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AULAS DE
MATEMÁTICA APLICADA II
Versão 2002
Ilha Solteira - SP
2002
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
CÂMPUS DE ILHA SOLTEIRA
unesp
AULAS DE
MATEMÁTICA APLICADA II
Versão 2002
Ilha Solteira - SP
2002
Índice de Aulas
Apresentação vi
Programa vii
Aula 1 1
O modelo massa-mola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
Um modelo RLC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
O pêndulo simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Aula 2 10
Transformada de Laplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Propriedades da Transformada de Laplace . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Aula 3 25
Funções degrau: Função de Heaviside . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Funções periódicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Aula 4 40
Resolução de problemas de valor inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Aula 5 59
Funções impulso: delta de Dirac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Convolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
O Teorema da convolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
ÍNDICE DE AULAS
iv
Aula 6 72
A equação de condução do calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
Princípio da superposição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
O método de separação de variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Aula 7 79
Séries de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
As fórmulas de Euler-Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Aula 8 89
O Teorema de Dirichlet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Aula 9 97
Desenvolvimento de meio período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Forma complexa da série de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
Aula 10 108
Desigualdade de Bessel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Sobre convergência da série de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Identidade de Parseval . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Aula 11 118
Resolução do problema do calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Barra sujeita a outras condições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Equação do calor não homogênea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Aula 12 126
A equação da corda vibrante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Exemplos de acordo com o tipo de forças externas . . . . . . . . . . . . 127
Exemplos de problemas de contorno . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Resolução por séries de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
Harmônicos, freqüência e amplitude . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Vibrações forçadas e ressonância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Aula 13 136
Corda infinita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
Solução geral do problema de Cauchy . . . . . . . . . . . . . . . . 136
A Fórmula de D’Alembert . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
Um problema com extremidade livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
Uma série de Fourier especial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
Aula 14 148
Noções sobre a transformada de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
Algumas propriedades da transformada de Fourier . . . . . . . . . . . 152
Convolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154
Algumas aplicações da transformada de Fourier . . . . . . . . . . . . . 158
Um problema unidimensional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
Esta apostila tem como objetivo servir de auxílio aos alunos da disciplina
Matemática Aplicada II, disciplina que usualmente tem sido oferecida no se-
gundo semestre do segundo ano aos estudantes dos cursos de Engenha-
ria Elétrica e Engenharia Mecânica da FEIS-UNESP. O conteúdo deste tra-
balho corresponde ao programa atual dessa disciplina, que consiste em al-
guns tópicos sobre a Transformada de Laplace e sua aplicação a proble-
mas de valor inicial e séries de Fourier com aplicação a problemas de con-
torno para duas classes de equações diferenciais parciais lineares importan-
tes, a equação do calor (ou de difusão) e a equação de ondas. Ainda que
não conste do programa da disciplina, dedicamos pelo menos uma aula ao
tópico Transformada de Fourier, de modo muito ingênuo servindo apenas
como uma introdução ao assunto. A organização deste trabalho visa facili-
tar sua utilização como material didático por isso fizemos a divisão por Aulas,
cada Aula corresponde a 4h de trabalho na disciplina. É importante lem-
brar que esta apostila não pretende substituir os bons livros existentes sobre
transformada de Laplace, equações diferenciais ordinárias e equações dife-
renciais parciais e que fazem parte da bibliografia da disciplina, por exemplo
[Boyce and DiPrima, 1998],[Churchill, 1978],[de Figueiredo and Neves, 1997],
dentre outros, são, na minha opinião, excelentes referências para um curso
no mesmo nível em que tenho ministrado esta disciplina. Este trabalho cer-
tamente apresenta erros e, desde já, agradeço a colaboração das pessoas in-
teressadas no assunto e que gostariam que um trabalho como este tivesse
continuação, apresentasse melhoras e pudesse cumprir seu destino.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Transformada de Laplace.
1.4. Aplicações.
2. Séries de Fourier.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Mf = 0, 5M1 + 0, 5M2
email:ernandes@fqm.feis.unesp.br
com R(t) representando a resultante das forças externas que atuam sobre m,
que são
e daí resulta,
mu 00 (t) + cu 0 (t) + ku(t) = f(t) ,
que é uma equação diferencial que descreve, de modo aproximado, mas para
muitas situações satisfatório, as pequenas oscilações de uma massa ligada a
uma mola. Observe que m, c e k são constantes positivas. Para que pos-
samos resolver completamente o problema da determinação do deslocamento
u(t) devemos especificar a posição inicial u(0) e a velocidade inicial u 0 (0) da
massa. Teremos assim algo que chamamos de problema de valor inicial
mu 00 (t) + cu 0 (t) + ku(t) = f(t)
(1.2)
u(0) = u0 u 0 (0) = u00
Para a análise desse sistema físico, vamos considerar que I(t) seja a função
que descreve a corrente em cada instante t ≥ 0. Além disso,
ER + EL + EC = E
e Z
dI 1 t
L + RI + I(s)ds = E . (1.4)
dt C
Esse é um tipo de equação chamada equação integro-diferencial. Se esco-
lhermos a carga Q(t) para incógnita obtemos
d2 Q dQ 1
L 2
+R + Q=E (1.5)
dt dt C
e, se derivarmos a equação (1.4) em relação a t, resulta
d2 I dI 1 dE
L 2
+R + I= . (1.6)
dt dt C dt
Assim, temos as equações (1.4) e (1.6) para a corrente e a equação (1.5)
para a carga.
Observação 1.2. Num circuito RC que é aquele no qual o indutor está ausente,
as equações acima tomam a forma
dQ 1
R + Q = E,
dt C
(1.7)
dI 1 dE
R + I= .
dt C dt
MATEMÁTICA APLICADA II E.R.O.
O pêndulo simples 5
As equações (1.7) obtidas para esse modelo são exemplos, bastante sim-
ples, de equações diferenciais lineares de primeira ordem, e a primeira
delas é importante no estudo da carga e descarga de um capacitor em série
com um resistor.
m (massa) L (indutor)
O pêndulo simples
Vamos agora considerar uma outra situação, que após realizarmos alguma
simplificação, faremos recair em uma equação diferencial ordinária linear de
segunda ordem com coeficientes constantes. Um pêndulo simples consiste
de uma massa m, ligada a um fio de comprimento L e massa desprezível,
balançando para trás e para frente num plano vertical, conforme ilustra a
Figura (1.3). Vamos descrever o movimento da massa m através do ângulo θ =
θ(t), descrito no sentido anti-horário, que o fio faz com a vertical no instante
t.
@
@
@ L
θ(t)
@
@
@
@
@zm
r
0
h = L(1 − cos(θ)) .
Isto é
U = mgL(1 − cos(θ)) .
Portanto,
2C 2g(1 − cos(θ(t))
(θ̇(t))2 = 2
− .
mL L
Em princípio, t poderá variar em R e, quando θ for máximo, θ̇ = 0 e |θ| = α.
Assim
C = mgL(1 − cos(α)) .
Logo,
2g
(θ̇(t))2 = {cos(θ(t)) − cos(α)} .
L
Derivando essa última expressão em relação a t, obtemos
2g
2θ̇θ̈ = − θ̇ sen(θ) .
L
Assim resulta o seguinte problema, determinar uma função θ(t) verificando as
condições
g
θ̈ + sen(θ) = 0
L
(1.8)
θ(0) = θ ,
0 θ̇(0) = θ̄0 , −α ≤ θ ≤ α .
Agora, sendo a função sen(θ) analítica, temos sua representação em série
de Taylor
X
+∞
(−1)n θ2n+1 θ3 θ5 (−1)n θ2n+1
sen(θ) = =θ− + − ... + + ...
n=0
(2n + 1)! 3! 5! (2n + 1)!
sen(θ) ≈ θ
Observe que equação (1.9) é do mesmo tipo que as equações (1.5) e (1.6),
mesmo descrevendo situações físicas diferentes.
Os exemplos que vimos acima podem ser agora sistematizados. Uma equa-
ção diferencial ordinária de segunda ordem para a função incógnita y é uma
equação que tem a forma
d2 y dy
2
= f(t, y, ). (1.10)
dt dt
Diremos que a equação (1.10) é linear se puder ser reescrita na forma
ou
P(t)y 00 + Q(t)y 0 + R(t)y = G(t) , (1.12)
Quando as funções P(t), Q(t) e R(t) são constantes, a equação (1.12) toma
a forma
ay 00 + by 0 + cy = f(t) (1.14)
Teorema 1.3 (Existência e unicidade). Se p(t), q(t) e f(t) são funções contí-
nuas em um intervalo aberto I e x0 ∈ I, então existe uma única função y(t)
contínua em I e com derivadas primeira e segunda contínuas em I e tais
que
00
y (t) + p(t)y 0 (t) + q(t)y = f(t) t ∈ I
y(x0 ) = y0 y 0 (x0 ) = y0 ,
com y0 e y0 dados.
Exercícios
1. O tipo mais simples de equação diferencial ocorre quando temos de en-
contrar uma primitiva para uma função. Assim o problema dada f(t) de-
terminar uma função y(t) tal que y 0 = f(t) pode ser visto como um primeiro
exemplo de equação diferencial. Para cada função dada abaixo encontre
a y correspondente.
4.1. y 00 + 3y 0 + 2y = 0
4.2. y 00 + 5y 0 + 3y = 0
Transformada de Laplace
Consideremos uma função f(t) definida para t ≥ 0, isto é, cujo domínio é
o intervalo ]0, +∞[. A Transformada de Laplace de f, que denotaremos por
L f , ou com mais freqüência por F(s), é definida por
Z +∞
F(s) := L f(t) = e−st f(t)dt (2.1)
0
Se esse limite existir, diremos que a integral converge, caso contrário, dire-
mos que a integral diverge.
É claro que a convergência ou divergência da integral que define a trans-
formada de Laplace vai depender do parâmetro s ∈ C.
lim ey = +∞ e lim ey = 0
y→+∞ y→−∞
a última integral sendo convergente, pelo que vimos acima, se <e(k) > 0.
xp−1
lim x = 0,
x→+∞ e 2
xp−1
x ≤ 1, para cada x ≥ M .
e2
Daí,
x
e−x xp−1 ≤ e− 2 , para cada x ≥ M .
Escrevendo Z +∞ ZM Z +∞
−x p−1 −x p−1
e x dx = e x dx + e−x xp−1 dx ,
0 0 M
que é convergente pelo Exemplo (2.1). Logo, a integral que define a função
Γ (p), é convergente para cada p ≥ 1.
Caso b: Consideramos agora 0 < p < 1. Defina α = 1 − p. Desse modo
teremos 0 < α < 1. Recordemos que se 0 < α < 1 teremos
Z1 Z1
dx dx 1 − 1−α 1
α
= lim+ α
= lim = .
0 x →0 x →0+ 1 − α 1−α
Podemos escrever
Z +∞ Z1 Z +∞
−x p−1 −x p−1
e x dx = e x dx + e−x xp−1 dx .
0
|0 {z } |1 {z }
I1 I2
Agora
Z1 Z1
dx dx
I1 = lim+ x α
≤ lim+ α
< +∞
→0 e x →0 x
e Zb Zb
dx
I2 = lim ≤ lim e−x dx < +∞ ,
b→+∞ 1 ex xα b→+∞ 1
Γ (n + 1) = nΓ (n)
Γ (n + 1) = n! . (2.4)
1 √
Γ( ) = π .
2
Definição 2.4 (função contínua por partes). Diremos que uma função f(t) é
contínua por partes num intervalo [a, b], se esse intervalo puder ser dividido
por um número finito de pontos
de modo que
Diremos que uma função f(t) é contínua por partes num intervalo [a, +∞[
se, para cada b > a, f(t) for contínua por partes no intervalo [a, b].
Exemplo 2.5. As duas funções abaixo não são contínuas por partes
1 1
sen( ) se 0 < t ≤ 1
se 0 < t ≤ 1
t t
f(t) = e g(t) = (2.5)
0
0
se t = 0 se t = 0 .
f(t) 6
0 -
t
(2) f(t) seja de ordem exponencial , isto é, que existam constantes C > 0,
M > 0 e α ∈ R tais que
existe sempre que <e(s) > α. Diremos que f ∈ Eα se f satisfizer as duas condi-
ções acima.
Observação 2.7. Se duas funções são de ordem exponencial, então sua soma
e seu produto são também de ordem exponencial.
Logo
1
L 1 = , <e(s) > 0 .
s
Exemplo 2.10. Sejam a ∈ C e f(t) = eat definida para t ≥ 0. Determine L f(t) .
com a integral convergindo para <e(s) > <e(a). Logo, usando a observação já
feita sobre o maior domínio da transformada de Laplace, escrevemos
1
L eat = para s 6= a .
s−a
Exemplo 2.11. Sejam n ∈ N e f(t) = tn definida para t ≥ 0. Determine L f(t) .
para <e(s) > 0. Agora, vamos considerar o parâmetro s real, para simplificar.
Fazendo a substituição u = st teremos
Z
n 1 +∞ −u n Γ (n + 1)
L t = n+1 e u du = .
s 0 sn+1
Logo
Γ (n + 1) n!
L tn = n+1
= n+1 s > 0. (2.6)
s s
1 1
L sen(bt) = L eibt − L e−ibt
2i 2i
1 1 1 1 b
= − = 2 .
2i s − ib 2i s + bi s + b2
Ou seja,
b
L sen(bt) = .
s2 + b2
Isso é válido sempre que <e(s) > 0.
com
F(s) = L f(t) .
Demonstração. De fato,
Z +∞ Z +∞
L e f(t) =
kt
e−st kt
e f(t)dt = e−(s−k)t f(t)dt .
0 0
Como Z +∞
F(s) = e−st f(t)dt
0
para <e(s) > α, então, para <e(s − k) > α. Ou seja, para <e(s) > α + k, teremos
Z +∞
F(s − k) = e−(s−k)t f(t)dt = L ekt f(t) .
0
Exemplo 2.17. Encontre L e2t sen(t) .
Sabemos que
1
L sen(t) = desde que <e(s) > 0 .
s2 +1
Logo
1
L e2t sen(t) = desde que <e(s) > 2 .
(s − 2)2 + 1
Para simplificar a exposição, consideraremos em alguns resultados, que o
domínio da Transformada de Laplace é real.
Teorema 2.18. Sejam f ∈ Eα e F(s) = L f(t) , com s ∈ R, então teremos
lim F(s) = 0 .
s→+∞
Teorema 2.21 (Derivada em s). Seja f ∈ Eα então, se F(s) = L f(t) , teremos
L tf(t) = −F 0 (s) .
De fato Z +∞
F(s) = e−st f(t)dt
0
e, derivando sob o sinal de integração, obtemos
Z +∞ Z +∞
0 −st
F (s) = (−t)e f(t)dt = − e−st tf(t)dt .
0 0
Daí,
L tf(t) = −F 0 (s) .
1
Exemplo 2.22. Vimos que L 1 = para <e(s) > 0, ora, para cada n = 1, 2, . . .
s
1
teremos, para F(s) = ,
s
(−1)n n!
