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Engenharia Mecânica
Sistemas de Refrigeração
Prof. Engº Harold Katzer
Sistemas de Refrigeração Engenharia Mecânica
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO
Princípios Gerais
Assim sendo, o calor, que é uma energia térmica, migra entre fontes de
diferentes temperaturas, até que um equilíbrio térmico seja alcançado, cessando
assim a condição de migração desta energia.
Início da Refrigeração
Para entender como este efeito de refrigeração era obtido, vamos analisar o
conceito termodinâmico envolvido com esta simples geladeira demonstrada na
figura. Como podemos observar, tratava-se de um armário composto de dois
diferentes compartimentos, onde no compartimento superior era armazenado
gelo, enquanto que no outro compartimento eram armazenados os alimentos. Por
efeito de convecção o ar do compartimento inferior trocava calor com a parede do
compartimento superior, sendo assim resfriado, e por consequência, resfriando
também os alimentos armazenados neste compartimento. Já no compartimento
superior, o gelo trocava calor com a parede divisória, pelos efeitos de condução e
convecção. Como o gelo, no compartimento superior, tinha temperatura inferior à
temperatura do compartimento inferior, o fluxo de calor ocorria de forma natural,
ou seja, migrava do compartimento quente para o compartimento frio, no qual
estava contido o gelo, provocando o derretimento do mesmo, com o consequente
escoamento da água para fora do sistema. Este sistema tinha a necessidade de
constante reposição de gelo no compartimento superior, de modo a manter o
sistema em funcionamento, uma vez que pelo fato do armário não ser totalmente
isolado em relação ao meio externo, ocorria também infiltração de calor do meio
externo para o meio interno. Também existe a necessidade da abertura da porta
dos compartimentos, seja para a reposição do gelo (compartimento superior),
como também, para a movimentação dos alimentos (compartimento inferior).
Assim sendo, os efeitos termodinâmicos estão representados na figura a seguir.
Seguindo a linha de raciocínio acima, onde podemos afirmar que o gelo era
o “refrigerante” dos sistemas, novos artifícios passaram a ser utilizados, uma vez
que o sistema de refrigeração com gelo somente era praticável em locais onde
havia gelo disponível. Para provocar o efeito acima, o gelo foi substituído por
outros tipos de refrigerantes, como veremos a seguir.
Segurança
As fugas ou vazamentos de fluidos refrigerantes podem ocorrer em juntas
de tubulações, selos de vedação ou outras partes do sistema, durante a sua
instalação ou operação, ou ainda por acidente. Deste modo, devem apresentar
níveis de segurança aceitáveis para os seres humanos e processos de
fabricação, com pouca ou nenhuma toxicidade e inflamabilidade. De acordo com
a norma ANSI/ASHRAE 34−1992, a toxicidade dos fluidos refrigerantes é
classificada em Classes A ou B. Na Classe A estão os de menor toxicidade e
menos perigosos, ou seja, não apresentam toxicidade quando sua concentração
é menor ou igual a 400 ppm (partes por milhão), em massa. Os fluidos
refrigerantes Classe B são os mais perigosos e apresentam evidências de
toxicidade em concentração igual ou menor a 400 ppm. Como exemplos de
fluidos refrigerantes pertencentes à Classe A, tem-se: HCFC-22, HFC-134a,
CFC-11, CFC-12 e R-718 (água), e pertencentes à Classe B, podem ser citados
HCFC-123 e R-717 (amônia). O R−717 (amônia) misturado com o ar em
concentrações entre 16 e 25% em volume, é altamente explosivo, apesar de se
enquadrar no grupo de baixa inflamabilidade.
Propriedades termofísicas
As propriedades físicas mais importantes são as pressões de evaporação e
de condensação, a temperatura de descarga, as propriedades dielétricas e a
condutibilidade térmica. Algumas propriedades termofísicas são de importância
fundamental para o desempenho e segurança operacional dos sistemas de
refrigeração:
Características operacionais
As principais características operacionais são: a inércia química (efeitos
sobre os materiais de construção), a miscibilidade com o óleo lubrificante e a
detecção de fugas.
