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Sistema de Descrição Semântica para Visualização de Modelos 3D da Anatomia


Humana

Conference Paper · January 2013

CITATION READS

1 113

6 authors, including:

Mário Popolin Neto Isabele Agostinho


Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo São Paulo State University
18 PUBLICATIONS   40 CITATIONS    5 PUBLICATIONS   5 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Alessandro Moraes Diego Roberto Colombo Dias


São Paulo State University Federal University of São João del-Rei
1 PUBLICATION   1 CITATION    86 PUBLICATIONS   97 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Nasosinusal disorders in long term follow-up in cystic fibrosis children View project

Uso da Realidade Virtual na reabilitação de pacientes com AVC e avaliação utilizando conectividade cerebral View project

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Sistema de Descrição Semântica para Visualização
de Modelos 3D da Anatomia Humana

Mário Popolin Neto, Diego Roberto Colombo Dias Silke Anna Theresa Weber
Isabele Andreoli Agostinho Departamento de Computação FMB – Faculdade de Medicina de Botucatu
Alessandro Campanhã de Moraes e UFSCar - São Carlos, SP – Brasil UNESP – Botucatu, SP – Brasil
José Remo Ferreira Brega
Departamento de Computação
UNESP – Bauru, SP – Brasil

Resumo—Diversas áreas tem utilizado Realidade Virtual como recursos Web, estes podem ser descritos de modo a serem
ferramenta de apoio ao ensino e aprendizagem, tais como relacionados a outros conteúdos da rede, melhorando a busca
engenharia, medicina e simulações. Conteúdos diversos podem e cognição das informações do domínio representado.
ser agregados aos modelos virtuais, de modo a fornecer infor-
mações necessárias para a cognição do domínio representado. A Tendo em vista a necessidade de utilizar novas ferramentas
combinação de modelos virtuais com descrições semânticas pode para o apoio ao ensino de anatomia, foi desenvolvido um sis-
auxiliar o usuário no processo de aquisição de conhecimento. Este tema que realiza a integração de novos conceitos apresentados
artigo apresenta o desenvolvimento de uma aplicação que, por pela Web 3.0 e ferramentas gráficas, com uma aplicação prática
meio de ferramentas gráficas e conceitos da Web Semântica, visa passível de uso por professores e alunos.
o apoio ao ensino da anatomia humana.
Este trabalho está organizado em 5 seções. A seção 1
I. I NTRODUÇÃO foi apresentada nesta breve introdução. A seção 2 apresenta
toda a fundamentação teórica necessária à proposta e im-
Na área de medicina tem-se alguns problemas relacionados plementação do sistema, tais como: o ensino da anatomia
ao ensino e aprendizagem de disciplinas específicas. Em seu humana, apresentando os problemas encontrados pelos alunos
trabalho [1], constatou altos índices de reprovação dos alunos ao cursarem a disciplina; a RV na Medicina, por meio da
que cursaram a disciplina de anatomia humana, destacando qual foi possível criar um ambiente sintético 3D para apoiar
que a falta de material didático é umas das dificuldades o ensino; conceitos sobre a VI; e o uso da Web como um
mencionadas pelos alunos. O uso de peças cadavéricas é vasto repositório de dados. A seção 3 apresenta conceitos
dificultado por discussões éticas, religiosas e pelo odor da relacionados às tecnologias utilizadas no desenvolvimento do
evaporação do formol. Quanto às peças sintéticas, o seu alto sistema. A seção 4 apresenta o sistema. Por último, a seção 5
valor comercial resulta na baixa quantidade adquirida pelas apresenta as conclusões e trabalhos futuros.
instituições. Na didática de aula, além de peças cadavéricas
e sintéticas, podem ser usados diversos conteúdos, tais como II. F UNDAMENTAÇÃO T EÓRICA
texto, áudio, imagem e vídeo. Com essa variedade, surge o
problema da desconexão das informações presentes em cada A. Ensino da Anatomia Humana
um dos tipos de conteúdo. O ensino de anatomia humana no Brasil obedece a dois
Segundo [2], a Visualização da Informação (VI) é definida critérios: uma abordagem sistêmica onde se descrevem todos
como sendo o uso de representações visuais de dados abs- os órgãos de um sistema do corpo humano; ou uma abordagem
tratos suportadas por computador, sendo essas representações segmentar, na qual são descritos todos os órgãos de uma
interativas, visando ampliar a cognição, por meio da utilização determinada região de nosso corpo [1].
de técnicas que visam aumentar o nível de abstração, melho- As principais dificuldades que os alunos apresentam ao
rando o aprendizado do conhecimento apresentado. É possível cursarem a disciplina de anatomia humana são [1]:
combinar técnicas de VI com técnicas de Realidade Virtual
(RV) [3], possibilitando o desenvolvimento de uma interface • O conteúdo programático da disciplina costuma ser
com a qual o usuário possa interagir, navegar e se sentir imerso. muito extenso;
Com essa combinação é possível desenvolver um sistema em
• O material didático (peças cadavéricas e/ou sintéticas)
que a informação possa ser transmitida de uma forma mais
é, na maioria das vezes, insuficiente para o número de
interativa e imersiva ao usuário.
alunos;
A preocupação de como as informações disponibilizadas na
• A reação emocional dos alunos ao contato com o
rede mundial de computadores devem ser descritas e indexadas
material de estudo (cadáver); e
surgiu com a proposta da Web 3.0. A também chamada Web
Semântica faz uso de metadados para a descrição dos dados e • Disciplina de cunho eminentemente prático que re-
ontologias para definir a relação entre os metadados descriti- quer, para seu aprendizado, tempo a ser despendido
vos. Uma vez que modelos virtuais possam ser considerados no laboratório.
As metodologias de ensino da anatomia humana aplicadas O aumento de cognição quando as técnicas de VI são
aos diferentes cursos são semelhantes: aulas teóricas, expositi- utilizadas, segundo [11], é devido aos seguintes fatores:
vas e práticas. Segundo [1], diante do alto índice de reprovação,
existe a necessidade da elaboração de estratégias de ensino e • o agrupamento de informações e fornecimento de uma
de aprendizagem. visão geral com possibilidade de busca de detalhes;
• maior uso do sistema visual e da memória de trabalho
B. Realidade Virtual na Medicina externa;