F(n) (s) = desde que <e(s) > 0 .
sn+1
Daí,
1 2 6
L t = 2 , L t2 = 3 , L t3 = 4 , etc .
s s s
De modo geral teremos
n!
L tn = n+1 para <e(s) > 0 .
s
Mas,
Γ (n + 1)
L tn = .
sn+1
Daí,
Γ (n + 1) = n! .
Exemplo 2.23. Determine L 5 + te−t − t2 .
Temos,
L 5 + te−t − t2 = L 5 + L te−t + L −t2 = 5L 1 + L te−t − L t2 .
1
Agora, usando os resultados já obtidos, teremos L 1 = ,
s
d 1 1
L te−t = − =
ds s + 1 (s + 1)2
2
e L t2 = 3 . Portanto,
s
5 1 2
L 5 + te−t − t2 = + 2
+ 3
s (s + 1) s
válido para <e(s) > 0.
Como
L f 0 (t) = sL f(t) − f(0) ,
resulta
L f 00 (t) = s2 L f(t) − sf(0) − f 0 (0) .
então
f(t) = g(t), para todo t ≥ 0 .
Se F(s) = L f(t) diremos que f(t) é a transformada de Laplace inversa de
F(s), escrevemos
f(t) = L−1 F(s) .
Assim,
f(t) = L−1 F(s) ⇐⇒ F(s) = L f(t) .
1
Exemplo 2.28. Dada F(s) = , com <e(s) > 2, determine L−1 F(s) .
s−2
Sabemos que
1
L eat = .
s−a
Daí,
1
L−1 = eat .
s−a
Assim,
1
L−1 = e2t .
s−2
Exemplo 2.29. Achar a solução, y(t), da equação diferencial
1 1 1 1 1
= − =⇒ L y = − .
s(s + 1) s s+1 s s+1
Logo
1 1 1 1
y(t) = L−1 − = L−1 − L−1 .
s s+1 s s+1
Assim,
y(t) = 1 − e−t .
3
Exemplo 2.30. Encontre L−1 .
s2 + 4
Sabemos que
b 1 sen(bt)
L sen(bt) = =⇒ L−1 2 = .
s2 +b2 s + b2 b
Logo
3 1 3 sen(2t)
L−1 = 3L −1
= .
s2 + 4 s2 + 4 2
4
Exemplo 2.31. Encontre L−1 .
(s − 1)3
2 2
Seja F(s) = . Observe que F(s − 1) = e que estamos procurando
s3 (s − 1)3
L−1 2F(s − 1) = 2L−1 F(s − 1) .
Sabemos que
2
L t2 = 3
s
e sabemos que
L ekt f(t) = F(s − k) , F(s) = L f(t) .
Logo L−1 F(s − 1) = et f(t) e L−1 F(s) = t2 . Portanto
4
L−1 3
= 2et t2 = 2t2 et .
(s − 1)
1
G(s) = .
s2 − 4s + 5
Podemos escrever
1 1
= .
s2
− 4s + 5 (s − 2)2 + 1
1
Sabemos que se f(t) = sen(t) então L f(t) = 2 . Vimos também que
s +1
L ekt f(t) = F(s − k) .
Portanto,
1
L e2t sen(t) = .
(s − 2)2 + 1
Logo
1
L−1 2
= e2t sen(t) .
s − 4s + 5
Exemplo 2.33. Calcule a transformada de Laplace de f(t) = (sen(t) − cos(t))2 .
Temos que
f(t) = 1 − 2 sen(t) cos(t) = 1 − sen(2t) .
Exercícios
1. Esboce o gráfico de cada uma das funções abaixo. Diga quais delas são
contínuas, contínuas por partes (ou nem contínua por partes) no inter-
valo 0 ≤ t ≤ 3.
t2 , 0≤t≤1
t2 , 0≤t≤1
1.1. f(t) = 2 + t, 1 < t ≤ 2 1.3. f(t) = 1, 1<t≤2
6 − t, 2 < t ≤ 3
3 − t, 2<t≤3
t2 , 0≤t≤1
0≤t≤1
t,
1.2. f(t) = (t − 1)−1 , 1 < t ≤ 2 1.4. f(t) = 3 − t, 1<t≤2
1,
1,
2<t≤3 2<t≤3
2.1. f(t) = cos(at). 2.4. f(t) = eat cosh(bt) 2.7. f(t) = eat cos(bt)
2.2. f(t) = cosh(bt) 2.5. f(t) = eat senh(bt) 2.8. f(t) = teat
2.3. f(t) = senh(bt) 2.6. f(t) = eat sen(bt) 2.9. f(t) = t sen(at)
f(t)
6. Se F(s) = L f(t) , s ∈ R, e lim existe, mostre que
t→0 t
Z +∞
f(t)
L = F(u) du .
t s
sen(t)
7. Determine L .
t
8. Mostre que se F(s) = L f(t) , s ∈ R então
Z +∞ Z +∞
f(t)
dt = F(s)ds, desde que as integrais convirjam .
0 t 0
Z +∞
sen(t) π
9. Mostre que dt = .
0 t 2
Z
t sen(u)
10. Determine L du .
0 u
2
11. Encontre L t cos(at) , onde a > 0.
Observe que
1
L u(t) = , se <e(s) > 0 .
s
Ou seja,
L u(t) = L 1 .
u(t)
6
1 a
1/2 q
-t
Observe que o que fizemos foi apenas dar um deslocamento no gráfico de u(t)
de c unidades.
u(t−c)
6
1 a
1/2 q
a -t
c
Observação 3.1. Dada uma função f(t), definida para t ≥ 0 se quisermos des-
locar seu gráfico c unidades para a direita podemos fazê-lo considerando a
função (c > 0)
0 se t < c
g(t) := uc (t)f(t − c) =
f(t − c) se t > c .
6
f(t) uc (t)f(t−c)
Teorema 3.2 (Deslocamento no tempo). Seja f(t) uma função tal que exista
sua transformada de Laplace. Se F(s) = L f(t) então
L u(t − c)f(t − c) = e−cs F(s) .
Em particular
e−cs
L u(t − c) = .
s
Demonstração. De fato, temos
Z +∞ Z +∞
L u(t − c)f(t − c) = −st
e u(t − c)f(t − c) dt = e−st f(t − c)dt .
0 c
Portanto,
L u(t − c)f(t − c) = e−cs L f(t) .
Teorema 3.3 (Deslocamento no tempo - forma 2). Seja f(t) uma função tal
que exista sua transformada de Laplace. Então
L f(t)u(t − c) = e−cs L f(t + c) sempre que c > 0
1 − e−2s
F(s) = .
s2
1 e−2s
Podemos escrever F(s) = 2
− 2
. Seja f(t) = L−1 F(s) . Sabemos que
s s
1
L t = 2.
s
Logo,
e−2s
L u(t − 2) · (t − 2) = 2 .
s
Assim,
F(s) = L t − L u(t − 2) · (t − 2) .
Daí,
L f(t) = L t − u(t − 2) · (t − 2) .
Ou seja,
f(t) = t − u(t − 2) · (t − 2) para cada t ≥ 0 .
Figura 3.4:
2 r
b
1 -
1−u(t−c)
6
b -
c
Podemos escrever
g(t − 1) = 2t .
Daí,
1
f(t) = 2t − g(t − 1)u(t − 1) + g(t − 1)u(t − 1) .
2
Logo,
2 2 2 1 2 2
L f(t) = 2 − e−s ( 2 + ) + e−s ( 2 + ) .
s s s 2 s s
Ou seja,
2 e−s e−s
L f(t) = 2 − 2 − .
s s s
Dados a e b números reais, com a < b, consideremos a função
temos
0 se t < a
v(t) = 1 se a < t < b
0 se t > b
b b
a b
A função v(t) é muito útil quando desejarmos descrever por uma única
expressão funções definidas através de múltiplas fórmulas.
1
6
-
1
Daí,
f(t) = t − tu(t − 1) + u(t − 1) .
Assim,
L f(t) = L t − L tu(t − 1) + L u(t − 1) .
Assim,
1 e−s e−s e−s
L f(t) = 2 − 2 − + .
s s s s
MATEMÁTICA APLICADA II E.R.O.
Funções degrau: função de Heaviside 31
portanto,
(1 − e−s )
L f(t) = .
s2
(b) Aplicando a transformada de Laplace na equação resulta
L y 0 + 4L y = L f(t) .
Daí,
(1 − e−s )
sL y − y(0) + L y = .
s2
Ou seja,
(1 − e−s )
(s + 4)L y = .
s2
Portanto,
(1 − e−s )
L y = 2 .
s (s + 4)
Decompondo em frações parciais
1 A Bs + C
= + .
s2 (s+ 4) s+4 s2
Daí,
1
A = 16
1 = As2 + Bs(s + 4) + C(s + 4) =⇒ 1
B = − 16
C= 1.
4
Logo,
1/16 1/16 1/4
L y = (1 − e )
−s
− + 2 .
s+4 s s
Assim,
Ou ainda, −4t
e t 1
+ − se 0 ≤ t < 1
16 4 16
y(t) =
−4t
1
(1 − e4 ) e + se t > 1 .
16 4
Observe que
e−4 3
lim− y(t) = lim+ y(t) = + ,
t→1 t→1 16 16
e−4 1
lim− y 0 (t) = lim+ y 0 (t) = − +
t→1 t→1 4 4
mas,
lim y 00 (t) = e−4 6= e−4 − 1 = lim+ y 00 (t) .
t→1− t→1
Ou seja, as funções y(t) e y 0 (t) são contínuas para todo t ∈ [0, +∞[ porém
y 00 (t) possui uma descontinuidade de salto finito (portanto é contínua por
partes se a redefinirmos em t = 1 como um valor finito) em t = 1.
Para facilitar nosso trabalho vamos apresentar a seguir uma pequena ta-
bela contendo a transformada de Laplace das funções mas usuais.
f(t) F(s) = L f(t)
Z +∞
1 f(t) F(s) = e−st f(t) dt Aula 2
0
1
2 1 Aula 2
s
1
3 eat Aula 2
s−a
n!
4 tn , n ∈ N Aula 2
sn+1
Γ (p + 1)
5 tp , p > −1 Aula 2
sp+1
6 c1 f1 (t) + c2 f2 (t) c1 L f1 (t) + c2 L f2 (t) Aula 2
b
7 sen(bt) Aula 2
s2 + b2
s
8 cos(bt) Aula 2
s2 + b2
s
9 cosh(bt) Aula 2
s2 − b2
b
10 senh(bt) Aula 2
s2 − b2
b
11 eat sen(bt) Aula 2
(s − a)2 + b2
s−a
12 eat cos(bt) Aula 2
(s − a)2 + b2
b
13 eat senh(bt) Aula 2
(s − a)2 − b2
s−a
14 eat cosh(bt) Aula 2
(s − a)2 − b2
1
15 teat Aula 2
(s − a)2
f(t) F(s) = L f(t)
2as
16 t sen(at) Aula 2
(s2 + a2 )2
1 s
18 f(at), a > 0 F( ) Aula 2
a a
20 f 0 (t) sL f − f(0) Aula 2
21 f 00 (t) s2 L f − sf(0) − f 0 (0) Aula 2
Z +∞
f(t)
22 F(z) dz Aula 2
t
Z Ts
e−st f(t) dt
0
23 f(t) periódica de período T Aula 3
1 − e−sT
e−cs
24 u(t − c) (Heaviside) Aula 3
s
Zt
F(s)
26 f(x) dx Aula 2
0 s
Zt
27 f(x)g(t − x) dx (convolução) F(s)G(s) Aula 5
0
Funções periódicas
Diremos que uma função f(t), t ∈ R é periódica de período T > 0 se
Fazendo x = t − nT , teremos
Z (n+1)T ZT
e f(t) dt = e−s(x+nT ) f(x + nT ) dx
−st
nT 0
mas
f(x + nT ) = f(x) .
Assim,
ZT
X+∞
L f(t) = e−snT e−sx f(x) dx .
n=0 0
Portanto, !Z
X
+∞ T
L f(t) = (e−sT )n e−sx f(x) dx .
n=0 0
X
+∞
1
(e−sT )n = .
n=0
1 − e−sT
Portanto, ZT
e−st f(t)dt
L f(t) = 0
.
1 − e−sT
Provamos assim o seguinte
Teorema 3.7 (Transformada de função periódica). Seja f(t) uma função de-
finida para t ≥ 0 e periódica de período T > 0. Então
ZT
e−st f(t)dt
L f(t) = 0 .
1 − e−sT
com
f(t + 2) = f(t) para todo t ≥ 0 .
1 b b b
. . .
. . .
. . .
. . .
. . .
. . .
. . .
. . .
. . .
. b . b . -
1 2 3 4 5
Temos Z2 Z1
−st −st −e−st 1 1 − e−s
e f(t) dt = e dt = =
0 0 s 0 s
logo,
1 − e−s
L f(t) =
s(1 − e−2s )
Exemplo 3.9. Seja f(t) = t em 0 ≤ t < 1 e tal que f(t + 1) = f(t) para todo t ≥ 0.
6
1
daí, Z1
e−s 1 − e−s
e−st t dt = − + .
0 s s2
Portanto,
1 − e−s e−s
1
L f(t) = − .
1 − e−s s2 s
Exercícios
1. Seja f(t) definida por
sen(t) , 0≤t≤π
f(t) =
f(t + π) = f(t) , para todo t ≥ 0
Esboce o gráfico de f(t) e determine L f(t) .
9. Para cada uma das funções abaixo, esboce o gráfico e determine sua trans-
formada de Laplace.
t se t < 1
9.6. f(t) = 0 se 1 ≤ t < 4
t − 4 se 4 ≤ t
e
L y 00 = sL y 0 − y 0 (0) = s2 L y − sy(0) − y 0 (0) .
e
L y 00 = s2 L y − sy0 − v0 .
Etapa 2: Uso de frações parciais (ou outra técnica) para decompor a ex-
pressão obtida para L y(t) em (4.3) em expressões facilmente reconhecidas
numa tabela de transformadas e deste modo poder encontrar a solução y(t).
Como
L y 00 = s2 L y(t) − sy(0) − y 0 (0) ,
resulta que
L y 00 (t) = s2 L y(t) − s − 1 .
Daí,
s 1
L y(t) = + 2 .
s2 +2 s +2
Sabemos que
s a
L cos(at) = 2 2
e L sen(at) = 2 .
s +a s + a2
Logo,
√ 1 √
L y(t) = L cos( 2t) + √ sen( 2t) .
2
Portanto,
√ 1 √
y(t) = cos( 2t) + √ sen( 2t) .
2
Exemplo 4.3. Encontre a solução do seguinte problema de valor inicial, que cor-
responde a um oscilador harmônico simples não amortecido (veja a equação 1.3
na página 3). Sejam m > 0 e k > 0 determinar a função y(t) definida para t ≥ 0
e tal que verifique as seguintes condições
my 00 + ky = 0
(4.6)
y(0) = a y 0 (0) = b .
