Veja a figura 78.
Plano Tangente
(u, v) y
u
x
165
Definição 57. O plano tangente à uma superfı́cie σ no ponto σ(u0, v0 ) é o plano que passa
∂σ ∂σ
por σ(u0 , v0 ) e possui vetores diretores (u0 , v0 ) e (u0 , v0 ). A equação vetorial do plano
∂u ∂v
é
∂σ ∂σ
π : (x, y, z) = σ(u0, v0 ) + s (u0 , v0 ) + t (u0 , v0 ),
∂u ∂v
e a equação geral é
∂σ ∂σ
(u0 , v0 ) ∧ (u0 , v0 ), [(x, y, z) − σ(u0 , v0 )] = 0.
∂u ∂v
é
y − 2z + 1 = 0.
166
Aula 55: 09/11/2010
Antes de falarmos de integral de superfı́cies, vamos estudar um método para calcular a
área de uma superfı́cie. Considere a figura 81.
v z
D
v0 + ∆v
∂σ
∆v C
σ ∂v
R ∂σ
∂u
∆u
v0
A B
u
u0 u0 + ∆u y
Solução: Conforme vimos antes, uma parametrização para a esfera é dada por
Portanto temos
Z π Z 2π Z π
2
Área da Esfera = r senudvdu = 2πr 2 senudu = 2πr 2[1 + 1] = 4πr 2.
0 0 0
Vamos calcular uma primitiva fazendo integração por substituição. Chamamos x = 4u2 + 2,
1 x−2 6−x
logo udu = dx. Observe que u2 = , e daı́ 1 − u2 = . Portanto a última integral
8 4 4
fica
6 − x 1√ 6 2√ 3 1 2√ 5 1p 2 1p 2
Z
xdx = x − x = (4u + 2)3 − (4u + 2)5 .
4 8 32 3 32 5 8 80
Dai aplicando em 1 e em 0 temos que a integral de superfı́cie é
1√ 3 1√ 5
√
1√ 5 1 √ √
1 3
6 − 6 − 2 − 2 = (3 6 − 2 2).
8 80 8 80 10
168
Aula 56: 11/11/2010
169
É suficiente mostrar as seguintes igualdades
∂M
ZZ ZZZ
(i) Mhi, nidS = dxdydz,
σ Q ∂x
∂N
ZZ ZZZ
(ii) Nhj, nidS = dxdydz,
σ Q ∂y
∂P
ZZ ZZZ
(iii) P hk, nidS = dxdydz.
σ Q ∂z
Vamos provar apenas a igualdade (iii) para o caso em que a região é dada como na figura
82, isto é, Q = {(x, y, z) ∈ R3 : (x, y) ∈ R e g(x, y) ≤ z ≤ f (x, y)}.
z
S1 z = f (x, y)
S3
Q
z = g(x, y)
S2
y
x R
A superfı́cie S1 é parametrizada por S1 (x, y) = (x, y, f (x, y)). Sabemos que a normal
exterior é dada por
∂S1 ∂S1
∧
∂x ∂y
n=
.
∂S1 ∧ ∂S1
∂x ∂y
∂S1 ∂f ∂S1 ∂f ∂S1 ∂S1 ∂f ∂f
Temos = 1, 0, , = 0, 1, e ∧ = − , − , 1 . Logo
∂x ∂x ∂y ∂y ∂x ∂y ∂x ∂y
∂f ∂f
− ,− ,1
∂x ∂y
n=
∂S1 ∂S1
.
∂x ∧ ∂y
170
E portanto
1
∂S1 ∂S1
.
hk, ni =
∂x ∧ ∂y
Portanto temos ZZ ZZ
P hk, nidS = P (x, y, f (x, y))dxdy. (4)
S1 R
Z Z "Z f (x,y)
#
∂P ∂P
ZZZ
(x, y, z)dz dxdy = (x, y, z)dxdydz.
R g(x,y) ∂z Q ∂z
171
Aula 57: 16/11/2010
z σ
D γ∗
x
∂g ∂g
dz = dx + dy.
∂x ∂y
Consideramos agora o campo F como F = (P, Q, R). Então a integral de linha fica
Z Z
F dγ = P dx + Qdy + Rdz =
γ γ
∂g ∂g
Z
P (x, y, g(x, y))dx + Q(x, y, g(x, y))dy + R(x, y, g(x, y)) dx + dy =
γ∗ ∂x ∂y
Z
∂g ∂g
P (x, y, g(x, y)) + R(x, y, g(x, y)) dx + Q(x, y, g(x, y)) + R(x, y, g(x, y)) dy.