A RV é a forma mais avançada de interface do usuário com • o uso de representações visuais para melhorar a de-
o computador até agora disponível em um ambiente sintético tecção de padrões;
tridimensional gerado por computador [4]. Segundo [5], a RV é • a facilidade ao usuário para construir conclusões a
a forma mais avançada de interação do usuário com aplicações partir de uma representação visual;
executadas por computador. Ela propicia imersão, interação e
navegação com elementos de um ambiente virtual gerado por • a permissão de manipulação das informações; e
computador. • os recursos que auxiliam o usuário no entendimento e
A RV na medicina tem o intuito de utilizar ambientes manuseio dos eventos quando em grande quantidade.
virtuais na representação da anatomia humana. Diversas áreas Segundo [12], visualizar informações disponíveis na Inter-
da medicina tem utilizado a RV, tais como: treinamento e net ou nas Intranets tornou-se uma aplicação trivial, e a evo-
planejamento cirúrgico, prototipação de instrumentos cirúrgi- lução da Web implica no desenvolvimento de novos modelos
cos, telemedicina entre outras. Esta subseção apresenta alguns para dados e técnicas inteligentes de exploração destes dados.
trabalhos correlatos, os quais combinam RV e medicina.
Em seu trabalho, [6] utilizou um Power Wall de alta reso- D. A Web como Repositório de Dados
lução para apresentar conteúdo didático a alunos de medicina.
Tim Bernes Lee apresentou a Web em 1989 ao criar e
Os experimentos permitiram observar um maior engajamento
juntar três simples tecnologias: Uniform Resource Locator
dos alunos, devido a multi-interação entre os usuários (profes-
(URL) ou Uniform Resource Identifier (URI), responsável
sor/alunos) provida pelo sistema.
por identificar recursos e saber onde encontrá-los; Hypertext
É apresentada as características necessárias aos simulado- Transfer Protocol (HTTP), modelo de protocolo para mover
res de RV voltados à medicina em [7]: eles devem prover nível dados; e por último, mas não menos importante, o Hypertext
realístico de física, complexidade e performance de avaliação. Markup Language (HTML), a linguagem para representar o
Eles apresentam também as expectativas para a próxima gera- conteúdo em termos de página e de expressá-las em links.
ção de simuladores, entre as quais tem-se a redução de custos A primeira fase da Web, denominada de Web 1.0, foi
durante o treinamento e o aumento da segurança do paciente. marcada pelo surgimento de grandes portais. Por meio de
Uma aplicação para o treinamento em endoscopias vir- uma linguagem simples (HTML) tornou-se possível publicar
tuais é apresentada em [8]. A endoscopia virtual mistura qualquer tipo de documento na forma eletrônica, gerando seu
imagens virtuais e reais como uma alternativa a endoscopia rápido crescimento. A Web 2.0 caracteriza-se pelo crescimento
convencional. Segundo [8], o processo pode ser usado para o exponencial de sites, usuários e por este último ser capaz de
treinamento, prática cirúrgica e o planejamento de cirurgias. gerar conteúdo. Adjacente à primeira evolução da Web está
o surgimento de novas ferramentas, tais como o eXtensible
O uso de modelos 3D em um sistema de telemedicina Markup Language (XML).
é apresentado em [9]. O trabalho desenvolvido viabiliza a
criação de ambientes tridimensionais virtuais junto a fluxos O termo Web Semântica faz referência à Web 3.0, uma
de mídias simultâneos, provendo o uso de cenários virtuais e segunda evolução onde seria possível a descrição e relação
de videocolaboração. entre dados contidos na rede, possibilitando a reutilização de
recursos. Definida por [13] como uma extensão da Web atual,
Em sua pesquisa, [10] destaca os benefícios da utilização na qual a informação recebe um significado bem definido,
de modelos 3D no ensino de medicina. A popularização de possibilitando computadores e pessoas a trabalharem em coo-
modelos virtuais tridimensionais é proporcional ao avanço peração.
tecnológico, que viabiliza desde novas formas de representar
conteúdos tridimensionais, até novos hardwares gráficos. O Segundo [14] metadado é uma informação suplementar,
ensino da anatomia humana depende da cognição de muitas que descreve a estrutura, a escala, a orientação, o tipo, o
informações, conteúdos tais como imagens, vídeos e modelos momento temporal ou qualquer outro atributo relacionado à
3D podem ser efetivamente usados nesse processo. história e as propriedades de um conjunto particular de dados.
Os metadados obtidos por meio de um vocabulário controlado
são descrições dos dados conforme definido por este. Uma
C. Visualização da Informação ontologia define as relações entre um ou mais vocabulários
controlados, a fim de se obter as definições e relações entre
A VI é de extrema importância no ensino, na pesquisa e no
as informações necessárias à compreensão das propriedades,