Como
L y 00 (t) = s2 L y(t) − sy(0) − y 0 (0) ,
resulta
L y 00 (t) = s2 L y(t) − as − b .
Daí,
as b
L y(t) = + 2 .
s2 + k/m s + k/m
Seja
k
ω2 = .
m
Sabemos que
p
s k/m
L cos(ωt) = 2
e que L sen(ωt) = 2 .
s + k/m s + k/m
Logo
b
L y(t) = aL cos(ωt) + p L sen(ωt) .
k/m
Portanto
b
y(t) = a cos(ωt) + sen(ωt) .
ω
Observe que se definirmos
√
a2 ω2 + b2
A := ,
ω
com
a aω
sen(δ) = =√
A a2 ω2 + b2
e
b/ω b
cos(δ) = =√ .
A a2 ω2 + b2
Observação 4.4. A expressão (4.8) é chamada uma harmônica de amplitude
A, freqüência ω (relativamente a intervalos de comprimento 2π) e fase δ. Seu
2π
gráfico é uma senóide de período T = . Observe que a amplitude no sistema
ω r
k
massa-mola considerado nesse exemplo, depende da freqüência ω = .
m
Vamos agora resolver um problema com amortecimento (veja a equação 1.2,
na página 2).
que satisfaz
y(0) = 1 e y 0 (0) = 0 .
Como
L y 0 (t) = sL y(t) − 1 ,
L y 00 (t) = s2 L y(t) − s
e
L 0 =0
Daí,
s+1
L y(t) = .
s2 +s+1
Como as raízes do denominador s2 + s + 1 têm parte imaginária não nula,
podemos escrever
s2 + s + 1 = (s + 1/2)2 + 3/4 .
Daí,
s+1 s+1 s + 1/2 1/2
= = + .
s2 +s+1 2
(s + 1/2) + 3/4 (s + 1/2) + 3/4 (s + 1/2)2 + 3/4
2
1
Ly 00 (t) + Ry 0 (t) + y(t) = 0
C
que satisfaz
y(0) = a e y 0 (0) = b .
1
(Ls2 + Rs + )L y = aLs + bL + aR .
C
Daí
aLs + bL + aR
L y = . (4.9)
Ls2 + Rs + C1
A decomposição em frações parciais de (4.9) depende do tipo de raízes da
equação s2 + Rs/L + 1/LC = 0 e isso depende do sinal do discriminante ∆ =
R2 /L2 − 4/LC.
Suponhamos inicialmente que R2 /L2 − 4/LC < 0. Nesse caso as raízes da
equação s2 + Rs/L + 1/LC = 0 possuem a forma
r
R 1 R2
s1,2 = − ±i − .
2L LC 4L2
Podemos escrever
R 1 R 2 1 R2
s2 + s+ = (s + ) + − .
L LC 2L LC 4L2
1 R2 4L − CR2
− = > 0.
LC 4L2 4L2 C
Assim
as + b + aR/L as + aR/2L + b + aR/2L
L y = = .
(s + R/2L)2 + ω2 (s + R/2L)2 + ω2
Ou ainda
s + R/2L b + aR/2L
L y =a + .
(s + R/2L)2 + ω2 (s + R/2L)2 + ω2
e
ω
L e−Rt/2L sen(ωt) = .
(s + R/2L)2 + ω2
Logo
(b + aR/2L) −Rt/2L
L y = aL e−Rt/2L cos(ωt) + L e sen(ωt) .
w
Portanto
(b + aR/2L)
y(t) = e−Rt/2L {a cos(ωt) + sen(ωt)} .
w
Observe que lim y(t) = 0 e que a velocidade e a forma com que isso acon-
t→+∞
tece depende da relação R/2L.
Suponhamos agora que R2 /L2 − 4/LC = 0. Nesse caso teremos
R 1 R 2
s2 + s+ = (s + ) .
L LC 2L
Daí
as + b + aR/L a b + aR/2L
L y = R 2
= R
+ R 2
.
(s + 2L ) s + 2L (s + 2L )
Consultando a tabela de Transformadas teremos
1
L e−Rt/2L = R
s + 2L
e
1
L te−Rt/2L = R 2
.
(s + 2L )
Portanto
−Rt/2L aR
y(t) = e a + (b + )t .
2L
Observe que lim y(t) = 0, mas nesse caso não existe possibilidade de que
t→+∞
esse comportamento apresente-se de modo oscilatório. r
R2 1
Finalmente suponhamos que R2 /L2 −4/LC > 0. Seja w := 2
− . Então
4L LC
R 1
as raízes de s2 + s+ = 0 são
L LC
r
R R2 1
s1,2 =− ± 2
− .
2L 4L LC
R R R
Como w > temos que s1 = − − w < 0 e s2 = − + w > 0. Podemos
2L 2L 2L
escrever
R 1
s2 + s+ = (s − s1 )(s − s2 ) .
L LC
Daí,
as + b + aR/L A B
L y = 2 R 1
= + ,
s + L s + LC s − s1 s − s2
onde A = a/2 − b/2w − aR/4Lw e B = a/2 + b/2w + aR/4Lw. Portanto,
Observe que, nesse caso, podemos ter |y(t)| → +∞ se t → +∞, bastando que
a b aR
+ + 6= 0 .
2 2w 4Lw
com
1 se 0 ≤ t < π/2
f(t) =
0 se π/2 ≤ t < +∞ .
f(t)
6
1
π/2
-
t
Podemos escrever
π
f(t) = 1 − u(t − ).
2
Aplicando a transformada de Laplace na equação resulta
L y 00 + L y = L f(t) .
Temos
L y 00 (t) = s2 L y(t) − 1
e
1 e−sπ/2
L f(t) = − .
s s
Logo
1 e−sπ/2
(s2 + 1)L y(t) − 1 = − .
s s
Assim,
1 e−sπ/2 1
L y(t) = 2
− 2
+ 2 .
s(s + 1) s(s + 1) s + 1
Usando frações parciais obtemos
1 1 s
= − 2 .
s(s2 + 1) s s +1
Assim,
1 s e−sπ/2 s e−sπ/2 1
L y(t) = − 2 − + 2 + 2 .
s s +1 s s +1 s +1
1 s 1
Como L 1 = , L cos(t) = 2 , L sen(t) = 2 , L u(t − π/2) =
s s +1 s +1
e−sπ/2
e
s
s e−sπ/2
L u(t − π/2) cos(t − π/2) = 2 ,
s +1
segue-se que
Ou ainda,
1 − cos(t) + sen(t) se 0 ≤ t < π
y(t) = 2 (4.10)
2 sen(t) − cos(t) π
se t ≥ .
2
π
cos(t) + sen(t) se 0 < t <
y 0 (t) = 2 (4.11)
sen(t) + 2 cos(t) se t > π
2
π
cos(t) − sen(t) se 0 < t <
00
y (t) = 2 (4.12)
−2 sen(t) + cos(t) se t > π
2
f(t)
6
1
- t
π 2π 3π 4π
L y 00 (t) + L y(t) = L f(t) .
Sabemos que
R2π
e−st f(t) dt
L f(t) = 0
.
1 − e−2πs
Daí, Z 2π Zπ π
−st −st e−st 1
e f(t) dt = e dt = − = (1 − e−πs ) .
0 0 s 0 s
Logo,
1 − e−πs 1
L f(t) = −2πs
= .
s(1 − e ) s(1 + e−πs )
Por outro lado,
L y 00 (t) = s2 L y(t) .
Assim,
1
(s2 + 1)L y(t) = .
s(1 + e−πs )
Daí,
1
L y(t) = .
s(s2 + 1)(1 + e−πs )
Como
1 1 s
= − 2 ,
s(s2 + 1) s s +1
obtemos
1 s
L y(t) = − 2 .
s(1 + e ) (s + 1)(1 + e−πs )
−πs
1 X
+∞ X
+∞
n −nπs
−πs
= (−1) e =1+ (−1)n e−nπs .
1+e n=0 n=1
Daí,
s s X −nπs +∞
ns e
= 2 + (−1) 2 .
(s2 + 1)(1 + e−πs ) s + 1 n=1 s +1
Agora,
s e−nπs
L u(t − nπ) cos(t − nπ) = 2 .
s +1
Logo,
s X
+∞
L −1
2 −πs
= cos(t) + (−1)n u(t − nπ) cos(t − nπ) .
(s + 1)(1 + e ) n=1
1
Aqui é importante observar que devemos ter |e−πs | = e−π<e(s) < 1 e que isso só ocorre se
<e(s) > 0.
De modo análogo,
1 X e−nπs
+∞
−1 1
L −1
= L + .
s(1 + e−πs ) s n=1 s
Daí
1 X
+∞
L−1 −πs
= 1 + (−1)n u(t − nπ) .
s(1 + e ) n=1
Assim,
X
+∞
L y(t) = L 1 + (−1)n u(t − nπ) − L cos(t) −
n=1
X
+∞
−L (−1)n u(t − nπ) cos(t − nπ) .
n=1
Ou seja,
X
+∞
y(t) = (1 − cos(t)) + (−1)n u(t − nπ)(1 − cos(t − nπ)) .
n=1
1 + (−1)n
y(t) = − (n + 1) cos(t) se nπ < t < (n + 1)π .
2
23 %
24 % M é a massa , k é a constante da mola que está
25 % ligada a M a constante b,é a constante de
26 %amortecimento.
27 %
28 %A matriz B tem a forma
29 %
30 % B=[0
31 % 1/M]
32 %
33 %
34 %A matriz C para essa simulação foi escolhida como
35 %
36 %C=eye(2) e a matriz D como D=zeros(2,1)
37 %
38 %
39 %Neste exemplo a variável do sistema é chamada Sistema1.
40 %Assim, caso deseje um exemplo simples, ou ainda
41 %visualizar as matrizes digite Sistema1 logo após ter
42 %rodado massa1.m.
43 %Para maiores informações abra o arquivo.
44
45
46 M=input(’Digite um valor positivo para a massa m= ’)
47 %escolha de M
48
49 k=input(’Digite um valor positivo para a
50 constante da mola k= ’)
51 %escolha da mola
52 b=input(’Digite um valor para a constante de
53 amortecimento b= ’)
54 tf=input(’Digite um valor para o tempo
55 de simulação tf= ’);
56 %Matriz A
57 A=[0 1 ; -k/M -b/M ];
58
59 B=[0 ; 1/M];
60
61 C=[1 0 ;0 1 ];
62
63 D=[0 ; 0];
64
65 estados={’posição da massa M’,’velocidade de M’};
66 %escolhas dos nomes das variáveis
67
68 force={’força’};%escolha de rótulos para a força externa
69
70 respostas={’posição de M’,’velo de M’};
71 %escolha de rótulos para as respostas
72
73 %Transforma o problema na forma de estados
74 Sistema1=ss(A,B,C,D,’statename’,estados,’inputname’,
75 force,’outputname’,respostas);
76
77 [U,t]=gensig(’square’,2*pi,tf,0.1); V=1-U; X0=[0,0];
78 [r,t]=lsim(Sistema1,V,t); plot(t,r(:,1)) figure(2),...
79
80 plot(t,r(:,2))
81 %Se você deseja resposta a degrau unitário
82 %basta entrar com
83 %step(Sistema1)
84 %
85 % Se for à delta de Dirac em t=0: impulse(Sistema1)
86 %
87 %Se desejar resposta a uma senóide
88 %[U,t]=gensig(’sin’,2,10,0.1) gera uma
89 %senóide de período 2
90 % atuando durante 10s com amostras de 0.1 segundo
91 % em seguida
92 %lsim(Sistema1,U,t) faz a simulação.
Exercícios
1. Sejam a e b constantes não nulas. Use a transformada de Laplace para
resolver os seguintes problemas de valor inicial
teremos
d (t)
6
1
2
-t
− 0
Z +∞
I= d (t)dt = 1
−∞
Pelo teorema do valor médio para integral (ver [Leithold, 1986, p.251-255]),
para cada , existe t ∈] − , [ tal que
Z
1 +
f(t) dt = f(t ) .
2 −
Assim, Z +∞
lim d (t)f(t)dt = lim f(t ) = f(0) .
→0 −∞ →0
(δ1) δ(t) = 0 se t 6= 0,
Z +∞
(δ2) δ(t)f(t)dt = f(0), para toda função contínua f(t), e em particular
−∞
Z +∞
(δ3) δ(t)dt = 1.
−∞
d
δ(t) = u(t) (u(t) é a função de Heaviside) .
dt
Finalmente na década de 1980, J.F. Colombeau cria uma nova teoria ma-
temática (Teoria das funções generalizadas de Colombeau), que inclui a te-
oria anterior de L. Schwartz, reinterpretando todo o Cálculo Diferencial e
Integral, na qual a δ de Dirac possui exatamente as propriedades δ1, δ2 e
δ3. Até o momento este é o estado mais avançado de recriação do Cálculo
Diferencial e Integral no qual objetos matemáticos, como a delta de Dirac e
outros, atingem a condição de serem considerados funções. Neste curso, con-
tinuaremos a tratar a delta de Dirac de modo ingênuo, como por exemplo
em [Boyce and DiPrima, 1998]. Uma vez que δ(t) corresponde a um impulso
unitário em t = 0, δ(t − t0 ) corresponderá a um impulso unitário no instante
t = t0 (t0 > 0). Assim podemos escrever
Teremos Z +∞ Z t0 +
1
L d (t − t0 ) = −st
d (t − t0 )e dt = e−st dt .
0 2 t0 −
Ou seja,
t +
1 −st 0 1
L d (t − t0 ) = − e = (es − e−s ) e−st0 .
2s t0 − 2s
Daí,
senh(s) −st
L d (t − t0 ) = e 0.
s
Usando a regra de L’Hôpital (ver [Leithold, 1986, pág .504]), encontramos
senh(s)
lim = 1.
→0 s
Daí,
L δ(t − t0 ) = e−st0 .
• lim fn (t) = 0 se t 6= 0;
n→+∞
Z +∞
• fn (t) dt = 1;
−∞
Agora,
L y 0 = sL y − y(0) = sL y ,
L y 00 = sL y 0 − y 0 (0) = s2 L y
e
L δ(t − π) = e−πs .
Daí,
(s2 + 2s + 2)L y = e−πs .
Ou seja,
e−πs e−πs
L y = = .
s2 + 2s + 2 (s + 1)2 + 1
Sabemos que
1
L sen(t) = .
s2 + 1
Daí
1
L e−t sen(t) = .
(s + 1)2 + 1
Agora,
L u(t − c)f(t − c) = e−cs L f(t) .
Daí,
e−πs
L u(t − π)e−(t−π) sen(t − π) = .
(s + 1)2 + 1
Portanto,
y(t) = u(t − π)e−(t−π) sen(t − π) ;
ou ainda
0 se 0 ≤ t < π
y(t) =
e−(t−π) sen(t − π) se t ≥ π .