γ∗ ∂x ∂y
Chamamos
∂g
P1 (x, y) = P (x, y, g(x, y)) + R(x, y, g(x, y)) ,
∂x
∂g
Q1 (x, y) = Q(x, y, g(x, y)) + R(x, y, g(x, y))
∂y
172
e aplicamos o Teorema de Green para concluir que a última integral de linha é igual a
∂2g
ZZ Z Z
∂Q1 ∂P1 ∂Q ∂Q ∂g ∂R ∂R ∂g ∂g
− dxdy = + + + +R
D ∂x ∂y D ∂x ∂z ∂x ∂x ∂z ∂x ∂y ∂x∂y
∂2g
∂P ∂P ∂g ∂R ∂R ∂g ∂g
− + − + −R dxdy =
∂y ∂z ∂y ∂y ∂z ∂y ∂x ∂x∂y
Z Z
∂Q ∂P ∂Q ∂R ∂g ∂R ∂P ∂g
− + − + − dxdy =
D ∂x ∂y ∂z ∂y ∂x ∂x ∂z ∂y
Z Z
∂R ∂Q ∂g ∂P ∂R ∂g ∂Q ∂P
− − + − − + − dxdy =
D ∂y ∂z ∂x ∂z ∂x ∂y ∂x ∂y
Z Z
∂R ∂Q ∂P ∂R ∂Q ∂P ∂g ∂g
− , − , − , − ,− ,1 dxdy =
D ∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y ∂x ∂y
ZZ
∂σ ∂σ
∂σ ∂σ
ZZ ZZ
∂x ∧ ∂y
dxdy =
rotF, n
hrotF, ni
∂x ∧ ∂y
dxdy =
hrotF, nidS.
D D σ
11.4 Aplicações
2 y 3
Exemplo: Z Seja F (x, y, z) = (3z − senx, x + e , y − cos z). Use do Teorema de Stokes para
calcular F dγ onde γ(t) = (cos t, sent, 1) com t ∈ [0, 2π].
γ
Solução: A curva γ é uma circunferência no plano z = 1, logo ela pode ser vista como o bordo
da superfı́cie σ(x, y) = (x, y, 1) com (x, y) ∈ K = {(x, y) : x2 + y 2 ≤ 1}.
Agora calculamos o rotacional do campo F
i j k
∂ ∂ ∂ = (3y 2 , −3, 2x)
rotF = ∂x ∂y ∂z
3z − senx x2 + ey y 3 − cos z
e o vetor normal a σ
i j k
n = 1 0 0 = (0, 0, 1).
0 1 0
Portanto usando Stokes temos
Z ZZ ZZ ZZ Z 2π Z 1
F dγ = hrotF, nidS = 2xdS = 2x.1dxdy = 2ρ2 cos θdρdθ =
γ σ σ K 0 0
2π 1 2π
2ρ3 cos θ
2
Z Z
dθ = cos θdθ = 0.
0 3 0 3 0
173
Décima Terceira Lista de Exercı́cios
(c) (x, y, z) ∈ R3 : 2x + y + 4z = 5 .
174
9. Seja B o cilindro {(x, y, z) ∈ R3 |x2 + y 2 ≤ 1 e 0 ≤ z ≤ 1}, σ a fronteira de B. Mostre
que ZZ ZZZ
hF, nidS = divF dxdydz,
σ B
175
Aula 58: 18/11/2010
ZZ
Exemplo: Calcule hF, nidS, onde F = (x2 + senyz, y − xe−z , z 2 ) e σ é a superfı́cie de-
σ
limitada pelo cilindro x2 + y 2 = 4 e os planos x + z = 2 e z = 0.
ZZ ZZ
2
(2x(2 − x) + (2 − x) + (2 − x) )dxdy = (4x − 2x2 + 2 − x + 4 − 4x + x2 )dxdy =
C C
ZZ Z 2π Z 2
2
(−x − x + 6)dxdy = (−ρ3 cos2 θ − ρ2 cos θ + 6)dρdθ =
C 0 0
2π 4 2 Z 2π
ρ3
ρ 8
Z
2 2
− cos θ − cos θ + 6ρ dθ = −4 cos θ − cos θ + 12 dθ =
0 4 3 0 0 3
2π
1 1 8
−4 θ + sen2θ − (senθ)2π 2π
0 + (12θ)0 = 20π.
2 4 0 3
176
E portanto o produto vetorial é
!