desenvolvimento tecnológico. A ideia básica está contida no
tanto por usuários quanto por máquinas [15].
uso de imagens geradas por computador para se obter maior
abstração, entendimento e retenção da informação contida nos A implementação da Web Semântica exige a criação e a
dados e suas relações. implantação de padrões (standards) quanto às tecnologias e
linguagens, de modo que a comunidade que usa e constrói a cirúrgico, uma palestra, imagens reais, tudo isso ligado ao
Web, obedeça a determinadas regras comuns. Fundada por Tim modelo tridimensional ou a parte dele.
Berners-Lee em 1994, o World Wide Web Consortium (W3C) é
responsável pela definição de padrões, engajado em educação, É grande o número de conteúdos que podem auxiliar na
expansão e desenvolvimento. didática da aula, porém, na maioria das vezes estão desconexos
e não organizados. Uma ferramenta que permita anexá-los e
disponibilizá-los é de grande utilidade, visto que essa quanti-
E. Tecnologias XML
dade só tende a aumentar. Uma vez que um modelo X3D de
O eXtensible Markup Language (XML) é uma linguagem, um coração é descrito, por meio de conteúdos acessíveis pela
de criação de documentos com dados organizados de forma Web, existe a possibilidade de disponibilizar o modelo e seus
hierárquica, traduzindo seu nome para o português, é uma conteúdos agregados para todos os alunos que simplesmente
linguagem de marcação extensível. Marcação, é a informação tenham acesso à internet.
adicionada a um documento que, reforça o seu significado de
diversas formas na medida em que identifica suas partes e Para implementação de um sistema de realidade virtual
como elas se relacionam [16]. que faz uso dos conceitos da Web Semântica, precisa-se de
uma linguagem programação que tenha Application Program-
Um documento XML pode ser considerado um conjunto ming Interfaces (API) capazes de gerar um ambiente sintético
de peças chamadas elementos e marcações, que identifica as tridimensional e manipular arquivos codificados em XML. A
informações. Os elementos podem conter outros elementos. O linguagem Java atende a esses requisitos. Por meio da API
XML é uma especificação para criar linguagens de marcação. Java3D é possível construir grafos de cena de modelos 3D, e
A seguir são apresentadas as utilizadas no sistema desenvol- as APIs Document Object Model (DOM) e Java DOM (JDOM)
vido: permitem a leitura, edição e geração de documentos escritos
em XML.
1) X3D: Extensible 3D Graphics (X3D), é um padrão
emergente para definição de conteúdos 3D interativos voltados A API DOM possui em seu núcleo um modelo de árvore,
para Web. O X3D foi estendido a partir do formato Virtual que armazena em sua memória uma representação completa
Reality Modeling Language (VRML), melhorando este padrão do documento XML [20]. A leitura do documento não ocorre
ao adicionar funcionalidades que antes não eram suportadas necessariamente de forma sequencial e hierárquica, sendo pos-
[17]. A X3D é uma linguagem de marcação utilizada na sível o acesso randômico aos elementos. O JDOM é uma API
representação de modelos tridimensionais, por ser escrita em que apresenta características muito semelhantes a DOM, tais
XML, pode ser considerada um recurso Web. como a representação dos documentos em árvore. O JDOM é
2) RDF: O Resource Description Framework (RDF) é um sua extensão escrita em Java, adaptada para seu uso específico
padrão recomendado pela W3C para o desenvolvimento de nesta linguagem, proporcionando maior compatibilidade [20].
páginas da Web Semântica por meio da descrição de qualquer Com o objetivo do apoio ao ensino da anatomia humana,
recurso presente na Internet. O RDF determina um padrão de foi desenvolvido o Sistema de Descrição e Visualização de
metadados para serem inseridos na codificação XML. A ideia Modelos 3D (SDVM3D). A Figura 1 ilustra o diagrama de
básica de RDF para descrever dados fundamenta-se em um caso de uso do SDVM3D.
esquema de tripla: o recurso descrito, suas propriedades relaci-
onadas e os valores destas [18]. Um recurso pode ser qualquer
objeto identificado por meio de uma URI e a esse pode ser
atribuído uma propriedade, por exemplo Creator, podendo
estar associado a um valor. A tripla Recurso-Propriedade-Valor
estabelece um modelo de dados em RDF [18].
Simple Protocol And RDF Query Language (SPARQL), é
uma linguagem para a consulta a elementos de um documento
RDF. A estrutura das consultas SPARQL são semelhantes a de
linguagens como Structured Query Language (SQL).
3) SMIL: O Synchronized Multimedia Integration Lan-
guage (SMIL) é uma linguagem escrita em XML utilizada
na integração sincronizada e descrição de documentos multi-
mídia. Por meio da linguagem SMIL o autor pode descrever
o comportamento temporal de uma apresentação multimídia,
associar hyperlinks com objetos de mídia e descrever o layout
das apresentações na tela [19].