Convolução
Se F(s) = L f(t) e G(s) = L g(t) então, em geral, não é verdade que
F(s)G(s) = L f(t)g(t) . Nossa questão agora será como determinar uma relação
entre as funções L−1 F(s)G(s) , f(t) e g(t).
Definição 5.3. Dadas as funções f(t) e g(t), contínuas por partes no intervalo
]0, +∞[, definimos a integral de convolução (ou simplesmente convolução)
de f por g como Zt
(f ∗ g)(t) = f(x)g(t − x) dx .
0
(f ∗ 1)(t) = sen(t) .
Teremos Zt Zt Zt
(f ∗ f)(t) = x(t − x) dx = t x dx − x2 dx .
0 0 0
Logo,
t3
(f ∗ f)(t) = .
6
Observe que
f ∗ f 6= f2 .
(comutatividade) f ∗ g = g ∗ f, isto é,
Zt
(f ∗ g)(t) = f(t − x)g(x) dx .
0
(distributividade) f ∗ (g + h) = (f ∗ g) + (f ∗ h).
(associatividade) f ∗ (g ∗ h) = (f ∗ g) ∗ h.
(zero) f ∗ 0 = 0.
Logo
Zt Z t−y Zt Z t−y
f(y) g(x)h(t − y − x) dx dy = f(y) g(t − y − z)h(z) dz dy .
0 0 0 0
Assim, Zt Z t−y
(f ∗ (g ∗ h))(t) = f(y) g(t − y − z)h(z) dz dy .
0 0
Mudando a ordem de integração segue-se que
Zt Z t−z
(f ∗ (g ∗ h))(t) = h(z) f(y)g(t − z − y) dy dz .
0 0
Ou seja,
Zt
(f ∗ (g ∗ h))(t) = h(z)(f ∗ g)(t − z)dz = (h ∗ (f ∗ g))(t) = ((f ∗ g) ∗ h)(t) .
0
Teremos
Zt Zt Zt
(f ∗ g)(t) = sen(x)(t − x)dx = t sen(x) dx − x sen(x) dx .
0 0 0
Daí,
(f ∗ g)(t) = −t cos(t) + t − [−t cos(t) + sen(t)] = t − sen(t) .
O Teorema da convolução
A demonstração do seguinte teorema pode ser encontrada em [Boyce and DiPrima, 1998
pág. 233]
Teorema 5.9. Se f(t) e g(t) são contínuas por partes e de ordem exponencial
em ]0, +∞[ e, se F(s) = L f(t) , e G(s) = L g(t) . Então
L (f ∗ g)(t) = F(s).G(s) .
Ou ainda,
L−1 F(s).G(s) = (f ∗ g)(t) .
a
Exemplo 5.10. Determine L−1 .
s2 (s2 2
+a )
Sabemos que
a 1
L sen(at) = e L t = 2.
s + a2
2 s
Pelo teorema da convolução, resulta
Zt
a at − sen(at)
L −1
2 2 2
= (t − x) sen(ax) dx = .
s (s + a ) 0 a2
Exemplo 5.11. Seja g(t) uma função contínua por partes. Achar a solução do
problema de valor inicial
y 00 (t) + 4y(t) = g(t)
y(0) = 3 y 0 (0) = −1 .
Temos
L y 0 = sL y − y(0) = sL y − 3 ,
L y 00 = sL y 0 − y 0 (0) = s2 L y − 3s + 1 .
Pondo G(s) = L g(t) , resulta
(s2 + 4)L y = 3s − 1 + G(s) .
Daí,
3s 1 G(s)
L y = − 2 + 2 .
s2 +4 s +4 s +4
Como
s
L−1 = cos(2t)
s2 + 4
e
1 sen(2t)
L−1 = ,
s2 + 4 2
segue-se que Zt
1 1
L −1
G(s) 2 = g(x) sen 2(t − x) dx .
s +4 2 0
Portanto,
Zt
1 1
y(t) = 3 cos(2t) − sen(2t) + g(x) sen 2(t − x) dx . (5.4)
2 2 0
1
f(t) = (g ∗ h)(t) = t sen(t) .
2
Assim,
L f(t) = L (g ∗ h)(t) = L g(t) .L h(t) .
s 1
Como L g(t) = 2 e L h(t) = 2 , resulta que
s +1 s +1
s
L f(t) = 2 .
(s + 1)2
Exemplo 5.13. Sejam f(t) e k(t) funções contínuas por partes dadas. Determi-
nar a função y(t) que satisfaz a equação integral
Zt
y(t) + k(t − ξ)y(ξ) dξ = f(t) . (5.5)
0
Daí,
F(s)
L y = .
1 + K(s)
Então
F(s)
y(t) = L−1 .
1 + K(s)
Exemplo 5.14. Resolver a equação integral
Zt
y(t) + 3 y(ξ) sen(t − ξ) dξ = 4t .
0
Daí,
3 4
K(s) = e F(s) = .
s2 + 1 s2
Logo, aplicando a transformada de Laplace, resulta
3 4
L y(t) + 2
L y(t) = 2.
s +1 s
Daí,
4 4
L y(t) = + 2 2 .
s2 + 4 s (s + 4)
Assim,
Zt Zt
y(t) = 2 sen(2t) + 2 x sen(2(t − x)) dx = 2 sen(2t) + 2 (t − x) sen(2x) dx .
0 0
Portanto,
3
y(t) = t + sen(2t) .
2
(δ ∗ f)(t0 ) = f(t0 )
Exercícios
1 se 0 < t < 2
1. Seja f(t) = e periódica de período 4. Encontre a solu-
−1 se 2 < t < 4
ção do seguinte problema
Zt
di
(t) + 4i(t) + 3 i(θ)dθ = f(t) t > 0
dt 0
i(0) = 1
2
d y dy
(t) + a2 y(t) = f(t) t > 0
dt2 (t) + 2a
dt
y(0) = 0 y 0 (0) = 0
s
sabendo que L f(t) = 2 .
s +9
4. Use convolução para expressar a solução dos seguintes problemas de valor
inicial
5.3. y 00 (t) + 4y(t) = u(t − π/2) + 3δ(t − 3π/2) − u(t − 2π), com y(0) = 0 e
y 0 (0) = 0.
5.4. yiv (t) − y(t) = δ(t − 1), com y(0) = y 0 (0) = y 00 (0) = 0 e y 000 (0) = 0.
X
10
6. Seja f(t) = (−1)k+1 δ(t − kπ/2). Encontre a solução do problema
k=1
2
d y
dt2 (t) + y(t) = f(t) t > 0
y(0) = 0 y 0 (0) = 0
u(x, 0) = f(x), 0 ≤ x ≤ l.
Q = {(x, t) / 0 ≤ x ≤ l, t ≥ 0} .
Princípio da superposição
O princípio de superposição é uma propriedade característica de proble-
mas lineares, essencialmente diz que qualquer combinação linear de soluções
ainda é uma solução. A seguinte extensão, para séries, pode ser encontrada
com mais detalhes em [Iório, 1991, pág. 9]. Suponha que (um )m=1,2,... seja uma
família de funções de classe C2 (Q), isto é, contínuas e com derivadas primeiras
e segundas contínuas, satisfazendo a equação do calor (6.1), isto é,
∂um ∂2 um
= α2 , ∀ m = 1, 2, . . .
∂t ∂x2
Se (αm )m=1,2,... for uma seqüência de números reais tal que a série
X
+∞
u(x, t) = am um (x, t)
m=1
∂u ∂2 u
(x, t) = α2 2 (x, t), 0 < x < l , t > 0.
∂t ∂x
Daí, separando (considerando intervalos nos quais as funções não são nulas)
resulta
T 0 (t) X 00 (x)
= . (6.3)
α2 T (t) X(x)
Observe que o primeiro membro de (6.3) só depende de t e o segundo mem-
bro só depende de x. Ora, sendo x e t variáveis independentes uma da outra,
segue-se que os dois membros só podem ser iguais se o forem a uma mesma
constante, digamos σ. Assim devemos ter
X 00 (x) T 0 (t)
= 2 = σ.
X(x) α T (t)
uσ (0, t) = uσ (l, t) = 0 .
X 00 (x) = 0
X(x) = c1 x + c2 .
Temos
L X 00 = s2 L X − X 0 (0) .
Substituindo resulta
(s2 + λ2 )L X = X 0 (0) .
Daí,
X 0 (0)
L X = 2 .
s + λ2
Ou seja,
X 0 (0)
X(x) = sen(λx)
λ
e, como queremos X(x) 6= 0, devemos ter
X 0 (0) 6= 0 .
sen(λl) = 0 ⇒ λl = nπ, n = 1, 2, . . . .
Ou seja,
nπ
λ= .
l
nπ
Assim, (6.7) tem solução X(x) 6≡ 0 se e somente se λ = , n = 1, 2, . . ., isto
l
é, se e somente se
n2 π2
σ=− , n = 1, 2, . . . . (6.8)
l2
Nesse caso, para cada n = 1, 2, . . . temos
nπx
Xn (x) = cn sen( ).
l
Vamos usar o valor de σ obtido acima e estudar a equação (6.5). Para cada
n = 1, 2, . . . teremos
α2 n2 π2
T 0 (t) + T (t) = 0 .
l2
Daí,
α2 n2 π2
L T 0 (t) + 2
L T (t) = 0 .
l
Logo,
α2 n2 π2
sL T (t) − T (0) + 2
L T (t) = 0 .
l
Daí,
α 2 n 2 π2
(s + )L T (t) = T (0) .
l2
Portanto,
T (0)
L T (t) = α2 n2 π2
.
(s + l2
)
u(0, t) = u(l, t) = 0 .
σ = λ2 , com λ > 0 .
X(x) ≡ 0
Exercícios
1. Enunciar o problema de valor de contorno que determina a temperatura
em uma barra de cobre (α2 = 1, 71cm2 /s), com 1 metro de comprimento, se
toda a barra estiver inicialmente a 10o C e uma das extremidades é então
aquecida a 30o C e mantida nesta temperatura, enquanto a outra extremi-
dade fica a 10o C .
4. Considere a equação
auxx − but + cu = 0 (6.10)
4.1. Seja u(x, t) = eδt w(x, t), com δ constante. Substitua u(x, t) na equação
(6.10) e encontre a equação diferencial parcial correspondente para
w(x, t).
4.2. Seja b 6= 0, mostre que δ pode ser escolhido de modo que a equa-
ção diferencial parcial encontrada na parte (a) não tenha termo em
w. Conclua então que por uma mudança de variável dependente é
possível reescrever a equação (6.10) na forma da equação do calor.
e à equação T 0 (t) − α2 σT (t) = 0. Qualquer valor para σ tal que (7.1) tenha
solução X(x) não identicamente nula, é chamado um autovalor para (7.1)
e as soluções correspondentes são chamadas autofunções. Vimos que
os autovalores de (7.1) são da forma
n2 π2
σn = − , n = 1, 2, 3, . . .
l2
nπx
Xn (x) = sen , n = 1, 2, 3, . . . .
l
n2 π2 α2 0
Vimos também que a equação T (t) + T (t) = 0 tem por solução
l2
n2 π2 α2
Tn (t) = bn e− l2
t
.
n2 π2 α2 nπx
un (x, t) = bn e− l2
t
sen , n = 1, 2, 3, . . . .
l
Exercícios 80
a0 X
+∞
nπx
f(x) = + an cos , 0 ≤ x ≤ l.
2 n=1
l
(i) Dada uma função f : [0, l] → R quando é possível expressar f como série de
Fourier ?
Séries de Fourier
Lembremos que uma função f : R → C é periódica com período T > 0 se
Exemplo 7.1. As funções sen(t) e cos(t) são periódicas com período funda-
mental T = 2π.
Mas, 0 < T < 2π e daí devemos ter 0 < mT < 2π. Ou seja, 0 < k2π < 2π. Isso é
impossível. De modo semelhante tratamos a função sen(mt).
Exemplo 7.3. Se a > 0 então cos(at) e sen(at) são periódicas e possuem pe-
2π
ríodo fundamental T = . Em particular, as funções cos(2πt) e sen(2πt)
a
têm período fundamental T = 1.
(iii) se λ ∈ C, então
< λf, g > = λ < f, g > ;
Para maiores detalhes sobre espaços com produto interno e todas as pro-
priedades inerentes a esses objetos matemáticos consulte a referência [Callioli et al., 1995,
cap. 6]. Graças às propriedades acima, podemos definir os seguintes concei-
tos geométricos:
(a) Norma (ou comprimento) de um vetor (no caso em que estamos interes-
sados os vetores são funções)
√
kfk = < f, f > .
f ⊥ g ⇐⇒< f, g > = 0 .
2l
Essas funções têm período fundamental T = . Portanto, todas têm
m
período 2l.
Zl
mπt
(ii) sen( ) dt = 0 para cada m = 1, 2, 3, . . .
−l l
Zl 0 se m 6= n
mπt nπt
(iii) < ϕm , ϕn > = cos( ) cos( ) dt =
−l l l l se m = n
Zl
mπt nπt
(iv) < ϕm , ψn > = cos() sen( ) dt = 0 para cada m, n.
−l l l
Zl 0 se m 6= n
mπt nπt
(v) < ψm , ψn > = sen( ) sen( ) dt =
−l l l l se m = n
Demonstração. (i) e (ii) são imediatas. Para verificar as outras relações, deve-
mos recordar as identidades trigonométricas
e
sen(a ± b) = sen(a) cos(b) ± sen(b) cos(a)
mπt nπt
daí, fazendo a = eb= resulta
l l
a + b = (m + n)πt
l
a−b= (m − n)πt
l
assim,
mπt nπt 1 (m + n)πt (m − n)πt
cos( ) cos( )= cos( ) + cos( )
l l 2 l l
e
mπt nπt 1 (m − n)πt (m + n)πt
sen( ) sen( )= cos( ) − cos( )
l l 2 l l
e
mπt nπt 1 (m + n)πt (m − n)πt
cos( ) sen( )= sen( ) − sen( )
l l 2 l l
usando essas identidades segue facilmente os itens (iii),(iv) e (v).
Observação 7.5. O Teorema 7.4 nos diz que o conjunto de funções contínuas
B definido por
mπt mπt
B := { 1, cos( ), sen( ) / m = 1, 2, 3, . . . }
l l
é um conjunto ortogonal e, conseqüentemente, forma um conjunto infinito
linearmente independente de funções contínuas.
As fórmulas de Euler-Fourier
a0 X
+∞
kπt kπt
f(t) = + ak cos( ) + bk sen( ) . (7.5)
2 k=1
l l
Isto é, que f seja igual a sua série de Fourier. Conhecida f como determinar os
coeficientes ak e bk ? Usaremos as relações de ortogonalidade para responder
essa questão. Para cada n = 0, 1, 2, 3, . . . , consideramos o produto interno de
ϕn com a série (7.5)
a0 X
+∞
< f, ϕn > =< , ϕn > + [ak < ϕk , ϕn > + bk < ψk , ϕn > ] .
