Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Regra da Cadeia
[ ]
= 2 − sen 2 x + cos 2 x = 2 cos 2 x
Dessa forma os autores buscam motivar o aluno a procurar um método mais direto
para achar a derivada de y = sen 2 x e também nos casos em que não é possível fazer
essa transformação, por exemplo, y = sen (cos x 2 ) . "A chave consiste em encarar y
como uma função composta de x." (SWOKOWSKI, 1994, p. 174).
Hughes-Hallet et al (2004) descrevem a função composta y = f ( x) = h( g ( x)) ,
com h sendo a "função de fora" e g a "função de dentro" e escrevem z = g (x) e
y = h(z ) , logo y = f ( x ) = h( g ( x )) , e apesar de não demonstraram a Regra da Cadeia
∆y ∆y ∆z
= . ." (HUGHES-HALLET et al., 2004, p. 106). Para esses autores, como
∆x ∆z ∆x
dy ∆y
= lim , então, no limite, quando ∆x , ∆y e ∆z ficam cada vez menores,
dx ∆ x →0 ∆x
dy dy dz dy dz
temos a Regra da Cadeia = . . Ainda, como = h´( z ) , = g´( x ) e
dx dz dx dz dx
2
d
z = g ( x ) , fazendo as devidas substituições temos h( g ( x )) = h´( g ( x ) ).g´( x ) . "Em
dx
palavras: A derivada de uma função composta é o produto das derivadas das funções
"de fora" e "de dentro". A derivada da função "de fora" tem de ser calculada na "função
de dentro"." (HUGHES-HALLET et al., 2004, p. 107).
Finney et al. (2002) também se referem à Regra da Cadeia como Regra do
Externo-Interno e traduzem em palavras, "derive a função 'externa' h, calcule-a na
função 'interna' g(x) isolada, multiplicando-a depois pela derivada da 'função interna'"
(FINNEY et al., 2002, p. 181). Estes mesmos autores se referem à Regra da Cadeia,
quando existe mais de uma função, como a 'Cadeia' de três elos.
Quanto ao modo de se referir à Regra da Cadeia, Guidorizzi (2002) fala de Regra
em Cadeia, referindo-se ao encadeamento de derivadas. Do inglês Lang (1965) temos,
The Chain Rule, significando também encadeamento.
Enunciados para o Teorema da Regra da Cadeia podem ser encontrados em
autores como Leithold (1990), Anton (2000a), Swokowski (1994), Santos e Bianchini
(2002), Flemming e Gonçalves (1992), Guidorizzi (2001) e Finney et al. (2002) dentre
outros. Alguns desses autores se utilizam da notação de Leibnitz e outros da notação de
Newton, dependendo da conveniência para sua demonstração. Em Anton (2000a),
podemos encontrar uma explicação para este fato, pois
Quando Newton e Leibnitz publicaram independentemente as
suas descobertas do Cálculo, cada um usou uma notação para
derivada, e, por mais de 50 anos, houve uma intensa batalha
sobre qual era a melhor notação. No final, venceu a notação de
dy
Leibnitz, , pois produzia fórmulas corretas de forma natural.
dx
dy dy du
Um bom exemplo é a regra da cadeia = . . (ANTON,
dx du dx
2000a, p. 211).
Embora, Anton (2000a) refira-se a notação de Leibnitz, como sendo melhor que a
de Newton, em seu enunciado da Regra da Cadeia, utiliza-se da notação de Leibnitz,
porém logo em seguida argumenta que "embora útil, é às vezes de difícil manejo, pois
envolve muitas variáveis independentes." (ANTON, 2000a, p. 205). O enunciado da
Regra da Cadeia aparece em Anton (2000a), porém a demonstração só aparece no
Apêndice A de Anton (2000b).