Inércia química: Um refrigerante inerte não reage com outros materiais (metais,
elastômeros e plásticos), o que evita corrosão, erosão ou danos aos
componentes do circuito de refrigeração. Em condições normais de uso, os
halogenados são compatíveis com todos os metais exceto com magnésio, zinco e
ligas de alumínio contendo 2% de magnésio, especialmente na presença de
INTRODUÇÃO À REFRIGERAÇÃO
Ar atmosférico
Propriedades psicrométricas
DP = T - Tm = 30 – 23 DP = 7°C
Carta psicrométrica
Carta psicrométrica:
Depois vamos traçar uma linha para a temperatura de bulbo úmido, partindo
também da escala de temperatura de bulbo seco até a linha de saturação.
c) Partindo do ponto de estado (PE) em uma linha horizontal até a escala à direita do
ponto, faremos a leitura da umidade absoluta ou razão de mistura, chegando a um
valor de 14,8 g/kg.
CARGA TÉRMICA
Outro fator a ser considerado é o tempo, uma vez que alguns fatores a
serem determinados tem um tempo específico para a realização, ou seja,
algumas operações devem ser executadas em tempo pré-determinado (exemplo:
o produto deve ser resfriado num prazo máximo de um tempo previamente
fixado). Isso implica em dizer que um sistema de refrigeração deverá ser
dimensionado pelo pico de demanda, ou seja, pela capacidade máxima requerida
em determinado período. A seguir vamos detalhar os fatores a serem
considerados na determinação da carga térmica.
Onde:
• m = massa do produto (kg)
• cS = calor específico antes do congelamento (kcal/kg.ºC)
• ∆T = diferença de temperatura entre a entrada do produto e a
temperatura de congelamento (°C)
• t = tempo de processamento (horas)
Onde:
• m = massa do produto (kg).
• cL = calor latente de congelamento (kcal/kg).
• t = tempo de processamento.
Onde:
• m = massa do produto (kg).
• cS = calor específico depois do congelamento (kcal/kg ºC).
• ∆T = diferença de temperatura entre a entrada do produto e a
temperatura final.
• t = tempo de processamento.
Q = m . cR . t
Onde:
• m = massa do produto (Kg).
• cR = calor de respiração (kcal/kg ºC).
• t = tempo de processamento.
Onde:
• me = massa da embalagem
• cSe = calor sensível da embalagem
• ∆T = variação da temperatura da embalagem
QT = 9.100 kcal
Q = A . U . ∆T
Onde:
• A = Área interna de troca de calor (m3)
• U = Coeficiente global de transferência de calor (kcal/hm2°C)
• ∆T = Diferencial de temperatura entre os meios externo e interno (°C)
ATETO = L x L = 10 x 5 ATETO = 50 m2
APISO = L x L = 10 x 5 APISO = 50 m2
Onde:
• P = Potência do motor elétrico (W)
• ƞ = Rendimento do motor elétrico
Q = V . ɤ . ∆h
.
Onde:
• V = volume de ar a ser renovado ou infiltrado (m3/h)
• ɤ = densidade do ar exterior (kg/m3)
• ∆h = variação do valor da entalpia do ar exterior e do ar interior
Volume = 8 x 20 x 5 = 800 m3
Vamos traçar do eixo da abcissa uma linha de temperatura para 29°C e outra
para 24°C. Do ponto onde a linha de 24°C cruzar a linha de saturação, vamos traçar
uma reta paralela às linhas de entalpia, onde poderemos determinar o valor da
umidade relativa, e também, da entalpia para o ar externo.
PEAR EXTERNO
Ponto de Orvalho
PEAR INTERNO
Paleteira elétrica:
A paleteira irá trabalhar 2/3 do tempo da jornada de trabalho. O trabalho
realizado pela mesma é revertido em energia cinética ou potencial, e assim sendo, não
é considerado para efeito de aquecimento do ambiente refrigerado, porém, o calor
dissipado pelo motor elétrico é o que nos interessa, e esse será obtido com a equação
já apresentada:
Portanto:
Q = [ (1.500 / 0,78) – 1.500 ] x 0,86 Q = 363,8 kcal/h
Como a paleteira trabalha somente 2/3 do tempo, então para cada hora de
trabalho teremos:
Q = 363,8 x 2/3 Q = 242,5 kcal/h
Portanto, o fluxo de calor total pela operação dos equipamentos será de:
Portanto, o fluxo de calor por operação do sistema será a somatória das parcelas
já determinadas. Assim sendo:
Evaporador
Tem a finalidade de absorver o calor do ambiente a ser refrigerado, através
da evaporação do fluido refrigerante, que está submetido à baixa pressão.