2 k=1
Ou seja,
Zl
1 nπt
an = f(t) cos( ) dt .
l −l l
Em particular,
Zl
1
a0 = f(t) dt .
l −l
Agora, para cada n = 1, 2, 3, . . . , consideremos o produto interno de ψn com a
série (7.5)
a0 X
+∞
< f, ψn > =< , ψn > + [ak < ϕk , ψn > + bk < ψk , ψn > ] .
2 k=1
Ou seja,
Zl
1 nπt
bn = f(t) sen( ) dt .
l −l l
mπt mπt
Observação 7.6. Como as funções ϕm (t) = cos( ) e ψm (t) = sen( ) são
l l
periódicas de período 2l, segue-se que as relações de ortogonalidade são as
mesmas se em lugar de integrarmos em [−l, l] usássemos qualquer intervalo
de comprimento 2l.
Definição 7.7. Seja l > 0 e seja f : [−l, l] → C uma função integrável e tal que
a função |f| também seja integrável. Definimos a Série de Fourier de f como a
série
a0 X
+∞
nπt nπt
Sf (t) = + an cos + bn sen
2 n=1
l l
com os coeficientes a0 , an e bn sendo calculados por
Zl
1
a0 = f(t) dt ,
l −l
Zl
1 nπt
an = f(t) cos( ) dt
l −l l
e Zl
1 nπt
bn = f(t) sen( ) dt .
l −l l
Observação 7.8. Não se exige, na definição acima, que a função f esteja defi-
nida em toda a reta.
Definição 7.9. Seja l > 0 e seja f : [−l, l] → C uma função integrável e tal que a
função |f| também seja integrável. Para cada n ∈ N, definimos a n-ésima soma
parcial de Fourier de f por
a0 X
n
kπt kπt
Sn (t) = + ak cos + bk sen .
2 k=1
l l
e Z2 Z2 2
sen(nπt)
an = f(t) cos(nπt) dt = cos(nπt) dt = ,
0 1 nπ 1
−3 −2 −1 0 1 2 3 4 5
-
1
an = {sen(2nπ) − sen(nπ)} = 0 .
nπ
Assim,
a0 = 1 e an = 0 para todo n = 1, 2, . . . .
Daí,
1 1
bn = {cos(nπ) − cos(2nπ)} = [(−1)n − 1] .
nπ nπ
Logo,
Figura 7.2: Soma parcial para n = 1 Figura 7.3: Soma parcial para n = 5
0 se n é par
bn =
− 2 se n é ímpar.
nπ
Podemos então escrever
2
b2n = 0 e b2n−1 = − , n = 1, 2, 3, . . . .
(2n − 1)π
1 X
+∞
2
Sf (t) = − sen[(2n − 1)πt] .
2 n=1 (2n − 1)π
Exercícios
−t , −2 ≤ t < 0
1. Seja f(t) = e f(t + 4) = f(t) para todo t ∈ R. Esboce o
t, 0≤t<2
gráfico de f e determine os coeficientes de sua série de Fourier.
0 , −3 ≤ t < −1
2. Seja f(t) = 1 , −1 ≤ t < 1 e f(t + 6) = f(t) para todo t ∈ R. Esboce o
0, 1≤t<3
gráfico de f e determine os coeficientes de sua série de Fourier.
t + 1 , −1 ≤ t < 0
3. Seja f(t) = e f(t + 2) = f(t) para todo t ∈ R. Esboce o
t, 0≤t<1
gráfico de f e determine os coeficientes de sua série de Fourier.
4. Seja f(t) = −t, −π ≤ t < π com f(t + 2π) = f(t) para todo t ∈ R. Esboce o
gráfico de f e determine os coeficientes de sua série de Fourier.
5.2. Mostre que qualquer que seja a, não necessariamente em [0, T ], ainda
vale ZT Z a+T
g(t) dt = g(t) dt
0 a
O Teorema de Dirichlet
Dada uma função f definida no intervalo [−l, l], consideramos sua série de
Fourier
a0 X
+∞
nπt nπt
Sf (t) = + an cos( ) + bn sen( ) (8.1)
2 n=1
l l
cujos coeficientes são dados por
Z
1 l nπt
an = f(t) cos( ) dt , n = 0, 1, 2, . . . ,
l −l l
Z
1 l nπt
bn = f(t) sen( ) dt , n = 1, 2, . . . .
l −l l
nπt nπt
Como as funções cos( ) e sen( ) são periódicas de período 2l se, (8.1)
l l
representar uma função em R, então essa função é periódica de período 2l. A
questão que se põe é a seguinte: quando é que (8.1) converge para f? Uma
resposta para essa questão é dada pelo seguinte
Demonstração. Para uma demonstração desse teorema veja [Iório, 1991, pág.
135].
f(t)
6
-
−π 0 π t
−1
a0 X
+∞
Sf (t) = + (an cos(nt) + bn sen(nt))
2 n=1
Zπ Z0 Zπ
1 1
a0 = f(t) dt = − dt + dt = 0
π −π π −π 0
e Zπ Z 0 Zπ
1 1
an = f(t) cos(nt) dt = cos(nt) dt + cos(nt) dt = 0 .
π −π π −π 0
Também,
Zπ Z 0 Zπ
1 1
bn = f(t) sen(nt) dt = sen(nt) dt + sen(nt) dt .
π −π π −π 0
Daí, Zπ π
2 2 − cos(nt)
bn = sen(nt) dt = .
π 0 π n
0
Portanto,
2 0 se n é par
bn = (1 − (−1)n ) =
nπ 4 se n é ímpar.
nπ
Assim obtemos
4 1 1
Sf (t) = sen(t) + sen(3t) + sen(5t) + · · · .
π 3 5
Pelo teorema de Dirichlet resulta
Se t = ±π, ou t = 0, teremos
Diremos que uma função f, definida em um intervalo da forma ]−a, a[, é ímpar,
se
f(t) = −f(−t) para todo t ∈] − a, a[ .
Exemplo 8.4. As funções f(t) = cos(nt) e g(t) = tk , com k inteiro par, são
exemplos de funções pares. As funções f(t) = sen(nt) e g(t) = tk , com k inteiro
ímpar são exemplos de funções ímpares.
Veremos agora algumas propriedades das funções pares e das funções ím-
pares.
(a) Se f for uma função par e se g for uma função ímpar, então o produto
h(t) = f(t).g(t)
h(t) = f(t).g(t)
h(t) = f(t).g(t)
f(t) + f(−t)
P(t) := é uma função par
2
e
f(t) − f(−t)
I(t) := é uma função ímpar .
2
(d) Qualquer função f(t) pode ser escrita como soma de uma função par com
uma função ímpar.
Demonstração. (a) Suponhamos que f(t) seja uma função par e que g(t) seja
uma função ímpar. Considerando o produto h(t) = f(t).g(t), então
Exemplo 8.6. Escreva f(t) = et como soma de uma função par com uma função
ímpar.
Teremos
et + e−t
P(t) = = cosh(t)
2
e
et − e−t
I(t) = = senh(t) .
2
Portanto,
et = cosh(t) + senh(t) .
Teorema 8.7. Se f(t) for uma função par e periódica de período 2l, então os
coeficientes da série de Fourier de f serão dados por
Z
2 l nπt
an = f(t) cos( ) dt , n = 0, 1, 2, 3, . . .
l 0 l
e
bn = 0 , n = 1, 2, 3, . . . .
Teorema 8.8. Se f(t) for uma função ímpar e periódica de período 2l, então os
coeficientes da série de Fourier de f serão dados por
an = 0 , n = 0, 1, 2, 3, . . .
e Zl
2 nπt
bn = f(t) sen( ) dt , n = 1, 2, 3, . . . .
l 0 l
Exemplo 8.9. Seja f(t) = t definida no intervalo −π < t < π. Determine a série
de Fourier de f.
Observamos que a função dada é uma função ímpar. Assim, seus coeficientes
de Fourier são calculados de acordo com a proposição (8.8), isto é,
an = 0 , n = 0, 1, 2, . . .
e Zπ
2
bn = t sen(nt) dt , n = 1, 2, 3, . . . .
π 0
Daí, π
2 −π cos(nπ) 1 2(−1)n 2
bn = + 2 sen(nt) = − = (−1)n+1
π n n 0 n n
para cada n = 1, 2, 3, . . . . Logo,
X
+∞
2
Sf (t) = (−1)n+1 sen(nt) .
n=1
n
Ou seja,
sen(2t) sen(3t) sen(4t)
Sf (t) = 2 sen(t) − + − + ··· .
2 3 4
Pelo teorema de Dirichlet, teremos Sf (t) = f(t), para cada −π < t < π. Em
particular, para t = π/2 teremos
π 1 1 1 1
= 2 1 − + − + − ··· .
2 3 5 7 9
Daí,
π 1 1 1 1 1
=1− + − + − + ··· .
4 3 5 7 9 11
Exercícios
1. Em cada um dos itens abaixo é dada uma função f(t) periódica de período
2l. Faça um esboço do gráfico da função dada e encontre sua série de
Fourier.
2. Nos itens abaixo, determine se a função dada é par, ímpar ou nem uma
coisa nem outra.
4. Seja f(t) = 4−t2 , com 0 < t < 1. Esboce os gráficos das extensões periódicas
par e ímpar de f(t) de período 2.
8. Prove que a derivada de uma função par é uma função ímpar e que a de-
rivada de uma função ímpar é par. Vale o mesmo resultado para integrais
indefinidas?
fp (t)
-
−l 0 l t
fi (t)
-
−l 0 l t
Exemplo 9.1. Seja f(t) = t, definida no intervalo 0 ≤ t < π. Obtenha uma série
em cossenos que represente f nesse intervalo.
Consideremos a função
t se 0 ≤ t < π
fp (t) =
−t se −π ≤ t < 0
com fp (t + 2π) = fp (t). Assim, fp é uma função par e periódica, com período 2π.
Temos
bn = 0 , n = 1, 2, 3, . . .
Zπ
2 2 π2
a0 = t dt = =π
π 0 π 2
e, para cada n = 1, 2, 3, . . .
Z Z
2 π 2 π
an = t cos(nt) dt = − sen(nt) dt .
π 0 πn 0
Daí,
2 2
0 se n é par
an = {cos(nπ) − 1} = ((−1)n
− 1) = 4 . Pode-
n2 π n2 π − se n é ímpar
n2 π
mos então escrever
4
a0 = π , a2n = 0 e a2n−1 = − , n = 1, 2, 3, . . . .
(2n − 1)2 π
π 4 X cos(nt)
+∞
f(t) = − , 0 ≤ t < π.
2 π n=1 (2n − 1)2
Em particular, para t = 0,
π2 1 1 1
= 1 + 2 + 2 + 2 + ··· .
8 3 5 7
(a) Em primeiro lugar, para que possamos ter uma série em cossenos repre-
sentando uma dada função, devemos estender essa função a reta toda como
uma função par e periódica. Estendemos f como uma função par e periódica
de período 2 (ver figura 9.6).
Consideremos a extensão par, definida por
f(t) se 0 ≤ t < 1
fp (t) = , fp (t + 2) = fp (t) para todo t ∈ R .
f(−t) se −1 < t < 0
1
2 cos(nπ) cos(nπ) sen(nπt)
an = + − .
nπ nπ nπ n2 π2 −1
Assim,
4(−1)n
an = , n = 1, 2, 3, . . . .
n2 π2
Por outro lado, sendo fp uma função par, resulta
bn = 0 n = 1, 2, 3, . . . .
1 X
+∞
(−1)n
fp (t) = + 4 2 π2
cos(nπt) , para cada − 1 < t < 1 .
3 n=1
n
Daí,
Figura 9.7: Soma parcial para n = 5 Figura 9.8: Soma parcial para n = 30
1 X
+∞
(−1)n
2
t = +4 cos(nπt) , para cada 0 ≤ t < 1 .
3 n=1
n2 π2
(b) Estendemos f a reta toda como uma função ímpar e periódica de período
2 ( ver figura 9.9).
Consideremos
t2 se 0 ≤ t < 1
fi (t) =
−t2 se −1 ≤ t < 0 .
a0 = 0 e an = 0 , n = 1, 2, 3, . . . ,
pois fi é ímpar.
Z1 Z1
bn = fi (t) sen(nπt) dt = 2 t2 sen(nπt) dt .
−1 | {z } 0
é par !
Daí, Z
(−1)n 2 1
bn = 2 − + t cos(nπt)dt .
nπ nπ 0
Uma nova integração por partes nos dá
1 Z
2(−1)n+1 4 t sen(nπt) 1 1
bn =
nπ
+
nπ nπ − nπ sen(nπt)dt =
0 0
.
1
2(−1)n+1
4 cos(nπt)
= +
nπ nπ n2 π2 0
Logo
2(−1)n+1 (−1)n
4 1 2 2
bn = + − = (−1)n+1
+ 2 2 {(−1) − 1} .
n
nπ nπ n2 π2 n2 π2 nπ n π
Daí,
X
+∞
2
2
fi (t) = (−1)n+1
+ 2 2 {(−1) − 1} sen(nπt) .
n
n=1
nπ n π
Então
eiθ + e−iθ eiθ − e−iθ
cos(θ) = e sen(θ) = .
2 2i
Assim,
nπt nπt nπt nπt
i −i i −i
nπt nπt e l + e l e l − e l
an cos( ) + bn sen( ) = an + bn .
l l 2 2i
Ou seja,
nπt nπt
nπt nπt an bn i an bn −i
an cos( ) + bn sen( )= + e l + − e l .
l l 2 2i 2 2i
a0 X
+∞
nπt nπt
S(t) = + an cos( ) + bn sen( ) ,
2 n=1
l l
e Zl
1 nπt
bn = f(t) sen( )dt = −b−n , n ∈ Z .
l −l l
Daí,
−ibn = ib−n , n ∈ Z .
Observe que
Zl
1
c0 = f(t) dt .
2l −l
e estendida a reta toda como uma função periódica de período 2π; ou seja,
Temos l = π e Zπ
1 eπ − e−π
c0 = et dt = .
2π −π 2π
Temos l = 2 e Z2
1 1
c0 = f(t) dt = .
4 −2 2
Para cada n ∈ Z\{0}, teremos
Z Z1 "
− inπt
1 #
1 2 inπt 1 inπt 1 2e 2
cn = f(t)e− 2 dt = e− 2 dt = − =
4 −2 4 −1 4 inπ −1
2 −inπ/2
1 inπ/2
= − e −e .
4 inπ
Definindo a função
sen(πt)
se t 6= 0
πt
sinc(t) :=
1 se t = 0 ,
podemos escrever,
n sen( nπ
2
)
sinc( ) = nπ = 2cn .
2 2
Essa expressão valendo inclusive para o caso n = 0. Portanto,
1 n
cn = sinc( ) .
2 2
Daí,
X
+∞
1 n inπt
Sf (t) = sinc( )e 2 .
n=−∞
2 2
Exercícios
0, 0<t<1
1. Seja f(t) = . Obtenha
1, 1<t<2
2. Seja f(t) = cos(t), para 0 ≤ t < π. Obtenha uma série em senos para f.
3. Seja f(t) = sen(t), para 0 ≤ t < π. Obtenha uma série em cossenos para f.
0, 0<t<1
4. Seja f(t) = e periódica de período T = 2. Obtenha a série
1, 1<t<2
de Fourier na forma complexa.
