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Ética, direito e política

“O homem é um animal político”


(Aristóteles)
Homem

 Ser social - necessita do outro para se construir como pessoa


 Viver com os outros é:
 Uma necessidade
 Uma realidade
 Um desafio: a construção de uma sociedade organizada,
estável e justa.
 Assim:
 Como deve organizar-se a sociedade?
 O que é uma sociedade justa?
 Em que medida, o Estado deve impor-se aos cidadãos?

 Interesses individuais interesses comunitários

 Torna-se necessário compatibilizar e regular os conflitos,


organizar as sociedades
 Assim nasce o Estado
 Estado – é uma sociedade politica, social e juridicamente
organizada.
 O Estado organiza e gere a vida social através da política
tendo em vista tornar o Estado mais justo. Para o
conseguir, são criadas as normas jurídicas que definem a
legalidade, o que é justo ou injusto, o que é legítimo ou
ilegítimo. Daqui resulta o Estado de Direito.
 A política organiza e regula o poder tendo em vista
garantir o equilíbrio no interior do Estado. Como o faz?
 Através das leis. Estas atuam coercivamente sobre os cidadãos
quando estes não cumprem o estipulado legalmente.
 Ética, direito e política são conceitos em estreita relação com
os conceitos de Estado e justiça:
 A ética define o que é a justiça
 O Estado é o agente da política
 O direito é o objeto da política
 A justiça é a finalidade última da política.
 Quando nos questionamos: “como devemos viver?” estamos a
associar a ética e a política.
 Hoje, mais do que nunca, ética, direito e política necessitam
de uma relação de proximidade no sentido de garantirem um
Estado assente em leis justas e equitativas no qual os seus
governantes assegurem a liberdade e os direitos
fundamentais.
 Todavia, nem sempre as leis, as obrigações legais estão de
acordo com as normas morais. Quando um Estado aprova leis
discriminatórias (por exemplo da raça ou sexo), trata-se de
obrigações legais desprovidas de justificação moral.
 Portanto, cumprir uma determinada lei nem sempre significa
fazer-se o que é moralmente mais correto.
 Assim, nestas circunstâncias, agir eticamente pode levar o
sujeito à chamada desobediência civil, um ato público de
protesto não-violento destinado a alertar para leis ou
políticas moralmente injustas, tendo em vista uma alteração
das mesmas.
 Problema Filosófico:
 Uma das questões que se pode levantar é, exatamente, acerca
da origem do poder do Estado

O que legitima a autoridade do Estado?


 O que justifica que as decisões dos outros interfiram nas
nossas vidas, se é que há justificação para isso?

 Sabendo que o Estado existe e tem poder sobre nós, o que


legitima a autoridade do Estado?
A origem do Estado
 O que levou os seres humanos a viverem de forma
politicamente organizada?
 O que levou os seres humanos a aceitarem uma autoridade?
 O que levou os seres humanos a obedecer a um poder e a
normas exteriores a si?
 O que legitima a autoridade do Estado?
 Duas conceções:

 Aristóteles: o Estado tem uma origem natural


 John Locke: o Estado tem uma origem contratual.
A conceção da origem natural
 Aristóteles: o Estado é a finalidade natural do Homem.
 O Homem é um animal político – o seu destino natural é a
sociabilidade e a vida política.
 Precisamos naturalmente dos outros para viver, só se
fôssemos deuses ou animais é que poderíamos viver sem
Estado.
 Não podemos abolir o Estado sem abolirmos igualmente
a nossa condição de seres humanos
 O importante não é, pois, saber se podemos viver ou não
sem Estado, mas sim qual o melhor Estado em que
podemos viver.
A conceção da origem natural
 O Estado resulta então de uma tendência natural do
homem para a sociabilidade
 A comunidade mais perfeita, que contém todas as outras (e
por isso é a finalidade última do homem) é a cidade-estado
 Esta é autossuficiente e não existe apenas para preservar a
vida mas, sobretudo, garantir a vida boa, que é o desejo de
todos os seres racionais
 Para Aristóteles a natureza de uma coisa é a sua finalidade.
Sendo a finalidade dos homens ter uma vida boa, a sua
finalidade é viver na cidade-estado
A conceção da origem natural
 Para Aristóteles o Estado justifica-se por si pois, sendo da natureza
do homem o desejo de uma vida boa, esta só é possível dentro do
Estado.
 Portanto, tal como naturalmente crescemos e nos tornamos
adultos, assim também naturalmente vivemos dentro de um
Estado.