Compressor
Tem a finalidade de transportar o vapor de refrigerante da linha de
evaporação para a linha de condensação, fazendo o aumento da pressão de
evaporação para a pressão de condensação.
Condensador
Tem a finalidade de retirar o calor do sistema, através da condensação do
vapor de refrigerante, que está submetido à alta pressão.
Válvula de expansão
Tem a finalidade de controlar a passagem de líquido refrigerante da linha de
condensação para a linha de evaporação, fazendo a redução da pressão de
condensação para a pressão de evaporação.
Pressão de Evaporação
É a pressão baixa do sistema, que compreende o trecho entre a saída da
válvula de expansão, passagem pelo evaporador, até a entrada do compressor.
Como já visto anteriormente, em baixas pressões o fluido refrigerante apresenta
baixas temperaturas de ebulição, propiciando ao mesmo boa condição de
volatilidade, acarretando a absorção de calor através da passagem pelo
Pressão de Condensação
É a pressão alta do sistema, que compreende o trecho entre a saída do
compressor, passagem pelo condensador, até a entrada da válvula de expansão.
Em altas pressões o fluido refrigerante apresentará também altas temperaturas
de ebulição, sendo que se a temperatura do meio externo for inferior à
temperatura de ebulição do refrigerante, teremos uma condição favorável para
que o calor contido no refrigerante seja dissipado, fazendo com que o mesmo
passe do estado de vapor para líquido, uma vez que em teoria também teremos
uma pressão constante neste trecho do sistema.
Ponto 1
Esse ponto está localizado entre a saída do evaporador e a entrada do
compressor, submetido à baixa pressão do sistema. Na saída do evaporador
podemos dizer que está concluída a fase de remoção de calor do ambiente a ser
refrigerado. Nesse ponto o estado do fluido refrigerante é o de vapor saturado, ou
seja, todo fluido refrigerante que passou pelo evaporador passou do estado
líquido para o gasoso, absorvendo calor para fazer esta mudança de fase. Uma
premissa é a de que o fluido refrigerante ao chegar no ponto 1, deve no mínimo
estar no estado de vapor saturado (X = 1), de modo a evitar que refrigerante em
estado líquido entre no compressor, o que pode danificar alguns tipos de
compressores.
Ponto 2
Esse ponto está localizado na saída do compressor, submetido à alta
pressão do sistema. Como o processo de compressão é considerado adiabático,
em teoria, o trabalho de compressão aplicado no vapor de refrigerante irá
Ponto 3
Esse ponto está localizado entre a saída do condensador e a entrada da
válvula de expansão, submetido à alta pressão do sistema. Na saída do
condensador podemos dizer que está concluída a fase de dissipação de calor do
sistema para o meio externo. Nesse ponto o estado do fluido refrigerante é de
líquido saturado, ou seja, todo o vapor de refrigerante que passou pelo
condensador passou do estado gasoso para o líquido, liberando calor para fazer
essa mudança de fase. Uma premissa é a de que o fluido refrigerante ao chegar
no ponto 3, deve no mínimo estar no estado de líquido saturado (X = 0), de modo
a proporcionar melhor rendimento ao sistema.
Ponto 4
Esse ponto está localizado entre a saída da válvula de expansão e a
entrada do evaporador, submetido à baixa pressão do sistema. O fluido que
chega na entrada da válvula de expansão encontra-se no estado líquido, a alta
pressão, porém, quando esse fluido passa por essa válvula, ocorre uma redução
na pressão do mesmo, num processo isoentálpico (entalpia constante), sendo
que essa redução de pressão acarreta também uma redução na temperatura de
ebulição do refrigerante, e devido a isso, ocorre uma vaporização de parte do
refrigerante. Portanto, nesse ponto o estado do fluido refrigerante é uma mistura
de líquido e vapor.