III. M ETODOLOGIA C IENTÍFICA E MPREGADA Figura 1. Diagrama de Caso de Uso


O desenvolvimento de uma aplicação de visualização de
modelos 3D da anatomia humana juntamente a conteúdos O SDVM3D foi desenvolvido para ser executado em ambi-
(texto, áudio, imagem e vídeo) relacionados, faz com que os ente desktop, voltado a recursos dispostos na Web, uma vez que
alunos possam enxergar os modelos de diferentes ângulos e, ele é compatível com os modelos X3D, permitindo descreve-
com apenas um clique, assistam a gravação de um processo los por meio do padrão RDF e apresentar SMIL relacionados
aos seus conteúdos, todos escritos em XML. O sistema permite
a realização de quatro operações principais: visualizar modelos
X3D, desmembrar modelos X3D, descrever semanticamente
modelos X3D e apresentar conteúdos agregados.

A. Visualizar Modelos X3D


Por meio das APIs Java3D e XJ3D, tem-se a geração
do ambiente virtual composto pelo modelo tridimensional no
formato X3D. O XJ3D é um projeto em desenvolvido do Web
3D Consortium (WEB3D) para a criação de uma ferramenta
voltada ao conteúdo VRML e X3D, sendo escrita completa-
mente em Java [21]. Com ela é possível importar um conteúdo
tridimensional para uma aplicação gráfica, funcionando como
um loader de modelos tridimensionais escritos na linguagem
X3D. A Figura 2 ilustra o ambiente tridimensional gerado com
o modelo X3D de um crânio humano.
Figura 3. Desmembrar Modelos X3D

utilizados. O vocabulário controlado Arcada, definido com


base em [22], possui as seguintes propriedades:
• grupo (Incisivos, Caninos, Pré-Molares, Molares);
• quantidadeRaizes (1, 2, 3);
• numero (Método dos dois dígitos);
• posVertical (Direito, Esquerdo);
• posHorizontal (Superior, Inferior);
• baseLivreCoroa (Bordo Cortante, Face Oclusal); e
• porcaoRadicular (Unirradicular, Multirradicular).
Por sua vez, o vocabulário controlado Crânio é, definido
com base em [23], possui as seguintes propriedades:

Figura 2. Visualizar Modelos X3D


• forma (Longo, Curto, Plano (Laminar), Irregular,
Pneumático, Sesamóide, Alongados);
• localizacao (Axial, Apendicular); e
B. Desmembrar Modelos X3D
• posVertical (Direito, Centro, Esquerdo).
Por meio da API JDOM é possível desmembrar o mo-
delo tridimensional X3D em submodelos. Como este formato Por meio destes vocabulários pode-se descrever o modelo
é escrito em XML, tem-se a leitura e, consequentemente, e/ou os submodelos do crânio ilustrado na Figura 2. Uma vez
a criação de submodelos a partir dos nós de agrupamento descrito, o modelo deixa de ser somente a representação gráfica
da linguagem X3D, como por exemplo os nós <transform tridimensional e passa ter um significado definido. Tem-se
DEF=”>. A Figura 3 ilustra o submodelo gerado por meio do então a tripla RDF: Modelo X3D - Propriedade do Vocabulário
nó <transform DEF=’Skull’> do modelo ilustrado na Figura 2. - Valor da Propriedade. O vocabulário controlado Dublin Core
(DC) [24] foi utilizado para descrever os conteúdos (texto,
C. Descrever Semanticamente Modelos X3D áudio, imagem e vídeo) agregados.

Modelos e Submodelos são descritos nos padrões da Web Depois de armazenar o respectivo grafo do documento
Semântica por meio do RDF. Tem-se a criação, a edição e RDF na memória, a API JENA passa a manipular os dados
a consulta SPARQL dos metadados dos arquivos RDF por de maneira análoga a um banco de dados relacional. Além
meio da API JENA, uma API Java desenvolvida pela Hewlett- de fornecer suporte a manipulação de tais documentos, ela
Packward Company (HP) voltada a criação e manipulação também possui suporte a linguagem SPARQL.
de documentos RDF. A JENA é responsável pela geração
e manutenção de grafos RDF, representando seus recursos, D. Apresentar Conteúdos Agregados
propriedades e valores.
Para a geração das apresentações SMIL faz-se uso da API
Foram criados os vocabulários controlados Arcada e Crâ- JDOM, visto que este formato é escrito em XML. Para sua
nio. Os vocabulários possibilitam a descrição dos modelos execução é necessário um player, tal como Quicktime Player.
Figura 4. SDVM3D