 O Estado tem como fim o bem-estar da comunidade,


promovendo a justiça.
A conceção da origem contratual
 Ao contrário de Aristóteles, Locke(séc. XVII), entendia que a
origem do Estado não é natural, mas voluntária,
convencional, resulta de um contrato ou acordo de
vontades.
 Segundo Locke inicialmente, o homem vivia em “estado
de natureza” , um estado não organizado politicamente. Neste
estado, todos os homens são, à partida, livres e iguais, com a
natureza à disposição para ser usada. Estes homens são seres
racionais, capazes de compreenderem a lei natural e agir de
acordo com ela.
A conceção da origem contratual
 A lei natural determina que todos se orientem pelo
princípio da conservação do género humano e cada
um se oriente pelo princípio da conservação pessoal.
 Três direitos naturais
 Direito à vida
 Direito à liberdade
 Direito à propriedade
 Porém, se tudo funciona pacificamente no estado natural, por
que razão sentiu o homem necessidade de se organizar
politicamente num Estado?
A conceção da origem contratual
 Apesar dos homens nascerem iguais, com as mesmas
capacidades racionais e com os mesmos instrumentos para
intervir na natureza, a capacidade de pôr estes instrumentos
em prática, varia de indivíduo para indivíduo. Tal significa
que, dentro da igualdade, vai surgindo pouco a pouco a
desigualdade da capacidade de trabalho. É pelo
trabalho que os homens se vão distinguindo.
 A diferenciação do trabalho e o aparecimento da moeda vão
promover a acumulação da riqueza e, consequentemente, o
crescimento da desigualdade. Assim …
A conceção da origem contratual
 O homem deixa de viver em paz
 A posse de bens não se encontra protegida
 As violações e más interpretações do direito natural são
castigadas de modo anárquico e por iniciativa das vítimas
(justiça privada)

Deste modo, segundo Locke:

É esta falta de organização e de sanções que


protejam as pessoas e os bens que conduzirá ao
fim do estado da natureza.
A conceção da origem contratual
 Com o fim do estado da natureza, os homens,
voluntariamente, unem-se e fundam a sociedade política e
civil para escaparem à insegurança e poderem ser livres e
proprietários.
 Este acordo implica a renúncia ao julgamento em causa
própria. O Estado não é criado para retirar os direitos
naturais, mas sim para os defender: o direito à vida, o
direito à liberdade e o direito à propriedade.
 O homem sacrifica a sua liberdade natural e adquire uma
liberdade civil (política), fundada na lei.
A conceção da origem contratual
 O poder do Estado não é total, absoluto mas, sim
condicional, revogável e limitado pelos objectivos que se
propõe atingir: o poder da sociedade não pode ultrapassar os
objectivos de realizar o bem comum.
Direitos naturais vida
liberdade
propriedade

 O Estado só terá legitimidade se criado a partir do consentimento


prévio dos interessados. Estes poderão determinar o seu fim, caso
verifiquem que aquele não cumpre os seus fins. O homem sujeita-se à
autoridade do Estado, porque ele o criou.
A justificação do Estado

NATURALISMO DE CONTRATUALISMO DE
ARISTÓTELES LOCKE

O Estado deriva da O Estado tem origem num contrato


inclinação natural do celebrado entre pessoas livres com
homem para viver em vista a preservar as suas vidas e
sociedade propriedades

O que legitima a autoridade O que legitima a autoridade do


do Estado é o facto deste ser Estado é o consentimento dos
natural e indispensável ao ser indivíduos através do pacto social
humano

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