Ponto 1 = 233 kJ/kg Ponto 2 = 280 kJ/kg Ponto 3 = Ponto 4 = 106 kJ/kg
É o fluxo de calor dissipado para o meio externo. Esse fluxo de calor ocorre
no condensador, na pressão de condensação (alta pressão), decorrente da
condensação do fluido refrigerante, ou seja, é o calor dissipado pelo refrigerante
para promover a mudança do estado gasoso para o líquido. A capacidade de
Capacidade de refrigeração:
Trabalho de compressão:
Capacidade de condensação:
Coeficiente de performance:
h1 = 390,4 kJ/kg
S1 = 1,7372 kJ/kg.K
TEVAPORAÇÃO = - 14,1°C
Ponto 4: esse ponto corresponde a condição do fluido refrigerante que após ter
saído do condensador, passou pela válvula de expansão e teve sua pressão reduzida
da pressão de condensação para a pressão de evaporação, para então ser novamente
direcionado ao evaporador. Muito embora ocorra uma mudança de estado do fluido
refrigerante (passa do estado totalmente líquido para o estado de uma mistura
líquido+vapor), trata-se de um processo isentalpico (sem variação de entalpia).
Portanto, esse ponto terá o mesmo valor de entalpia do ponto 3.
h4 = h3 = 292,6 kJ/kg
S h
1,7306 437,4
1,7372 h2
1,7491 443,8
h2 = 439,7 kJ/kg
Tubo capilar
Termostato
1 - Evaporador
Na refrigeração industrial, geralmente os evaporadores trabalham no regime
de ventilação forçada, ou seja, o evaporador trabalha acoplado a uma ventoinha,
que força a movimentação do ar através da superfície externa do evaporador,
que nada mais é do que um trocador de calor. Esta passagem forçada do ar
através do evaporador, além de aumentar a eficiência de troca de calor,
movimenta o ar no ambiente a ser refrigerado, deixando a temperatura mais
homogênea no mesmo.
2 - Trocador de calor
Esse acessório tem a finalidade de fazer uma troca de calor entre o fluido
quente da linha de condensação, antes do dispositivo de expansão, e o vapor frio
da linha de evaporação, após o evaporador. O efeito desse dispositivo será
detalhado no próximo tema de estudo.
3 - Filtro de sucção
Esse filtro é instalado na entrada do compressor, tendo a finalidade de reter
partículas que estejam contidas no vapor de refrigerante, de modo a evitar danos
no compressor.
4 - Compressor
Como já informado anteriormente, o compressor tem a finalidade de
transportar o vapor de refrigerante da linha de evaporação para a linha de
condensação, fazendo o aumento da pressão necessário. É um componente
fundamental do sistema de refrigeração, uma vez que, de modo geral, é o
componente de maior consumo de energia do sistema. São vários os tipos de
compressores utilizados na refrigeração, sendo os mesmos divididos em três
categorias detalhadas a seguir
Módulos de compressores
5 – Pressostato
É um dispositivo eletromecânico que monitora a pressão do sistema, tanto
na parte de baixa pressão, quanto na parte de alta pressão. Através desse
monitoramento pode comandar o desligamento do compressor, evitando assim
que danos ocorram ao mesmo, em função de pressão de sucção muito abaixo do
especificado, ou pressão de descarga muito superior ao planejado. O pressostato
pode ser individual, ou seja, um pressostato para cada uma das duas linhas do
sistema, ou então, pode ser duplo, ou seja, um dispositivo para controlar as duas
pressões do sistema.
6 – Separador de óleo
É um dispositivo destinado a reter o óleo do vapor de refrigerante que
passa pelo compressor, retornado este óleo ao sistema de lubrificação do
mesmo. É um componente indispensável em sistemas de médio e grande porte.
7 – Condensador
Como já informado anteriormente, é o dispositivo que irá dissipar o calor do
sistema, fazendo a condensação do vapor de refrigerante. Esse equipamento
nada mais é do que um trocador de calor, que poderá variar desde um simples
condensador de refrigeradores (sem passagem forçada de ar), até grandes
unidades condensadoras, com passagem forçada de ar.
8 – Filtro secador
É um dispositivo instalado após o condensador, que tem a finalidade de
reter a umidade, ácidos e abrasivos contidos no líquido refrigerante, preservando
assim a integridade de outros componentes do sistema. O tamanho do filtro
dependerá da vazão de refrigerante, sendo que após a saturação desse filtro, o
mesmo deve ser substituído.