3
h(u + ∆u ) − h(u ) ∆y
função g ser derivável) e h´(u ) = lim = lim (pelo fato da
∆u →0 ∆u ∆u →0 ∆u
f ( x + ∆x) − f ( x) ∆y
para todo x ∈Dom g , ou seja, que existe f ´( x) = lim = lim e
∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x
Demonstração:
Precisamos mostrar que existe o seguinte limite:
∆y f ( x + ∆x ) − f ( x) h( g ( x + ∆x)) − h( g ( x))
lim = lim = lim
∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x
Sendo u = g (x ) , colocamos ∆u = g ( x + ∆x) − g ( x ) . Então, ∆u depende de
∆x e, quando ∆x → 0 , temos ∆u → 0 . Temos assim, g ( x + ∆x) = g ( x) + ∆u = u + ∆u
e podemos escrever: h( g ( x )) = h(u ) e h( g ( x + ∆x )) = h(u + ∆u ) .
∆y h(u + ∆u ) − h(u )
Logo, lim = lim .
∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x
Suponhamos que ∆u ≠ 0 . Então,
∆y h(u + ∆u ) − h(u ) h(u + ∆u ) − h(u ) ∆u
lim = lim = lim . =
∆x →0 ∆x ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x ∆u
(*)
h(u + ∆u ) − h(u ) ∆u h(u + ∆u ) − h(u ) g ( x + ∆x) − g ( x )
lim . = lim .
∆x →0 ∆u ∆x ∆x →0 ∆u ∆x
Quando ∆x → 0 , temos ∆u → 0 , e utilizando a hipótese, temos:
4
∆y
lim = h´(u ). g´( x) = h´( g ( x )). g´( x ) , o que completa a prova no caso em que
∆x →0 ∆x
∆u ≠ 0 .
Entretanto, essa prova não é geral, segundo a maioria dos autores, porque para
valores arbitrariamente pequenos de ∆x poderia acontecer do acréscimo ∆u = 0 , isto
é, uma pequena mudança em x poderia não causar nenhuma mudança em u, o que
invalida a última passagem de (*).
Porém, isso se verifica para um grande número de funções, mas não para todas.
Então, quando seria possível que ∆u = 0 ? Se g for constante a condição acima não é
satisfeita. Como afirmam as autoras Flemming e Gonçalves (1992), "neste caso,
podemos provar a fórmula facilmente. De fato, se g ( x ) = c , então g ' ( x) = 0 e
f ( x ) = h( g ( x )) = h(c ) é constante. Assim, f ' ( x ) = 0 = h' (u ). g ' ( x ) ." (FLEMMING
Uma demonstração para o caso geral que evite a referida passagem pode ser feita,
através de outro argumento.
dy ∆y
Da definição de derivada h´(u ) , temos que: h´(u ) = = lim ⇒
du ∆u →0 ∆u
dy ∆y
≈ se ∆u ≈ 0 .
du ∆u
∆y dy
Mas isso é equivalente a dizer que = + ρ ( ∆u ) , onde ρ( ∆u ) → 0 , quando
∆u du
∆u → 0 , ou ainda que, multiplicando por ∆u , temos
dy
∆y = .∆u + ρ( ∆u ).∆u . (**)
du
Pode-se observar que começamos supondo que o acréscimo ∆u ≠ 0 , mas a última
equação (**) é válida mesmo no caso em que ∆u = 0 . A partir dela, dividindo ambos
os membros por ∆x , que, com certeza não é zero pela definição de derivada da função
g, temos:
∆y dy ∆u ∆u
= . + ρ( ∆u ).
∆x du ∆x ∆x
5
∆y ∆u ∆u
= lim . lim + ρ ( ∆u ) lim = h´(u ). g´( x) = h´( g ( x )). g´( x )
∆u →0 ∆u ∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x
Podemos observar que esta função é a mesma que Guidorizzi (2001) apresentou
quando aborda derivada e erro de aproximação pela reta tangente.
Se ∆u ≠ 0 , tem-se que ρ( ∆u ).∆u = [ h( u + ∆u ) − h(u )] − h´(u ).∆u (***)
Mas ∆y = h( u + ∆u ) − h(u ) , e assim (***) pode ser escrita como
ρ( ∆u ).∆u = ∆y − h´(u ). ∆u ou ∆y = h´(u ). ∆u + ρ( ∆u ).∆u
h( u + ∆u ) − h(u )
lim ρ ( ∆u ) = lim − h´(u ) = h´(u ) − h´(u ) = 0 .
∆u →0 ∆u →0 ∆u
Guidorizzi (2001) apresenta uma outra demonstração para a Regra da Cadeia, que
parece ser mais gráfica.
6