Pode-se também executá-los em applets Java e em navegadores • Navegação: possibilita a navegação no ambiente vir-
Web [19]. tual por meio de botões direcionais e de rotação,
pelo click e movimento do mouse, ou por meio do
O SDVM3D cria uma apresentação sequencial dos conteú-
WiiRemote (controle do console Wii).
dos agregados para um determinado modelo ou submodelo por
meio da consulta SPARQL dos metadados RDF que descrevem A janela Inspetor Nós Transform contém a lista dos
o mesmo. Para a execução da apresentação faz-se o uso do submodelos desmembrados. Ela permite a seleção dos nós,
plugin Ambulant para o navegador Web Firefox [25]. afim de se obter a sua visualização. O Ambiente Virtual
fornece um cenário virtual tridimensional onde o modelo ou
IV. I NTERFACE SDVM3D submodelo selecionado é visualizado. Por meio das transfor-
mações geométricas de translação e rotação, tem-se a nave-
A interface do SDVM3D é apresentada na Figura 4, de gação no ambiente gerado, possibilitando a visualização do
modo a permitir o uso eficiente dos recursos oferecidos, essa objeto virtual por vários ângulos e tamanhos diferentes.
é composta por três janelas: Barra de Ferramentas, Inspetor
Nós Transform e Ambiente Virtual. A Barra de Ferramentas V. C ONCLUSÃO E T RABALHOS F UTUROS
oferece e controla todas as operações do sistema desenvolvido.
Ela é composta pelas abas: A visualização de um modelo virtual tridimensional, junto
a informações referentes a este, possibilita uma melhor reu-
• Operacional: contém funções básicas, como a escolha tilização do domínio apresentado. A navegação no ambiente,
do modelo X3D, a importação de texturas e a definição permite a visualização do conteúdo tridimensional em dife-
da cor do background do ambiente virtual; rentes ângulos e tamanhos por meio de rotações e translações
• Descrição Semântica: viabiliza a descrição semântica do modelo. Conforme há obtenção de recursos 3D descritos
no padrão RDF do modelo ou submodelo visualizado semanticamente, são permitidos a manipulação, o compartilha-
no ambiente virtual; mento e a integração destes por sistemas ou agentes.
A plataforma Java se mostrou apropriada para manipulação
• Visualização de Conteúdo: tem-se a criação e edição
dos recursos. A API JDOM foi eficaz quanto às operações de
das apresentações SMIL, e sua execução por meio
leitura, gravação e manutenção em arquivos que utilizam a
do navegador Web. Como ilustrado na Figura 4, tem-
linguagem XML. Obteve-se a descrição semântica do modelo
se a visualização da imagem agregada ao modelo
no padrão RDF por meio da API JENA, que se mostrou prática
virtual, por meio da execução da apresentação SMIL
e intuitiva na execução dos métodos. No suporte a linguagem
no navegador Firefox.
SPARQL, que possibilitou a consulta dos metadados, foi
• Estereoscopia: oferece a opção de aplicar estereosco- observada a possível complexidade das consultas que esta
pia no modo anaglifo no ambiente virtual; e linguagem viabiliza.
É de extrema importância estudar os padrões e utilizá-los, [11] M. P. G. Oliveira, “Visualização de dados geográficos dirigida pelo
visto a criação de órgãos tal como W3C. Durante a execução modelo conceitual omt-g,” Ph.D. dissertation, Instituto Nacional de
do projeto, foi destinada atenção especial a este requisito, tendo Pesquisas Espaciais – INPE, São José dos Campos, SP, Brasil.
por definição da Web 3.0 a busca da descrição padronizada dos [12] P. C. Wong, W. Cowley, H. Foote, E. Jurrus, and J. Thomas, “Visualizing
sequential patterns for text mining,” in Information Visualization, 2000.
recursos da rede. A padronização permite a exploração dos InfoVis 2000. IEEE Symposium on, 2000, pp. 105–111.
resultados obtidos em diversas aplicações. [13] T. Berners-Lee, J. Hendler, O. Lassila et al., “The semantic web,”
Scientific american, vol. 284, no. 5, pp. 28–37, 2001.
O SDVM3D ameniza as dificuldades listadas na seção II.
[14] T.-M. Rhyne, M. Tory, T. Munzner, M. Ward, C. Johnson, and
O sistema desenvolvido não substitui totalmente o uso de D. H. Laidlaw, “Information and scientific visualization: Separate
peças cadavéricas e sintéticas, mas permite sua minimização. but equal or happy together at last,” in Proceedings of the 14th
O fácil acesso do aluno aos modelos virtuais pode diminuir IEEE Visualization 2003 (VIS’03), ser. VIS ’03. Washington, DC,
a disputa pelo material didático e o tempo despendido no USA: IEEE Computer Society, 2003, pp. 115–. [Online]. Available:
laboratório. A reação emocional dos alunos na interação com http://dx.doi.org/10.1109/VISUAL.2003.1250428
modelos virtuais difere em relação ao uso de cadáveres. Para [15] R. R. Souza and L. Alvarenga, “A web semântica e suas contribuições
para a ciência da informação,” Ciência da Informação, Brasília, vol. 33,
uma completa avaliação do SDMV3D, tem-se a necessidade no. 1, pp. 132–141, 2004.
da validação dos alunos quanto a visualização dos modelos [16] E. T. Ray, Learning XML, 1st ed. O’Reilly Media, Janeiro 2001.
virtuais e os conteúdos utilizados para a descrição dos mesmos. [17] V. Geroimenko and C. Chen, Visualizing Information Using SVG and
X3D. Tunbridge Wells, UK: Springer, Dezembro 2005.
Destaca-se a generalidade do SDVM3D. O sistema permite
[18] F. Manola and E. Miller. (2013, Outubro) Rdf primer w3c recommen-
a visualização de modelos e submodelos X3D. Uma vez dation. [Online]. Available: http://www.w3.org/TR/rdf-syntax/
criado um vocabulário controlado para determinado domínio,
[19] D. Bulterman, J. Jansen, P. Cesar et al. (2013, Outubro) Syncronized
é possível a descrição de modelos X3D do domínio definido. multimedia integration language (smil 3.0). [Online]. Available:
www.w3.org/TR/SMIL/
Com o advento do HTML5, Web Graphics Library
[20] B. McLaughlin, Java & XML, 2nd ed. O’Reilly Media, Setembro
(WEBGL) e X3DOM [26] faz-se interessante o estudo quanto 2001.
a portabilidade total do SDVM3D para a Web. A portabilidade [21] A. Hudson, D. Gehringer, R. Goldberg et al. (2013, Outubro) Xj3d
total traria todas as vantagens que um sistema Web pode ofere- – java based x3d toolkit and x3d browser. [Online]. Available:
cer, como flexibilidade e acessibilidade. Quanto a apresentação http://www.web3d.org/x3d/xj3d/
multimídia dos conteúdos agregados, junto ao HTML5 deve- [22] M. E. Figún and R. R. Garino, Anatomia Odontológica Funcional e
se substituir a linguagem SMIL por novas técnicas, tais como Aplicada. São Paulo, SP, Brasil: Panamericana, 1989.
CSS Transitions Module Level 3 e Media Fragment URIs. [23] H. Ferner and J. Staubesand, Sobotta Atlas der Anatomie des Menschen,
18th ed. Urban & Schwarzenberg, Maio 1982.
[24] U. B. DCMI. (2013, Outubro) Dcmi metadata terms. [Online].
R EFERÊNCIAS Available: http://dublincore.org/documents/dcmi-terms/
[25] J. Jansen et al. (2013, Outubro) Ambulant browser plugins. [Online].
[1] M. A. A. Montes and C. T. V. Souza, “Análise da taxa de reprovação Available: http://www.ambulantplayer.org/PluginInstall.shtml
na disciplina de anatomia humana em cursos da saúde,” in Caderno de
[26] Web3D. (2013, Outubro) X3dom – instant 3d the html way. [Online].
Resumos VI ENPEC. FLorianópolis, SC, Brasil: ABRAPEC, 2007.
Available: http://www.x3dom.org/
[2] S. K. Card, J. D. Mackinlay, and B. Shneiderman, Readings in infor-
mation visualization: using vision to think. San Francisco, CA, USA:
Morgan Kaufmann Publishers Inc., 1999.
[3] B. H. McCormick, “Visualization in scientific computing,” SIGBIO
Newsl., vol. 10, no. 1, pp. 15–21, Mar. 1988. [Online]. Available:
http://doi.acm.org/10.1145/43965.43966
[4] D. Hancock, “Viewpoint: virtual reality in search of middle ground,”
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[5] C. Kirner and R. Siscoutto, Realidade Virtual e Aumentada: Conceitos,
Projeto e Aplicação. Petrópolis, RJ, Brasil: SBC, Maio 2007.
[6] R. Randell, G. Hutchins, J. Sandars, T. Ambepitiya, D. Treanor,
R. Thomas, and R. Ruddle, “Using a high-resolution wall-sized virtual
microscope to teach undergraduate medical students,” in CHI ’12
Extended Abstracts on Human Factors in Computing Systems, ser. CHI
EA ’12. New York, NY, USA: ACM, 2012, pp. 2435–2440. [Online].
Available: http://doi.acm.org/10.1145/2212776.2223815
[7] H. De Visser, M. O. Watson, O. Salvado, and J. D. Passenger, “Progress
in virtual reality simulators for surgical training and certification,”
Medical Journal of Australia, vol. 194, no. 4, p. S38, 2011.
[8] S. Parsons, “Virtual endoscopy: an application of virtual
reality in medicine,” in Interactive Multimedia Conference 2013,
2013. [Online]. Available: mms.ecs.soton.ac.uk/2013/papers/sp13g10_
23998083_finalpaper.pdf
[9] S. S. Oliveira and T. A. Tavares, “Utilização de conteúdo tridimensional
em sistemas de telemedicina um estudo de caso baseado na ferramenta
arthron.”
[10] T. Vernon and D. Peckham, “The benefits of 3d modelling and
animation in medical teaching,” Journal of Visual Communication in
Medicine, vol. 25, no. 4, pp. 142–148, 2002.

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