9 – Válvula de retenção
É um dispositivo que tem a finalidade de restringir a passagem do
refrigerante em um determinado sentido. Pode ser instalado em várias partes do
sistema, sempre onde for desejável que não ocorra refluxo do refrigerante.
10 – Reservatório de líquido
É um dispositivo que tem a finalidade de armazenar líquido de refrigerante
que não está em circulação, após a condensação, garantindo que somente
líquido chegue no dispositivo de expansão.
11 – Visor de líquido
É um dispositivo que permite uma visualização rápida do estado do
refrigerante num determinado ponto do sistema. Indica também o nível de
umidade no refrigerante, de modo que seja efetuada a substituição do filtro
secador.
12 – Termostato
13 – Válvula de expansão
Esse dispositivo tem a finalidade de controlar a passagem de líquido
refrigerante da linha de condensação para a linha de evaporação, fazendo a
redução da pressão de condensação para a pressão de evaporação.
14 – Separador de líquido
É um dispositivo que tem a finalidade de impedir a entrada de refrigerante
em estado líquido no compressor.
h1 = 233 kJ/kg
h4 = 105 kJ/kg
h4 = 78 kJ/kg
Como o fluido foi sub-resfriado até a temperatura de 40°C, teremos que utilizar a
Tabela 1, para a temperatura em questão, e determinar o valor da entalpia para o
estado líquido saturado.
No evaporador teremos desde a sua entrada até a sua saída, uma temperatura
constante do fluido refrigerante, pois nesse equipamento que absorve calor do
ambiente a ser refrigerado, o calor absorvido fará com que o fluido refrigerante que
entrar no mesmo em parte no estado líquido, absorva esse calor e faça a mudança de
estado físico do mesmo, passando do estado líquido para o estado gasoso (calor
latente). Portanto, da sub-tabela 2 para a pressão de 180 kPa, veremos que a
temperatura de saturação é de -12,71°C (Tev), e a entalpia para o vapor saturado é
de 391,2 kJ/kg (h1).
T h
42°C 259,6
42,39°C h3’ h3’ = 260,2 kJ/kg
43°C 261,1
h1 = 392,8 kJ/kg
Quando o fluido que sai do evaporador passar pelo trocador de calor, irá receber
o fluxo de calor retirado do fluido condensado. Então:
h T
405,6 5°C
408,3 T1’ T1’ = 8,14°C
409,9 10°C
T h
46°C 265,7
46,43°C hF hF = 266,4 kJ/kg
47°C 267,3
T h S
0°C 402,4 1,7872
0,89°C hC SC
5°C 406,6 1,8024
Esse efeito pode ser obtido com a utilização de válvulas de expansão que
operam com a mesma pressão de entrada, porém com pressões de saída
diferentes. Nesse sistema também são utilizadas válvulas redutoras de pressão,
para reduzir a pressão, após a passagem pelo evaporador, dos evaporadores
intermediários. A figura a seguir demonstra este sistema.
Ainda podemos observar que a entalpia tem o mesmo valor nos pontos 3, 4
e 7, uma vez que é um processo de redução isoentálpico. Também podemos
verificar que as entalpias dos pontos 5 e 6 tem o mesmo valor, devido ao mesmo
motivo.
m1 . h6 + m2 . h8 = m . h1
h3 = 275,7 kJ/kg h3 = h4 = h7
h5 = 399,2 kJ/kg h5 = h6
h8 = 388,5 kJ/kg
h S
390,3 1,7464 S1 = 1,7532 kJ/kg.K
392,07 S1
394,4 1,7622 S2 = S1
S h
1,7531 439,8
1,7532 h2 h2 = 439,83 kJ/kg
1,7700 445,6
Capacidade de condensação
Trabalho de compressão
Coeficiente de eficiência
Como podemos observar, este ciclo opera com três pressões distintas (de
evaporação, de condensação e intermediária). O evaporador trabalha na baixa
pressão, de modo idêntico ao ciclo teórico, o mesmo acontece com o
condensador, que trabalha com a alta pressão. Todavia, observamos 2
compressores, sendo que um deles opera entre a baixa pressão e a pressão
intermediária, enquanto que o outro trabalha entre a pressão intermediária e a
alta pressão. O sistema correspondente ao ciclo acima é demonstrado na figura
a seguir.