Desigualdade de Bessel
Dada uma função f : R → C periódica de período 2l, vimos que sua série de
Fourier é escrita na forma
X
+∞
inπt
Sf (t) = cn e l
n=−∞
X
N
inπt
SN (t) := cn e l . (10.2)
n=−N
É claro que
Sf (t) = lim SN (t) .
N→+∞
definida por
Zl
1 −inπt
f̂(n) := f(t)e l dt = cn .
2l −l
X
N
inπt
SN (t) = f̂(n)e l .
n=−N
Teorema 10.1. Seja f(t) uma função contínua por partes e periódica de pe-
ríodo 2l. Seja SN (t) a N-ésima soma parcial de sua série de Fourier na forma
complexa. Se (rn )n∈Z for uma seqüência limitada de números complexos e, se
definirmos, para cada N ∈ N, o polinômio trigonométrico
X
N
inπt
RN (t) := rn e l
n=−N
Ou ainda,
kf − SN k ≤ kf − RN k , para cada N ∈ N .
Demonstração. Seja
inπt
X
N
g(t) := f(t) − f̂(n)e l = f(t) − SN (t) .
n=−N
Em particular, se
X
N
inπt
h(t) := (f̂(n) − rn )e l ,
n=−N
teremos Zl
g(t)h(t)dt = 0 .
−l
Ou seja, como
g(t) + h(t) = f(t) − RN (t)
obtemos
kf − SN k2 ≤ kf − RN k2 .
Teorema 10.2 (Desigualdade de Bessel). Seja f(t) uma função contínua por
inπt
X
+∞
partes e periódica de período 2l e seja Sf (t) = f̂(n)e l sua série de Fourier.
n=−∞
Então Zl
X
+∞
1
|f̂(n)| ≤ 2
|f(t)|2 dt .
n=−∞
2l −l
Em particular, teremos
lim f̂(n) = 0 .
|n|→+∞
Proposição 10.3. Se f(t) for uma função contínua por partes e periódica de
período 2l e se
a0 X
+∞
nπt nπt
Sf (t) = + an cos( ) + bn sen( )
2 n=1
l l
Zl
a2 X 2
+∞
1
(ii) 0 + (an + b2n ) ≤ |f(t)|2 dt.
2 n=1
l −l
X
N
inπt
Prova do Teorema e da Proposição. Seja SN (t) = f̂(n)e l a N-ésima soma
n=−N
parcial da série de Fourier de f. Então
X
N
−inπt
SN (t) = f̂(n)e l .
n=−N
Ora,
Agora,
Zl
< f, SN >= f(t)SN (t)dt =
−l
X
N Zl
−inπt
= f̂(n) f(t)e l dt =
n=−N −l
X
N X
N
= f̂(n)f̂(n) = 2l |f̂(n)|2 .
n=−N n=−N
Como
X
N
< SN , f >= < f, SN > = 2l |f̂(n)|2
n=−N
e
Zl X
N
< SN , SN >= SN (t)SN (t)dt = 2l |f̂(n)|2 ,
−l n=−N
X
N
2
0 ≤ kfk − 2l |f̂(n)|2 .
n=−N
Ou seja,
X
N Zl
1
|f̂(n)| ≤2
|f(t)|2 dt .
n=−N
2l −l
Em particular, teremos
X
∞ X
∞ X
+∞
(i) As séries a2n e b2n são convergentes, assim como a série |f̂(n)|2 .
n=1 n=1 n=−∞
(ii) lim an = lim bn = 0, e
n→+∞ n→+∞
(iii) lim |f̂(n)| = lim f̂(n) = 0. Em outros termos
|n|→∞ |n|→∞
Zl
inπt
lim f(t)e− l dt = 0 .
|n|→∞ −l
Quando uma função f(t) tiver derivada, existirá uma relação muito impor-
tante entre os coeficientes de Fourier de f e os coeficientes de Fourier de f 0 .
Demonstração. Temos Zl
1 inπt
fˆ0 (n) = f 0 (t)e− l dt
2l −l
f1 , f2 , f3 , . . . , fn , . . . .
fn (t) := tn
0 , se 0 ≤ t < 1
converge pontualmente para a função f(t) =
1 , se t = 1 .
fn (t) := tn (1 − tn )
converge pontualmente para a função f(t) ≡ 0 em [0, 1]. Observamos que para
cada n ∈ N fixado,
p
fn ( n 1/2) = 1/4 .
Exemplo 10.8. Vimos no Exemplo 8.2 (ver pág. 89), que a seqüência de fun-
ções contínuas Sn : [−π, π] → R, definida por
4X
n
1
Sn (t) := sen((2k − 1)t)
π k=1 (2k − 1)
X
n
s1 := f1 , s2 := f1 + f2 , s3 := f1 + f2 + f3 , . . . , sn := fk , . . . .
k=1
É claro que se uma seqüência (sn )n∈N converge uniformemente a s, ela também
converge pontualmente para s em I. Um importante critério para decidir sobre
a convergência uniforme de funções é o Critério de Cauchy.
Teorema 10.9 (Critério de Cauchy). Uma seqüência (sn )n∈N de funções com-
plexas definidas num intervalo I converge uniformemente em I, se e somente se,
para cada > 0 dado, existir um índice n0 ∈ N, a partir do qual temos
Teorema 10.10. Considere dadas (fn )n∈Z uma seqüência de funções complexas
e (an )n∈Z uma seqüência de números reais positivos tais que
a0 X
+∞
nπt nπt
Sf (t) = + an cos( ) + bn sen( )
2 n=1
l l
Isto é, mesmo que a série de Fourier não seja convergente para f, podemos
integrar termo a termo a série e o resultado é a integral de f.
Proposição 10.14. Seja f(t) uma função contínua por partes e periódica de
período 2l. Suponha que f 0 (t) seja contínua por partes. Então a série de Fourier
de f(t) converge uniformemente para f em cada intervalo fechado no qual f
seja contínua. Em particular, se f(t) for contínua, a convergência é uniforme em
toda a reta.
a0 X
+∞
nπt nπt
Sf (t) = + an cos( ) + bn sen( )
2 n=1
l l
seja a série de Fourier de uma função f. Se soubermos que f 0 (t), Sf 0 , existe e que
é contínua por partes, então a série de Fourier para f 0 é obtida derivando-se a
série Sf (t) termo a termo.
X
+∞
nπbn nπt nπan nπt
Sf 0 (t) = cos( )− sen( ) .
n=1
l l l l
a0 X
+∞
nπt nπt
S(t) = + an cos( ) + bn sen( ) .
2 n=1
l l
então S(t) é uma função contínua, periódica de período 2l, com (k − 2) derivadas
contínuas, que podem ser obtidas derivando-se a série termo a termo.
Identidade de Parseval
Suponhamos agora que f : R → C seja uma função contínua periódica de
período 2l e com f 0 contínua por partes. O Teorema de Fourier nos diz então
que nesse caso
X
+∞
inπt
f(t) = f̂(n)e l (10.8)
n=−∞
como
X inπt
f(t) = f̂(n)e− l .
X
+∞
Ou seja, a série f̂(n) é convergente. Por enquanto, isto é, com as hipóteses
n=−∞
X
+∞
que temos, nada podemos afirmar sobre a convergência da série |f̂(n)|.
n=−∞
Observação 10.17. A identidade de Parseval (ou a desigualdade de Bessel) tam-
bém é útil para verificarmos se uma dada série trigonométrica é a série de
Fourier de alguma função contínua definida num intervalo ] − l, l[.
na qual os coeficientes cn devem ser dados de tal modo que a terceira condição
em (11.1) seja verdadeira. Isto é, devemos ter
X
+∞
nπx
f(x) = u(x, 0) = cn sen( ).
n=1
l
Resolução do problema do calor 119
satisfaz todas as condições em (11.1), mas não pode ser uma “solução” aceitá-
vel, pois, nesse exemplo, estamos com a situação de termos uma barra isolada
termicamente, sem fontes internas de calor e inicialmente sua temperatura é
constante e igual a zero. Logo, o modelo nos diz que devemos esperar que, em
qualquer outro instante, t > 0, a temperatura permaneça constante e igual a
zero. Por isso devemos ter um certo cuidado em selecionar o tipo de solução
matemática que estamos buscando; evitamos frases do tipo “a teoria diz uma
coisa e a prática outra”, simplesmente compreendendo os limites que a pró-
pria teoria impõe à interpretação dos resultados. Recordemos duas notações
já utilizadas:
Q := { (x, t) ∈ R2 / 0 < x < l e t > 0 } ,
Q := { (x, t) ∈ R2 / 0 ≤ x ≤ l e t ≥ 0 } .
u : Q −→ R
Observação 11.2. Observe que não exigimos continuidade das derivadas par-
ciais, mas isso não é importante, pois existe um teorema que mostra que
qualquer função contínua que satisfaça a equação do calor (11.1) possui de-
rivadas contínuas de todas as ordens. Com essa definição excluímos, pelo
menos, (11.3) de ser considerada solução de (11.1).
Definição 11.3. Diremos que uma função f : [0, l] −→ C tem quadrado integrá-
vel se Zl
|f(x)|2 dx < +∞ .
0
Temos que
u (x, t) = 0, 86uxx (x, t)
t
t>0, 0<x<1
u(0, t) = u(1, t) = 0 , t>0
u(x, 0) = 10 , 0 ≤ x ≤ 1.
Observe que f(x) ≡ 10 não satisfaz f(0) = f(1) = 0, mas mesmo assim podemos
achar uma solução, u(x, t), pelo método de separação de variáveis, na forma
X
+∞
2 π2 t
u(x, t) = cn e−0,86n sen(nπx)
n=1
com
40
Z1
, se n é ímpar
nπ
cn = 20 sen(nπx)dx =
0
0, se n é par.
Daí,
40 X
+∞
1 2 2
u(x, t) = e−0,86(2n−1) π t sen((2n − 1)πx) .
π n=1 2n − 1
Daí,
X 00 (x) T 0 (t)
= 2 = σ = cte .
X(x) α T (t)
Assim
X 00 (x) − σX(x) = 0
T 0 (t) − σT (t) = 0 .
Usando as condições de contorno, teremos
e
ux (l, t) = X 0 (l)T (t) = 0 =⇒ X 0 (l) = 0 .
n2 π2 α2 t nπx
un (x, t) = cn e− l2 cos( ).
l
O princípio da superposição nos diz que devemos tentar como solução a ex-
pressão
X
+∞
n2 π2 α2 t nπx
u(x, t) = cn e− l2 cos( ). (11.7)
n=0
l
Como, para satisfazer a condição inicial, devemos ter
X
+∞
nπx
f(x) = u(x, 0) = cn cos( ), 0 ≤ x ≤ l,
n=0
l
assim teremos
w (x, t) = α2 wxx (x, t) , (x, t) ∈ Q
t
w(0, t) = 0 , w(l, t) = 0 , para todo t > 0 (11.11)
w(x, 0) = f(x) − v(x, 0) , 0 ≤ x ≤ l
x
v(x, t) = v(x) = (T2 − T1 ) + T1
l
X
+∞
n2 π2 α2 t nπx
w(x, t) = bn e− l2 sen( )
n=1
l
x X
+∞
n2 π2 α2 t nπx
u(x, t) = (T2 − T1 ) + T1 + bn e− l2 sen( )
l n=1
l
como
X
+∞
nπx
u(x, 0) = f(x) = bn (0) sen( )
n=1
l
então Zl
2 nπx
bn (0) = f(x) sen( )dx
l 0 l
ou seja, bn (0) é, para cada n ∈ N, o coeficiente de Fourier da extensão ímpar e
periódica de período 2l de f. Assim, a solução u(x, t) será escrita na forma
X
+∞
nπx
u(x, t) = bn (t) sen( )
n=1
l
Exercícios
1. Considere o conjunto de dados em relação ao problema (11.1) e resolva
cada um dos casos.
6
u
u(x,t) .......... .. .. θb
.. ..
.. ..
.. ..
.. .. -
..
a x b x
θa
~Fa
as tensões: F~a e F~b com |F~a | = f(a, t) e |F~b | = f(b, t), onde F~a e F~b são forças que o
restante da corda exerce sobre o trecho entre a e b. Como não há quantidade
de movimento na direção x, teremos
|F~b | sen(θb ) − |F~a | sen(θa ) = |F~b | cos(θb ) tg(θb ) − |F~a | cos(θa ) tg(θa ) =
Ou seja,
x=b Z b
∼
τ(t) tg θb − τ(t) tg θa = τ(t)ux (x, t) = τ(t)uxx (x, t)dx
x=a a
Além das forças de tensão, o sistema pode estar sujeito à ação de forças
externas. Se h1 (x, t, u, ut ) denotar a densidade linear dessas forças ao longo
da corda, usando a Lei de Newton, teremos:
Z Zb Zb
d b
ρ(x)ut (x, t)dx = τ(t)uxx (x, t)dx + h1 (x, t, u, ut )dx
dt a a a
ou ainda, Zb
{ρ(x)utt (x, t) − τ(t)uxx (x, t) − h1 (x, t, u, ut )} dx = 0
a
ou seja,
utt (x, t) = c2 uxx (x, t) + h1 (x, t, u, ut ) (12.1)
τ(t) ML M L
com c2 (x, t) = . Como [τ] = 2 e [ρ] = resulta que [c] = , isto é, c tem
ρ(x) T L T
dimensão de velocidade. Vamos nos limitar ao caso em que c é constante.