∂σ ∂σ x y
∧ = p ,p ,1
∂x ∂y a2 − x2 − y 2 a2 − x2 − y 2
e sua norma é
s
∂σ ∂σ
x2 y2 a
∧
=
∂x ∂y
2 2 2
+ 2 2 2
+1= p .
a −x −y a −x −y a − x2 − y 2
2
Temos
p !
x y a2 − x2 − y 2
ZZ ZZ
hRotF, nidS = + + dS =
σ σ a a a
p
x+y+ a2 − x2 − y 2
∂σ ∂σ
ZZ
∧
dxdy =
K a
∂x ∂y
p
x+y+ a2 − x2 − y 2 a
ZZ
p dxdy =
K a a − x2 − y 2
2
a 2π
p Z a Z 2π " #
ρ(cos θ + senθ) a2 − ρ2 ρ2
Z Z
p ρdθdρ = p (cos θ + senθ) + ρ dθdρ =
0 0 a2 − ρ2 0 0 a2 − ρ2
" #2π
a a
ρ2
Z Z
p (senθ − cos θ) + ρθ dρ = 2πρdρ = π[ρ2 ]a0 = πa2 .
a2 − ρ2
0 0
0
ZZ
Exemplo: Calcule hF, nidS, onde σ é a fronteira do cubo 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1 e
σ
0 ≤ z ≤ 1, F é dado por F (x, y, z) = (x2 , −1, 1) e n é a normal unitária apontando para fora.
onde σ1 (u, v) = (u, v, 1), σ2 (u, v) = (u, 1, v), σ3 (u, v) = (1, u, v), σ4 (u, v) = (u, v, 0), σ5 (u, v) =
(u, 0, v) e σ6 (u, v) = (0, u, v), e os vetores normais respectivamente são n1 = (0, 0, 1), n2 =
(0, 1, 0), n3 = (1, 0, 0), n4 = (0, 0, −1), n5 = (0, −1, 0) e n6 = (−1, 0, 0). Temos
ZZ Z 1Z 1 Z 1Z 1
2
hF, n1 idS = h(u , −1, 1), (0, 0, 1)idudv = 1dudv = 1,
σ1 0 0 0 0
ZZ Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
2
hF, n2 idS = h(u , −1, 1), (0, 1, 0)idudv = −1dudv = −1,
σ2 0 0 0 0
177
ZZ Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
hF, n3 idS = h(1, −1, 1), (1, 0, 0)idudv = 1dudv = 1,
σ3 0 0 0 0
ZZ Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
2
hF, n4 idS = h(u , −1, 1), (0, 0, −1)idudv = −1dudv = −1,
σ4 0 0 0 0
ZZ Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
2
hF, n5 idS = h(u , −1, 1), (0, −1, 0)idudv = 1dudv = 1 e
σ5 0 0 0 0
ZZ Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
hF, n6 idS = h(0, −1, 1), (−1, 0, 0)idudv = 0dudv = 0.
σ6 0 0 0 0
Portanto ZZ
hF, nidS = 1 + (−1) + 1 + (−1) + 1 + 0 = 1.
σ
Solução 2 : Usando o Teorema da Divergência temos
ZZ ZZZ Z 1Z 1Z 1 Z 1 Z 1
hF, nidS = divF dxdydz = 2xdxdydz = [x2 ]10 dydz = 1.
σ K 0 0 0 0 0
178
Aula 59: 25/11/2010
179
Aula 60: 30/11/2010
numa integral dupla e calcule, onde γ(t) = (cost, sent), com 0 ≤ t ≤ 2π.
ZZ
5. Calcule f (x, y, z)dS, sendo f (x, y, z) = x2 + y 2 e σ(u, v) = (u, v, u2 + v 2 ) com
σ
u2 + v 2 ≤ 1.
Boa Prova!
180
Resolução da Prova
1. (a) O primeiro passo seria calcular o rotacional do campo F , mas nesse caso temos
i j k
∂ ∂ ∂
rotF = ∂x
∂x ∂x
= (0, 0, 0).
2x + y 3y 2 + x 0
181
(b) A área da superfı́cie é dada por
ZZ
ZZ √
∂σ ∂σ
ZZ
Área de σ =
∧
dudv = k(5, −1, −3)k dudv = 35dudv.
B ∂u ∂v
B B
2π 1 2π 1 2π
3ρ2
3 3
ZZ Z Z Z Z
3dxdy = 3ρdρdθ = dθ = dθ = 2π = 3π.
C 0 0 0 2 0 0 2 2
ZZ p Z 2π Z 1 p
2 2
(u + v ) (−2u)2 + (−2v)2 + 1dudv = ρ2 4ρ2 + 1ρdρdθ
K 0 0
z−1 dz
Chamando z = 4ρ2 + 1, temos ρ2 = e ρdρ = . Portanto
4 8
Z 3/2
z − 1√ 1 z 1/2 2 z 5/2 2 z 3/2
z
Z p Z
2 2
ρ 4ρ + 1ρdρ = z dz = − dz = − =
4 8 32 32 5 32 3 32
1p 2 1p 2
(4ρ + 1)5 − (4ρ + 1)3 .
80 48
√ √ √
1 1 1 1 π
Dai a integral de superfı́cies é 2π 55 − 53 − + = [25 5 + 1].
80 48 80 48 60
182