ENTRADA SAÍDA
Capacidade de refrigeração:
QRF = mB . ( h1 – h8 )
Trabalho de compressão:
WCP alta = mA . ( h4 – h3 )
WCP baixa = mB . ( h2 – h1 )
Capacidade de condensação:
QCD = mA . ( h4 - h5 )
Coeficiente de performance:
Ponto 3: Saída de vapor saturado do tanque separador, numa pressão de 750 kPa.
Direto da sub-tabela 2.
h3 = 414,6 kJ/kg e S3 = 1,7158 kJ/kg.K
Ponto 7: Saída de líquido saturado do tanque separador, numa pressão de 750 kPa.
Direto da sub-tabela 2.
h7 = 240,5 kJ/kg
mA = 1.391,2 kg/h
Assim sendo, o sistema irá operar com uma pressão de condensação e duas
ou mais pressões de evaporação, com os respectivos tanques separadores para
cada estágio intermediário de pressão.
Como a vazão “m1” também chega ao ponto 3 com entalpia “h3”, teremos
uma condição de equilíbrio correspondente a “m = m1 + m2”.
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Ciclo de refrigeração
É a parte do sistema onde retiramos o calor do ambiente a ser refrigerado,
com o auxílio do evaporador, e posteriormente dissipamos esse calor para o
ambiente externo, com o auxílio do condensador. Como nos ciclos vistos
anteriormente, essa parte do sistema trabalha com duas diferentes pressões,
sendo uma baixa pressão na linha de evaporação, e uma alta pressão na linha de
condensação, contendo ainda uma válvula de expansão que reduz a pressão do
fluido condensado no condensador, para a pressão da linha de evaporação.
Assim sendo, as variáveis de fluxo de calor na evaporação e na condensação
obedecem aos mesmos princípios utilizados nos ciclos de compressão de
refrigerante.
Ciclo de trabalho
Essa parte do sistema tem a finalidade de substituir o compressor utilizado
nos ciclos de compressão, para executar o trabalho de elevação da pressão do
fluido no sistema. Como já mencionado anteriormente, nessa parte do sistema
utilizaremos um par de fluidos, sendo um deles o fluido refrigerante que circula
pelo ciclo de refrigeração, e o outro um fluido absorvedor. A seguir
descreveremos resumidamente o funcionamento dessa parte do sistema.
Após passar pelo absorvedor, essa solução rica (m5) é então bombeada,
com o auxílio de uma bomba de líquido, para a linha de pressão de condensação,
passando a ser denominada de vazão m6, que apesar de ter o mesmo valor da
vazão m5, está agora na pressão de condensação. O ganho do sistema encontra-
se justamente nessa etapa, pois agora para fazermos a elevação da pressão no
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A vazão de solução rica (m6) entra então no gerador, onde passará a ser
aquecida. Com o aumento da temperatura dessa solução rica, a pressão
constante (pressão de condensação), atingiremos um ponto de saturação, onde a
energia térmica contida na solução não irá mais suportar manter-se com a
concentração de reagentes, passando então a evaporar um dos reagentes, que
no caso será o refrigerante do sistema, representado pela vazão de vapor m1 que
segue em direção ao condensador. Já o restante da solução, representada pela
denominação m7, que agora encontra-se na condição de solução pobre, uma vez
que parte do refrigerante contido na solução que entrou no gerador foi evaporada,
irá ser direcionada para o absorvedor, tendo sua pressão reduzida com o auxílio
de uma válvula reguladora de pressão, passando agora a ser denominada de
vazão m8, que apesar de corresponder ao mesmo valor da vazão m7 , está agora
sujeita agora a pressão de evaporação. Essa solução pobre entra então no
absorvedor onde irá misturar-se e reagir om a vazão de refrigerante que vem do
evaporador, reiniciando novamente o ciclo.
m1 = m2 = m3 = m4 = mCR
m7 = m8 = mSP
m5 = m6 = mSR
m5 = m4 + m8
m6 = m1 + m7
GERADOR
O gerador recebe uma vazão de fluido rico em refrigerante, onde esse fluido
passa a receber calor. Como a pressão e o volume são constantes, todo calor
fornecido passa a aquecer o fluido, e assim que esse atinge a temperatura de
saturação, inicia o processo de desagregação de vapor do refrigerante (água). A
água que é desagregada da solução encontra-se no estado de vapor. Como no
instante da geração do vapor de água a temperatura de saturação da solução é
superior a temperatura de saturação da água, em uma mesma pressão, o vapor
de água gerado fica em estado superaquecido. Esse vapor agora, liberto da
solução, vai em direção ao condenador.