(2) Vibrações forçadas: suponhamos que h = h(x, t), neste caso teremos
(1) Corda finita com extremidades fixadas. Consideremos uma corda com
comprimento l. A condição para que as extremidades x = 0 e x = l estejam
fixas é
u(0, t) = u(l, t) = 0 , para todo t ≥ 0
(2) Corda finita com extremidades livres. Neste caso teremos as condições
daí,
T 00 (t) X 00 (x)
= = σ = constante
c2 T (t) X(x)
portanto obtemos as duas equações
X 00 (x) − σX(x) = 0
T 00 (t) − σc2 T (t) = 0
X(0) = 0 = X(l)
O problema (12.4) já foi estudado e obtivemos como solução que para cada
n = 1, 2, 3, . . . devemos tomar
n2 π2
σn = −
l2
e
nπx
Xn (x) = sen( )
l
assim, para cada n = 1, 2, 3, . . . devemos resolver
n2 π2 c2
Tn00 (t) + Tn (t) = 0
l2
devemos ter
X
+∞
nπcbn nπx
g(x) = sen( )
n=1
l l
daí, pelo mesmo argumento usado com f teremos
Z
nπcbn 2 l nπx
= g(x) sen( )dx
l l 0 l
logo
Zl
2 nπx
bn = g(x) sen( )dx
nπc 0 l
obtivemos funções
nπct nπct nπx
un (x, t) = an cos( ) + bn sen( ) sen( )
l l l
p
pondo An = a2n + b2n e tomando θn de modo que
bn an
cos θn = p , e sen θn = p
a2n + b2n a2n + b2n
esses pontos são chamados nós do modo de vibração. Observe que a distância
l 2l
entre dois nós consecutivos é . O comprimento de onda é dado por que é
n n
nπx
o período fundamental de sen( ). Observamos agora que o movimento de
l
nπx
cada ponto x da corda obedece uma lei senoidal de amplitude An sen( )e
l
2l
período Tn = . De fato, temos
nc
nπc 2l nπct nπct
sen (t + ) + θn = sen( + θn + 2π) = sen + θn
l nc l l
nc
e freqüência ωn = . Assim, a freqüência de vibração de todos os pontos
2l
nc
da corda é a mesma. A freqüência ωn = é chamada freqüência natural e
2l
nπx
An sen( ) é a amplitude do n-ésimo modo de vibração.
l
X
+∞
nπx
u(x, t) = cn (t) sen( )
n=1
l
substituindo teremos
X
+∞
nπx X
+∞ 2 2
n π nπx X
+∞
nπx
cn00 (t) sen( ) = −c 2
cn (t) sen( )+ gn (t) sen( )
n=1
l n=1
l2 l n=1
l
daí resulta
n2 π2 c2
cn00 (t) + cn (t) = gn (t)
l2
ou ainda,
como
X
+∞
nπx
u(x, 0) = cn (0) sen( ) = f(x)
n=1
l
e
X
+∞
nπx
ut (x, 0) = cn0 (0) sen( )
n=1
l
devemos ter
2 Rl
cn (0) = f(x) sen( nπx )dx
l 0 l
(12.8)
c 0 (0) = 2
Rl
n l 0
g(x) sen( nπx
l
)dx
Temos então que determinar cn (t) satisfazendo a equação (12.7) e as con-
dições (12.8). Usando a transformada de Laplace teremos
s2 L cn − scn (0) − cn0 (0) + (2πωn )2 L cn = L gn
daí,
(s2 + (2πωn )2 )L cn = cn0 (0) + cn (0)s + L gn
portanto
cn0 (0) s L gn
L cn = + cn (0) 2 +
s2 + (2πωn )2 s + (2πωn )2 s2 + (2πωn )2
logo
Zt
c 0 (0) sen(2πωn u)
cn (t) = n sen(2πωn t) + cn (0) cos(2πωn t) + gn (t − u)du
2πωn 0 2πωn
Exemplo 12.1. Suponhamos que g(x, t) = A sen(2πωt), isto é, que a corda vibre
sob ação de uma força periódica de freqüência ω. Estude o comportamento do
sistema para diferentes valores de ω.
daí,
2A
gn (t) = sen(2πωt)(1 − cos(nπ))
nπ
devemos resolver então o problema
2A(1 − cos(nπ))
cn00 (t) + (2πω)2 cn (t) = sen(2πωt)
nπ
daí,
Bλ
(s2 + k2 )L y = + y0 s + y1
s2 + λ2
ou seja,
Bλ y0 s y1
L y = + + 2 .
(s2 + λ2 )(s2 + k2 ) s2+k 2 s + k2
Vamos estudar separadamente dois casos.
Caso 1: k 6= λ. Usando frações parciais teremos
1 Es + F Cs + D
= + 2
(s2 + λ2 )(s2 + k2 ) 2
s +λ 2 s + k2
daí,
1 1 1 1
2 2 2 2
= 2 − 2
(s + λ )(s + k ) k − λ2 2
s +λ 2 s + k2
logo,
B λ λ y0 s y1
L y = − 2 + + 2
k − λ2
2 2
s +λ 2 s + k2 s2+k 2 s + k2
portanto,
y1 λB 1 1
y(t) = y0 cos(kt) + sen(kt) + 2 sen(kt) − sen(λt)
k λ − k2 k λ
e daí,
B y1
y(t) = 2
{sen(λt) − λt cos(λt)} + y0 cos(λt) + sen(λt)
2λ λ
voltando para os coeficientes cn (t) teremos
Caso 1: se 2πω 6= 2πωn , para todo n ∈ N, então
c 0 (0)
cn (t) = cn (0) cos(2πωn t) + n sen(2πωn t)+
2πωn
4Aω(1 − cos(nπ)) 1 1
+ 2 2 2
sen(2πωn t)− sen(2πωt)
n[4π (ω − ωn )] 2πωn 2πω
para todo n ∈ N.
Caso 2: existe n0 ∈ N tal que 2πω = 2πωn0 . Neste caso teremos
A(1 − cos(nπ))
cn0 (t) = {sen(2πωt) − 2πωt cos(2πωt)} +
4nπ3 ω2
cn0 (0)
+cn0 (0) cos(2πωt) + 0 sen(2πωt)
2πω
Observe que o caso 2 pode ser obtido tomando-se no caso 1 lim cn (t).
ω→ωn
Assim, se a freqüência ω da força externa for igual a uma das freqüências
próprias da corda livre, isto é ω = ωn , para algum n, aparecerá na expressão
de u(x, t) um termo que não é limitado quando t → ∞. Assim, as amplitudes
de u(x, t) crescem ilimitadamente. Neste caso dizemos que há ressonância.
Na prática os efeitos da ressonância em vibrações mecânicas são reduzidos
colocando-se um amortecimento (ou viscosidade) na equação, por exemplo,
acrescentando um termo da forma −aut , (x, t) no segundo membro da equação
(12.6).
Exercícios
1. Resolva o seguinte problema de contorno para a equação da corda
2
∂ u ∂2 u
= 4 , 0<x<π, t>0
∂t2 ∂x2
u(0, t) = 0 , u(π, t) = 0 , t≥0
u(x, 0) = 1
sen x − sen(3x) , ut (x, 0) = 0 , 0 ≤ x ≤ π
10
X
+∞
nπx
−ht
u(x, t) = e cn cos(ωn t − θn ) sen( )
n=1
l
Corda infinita
O problema consiste em determinar uma função u(x, t), definida no semi-
plano −∞ < x < +∞, t ≥ 0, e satisfazendo as seguintes condições
u (x, t) = c2 uxx (x, t) , −∞ < x < +∞ , t ≥ 0
tt
u(x, 0) = f(x) , −∞ < x < +∞ . (13.1)
ut (x, 0) = g(x) , −∞ < x < +∞
∂ξ ∂η
ut (x, t) = vξ + vη = cvξ − cvη
∂t ∂t
daí,
utt (x, t) = c {vξξ c − cvξη − cvηξ + cvηη }
Corda infinita 137
portanto
utt = c2 (vξξ − 2vξη + vηη ) .
Também,
∂ξ ∂η
ux = vξ + vη = vξ + vη
∂x ∂x
daí,
uxx = vξξ + vξη + vηξ + vηη
portanto
uxx = vξξ + 2vξη + vηη .
Como
utt = c2 uxx
teremos
c2 vξξ − 2c2 vξη + c2 vηη = c2 vξξ + 2c2 vξη + c2 vηη .
isto é,
∂ ∂v
=0
∂ξ ∂η
portanto, integrando em relação a ξ, resulta
∂v
= G1 (η) .
∂η
Integrando agora em relação a η teremos
Z
v(ξ, η) = G1 (η) dη +F(ξ) .
| {z }
G(η)
Logo
v(ξ, η) = F(ξ) + G(η)
ou seja,
u(x, t) = F(x + ct) + G(x − ct) .
tem a forma
u(x, t) = F(x + ct) + G(x − ct) . (13.2)
• uma onda regressiva F(x + ct) que caminha no sentido negativo do eixo x
com velocidade constante c;
A Fórmula de D’Alembert
c 0 1
f (x) + g(x) − cG 0 (x) = g(x) .
2 2
Daí,
c 0 1
cG 0 (x) = f (x) − g(x) ,
2 2
portanto Zx
1 1
G(x) = f(x) − g(s)ds − K .
2 2c 0
f(0) = f(l) = 0 .
1
u(x, t) = [F(x + ct) + F(x − ct)] , 0 ≤ x ≤ l , t ≥ 0 .
2
1
0 = u(0, t) = [F(ct) + F(−ct)] ,
2
ou seja,
F(ct) = −F(−ct)
1
0 = u(l, t) = [F(l + ct) + F(l − ct)]
2
e, fazendo y = ct,
F(l + y) = −F(l − y) = F(y − l) ,
Ou seja
F(y + 2l) = F(y) , para todo y ∈ R .
1
u(x, t) = [F(x + ct) + F(x − ct)] , 0 ≤ x ≤ l , t ≥ 0 ,
2
Fazendo x = 0 resulta Z ct
G(s) ds = 0 .
−ct
Isto é, Z0 Z ct
G(s) ds + G(s) ds = 0 .
−ct 0
Logo,
Z ct Z0 Z −ct
G(s) ds = − G(s) ds = G(s)ds .
0 −ct 0
cG(ct) = −cG(−ct) .
Ou seja,
G(y) = −G(−y) , para todo y ∈ R .
Daí,
T 00 (t) X 00 (x)
= = σ = Cte .
2T (t) X(x)
Assim,
T 00 (t) − 2σT (t) = 0
X 00 (x) − σX(x) = 0 .
Uso das condições de contorno: u(0, t) = X(0)T (t) = 0. Logo, devemos ter
X(0) = 0. Por outro lado, ux (π, t) = X 0 (π)T (t) = 0. Logo devemos ter X 0 (π) = 0.
Devemos agora resolver o problema: encontrar valores σ ∈ R e funções X(x) 6≡ 0
verificando as condições
X 00 (x) − σX(x) = 0
(13.9)
X(0) = 0 , X 0 (π) = 0
σ ≤ 0.
Daí X 0 (x) ≡ 0. Ou seja, X(x) = Cte. E como X(0) = 0, seguir-se-ia que X(x) ≡ 0,
e isto não pode ocorrer. Portanto σ < 0. Tomamos então σ da forma
Estudaremos o problema
X 00 (x) + λ2 X(x) = 0
(13.10)
X(0) = 0 , X 0 (π) = 0 .
Daí
(s2 + λ2 )L X = X 0 (0) .
Ou seja
X 0 (0)
L X = 2 .
s + λ2
Portanto,
X 0 (0)
X(x) = sen(λx) .
λ
Como X 0 (π) = 0,devemos ter
cos(λπ) = 0 .
Ou seja,
(2n − 1)
λπ = π,
2
para cada n = 1, 2, 3, . . .. Logo,
2n − 1
λn = n = 1, 2, 3, . . . ,
2
2n − 1
Xn (x) = sen( x) , n = 1, 2, 3, . . . .
2
(2n − 1)2
Tn00 (t) + Tn (t) = 0 .
2
(2n − 1) (2n − 1)
Tn (t) = an cos( √ t) + bn sen( √ t) .
2 2
Assim obtemos os n-ésimos harmônicos
(2n − 1) (2n − 1) (2n − 1)
un (x, t) = an cos( √ t) + bn sen( √ t) sen( x) ,
2 2 2
X
+∞
u(x, t) = un (x, t) .
n=1
X
+∞
(2n − 1) (2n − 1)
(2n − 1)
u(x, t) = an cos( √ t) + bn sen( √ t) sen( x) ,
n=1
2 2 2
Devemos ter
X
+∞
(2n − 1)
0= an sen( x) .
n=1
2
E
X
+∞
(2n − 1) (2n − 1)
√ bn sen( x) = x(π − x) ,
n=1
2 2
em algum sentido. É claro que podemos tomar os coeficientes an todos iguais
a zero, mas e quanto aos coeficientes bn ? Vamos então, dar uma parada e
estudar uma forma de representação em série trigonométrica que nos permita
resolver o problema da determinação dos coeficientes bn .
Ou Z 2l
X
+∞
nπx 1 nπx
f(x) = an cos( ) , com an = f(x) cos( )dx .
n=1
2l l 0 2l
Vamos agora experimentar dois tipos de expansões.
Caso 1: estendemos inicialmente f, no intervalo l < x < 2l, de modo a ser
simétrica em relação à reta x = l, isto é, de modo que
Então, sendo f̃ uma função ímpar e periódica de período 4l, sua série de Fou-
rier tem a forma
X
+∞ Z 2l
nπx 1 nπx
f̃(x) = an sen( ) , com an = f̃(x) sen( )dx .
n=1
2l l 0 2l
Ora,
Z 2l Zl Z 2l
nπx nπx nπx
f̃(x) sen( )dx = f(x) sen( )dx + f(2l − x) sen( )dx .
0 2l 0 2l l 2l
Daí, Z 2l Zl
nπx n+1 nπx
f̃(x) sen( )dx = [1 + (−1) ] f(x) sen( )dx .
0 2l 0 2l
Ou seja,
Z 2l
0 se n é par
nπx Zl
f̃(x) sen( )dx = nπx
0 2l
2 f(x) sen( )dx se n é ímpar .
0 2l
Portanto, Z
2 l (2n − 1)πx
b2n = 0 , e b2n−1 = f(x) sen( )dx .
l 0 2l
Daí, f(x) tem série de Fourier da forma
X
+∞
(2n − 1)πx
cn sen( ),
n=1
2l
com Z
2 l (2n − 1)πx
cn = f(x) sen( )dx .
l 0 2l
Antes de continuarmos com o Caso 2, vamos concluir o exemplo que estáva-
mos estudando. Vimos que para determinarmos os coeficientes bn , deveríamos
poder escrever a função f(x) = x(π − x), 0 ≤ x ≤ π, como uma série da forma
X
+∞
(2n − 1) (2n − 1)
√ bn sen( x) .
n=1
2 2
Ou seja,
√ Zπ
2 2 (2n − 1)x
bn = x(π − x) sen( )dx , n = 1, 2, 3, . . . .
(2n − 1)π 0 2
X
+∞
(2n − 1)t (2n − 1)x
u(x, t) = bn sen( √ ) sen( ).
n=1
2 2
Então, sendo f̃ uma função par e periódica de período 4l, sua série de Fourier
tem a forma
Z 2l
a0 X
+∞
nπx 1 nπx
+ an cos( ) , com an = f̃(x) cos( )dx .
2 n=1
2l l 0 2l
Ora,
Z 2l Zl Z 2l
nπx nπx nπx
f̃(x) cos( )dx = f(x) cos( )dx − f(2l − x) cos( )dx .
0 2l 0 2l l 2l
Daí, Z 2l Zl
nπx nπx
f̃(x) cos( )dx = [1 − (−1)n ] f(x) cos( )dx .
0 2l 0 2l
Ou seja,
Z 2l
0 se n é par
nπx Z
f̃(x) cos( )dx = l
nπx
0 2l
2 f(x) cos( )dx se n é ímpar .