m6 = m7 + m1
Mas também:
m6.C6 = m7.C7 + m1
Onde:
m6 = Vazão rica em refrigerante que entra no gerador
m7 = Vazão pobre em refrigerante que sai do gerador para o absorvedor
m1 = Vazão de vapor superaquecido que sai do gerador para o
condensador
C6 = Concentração de refrigerante na solução que entra no gerador
C6 = 1 - teor de BrLi
C7 = Concentração de refrigerante na solução que sai do gerador
C7 = 1 - teor de BrLi
a) m6 = m7 + m1 m6 = 5 + 1 m6 = 6 kg/h
BOMBA DE SOLUÇÃO
Como já visto em outros processos de bombeamento (compressão), o valor
da entropia permanece constante, e em consequência temos uma pequena
variação no valor da entalpia. Também sabemos que a vazão é constante
durante o processo de bombeamento (m5 = m6 = mSR), sendo que a variação da
entalpia é uma função da variação de pressão. Portanto, o trabalho de
bombeamento pode ser determinado por:
Onde:
ABSORVEDOR
No absorvedor será feita a agregação do refrigerante que vem do
evaporador com a solução pobre que vem do gerador. Esse processo se dá
numa transformação exotérmica, e após a liberação de calor decorrente, a
solução volta a ficar enriquecida de refrigerante, quando é novamente bombeada
para o gerador. Para efeito de balanço de massa, as vazões tem o seguinte
comportamento:
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m5 = m8 + m4
Mas também:
m5.C5 = m8.C8 + m4
Onde:
m5 = Vazão rica que deixa o absorvedor
m8 = Vazão pobre que entra no absorvedor
m4 = Vazão de vapor saturado que sai do evaporador
C5 = Concentração de refrigerante na solução que sai do absorvedor
C5 = 1 - teor de BrLi
C8 = Concentração de refrigerante na solução que entra no absorvedor
C8 = 1 - teor de BrLi
Exemplo: Num absorvedor com uma solução de BrLi-H2O, entra uma vazão
de 1 kg/h de vapor de água vem do evaporador. Sabendo que uma vazão de 4
kg/h de solução pobre, com teor de 50% de BrLi-H2O, sai do gerador em direção
ao absorvedor, determinar:
a) m5 = m8 + m4 m5 = 4 + 1 m5 = 5 kg/h
evaporação, o que pode também ser determinado com o auxílio de uma tabela de
propriedades do vapor saturado.
Capacidade de condensação
A capacidade de condensação representa o fluxo de calor que deve ser
retirado do sistema, de modo a condensar o vapor de refrigerante. Esse fluxo de
calor é determinado pela vazão que passa pelo condensador, e a variação de
entalpia do refrigerante entre os pontos de entrada e saída.
Capacidade de refrigeração
A capacidade de refrigeração representa o fluxo de calor que deve será
retirado do ambiente a ser refrigerado. Esse fluxo de calor é determinado pela
vazão que passa pelo evaporador, e a variação de entalpia do refrigerante entre
os pontos de entrada e saída.
h6 = h5
Quando a vazão que vem do gerador (m7) passa pela válvula redutora de
pressão, temos uma redução da pressão de condensação para a pressão de
evaporação, porém em um processo isentrópico. Assim sendo, a entalpia não se
altera. Portanto:
h8 = h7
Então:
Então:
COP = QRF / ( QG + WB )
Vapor saturado:
TEV = 10°C PEV = 1,23 kPa = 0,0123 bar (1 bar = 100 kPa)
0,48 mSR - 0,40 mSR = mCR - 0,40 mCR 0,08 mSR = 10 - (0,40 x 10)
Do diagrama temperatura/pressão/concentração:
QAB = (65 x – 43) + (10 x 2.518,9) - (75 x – 165) QAB = 34.769 kJ/h
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Sistemas de Refrigeração Engenharia Mecânica
Obs.: Em 2008 a norma NBR 6401 (antiga NB-10) foi substituída pelas
normas NBR 16401-1, NBR 16401-2 e NBR 16401-3.