0 2l
Portanto,
Z
2 l (2n − 1)πx
a2n = 0 , n = 0, 1, 2, . . . e a2n−1 = f(x) cos( )dx , n = 1, 2, 3, . . . .
l 0 2l
X
+∞ Z
(2n − 1)πx 2 l (2n − 1)πx
cn cos( ) , com cn = f(x) cos( )dx .
n=1
2l l 0 2l
Exercícios
1. Encontre a função u(x, t) que descreve os deslocamentos de uma corda
vibrante, para o problema de valor inicial
u (x, t) = uxx (x, t) , −∞ < x < +∞ , t > 0
tt
u(x, 0) = f(x) , −∞ < x < +∞
ut (x, 0) = 0 , −∞ < x < +∞
É claro que
lim fl (t) = f(t) , para cada t ∈ R .
l→∞
1 ω0
Como = , resulta que (14.2) pode ainda ser escrita como
2l 2π
X
+∞ Z
1 l
−inω0 x
Sl (t) = fl (x)e dx ω0 einω0 t .
n=−∞
2π −l
Se
ωn := nω0
vemos que
∆ωn = (n + 1)ω0 − nωn = ω0 .
Se definirmos Z +∞
1
f̂(ω) := √ f(x)e−iωx dx , (14.4)
2π −∞
escreveremos (14.3) como
Z +∞
1
f(t) = √ f̂(ω)eiωt dω .
2π −∞
Observe a semelhança entre (14.4) e (14.1).
Definição 14.1. Seja f : R → R uma função contínua por partes e tal que
Z +∞
|f(t)|dt < +∞ . (14.5)
−∞
f̂ : R → C
definida por Z +∞
1
f̂(ω) := √ f(x)e−iωx dx . (14.6)
2π −∞
Outra notação usada é
F f = f̂ .
Sob certas condições, ver por exemplo [Iório, 1991], vale a fórmula de in-
versão de Fourier Z +∞
1
f(t) = √ f̂(ω)eiωt dt . (14.7)
2π −∞
f̂(ω) = |f̂(ω)|eiθ(ω) .
Temos
Z Z
1 +∞ −iωt 1 l −iωt
f̂(ω) = √ f(t)e dt = √ e dt =
2π −∞ 2π −l
−iωl
iωl
1 e − eiωl 2 e − e−iωl
=√ = √ .
2π −iω ω 2π 2i
Assim r r
2 sen(ωl) 2 sen(lω)
f̂(ω) = =l .
π ω π lω
Daí, Z +∞ Z +∞
1 −αt −iωt 1
f̂(ω) = √ e e dt = √ e−(α+iω)t dt .
2π 0 2π 0
Logo
+∞
1 1
−(α+iω)t
f̂(ω) = √ − e .
2π α + iω
0
Como α > 0 segue-se que
1
f̂(ω) = √ .
2π(α + iω)
Observe que
1
|f̂(ω)| = √
√ .
2π α2 + ω2
1
Observação 14.5. A escolha do fator √ que aparece nas fórmulas (14.6) e
2π
(14.7), não é de modo algum uma unanimidade entre os autores de textos
sobre transformada de Fourier, veja [Hsu, 1973] por exemplo. Escolhemos
essa forma para manter uma certa simetria entre as fórmulas.
ω
ν= ,
2π
MATEMÁTICA APLICADA II E.R.O.
Algumas propriedades da transformada de Fourier 152
podemos escrever
1
f̂(ω) = √ {C(ω) − iS(ω)}
2π
com Z +∞
C(ω) := f(t) cos(ωt)dt .
−∞
Essa expressão é chamada transformada cosseno e
Z +∞
S(ω) := f(t) sen(ωt)dt
−∞
Demonstração. De fato,
Z +∞ Z +∞
1 1
F f(t − t0 ) = √ f(t − t0 )e −iωt
dt = √ f(u)e−iω(u+t0 ) du =
2π 2π
−∞
Z +∞
−∞
1
= e−iωt0 √ f(u)e−iωu du .
2π −∞
Logo,
F f(t − t0 ) = f̂(ω)e−iωt0 .
Z +∞ Z +∞
1 1 u du
F f(at) = √ f(at)e −iωt
dt = √ f(u)e−iω a .
2π −∞ 2π −∞ a
Daí, Z +∞
1 1 1 ω 1 ω
F f(at) = √ f(u)e −i(ω/a)u
du = f̂( ) = f̂( ) .
a 2π −∞ a a |a| a
Se a < 0 teremos
Z +∞ Z +∞
1 −iω u du 1 1
F f(at) = √ f(u)e a =− √ −i(ω/a)u
f(u)e du .
2π −∞ a a 2π −∞
Isto é
1 ω 1 ω
F f(at) = f̂( ) = f̂( ) .
−a a |a| a
Z +∞
|tk/2 f(t)|2 dt < +∞ , k ∈ {0, 1, 2, . . . , m} . (14.9)
−∞
Tais funções, necessariamente, verificam também
lim tk f(t) = 0 , k = 0, 1, . . . , m .
|t|→∞
Teorema 14.12 (Transformada da derivada). Seja f(t) uma função tal que f e
f 0 verificam (14.9), então, se f̂(ω) = F f(t) ,
F f 0 (t) = iωf̂(ω) .
Demonstração. De fato,
Z Z +∞
0
+∞
1 +∞ 0 1
F f (t) = √ −iωt
−iωt −iωt
f (t)e dt = √ f(t)e + iω f(t)e dt .
2π −∞ 2π −∞ −∞
Daí, Z +∞
1
F f (t) = iω
0
√ f(t)e −iωt
dt = iωf̂(ω) .
2π −∞
Teorema 14.13 (Multiplicação por t). Seja f(t) verificando (14.9). Então
d
F tf(t) = i f̂(ω) .
dω
Demonstração. De fato,
Z +∞
1
F tf(t) = √ tf(t)e−iωt dt .
2π −∞
Agora,
d −iωt
(e ) = −ite−iωt .
dω
Assim, Z +∞
1 d −iωt
F tf(t) = √ if(t) (e )dt .
2π −∞ dω
Ou seja,
Z +∞
d 1 df̂
F tf(t) = i √ f(t)e −iωt
dt = i (ω) .
dω 2π −∞ dω
Convolução
Sejam f(t) e g(t) duas funções satisfazendo a condição (14.5) definimos
então a convolução de f por g do seguinte modo
Z +∞
(f ∗ g)(t) := f(u)g(t − u)du .
−∞
(conv2) f ∗ (g ∗ h) = (f ∗ g) ∗ h.
Demonstração. De fato,
Z Z Z
1 +∞ 1 +∞ +∞
F (f ∗ g)(t) = √ (f ∗ g)(t)e−iωt
dt = √ f(u)g(t − u)du e−iωt dt =
2π −∞ 2π −∞ −∞
Z Z +∞
1 +∞
−iωt
=√ f(u) g(t − u)e dt du .
2π −∞ −∞
Daí,
Z Z +∞
1 +∞ √
F (f ∗ g)(t) = √ iωu
2πf(u)ĝ(ω)e du = ĝ(ω) f(u)e−iωu du =
2π −∞ −∞
√
= 2πf̂(ω)ĝ(ω) .
2
Proposição 14.15. Seja f(x) = e−x definida para todo x ∈ R. Então
Z +∞
2 √
I := e−x dx = π
−∞
Demonstração. Consideremos
Z +∞ Z +∞
2 −x2 2
I = e dx e−y dy .
−∞ −∞
Podemos escrever Z +∞ Z +∞
2 2 2
I = dx e−(x +y ) dy .
−∞ −∞
Ou seja,
Z0 0
2 u
u
I =π e du = πe = π.
−∞ −∞
Portanto,
√
I= π.
2
Exemplo 14.16. Seja f(t) = e−t definida para todo t ∈ R. Calcule F f(t) .
Teremos Z +∞
1 2
f̂(ω) = √ e−t e−iωt dt .
2π −∞
u = e−iωt −→ du = −iωe−iωt dt ,
2
−t2 e−t
dv = te −→ v = −
2
teremos Z
2 +∞
1 e−t e−iωt iω +∞ −t2 −iωt
F t f(t) = √ − − 2 e e dt .
2π 2 −∞ −∞
Portanto Z
iω +∞ −t2 −iωt iω
F t f(t) = − √ e e dt = − f̂(ω) .
2 2π −∞ 2
Agora usando o Teorema 14.13 temos
d
F tf(t) = i f̂(ω) .
dω
f̂(ω) = f(ω) .
2 √
De fato, se g(t) = e−t então temos f(t) = g(t/ 2). Agora, usando o Teorema
14.10, podemos escrever
√ √ √
f̂(ω) = F g(t/ 2) = 2ĝ( 2ω) .
Ou seja
2
f̂(ω) = e−ω /2 .
|t|
1− , se |t| < a
a
Exemplo 14.18. Sejam a > 0 e f(t) = . Determine F f .
0, se |t| ≥ a
Temos Z +∞
1
f̂(ω) = √ f(t)e−iωt dt .
2π −∞
Daí, Za
|t|
1
f̂(ω) = √ 1− e−iωt dt .
2π −a a
Ou seja,
Z a Z
1 1 a
f̂(ω) = √ e−iωt
dt − |t|e−iωt
dt =
2π −a a −a
−iωt a Z0 Za
1 e 1 −iωt −iωt
=√ − − − te dt + te dt .
2π iω −a a −a 0
Observando que
2 eiωa − e−iωa
1 −iωa iωa
2 sen(ωa)
− e −e = = ,
iω ω 2i ω
podemos escrever
2 sen(ωa) 1 aeiωa eiωa ae−iωa e−iωa
1 1 1
f̂(ω) = √ − − 2+ 2 − + − 2 .
2π ω a iω ω ω iω ω2 ω
Ou seja,
1 2 sen(ωa) eiωa 1 eiωa e−iωa e−iωa 1
f̂(ω) = √ − + − + − + .
2π ω iω aω2 aω2 iω aω2 aω2
Assim,
eiωa − e−iωa eiωa + e−iωa
1 2 sen(ωa) 1 2 2 2
f̂(ω) = √ + 2 2
− − .
2π ω aω aω ω 2i aω2 2
Portanto,
1 2
f̂(ω) = √ (1 − cos(ωa)) .
2π aω2
Ou ainda,
2
f̂(ω) = √ [1 − cos(aω)] .
aω2 2π
Exemplo 14.19. Sejam a > 0 e f(t) = e−a|t| . Determine F f .
Temos Z +∞
1
f̂(ω) = √ e−a|t| e−iωt dt .
2π −∞
Daí Z 0 Z +∞
1 at −iωt −at −iωt
f̂(ω) = √ e e dt + e e dt .
2π −∞ 0
Assim,
Z 0 Z +∞
1 (a−iω)t −(a+iω)t
f̂(ω) = √ e dt + e dt =
2π −∞
+∞
0
0
1 e(a−iω)t e−(a+iω)t
=√ − .
2π a − iω −∞ a + iω 0
Daí, Z +∞
d 1 ∂u
û(ω, t) = √ (x, t)e−iωx dx .
dt 2π −∞ ∂t
Usando a equação teremos
Z +∞
d α2 ∂2 u
û(ω, t) = √ (x, t)e−iωx dx . (14.11)
dt 2π −∞ ∂x2
Agora, usando a fórmula para a transformada da derivada obtida no Teo-
rema 14.12,
F f 00 = iωF f 0 = −ω2 F f ,
teremos
∂2 u
F 2
= −ω2 F u .
∂x
Isto é, Z +∞ 2
1 ∂ u
√ 2
(x, t)e−iωx dx = −ω2 û(ω, t) .
2π −∞ ∂x
Voltando a (14.11), obtemos
d
û(ω, t) = −α2 ω2 û(ω, t) .
dt
Ora, como ω não depende de t, isso significa que podemos resolver (14.12)
considerando ω constante. Teremos
2 ω2 t
û(ω, t) = f̂(ω)e−α .
1
com a = √ . Observando que se,
α 2t
2 /2
ĥ(ω) = e−ω ,
então
√ 2 2
ĥ(αω 2t) = e−α ω t .
Teremos
x2
e− 4α2 t 2 2
F √ = e−α ω t .
α 2t
Logo,
x2
−
e 4α2 t
û(ω, t) = F f(x) F √ .
α 2t
Observando agora o Teorema 14.14, que dá a transformada da convolução,
podemos esperar que
1
u(x, t) = √ (f ∗ G)(x, t) (convolução só em x)
2π
com a função G(x, t) definida por
x2
1 −
G(x, t) = √ e 4α2 t .
α 2t
Usando a definição da convolução resulta
Z +∞ (x − u)2
1 f(u) −
u(x, t) = √ √ e 4α2 t du .
2π −∞ α 2t
Ou ainda,
Z +∞ (x − u)2
1 −
u(x, t) = √ f(u)e 4α2 t du .
α 4πt −∞
Consideremos agora o seguinte problema de contorno
2
∂u 2 ∂ u
(x, t) = α (x, t) , 0 < x < +∞ , t>0
∂t ∂x2
u(0, t) = 0 , t>0
(14.13)
u(x, 0) = f(x) , 0 < x < +∞
|u(x, t)| ≤ Cte ∀ (x, t) ∈ R+ × R+ .
Ou ainda,
Z +∞ Z0 Z0
y2 y2 z2
− −
h(y)e 4α2 t dy = − h(y)e 4α2 t dy = h(−z)e− 4α2 t dz .
0 −∞ +∞
Isto é, Z +∞ Z +∞
y2 z2
−
h(y)e 4α2 t dy = − h(−z)e− 4α2 t dz .
0 0
Ou seja, Z +∞
z2
[h(z) + h(−z)]e− 4α2 t dz = 0 . (14.15)
0
Exercícios
Em todos os exercícios abaixo indicaremos por u(t) a função de Heaviside
(degrau unitário).
4. Seja f(t) uma função tal que f(t) é contínua por partes, de ordem expo-
nencial, f(t) = 0 se t < 0 e
Z +∞
|f(t)| dt < +∞ .
0
Se F(s) = L f(t) verifique que, para ω ∈ R,
1
f̂(ω) = F f(t) (ω) = √ F(iω) .
2π
2|t| + 1 se |t| < 1/2
f(t) =
0 se |t| ≥ 1/2
esboce o gráfico de f e determine a transformada de Fourier de g(t) =
f(t) cos(t)
10 + 2iω
10. Seja f(t) uma função tal que f̂(ω) = . Determine a trans-
(5 + 3iω)(2 + iω)
formada de Fourier das seguintes funções
[Jr and Penney, 1995] Jr, C. H. E. and Penney, D. E. (1995). Equações Dife-
renciais Elementares com Problemas de Contorno. Prentice-Hall do Brasil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 164
[O’Flynn and Moriarty, 1987] O’Flynn, M. and Moriarty, E. (1987). Linear Sys-
tems: Time Domain and Transform Analysis. John Wiley and Sons, Inc.
Teorema de Dirichlet, 89
Teorema de Pitágoras, 82
Transformada cosseno, 152
Transformada da derivada, 112
Transformada de Fourier, 109, 149
deslocamento no tempo, 152
fórmula de inversão, 149
linearidade, 152
mudança de escala, 153
multiplicação por t, 153